Você está na página 1de 3

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA

COMARCA DE… ESTADO DE …

TINK UINK DA SILVA, nacionalidade, profissão, estado civil, portador da cédula de identidade nº,
inscrito no CPF nº, com endereço eletrônico e com endereço na rua, nº, bairro, cidade, estado,
CEP, vem, respeitosamente
, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração
anexa), com escritório na rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP, onde recebe intimações, propor,
com fulcro no artigo 19 l CPC, art. 165 l CTN, art. 300 CPC, art. 327 CPC,
em face do Estado W, pessoa jurídica de direito público, com endereço eletrônico e com
endereço na rua, nº, pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos.

I- SÍNTESE DOS FATOS

Foi publicada no dia 1º de abril uma Lei Ordinária pelo Estado W que criou empréstimo
compulsório em razão de calamidade pública. No entanto, o Autor entende que o tributo é
indevido por ser inconstitucional. Por esta razão não lhe restou outra alternativa senão buscar
a tutela jurisdicional.

Il- CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE

Nos termos do artigo 19 l CPC, é cabível ação declaratória quando é necessário buscar
do Poder Judiciário uma declaração sobre a existência, inexistência ou modo de ser de uma
relação jurídica tributária.
No presente caso, como foi publicada uma lei inconstitucional, o tributo é indevido.
Logo, é cabível ação declaratória para declarar a inexistência de relação jurídica
tributária entre o Autor e o Estado. Além disso, é possível com base no artigo 327 §1º CPC
é possível cumular pedidos desde que seja compatíveis entre si, o mesmo procedimento para
julga-los e o mesmo juízo. No presente caso, como já houve pagamento referente a um mês
desse exercício, entende-se que é inconstitucional, logo é cabível cumular com a ação de
restituição nos termos do artigo 165 l CTN, que prevê que toda vez que houver o pagamento
indevido ou a maior de um tributo pode requerer a restituição. Ressalta-se que a presente
restituição é tempestiva com fulcro no artigo 168 I CTN, pois não se passaram mais de 5 anos da
data do pagamento do tributo.

Ill- DA INCONSTITUCIONALIDADE DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

Nos termos do artigo 148 l CF compete privativamente a União instituir empréstimo


compulsório por meio de Lei complementar.
No presente caso, o Estado criou empréstimo compulsório por meio de Lei Ordinária.
Assim sendo, o presente tributo é inconstitucional pois não foi criado pela União, nem
por Lei Complementar, ofendendo a redação do artigo 148 I CF.

IV- DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

De acordo com o artigo 300 CPC, é cabível concessão de tutela provisória de urgência
quando houver probabilidade do direito e perigo de um dano ou risco ao resultado útil do
processo.
No presente caso, há probabilidade do direito uma vez que foi criado empréstimo
compulsório por Lei Ordinária pelo Estado, quando deveria ser pela União e por Lei
Complementar, afronta a CF, e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo se justifica
dadas as consequências fiscais que o contribuinte pode vir a sofrer.
Assim sendo, presentes os requisitos do artigo 300 CPC, para concessão da tutela
provisória de urgência, quais sejam, probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo, o autor faz jus a concessão da tutela provisória de urgência a fim de
suspender a exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151 V CTN.

V- DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto, requer-se

a) concessão da tutela provisória de urgência uma vez presentes os requisitos do artigo 300 CPC,
quais sejam, probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo a
fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151 V CTN;
b) citação da outra parte para querendo apresentar resposta, informando desde já o
desinteresse na realização de audiência de conciliação ou mediação de acordo com o artigo 319
Vll CPC;
c) seja julgada procedente a ação a fim de declarar a inexistência de relação jurídica tributária
uma vez que o tributo é inconstitucional, e restituir os valores pagos indevidamente acrescido
de juros e correção monetária nos termos do artigo 167 §único CTN, Súmulas 162 e 188 STJ e
pela taxa Selic prevista na Lei 9.250/95 artigo 39 §4º;
d) produção de todas as provas admitidas em direito em especial a prova documental de acordo
com o artigo 319 Vl CPC;
e) a condenação da outra parte ao pagamento de custas e honorários de sucumbência de acordo
com o artigo 85 §3º CPC.

Vl- VALOR DA CAUSA

Dar-se a causa o valor de R$…

Nestes termos, pede-se deferimento

Local, Data

Advogado
Oab nº

Questão 1- O comprador de imóvel registrado em nome da União se sujeita ao pagamento de


impostos. O sujeito passivo do ITBI pode ser qualquer uma das partes da operação tributária de
transmissão de bem imóvel, tanto o transmitente quanto o adquirente, conforme se depreende
do artigo 42 CTN, o qual dispõe que o contribuinte do imposto é qualquer das partes na
operação tributada, como dispuser a lei. Geralmente, mostra-se como sujeito passivo o
adquirente do bem. Sendo assim, o ITBI será devido, pois não há que se cogitar da imunidade
tributária recíproca. Quanto ao IPTU, passando a ser proprietário do imóvel, deverá arcar com
o imposto (art. 34 CTN)

b) Caso a União adquirisse um imóvel com o propósito de utilizar o bem imóvel na finalidade
precípua da entidade política , não se cogitaria da incidência do ITBI, por força da imunidade
tributária recíproca, constante do artigo 150 Vl a CF. A mesma restrição se dará para o IPTU. O
dispositivo prevê a intributabilidade mútua, quanto aos impostos, entre as entidades políticas.
Sendo assim, a União é imune ao ITBI.

Questão 2- O adquirente deve arcar com os tributos devidos pela adquirida, no bojo dessa
responsabilidade tributária por sucessão comercial, nos termos do artigo 133 l CTN que dispõe
que a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a
respectiva exploração sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual,
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data
do ato, integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade.

b) Na hipótese de a empresa adquirida exercer atividade comercial distinta, ou seja, em ramo


diverso daquele praticado pela empresa adquirente, não haveria de se falar em
responsabilidade tributária dessa última. Com efeito, o caput do artigo 133 CTN dispõe como
condição para transferência da responsabilidade a continuidade da exploração comercial.

Questão 3- Imunidade tributária para a música prevista no artigo 150 Vl e CF, que dispõe que
sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre fonogramas e videofonogramas
musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros
e ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de
leitura a laser. Como se nota, no processo de produção da obra artística musical, incide tão
somente o IPI, na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser, conforme a
literalidade da parte final da alínea e do incisoVl do artigo 150 CF. Portanto, não incide ICMS na
comercialização/distribuição de CD contendo obra artística brasileira, pois se trata de imunidade
tributária.

Questão 4- Se o sítio é destinado exclusivamente a atividades agropastoris, ainda que localizado


em área legalmente considerada zona urbana, à luz do art. 32 §1º CTN, deve ser objeto de
recolhimento exclusivo do ITR, e não do IPTU. Assim vem entendendo o STJ, que consolidou
orientação no sentido da prevalência do critério da destinação econômica em detrimento do
critério topográfico para fins de incidência do IPTU. Não se pode analisar isoladamente o critério
topográfico previsto no artigo 32 §1º CTN, mas sempre em cotejo com o artigo 15 do DL 57/66
do que decorre a conclusão de que não incide o IPTU quando o imóvel, mesmo situado na zona
urbana, recebe quaisquer das destinações não urbanas (exploração vegetal, agrícola, pecuária
ou agroindustrial). Trata-se de prevalência do critério de destinação econômica

Você também pode gostar