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DIRECCION DE POSTGRADO
PROGRAMA DEL POSTGRADO EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN - PPGCE
ASSUNÇÃO – PY
2018
SUMÁRIO
1 TÍTULO DO PROJETO..............................................................................................................3
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA..........................................................................................................3
4 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................................4
5 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................................5
5.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................................................5
6 MARCO TEÓRICO.....................................................................................................................6
6.1 Inclusão.......................................................................................................................................7
6.1.1 A inclusão no mundo................................................................................................................8
6.1.2 A inclusão no Brasil........................................................................................................................9
6.1.3 A inclusão no Estado do Rio Grande do Sul..................................................................................9
6.1.4 A inclusão na cidade de Cachoeirinha...........................................................................................9
6.2 Educação Inclusiva...........................................................................................................................10
6.2.1 Educação Inclusiva no Mundo.....................................................................................................10
6.2.2 Educação Inclusiva no Brasil.......................................................................................................11
6.2.3 Educação Inclusiva no Rio Grande do Sul..................................................................................12
6.2.4 Inclusão Escolar no município de Cachoeirinha.........................................................................12
6.3 Pessoas com deficiência ...................................................................................................................13
6.4 Aprendizagem...........................................................................................................................14
6.4.2 Socialização............................................................................................................................16
7 MARCO METODOLÓGICO.......................................................................................................17
7.1 Pesquisa Científica...........................................................................................................................18
1 TÍTULO DO PROJETO
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
O tema para este projeto é a inclusão das pessoas com deficiência. Esta temática é um
fator de discussão desde a Idade Média. Nesta época, as pessoas com algum tipo de
deficiência eram lançadas em penhascos para não viverem.
No entanto, com o passar do tempo, esta situação foi mudando, principalmente com o
advento do Cristianismo. Nessa ocasião, mudou-se o olhar para as pessoas com algum tipo de
deficiência, evitando, deste modo, que fossem eliminadas. No século XX, aumentou-se a
preocupação com estes indivíduos, sendo desenvolvidos programas de reabilitação para que
eles pudessem participar da sociedade sem serem discriminados.
No Brasil, no ano de 1981, as pessoas com deficiência, deixam de ser ignoradas, pois,
neste ano, foi declarado, pela Organização das Nações Unidas (ONU), o ano internacional da
pessoa com deficiência. No estado do Rio Grande do Sul, em abril de 1999, surge a política
pública para a inclusão social a fim de melhorar a sociabilidade das pessoas com deficiência.
Sabendo disso, buscar-se-á entender se esta inclusão, que acontece na escola, é uma
realidade e se as perspectivas esperadas pelos pais e alunos são reais diante do que eles
acreditam que seja adequado para que uma escola regular seja inclusiva.
O período para esta analise será de 2019 até 2020. Para este projeto, buscou-se uma
escola pública, na cidade de Cachoeirinha, no Estado do Rio Grande do Sul, que tivesse um
maior número de alunos com deficiência. Com isso, cinco alunos com deficiências múltiplas
foram escolhidos para fazerem parte deste processo.
4
3 PROBLEMA
Como ocorre o processo de inclusão de alunos com deficiência diante das relações de
afetividade, socialização e aprendizagem a partir de sua trajetória escolar?
4 JUSTIFICATIVA
As três se aproximam do tema em estudo, mas nenhuma das teses e dissertações têm o
mesmo questionamento de pesquisa da que segue, porém contribuem, de forma significativa
com teorias e resultados encontrados que auxiliarão na produção desta tese de doutorado.
5 OBJETIVO GERAL
Analisar o processo de inclusão de alunos com deficiência diante das relações de afetividade,
socialização e aprendizagem a partir de sua trajetória escolar.
a) Conhecer o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência através da sua
trajetória no ensino fundamental, diante dos indicadores afetividade, socialização e
aprendizagem por meio de entrevistas com os pais;
d) compreender a inclusão escolar no tocante à realidade dos alunos com deficiência por meio
de uma roda de conversa, relacionando o acesso às classes regulares do Ensino Médio diante
dos indicadores afetividade, socialização e aprendizagem;
6 MARCO TEÓRICO
6.1 Educação
A educação tem a característica de formar uma relação interativa na sala de aula, pois
antes do conhecimento, uma educação afetiva é necessária. Essa está pautada nos direitos
humanos, por isso deve ser efetivada com base na igualdade e no saber lidar com a diferença
do outro.
Conforme Araújo et al (2011, p.925) “A educação é um processo, não um fim em si
mesmo, portanto precisa sofrer intervenções positivas para o seu aprimoramento. O uso das
tecnologias na área da educação pode exercer um papel importante na relação ensino-
aprendizagem.”
Quando se pensa em educação, deve-se entender que a mesma é interdisciplinar e está
presente no meio social, na escola, no trabalho e, hoje em dia, principalmente, no meio digital.
Sabendo disso, as escolas vêm contribuindo, cada vez mais, com as tecnologias
informatizadas para atender os seus alunos. As novas tecnologias se difundiram de uma forma
veloz nas instituições e chegaram para auxiliar o indivíduo. Ela trouxe a estes sujeitos
recursos que os fizeram ter mais autonomia.
Para Araújo et al (2011, p.925), “[...] uma sociedade humana não pode sobreviver se a
cultura não for transmitida de geração a geração e é a educação que garante esta transmissão
[...]”. Deste modo, deve-se dar valor à educação, fazer com que ela valha a pena e quem sem
7
ela o ser humano não pode sobreviver. Ela é o principal meio de se conseguir desenvolver a
cultura de geração em geração.
Peregrino explica que:
Em relação à educação, os dados e diagnósticos são abundantes e a intervenção nos
sistemas educativos está à cargo do Estado, o que facilitava tanto a identificação de
problemas a serem priorizados quanto as respostas dos demais agentes que, em
grande medida, guardam certa dependência, sobretudo orçamentária, em relação ao
governo federal (2018, p.14).
No entanto, a educação por estar presa a um governo, muitas vezes perde a sua
independência e, deste modo, deixa de ter uma certa liberdade em relação à sua estruturação
didática, tendo que se adequar àquilo que o país e que o governo desejam implantar e, muitas
vezes, não está tão adequado para determinada região ou cidade.
Deste modo, o melhor, seria que cada escola pudesse estabelecer medidas concretas
para seus alunos e, assim, melhorar a qualidade da educação.
Fernandes, Lima e Miranda explicitam que:
[...] educação se dá a partir da cidade (pelos equipamentos), na cidade
(pelos agentes) e para a cidade - o que implica pensar no excesso de
institucionalização e usar/ocupar o espaço público e urbano. Implica,
ainda, garantir tempo livre para usar, usufruir e intervir na cidade
(inclusive sem a tutela do adulto e das instituições, especialmente da
escola (2017, p. 501).
6.2.1 Inclusão
A inclusão surge nas legislações mundiais a fim de reintegrar aqueles sujeitos que
eram rejeitados pela sociedade. Assim, para que as pessoas com deficiência fossem aceitas no
meio em que viviam, foi necessário criar regulamentações e regulações. No contexto destas
8
leis está o foco central da inserção, para que instituíssem a importância desses indivíduos no
meio social.
Segundo Rodrigues (2014, s.n), “a palavra “inclusão” apareceu para assinalar outra
visão, surgiu com a ideia que não é só o indivíduo tem de procurar e se integrar na sociedade/
comunidade/escola mas que estas estruturas têm pelo seu lado de se modificar, de se
aproximar do indivíduo.”
Com isso, que não basta a pessoa se incluir na sociedade, deve haver uma consciência
das empresas, das escolas, dos locais de entretenimento a fim de que estas pessoas se sintam
acolhidas. O querer delas não é o suficiente para que a inclusão aconteça. Todos precisam
estar atentos a esta realidade e fazer com que a inclusão aconteça.
No século atual, há muitas iniciativas para que as pessoas com deficiência sejam
inseridas no meio social. No entanto, isso não era praxe em décadas passadas onde incluir
pessoas com deficiência na sociedade era uma questão muito delicada.
No entender de Garcia (2011, s.n.):
As pessoas com deficiência, via de regra, receberam dois tipos de tratamento quando
se observa a História Antiga e Medieval: a rejeição e eliminação sumária, de um
lado, e a proteção assistencialista e piedosa, de outro. Na Roma Antiga, tanto os
nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com
algum tipo de deficiência. Da mesma forma, em Esparta, os bebês e as pessoas que
adquiriam alguma deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios.
A partir desta posição, verifica-se que as pessoas com deficiência ao invés de serem
incluídas eram excluídas, pois na antiguidade, qualquer pessoa que nascesse com algum tipo
de problema, seja ele físico ou intelectual, deveria ser morta. Assim, neste momento da
história do mundo, não havia o sentido de que as pessoas diferentes pudessem ter algum valor
e muito menos de que poderiam fazer parte da sociedade.
Destarte, não havia respeito pelos sujeitos que nasciam com algum tipo de deficiência.
Eles não eram importantes, pois não teriam condições nem físicas, nem mentais para
contribuir na sociedade e também seriam somente estorvos para os seus familiares.
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Segundo a Organização das Nações Unidas (2016), as pessoas com algum tipo de
deficiência são aquelas que têm mais propensão em experimentar a pobreza e isto aumenta a
incidência de problemas de saúde. No mundo inteiro, cerca de 20% de pessoas em situação de
miséria têm algum tipo de deficiência e 80% das pessoas com deficiência vivem em países em
desenvolvimento.
Assim, verifica-se que uma lei pode auxiliar no processo de inclusão. No entanto, se
isso não acontece, primeiramente, nas relações familiares e de amizade, a exclusão fará mais
parte do dia a dia das pessoas com deficiência mesmo dentro da escola, pois eles não se
sentirão aceitos neste tipo de ambiente ou em qualquer outro, pois eles, nos seus lares, não
eram pessoas aceitas.
Além disso, Souza et al. (2011, p.4) explicam que:
Com isso, é possível afirmar que a criança deve ser vista como qualquer outra criança.
Deve-se entender que ela como os seus colegas, que estão naquela situação, precisa do mesmo
atendimento e em nenhum momento negando que ela é diferente dos demais. Deste modo, se
os professores e colegas agirem assim, eles terão o entendimento de que são importantes para
a sociedade e podem continuar em qualquer ambiente mesmo sendo diferentes.
A partir deste relato, verifica-se que até mesmo nos Estados Unidos, país bastante
desenvolvido, o acesso às pessoas com deficiência às melhores escolas, tinha suas
dificuldades. Ainda hoje, tem-se este desafio em aceitar esses indivíduos dentro das
instituições mais conceituadas.
Entre tantos desafios, percebe-se que os movimentos, como o que ocorreu nos Estados
Unidos, fortalecem ainda mais o desejo de que as pessoas com deficiência tenham lugar na
sociedade e sintam-se importantes dentro dela.
A autora explica ainda que foi a partir da Declaração de Salamanca (1994) que se
proclamou que a educação é para todos, independente de suas diferenças.
De acordo com Governo do Estado do Rio Grande do Sul (2014), as primeiras escolas
especiais surgem na metade do século XX para que as pessoas com deficiências físicas
tivessem um local de ensino apropriado já que não eram aceitas em classes regulares.
Com isso, surge no ano de 1923, em Canoas, conforme explica Bueno (1994), o
Instituto Pestallozzi. Já em 1941, o Instituto Santa Luzia é construído a fim de atender as
pessoas com deficiência visual. E, por fim, em 1949, a escola Professor Alberto Duarte, em
Pelotas, atendendo pessoas com deficiência mental
A partir disso, é possível compreender que o estado do Rio Grande do Sul colaborou
com a chegada da educação inclusiva, pois desde a metade do século XX, surgem as primeiras
instituições para atender as pessoas com algum tipo de deficiência.
Foi possível observar junto aos dados do Censo Educacional que no ano de 2015
Cachoeirinha possuiu 29.197 matrículas na educação básica, sendo que destas, 673
matrículas referiam-se a alunos provenientes da educação especial, este valor
equivalia à 2,30% das matrículas da educação básica. O valor percentual das
matrículas na educação especial dentro da educação básica observado para o
município é inferior ao que se refere à região sul, onde houve 6.437.510 matrículas
na educação básica sendo 2,88% (185.185) da educação especial. Por outro lado, o
valor foi superior ao percentual observado para o território brasileiro, de 1,91%
(930.683) das 48.796.512 matrículas da educação básica.
Verifica-se que mesmo com as matrículas das pessoas com deficiência, na cidade de
Cachoeirinha, ainda o índice de acolhimento destes indivíduos é o mais baixo comparado à
Região Sul. No entanto, eles conseguiram atingir um índice maior daquele observado no
Brasil.
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Deste modo, ainda há uma escassez de matrículas na rede de ensino nesta cidade.
Ainda há muito o que ser feito para que as pessoas com deficiência tenham direito a uma
educação adequada e com professores habilitados para ensinar esses jovens.
Já a cidade de Porto Alegre busca várias formas para uma educação inclusiva. Um dos
acontecimentos que mostram isso são as semanas de debates sobre este tema. O principal
objetivo deste evento é debater se há qualidade de ensino para a permanência do aluno
inclusivo dentro das escolas.
Além disso, outros pontos abordados nesta semana inclusiva foi a forma de adaptar os
currículos para estes jovens e como garantir uma educação inclusiva para eles. Com isso,
percebe-se que tanto uma quanto outra cidade procuram métodos para que a inclusão esteja
ativa no meio escolar.
Nos tempos atuais, muito se fala sobre os direitos das pessoas com deficiência. No
entanto, no século passado, estes sujeitos não tinham direito nem ao menos de continuarem
vivendo. Para se compreender tais fatos far-se-á um breve histórico sobre esses sujeitos.
Para Garcia (2011), na História Antiga e Medieval, as pessoas com deficiência tinham
dois destinos: a rejeição e eliminação sumária e a proteção assistencialista. Na Roma Antiga,
havia a permissão de sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência. Já na
Esparta, os bebês ou os sujeitos que adquiriam alguma deficiência eram jogados ao mar ou em
precipícios. Em Atenas, as pessoas com deficiência eram protegidas pela sociedade.
Apesar disso, com o advento do Cristianismo, os romanos passam a perceber as
pessoas com algum tipo de deficiência de uma forma diversa. Isso aconteceu por meio do
conteúdo da doutrina cristã que foi difundida por um pequeno grupo de homens simples. Já na
Idade Média, entre os séculos V e XV, continuou a existir locais, muitas vezes, controlados e
mantidos pelos senhores feudais, instituições de atendimento de doentes e deficientes
(GARCIA, 2011).
A partir do século XIX, nos Estados Unidos, em 1811, estabeleceu-se uma atenção às
pessoas com deficiência neste país, principalmente, para os veteranos de guerra, que haviam
adquirido alguma limitação física. Já, no século seguinte há uma reformulação no tratamento
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e assistência destes sujeitos. A atenção com crianças com alguma deficiência aumentou e
houve um desenvolvimento de especialidades e programas para a reabilitação específicos para
estes sujeitos (GARCIA, 2011)
No entanto, é possível perceber que mudanças ocorreram e que as pessoas devem se
conscientizar de que isso é algo essencial para o desenvolvimento das pessoas com
deficiência. Muitas delas estão, como em séculos passados, em condições de extrema
pobreza.
No Brasil, as questões que envolvem as pessoas com deficiência, segundo Figueira
(2008, p. 17) estão ligadas, “[...] por exemplo, aos mecanismos de exclusão, políticas de
assistencialismo, caridade, inferioridade, oportunismo, dentro outras, construídas
culturalmente.”
Já em 29 de julho de 1868, no Rio de Janeiro, inaugurou-se o “Asilos dos Inválidos da
Pátria”. Neste local, seriam recolhidos e tratados os soldados na velhice ou os mutilados de
guerra, além de ministrar educação aos órfãos e filhos de militares (FIGUEIRA, 2008).
Em meados do século XIX, a partir da criação do Imperial Instituto dos Meninos
Cegos (1854), fica claro que há uma relação entre a doença e deficiência, permanecendo nos
tempos atuais. Isso acontece, pois ao longo da história a deficiência era algo a ser tratado nas
instituições hospitalares e assistenciais (GARCIA, 2011).
6.4. Indicadores
6.4.1 Aprendizagem
O grande desafio nas escolas, nos tempos atuais, está relacionado a aprendizagem,
principalmente dos alunos com deficiência. Logo, entender este processo se faz necessário
para que ele ocorre de forma adequada. Assim, Mota e Pereira (s.d.), explicam que a
aprendizagem é um processo que dura da infância até a velhice.”
Com isso, percebe-se que aprender não está ligado somente ao meio escolar, já que o
aprendizado acontece desde quando a criança aprende a andar, a falar, a escrever, a participar
da sociedade. Após isso, na idade adulta, aprende habilidades ligadas a alguma profissão que
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escolheu e garanta as necessidades básicas que o adulto necessita. E, por fim, se continua
aprendendo na velhice, buscando outros aprendizados que, talvez, não foi possível ter
enquanto estava na fase adulta.
Deste modo, aprender passa pelas vivências das pessoas no dia a dia. Aprende-se
muito com outros povos, outras pessoas, em viagens que os indivíduos fazem, em conversa
em família, em uma reunião em uma empresa. Tudo isso faz parte do aprendizado da pessoa.
Se aprender acontece diariamente, como uma pessoa com deficiência aprende, quais os
requisitos para que ela possa frequentar a escola? Vejamos na próxima seção.
6.4.2 A afetividade
6.4.3 Socialização
Socializar faz parte da vida diária do ser humano. Desde que ele nasce, passa a ter de
conviver com pessoas que conhece e as que não conhece. Grigorowitschs explica que:
Deste modo, para a autora, cada pessoa tem um modo para que a socialização
aconteça. Ela buscará interações, em primeiro lugar, que tenham a mesma base de seus
pensamentos, como no caso de amigos. No entanto, a socialização dos indivíduos também
ocorrem em lugares em que o indivíduo necessita se adaptar, como seu local de trabalhar.
Nestes espaços, normalmente, ocorrem as distinções daquilo que o ser humano tem como sua
essência para a sua vida.
No entanto, mesmo com os atritos interiores, é necessário aprender a conviver com os
demais e, deste modo, socializar com os colegas, amigos e pessoas que passam diariamente
em nossa convivência. Com isso, pode-se afirmar que se para as pessoas ditas “normais”,
socializar implica, muitas vezes, em ter que aceitar os pensamentos e modos do outro sujeito,
e, mesmo assim, é algo difícil. Deste modo, é possível fazer o seguinte questionamento: como
acontece a socialização das pessoas com deficiência, quais são as suas maiores dificuldades?
Segundo Maciel (2000), há uma exclusão social perante estes indivíduos há anos. A
sociedade sempre inabilitou as pessoas com algum tipo de deficiência, marginalizando-as e
privando-as de liberdade. Elas sem o respeito necessário, sem atendimento, sem direitos,
sempre foram alvo de preconceitos e ações impiedosas. Sabendo disso, o que seria possível
para fazer que acontecesse a socialização destes indivíduos?
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Conforme Beltrame, Herber e Ribeiro (2009), a escola tem uma grande importância na
socialização. Deste modo, pode-se afirmar que este ambiente é onde pode-se iniciar a
sociabilização das pessoas com deficiência. Além disso, os mesmos autores explicam que o
processo inclusivo (na escola) favorece a convivência em comunidade, inserindo socialmente
as pessoas com deficiência.
Além disso, a legislação brasileira (LDBEN 9394/96) “busca garantir que a inclusão
escolar permita que as crianças que apresentam algum tipo de necessidade especial, possam se
socializar, desenvolver suas capacidades pessoais e aprimorar sua inteligência emocional.”
Deste modo, a socialização dos sujeitos com algum tipo de deficiência está garantida em lei,
principalmente, pensando que no meio de outros jovens sem deficiência, eles podem se
desenvolver de uma maneira mais sadia tanto intelectualmente quanto emocionalmente.
Para Marcellino:
7 MARCO METODOLÓGICO
existentes, de forma que a pesquisa científica reveste-se de caráter científico quando baseada
na teoria e em aspectos metodológicos.
Para Demo (2000, p.33), “na condição princípio científico, a pesquisa apresenta-se
como a manifestação teórico-metodológica para construir conhecimento.” Ainda, a pesquisa é
definida, conforme Gil (2002, p. 17): “como o procedimento racional e sistemático que tem
como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa será
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, [...].”
Necessariamente, a pesquisa científica carece de métodos para a sua aplicabilidade e validade.
Para esta pesquisa, utilizar-se-á a pesquisa qualitativa. Ela se caracteriza como tal, pelo
fato da investigação buscar valores, atitudes, motivações e causas que se traduzem em dados e
informações surgidas da pesquisa, para a compreensão do problema, porque “Considera-se
que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”
(PRADONOV e FREITAS, 2015, p.70) apud (LUNA, 200, p. 108).
Os dados e informações coletados servirão de subsídios para as conclusões da pesquisa,
uma vez que o pesquisador tem a possibilidade de melhor conhecer e interpretar o problema
de maneira geral, além de compreender o contexto natural e social estudado.
Nesta pesquisa será empregado o método é hermenêutico que, conforme Stein (2004),
apresenta muitos significados, tais como interpretar, traduzir, proclamar, fazer compreender.
Assim, com este método é possível realizar a comunicação, tradução, interpretação,
atualização e leitura de uma determinada realidade, para se compreender uma situação.
Além disso, este método valoriza o aspecto dialético e dialógico, buscando a
aproximação das ideias e o seu confronto com a teoria e a prática de forma argumentativa e
metodológica.
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A população de estudo será composta pelos pais e alunos com deficiências na cidade
Cachoeirinha. Neste município, há um universo de 14 escolas de Ensino Médio, com 4000 mil
alunos, sendo 45 alunos com algum tipo de deficiência e 392 professores. A instituição
escolhida tem 340 alunos, 35 professores, 21 alunos com algum tipo de deficiência. Desses,
cinco participarão da pesquisa para a tese de doutorado e 10 professores.
Segundo Chemin (2012, p. 54): “A população deve ser entendida como a totalidade de
elementos, sujeitos ou objetos que possuem informações relevantes para a compreensão do
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problema de pesquisa.” Assim, a população de estudo será o universo das escolas que inserem
pessoas com deficiências em suas classes.
7.4 Quadro demonstrativo das escolas públicas em relação à quantidade de alunos com
deficiência
7.5 Amostra
A amostra se caracteriza por uma pequena parte da população que será utilizada em
uma pesquisa. Segundo Barros; Lehfeld, 2002 apud Chemin (2012, p. 54):
A amostra é apenas uma parte da população de estudo que deve procurar preencher
duas exigências: a representatividade e a proporção. A amostra pode ser obtida de
acordo com uma determinada técnica de amostragem, que pode ser probabilística ou
não-probabilística [...].
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Assim, o presente projeto de pesquisa tem como previsão trabalhar com dez (5) alunos
com deficiência e os pais destes sujeitos que totalizam 10 (dez).
ICD 01/19 e ICD 02/19: Entrevista semiestruturada com pais com foco no Ensino
Fundamental.
Para Moré (2015, p.127), a entrevista semiestruturada:
Entende-se que a entrevista, seja ela em profundidade, seja semiestruturada, no
contexto da pesquisa qualitativa, respeitando as devidas adequações para o contexto
individual e grupal, junto à observação do participante de campo constituem-se nos
dois principais instrumentos de coleta de dados, visto que permitem trazer à tona
informações de ângulos diferentes tanto do contexto, como sobre o fenômeno
investigado, o que permite a melhor compreensão e integralização dos dados quando
da ocasião do seu processo de análise. Nesse sentido, considera-se a utilização de
ambos (a entrevista e a observação) como uma combinação necessária, visando à
melhor contextualização dos dados.
ICD 03/19: Questionário com perguntas abertas e fechadas e uso da Escala Likert
Já “a escala Likert é constituída por cinco itens que variam da total discordância até a
total concordância sobre determinada afirmação” (BERMUDES, et al., 2016, p.7).
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ICD 04/19: Roda de Conversa a partir da percepção dos alunos com deficiência quanto
do ingresso ao Ensino Médio
A roda de conversa conforme Guarda et al. ( 2017, p. 12886), “no contexto da Roda de
Conversa, o diálogo é um momento singular de partilha, uma vez que pressupõe um exercício
de escuta e fala.” Já a semiótica, Sousa, Lellis e Araújo (2012, p.3):
8 RESULTADOS ESPERADOS
Como os resultados, espera-se identificar qual foi a realidade que os alunos e os pais
encontraram ao ingressar no Ensino Médio Regular e qual as perspectivas que tiveram ao
final do ano letivo. Para isso, buscar-se-á conhecer o processo de inclusão das pessoas com
deficiência por meio da transição do Ensino Fundamental ao Ensino Médio a partir dos
indicadores afetividade, socialização e aprendizagem.
Para isso, as percepções dos pais, em relação aos alunos com deficiência serão
analisadas, em relação aos três indicadores quanto à transição do Ensino Fundamental ao
Ensino Médio. Já em relação aos professores, o questionamento será em relação ao
desenvolvimento sociocognitivo, considerando suas modificações em cada ano avançado.
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Além disso, será feita uma roda de conversa com os discentes com deficiência para
saber as suas percepções referentes aos indicadores afetividade, socialização e aprendizagem
e, a partir disso, um audiovisual será produzido para uma análise semiótica sobre os
indicadores.
9 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
2019 2020
ATIVIDADES / MESES
J F MA MJ J A S O N D J F MA MJ
Início da pesquisa x
Qualificação do projeto x
REFERÊNCIAS
24
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estadual paulista: desafios à inclusão dos alunos com deficiência. 2008. 230 f. Dissertação
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25
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educ. PUC-Camp., Campinas, 22(3):497-513, set./dez., 2017.
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STAINBACK, Suzan & Willian Satainback. Inclusão: Um Guia para Educadores. Porto
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