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UNIVERSIDAD EVANGELICA DEL PARAGUAY- UEP

DIRECCION DE POSTGRADO
PROGRAMA DEL POSTGRADO EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN - PPGCE

PROJETO DE PESQUISA PARA O DOUTORADO DO PROGRAMA DE POS-


GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO - PPGCE

TRAJETÓRIA DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E O PROCESSO DE INCLUSÃO


ESCOLAR DIANTE DOS INDICADORES AFETIVIDADE, SOCIALIZAÇÃO E
APRENDIZAGEM

DOUTORANDA: JANAÍNA FIORENZANO ARAÚJO

ORIENTADORA: Profª. Dra. Andreia Castiglia Fernandes

ASSUNÇÃO – PY
2018

SUMÁRIO
1 TÍTULO DO PROJETO..............................................................................................................3
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA..........................................................................................................3
4 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................................4
5 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................................5
5.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................................................5

6 MARCO TEÓRICO.....................................................................................................................6
6.1 Inclusão.......................................................................................................................................7
6.1.1 A inclusão no mundo................................................................................................................8
6.1.2 A inclusão no Brasil........................................................................................................................9
6.1.3 A inclusão no Estado do Rio Grande do Sul..................................................................................9
6.1.4 A inclusão na cidade de Cachoeirinha...........................................................................................9
6.2 Educação Inclusiva...........................................................................................................................10
6.2.1 Educação Inclusiva no Mundo.....................................................................................................10
6.2.2 Educação Inclusiva no Brasil.......................................................................................................11
6.2.3 Educação Inclusiva no Rio Grande do Sul..................................................................................12
6.2.4 Inclusão Escolar no município de Cachoeirinha.........................................................................12
6.3 Pessoas com deficiência ...................................................................................................................13

6.4 Aprendizagem...........................................................................................................................14
6.4.2 Socialização............................................................................................................................16
7 MARCO METODOLÓGICO.......................................................................................................17
7.1 Pesquisa Científica...........................................................................................................................18

7.2 Tipo da pesquisa.........................................................................................................................18


7.3 Método e metodologia de pesquisa..................................................................................................18
7.4 Técnicas de análise de dados...........................................................................................................19
7.5 População de estudo.....................................................................................................................20
7.7 Amostra.........................................................................................................................................21
7.8 Instrumento de coleta de dados (ICD).......................................................................................21
8 RESULTADOS ESPERADOS.....................................................................................................23
9 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES..........................................................................................23
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................24
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1 TÍTULO DO PROJETO

TRAJETÓRIA DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E O PROCESSO DE INCLUSÃO


ESCOLAR DIANTE DOS INDICADORES AFETIVIDADE, SOCIALIZAÇÃO E
APRENDIZAGEM

2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O tema para este projeto é a inclusão das pessoas com deficiência. Esta temática é um
fator de discussão desde a Idade Média. Nesta época, as pessoas com algum tipo de
deficiência eram lançadas em penhascos para não viverem.
No entanto, com o passar do tempo, esta situação foi mudando, principalmente com o
advento do Cristianismo. Nessa ocasião, mudou-se o olhar para as pessoas com algum tipo de
deficiência, evitando, deste modo, que fossem eliminadas. No século XX, aumentou-se a
preocupação com estes indivíduos, sendo desenvolvidos programas de reabilitação para que
eles pudessem participar da sociedade sem serem discriminados.
No Brasil, no ano de 1981, as pessoas com deficiência, deixam de ser ignoradas, pois,
neste ano, foi declarado, pela Organização das Nações Unidas (ONU), o ano internacional da
pessoa com deficiência. No estado do Rio Grande do Sul, em abril de 1999, surge a política
pública para a inclusão social a fim de melhorar a sociabilidade das pessoas com deficiência.
Sabendo disso, buscar-se-á entender se esta inclusão, que acontece na escola, é uma
realidade e se as perspectivas esperadas pelos pais e alunos são reais diante do que eles
acreditam que seja adequado para que uma escola regular seja inclusiva.
O período para esta analise será de 2019 até 2020. Para este projeto, buscou-se uma
escola pública, na cidade de Cachoeirinha, no Estado do Rio Grande do Sul, que tivesse um
maior número de alunos com deficiência. Com isso, cinco alunos com deficiências múltiplas
foram escolhidos para fazerem parte deste processo.
4

3 PROBLEMA

Como ocorre o processo de inclusão de alunos com deficiência diante das relações de
afetividade, socialização e aprendizagem a partir de sua trajetória escolar?

4 JUSTIFICATIVA

Este trabalho tem significativa importância para as áreas da Educação e da


Deficiência. Ele traz vários fundamentos para entender como os pais e alunos com deficiência
lidam com as realidades encontradas na transição do Ensino Fundamental para o início do
Ensino Médio. Estes parâmetros estão relacionados aos indicadores afetividade, socialização e
aprendizagem que são as perspectivas esperadas neste sentido. Garimpando estudos já
realizados, encontram-se teses e dissertações que se aproximam do tema a ser pesquisado,
desenvolvidos em outros estados.
Nesse sentido, cita-se a dissertação de mestrado “O trabalho pedagógico no ensino
médio, na rede pública estadual paulista: desafios à inclusão dos alunos com deficiência
desenvolvida (2016), por Barros, tendo como objetivo analisar o trabalho pedagógico no
Ensino Médio. Ele é desenvolvido com os alunos com deficiência física e auditiva que
estão em classe comum, em duas escolas da rede estadual, na Região Metropolitana de
Campinas.
Uma outra pesquisa, que traz contribuições para o presente estudo, é a tese de
doutorado, intitulada “História de Vida de alunos com deficiência intelectual: percurso
escolar e a constituição do sujeito”, (2012), escrita por Antunes. O objetivo desta pesquisa foi
compreender o processo de inclusão das pessoas com deficiência intelectual na escola regular
a partir das histórias de cinco jovens inseridos na rede regular de ensino.
A tese de doutorado que se denomina “Direito à educação: a inclusão de alunos com
deficiência no Ensino Médio e a organização dos sistemas de ensino”, (2012), de Zardo. Esta
tem por objetivo analisar os processos de gestão dos sistemas de ensino das Unidades
Federativas brasileiras com vistas à inclusão escolar de jovens com deficiência no Ensino
Médio.
5

As três se aproximam do tema em estudo, mas nenhuma das teses e dissertações têm o
mesmo questionamento de pesquisa da que segue, porém contribuem, de forma significativa
com teorias e resultados encontrados que auxiliarão na produção desta tese de doutorado.

5 OBJETIVO GERAL

Analisar o processo de inclusão de alunos com deficiência diante das relações de afetividade,
socialização e aprendizagem a partir de sua trajetória escolar.

5.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Conhecer o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência através da sua
trajetória no ensino fundamental, diante dos indicadores afetividade, socialização e
aprendizagem por meio de entrevistas com os pais;

b) identificar o processo de inclusão escolar no momento em que os alunos com deficiência


iniciam a trajetória escolar no Ensino Médio, conhecendo as percepções dos pais com relação
aos indicadores afetividade, socialização e aprendizagem, considerando suas modificações em
cada ano avançado;

c) descrever a percepção dos professores no processo de inclusão escolar durante o Ensino


Médio, por meio de questionários, relacionado ao desenvolvimento afetivo sócio cognitivo
considerando suas modificações em cada ano avançado;

d) compreender a inclusão escolar no tocante à realidade dos alunos com deficiência por meio
de uma roda de conversa, relacionando o acesso às classes regulares do Ensino Médio diante
dos indicadores afetividade, socialização e aprendizagem;

e) analisar as informações apresentadas nas entrevistas e questionários construindo um


documentário audiovisual que gere reflexões sobre a realidade pesquisada, fornecendo
6

subsídios para a construção de um processo de Educação Inclusiva na trajetória escolar destes


alunos.

6 MARCO TEÓRICO

O marco teórico se fundamentará por meio de livros, revistas científicas, teses e


dissertações que tratam da inclusão de pessoas com deficiência, com o aporte de autores que
escrevem sobre a aprendizagem das pessoas com deficiência na transição do Ensino
Fundamental para o Ensino Médio.

6.1 Educação

A educação tem a característica de formar uma relação interativa na sala de aula, pois
antes do conhecimento, uma educação afetiva é necessária. Essa está pautada nos direitos
humanos, por isso deve ser efetivada com base na igualdade e no saber lidar com a diferença
do outro.
Conforme Araújo et al (2011, p.925) “A educação é um processo, não um fim em si
mesmo, portanto precisa sofrer intervenções positivas para o seu aprimoramento. O uso das
tecnologias na área da educação pode exercer um papel importante na relação ensino-
aprendizagem.”
Quando se pensa em educação, deve-se entender que a mesma é interdisciplinar e está
presente no meio social, na escola, no trabalho e, hoje em dia, principalmente, no meio digital.
Sabendo disso, as escolas vêm contribuindo, cada vez mais, com as tecnologias
informatizadas para atender os seus alunos. As novas tecnologias se difundiram de uma forma
veloz nas instituições e chegaram para auxiliar o indivíduo. Ela trouxe a estes sujeitos
recursos que os fizeram ter mais autonomia.
Para Araújo et al (2011, p.925), “[...] uma sociedade humana não pode sobreviver se a
cultura não for transmitida de geração a geração e é a educação que garante esta transmissão
[...]”. Deste modo, deve-se dar valor à educação, fazer com que ela valha a pena e quem sem
7

ela o ser humano não pode sobreviver. Ela é o principal meio de se conseguir desenvolver a
cultura de geração em geração.
Peregrino explica que:
Em relação à educação, os dados e diagnósticos são abundantes e a intervenção nos
sistemas educativos está à cargo do Estado, o que facilitava tanto a identificação de
problemas a serem priorizados quanto as respostas dos demais agentes que, em
grande medida, guardam certa dependência, sobretudo orçamentária, em relação ao
governo federal (2018, p.14).

No entanto, a educação por estar presa a um governo, muitas vezes perde a sua
independência e, deste modo, deixa de ter uma certa liberdade em relação à sua estruturação
didática, tendo que se adequar àquilo que o país e que o governo desejam implantar e, muitas
vezes, não está tão adequado para determinada região ou cidade.
Deste modo, o melhor, seria que cada escola pudesse estabelecer medidas concretas
para seus alunos e, assim, melhorar a qualidade da educação.
Fernandes, Lima e Miranda explicitam que:
[...] educação se dá a partir da cidade (pelos equipamentos), na cidade
(pelos agentes) e para a cidade - o que implica pensar no excesso de
institucionalização e usar/ocupar o espaço público e urbano. Implica,
ainda, garantir tempo livre para usar, usufruir e intervir na cidade
(inclusive sem a tutela do adulto e das instituições, especialmente da
escola (2017, p. 501).

Deste modo, é preciso entender que a educação acontecer em vários lugares: na


rua, numa conversa com os amigos, em uma leitura, em um passeio e não somente
dentro da escola e num formato enviado por um governo federal de ensino. Deve-se
buscar todas as formas de educação para atrair o aluno e mostrar-lhe que no dia a dia
ocorre a aprendizagem e que o seu tempo livre é um momento de procurar novas
formas de saberes.

6.2 Educação Inclusiva

6.2.1 Inclusão

A inclusão surge nas legislações mundiais a fim de reintegrar aqueles sujeitos que
eram rejeitados pela sociedade. Assim, para que as pessoas com deficiência fossem aceitas no
meio em que viviam, foi necessário criar regulamentações e regulações. No contexto destas
8

leis está o foco central da inserção, para que instituíssem a importância desses indivíduos no
meio social.
Segundo Rodrigues (2014, s.n), “a palavra “inclusão” apareceu para assinalar outra
visão, surgiu com a ideia que não é só o indivíduo tem de procurar e se integrar na sociedade/
comunidade/escola mas que estas estruturas têm pelo seu lado de se modificar, de se
aproximar do indivíduo.”
Com isso, que não basta a pessoa se incluir na sociedade, deve haver uma consciência
das empresas, das escolas, dos locais de entretenimento a fim de que estas pessoas se sintam
acolhidas. O querer delas não é o suficiente para que a inclusão aconteça. Todos precisam
estar atentos a esta realidade e fazer com que a inclusão aconteça.

6.2.2 A inclusão no mundo

No século atual, há muitas iniciativas para que as pessoas com deficiência sejam
inseridas no meio social. No entanto, isso não era praxe em décadas passadas onde incluir
pessoas com deficiência na sociedade era uma questão muito delicada.
No entender de Garcia (2011, s.n.):

As pessoas com deficiência, via de regra, receberam dois tipos de tratamento quando
se observa a História Antiga e Medieval: a rejeição e eliminação sumária, de um
lado, e a proteção assistencialista e piedosa, de outro. Na Roma Antiga, tanto os
nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com
algum tipo de deficiência. Da mesma forma, em Esparta, os bebês e as pessoas que
adquiriam alguma deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios.

A partir desta posição, verifica-se que as pessoas com deficiência ao invés de serem
incluídas eram excluídas, pois na antiguidade, qualquer pessoa que nascesse com algum tipo
de problema, seja ele físico ou intelectual, deveria ser morta. Assim, neste momento da
história do mundo, não havia o sentido de que as pessoas diferentes pudessem ter algum valor
e muito menos de que poderiam fazer parte da sociedade.
Destarte, não havia respeito pelos sujeitos que nasciam com algum tipo de deficiência.
Eles não eram importantes, pois não teriam condições nem físicas, nem mentais para
contribuir na sociedade e também seriam somente estorvos para os seus familiares.
9

6.2.3 A inclusão no Brasil

Segundo a Organização das Nações Unidas (2016), as pessoas com algum tipo de
deficiência são aquelas que têm mais propensão em experimentar a pobreza e isto aumenta a
incidência de problemas de saúde. No mundo inteiro, cerca de 20% de pessoas em situação de
miséria têm algum tipo de deficiência e 80% das pessoas com deficiência vivem em países em
desenvolvimento.

6.2.4 A inclusão no Estado do Rio Grande do Sul

Incluir as pessoas com deficiência é uma incumbência de todos os Estados brasileiros,


pois em todo as cidades do Brasil há sujeitos que têm algum tipo de deficiência. O Estado do
Rio Grande do Sul, em conformidade com Furtado (2008) tem proporções similares a do país:
o percentual de pessoas com deficiência é de 15,07% e, também no RS, a deficiência visual é
a que apresenta uma maior proporção (9,62%).
Assim, percebe-se que o Rio Grande do Sul tem um número acentuado de pessoas
com deficiências, quando comparamos ao Brasil principalmente de pessoas com deficiência
visual.

6.2.5 A inclusão na cidade de Cachoeirinha

Na prefeitura de Cachoeirinha, ocorre, no mês agosto, a Semana Municipal da Pessoa


com Deficiência. No ano de 2017, ocorreram atividades como caminhada pela inclusão,
piquenique pela inclusão, palestras, entre outras atividades.
Nesta cidade, a Semana Municipal da Pessoa com Deficiência foi instituída pela Lei
Municipal n. 3229, de 30 de setembro de 2010. É promovida pela Secretaria Municipal de
Assistência Social, Cidadania e Habitação. A unidade municipal responsável pelo
atendimento das pessoas com deficiência é o CREAS/CEPEFA Rodrigo Marcelino (O
REPORTER, 2017).
10

6.2.6 Educação Inclusiva

Em se tratando de educação inclusiva, Maciel (2000, p. 52) explica:

A inclusão escolar, fortalecida pela Declaração de Salamanca, no entanto, não


resolve todos os problemas de marginalização dessas pessoas, pois o processo de
exclusão é anterior ao período de escolarização, iniciando-se no nascimento ou
exatamente no momento em aparece algum tipo de deficiência física ou mental,
adquirida ou hereditária, em algum membro da família

Assim, verifica-se que uma lei pode auxiliar no processo de inclusão. No entanto, se
isso não acontece, primeiramente, nas relações familiares e de amizade, a exclusão fará mais
parte do dia a dia das pessoas com deficiência mesmo dentro da escola, pois eles não se
sentirão aceitos neste tipo de ambiente ou em qualquer outro, pois eles, nos seus lares, não
eram pessoas aceitas.
Além disso, Souza et al. (2011, p.4) explicam que:

no contexto da inclusão educacional de crianças com necessidades especiais é


fundamental que a criança seja vista como criança, não lhe negando sua diferença ou
característica orgânica, mas nunca se deve supervalorizar esse fator e resumir uma
ação a uma única característica, principalmente aquele que deprecia uma pessoa ao
diferenciá-la diante das demais.

Com isso, é possível afirmar que a criança deve ser vista como qualquer outra criança.
Deve-se entender que ela como os seus colegas, que estão naquela situação, precisa do mesmo
atendimento e em nenhum momento negando que ela é diferente dos demais. Deste modo, se
os professores e colegas agirem assim, eles terão o entendimento de que são importantes para
a sociedade e podem continuar em qualquer ambiente mesmo sendo diferentes.

6.2.7 Educação Inclusiva no Mundo

Para Stainbak e Stainbak (1999) a educação inclusiva originou-se, nos Estados


Unidos, sob a lei 94.142, de 1975, por meio de movimentos sociais de pais e alunos com
deficiência em que eles requereram a admissão de seus filhos com necessidades educacionais
especiais nas escolas de qualidade.
11

A partir deste relato, verifica-se que até mesmo nos Estados Unidos, país bastante
desenvolvido, o acesso às pessoas com deficiência às melhores escolas, tinha suas
dificuldades. Ainda hoje, tem-se este desafio em aceitar esses indivíduos dentro das
instituições mais conceituadas.
Entre tantos desafios, percebe-se que os movimentos, como o que ocorreu nos Estados
Unidos, fortalecem ainda mais o desejo de que as pessoas com deficiência tenham lugar na
sociedade e sintam-se importantes dentro dela.
A autora explica ainda que foi a partir da Declaração de Salamanca (1994) que se
proclamou que a educação é para todos, independente de suas diferenças.

6.2.8 Educação Inclusiva no Brasil

No Brasil, a fase de institucionalização se dá a partir do Sec. XIX, com “a criação do


“Instituto dos Meninos Cegos” (hoje “Instituto Benjamin Constant”) em 1854, e do “Instituto
dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES”) em 1857,
ambos na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do governo Imperial (JANNUZZI, 1992;
BUENO, 1993; MAZZOTTA, 1996).
Para Gomes (2013), até os anos 40, a educação especial no Brasil não tinha uma
atenção merecida nem da sociedade nem do governo. A partir de 1960, inicia-se a criação de
uma política educacional que visava a Educação Especial. Elaboraram-se, então, as leis
4024/61 e 5692/71 que colaboraram para criar um sistema educacional no país. Nessa época,
instituições como a Sociedade Pestalozzi do Brasil e a APAE (Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais), criadas nas décadas de 1940 e 1950, expandiram-se no Brasil. Em 1969,
havia mais de 800 escolas especializadas na educação de pessoas com deficiência mental.
O autor supracitado explicita que a política de educação inclusiva no Brasil se
fortalece no ano de 1988, com o artigo 208 da Constituição Federal Brasileira. Esse garante
que as pessoas com deficiência sejam atendidas, preferencialmente no ensino regular.
Com as citações acima, pode-se verificar que no Brasil já existem leis que estimulam a
educação inclusiva para as pessoas com deficiência. No entanto, ainda é necessário serem
aplicadas dentro das instituições. Não basta matricular o aluno na escola regular se nela não
12

há as condições necessárias de adaptação para que esses indivíduos se desenvolvam


intelectual e socialmente como discentes “normais”.

6.2.9 Educação Inclusiva no Rio Grande do Sul

De acordo com Governo do Estado do Rio Grande do Sul (2014), as primeiras escolas
especiais surgem na metade do século XX para que as pessoas com deficiências físicas
tivessem um local de ensino apropriado já que não eram aceitas em classes regulares.
Com isso, surge no ano de 1923, em Canoas, conforme explica Bueno (1994), o
Instituto Pestallozzi. Já em 1941, o Instituto Santa Luzia é construído a fim de atender as
pessoas com deficiência visual. E, por fim, em 1949, a escola Professor Alberto Duarte, em
Pelotas, atendendo pessoas com deficiência mental
A partir disso, é possível compreender que o estado do Rio Grande do Sul colaborou
com a chegada da educação inclusiva, pois desde a metade do século XX, surgem as primeiras
instituições para atender as pessoas com algum tipo de deficiência.

6.2.10 Inclusão Escolar no município de Cachoeirinha

A inclusão escolar é um motivo de discussão e criação de leis e direitos no mundo


inteiro. Deste modo, como funciona a inclusão escolar nos municípios de Cachoeirinha.
Balbinot (2016, 29-30), responde o seguinte em relação à cidade de Cachoeirinha:

Foi possível observar junto aos dados do Censo Educacional que no ano de 2015
Cachoeirinha possuiu 29.197 matrículas na educação básica, sendo que destas, 673
matrículas referiam-se a alunos provenientes da educação especial, este valor
equivalia à 2,30% das matrículas da educação básica. O valor percentual das
matrículas na educação especial dentro da educação básica observado para o
município é inferior ao que se refere à região sul, onde houve 6.437.510 matrículas
na educação básica sendo 2,88% (185.185) da educação especial. Por outro lado, o
valor foi superior ao percentual observado para o território brasileiro, de 1,91%
(930.683) das 48.796.512 matrículas da educação básica.

Verifica-se que mesmo com as matrículas das pessoas com deficiência, na cidade de
Cachoeirinha, ainda o índice de acolhimento destes indivíduos é o mais baixo comparado à
Região Sul. No entanto, eles conseguiram atingir um índice maior daquele observado no
Brasil.
13

Deste modo, ainda há uma escassez de matrículas na rede de ensino nesta cidade.
Ainda há muito o que ser feito para que as pessoas com deficiência tenham direito a uma
educação adequada e com professores habilitados para ensinar esses jovens.
Já a cidade de Porto Alegre busca várias formas para uma educação inclusiva. Um dos
acontecimentos que mostram isso são as semanas de debates sobre este tema. O principal
objetivo deste evento é debater se há qualidade de ensino para a permanência do aluno
inclusivo dentro das escolas.
Além disso, outros pontos abordados nesta semana inclusiva foi a forma de adaptar os
currículos para estes jovens e como garantir uma educação inclusiva para eles. Com isso,
percebe-se que tanto uma quanto outra cidade procuram métodos para que a inclusão esteja
ativa no meio escolar.

6.3 Pessoas com deficiência

Nos tempos atuais, muito se fala sobre os direitos das pessoas com deficiência. No
entanto, no século passado, estes sujeitos não tinham direito nem ao menos de continuarem
vivendo. Para se compreender tais fatos far-se-á um breve histórico sobre esses sujeitos.
Para Garcia (2011), na História Antiga e Medieval, as pessoas com deficiência tinham
dois destinos: a rejeição e eliminação sumária e a proteção assistencialista. Na Roma Antiga,
havia a permissão de sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência. Já na
Esparta, os bebês ou os sujeitos que adquiriam alguma deficiência eram jogados ao mar ou em
precipícios. Em Atenas, as pessoas com deficiência eram protegidas pela sociedade.
Apesar disso, com o advento do Cristianismo, os romanos passam a perceber as
pessoas com algum tipo de deficiência de uma forma diversa. Isso aconteceu por meio do
conteúdo da doutrina cristã que foi difundida por um pequeno grupo de homens simples. Já na
Idade Média, entre os séculos V e XV, continuou a existir locais, muitas vezes, controlados e
mantidos pelos senhores feudais, instituições de atendimento de doentes e deficientes
(GARCIA, 2011).
A partir do século XIX, nos Estados Unidos, em 1811, estabeleceu-se uma atenção às
pessoas com deficiência neste país, principalmente, para os veteranos de guerra, que haviam
adquirido alguma limitação física. Já, no século seguinte há uma reformulação no tratamento
14

e assistência destes sujeitos. A atenção com crianças com alguma deficiência aumentou e
houve um desenvolvimento de especialidades e programas para a reabilitação específicos para
estes sujeitos (GARCIA, 2011)
No entanto, é possível perceber que mudanças ocorreram e que as pessoas devem se
conscientizar de que isso é algo essencial para o desenvolvimento das pessoas com
deficiência. Muitas delas estão, como em séculos passados, em condições de extrema
pobreza.
No Brasil, as questões que envolvem as pessoas com deficiência, segundo Figueira
(2008, p. 17) estão ligadas, “[...] por exemplo, aos mecanismos de exclusão, políticas de
assistencialismo, caridade, inferioridade, oportunismo, dentro outras, construídas
culturalmente.”
Já em 29 de julho de 1868, no Rio de Janeiro, inaugurou-se o “Asilos dos Inválidos da
Pátria”. Neste local, seriam recolhidos e tratados os soldados na velhice ou os mutilados de
guerra, além de ministrar educação aos órfãos e filhos de militares (FIGUEIRA, 2008).
Em meados do século XIX, a partir da criação do Imperial Instituto dos Meninos
Cegos (1854), fica claro que há uma relação entre a doença e deficiência, permanecendo nos
tempos atuais. Isso acontece, pois ao longo da história a deficiência era algo a ser tratado nas
instituições hospitalares e assistenciais (GARCIA, 2011).

6.4. Indicadores

6.4.1 Aprendizagem

O grande desafio nas escolas, nos tempos atuais, está relacionado a aprendizagem,
principalmente dos alunos com deficiência. Logo, entender este processo se faz necessário
para que ele ocorre de forma adequada. Assim, Mota e Pereira (s.d.), explicam que a
aprendizagem é um processo que dura da infância até a velhice.”
Com isso, percebe-se que aprender não está ligado somente ao meio escolar, já que o
aprendizado acontece desde quando a criança aprende a andar, a falar, a escrever, a participar
da sociedade. Após isso, na idade adulta, aprende habilidades ligadas a alguma profissão que
15

escolheu e garanta as necessidades básicas que o adulto necessita. E, por fim, se continua
aprendendo na velhice, buscando outros aprendizados que, talvez, não foi possível ter
enquanto estava na fase adulta.
Deste modo, aprender passa pelas vivências das pessoas no dia a dia. Aprende-se
muito com outros povos, outras pessoas, em viagens que os indivíduos fazem, em conversa
em família, em uma reunião em uma empresa. Tudo isso faz parte do aprendizado da pessoa.
Se aprender acontece diariamente, como uma pessoa com deficiência aprende, quais os
requisitos para que ela possa frequentar a escola? Vejamos na próxima seção.

6.4.2 A afetividade

Fazer parte do processo de aprendizado de uma pessoa com deficiência é ao mesmo


tempo desafiante e gratificante, pois as pessoas que ensinam estes jovens e/adultos com algum
tipo de deficiência também passam por um processo intenso de aprendizagem a cada dia que
tem contato com eles, pois o aprendizado deles perpassa pela afetividade que propicia
condições para que elas se desenvolvam, entre outros processos.
Segundo Pimentel (s.d.), os alunos com algum tipo de deficiência precisam ser
estimulados para superarem suas dificuldades, sejam elas quais forem, pois, para estes
sujeitos, o seu processo de ensino e aprendizagem passa pelos seguintes pontos: afetividade,
socialização, linguagem, psicomotricidade, arte e alimentação.
Por esses motivos, não se pode querer que uma pessoa com deficiência aprenda e
realize questões de matemática, português, ciência, entre outras disciplinas, se ela não for
estimulada, em primeiro lugar na afetividade. Pimentel (s.d., p. 5) sobre esse assunto, explica
que “a primeira coisa que se deve fazer ao trabalhar com o ensino e aprendizagem das
crianças com deficiência é a afetividade, já que propicia condições para desenvolver suas
criatividades”
Deste modo, é possível almejar que uma criança com deficiência aprenda a ler,
escrever e fazer cálculos matemáticos. No entanto, o primeiro aprendizado tem que estar
ligado à afetividade para que, após isso, ele esteja apto para conhecer outras formas de
aprendizagem.
16

É preciso entender que um jovem com deficiência necessita de atendimento


especializado para que, após isso, ele esteja apto a dominar outras formas de conhecimento.

6.4.3 Socialização

Socializar faz parte da vida diária do ser humano. Desde que ele nasce, passa a ter de
conviver com pessoas que conhece e as que não conhece. Grigorowitschs explica que:

[...] os processos de socialização envolvem um ser humano individual (todo um


espectro de experiências, posicionamentos, saberes, estruturas emocionais,
capacidades cognitivas); suas interações, comunicações e atividades no meio social
em que vive (relações familiares, escolares, interações com outras crianças, meios de
comunicação de massa, religião etc.); bem como as distinções sociais que podem se
manifestar em todas essas relações (sua pertença racial, de gênero, de estratificação
social etc.) (2008, 37).

Deste modo, para a autora, cada pessoa tem um modo para que a socialização
aconteça. Ela buscará interações, em primeiro lugar, que tenham a mesma base de seus
pensamentos, como no caso de amigos. No entanto, a socialização dos indivíduos também
ocorrem em lugares em que o indivíduo necessita se adaptar, como seu local de trabalhar.
Nestes espaços, normalmente, ocorrem as distinções daquilo que o ser humano tem como sua
essência para a sua vida.
No entanto, mesmo com os atritos interiores, é necessário aprender a conviver com os
demais e, deste modo, socializar com os colegas, amigos e pessoas que passam diariamente
em nossa convivência. Com isso, pode-se afirmar que se para as pessoas ditas “normais”,
socializar implica, muitas vezes, em ter que aceitar os pensamentos e modos do outro sujeito,
e, mesmo assim, é algo difícil. Deste modo, é possível fazer o seguinte questionamento: como
acontece a socialização das pessoas com deficiência, quais são as suas maiores dificuldades?
Segundo Maciel (2000), há uma exclusão social perante estes indivíduos há anos. A
sociedade sempre inabilitou as pessoas com algum tipo de deficiência, marginalizando-as e
privando-as de liberdade. Elas sem o respeito necessário, sem atendimento, sem direitos,
sempre foram alvo de preconceitos e ações impiedosas. Sabendo disso, o que seria possível
para fazer que acontecesse a socialização destes indivíduos?
17

Conforme Beltrame, Herber e Ribeiro (2009), a escola tem uma grande importância na
socialização. Deste modo, pode-se afirmar que este ambiente é onde pode-se iniciar a
sociabilização das pessoas com deficiência. Além disso, os mesmos autores explicam que o
processo inclusivo (na escola) favorece a convivência em comunidade, inserindo socialmente
as pessoas com deficiência.
Além disso, a legislação brasileira (LDBEN 9394/96) “busca garantir que a inclusão
escolar permita que as crianças que apresentam algum tipo de necessidade especial, possam se
socializar, desenvolver suas capacidades pessoais e aprimorar sua inteligência emocional.”
Deste modo, a socialização dos sujeitos com algum tipo de deficiência está garantida em lei,
principalmente, pensando que no meio de outros jovens sem deficiência, eles podem se
desenvolver de uma maneira mais sadia tanto intelectualmente quanto emocionalmente.
Para Marcellino:

Apesar de ser fundamental, não basta construir rampas e elevadores ou colocar


assentos preferenciais em ônibus. A sociedade precisa estar preparada para olhar
para a diferença e parar de achar feio o que não é espelho. E esse trabalho só pode
ser feito através da educação. Alguns conceitos precisam ser redefinidos e
difundidos, pois o preconceito (que nada mais é que um pré-conceito, uma idéia
(sic.) que se faz de algo que não é ainda conhecido) é construído socialmente (2003,
p. 103).

Assim, de acordo com Marcellino, a socialização também pode ser um meio de


discriminação, caso as pessoas não tiverem consciência de que além de construírem estruturas
físicas nas ruas, nas escolas, nas empresas, necessitam adequar sua maneira de olhar para as
pessoas com deficiência, a socialização será somente uma ilusão.

7 MARCO METODOLÓGICO

7.1 Pesquisa Científica

A pesquisa, em termos científicos, tem a finalidade de responder aos questionamentos


que se pretende investigar, na busca de novos conhecimentos ou para atualizar os já
18

existentes, de forma que a pesquisa científica reveste-se de caráter científico quando baseada
na teoria e em aspectos metodológicos.
Para Demo (2000, p.33), “na condição princípio científico, a pesquisa apresenta-se
como a manifestação teórico-metodológica para construir conhecimento.” Ainda, a pesquisa é
definida, conforme Gil (2002, p. 17): “como o procedimento racional e sistemático que tem
como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa será
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, [...].”
Necessariamente, a pesquisa científica carece de métodos para a sua aplicabilidade e validade.

7.1.1 Tipo da pesquisa

Para esta pesquisa, utilizar-se-á a pesquisa qualitativa. Ela se caracteriza como tal, pelo
fato da investigação buscar valores, atitudes, motivações e causas que se traduzem em dados e
informações surgidas da pesquisa, para a compreensão do problema, porque “Considera-se
que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”
(PRADONOV e FREITAS, 2015, p.70) apud (LUNA, 200, p. 108).
Os dados e informações coletados servirão de subsídios para as conclusões da pesquisa,
uma vez que o pesquisador tem a possibilidade de melhor conhecer e interpretar o problema
de maneira geral, além de compreender o contexto natural e social estudado.

7.1.2 Método e metodologia de pesquisa

Nesta pesquisa será empregado o método é hermenêutico que, conforme Stein (2004),
apresenta muitos significados, tais como interpretar, traduzir, proclamar, fazer compreender.
Assim, com este método é possível realizar a comunicação, tradução, interpretação,
atualização e leitura de uma determinada realidade, para se compreender uma situação.
Além disso, este método valoriza o aspecto dialético e dialógico, buscando a
aproximação das ideias e o seu confronto com a teoria e a prática de forma argumentativa e
metodológica.
19

Em se tratando do aspecto Dialético, conforme Guerra (2014, p. 49), “A proposta


hermenêutica surge como uma teoria para interpretação dos sentidos visando uma
compreensão. A hermenêutica é a arte de compreender textos, vistos aqui como documentos,
narrativas, entrevistas, livros, etc.”
Em relação ao aspecto Dialógico Stein (2007) afirma que no pensamento dialético a
linguagem coincide com o objeto e o direito é exposto, não sendo interpretado, ou seja, na
exposição dos sistemas dialéticos, a hermenêutica é apenas um apêndice.

7.2 Técnicas de análise de dados

A técnica utilizada nesta pesquisa é a de análise de conteúdos. Campos (2004, p.1)


explica que este tipo de análise é “compreendida como um conjunto de técnicas de pesquisa
cujo objetivo é a busca do sentido ou dos sentidos de um documento.”
Além disso, para Flick (2009), a análise de conteúdo, além de realizar a interpretação após a
coleta dos dados, desenvolve-se por meio de técnicas mais ou menos refinadas.
De acordo com Gregolin (1995, p. 17), “através da Análise do Discurso é possível
realizarmos uma análise interna (o que este texto diz?, como ele diz?) e uma análise externa
(por que este texto diz o que ele diz?).”
Conforme Pires (2016, p.104)[...]produção audiovisual se caracteriza pela expressão e
comunicação de ideias e valores, ou como forma de aprendizagem da própria linguagem
audiovisual.

7.3 População de estudo

A população de estudo será composta pelos pais e alunos com deficiências na cidade
Cachoeirinha. Neste município, há um universo de 14 escolas de Ensino Médio, com 4000 mil
alunos, sendo 45 alunos com algum tipo de deficiência e 392 professores. A instituição
escolhida tem 340 alunos, 35 professores, 21 alunos com algum tipo de deficiência. Desses,
cinco participarão da pesquisa para a tese de doutorado e 10 professores.
Segundo Chemin (2012, p. 54): “A população deve ser entendida como a totalidade de
elementos, sujeitos ou objetos que possuem informações relevantes para a compreensão do
20

problema de pesquisa.” Assim, a população de estudo será o universo das escolas que inserem
pessoas com deficiências em suas classes.

7.4 Quadro demonstrativo das escolas públicas em relação à quantidade de alunos com
deficiência

Neste quadro, buscou-se compreendeu a situação da cidade de Cachoeirinha em


relação à quantidade de escolas, número de alunos com e sem deficiência e professores
atuantes. A partir disso, verifica-se no quadro, a escola de uma escola para que se realize a
pesquisa, chegando-se uma amostra específica e a uma quantidade de alunos para a análise.

CACHOERINHA ESCOLA NOSSA SENHORA


DE FÁTIMA

Quantidade de alunos com


deficiência 45 21

Quantidade de professores 392 10


Quantidade de alunos escolhidos --------------- 5
Quantidade de pais que 5
participarão da pesquisa ---------------

7.5 Amostra

A amostra se caracteriza por uma pequena parte da população que será utilizada em
uma pesquisa. Segundo Barros; Lehfeld, 2002 apud Chemin (2012, p. 54):

A amostra é apenas uma parte da população de estudo que deve procurar preencher
duas exigências: a representatividade e a proporção. A amostra pode ser obtida de
acordo com uma determinada técnica de amostragem, que pode ser probabilística ou
não-probabilística [...].
21

Assim, o presente projeto de pesquisa tem como previsão trabalhar com dez (5) alunos
com deficiência e os pais destes sujeitos que totalizam 10 (dez).

7.6 Instrumento de coleta de dados (ICD)

ICD 01/19 e ICD 02/19: Entrevista semiestruturada com pais com foco no Ensino
Fundamental.
Para Moré (2015, p.127), a entrevista semiestruturada:
Entende-se que a entrevista, seja ela em profundidade, seja semiestruturada, no
contexto da pesquisa qualitativa, respeitando as devidas adequações para o contexto
individual e grupal, junto à observação do participante de campo constituem-se nos
dois principais instrumentos de coleta de dados, visto que permitem trazer à tona
informações de ângulos diferentes tanto do contexto, como sobre o fenômeno
investigado, o que permite a melhor compreensão e integralização dos dados quando
da ocasião do seu processo de análise. Nesse sentido, considera-se a utilização de
ambos (a entrevista e a observação) como uma combinação necessária, visando à
melhor contextualização dos dados.

ICD 03/19: Questionário com perguntas abertas e fechadas e uso da Escala Likert

Em relação ao questionário, para Oliveira e Moraes (1994, 87), “o método apresenta-


se como uma alternativa de baixo custo para a realização de pesquisas, especialmente na atual
conjuntura brasileira, onde cada vez mais os recursos financeiros são rarefeitos.”
O questionário pode ser feito com perguntas abertas e fechadas que segundo Chaer,
Diniz e Ribeiro (2011, 262):

As perguntas abertas são aquelas que permitem liberdade ilimitada de respostas ao


informante. Nelas poderá ser utilizada linguagem própria do respondente. Elas
trazem a vantagem de não haver influência das respostas pré-estabelecidas pelo
pesquisador, pois o informante escreverá aquilo que lhe vier à mente. Um
dificultador das perguntas abertas é também encontrado no fato de haver liberdade
de escrita: o informante terá que ter habilidade de escrita, de formatação e de
construção do raciocínio. Já as perguntas fechadas trarão alternativas específicas
para que o informante escolha uma delas. Têm como aspecto negativo a limitação
das possibilidades de respostas, restringindo, pois, as possibilidades de manifestação
do interrogado. Elas poderão ser de múltipla escolha ou apenas dicotômicas
(trazendo apenas duas opções, a exemplo de: sim ou não; favorável ou contrário).

Já “a escala Likert é constituída por cinco itens que variam da total discordância até a
total concordância sobre determinada afirmação” (BERMUDES, et al., 2016, p.7).
22

ICD 04/19: Roda de Conversa a partir da percepção dos alunos com deficiência quanto
do ingresso ao Ensino Médio

A roda de conversa conforme Guarda et al. ( 2017, p. 12886), “no contexto da Roda de
Conversa, o diálogo é um momento singular de partilha, uma vez que pressupõe um exercício
de escuta e fala.” Já a semiótica, Sousa, Lellis e Araújo (2012, p.3):

Sendo assim, a semiótica preocupa-se com diversas modalidades de representação,


sejam elas verbais, sonoras ou visuais. Propõe-se a ir além das matrizes linguísticas,
atentando-se para elementos que não se configuram imediatamente no domínio da
linguagem verbal, mas se confinam num domínio que a transcende.

ICD 05/20: Documentário Audiovisual

Conforme Zandonade e Fagundes (2003, p.13) “É, portanto, no vídeo documentário


que se permite à criatividade do profissional e a possibilidade de uma atuação interpretativa
da realidade apresentada.”

8 RESULTADOS ESPERADOS

Como os resultados, espera-se identificar qual foi a realidade que os alunos e os pais
encontraram ao ingressar no Ensino Médio Regular e qual as perspectivas que tiveram ao
final do ano letivo. Para isso, buscar-se-á conhecer o processo de inclusão das pessoas com
deficiência por meio da transição do Ensino Fundamental ao Ensino Médio a partir dos
indicadores afetividade, socialização e aprendizagem.
Para isso, as percepções dos pais, em relação aos alunos com deficiência serão
analisadas, em relação aos três indicadores quanto à transição do Ensino Fundamental ao
Ensino Médio. Já em relação aos professores, o questionamento será em relação ao
desenvolvimento sociocognitivo, considerando suas modificações em cada ano avançado.
23

Além disso, será feita uma roda de conversa com os discentes com deficiência para
saber as suas percepções referentes aos indicadores afetividade, socialização e aprendizagem
e, a partir disso, um audiovisual será produzido para uma análise semiótica sobre os
indicadores.

9 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

2019 2020
ATIVIDADES / MESES
J F MA MJ J A S O N D J F MA MJ

Seleção e fichamento da bibliografia x x

Elaboração do Pré-Projeto de pesquisa x x

Entrega do Pré-Projeto na instituição x

Ajustes no Projeto de pesquisa X X

Elaboração dos ICD x X

Testagem dos ICD X x

Ajustes nos ICD x x

Elaboração do Projeto para qualificação x x

Início da pesquisa x

Formatação e análise dos dados obtidos x x

Entrega do material/Projeto para defesa x

Qualificação do projeto x

Cont. da pesquisa e elaboração da tese X x x x x x

Defesa da tese (jan/2020)

Ajustes finais da tese e entrega


Cronograma de atividades referente aos meses de janeiro de 2019 a julho de 2020

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