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Universidade Federal do Amazonas

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil

Disciplina: Ciências do Ambiente

Tema: BR 319 – Licenciamento Ambiental do trecho entre Manaus e


Porto Velho

Erli Gomes da Silva – 21951795 – T10


Entendimento sobre licenciamento ambiental e o papel da população
no processo
Inaugurada em 1976, a BR-319 possui aproximadamente 900 quilômetros, sendo mais de
90% dentro do Estado do Amazonas. Atualmente o trecho que liga Manaus e Porto Velho
contém muitos quilômetros não pavimentados praticamente intrafegáveis, causando
prejuízos há décadas.
Uma das principais razões para essa condição arcaica da estrada se dá pelas controvérsias
que envolvem sua obra e licenciamento ambiental. Por se tratar de uma estrada que corta
uma grande área de valor ambiental é de se entender o receio nos impactos não só
ambientais, mas, sociais e culturais que serão causados com sua reforma e duplicação.
Fato que embasa a preocupação com os impactos gerados é o de que a reforma do trecho
final de ligação entre os Estados do Amazonas e Rondônia iniciou sem os devidos estudos
de impacto ambiental, estudos esses que são parte fundamental do processo de
licenciamento ambiental, que garante um certo planejamento a cerca das mitigações que
serão necessárias futuramente e esclarecimento para a sociedade sobre esses impactos.
A população tem papel importante no processo de aprovação de um empreendimento que
causa impactos ambientais, mas para isso é necessário o mínimo entendimento das partes
do processo de licenciamento e onde é possível opinar e agir como cidadão. Com isso em
mente, pode-se resumir licenciamento ambiental deixando de lado um pouco as suas
complexidades especificas, dando assim ferramentas para que a população adentre no
processo.
O licenciamento ambiental tem natureza jurídica de procedimento administrativo, não é
uma etapa em si e sim um conjunto de várias etapas que a conclusão será a concessão da
licença ambiental.
O licenciamento é a política ambiental que mais tem impacto direto na sociedade.
Atualmente é feito em três fases; A licença prévia onde é apresentado um estudo sobre o
impacto ambiental do empreendimento ou atividade que pretende ser exercida. A licença
de instalação é quando são estabelecidas as condicionantes e normas de instalação, licença
de operação quando o responsável pela operação demonstra que o que foi imposto e
condicionado estão sendo devidamente cumpridos.
A lei de avaliação do impacto ambiental (AIA), foi criada a partir de projetos de grande
porte submetidos a avaliação de impactos ambientais, que estabelece responsabilidades,
critérios e diretrizes para a avaliação de impacto ambiental aplicado ao licenciamento de
determinadas atividades modificadoras do meio ambiente. É composta pelas etapas de
triagem que diz a respeito da necessidade ou não da realização de uma AIA, escopo uma
negociação entre o responsável pela a atividade e o órgão ambiental, estudo de impacto
ambiental (EIA) que identifica e busca prever a magnitude e formas dos impactos
ambientais a partir de um conteúdo técnico e cientifico, relatório de impacto ambiental
(RIMA) o documento que comunica ao público as principais conclusões do EIA, revisão
que é analise do EIA e RIMA pelo órgão governamental responsável pela implementação
do processo de avaliação do impacto ambiental, e a consulta pública que busca informar
o público por meio de uma audiência, decisão que diz a decisão sobre a implantação do
empreendimento, implantação que acompanha a instalação das atividades.
É necessário que todos os tipos de atividades econômicas adotem uma série de medidas
para prevenir, reduzir ou compensar os danos inerentes que causam ao meio ambiente,
evitando prejudicar não só dos ecossistemas, mas também a saúde da população humana.
A garantia de eficiência no cumprimento das leis ambientais é necessita de uma lei geral
clara e técnica que dê a segurança para os para investidores dos empreendimentos e
principalmente para a população que terá garantias de que não será afetada
negativamente.
Tendo em vista os processos e fases a qual uma operação deve ser submetida para alcançar
o licenciamento ambiental, fica claro que a reconstrução da BR-319 ainda é mal planejada
e de pouca transparência. Mesmo com décadas nada se foi feito efetivamente, o que
poderia ter sido evitado se os estudos ambientais devidos, a conexão e esclarecimento
para com a população tivesse ocorrido de maneira prevista em lei desde das fases iniciais
do projeto.
O maior objetivo é alcançar o licenciamento de maneira legal e clara, para evitar a
repetição da história da transamazônica que até hoje reverbera impactos sociais causados
pelo desmatamento e prejuízo a população indígena.

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