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PARÓQUIA SANTA

MARIA
MÃE DE DEUS

SETOR
CATEQUESE
A FORMAÇÃO DO CATEQUISTA
NO CONTEXTO RENOVADO DA
INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ
Josenildo Santos
Catequista
“Parai um pouco na estrada para observar, e
perguntai sobre os antigos caminhos, e qual será
o melhor, para seguirdes por ele; assim ficareis
mais tranquilos em vossos corações”
Jr 6,16.
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
O contexto catequético brasileiro, hoje, passa
por mudanças significativas em relação à
transmissão da fé, e isso se dá graças à ação
pretendida pelo Concílio Vaticano II, quando
quis a volta de uma catequese baseada nos dois
primeiros séculos da Igreja, o Catecumenato. A
proposta vigente na Igreja no Brasil, hoje é a da
retomada de uma catequese catecumenal,
pensada dentro de um percurso onde o
catecúmeno descubra o valor de pertencer
inteiramente a Cristo.
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
Portanto, todo catecúmeno é convidado,
enquanto caminha, a fazer um encontro pessoal
com Cristo mesmo, e não com uma ideia de quem
seja Cristo, mas com a pessoa de Cristo, conferindo-
lhe assim, o ser cristão (DCE, n. 01).
Dessa forma, é pretendida uma catequese
que leve a uma verdadeira iniciação à vida cristã.
Essa proposta nasce da percepção pastoral dada
pela mudança de época, onde os cristãos se tornam
cristãos, não por “[…] uma tradição herdada desde
o núcleo familiar. Hoje, se evangeliza ‘por atração’”
(CNBB, Doc. 107, n. 7).
CONVERSÃO

CATECUMENATO
ELEIÇÃO
ETAPAS
DO

BATISMO

NEÓFITOS – GRAÇA
ESPECIAL
AS PRINCIPAIS DIMENSÕES DA
FORMAÇÃO DO CATEQUISTA
• Formação bíblico-teológica do catequista
• Formação nas ciências humanas
• Formação pedagógica e metodológica da fé
• Dimensão eclesial, vida comunitária
• Dimensão orante do catequista
• Formação na dimensão litúrgica
A FORMAÇÃO INTEGRAL
QUERIGMÁTICA E MISTAGÓGICA
• No novo contexto da valorização laical e,
sobretudo, da evangelização realizada pelos
catequistas, nas mais diversas situações em que
se encontram, é preciso pensar em como melhor
valorizá-los no exercício da formação. Pensar uma
formação integral para melhor auxiliar os
catequistas, para que atinjam as várias dimensões
do ‘Ser’, do ‘Saber’ e do ‘Saber fazer’ catequético,
pois a formação ajuda “[…] a desenvolver as
competências necessárias para a comunicação da
fé e para o acompanhamento do crescimento dos
irmãos e irmãs […]” (DC, n. 132).
PILARES DA FORMAÇÃO DO
CATEQUISTA
• As propostas de formação baseadas em um itinerário
de cinco pilares importantes para a catequese, hoje.
A formação do nível básico e médio do catequista
precisa ser proclamada a partir dessas cinco
dimensões, para melhor atender àquilo que se
espera de cada catequista no exercício da função.
• A SAGRADA ESCRITURA E O

CIÊNCIAS HUMANAS, HOJE


DENTRO DO SABER FAZER
• AS ESPECIFICIDADES DAS
3º PILAR
1º PILAR

2º PILAR

4º PILAR

5º PILAR
• ESPIRITUALIDADE DO

• A ECLESIOLOGIA NA

• AS CELEBRAÇÕES A
SERVIÇO DA IVC
FORMAÇÃO DO
CATEQUISTA
CATEQUISTA

CATEQUISTA
PRIMEIRO PILAR: A ESPIRITUALIDADE
DO SER CATEQUISTA
• Nessa dimensão, deve-se enfocar a vida orante dada pela
construção de uma espiritualidade bem alicerçada, é a
vida de intimidade com Deus. O catequista precisa viver
antes da espiritualidade do movimento catequético, a sua
espiritualidade particular, alimentada pela leitura orante
da Palavra de Deus, diariamente, pela meditação do
Evangelho do dia, pela oração e meditação do terço, pela
adoração silenciosa diante do sacrário, pelas novenas,
pela devoção ao padroeiro etc. São muitas as formas
pelas quais pode-se construir uma vida de oração
particular, o importante é descobrir como é belo escolher
a melhor parte, ali, aos pés do Senhor (cf. Lc 10, 42),
somente estando aos pés Dele, o cristão, o catequista
poderá construir essa intimidade que se espera na sua
vida. O catequista é alguém que reza e acredita.
PRIMEIRO PILAR: A ESPIRITUALIDADE
DO SER CATEQUISTA
• Em uma época em que se evangeliza por
atração, a convicção de quem verdadeiramente
fez uma experiência profunda com Cristo, seu
testemunho na vida, vale muito mais que os
discursos infindáveis para dizer quem é Deus. O
catequista, como alguém que é enviado em
nome da Igreja deve oferecer a todos os nossos
fiéis um ‘encontro pessoal com Jesus Cristo’,
uma experiência religiosa profunda e intensa,
ENCONTRO PESSOAL COM JESUS

• Mateus 4, 18 – 20;
• Mateus 16, 18 – 19;
• Mateus 16, 23;
• João 13, 8;
• Marcos 14, 66 – 70;
• João 21, 15 – 22;

• São Pedro
SEGUNDO PILAR: A SAGRADA
ESCRITURA E O CATEQUISTA
• A formação bíblico-teológica é que sustenta a
base formativa da mensagem a ser
transmitida pela catequese. É imprescindível a
formação bíblica dos catequistas, pois a
Palavra de Deus deve ser vista como a
centralidade do trabalho desenvolvido pelos
mesmo, a serviço da transmissão da fé.
SEGUNDO PILAR: A SAGRADA
ESCRITURA E O CATEQUISTA
• O Documento Catequese Renovada já apresentava, em
1983, a necessidade da centralidade da Sagrada
Escritura, no conteúdo da catequese. Naquele contexto,
afirmava-se a urgência de colocar conteúdos com os
temas bíblicos, fazer a Bíblia ser conhecida pelo Povo de
Deus, pois, no trabalho de evangelização, promovido
pela catequese: “Não se trata simplesmente de tirar da
Sagrada Escritura (…) elementos fragmentários, a serem
inseridos numa Catequese de orientação diferente, mas
de respeitar a natureza e o espírito da Revelação bíblica
[…]” (CR, n. 86), trata-se de fazer com que o
catequizando, olhando para a forma como Deus se
revela sinta-se pertencente à história da salvação, sinta
que a história da Revelação é a sua história também.
TERCEIRO PILAR: A ECLESIOLOGIA NA
FORMAÇÃO DO CATEQUISTA
• Eclesiologia é o ramo da teologia cristã que trata da
doutrina da igreja: origem, características, marcas,
função, organização, forma de governo, disciplina,
confessionalidade, ecumenismo com outras igrejas,
mudanças temporais, relacionamento com o mundo,
papel social etc...
• Por meio da formação eclesiológica, o catequista será
capaz de assegurar os valores do magistério da Igreja,
para sua vida e a de seu catequizando, porque “[…] é
dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais
dos tempos, e interpreta-los à luz do Evangelho; para
que assim possa responder, de modo adaptado a cada
geração, às eternas perguntas dos homens acerca do
sentido da vida presente e da futura, e da relação entre
ambas […]” (GS, n. 4).
TERCEIRO PILAR: A ECLESIOLOGIA NA
FORMAÇÃO DO CATEQUISTA
• Juntamente, ao conhecimento da Sagrada Escritura está,
também, associado o conhecimento do CATECISMO DA
IGREJA CATÓLICA, os principais documentos da Igreja e da
Conferência Nacional (CNBB) direcionados à Catequese, as
diretrizes e subsídios sobre a catequese nas igrejas
particulares, como ainda as orientações feitas em alguns
documentos sobre os sacramentos da iniciação à vida cristã.
• A primeira forma de compreender a necessidade desta
formação elementar é a convicção de que todo catequista
não anuncia a fé em seu nome, mas, sim, em nome da
Igreja, e que sua ação está vinculada à Igreja e, dessa
maneira, em conformidade com a corporeidade
apresentada por São Paulo (cf. Rm 12, 4-5).
TERCEIRO PILAR: A ECLESIOLOGIA NA
FORMAÇÃO DO CATEQUISTA
• “A formação é uma exigência de nossa condição
humana (…). Isto exige (…) a busca permanente da
compreensão e da vivência da nossa fé. Por essa razão,
é necessário encontrar (…), os meios mais adequados
de compreensão e comunicação do Evangelho […]” (Doc
105, n. 234), e esses meios são aqueles que a Igreja
apresenta com a finalidade de fazer compreender a
mensagem de Cristo, hoje, pelo mundo. A catequese,
enquanto uma grande colaboradora da missão
evangelizadora da Igreja, necessita estar em
conformidade ao que esta ensina e orienta, por meio do
magistério.
QUARTO PILAR: A ESPECIFICIDADE DAS
CIÊNCIAS HUMANAS, HOJE, DENTRO
DO SABER FAZER
• O quarto pilar formativo é voltado para aquele que
reconhece a importância das ciências no
desenvolvimento da atividade humana, pois o
trabalho catequético passa pela mediação da
compreensão de quem é o homem. Os catequistas
necessitam saber conduzir seus catequizandos
diante das dificuldades que se apresentam na
ordem humana, direcionando tudo a Cristo, mas,
para isso, é fundamental possuir certo
conhecimento das ciências humanas para melhor
cooperar com a dimensão humana.
QUARTO PILAR: A ESPECIFICIDADE DAS
CIÊNCIAS HUMANAS, HOJE, DENTRO
DO SABER FAZER
• A Igreja acredita e ensina que: “O diálogo entre
ciência e fé também faz parte da ação
evangelizadora (…). O cientificismo e o positivismo
recusam-se a ‘admitir, como válidas, formas de
conhecimento distintas daquelas que são próprias
das ciências positivistas’. A Igreja propõem outro
caminho […]” (EG, 2013, n. 242) e o caminho que a
Igreja propõe é o da sadia participação naquilo que
é benéfico nessas ciências. Como o uso dos saberes
filosóficos e teológicos, maravilhas que fazem o
homem transcender pelo uso da fé, na sua
condição de mistério natural e intelectual.
QUARTO PILAR: A ESPECIFICIDADE DAS
CIÊNCIAS HUMANAS, HOJE, DENTRO
DO SABER FAZER
• É por meio das ciências humanas que o catequista
encontrará o conhecimento humano necessário
para desempenhar o seu serviço, com maiores
possibilidades de entender a realidade marcada
pelas: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos homens de hoje, sobretudo dos
pobres e de todos aqueles que sofrem […]” (GS, n.
1). Através do saber científico, será possível ao
catequista, compreender o seu catequizando para,
assim, apresentar-lhe o Cristo que faz de cada
realidade, hoje, a Galileia destes novos tempos.
QUINTO PILAR: AS CELEBRAÇÕES A
SERVIÇO DA INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ
• A catequese é celebrativa, porque a intenção é:
“[…] Entender o sentido e o significado por trás
de cada rito, o que cada celebração quer
comunicar e realizar dentro do processo de
iniciação à vida cristã fará com que nossas
liturgias sejam mais bem preparadas e
celebradas” (PARO, 2018, p.14).
• Dessa forma, é favorável pensar como se pode
melhor preparar os catequistas para viverem a
dimensão catequese e liturgia, por meio das
celebrações, já que essas duas dimensões se
apresentam, por vezes, de forma antagônica, sem
uma inteireza que lhes deveria ser própria.
QUINTO PILAR: AS CELEBRAÇÕES A
SERVIÇO DA INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ
• Pelo ensino da catequese, busca-se procurar exercer,
na prática, a vivência esperada para os momentos
litúrgicos. Além do mais, o catequizando necessita ser
bem instruído e orientado para poder viver melhor o
mistério escondido na liturgia. “Por isso, a Igreja
procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não
assistam a este mistério de fé como estranhos
expectadores mudos, mas participem na ação sagrada,
consciente, piedosa e ativamente, por meio de uma
boa compreensão dos ritos e orações […]” (SC, n. 48). A
participação ativa do fiéis na missa, depende, em boa
parte, daquilo que aprenderam na catequese, todavia,
a catequese tem o dever de explicar os gestos, o
sentido das orações, as posturas etc.

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