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Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista – UNIP (2013). Especialista em Gestão da Tecnologia
da Informação pelo Centro Universitário Uninassau em Pernambuco (2010), Engenheiro de Telecomunicações pela
Universidade de Pernambuco (2008). Profissional certificado em ITIL v3 Foundation e COBIT v4.1 Foundation.
Professor das disciplinas de Tecnologia da Informação dos cursos de graduação (presencial e a distância) em Gestão
de TI do Centro Universitário do Senac. Professor de disciplinas de Tecnologia da Informação e Redes de Computadores
na Universidade Paulista – UNIP. Professor de disciplinas técnicas de Telecomunicações do Instituto Técnico de Barueri.
Tem experiência de mais de dez anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas
do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações.
CDU 621.315.2
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Carla Moro
Ana Fazzio
Sumário
Cabeamento Estruturado
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 ELETRICIDADE.................................................................................................................................................... 11
1.1 Eletricidade básica................................................................................................................................ 11
1.1.1 Conceitos básicos......................................................................................................................................11
1.1.2 Resistência elétrica e condutância elétrica................................................................................... 13
1.1.3 Correntes e tensões elétricas.............................................................................................................. 15
1.1.4 Circuitos elétricos.................................................................................................................................... 16
1.1.5 Indução eletromagnética..................................................................................................................... 17
1.1.6 Instrumentos de medidas elétricas.................................................................................................. 17
1.2 Sistemas de proteção elétrica.......................................................................................................... 19
1.2.1 Instalações elétricas .............................................................................................................................. 19
1.2.2 Segurança em instalações elétricas ................................................................................................ 20
1.2.3 Aterramento ............................................................................................................................................. 21
2 MEIOS DE TRANSMISSÃO NAS REDES DE COMPUTADORES.......................................................... 23
2.1 Elementos das redes de computadores........................................................................................ 23
2.1.1 Histórico e conceitos básicos em redes de dados e cabeamento........................................ 23
2.1.2 Protocolos e modelos de rede............................................................................................................ 24
2.1.3 Classificação das redes de computadores..................................................................................... 29
2.1.4 Arquiteturas e topologias de rede.................................................................................................... 31
2.1.5 Equipamentos e dispositivos de rede.............................................................................................. 32
2.1.6 Ethernet....................................................................................................................................................... 36
2.2 Meios de transmissão.......................................................................................................................... 37
2.2.1 Conceitos básicos em meios físicos.................................................................................................. 37
2.2.2 Tipos de meios físicos............................................................................................................................. 38
2.2.3 Efeitos indesejáveis nos meios físicos............................................................................................. 40
2.2.4 Proteção elétrica para o sistema de cabeamento de redes.................................................... 40
2.2.5 Diferenças entre compatibilidade eletromagnética e
interferência eletromagnética....................................................................................................................... 44
Unidade II
3 CABOS METÁLICOS.......................................................................................................................................... 49
3.1 Cabos coaxiais......................................................................................................................................... 49
3.1.1 Histórico e evolução............................................................................................................................... 49
3.1.2 Construção de um cabo coaxial........................................................................................................ 49
3.1.3 Propriedades e vantagens dos cabos coaxiais............................................................................. 50
3.1.4 Tipos e categorizações de cabos coaxiais...................................................................................... 51
3.1.5 Conectores de cabos coaxiais............................................................................................................. 53
3.1.6 Uso de cabos coaxiais em redes de computadores.................................................................... 55
3.2 Cabos de pares trançados.................................................................................................................. 57
3.2.1 Histórico e introdução........................................................................................................................... 57
3.2.2 O cabo de par trançado e a sua topologia.................................................................................... 60
3.2.3 Tipos de cabos de pares trançados................................................................................................... 60
3.2.4 Categorias de cabos de pares trançados........................................................................................ 62
3.2.5 Conectores para cabos de pares trançados................................................................................... 64
4 FIBRA ÓPTICA..................................................................................................................................................... 68
4.1 Conceitos.................................................................................................................................................. 68
4.1.1 Histórico das comunicações ópticas................................................................................................ 68
4.1.2 Vantagens das comunicações ópticas............................................................................................. 69
4.1.3 Natureza da luz........................................................................................................................................ 70
4.1.4 Propagação da luz em uma fibra óptica........................................................................................ 71
4.2 Tipos de fibras ópticas e conectores.............................................................................................. 74
4.2.1 Fibra óptica multimodo......................................................................................................................... 74
4.2.2 Fibra óptica monomodo........................................................................................................................ 74
4.2.3 Conectores ópticos.................................................................................................................................. 75
Unidade III
5 NOÇÕES DE CABEAMENTO ESTRUTURADO........................................................................................... 79
5.1 Histórico e introdução do cabeamento estruturado.............................................................. 79
5.1.1 Histórico e conceitos de cabeamento estruturado.................................................................... 79
5.1.2 Categorias e classes de desempenho............................................................................................... 82
5.1.3 Subsistemas de cabeamento estruturado e seus espaços relacionados........................... 83
5.2 Normas de cabeamento estruturado............................................................................................ 85
5.2.1 Organizações padronizadoras............................................................................................................. 85
5.2.2 Normas ANSI/TIA para cabeamento estruturado....................................................................... 86
5.2.3 Normas ISO/ABNT para cabeamento estruturado...................................................................... 87
6 SUBSISTEMAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO............................................................................... 88
6.1 Subsistema de cabeamento horizontal........................................................................................ 88
6.1.1 Introdução.................................................................................................................................................. 88
6.1.2 Componentes do cabeamento horizontal..................................................................................... 89
6.1.3 Métodos de interconexão..................................................................................................................... 91
6.1.4 Ponto de consolidação e tomadas de telecomunicações multiusuários ......................... 93
6.1.5 Cabeamento óptico horizontal.......................................................................................................... 96
6.2 Subsistema de cabeamento vertical.............................................................................................. 99
6.2.1 Introdução.................................................................................................................................................. 99
6.2.2 Cabeamento de backbone de edifício...........................................................................................101
6.2.3 Cabeamento de backbone de campus..........................................................................................103
Unidade IV
7 ESPAÇOS EM SISTEMAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO..........................................................109
7.1 Área de trabalho..................................................................................................................................109
7.1.1 Introdução................................................................................................................................................109
7.1.2 Especificações da área de trabalho..................................................................................................111
7.2 Espaços de telecomunicações........................................................................................................112
7.2.1 Sala de telecomunicações..................................................................................................................112
7.2.2 Sala de equipamentos.........................................................................................................................117
7.2.3 Infraestrutura de entrada................................................................................................................... 119
7.2.4 Requisitos importantes nos espaços de telecomunicações................................................ 123
8 IMPLEMENTAÇÃO DO CABEAMENTO ESTRUTURADO.....................................................................123
8.1 Testes e certificação do cabeamento estruturado.................................................................123
8.1.1 Testes do cabeamento de par metálico....................................................................................... 123
8.1.2 Testes do cabeamento de par metálico: wiremap, comprimento
e perda de inserção......................................................................................................................................... 124
8.1.3 Testes do cabeamento de par metálico: diafonia.................................................................... 126
8.1.4 Testes do cabeamento de par metálico: outros testes...........................................................131
8.1.5 Testes de campo.................................................................................................................................... 133
8.1.6 Testes do cabeamento óptico.......................................................................................................... 135
8.2 Práticas de instalação e gerenciamento do cabeamento estruturado..........................138
8.2.1 Projetos em cabeamento estruturado.......................................................................................... 138
8.2.2 Metodologia para gerenciamento de projetos..........................................................................141
8.2.3 Práticas de instalação do cabeamento estruturado com pares trançados................... 146
8.2.4 Práticas de instalação do cabeamento estruturado com fibras ópticas........................ 148
8.2.5 Encaminhamento de cabos.............................................................................................................. 150
8.2.6 Administração do cabeamento estruturado.............................................................................. 153
APRESENTAÇÃO
A fim de propiciar um melhor entendimento sobre os meios físicos que utilizam condutores metálicos,
serão abordados os conceitos de eletricidade e de instalações elétricas. Essas abordagens apresentarão
conceitos de corrente, tensão, potência e resistência elétrica, destacando questões voltadas para o
aterramento e a blindagem de cabos.
Ao ler este livro-texto, espera-se que o aluno não somente tome conhecimento de normas de
cabeamento estruturado, mas também perceba a importância do seu uso estratégico nas redes de
computadores, principalmente sob o aspecto prático.
Em seguida, retomaremos o estudo dos meios físicos, agora com maior grau de detalhamento para
os meios confinados. Falaremos sobre os meios físicos que utilizam condutores metálicos e faremos um
estudo sobre as fibras ópticas.
Também trataremos do cabeamento estruturado propriamente dito e as suas normas. Primeiro, será
apresentado um histórico, os conceitos principais, as normas, as categorias e as classes de desempenho.
Depois, entraremos nos subsistemas de cabeamento estruturado vertical e horizontal.
Esperamos que você tenha uma boa leitura e se sinta motivado a ler e conhecer mais sobre
cabeamento estruturado não somente por meio deste material, mas também procurando a bibliografia
sugerida, além das normas vigentes.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO
Atualmente, são cada vez mais escassos os processos de negócio ou as rotinas de nosso dia a dia que
não façam uso de uma ferramenta tecnológica. Essas ferramentas estão ligadas em rede e à internet,
fazendo com que esses recursos se revelem com uma considerável importância para a sociedade.
9
As redes, chamadas de redes de computadores, são formadas por quatro elementos básicos: as
mensagens, os protocolos, os dispositivos e os meios físicos. Este último precisa receber uma grande
atenção sob pena de afetar o desempenho, a qualidade e a eficiência dos projetos e da implementação
de redes de computadores, principalmente as redes locais, conhecidas como LAN (Local Area Network).
Durante um bom tempo, o cabeamento para as redes de comunicação de voz era distinto das redes
de comunicação de dados. Os cabos utilizados nas redes de telefonia (voz), embora fossem de pares
metálicos, não eram obrigatoriamente trançados e seguiam padrões próprios diferentes do padrão de
cabeamento estruturado. As primeiras redes de comunicação de dados utilizavam os cabos coaxiais e se
apresentavam com uma realidade totalmente diferente da contemplada nos dias de hoje.
Com a evolução da tecnologia ethernet em camadas de enlace e física, mais especificamente com
uso dos cabos de pares trançados metálicos, o padrão de cabeamento estruturado com características
modernas foi se desenvolvendo. Isso favoreceu a ideia de um sistema de cabos e hardwares de conexão,
atendendo a todos os tipos de comunicação, seja de voz, seja de dados.
Hoje, o padrão de cabeamento estruturado unifica processos, normas e práticas para projetos
de implementação de meios físicos confinados em uma LAN, mesmo com a presença de múltiplas
infraestruturas e dos mais variados protocolos em todas as camadas mais superiores dos modelos
de rede.
10
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Unidade I
1 ELETRICIDADE
Além de todas essas constatações positivas do uso da eletricidade, é possível também afirmar que,
graças a ela, ocorre a comunicação de dados em uma rede de computadores por meio de um cabo
construído a partir do cobre.
11
Unidade I
Elétrons Núcleo
Alguns átomos têm a capacidade de ceder ou de receber elétrons de outros átomos, criando um
fluxo de elétrons entre corpos. Essa transferência acaba por gerar um desequilíbrio de cargas positivas
e negativas em um determinado corpo. Assim, os corpos que possuem a mesma carga (considerando
ambos positivos ou ambos negativos) se repelem, ao passo que corpos com cargas opostas se atraem.
- - + + + -
Figura 2 – Os elétrons e o núcleo de um átomo
Observação
12
CABEAMENTO ESTRUTURADO
O fluxo de elétrons, gerado a partir de um ddp, é chamado de corrente elétrica e é representado pela
unidade fundamental Ampere (A). Em materiais condutores metálicos, verifica-se uma corrente elétrica
com deslocamento de cargas negativas do potencial menor para o potencial maior.
Quando utilizado como meio físico de comunicação em uma rede de computadores, um cabo de
cobre, que é um material condutor, transporta a informação por meio da corrente elétrica, de forma
instantânea, com velocidade próxima ao valor de 300.000 quilômetros por segundo (velocidade da luz).
Fazendo uma comparação com o deslocamento de água em um cano, é como se a água percorresse
aproximadamente 300.000 quilômetros em praticamente 1 segundo.
Observação
Além das grandezas fundamentais elétricas já vistas, há a resistência como resultado da característica
que todo material possui: a resistividade, ou resistência específica, que é representada pela letra grega
ρ (lê‑se rho).
A partir da resistividade, encontra-se a resistência elétrica, que diz respeito à oposição exercida à
passagem da corrente elétrica. Isso se dá porque os elétrons encontram uma dificuldade natural em se
deslocar, isto é, movimentarem-se pelas estruturas atômicas dos materiais.
A letra R é utilizada para representação da resistência, que tem como unidade de medida o ohm (Ω).
Lembrando que o seu valor está sempre relacionado à natureza dos materiais, sua temperatura e suas
dimensões. Ao mencionar dimensões, afirma-se que o modo de se encontrar a resistência elétrica é:
L
R
A
13
Unidade I
O cálculo da resistência também pode ser obtido por meio da Primeira Lei de Ohm. Essa lei enuncia
que um bipolo passivo (dispositivo de dois terminais) consome a energia elétrica fornecida por uma
fonte de tensão elétrica, provocando uma queda de potencial no circuito elétrico.
Em consequência da resistência encontrada nos corpos, o impacto causado pelos elétrons nos
átomos gera uma transferência da energia para os elétrons, causando grande agitação e consequente
aumento da temperatura. O aumento de temperatura, em consequência da passagem dos elétrons, é
conhecido como efeito Joule.
O dispositivo utilizado em eletricidade que possui uma resistência fixa, sob condições normais,
recebe o nome de resistor. Um bom exemplo de uso de resistores é no chuveiro elétrico, composto de
um resistor, que, ao deixar-se percorrer por uma corrente elétrica, aquece-se e faz com que a água
também seja aquecida.
Aqueles materiais que possuem alta condutância elétrica (consequentemente baixa resistência
elétrica) são chamados de condutores. Entre exemplos de condutores estão o cobre, o alumínio e a prata,
cada um deles com suas diferenças e particularidades.
De forma inversa, existem os materiais isolantes que possuem altos valores de resistência para
passagem da corrente elétrica; no entanto, não se pode afirmar que não há a passagem de poucos
elétrons, ou seja, um pouco de condutância. Entre exemplos de isolantes estão o papel, a madeira, o
plástico, a borracha, o vidro e a mica.
14
CABEAMENTO ESTRUTURADO
As correntes e tensões elétricas podem ser contínuas ou alternadas. Na forma contínua, conhecida
por CC ou DC, o valor de tensão ou de corrente não varia a polaridade (sentido) com o decorrer do
tempo. Na forma alternada, conhecida por CA ou AC, o valor de tensão ou de corrente varia a polaridade
(sentido) com o decorrer do tempo.
A geração de tensão elétrica pode ocorrer de diversas maneiras, sempre considerando que há uma
transformação de uma forma de energia em outra, produzindo, assim, um desequilíbrio de elétrons
entre dois terminais.
As principais fontes de tensão elétrica contínua são as pilhas e as baterias. Elas possuem uma
diferença de potencial elétrico entre os seus polos, a partir das reações químicas, e são capazes de gerar
uma corrente elétrica para um circuito elétrico interligado aos seus polos.
A forma mais simples de geração de uma tensão elétrica alternada é por meio de um gerador, que
converte a energia mecânica em energia elétrica. Essa energia mecânica pode ser oriunda da queima de
um combustível, por exemplo, da energia térmica ou do giro de uma turbina em uma usina hidroelétrica.
A figura a seguir mostra gráficos de correntes e tensões contínuas e alternadas, com a simbologia
das respectivas fontes de alimentação:
Tempo Tempo
0 0
-
V
+
-I -V
Corrente cc Tensão cc
Tensão ca Corrente ca
V I
+ +
+ +
0 0
- Tempo -
- -
15
Unidade I
Observação
Um circuito elétrico é um caminho fechado por onde circula uma corrente elétrica. É composto
de fonte de tensão, condutores, carga e instrumento de controle, conforme pode ser visto na
figura a seguir:
Condutor
+
Fonte de Carga
tensão (resistor)
-
Controle (chave)
Condutor
No circuito elétrico apresentado, encontra-se uma fonte de tensão contínua (uma bateria) que vai
produzir um fluxo de corrente elétrica. Também há uma carga, que é um resistor, além de um condutor
e uma chave liga-desliga do circuito.
Outros circuitos podem ser construídos com um maior grau de complexidade. Não obstante,
a sua composição segue a ideia do mais elementar dos circuitos (formados por fonte, carga,
condutores e controle).
Saiba mais
16
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Qualquer carga elétrica em movimento, ou seja, produzindo um fluxo de corrente elétrica, gera
um campo magnético. Essa realidade é facilmente percebida quando um condutor, conduzindo uma
corrente elétrica, é capaz de formar um campo magnético circular (ao seu redor).
Assim como uma corrente elétrica variável tem a capacidade de gerar um campo magnético, um
campo magnético tem a capacidade de gerar uma corrente elétrica por meio de um fenômeno chamado
de indução eletromagnética.
A corrente elétrica, gerada por um campo magnético, é provocada pela tensão elétrica induzida
no condutor. Essa tensão é conhecida por força eletromotriz e é a base para o entendimento de
toda a formação da corrente alternada, além da teoria que cerca a transmissão em meios sem fio e
todos os processos relacionados às interferências eletromagnéticas sofridas pelos cabos utilizados
nas redes de computadores.
Por esse motivo é que um cabo utilizado em redes de computadores, quando submetido à ação de
campos eletromagnéticos (formado por campos elétricos e magnéticos), pode ter as transmissões de
seus sinais com falhas devido aos ruídos e interferências, causando a degradação dos sinais.
As grandezas elétricas devem ser medidas utilizando-se instrumentos adequados para tal uso,
que podem ser digitais ou analógicos (estes quase em desuso). Um instrumento de medida analógico
apresenta a sua leitura por meio de um ponteiro defletindo sobre uma escala gradual. Um medidor
digital apresenta a sua leitura em um display, normalmente com um valor de fundo de escala.
17
Unidade I
Observação
18
CABEAMENTO ESTRUTURADO
• Equipamento elétrico: considerado uma unidade funcional, completa e distinta, que exerce
funções de geração, transmissão, distribuição ou utilização de energia elétrica. Os equipamentos
podem ser fixos, estacionários, portáteis, manuais.
• Linha elétrica: constituída por um ou mais condutores e os seus elementos de fixação e suporte,
além de todas as proteções mecânicas necessárias.
19
Unidade I
• Carga elétrica: além de expressar valor em eletricidade, pode ser compreendido como um
equipamento que absorve potência elétrica.
Em uma instalação elétrica, os circuitos são formados pelos condutores elétricos, dispositivos
interligados, dispositivos de proteção, dispositivos de comando, tomadas de corrente, dentre outros.
Esses circuitos precisam prezar pela prevenção de faltas elétricas, além de facilitar inspeções, ensaios e
manutenção, evitando todos os perigos oriundos de falhas.
Os estudos sobre os perigos da corrente elétrica para os seres humanos iniciaram-se em 1930, com
o objetivo de mapear o nível de periculosidade da corrente elétrica em animais e humanos.
20
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Entretanto, foi em 1974 que um grupo de estudiosos da engenharia elétrica, após longas pesquisas,
publicaram o primeiro documento internacional contendo orientações básicas para proteção contra
choques elétricos em instalações elétricas. Esse documento é conhecido como a publicação 479 da
Comissão Internacional de Eletrotécnica (IEC) e foi a base para a criação da norma brasileira NBR 6533
sobre proteção contra choques elétricos.
Todo choque elétrico gera, em maior ou menor intensidade, o desenvolvimento de calor devido
ao efeito Joule (esse efeito demonstra o calor gerado a partir de um fluxo de elétrons), podendo
produzir queimaduras, dependendo, é claro, da densidade de corrente elétrica e do tempo de ação no
organismo humano.
Os efeitos gerados pelo choque elétrico devem ser considerados a partir do entendimento de que
o corpo humano é composto de forma heterogênea de líquidos e tecidos orgânicos de resistividade
variável. Os valores mais altos são encontrados na pele, no tecido ósseo e no tecido adiposo.
Além das condições ambientais, as condições fisiológicas também influenciam nos efeitos
do choque porque estão relacionadas à resistência do corpo humano, que é variável. Dentre
os fatores, é possível considerar: estado da pele; local do contato; área de contato; pressão de
contato; duração do contato; natureza do contato; taxa de álcool no sangue; tensão elétrica
do choque.
As normas estabelecem uma série de ações para a prevenção e o consequente aumento da segurança.
Dentre elas: isolação das partes vivas (energizadas); barreiras e invólucros de proteção; obstáculos;
colocação fora do alcance das pessoas; dispositivos de proteção à corrente diferencial-residual; utilização
de esquemas de aterramento elétrico.
Saiba mais
1.2.3 Aterramento
Para entender o aterramento como peça fundamental em qualquer instalação elétrica, é preciso
compreender que a terra (solo) é um condutor desejado pela corrente elétrica, ou seja, para onde ela
sempre tenta fluir. A tabela a seguir apresenta a condutividade de alguns solos:
21
Unidade I
Lembrete
• Aterramento de proteção: obtido por meio da ligação das estruturas metálicas e metais condutores
à terra.
• Aterramento de trabalho: obtido por meio da interligação temporária do sistema elétrico à terra.
• Eletrodo de aterramento: é o condutor ligado diretamente à terra, por onde transita a corrente elétrica.
• Tensão de aterramento: é a ddp encontrada entre o ponto em que se situa o eletrodo e a distância
nula de potencial.
22
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Exemplo de aplicação
A partir do crescimento das redes de comunicação de dados, o fluxo da informação ficou cada
vez mais eficiente e eficaz. Isso porque a forma como as pessoas se comunicam evoluiu e muito,
considerando o papel decisivo da internet.
23
Unidade I
Uma nova sociedade global está cada vez mais despontando, e a vida em todas as áreas foi
modificada. Seja no trabalho, na escola, na família, nas formas de diversão, enfim, quase tudo é
possível com apenas poucos cliques e sem tantos esforços graças à internet.
A mensagem é aquilo que se deseja transmitir entre a origem e o destino. Formação, codificação e
formatação da mensagem obedecem a regras conhecidas como protocolos.
Os protocolos são as regras que os dispositivos de rede usam para se comunicar. Os meios
físicos são os meios de transporte que permitem a transmissão de dados. Também são conhecidos
como canais de comunicação. Eles dividem-se em:
• Meios não confinados ou não guiados: quando o sinal se propaga pelo ar, por meio de
ondas eletromagnéticas.
• Dispositivos intermediários: conectam os hosts individuais à rede e podem conectar várias redes
individuais para formar uma rede interconectada.
Uma comunicação entre duas pessoas é repleta de regras – formais ou informais. Em um tribunal,
quando o advogado, o juiz, as testemunhas ou os réus querem falar, há normas prescritas por um
regimento. Da mesma forma, na comunicação entre computadores, existem normas: os protocolos.
24
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Os protocolos podem ser considerados como acordos ou regras que regem os processos de
comunicação de dados. Eles normalmente são criados em um contexto descrito por um modelo ou
padrão, não operando de maneira isolada, mas totalmente interligados, formando uma pilha de
protocolos. Isso porque os computadores não utilizam somente um protocolo para se comunicar,
mas vários.
Alguns autores também definem protocolo como a linguagem que os computadores “falam”, de
modo que o transmissor e o receptor consigam “conversar” de forma amigável. Por isso, é comum dizer
que os protocolos:
Em redes de computadores, os principais modelos que agrupam protocolos são os modelos OSI
(Open System Interconnection) e TCP/IP.
• estimula a competição;
25
Unidade I
Modelo OSI
Camada de aplicação
Camada de apresentação
Camada de sessão
Camada de transporte
Camada de rede
Camada de enlace
Camada de física
Essas camadas definem o modo pelo qual as informações “descem” até os dispositivos de
hardware e “sobem” até os aplicativos. Cada camada é independente da outra em suas funções e
responsabilidades. As camadas permitem que o OSI seja um modelo modular, facilitando o projeto
e o desenvolvimento das redes.
A camada de rede do modelo OSI é responsável pelo endereçamento lógico dos dispositivos de
rede e pelo roteamento dos pacotes. O primeiro propósito dessa camada é o endereçamento lógico,
também conhecido como endereço IP, que é um número formado por 32 bits que identificam a
rede e o host. É também nessa camada que ocorre o roteamento, que é o processo de determinação
do melhor caminho.
26
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A camada física do modelo OSI é responsável por definir os meios físicos utilizados nos enlaces
para transporte dos bits, além de todos os padrões mecânicos e elétricos relacionados às redes de
computadores.
A informação que transita em cada camada do modelo OSI recebe um nome, ou melhor, uma PDU
(Protocol Data Unit). As PDUs de cada camada são:
• Camada 7: dados.
• Camada 6: dados.
• Camada 5: dados.
• Camada 4: segmento.
• Camada 3: pacote.
• Camada 2: quadro.
• Camada 1: bit.
Outro modelo de redes importante é o modelo TCP/IP. Ele também é conhecido como modelo DoD
(Department of Defense – Departamento de Defesa norte-americano) e foi elaborado para atender
à necessidade de criação da rede de computadores da Arpa (Advanced Research Projects Agency
– Agência de Pesquisas e Projetos Avançados do Departamento de Defesa). É um modelo aberto e
relativamente simples. Concebido como projeto em 1970, traduz toda a problemática das redes em
camadas, da mesma forma que o modelo OSI.
• Boa recuperação de falhas (uma grande preocupação das forças militares norte-americanas).
27
Unidade I
Modelo TCP/IP
Camada de aplicação
Camada de transporte
Camada de internet
Camada de acesso
A camada de aplicação do modelo TCP/IP também é conhecida como camada de processo. Ela lida
com aplicativos e dispositivos de origem e destino, sendo a camada mais próxima do usuário.
A camada de transporte também é conhecida como camada de host a host. Ela controla o
fluxo de informações entre dispositivos, gerenciando o tipo de transmissão (orientada ou não
orientada a conexão).
A camada de internet também é conhecida como camada de rede. É nessa camada que é executado
o processo de roteamento de pacotes. O mais popular protocolo das redes de computadores também
integra essa camada – IP.
A camada de acesso à rede é responsável por gerenciar a transmissão da informação no meio físico.
Ela reúne as funções das camadas de enlace e física do modelo OSI.
Sob o aspecto teórico, o modelo OSI é o mais citado e o mais didático para o aprendizado das redes
de computadores. Não obstante, o modelo TCP/IP se aproxima mais da realidade e do funcionamento
das redes.
28
CABEAMENTO ESTRUTURADO
É possível estabelecer uma comparação entre as camadas dos dois modelos, conforme pode ser
verificado no quadro a seguir:
Pode-se perceber que o modelo TCP/IP agrupa as funcionalidades das camadas de aplicação,
apresentação e sessão do OSI em apenas uma camada, denominada camada de aplicação do TCP/IP.
O mesmo acontece com as camadas de enlace e física do OSI, reunidas em apenas uma camada
no modelo TCP/IP – a camada de acesso.
As camadas de transporte dos dois modelos são praticamente equivalentes, e a camada de rede
do modelo OSI corresponde à camada de internet do modelo TCP/IP.
Outro modelo de protocolos, pouco conhecido e obsoleto, é o modelo SNA (Systems Network
Architecture). Desenvolvido pela IBM em 1974, define o conjunto de protocolos de comunicação
que utilizam os mainframes fabricados pela IBM. Ele agrupa os seus protocolos em sete camadas:
controle físico, controle lógico do enlace, controle do caminho, controle de transmissão, controle
de fluxo de dados, serviços de apresentação e serviços de transação.
• LAN (Local Area Network): rede relativamente pequena de computadores, de abrangência limitada.
• MAN (Metropolitan Area Network): rede de alta velocidade composta de LANs em uma mesma
região metropolitana.
• WAN (Wide Area Network): rede que conecta LANs situadas em diferentes áreas metropolitanas.
Em uma LAN, dispositivos finais de interconexão de LANs estão em uma área limitada, como uma
casa, uma escola, um edifício de escritórios ou um campus. Uma LAN é geralmente administrada por uma
única organização ou uma única pessoa. O controle administrativo que rege as políticas de segurança e
29
Unidade I
controle de acesso é executado no nível de rede. As LANs fornecem largura de banda de alta velocidade
aos dispositivos finais internos e aos dispositivos intermediários.
As MANs conectam LANs dentro de uma região metropolitana, alcançando extensões inferiores às
WANs. As principais características das MANs são: interconexão de locais espalhados em uma cidade,
conexões dotadas de velocidades intermediárias entre LAN e WAN e conectividade com outros serviços,
como o de TV.
As WANs interconectam as LANs em grandes áreas geográficas, como entre cidades, estados,
províncias, países ou continentes. Normalmente, são administradas por vários prestadores de serviço e
costumam fornecer links de velocidade mais lenta entre as LANs.
Em geral, as redes WAN possuem grande heterogeneidade de mídias de transmissão. Além disso,
trabalham com velocidades inferiores àquelas com que estamos habituados nas redes locais. As
tecnologias de comutação em WANs são classificadas em:
A comutação por circuitos é caracterizada pela alocação dos recursos por meio de um caminho
virtual dedicado a garantir uma taxa constante durante a transmissão. Essa comutação é usada em
comunicação de voz, que exige uma transferência contínua da informação. O funcionamento da
comutação de circuitos ocorre em três etapas: estabelecimento, conversação e desconexão.
Na comutação por pacotes, não é exigido o estabelecimento de um caminho prévio para a informação,
que é dividida em pacotes de tamanho fixo de forma dinâmica, permitindo o encaminhamento pela
rede. Cada pacote é comutado individualmente e enviado nó a nó entre origem e destino, podendo a
sequência ser alterada pelo fato de essa rede oferecer mecanismos para manter a sequência de pacotes
nó a nó, reordenar pacotes antes da entrega e detectar e recuperar os erros.
A comutação por célula é uma grande evolução se comparada com as duas tecnologias anteriores.
Só se tornou possível devido à baixa taxa de erro dos meios de transmissão existentes, hoje baseados
em fibra óptica. Consiste no uso de células de tamanho fixo. Nessa tecnologia, a banda é alocada
dinamicamente, o que garante o suporte a aplicações de taxa constante, como serviços de voz e vídeo
em tempo real, e taxa variável, como serviços de dados.
Redes WAN são gerenciadas por ISPs (Internet Service Providers), classificados em três níveis: no
nível 1, estão os ISPs responsáveis pelas conexões nacionais e internacionais, dando forma à internet; no
nível 2, estão os ISPs de serviços regionais, que se conectam ao nível 1 (nesse nível, são vendidos serviços
de rede WAN); por fim, no nível 3, estão os provedores locais, normalmente para usuários domésticos.
30
CABEAMENTO ESTRUTURADO
O protocolo utilizado dentro do ISP não é o mesmo disponibilizado no loop local dos
clientes finais. A rede interna do ISP usa padrões de comunicação mais eficientes, como o ATM
(Asynchronous Transfer Mode).
Os quadros dos protocolos de enlace WAN são muito semelhantes, representando sinais que
indicam inicialização, endereços, controles, dados, checagem de bits e finalização do quadro.
Embora tenham semelhanças, os algoritmos desses protocolos trazem funcionalidades diferentes
em seus campos.
Os principais dispositivos de WAN são: modem; CSU/DSU (Channel Service Unit/Data Service Unit);
servidor de acesso; Switch WAN; roteador; roteador de backbone.
• PAN (Personal Area Network): redes de curta distância (alguns poucos metros) – por exemplo, a
tecnologia bluetooth.
• CAN (Campus Area Network): redes que interligam um campus (uma área de dimensão inferior a
uma MAN e superior a uma LAN).
• VLAN (Virtual Local Area Network): rede local virtual que surge da segmentação de uma LAN em
redes menores.
Uma arquitetura de rede é um meio de descrever o projeto lógico de uma rede de computadores. Ela
apresenta os meios tecnológicos que sustentam a infraestrutura, os serviços e os protocolos de rede. As
características abordadas pela arquitetura são: tolerância a falhas, escalabilidade, qualidade de serviço
e segurança.
• Ponto a ponto: é uma arquitetura em que qualquer computador pode atuar tanto como servidor
quanto como cliente.
A topologia de uma rede descreve sua estrutura, o modo como são feitas as conexões entre os
dispositivos e podem se dividir em topologias físicas e lógicas.
31
Unidade I
As topologias físicas têm o papel de identificar a disposição física dos componentes de rede. Nelas,
encontramos os dispositivos, os meios físicos e a forma como ocorrem as interligações. As topologias
físicas podem ser classificadas em: topologia física em estrela, topologia física em barramento e topologia
física em anel.
Na topologia física em anel, há um meio físico interligando os componentes um por um, formando
um anel físico. A grande fragilidade dessa rede está no ponto de falha que cada componente representa.
As topologias lógicas podem ser classificadas em: topologia lógica em barramento e topologia lógica
em anel.
Na topologia lógica em anel, é utilizado o método de acesso controlado, de forma que os dispositivos
podem utilizar o canal de comunicação de modo controlado e revezado. Nesse método, usa-se o processo
de passagem do token: este é passado entre os dispositivos de forma que seus detentores momentâneos
possam utilizar o meio físico. Bons exemplos são as redes Token Ring, FDDI (Fiber Distributed Data
Interface) e Token Bus.
Os dispositivos finais de rede (também chamados de hosts) são aqueles que estão mais próximos das
pessoas. Esses dispositivos formam a interface entre os usuários e a rede de comunicação subjacente.
Um dispositivo de host é a origem ou o destino de uma mensagem transmitida pela rede. São exemplos
de dispositivos finais: computadores, impressoras de rede, telefones VoIP, terminais de videoconferência,
câmeras de segurança e dispositivos móveis.
32
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Os dispositivos intermediários podem ser de acesso à rede (switches e pontos de acesso sem fio),
interconexão (roteadores) e segurança (firewalls).
O hub, equipamento que trabalha na camada física do modelo OSI, é responsável por repetir,
amplificar e regenerar um sinal para toda a rede, operando com o meio físico que utiliza cabos de pares
metálicos. O hub foi o primeiro equipamento utilizado para implementar redes de computadores locais
com topologia física em estrela, mas ele se comporta como um barramento lógico.
O hub também é conhecido como repetidor multiporta devido ao fato de repetir bits recebidos em
uma porta para todas as outras, sem a utilização de qualquer processo inteligente, isto é, o hub não
tem conhecimento dos hosts que estão interligados às suas portas, sendo esse o principal motivo de se
referir ao hub como um equipamento burro.
PC-PT PC-PT
PC0 CopyPC0
Hub-PT
Hub0
PC-PT PC-PT
PC1 CopyPC1
Em redes com grande número de hosts, não é recomendável a utilização de hub, porque ele causa
um aumento no número de colisões. Essas colisões ocorrem quando mais de um host tenta transmitir
ao mesmo tempo, degradando o desempenho e a eficiência das redes.
33
Unidade I
Não obstante, as repetições executadas pelos hubs são extremamente eficientes quando se
deseja estender o alcance de uma rede local, interligando nós de rede fisicamente separados por
uma distância considerável.
O switch também é um equipamento concentrador. Embora um pouco parecido com um hub, ele
opera na camada de enlace do modelo OSI, justamente porque tem conhecimento dos hosts que estão
interligados a suas portas. Na verdade, o conhecimento do switch é baseado no endereço físico que cada
host possui, denominado endereço MAC.
Dessa forma, o switch encaminha as informações apenas para o endereço físico de destino correto,
evitando tráfego desnecessário e aumentando a eficiência no processo de comunicação de dados.
Isso é possível porque o switch constrói e armazena uma tabela interna dos endereços MAC dos hosts
interligados a suas portas, permitindo o processo de tomada de decisão sobre o correto encaminhamento
das informações que por ele trafegam.
PC-PT PC-PT
CopyCopyPC0 CopyPC0(1)
2950-24
Switch0
PC-PT PC-PT
CopyCopyPC1 CopyPC1(1)
A característica de chavear ou comutar a informação de uma porta para a outra faz com que o
switch seja conhecido como comutador ou chaveador.
O roteador é um dos principais dispositivos utilizados em redes locais e redes de longa distância.
Ele tem como principal objetivo interconectar diferentes segmentos de redes que podem estar em um
mesmo prédio ou distantes a milhares de quilômetros. O roteador encaminha os pacotes de dados entre
as redes de computadores atuando na camada de rede do modelo OSI.
34
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Por meio do processo de roteamento, ele toma as decisões sobre os melhores caminhos para o
tráfego da informação, roteando pacotes de dados. Isso é possível devido à construção de tabelas de
roteamento que o roteador mantém para executar adequadamente os seus processos e, assim, facilitar
a comunicação de dados.
Um roteador também pode limitar o tamanho do domínio de broadcast, fazendo com que mensagens
em broadcast sejam impedidas de sair de uma rede para outra.
Entre os demais dispositivos de rede, é importante citar a placa de rede. Ela é a responsável pela
conexão do computador à rede. Qualquer computador que se interligue a uma rede necessita desse
dispositivo. Cada uma delas possui um endereço MAC único.
O servidor é outro equipamento que tem um papel crucial pela sua presença mandatória nas
arquiteturas de rede cliente-servidor. Os servidores são responsáveis pelo controle e compartilhamento
dos recursos de uma rede. Podem ser classificados como: servidores de impressão, de arquivos, de proxy,
de comunicação, entre outros.
2.1.6 Ethernet
A ethernet, padrão adotado na maior parte das redes locais do mundo, surgiu na década de 1970,
criado por estudantes da Universidade do Havaí que propunham interligar os computadores espalhados
pelas ilhas em um computador central na ilha de Honolulu.
Em 1978, foi criado um padrão para ethernet chamado DIX, por um consórcio entre as empresas
Digital Equipment Company, Intel e Xerox.
Os primeiros produtos com padrão ethernet foram vendidos na década de 1980, com transmissão de
10 Mbps por cabo coaxial grosso (thicknet), com uma distância de 2 quilômetros.
Em 1985, o IEEE desenvolveu o padrão 802, mas, para assegurar os padrões da ISO/OSI, alterou o
projeto ethernet original para 802.3.
• Controle de Enlace Lógico (LLC – Logical Link Control): constitui a interface entre o método de
acesso ao meio e os protocolos da camada de rede, ou seja, cuida de todas as tratativas com os
protocolos de alto nível.
• Controle de Acesso ao Meio (MAC – Media Access Control): é responsável pela conexão com o
meio físico e o endereço físico, também conhecido como endereço MAC. Também é responsável
pela montagem do quadro.
O padrão ethernet define os meios físicos utilizados nas redes LAN e suas respectivas características.
A tabela a seguir apresenta os principais padrões em uso nos dias atuais:
Tabela 2
Velocidade
Padrão Distância máxima Meio físico
teórica
Par trançado sem blindagem, de
10BaseT 10 Mbps 100 m categoria 3 ou 5
Par trançado sem blindagem, de
100BaseTX 100 Mbps 100 m categoria 5, 6 ou 7
Fibra óptica multimodo (62,5
100BaseFX 100 Mbps 400 m micrômetros)
Par trançado sem blindagem, de
1000BaseT 1 Gbps 100 m categoria 5, 6 ou 7
1000BaseCX 1 Gbps 25 m Par trançado blindado (obsoleto)
Fibra óptica multimodo (62,5
1000BaseSX 1 Gbps 260 m micrômetros)
36
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Cada notação descrita nessa tabela especifica um padrão de operação: primeiro, aparece a taxa
de transmissão; depois, o tipo de transmissão e o tipo de meio. Por exemplo, no padrão 10BaseT, está
especificada a taxa de transmissão máxima de 10 Mbps, seguida de uma transmissão em banda-base e
de um cabo de par trançado como meio físico (representado pela letra T).
Saiba mais
Os meios físicos de rede, também conhecidos como canais de comunicação, são os meios de
transporte que permitem a transmissão de dados.
Esses meios são peças fundamentais no processo de comunicação nas redes de computadores, por
isso, em sua determinação, é necessária a adoção de critérios como: velocidades suportadas, imunidade
a ruído, taxa de erros, disponibilidade, confiabilidade, atenuação e limitação geográfica.
Os meios físicos podem ser classificados em confinados e não confinados. Os confinados são
os cabos coaxiais, de pares metálicos, e as fibras ópticas. Os não confinados são os que utilizam
comunicação sem fio, por exemplo: comunicação via satélite, enlaces de micro-ondas, bluetooth
e radiodifusão de um modo geral.
Muitas empresas e organizações consideram o projeto desses meios físicos como um investimento
de longo prazo, e, para que ele seja adequado, devem ser considerados os seguintes fatores: custo,
escalabilidade, confiabilidade e gerenciamento.
37
Unidade I
Saiba mais
O cabo coaxial foi o primeiro tipo de meio físico de rede empregado em uma LAN. Esse cabo é
utilizado para comunicações de vídeo, sendo conhecido também, popularmente, como cabo BNC
(Bayonet Neill-Concelman).
O cabo coaxial é constituído por um fio de cobre condutor, revestido por uma camada com um
material isolante e coberto por uma blindagem de alumínio ou cobre para proteger o fio de interferências
externas. Com essa composição, o cabo coaxial é mais indicado para longas distâncias, suportando
velocidades de megabits por segundo sem a necessidade de regeneração do sinal.
O cabo de par metálico trançado é composto de um, dois ou quatro pares de fios enrolados de
dois em dois, formando uma camada isolante. Essa medida mantém as suas propriedades elétricas
ao longo do fio e reduz o nível de interferência eletromagnética. Esses cabos são encontrados em
redes domésticas e corporativas, interligando modems, computadores, roteadores, hubs e demais
ativos de rede.
38
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A fibra óptica é um meio físico que transporta dados na forma de sinais luminosos (fótons).
É um meio seguro de transmitir dados, pois não transportam sinais elétricos, minimizando
problemas de segurança e de ruídos/interferência. Constituída de material dielétrico, em geral
muito fino, de sílica ou vidro, transparente, flexível e de dimensões reduzidas, a fibra óptica tem
em sua construção mais três elementos: núcleo central de vidro; casca; revestimento.
Núcleo
(vidro)
Coberura
(plástico)
Revestimento
interno (vidro)
Figura 14
A transmissão nas fibras ópticas ocorre sob o princípio da reflexão da luz, mediante aparelhos
que transformam sinais elétricos em pulsos de luz – fótons. Cada fóton representa um código
binário: 0 ou 1.
No único meio físico não confinado que é o ar, ocorre a comunicação de sinais de rádio, em que
a informação é transportada por meio de ondas eletromagnéticas. Essas ondas são irradiadas por
antenas transmissoras em determinada frequência e captadas por uma antena receptora dentro da
mesma frequência.
O meio físico é o ar, que pode ser considerado um dos meios físicos mais delicados no processo
de transmissão de dados. Isso porque ele é muito suscetível à ação de distúrbios e efeitos indesejáveis
(vários deles oriundos de fenômenos naturais) que prejudicam a comunicação de dados.
39
Unidade I
Todos os meios físicos podem sofrer a ação de efeitos indesejáveis que prejudicam a comunicação
de dados. Entre os principais, é possível citar:
• Ruído: sinal aleatório de origem natural que provoca efeitos indesejáveis nos canais de
comunicação. Os ruídos podem ser classificados em: ruídos térmicos (resultado da agitação dos
elétrons nos átomos), ruídos atmosféricos (fruto das descargas elétricas na atmosfera) e ruídos
cósmicos (gerados por distúrbios fora da Terra).
O canal de comunicação de rádio tem suas particularidades, inclusive no que diz respeito a distúrbios
e efeitos indesejáveis. Entre eles, é possível citar:
• Atenuação no espaço livre: provocada pela propagação da própria onda transmitida de uma
antena para outra a uma distância d.
• Perdas por vegetação e obstáculo: causadas pelas características do relevo, do terreno, que podem
atrapalhar a propagação da onda.
• Efeito das ondas multipercurso: trata-se das ondas secundárias que chegam à antena receptora a
partir dos mais diferentes percursos e com diferentes intensidades, defasadas entre si e em relação
à onda principal.
• Formação de dutos no percurso da onda: distúrbio causado por túneis (dutos) de umidade, que
provocam desvanecimento (enfraquecimento) do sinal.
Quando se utilizam cabos metálicos como meio físico nas redes de computadores, inevitavelmente
esse meio físico é acometido por diversos distúrbios que provocam as interferências eletromagnéticas e
podem degradar o sinal transmitido, causando a sua ininteligibilidade.
40
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A fim de reduzir esses efeitos, utilizam-se algumas técnicas: balanceamento, blindagem, aterramento
e filtragem.
A filtragem é executada a partir de circuitos elétricos e eletrônicos, denominados filtros, que eliminam
interferências eletromagnéticas oriundas de frequências específicas.
A blindagem é uma técnica mais apurada, trabalhada em conjunto com o balanceamento, de forma
a reduzir ou prevenir o acoplamento de sinais indesejáveis.
A figura a seguir apresenta um cabo metálico de pares trançados com uma blindagem geral para os
quatros pares:
Figura 15
A figura a seguir apresenta um cabo metálico de pares trançados com uma blindagem individual e
geral para os quatros pares:
Figura 16
Outra técnica importante é o aterramento, que elimina problemas ocasionados pelos campos
elétricos e magnéticos nas blindagens dos cabos e nos equipamentos de telecomunicações utilizados.
Lembrete
Existem pelo menos quatro configurações de aterramento para a blindagem de cabos, e a sua escolha
é uma tarefa relativamente complicada devido às diferenças dos sistemas cabeados quando expostos à
interferência eletromagnética e à frequência de operação.
Figura 17
A configuração II é muito semelhante à configuração I; a única diferença é que o patch cord utilizado
na sala de telecomunicações tem que ser blindado.
Figura 18
42
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Na configuração III, o segmento de cabos é aterrado nas duas extremidades do enlace, e todos
os patch cords são blindados, tanto aqueles do espaço de telecomunicações quanto aqueles da
área de trabalho.
Figura 19
A configuração IV é semelhante à configuração III, com uma única diferença no aterramento, que só
existe no espaço de telecomunicações.
Figura 20
43
Unidade I
Quadro 4
• Nenhuma proteção
• Não há loop de terra em ou proteção limitada
I baixas frequências. contra interferências
eletromagnéticas.
• Blindagem total do
canal com total proteção • Não proteção contra loops
III contra interferências de terra.
eletromagnéticas.
Observação
Existe um pouco de confusão nos conceitos que cercam a compatibilidade eletromagnética (EMC) e
a interferência eletromagnética (EMI). Por isso é bom recorrer a exemplos.
44
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Carga
Energia irradiada
Energia irradiada
Dados
Tx/Rx
Energia irradiada
Voz
PABX
Energia irradiada
Figura 21
Há uma preocupação especial com a EMI e a EMC pelo simples motivo de que todo tipo de
dispositivo elétrico ou eletrônico pode produzir um campo eletromagnético em seus ambientes. Dessa
forma, são capazes de gerar uma EMI.
Resumo
46
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Exercícios
Questão 1. Assinale a alternativa que apresenta apenas instrumentos de medidas usados na área
de eletricidade:
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa correta.
47
Unidade I
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. Com relação a sua abrangência, as redes de computadores podem ser classificadas em
LAN, MAN e WAN. Dentro dessa perspectiva, analise as afirmativas a seguir:
II – A rede MAN é uma rede de alta velocidade composta de várias redes pequenas em uma mesma
região metropolitana.
III – A rede WAN é uma rede que conecta várias redes de alta velocidade situadas em diferentes
áreas metropolitanas
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
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