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Experimento 1: Reflexão em Superfícies Planas e Curvas

João Vitor Reis Maurício Guilherme Alves dos Reis

30 de Janeiro de 2022

Resumo

Neste trabalho, objetiva-se avaliar experimentalmente o fenômeno de reflexão em


espelhos planos e curvos. Para isso, princípios fundamentais da reflexão serão estudados
e, em seguida, validados qualitativamente e quantitativamente através de experimentos.
Os resultados confirmaram os modelos teóricos, permitindo concluir que na reflexão os
ângulos de incidência e de reflexão são iguais. Pode-se observar também que o tamanho
da imagem depende da posição do objeto em relação ao espelho esférico e do tipo de
espelho, concavo ou convexo. Em espelhos planos, a imagem mantém a dimensão do
objeto.

Palavras-chaves: Óptica. Reflexão. Espelho plano. Espelho esférico.

Introdução
A partir de resultados experimentais, observa-se que a reflexão apresenta duas
propriedades fundamentais (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016):

• Os raios de incidência e de reflexão estão no mesmo plano;

• Os ângulos que o vetor normal ao espelho fazem com os raios incidente refletido são
iguais.

Na Figura 1, o ângulo de incidência θ1 , o ângulo de refração θ1, e o vetor normal


são representados.

Espelho Plano
Na Figura 2, é representada a reflexão em um espelho plano. Um objeto (O) a uma
distância p do espelho produz uma imagem (I) distante i.
Observa-se que a localização da imagem pode ser obtida no cruzamento do pro-
longamento de dois raios de luz, que obedecem às propriedades fundamentais da reflexão.
Uma vez que o cruzamento dos raios ocorre atrás do espelho (prolongamento das retas),

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Figura 1 – Representação do ângulo de incidência θ1 , do ângulo de refração θ1, e do vetor
normal. Fonte: Halliday, RESNICK e WALKER (2016).

Figura 2 – Representação do objeto e da imagem em um espelho plano. Fonte: Halliday,


RESNICK e WALKER (2016).

a imagem é classificada como virtual. Imagens formadas pelos próprios raios de luz são
consideradas reais. As imagens dos espelhos planos também são classificadas como di-
reitas, por manterem a sua orientação. As imagem que apresentam inversão de sentido
são denominadas invertidas. Através da aplicação dos princípios da reflexão e de relações
geométricas, pode-se concluir também que a imagem formada por espelhos planos tem o
mesmo tamanho do objeto e que p = i.

Espelho Esférico
Os espelhos esféricos têm a forma de uma pequena seção da superfície de uma esfera
(HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016). Os espelhos esféricos podem ser classificados
em côncavos ou convexos, nos primeiros a superfície do espelho é encurvada para dentro
(Fig. 3) e nos segundos, para fora (Fig. 4).
Como pode ser observado, os espelhos esféricos apresentam novas características,
sendo essas: o centro de curvatura (C), que é ponto onde está localizado o centro da esfera
e o foco (F ), situado na metade da distância entre o centro de curvatura e o vértice do
espelho. Logo: f = 2r , sendo: f a distância do vértice ao foco e r o comprimento entre o
centro de curvatura e o vértice do espelho.
As imagens produzidas por espelhos esféricos podem ser reais, virtuais ou impróprias
(quando é formada no infinito), direitas ou invertidas e ter as suas dimensões reduzidas,
ampliadas ou iguais às dos objetos. As propriedades dessas imagens dependerão do tipo de
espelho e da posição do objeto em relação ao vértice, ao foco e ao centro de curvatura. Para
determinar graficamente a imagem de um objeto, pode-se desenhar um diagrama de raios

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Figura 3 – Representação do objeto e da imagem formada por um espelho côncavo. Fonte:
Halliday, RESNICK e WALKER (2016).

Figura 4 – Representação do objeto e da imagem formada por um espelho convexo. Fonte:


Halliday, RESNICK e WALKER (2016).

de raios utilizando dois dos quatro raios especiais, que são mostrados na Fig. 5. As imagens
serão formados no ponto de encontro dos raios especiais ou de seus prolongamentos .

Figura 5 – Representação dos quatro raios especiais utilizados para determinar a posição de
imagens em espelhos esféricos. Fonte: Halliday, RESNICK e WALKER (2016).

Aplicando-se as propriedades da reflexão e relações geométricas, pode-se mostrar


que p, i e f são relacionados através da Eq. (1).

1 1 1
+ = (1)
p i f

Pode-se demonstrar também que a ampliação lateral da imagem (m) é calculada

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como:
i
m=− , (2)
p
caso m seja positivo a imagem é direita, caso contrário a imagem será invertida.
A adoção das Eqs. (1) e (2) exigem adoção de um sistema de referência, o qual é
apresentado na Tab. 1.
p i f
p >0 (o objeto está na frente do espelho) i >0 (imagem formada na frente do espelho) f >0 (espelho côncavo)
p <0 (o objeto está atrás do espelho) i <0 (imagem formada atrás do espelho) f <0 (espelho convexo)

Tabela 1 – Sinais adotados nas Eqs. (1) e (2). Fonte: Halliday, RESNICK e WALKER
(2016)

Neste trabalho pretende-se desenvolver procedimentos experimentais para demons-


tração qualitativa e quantitativa dos princípios fundamentais da reflexão e do modelo
matemático desenvolvido nesta seção.

Procedimentos Experimentais
A bancada experimental utilizada dispõe dos seguintes materiais:

• Espelhos planos e curvos;

• Alfinetes;

• Isopor;

• Fotografia;

• Fonte de luz;

• Régua;

• Folhas de papel branco.

Primeiramente, pretende-se determinar os ângulos de incidência e de reflexão em


um espelho plano, para isso utiliza o procedimento experimental representado na Fig. (6).

Figura 6 – Representação do experimento com espelho plano.

Os pontos mostrados na Fig.6 são alfinetes fixados através de uma folha de papel e
um isopor. Como foi apresentado na figura, o observador deve olhar na direção que passa

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pelos dois alfinetes no topo e a imagem dos alfinetes na base da figura deve se alinhar com
a direção de observação. O posicionamento dos alfinetes é feito para obtenção desse efeito.
Dessa forma, após a marcação da posição dos alfinetes e da reta normal ao espelho, será
possível medir os ângulos de incidência e de reflexão e compará-los.
O próximo procedimento experimental visa determinar propriedades das imagens
formadas por espelhos esféricos e compará-las com o modelo teórico. Para isso, utiliza-se
uma fonte de luz alinhada a um filme fotográfico, que funciona como objeto a ser refletido
por uma lente concava ou convexa. Para casos onde as imagens são reais, elas serão
projetadas em um anteparo e as imagens virtuais serão observadas através do próprio
espelho esférico.

Resultados Experimentais
Em um primeiro momento foi feita a análise do ângulo de reflexão do espelho
plano, no qual podemos observar na imagem 7 (no final deste relatório) o resultado deste
experimento. Durante a execução do experimento, foi-se alinhando os dois primeiro alfinetes
de forma aleatória, no qual se formou uma reta que representa o nosso feixe de luz incidente,
e, em um segundo momento, foi colocado outros dois alfinetes alinhados com a primeira
reta criada, esta segunda reta representa o feixe de luz refletido. Fazendo uma análise
qualitativa, pode-se observar que todos os alfinetes estão perfeitamente alinhados a partir
do ponto de vista de qualquer uma das duas retas criadas (observado na imagem 1).
Agora, fazendo uma análise quantitativa, foi desenhado uma linha perpendicular ao
espelho, no ponto exato onde as duas linhas cruzam, na imagem 8 (no final deste relatório)
podemos observar que se tirar o ângulo entre a reta que representa o feixe de luz incidente
e a reta perpendicular ao espelho (que podemos chamar de normal ao espelho) o ângulo
obtido é de 34 ± 0, 5◦ . Se observamos o ângulo entre a reta que representa o feixe de luz
refletido e a reta perpendicular ao espelho, ele também é de 34 ± 0, 5◦ .
Em um segundo momento do experimento, foi trabalhado espelho com superfícies
curvas, sendo eles os espelhos côncavos e convexos. Quando observado o espelho convexo,
podemos fazer cinco análises diferentes com ele, a primeira análise feita é em uma situação
em que o objeto está entre o foco e o espelho, ao observar a imagem 9 (no final deste
relatório), considerando que o raio do espelho é de R = 200mm e que o objeto está a
50 ± 0, 5mm do espelho, podemos notar os seguintes fatos:

• A imagem está dentro do espelho;


• A imagem formada é maior que o próprio objeto, apesar de não conseguirmos tirar
uma medida precisa da imagem, pois ela é maior que o espelho, partindo de uma
observação qualitativa se prova este ponto;
• A imagem é da mesma orientação do objeto.

Em uma segunda observação, o espelho foi posicionado a 100 ± 0, 5mm do objeto,


ou seja, exatamente em seu foco, observe a imagem 10 (no final deste relatório), com isso,
podemos notar que:

• A imagem não se forma nem no espelho nem fora dele, apesar de se observar uma
certa distorção nas duas situações, não podemos considerar que é propriamente uma
imagem pois se trata das imperfeições do objeto e do espelho;

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Em uma terceira observação, o objeto foi posicionado entre o foco e o centro do
espelho, a 140±0, 5mm do espelho, veja a imagem 11 no final do relatório, assim, observa-se
que:

• A imagem fora do espelho;

• A imagem formada é maior que o próprio objeto, uma vez que o objeto tem 27, 5 ±
0, 5mm e imagem medida tem 68, 5 ± 0, 5mm;

• A imagem não é da mesma orientação do objeto.

Em nossa quarta observação do espelho côncavo, se mediu e observou a imagem


no mesmo ponto que o centro do espelho, a 200 ± 0, 5mm de distância da imagem, assim,
observando a imagem 12 (no final deste relatório), vemos que:

• A imagem fora do espelho;

• A imagem formada tem 28, 0 ± 0, 5mm, lembrando que o objeto tem 27, 5 ± 0, 5mm;

• A imagem não é da mesma orientação do objeto.

Na última observação do objeto no espelho côncavo, o objeto foi posicionado a


240 ± 0, 5mm do espelho, ou seja, fora do centro do espelho, assim, na imagem 13 no final
deste relatório podemos observar que:

• A imagem fora do espelho;

• A imagem formada tem 23, 5 ± 0, 5mm, lembrando que o objeto tem 27, 5 ± 0, 5mm;

• A imagem não é da mesma orientação do objeto.

Agora, com o espelho convexo posicionado na bancada de experimentos, foi feito


várias observações em relação a distância do objeto, em resumo, podemos observar a
diferença entre a imagem 14 e a imagem 15 (ambas no final deste relatório):

• A imagem sempre está dentro do espelho;

• A imagem formada mais próxima do espelho é menor que o próprio objeto em


observação (o celular), porém, a imagem formada mais distante do espelho é menor
que a imagem formada mais próxima;

• A imagem é da mesma orientação do objeto.

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Conclusão
Como podemos analisar nos resultados e discussões, o ângulo de reflexão depende
do ângulo de incidência do feixe, uma vez que em relação à normal um é igual ao outro,
tornando assim eles dependentes. Sobre os espelhos convexos, com as cinco situações
relatadas durante o experimento podemos chegar em várias conclusões, quando o objeto
está entre o foco e o espelho, a imagem será virtual, direita e maior, quando o objeto
está sobre o foco do espelho, não conseguimos analisar sua imagem, devido a um caso
específico consideramos a imagem imprópria, quando o objeto está entre o foco e o centro,
verifica-se que a imagem é sempre maior, invertida e real. Já quando a imagem está em
cima do centro, podemos observar que a imagem é real, invertida e de tamanho igual (se
considerarmos a imprecisão dos instrumentos de medida), e, por último, se considerarmos
o objeto depois do centro, ele sempre será real, invertido e maior. Já no espelho côncavo,
podemos observar apenas um comportamento, a imagem é sempre virtual, direita e, quanto
mais afastamos o objeto do espelho, menor será a imagem.

Referências

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física, volume 4: Óptica e


física moderna. Halliday, Resnick, Jearl Walker, 2016. Citado 4 vezes nas páginas 1, 2, 3
e 4.

Figura 7 – Alfinetes que representam os feixes de luz no espelho plano.

7
Figura 8 – Medidas dos ângulos no espelho plano.

Figura 9 – Objeto no espelho côncavo entre o espelho e o foco.

8
Figura 10 – Objeto no espelho côncavo no foco.

Figura 11 – Objeto no espelho côncavo entre o foco e o centro.

9
Figura 12 – Objeto no espelho côncavo no centro.

Figura 13 – Objeto no espelho côncavo fora do centro.

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Figura 14 – Imagem no espelho convexo próximo ao objeto.

Figura 15 – Imagem no espelho convexo longe do objeto.

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