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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Sociais – Escola de Serviço Social.


Disciplina: Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social –
Reconceituação e Atualidades.
Professora Mônica Hallak Martins da Costa.
Alunas: Natasha Dias

Semana do Assistente Social – Políticas Sociais e Os Desafios da Atual Conjuntura.

Dia: 15/05/2016 – 19:30 às 22:30.

Professora Maria Cristina Soares Magalhães – Lançamento do livro “O trágico na


travessia do sertão: Miguel de Unamuno e João Guimarães Rosa.”

Professora Cláudia Mônica dos Santos – Dimensão Técnico-operativa do Serviço


Social.

No dia 15/05 às 19:00 ocorreu, no auditório do prédio 43 da PUC MINAS –


Campus Coração Eucarístico, o primeiro dia de evento da Semana do Assistente Social,
que acontecerá até o dia 18/05 e contará com diversos convidados.

A dra. e professora, de Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do


Serviço Social, Maria Cristina Soares Magalhães apresentou sua nova obra “O trágico
na travessia do sertão: Miguel de Unamuno e João Guimarães Rosa.” e falou sobre o
caráter hermenêutico que esta apresenta, unindo as filosofias de Unamuno e Guimarães
Rosa.

Por volta de 20:00, Cláudia Mônica dos Santos, doutora e professora da


Universidade Federal de Juiz de Fora, deu início a uma fala sobre a Dimensão Técnico
Operativa do Serviço Social. Explicitou em seu discurso que esta dimensão passou por
três fases muito importantes e atribuladas em sua historiografia:

 A primeira ocorreu entre os anos de 1936 e 1960, onde o Serviço Social


assumiu uma face tecnicista, ou seja, a formação do profissional ou em sua

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atuação possuíam características voltadas para o domínio técnico, deixando à
parte as outras dimensões.

 A segunda fase se deu nos anos 70, quando o Movimento de Reconceituação


surgia. O Serviço Social detinha formato teórico-político, com pouca relevância
ao atributo técnico. Neste período havia uma forte resistência e luta pela
redemocratização do país, que passava por um período de governo ditatorial.
Romper com o conservadorismo da profissão era algo urgente, pois já a
sociedade apresentava novas demandas a serem atendidas, assim o Serviço
Social e seu profissional careciam de novos estudos, pesquisas, teorias e
ideologias que servissem como alicerce para atuação. O autor José Paulo Netto
diz em seu artigo denominado “A construção do projeto ético-político do
Serviço Social” que “um dos traços mais característicos do conservadorismo
consiste na negação das dimensões políticas e ideológicas.” (2007, p.5). Neste
período

[…] os segmentos mais dinâmicos do corpo


profissional vincularam-se ao movimento dos
trabalhadores e, rompendo com a dominância do
conservadorismo, conseguiram instaurar na profissão o
pluralismo político, que acabou por redimensionar
amplamente não só a organização profissional (…)
como, sobretudo, conseguiram inseri-la, de modo
inédito, no marco do movimento dos trabalhadores
brasileiros. (NETTO, p. 10, 2007).

 E nos anos 90, principalmente em 1996, foi trazida a relevância das três
dimensões e a interdependência que elas possuem: ético-política, teórico-
metodológico e técnico-operativa. As três dimensões efetivam o trabalho
profissional, trazem conhecimento da realidade de atuação, e ajudam a
enxergar o outro.

Segundo Santos, hoje a atuação do profissional de Serviço Social passa por dois
caminhos que tendem a desqualificá-lo: há uma desprofissionalização do assistente
social que negligência o objeto e o objetivo de sua formação acadêmica, trazendo sua
atuação para campos que não são de sua alçada; e existe também uma padronização e
tecnificação da atividade do assistente social, onde a execução de seus exercícios

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possuem moldes a serem seguidos, não há mais autonomia no realizar de sua função.
São duas tendências preocupantes e que devem ser sempre questionadas.

Ao fim, a professora Raquel Lino apresentou alguns resultados de pesquisa


realizada com assistentes sociais para elucidar quais são os défices que a formação
destes profissionais apresenta e quais as necessidades destes enquanto profissionais.

A partir da fala destas profissionais, pode-se reconhecer que o serviço social


passa por constantes mudanças que por vezes trazem progresso e ora dificultam sua
trajetória, suprimindo sua qualidade. No contexto atual se faz fundamental a efetivação
do trabalho profissional com o cumprimento de suas reais atribuições, valorizando sua
ação. Para que isto ocorra é preciso que haja respeito por parte dos empregadores (seja
público ou privado), das academias e dos próprios assistentes sociais (formados ou em
formação) pelas três dimensões que a profissão apresenta, entendendo e respeitando o
conhecimento, o campo e a realidade em que o assistente social esta inserido.

Referência:

NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social. In:


Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. 2007. Disponível em:
<http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-1.pdf> Acessado em 16 abr.
2017.

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