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GEOSFERAS:
CONCEITOS, DINÂMICA E
INTERATIVIDADE
Belém - Pará
2020
Universidade Federal do Pará
Assessoria de Educação a Distância
t
Especialização em Formação de Professores
MÓDULO II
Disciplina: GEOSFERAS:
CONCEITOS, DINÂMICA E INTERATIVIDADE
AEDI - UFPA
2020
Sumário
1. Apresentação da disciplina .................................................................................... 1
2. Terra Global: origem e diferenciação planetária; formação das geosferas ...... 1
2.1. Teoria do Big Bang ............................................................................................ 1
2.2. A hipótese da Nebulosa ..................................................................................... 2
2.3. A formação do Sol ............................................................................................. 4
2.4. A formação dos planetas .................................................................................... 4
2.4.1. Os Planetas Interiores ................................................................................. 6
2.4.2. Os Planetas Exteriores ................................................................................ 6
3. Litosfera................................................................................................................... 8
3.1. Sistema Geodínamo: Manto e Núcleos .............................................................. 8
3.1.1. Formação das camadas da Terra Primitiva ................................................. 8
3.1.2. A diferenciação da Terra ............................................................................ 9
3.2. Sistema Tectônico: Litosfera/Astenosfera – origem e funcionamento ............ 19
3.2.1. A deriva continental.................................................................................. 20
3.2.2. O ressurgimento da Teoria da Deriva Continental ................................... 22
3.2.3. Placas Tetônicas ....................................................................................... 25
3.3. ATIVIDADE 1 ................................................................................................ 32
3.4. Referências ....................................................................................................... 33
4. Hidrosfera ............................................................................................................. 34
4.1. Conceito ........................................................................................................... 34
4.2. Origem e evolução da Hidrosfera .................................................................... 34
4.2.1. A Hidrosfera no início .............................................................................. 35
4.2.2. A hidrosfera transitória ............................................................................. 37
4.2.3. A hidrosfera moderna ............................................................................... 37
4.3. Quantidade e distribuição da água na Terra ..................................................... 38
4.4. O ciclo Hidrológico ......................................................................................... 39
4.4.1. Processos envolvidos no ciclo .................................................................. 39
4.5. Rios .................................................................................................................. 41
4.5.1. Escoamento ............................................................................................... 41
4.5.2. Processos fluviais ..................................................................................... 43
4.5.3. Cargas fluviais, movimentos dos sedimentos, erosão e deposição........... 43
4.5.4. Vales, canais e planícies de inundação ..................................................... 45
4.5.4.1. Padrões morfométricos ......................................................................... 45
4.5.5. Redes de drenagens .................................................................................. 46
4.5.6. Deltas ........................................................................................................ 48
4.6. Geleiras ou Glaciares ....................................................................................... 49
4.6.1. Classificação das geleiras ou glaciais ....................................................... 50
4.6.2. Formação das geleiras .............................................................................. 51
4.6.3. Balanço de massa das mantas de gelo ...................................................... 51
4.7. Oceanos ............................................................................................................ 53
4.7.1. Geologia dos oceanos ............................................................................... 53
4.7.2. Sedimentação nos oceanos ....................................................................... 59
4.7.3. Linhas de Costa ........................................................................................ 60
4.8. ATIVIDADE 2 ................................................................................................ 63
4.9. Referências ....................................................................................................... 64
5. Atmosfera .............................................................................................................. 65
5.1. Composição e evolução ................................................................................... 65
5.2. Mudanças Climáticas ....................................................................................... 70
5.3. ATIVIDADE 3 ................................................................................................ 74
5.4. Referências ....................................................................................................... 75
6. BIOSFERA ............................................................................................................ 76
6.1. Conceito ........................................................................................................... 76
6.1.1. Surgimento da vida na Terra .................................................................... 77
6.1.2. Origem da Vida ........................................................................................ 77
6.1.3. Primeira vida na Terra: Procariontes ........................................................ 77
6.1.4. Evolução dos eucariotos ........................................................................... 78
6.1.5. Era Paleozoica: A Vida Explode .............................................................. 78
6.1.6. A Era Mesozóica ...................................................................................... 80
6.1.7. Era Cenozóica ........................................................................................... 81
6.2. Fontes de Energia na Biosfera ......................................................................... 83
6.3. Impactos humanos no meio ambiente global ................................................... 85
6.3.1. A atividade humana e a mudança global .................................................. 87
6.4. ATIVIDADE 4 ................................................................................................ 92
6.5. Referências ....................................................................................................... 93
1
1. Apresentação da disciplina
A disciplina Geosferas: conceitos, dinâmica e interatividade tem duração de 60h
e tem o objetivo de apresentar as geosferas da Terra através da descrição de suas
principais estruturas e processos dinâmicos de formação e controle.
A organização da apostila foi idealizada para uma leitura sequencial dos
capítulos e está estruturada em um capítulo introdutório (cap. 2) e quatro capítulos
temáticos (cap. 3-6). No capítulo introdutório serão apresentadas as hipóteses sobre a
origem do universo e a formação do sistema solar e dos planetas. No capítulo 3, serão
apresentados a estrutura da Terra, o seu sistema geodinâmico e as implicações destes
processos na litosfera. No capítulo 4 será apresentada a origem e evolução da hidrosfera
e seus principais processos estruturadores e os fenômenos relacionados à sua circulação
pelo planeta. No capítulo 5 será caracterizada a estrutura da atmosfera e seu contexto
nas relações com o clima. Por fim, no capítulo 6 abordaremos a evolução da biosfera,
que engloba todas as regiões onde há vida, ao longo da história do planeta e as
consequências das atividades antropogênicas recentes.
Ao final de cada capítulo temático, o discente encontrará uma atividade que
consiste em uma lista de questões de fixação. As respostas de cada atividade deverão ser
submetidas pela plataforma Moodle para correção as quais formarão o conceito do
discente ao final da disciplina.
Figura 1: evolução do sistema solar. Press et al., 2006. Livro: Para entender a Terra, 4ª Ed.
4
Figura 2: (a) nebulosa atrai elementos mais pesados para o centro, concentrando matéria em um
proto-Sol extremamente quente e denso; (b) fortes ventos da recém-formada estrela criam a
chamada nebulosa solar, em formato elipsoidal. Fonte: material IagUSP: Anjos, S. 2015.
maiores com tamanhos semelhantes ao da lua (Figura 4), com atrações gravitacionais
também maiores, que atrai colisão de novos materiais até formar os 9 planetas que
conhecemos atualmente. Mas será que são nove mesmo?
Observação: Por que Plutão deixou de ser um planeta?
http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/07/por-que-plutao-deixou-de-ser-
considerado-um-planeta
Observação: Plutão deixou de ser um planeta. Veja os motivos no link descrito:
Observação: Afinal, quantos planetas possui o sistema solar?
https://super.abril.com.br/saude/afinal-quantos-planetas-tem-o-sistema-solar/
Observação: segundo estudos mais recentes, Plutão deveria voltar a ser considerado um
planeta. Veja no link: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/09/plutao-
deveria-ser-considerado-planeta-de-novo-diz-estudo.html
Figura 3: demonstrando a evolução do sistema colar desde a nebulosa até a formação dos planetas Fonte:
apostilada da UFAM – autor dessconhecido.
Link: http://home.ufam.edu.br/ivaldo/Aulas/Geocronologia/Origem%20da%20Terra%202011.pdf
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Figura 4: figura esquemática da colisão de blocos espelhados na nebulosa solar que vieram a formar
os planetesimais. Fonte: material IagUSP: Anjos, S. 2015.
Figura 5: modelo da nebulosa explicitando a divisão do sistema solar entre planetas rochosos
(interiores) e gasosos (exteriores) Fonte: https://graveastronomia.wordpress.com/tag/planet-formation/
Figura 7: modelo atual do sistema solar. Notar a grande divisão entre planetas menores e rochosos e os
gigantes gasosos, marcada por um grande cinturão de asteroides. Fonte da imagem:
http://www.historiasefemeras.com/2015/11/sistema-solar.html
3. Litosfera
velocidade da luz, uma pequena massa é capaz de produzir uma grande quantidade de
energia) que seria equivalente a vários trilhões de bombas nucleares de 1 megaton
(apenas uma bomba dessas proporções é capaz de destruir uma cidade inteira). Estas
colisões levaram a duas consequências diretas: ejeção ao espaço de uma grande
quantidade de detritos e geração de calor que fundiu o que restou da Terra (Press, et al.,
2006).
Muitos cientistas acreditam que a formação da lua se deu a partir da agregação
destes detritos despejados no espaço (Figura 8) a partir de um grande impacto que, além
disso, teria acelerado o movimento de rotação da Terra e mudado seu eixo rotacional, a
cerca de 4,5 bilhões de anos atrás.
Observação: mesmo semelhante a teoria do grande impacto para a formação da lua, há
uma nova teoria que afirma que o satélite teria se formado a partir de múltiplos
impactos e posterior agregação dos materiais resultantes destes impactos. Ver link
abaixo:
https://www.istoedinheiro.com.br/estudo-contradiz-principal-teoria-de-formacao-da-lua/
Figura 8: simulação computadorizada da origem da lua por meio de um impacto de um corpo do tamanho
de marte. Fonte: Press et al., 2006
Figura 9: a diferenciação da Terra primitiva gerou um planeta zoneado com um denso núcleo de ferro e
níveis (materiais extremamente densos), uma crosta com material mais leve e um manto residual e de
natureza plástica entre eles. Press et al., 2006
Figura 10: peridotito, rocha ultramáfica que sofreu poucos processos de diferenciação. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peridotito
Figura 12: na primeira imagem vemos o perfil de velocidade de ondas sísmicas (Vp e Vs) e
densidade no interior da Terra; na segunda imagem temos um perfil de velocidade de onda P na
crosta e manto superior, em uma região continental. Fonte: Teixeira et al., 2000.
Figura 13: a primeira imagem representa como as ondas sísmicas se comportariam caso a
Terra não fosse diferenciada e, na segunda imagem, temos um desenho simplificado do
comportamento real das ondas.
permitindo com que materiais mais leves se separassem dos mais pesados e
ascendessem ao topo, formando os núcleos primitivos dos continentes. Posteriormente,
a água e a chuva, além de outros constituintes da atmosfera, acabaram erodindo rochas,
causando forte processo de intemperismo (desagregação e/ou desintegração das rochas
continentais), formando sedimentos que se acumularam em camadas espessas,
formando praias, deltas e os assoalhos dos mares adjacentes. A repetição destes
processos da história de bilhões de anos da Terra, estruturou os continentes (Press et al.,
2006).
Observação: o mais antigo fragmento de mineral zircão encontrado na Terra, possui
idade de 4,3 a 4,4 bilhões de anos.
A crosta oceânica é de origem vulcânica, menos diferenciada, mais rica em
minerais de ferro e magnésio e possui menores teores de sílica quando comparada a
crosta continental. Essas peculiaridades se dão por sua origem ser diretamente
relacionada a fusão do manto pouco diferenciado, gerando uma crosta de composição
basáltica e de baixa espessura (5 a 10 Km – podendo variar de acordo com suas
referências, entretanto, sempre mais fina que a crosta continental). Desta maneira, pode-
se concluir que, por se encontrar em maior contato com o manto, o fluxo térmico desta
crosta também é maior. Além desses fatores, é importante ressaltar que, diferente da
crosta continental, que possui um grande espectro de composições químicas oriunda de
múltiplas fontes de formação de rochas, a crosta oceânica provém de uma única fonte,
sendo a maior parte gerada de magmatismo de cadeias meso-oceânicas.
Figura 15: atividade vulcânica contribuiu de maneira significativa com o lançamento de grandes
quantidades de vapor d’água, dióxido de carbono e outros gases para a atmosfera e os oceanos. A
fotossíntese de seres vivos retirou o dióxido de carbono da atmosfera e adicionou oxigênio, que não
constituía a atmosfera primordial. Fonte: Press, et al., 2006.
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Figura 16: comportamento das ondas sísmicas no interior da Terra. (a) notar as diferenças de
velocidade nas zonas de descontinuidades do globo; (b) observar as divisões em litosfera e
astenosfera e, os momentos em que comaça a haver fusões parciais de rochas inicialmente em estado
sólido, marcado pelo momento em que a linha da geoterma (vermelha) ultrapassa a curva de fusão
(em azul). Fonte: https://pt.slideshare.net/treis/descontinuidades-internas.
Figura 17: desenho esquemático evidenciando as camadas da Terra e a velocidade das ondas sísmicas.
Notar que na interface Manto-Núcleo há uma drástica diminuição de velocidade, associada com a
camada D.
helicoidais pela rotação da Terra, que criam correntes elétricas e geram o campo
magnético terrestre, funcionando como um dínamo gigante (Figura 18).
Observação: O campo magnético terrestre impede a entrada de partículas com alta
velocidade vindas do Sol (vento solar). Ao atingirem o campo magnético da Terra, essas
partículas que compõem o chamado vento solar são defletidas por causa da carga
elétrica que possuem (Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo-
magnetico-terrestre.htm).
Figura 18: representação do campo magnético terrestre, gerado pela composição e dinâmica
do núcleo externo, que se comporta como um dipolo magnético gigante.
Figura 19: encaixe do “quebra cabeças” que dos continentes americanos, africano e
europeu, dando início ao princípio da Deriva Continental. Fonte:
https://www.slideshare.net/adrianacarvalho313371/teoria-da-deriva-continental-
28937669
Em 1915, um meteorologista alemão, Alfred Wegener, escreveu um livro sobre
a fragmentação e deriva dos continentes. Neste livro, Wegener apresentou algumas
similaridades marcantes na estrutura geológica, bem como fósseis em lados opostos do
oceano atlântico (Figura 20), como o Mesosauros e o Glossopteris (um tipo de
giminoperma primitivo), plantas que ocorreram nos mais diferentes continentes,
inclusive sofrendo processo evolutivo similar, além de evidências de glaciação a cerca
de 300 milhões de anos encontrados no sudeste do Brasil, sul da África, Índia, oeste da
Austrália e Antártica (Figura 21). Com essas evidências, Wegener concluiu que estes
continentes, agora separados, teriam formando anteriormente um supercontinente, que
ele denominou de Pangea (em grego: todas as terras).
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Figura 22: disposição da dorsal mesoatlântica. Notar que as rochas mais antigas (cores
quentes) se colocam no centro do corpo e são as rochas mais novas da dorsal, enquanto
que as cores frias são as rochas mais antigas e se colocam na borda do corpo.
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Figura 23: distribuição das idades geocronológicas relativas da dorsal meso-atlântica. Observa-se que as
idades mais jovens estão mais no centro da dorsal e as mais antigas próximas a colisão com os continentes.
Fonte: Teixeira et al., 2000..
Figura 24: esquema de correntes de convecção atuante na dorsal meso-oceânica. Fonte: Teixeira
et al., 2000..
Além disso, outros geólogos reconheceram que o assoalho oceânico não era
apenas reciclado em suas dorsais, mas também em regiões de intensa atividade
vulcânica e sísmica ao longo da bacia do Oceano Pacífico, no denominado Círculo de
Fogo do Pacífico (Figura 25)
Figura 25: círculo de fogo do pacífico mostrando os vulcões ativos (em vermelho) e os abalos
sísmicos – terremotos (em preto). Fonte: Press, et al., 2006.
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Figura 26: distribuição geográfica das placas tectônicas da Terra. Os números representam as
velocidades em cm/ano que essas placas estão se movimentando e as setas indicam a direção em que
elas estão migrando (Fonte: Teixeira et al., 2000.).
Figura 27: configuração do mosaico atual dos limites e tipos de limites de placas. Setas em azuis na
mesma direção indicam ambiente convergente; setas vermelhas em direção opostas, indicam ambiente
divergente e, setas amarelas em sentidos de direção diferentes, indicam ambiente transformante. Os
números próximos a essas setas mostram a velocidade em cm/ano dessas placas.
Figura 28: (a) rifteamento e expansão do assoalho oceânico na dorsal mesoatlântica criam uma cadeia
de montanhas onde se concentram falhas, terremotos e vulcões; (b) estágio inicial do rifteameno
separação de placas no leste da África, onde vales em rifte múltiplos estão distribuídos sobre uma
zona mais larga (Press et al., 2006)
Figura 29: expansão do assoalho oceânico que forma vários vales em rifte. Notar que essa
expansão é registrada em rochas da Islândia. Press et al., 2006.
Figura 30: (a) mar vermelho divide-se para formar os Golfos de Suez e Aqaba, resultado da
separação da Península Arábica da África; (b) Golfo da Califórnia, um oceano em processo de
abertura resultante de um rifte que está sendo alargado entre a Bacia da Califórnia e o México.
Press, et al., 2006)
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Figura 31: tipos de limites convergentes: (a) subducção de uma placa oceânica em uma margem
continental, formando um cinturão de montanhas na margem do continente; (b) subducção de uma
placa oceânica em outra placa oceânica, formando uma fossa profunda e um arco de ilha vulcânico; (c)
colisão entre dois continentes, causando espessamento crustal, formando altas montanhas. Fonte: Press
et al., 2006
Fgura 32: (a) vista para noroeste da Falha de San Andreas remontando a um limite de placas
transformane, entre a Placa Pacífica (à esquerda) e a Placa Norte-Americana (a direita). Press et al., 2006
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3.3. ATIVIDADE 1
1 – Cite e explique as teorias cientificamente válidas para a origem do universo, do
sistema solar e planeta Terra, de maneira dissertativa e cronológica.
2 – Explique como se deu a diferenciação da Terra, explanando em seu texto a formação
de cada camada terrestre, bem como das camadas externas que a protegem.
3 – Cite e explique todos os métodos conhecidos para o estudo do interior da Terra.
4 – Cite e caracterize todas as camadas da Terra.
5 – Explique como Wegener determinou pela primeira vez a possibilidade da migração
de continentes. Por que esta teoria foi prontamente descartada e como ela voltou ser
considerada ?
6 – Como o estudo do magnetismo da Terra contribuiu para o conhecimento sobre a
deriva continental?
7 – Quais são os três grandes grupos de limites de placas tectônicas? Explique
detalhadamente cada um desses grupos.
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3.4. Referências
TEIXEIRA, W; TOLEDO, M. C. M de; FAIRCHILD, T.R. & TAIOLI, F. (2000) –
Decifrando a Terra, Oficina de Textos, Editora do Brasil, São Paulo, 557 p.;
PRESS, F., GROTZINGER, J., SIEVER, R., JORDAN, T. H. Para Entender a Terra,
4. ed., Bookman. 2006, 624 p.
https://graveastronomia.wordpress.com/tag/planet-formation/
http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/07/por-que-plutao-deixou-de-ser-
considerado-um-planeta
https://super.abril.com.br/saude/afinal-quantos-planetas-tem-o-sistema-solar/
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/09/plutao-deveria-ser-
considerado-planeta-de-novo-diz-estudo.html
http://home.ufam.edu.br/ivaldo/Aulas/Geocronologia/Origem%20da%20Terra%202011
.pdf
http://www.historiasefemeras.com/2015/11/sistema-solar.html
https://www.istoedinheiro.com.br/estudo-contradiz-principal-teoria-de-formacao-da-lua/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peridotito
https://amigopai.wordpress.com/2015/08/30/superficie-da-terra/
https://pt.slideshare.net/treis/descontinuidades-internas
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo-magnetico-terrestre.htm
https://www.slideshare.net/adrianacarvalho313371/teoria-da-deriva-continental-
28937669
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4. Hidrosfera
4.1. Conceito
O termo hidrosfera vem do grego: ὕδωρ hydōr, "água”e σφαῖρα sphaira,
"esfera". É a esfera da água, que compreende todos os oceanos, lagos, rios e a água
subterrâneas. Ela apresenta-se nos estados sólido, líquido e gasoso e pode ser
subdividida em água salgada e água doce, essa última mais propícia para consumo a
depender do seu estado de conservação. A hidrosfera é uma das divisões da biosfera.
Incluem-se na hidrosfera todos os organismos vivos que habitam na água ou dependem
dela e também todos os habitats aquáticos.
A água é vital para toda a vida do planeta. Participa dos processos de erosão e
intemperismo, tanto como um solvente dos minerais das rochas e do solo, quanto como
um agente de transporte que carrega os materiais dissolvidos e alterados. Ainda tem um
importante papel lubrificante, e nos movimentos de massa.
4.2. Origem e evolução da Hidrosfera
A origem da água no planeta Terra está relacionada à formação da Atmosfera,
com a degaseificação do planeta, fenômeno de liberação de gases por um sólido ou
líquido, quando este é aquecido ou resfriado. A teoria mais provável é de que a
formação do núcleo da Terra tenha resultado na fuga de uma atmosfera primitiva
original e sua substituição por uma derivada da perda de substâncias voláteis do interior
planetário.
Como a água chegou à superfície da Terra ainda é um questionamento que vem
sendo debatido com diferentes hipóteses. Alguns cientistas argumentam que grande
parte da água do planeta foi entregue por impactos de cometas e meteoros, já foi
comprovado que ambos corpos celestes contêm gelo. Outros cientistas afirmam que a
maior parte da água da Terra é proveniente de reações químicas no interior do planeta.
Uma vez que a superfície do planeta tivesse esfriado o suficiente, a água contida nos
minerais do material agregado e liberada em profundidade poderia escapar para a
superfície e, em vez de ser perdida para o espaço, resfriada e condensada para formar a
hidrosfera inicial (Figura 1). Uma grande Terra fresca certamente serviu como uma
armadilha melhor para a água do que um pequeno corpo quente, pois quanto menor a
temperatura, menor a probabilidade de escape de vapor de água, e quanto maior a massa
planetária, mais forte sua atração gravitacional por vapor de água. Se a maior parte da
desgaseificação ocorreu durante a formação do núcleo ou pouco depois, ou se houve
uma desgaseificação significativa do interior da Terra ao longo do tempo geológico,
esta informação permanece incerta.
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Figura 1: Exemplo de como a atividade vulcânica primitiva pode ter contribuido com o
lançamento, para a atmosfera e os oceanos, de grandes quantidades de vapor d'água,
dióxido de carbono e outros gases e, para os continentes, de materiais sólidos. Press et
al., 2006. Livro: Para entender a Terra. 4ª Ed. Capítulo 1.
É provável que a hidrosfera tenha atingido seu volume atual no início da história
da Terra, e desde então houve apenas pequenas perdas e ganhos. Os ganhos seriam de
desgaseificação contínua da Terra; A taxa atual de desgaseificação da água “juvenil”
(água gerada sob a forma de vapor observada atualmente em erupções vulcânicas) foi
determinada como sendo apenas 0,3 km cúbicos (cerca de 0,07 milha cúbica) por ano. A
perda de água na alta atmosfera é causada pela fotodissociação, a quebra das moléculas
de vapor de água em hidrogênio e oxigênio devido à energia da luz ultravioleta. O
hidrogênio é perdido no espaço e o oxigênio fica para trás. Apenas cerca de 4,8 × 10 -4
km cúbicos (cerca de 0,0005 milha cúbica) de vapor de água são atualmente destruídos
a cada ano por fotodissociação. Esta baixa taxa pode ser facilmente explicada: as
temperaturas muito baixas da atmosfera superior resultam em uma armadilha de frio a
uma altitude de cerca de 15 km, onde a maioria do vapor de água condensa e retorna a
altitudes mais baixas, escapando da fotodissociação. Desde a formação inicial da
hidrosfera, a quantidade de vapor de água na atmosfera foi regulada pela temperatura da
superfície da Terra - daí o seu balanço de radiação. Temperaturas mais altas implicam
em maiores concentrações de vapor de água atmosférico, enquanto temperaturas mais
baixas sugerem níveis atmosféricos mais baixos.
4.2.1. A Hidrosfera no início
Acredita-se que os gases liberados da Terra durante a sua história inicial,
incluindo o vapor de água, tenham formado a atmosfera primitiva da Terra. A sequência
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de eventos que ocorreram quando a crosta foi resfriada é difícil de reconstruir, mas
supõe-se que abaixo de 100 °C toda a água teria se condensado, e os gases ácidos teriam
reagido com os minerais ígneos originais para formar sedimentos e uma hidrosfera
inicial dominada por um oceano salgado. Se as taxas de reação química forem
consideradas lentas em relação ao resfriamento, uma atmosfera de 600 °C conteria,
juntamente com outros compostos, vapor de água, dióxido de carbono e cloreto de
hidrogênio (HCl). A água, portanto, teria se condensado em um oceano quente cedo.
Nesse estágio, o cloreto de hidrogênio teria se dissolvido no oceano, mas a maior parte
do dióxido de carbono permaneceria na atmosfera. Este oceano ácido primitivo teria
reagido vigorosamente com os minerais da crosta, dissolvendo a sílica e os cátions e
criando um resíduo composto principalmente de minerais de argila aluminosa que
formariam os sedimentos das primeiras bacias oceânicas (Figura 2).
permite que o influxo varie com o tempo, mas a entrada seria correspondida pela
variação quase simultânea e igual do efluxo.
Parece que a melhor descrição da composição moderna da água do mar é a de
um sistema químico em um estado quase estacionário dinâmico. Alterações na
composição podem ocorrer ao longo do tempo, mas o sistema sempre parece retornar a
uma composição de estado estável no tempo. Em outras palavras, desde 1,5 bilhão a 2
bilhões de anos atrás, as mudanças químicas evolutivas na hidrosfera têm sido pequenas
quando vistas contra a magnitude da mudança anterior.
Figura 3: A distribuição de água na Terra. Fonte: Press et al., 2006. Livro: Para entender
a Terra. 4ª Ed. Capítulo 13.
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Figura 4: O ciclo hidrológico. Fonte: Press et al., 2006. Livro: Para entender a Terra. 4ª
Ed. Capítulo 13.
4.5. Rios
Um rio é um curso natural de água corrente, geralmente de água doce, que
flui para um oceano, mar, lago ou outro rio. Em alguns casos, um rio deságua no solo e
se torna seco no final de seu curso sem atingir outro corpo de água (Curry, 1972). Dada
a sua capacidade de erosão, transporte e deposição, os rios são os principais agentes de
transformação da paisagem agindo continuamente modelando o relevo.
4.5.1. Escoamento
A água, nos rios, move-se de acordo com certas características básicas da
dinâmica de fluidos. Neste caso, podemos observar dois tipos de escoamento usando
linhas de movimento chamadas de linhas de corrente:
Fluxo laminar: É também chamado de escoamento laminar ou um escoamento
que está num regime laminar. No regime laminar, o fluido se move em
camadas sem que haja mistura e variação de velocidade. As partículas movem-se
de forma ordenada, mantendo sempre a mesma posição relativa. As linhas de
corrente são retas ou levemente curvas, correm paralelas umas às outras, não
havendo mistura ou cruzamento de camadas (Figura 5).
42
Mas como a água dos rios escoa, de fato? Tanto o fluxo laminar, quanto o fluxo
turbulento, dependem de 3 fatores: sua velocidade (taxa de movimento), sua geometria
(ou, no caso, principalmente sua profundidade) e sua viscosidade (medida da resistência
de um fluido ao movimento).
A maioria dos cursos d'água na natureza tende a apresentar fluxo turbulento, pois
a água além de apresentar baixa viscosidade nos limites comuns de temperatura da
43
4.5.6. Deltas
Os rios podem terminar por desaguar em um lago ou oceano, misturando-se com
a água do entorno, e - sem poder mais descer pelo terreno abaixo - gradualmente
perdem seu ímpeto para mover-se adiante. Como o assoalho do lago ou do oceano
submerge em águas mais profundas longe da praia, todo o material depositado, de
vários tamanhos, forma uma plataforma deposicional chamada de delta.
Quando um rio se aproxima de seu delta, onde o perfil do declive é quase
nivelado com o mar, ele inverte seu padrão de drenagem ramificada do curso superior.
Ao invés de coletar mais água de seus tributários, ele descarrega água por meio dos
distributários - canais menores que se ramificam à jusante a partir do canal principal e
que recebem água e sedimentos, para serem por eles distribuídos. Os materiais
depositados no topo do delta, tipicamente areia, formam um pacote de camadas de topo.
A jusante, na frente externa do delta, areia fina e silte são depositados para formar um
pacote de camadas frontais, que lembra uma estratificação cruzada de grande proporção.
Espalhando-se sobre o assoalho marinho, avante das camadas frontais, está o pacote de
49
camadas basais, finas e horizontais, compostas de lama, que são soterradas à medida
que o delta continua a crescer.
Figura 11: Um grande delta marinho típico, com muitos quilômetros de extensão.
Fonte: Press et al., 2006. Livro: Para entender a Terra. 4ª Ed. Capítulo 14.
4.6.3.2. Ablação
Quando o gelo se acumula até atingir uma espessura suficiente para dar início ao
seu deslocamento, a formação da geleira está completa. O gelo, assim como a água, flui
encosta abaixo sob a atração da gravidade. O gelo move-se descendo um vale entre
montanhas ou a partir do centro de um manto de gelo continental, que tem a forma geral
de um domo. Em ambos os casos há a extensão da geleira para as altitudes mais baixas,
onde as temperaturas são mais quentes.
A quantidade total de gelo que uma geleira perde a cada ano é chamada de ablação. Os
mecanismos responsáveis pela perda do gelo são:
Derretimento: à medida que o gelo derrete, a geleira perde material.
Desprendimento de iceberg: Pedaços de gelo descolam-se e formam icebergs quando
uma geleira alcança a linha de costa.
Sublimação: Em climas frios, o gelo pode passar diretamente do estado sólido para o
gasoso.
Erosão eólica: Ventos fortes podem erodir o gelo, principalmente por derretimento e
sublimação.
A maior parte da retração glacial que resulta do aquecimento e derretimento ocorre na
região da borda da geleira. Assim, mesmo que uma geleira esteja avançando encosta
53
abaixo ou radialmente a partir de seu centro, a borda de gelo pode estar se retraindo. Os
dois mecanismos pelos quais as geleiras perdem a maior parte do gelo são o
derretimento e o desprendimento de icebergs.
4.7. Oceanos
O oceano é a área que mais se destaca no planeta, cobrindo mais de 70% de sua
superfície. No entanto, até a década de 1950, as informações, principalmente sobre o
fundo do oceano eram extremamente limitadas. Com o desenvolvimento de
instrumentos modernos, a compreensão da diversidade da topografia do fundo do
oceano melhorou dramaticamente, foi descoberto o sistema global de cordilheiras
oceânicas, uma forma de relevo elevada e larga que fica 2 a 3 quilômetros mais alta que
as bacias oceânicas adjacentes e é a característica topográfica mais longa da Terra.
A palavra oceano pode ser aplicada tanto para os cinco principais oceanos
(Pacífico, Atlântico, Índico, Ártico e Antártico) quanto ao corpo úmido de água
conectada, que poderia ser denominado Oceano Global. O termo mar inclui os oceanos
e corpos menores de água de certa forma secundários em relação ao oceano global.
Assim, o Mar Mediterrâneo está estreitamente conectado ao Oceano Atlântico através
do Estreito de Gibraltar e com o Oceano Índico pelo canal de Suez. Outros mares, como
o Mar do Norte e o Oceano Atlântico, estão conectados de forma mais aberta. No
oceano global, a composição química geral da água do mar (a água salgada de oceanos e
mares), se mantém constante durante o ano todo em todo o oceano global. O equilíbrio
mantido pelos oceanos é determinado pela composição geral das águas dos rios que
adentram, pela composição dos sedimentos levados até eles e pela formação de novos
sedimentos do próprio oceano. Sabe- se que, os processos oceânicos figuram entre os
maiores agentes transportadores de calor do planeta, controlando o clima e contribuindo
na distribuição espacial dos processos intempéricos e erosivos.
Figura 16: Satélite com altímetro de radar. Fonte: Lutgens et al., 2016.
Livro: Essentials of Geology. 13ª ed. Capítulo 10.
4.7.1.2. Regiões Oceânicas
A partir da tectônica de placas foi possível entender as distinções básicas entre a
geologia continental e a oceânica. Diferenças essas, como o assoalho oceânico que não
tem montanhas dobradas e falhadas como a dos continentes. Sendo essas modificações
regidas pela tectônica de placas restrita ao falhamento e ao vulcanismo localizados nas
dorsais mesoceânicas e nas zonas de subducção. Da mesma forma, as correntes do mar
profundo podem erodir e transportar sedimentos, mas não modificar de maneira
eficiente os planaltos e as colinas de rochas basálticas que formam a crosta oceânica.
Devido a deformação tectônica, o intemperismo e a erosão são mínimos na maior parte
do fundo oceânico, e os processos construtivos de vulcanismo e sedimentação dominam
a geologia dos oceanos. Estes possuem diversas feições geológicas, constituindo-se das
margens continentais (em que se encontra a plataforma continental, possuindo uma
suave inclinação, o talude continental, mais íngreme e, em alguns casos um sopé
continental), o assoalho oceânico, que é renovado constantemente e o sistema de
cordilheiras oceânicas.
57
Figura 14: Perfil esquemático de uma margem continental Fonte: Decifrando a terra
ultrapassar a superfície da água, quando isto ocorre há a formação das chamadas ilhas
vulcânicas
na costa brasileira, mas são comuns ao redor do Oceano Pacífico, como a fossa oceânica
existente ao longo do assoalho oceânico frontal no lado ocidental da América do Sul
(Chile-Bolívia- Equador); podem ter milhares de quilometros de comprimento e até 11
km de profundidade.
4.7.2. Sedimentação nos oceanos
A sedimentação, encontrada em grande parte do fundo do mar onde houve
pesquisas, modifica as estruturas formadas pela tectônica de placas e cria sua própria
topografia, em locais de rápida decomposição. O sedimento é principalmente: lama e
areia terrígenas erodidas dos continentes e conchas bioquímicamente precipitadas de
organismos que habitam no mar. Em áreas próximas a zona de subducção, sedimentos
derivados de cinzas vulcânicas e derrames de lava são abundantes. Já em braços
tropicais do mar, onde ocorre evaporação intensa, são depositados os sedimentos
evaporíticos.
Figura 16: linha sísmica do offshore sul da ilha de Lombok (Indonésia). Fonte:
http://homepage.ufp.pt/biblioteca/Estratigrafia%20Sequencial/Pages/PageS.html.
Acessado em: 01/09/2019
Figura 17: Informações de uma onda básica. Crest = Crista da onda; trough = vale;
Wave height = amplitude da onda; Wavelength = comprimento da onda. FONTE:
Lutgens et al., 2016. Livro: Essentials of Geology. 13ª ed. Capítulo 17.
horas do dia em que a água alcança o nível de maré mais alto. No entanto, foi somente à
partir do século XVII, quando Isaac Newton formulou a lei da gravidade, que foi
possível entender que as marés resultam no empuxo gravitacional da lua e do sol nas
águas dos oceanos.
Figura 18: Ação do sol e da lua sobre as marés. . Livro Decifrando a Terra . Capítulo 17
63
4.8. ATIVIDADE 2
1. Quanto da superfície da Terra os oceanos cobrem? Qual a porcentagem do
suprimento de água da Terra, que os oceanos representam?
2. Um sistema fluvial consiste em três zonas, com base no processo dominante
que opera em cada zona. No diagrama a seguir, combine cada processo com
uma das três zonas: produção de sedimentos (erosão), deposição de sedimentos,
transporte de sedimentos.
4.9. Referências
Curry, R. R. 1972. Rivers – a geomorphic and chemical overview p. 9 -31. Em R. T.
Oglesby, C. A. Carlson e J. A. McCann [ed]. River Ecology and man. Academic Pres,
NY 465 p.
Encyclopædia Britannica. Hydrosphere. Disponível em:
https://www.britannica.com/science/hydrosphere . Acessado em: 26/03/2019
Gegraphy name. Disponível em: http://geography.name/the-work-of-streams-and-
stream-gradation/. Acessado em: 20/12/2018.
Lutgens, Frederick K.; Tarbuck, Edward J.; Tasa, Denis. 2016. Essentials of geology.
13e. | Hoboken, New Jersey: Pearson Education
Ml ALL, A.D. 1977. A review of the braided-rivers depositional environment. Earth
Science Review, 13(1):1-62.
National Geographic. Hydrosphere. Disponível em:
https://www.nationalgeographic.org/encyclopedia/hydrosphere/ . Acessado
em:17/01/2019
PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra.
Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, C.; FAIRCHILD, T.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São
Paulo: Oficina de Textos, 2000.
Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Geleira#cite_note-5 Luca
Galuzzi Acessado em: 20/12/2018
65
5. Atmosfera
O que é a Atmosfera?
É uma camada gasosa que envolve e acompanha a Terra devido as forças
gravitacionais. É composta por diversos gases importantes para a vida, como o oxigênio
(elemento mais abundante no planeta), nitrogênio e gás carbônico, que formam uma
mistura transparente, incolor e inodora chamada de ar atmosférico. Além desses gases,
há também vapor d’água, partículas em pó, micro-organismos, etc. Há uma diferença na
composição química dentro da atmosfera, tendendo a uma diferenciação, onde na parte
mais próxima a superfície estão os gases mais pesados e mais acima, se concentram os
gases mais leves. Desta maneira, a atmosfera possui a seguinte subdivisão:
1) Troposfera: atinge cerca de 10 a 12 Km de altitude e concentra 75% dos gases e
80% da umidade atmosférica, sendo a camada onde ocorre as perturbações
atmosféricas. Pode chegar em temperaturas de 60ºC negativos nas porções de
maior altitude, chamada de tropopausa.
2) Estratosfera: Entende a partir da troposfera até cerca de 50km. Não se formam
nuvens e o vapor d’água é praticamente inexistente, porém, é uma camada
importante por haver presença de ozônio, responsável por filtrar a maior parte
dos raios ultravioletas emitidos pelo sol. A temperatura, começa a aumentar,
podendo chegar a 2ºC.
3) Mesosfera: início da camada denominada atmosfera superior, chegado a 80 km
de altitude. Diferentemente da estratosfera, a temperatura tende a diminuir com a
altitude (ar mais rarefeito), podendo atingir 90ºC negativos no limite superior.
4) Ionosfera (termosfera): grande camada que se prolonga da mesosfera até cerca
de 600km. O ar é muito rarefeito e carregado por íons (por isso usa-se o nome
ionosfera). É nessa camada que os meteoros se desintegram, podendo atingir
temperatura de 1000ºC em sua porção superior, dada a ação muito elevada das
radiações ultravioletas da luz solar (por isso também se usa o nome termosfera).
5) Exosfera: camada mais externa da atmosfera terrestre, começando com
aproximadamente 600km de altitude e com limites superiores imprecisos. A
inexistência de ar proporciona temperaturas superelevadas, superiores a 1000ºC.
66
Composição da Atmosfera
Como supracitado, o ar atmosférico é constituído por diferentes gases sem um
limite superior em um sentido físico, verificando-se apenas uma progressiva rarefação
do ar com o aumento da altitude. Entretanto, convencionalmente para estudos de
meteorologia, entende-se que a atmosfera deva possuir aproximadamente 80 a 100 km
de espessura, representando 1,6% do raio médio de nosso planeta. Apesar disso, para
estudos meteorológicos, a porção importante da atmosfera se restringe a apenas 0,3% do
raio do nosso planeta, justificando a preocupação em preservá-la (Silva, et al., 2009).
Para entender os processos físicos que ocorrem na atmosfera, se faz necessário
conhecer sua composição. Nesta análise composicional, é interessante separar a análise
do vapor d’água devido sua concentração variar bastante ao longo das camadas da
atmosfera, alterando a proporção dos demais constituintes, uma vez que, quanto
67
menores suas proporções, obtém-se o chamado “ar seco”, cuja composição média é
praticamente constante a partir de 25 km de altitude (Tabela 1) (Silva, et al., 2009).
Gás Carbônico: do total de dióxido de carbono, cerca de 98% é dissolvido nos oceanos
sob a forma de bicarbonato e o restante se encontra na atmosfera. A concentração varia
bastante com a localização, estando mais presente em zonas fortemente industrializadas,
nos aglomerados urbanos. Há um intercâmbio entre gás carbônico, atmosfera e os seres
vivos (respiração e fotossíntese), os materiais da crosta (combustão e oxidação) e os
oceanos. Cerca de 90% dos vegetais não provém do solo, mas sim da atmosfera.
Entretanto, esse start inicial para a produção de oxigênio atmosférico não foi
suficiente para esta camada gasosa chegar em concentrações semelhantes aos dias
atuais, necessitando de mais 1,5 bilhão de anos para que isso ocorresse. Assim, até que a
taxa desse gás se estabilizasse, os únicos organismos capazes de se desenvolver foram
as bactérias, uma vez que os organismos aeróbios multicelulares só conseguem se
desenvolver no nível atual de oxigênio atmosférico.
O aumento na concentração atmosférica de oxigênio também trouxe duas outras
consequências: i) a seleção natural levou à eliminação de várias espécies que não se
adaptaram à toxicidade do gás; ii) formou-se a camada de ozônio, um escudo protetor
contra os raios ultravioleta do sol. A explosão populacional das cianobactérias
consolidou um novo tipo de metabolismo, a respiração aeróbia, criando condições para
um novo estágio evolutivo: a célula nucleada, característica dos seres eucariontes, por
volta de 1,4 bilhão de anos atrás.
O Efeito Estufa:
Os gases responsáveis pelo efeito estufa (clorofluorcarbono (CFC), ozônio(O3),
metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e o dióxido de carbono (CO2) absorvem uma parte
da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e irradiam, por sua vez, uma
parte da energia de volta para a superfície (Fig.3). Como resultado direto, a superfície
recebe quase o dobro de energia da atmosfera em comparação com a energia recebida
do sol, aquecendo o planeta. Este aquecimento é importantíssimo para a vida como
conhecemos na Terra, entretanto, o aumento deste aquecimento em proporções
elevadas, podem ocasionar mudanças ambientais inimagináveis para a estabilidade do
planeta (Silva e Paula, 2009). O Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas
(IPCC – sigla em inglês) descreveu em seu relatório em 2007, que a concentração de
CO2 na atmosfera de 280 ppm em 1750 para 379 ppm em 2005 (aumento de 35,35%),
além dos aumentos da concentração de CH4 (148%) e N2O (18,15%).
71
5.3. ATIVIDADE 3
1 – O que é atmosfera? Qual sua importância para origem e manutenção de vida na
Terra?
2 – Cite e defina composicionalmente cada camada da atmosfera.
3 – Disserte sobre a composição inicial da Terra e como se deu sua evolução até a
composição que ela apresenta nos dias atuais.
4 – Do que se trata o efeito estufa?
5- Cite e explique os modelos mais aceitos para a causa das mudanças climáticas e
como elas podem impactar no nosso dia-a-dia.
75
5.4. Referências
Follmann, Hartmut; Brownson, Carol (November 2009). “Darwin’s warm little pond
revisited: from molecules to the origin of life”. Naturwissenschaften (Berlin: Springer-
Verlag) 96 (11): 1265–1292.
IPCC. Intergovernmental Panel on Climate Change. eds. 2007. Climate change 2007:
The physical science basis. Contribution of working group I to the fourth assessment
report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge: Cambridge
Univ. Press. 996p.
Lyons, T.W.; Reinhard, C.T. E Planavsky, N.J. The rise of oxygen in Earth’s early
ocean and atmosphere. Nature, v. 506, n. 7488, p. 307-315, 2014.
Masters, G. M. Introduction to enviromental engineering and science. 2nd. ed. New
Jersey: Prentice-Hall, 1997.
Mcintyre S., Mckitrick R. 2003. Corrections to the Mann et. al. (1998) proxy data base
and northern hemispheric average temperature series. Energy & environment,
14(6):751-771.
Overpeck J.T., Otto-Bliesner B.L., Miller G.H., Muhs D.R., Alley R.B., Kiehl J.T.
2006. Paleoclimatic evidence for future ice-sheet instability and rapid sea-level rise.
Science, 311(5768):1747-1750.
Rosing, Minik T.; Bird, Dennis K.; Sleep, Norman H.; et al. (22 March 2006). “The rise
of continents—An essay on the geologic consequences of photosynthesis” (PDF).
Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology (Amsterdam, the Netherlands:
Elsevier) 232 (2–4): 99–113.
Silva, F.M., Chaves, M.C., Lima, Z.M.C., 2009. Geografia Física II – Atmosfera
Terrestre.
Silva, R.W.C., Paula, B.L., 2009. Causa do aquecimento global: antropogênica versus
natural
Wegman E.J., Scott D.W., Said Y.H. 2006. Ad hoccommittee report on the ‘hockey
stick’ global climate reconstruction. Wegman Report. 91 p.
Sites:
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/atmosfera-terrestre.htm
76
6. BIOSFERA
6.1. Conceito
Biosfera (do grego βίος, bíos= vida; e σφαίρα, sfaira = esfera; esfera da vida) ou
ecosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra, sendo o maior nível de
organização ecológica. Ela inclui a biota e os compartimentos terrestres com os quais a
biota interage (litosfera, hidrosfera, criosfera e atmosfera), assim como seus processos e
inter-relações, ou seja, é tudo aquilo que está diretamente relacionado aos seres vivos e
o meio ambiente, é a região do planeta Terra onde é possível a existência de vida.
É justamente na biosfera que acontecem as interações entre os seres vivos e
esses com os elementos naturais em diferentes lugares do mundo, dessa forma cada
região do planeta possui aspectos particulares de luminosidade, relevo, clima,
vegetação, água entre outros. Sendo constituída por três elementos naturais de extrema
importância para a vida na Terra. A hidrosfera que representa a esfera das águas,
composta por toda água existente no planeta em diferentes lugares como em rios, lagos,
geleiras, oceanos e mares. A atmosfera consistindo na esfera dos gases, que corresponde
ao conjunto de gases que envolvem a Terra, juntamente a hidrosfera possuem tem forte
influência na composição dos climas devido à dinâmica da atmosfera e seus fenômenos.
E por último, a litosfera corresponde ao conjunto, principalmente a partir de rochas e
solos, onde encontramos diversos tipos de minérios.
Figura 19: Fóssil de um Trilobita. FONTE: Lutgens et al., 2016. Livro: Essentials of
Geology. 13ª ed. Capítulo 19.
O período ordoviciano marcou o aparecimento de cefalópodes, um grupo de
moluscos móveis altamente desenvolvidos que se tornaram os principais predadores de
79
seu tempo. Enquanto isso, os peixes aperfeiçoaram um esqueleto interno como uma
nova forma de apoio. Os peixes revestidos de armadura que evoluíram durante o
Ordoviciano continuaram a se adaptar. Suas placas de armadura afinavam para escamas
leves que aumentavam sua velocidade e mobilidade. Outros peixes evoluíram durante o
Devoniano, incluindo tubarões primitivos com esqueletos de cartilagem e peixes ósseos
- os grupos nos quais muitos peixes modernos são classificados. Os peixes, os primeiros
grandes vertebrados, provaram ser nadadores mais rápidos que os invertebrados e
possuíam sentidos mais agudos e cérebros maiores. Eles se tornaram grandes
predadores do mar, e é por isso que o período devoniano é frequentemente chamado de
"Era dos Peixes".
6.1.5.2. Vertebrados mudam para terra
Durante o Devoniano, um grupo de peixes chamado de peixe com nadadeiras
lobadas (Sarcopterygii) começou a se adaptar aos ambientes terrestres. Como muitos
outros peixes que vivem em águas pobres em oxigênio, os peixes com nadadeiras
lobadas usavam pulmões para complementar suas brânquias para respirar. Eles também
tinham barbatanas robustas com um esqueleto interno. No final do Devoniano, os peixes
com nadadeiras lobadas haviam evoluído para anfíbios que respiravam ar, que tinham
pernas fortes, mas ainda mantinham uma cabeça e cauda semelhantes a peixes (Figura
20).
Figura 20: Comparação entre um exemplar de peixe com nadadeira lobada e um tipo de
anfíbio primitivo. FONTE: Lutgens et al., 2016. Livro: Essentials of Geology. 13ª ed.
Capítulo 19.
Durante o período do Mississipi, alguns anfíbios desenvolveram características
que lhes permitiam ter uma reestruturação mais completa para a vida completamente
fora da água, tornando-se assim os primeiros répteis. Estes, incluíram pulmões
melhorados para estilos de vida ativos e pele “impermeável” que evitou a perda de
fluidos corporais. A característica mais importante, foi o desenvolvimento de ovos
cobertos de casca colocado em terra, que eliminou completamente a necessidade por
água para o desenvolvimento dos indivíduos, e isto foi um grande passo evolutivo. O
80
ovo reptiliano possui um líquido aquoso dentro, que se parece muito com a água do mar
em produtos químicos e composição.
6.1.5.3. A Grande Extinção do Permiano
No final do período do Permiano, ocorreu uma extinção em massa, na qual um
grande número de espécies da Terra se extinguiu. Durante essa extinção em massa, 70%
de todas as espécies de vertebrados que habitavam a terra e talvez 90% de todos os
organismos marinhos foram dizimados; foi a mais grave das cinco extinções em massa
que ocorreu nos últimos 500 milhões de anos.
Uma série de erupções vulcânicas, ocorridas há 250 milhões de anos, pode ter
sido o fator decisivo para o fim da maior parte das formas de vida na Terra, na época. A
liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono provavelmente gerou um
período de aquecimento acelerado do efeito estufa, enquanto a emissão de dióxido de
enxofre é creditada por produzir grandes quantidades de chuva ácida e condições de
baixo oxigênio no ambiente marinho. Essas mudanças drásticas no ambiente
provavelmente colocam estresse excessivo em muitas formas de vida da Terra.
Esta foi a mais grave das cinco extinções em massa que ocorreu nos últimos 500
milhões de anos. Cada extinção causou estragos na biosfera existente, destruindo um
grande número de espécies. Em cada caso, no entanto, os sobreviventes criaram novas
comunidades biológicas, muitas vezes mais diversas. Portanto, extinções em massa
foram responsáveis também, por diversificar a vida na Terra, pois os poucos
sobreviventes resistentes acabaram preenchendo os nichos ambientais deixados pelas
vítimas.
6.1.6. A Era Mesozóica
As formas de vida que existiam no início da era mesozóica foram os
sobreviventes da grande extinção do Permiano.
Em terra, as condições favoreceram organismos que poderiam se adaptar a
climas mais secos. Um desses grupos de plantas, gimnospermas, produziu sementes
"nuas" expostas a folhas modificadas que geralmente formam cones. Ao contrário das
primeiras plantas a invadir a terra, as gimnospermas produtoras de sementes não
dependiam de água para fertilização, como as samambaias mais primitivas.
Consequentemente, eles poderiam se expandir facilmente para habitats mais secos,
tornando-se rapidamente as árvores dominantes do Mesozóico.
Entre os animais, os répteis se adaptaram prontamente ao ambiente mais seco do
Permiano e Triássico. Os primeiros répteis eram pequenos, mas formas maiores
evoluíram rapidamente, principalmente os dinossauros. Alguns répteis desenvolveram
características especializadas que lhes permitiram ocupar ambientes drasticamente
diferentes. Um grupo, os pterossauros, ficou no ar. Ainda não se sabe como os maiores
pterossauros conseguiam voar- alguns dos quais tinham asas medindo mais de 8 metros
e pesando mais de 90 kg.
Outros répteis voltaram para o mar, incluindo plesiossauros e ictiossauros que
comem peixe (Figura 21). Esses répteis tornaram-se nadadores proficientes, respirando
por meio de pulmões, em vez de guelras.
81
camadas rochosas, onde foram depositados sedimentos que com o passar do tempo
foram comprimidos pelo peso das camadas dos mesmos. Normalmente, os gases, que
são menos densos, ocupam a parte superior da rocha porosa, depois se situam os
petróleos e, por último, a água, na parte inferior.
caracterizada pelo ciclo da água que ao ser evaporada transforma-se em vapor de água e
é libertado para a atmosfera contribuindo para o efeito estufa. Com o aquecimento
global, haverá um aumento da temperatura da água dos oceanos e, como o dióxido de
carbono dissolve-se melhor na água fria, esse aumento na temperatura irá reduzir a
capacidade dos oceanos de absorver dióxido de carbono, acentuando o efeito de estufa.
Em contra partida, um de seus derivados, o gás natural, apresenta alta qualidade
energética por suas propriedades físicas e químicas e a utilização do gás natural tem
sido de grande importância já que a demanda por combustíveis não poluentes tem sido
muito grande para preservar o meio ambiente. Sendo considerado o combustível fóssil
de queima mais limpa, especialmente quando usado em substituição a outras fontes de
energia mais poluentes.
Na busca por fontes de energias limpas, a energia nuclear pode ser considerada
uma boa opção quando levada em consideração que no processo de fissão do urânio, é
liberado uma quantidade de energia 3 milhões de vezes maior que a queima de
combustíveis fosséis, capaz de mover turbinas para a geração de eletricidade. Apesar de
ser uma fonte energia sustentável, em contrapartida os rejeitos radioativos gerados ainda
possuem má destinação, e quando manuseados de forma incorreta podem provocar os
piores acidentes do mundo e com efeitos ambientais duradouros.
6.3. Impactos humanos no meio ambiente global
A terra passou por processos internos que resultou em um ambiente ideal para
sobrevivência: Os oceanos, solos ricos, ar respirável e um clima favorável. O homem
pré-histórico foi quem sobreviveu a este ambiente e níveis de subsistência. Com isso,
houve uma melhora na qualidade da vida da humanidade, foram começando a criar
técnicas para poder extrair e utilizar os recursos do planeta, estes, criaram riqueza e
conforto pois, foi disponibilizado materiais e a energia necessária para processar
comida, construir estruturas, transportar coisas e manufaturar bens de todos os tipos, O
uso de recursos finitos da terra, sem considerar a fragilidade do planeta, podendo
ocasionar a exaustão desses recursos e à acumulação de resíduos danosos. Pode,
também, desencadear mudanças climáticas com graves consequências. O desafio para a
espécie humana é usar de forma sábia os recursos para garantir um futuro sustentável.
Os humanos vêm interferindo no meio ambiente pelo desmatamento, pela
agricultura e por outros tipos de uso do solo ao longo de toda a história, mas os efeitos
nos tempos antigos eram restritos ao habitat regional. A sociedade atual afeta o meio
ambiente em uma escala inteiramente nova: nossas atividades podem ter consequências
globais.
Explorações de novas áreas, grandes progressos tecnológicos, que ocasionaram
uma maior produção de alimentos em área cultivada devido ao uso intenso de
fertilizantes, agrotóxicos e sementes desenvolvidas em laboratório entre outras
características de desenvolvimento exigem um consumo cada vez maior de matérias-
primas tanto minerais, como energéticas. O consumo de energia por habitante parece
aumentar dependendo do estágio de desenvolvimento em que a sociedade se encontra,
conforme mostram as figuras a seguir, levando a supor que, quando os povos se
desenvolvem, cresce a demanda de energia per capta.
86
Figura 23: Assoreamento do rio causado por uso impróprio do solo. Livro Decifrando a
Terra. Capítulo 24, pg 520
Com a exaustação do solo, as populações procurarão novas áreas que sofrerão o
mesmo processo de ocupação e degradação. Nas áreas em que a agricultura intensiva é
implantada, quase sempre associadas a técnicas de irrigação, o desequilíbrio ecológico
se faz presente, obrigando ao uso excessivo de fertilizantes e agrotóxicos. Estas práticas
são extremamente agressivas ao solo, podendo levar à sua salinização. Além disso,
podem ocasionar a contaminação tanto das águas superficiais como das subterrâneas,
tornando inviável o aproveitamento da região por longo tempo, ou mesmo
permanentemente, visto que as águas subterrâneas deslocam- se a velocidades muito
baixas, e não se renovam facilmente.
Devido a necessidade de maior produtividade da área cultivada obriga a uma
modernização e progressiva mecanização da agricultura, o que cria um problema social
grave na medida em que os trabalhadores rurais do trabalho rural tradicional, fazendo
que uma grande quantidade se mude para áreas urbanas à procura de novas
oportunidades.
6.3.1. A atividade humana e a mudança global
A expressão mudança global entrou no vocabulário mundial à medida que
aumentaram as evidências de eu as emissões das atividades humanas poderiam alterar a
química da atmosfera, com desastrosas consequências em toda a parte, entre estas:
extinção em massa devido a chuva ácida, exposição crescente aos raios ultravioleta
devido à depleção do ozônio estratosférico e aquecimento global devido ao incremento
do efeito estufa.
O reconhecimento dessas críticas consequências potenciais tem motivado as
nações e trabalharem juntas para reduzir os efeitos adversos de uma mudança ambiental
global. Os governos têm criado novas regulamentações voltadas para as problemáticas
ambientais regionais e novos tratados têm sido formulados para reduzir os impactos
humanos nos geossistemas globais.
88
Figura 22: Um monumento antes e depois da deterioração causada pela chuva ácida.
FONTE: Livro Para Entender a Terra 4ª Ed. Capítulo 23.
não serem reativos e por não serem rapidamente removidos pela chuva nem pela neve.
Uma vez que esses gases sobem para a estratosfera, sofrem a ação da radiação
ultravioleta liberando radicais livres que reagem com as moléculas de ozônio, formando
uma molécula de oxigênio (O2) e uma molécula de óxido de cloro (CIO), provocando a
destruição do O3. O CIO tem vida curta e rapidamente reage com um átomo de oxigênio
livre, liberando radical livre que volta a destruir outra molécula de O3. Um único radical
livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de ozônio, o que provoca a
diminuição da Camada de Ozônio e prejudica a filtração dos raios UV.
latitudinal da radiação solar. Essas variações, por sua vez, contribuíram para os
episódios glaciais-interglaciais alternados da Idade do Gelo.
A hipóteses que erupções vulcânicas explosivas podem alterar o clima da Terra
foi proposta pela primeira vez há muitos anos. Isto é ainda considerada uma explicação
plausível para alguns aspectos variabilidade climática. Erupções explosivas emitem
enormes quantidades de gases e detritos de granulação fina na atmosfera. As maiores
erupções são suficientes poderosas injetar material alto na atmosfera, e ventos fortes no
ar espalham pelo globo, onde permanece por muitos meses ou até anos. O material
vulcânico suspenso filtra uma parte da radiação solar recebida, que por sua vez reduz as
temperaturas na troposfera.
Atividade vulcânica intensa pode liberar o dióxido de carbono, que é um dos
gases responsáveis pelo efeito estufa que aquece o planeta, existem evidências
geológicas consideráveis de que o Cretáceo Médio foi um período de uma taxa
incomumente alta de atividade vulcânica. Essa característica foi associada ao calor do
período, que estava entre os mais quentes da longa história da Terra.
O impacto humano no Clima Global
Os seres humanos contribuem para as mudanças climáticas globais. Grande parte
da adição de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa à atmosfera é decorrente
da ação humana na Terra. A influência humana no clima regional e global não começou
apenas com o início do período industrial moderno. Há boas evidências de que as
pessoas vêm modificando o ambiente em extensas áreas há milhares de anos. O uso do
fogo e o pastoreio excessivo de terras marginais por animais domesticados reduziram a
abundância e a distribuição da vegetação. Ao alterar a cobertura do solo, os seres
humanos modificaram fatores climáticos importantes como o albedo da superfície, as
taxas de evaporação e os ventos da superfície.
A queima de combustível fóssil e as mudanças no uso do solo desde a revolução
industrial causaram uma grande poluição na atmosfera por CO2 e o aumento de outros
gases- estufa. Reconhecendo os problemas potenciais que essa tendência traz para a
mudança do clima global, os Estados Unidos estabeleceram um painel
Intergovernamental sobre a mudança do clima (internagovernamental panel on climate
change -IPCC) em 1988 para estimar a dimensão do risco da mudança do clima
induzida pelas atividades humanas, seu impacto potencial e as opções de adaptação e
mitigação. O IPCC tornou- se um fórum permanente de centenas de cientistas,
economistas e especialistas em formulação de políticas para trabalhos conjuntos visando
a compreender essas questões.
De acordo com um relatório de 2013 do IPCC, "O aquecimento do sistema
climático é inequívoco, como agora é evidente a partir de observações de aumentos nas
temperaturas médias globais do ar e do oceano, derretimento generalizado de neve e
gelo e aumento do nível do mar global.” A maior parte do aumento observado nas
temperaturas médias globais desde meados do século XX é extremamente provável
devido ao aumento observado nas concentrações de gases de efeito estufa geradas pelo
homem.
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6.4. ATIVIDADE 4
6.5. Referências
Lutgens, Frederick K.; Tarbuck, Edward J.; Tasa, Denis. 2016. Essentials of
geology. 13e. | Hoboken, New Jersey: Pearson Education
PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a
Terra. Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman,
2006.
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, C.; FAIRCHILD, T.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra.
São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
Wikipédia. Biosphere. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Biosphere .
Acessado em: 25/01/2019