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0.1 Funções reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1


0.1.1 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
0.1.2 Funções inversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.1.3 Tranformações das funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
0.1.4 Completamento do quadrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
0.1.5 Função módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

0.1 Funções reais

I Funções
Uma função real é uma tríade: subconjunto dos números reais que formará o domínio da
função (Df ) ; um subconjunto dos números reais que formará o contradomínio (gerlamente
o conjunto R); e uma expressão que designa a relação entre elementos do domínio e
contradomínio (designado por f ) de tal modo que a cada elemento do domínio (x ∈ D f )
existe apenas um único elemento no contradomínio associado a ele pela função f (∃! y ∈
R : y = f (x))

y
y
f (x)
f (x) y1
y (x, y1 )
(x, y)
x x
x x (x, y2 )
y2

Existe um reta vertical com base


Toda reta vertical com base na na abiscissa x intersectando o grá-
abiscissa x intersecta o gráfico da fico da função emmais de um ponto
função em apenas um único ponto

Figura 1: É função Figura 2: Não é função

Denotamos a função f com o símbolo

f : Df ⊆ R −→ R, y = f (x), x ∈ Df

E designamos por imagem da função f como sendo a coleção de todos os elementos do


contradomínio que estão relacionados pela função com os elementos do domínio da função,

1
Conteúdo

0.1 Funções reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1


0.1.1 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
0.1.2 Funções inversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.1.3 Tranformações das funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
0.1.4 Completamento do quadrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
0.1.5 Função módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

0.1 Funções reais

I Funções
Uma função real é uma tríade: subconjunto dos números reais que formará o domínio da
função (Df ) ; um subconjunto dos números reais que formará o contradomínio (gerlamente
o conjunto R); e uma expressão que designa a relação entre elementos do domínio e
contradomínio (designado por f ) de tal modo que a cada elemento do domínio (x ∈ D f )
existe apenas um único elemento no contradomínio associado a ele pela função f (∃! y ∈
R : y = f (x))

y
y
f (x)
f (x) y1
y (x, y1 )
(x, y)
x x
x x (x, y2 )
y2

Existe um reta vertical com base


Toda reta vertical com base na na abiscissa x intersectando o grá-
abiscissa x intersecta o gráfico da fico da função emmais de um ponto
função em apenas um único ponto

Figura 1: É função Figura 2: Não é função

Denotamos a função f com o símbolo

f : Df ⊆ R −→ R, y = f (x), x ∈ Df

E designamos por imagem da função f como sendo a coleção de todos os elementos do


contradomínio que estão relacionados pela função com os elementos do domínio da função,

1
CONTEÚDO 2

ou seja
Imf = { y ∈ R : ∃x ∈ Df , onde y = f (x) }
f

Df Imf
x y

f : Df ⊆ R −→ R, y = f (x), x ∈ Df
O gráfico da função f é uma coleção de todos os pares (x, y) no plano cartesiano
bidimensional R × R onde cada abscissa x é um elemento do domínio e a a ordenada y é
o único elemento do contradomínio relacionado a x pela função, o que se representa por
y = f (x):
(Gráfico de f) Gf = {(x, y) : x ∈ Df , y = f (x) }

Observações e exemplos
• f (x) = x2 , Df = R, contradomínio = R.
f : R −→ R é uma função, pois o número y fica unicamente determinado pelo x
segundo a expressão y = x2 .

• f (x) = x2 , Df = R+ , contradomínio = R+
f é uma função, da mesma forma como a função anterior. Neste caso, nota-se que
a imagem é todo o contradomínio, e dizemos portanto que a função é sobrejetora
(Imf =contradomínio).
Além disso, pode-se mostrar que a função tem a seguinte propriedade:
«para x1 �= x2 temos que f (x1 ) �= f (x2 )» o que é o mesmo que dizer que «Se
f (x1 ) = f (x2 ) então x1 = x2 ». E isso quer dizer que a função é injetora. O que
significa dizer que cada y na imagem está associado a um único x do domínio que é
«levado» a ele pela função. A ligação entre os x’s e y’s é unívoca, havendo apenas
um «caminho para passar» de um a outro elemento via a função .
De fato, se x1 , x2 sendo ambos estritamente positivos forem «levados» pela função
f (nesse caso, f (x) = x2 ) num mesmo elemento na imagem, ou seja x21 = x22 , então
teríamos

x21 − x22 = (x1 − x2 )(x1 + x2 ) = 0, como x1 + x2 > 0, então x1 = x2

Enfim, a função é sobrejetora e injetora, ou seja, função é bijetora. Assim podemos


definir o que chamamos que função inversa, f −1 , da função f :

f −1 : R+ −→ R+ , x = f −1 (y) = o único elemento x tal que x2 = y



Ou seja, f −1 (y) = y
CONTEÚDO 3

• f (x) = −3x + 7, Domínio = R, Contradomínio = R


Note que dado qualquer y no contradomínio, existe um único x no domínio de modo
que f (x) = −3x + 7 = y; de fato, basta resolver essa equação para encontrar a
expressão que define a relação que traz de volta os elementos do contradomínio para
o domínio (no caso, ambos são o conjunto R), que é a função inversa
1 7
f −1 : R −→ R, x = f −1 (y) = − y −
3 3
Logo a função é bijetora.

• f (x) = x2 + 1, Domínio =Df = R+ , contradomínio = R+

Dado qualquer y ≥ 1 então existe um único x ≥ 0 talque f (x) = x2 + 1 = y, pois
resolvendo essa equação, tem-se o seguinte

y 2 − 1 = x2 (como y 2 − 1 ≥ 0 ) =⇒ x = y 2 − 1 = f −1 (y)
Logo a função é bijetora e a função inversa é

f −1 : R −→ R, x = f −1 (y) = y2 − 1

II Funções inversas
Dizemos que uma função é injetora quando para cada x1 , x2 no domínio da função em
que f (x1 ) = f (x2 ) implique que, de fato, x1 = x2 . Ou seja, dois elementos distintos no
domínio não podem ter a mesma imagem.
Um consequência da injetividade de uma função é que podemos definir a função que
«traz de volta» os elementos da imagem para o domínio. Ou mais exatamente, existe uma
função, que denominamos de inversa da função (direta) injetora f , e que denotaremos por
f −1 , definida da seguinte forma
Dado qualquer y na imagem de f , Imf , como existe um único x ∈ Df associado a y
pela função f , então designamos este único x como sendo o elemento f −1 (y) que pertence
ao domínio da f . Ou seja, fica definida a função inversa
f −1 : Df −1 = Imf −→ Imf −1 = Df , x = f −1 (y), onde y = f (x)

Observação: Note que (x, y) ∈ Gráfico de f ⇐⇒ (y, x) ∈ Gráfico de f −1 , o que implica


em o gráfico da função inversa ser a reflexão especular do gráfico da função
«direta» em relação a diagonal principal do plano cartesiano.
Observação: f −1 (f (x)) = x, ∀x ∈ Df e f (f −1 (y)) = y, ∀y ∈ Imf
f −1 ◦ f (x) = x, ∀x ∈ Df
f f y=x
Df Im(f )

x y
y
f −1
x
f −1
f ◦ f −1 (y) = y, ∀y ∈ Im(f ) x y
CONTEÚDO 4

Exemplos

• f : R+ −→ R+ , f (x) = x2 . A inversa é f −1 : R+ −→ R+ , f −1 (x) = x

• f : R −→ R, f (x) = x3 . A inversa é f −1 : R −→ R, f −1 (x) = 3 x

• f : R+ −→ R+ , f (x) = x4 . A inversa é f −1 : R+ −→ R+ , f −1 (x) = 4
x

• Para n par: f : R+ −→ R+ , f (x) = xn . A inversa é f −1 : R+ −→ R+ , f −1 (x) = n x

• Para n ímpar: f : R −→ R, f (x) = xn . A inversa é f −1 : R −→ R, f −1 (x) = n x

f (x) = x3 f (x) = x4
y=x y=x

√ √
f −1 (x) = 3
x f −1 (x) = 4
x

III Tranformações das funções


Vamos considerar aqui duas transformações que transladam o gráfico de qualquer função
real

Translações verticais
Da função f (x), se se adiciona na imagem um número real b, translada-se o gráfico da
função para cima se b > 0 ou para baixo se b < 0:
T
f (x) � g(x) = f (x) + b =⇒ O gráfico da g é a translação vertical do da f

Por exemplo, seja f (x) = x2 e g(x) = x2 + 1. Então o gráfico da g é a translação da


parábola x2 uma unidade para cima.

Translações horizontais
Se na função f (x), tomarmos g(x) = f (x − a) transladamos para direita se a > 0 ou para
esquesda se a < 0:
T
f (x) � g(x) = f (x − a) =⇒ O gráfico da g é a translação horizontal do da f

Por exemplo, considerando f (x) = x2 e g(x) = f (x − 1) = (x − 1)2 , então o gráfico de


g(x) é a trsanslação da parábola x2 para direita (o vértice (0, 0) da primeira parábola é
deslocada rígidamente junto com toda a parábola para o ponto (1, 0) que é o vértice da
parábola transladada)
CONTEÚDO 5

Translação horizontal e vertical


A transformação
T
f (x) � g(x) = f (x − a) + b
translada a «janela» do gráfico da função f no entorno da origem (0, 0) para uma «janela»
no entorno do ponto (a, b) do plano cartesiano.

g(x) = f (x) + b g(x) = f (x − a) + b

f (x) g(x) = f (x − a)

b (a, b)

(0, 0) a

IV Completamento do quadrado
Todo polinômio quadrático (parábola)

p(x) = ax2 + bx + c

pode ser reescrita como


p(x) = a(x − α)2 + β
onde
b b2 4ac − b2 −Δ
α=− e β =c− = =
2a 4a 4a 4a
De modo que qualquer parábola ax2 + bx + c é enfim a translação da parábola ax2 para
o vértice
b Δ
V = (α, β) = (− , − )
2a 4a
. Em particular, se a > 0 a parábola tem concavidade para cima, se a < 0, a parábola
tem concavidade para baixo.

Exemplos de completamento do quadrado


• x2 + 3x − 2
� �2
3 3 3 17
x + 3x − 2 = (x + )2 − 2 −
2
= (x + )2 −
2 2 2 4

O que podemos tirar desse cálculo? Várias informações!


CONTEÚDO 6

a) Que a parábola é a translação de x2 para o ponto V = (− 32 , − 174


) e que ela
tem a mesma concavidade de x2 , logo, ela é uma parábola «voltada para cima», de
concavidade positiva.
b) A parábola tem duas raízes reais. Pois

3 2 17 −3 ± 17
(x + ) − = 0 =⇒ x =
2 4 2
c) O vértice da parábola é V = (− 32 , − 17
4
)

• x2 + 2x + 2
x2 + 2x + 2 = (x + 1)2 + 2 − (1)2 = (x + 1)2 + 1
O que podemos tirar desse cálculo? Algumas informações!
a) Que a parábola é a translação de x2 para o ponto V = (−1, 1) e que ela tem
a mesma concavidade de x2 , logo, ela é uma parábola «voltada para cima», de
concavidade positiva.
b) A parábola não tem raízes reais. Pois (x + 1)2 + 1 = 0 não tem solução nos
números reais, somento nos complexos (nesse caso as raízes são −1 ± i).
c) O vértice da parábola V = (−1, 1).

V Função módulo
Dado um número real x ∈ R. Define-se o módulo desse número x como o seu valor
absoluto (sem consideração do sinal), ou mais exatamente

x , x≥0
|x| = = Máximo {x, −x}
−x , x < 0

Propriedades do módulo
1. |x| ≥ 0, e |x| = 0 ⇐⇒ x = 0

2. |x · y| = |x| |y|

3. |x + y| ≤ |x| + |y| (Desigualdade triangular)

O gráfico da função | | : R −→ R+ é a junção da reta y = x para x ≥ 0 e a reta


y = −x para x < 0.

f (x) = |x|
CONTEÚDO 7

Intervalos
Um intervalo da reta real é um conjunto de números compreendidos entre dois extremos,
mais exatamente, pode-se definir os seguintes intervalos

• ]a, b[ = intervalo aberto entre a e b = {x ∈ R : a < x < b}


a b

• [a, b] = intervalo fechado entre a e b = {x ∈ R : a ≤ x ≤ b}


a b

• [a, b[ = intervalo semiaberto à direita entre a e b = {x ∈ R : a ≤ x < b}


a b

• ]a, b] = intervalo semiaberto à esquerda entre a e b = {x ∈ R : a < x ≤ b}


a b

• ] − ∞, b[ = semintervalo infinito aberto = {x ∈ R : −∞ < x < b}

• ] − ∞, b] = semintervalo infinito fechado = {x ∈ R : −∞ < x ≤ b}

• ]a, ∞[ = semintervalo infinito aberto = {x ∈ R : a < x < ∞}

• [a, ∞[ = semintervalo infinito fechado = {x ∈ R : a < x ≤ ∞}

• ] − ∞, ∞[ = intervalo infinito aberto = {x ∈ R : −∞ < x < ∞} = R

Vizinhança aberta de um número real


Uma vizinhança aberta de um número real a é um intervalo aberto que contém este
número em seu centro, ou seja
Vizinhança r de a = ]a − r, a + r[= {x ∈ R : a − r < x < a + r}
a−r a a+r
O número r > 0 dá o tamanho da vizinhança no entrono do número a. De certa
maneira esse número nos dá um certo «grau de proximidade» dos números da vizinhança
em relação ao número a. √
Por exemplo, considere o número 2 ∈ R e uma vizinhança (aberta) com grau de
proximidade r = 0.001: √ √ √
Vizinhança r = 0.001 de 2 = ] 2 − 0.001, 2 + 0.001[

2

Observe que os números que estão nessa vizinhança diferem de 2 apenas a partir√ da
terceira casa decimal. Por exemplo x = 1.414 está na referida vizinhança, pois x − 2 =
2.13 × 10−4 < 10−3 .

Teorema 0.1.1 Vizinhaça aberta de a com grau de proximidade r > 0 é exatamente o


conjunto dos x tais que |x − a| < r (os pontos x’s cuja distância ao ponto a é menor que
r)
CONTEÚDO 8

Podemos dar aqui uma «prova gráfica»


f (x) = |x − a|

r
|x − a| < r
a−r x a a+r

Exemplos
• x, | − 3x + 7| < 5 é um intervalo aberto do tipo ]a − r, a + r[, onde chamamos a do
centro do intervalo, e r > 0 o «raio de proximidade» ou o «grau de proximidade»
ao centro. Pois, de fato,
7 7 5
| − 3x + 7| < 5 ⇐⇒ | − 3| |x − | < 5 ⇐⇒ |x − | < , ou seja, da forma |x − a| < r
3 3 3
Logo, o centro é a = 7
3
e o raio r = 53 .

• x, |x2 − 1| < 1. Resolver essa inequação é determinar esse conjunto dos x’s que
resolvem a desigualdade.
Caso 1: x2 − 1 ≥ 0 ( x2 ≥ 1 ⇐⇒ |x| ≥ 1 ⇐⇒ x ≤ −1 ou x ≥ 1)
√ √ √
|x2 − 1| < 1 ⇐⇒ x2 − 1 < 1 ⇐⇒ x2 < 2 ⇐⇒ |x| < 2 ⇐⇒ − 2 < x < 2.
Então, sendo as duas restrições consideradas, tem-se
√ √
− 2 < x ≤ −1 ou 1 ≤ x < 2
Caso 2: x2 − 1 < 0 ( x2 < 1 ⇐⇒ |x| < 1 ⇐⇒ −1 < x < 1)
|x2 − 1| < 1 ⇐⇒ −(x2 − 1) < 1 ⇐⇒ 0 < x2 ⇐⇒ x �= 0. Logo, levando em
conta as condição deste caso, tem-se

−1 < x < 1, x �= 0

Juntando agora os dois casos, decorre que os x’s que resolvem a inequação
fazem parte do conjunto
√ √ √ √
{x ∈ R : − 2 < x < 0 ou 0 < x < 2} =] − 2, 0[ ∪ ]0, 2[
CONTEÚDO 9

Um prova «gráfica» é explicada observando o gráfico da função |x2 − 1|

f (x) = |x2 − 1|

A inequação |x2 − 1| < 1 cor-


1 responde a pré-imagem da fun-
ção f (x) = |x2 − 1| do in-
tervalo
√ √ [0, 1[ que é o conjunto
√ √ ] − 2, 2[−{0}
− 2 2

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