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Aplicação de metodologias de Higiene Ocupacional para recaracterização de


grupos homogêneos de exposição e coleta de agentes químicos

Conference Paper · April 2014

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Eduardo Concepción Batiz

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Aplicação de metodologias de Higiene Ocupacional para
recaracterização de grupos homogêneos de exposição e coleta de
agentes químicos

Maurício Fernandes (Centro Universitário Tupy - UNISOCIESC) mauriciofernandes13@hotmail.com


Eduardo Concepción Batiz (Centro Universitário Tupy - UNISOCIESC) eduardo.batiz@sociesc.org.br

Resumo: A Higiene do Trabalho é uma ciência que tem como objetivo a antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos presentes no
ambiente de trabalho. O objetivo deste trabalho é aplicar metodologias de higiene
ocupacional para recaracterização de grupos homogêneos de exposição e coleta de agentes
químicos. Foram utilizados o Manual de Estratégia de Amostragem da NIOSH, a
Metodologia Analítica da NIOSH e OSHA para coleta de agentes químicos, limites de
exposição ocupacional (TLVs) para substâncias químicas e agentes físicos e índice biológico
de exposição (BEIs) da ACGIH e norma regulamentadora nº 15. Como resultados da
pesquisa foram formados os grupos homogêneos de exposição, analisar as fichas dos
produtos químicos, adequar os limites de tolerância, coletar ocupacionalmente os agentes
químicos quantificáveis, interpretar os resultados laboratoriais diante da jornada de trabalho
e verificar os controles existentes bem como possibilidades de melhorias.
Palavras-chave: Higiene Ocupacional. Agentes Químicos. Grupo Homogêneo de Exposição.

Abstract: The Occupational Hygiene is a science that have like objective the anticipation,
recognition, evaluation and control of physical risks, chemical and biological agents present
in the workplace. The objective of this work is to apply methodologies of occupational
hygiene for the recharacterization of homogeneous exposure groups and collecting
chemicals. Were used the Manual of NIOSH, Sampling Strategy, Analytical Methodology
NIOSH, and OSHA to collection of agents chemical, occupational exposure limits ( TLVs ) for
chemical substances and physical agents and biological exposure index ( BEIs ) from ACGIH
and regulatory norm No. 15. As a result of research were formed the homogeneous exposure
groups to analyze the records of chemicals, adjust the tolerance limits, occupationally collect
quantifiable chemical agents, interpret laboratory results on the workload and verify existing
controls as well as possibilities for improvements.
Keywords: Occupational Hygiene. Chemical Agents. Homogeneous Exposure Groups.

1. Introdução
As indústrias, durante o processo de transformação da matéria prima até o produto
acabado geram muitos riscos. Estes riscos são classificados como riscos físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes que se não forem controlados através de ações
eficazes podem afetar a saúde e integridade física dos trabalhadores. Os riscos que geram

1
atividades caracterizadas como insalubres aos trabalhadores, ou seja, atividades realizadas
contendo exposição a agentes de riscos cuja exposição sem as devidas medidas de controle
causará danos imediatos e/ou em longo prazo são os riscos físicos, químicos e biológicos
(LUTTGARDES, 2012).
Em um setor onde haja trabalhadores com atividades semelhantes, pelo mesmo
período de tempo, em turnos de trabalhos similares e que haja exposição a um determinado
risco ambiental pode-se formar os Grupos Homogêneos de Exposição (GHE) (MELO et al.,
2011).
A American Industrial Hygiene Association – AIHA (Associação Americana de
Higiene Industrial) diz que os Similar Exposure Groups- SEGs (Grupo de Exposição Similar
- GESsão grupos de trabalhadores com exposição semelhantes a determinados agentes, bem
como, de atividades executadas, e a sua frequência. Informações sobre as características do
processo, atividades, equipamentos e agentes de risco são cruciais para a formação dos GES.
Os trabalhadores podem fazer parte de mais de um GES, pois são divididos por similaridade
de agente (IGNACIO; BULLOCK, 2006).
Desta forma não há a necessidade de se avaliar a exposição de todos os trabalhadores
do setor, e sim daquele que esteja mais exposto a determinado agente de risco. Na
impossibilidade de se determinar o trabalhador que esteja exposto a maior risco, deverá se
selecionar uma amostra dentro deste grupo homogêneo de exposição para realizar a avaliação
(NIOSH, 2013).
Os GHEs devem constar no Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho
(LTCAT), que é o documento base no que diz respeito a antecipação, reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos. É este documento que constará
a avaliação qualitativa e quantitativa destes agentes, bem como as medidas de controle para se
evitar a exposição acima dos limites de ações dos agentes avaliados (BREVIGLIERO;
POSSEBON; SPINELLI, 2008).
Os mesmos autores destacam de que a necessidade de se formar grupos homogêneos
de exposição (GHE), parte da prerrogativa de que a avaliação quantitativa de exposição a
agentes ocupacionais é complexa e de alto custo. Desta forma os trabalhadores são divididos
conforme a sua similaridade de exposição a agentes, de modo que a avaliação de um
colaborador seja representativa para todo o grupo (GHE). O profissional que se incumbe da
responsabilidade elaborar os GHEs em relação aos agentes químicos, deve levar em
consideração vários fatores (ARAUJO, 2006):
• função: É o cargo do colaborador, conjunto de atividades para que o mesmo foi
contratado;
• tarefa: São as atividades desempenhadas pelos trabalhadores durante sua jornada de
trabalho;
• exposição: O tempo de exposição que estes trabalhadores permanecem em locais onde
possam haver exposição a agentes;
• produtos químicos: Agentes químicos presentes nos postos de trabalho, podem estar
em estado sólido, líquido e/ou gasoso;
• ambiente: Processo/Características de Produtos Químicos/Tarefas executadas pelos
trabalhadores, ou seja, a interface necessária para produzir bens e serviços;

2
• turnos: Possíveis variáveis que possam haver entre os turnos de trabalho em relação
aos itens anteriores.
Os riscos ambientais devem ser muito bem reconhecidos, pois através desta fase que
se planejará as avaliações (metodologias) adequadas para cada agente, seja ele físico, químico
ou biológico. Em relação a estes riscos, pode-se dizer que os químicos são de alta
complexidade para se efetuar o seu reconhecimento nos locais de trabalho e para realizar a
avaliação quantitativa de exposição, pois são muitos fatores a serem avaliados, como a forma
de utilização dos produtos químicos no processo industrial, toxicologia dos agentes,
características físico-químicas, forma em que estes agentes se encontram no ambiente de
trabalho, ou seja, poeiras, névoas, neblinas, fumaças, gases, vapores ou misturas (CORRÊA;
SALIBA, 2012).
A correta aplicação de metodologias para formação de GHEs, coleta e interpretação de
resultados em relação aos agentes químicos e o detalhamento destas condições no LTCAT é
de suma importância, pois se todos estes procedimentos não estiverem embasados em
metodologias reconhecidas pelo governo e profissionais da área de higiene ocupacional as
ações de controle podem não estar sendo eficazes. Esta condição de exposição a agentes
químicos que se encontram mal mapeadas podem estar expondo trabalhadores a condições de
risco às suas saúdes, podendo vir a algum momento gerar danos pessoais (SALIBA, 2013).
A Higiene Ocupacional é ciência responsável em antecipar, avaliar e controlar os
riscos físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho, este trabalho terá
como foco atuar em uma área desta ciência. A área de atuação será no reconhecimento e
avaliação dos riscos químicos presentes num determinado setor industrial, bem como os
GHEs que estão expostos a eles. Estes resultados farão parte do LTCAT no que diz respeito a
este setor (ACGIH, 2011).
O objetivo deste trabalho é aplicar metodologias de higiene ocupacional para
recaracterização de grupos homogêneos de exposição e coleta de agentes químicos em um
setor de galvanização de uma empresa siderúrgica.
2. Justificativa
A necessidade deste trabalho se justifica devido ter sido evidenciado que os métodos
utilizados para o reconhecimento e avaliação de riscos ambientais na empresa objeto de
estudo não foram bem aplicados. Foi possível evidenciar isto analisando o Laudo Técnico das
Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT), pois ele não condiz com a realidade do setor.
Na prática os GHE´s não estão bem definidos, as coletas não foram projetadas de acordo com
as características da exposição e os resultados das coletas não foram bem interpretados.
Analisando esta condição, faz-se necessário um trabalho voltado para a correta
aplicação destas metodologias (NIOSH, ACGIH e NR-15), visando o correto reconhecimento,
avaliação e controle de agentes químicos nesta indústria. Este trabalho será realizado em um
determinado setor desta indústria e servirá como modelo para os demais setores. Com isto
poderá se obter dados qualitativos e quantitativos confiáveis para se adotar as medidas de
controle adequadas.
A metodologia aplicada no setor analisado em relação a formação dos grupos
existentes no momento da pesquisa que mostra este artigo não foi respeitada. A tabela 1
mostra que os GHEs estavam divididos para vários agentes, ao contrario do que o Manual de

3
Métodos Analíticos da NIOSH recomenda que são a formação de grupos homogêneos de
exposição por agente químico.
Quadro 1: Grupos homogêneos de exposição a agentes químicos (GHEs)
GHE Cargo Risco Via de contato Quant. Trabalhadores
expostos
Técnico do pote Ácido crômico Derme
5 4
Fumos de zinco Derme
6 Técnico operação manutenção 16
autônoma
Ácido crômico Derme
Técnico do processo GAL
(ISPM)
Operador de entrada da Ácido crômico Derme
galvanização Hidróxido potássio Derme
7 9
Técnico de operação – Fumos de zinco Derme
entrada da galvanização
Operador de saída da Ácido crômico Derme
galvanização Hidróxido potássio Derme
8 7
Técnico de operação – Fumos de zinco Derme
entrada da galvanização
11 Técnico do processo GAL Ácido crômico Derme 4
(forno)
Fonte: Os autores (2014)
Pode-se observar na tabela 1, que os GHEs não estarão separados por um único agente
químico, não há periodicidade de exposição, ou seja, se os colaboradores estão expostos de
modo habitual ou ocasional, o número de trabalhadores expostos ao agente químico não se
encontra dividido por cargo, ou seja não se sabe quantos colaboradores de cada cargo estão
expostos ao agente químico. Outros desvios encontrados são:
- os controles existentes no Laudo Técnico das Condições de Trabalho (LTCAT) antes da
execução deste trabalho se resumiam a proteção da pele;
- não houve interpretação dos resultados laboratoriais das coletas de agentes químicos, ou
seja, a quantificação dos agentes químicos presentes no LTCAT foi o resultado vindo em
laudo laboratorial das coletas, não levando-se em consideração o tempo de exposição ao
agente e o tempo em que não há exposição;
3. Procedimentos metodológicos
Trata-e de um estudo de caso aplicado no setor de galvanização de uma empresa
siderúrgica. Baseia em informações e resultados quantitativos com a aplicação de técnicas de
análises e medições que permitiram obter dados para quantificar a situação atual e qualitativa
já que os resultados foram comparados com padrões existentes nacionais e estrangeiros.
3.1 População e Amostra
As áreas de operação das linhas de produção da empresa onde foi realizado a pesquisa
que discute este artigo laboram em turnos de 12 horas, ou seja, no primeiro e segundo dia de
trabalho laboram das 06:00h às 18:00h e no terceiro e quarto dia das 18:00h às 06:00h, após
estes quatro dias de labore folgam quatro dias consecutivos. As equipes que se revezam em
turnos de 12 horas são identificadas por letras A, B, C e D, totalizando 42 trabalhadores. Os
cargos locados nas equipes são os mesmos, bem como, as atividades/funções realizadas por

4
eles.
A amostra selecionada foi a equipe “A” onde trabalham 11 trabalhadores. Os cargos
atuantes em cada equipe do setor de galvanização se mostram na tabela 1.
Tabela 1: Cargos atuantes na equipe A
Cargo Quantidade de trabalhadores
Operador de entrada da galvanização 1
Técnico de operação – entrada da galvanização 1
Técnico do processo GAL (forno) 1
Técnico do processo GAL (ISPM) 1
Técnico do pote 1
Operador de saída da galvanização 1
Técnico de operação – saída da galvanização 1
Inspetor da qualidade GAL 2
Técnico de operação da Manutenção Autônoma 2
Fonte: Os autores (2014)
As atividades realizadas por cada trabalhador em cada cargo são as mesmas em cada
equipe. Em todas as equipes há apenas um colaborador locado em cada cargo. As equipes A,
C e D existem dois Técnicos de Operação Manutenção Autônoma e dois Inspetores de
Qualidade Gal. Desta forma este trabalho se aplicou a equipe A, e os resultados foram
estendidos para as outras devido serem os mesmos cargos e realizarem as mesmas atividades.
A equipe A serve como base para formação dos grupos homogêneos de exposição de
todo o setor de galvanização devido a que as atividades realizadas pelos cargos são em
comum em todas as equipes, bem como o processo de trabalho. Visto isto, os resultados em
relação aos GHEs, coleta de agentes químicos, interpretação das coletas químicas e medidas
de controles será o retrato das equipes que trabalham neste setor.
3.2 Técnicas e Métodos Utilizados
As técnicas e métodos utilizados para alcançar os objetivos deste artigo são:
Observação direta: Foi aplicada durante a realização das diferentes atividades
executadas pela amostra selecionada. Teve como objetivo ambientar aos autores do artigo
sobre a atividade que estava sendo analisada.
Manual de Exposição Ocupacional e Estratégia de Amostragem. Este manual além de
definir que são os GHEs, ajuda a identificar os riscos presentes nas áreas objeto de estudo. No
caso específico da pesquisa que discute este artigo, este manual serviu para identificar com
quais produtos químicos se trabalha no setor objeto de estudo, a interação destes produtos
com os equipamentos, as funções realizadas pelos diferentes cargos do setor, enfim, todas as
variáveis que caracterizaram que o grupo de trabalhadores estão expostos de forma idêntica
ou similar que as restantes equipes a agentes químicos.
Métodos Analíticos para Coletas de agentes químicos. Entre os métodos estão:

5
• NIOSH: Método nº 7600 -Espectrofotometria de Absorção Visível (NIOSH,
2013);
• OSHA: Método nº 121-Espectrofotometria de Absorção Atômica (OSHA, 2013).
Estes métodos são aplicados para se determinar a concentração de agente químico que
os trabalhadores estão expostos em sua jornada de trabalho. Para a aplicação destes métodos é
necessário uma bomba de sucção de ar conectada em um coletor estipulado pelo próprio
método que fica fixado no colaborador durante a sua jornada de trabalho. O método estipula a
vazão em que a bomba deve ser calibrada para determinado agente químico. Os coletores
captam o ar do ambiente do colaborador juntamente com os possíveis agentes químicos, após
a coleta, estes coletores são encaminhados para laboratórios certificados que emitiram um
laudo contendo a concentração do agente coletado.
No caso específico que se discute neste artigo foi aplicado o Método nº 7600 -
Espectrofotometria de Absorção Visível para a coleta ocupacional e ambiental de ácido
crômico e o Método nº 121-Espectrofotometria de Absorção Atômica para a coleta
ocupacional de fumos de zinco.
Interpretação dos Resultados Laboratoriais dos Agentes Químicos. Para interpretação
dos resultados laboratoriais dos agentes químicos são utilizados os conceitos da ACGIH -
Limites de Exposição Ocupacional “TLV´s” para Substâncias Químicas e Agentes Físicos e
Índices Biológicos de Exposição “BEI´s” (ACGIH, 2013). Estes limites de tolerância contidos
na ACGIH são médias ponderadas no tempo, limites estes que a legislação brasileira
incorporou em território nacional (BRASIL, 1978), devido a isto, para comparar os resultados
laboratoriais referentes a exposição dos trabalhadores a agentes químicos, tem-se que
ponderar através de uma média ponderada no tempo (MTP) o período de exposição e o
período sem exposição durante a jornada de. O resultado desta MPT (equação 1), será a
exposição que o colaborador tem ao determinado agente durante sua jornada de trabalho
(ARAÚJO, 2005).

(1)
Onde: C1, C2, ....., Cn indicam a concentração de contaminantes
T1, T2,...., Tn indicam o tempo de exposição
4. Resultados
Da aplicação das diferentes técnicas e métodos descritos no item de procedimentos
metodológicos se obtiveram os seguintes resultados:
Grupo Homogêneo de Exposição
Os grupos homogêneos de exposição (GHEs) a agentes químicos do setor de
galvanização considerando as funções dos cargos, bem como, análise das FISPQs dos
produtos e interação destes com o processo se apresentam na tabela 2.

6
Tabela 2: Grupo homogêneo de exposição a agentes químicos (GHEs) da galvanização
GHE Agente Exposição Via de exposição Fonte Geradora Cargos Nº de Trab. Exp.
Operador de Entrada 5
1 Hidróxido de Potássio Ocasional Derme Desengraxe
Técnico de Entrada 4
Operador de Entrada 5
2 Óleo Mineral Ocasional Derme Desengraxe
Técnico de Entrada 4
3 Fumos de Zinco Habitual e Intermitente Aéreas Pote de Zinco Técnico do Pote 4
Operador de Entrada da Galvanização 5
Técnico de Operação – Entrada da Galvanização 4
Técnico do Processo GAL (Forno) 4
4 Fumos de Zinco Ocasional Aéreas Pote de Zinco Técnico do Processo GAL (ISPM) 4
Operador de Saída da Galvanização 4
Técnico de Operação – Saída da Galvanização 4
Inspetor Qualidade Gal 5
Técnico Operação Manutenção Autônoma 8
5 Ácido Crômico Habitual e Intermitente Derme/Aéreas Coater Técnico do Processo GAL (ISPM) 4
Operador de Entrada da Galvanização 5
Técnico de Operação – Entrada da Galvanização 4
Técnico do Processo GAL (Forno) 4
Técnico do Pote 4
6 Ácido Crômico Ocasional Derme/Aéreas Coater
Operador de Saída da Galvanização 4
Técnico de Operação – Saída da Galvanização 4
Inspetor Qualidade Gal 5
Técnico Operação Manutenção Autônoma 8
Operador de Entrada da Galvanização 5
Técnico de Operação – Entrada da Galvanização 4
Técnico do Processo GAL (Forno) 4
Técnico do Processo GAL (ISPM) 4
7 Ácido Fosfórico Ocasional Derme/Aéreas Coater Técnico do Pote 4
Operador de Saída da Galvanização 4
Técnico de Operação – Saída da Galvanização 4
Inspetor Qualidade Gal 5
Técnico Operação Manutenção Autônoma 8
Operador de Entrada da Galvanização 5
Técnico de Operação – Entrada da Galvanização 4
Técnico do Processo GAL (Forno) 4
Técnico do Processo GAL (ISPM) 4
8 Dinitrato de Níquel Ocasional Derme/Aéreas Coater Técnico do Pote 4
Operador de Saída da Galvanização 4
Técnico de Operação – Saída da Galvanização 4
Inspetor Qualidade Gal 5
Técnico Operação Manutenção Autônoma 8
Operador de Entrada da Galvanização 5
Técnico de Operação – Entrada da Galvanização 4
Técnico do Processo GAL (Forno) 4
Técnico do Processo GAL (ISPM) 4
9 Etanolamina Ocasional Derme Skin Pass Técnico do Pote 4
Operador de Saída da Galvanização 4
Técnico de Operação – Saída da Galvanização 4
Inspetor Qualidade Gal 5
Técnico Operação Manutenção Autônoma 8
Contato com amostras
10 Óleo Mineral Habitual e Intermitente Derme Operador de Saída da Galvanização 4
de produto acabado
Contato com amostras Técnico de Operação – Saída da Galvanização 4
11 Óleo Mineral Ocasional Derme
de produto acabado Técnico Operação Manutenção Autônoma 8
Contato com amostras
12 Hidrocarbonetos Habitual e Intermitente Derme Operador de Saída da Galvanização 4
de produto acabado
Contato com amostras Técnico de Operação – Saída da Galvanização 4
13 Hidrocarbonetos Ocasional Derme
de produto acabado Técnico Operação Manutenção Autônoma 8
Fonte: Os autores (2014)
A tabela 2 é o retrato de como ficou os grupos homogêneos de exposição do setor de
galvanização considerando as quatro equipes (equipe A, B, C e D), a coluna GHE contém um
número que está atrelado a um agente químico, cujo um ou mais trabalhadores estão expostos
seja de modo habitual e/ou ocasional, vale ressaltar que o nome do agente químico locado na
coluna “agente” é a do agente nocivo citado na FISPQ do produto. Pode-se observar também
qual é a via de contato com este agente químico, ou seja, vias aéreas e/ou derme. Observa-se
também a quantidade de trabalhadores por cargo.

7
Fazendo uma comparação entre a situação anterior e a proposta se observa que a
quantidade de grupos homogêneos de exposição era de 5 e com a proposta se propus 12.
Foram reconhecidos em 2012 três agentes químicos, já em 2013 foram 7. Esta situação é
extremamento importante toda vez que os trabalhadores estão envolvidos em maiores riscos
sem serem este detectados e analisados. Na tabela 4 se mostra a comparação entre 2012 e
2013.
Tabela 3 – Extrato dos agentes químicos reconhecidos
2012 2013
Ácido Crômico Ácido Crômico
Fumos de Zinco Dinitrato de Níquel
Hidróxido de Potássio Etanolamina
Fumos de Zinco
Hidrocarbonetos
Hidróxido de Potássio
Óleo Mineral

Inexistente em 2012
Não Reconhecido em 2012
Fonte: Os autores (2014)
Pode-se ver na tabela 3 que o agente destacado em verde não era utilizado na época,
porém há três agentes químicos que já eram utilizado em 2012 porém não foram
reconhecidos.
Resultados das coletas de agentes químicos
Na tabela 4 apresenta-se os resultados laboratoriais das coletas realizadas antes (2012)
e após (2013) a realização deste trabalho.
Tabela 4: Resultados laboratoriais da coleta
2012 2013
Agente Intensidade Vazão Coletada Intensidade Vazão Coletada
Ácido Crômico N.D 240 L 0,0061 mg/m3 110 L
3
Zinco 0,0065 mg/m 480 0,24 mg/m3 298 L
Fonte: Os autores (2014)
Pode-se ver que houve um grande avanço nos resultados, no ano de 2012, as bombas
com os coletores (cacetes) foram instaladas nos trabalhadores e ligadas, elas ficaram
inspirando o ar do ambiente independente onde os trabalhadores estavam, pelas informações
que temos, pode-se interpretar que neste ano, em relação ao ácido crômico a bomba ficou
inspirando de modo contínuo cerca de 120 min e em relação ao zinco 240 min. Considerando
que os trabalhadores que trabalham em exposição a estes agentes estão locados em um turno
de 720 min e que durante a coleta em relação ao agente ácido cromo pode nem ter se exposto
a área de risco ou em relação ao zinco ter se exposto muito pouco, podemos ver que houve
falha no entendimento das atividades executadas pelos cargos e até mesmo na aplicação da
metodologia de coleta. Na coleta atual, a funcionário da empresa contratada ficou durante
todo o turno acompanhado os trabalhadores e ligava a bomba somente quando os
trabalhadores se expunham a área onde há os agentes químicos, desta forma podemos
constatar (tabela 4), que houve uma real amostragem da exposição dos trabalhadores a estes

8
agentes durante um turno de 720 min (12 horas).
Pode-se observar que ao utilizar as recomendações do manual de estratégia de
amostragem da NIOSH chegou-se a um resultado fiel as condições de trabalho dos cargos
monitorados. Os resultados serão melhor discutido abaixo:
Acido Crômico: Conforme tabela 5, comparando a vazão coleta em 2012 e 2013,
pode-se ver que em 2012 teve uma maior coleta em volume cubico, porém a bomba ficou
ligada de modo contínuo durante 120 minutos, como a maior parte do tempo do trabalhador
monitorado (Técnico do Skin) ele fica dentro de um pulpito distante da fonte do agente
químico, sem exposição ao agente, há a probabilidade que neste dia ele nem tenha se exposto
ao agente. Em 2013 ele foi monitorado durante toda a jornada de trabalho (12 horas) e a
bomba foi ligada apenas quando ele iria na fonte de origem do agente químico.
Zinco: Conforme tabela 5, comparando a vazão coleta em 2012 e 2013, pode-se ver
que em 2012 teve uma maior coleta em volume cubico, porém a bomba ficou ligada de modo
contínuo durante 240 minutos, como a maior parte do tempo do trabalhador monitorado
(Técnico do Pote) ele fica dentro de um pulpito distante da fonte do agente químico, sem
exposição ao agente, provavelmente neste dia ele ficou um maior periodo de tempo dentroo
do pulpito durante a coleta.Em 2013 este colaborador foi monitorado durante toda a jornada
de trabaho (12 horas) e a bomba foi ligada apenas quando o colaborador se expunha no local
de origem do agente químico.
Interpretação dos resultados laboratoriais das coletas de agentes químicos
A tabela 5 apresenta os resultados quantitativos finais contidos no LTCAT de 2012 e
no Laudo confeccionado por este trabalho.
Tabela 5: Melhoria na interpretação dos resultados laboratoriais
2012 2013
Agente Intensidade Intensidade
Ácido Crômico N.D 0,00047 mg/m3
3
Zinco 0,0065 mg/m 0,05 mg/m3
Fonte: Os autores (2014)
Conforme descrito neste trabalho, os limites de tolerância constantes na ACGIH é uma
média ponderada no tempo, visto isto os resultados laboratoriais das coletas devem ser
considerados, neste estudo de caso, como tempo de exposição ao agente, pois a bomba
somente foi ligada somente nos momentos em que o colaborador se expunha ao agente
químico, conforme se observa no capítulo 4.1.5, temos que calcular a MPT.
No ano de 2012 (coleta anterior), devido o mau entendimento das funções executadas
pelos trabalhadores monitorados, foi simplesmente considerado o resultados laboratoriais das
coletas como sendo a exposição dos trabalhadores durante todo o turno de trabalho, não foi
calculado a MPT em relação aos agentes ácido crômico e zinco, pois não houve um correto
acompanhamento durante toda a jornada de trabalho. Nas equações 2 e 3 estão apresentados
os cálculos das médias ponderadas no tempo.
Equação 2 - Média Ponderada no Tempo para ácido crômico

9
Equação 3 - Média Ponderada no Tempo para Fumos de Zinco

Adequação dos Limites de Tolerância para a jornada de trabalho diária de 12 horas


A tabela 6 apresenta os Limites de Tolerância dos agentes Químicos convertidos para
uma jornada de trabalho diária de 12 horas.
Tabela 6: Avanços na definição dos limites de tolerância

2012 2013
Agente L.T /TWA L.T/TWA convertido (12 horas/dia)
Fumos de Zinco 2,0 mg/m3 1,0 mg/m3
Ácido Crômico 0,04 mg/m3 0,025 mg/m3
Ácido Fosfórico Produto inexistente na época 0,5 mg/m3
Dinitrato de Níquel Produto inexistente na época 0,05 mg/m3
Etanolamina Agente não citado em Laudo 1,5 ppm
Óleo Mineral Agente não citado em Laudo N.A
Hidrocarbonetos Agente não citado em Laudo N.A
Hidróxido de Potássio 2,0 mg/m3 Não tem
Fonte: Os autores (2014)
Pode-se ver um grande avanço na adequação dos limites de tolerância, no ano de 2012
não foi realizado a conversão dos limites, bem como o TLV-STEL e TLV-C do hidróxido de
potássio, foi considerado como sendo TLV-TWA. Através da equação 4 se obteve o fator de
redução que deve ser multiplicado pelo limite de tolerância.
Equação 4: Fator de redução do limite de tolerância para uma jornada de trabalho diária de 12
horas

Registro dos meios de controle


O quadro 2 apresenta os meios de controle apresentados em LTCAT para a exposição
aos agentes químicos antes (2012) e depois (2013).
Pode-se observar que em relação aos registros dos meios de controle houve um grande
avanço, pois no laudo elaborado em 2012 além de não reconhecer os agentes químicos
etanolamina, óleo mineral e hidrocarbonetos, as medidas de controles se restringiam as mãos.
Porem este estudo mostrou que os trabalhadores que entram em contato com este agentes
necessitam ocasionalmente de controles de corpo inteiro devido as características das
atividades.

10
Quadro 2: Avanços nas medidas de controle
2012 2013
Agente Medida de Controle Medida de Controle
Fumos de Zinco Não é necessário Não é necessário
Luva de PVC ou Látex, macacão de
tychem, botas
Luva contra agentes
Ácido Crômico impermeáveis,óculos, respirador
mecânicos e Químicos
com filtro mecânico P3 ou PFF-3
(limpeza dos rolos aplicadores)
Luva de PVC ou Látex, macação de
tychem, botas
Agente não utilizado na
Ácido Fosfórico impermeáveis,óculos, respirador
época
com filtro mecânico P3 ou PFF-3
(limpeza dos rolos aplicadores)
Luva de PVC ou Látex, macação de
tychem, botas
Agente não utilizado na
Dinitrato de Níquel impermeáveis,óculos, respirador
época
com filtro mecânico P3 ou PFF-3
(limpeza dos rolos aplicadores)
Agente não foi reconhecido
Etanolamina Luva de PVC
na época
Luva de latex nitrílico, macacão de
Agente não foi reconhecido
Óleo Mineral (Desengraxe) Tychem, óculos, botas
na época
impermeáveis
Agente não foi reconhecido
Óleo Mineral (Oleadeira) Luvas de PVC ou Látex Nitrílico
na época
Agente não foi reconhecido
Hidrocarbonetos Luvas de PVC ou Látex Nitrílico
na época
Luva de latex nitrílico, macacão de
Luva contra agentes
Hidróxido de Potássio Tychem, óculos, botas
mecânicos e Químicos
impermeáveis
Fonte: Os autores (2014)
5. Considerações Finais
A Higiene Ocupacional é uma ciência muito vasta e técnica, este estudo de caso
realizado no setor de galvanização de uma siderúrgica pode nos mostrar que quando se há
uma boa base metodológica para realizar trabalhos de H.O, os resultados são idôneos, claros e
consistentes. Em relação aos grupos homogêneos de exposição pode-se ver que houve um
grande avanço em sua caracterização, este avanço só foi possível devido o correto
entendimento e aplicação das recomendações do Manual de Estratégia de Amostragem da
Exposição Ocupacional da NIOSH, assim como, orientações fornecidas de literaturas de
especialistas da área de Higiene ocupacional.
Os métodos para coleta de agentes químicos aplicados neste trabalho foram os
mesmos utilizados nos anos anteriores, porém, como podemos ver houve uma grande
diferença na quantidade de agentes químicos coletados, isto deve-se ao entendimento das
atividades realizadas pelos cargos e através disto a aplicação do método, quanto a este item,
podemos concluir que não basta saber qual método aplicar, mas sim como aplicá-lo, e para
isto tem que haver o correto entendimento das atividades realizadas pelos cargos que atuam
no setor que está sob análise. Os resultados laboratoriais das coletas de agentes químicos,
havendo a necessidade, devem ser interpretados e analisados para que se possa saber qual é a
exposição diária/semanal dos cargos que estão sob análise em relação a determinado agente
químico, isto porque, os limites de tolerância são médias ponderadas no tempo (MTP), desta
forma, se obtém a correta concentração diária/semanal ponderada em que determinados
cargos estão expostos. Neste trabalho pode-se evidenciar isto.

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Este trabalho nos mostrou que com a correta aplicação de métodos de higiene
ocupacional e orientações de especialistas das áreas, temos um retrato fiel do chão de fábrica
em relação a exposição de colaboradores a agentes químicos, seja de forma habitual e/ou
ocasional. Os controles aplicados para a neutralização da exposição a estes agentes antes da
confecção deste trabalho, na prática, eram suficientes, pois em relação aos agentes que podem
entrar em contato com o organismo dos trabalhadores pelas vias aéreas, mesmo sendo
detectado uma concentração bem maior que a anterior, devido a correta aplicação do método,
ainda se encontram bem abaixo do nível de ação. Em relação aos agentes que podem entrar
em contato com os colaboradores pela derme (pele), os controles conforme visto na prática
eram suficientes, porém a grande maioria não constavam como medida de com trole no laudo
(LTCAT), sendo este referência para requisitos legais. Todas estas informações farão parte do
Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT). Através dos resultados
finais deste trabalho, podemos visualizar que a identificação dos grupos homogêneos de
exposição ficou muito mais simples, ou seja, é de fácil visualização a identificação de quais
cargos estão expostos a determinados agentes químicos e a sua periodicidade.
Neste estudo de caso também vimos que uma boa análise em campo, com entrevistas
com trabalhadores, supervisores e profissionais que atuam no processo, juntamente com
documentos de RH e FISPQs, pode-se detectar agentes químicos que antes não haviam sido
reconhecidos. Este trabalho nos mostra a importância de seguir as metodologias para coleta e
interpretação de resultados laboratoriais, bem como o entendimento dos métodos de trabalho,
visando realizar os cálculos necessário para comparar a exposição dos trabalhadores com os
limites de tolerância disponíveis. Assim como também é importante a adequação dos limites
de tolerância para jornadas de trabalho maiores que 8 horas diárias ou 48 horas semanais. Este
estudo de caso nos mostrou que quando as metodologias são aplicadas os mais próximo
possível do recomendado, os resultados são mais confiáveis. Com isto os profissionais que
trabalham na área de Higiene Ocupacional, tem uma base para implantar os meios de controle
adequados, força para justificar uma melhoria no processo produtivo, ou neste caso, de
afirmar que as ações de controle adotadas são suficientes para proteger os trabalhadores em
seu ambiente de trabalho, não abrindo margens para interpretações.
Referências
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