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Trabalho nº21
Orientador:
Fernando Gomes Almeida
16 /5/2011
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Índice
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Descrição do sistema
Pretende-se realizar a refrigeração da água, tratada, utilizada num processo industrial. A água
é bombeada através de um permutador de calor de placas, alimentado por um “chiller”. A
temperatura da água será regulada aumentando ou diminuído o seu caudal através do
permutador. Assim, são usados dois sistemas de controlo, em cascata:
Um anel exterior, responsável pelo controlo de temperatura, que calcula o caudal de água que
deverá circular pelo permutador de calor em cada instante;
Um anel interior, um sistema hidrónico, responsável por impor em cada instante esse caudal.
Para tal, o seu controlador actua sobre uma válvula motorizada colocada em derivação
relativamente ao permutador.
É utilizada uma válvula reguladora de caudal para fixar o ponto de funcionamento da bomba e,
desta forma, o caudal total em circulação. Estando esta válvula regulada de modo a maximizar
o caudal em circulação na instalação, a válvula motorizada V1 desviará mais ou menos desse
caudal, permitindo a modulação do caudal que percorre o permutador de placas.
As tubagens do circuito foram dimensionadas de modo a que as perdas de carga em linha
sejam desprezáveis face à perda de carga no permutador de calor. Para além disso, existe uma
diferença de altura de 1 m entre os pontos de entrada e de saída de água no reservatório.
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Objectivos
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Dedução do modelo do sistema hidrónico, apresentando-o sob
a forma de um sistema de equações diferenciais.
Nas próximas páginas iremos descrever o processo que nos levou a obter as equações
diferenciais do sistema hidrónico. Antes disso apresentamos um breve resumo que funciona
como uma introdução.
Resumo:
Ao analisar o nosso trabalho verificamos que o essencial para descrever o funcionamento do
sistema seria perceber a influência que a válvula motora teria no permutador. Para a
representação de um modelo do sistema hidrónico definimos então como objectivo relacionar
o caudal que passava pelo permutador em função do ângulo de abertura da válvula motora.
No início foi necessário definir o ponto de funcionamento da bomba. Isto implicou o cálculo da
perda de carga mínima na válvula reguladora de caudal e a análise dos gráficos ( Δp em função
de Q) da bomba e do permutador.
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Determinação do ponto de funcionamento da bomba
Inicialmente considerou-se o sistema com a válvula motora totalmente fechada. Neste caso a
perda de carga no permutador é máxima. Com a abertura da válvula motora esta perda de
carga diminui. De modo ao caudal da bomba continuar constante a válvula reguladora de
caudal compensa esta diminuição aumentando a sua perda de carga. Por isso consideramos
inicialmente o valor mínimo de perda de carga da válvula reguladora de modo a depois termos
uma maior amplitude de valores possíveis de compensar.
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Cálculo do ponto de funcionamento
Uma vez mais considerando a válvula motora totalmente fechada podemos afirmar que o
somatório das perdas de carga do permutador e da válvula reguladora de caudal seria igual à
perda de carga na bomba. Desta maneira podemos determinar o ponto de funcionamento da
bomba. No cálculo deste ponto foram utilizados os gráficos característicos de funcionamento
(queda de pressão em função do caudal) da bomba e do permutador.
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Cálculo do ponto de funcionamento (continuação)
Inicialmente converteu-se os gráficos para as mesmas unidades (l/s para o caudal e bar para o
Δp). A seguir somamos ao gráfico do permutador o valor da perda de pressão mínima na
válvula reguladora de caudal (a sua maneira de obtenção foi previamente demonstrada). A
este gráfico obtido sobrepusemos o da bomba. E de uma maneira simples obtivemos o ponto
de funcionamento da bomba na sua intercepção.
bar
Q = 0,75 l/s
∆p = 5 bar
l/s
Gráfico 3 – intercepção da curva característica da bomba com a do permutador somado o valor da perda de carga mínima
na válvula reguladora de caudal
Note-se que a curva do permutador (a azul) com os pontos dados no gráfico não interceptava
a curva da bomba. Contudo, observando o gráfico, facilmente se percebe que a curva é uma
parábola, tendo bastado prolongar esta até interceptar a curva da bomba de modo a obter-se
o ponto de funcionamento.
Temos então que a bomba apresenta um funcionamento ideal para um caudal de 0,75l/ e 5
bar de perda de carga.
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Obtenção da relação do caudal que passa pelo permutador em função
do ângulo de abertura na válvula motora
O caudal que passa pela bomba é constante devido às compensações da variação de perda de
carga no circuito pela válvula reguladora de caudal. Por isso o caudal é sempre igual a 0,75l/s
conforme foi obtido para o ponto de funcionamento. Facilmente se percebe na análise do
sistema que a soma do caudal que passa pelo permutador e do que passa pela válvula motora
é igual ao caudal que passa pela bomba (caudal total).
Q t =Q p +Qv
Além disso, como o permutador e a válvula motora estão dispostos em paralelo as suas perdas
de carga são iguais. Usando a equação de Bernoulli decompusemos essa equação inicial.
Sabendo que:
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Equação característica do permutador e obtenção de Kp
bar
l/s
Gráfico 4
ou
:
:
Facilmente conclui-se que:
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Equação característica da válvula motora e obtenção de Kv
l/s
Gráfico 5 –caudal que passa pela válvula motora em função do ângulo de abertura
Inicialmente altera-se as unidades de caudal para l/s do gráfico da válvula motora que
relaciona o ângulo de abertura com o caudal que passa por esta. Depois retira-se dois pontos
quaisquer desse gráfico. Ao colocar os seus valores em equações lineares (y = ax + b) obtém-se
um sistema com o objectivo de determinar o valor de a e b. Deste modo chega-se à seguinte
equação característica da válvula motora:
Obtemos:
Logo:
Válvula motora
(8288400.9651.02400 da Buschjost)
Sabendo que:
:
Que é igual a:
Substituindo:
:
Sabendo que:
Simplificando:
:
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Com esta função e tendo em conta que o valor do caudal nunca ultrapassa o valor do que
passa pela da bomba (0,7l/s), obtivemos o seguinte gráfico que relaciona o caudal que passa
pelo permutador com a abertura na bomba:
l/s
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Apresentação do modelo do sistema hidrónico sob a forma de duas
equações
Partindo da fórmula do caudal que passa pelo permutador em função do ângulo de abertura
da válvula motora podemos chegar à 1ª equação diferencial.
Substituindo:
Q=Qo
Θ= θo
Basicamente sabemos que :
Q=Qo
Θ= θo
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Obtenção da 2ª equação (diferencial) - (θ (t) em função de i (t) e θ(t))
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Determinação das constantes K e T da equação diferencial
Analisando o sistema podemos definir como input na válvula motora a intensidade de corrente
que é controlada pelo transmissor de caudal e o output como o ângulo que a válvula motora
i(t) θ
4-20mA 0 -90o
Sabendo que:
5,625
T =3,625 s
Sabendo que:
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Linearização do modelo em torno de um ponto de
funcionamento correspondente a 50% do caudal máximo.
Neste caso só existe a possibilidade de linearizar a 1ª equação pois na segunda o caudal que
passa pelo permutador no instante inicial não é uma variável da qual a função depende.
1ª Equação linearizada
Segundo a fórmula obtida anteriormente, 50% do caudal máximo a passar pelo permutador
equivale a uma abertura de 28,8o na válvula motora.
Ou seja:
−cm
∂ Q p (θ )= 2
∂θ
( mθ o+ b )
∂ Q p (θ )=−8,802028 ×10−3 ∂ θ
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Funções de transferência do modelo linearizado
1ª Função de transferência:
Q( s) ∂Q
FT =
θ(s)
=L[ ]
∂θ Substituindo
pelos valores:
FT =8,802028× 10−3 s
2ª Função de transferência:
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