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RESUMO
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Psicóloga mestranda do Curso de Mestrado em Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco-UCDB
Psicóloga Clínica pela Universidade Unidas de Várzea Grande -UNIVAG- Pós graduada em Terapia
Comportamental Cognitiva – Psicopedagoga e Especializada em Neuroeducação.
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menopause seeking to alleviate the suffering caused by this phenomenon, and are
normal aspects of life of the middle-aged woman, not related to the signs and
symptoms. the natural aging process.
INTRODUÇÃO
A sexualidade feminina hoje é um tema amplo, por sinal muito defendido nos
últimos tempos, ainda assim, há carência de profissionais da psicologia e de outras
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áreas habilitados para ajudar a população feminina a quebrar alguns tabus e
melhorar a sua vida sexual nos momentos cruciais da vida de uma mulher, que se
trata do período pos menopausa.
Em nossa sociedade, ainda temos a idéia errônea de que, com o passar dos
anos, o ser humano deixa de ter um desempenho sexual satisfatório e não
apresenta as mesmas condições de desejo e prazer sexuais, chegando até mesmo
a ser considerado como um ser “assexuado”.
Conforme a dissertação da (Curti 2010), encontra-se vários autores até
recentes, datados de 2007, os quais falam da disfunção sexual feminina como
problemas biológicos e intrapsiquicos que vão refletir nas emoções. E que, Logo,
essa mulher desencadeará mesmo um quadro de problemas somáticos, que poderá
interferir no seu desejo diminuindo a libido ou assegurando nas crenças aprendidas
a razão da disfunção. Mas, raros são os teóricos que trás uma literatura a respeito
da normalidade das funções sexuais na mulher após a menopausa.
É necessário questionar estas crenças distorcidas e mesmo os tabus frente
ao exercício sexual, que ocorre no processo de envelhecimento, substituindo-as por
informações realistas e não preconceituosas. É certo que a idade pode vir
acompanhada de um desgaste no relacionamento afetivo, além de uma série de
transformações surgindo diversas mudanças metabólicas, emocionais e físicas que,
muitas vezes, acarretam doenças, nessa fase, muitas funções orgânicas podem
apresentar-se alteradas, e outras dificuldades que interferem no sexo, como
obesidade por exemplo.
Entretanto, associar esta etapa de vida com incapacidade, déficit, perda ou
impossibilidades é, de certo, se impor limitações desnecessárias.
A sexualidade inicia-se desde o nascimento, e não há idade fixa para seu
término. As afirmações que Freud fez sobre a sexualidade infantil repercutiram
profundamente nas concepções da sociedade da época, que via a criança como um
ser dotado de “inocências”. Contrariando as idéias de que sexo estava somente
ligado à reprodução, Freud afirma que, desde o início da vida, há uma função
sexual, tendo a sexualidade papel importante desde o nascimento e que a libido é a
energia das pulsões sexuais.
Há erotização do corpo desde o princípio da vida deste; existindo, dessa
maneira, um desenvolvimento gradual no progresso referente às formas de
bonificação e de relação com determinado objeto. Porém, destaca Beck que essas
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bonificações podem ser bloqueada por forças externas advindas do discurso da
família, da religião, da mídia, entre outros dos tabus ao longo da vida, transformando
ou canalizando essa energia que seria prazerosa em um desprazer tornando-a
mulher frigida. E, a mulher frígida vive numa espécie de "prisão", aguardando que
seu parceiro muitas vezes abra sua cela. Este conceito é totalmente ingênuo já que
para a mulher a solução não passa por alguma experiência sexual diferenciada, mas
a mensagem clara é ter de mudar sua condição de percepção de mundo,
abandonando anos de construção de um modelo psicológico.
Qualquer conselho ou idéia mirabolante para vencer a frigidez estará fadado
ao fracasso, pois há um vazio absoluto na mulher perante tal tarefa. O que existe é
um legado deixado por herança dos medos, mitos e crenças errôneas a respeito da
sexualidade para própria sexualidade (Furlani: 2003; Foucault: 1988a.; Foucault:
1987b).
Objetivos:
DESENVOLVIMENTO
POS MENOPAUSA
Para Foucault (1979; 1999), a partir do Século das Luzes que o corpo é
descoberto como objeto e alvo de poder e aí que o corpo, enquanto objeto de
desejo, de prazer, o dispositivo de sexualidade vai atuar. Sendo o lugar do sexo
onde se manifesta a sexualidade, o corpo que trabalha, precisa ser controlado,
disciplinado, vigiado e acima de tudo, precisa ser saudável para servir e produzir a
força do trabalho. É nessa perspectiva que o poder disciplinar investiu sobre o corpo.
Para Bauman (2007), essa é a lógica líquida na qual nos livramos das coisas
que ultrapassaram a data de seu vencimento, coisas que não produzem mais. Nada
pode permanecer muito tempo ou se tornar consistente, pois a busca pelo novo é a
ordem do mercado, cuja conseqüência mais perversa é tratar aos seres humanos
também como excesso, como lixo desprezado. São muitas das queixas de mulheres
que estão vivendo período pos menopausa, sentindo-se como esse lixo distorcendo
a imagem do seu próprio corpo por não atender mais o padrão da mídia.
As mulheres que se identificam com esse modelo são as que se tornam mais
silenciosas, aprisionadas, submetidas e adeptas a uma disciplinarização do corpo
pela medicina (FOCAULT,2007).
Além das mudanças hormonais, as mulheres maduras têm que lidar com a
pressão social para a beleza e a juventude. Entretanto, nessa etapa da vida elas
apresentam mais cansaço, esgotamento e algumas, uma tendência ao silêncio. É
comum que elas se comparem à terra, que outrora fecunda, secou e, se identifiquem
com mercadorias cujo prazo de validade venceu.
Bauman (2005, p.121), refletindo sobre a liquidez dos tempos modernos
refere que a
ansiedade em torno dos cuidados com o corpo é considerada “uma fonte de lucros
inexauríveis”, pelos especialistas em marketing.
Sociedade de consumo, com bonecas de plásticos vibradoras, a
multiplicidade das posições e das técnicas amorosas, estímulos e jogos só
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aprofundam o sentimento de fracasso. Só uma completa transformação das relações
humanas, a começar pelas relações de produção exploradoras e alienantes, fará
transformar a dimensão atual da sexualidade feminina.
Devido a esses fatores descritos acima e outros, a sexualidade feminina ainda
não tem lugar de normalidade ou necessária. Muitas pessoas ainda de fato não
sabem o que sexo significa para o ser humano e que está implicado com seu lado
fisiológico, que são como os hormônios, necessário para a sobrevivência.
Desta forma, verifica-se que a falta de um reconhecimento social e de um
lugar simbólico para o envelhecimento e para o lidar com o corpo a pos menopausa
resulta numa falta de investimento do ambiente em direção a esse sujeito e vice-
versa. Muitas vezes, a resposta a esse processo é identificada como doença ou fim
da qualidade de vida e justifica seu receio de entrar chegar na pos menopausa. E no
que se refere à sexualidade e ao uso dos corpos femininos as ações e as
concepções de saúde, prazer, qualidade de vida na pos menopausa ainda estão
centradas na função reprodutora, priorizando as ações de saúde dirigidas às
mulheres neste âmbito. o discurso tem materialidade e produz efeitos na área da
saúde, o discurso das funções reprodutivas ainda parece estar impregnado Michel
Foucault (2005).
A pouca valorização que é concedida ao lugar social e à experiência da
mulher que envelhece por vezes de envelhecer, contribuindo para maior fragilização
e adoecimento físico e psíquico.
Foucault (1999), ao produzir sua obra ‘História da Sexualidade’, salienta que a
sexualidade é uma construção social, um invento da humanidade e também um
dispositivo de saber poder.
O autor coloca que, “nas relações de poder, a sexualidade não é o elemento
mais rígido, mas um dos dotados da maior instrumentalidade: utilizável no maior
número de manobras, e podendo servir de ponto de apoio, de articulação às mais
variadas estratégias” (op. cit., , p. 98).
Resta-nos deixar o seguinte questionamento: Tal como refere a Organização
Mundial de Saúde, Sexualidade “é uma energia que encontra a sua expressão física,
psicológica social no desejo de contacto, ternura e às vezes amor. Também sabe-se
que a sexualidade está ligado a vida desde que nascemos. Porque há poucas
pesquisas relacionadas a sexualidade da mulher na pos menopausa, sendo que
esse é o período de recomeço, nova etapa da vida para elas?
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Conclusões
4- BIBLIOGRAFIA
12. HALBE, Hans Wolfgang et al. Fisiologia do Climatério. In: HALBE, Hans Wolfgang.
Tratado de Ginecologia. 3. ed. São Paulo: Roca, 2000. p. 1511- 1518.
13. PEREIRA, Queli Lisiane Castro; SIQUEIRA, Hedi Crecencia Heckler de. O olhar dos
responsáveis pela política de saúde da mulher climatérica. Esc. Anna Nery, Rio
de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 366-371, jun. 2009. Disponível
em<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
81452009000200018&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 jul 2014.
14. ROSENTHAL, Saul. Sexo depois dos 40. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.