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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA
QUÍMICA III
PROFESSORA: MICHEL FRANÇOIS FOSSY

SEDIMENTAÇÃO

Alunos:
Amísia Barros Santos – 121110831
Êmilys Thaynara dos Santos – 117110869
Esther Cahali Souza dos Santos – 119111503
Mateus Brito de Vasconcelos - 121110246

Campina Grande - PB, 12 de fevereiro de 2022.


SUMÁRIO

1 OBJETIVO ............................................................................................................................ 3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 3
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 8
3.1 Materiais e Reagentes ....................................................................................................... 8
3.2 Procedimento Experimental ......................................................................................... 9
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 9
5 CONCLUSÃO .................................................................. Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 15
1 OBJETIVO

Esse experimento teve como objetivo o estudo do processo de decantação de


carbonato de cálcio por meio de uma proveta e o dimensionamento de um equipamento
industrial utilizado para a decantação a partir dos dados obtidos em laboratório utilizando os
diversos métodos existentes.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O processo de sedimentação é classificado como sendo uma operação unitária que está
presente em diversos processos industriais, tendo destaque, principalmente, no tratamento de
águas e de efluentes. Essa operação na indústria química tem como finalidade a separação das
partículas sólidas ou gotas de líquido através de um fluido, que pode ser um gás ou um
líquido, ou de líquidos imiscíveis de diferentes densidades de uma solução, onde a força
motriz de separação é a gravidade ou a força centrifuga.
A sedimentação pode ser efetuada de forma contínua ou descontínua em equipamentos
denominados decantadores ou sedimentadores. Com isso, o entendimento de como esses
equipamentos funcionam é de grande importância para que seja feito o seu dimensionamento
já que muitos fatores podem influenciar no seu funcionamento, como por exemplo, a
velocidade com que cada componente da mistura sofre a sedimentação.

2.1 Ensaio de Provetas

A operação de sedimentação é facilmente compreendida por meio do teste de proveta


e se baseia nos fenômenos de transporte, onde a partícula sólida em suspensão está sujeita a
ação das forças da gravidade, do empuxo e de resistência ao movimento.
No ensaio de proveta é possível observar que inicialmente a suspensão é homogênea
e a concentração na fase particulada é constate em todos os pontos ao longo da altura da
proveta. Minutos depois, os aglomerados de partículas maiores, mais densas, começam a
sedimentar e a formar uma fina camada de partícula no fundo da proveta, que é a região de
compactação. Nessa região estão os aglomerados mais concentrados e com maior velocidade
de sedimentação. Os aglomerados finos, menos concentrados, sedimentam mais lentamente,
originando uma região intermediaria que é a região de sedimentação livre. Para um melhor
entendimento do processo observe a Figura 1 onde é destacado de forma mais clara cada
etapa.

Figura 1: Mecanismo da sedimentação descontínua.

Onde podemos observar que cada uma das etapas se classificam como sendo:
A- Líquido classificado: nessa região encontram-se as partículas mais finas que
permanecem em suspensão por mais tempo, fazendo com que essa região fique
turva.
B- Suspensão com concentração uniforme, igual a inicial, consiste em uma linha
divisória entre A e B e é geralmente nítida.
C- Zona de transição e concentração não uniforme, aumentando de cima para baixo.
D- Zona de compressão, que aumenta com o passar do tempo.
Ainda é possível observar que com o tempo cada zona varia. Inicialmente ocorrendo
a diminuição de B com um aumento simultâneo de C e D. Depois, as zonas B e C
desaparecem, como mostra a Figura 1, e todos os sólidos se depositam na zona D. Esse ponto
será classificado como Ponto Critico ou ponto de compressão.

2.2 Dimensionamento de um sedimentador

O dimensionamento de um sedimentador irá basear-se na curva de sedimentação.


Essa curva será traçada utilizando os dados encontrados através de um ensaio de
sedimentação com uma amostra da suspensão diluída a ser clarificada.
No processo de sedimentação cada partícula possui uma velocidade de decantação
que é proporcional ao seu tamanho e que iram existir diferentes formatos e tamanhos dessas
aglomerações fazendo com que existe uma classificação das partículas ao longo da proveta.
Essa clarificação vai progredindo, mas não há uma linha nítida de separação entre a suspensão
e o líquido clarificado. A única separação nítida é entre o sedimento sólido depositado no
fundo e o resto da suspensão. Este comportamento é típico das suspensões diluídas. Assim,
através da observação desse processo foram formuladas algumas hipóteses para
dimensionamento de sedimentadores por Coe e Clevenger, Kynch, Roberts e Talmadge e
Fitch.

2.2.1 Método de Coe e Clevenger

O método de Coe e Clevenger é utilizado como base para os outros. Nele considera-
se que a área de um sedimentador contínuo deve ser suficiente para permitir a decantação de
todas as partículas alimentadas. Para o dimensionamento são realizadas as seguintes
considerações:

a) A velocidade de decantação dos sólidos em cada zona é função da concentração local


da suspensão: v = f (C);
b) As características essenciais do sólido obtido durante ensaios de sedimentação
descontínuos não se alteram quando se passa para o equipamento de larga escala.

Para que não haja arraste de partículas sólidas na direção do vertedor, a velocidade
ascensional do líquido nesta seção limite deverá ser menor do que a velocidade de decantação
das partículas. Se a área for insuficiente começará a haver acúmulo de sólidos numa dada
seção do sedimentador e finalmente haverá partículas sólidas arrastadas no líquido clarificado.
A Figura 2 mostra um esquema desse processo.

Figura 2 - Sedimentador contínuo.


Pode definir-se:
(Equação 1)

Então como (Equação 2).

(Equação 3)

(Equação 4)

O maior valor de S será a área mínima do sedimentador.

2.2.2 Método de Kynch

Kynch desenvolveu um método de dimensionamento de sedimentadores que requer


apenas um ensaio que forneça a curva de decantação. Tanto C como v podem ser tirados
diretamente da curva. Traçam-se tangentes em diversos pontos da curva e determinam-se os
valores de θ, Z e Zi.

Figura 3 - Método de Kynch, gráfico z x t.

Com a construção gráfica calculam-se os diversos pares de valores da concentração e


da velocidade de decantação, com os quais são calculados os valores correspondentes da
seção transversal. O valor máximo de S será a área do sedimentador.
( )( ) (Equação 5)

2.2.3 Método de Roberts

Este é um método gráfico que permite localizar com exatidão o ponto crítico (início
da zona de compressão), que é a linha de separação entre o espessado e o clarificado. Com os
dados do ensaio de decantação traça-se um gráfico de Z − Zf versus θ. A curva obtida mostra
uma descontinuidade no ponto crítico, o que permite determinar θc com precisão.

Figura 4 - Método de Roberts, gráficos do log (Z - Zf) x t e Z x t.

Se definirmos:

(Equação 6)

(Equação 7)

Pode-se da mesma forma de Kynch, dimensionar o sedimentador, com a obtenção da


área mínima:

( )( ) (Equação 8)

2.2.4 Método de Talmadge e Fitch

Este método gráfico permite calcular diretamente a área mínima do sedimentador


quando se conhece o ponto de compressão na curva de sedimentação. A área mínima pode ser
calculada a partir da Equação 7.
zmin

Figura 5 - Método de Talmadge e Fitch, gráfico z x t.

A partir do gráfico, pode se definir Zmin pela seguinte equação:

(Equação 9)

Lê se então o θE. Chega-se então na seguinte equação para o dimensionamento:

(Equação 10)

3 METODOLOGIA

3.1 Materiais e Reagentes

MATERIAL NECESSÁRIO REAGENTES

● · Balança Analítica ● · Água destilada


● · Bastão de Vidro ● · Carbonato de Cálcio (CaCO3)
● · Cronômetro ● · Sulfato de Alumínio (Al2SO4)
● · Espátula
● · Pisseta
● · Provetas de 250ml
● · Termômetro
● · Vidro Relógio
3.2 Procedimento Experimental

Com o auxílio de uma proveta, preparou-se uma solução de carbonato de cálcio


(CaCO3) massa de106g, utilizando 1litro de água como solvente.

O experimento baseou-se em observar a decantação do carbonato de cálcio e aferir a


variação de altura da interface entre o líquido clarificado e a região concentrada do sólido, e o
tempo em que essa altura encontrava-se. Os dados obtidos encontram-se na tabela 1.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1 - Dados Experimentais.


Tempo(min) Tempo(s) Altura (cm)
0 0 32
45 2700 30,4
112 6720 28,8
179 10740 27,2
249 14940 25,6
320 19200 24
391 23460 22,4
467 28020 20,8
537 32220 19,2
609 36540 17,6
687 41220 16
761 45660 14,4
839 50340 12,8
919 55140 11,2
1005 60300 9,6
1206 72360 8
1628 97860 6,4
2253 135180 4,8
Alguns dados fazem necessário para o cálculo da área do decantador, para isso
algumas informações de especificação foram fornecidas:

= 2519,96(g/s)

Por aproximação, a concentração de sólidos no líquido clarificado é nula, o que nos


leva a dizer que todo sólido inicialmente está sedimentando, permitindo assim concluir que:

O primeiro método utilizado é o de Roberts. Este é um método gráfico que permite


localizar com exatidão o ponto crítico (entrada na zona de compressão), que às vezes é difícil
de determinar por outros métodos. Com os dados obtidos do ensaio de decantação. Traça-se
um gráfico de log( . A curva obtida mostra uma descontinuidade no ponto
crítico, o que permite determinar com precisão. Dessa forma, através da figura 6, pode-se
obter o ponto crítico:

Figura 6 - Determinação do tempo crítico.


Portanto,

Conhecido esse valo calcula-se a altura crítica, a partir da figura 7.

Figura 7- Determinação da altura crítica.

Usando o método de Talmadge e Fitch onde seguimos os seguintes passos para


encontrar os valores de Zmin e S:
 Primeiro traçamos a tangente à curva de sedimentação na zona de
clarificação;
 Em seguida traçamos a tangente à curva de sedimentação na zona de
espaçamento
 Depois traçamos a bissetriz entre as 2 restas
 Localizamos o ponto crítico
 Traçamos uma tagente à curva de sedimentação passando pelo ponto crítico
 Por fim identificamos Z, Zc e Tc
O gráfico é dado abaixo, figura 8:
Figura 8 – Gráfico Z(cm) vs T(s)

Usando os valores encontrados a partir da analise do gráfico e usando as formulas a


baixo temos:

ou ainda:

Onde:

Vazão mássica (g/L)


Tempo de espessamento (s)
Altura inicial da suspensão (m)
Concentração inicial da solução (g/m3)

Observamos que o tempo de espaçamento é de

Dessa forma, substituindo os valores na equação:

19687,19 cm² = 10,47m²


Os cálculos estão disponíveis em planilha anexa ao material.
Por fim, usamos Método Kynch de dimensionamento do sedimentador, esse método
requer apenas um ensaio que forneça a curva de decantação. Tanto C como v podem ser
tirados diretamente da curva. Traçam-se tangentes em diversos pontos da curva e determinam-
se os valores de θ, Z e Zi.

Figura 9 - gráfico z x t.

Com a construção gráfica calculam-se os diversos pares de valores da concentração e


da velocidade de decantação, com os quais são calculados os valores correspondentes da
seção transversal. O valor máximo de S será a área do sedimentador.

( )( )

S= 4,08 m²
Todos os cálculos encontram-se em planilha anexa.

5 CONCLUSÃO

A realização de experimento permitiu avaliar os parâmetros que exercem influencia no


dimensionamento de um sedimentador. Através dos cálculos e de cada método utilizado é
possível concluir que o dimensionamento do equipamento não é exato, porém serve como
uma boa base para estimativas do processo. Muitas fontes de erro podem ser encontradas
nesse experimento. Como por exemplo, o fato de que cada método gráfico exige que sejam
traçadas retas e no processo de traça-las é possível que não haja uma exatidão.
REFERÊNCIAS

GEANKOPLIS, C. J. Transport Process and Unit Operations. 4º Ed. Editora: Prentice Hall
International Editions, 2003.

GOMIDE, Reynaldo. Operações Unitárias. 3º volume: Separações Mecânicas. Edição do


autor. São Paulo, 1980.

MASSARANI, G. Fluidodinâmica em Sistemas Particulados. 1º Edição. UFRJ. 1997.

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