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Escritório: DR.

PAULO ROBERTO FELIX DA SILVA


Rua Hamilton de Barros Soutinho, 1866, DR. GUSTAVO DE CARVALHO FELIX
Ed. Dona Santa - Jatiúca, Maceió-AL –
CEP.: 57035-690 - fone 82 99973-2482

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE ALAGOAS
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PRIORIDADE DE JURISDIÇÃO
(Art. 71 da Lei 10.741/2003)

ERNANDES RODRIGUES DE ARAUJO


brasileiro, casado, aposentado, portador do RG nº
9382615-SSP/SP, inscrito no CPF nº 459.071.108-72,
residente e domiciliado na Av. Pajuçara, 103, Quadra 35,
Lote JR, Loteamento Jardim Paulo VI, Cidade
Universitária, Maceió/AL, CEP 57.073-490

por seus advogados adiante firmado, constituídos nos termos do instrumento de


mandato anexo, (doc.01) – com escritório na Rua Hamilton de Barros Soutinho
(Antiga Rua Santo Amaro), 1866, Edifício “Dona Santa”, sala 06, CEP.: 57035-690,
Maceió-AL, fone 82-3235-5419/99732482, endereço eletrônico
advpsi@hotmail.com, o qual, em obediência a diretriz fixada no art. 77, inc. V c/c
art. 287, caput, um e outro do CPC, indica-os para as intimações que se fizerem
necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência opor

AÇÃO INDENIZATÓRIA COM DANOS MORAIS

em face de CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Superintendência Regional de


Alagoas, empresa pública de direito privado, CNPJ nº 00.360.305/0001-04,
Escritório: DR. PAULO ROBERTO FELIX DA SILVA
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estabelecida na Av. Fernandes Lima nº 651, 7º andar, Farol, Maceió- AL,


pelos motivos que passa a expor:
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I. DOS FATOS______________________________

1. O AUTOR é aposentado do INSS, e mantém um conta


corrente na CAIXA ECONOMICA FEDERAL, sob nº 2391.001.00027969-3,
agencia Gruta de Lourdes, a qual utiliza para receber mensalmente sua
aposentadoria do INSS.
2. Acontece que na data de 28.08.2019, por volta das 09:10H
compareceu no Caixa Rápido instalado no Hiper do ANTARES, para fazer um
saque de seu interesse, e colocar o Cartão de Movimentação da conta, no
local indicado este foi imediatamente engolido pela maquina, sem qualquer
anormalidade aparente.
3. Neste momento tomou um susto, quando sentiu que seu
cartão entrou mais do que o normal, e tentou tira-lo e não conseguiu,
inclusive tendo uma mulher estranha, utilizando sua unha grande tentou
ajuda-lo, mas também não conseguiu.
4. Desesperado, pois nunca havia acontecido tal fato, ainda
tentou fazer ligações para a empresa que presta serviços àquelas maquinas
mas, em nada poderam ajudar.
5. Momentos após contatar com um responsável este abriu, a
máquina, mas não encontrou seu cartão. Aflito o mesmo se dirigiu em
seguida para a agencia da CEF para Bloquear seu cartão, mas já era tarde
pois o gerente ada agencia já o havia informado que foram efetuados
saques de R$5.200 reais de sua conta.
6. Ficando a CEF de analisar os fatos, após quase dois meses,
recebeu uma declaração da mesma, se isentando do fato, alegando de que
não se responsabiliza por furto, roubo ou extravio.
7. Ora, nenhuma das três proposições defendidas foi a
ocorrência, uma vez que o fato ocorreu, em área e equipamento
pertencente a instituição bancaria. Se, foi furto, foi da máquina, se extravio
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a máquina provocou, e roubo foi ação da própria máquina que tem fé


pública de sua utilização, e, a responsabilidade é da CEF.
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8. Então, razão que leva o AUTOR a recorrer a justiça para


ver seu direito respeitado e indenizado pelos danos recebidos.

II. DOS DIREITOS____________________________

II.1 Da Aplicação do Código de Defesa do Consumidor às


Instituições Bancárias.

9. Recentemente, em Adin 2591-1, o Supremo Tribunal Federal


decidiu que as instituições financeiras estão, todas elas, sujeitas a
incidência das normas veiculadas pelo Código de Defesa do Consumidor.
“Consumidor”, para efeitos do Código, é toda pessoa física ou jurídica que
utiliza como destinatário final de serviço bancário, financeiro ou de crédito.

10. O objeto da relação de consumo, como já evidenciado, é a


Prestação de serviços de natureza bancária. Vejamos a definição de serviço
conferida no art.3º § 2º. pelo Código de Defesa do Consumidor:

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
.....................................................................................................................................
§2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.

11. A primeira consequência jurídica do reconhecimento da


relação de consumo na atividade bancária é a responsabilidade objetiva do
Banco pelos serviços que oferece. Vejamos a redação do artigo 14 do
Código de Defesa do Consumidor.
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Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem 4
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o


consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;


II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.

12. Superada a questão da aplicabilidade do Código de Defesa


do Consumidor ao caso em tela, a sumula 479 do STJ Este dispositivo
estabelece a responsabilidade objetiva das instituições bancarias em relação
as fraude e delitos praticados por terceiros em operações bancarias, senão
vejamos:
Responsabilidade Civil – Súmula 479 – STJ

“As instituições financeiras respondem objetivamente

pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e

delitos praticados por terceiros no âmbito de operações

bancárias. (Data da Publicação – Responsabilidade Civil – DJe 1-8-2012) ″.

13. No caso em tela, a responsabilidade consiste na medida em


que a máquina, equipamento de responsabilidade da Instituição Financeira,
deveria apresentar total segurança aos seus clientes, e o fato de a mesma
reter o cartão, é falta de segurança que deveria ser, exercida pela CEF.

14. Assim, registra-se que, sob a égide da Lei consumerista e


pelo que consta é possível afirmar que a CEF responde pelo defeito da
prestação do serviço independentemente da existência de culpa (art.14,
CDC), ou seja, mesmo que não tenha colaborado diretamente para a
ocorrência do evento danoso responderá pelo dano dai advindo, a não ser
que comprove a culpa exclusiva do consumidor, o que, no caso inexistiu.
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III- A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA____________


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Com base na documentação ora inclusa, verifica-se a
verossimilhança das alegações autorais, bem como a hipossuficiência face
ato ilícito da Ré, o que autorizam a inversão do ônus probandi, conforme
inciso VIII, do art. 6º do CDC, in verbis:

Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:

..............................................................................................................

VIII- a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com

a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,

quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou

quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias

de experiências;

E assim sendo, requer desde já a inversão do ônus da prova.

III. DOS PEDIDOS_______________________

Diante do todo o exposto, vem REQUER a Vossa Excelência:

a) Seja julgado procedente o pedido, determinando a citação do Réu,


para querendo oferecer contestação, sob pena de revelia e confissão.
b) Seja refutado os termos da Declaração dada pela CEF, como
divergente e impropria para o caso.
c) Seja restituído de imediato o valor subtraído da conta corrente do
AUTOR, por tratar-se pagamento de Benefício do INSS.
d) Seja condenada a CEF ao pagamento de R$15.000,00 referente a
Danos Morais, face a angustia sofrida, o constrangimento passado, bem
como a responsabilidade da Instituição que deve ter com seus clientes.
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e) A inversão do ônus da prova, em virtude da hipossuficiência do


Autor;
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f) Que em caso de interposição de Recurso, seja ainda a Empresa Ré
condenada ao pagamento das custas processual e honorário advocatícios no
importe de 20% (vinte por cento), sobre o valor da condenação e demais
condenações legais;

Protestar por todos os meios de prova em direito admitidos e provas


documental suplementar.

Valor da Causa R$ 20.200,00

MACEIÓ-AL, EM 05 DE NOVEMBRO DE 2019.

[assinatura digital]
DR. PAULO ROBERTO
FELIX DA SILVA

Advogado – OAB-AL Nº 5.553

[assinatura digital]
DR. GUSTAVO DE
CARVALHO FELIX

Advogado – OAB-AL Nº 11.892

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