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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA


CURSO DE GEOLOGIA
GEOLOGIA DE CAMPO V (GEO-0419)

ANA CAROLINE DE ALMEIDA CHAVES


IZABELLA MARIA DE LIMA MELO
MARIA ELOIZA DO NASCIMENTO
MÉRCIO JOHN PEREIRA NUNES SEGUNDO
SILAS SAMUEL DOS SANTOS COSTA

PROSPECÇÃO MINERAL NA MINERAÇÃO TOMAZ SALUSTINO S.A.:


APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE MAPEAMENTO GEOLÓGICO
(SUPERFÍCIE E SUBSUPERFÍCIE) E DESCRIÇÃO DE TESTEMUNHO

NATAL
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

1.1. Apresentação ...................................................................................................... 3

1.2. Objetivos ............................................................................................................ 3

1.3. Trabalhos Desenvolvidos ................................................................................... 3

1.4. Localização da Área e Vias de Acesso .............................................................. 5

2. GEOLOGIA REGIONAL ........................................................................................ 7

2.1.1. Domínio São José do Campestre ................................................................ 9

2.1.2. Domínio Rio Piranhas-Seridó..................................................................... 9

2.1.3. As Metassupracrustais Neoproterozoicas: O Grupo Seridó ....................... 9

2.1.4. Depósitos de skarns associados ................................................................ 10

2.1.5. Granitoides brasilianos ............................................................................. 10

3. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................. 13

3.1. Mapeamento de Subsuperfície ......................................................................... 13

3.1.1. Aspectros litológicos ................................................................................ 13

3.1.2. Aspectos estruturais .................................................................................. 13

3.2. Mapeamento de Superfície .............................................................................. 17

3.3. Descrição de Testemunhos .............................................................................. 20

4. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 23

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 24

ANEXOS..................................................................................................................28
1. INTRODUÇÃO

1.1. Apresentação
O presente relatório constitui parte necessária para integração das atividades
práticas obrigatórias previstas na disciplina Geologia de Campo V (GEO-0419). O
campo foi realizado no período de 18 a 21 de janeiro de 2022 nas dependências da Mina
Brejuí (Currais Novos/RN), sob a orientação dos Profs. Drs. Francisco Oliveira da Silva
e José Batista Siqueira do Departamento de Geologia (DG) da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN).
Em razão das condições sanitárias impostas pela pandemia gerada pelo novo
Coronavírus (COVID-19), aliou-se às atividades executadas o recomendado pelo
Protocolo de Biossegurança da UFRN, vigorado pela Portaria N°1141/2021-PROGESP,
que trata sobre medidas voltadas para ações de prevenção, minimização e eliminação de
riscos em atividades presenciais acadêmicas essenciais.

1.2. Objetivos
As técnicas de mapeamento comumente aplicadas na pesquisa mineral são
procedidas por meio da análise, sistematização e caracterização das estruturas
geológicas, de modo que seja possível delimitar a geometria e extensão dos corpos de
minério. Para concretização dos conhecimentos adquiridos, com os seguintes objetivos
principais:
a) Aplicação de técnicas de mapeamento geológico de superfície de semi-
detalhe (escala 1:25000) e subsuperfície (“Galeria do Major”), incluindo
levantamento topográfico;
b) Descrição sistemática de testemunhos (4 metros/grupo, escala 1:200);

O relatório ora apresentado aborda aspectos da geologia regional e local da área


de interesse, com enfoque na descrição estrutural e litoestratigráfica do trecho mapeado
da galeria, além das correlações entre os furos de sondagem.

1.3. Trabalhos Desenvolvidos


Nesta atividade de campo foram desenvolvidas diversas atividades que
estimulam conhecimentos teóricos e habilidades práticas do profissional de geologia.
Ao longo do campo foram desenvolvidos os seguintes trabalhos: reconhecimento
geológico, diálogos de experiência com profissionais, mapeamento de detalhe de

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galerias e de superfície, seções de caminhamento e experiências com processos
industriais de processamento mineral.
No primeiro dia de atividades, 18 de janeiro de 2022, foi feito um trabalho de
reconhecimento da área de estudo. O grupo procedeu uma visitação ao head office da
Mineração Tomaz Salustino SA, acompanhado por Fabriciano Lima, geólogo
responsável pela mina, lá a equipe teve a oportunidade de observar no software
GEOVIA Surpac© as informações dos furos de sondagem interpoladas e modeladas,
integrando uma visão litoestrutural do Grupo Seridó e das mineralizações metalíferas
nas rochas calciossilicáticas.
Juntamente com essa visualização, também foi experienciado um relato de
vivência das atividades de geologia de mina e exploração do depósito. Ainda no
primeiro dia, na sequência, foi oportunizada uma vista no Museu Mário Moacyr Porto
para visualizar os principais minerais da Mina Brejuí e os seus litotipos. As últimas
atividades do primeiro dia foram o reconhecimento geológico das Galerias Corujinha 1
e 2 e Major. Essas atividades foram acompanhadas pelo engenheiro de minas
responsável pela mina, Brunno Andrade.
No posterior dia de atividades, 19 de janeiro de 2022, foi dado o início ao
mapeamento da Galeria do Major, no Nível 331. Para isso, foram utilizadas trenas
métricas (5m e 50m), bússola, lanterna, nível de mangueira, giz e cadernos de anotação
(milimetrados e pautados).
O mapeamento de 35 m na galeria foi iniciado com o levantamento planimétrico,
tirado o azimute da entrada da galeria foram marcados pontos de controle ao longo de
uma linha a cada 2 m. Além disso, foi medido a altura de 1 m nas paredes da galeria
com auxílio do nível de mangueira. Essa planimetria foi esboçada em croqui
milimetrado, que serviu como subsídio para a produção do mapa geológico da galeria.
Subsequente à planimetria, foram feitos os posicionamentos e as medições de atitudes
de contatos, camadas, fraturas e estruturas principais.
No terceiro dia de atividades, 20 de janeiro de 2022, o grupo teve a oportunidade
de conhecer o fluxo de processamento mineral, seus equipamentos e procedimentos,
seguido da visita à Galeria do Cobre, com mineralização de Cu nos mármores e nas
calciossilicáticas. Na sequência foram retomadas as atividades de mapeamento da
Galeria do Major, encerrando-as no final do dia para proceder análises e descrições de
testemunhos de sondagem (com uso de lupas, HCl, trenas).

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No último dia de atividades, dia 21 de janeiro de 2022, foi feito um
caminhamento geológico aproximadamente N-S de superfície por cerca de 450 m para
mapear e descrever as feições estruturais e litológicas em uma escala de detalhe
compatível. A Figura 1.1 apresenta as etapas de trabalho desenvolvidas na atividade
prática da disciplina de Geologia de Campo V.

Figura 1.1. Trabalhos realizados durante a execução das práticas de Geologia de Campo V na Mina
Brejuí. a) Visita ao escritório de geologia da mina; b) Visualização da interface do software de
modelagem geológica; c) e d) Caminhamento e Reconhecimento de superfície e subsuperfície; e) e f)
Trabalhos de planimetria e mapeamento geológico-estrutural na Galeria do Major; g) Visita à Planta de
Processamento Mineral; h) Etapa de descrição de testemunhos no Galpão de Sondagens.

1.4. Localização da Área e Vias de Acesso


Coordenada pela Mineração Tomaz Salustino S/A, a Mina Brejuí dista cerca de
190 km a capital do estado, cujo acesso se dá pela BR-101 e BR-304, sentido

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Macaíba/RN, seguindo pela BR-226, que leva ao município de Currais Novos/RN, a
partir do qual é tomada a BR-427 até a mina (Figura 1.2).

Figura 1.2. Mapa de Localização referente ao mapeamento de superfície e de galeria realizados na Mina
Brejuí.

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2. GEOLOGIA REGIONAL

O Domínio Rio Grande do Norte (DRN) está localizado na porção mais NE da


Província Borborema (PB - figura 2.1). A PB foi formada durante dois eventos
diácronos de convergência e subsequente colisão e amalgamação de blocos crustais. A
primeira fase é marcada pelo ciclo mesoproterozóico-neoproterozóico (1050-950 Ma)
Cariris-Velho, registrado no domínio central da PB, seguido pelo ciclo final
Panafricano-Brasiliano, que ocorreu no neoproterozoico-cambriano (630 – 580 Ma) e
soldou o supercontinente Gondwana Leste (Heilbron et al., 2000; Arthaud et al., 2008;
Hollanda et al., 2010; Dantas et al., 2012; Santos et al., 2020).
Esses blocos correspondem a terrenos paleo- a mesoproterozoicos, marginais aos
Crátons São Francisco e Congo, de acordo com Souza et al. (2016), que constituíam
parte do supercontinente Atlântica, em aproximadamente 2 Ga, durante o ciclo
transamazônico (Neves, 2003). Essas unidades aglutinam, retrabalham e circunscrevem
a crosta arqueana (Brito Neves et al., 1995), localmente preservada nos subdomínios do
DRN (Dantas et al., 1998; Ruiz et al., 2019; Santos et al., 2020) (Figura 2.1).

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Figura 2.1. Compartimentação tectônica da Província Borborema(PB) segundo Medeiros et al. (2017)
onde é possível se observar os limites dos três sub-domínios que compõem o Domínio Rio Grande Norte
(DRN): São José do Campestre (DSJC), Rio Piranhas-Seridó (DRP) e Jaguaribeano (DJ) , além dos
outros seis domínios inseridos na PB. Retirado de: Medeiros et al. (2017).

Neves (2003) atenta para rifteamento em tentativa de quebra do Atlântica, em


cerca de 1 Ga. De acordo com Van Schmus et al. (2008), no final do mesoproterozóico
e início do neoproterozoico, os esforços são retomados e inicia-se a separação das
unidades crustais e a formação de bacias extensionais que se aproximam de pequenos
oceanos. Durante o neoproterozoico médio ao final, os blocos crustais convergiram,
formando grandes cinturões colisionais, metamorfizando essas bacias e gerando intenso
magmatismo sin-colisional que tendem a se alojar em zonas extensionais ao longo das
zonas de sutura ou no interior das rochas embasamentárias e metassupracrustais, além
de corpos tardios (Heilbron et al., 2000; Hollanda et al., 2010).
A região de sutura desses grandes blocos crustais é caracterizada por um
conjunto de complexas e profundas zonas de cisalhamento (ZC) dúcteis que seccionam

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toda PB e leste africano. No DRN, verifica-se três ZC’s de grande expressão: as ZC’s
Picuí-João Câmara, Portalegre e a Patos, que foram convencionadas como limites
de subdomínios tectonoestruturais inseridos nos segmentos deste domínio: São José do
Campestre (DSJC), Rio Piranhas-Seridó (DRP) e Jaguaribeano (DJ) (Araújo et al.,
2014).
A configuração adquirida nesse contexto tectônico foi destituída com a abertura
do Oceano Atlântico, durante o Mesozoico, que levou a separação do cinturão de
dobramento Brasiliano/Pan-Africano e individualização da América do Sul e África
como conhecemos hoje.

2.1.1. Domínio São José do Campestre

O Domínio São José do Campestre está localizado entre o norte da ZCP e leste
da ZCPJ, sendo um bloco crustal paleo-meso-neoarqueano gnáissico-migmatítico, onde
predomina um embasamento paleoproterozoico envolvendo núcleos arqueanos. Com
idades entre 3.5 e 2.65 Ga (Dantas 1996), encontra-se no núcleo arqueano, servindo
como embasamento de metassupracrustais do Grupo Seridó e plútons sin-, tardi- e pós-
brasilianos (Dantas 2004).

2.1.2. Domínio Rio Piranhas-Seridó

Este domínio é limitado pelas ZC’s Picuí-João Câmara e Portalegre, onde se


encontra a Faixa Seridó (FSe), que corresponde a uma sequência metassedimentar
deformada associada à Orogênese Brasiliana e recobre discordantemente o
embasamento gnáissico-migmatítico (Van Schmus et al. 2003). Este constitui rochas
paleoproterozoicas de algo grau metamórfico, sendo representado por ortognaisses
bandados migmatizados com anfibolitos subordinados, e dobras isoclinais a intrafoliais
influenciadas pelas ZC’s, conhecido como Complexo Caicó (Souza et al. 1996, 2007,
Jardim de Sá 1994, Hollanda et al. 2011).

2.1.3. As Metassupracrustais Neoproterozoicas: O Grupo Seridó

A FSe compreende as rochas do Grupo Seridó (Jardim de Sá & Salim 1980), que
engloba as formações Jucurutu, Equador e Seridó, em contatos quase sempre
interdigitados, estando relacionados a sistemas deposicionais contíguos, dispostos
crono-estratigraficamente da seguinte maneira: i) Fm. Jucurutu, basal, composta por
paragnaisses com intercalações de mármores, micaxistos e calciossilicáticas, formações
ferríferas, metavulcânicas máficas; ii) Fm. Equador, intermediária, compreende os

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quartzitos e metaconglomerados basais; iii) Fm. Seridó, topo, composta por micaxistos
aluminosos e feldspáticos, comumente contendo granada, cordierita e/ou sillimanita.
Em relação à idade do Grupo Seridó, datações realizadas por Jardim de Sá et al.
(1995) indicam uma idade Paleoproterozoica (2.0 Ga), no entanto em datações mais
recentes realizadas por Van Schmus et al. (2003) pelo método U-Pb (SHRIMP) em
zircões detríticos, obtiveram idade mínima de 634 ±16 Ma para a Formação Jucurutu e
628 ± 16 Ma para a Formação Seridó, posicionando o Grupo Seridó no
Neoproterozoico.

2.1.4. Depósitos de skarns associados

Os depósitos de skarn ou escarníticos não são resumidos ao resultado da


interação entre fluidos metassomáticos e rochas carbonáticas (já que essas rochas nem
sempre se encontram na proximidade de plutons) e também estão relacionados a
diferentes sistemas magmático-hidrotermais (i.e. IOCG, Pórfiro, RIRGS) (Dick &
Hodgson, 1982; Pirajno, 1992; Robb, 2005; Reid et al., 2011) além de ter sua
gênese controlada por fatores como ambiente tectônico, fonte magmática, composição
das encaixantes, mecanismos de fluxos fluidais, temperatura, fugacidade de oxigênio e
até a profundidade de colocação (Lentz, 1998).
A Província Mineral do Seridó (PMS) é um importante distrito mundial de
tungstênio (W), sendo ela caracterizada por granada-diopsídio W-skarns associados a
mármores, xistos ou gnaisses neoproterozoicos. Embora Smirnov (1976) postule que
depósitos de W-skarn ou skarn scheelitíferos estão comumente associados à batólitos
calcioalcalino metaluminoso do tipo I, o papel dos corpos plutônicos nas proximidades
desse depósito de W não está claro.

2.1.5. Granitoides brasilianos

A Orogênese Brasiliana promoveu a intrusão de um grande volume de


granitoides na província da Borborema. Como remanescentes dos eventos brasilianos,
podemos encontrar o magmatismo neoproterozoico corpos plutônicos na forma de
batólitos, stocks e diques, sendo agrupados segundo características petrográficas,
geoquímicas e geocronológicas em cinco suítes: Shoshonítica, Cálcio-alcalina de alto K
Porfirítica, Cálcio-alcalina de alto K Equigranular, Alcalina e Alcalina Charnoquítica
(Nascimento et al. 2015).

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Figura 2.2. Mapa geológico do Domínio Rio Grande do Norte, enfatizando as rochas magmáticas
ediacaranas, dispostas em 62 suítes e classificadas em seis tipologias por Nascimento et al. (2015): Suíte
Shoshonítica, Cálcio-alcalina de alto K Porfirítica, Cálcio-alcalina de alto K Equigranular, Alcalina e
Alcalina Charnoquítica. Compilado de: Nascimento et al. (2015).

A Suíte Shoshonítica compreende rochas gabro-dioríticas a quartzo


monzoníticas, de caráter metaluminoso, subalcalinas, com idade de cristalização em 597
± 06 Ma a 553 ± 10 Ma (Leterrier et al. 1994, Dantas 1996, Guimarães et al. 2009,
Archanjo et al. 2013).
A Cálcio-alcalina de alto K Porfirítica é formada por rochas subalcalinas
enriquecidas em álcalis e de textura porfirítica. Datações (U-Pb) mais recentes apontam
idades em 575 Ma, 571 ± 3 Ma e 577 ± 05 Ma (Nascimento et al. 2008, 2015).
Cálcio-alcalina de alto K Equigranular é composta por sienogranitos a
monzogranitos, de textura fina a média, equigranulares ou microporfiríticos e caráter
meta- a peraluminoso (Costa 2009). Datações (U-Pb) fornecem idades de 571 a 520 Ma
para as rochas desta suíte (Medeiros et al. 2007, Beurlen et al. 2007).
A Suíte Alcalina apresenta-se como sienogranitos, monzogranitos e álcali-
feldspatos granitos e quartzo álcali-feldspatos sienitos subordinados, com textura fina a
média e equigranulares. A idade é de 578 ± 14 Ma (isócrona interna) para Nascimento
et al. 2008.

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A Suíte Alcalina Charnoquítica apresenta rochas meta- a peraluminosas,
inequigranulares do tipo quartzo mangerito e charnoquitos de textura fina a média
(Costa 2009). Galindo et al. (1995) e McReath et al. (2002) fornecem idades de 545 ±
07 Ma (Rb-Sr) e 593 ± 05 Ma (U-Pb) para o Plúton Umarizal.

A história tectono-metamórfica da área de estudo pode ser explicada através de


dois modelos, sendo o sugerido por Jardim de Sá (1994) fundamentado em uma
evolução policíclica Transamazônica-Brasiliana.
Segundo o autor, a estrutura mais antiga está ligada ao evento D1, o qual estaria
restrito às rochas do embasamento, representado por bandamento metamórfico de fácies
anfibolito superior. O segundo evento deformacional (D2) ocorrido no
Paleoproterozoico de caráter tangencial (transporte predominante para S/SE) possui
metamorfismo (M2) variando da fácies xisto-verde a anfibolito com baixas a moderadas
pressões (Legrand e Sá 1986). Suas estruturas características são dobras intrafoliais
isoclinais ou apertadas, recumbentes, cuja superfície (S2) apresenta baixo ângulo de
mergulho (Jardim de Sá 1994).
O regime transcorrente predominantemente dextrógiro do evento seguinte, D3,
constitui um processo de retrabalhamento das tramas S2 e S1, sendo o evento mais
penetrativo em escala regional. A deformação deste evento no Neoproterozoico gerou
dobras abertas a fechadas, normais, inversas a recumbentes, onde a trama S1+S2 passou
a ter como plano axial as foliações S3, além de nas proximidades de zonas de
deformação milonítica ser possível observar a verticalização de estruturas D1, D2 e D3.
A superposição do evento D3 ao fabric anterior gerou padrões de redobramento (tipos
bumerangue e laço) produziu uma foliação composta S1//S2//S3 (Viegas 2007).
Segundo Viegas (2007), o metamorfismo (M3) associado apresenta variação desde a
fácies xisto verde até anfibolito superior, e migmatização no interior de zonas de
cisalhamento dúcteis.

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3. GEOLOGIA LOCAL

3.1. Mapeamento de Subsuperfície

3.1.1. Aspectros litológicos

O mapeamento de subsuperfície foi realizado no trecho inicial da Galeria do


Major, nível 331 da mina, cujo resultado pode ser observado no Anexo 01.
A metodologia adotada iniciou com a demarcação do intervalo (35 metros de
comprimento) com a trena de 50 metros, que serviu como base para o levantamento
topográfico. A partir da linha-base foram marcados pontos de controle a cada 2 metros
(em um intervalo de 0 a 35 metros, sendo ao todo 19), de onde partiu a delimitação
inferior, referente ao contato piso-parede (esquerda e direita).
Em seguida, para o nivelamento em cada parede foi utilizado um nível
horizontal (medido a partir do piso), com o auxílio do nível de mangueira de modo que
demarcasse 1 metro. Então, novas medidas das distâncias foram realizadas nas paredes
em seus limites inferior e superior (contatos piso-nível e nível-teto), cuja planimetria foi
esboçada em croqui milimetrado em escala 1:200. O passo seguinte constitui-se da
demarcação dos contatos litológicos e análise estrutural do trecho.
Os litotipos descritos na galeria correspondem aos biotita-paragnaisses da
Formação Jucurutu, e, predominantemente, aos biotita-xistos da Formação Seridó,
ambos dispostos nas paredes esquerda e direita. Ao longo de todo o percurso, não foram
reconhecidas zonas mineralizadas para demandar o uso de mineralight 1, tendo somente
intercalações de paragnaisse de diferentes texturas com níveis pegmatíticos, presentes
no teto da seção final do trecho mapeado (32-35m). As demais litologias encontradas
dizem respeito a lentes calciossilicáticas, veios de quartzo e pegmatíticos.

3.1.2. Aspectos estruturais

O setor mapeado é caracterizado pela presença de estruturas dúcteis e frágeis


(em algumas situações, podem ser interpretadas para regime semi-dúctil), bastante
penetrativas, que afetam os micaxistos inseridos na Formação Seridó.
As estruturas dúcteis são majoritariamente representadas pela xistosidade
presente ao longo de toda a galeria. Essa estrutura apresenta trend NW-SE (Figura 3.1) e

1
Equipamento portátil utilizado para detecção do mineral scheelita. Seu funcionamento se fundamenta na
propriedade deste mineral em emitir luz no espectro do visível quando submetido à exposição de raios
ultravioletas (UV).

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configura uma foliação penetrativa (S2) que afeta superfícies de continuidade variável (a
S0 - superfície de acamamento sedimentar). A xistosidade é resultado do evento D2 e
corresponde ao plano axial de dobras recumbentes ou de dobras inclinadas.
A análise desses planos permite distinguir uma tendência de variação de
mergulhos dessas superfícies em porções diferentes da extensão da galeria. Essa
variação pode ser em virtude de uma combinação entre a geometria da galeria e a
disposição espacial da foliação S2, de modo que o mergulho real seja mais evidenciado
a partir dos 20 m de extensão.

Figura 3.1. Projeção em equi-área de Lambert-Schimidt das foliações S2 (A) dos planos de falhas/fraturas
indiscriminadas (B) medidas na parede esquerda dos 35m iniciais da Galeria do Major. Ponto vermelho
representa a charneira inferida pela intersecção de planos na projeção (06/105). As tabelas indicam as
atitudes (seguindo a regra da mão direita) dos planos representados, respectivamente.

Acompanhando esses planos são evidenciadas veios de quartzo contemporâneos


à deformação, formados pela remobilização de fluidos. Estes veios mostram-se, por
vezes, resquícios de charneiras, boudinados, rotacionados, funcionando como critérios
cinemáticos. Esses veios adotam geometria simétrica e assimétrica do tipo 𝝈𝝈 e 𝞭𝞭,
(Figura 3.2.a e 3.2.b) e indicam cinemática dextrógira (principalmente) e sinistrais,
indicando cisalhamento geral (deformação não-coaxial). O regime de cisalhamento
também é evidenciado pelo remobilizados de quartzo dispostos obliquamente ao traço
da foliação, indicando componente rotacional. A boudinagem ocorre do tipo tablete de
chocolate, com estiramento no plano horizontal, e deve estar relacionada ao evento D3.

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Evidências de D3 são escassas. Nos metros iniciais da galeria, nas caudas de
recristalização de sigmóides de exsudados de quartzo (vistos em plano
aproximadamente perpendicular ao trend de S2 ) é possível observar dobras abertas
(evidenciando uma baixa taxa de strain local) plano axial de mergulho forte a moderado
com vergência para W (Figura 3.2.b)
Ademais, no metro final, é possível verificar o que parece ser a primeira
inversão de mergulho da foliação. Isso pode indicar a presença de uma dobra de escala
maior associada ao evento deformacional 3. Por meio da projeção estereográfica, foi
possível estimar a charneira da dobra (06/105), como mostra a figura 3.1.

Figura 3.2. (A) Observação de sigmóide de quartzo, em plano de fratura S3+2n no teto da Galeria do
Major na extensão de 4m, evidenciando componente dextral do regime cisalhante atuante nessas rochas.
Notar também traços da foliação penetrativa S2, projetados sobre o plano da fratura e do teto da galeria,
mergulhando para SW. (B) Detalhe de dobras abertas (F3) de pequena escala verificadas na cauda de
recristalização do sigmóide de quartzo. Essa configura uma das poucas evidências de D3 em quase toda a
extensão da seção da galeria e corrobora o caráter de alto ângulo dos planos axiais (S3) associados a esse
evento.

Por conseguinte, são encontradas fraturas de regime semi-dúctil a elástico-


ruptura (S3+n) e regime de frágil (S3+2n) Essa divisão foi inferida com base na presença
se calciossilicática na parede das primeiras, de modo que a ocorrência dessas rochas
denotam, relativamente, maiores condições de temperatura e de profundidade crustal.
Essas estruturas correm truncando a foliação, indicando seu caráter tardio (Figura 3.3.a).

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Embora, raramente seja possível correlacionar pares dessas estruturas no setor
mapeado, a projeção estereográfica evidencia a presença de um par conjugado de
estruturas, cujos planos possuem trend N-S e E-W, com mergulho forte. Esse par,
encontrado nos metros finais da seção mapeada, apresenta localmente a presença de
calciossilicáticas, indicando que foram formados por mecanismo rúptil em regime semi
dúctil, em altas temperaturas, onde se verificam descontinuidades abruptas que
resultaram nessas superfícies. O ângulo entre os planos de falha são da ordem de 90°,
como previsto para fraturas no campo plástico pelo critério de Von Mises.

Figura 3.3. (A) Parede esquerda da Galeria do Major na extensão de 3-4m;. a foliação, que mergulha
para SW é trucada por plano de fratura que se projeta no teto e em ambas as paredes da galeria e possui
mergulho moderado a forte para NE. A fratura não apresenta preenchimento e nenhum mineral orientado
recristalizado em seu plano, indicando formação tardia em níveis crustais mais rasos. Notar minidobra
indicativa da presença de S0, indiciando um antiforme, cujo plano axial é S2. (B) Observação de sigmóide
de quartzo concordante a foliação penetrativa S2 , evidenciando componente sinistral nessa seção.

É importante ressaltar que uma lineação de rake moderado a alto e com


tendência a seguir o mergulho da foliação pode ser notada ao de S . A hipótese mais
2

provável, uma vez que é esperado que Lx e Lb apresentassem rake moderado a baixo,
assim como o caimento, é que essa lineação represente estrias de cisalhamento ao longo
dos flancos, que junto à intensa rotação de veio de quartzo concordantes ou não a
foliação, indicariam que as dobras F3 estariam sendo formados por mecanismos de
deslizamento flexural. Essas observações demandam mais minúcia e, portanto, serão
apenas citadas nesse trabalho.

16
3.2. Mapeamento de Superfície

A área mapeada está situada na Serra da Brejuí, a oeste da sede do escritório da


Mineração Tomaz Salustino SA. A área mapeada tem pouco mais de 2 ha, o
caminhamento foi iniciado em uma estrada carroçável N-S e nas suas encostas foram
descritos 04 afloramentos.

O primeiro afloramento, AF01, com alguns pontos de descrição, continha calcita-


mármores com bandamentos finos da Formação Jucurutu, esse com foliação 124/15º
SW (Figura Xa e Xc). Esse mármore continha fraturas preenchidas por veios de calcita
e lentes de calciossilicática com orientação 140/65º SW (Figura 3.4).

Figura 3.4. Afloramento AF01 da etapa de Mapeamento de Detalhe de Superfície. a) Lajedo de mármore
exibindo traços de foliação na superfície; b) Veios de calcita preenchendo fraturas no mármore; c)
Mármore com mergulho saliente para SW.

O segundo afloramento, AF02, com um mármore texturalmente mais fino tinha


trend NE-SW (230º) e mergulho suave (8º) para SE. Na Figura 3.5 pode-se visualizar o
aspecto de lajedo deste afloramento

17
Figura 3.5. Afloramento AF02 da etapa de Mapeamento de Detalhe de Superfície, exibindo lajedo de
mármore da Formação Jucurutu.

O AF03, terceiro afloramento (vide Figura 3.6 adiante), observam-se feições


semelhantes ao afloramento anterior somada à presença de um par de fraturas com
trends ESE-WNW e NNE-SSW. Cerca de 30 m a SW encontra-se o AF04, essa
exposição de rochas está disposta em uma espécie de cava (banqueta) a céu aberto.
Mesmo com poucos afloramentos, podem-se dar indícios de uma inferência de
uma dobra fracamente reclinada com plano axial aproximadamente E-W e com
mergulho para SSE (Figura 3.7). Mostrando o contexto de deformação polifásico da
região, essa dobra certamente é um fragmento redobrado de um todo que constitui a
inversão da sequência estratigráfica da Brejuí, colocando os mármores da Formação
Jucurutu em posição superior aos xistos da Formação Seridó.
Aqui foram descritos mármores cortados por um corpo pegmatítico N-S com
mergulho de aproximadamente 43º para E e com uma lineação de fluxo magmático
020/20º. Esse pegmatito tinha mineralogia diversa com bolsões de berilo rosa
(morganita) envolvidos por muscovita, além de grandes núcleos de quartzo e
megacristais de albita. Esse pegmatito deve estar associado ao contexto do Magmatismo
Tardi-Brasiliano a Cambriano.

18
Figura 3.7. Estereograma com projeção de flancos dos bandamentos medidos nos mármores da Formação
Jucurutu nos afloramentos AF01 e AF02

Na extremidade sul do corpo foi possível observar, ainda no AF04 (Figura 3.6),
o contato do mármore com o pegmatito, e, além disso, era onde capaz de se observar o
mármore, em um corte E-W, com dobras suaves contendo lentes de calciossilicática na
região da charneira, essas lentes seguiam muito provavelmente a orientação do eixo
dessas dobras. Por fim, também foi observado um dique de diabásio E-W que
mergulhava fortemente para N, cortando o pegmatito e o mármore. Certamente esse
dique se associa ao Magmatismo cretácico Rio Ceará-Mirim.
No Anexo 02 pode-se ver um mapa geológico de escala 1:35000 que sumariza as
litologias e as estruturas observadas durante esta etapa, os mármores da Formação
Jucurutu, os pegmatitos do Magmatismo Tardi-Brasiliano a Cambriano, as
calciossilicáticas produtos de metassomatismo associados ao efeito magmático-
hidrotermal e os diques de diabásio do Magmatismo Rio-Ceará-Mirim.

19
Figura 3.6. Afloramentos AF03 e AF04. a) Mármore bandado com par-conjugado de fraturas do AF03;
b) e c) Contato intrusivo de pegmatito em mármore da Formação Jucurutu no AF04; d) Corpo
pegmatítico seguindo trend N-S e exibindo lineação magmática 020/20º no AF04; e) Corte N-S exibindo
dobras suaves no mármore com lentes de calciossilicáticas no AF04; f) Dique de diabásio mergulhando
fortemente e cortando mármore e pegmatito no AF04.

3.3. Descrição de Testemunhos


O RQD (Rock Quality Designation) representa o índice de qualidade um maciço
rochoso, sendo determinado pela soma dos núcleos rochosos acima de 10 cm em uma
manobra da sondagem. Um núcleo que não seja duro ou sólido não deve ser levado em
conta, mesmo que ele tenha 10 cm de comprimento, como no caso de saprolitos (que se
trata de um indicador importante para as zonas de rochas de baixa qualidade).
Atualmente, o RQD é usado como um parâmetro padrão na exploração de núcleos de
perfuração, e forma um valor de elemento básico dos principais sistemas de
classificação de massas:
RQD = (soma dos núcleos acima de 10%)/avanço da manobra*100

20
A partir do quociente apresentado e com base no índice RQD obtido, é possível
classificar a massa da rocha:
RQD (%) Qualidade da rocha
< 25 Muito má
25 - 50 Má
50 - 75 Média
75 – 90 Boa
100 Muito boa

Nesse cenário, foram deliberados para cada grupo em campo, uma caixa de
testemunhos contendo cerca de 18 metros, visto na figura 3.8, a descrição foi realizada
seguindo o sentido da direita para esquerda, sempre começando pela parte superior do
furos. As litologias encontradas são basicamente: mármore maciço e bandado,
apresentando variações texturais (fina a grossa), calciossilicáticas, pegmatito, também
foi observada pequena lente de xisto no início do furo. Diante do exposto, a seguir será
realizada a descrição litológica de maneira mais detalhada.

Figura 3.8: Pranchas contendo testemunhos descritos pelo grupo, a seta em vermelho aponta o sentido o
qual foram descritos os testemunhos, da direita para esquerda.

21
O primeiro testemunho a ser descrito apresentou um avanço de 3,50 metros,
apresentando uma recuperação de 3,00 metros. Dessa forma, a taxa de recuperação foi
de 86%. Há uma predominância de mármore, porém, no início do furo é possível
observar um contato interdigitado com um xisto da Fm. Seridó, na metragem 1,07
metros, apresentando um ângulo de 40º. O mármore possui textura grossa, com
mineralogia composta por: calcita, quartzo, muscovita e flogopita. Além disso, no
contexto estrutural, também foi possível verificar a presença de minidobras no
testemunho.
Com um avanço de 2,65 metros, uma recuperação de 2,57 metros, apresentando
uma porcentagem de recuperação de 97%, o segundo furo descrito tem litologia
predominante da rocha mármore, com variação textural – por vezes mais grossa, por
vezes mais fina –, apresentando a composição mineralógica análoga a anterior, sendo
composta por: calcita, quartzo, muscovita e flogopita. O contato descrito nesse furo é
com uma rocha calciossilicatica, cuja mineralogia é composta por diopsídio, granada,
quartzo e calcita.
O próximo avanço apresentou 100% de recuperação. Neste contexto, o
testemunho apresenta as seguintes litologias: pegamatito, com lentes de calciossilicática
composta mineralogicamente por quartzo, feldspato, granada e hornblenda. O
paragnaisse identificado no testemunho apresenta uma composição mineralógica
formada por quartzo, biotita, feldspato potássico, plagioclásio, e, localmente,
hornblenda, granada e muscovita.
O furo conseguinte apresenta um avanço de 2,16 metros, enquanto a recuperação
totaliza 2,10 metros, com uma taxa de recuperação de 97%. As litologias presentes
nessa parte do testemunho são: calciossilicáticas e mármore, variando sua textura entre
fino e grosso. O contato entre as duas litologias aparece na metragem entre 9,28 metros
e 10,93 metros. O mármore apresenta sua composição mineralógica idêntica ao que já
descrito anteriormente, assim como o paragnaisse, cuja foliação apresenta ângulo de
40°. Além destes, ocorrem níveis calciossilicáticos na metragem 11,8m do testemunho.
No nível de 11,40 metros, foi registrado um paragnaisse com níveis de rocha
calciossilicática, e também mármore, esse apresentando flogopita em sua constituição
mineralógica. Em geral, a mineralogia das duas rochas é similar às descrições já
supracitadas.
O último nível de testemunho descrito é composto por mármore bandado
apresentando em sua composição: calcita, quartzo, muscovita e flogopita.

22
4. CONCLUSÕES

O presente trabalho teve como objetivo apresentar aos alunos técnicas aplicadas
na prospecção mineral, sobretudo, técnicas aplicadas em mapeamento de galeria em
subsuperfície, descrição de testemunhos de sondagem e mapeamento em superfície. Tal
atividade apresenta maior importância pela ausência de práticas vistas em Campo III –
Mapeamento Cristalino, e Campo IV – visitas técnicas a mineradoras.
O mapeamento de um trecho de 35 metros da galeria do major, nível 331 da
Mina Brejuí, proporcionou a identificação camadas de biotita-paragnaisses da Formação
Jucurutu, e, predominantemente, aos biotita-xistos da Formação Seridó, ambos
dispostos nas paredes esquerda e direita. Além dos litotipos citados anteriormente, ao
longo do mapeamento, foram reconhecidas lentes calciossilicáticas, veios de quartzo e
pegmatíticos, e por fim foram mapeadas intercalações de paragnaisse de diferentes
texturas com níveis pegmatíticos, presentes no teto da seção final do trecho mapeado, .
Por outro lado, não foram reconhecidas zonas mineralizadas.
O mapeamento de superfície foi feito em detalhe, referente a uma área de
aproximadamente 2 ha, área pertencente também a Mina Brejuí. A área apresentou,
sucintamente, os seguintes litotipos: mármores da Formação Jucurutu, os pegmatitos do
Magmatismo Tardi-Brasiliano a Cambriano, as calciossilicáticas produtos de
metassomatismo associados ao efeito magmático-hidrotermal e os diques de diabásio do
Magmatismo Rio-Ceará-Mirim.
A etapa de descrição de testemunhos de sondagem permitiu reconhecimento de
Mármore, apresentando variações texturais de grosso a fino, e bandado;
Calciossilicáticas; Pegmatito; também foi observado uma pequena lente de Xisto no
início do furo. Em geral, os testemunhos apresentam litologias similares às encontradas
na galeria, porém em diferentes proporções, já que na galeria havia uma predominância
do Xisto Seridó, enquanto os testemunhos apresentaram uma predominância de
Mármore, esta última litologia estava muito mais presente no mapeamento de superfície
quando comparado ao de subsuperfície.
Por fim, fica evidente que todas as etapas da atividade de campo serviram
principalmente para aprimorar os conhecimentos práticos dos alunos quanto às técnicas
de mapeamento em subsuperfície, superfície e descrição de testemunhos de sondagem,
como também, para o entendimento de como funciona a pesquisa mineral e técnicas
relacionadas a tal área.

23
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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27
ANEXO 01

28
ANEXO 02

29

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