APÊNDICE

UNIDADE 4

Mecânica geral
 Apêndice
Gabaritos comentados com resposta-padrão

UNIDADE 4: Sistemas de várias partículas

Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 4.1

1. Alternativa Correta: E
Resposta Comentada:
Para este exercício, utilizamos o princípio da conservação do
momento para a situação logo antes de os materiais entrarem
no carro transportador e para a situação logo após os materiais
estarem no carro transportador:
mAv A + mBv B = (mA + mB + mC )v
10 ⋅ 3 + mB ⋅ 3 = (mB + 10 + 52)1, 2
mB = 24, 67 kg.
Portanto, a massa do material B para a situação analisada foi de,
aproximadamente, 24,67 kg.

2. Alternativa Correta: B
Resposta Comentada:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma
justificativa da I.

3. Alternativa Correta: E
Resposta Comentada:
Neste exercício, como temos inicialmente uma colisão entre os
veículos A e B e depois a colisão entre os veículos C e B, vamos
precisar analisar as colisões em várias etapas.
Iniciando com a análise da colisão inicial entre os veículos A e B,
pela conservação do momento para esses veículos e considerando
as velocidades após o impacto como v A1 e v B1, definimos:
mAv A + mBv B = mAv A1 + mBv B1
1200 ⋅ 25 + 1000 ⋅ 0 = 1200 ⋅ v A1 + 1000 ⋅ v B1

U4 - Sistemas de várias partículas 1

 Utilizando o coeficiente de restituição para os veículos A e B,
montamos a relação:
v B1 − v A1
e= ⇒ v B1 − v A1 = 0, 75 (25 − 0) = 18, 75 .
v A − vB
Como temos duas equações para duas incógnitas, conseguimos
determinar os valores de v A1 e v B1.

v B1 = 18, 75 + v A1

1200 ⋅ 25 = 1200 ⋅ v A1 + 1000 ⋅ (18, 75 + v A1 )


v A1 = 5,13 m/s ⇒ v A1 = 5,13 m/s ←

Definindo v B1:

v B1 = 18, 75 + 5,13 = 23, 88 m/s ⇒ v B1 = 23, 88 m/s ← .

Definidas as velocidades dos veículos após o primeiro impacto,

podemos determinar as velocidades v B2 e v C 2 dos veículos B e C,
respectivamente, após o segundo impacto, pela conservação do
momento angular deste novo impacto:
mBv B1 + mC v C = mBv B 2 + mC v C 2

1000 ⋅ 23, 88 + 950 ⋅ (−18) = 1000 ⋅ v B 2 + 950 ⋅ v C 2 .

Utilizando o coeficiente de restituição para os veículos B e C,
montamos uma nova relação para conseguirmos definir as
velocidades destes dois veículos após a colisão:
v C 2 − v B 2 = e (v B1 − v C ) = 0, 75 (23, 88 − (−18)) = 31, 41

v C 2 = 31, 41 + v B 2

1000 ⋅ 23, 88 + 950 ⋅ (−18) = 1000 ⋅ v B 2 + 950 ⋅ (31, 41 + v B 2 )


v B 2 = −11, 825 m/s ⇒ v B 2 = 11, 825 m/s →

E determinando o valor de v C 2 :

v C 2 = 28, 69 + v B 2 = 28, 69 − 11, 825 ⇒ v C 2 = 16, 865 m/s ← .

Como após este segundo impacto o veículo B passou a

movimentar-se na direção do veículo A, os dois irão colidir
novamente e, portanto, precisamos determinar estas novas

2 U4 - Sistemas de várias partículas

velocidades v B3 e v A3 dos veículos, utilizando novamente o
conceito da conservação do momento angular:
mAv A1 + mBv B 2 = mAv A3 + mBv B 3
1200 ⋅ 5,13 + 1000 ⋅ (−11, 825) = 1200v A3 + 1000v B 3

Mais uma vez, utilizando a relação do coeficiente de restituição,

agora para esta terceira colisão:
v B 3 − v A3 = e (v A1 − v B 2 ) = 0, 75 (5,13 − (−11, 825)) = 12, 716

v B 3 = 12, 716 + v A3
6156 − 11825 = 1200v A3 + 1000 (12, 716 + v A3 )

v A3 − 8, 375 m/s ⇒ v A3 = 8, 375 m/s → .

E, assim, conseguimos determinar o valor de v B3 :


v B 3 = 12, 716 + (−8, 375) = 4, 341 ⇒ v B 3 = 4, 341 m/s ←.
Como esta terceira colisão é a última, determinamos, então, as
velocidades finais para os três veículos, sendo:

v A3 = 8, 375 m/s →

v B3 = 4, 341 m/s ←

v C 2 = 16, 865 m/s ←

Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 4.2

1. Alternativa Correta: D
Resposta Comentada:
Pelo princípio da conservação do momento linear, temos:
 
L1 = L2
 
∑ mi (v i )1 = ∑ mi (v i )2 ⇒ (mA + mP )(v1 ) = mA (v 2 ) − mP (v P − v 2 )

(645 + 14)(42) = 645 (v 2 ) − 14 (640 − v 2 )

27.678 = 645 (v 2 ) − 8.960 + 14 (v 2 )
36.638 = 659 (v 2 )
v 2 = 55, 6 m/s.

U4 - Sistemas de várias partículas 3

 2. Alternativa Correta: C
Resposta Comentada:
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição
falsa.
II. No sistema de içamento das esferas, que pode ser visto como um
sistema de partículas, a posição horizontal do centro de gravidade
não se altera com o seu deslocamento, uma vez que as esferas se
movimentam de forma simétrica ao serem içadas.
Pode-se determinar que a componente vertical da aceleração do
centro de gravidade terá a mesma intensidade e sentido para as
esferas.
A componente vertical da aceleração das esferas, na Figura 4.15,
pode ser determinada pela aceleração do centro de gravidade do
sistema pela relação ∑ Fy = may , na qual ay representa a aceleração
do centro de gravidade do sistema.

3. Alternativa Correta: D
Resposta Comentada:
As forças aplicadas nesse sistema conservam-se ao longo do tempo
e, assim, temos a condição de conservação de energia, sendo a
soma da energia cinética T inicial com a energia potencial V inicial
igual à energia cinética T final somada com a energia potencial V
final do movimento do sistema de partículas, ou seja:
∑ T1 + ∑V1 = ∑ T2 + ∑V2 .
Analisando, inicialmente, as energias do veículo de transporte,
temos que as energias cinéticas inicial e final equivalem a:
1 1
T1 = mv12 = ⋅ 3800 ⋅ 02 = 0 ;
2 2
1 1
T2 = mv 2 = 3800v 2 = 1900v 2 J.
2 2
As energias potenciais para o veículo equivalem a zero, uma vez
que o veículo não apresenta nenhum mecanismo que gere energia.
Partindo para as análises de energia para a carga, começando pelas
energias cinéticas em relação ao eixo horizontal (eixo x), definimos que:
1 1
T1 = mv12 = ⋅ 1500 ⋅ 02 = 0.
2 2

4 U4 - Sistemas de várias partículas

Mas, quando analisamos a energia cinética final (T2 ), como o vetor
da velocidade da carga segue a inclinação da rampa em 10°,
devemos somar a parcela da energia cinética no sentido do eixo x
(T2 x ) com a parcela da energia cinética em relação ao eixo y (T2 y ).
Assim:
1 1 2
m (v Cx ) + m (v Cy ) =
2
T2 = T2 x + T2 y =
2 2
1 2 1 2
= 1500 (v C cos 10° − v ) + 1500 (v C sen10°)
2 2
Analisando agora as energias potenciais inicial e final para a carga,
temos que:
V1 = W ⋅ ∆h ,
em que W representa a força peso da carga e Dh a variação da
altura do seu deslocamento, ou seja:
V1 = W ⋅ ∆h = mg ⋅ ∆h = 1500 ⋅ 9, 81⋅ (4, 5sen10°) = 11.498, 55 J
V2 = W ⋅ ∆h = W ⋅ 0 = 0 .
Voltando para a relação da conservação de energia, montamos:
∑ T1 + ∑V1 = ∑ T2 + ∑ V2
0 + 11.498, 55 =
 1 2 1 2
= 1900v 2 + 1500 (v C cos 10° − v ) + 1500 (v C sen10°)  + 0
 2 2 
Ainda pela observação de que as forças aplicadas nesse sistema, ao
longo do eixo x, se conservam, podemos dizer que ocorre a
 
conservação do momento angular L1 = L2 , mas como, inicialmente,
as velocidades são iguais a zero, e analisando a Figura 4.16(b) com
os vetores das velocidades, após o início do movimento da carga,
utilizados para determinar o momento linear final, determinamos
que:
  
L1 = L2 ⇒ 0 = L2
0 = mv Cx + m (−v )

1500 ⋅ (v C cos 10° − v ) + 3800 (−v ) = 0

v C cos 10° − v = 2, 533v
v C sen10° = 3, 533v ⋅ tan10° = 0, 623v .

U4 - Sistemas de várias partículas 5

 Com a equação para a conservação de energia e com as relações
para v C , conseguimos montar uma nova relação em função apenas
da velocidade v:
0 + 11.498, 55 =
 1 2 1 2
= 1900v 2 + 1500 (v C cos 10° − v ) + 1500 (v C sen10°)  + 0
 2 2 
1 2 1 2
11.498, 55 = 1900v 2 + 1500 (2, 533v ) + 1500 (0, 623v )
2 2
11.498, 55 = 1900v 2 + 4812v 2 + 291v 2
7003v 2 = 11.498, 55
v = 1, 28 m/s.

Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 4.3

1. Alternativa correta: A
Resposta comentada:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma
justificativa da I, pois pela relação de sistemas variáveis de partículas
que ganham massa, o formato do equipamento por onde a massa
é coletada não interfere na força para movimentar o sistema de
partículas como pode ser observado na equação do princípio de
impulso e momento linear representada por:
 
dv   dmi
∑F = m + (v − v i )
dt dt

2. Alternativa correta: B
Resposta comentada:
O sistema de captação de água pelo tanque representa um sistema
de partículas com ganho de massa de modo que para determinarmos
  
dv dmi 
a força F utilizamos a equação ∑ F = m − v ui , onde a
dt dt
velocidade relativa v ui , que representa a velocidade com que as
  
partículas são absorvidas pelo sistema, é definida por v ui = v i − v .
Para o momento específico que devemos analisar a captação de
água, a massa m do tanque com água é:
m = 65 + 105 = 170 kg

6 U4 - Sistemas de várias partículas

 Considerando que dm dt = rvA equivale ao fluxo de massa,
montamos uma relação para o fluxo de água entrando no
reservatório pela relação:
dmi
= r ⋅ v i ⋅ A = r ⋅ (v i + v ) ⋅ A
dt
 
onde v i representa a velocidade da corrente de água do canal e v
a velocidade do reservatório
dmi kg
= r ⋅ (v i + v ) ⋅ A = 1000 (1 + 2, 5)1650 ⋅ 10−6 = 5, 775
dt s

Agora definimos a força F voltando na relação:
  
 +  dv dmi   dmi  
←
  ∑F = m − v ui ⇒ F = ma − (v i − v ) =
dt dt dt
= 170 ⋅ 0, 5 − 5, 775 (−1− 2, 5)

F = 105, 21 N ←
Portanto, a força com que o trator deve puxar o tanque quando já
está com 105 kg de água no seu interior é de 105,21 N.

3. Alternativa correta: C
Resposta comentada:
Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
O sistema de direcionamento dos gases queimados representa
uma situação com fluxo constante de partículas e assim vamos
utilizar as equações representativas do impulso e o momento para
determinarmos as forças nos pontos de apoio C e D.
Para facilitar a visualização das forças de reação nos apoios,
montamos o diagrama de corpo livre para o sistema de
direcionamento dos gases, como segue na Figura 4.30.
Figura 4.30 | Diagrama de corpo livre para o sistema de direcionamento dos gases

Fonte: elaborada pelo autor.

U4 - Sistemas de várias partículas 7

 Pela vazão Q = 0, 8 m3 s e pela área da seção do tubo A = 0,1 m2 ,
definimos a velocidade:
Q 0, 8
v= = = 8 m/s
A 0,1
Determinamos o fluxo constante de massa que escoa pelo sistema
como:
dm
= rQ = 2, 3 ⋅ 0, 8 = 1, 84 kg s
dt
Agora, aplicando a equação do impulso e o momento linear no
sentido horizontal, temos:
 +  dm
→ ∑ Fh = (v Bh − v Ah ) ⇒ − RDh = 1, 84 ⋅ (0 − 8)
  dt
RDh = 14, 72 N

Pelo momento angular para o ponto D e adotando o sentido anti-

horário como positivo, temos:
dm
∑ MD = (rDBv B − rDAv A ) ⇒ − RCv ⋅ 0, 8 = 1, 84 0 − (0, 6 − 0,1)12
dt
RCv = 13, 8 N

Aplicando agora o momento linear no sentido vertical, definimos:

dm
(+ ↑) ∑ Fv = (v Bv − v Av ) ⇒ RCv + RDv = 1, 84 ⋅ (8 − 0)
dt
RDv = 0, 92 N

8 U4 - Sistemas de várias partículas