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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA...

VARA DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA REGIÃO OCEÂNICA
(NOME), brasileiro, casado, veteriná rio, inscrito no CPF nº xxxx, portador de cédula de
identidade nº xxxxx, residente e domiciliado na Rua Trinta LTO Fazendinha Terrabras, nº,
Engenho do Mato, Niteró i, CEP xxxx, Rio de Janeiro, vem, respeitosamente, por seu
advogado ao final subscrito, com escritó rio na Rua Gaviã o Peixoto, nº, apto., Icaraí, Niteró i,
CEP xxxx, Rio de Janeiro, onde receberá futuras intimaçõ es, conforme art. 39, I, CPC,
propor:
AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
Pelo procedimento especial da lei 9.099 de 1995, em face (NOME), Pessoa Jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ nº xxxx, com sede em Estrada Camboatá , nº – Loja X,
Guadalupe, Rio de Janeiro, CEP xxxxx pelos fatos e fundamentos a expor.
APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR:
No que se refere ao caso em questã o, o autor encontra-se na posiçã o de consumidor, uma
vez que adquire a prestaçã o de serviço com base no art. 3º da lei 8.078 de 1990 e utiliza do
serviço como destinatá rio final, conforme art. 2º da mesma lei, possuindo todas as
características de vulnerabilidade, tais como a técnica, econô mica e jurídica.
DA COMPETÊNCIA:
Trata-se de relaçã o de consumo, com base no art. 3º da lei 8.078 de 1990, sendo, portanto,
aplicá vel o art. 101, I do CDC que autoriza a propositura da presente açã o demandada no
foro do domicílio do autor.
DOS FATOS:
Em 28/08/2015, o autor contratou a empresa ré para instalaçã o do piso Granitina no ponto
comercial alugado pelo mesmo, conforme contrato anexo. A instalaçã o do piso foi
direcionada para o subsolo da loja, escada de acesso ao subsolo, bem como no jirau do
estabelecimento, o que totalizou 100m2 de piso.
Neste ponto comercial o autor pretende iniciar uma nova etapa de sua vida, em que
inaugurará , apó s a reforma do local, sua (nome do estabelecimento). Posto isso, a obra
corria seu fluxo normal com vá rios profissionais no ramo da construçã o civil até a entrada
da empresa demandada. A obra da clinica tinha a colaboraçã o do só cio Sr. (nome) na
funçã o de fiscalizaçã o de vá rios profissionais ali existentes.
A escolha da empresa ré ocorreu por indicaçã o da arquiteta responsá vel pela confecçã o do
projeto da Clínica, com absoluta boa-fé, e também pela tradiçã o da empresa no mercado de
Granitina. As partes firmaram um contrato de prestaçã o de serviços no valor de R$
11.010,00, conforme documento em anexo.
O tempo para a execução do serviço foi definido em contrato pelo demandado, com
prazo de início em 28/08/2015 e término 14/09/2015, previsto em contrato no item
4.1, sendo que o serviço ficou longe de ser completado dentro do prazo, conforme será
exposto mais adiante.
O contato com a empresa ocorreu pelo representante Sr. (nome). No decorrer do serviço,
em aná lise posterior (visto que houve a prévia aná lise antes da obra com a fixaçã o do valor
ora exposto), o representante da ré alegou ter encontrado um piso mais resistente e que
haveria a necessidade de majorar o valor do contrato em R$1.200,00 (conforme
comprovante do depó sito em anexo), o que foi prontamente aceito, tendo em vista a
necessidade da finalizaçã o desta etapa da obra.
A necessidade nasce a partir do momento em que todo o restante da obra estava
paralisada temporariamente em virtude do piso, ou seja, a obra só daria
prosseguimento (pois no momento nã o havia piso) apó s a instalaçã o do piso objeto da lide.
Porém, cabe destacar que, o aluguel do imóvel custa R$15.000,00 por mês (conforme
contrato de aluguel em anexo), tendo em vista a sua localizaçã o, evidenciando o total
desespero e estresse do autor em finalizar o piso, já que o restante da obra vinha se
arrastando devido a esse fato.
Evidencia-se a total boa-fé por parte do demandante, posto que cumpriu com o
acordado em contrato (conforme item 5 e 6, do contrato) com os devidos
pagamentos nas respectivas datas e ainda com o acréscimo pedido pela ré, o que
totalizou o valor de 12.210,00 (todos já devidamente quitados) e a instalação do piso
prosseguia SEM PRAZO PARA ENTREGA. Todos os pagamentos foram realizados através
de debito em conta do Sr. (nome), só cio do autor.
Em seguida houve a arquiteta que projetou a obra confeccionou um laudo técnico (vide
anexo) e foi verificado mau acabamento, falta de brilho, manchas no piso em todas as
partes contratadas, vide fotos anexas (apenas formalizando o evidente a qualquer leigo),
ficando muito aquém da expectativa do autor para aquele piso, pois como empreendimento
do mesmo, deseja tudo do melhor e perfeito estado, se vendo desrespeitado e indignado.
Questiona-se a boa-fé do contratado, já que havia recebido todos seus honorários
acordados e toda semana adiava o fim de sua etapa correspondente, causando TOTAL
INDGNAÇÃ O por parte do contratante, já que quanto mais o tempo passa, mais dinheiro
gastava. É possível identificar a MÁ -FÉ do réu em conversas por e-mail e whatsapp
(conforme anexos). O descaso é flagrante! Conforme as conversas destacadas (ou na
íntegra, caso haja a leitura por completo)é possível sentir o desespero do Sr. (nome) diante
dos prejuízos causados e, ainda, o DESCASO E DESRESPEITO da ré. O problema
decorrente por parte do serviço que deveria ser prestado não corresponde ao autor,
já que pagou os honorários devidamente.
No primeiro momento, o Sr. (nome) prontificou-se a lixar o piso e passar novo produto
para que o mesmo tivesse o brilho desejado e prometido, assumindo o erro. Entretanto,
iniciou uma verdadeira procrastinação do serviço, com desculpas das mais variáveis
possíveis, conforme conversas em anexo destacadas, das quais dizendo que levaria o
equipamento no dia seguinte, que levaria determinado profissional, que faltava
determinado produto. O se o autor devesse ser solícito (o que já havia sido, conforme o
caso em questã o e conversas em anexo) eternamente? De forma alguma.
Depois de muitas conversas pelo aplicativo whatssap e e-mail, o sr. (nome) levou um
profissional em 17/10/2015 até o local da obra para ‘’finalizar’’, ou seja, MAIS DE UM MÊS
DEPOIS DO COMBINADO EM CONTRATO, para lixar o piso e que na semana seguinte seria
aplicado produto para que o piso tivesse o brilho desejado e prometido. Neste momento e
novamente, apó s lixar o piso, toda a obra ficou totalmente paralisada para nã o danificar o
serviço realizado. Foram dispensados temporariamente gesseiro, eletricista, pedreiro e
adiado a entrada de outros profissionais, o autor ficou aguardando a finalizaçã o do serviço
pela empresa Ré e com o intuito de nã o prejudicar o serviço realizado com muito custo.
Em 18/10/2015, o Sr. (nome) mais uma vez nã o cumpriu o prometido, ou seja, o de visitar
a obra, pois o serviço ainda estava inacabado. Fato que se repetiu durante toda a semana.
Em 23/10/2015, MAIS DE UM MÊ S DO PROMETIDO EM CONTRATO, o autor diante de
tanta má-fé por parte da ré, decidiu que nã o havia como continuar com as promessas nã o
cumpridas e resolveu colocar por cima da granitina um porcelato, escondendo o
péssimo serviço prestado (fotos em anexo).
O prejuízo totalizou o valor de R$ 6.209,52 para o novo piso (conforme comprovante de
pagamento em anexo – valor sem a mã o de obra, pois nã o houve recibo para comprovar), o
que majorou mais uma vez os custos, mantendo a granitina mal acabada no jirau e da
escada de acesso. Tal desespero ocorreu para desobstruir os outros serviços suspensos
temporariamente pelo autor.
Expostos os fatos, o autor se sente totalmente PREJUDICADO pela empresa ré, tendo em
vista o pagamento de um aluguel pela espera tã o somente do piso. Cansado de tentar
resolver o problema de forma extrajudicial, o que aumentou o prejuízo, resolveu acionar o
judiciá rio para ser ressarcido dos prejuízos sofridos, tanto no â mbito patrimonial, quanto
no extrapatrimonial, pois o estresse sofrido pela demora, a insistência e ver o dinheiro do
investimento acabando, gerou uma total indignaçã o.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
Trata-se de uma açã o de reparaçã o por danos morais e materiais em face da empresa
(NOME).
Conforme dispõ e o Có digo de Defesa do Consumidor, em seu art. 6º, III, VI e VIII, sã o
direitos bá sicos do consumidor:
a) Receber a informação adequada quanto a prestação de serviço, com especificaçã o
correta de característica e qualidade, posto que a obra havia sido entregue muito aquém do
contratado e do planejado, cabendo destacar que se trata de á rea nobre do estabelecimento
(entrada);
b) A efetiva reparação dos danos causados, tanto no â mbito patrimonial, quanto no
extrapatrimonial;
c) A inversa do ônus da prova, com o intuito de facilitar a defesa de seus direitos.
O art. 18, § 1º, II, do CDC, expõ e que, caso o vício nã o seja resolvido no prazo de 30 dias,
poderá o consumidor exigir a restituiçã o IMEDIATA da quantia paga. Na luz da lei, houve
mais de um mês de espera para que o problema fosse resolvido, porém, devido ao descaso
da empresa ré isso nã o se tornou possível. Desta forma, pleiteia pela devoluçã o do valor
pago e, para piorar, nã o se aproveitou a granitina, posto que houve a instalaçã o do
porcelanato por cima do PÉ SSIMO serviço feito.
Ainda, a leitura do art. 20 está relacionada aos fatos ocorridos, ou seja, um piso com valor
elevado que nã o corresponde com o prometido em contrato e, ainda, tendo em vista a
desistência do autor pelo serviço, instalando um porcelanato por cima da granitinina,
escondendo por completo o serviço mal feito pela empresa ré. Visto isso, sabe-se que o
fornecedor de serviço responde de forma objetiva pelos danos causados, devendo haver a
reparação integral equivalente a R$12.210,00, já que nada se aproveitou do serviço,
pois o porcelanato cobriu a parte mal feita e inacabada.
O art. 927, do CC, nos trá s que a reparaçã o está vinculada ao ato ilícito. Desta forma, a partir
do momento que se descumpriu o contrato (instrumento que cria lei entre as partes)
condiciona a reparaçã o do dano. Tendo em vista que o autor teve que contratar outra
empresa para cobrir o serviço mal feito pela ré, referente ao valor de R$6.209,52, cabendo
indenizaçã o no â mbito material da quantia paga.
No que se refere ao dano moral, calcula-se conforme o dano causado à vítima, de acordo
com o art. 944, CC. Neste sentido, cabe destacar que o autor procurou obter o melhor para
seu empreendimento, um sonho que vinha projetando a anos e, conforme o caso, recebeu
um serviço que nã o chegou perto das expectativas.
Cabendo ressaltar que o autor foi obrigado a pagar um aluguel apenas a espera do serviço,
ALÉ M do prazo estipulado, no valor de R$15.000,00 reais, conforma provas em anexo.
A pró pria jurisprudência trá s casos em que a afliçã o e angustia na espera da obra causa
danos extrapatrimoniais, pois gerou uma expectativa que nã o se concretizou, bem como
infringiu o contrato que as partes estipularam, conforme ementas abaixo:
TJ-RJ - RECURSO INOMINADO: RI 00338076220128190203 RJ 0033807-
62.2012.8.19.0203
COMPRA E VENDA DE UNIDADE IMOBILIÁ RIA - ATRASO NA ENTREGA - AUTOR QUE TEM
A PRETENSÃ O DE RECEBIMENTO DE LUCROS CESSANTES RECONHECIDA NA SENTENÇA -
RECURSO DOS FORNECEDORES - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE DO 1º RÉ U QUE SE
CONFUNDE COM O MÉ RITO - CONSTITUIÇÃ O DE SOCIEDADES DE PROPÓ SITO ESPECÍFICO
(2ª E 3ª RÉ S) A IMPOR Ó BICE À RESPONSABILIZAÇÃ O CIVIL DO INCORPORADOR
RESPONSABILIDADE SOLIDÁ RIA DA 1ª RÉ , QUE AS CONSTITUIU E FIGURA COMO SÓ CIA
PRINCIPAL (ART. 28, § 5º, DO CDC)- ATRASO DAS OBRAS CONFESSADO NA DEFESA E
CUJOS MOTIVOS SE SITUAM DENTRO DO RISCO DO NEGÓCIO - CASO FORTUITO OU
FORÇA MAIOR NÃ O CONFIGURADOS - TESE DE EXCEÇÃ O DE CONTRATO NÃ O CUMPRIDO
QUE SE AFASTA - SE OS RÉ US NÃ O PODIAM ENTREGAR AS CHAVES, LOGO, TAMBÉ M NÃ O
PODIAM QUERER EXIGIR DO ADQUIRENTE O PAGAMENTO INTEGRAL DO PREÇO
AJUSTADO PARA AQUELE MOMENTO SOMENTE - MORA CONTRATUAL DE 10 MESES E
NÃ O 12 MESES COMO CONSTOU DO JULGADO RECORRIDO (DE DEZEMBRO/2010 E
SETEMBRO/2011)- REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA PARA REDUZIR O VALOR DOS
LUCROS CESSANTES A R$14.000,00, ADEQUANDO-O À MORA DE 10 MESES.
TJ-RJ - RECURSO INOMINADO: RI 00389719020128190014 RJ 0038971-
90.2012.8.19.0014
É o relató rio. Rio de Janeiro, 17 de março de 2014 PAULO MELLO FEIJÓ Juiz de Direito -
Relator VOTO Atraso na entrega de imó vel. Prazo de conclusã o das obras de dezoito
meses, previsto em contrato, que é contado da data da assinatura do mesmo. Prazo de
entrega das chaves, considerado o prazo de 60 (sessenta) dias posteriores a conclusã o das
obras, que findou em 24 de março de 2012. Entrega das chaves ocorrida em 10 de agosto
de 2012. Atraso configurado. Extensã o de prazo concedida pelo agente financeiro à
primeira ré que nã o alcança o contrato celebrado com o autor, nã o gerando dilaçã o do
prazo inicialmente fixado. Multa por impontualidade que nã o incide. Clá usula décima
quarta do contrato que prevê a incidência da penalidade apenas quanto as obrigaçõ es de
pagamento. Danos materiais que devem ser perseguidos pela via pró pria. Danos morais
presentes, decorrentes da angústia imposta ao autor em razão do atraso na entrega
do bem, sendo dispensável prova acerca do sentimento de ansiedade e preocupação
que atinge aqueles que adquirem imóvel próprio. Indenização a ser fixada com base
nos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade em R$ 9.000,00 (nove mil
reais), com o que atinge os objetivos reparató rio, punitivo e pedagó gico visados pela verba.
Responsabilidade unicamente da construtora. Corretora que nã o praticou qualquer ato que
tenha contribuído para o atraso nas obras e, via de consequência, para o dano causado.
Sentença que se reforma para julgar procedente em parte o pedido. Vistos, etc. Pelas razõ es
expendidas na ementa supra, VOTO no sentido de ser conhecido o recurso para, no mérito,
dar-lhe provimento e reformar a sentença, para (a) condenar a primeira ré a pagar ao autor
R$ 9.000,00 (nove mil reais), importâ ncia esta a ser corrigida monetariamente e acrescida
de juros legais, a contar da intimaçã o desta sentença via DOE. Sem condenaçã o em custas
ou honorá rios eis que acolhido o recurso. Rio de Janeiro, 17 de março de 2014 PAULO
MELLO FEIJÓ Juiz de Direito - Relator PODER JUDICIÁ RIO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1ª
TURMA RECURSAL CÍVEL Processo nº 0038971-90.2012.8.19.0014 Recorrente: Ulisses
Pessanha da Silva Recorrido: IMBEG - IMBE Engenharia Ltda. E outra Fls.
O art. 23, da lei 8.078 de 1990, nos trá s que a ignorância referente a qualidade do
serviço por inadequação não exime o prestador de serviço de responsabilidade.
Trata-se de responsabilidade objetiva, como narrado anteriormente.
DOS PEDIDOS:
Por todo o exposto, requer:
a. A citaçã o da ré endereço localizado em seu site oficial, sob pena de revelia;
b. A inversã o do ô nus da prova;
c. A condenaçã o da ré ao pagamento do montante de R$ 10.000,00 a títulos de danos
morais por todo o desrespeito e angustia que a ré causou;
d. A condenaçã o da ré ao pagamento de R$ 21.520,00 a títulos de danos materiais, tais
como a contratação de outro serviço para o Porcelanato, o aluguel e a restituição da
quantia paga pelo serviço mal feito (apó s a espera de mais de 30 dias para que houvesse
o vício sanado).
Protesta por todos os meios de prova pelo direito admitido.
Dá -se valor a causa de R$ 31.520,00 (valor do salá rio mínimo foi definido pelo decreto Nº
8.381/2014 de 23 de dezembro de 2014).
Termos em que pede deferimento
Niteró i, 02 de dezembro de 2015
Guilherme Valente Almeida Cardoso Guimarã es

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