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ARTIGOS CIENTÍFICOS

QUAIS AS DESVANTAGENS EM UMA


HOLDING FAMILIAR?
Poreduardocampadeli
30 de setembro de 2021

Antes de chegar aqui você já deve ter lido muito positivamente sobre Holdings.

Quando algum profissional que constrói Holding fala a respeito, diz como se estivesse falando
de um próprio filho, não é verdade?

Parece algo perfeito e inquebrável.

Mas o que é perfeito? Existe a perfeição absoluta?

Claro que não, não é?

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Então quer dizer que uma Holding apresenta desvantagens?

Será?

Antes de responder essa pergunta, temos que compreender bem o que é uma Holding Familiar.
Então vamos lá.

O que NÃO É Holding Familiar:

 Holding não é uma empresa;


 Holding não é abrir uma empresa e colocar o patrimônio lá;
 Holding não é blindagem patrimonial.

Gostaria de esclarecer também que existem Holdings para organização de negócios e Holdings
Familiares para planejamento sucessório e proteção patrimonial, com eficiência tributária.

Quero falar aqui de um tipo muito específico de Holding, que são as Holdings Familiares, que
são um conjunto de atos e estratégias devidamente orquestradas com o objetivo de se alcançar
o interesse daquela família em específico, qual seja, proteção patrimonial e/ou planejamento
sucessório.

E se vamos falar dos riscos que possam eventualmente existir, penso que eles somente
existirão se não houver o alinhamento correto entre os interesses do patriarca/matriarca e a
execução da Holding.

Quer um exemplo?

Carlos decide construir uma Holding com dois objetivos específicos: proteger o patrimônio
familiar dos riscos do negócio de sua empresa e efetuar um planejamento sucessório para que
não exista inventário quando ele partir.

Pois bem.

Imaginemos que o profissional contratado faça toda a construção da Holding, mas postergue a
doação de quotas que é uma das etapas do planejamento sucessório.

Nesse intervalo, Carlos falece sem a efetiva doação de quotas.

Obrigatoriamente os herdeiros de Carlos deverão inventariar suas quotas. Ou seja, o


planejamento sucessório não foi alcançado nesse trabalho.

Assim sendo, temos que a “perfeição” da Holding acontecerá na harmonização entre os


objetivos do patriarca ou matriarca e a execução da Holding pelo profissional contratado.

Digo que o maior risco numa Holding é ficar como está, qual seja, sem planejamento sucessório
e sem a efetiva proteção patrimonial.

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Afinal de contas, segundo dados da Receita Federal já temos no Brasil mais de 100 mil
Holdings.

Mas alguns podem perguntar: uma das fases do processo de Holding consiste na criação de
uma empresa. Isso não geraria um custo extra com contabilidade, ou seja, esta não seria uma
desvantagem?

E a resposta é: NÃO!

A Holding Familiar é uma empresa chamada carinhosamente de “cofre” e por não ter
movimentação, funcionários, atividade, etc. (lembre-se que o objetivo é separar o patrimônio
do risco do negócio, logo não há atividade econômica aqui), sua contabilidade é simples e de
um custo muito baixo. Na verdade insignificante perto dos absurdos ganhos financeiros e
tributários alcançados na Holding Familiar.

Não encontro desvantagens na Holding Familiar. Encontro só soluções.

Antoine de Saint-Exupéry, um brilhante escritor francês disse certa vez que: “na vida, não
existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas
seguem-se as soluções.”

Para mim, isso é uma Holding Familiar, ou seja, uma força emanada pela vontade do patriarca
e matriarca de proteger e perpetuar o legado de sua família que materializa essa “força em
marcha” através da Holding e ali seguem as soluções pontuais e específicas para proteger seu
patrimônio e manter a harmonia familiar.

Eduardo Campadeli | Advogado

Telefone: (35) 98876-5669

Escritório Virtual: https://eduardocampadeli.com.br

eduardocampadeli

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