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Sumário

Introdução: Qual é a história do namoro? 3

Capítulo 1
Beijar, Transar e Largar 9

Capítulo 2
Um ensaio para o casamento 21

Capítulo 3
Adolescentes e o Namoro 33

Capítulo 4
Vale a pena ser virgem? 40

Capítulo 5
Namoro entre luz e trevas 53

Capítulo 6
Até aonde vai a intimidade? 64
Introdução
A palavra namoro é bem nova na história da humanidade. As maiores
mudanças no relacionamento à dois ocorreram de cem anos pra cá e as
coisas continuam mudando com muita velocidade. Eu mesmo já enviei
“cartinhas” para várias meninas na minha época de escola, e até o ano de
2006 ainda ouvia falar sobre isso. Depois do advento das Redes Sociais as
“cartinhas” caíram em desuso. A moda é “escrever no mural”, dar uma
Tuitada”, ou conversar por “Whats app”. Os tempos continuam mudando,
mas a cabeça da maioria dos adolescentes ainda gira em torno do namoro.
Como essa história de namoro começou?

Casamentos arranjados – “Papai decide!”


Na Bíblia você não vai encontrar a palavra namoro, você encontra a
palavra noivado. Na antiguidade as coisas eram muito diferentes de hoje.
Para chocar você que é adolescente, tente imaginar o nosso pai da fé,
Abraão, arranjando o casamento de seu filho Isaque com Raquel, e lembre-
se que os dois se viram pela primeira vez bem no dia do seu casamento!
Isso para nós seria considerado um absurdo. Porém, era a prática comum da
época, os pais escolhiam as esposas para os filhos, marcavam o dia do
noivado e, enfim, o casamento.

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Isso significa que nesse período, o beijo, andar de mãos dadas,
abraçar, saírem sozinhos para o shopping e principalmente o sexo eram
coisas totalmente proibidas antes do casamento. Este padrão de
relacionamentos perdurou por muito tempo na história dos relacionamentos
e só foi perder sua força no início do século XX, por volta dos anos 1900.1
O movimento responsável que destruiu a ideia dos relacionamentos
arranjados foi o romantismo.

Romantismo – “Amor só na conversa”


As juras de amor eterno e as longas conversas apaixonadas estavam
em alta entre a nobreza europeia no final do século XIX e início do século
XX. Os jovens passaram a se conhecer em bailes, cafés, agremiações,
confeitarias e piqueniques. Nos romances2 ou novelas de época, a mulher
era sempre uma heroína em busca de um grande amor. Os que namoravam
sério não tinham qualquer direito à privacidade. Só podiam trocar juras de
amor eterno sob os olhares atentos dos pais da moça. Essa era a época que
os jovens mais corajosos se arriscavam a fazer serenatas debaixo da janela
de suas pretendentes. Só homens podiam tomar iniciativa para o
relacionamento.
Uma serenata que ficou conhecida nessa época aqui no Brasil foi “Os
Namorados da Lua”, de Chiquinha Gonzaga e Mário Pinheiro, cantada por
volta de 1902. Note como o romantismo estava em alta:

“É meia noite! Desperta!


Acorda gentil morena,
Sem vestido, lenço ou touca,
Vem que a noite está serena.
A lua brilha, bons cidadãos.

1Várias informações deste texto foram adaptadas do artigo “A Evolução dos Namoros”, por
André Bernardo, em Almanaque Saraiva – Junho de 2013 e “A História do Namoro”, pela
Revista Escola.
2 Cinco Minutos, Senhora, de José de Alencar.

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Adormecei, adormecei
E voz donzelas, meigas e belas
Pra nós correi, aparecei!”

Outro fato interessante desta época era a alcoviteira. Era uma mulher,
prima, amiga ou tia da moça que se responsabilizava por mediar a relação
de um casal. Ela fazia de tudo um pouco. Se a moça queria entregar uma
carta de amor ao rapaz, chamava a alcoviteira. Se o rapaz queria marcar um
encontro para tomar um sorvete ou assistir à matinê no cinema, tinha que
fazer o mesmo. O acesso direto era algo muito raro.
Nas décadas de 1910-1930, às vésperas da Segunda Guerra Mundial,
se um rapaz se encantasse por uma moça, teria que pedir o consentimento
dos pais dela para namorar. Se o consentimento fosse dado, os dois já
podiam sair juntos. O rapaz, então, buscava a moça em casa e, depois, a
levava de volta. Porém, com um detalhe: os passeios deviam ser
acompanhados por algum membro da família e só podiam durar até nove
horas da noite. Depois disso, cada um ia para a sua casa. O primeiro
contato sexual podia ser desastroso para o resto da vida de um casal.

II Guerra Mundial – “Namoro só no portão”


Depois da II Guerra (1939-1945) e de várias conquistas do
movimento feminista, os jovens passaram a namorar no portão de casa,
mas ainda eram ostensivamente vigiados pelos pais da moça. Era a época
de popularização das novelas transmitidas pelo rádio. E o namoro? Namoro
não ia muito além do beijo na mão ou um leve toque nas mãos. Beijo no
rosto? Nem pensar! O tempo de namoro seguia padrões rígidos. Ele era de
curta duração para não levantar suspeitas sobre as intenções do rapaz e,
também, para não comprometer a reputação da moça. Terminar um namoro
era motivo de vergonha para a família da donzela, que ficava
“desvalorizada” na praça.

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Namoro no Sofá – “Com a vovó ao lado”
Do portão, pouco a pouco, o namoro migrou para o sofá da sala.
Cinquenta anos depois, porém, a liberdade continuava vigiada. Em 1950
era muito comum as avós ou a irmã caçula da moça ficarem na sala para
“segurar vela” e impedir que o casal de namorados trocasse carícias por
cima das roupas. As moças mais atiradas da época eram apelidadas de
vassourinha e maçaneta, pois qualquer um passava a mão.

Anos 60, Woodstock e Pílula – “Faça amor, não faça guerra!”


Sem dúvida, os anos 60 foram decisivos para a forma de namoro que
temos hoje. Um dos fatores principais foi a pílula. A chegada desse
anticoncepcional ao Brasil levou os namorados a acreditarem que podiam
manter relações sexuais sem preocupação com as consequências. Eram os
tempos de “Faça amor, não faça guerra” e “É proibido proibir”. Os jovens
começaram a experimentar de tudo um pouco em festas, clubes e
universidades. As moças que engravidavam, muitas vezes, eram obrigadas,
pela própria família, a sair de casa e a mudar de cidade.
Além disso, a filosofia Hippie, o consumo de drogas e a onda de
contracultura da época, comprometida com a permissividade sexual,
acharam no Festival de Woodstock, o momento perfeito para modificar os
valores morais dos anos 1960. Confiantes no poder anticoncepcional da
pílula, os namorados aceitaram a tese de que é proibido proibir. O sexo
deve ser livre entre todos. Nesta época, muitos bebês nasceram prematuros,
doenças se multiplicaram, jovens se suicidaram, nasceu a Aids e uma série
de outras coisas “coroaram” a rebeldia do momento. Novamente a história
precisava de uma invenção nova. Foi nesse tempo que surgiu a camisinha.
Na década de 70, os beijos tornaram-se mais demorados e as carícias,
mais íntimas. Em contrapartida, os relacionamentos tornaram-se mais

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efêmeros. Ninguém mais parecia acreditar que um amor pudesse durar para
sempre. A virgindade deixou de ser tabu entre os jovens. Alguns casais de
namorados, ainda impedidos de transar pelos pais, recorriam a motéis.

Namoro com camisinha – “Beijar, transar e até a próxima!”


A descoberta da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis
exigiram dos namorados da década de 80 comportamentos muito diferentes
daqueles praticados pelas gerações anteriores. Aquela ideia de sexo livre foi
um fracasso e destruiu a vida de muita gente; não deu mais para concordar
com a ideia de transar livremente. Por isso, a camisinha virou item
obrigatório para quem pretendia levar uma vida sexualmente ativa. Agora,
os jovens que eram impedidos de transar em casa, podiam recorrer aos
motéis.
Foi também na década de 80 que o finlandês Jarkko Oikarinen criou
o primeiro site de relacionamento: o antigo IRC (Internet Relay Chat).
Mas, sem querer, ele inventou o namoro virtual. Em vez de olhar nos olhos,
o namoro começou a bombar em grande parte pelo “olhar nas telas”.
Nos anos 90, o ano em que eu nasci, os jovens passaram a conjugar o
verbo “ficar”. Na balada, um único menino podia “ficar’ com várias garotas
ou vice-versa. O objetivo parecia ser ficar com o maior número possível de
parceiros numa mesma noite. Em vez de namorados, os jovens saem à
procura de “ficantes”, ou seja, de relacionamentos fugazes e sem
compromisso.
No ano 2000 a febre foi o Messenger ou simplesmente, o “MSN”.
Nesta época pedir o telefone da garota mais bonita, por exemplo, caiu em
desuso, porém agora está voltando por causa do “Whats app”. O namoro
continua surpreendendo a cada década que passa. Hoje em dia a maioria
das pessoas em vez de casamento pensam em “morar junto”. Muitas
pessoas descartaram a ideia de uma “relação a dois”, por que não “relação a

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três, quatro, cinco”? Além disso, o namoro homossexual está em alta e
pouco a pouco o “namoro-casamento gay” se tornará algo comum de se ver
em qualquer lugar.
Talvez você esteja se sentindo no meio de um furacão. Qual será o
melhor caminho para os relacionamentos a dois, hoje? É sobre isso que
tentarei conversar com você nos próximos capítulos. No primeiro vamos
analisar como o namoro hoje está centrado no prazer, sentimentos e na
paixão.

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Beijar, Transar e Largar
“Se der prazer deve ser bom.” Tenho vários amigos que pensam
assim, e na minha opinião, eles não sabem se divertir. A maneira como
gastam seu tempo livre, fins de semana e férias é totalmente miserável.
Ficar o mais louco possível; fazer sexo com um desconhecido; beber para
constranger os amigos; dirigir alcoolizado; ter “o privilégio” de não se
lembrar das doideiras que fez na última balada; emprestar os lábios e saliva
destilada com qualquer pessoa; e entregar-se para o mais próximo como se
fosse um papel higiênico “anti-higienicamente” usado é a maneira mais
comum que vários deles encontraram para curtir a vida.
Porém o estilo de vida “se der prazer, deve ser bom” é muito
enganoso e frustrante. Nem tudo o que nos dá prazer traz benefícios
significativos no final das contas. O diabético pode se empanturrar com
guloseimas e sentir, talvez, um dos seus mais altos picos de prazer,
contudo, em pouco tempo seu prazer chega ao fim de maneira trágica.

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É assim também com o jogo. Não há dúvidas de que um jogo ou uma
competição desperte prazer dentro de nós. Porém, nem sempre alguns jogos
tem um valor bom por si mesmo. O bingo por exemplo. Muitas senhoras e
senhores são apaixonados por eles, no entanto, a máquina sempre arranca
tudo o que eles possuem.
Da mesma forma isso ocorre com o dinheiro e com as coisas que
temos. Sentimos uma sensação gostosa quando temos dinheiro para gastar
com aquilo que precisamos e queremos. Contudo, o dinheiro não é tão
bonzinho como demonstra ser. O dinheiro é um deus. Ele nos escraviza,
nos domina. Não seria nem necessário argumentar que a maioria das brigas
da humanidade deve-se a briga por dólares, petróleo e poder. A capacidade
de comprar nos satisfaz por um lado, mas pode colocar tudo a perder, e
certamente já tem colocado.
“Se der prazer deve ser bom”, como pressuponho, não é uma das
frases mais aconselháveis para guiar nossa vida. Como funciona com as
guloseimas para o diabético, o bingo para os idosos e o dinheiro para a
humanidade, sem hesitar, afirmo que nem todos os relacionamentos que
dão prazer são, de fato, bons. E até podemos ir mais além; quase todos os
relacionamentos entre a maioria dos jovens que não levam Deus a sério em
suas vidas são radicalmente ruins e catastróficos.

O Namoro em três palavras


O que significa “namorar” em nossa época? Uma de minhas
sugestões é a tríade: beijar, transar e largar. Poderia ter usado o termo
“ficar” que é tão corrente entre nós, porém, o ficar sempre inclui o beijar, e
para fazer uma conexão com o filme “comer, rezar e amar”, preferi ficar
com a tríade “beijar, transar e largar”.
Se você assistiu ao filme “comer, rezar e amar” deve ter percebido
que uma das tônicas do filme é que nós somos seres inteiramente

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relacionais. Precisamos nos relacionar; a nossa alma carece de uma vida
relacional, e isso é assim tanto em relação a nossa vida espiritual (rezar)
quanto a nossa vida íntima (amar).
O grande problema, que na minha opinião o filme explora bem, é
que os relacionamentos nunca duram e o nosso maior sonho é ter um
relacionamento que dure sem se perder no tempo, ou se desgastar nos
problemas; ansiamos por uma conexão eterna e Julia Roberts vive bem esta
realidade.
Este fator não é apenas coisa de nossa geração – como o fenômeno
das redes sociais, facebook, twitter, blogs, entre outros – é algo do nosso
DNA. Precisamos de gente, precisamos de conexões, precisamos ser
amados, precisamos de um grupo que nos aceite, precisamos ser parecidos
e diferentes de alguém, fomos feitos um para o outro e negar isso ou não
conseguir desenvolver bem os relacionamentos tem levado milhares de
pessoas ao suicídio, que não é outra coisa senão dizer: “eu desisto dos
outros, eu desisto de mim mesmo”.
Onde o namoro se encaixa nisso tudo? O namoro é uma maneira de
me conectar – para durar – com o outro. Porém isso tem sido destruído
tanto em nossa época quanto nas posteriores. O namoro, que no sistema de
vida cristão é uma preparação para o casamento tem se reduzido a uma
conexão discada, ou se você preferir, a uma relação miseravelmente
instantânea e descartável.

Namoro à moda vampiro


Gosto de ilustrar ideias instantâneas com a febre contemporânea dos
vampiros. Está em moda falar em vampiros, tem vampiro para todos os
gostos. A moda têm ficado cada dia mais intensa com a explosão e sucesso
do livro-filme "Crepúsculo". É um filme que trata do romance entre uma
menina que mudou de sua cidade e se apaixona por um “rapaz”, ou melhor,

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por um vampiro de maquiagem branca chamado Edward. Talvez
precisaríamos de outro livro – e já há alguns no mercado literário – para
avaliar se o filme é bom ou ruim. Citei-o aqui só para fundamentar o meu
argumento sobre a febre da imagem dos vampiros.
A grande questão aqui é esta: está em moda “o estilo vampiro” de
amar. É amor de vampiro: aquele que nunca se doa, mas sente prazer
enquanto suga. É aquele que jamais se satisfaz nas diferenças do outro,
pelo contrário, suga do outro o que lhe convém. É um estilo de amor que
não consegue aceitar a decepção, porém, ama o sangue fresco. É o amor
que no outro pôs um espelho – para se ver melhor é claro – para que
continue sobrevivendo, não para o outro se ver melhor, mas em cima do
outro. A pessoa amada é apenas o objeto da sua satisfação.
É o tipo de amor que não é feliz apesar de, mas apenas à custa de. É
o que acontece com o "Ficar": não se olha para quem o outro é. Muitas
vezes nem a preocupação com o nome da pessoa existe, muito menos a dor,
o que se quer é a parte fresca, o sangue da outra pessoa. Exclui-se
cumplicidade e o relacionamento em si, o que vale é apenas e tão somente
absorção. É por este caminho que temos caminhado, concorda comigo?
Pense um pouco: será que não é desse tipo de relacionamento que os
seus filhos, seus amigos(as), e inclusive você vivenciou algumas vezes?
Será que este é o caminho que realmente traz verdadeira satisfação para
nós? O outro foi feito para beijar, transar e largar? E uma pergunta mais
essencial do que a anterior: Deus nos criou para sermos seres descartáveis
que se beijam, transam e após este “sugamento” se largam?

Casamento: “Game Over”


É uma pena que a nossa gente de hoje tenha medo do casamento. O
que queremos dizer quando afirmamos que o casamento é uma coisa
ultrapassada, tradicional, medíocre e sem sentido?

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O que estamos dizendo é o seguinte: “não quero o seu choro, não
quero te perdoar, não quero dores de cabeça, não quero cuidar da tua
doença, o que eu quero é sugar você até o fim do gargalo e ‘me’ fazer
feliz”. É isso mesmo o que você ouviu, a nossa sociedade matou os
relacionamentos, e exatamente por ter matado o “outro” da relação é que
ela – a nossa geração – é tão pobre e infeliz em seus relacionamentos.
Para o nosso povo o que vale a pena é o descompromisso. Afinal não
se quer discutir o futuro, nem o relacionamento, desejam-se as mordidas e
ponto final. É assim que as amizades – seja no namoro ou no casamento –
se tornam superficiais, as conversas curtas. Pois depois de se conseguir um
litro de sangue, uma pitada de preferências iguais, o amor acaba; o amor é
só sangue, o amor é muito pouco.
O nosso jeito de amar: beijar, transar e largar se tornou uma trilogia:
chupa-se o sangue da vida, o sangue do outro e no fim de tudo o vampiro
acaba morrendo engasgado com o próprio sangue. Preste atenção no que eu
vou te dizer: este tipo de amor com o qual nós estamos acostumados é um
amor que morre com o tempo, pois só restará o próprio sangue para beber.
E quando só nós existimos, e quando queremos existir apenas para
nós mesmos, não existe mais porque continuarmos existindo. É o suicídio:
desconectando-se do outro, só há razões para morrer. Todo egocentrismo
morre pela boca.

Uma cultura sem freios


Meu objetivo aqui é que ao terminar de ler estas palavras você
entenda que o jeito atual de namorar é totalmente fracassado, pois se baseia
no argumento do prazer pessoal e não do prazer compartilhado. Por que as
coisas estão assim? O que levou a nossa gente – não apenas os jovens, mas
principalmente eles – viver em busca de seu prazer pessoal e fugir do
conceito de aliança, casamento, de algo feito para durar?

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Um dos fatores para pensarmos assim é a opção da maioria pela
ideologia secularista. “Grosseiramente”, secularismo é uma maneira de
interpretar a vida, como se Deus e verdades absolutas não existissem e, por
causa disso, cada um tem a liberdade de construir a sua vida a partir de sua
própria razão, vontade, sentimentos e sem interferência de coisa alguma.
Em outras palavras, Deus, a Bíblia, os cristãos ou qualquer verdade
absoluta não devem ser considerados como opções boas para o
desenvolvimento do ser humano. Ninguém tem o direito de proclamar
verdades universais sobre a vida, pois tudo é relativo, e em especial o que
eu faço com o meu corpo e meus relacionamentos.
Foi por esta causa que os princípios fundamentais sobre o
relacionamento de um homem com uma mulher foram e estão
gradativamente sendo relativizados. O que antes foi projetado para “durar”
como o casamento, hoje foi feito para apenas “curtir”, e óbvio, depois de
curtir, largar de vez.

Amores líquidos e descartáveis


Um dos princípios bíblicos que são desdenhados pela maioria das
pessoas é o princípio da aliança. O que significa isso? Que no princípio de
tudo Deus projetou o primeiro casal para ser “uma só carne”, isto é,
fazerem parte um do outro como uma aliança durável e indestrutível. Deus
planejou a aliança antes do prazer, pois o compromisso de lealdade um com
o outro é que possibilita o prazer ser mais sólido, durável e seguro.
E embora a nossa sociedade esteja acostumada a usar alianças para
selar sua união no namoro e no casamento vivemos uma época na qual a
infidelidade – a quebra da aliança – tornou-se algo comum e praticável. E a
causa para isso é óbvia: não há verdadeira aliança entre a maioria dos
casais que vemos de mãos dadas todos os dias.

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Ter uma aliança é muito mais que estar junto, é uma responsabilidade
para com o outro de fidelidade (monogamia) e durabilidade (até a morte).
De se fazer um com a pessoa a ponto de amá-la por inteiro e não partes
suas que estão na pessoa. Amar além da aparência e do prazer, mas por
simplesmente terem fechado tal acordo de fidelidade no qual apesar dos
apesares, nunca sairiam da vista um do outro. Isso se aplica bem ao
casamento.
Uma boa definição para casamento é a seguinte: “casamento não
significa viver com alguém para o resto de sua vida; casamento é não
conseguir viver sem uma pessoa para o resto da vida”. Não preciso dizer
que isso é rejeitado pela maioria, mas também não preciso dizer que o
nosso mundo nunca procurou tantos divórcios e nunca foi tão infeliz
quanto antes.
Eduardo Giannetti em seu livro “Felicidade” fez uma pesquisa com
mulheres a respeito da felicidade. Dentre 3.000 mulheres entrevistadas em
11 países, 93% acreditam que suas condições de vida material são hoje
melhores do que de suas avós. No entanto, 54% consideram que suas avós
eram mais felizes do que elas... principalmente na dimensão dos
relacionamentos.
Alguns tem chamado essa inclinação por relacionamentos
descartáveis ou como eu chamaria de “quebrar a aliança feita por Deus” de
amor líquido. Segundo Zygmunt Bauman isso está assim porque a geração
da minha mãe é muito mais resistente que a minha, a sua geração é a
geração de produção, a minha é a geração dos consumidores.
Eles produziam, faziam parte do processo da construção das coisas,
por isso duravam mais. Nós, em contrapartida, vivemos em uma realidade
na qual “tudo está pronto”, não é mais necessário fazer parte do processo
ou construir, apenas precisamos consumir. E é exatamente por sermos

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treinados desde crianças para sermos consumidores que jamais
investiremos a durabilidade da nossa vida em um produto (pessoa) só.

“Eu quero ser sexy”


É... você entendeu certo: pessoas se tornaram produtos. E uma das
responsáveis para isso é a sedução tão idolatrada pelas novelas, comerciais,
programas de fim de semana, filmes e pasmem: até os desenhos entraram
nessa roubada.
Sensualidade em si não é algo ruim, por definição significa uma
inclinação pelos prazeres dos sentidos; amor das coisas ou qualidades
sensíveis e visíveis ou coisa do tipo. Sensualidade é boa quando é praticada
dentro da aliança, no casamento, que como vimos, é um compromisso de
lealdade a alguém que se rompe apenas quando a morte chegar.
Isto é: toda e qualquer manifestação de inclinação sensual fora da
aliança/casamento é pecaminosa e destruidora para o ser humano. É radical
mesmo. A Bíblia afirma que todo tipo de relação íntima sem um
compromisso de lealdade é pecado. Isto está claro para o apóstolo Paulo ao
afirmar que: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias,
inimizades, porfias, ciúmes, iras, pelejas, dissensões, facções, invejas,
bebedices, orgias, e coisas semelhantes a estas, a cercas das quais vos
declaro, como já antes vos preveni, que os que cometem tais coisas não
herdarão o reino de Deus (cf. Gálatas 5.19).
É por esta causa que o sexo enquanto for praticado no namoro antes
de preparar o casal para o casamento irá destruí-lo. Pois para as Escrituras,
sexo e casamento são a mesma coisa. E da mesma forma o sexo não pode
ser praticado fora da aliança, pois a relação sexual não é nada mais do que
o selo de que alguém decidiu morar para sempre na outra pessoa, não por
uma noite – como é praxe em nossa cultura – mais por toda uma vida.

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Sexo barato e superficial
Temos empobrecido o sexo. Na compreensão bíblica o sexo é o ápice
do relacionamento, não uma curtição banal. Na verdade, as Escrituras
afirmam que o casamento é uma aliança que deve ser mantida, entre outras
coisas, pela relação sexual. As evidências são claras: a Bíblia tem um livro
que exalta o relacionamento sexual entre marido e esposa (Cantares de
Salomão) e a referência de Paulo em 1Co 7.5: “Não vos priveis um ao
outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos
dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos
tente por causa da incontinência.”
A prática sexual no casamento deve ser criativa e frequente. Certa
vez perguntei a um amigo sobre a sua lua de mel – eles haviam se casado
virgens – e ele me respondeu: “meu amigo, a sensação da primeira relação
é algo indescritível: é como se no momento do sexo estivessem você, sua
mulher e Deus assistindo, e não apenas assistindo e rindo, aplaudindo!”
Quer descrição mais sensacional de sexo do que esta? Eu de fato
desconheço. Todavia, quando namorados e – principalmente casais crentes
– antecipam esta realidade maravilhosa só existem espaços no coração e na
mente para culpa, insegurança e desaprovação do Criador.
Alguns amigos meus enxergam o sexo como uma “rapidinha” ou um
jeito de se livrar dos problemas, um refúgio – no caso da prostituição – o
projeto de Deus, porém, vai muito mais além.
O sexo é um dos momentos de maior intimidade e prazer na vida de
um casal consagrado a Deus. É uma forma de adorar a Deus e celebrá-lo
por ter ele criado a benção chamada sexo. É uma forma de maturidade. É
uma oportunidade maravilhosa de procurar fazer o outro feliz e não apenas
a si mesmo. Por esta razão não é difícil de concordar com Leon Tolstoi,
escritor russo, de que “aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou,
sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil."

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BBB – balada, bebida e beijação
Como já afirmei no começo, a nossa gente perdeu a noção de como
se divertir. Uma vez um amigo meu me perguntou: cara, você não bebe,
não fuma, não sai por aí de balada, não trai sua namorada, não transa! Cara,
como você faz para se divertir? Você não tem vida? Minha resposta a ele
foi: “meu amigo, na vida a gente também se diverte e não apenas se
destrói.”
Este é só um exemplo do ideal jovem de muitos amigos meus; eles
não têm outra ideia de como se divertir a não ser beber até cair, sair de
balada, se drogar, trair, e transar. Fiquei surpreso quando li a Revista Veja
do dia 21 de outubro de 2009, intitulada: “Música, sexo e loucura”. Dois
relatos me impressionaram não apenas pela gravidade, mas porque além de
se destruírem querem continuar na mesma prática.

— Marina, 31 anos, dona de loja de roupas


“Antes de sair, costumo comprar alguma coisa: quase sempre ecstasy e
LSD. Quando não faço isso, sempre há algum amigo de um amigo na
balada que tem. Já cheguei a gastar 400 reais em drogas e bebidas numa
noite. Elas me deixam mais sociavel. Uso ecstasy faz sete anos e sempre
misturo com álcool, cocaína e LSD. Gosto de ficar o mais 'louca' possível."

— Antônio, 23 anos, economista


"Hoje não faço nem metade do que fazia. Em doze horas de festa, tomava
três comprimidos de ecstasy, dois ácidos, fumava uns oito cigarros e haxixe
e bebia seis copos de vodca. Diminuí o ritmo porque ficava introspectivo e
não tinha paciência para conversar. mesmo assim, não dispenso essa
combinação. Quando algum amigo tem anfetamina e efedrina, também
ponho junto.”

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Qual então será a alternativa a ser buscada por nós, jovens, que
queremos seguir a verdade de Deus para a nossa história?

Meus 20 e poucos anos para a glória de Deus


A resposta que pretendo dar talvez será a que menos você ouvirá nos
jornais, na televisão e infelizmente na maioria das igrejas: case-se! O
casamento é uma das melhores formas de diversão da juventude que Deus
poderia ter planejado. Centenas de amigos meus – inclusive amigos da
igreja – me dizem o seguinte: “primeiro eu vou curtir a minha vida, depois
vou casar”. Ao que eu sempre respondo: errado, errado, errado. A Bíblia
nos ensina que curtir a vida como jovem é o casamento.
Um exemplo bem prático é um trecho bem conhecido da Bíblia, Provérbios
5.17-20, de acordo com A Mensagem de Eugene Peterson:

“A água da sua fonte é só sua,


não para circular entre estranhos.
Abençoada seja a sua fonte de águas refrescantes!
Alegre-se com a sua esposa e companheira desde jovem,
Que é amável como um anjo, linda como uma flor –
Nunca deixe de se deleitar em seu corpo.
Nunca ache que o amor está garantido para sempre,
Mas conquiste a mesma mulher todos os dias.
Por que trocar a intimidade verdadeira
por prazer momentâneo com uma prostituta
Ou por um flerte com uma promíscua qualquer?”

Este texto é simplesmente fantástico e nos adverte com os 3


princípios bíblicos sobre o relacionamento conjugal verdadeiro:
1. É monogâmico. Tire água do próprio poço é o que o texto quer
nos ensinar. Preste atenção! Será que você quer chegar um dia em casa e
encontrar o seu barril vazio? Seu manancial é só seu; não divida com
ninguém!

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2. É recomendado na juventude. O sábio quer fazer o seu leitor se
lembrar da época de seu casamento, de sua companheira que entrou em sua
vida na sua juventude. E mais, que provavelmente ainda é jovem, pois faz
elogios ao seu corpo, em especial os seios. Sem dúvida, a juventude é a
época mais adequada para o casamento porque é a estação da força
corporal, da gestação, da beleza entre muitas outras coisas.
3. É muito prazeroso. Note bem a referência às carícias que ambos
trocam entre si, o enlace de seus corpos, os beijos, a sensualidade, o sexo
em um contexto de amor e intimidade profunda. E, além disso, o sábio faz
bem ao alertar: “por que trocar a intimidade verdadeira por prazer
momentâneo com uma prostituta?” O prazer é novamente alicerçado na
aliança durável e não em sua fugacidade.
Ainda que muitos só consigam se casar um pouco mais maduros, não
há por que não se casar jovem. O livro de Provérbios incentiva o casamento
no período da nossa juventude. Mas nós estamos tão cheios das obrigações
da nossa cultura narcisista, que achamos que o casamento é uma coisa
chata e para velhos. Precisamos mudar radicalmente esta nossa visão. Deus
está mais interessado em nossa alegria e satisfação do que nós imaginamos;
mas para isso se tornar uma realidade é necessário ouvir melhor o que ele
está nos dizendo.

Perguntas para refletir sozinho ou acompanhado:


1. O que você acha deste tipo de relacionamento centrado exclusivamente
no prazer? Você já caiu nesta furada?
2. O que você entende por um “namoro vampiro”?
3. Você acha que seus amigos tem namorado de um jeito que agrada a
Deus? Seu namoro tem glorificado a Deus?
4. Você tem pensado em casamento?

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Namoro: um Ensaio para o
Casamento
Muito cuidado. Tudo o que será dito aqui está baseado em princípios
bíblicos e pode gerar vários desconfortos àqueles que não têm Cristo como
Senhor das suas vidas. Esta mensagem não é recomendável para quem quer
fazer do namoro mera curtição.

Compromisso vs. Curtição


Você está numa bifurcação e precisa fazer uma escolha. Dois
caminhos diferentes e opostos nunca levarão ao mesmo lugar. Para o
namoro é a mesma coisa. Você precisa escolher qual é a opção melhor, que
tipo de relação a dois você irá escolher?

Opção 1: Momentos de curtição


O namoro é uma recreação. As pessoas que namoram para a
recreação entendem que namorar não é nada mais do que “pegar uma

!21
pessoa emprestada”, “ficar” com ela para viver bons momentos. Escrevi
alguns versos que exemplificam a opção-namoro 1:

É estar com alguém não para durar, mas para curtir.


Não para crescer, mas para ter prazer.
É querer ficar com alguém, não viver com este alguém.
É algo sem um propósito definido: estar por estar.
É ficar com alguém que não é seu.
É beijar com gosto de despedida.
É abraçar sabendo que pode não ter mais depois.
É se entregar e depois dizer: “tchau!”
É uma curtição de curto tempo.
É usar alguém como objeto, mesmo sendo real.

Podemos dizer que este relacionamento se dá à base de um “Amor à


moda Vampiro.” É aquele relacionamento que nunca se doa, pelo contrário,
suga. É um relacionamento que só deseja a parte fresca da pessoa e não
partes amargas e azedas. Não se deseja cumplicidade, apenas absorção.
Não se deseja choro, perdão e dores de cabeça ou doença, o que se quer é
chupar até o fim do gargalo e "se" fazer feliz. É um relacionamento sem
compromisso algum, pois não tem a mínima vontade de discutir o futuro
nem o relacionamento, desejam-se apenas as mordidas. É um
relacionamento de amizade curta e de conversas superficiais. É um
relacionamento de troca e não de partilha.
Esse tipo de relacionamento está fadado à morte. Chupa-se o sangue
do outro e depois de outro, e depois de outro e quando o sangue dos outros
acaba o vampiro acaba morrendo engasgado com o próprio sangue. É um
amor que morre com o tempo, pois só restará o próprio sangue para beber.
Não se entregue para esse tipo de relacionamento, relacionamentos foram
feitos para durar. Existe outra opção de namoro?

!22
Opção 2: Ensaio para o casamento.
O namoro é um estágio para o casamento. Na Bíblia não há espaço
para relacionamentos descartáveis e instantâneos, pois Deus deseja que nós
vivamos relacionamentos duradouros. O projeto de Deus para as nossas
vidas é que encontremos alguém não para ficar, mas para viver juntos.
Namoro não é pegar alguém emprestado, é um vestibular para ter
alguém para sempre. Namoro não existe para beijar e dizer tchau no dia
seguinte. No namoro a gente ensaia um beijo porque quer beijar para
sempre. O namoro não é um fim em si mesmo, a gente não deve namorar
para namorar, namoramos para casar. O fim principal do namoro é ensaiar
bem todos os passos da dança com alguém até entender que está pronto
para dançar com esta pessoa para a vida toda.
Namoro não serve para sugar, mas para se doar para a outra pessoa.
Namoro é um tempo especial para desenvolvermos a amizade, conversas
longas, sonhar juntos, crescer, dividir problemas e multiplicar alegrias. É
um momento de desenvolver o amor, se realmente estamos preparados para
morrer um pelo outro.
A palavra chave para o namoro é preparação. É um momento de
amadurecer, conhecer, pensar, analisar, ensaiar, testar, errar até você
concluir que realmente é uma pessoa que vale a pena casar. Namoro é um
ensaio para o casamento. Deus criou o homem e a mulher para terem uma
conexão Wi-Fii e não uma internet discada.

Qual é a hora certa para namorar?


Outra coisa que sempre me perguntam é sobre o momento certo de
iniciar um relacionamento. Obviamente, para algumas pessoas o critério
para o início é um, para outros é totalmente diferente. Analisemos as duas
opções.

!23
Opção 1: Quando você sentir vontade.
Os sentimentos são a melhor maneira de você perceber quando deve
começar a namorar. O namoro da opção: “momentos de curtição” diz que a
carência, a vontade, os sentimos são a palavra chave para decidir quando é
a melhor hora de namorar. Sentimento é tudo, seguir a voz do coração.
Fazer aquilo que você quer, ter liberdade. O importante é você se sentir
bem. Vou me entregar para os braços da paixão.
O erro: os nossos sentimentos não são confiáveis. Não podemos
fazer tudo aquilo que queremos. Não podemos seguir sempre a nossa
vontade. A Bíblia diz que nós somos pecadores e temos um coração
enganoso e corrupto. Se der prazer deve ser bom, por isso deve ser a hora!
As pessoas têm namorado cada vez mais cedo: meu primeiro beijo
foi com 11 anos e alguns amigos da minha época diziam que eu ainda
cheguei tarde. E eu te pergunto, está certo isso? O que será que Deus pensa
sobre começar a namorar quando bate uma vontade? Qual é a hora certa
para namorar?

Opção 2: Quando você tiver um pouco de maturidade.


Com certeza se você é adolescente sentiu um aperto no coração. O
critério mais sábio para iniciar o namoro não é o sentimento ou a vontade, é
o princípio da maturidade. Obviamente a questão da idade é relativa.
Dependendo da cultura as coisas mudam bastante. Maria, mãe de Jesus,
casou com José quando tinha cerca de 16, 17 anos. Isso significa que ela
iniciou seu relacionamento pré-marital sendo uma adolescente.
No entanto, na época de José e Maria havia noivados arranjados
entre os clãs até o momento do casamento. Não existia namoro. Isso
perdurou por milênios. Minha avó, por exemplo, casou com 14 anos, pois
meu avô prometeu ao seu pai cuidar dela como se fosse sua própria filha.
Eles viveram juntos mais de 50 anos. Será que podemos comparar quem

!24
eram aqueles "adolescentes" com os nossos? São diferenças radicais. Como
podemos saber se temos maturidade suficiente para iniciar um
relacionamento de compromisso com alguém? Alguns itens importantes:

1. Crescimento Espiritual – você é alguém satisfeito em Deus?


Tem muita gente que deseja namorar para ser feliz. Porém, nós não
namoramos para ficarmos felizes, namoramos para compartilhar a nossa
felicidade. Nós cristãos sabemos que a nossa felicidade e realização está
em Deus. A menos que nós já tenhamos descoberto o amor de Deus não
adiantará nada se deixar levar pelo o amor dos outros. Amadureça a sua
vida espiritual. A menos que você já tenha alcançado algum crescimento
em sua vida espiritual não valerá a pena se envolver em um
relacionamento. Se você não possui uma espiritualidade sadia antes de
namorar certamente não vai desenvolver no namoro.

2. Crescimento Financeiro – você tem algum tipo de renda?


Homens, muita atenção, a responsabilidade aqui é de vocês. Trabalhe
meu amigo — isso não quer dizer que a mulher não pode trabalhar também
— antes disso não queira saber de namoro. Mulher é um artigo caro.
Compare o seu cabide de roupas e o dela, quantos pares de sapato você tem
e ela. Não comece a namorar alguém se você não tem um trabalho, uma
fonte de renda. Deus deu uma estrutura biológica para o homem como o
sustentador financeiro da família. Ele tem uma estrutura mais forte e se
sente feliz em prover a sua mulher.
A mulher tem uma estrutura mais sensível, deve ser servida. Para
isso o homem deve demonstrar responsabilidade. O homem é a planta, a
mulher é a flor. O homem é a casca, a mulher é o recheio. O homem é
aquele que foi criado para dar segurança para a mulher. Não se intrometa

!25
em relacionamento algum sem ter desenvolvido alguma maturidade com
finanças.

3. Crescimento Moral – Quais são os seus valores de vida?


Todo ser humano precisa desenvolver seus valores de vida. Antes de
iniciar um namoro você precisa ter convicções firmes sobre verdade,
família, caráter, honestidade, sonhos, trabalho, carreira, estudos, bondade e
respeito. Isso deve ser analisado antes e não depois do casamento. Quem
não desenvolve seus valores não vai compartilhar nenhum crescimento
para outras pessoas. Não vai somar, irá subtrair.

4. Crescimento Social – Você desenvolveu amizade, relacionamentos


saudáveis?
Tem muitos casamentos e relacionamentos que acabam porque a
mulher quer passar mais tempo com as amigas e o homem quer passar mais
tempo com os amigos. Isso geralmente acontece porque as pessoas não
aproveitaram as amizades durante o período da juventude, e então, tentam
resgatar essa fase da vida quando estão casados.
No caso do namoro também não é diferente. Antes de iniciar um
relacionamento você precisa ter certeza que curtiu bastante os seus amigos.
Precisa ter aproveitado a sua vida relacional. Esta etapa da vida é
inegociável. Pessoas precisam de pessoas, homens naturalmente tem
necessidade de amizades masculinas e quanto as mulheres vice-versa. Você
curtiu bastante os seus amigos?
Por mais que a gente ensine esse caminho alternativo de namoro,
muitas meninas de 13 anos e rapazes de 14 me dizem: “Eu sou maduro sim,
tenho certeza que posso começar um namoro sério”. Para vocês eu diria o
seguinte: se você é um adolescente de 15, 16, 17 anos e pode amar e cuidar
de uma mulher a ponto de tirá-la da casa dos pais, eu diria, vá em frente. O

!26
problema é que esses adolescentes estão muitos sumidos ou não existem na
cultura ocidental-moderna. Os "Josés" hoje em dia estão muito sumidos!

Como saber se é a pessoa certa?


Outra pergunta muito comum é: “Como encontrar a pessoa certa?”
Geralmente pessoas que usam a expressão “pessoa certa” acreditam na
famosa lenda da “alma gêmea”, “metade da laranja” entre outros jargões do
amor platônico. Biblicamente isso não existe. Não existe uma pessoa certa
para cada pessoa – até porque o número de homens universalmente parece
ser menor que o de mulheres – porém, existem várias pessoas que podem
ser compatíveis conosco. Existem basicamente duas opções para
escolhermos a pessoa que desejamos viver a dois:

Opção 1: Escolha a que mais te atrair, pois certamente é a melhor


pessoa!
Muitas pessoas pensam que o melhor sinal de que a pessoa é a
melhor pessoa para você namorar e casar é a sua beleza, aparência física.
Rosto lindo, olhos azuis, cabelo liso, seios fartos, bum bum avantajado,
barriguinha magra, lábios carnudos, e pele macia. Esse é o estereótipo de
perfeição para muitas pessoas que desejam encontrar alguém. Será que isso
está certo, é confiável? A beleza é passageira. Para encontrarmos uma
pessoa de Deus precisamos notar outras belezas.

Opção 2: Escolha a partir do conjunto todo!


Cuidado: não seja levado pela beleza, sentimentos ou atração.
Sentimentos existem e acabam instantaneamente. Após a primeira
discussão os sentimentos escoam pelo ralo. Para escolher uma pessoa que
vale a pena você precisa pensar em pelo menos 8 itens essenciais:

!27
1.Seja racional e não sentimental. As maiores causas de separação
são: incompatibilidade de gênero, vida financeira e sexo. Veja bem com
quem você está casando. Não veja só a embalagem, avalie bem o produto
com a sua razão. Procure belezas que não passam.
2. Repare muito bem a maneira como essa pessoa trata os pais.
Analise muito bem as palavras que ela usa para trata-los. Será certamente a
maneira como essa pessoa irá tratar você. Quem honra os pais honra
também o cônjuge. Um mau filho não será um bom marido.
3. Ouça o que os seus pais tem a dizer sobre isso. Escute-os. A
maioria dos casais que se unem com a desaprovação dos pais não vai
adiante com o relacionamento. Procure também a opinião de pessoas que
você respeita, seus líderes, amigos mais experientes.
4. Observe os princípios e valores dessa pessoa. Ela tem convicções
firmes sobre verdade, família, caráter, honestidade, sonhos, trabalho,
carreira, bondade, respeito. Isso deve ser analisado antes e não depois do
casamento. Se a pessoa que você quer namorar deseja levar você para
cama, certamente essa pessoa não gosta de você, ela quer apenas se
aproveitar de você, usar você e depois jogar fora. Respeito é fundamental.
Pense nisso.
5. Procure alguém que ama a Deus e segue as Escrituras. Veja quais
são as suas convicções a respeito da Bíblia, Cristo, culto, oração, Igreja.
Não se relacione com alguém que é indiferente para com Deus. Se ela for
indiferente para com Deus, certamente também será para com os valores
absolutos da Bíblia, para com a prática da oração, não terá vontade de ir
aos cultos e muito menos ter relação com pessoas da Igreja.
6. Não viva procurando a pessoa perfeita. A “pessoa certa” é um
mito, não se desespere se você ainda não encontrou alguém assim, você
não vai encontrar mesmo, não existe pessoa perfeita! Não existe alma
gêmea, não existe pessoa sem defeitos, não existe princesa ou príncipe

!28
encantado. Não ande em busca da pessoa certa, torne-se, prepare-se para
ser a pessoa certa. O segredo é cultivar a si mesmo, como diz o poeta
gaúcho Mário Quintana: “O segredo é não correr atrás das borboletas... É
cuidar do jardim para que elas venham até você.”
7. Veja bem se essa pessoa te torna mais santa do que feliz. O
casamento existe para experimentarmos mais a Deus. Procure alguém que
te torne mais santo e não mais pecador. Reflita se ela te torna mais “feliz”
momentaneamente e te afasta de Deus frequentemente.
8. Procure alguém que você tenha objetivos para casamento. A
maioria das pessoas de hoje em dia querem namorar para passar tempo e
aproveitar o que as outras tem de bom: boca, corpo, coisas, sexo. Procure
alguém para compartilhar a sua vida, coisas boas e ruins e não apenas o
prazer superficial de beijar, dar uns “amassos” e fazer sexo fora do
casamento.

Quanto tempo deve durar um namoro?


Você conhece alguém que já namorou 10 anos até o casamento?
Essas pessoas estão mais ao nosso redor do que nós imaginamos.
Geralmente isso acontece porque namoros são iniciados precocemente, e
pela falta de dinheiro, maturidade, trabalho e outras coisas, o casamento se
torna algo muito distante. Mas será essa a vontade de Deus para nós?
Namoros longos agradam a Deus? Qual seria um tempo razoável para um
namoro saudável?

Opção 1: O namoro deve durar enquanto há o sentimento.


Depois que acaba o sentimento acaba o namoro. Casamento é só
depois de estabilidade plena na vida.
Se o sentimento durar a gente pode até pensar em morar junto. Se
depois de anos morando juntos, fizermos uma boa faculdade, tivermos

!29
estabilidade financeira, casa própria, poupança no banco, aí sim, quem sabe
a gente pensa em casamento? Muitas pessoas pensam assim, infelizmente
até alguns cristãos. Por um lado a constância do sentimento se torna o
critério maior para o tempo da relação, por outro, o namoro só se
concretizará em casamento quando miraculosamente o casal tiver
estabilidade.
Algumas coisas para pensarmos. Se formos realmente honestos,
deveríamos acabar o namoro depois da primeira briga, pois sentimentos
aparecem e somem, vem e vão. Sentimentos são confusos, inconstantes e
mutáveis. Eles são muito enganosos e tem sido responsáveis pela maioria
dos divórcios.
Em Portugal, a taxa de divórcio aumentou 89% de 1995 a 2004. Na
Inglaterra, metade dos casamentos acabam antes dos 18 meses. A cada 33
segundos acontece um divórcio na União Europeia. Nos últimos 15 anos
cerca de 16 milhões de crianças foram afetadas pelo fim do casamento dos
pais.
Segundo a socióloga de família, a portuguesa Maria Engrácia
Leandro, uma das razões para estes números é a “sentimentalização” do
casamento. Segundo ela, “o casamento dura enquanto dura o amor
sentimental; quando acaba o sentimento, acaba geralmente também o
casamento”. Quem baseia sua relação com alguém em sentimentos irá
fracassar fatalmente. Precisamos de algo mais consistente do que
sentimentos. O amor nas páginas da Bíblia vai muito além de sentimento, é
uma atitude, uma decisão, um compromisso sacrificial.

Opção 2: O namoro deve progredir para o casamento quando tiver


bons alicerces.
Existem três coisas estiverem bem alicerçadas: 1. Compromisso, 2.
Independência paterna, 3. Desejo sexual. Ricardo Agreste diz que “amor é

!30
uma decisão de amar o outro ao longo de uma jornada, mesmo sabendo que
haverá instabilidades geradas pelos sentimentos... somente o amor, como
uma atitude, pode fazer com que uma relação vença o tempo.”
O amor é uma aliança de compromisso com alguém. Por isso, o
primeiro sinal de que o namoro já está na hora de virar casamento é a
certeza e o compromisso de querer viver a dois – a responsabilidade mútua,
senso de pertencimento, quando você não consegue mais pensar a sua
própria vida sem a outra pessoa.
Em segundo lugar, está na hora de casar quando você percebe que
pode caminhar com “as próprias pernas”. Possuir independência dos pais
significa que já conseguem viver sozinhos com independência financeira,
afetiva, espiritual, social e etc. Aliás, ninguém deveria começar qualquer
namoro sem ter relativa independência dos pais. Isso evitará namoros
delongados, frustrações e pecados desnecessários.
Uma terceira coisa para pensar seriamente no casamento é o desejo
constante pela intimidade sexual. Preste bem atenção: sentir desejo sexual
pela pessoa que você está namorando não é algo ruim, pelo contrário, é
uma dádiva, um presente, uma benção de Deus. Porém, você pode jogar
isso facilmente na lata do lixo se não tomar a atitude certa.
É melhor casar com poucos recursos, numa casa simples e sem luxos
honrando a Deus com a sua santidade do que esperar para viver em
condições melhores enquanto o pecado domina o seu namoro. Deus honra
aqueles que vivem em santidade e certamente as consequências do pecado
afetarão emocionalmente e espiritualmente quem pratica o sexo antes do
casamento.
Quando começamos a namorar com o mínimo de maturidade
espiritual, financeira, moral e social, dificilmente o casamento chegará
atrasado. Tive o privilégio de casar amigos com apenas 1, 2, 3 anos de

!31
namoro. Tive o privilégio de namorar dois anos, noivar e após um ano me
casar. Não troco essa benção por nada.
Você não precisa viver vida de casado no namoro, planeje-se para
curtir a vida de casado, casado. Seu namoro pode ser um bom ensaio para o
casamento ou um total desastre. Por isso, concordo com um grande amigo
que diz: “Namoro bom sempre dá em duas coisas: casamento ou em
separação.” Tirando a ironia de lado, em outras palavras, quando o namoro
é bom sempre vai dar em casamento, já quando o namoro não anseia
chegar ao casamento precisa terminar urgente!
No próximo capítulo vamos analisar a relação entre adolescentes e
namoro. Diante da nossa cultura esta relação é saudável?

Perguntas para refletir sozinho ou acompanhado:


1. Pensando em tudo isso, você acha que está realmente preparado para
iniciar um namoro?
2. Que tipo de maturidade é necessária para os namorados antes do
casamento?
3. Existe hora errada para namorar?
4. Quais as marcas essenciais que você deve buscar em uma pessoa antes
de iniciar o namoro?
5. Qual é a melhor hora para avançar do namoro para o casamento?

!32
3
Adolescentes e o Namoro
Uma das coisas mais comuns no meu trabalho com adolescentes é
aconselhar meninas e meninos entre 12-183 anos a esperar até começar a
namorar. Num primeiro momentos eles me acham um chato, velho,
ultrapassado por isso, mas, depois de algum tempo, eles vem me agradecer
pelo que fiz. Não é à toa que seja assim, nossa cultura incentiva os
adolescentes o tempo todo aos namoricos descartáveis e ficadas. A pressão
do lado deles é muito forte, e eu creio que apenas um adolescente firme
intelectualmente e espiritualmente pode resistir em pé a essas pressões.
Falar de adolescência não é tão simples assim. O conceito
“adolescência” surgiu a pouco mais de um século. De certa forma essa fase
sempre existiu, mas a forma como a conhecemos hoje surgiu no início do
século XIX e foi consolidada no século XX.
Na Idade Média não havia distinção entre crianças e adultos. Como
funcionava a distinção de uma criança para um adulto? Baseado

3 Falar de limites de idade para definir adolescência não é fácil, no Brasil nós seguimos o Estatuto da
Criança e do Adolescente. Existem outros limites, o da ONU, por exemplo, define essa idade entre 15-24
anos.

!33
simplesmente na dependência. Quando uma criança adquiria a condição de
viver sem o cuidado constante da mãe ou da ama, ingressava plenamente
no mundo adulto, participando de todas as atividades sociais. A criança era
apenas um adulto em miniatura e a sua independência era o marco de
fronteira de sua fase.
Com a Idade Moderna as coisas mudaram muito. Os feudos4
chegaram ao fim dando lugar à privacidade. As pessoas passaram a ser
alfabetizadas, terem acesso aos livros e o Estado tornou mais flexível a
vida em família e, ao lado da Igreja, formaram os Colégios para pessoas
com 10 até 25 anos de idade. Já no século XIX havia bem nítido um
período na vida “entre a infância e o casamento”, “entre a primeira
comunhão e o bacharelado”, “entre a infância e o serviço militar”. Vista
como um momento de confusão, incertezas e desenvolvimento, pouco a
pouco, foi surgindo o que hoje conhecemos como adolescência.
No início do século XX já estava cristalizado na mente dos pais e da
sociedade a ideia de que os filhos fossem retirados do mercado de trabalho
para frequentarem a escola e outras instituições educacionais. A estratégia
era preparar os filhos para serem o futuro da família.
Tudo parecia bem. A esperança era certa de um mundo melhor e de
que a próxima geração seria próspera, não fosse pelas Grandes Guerras
Mundiais. Elas trouxeram grande desespero para a geração que foi criada
para estudar e não trabalhar. A ideia tradicional de progresso era uma farsa
completa.
A juventude então encontrou uma porta aberta nos anos 60. Época do
“é proibido proibir”, “paz e amor”, “sociedade alternativa”, os Hippies e a
galera dessa época tinham 3 grandes ideais: 1. Mudar da cidade para o
campo, 2. Mudar da família para a vida em comunidade, 3. Mudar do
racionalismo cientificista para os mistérios do misticismo e o psicodelismo

4 Uma forma de vida altamente comunitária e fechada em si mesma.

!34
das drogas. Por outro lado, movimentos tradicionais tentaram reprimir as
novas ideias com a censura e a ditadura.
Após os “anos de chumbo” da ditadura, entramos na era da
tecnologia, e este é o ambiente dos adolescentes hoje. O que foi idealizado
para ser um tempo de preparação para a vida, sustento dos pais e
desenvolvimento pessoal hoje é sinônimo de desperciçar a vida, ter os
hormônios descontrolados e ser revoltado.
No meio de todo o contexto que envolve a adolescência hoje, o
namoro é só mais um tempo de curtição para abafar a solidão; ter alguém
para andar ao lado e curtir bons momentos. É por isso que, baseado no que
significa adolescência hoje, não tenho medo de afirmar: “Eu sou quase
sempre contra namoro na adolescência.”
Pra mim, namorar na adolescência é ignorar a etapa mais importante
da vida, a de crescer. Na minha experiência, a maioria esmagadora
daqueles que começam namoros cedo demais apenas perdem o tempo de
suas vidas. Não sabem o que querem, são guiados pelas paixões, brigam o
tempo todo, “terminam e voltam”, fazem sexo abertamente, não
administram bem as amizades, tem um mau rendimento escolar, aumentam
a desobediência aos pais, e não poucas vezes vivenciam um esfriamento na
vida com Deus. Precisamos, urgentemente, resgatar o que significa ser um
adolescente no século XXI.

Vovô e vovó, José e Maria


Adolescentes da nossa época precisam entender que as coisas
mudaram bastante de 50 anos pra cá. Já mencionei a história do meu avô
que “roubou” minha avó da casa de seus pais com apenas 14 anos. Porém,
ele não pediu permissão ao pai dela para “curti-la” por um tempo, ele
queria casar com ela, a história era outra. Ou no caso de José e Maria,
embora fossem adolescentes, 16-17 anos, tinham um compromisso sério

!35
desde o início do noivado. Deus jamais condena relacionamentos com
compromisso, porém, sempre os relacionamentos descartáveis.
A minha crise com os “meninos” é que eles, na prática, pedem – ou
melhor, pegam escondido – a filha emprestada para o pai para curti-la por
uns anos e depois devolvem-na como se tivesse terminado o prazo de
validade da curtição. Diferente disso, pedir alguém em namoro é como se
um jovem estivesse dizendo ao pai da garota: “o senhor me concede a sua
filha para um ensaio para o casamento?” Em outras palavras, “eu quero
um compromisso com ela, sonhando numa vida a dois até eu morrer.”

Geralmente a adolescência é uma fase de imaturidade


A afirmação deste título é uma regra geral, é claro que existem
exceções. Conheço muitos adolescentes amadurecidos. Maturidade é sim
algo relativo, mas não sem critérios. Ainda assim algumas pessoas teimam
em nortear suas escolhas a partir das exceções. Eles dizem: “Fulano fez
assim e deu certo!” Será que essa análise é correta? Talvez essas pessoas
tenham experimentado muitas coisas ruins que não são aparentes. Nunca
esqueça que para cada exemplo citado de namoro na adolescência que deu
certo, podemos dar 10 que mostram o contrário.
Namoro e noivado é um período para se descobrir com quem
podemos rir ou chorar pela vida inteira e não por uma noite apenas. É um
ensaio para o casamento e não uma curtição por alguns momentos. O
projeto de Deus para as nossas vidas é que encontremos alguém não apenas
para ficar, mas para viver. Como posso namorar alguém se não quero
compromisso de verdade?
A relação pré-casamento é uma etapa fantástica em que duas pessoas
mesclam suas vidas, compartilham suas identidades e aprendem a conviver
com os seus defeitos e diferenças. Como começar um namoro sem ter
vivido pelo menos um pouco a vida? Vou compartilhar o quê? Sem saber

!36
alguma coisa de quem eu sou? Sem maturidade para aceitar e conviver com
quem o outro é?
Estude, leia, explore o conhecimento, porque isso te fará uma pessoa
conselheira, inteligente, que sabe dar boas respostas e lidar melhor com as
questões do dia-a-dia. Cuide da sua saúde, vai jogar bola, praticar algo que
você curta; aprenda a tocar algum instrumento; acompanhe uma banda;
desenvolva as suas habilidades, porque com certeza você não é burro!
Preste atenção: se você é um adolescente, procure primeiro crescer
em caráter, responsabilidade, conhecimento e experiência de vida. Depois
as coisas ficarão muito mais fáceis.

Adolescência é marcada pela dependência dos pais


Namoro é um momento de ambos mostrarem a si mesmos que
podem construir uma nova família juntos longe da casa dos pais. Portanto,
como posso pensar em namorar antes de trabalhar? Como namorar
estando em total dependência dos pais? Namoro e noivado é um tempo em
que os dois compartilham seus planos e começam a sonhar juntos. Como
posso iniciar um namoro se eu nem sei para onde quero ir e nem tenho
como ir?
O namoro é para casar. Muita gente pode nos considerar ingênuos,
mas é verdade que ainda acreditamos no casamento, ainda acreditamos em
relacionamentos duradouros. Esse é um pensamento nobre. Acredite: com
alvos maiores você acerta muito mais do que com alvos menores.
Casamento é um alvo enorme. É uma oportunidade de Deus para formar
uma aliança; sair de casa para se unir com uma pessoa (e só uma) para o
resto da vida.
O namoro sem o casamento é um relacionamento sem futuro. Faça o
contrário, antes de pensar em namoro só para atender a sua solidão, para
apagar suas fomes de prazer ou para desfilar com alguém no shopping,

!37
comece a pensar em alguém com quem você poderá fazer feliz. Casamento
é pensar mais no outro do que você mesmo. Sugestão: Se você quer
namorar, noivar e casar, comece a trabalhar, planeje a sua vida, estude e
amplie sua independência dos pais.

Adolescência é a estação de fazer grandes amigos


Namoro é o casamento de duas pessoas que se tornaram melhores
amigas. Depois que um namoro começa o tempo dedicado aos amigos
sempre diminui, no mínimo ao meio, e tem casos piores. Depois do
casamento, pode diminuir ainda mais.
Geralmente quem decide namorar cedo demais cresce frustrado por
não ter curtido bem os amigos – ou não curte nem o namoro nem os
amigos. Alguns tentam resgatar o tempo perdido fazendo "amizades
infantis" no casamento, deixando a esposa em segundo plano e acabam
estragando tudo. Isso não significa que você não pode ter amigos, significa
que sua melhor amiga(o) é dona(o) da maior parte do seu tempo. É simples,
não queira saber de namoro até ter curtido intensamente seus amigos.
A infância e a adolescência é a época de rir sem parar, jogar e
descobrir as coisas mais hilárias de se fazer na companhia dos amigos, seja
os que moram perto de você, de seus irmãos, e os da escola. Esse é o
momento de andar junto, ter afinidades, poder confiar em alguém, mesmo
que ele erre com você. No meu caso, dormir na casa dos amigos era uma
lei. Era uma estação ideal para pedirmos esfihas nas altas horas da noite,
brincar, fazer barulho e até algumas coisas bem engraçadas que eu não
preciso mencionar aqui.
Na adolescência a gente, aos poucos, vai largando os brinquedos e
objetos da infância e nos deparamos com pessoas. Deixe de ser infantil e
comece a tratar as pessoas com quem você convive como pessoas, e não
como os brinquedos que você usava. Pessoas que se entregam a muitas

!38
pessoas (emocionalmente) terão muitas dificuldades de confiar em uma só
no futuro. Não use as pessoas, seja honesto com elas, namoro não é para
crianças.
Se você percebeu o quanto está longe de um relacionamento sério,
pare de pensar em namoro, mude a rota, pense em crescer. Uma boa idade
para namorar é aquela na qual você tiver maturidade e alguma
independência financeira e pessoal dos pais. Se ainda não tem, espere,
cresça mais um pouco, valorize mais o tempo de preparação e os seus
amigos. Dou a minha palavra, você não vai se arrepender.
No próximo capítulo abordaremos um tema que adolescentes e
jovens em geral buscam respostas: sexo antes do casamento. O que será
que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto?

Perguntas para refletir sozinho ou acompanhado:


1. O que você achou da ideia que a adolescência existe apenas há 100
poucos anos?
2. Começar um relacionamento na adolescência não é um problema em si,
quais são, então, as principais dificuldades em começar um namoro na fase
da adolescência?
3. Você concorda que escolher pelo namoro na adolescência é escolher por
namoros longos? Isso é saudável?
4. Por que você acha que em nossa sociedade o namoro na adolescência se
tornou algo tão normal?

!39
4
Vale a Pena Ser Virgem?
Certamente a maioria das pessoas da nossa época tem um conceito
bem firmado sobre a virgindade. Manter-se virgem é desperdiçar a vida. É
não gostar de mulher. Ser virgem é ser gay. Virgindade é para “certinhos”.
Virgindade é um costume ultrapassado inventado pelos nossos avós. Ou, o
que muita gente gostaria de dizer e às vezes não diz: “É coisa de idiotas.”
Os números tem mostrado que estas opiniões realmente são comuns.

Números sobre a virgindade perdida


Quando é que um adolescente no Brasil começa suas relações
sexuais? O censo do IBGE do ano de 2012 diz:

• 28,7% já fizeram entre 13-15 anos


• 40% dos meninos já fizeram entre 13-15 anos
• 18,3% das meninas já fizeram entre 13-15 anos

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Basicamente 3 entre 10 adolescentes de 13 a 15 anos já perderam a
virgindade. O que isso diz a respeito da nossa juventude? Uma geração que
respira sexo o tempo todo. E quais são as principais influências para tais
números de acordo com os pesquisadores? São duas: amigos e a cultura da
sensualidade. Na pesquisa feita, “Guilherme” (nome fictício) de 15 anos,
diz: “Eles (amigos) me criticavam porque todos já tinham tido uma
experiência sexual e eu ainda não. Então, no carnaval a gente foi para
uma festa em outra cidade, o pessoal alugou uma casa lá, fiquei com uma
menina e aconteceu.”
Infelizmente amizades têm levado muitos adolescentes a uma
experiência descartável do sexo. Os pais demoram muito tempo para
descobrir aquilo que os amigos já sabem e proclamam. Além disso,
vivemos numa cultura que nos seduz o tempo todo dizendo que precisamos
ser sensuais, sexys e atraentes. A seguir alguns lemas da sociedade sensual
em que vivemos:

1. Você tem que usar roupa curta e bem apertada;


2. Você tem que mostrar e publicar as suas curvas nas redes sociais;
3. Você tem que ter seios empinados e fartos;
4. Você tem que ter um “bumbumzão”;
5. Você não pode ter celulite, ela é a sua Kriptonita!

Na televisão boa parte das propagandas de carro, cerveja e estética


giram em torno da sensualidade da mulher. Nós estamos envolvidos por
uma cultura e mídia que a todo tempo quer nos estimular sexualmente.
Somos seduzidos o tempo todo. A visão popular diz que sexo é um apetite
natural que nós devemos saciar com quem quisermos, quando quisermos,
do jeito que quisermos, para a nossa satisfação pessoal. Em outras palavras,
isso significa pelo menos três coisas: 1. O Sexo é uma necessidade
biológica e não deve ser resistida: Você é um animal! 2. É uma busca por

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satisfação pessoal: Dane a satisfação do outro! 3. Faça quando quiser e com
quem quiser: As pessoas – e eu também – são objetos!

O que a Bíblia diz sobre Virgindade?


Quando eu tinha 13 anos meus amigos me diziam que: “os virgens
não vivem, não curtem a vida, pessoas incapazes de manifestar a sua
Masculinidade com “M” maiúsculo.” Deixe os meus amigos de lado um
pouco. Pense no que Deus pensa sobre a virgindade? A Bíblia fala alguma
coisa a respeito ou ela simplesmente se cala? Será que este é um conceito
ultrapassado inventado pelos nossos avós ou há alguma referência bíblica
para embasar esta opção?
A Bíblia realmente diz algo sobre virgindade? Preste atenção: a
Bíblia é claríssima sobre este assunto. Se pudéssemos resumir em poucas
palavras o ensino bíblico sobre a virgindade, ele se resumiria nesta frase:
“Deus quer que você espere até o casamento”. Existem nas Escrituras pelo
menos cinco textos que ensinam claramente sobre o fator virgindade até o
dia do casamento. 

Vamos a eles:

Gênesis 2.24
“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne.”

Temos três princípios aqui, o primeiro é que, antes do casamento é


obrigatório, é essencial que os namorados ou noivos, antes de qualquer
relacionamento:
Primeiro, tenha independência dos pais. Ou melhor, o texto diz para
o homem e não a mulher ter essa disposição. O homem antes de casar
precisa ter os caciques suficientes para prover a segurança de uma vida de
qualidade para a sua futura mulher. Segurança financeira aqui no texto

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bíblico não está relacionada a uma vida de rei ou de rainha, mas a um
padrão de vida no qual não é mais necessária a ajuda dos pais. Esse é o
requisito bíblico: “Mulher, eu tenho o suficiente para que nós não
precisemos mais da ajuda de nossos pais, eu posso te sustentar, eu já sou
homem o suficiente".
Além disso, deixar a casa do pai e da mãe representa maturidade e
responsabilidade. Isto é, a pessoa está preparada para constituir uma nova
família, cuidar do lar, cuidar um do outro, compartilhar as dores, as
alegrias, saber lidar com problemas e muitas outras coisas.
O segundo princípio é que o homem deve se unir à sua mulher, e o
termo hebraico quer dizer: casar-se com ela. Só após estar maduro o
suficiente para cuidar da sua própria vida é que alguém se torna habilitado
a cuidar e zelar pela vida do outro. O casamento é necessário. Não existe
namoro cristão que não vise o casamento, o resto, isto é, namorar para
“passar um tempo”, “ficar”, “dar uns pegas”, "conectar-se com alguém", e
etc., é totalmente contra as Escrituras. Pessoas que se amam se tornam
responsáveis e, logo após, se casam!
Agora sim! O terceiro princípio, tornar-se uma só carne, selar o
casamento com o sexo. Tornar-se uma só carne significa que os dois não
são mais dois, mas se tornaram uma só pessoa. E como ocorre isso? Pelo
sexo. Ele é a dádiva que tem o poder de unir os casais recém-
comprometidos.
O concúbito – a mesma coisa que sexo – é o que sela o casamento.
Isso é tão claro que até a Constituição Brasileira afirma o mesmo. Se
alguém, por exemplo, se casar e não tiver dito antes do casamento para o(a)
noivo(a) que era estéril, impotente ou coisas mais, o casamento pode ser, a
qualquer hora, anulado. Qual a razão disto? Simples: o sexo é o elemento
universal que sela a cerimônia do casamento. Na Bíblia isso é mais claro
ainda. As palavras "unir-se" e “tornar-se uma só carne” significam a mesma

!43
coisa, são sinônimas. Isto é: casamento e sexo são elementos inseparáveis!
Se você fizer uma, em detrimento da outra, 

ambas se anulam.
Resumindo: se você casar e não tiver relações sexuais, não há
casamento. Deuteronômio 20.7 diz: “Qual o homem que está desposado
com alguma mulher e ainda não a recebeu?” Por outro lado, se você fizer
sexo sem estar casado, você está fora da aliança, do compromisso
responsável e, consequentemente, em pecado grave com Deus.

Deuteronômio 22.13-29
“Porém, se isto for verdade, que se não achou na moça a virgindade,
então, a levarão à porta da casa de seu pai, e os homens de sua cidade a
apedrejarão até que morra, pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na
casa de seu pai; assim, eliminarás o mal do meio de ti.” Vs. 20-21

A situação aqui é um pouco diferente da primeira. Irei resumir: pense


em um rapaz que se interessa por uma moça, então ele a pede em
casamento a seu pai. Entrega o dote para o pai e então casa-se. Quando
naturalmente ele tem relações sexuais com ela após o casamento, decide
não querer mais nada com ela. Ele quer mandá-la embora, quer o divórcio.
O argumento dele é o seguinte: “casei com esta mulher e me cheguei
a ela, porém não a achei virgem”, v. 14. Isso, naquele tempo, significava
humilhação para a moça. Jogou a honra dela no lixo, ela virou motivo de
zombaria por todos, como uma mulher sem valor. No entanto, isso foi só
um pretexto para ele se livrar dela, então o pai da mulher prova que a filha
era virgem, “e estendem a roupa dela diante dos anciãos da cidade”, v. 17.
E o moço, visto por todos que é um mentiroso, se dá muito mal.
A segunda história que este texto conta é exatamente oposta à
primeira. O moço descobre que ela não era virgem, então quer largar da

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mulher. O pai vai checar e, realmente, a mulher tinha perdido a virgindade
antes de casar. Se deu muito mal. Naquela época, as mulheres que agiam
assim eram “apedrejadas até a morte, pois fez LOUCURA em Israel,
prostituindo-se na casa de seu pai”, v.21.
Claramente as penas hoje são diferentes, não se mata mais ninguém
por causa disso, todavia, a partir destas duas histórias de Deuteronômio
podemos tirar alguns princípios valiosos para os nossos dias:
1. Ser virgem até o casamento é motivo da maior honra e boa fama.
O texto nos diz que quando o pai prova que a moça ainda era virgem todo o
povo exalta a pureza da mulher e assim condena o marido mentiroso.
Novamente, o sexo somente é celebrado pela Bíblia após o casamento.
2. Perder a virgindade antes do casamento é a mesma coisa que
loucura, humilhação e a pior coisa de todas: prostituição. O texto é bem
claro, a mulher que teve relações com outro homem antes da aliança, do
compromisso sério do casamento, cometeu prostituição.
3. E, novamente, o texto nos ensina didaticamente que o sexo é um
presente que deve ser bem utilizado, com uma única pessoa, por toda a
vida. Pois novamente: sexo e casamento são inseparáveis, são duas faces da
mesma moeda.
Um esclarecimento muito importante vale aqui. Na Bíblia, todo tipo
de relação íntima, seja com Deus ou com o sexo oposto que for feita fora
da aliança – no caso da relação espiritual apenas com o Deus verdadeiro e
no sexo com a(o) esposa(o) – é considerado um ato de prostituição. Em
Deuteronômio 31.6 diz o seguinte: “este povo [Israel] se levantará, e se
prostituirá, indo após deuses estranhos na terra para cujo meio vai, e me
deixará, e anulará a aliança que fiz com ele”. Prostituição é toda relação de
caráter descartável.
Ficou claro? Idolatria também é prostituição, porque é justamente
amar a outro Deus. Da mesma forma, relacionar-se fora da aliança com

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alguém é prostituição. Seja o adultério (fazer aliança com mais de uma
pessoa = traição) ou a fornicação, que é o sexo sem aliança nenhuma.

1 Tessalonicenses 4.3-7
“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais
da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em
santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que
não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude
a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos
avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos
chamou para a impureza, e sim para a santificação.”

Este texto talvez seja o mais rico sobre o assunto. Perceberam


alguma relação com o texto de Deuteronômio? Paulo afirma que os cristãos
foram chamados para a santificação e devem fugir da prostituição. E nós já
sabemos o que isso significa. Ele está dizendo: “Fujam de entregar o corpo
de vocês para alguém longe da aliança!”, “Fujam de vender o corpo de
vocês por dinheiro!”, “Fujam de quebrar a aliança com outra pessoa!”
Quando pensamos em prostituição, a primeira coisa que vem à nossa
mente é uma mulher rodando bolsinha em alguma esquina movimentada
nas altas horas da noite, esperando algum homem para “emprestar” o seu
corpo a ele em troca de alguns "$$$". Porém, a Bíblia não diz que apenas
isso é prostituição. Não. Prostituição é todo ato sexual ou íntimo – beijo,
amasso, nudez – fora de algum compromisso.
Além dos princípios que nós já mencionamos antes, neste texto em
especial, aprendemos algumas razões por que vale a pena ser santo e
virgem. São as seguintes:

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1. Ser santo é valorizar o próprio corpo.
Paulo nos convoca a possuir o próprio corpo. O que isso significa?
Resumindo: entender que o seu corpo é sagrado, pois nele habita o Espírito
Santo (1Co 6) e que você tem valor. Nós não somos objetos descartáveis
que são usados e depois jogados na lata do lixo. Nós temos valor. E quem
se valoriza não se entrega para prostituição ou a qualquer relacionamento
sem compromisso. Leia com muita atenção no que Paulo diz em 1Coríntios
6.13-20:
“O corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor,
para o corpo. Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós
pelo seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E
eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de
meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à
prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois
uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.
Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é
fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o
próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito
Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de
vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a
Deus no vosso corpo.”

2. Ser santo é fugir da sensualidade.


Para Deus ser "sexy" não é nada legal, pelo contrário, é imoral. É
prostituição, é como não dar valor ao seu próprio corpo, é como quebrar a
aliança, é como dizer em público: “Hey... eu não tenho valor!”
Biblicamente a sensualidade só pode ser usada no casamento, quando o
objetivo é o homem agradar a sua esposa e vice-versa. Se você tem
problemas com sensualidade, ouça o conselho de Paulo em 1Coríntios 7.9:
“se vocês não podem dominar o desejo sexual, então casem, pois é melhor
casar do que ficar queimando de desejo." (NTLH)

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3. Ser santo é honrar a vida do próximo.
Não devemos defraudar ninguém, isto é, não iludir, enganar, ou
abusar da inocência de ninguém. Pois para Cristo o outro sou eu. Devo
amar o próximo como a mim mesmo. E quem se ama não se engana, não se
trata como lixo, muito menos se prostitui. Não devemos, diz o sábio:
"despertar o amor enquanto ele não o quiser". A escritora Martha Medeiros
disse algo muito interessante sobre o assunto: “Nunca diga ´te amo´ se não
te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca
toque numa vida, se não pretende romper 

um coração.”

4. Deus fará justiça contra os imorais.


Deus não tolera imoralidade sexual. Nós sabemos que ele já destruiu
duas cidades inteiras por causa disso (Sodoma e Gomorra) e não terá
dificuldade de fazê-lo novamente. Ele é justo juiz e criou o sexo, os
relacionamentos no casamento para o nosso prazer, mas é justo, um
verdadeiro vingador daqueles que se prostituem, desprezando os seus
corpos e tratando os demais como absorvente, papel higiênico, etc.
A palavra de Deus para quem quer continuar nestas práticas é a
seguinte: “Você está debaixo da ira de Deus e, a menos que você se
arrependa profundamente do que fez e faz... você já era.” Jesus não tolera
homens que abusam de suas “irmãs mais novas”.
Jesus é o nosso irmão mais velho, o filho por excelência de Deus, e
como qualquer irmão mais velho, ele ficaria louco para fazer justiça com as
próprias mãos para quem desonra suas irmãs mais novas, Jesus está atrás
de você. Não para dizer eu te amo, mas para te olhar nos olhos e te dar uma
boa lição.

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1 Coríntios 7.25-40
"Com respeito às virgens... se a virgem se casar, por isso não peca... O que
realmente eu quero é que estejais livres de preocupações... Também a
mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser
santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou, porém, se
preocupa com as coisas do mundo, de como agradar ao marido... E, assim,
quem casa a sua filha virgem faz bem".

E se você ainda não concorda que virgindade quebrada antes de casar


é pecado grave diante de Deus, note o quarto texto bíblico a favor da
virgindade até o casamento, e note também quantas vezes Paulo afirma que
a mulher que não se casa deve permanecer virgem.
Ser virgem, biblicamente, é uma honra elevada. Deus celebra a
pureza de suas filhas. Não há prova maior de amar o seu próprio corpo, e
amar também o corpo do outro do que guardar-se um para o outro, para que
no momento certo Deus seja glorificado.
Isto é sinal de pureza, de valorização do corpo e, principalmente,
para aqueles que provaram do sexo somente após o casamento, que vale a
pena viver o projeto santo de Deus. Vale a pena esperar, pois Deus sempre
deseja o melhor para os seus filhos. E o melhor dele é a pureza e a
santidade. E, por último, a Bíblia menciona mais um texto claro sobre
permanecer virgem:

Hebreus 13.4
“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem
mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.”

Este texto tem passado despercebido por muitos cristãos. Em poucas


palavras ele expressa três ensinos básicos:

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(1) O matrimônio deve ser sempre estimado, exaltado e estimulado
entre os crentes – coisa que naquela época estava caindo em descrédito e
hoje, da mesma forma;
(2) O sexo deve ser praticado em pureza. Leito sem mácula pode
significar várias coisas, mas sem dúvidas um de seus significados é o de
que o sexo (estar no leito, cama) não deve ser jamais manchado, denegrido,
aviltado. Deve haver fidelidade entre os cônjuges, para que a honra de
ambos não seja destruída.
Mas além deste significado, claramente é possível inferir que
macular o ato sexual está relacionado também com todo tipo de
relacionamento fora da aliança de compromisso. Isso será comprovado
pelas duas classes nas quais o autor de Hebreus se refere: os impuros e
adúlteros.
A primeira classe, os impuros, como já vimos quando percorremos
alguns textos da Bíblia, sempre está associado a duas outras palavras:
lascívia, prostituição (cf. 1Tessalonicenses 4.3,4,7; e nas obras da carne, em
ordem, Paulo traz: prostituição, impureza, lascívia. Estas palavras sempre
andam juntas, pois elas simbolizam uma única ideia: relacionamentos
descartáveis, vazios, inúteis e sem compromisso.
(3) O terceiro princípio é o mesmo que já vimos em
1Tessalonicenses 4.3-7, Deus julgará os imorais. Ele não aliviará a conta
destas pessoas que vivem em tais práticas. Deus é amor, sim, para aqueles
que se arrependeram triste, sincera e profundamente dos seus pecados, mas
para aqueles que ainda não se arrependeram, ele é fogo consumidor
(Hebreus 12.29). Ele não terá misericórdia dos que permanecem teimosos
em seus pecados.

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Colocando tudo em ordem
O meu desejo é que através deste pequeno texto tenha ficado claro
qual é a vontade de Deus para as nossas vidas: a nossa santificação, a nossa
pureza, a nossa total dependência de Deus. E uma das maneiras de nos
guardarmos puros na presença de Deus é glorificando a Deus com o nosso
corpo, e isto fazemos quando escolhemos desfrutar do maravilhoso
presente do sexo no momento do casamento. Os que esperam em Deus
sempre renovam as suas forças (Isaías 40.31).
Recapitulando alguns princípios sobre virgindade e casamento:
(1) Ser virgem é estar em harmonia com a vontade de Deus. A
virgindade é celebrada por Deus e todo aquele que se preserva virgem para
o casamento receberá bênçãos extremamente maiores do que os que se
contaminaram antes da hora. Deus honra quem se purifica. Aprenda a
esperar nele, e você verá que esperar nele não é ilusão.
(2) Ser virgem significa não se entregar para a prostituição. A
virgindade perdida antes do casamento é exatamente igual a um ato de
prostituição. Representa a humilhação, vergonha e loucura dos seres
humanos longe da vontade de Deus.
(3) Ser virgem é valorizar o próprio corpo. Quem escolhe esperar até
o casamento para praticar o sexo, glorifica a Cristo com o seu próprio
corpo. Pessoas que adiantam este momento evidenciam que os seus corpos
tem pouquíssimo valor, e que suas próprias vidas carecem da força e
vitalidade de Deus.
(4) Ser virgem é ter a total aprovação e alegria de Deus. Já aqueles
que praticam a prostituição, adultério e toda a sorte de impurezas estão em
grave perigo, pois Deus está irado e irá julgá-las(os) com severidade.
(5) Ser virgem não é apenas valorizar o próprio corpo, mas elevar a
honra do corpo alheio. Já os que praticam a impureza evidenciam que não

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dão o devido valor aos seus corpos e muito menos consideram honrados os
corpos dos demais.
(6) Ser virgem também significa fugir da aparência do mal e da
mesma forma fugir da sensualidade. Ser “sexy” é perder a dignidade dada
por Deus e evidenciar o valor mínimo que essa tal pessoa possui. O
verdadeiro filho de Deus valoriza o seu corpo não apenas fugindo da
prostituição e das práticas descartáveis, mas vestindo-se com toda a
modéstia e discrição. O único lugar onde a sensualidade é totalmente
liberada por Deus é no casamento.
Uma palavra final aos leitores: se você é alguém que ainda se
mantém puro, virgem, e por esse motivo é zombado pelos amigos chamado
de idiota, babaca, tolo, gay, e tudo o mais... tenha coragem para continuar
mantendo-se puro porque esta é a vontade de Deus para a sua vida. Vale a
pena ser virgem, pois Deus promete bênçãos mil vezes maiores para os
puros. Continue firme! Não se envergonhe de ser aquilo que Deus planejou
para você! Continue valorizando o seu corpo e sua santidade!
Por outro lado, se você já perdeu a honra de permanecer virgem até o
casamento e o fez isso sendo cristão, espero que já tenha se arrependido
amargamente do que fez, se colocado aos pés de Cristo e ter deixado tais
práticas. Busque cada vez mais a santidade, pois Deus pode renovar o seu
coração a ponto de trazer grande paz ao seu coração. Espere pelo
casamento, Deus é um Deus de renovação.
Agora, se você não liga para isso, é cristão, e continua, antes de se
casar, na prática deliberada do sexo que representa que você não se dá
valor, não é santo(a), não teme a Deus e não percebe que enquanto assim
for estará debaixo não da graça de Deus, mas da ira de Deus, eu realmente
espero que pelos textos bíblicos apresentados, sua consciência esteja, no
mínimo assustada, chacoalhada e trepidante com o furor de Deus que te
espera. Não tarde em se arrepender, Deus vem para te julgar.

!52
Os puros não se envergonham de Jesus, eles escolhem obedecer, e
por isso, esperam. Pois, “qualquer que de mim e das minhas palavras se
envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua
glória e na do Pai.” Lucas 9.26.
No próximo capítulo vamos falar sobre o namoro entre cristãos e não
cristãos. É sábio namorar, noivar e casar com alguém que não conhece a
Cristo?

Perguntas para refletir sozinho ou acompanhado:


1. O que as pessoas diriam para você caso você afirmasse: “quero me casar
virgem?”
2. Qual é a opinião mais biblicamente sólida sobre permanecer virgem?
3. Qual análise você faz da sua sexualidade após este capítulo?
4. Como está o seu namoro? Você usa o seu corpo para glorificar a Deus?

!53
5
Namoro Entre Luz e Trevas
Certo dia uma moça de uns 15 anos me procurou e disse: “Tenho um
sentimento muito verdadeiro por uma pessoa não cristã, e ele só falta ser
crente para ser perfeito, é errado namorar com ele?” O que você
responderia numa situação dessas? O que fica claro nesta situação é o
quanto nós estamos distantes do ideal que Deus deseja para nossa vida
conjugal. Preferimos fazer a vontade dos nossos sentimentos do que a
vontade de Deus. O que é que a Bíblia ensina sobre crentes se relacionando
com não crentes?

Cristo: Marido – Igreja: Esposa


A Bíblia deixa claro que em se tratando de relações conjugais, o
marido é uma metáfora de Cristo, e a esposa uma metáfora da Igreja.
Pergunta básica: “Cristo era crente?” Chega ser até uma piada! É claro que

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Cristo era crente, ele é a própria razão da fé. Da mesma forma, deveria ser
uma piada para as mulheres pensarem no futuro marido – metáfora de
Cristo – sem que ele seja, no mínimo, cristão. Assim como é uma piada que
homens crentes pensem na sua futura esposa – metáfora da Igreja – sem
que, no mínimo, ela seja da Igreja! Entendeu a lógica elementar do
assunto?
Deus quer que discípulos se casem com discípulos. Quem ama a
Deus deve se casar com quem ama a Deus. Crentes devem se casar com
crentes. Quem tem o Espírito Santo deve se casar com quem também tem o
Espírito Santo. Esse é um desejo de Deus para a sua vida, preparar alguém
dele para você. Além da metáfora Cristo-Marido e Igreja-Esposa, existe
uma quantidade suficiente de referências bíblicas para que ninguém que já
foi salvo por Cristo se case por alguém que ainda está perdido em seus
pecados. A primeira razão suficiente é a escravidão que o perdido tem pelo
pecado.

Namorando e casando com um Escravo do pecado


Tudo começa com o ensino a respeito do pecado. Perceba: uma
pessoa por mais que seja legal, eticamente correta, gentil e cheia de
adjetivos, sem Cristo, ainda é escrava de si mesma e dos seus pecados; é
alguém totalmente distante do propósito original de Deus, que é glorifica-
lo, amá-lo, se alegrar nele por toda a eternidade. De acordo com o apóstolo
Paulo, quem casa com um incrédulo, casa com uma pessoa “morta
espiritual” (Efésios 2.1-11).
Além de morta espiritualmente, quem não tem a Cristo como fonte
única de satisfação não terá outra opção de satisfação senão a sua própria!
Sem a cruz de Cristo o ser humano se “ensimesma”, busca seus próprios
interesses e põe os outros e Deus para escanteio. Sem Cristo, o homem
ainda é o seu único Deus. Você pode não perceber isso em alguns meses de

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namoro – alguns percebem em apenas uma semana –, mas certamente a
verdade dos fatos virá à tona em algum momento.
Eu gosto de dizer que a relação conjugal entre cristãos e incrédulos é
um “casamento entre luz e trevas”. Você já viu a luz beijando o escuro? A
luz ama o escuro? Se você parar para pensar, chegará a conclusão de que
isso não é vontade de Deus para você. Vamos ver em detalhes que
“ajuntamento bizarro” é este entre o salvo e o perdido:

O salvo ama a Deus sobre todas as coisas;


Deus
O perdido ama a si mesmo sobre todas as coisas;
O salvo está no Reino de Deus;
Reino
O perdido está no Reino das Trevas;
O salvo tem o Espírito Santo;
Espírito Santo
O perdido não tem o Espírito Santo, está vazio;
O salvo ama a Palavra de Deus;
Bíblia
O perdido não crê na Palavra de Deus;
O salvo tem esperança na vinda de Cristo e vida
eterna;
Esperança
O perdido tem esperanças confusas ou em coisa
alguma;
O salvo quer criar os filhos na Igreja;
Filhos
O perdido é indiferente, confuso ou oposto
O salvo ama a Igreja e frequenta os cultos;
O perdido não ama a Igreja e pode não querer Igreja
participar;
O salvo tem valores claros estabelecidos pela Palavra
O perdido tem valores confusos e podem ir contra a Valores
Palavra.

Esta pequena tabela é só uma amostra da incompatibilidade que


existe entre um crente e um incrédulo. Estar debaixo da escravidão do

!56
pecado não é algo pequeno. Jamais podemos pensar que “só falta ele/ela ser
crente para ser perfeito.” Sem dúvidas, essa maneira de pensar é inocente e
superficial. Por trás de todo aquele que ainda não ama a Cristo existe cheiro
de morte. E num namoro, noivado ou casamento misto, a incompatibilidade
pode não se demonstrar em meses de convivência, mas se afirmará em
décadas juntos – e em alguns casos, apenas uma semana já é mais que
necessário.

Tentando encaixar engrenagens incompatíveis


Talvez o seu argumento principal seja: “conheço muitas pessoas
crentes que casaram com não crentes e depois a outra parte se converteu, e
viveram felizes!” Eu também conheço pessoas assim, não podemos negar
que isso acontece. Porém, por que isso acontece? Pela graça de Deus. Isso
significa que se a outra pessoa se converteu a Cristo você não teve nenhum
mérito nisso, foi pura bondade e misericórdia de Deus. No entanto, Deus
não tem a obrigação de salvar ninguém, ele salva quem ele quiser. E vamos
mais longe, na maioria dos casos em que crentes casam com incrédulos, os
incrédulos não se convertem.
Como já dissemos antes, para cada exemplo de sucesso existem 10
de fracasso nesta área. Deus não tem a obrigação de fazer a sua vontade,
nós é que temos a responsabilidade de obedecermos ao que ele nos diz. E
neste caso, ele nos pede para namorarmos, noivarmos e casarmos com
alguém que é dele.
Paulo explica que relacionamento conjugal entre crentes e perdidos é
como um “jugo desigual”, ou como tentar encaixar engrenagens
incompatíveis e irreconciliáveis: “Não vos ponhais em jugo desigual com
os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre
Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?”

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O que é jugo desigual? Jugo é uma peça de madeira colocada sobre a
cabeça dos bois para puxar uma carroça. Ele servia para juntar dois animais
da mesma espécie para trabalharem juntos, dividirem o peso da carga,
dividirem a resistência do arado no solo. Desta forma, dois animais
devidamente aparelhados no jugo produzem o dobro de força e o dobro de
trabalho. Aquilo que era quase impossível um boi fazer sozinho, agora se
torna fácil para dois, graças ao jugo.
Todos naquela época sabiam que não se coloca animais de espécie
diferente no mesmo jugo para trabalharem juntos. Em Levítico 19.19 dizia:
“Guardarás os meus estatutos; não permitirás que os teus animais se
ajuntem com os de espécie diversa; no teu campo, não semearás semente de
duas espécies; nem usarás roupa de dois estofos misturados.” E o texto bem
claro é Deuteronômio 22.10: “Não lavrarás com junta de boi e jumento.”
Da mesma forma que juntar um boi com o jumento no mesmo jugo era
certeza de fracasso no trabalho, a união conjugal entre crentes e não crentes
também.
Não há harmonia entre justiça e pecado, luz e as trevas, Cristo e o
Maligno, muito menos no casamento de crentes e incrédulos. É um risco
enorme de fracasso. Não tente se juntar com alguém incompatível com a
sua fé em Cristo. Mas você ainda me diz: “Ele é um quase cristão!” Veja
bem, um relacionamento com um quase cristão é um quase namoro, um
quase noivado, um quase casamento, uma quase felicidade, ou seja, um
relacionamento totalmente perdido e fracassado. Essa é a regra geral.
E isso eu não estou afirmando porque eu acho que é assim, a Bíblia
nos revela algumas pessoas que embarcaram por esse caminho e se deram
muito mal.

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Salomão perverteu a sua fé com casamentos mistos
Todos dão risada quando lembram que Salomão teve mil mulheres
em sua história conjugal, mas poucos lembram da catástrofe que foi a sua
vida por causa disso. Veja o que 1 Reis 11.1-4 tem a nos dizer sobre isso:

Ora, além da filha de Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras:


moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, mulheres das nações de
que havia o Senhor dito aos filhos de Israel: Não caseis com elas, nem
casem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para seguirdes os
seus deuses. A estas se apegou Salomão pelo amor.

Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas


mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe
perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era
de todo fiel para com o Senhor, seu Deus, como fora o de Davi, seu pai.

No Antigo Testamento é muito comum a gente ver Deus proibindo o


seu povo de casar com mulheres de povos estrangeiros. Não pense que ele
tinha em mente a pureza de raças, ele tinha em mente preservar a
espiritualidade do seu povo. Salomão é um caso visível de como
casamentos incompatíveis pervertem o coração de homens e mulheres.
Salomão seguiu outros deuses, ele não era totalmente fiel a Deus, seus
casamentos com mulheres de crenças opostas ao Deus verdadeiro foram o
principal fator para isso.
O profeta Amós também alerta: “Andarão dois juntos, se não houver
entre eles acordo?” (Amós 3.3). A fé diferente é a principal
incompatibilidade que nós devemos evitar. Deus deseja alguém para nós
que encaixe bem naquilo que precisamos. Em relação aos crentes viúvos
que querem casar novamente, Paulo nos ensina o princípio da união apenas
com crentes: “se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser,
mas somente no Senhor.” (1Co 7.39).

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Seja racional, não se deixe levar pelo sentimento
O capítulo 10 do livro de Esdras fala especificamente do assunto que
estamos tratando aqui. Boa parte dos judeus que foram para o exílio na
Babilônia casaram com mulheres de outros povos. E não deu outra: eles se
desviaram do Senhor. Passaram a adorar outros deuses, viverem de acordo
com outras orientações. Quando o povo volta para Jerusalém, Esdras foi
chamado por Deus para realizar uma reforma espiritual na nação de Israel
fazendo o povo voltar para o caminho verdadeiro. Depois de muita
pregação, oração e jejum pelo povo, finalmente os judeus se arrependeram
dos seus pecados. Quais pecados? Veja só:

“Nós temos transgredido contra o nosso Deus, casando com mulheres


estrangeiras, dos povos de outras terras, mas, no tocante a isto, ainda há
esperança para Israel. Agora, pois, façamos aliança com o nosso Deus, de
que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho
do Senhor e o dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se
segundo a Lei.” Esdras 10.2-3

Eles se arrependeram dos seus casamentos com mulheres incrédulas,


pois era pecado diante de Deus. Deus quer manter você puro em seus
relacionamentos. O que geralmente acontece com um crente que começa
um namoro com um não crente é o afastamento da fé. Ficamos distantes de
Deus, nossa vida de santidade enfraquece, nos sentimos inseguros o tempo
todo pensando: “será que um dia ela irá se converter?” Corremos o risco de
comprometer a nossa felicidade, a espiritualidade dos nossos filhos, e pior
que tudo isso, corremos o risco de não estar com a pessoa amada na
eternidade com Deus. É isso que você quer para a sua vida?
Meu conselho sincero para você: espere alguém de Deus. Não existe
uma única pessoa preparada por Deus para você, isso pode ser “romântico”,
mas não é bíblico. Colocar a sua confiança em alguém que é negligente no

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ponto vital da vida, viver com Cristo, é certeza de frustração. Deus prepara
princípios e nos dá a liberdade de escolhermos quem nós já sabemos que
partilha da mesma fé que nós. Por isso, escolha bem com quem você vai
passar o resto da sua vida junto.
Provérbios 18.22 diz: “O que acha uma esposa acha o bem e
alcançou a benevolência do Senhor.” Peça sabedoria a Deus para você
encontrar uma esposa preparada por ele, como a Igreja encaixa com Cristo,
certamente você não vai se arrepender de esperar.

Uma palavra final aos cristãos que namoram não cristãos


Realmente não é uma atitude sábia iniciar um namoro e muito menos
um casamento com alguém que não partilha da mesma fé. Os motivos já
foram dados e repetidos. Contudo, sei que alguns que leem esse texto
vivem essa realidade, por isso, sinto-me na obrigação de ajudá-los de
alguma forma. Três conselhos para você que tem um namoro ou casamento
assim.
Primeiro, inclua o seu namorado(a) na vivência da sua igreja local.
Na maioria das vezes os não crentes tem uma visão distorcida sobre o que é
a igreja. Pensam que os pastores são ladrões e os membros alienados.
Mostre para ele(a) que a igreja é um ambiente favorável a relacionamentos
verdadeiros e transformadores. Através desta vivência e ouvindo a
pregação do Evangelho, Deus pode mudar a direção do seu coração e ele(a)
se converter a Cristo.
Segundo, saiba bem quais são as convicções desta pessoa sobre
Deus. Eu creio firmemente que relacionamentos entre crentes e não crentes
não é uma atitude sábia, porém, quando os não crentes são pessoas
tementes a Deus ou tem alguma noção bíblica sobre ética, princípios e
valores, a aproximação é mais viável. Já quando a relação se dá entre
crentes e ateus, agnósticos, orientalistas, eu te incentivaria a desistir de vez.

!61
Rute era uma moabita, não era do povo de Israel e ainda assim casou com
Boaz, um israelita, pois tinha valores sólidos sobre família e sobre Deus.
Não posso negar que exceções realmente acontecem, todavia, ninguém
deve viver pautado de acordo com elas.
Terceiro, não abra mão de sua santidade. Se esta pessoa com quem
você namora não é crente e ainda desrespeita os seus valores morais
cristãos, certamente não é uma pessoa ideal para desenvolver um noivado e
pior, um casamento. Pergunte-se: Namorar, noivar ou casar com essa
pessoa vai te aproximar mais de Deus? Vai te tornar mais santo? Vai te dar
segurança para o futuro? Por outro lado, se ela te respeita mesmo
discordando de você, valeria a pena continuar tentando até que ela se
entregasse ao Senhor.
Por fim, se você incluiu a pessoa na vivência da igreja local, ela
ouviu o Evangelho de forma clara; você analisou profundamente as crenças
que ela tem sobre Deus; você fez o teste do respeito, santidade e tudo deu
errado, eu te aconselho a abrir mão da sua vontade e buscar a vontade de
Deus. Alimentar algo que nitidamente está fora de direção produzirá muitas
frustrações desnecessárias. Não vale a pena caminhar por aí. Entretanto, se
a pessoa reagiu bem a estes três quesitos e tem se interessado pelo Senhor e
busca uma nova vida, graças a Deus, você faz parte das exceções.
Deus não é obrigado a salvar ninguém, ele salva pela sua livre graça.
Por isso, seja grato a ele e não seja mais teimoso em fazer o seu querer, mas
que sempre a vontade dele seja feita na sua vida.

Perguntas para refletir sozinho ou acompanhado:


1. Namorar, noivar ou casar com uma pessoa incrédula vai te aproximar
mais de Deus? Será que isso desenvolverá sua santidade?
2. Será que um relacionamento misto te dá segurança para o futuro?

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3. Você entende que estar num relacionamento com um não crente é
pecado? O que Deus pensa sobre um filho dele casando com um filho das
trevas?
4. O que garante num relacionamento misto seus filhos serão também
filhos de Deus?

!63
6
Até Onde Vai a Intimidade?
Uma das crises que os namorados de hoje em dia tem é a intimidade.
Na verdade não é a intimidade, mas até aonde ela pode ir. Pode beijar?
Pode passar a mão na “lataria” da moça? Pode fazer carinho pelo corpo?
Pode ficar sozinho? Como nós podemos responder a estas perguntas com
os princípios das Escrituras? Várias respostas têm sido dadas para esta
questão.

Libera tudo ou fica só no cortejo?


A resposta mais comum hoje em dia é que você pode ter intimidade
total no namoro. É aquele tipo de pensamento “Siga o seu coração”, “Faça
o que tiver vontade de fazer”. Nesta perspectiva não há limites para a
intimidade no namoro. O sexo é inegociável, as mãos pelo corpo da
namorada e do namorado são inegociáveis e todas as outras formas de
excitações possíveis e imagináveis. Vale tudo! Essa posição reflete o

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espírito do nosso tempo, o hedonismo que você tem que viver em busca do
prazer a qualquer custo. Woodstock, pílula, camisinha e movimento Hippie
de certa forma foram os movimentos que tiraram o namoro da jaula e
liberaram geral.
Outra posição radicalmente diferente é o que alguns chamam de
corte. O namoro de corte basicamente exclui a intimidade no namoro. É o
namoro da conversa, da preparação para o casamento, da companhia dos
pais durante todo o processo. Precisamos reconhecer que esta posição tem
muitas virtudes: 1. Ela valoriza o compromisso; 2. Inclui os pais do início
ao fim da relação; 3. Geralmente são crentes espirituais; 4. Os namoros
geralmente acabam sendo curtos. Sem dúvida alguma é preferível esta
posição do que a primeira, pois uma está baseada no prazer descartável, já
esta no compromisso.
No entanto, essa visão do namoro como corte está bem sintonizada
com o início do século XX até os anos de 1950. Numa época em que os
jovens não podiam nem andar de mãos dadas, a corte era, sem dúvida, a
melhor solução. O beijo era culturalmente proibido, havia um moralismo
tradicional bem rígido, os jovens morriam de medo dos pais da moça, entre
outras coisas. Esta posição serviu muito bem para responder as questões da
sua época, mas será que é a melhor opção para a atualidade?
Acreditamos que a Bíblia não tem um padrão de relacionamentos
pré-maritais sólido que sirva para todas as gerações. Alguém ousaria
sugerir o modelo de casamentos arranjados hoje em dia? Óbvio que a
resposta seria não. Que absurdo! O ser humano conquistou a liberdade para
escolher o seu cônjuge e etc. Porém, Deus nunca condenou esse modelo,
por mais que ele nos pareça obsoleto, Deus o utilizou como uma opção
viável dos tempos patriarcais até o fim do século XIX. E que eu me lembre
o número de divórcios nessa época era menor do que nos tempos do
namoro via corte.

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Uma opção mais sábia: Intimidade limitada
Pelo fato de a Bíblia não oferecer um padrão fixo sobre este assunto,
creio que a melhor saída é aplicarmos com critério os princípios bíblicos
sobre relacionamentos para a estrutura social da atualidade. Na época dos
patriarcas a saída eram os casamentos arranjados. Na época do romantismo
a saída foi a corte. E na época do hedonismo e do sexo descartável? Creio
que nem a libertinagem, nem a privação da intimidade são as melhores
respostas para o nosso contexto, mas uma intimidade orientada pela Igreja,
família, pelo carinho e pela oração conjunta seja a melhor opção.
Nem liberação total, nem privação total, sou a favor da intimidade
limitada. Mas limitada a exatamente o que? Limitada à opinião da Igreja,
da família, da moral cristã e principalmente, até o momento do casamento.
Entendo que a liberdade da intimidade total leva para a libertinagem e ao
sexo descartável, por outro lado, a corte pode levar a um legalismo cego e
“inatingível” – embora existam pessoas que tem conseguido chegar até o
casamento assim.
Mas, afinal... do que é que estamos falando? Para exemplificar a
linha que estou propondo irei tratar de 3 assuntos que podem ser pacíficos
para alguns, mas nem tanto para outros: 1. Beijo; 2. Carícias; 3.
Preliminares.

Aprendendo a beijar para a glória de Deus


Antes de falar de beijo e carícias, vale repetir um conselho: “case
logo meu filho!” O ideal de Deus para a juventude em nosso tempo
continua sendo os namoros que já começam com propósito claro e de
preferência por tempos curtos. Não vale a pena ficar no aquecimento por
muito tempo. Entre para o jogo. Experimente o melhor de uma família e o
melhor da intimidade sexual.

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Vamos falar de beijo. Posso sair beijando todo mundo? Não. O beijo
é uma expressão de carinho que só deve ser praticada por pessoas que tem
algum compromisso sério. Então quer dizer que você é contra beijar antes
de pedir em namoro? Totalmente, é algo logicamente óbvio. Compromisso
sempre precede intimidade na palavra de Deus. Devemos ser contra
qualquer relacionamento sem compromisso, quanto mais intimidade em
relacionamentos sem compromisso. Da mesma forma que nós só
recebemos as bênçãos de Cristo quando estamos num relacionamento sério
com ele, só podemos ter algum nível de intimidade e desfrutarmos certas
“bênçãos” com uma pessoa após firmarmos um relacionamento de
compromisso.
Outra pergunta: será que só pessoas casadas podem beijar? Essa é a
visão do namoro de corte. Beijar é um direito apenas dos casados. Eu
sinceramente acho isso radical de mais. Diante do contexto familiar, social,
cultural e eclesiástico isso nitidamente é um radicalismo. O beijo pode ser
ofensivo ou não de acordo com o arranjo cultural de determinada
sociedade.

Os Tipos de Beijo na Bíblia


Biblicamente o beijo nos lábios não era algo apenas entre pessoas
casadas. Beijar não é fazer sexo, é um carinho que pode apimentar o sexo,
mas em vários momentos nas Escrituras ele tem papeis bem diferentes de
uma “preliminar”. No Antigo Testamento os pais beijavam os filhos e as
filhas como uma expressão de afeto e carinho (Gn 31.28). Além de carinho
era uma expressão de respeito e benção (Êx 4.27; 1Sm 10.1). Na cultura
judaica o “ósculo” era uma forma de cumprimentar outros judeus (Lucas
7.44) e também um jeito de apimentar a relação entre um casal (Ct 1.2;
8.1). Esse hábito se tornou frequente na Igreja Primitiva, o apóstolo Paulo
saúda os romanos dizendo: “Saudai-vos uns aos outros com ósculo

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santo” (Rm 16.16), isto é, um beijo sem segundas intenções; beijo de
amigo, de irmão, leal e respeitoso.
Em Provérbios 24.26 lemos: “Como beijo nos lábios, é a resposta
com palavras retas.” Para Salomão “falar a verdade é como dar um beijo na
boca.” Óbvio que ele não está incentivando a homossexualidade, pelo
contrário, ele nos ensina que o beijo naquela época era um sinal de
compromisso, afeição e confiança. Além do beijo na boca havia o beijo nas
mãos (Jó 31.27) e nos pés (Lc 7.38,45), mas não é nosso interesse falar
deles neste livro.
Vamos classificar os beijos para entendermos melhor o assunto. Fora
o beijo de traição de Judas em Jesus (Mt 26.49), existem pelo menos 4
tipos de beijo na Bíblia: 1. Beijo erótico entre casados; 2. Beijo de respeito
e saudação entre pais e filhos; 3. Beijo de afeto entre irmãos e amigos; 4.
Beijo de afeto e confiança entre pessoas comprometidas (noivos?). A partir
dessa explicação, não seria radical demais voltar para os anos 1950 e
proibir namorados que buscam o casamento de se beijarem?
Obviamente os namorados não devem se beijar eroticamente como
fazem os românticos em Cântico dos Cânticos 7.9: “Mel e leite estão
debaixo da tua língua”. Esse tipo de beijo hoje em diante seria aquele
“aspirador”, línguas dando voltas na boca e etc. O beijo erótico é aquele
reservado aos casados, é uma preliminar do sexo. Por outro lado, o beijo
como uma demonstração de afeto, compromisso e respeito, sem o “efeito
aspirador” é totalmente aceitável entre os noivos antes do casamento.

Acariciando com limites


Vamos pular do beijo para as carícias. Em 1 Tessalonicenses 2.7 fica
claro que o carinho é uma prática diferencial dos cristãos. Quando o
Espírito Santo habita em nós, ele acaba nos tornando pessoas mais
carinhosas das que éramos antes. Contudo, obviamente existe o carinho

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entre pais e filhos, carinho entre irmãos espirituais, carinhos entre
familiares, carinho entre marido e esposa, e por que não carinho entre
namorados e noivos? A questão é delimitarmos qual é a carícia adequada
para cada um.
Começando pelos casados, fica evidente na Bíblia que os casados
devem trocar carícias entre si. O rei Abimeleque percebeu Isaque era
casado, pois “Isaque acariciava a Rebeca” (Gn 26.8). Em Provérbios 5.19
lemos que o homem casado com a mulher da sua juventude se sacia em
seus seios e se embriaga com suas carícias. Obviamente esse tipo de
carinho é proibido entre namorados e noivos, pois ainda não pertencem um
ao outro. O Senhor nos ensina que após o casamento somos uma só carne
(Gn 2.26).
Paulo reafirma esse ensino dizendo que “A mulher não tem poder
sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o
marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher.” Por isso
ele aconselha a prática frequente do sexo aos casados: “Não vos priveis um
ao outro... para que Satanás não vos tente por causa da incontinência” (1
Co 7.4-6).
Embora a carícia deva ser praticada pelos casais, carinho não é uma
prática exclusiva do casamento. Carícias, afeto e ternura são indicadas no
relacionamento entre pais e filhos, irmãos em Cristo, família como um
todo, e sem dúvida entre noivos. Até porque não tem outra forma de você
saber se a pessoa é carinhosa ou não senão pelo namoro/noivado. Podem
acariciar as mãos, os pés, os ombros, o rosto, com as palavras e com
abraços. Mas, e as preliminares?

Preliminares no namoro: “Sinal Vermelho!”


Muitos namorados tem essa dúvida: “Por que a masturbação no
namoro deve ser evitada biblicamente?” A resposta é simples: a função da

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masturbação é preparar o caminho para o sexo. A excitação nunca deve ser
um fim em si mesmo, ela deve servir ao momento ápice da relação sexual.
Beijo, sim. Carinho sim. Intimidade limitada, sim. Preliminares, só no
casamento!
A pior coisa que pode acontecer com um namoro, é que no namoro, o
casal viva como casados. Se os dois conseguem ter relações preliminares e
sexuais antes da aliança do casamento, quem pode garantir que os dois não
buscarão as mesmas relações depois ou fora da aliança do casamento?
Tornar a intimidade de casados um hábito no namoro abre uma série de
brechas que podem ser irreparáveis no futuro.
Uma das regras de ouro para nortear até aonde vai a intimidade no
namoro é a influencia e presença dos pais no ato de namorar. Faça apenas
aquilo que os pais da moça e os seus aprovariam. Não namore sozinho,
esteja perto de pessoas que te deem segurança.

Uma palavra pra quem cruzou o sinal vermelho


Sei muitos leitores deste capítulo certamente cruzaram o sinal
vermelho em seus namoros e noivados. Eu quero terminar este capítulo não
com uma palavra de juízo, mas com uma fatia da graça de Deus: arrependa-
se sinceramente, volte a ser santo, ore com o seu namorado(a), perdoe-se.
Talvez o mais sábio não seja terminar a relação. Arrancar a planta do solo
não resolverá a questão. Meu conselho é, casem-se depressa. Aos olhos de
Deus é muito mais nobre casar com poucos recursos do que abrir mão da
santidade. Deus certamente irá honrar o casamento de vocês se a santidade
for prioridade.
Se você já tem condições mínimas para viverem juntos, não perca o
seu tempo querendo oferecer luxo. Casem-se. Cresçam juntos
financeiramente. Constituam uma família pobre, mas jamais uma família
impura. Deus irá fazer vocês prosperarem juntos em todas as áreas.

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Quantos amigos meus que cruzaram o sinal vermelho e repararam logo o
erro com o casamento, mesmo em condições mínimas, e hoje estão vivendo
em abundância. E infelizmente, alguns que continuam no mesmo erro e
colhem diariamente a frustração de uma espiritualidade sem alegria.
O sexo é o jeito mais incrível que Deus criou para ajudar você a se
entregar inteiramente a outra pessoa. Prepare-se, guarde-se, valorize-se,
estabeleça a vontade de Deus como prioridade em sua vida. O casamento te
dará o ambiente mais seguro para desenvolver e se entregar ao prazer que
você tanto procura.

Perguntas para refletir sozinho ou acompanhado:


1. Até aonde vai a intimidade de um casal de namorados?
2. Como você enxerga o papel da família e da Igreja na vida de um casal de
namorados?
3. Será que já não é hora de você casar? — para quem cruzou o sinal
vermelho. Será que não é hora de terminar a relação? — se ela é baseada
apenas na intimidade e não na amizade.
4. Qual é o papel das carícias e do beijo no namoro?

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