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INTERNACIONAL
DE JORNALISMO
INVESTIGATIVO
QUERO
TER UM
PODCAST.
POR ONDE
COMEÇO?
GUIA PRÁTICO PARA
CONSTRUÇÃO DE PODCAST
Aldenora Cavalcante & Gabriela Varella
2021 - Distribuição Gratuita
Elaboração de Texto e
Revisão Textual: * 09 CRIANDO SUA IDENTIDADE
Aldenora Cavalcante e
Gabriela Varella
* 10 ELABORAÇÃO DE ROTEIRO
Diagramação:
Moura Alves
* 12 ESTRUTURA NARRATIVA
A LD E N OR A C AVALC AN TE G A BR IE LA VA R E LLA
JORNALISTA / PODC ASTER JORNALISTA / PODC ASTER
aldenorateofilo@gmail.com gabriela@radionovelo.com.br
Por ser uma mídia segmentada no que tange às temáticas postas para
discussão, o podcast acaba atraindo ouvintes que realmente se interes-
sam pelos assuntos abordados, promovendo uma identificação e uma
interação mais consistente entre o produtor e o ouvinte. Enquanto
mídia independente, o podcast acaba sendo utilizado por grupos seg-
mentados para debater temáticas que não encontram espaços na mídia
tradicional, dessa forma, esses grupos têm a possibilidade de construir
suas próprias narrativas. Assim, o podcast se converte em um espaço de
acolhimento, partilha e diálogo dentro de grupos minoritários que não
se sentem representados na mídia massiva e encontram nesse meio,
uma alternativa para compartilhar assuntos específicos.
Para construir sua própria narrativa por meio do podcast, você precisa
partir da primeira etapa do processo de produção de um programa:
elaborar um projeto e colocar suas ideias no papel. Escrever um projeto
bem estruturado vai ajudar a organizar as ideias para colocá-las em
prática. O projeto vai reunir todas as informações necessárias para que
você consiga visualizar as etapas de criação do seu podcast, bem como
os recursos disponíveis para todo o processo. Veja algumas das infor-
mações que devem ser definidas nessa etapa inicial:
MENS AGEM: Qual mensagem você tem para passar com o seu pod-
cast? Qual é sua especialidade, ou quais são os seus interesses? São
essas perguntas que vão guiar a construção do seu podcast.
MAR C A: essa é a parte simbólica do seu podcast e você deve dar es-
pecial atenção a ela. Para isso, considere os seguintes pontos?
• Nome: deve ser original. Faça uma busca de quais nomes já existem.
• Vinheta: Como estamos falando de áudio, temos que pensar também
na identidade sonora. É possível fazer um estudo sonoro ou criar uma
trilha.
• Frequência de publicação: o seu produto vai ser quinzenal, mensal,
semanal? Quanto tempo da sua vida você tem para dedicar a esse pod-
cast?
• Cronograma, organização e agenda: buscar elaborar as tarefas entre as
pessoas. A pesquisa da ABPOD mostra que, para os ouvintes, o podcast
ideal é o semanal (80,5% dos que responderam); mas não adianta ten-
tar produzir algo que não se encaixe na sua rotina.
DESENVOLVIMENTO E R OTEIR O
Se for um podcast de entrevista ou de bate-papo, esse roteiro vai ser
construído antes da entrevista ser realizada. Com pesquisa, estudando
as perguntas que você vai fazer ao seu convidado, ou quais vão ser os
assuntos abordados com os colegas de mesa redonda.
No caso de storytelling ou narrativo, essa parte vem depois, mas o que
vem da gravação in loco é fundamental para a construção desse roteiro.
Descrever o ambiente, o tempo, a relação com o entrevistado… Isso
pode ser bastante relevante.
É indicado fazer pelo menos uma mini decupagem das entrevistas:
marcar quais são os assuntos e o tempo daquela sonora, para facilitar
a edição.
DIC AS DE R OTEIR O: grifar palavras que você quer dar mais ênfase;
deixar o menos ‘formal’ possível. O ouvinte está nessa conversa. Você
está se comunicando diretamente com ele, diferente do rádio, que nor-
malmente várias pessoas ouvem ao mesmo tempo. É uma relação mais
íntima. Por isso, o ideal é que você escreva exatamente do jeito que
você vai falar. Uma dica para deixar o texto mais falado e menos escrito
é ler em voz alta todo aquele roteiro. Está natural ou parece que você
está lendo um texto?
#87 - A JORNADA DO
T E X TO - E P I S Ó D I O D O
PODCAST VIDA DE
J O R N A L I S TA P U B L I C A D O
E M 2/ 6/ 20 21.
COMO GR AVAR?
Priorizar gravação com faixas individuais/separadas para cada partici-
pante da gravação. Isso vai facilitar a edição.
• Gravação Presencial: microfones individuais; apenas um gravador cap-
tando todas as vozes (de forma direcional, fazendo pausas para as vozes
não se atropelarem); de forma direcional pelo gravador do celular.
• Gravação Remota: uso de aplicativos de gravação. Exemplos: Discord;
Skype/Google Meet/Zoom + celular de cada pessoa funcionando como
gravador; Gravar as faixas separadamente vai te permitir uma liberdade
maior na edição. Se quiser garantir a qualidade, grave paralelamente
com um celular e evite falhas de conexão.
• Se você tiver microfone para usar no computador, você pode realizar
a gravação por softwares como SoundForge (pago), Vegas (pago), Pro-
Tools (tem versão gratuita e paga), Audition (pago), Audacity (gratuita),
GarageBand (gratuito para Mac)
Outras sugestões clicando aqui
LIMPEZA
A primeira parte da edição de conteúdo. Cortar o que não te interessa,
tirar gaguejadas da gravação, aquela frase que não ficou tão boa as-
sim... Importante dizer que isso não quer dizer que seu produto vai ficar
artificial. Ele vai ficar limpo. Não adianta tirar todos os respiros, porque a
ideia é que não fique um conteúdo ensaiado, e sim mais fluído.
SONORIZAÇ ÃO
Depois vem a etapa do estudo sonoro. Você pode usar efeitos, mas
pondere: se usar demais, vai ficar cansativo? Vai ilustrar bem aquilo que
você está falando?
Sem exageros: assuntos sensíveis podem exigir silêncio, e não sono-
ras que transmitem tristeza. O assunto já é triste por si só. Esse silêncio
também é um bom recurso de “sonorização”.
Você pode ir testando as trilhas conforme edita e ver se faz sentido, se
ela transmite exatamente o que você quer passar.
P L ATA F O R M A S CO M E F E I TO S D E
ÁU D I O G R AT U I TO S / T R I L H A B R A N C A
PUBLIC AÇ ÃO E DISTRIBUIÇ ÃO
Existem plataformas de hospedagem que distribuem esse conteúdo,
como o da Anchor. Você também pode distribuir individualmente em
cada plataforma, a partir do código RSS. É a sigla em inglês para “Rich
Site Summary” ou “Really Simple Syndication”, que é um recurso desen-
volvido numa linguagem XML. É por meio desse código que as pessoas
se inscrevem para receber o seu conteúdo. Basicamente: é um sistema
que você assina.
É por meio do RSS que o seu programa chega nas principais platafor-
mas de áudio, como Spotify, Deezer e Apple Podcast. A plataforma mais
ouvida pelas pessoas é o Spotify. Não estar nela, por exemplo, pode
dificultar o acesso ao seu conteúdo. Mas isso não quer dizer que não
há alternativas de distribuição, como pelo WhatsApp em comunidades,
por exemplo.
DIVULGAÇ ÃO
Ela pode ser feita por meio das redes sociais, para que o seu conteúdo
chegue a cada vez mais pessoas. Além das divulgações in loco, no caso
das comunidades, por exemplo: alguns podcasts já foram divulgados
em carros de som ou por distribuição no WhatsApp. Veja a experiência
do Vagner de Alencar, da Agência Mural: