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Curso Técnico em Informática

Fundamentos de Sistemas Operacionais


Robson Braga de Andrade
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

Rafael Lucchesi
Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional da Indústria
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Informática

Fundamentos de Sistemas Operacionais

Marlow Rodrigo Becker Dickel


Vicente D’Onofrio

Florianópolis/SC
2011
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento
do editor.

Autor Fotografias
Marlow Rodrigo Becker Dickel Banco de Imagens SENAI/SC
Vicente D’Onofrio http://www.sxc.hu/
http://office.microsoft.com/en-us/ images/
http://www.morguefile.com/
http://www.bancodemidia.cni.org.br/

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis

D548f
Dickel, Marlow Rodrigo Becker
Fundamentos de sistemas operacionais / Marlow Rodrigo Becker Dickel,
Vicente D’Onofrio. – Florianópolis : SENAI/SC/DR, 2011.
45 p. : il. color ; 30 cm.

Inclui bibliografias.

1. Sistemas operacionais (Computadores). 2. Sistemas operacionais


distribuídos (Computadores). 3. Arquitetura de computador. 4.
Programação (Computadores). I. D’Onofrio, Vicente. II. SENAI.
Departamento Regional de Santa Catarina. III. Título.

CDU 004.451

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
Conteúdo Formativo 9 Finalizando 41

Apresentação 11 Referências 43

12 Unidade de estudo 1
Introdução

13 Seção 1 - O que é um
sistema operacional?
14 Seção 2 - Um pouco da
história

18 Unidade de estudo 2
O Funcionamento

19 Seção 1 - Como o SO
funciona
19 Seção 2 - Shell e kernel
22 Seção 3 - Classificações:
usuários, projeto e processos
26 Seção 4 - Gerenciamento de
processos
28 Seção 5 - Gerenciamento de
recursos
30 Seção 6 - Gerenciamento de
entradas e saídas
31 Seção 7 - Sistema de arqui-
vos

34 Unidade de estudo 3
Os Sistemas
Operacionais

35 Seção 1 - Primeiros SOs


37 Seção 2 - Windows
39 Seção 3 - Linux
40 Seção 4 - Mac OS
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 30 horas

Competências

Analisar os recursos de sistemas operacionais, modos de processamento, compa-


tibilidades e gerenciamento de recursos em sistemas computacionais.

Conhecimentos

▪▪ Arquitetura de sistemas operacionais (acesso a memória, multithreading –


processamento paralelo e capacidade de processamento).
▪▪ Compatibilidade entre sistemas heterogêneos.
▪▪ Processamento distribuído.
▪▪ Sistemas multiplataforma.
▪▪ Tipos de dados.
▪▪ Tipos de sistemas operacionais; gerenciamento de memória.

Habilidades

▪▪ Explorar recursos dos sistemas operacionais.


▪▪ Identificar os modos de processamento, compatibilidades e gerenciamento de
sistemas operacionais.

Atitudes

▪▪ Organização e zelo na utilização de equipamentos.


▪▪ Foco no conteúdo trabalhado.
▪▪ Acesso a sítios relacionados ao tema trabalhado.
▪▪ Organização e limpeza dos ambientes coletivos.
▪▪ Dedicação e empenho nas atividades curriculares e extracurriculares.
▪▪ Capacidade de abstração.

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 9


Apresentação
Olá, caro aluno! Marlow Rodrigo Becker
Seja bem-vindo à Unidade Curricular Fundamentos de Sistemas Ope- Dickel
racionais!
Tecnólogo em Redes Industriais,
Aqui você verá conceitos sobre o funcionamento do programa mais ne- graduado pela Faculdade de
cessário ao funcionamento do computador, conhecendo alguns deles e Tecnologia do SENAI Joinville. É
suas diferenças. Esse conteúdo o auxiliará na criação de programas de professor das disciplinas de Fun-
computador, pois você os criará para serem utilizados em um sistema damentos de Sistemas Opera-
operacional e precisará saber como ele funciona para que atenda às ne- cionais, Introdução ao Compu-
cessidades de seu programa. Além disso, nossa intenção é dar dicas para tador, Lógica de Programação,
que você escolha o melhor sistema operacional, conforme sua preferên- Banco de Dados I, Programação
Orientada a Objetos I, Projetos
cia, e também que aproveite-o ao máximo.
de Software I e Infraestrutura
Tenha um ótimo estudo! da Internet do Curso Técnico em
Informática e ministra discipli-
nas de Informática Básica para
outros cursos. Orientador de
Trabalho de Conclusão de Curso
para o Curso Técnico em Infor-
mática.

Vicente D’Onofrio

Tecnólogo em Processos Ge-


renciais, graduado pelo Centro
Universitário Leonardo da Vinci.
Atuou como professor em Ar-
quitetura de Computadores no
Curso Técnico de Manutenção
e Montagem de Computadores
do SENAC Joinville. Consultor
em configuração e manuten-
ção de microcomputadores,
desktop e notebooks. Instrutor
de redes de pequeno porte,
orientador do Curso de Apren-
dizagem Industrial Manutenção
de Computadores e Redes Lo-
cais do SENAI/SC. Coordenador
dos Cursos Técnicos em Infor-
mática, Automação Industrial e
Eletrotécnica no SENAI/SC.

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 11


Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 – O que é um sistema


operacional?
Seção 2 – Um pouco da história
Introdução

Seção 1
O que é um sistema
operacional?
Você com certeza já utilizou um possível um melhor aproveitamento dos recursos na hora da instalação
sistema operacional (SO), não é do programa, já que são funcionalidades que não precisam ser instaladas,
mesmo? Mas será que você sabe além da economia de memória.
o que é um sistema operacional?
Para iniciar, imagine um mundo
sem nenhum SO. É difícil, não?
Quando você pensou nisso, qual
foi o seu conceito de sistema ope-
racional? A partir de agora, vere-
mos que sistema operacional na
verdade é muito mais do que um
simples programa de computador.

Na verdade, SO é mais que


um programa. Ele é a junção
de vários! Isso quer dizer que
qualquer pequena função bá-
sica do seu aparelho eletrôni-
co está contida nele.

No caso do computador, fun-


ções como imprimir, copiar, co-
Justamente para poder prover esses serviços, ele é o primeiro software
lar, abrir arquivos, entre outras,
(programa) a ser instalado no equipamento. Assim, ele poderá servir
são, na verdade, controladas pelo
como guia para que todos os outros programas consigam se comunicar
sistema operacional. Todos os
com o hardware (equipamentos físicos). Além disso, é mais fácil para um
programas se aproveitam disso.
programador criar um software para o sistema operacional do que para
Mas veja bem! Quando você ins-
o hardware, já que, com a frequente atualização na tecnologia, há proba-
tala um programa em um sistema
bilidade de que aquele programa não venha a funcionar, por exemplo,
operacional, ele não precisa insta-
interagindo com um hardware novo da mesma maneira do que com um
lar essas funções. Apenas é neces-
antigo. Isso poderia causar um grande problema aos programadores,
sário que ele saiba “encontrá-las”.
pois eles deveriam ter versões de seus programas para cada combinação
E isso é uma grande vantagem,
de hardware existente. Praticamente impossível, não é?
pois imagine vários programas
instalados no SO, todos com essas Agora quero chamar atenção a outro detalhe: você percebeu que no
funções. Por mais que elas fossem início desta seção a palavra “computador” aparece poucas vezes? E sabe
minúsculas, ocupariam um es- por quê? Na verdade, esse conceito de programa não serve apenas para
paço desnecessário na memória ele.
do equipamento. Dessa forma, é

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 13


Você sabe quantos equipamentos eletrônicos com sistema operacional
você possui? E quantos SOs diferentes você já utilizou?

Todo equipamento que interage com o ser humano para facilitar sua
utilização do hardware é um sistema operacional. Um celular, uma câmera
fotográfica digital, um videogame, são exemplos de equipamentos que
com certeza contêm um SO. Com o avanço da tecnologia, eletrônicos
que não precisavam de um SO agora o têm, para maior interação do usu-
ário e para maior possibilidade de aproveitamento do mesmo. Por exem-
plo, televisões agora têm sistemas para acesso à internet, onde é possível
fazer desde downloads de vídeos, até acessar seu e-mail ou outras páginas.
Puxa! Quantas possibilidades trouxeram os sistemas operacionais, não
é mesmo? Na seção seguinte você conhecerá um pouco da história do
sistema operacional. Vamos lá!

Seção 2
Um pouco da história
Inicialmente, na década de 1940, os computadores não passavam de
grandes calculadoras. Nessa época, as tarefas eram passadas ao com-
putador por meio de cartões perfurados, que eram folhas de papel com
furos em valores específicos, para que os computadores conseguissem
entender a tarefa a ser realizada.

Figura 1: Cartão perfurado

Cada tarefa a ser realizada pelo computador é chamada de job. Cada


job é formado não só pelo programa a ser realizado, mas também pelos
valores a serem utilizados e as instruções de controle para a máquina.
Para agilizar ainda mais o processamento, surgiu a ideia de batch. Você
já ouviu falar nessa ideia? Ela representa uma união de jobs com fun-
ções parecidas. Mas, para cada tarefa ser realizada, era necessária uma
interação com o usuário, mesmo que fosse apenas uma confirmação,
e isso gerava uma lentidão no processo. Com o surgimento dos discos
magnéticos para armazenamento, isso mudou. O sistema operacional
ficava gravado no disco, juntamente com certas jobs. Assim, o processa-
dor da máquina não ficava parado quando tinha muitos afazeres. Quan-
do haviam várias tarefas a serem processadas, e uma delas havia sido
processada por completo, a próxima da “fila” era realizada, e assim por
diante. Esse conceito tem o nome de multiprogramação.

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 2: Multiprogramação

Ficou claro o conceito de multiprogramação? Saiba agora o que é tempo


compartilhado!
No início dos anos 70, surgiu um conceito que até hoje é utilizado nos
computadores: o time sharing (tempo compartilhado). Os sistemas
com time sharing conseguem fazer com que vários programas que estejam
em execução sejam processados quase simultaneamente. Na verdade,
naquela época não existiam processadores com mais de um núcleo, e
já que cada núcleo só processa uma tarefa por vez, não era exatamente
simultâneo o processamento de duas tarefas.
O processador era dividido entre as tarefas, que tinham um tempo deter-
minado para utilizar o mesmo para suas finalidades. Aqui surge o con-
ceito de processo. Conforme Marçula (2008, p. 159), “cada programa
carregado na memória, e em execução, é chamado de processo”. Mas
essa execução de mais de uma tarefa sem que a anterior fosse terminada
poderia criar um novo problema: como o computador iria saber em que
local da memória estava aquela informação que ele estava processando,
para que ele não devolvesse a resposta do processamento no lugar erra-
do, talvez até substituindo as informações de outro programa?
Esse controle virou tarefa do SO, que começou a cuidar dos arquivos
como um todo, sabendo suas localizações. Com a evolução dos equipa-
mentos, o próprio processador absorveu essa tarefa de saber o local da
memória com o processo que ele está realizando no momento, e o SO
ficou apenas com o controle de arquivos quanto a sua organização.

Figura 3: Time sharing

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 15


A próxima inovação foi o multiprocessamento. Mas veja bem! Multi-
processamento é diferente de multiprogramação.

Esse novo conceito consiste em mais de um processador realizando as


tarefas, todos eles tendo acesso a todo o hardware, e cada um deles
realizando uma tarefa. É a maneira de trabalho dos processadores de
vários núcleos de uma maneira geral.

Mas como eles utilizam de forma concomitante todo o hardware, o de-


sempenho não é o mesmo de, por exemplo, dois computadores com
processadores de um núcleo, cada qual com seu hardware. Há duas mo-
dalidades de multiprocessamento: simétrico (o mais utilizado, onde
mesmo se um processador falhar, o outro trabalha normalmente, pois
cada um tem uma cópia idêntica do SO) e assimétrico (existe um pro-
cessador principal, chamado de “mestre”, que controla o processamento
entre os outros processadores, os “escravos”, mas se o “mestre” parar
de funcionar, todos os outros também param, e é por isso que esse mo-
delo já não é muito utilizado).

Figura 4: Multiprocessamento simétrico

Depois dele, surgiram os sistemas de tempo real, que dava para cada
processo um tempo limite para sua execução e, caso ele não conseguisse
ser processado a tempo, haveria falhas. Um exemplo desse sistema é a
injeção de combustível nos carros: caso ela não ocorra a tempo, o motor
vai falhar. Os sistemas de tempo real também têm duas modalidades:
crítico (são sistemas especiais, como o citado acima, onde, se aquele
processo não for realizado em tempo, algo anormal acontecerá) e não
crítico (apenas dá prioridade a processos mais importantes, até que eles
sejam completados.)
E, finalmente, uma concepção que apareceu juntamente com as redes
de computadores, é a dos sistemas distribuídos. Saiba que essa ideia
se aproxima do multiprocessamento, mas com máquinas em rede, cada
qual com seu hardware, dividindo as tarefas entre si. Ela aproveita-se jus-
tamente da maior falha do multiprocessamento como seu maior desta-
que. Mas, claro, para esses sistemas, há uma necessidade de mais de uma
máquina funcionando ao mesmo tempo.

16 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 5: Sistema distribuído

Foi um aprendizado e tanto, não é mesmo? Mas fique tranquilo que
você verá mais exemplos e terá maiores informações sobre os sistemas
operacionais na Unidade de estudo 3. Agora, o convite é para seguir
para a próxima etapa, onde o foco será o funcionamento do sistema
operacional. Até lá!

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 17


Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 – Como o SO funciona


Seção 2 – Shell e kernel
Seção 3 – Classificações: usuários, projeto
e processos
Seção 4 – Gerenciamento de processos
Seção 5 – Gerenciamento de recursos
Seção 6 – Gerenciamento de entradas e
saídas
Seção 7 – Sistema de arquivos
O funcionamento

Seção 1
Como o SO funciona
Segundo Oliveira (2004 p. 1), “o dispositivo de armazenamento
sistema operacional é uma cama- em massa em que ele esteja insta- A shell de linha de comando
da de software colocada entre o lado. Então, ao término dos testes é também conhecida como
hardware e os programas que exe- da BIOS, o Bootstrap é iniciado, prompt de comando e con-
siste em uma tela em que o
cutam tarefas para os usuários”. copia para a memória RAM o ker-
usuário insere seus comandos
Por isso, ele é essencial ao funcio- nel do sistema operacional, para
por meio de frases, palavras
namento da máquina. No caso do que, a partir disso, o controle do e combinações de caracteres
computador, ele é iniciado após computador seja dele. (os tais comandos) para que
os testes de hardware executados E o shell e kernel, você sabe para as ações desejadas sejam exe-
pela BIOS (Basic Input/Output que são utilizados? Siga em frente cutadas.
System – sistema básico de entra- para descobrir!
da e saída), um sistema que testa
a conexão com os equipamentos Ela é um pouco mais complexa de
de necessidade essencial para o se utilizar, já que o usuário deve
funcionamento do computador. Seção 2 saber por inteiro o comando, ou
Quando a BIOS detecta que o Shell e Kernel pelo menos como começá-lo
funcionamento desses equipa- para então pedir “ajuda” do siste-
mentos está correto, ela inicia o Agora você já sabe que o sistema ma operacional. E sabe por quê?
sistema operacional. Como você operacional serve para que o usu- Como os comandos são predefi-
estudou anteriormente, todos os ário não interaja diretamente com nidos pelo próprio sistema opera-
programas de computador a se- o hardware, certo? Isso tornaria a cional, qualquer erro que o usuá-
rem executados criam processos, utilização do computador mais rio cometer fará com que aquele
reservando espaços na memória difícil. Mas para que isso seja feito comando não seja executado.
RAM para seu funcionamento, e corretamente, o SO deve ter uma Hoje em dia, ele é um tipo de in-
o sistema operacional é que inter- interface em que o usuário consi- terface não comumente utilizado,
medeia os programas e o hardware. ga inserir os comandos para a exe- mesmo estando presente, ao me-
cução dos programas e tarefas ne- nos parcialmente, em praticamen-
Mas se ele é um programa e não
cessários. O nome dessa interface te todos os sistemas operacionais
está ainda ligado ao hardware,
é shell (também conhecido por Praticamente tudo o que se fazia
quem vai criar o seu processo?
sistema interpretador de coman- nele está presente nos SO por
Na verdade, isso acontece por um dos). A shell é uma ligação entre meio da shell gráfica. Mas, mesmo
procedimento chamado booting. o usuário e o kernel do sistema assim, alguns equipamentos ainda
A placa-mãe contém em uma me- operacional, para que ele compre- se utilizam dela para, dependen-
mória ROM (Read-Only Memory enda o que o usuário pretende e do da ocasião, facilitar a compre-
– memória apenas de leitura) um execute a tarefa apropriada, inte- ensão do comando pelo hardware
programa chamado Bootstrap, ragindo com o hardware. Há dois ou simplesmente por não haver
que contém a localização do ker- tipos de shell: linha de comando necessidade de “auxiliar” o usuá-
nel (veja a seção 2 para melhor e gráfica. Vamos conhecer cada rio a não cometer erros, caso de
compreensão) do sistema opera- um deles? Acompanhe! programas voltados para usuários
cional no disco rígido ou outro mais avançados. Um exemplo que

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 19


podemos encontrar de shell de linha de comando é o prompt de comando
contido nos sistemas operacionais Windows e Linux, em praticamente
todas as suas versões. Quer ver um exemplo de prompt de comando Win-
dows? Então acompanhe!

Figura 6: Prompt de comando Windows

Como você pode perceber, na imagem anterior foi executado o coman-


do DIR, que no Windows serve para analisar os arquivos e pastas conti-
dos em certo lugar do computador, no caso, na pasta raiz do disco local
(C:\).

E você sabia que os primeiros SOs não tinham os dois tipos de interfa-
ce? Isso mesmo. Era apenas a shell de linha de comando.

Imagine o monitor de seu computador por completo como a imagem


anterior e você apenas digitando os comandos, em uma situação onde o
mouse não precisava existir (na verdade, não existia mesmo)!
Apenas com o passar do tempo a facilidade de uso do computador co-
meçou a ficar importante (pense bem, o que você iria preferir: ter de
fazer tarefas como cálculos complexos manualmente ou decorar alguns
comandos para fazer uma máquina ser capaz de realizá-los com rapidez
e praticamente sem erros?).

Nessa “revolução”, surgem as shell gráficas (também chamadas de GUI


– Graphic User Interface). Nelas, o usuário tem uma menor suscepti-
bilidade a erros, pois ele deve escolher a tarefa desejada por meio de
opções predeterminadas, por meio do clique do mouse em menus,
botões e ícones, o que também torna todas as tarefas mais simples.

Como curiosidade, saiba que o início dessa mudança de sistemas com


linha de comando para sistemas com interfaces gráficas, ponto crucial
para o computador ser o que conhecemos, veio de uma empresa muito
conhecida hoje por todos: a Apple, que criou, em 1983, o sistema ope-
racional Lisa, o primeiro SO com interface gráfica e, claro, com mouse.

20 CURSOS TÉCNICOS SENAI


É importante ressaltar que, ainda que a shell gráfica seja mais fácil de
utilizar, há muitas coisas que se fazem mais rapidamente em um compu-
tador pela shell linha de comando. Acompanhe a seguir!

Figura 8: Shell e kernel

Depois de observar a figura ficou


mais fácil de entender, você con-
corda? A figura anterior resume o
que você estudou nesta seção: o
usuário acessa, por meio da shell,
Figura 7: Tela do SO Lisa o kernel, para que ele, então, aces-
se o hardware e realize a tarefa de-
Como falamos, a shell é uma ligação entre o usuário e o kernel do siste- sejada.
ma operacional. Mas o que é o kernel? Essa é uma boa pergunta! Pronto para mais uma etapa? Na
O kernel (núcleo) é a parte mais importante do SO. Ele é a ponte entre seção seguinte você aprenderá a
a shell e o hardware, fazendo o reconhecimento e a execução dos pro- classificar usuários, projeto e pro-
cessos. Conforme Oliveira (2004, p. 4), “os principais componentes do cessos. Siga com motivação para
kernel de qualquer sistema operacional são a gerência de processador, cumprir mais uma etapa impor-
a gerência de memória, o sistema de arquivos e a gerência de entrada e tante nesta jornada!
saída”. Nele, estão contidas aquelas pequenas tarefas que você viu na se-
ção 1 da Unidade de estudo 1 e outras pequenas instruções que ajudam
o sistema operacional a achar os equipamentos de hardware responsáveis
por receber as informações do usuário, interpretá-las e mostrar ao mes-
mo uma resposta.
Falando nisso, você já deve ter ouvido falar sobre drivers, correto? Sabe
do que se trata? Eles nada mais são do que pequenos programinhas ins-
talados no SO para o reconhecimento de dispositivos pelo computador.
Por exemplo, ao instalar uma placa de vídeo no seu computador, para
que ela funcione de forma correta e completa, é provável que você deva
instalar o(s) seu(s) driver(s). Mas como cada sistema operacional trabalha
diferentemente quanto à interação com o hardware, o driver, como os
outros programas em geral, geralmente é específico àquele SO. Ou seja,
não adianta instalar um driver feito para Windows em um Mac OS. Ele
não funcionará. Portanto, fique atento!

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 21


Mas atenção! Um projeto de núcleo monolítico (ou monobloco) é sim-
Seção 3 ples. Porém é um pouco desorganizado, o que dificulta a compreensão
Classificações: usuários, do que está acontecendo em um computador que o utiliza. Machado
projeto e processos (2002, p. 58) afirma que ele pode ser comparado “com uma aplicação
formada por vários módulos que são compilados separadamente e de-
Como você já sabe, existem vários pois linkados, formando um grande e único programa executável, onde
tipos de sistemas operacionais. os módulos podem interagir livremente”. Esse projeto foi o utilizado
Para poder entendê-los melhor, nos sistemas Unix iniciais e também no MS-DOS.
é importante saber três coisas so-
bre um SO: como ele lida com os
usuários? Qual é o projeto dele?
E como ele interage com os pro-
cessos? Essas são questões bem
importantes e a partir de agora
você verá as classificações de SO
possíveis conforme cada uma de-
las. Vamos lá?
Quanto à classificação por usu-
ários, a divisão é simples: monou-
suário e multiusuário. Saiba mais
sobre cada um!

Monousuário é o sistema que


permite apenas um usuário
utilizando por vez. Sistemas
como as versões caseiras de
Windows e os SO de celulares
são exemplos. E multiusuário
é todo SO em que mais de um Figura 9: Núcleo monolítico
usuário pode utilizar o com-
putador simultaneamente.
Já o micronúcleo (microkernel), como o próprio nome diz, tem um nú-
Todos os sistemas operacio-
cleo resumido, com as tarefas e informações mais essenciais se tornando
nais de rede, entre eles Unix
e Linux, são exemplos dessa processos. Quando um programa precisa de algum desses processos, ele
classificação. se torna um “cliente” de um processo, que é um “servidor”. O micronú-
cleo faz a comunicação entre o “cliente” e o “servidor” para que a tarefa
seja executada. É importante citar que o “cliente” é executado na porção
Sobre o projeto de um SO, que do usuário, não necessariamente no kernel, o que não permite seu acesso
descreve como trabalha o seu ker- direto ao hardware e, se algum dos “servidores” causar algum problema,
nel, podem-se citar quatro tipos: só ele parará, não o kernel inteiro. Vale a pena destacar que o primeiro
núcleo monolítico, micronúcleo, SO com esse conceito é o Mach, da década de 1980.
sistema em camadas e máquina
virtual. Nessa parte, para facili-
tar sua compreensão, você verá
imagens divididas em duas partes:
modo usuário e modo kernel. No
modo usuário está contida a shell
e, no modo kernel, o hardware.

22 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Por fim, máquina virtual é um
projeto no mínimo curioso: é um
SO dentro de outro SO! Na ver-
dade, o sistema operacional “hos-
pedeiro” recebe um programa de
máquinas virtuais, que também
tem acesso total ao hardware, e
nesse programa se instala, então,
a tal máquina virtual. Ela é execu-
tada, como todos os programas
normais, em uma janela do SO
“hospedeiro”, e tem o funciona-
mento igual ao obtido em uma
instalação direta dele, não sendo
apenas uma simulação, mas sendo
apenas necessário o disco de ins-
talação do SO que se deseja insta-
Figura 10: Micronúcleo
lar na máquina virtual, justamente
por ser uma aplicação real do SO.
E o sistema em camadas, você sabe a sua função? Ele divide o sistema Isso causa situações inusitadas,
em partes mais internas ou externas, em que as mais internas têm maior como um Windows dentro de um
acesso ao hardware e as outras só o acessam interagindo com a cama- Linux, ou até várias versões de SO
da mais próxima a ela, como uma hierarquia. Seu conceito surgiu em na mesma máquina, mas você já
Eindhoven, Holanda, no sistema operacional THE (Technische Hogeschool deve estar imaginando que a pro-
Eindhoven), de 1968. dutividade do computador deve
diminuir, e isso é verdade, pois
as máquinas virtuais ocupam o
É essa hierarquia que garante maior proteção ao hardware, pois, para
mesmo hardware. Então, para su-
uma camada mais externa chegar a ele, precisa interagir com a pró- portar esse projeto, é preciso uma
xima, que interage com a seguinte, até chegar ao kernel, que então máquina mais potente, conforme
acessa o hardware. a quantidade de máquinas virtuais
que se deseja criar. Saiba que esse
conceito foi ideia da IBM, que, em
Um exemplo disso são os conhecidos “modos de usuário”, onde, em um 1972, no SO VM/370, implantou
sistema chamado OpenVMS, havia quatro modos diferentes de usuário, a ideia, para que sistemas OS/360,
cada um com mais privilégios do que o outro. Segundo Machado (2002, também da marca, pudessem exe-
p. 60), “atualmente, a maioria dos sistemas comerciais utiliza o modelo cutar seus processos nela.
de duas camadas, onde existem os modos de acesso usuário (não privi-
legiado) e kernel (privilegiado)”.
As maiores vantagens são o
E você, utilizando alguma versão do Windows ou Linux, já tentou instalar fato de que se pode utilizar
algum programa, mas não conseguiu por falta de privilégios? mais de um tipo de SO dife-
rente na mesma máquina, e
Se sua resposta for sim, saiba que isso aconteceu porque você estava também que se uma máquina
logado na máquina como não privilegiado e esses sistemas se utilizam virtual der problema, as ou-
desse projeto. tras, inclusive a “hospedeira”,
podem continuar funcionan-
do normalmente.

Figura 11: Sistema em camadas do Windows

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 23


Saiba que existem programas gratuitos na internet para download que per- agilidade ao computador, já que
mitem a criação de máquinas virtuais, como o VirtualBox. ele não fica ocioso, aguardando
por uma informação que pode
demorar a chegar a ele. Hoje em
dia, a maioria absoluta dos siste-
mas operacionais se utiliza desse
modo e isso é visualizável pelo
simples fato de você poder abrir
mais de um programa ao mesmo
tempo. Como você deve lembrar,
cada programa aberto gera um
processo. Mas aguarde para saber
mais sobre esse gerenciamento
entre eles na Seção 4.
Quanto ao processamento, tam-
bém existem duas classes: mono-
processamento e multiprocessa-
mento.

O monoprocessamento acon-
tece nos casos em que o
computador tem apenas um
processador, pois cada pro-
Figura 12: Máquinas virtuais cessador consegue trabalhar
com apenas um processo por
vez. Já o multiprocessamen-
E agora chegou a hora de conhecer o terceiro tipo de classificação: por
to trabalha com mais de um
processos. Há duas diferenciações que podemos fazer aqui: quantidade processador trabalhando em
de processos a serem executados e quantidade de processadores a serem conjunto, realizando as tarefas
utilizados. Mas antes de explicá-las, já que vamos falar de processos, é daquela máquina.
importante dizer que processo não é igual a programa.
O programa é algo que você instala na máquina, que tem uma sequência
limitada de instruções que não mudam, conforme sua intenção no mo- Quanto ao processador, para ser
mento em que foi desenvolvido por seus programadores. Já o processo mais específico, ele pode até tra-
é criado quando você precisa executar o programa e não tem todas as in- balhar com mais processos ao
formações sobre ele, apenas as necessárias conforme o momento de sua mesmo tempo. Mas, para isso, ele
execução. Por exemplo, nós podemos ter em diferentes computadores deve ter mais de um núcleo, uma
os mesmos programas, mas, como somos usuários diferentes, também o vez que cada núcleo do processa-
utilizamos para fins variados, gerando então processos diferentes com o dor suporta apenas um processo
mesmo programa. Ficou clara essa diferença? Então vamos seguir! por vez, como os processadores
Dentro da quantia de processos, temos o monotarefa e o multitarefa. Dual Core (dois núcleos) ou Quad
O monotarefa (também chamado de monoprogramação) executa uma Core (quatro núcleos). Nesses ca-
tarefa por vez no computador, como as máquinas antigas faziam (estu- sos, cada núcleo recebe uma tare-
dadas na Seção 2 da Unidade de estudo 1, com jobs e batches), e fazem fa de um processo a se executar.
praticamente todas as shell linha de comando monousuários. Mas, nesse Dentro do multiprocessamento,
caso, os recursos da máquina não são aproveitados por completo, já que há ainda duas divisões: os SO for-
quando o processo permanece aguardando uma informação, o sistema temente acoplados e os SO fraca-
fica parado até a resposta do usuário, mesmo tendo outra tarefa na fila. mente acoplados. Nos fortemente
acoplados (ou multiprocessado-
Já no caso do multitarefa (ou multiprogramação) há suporte para mais
res), dois ou mais processadores
de um processo ser executado por vez E, então, caso um processo esteja
se utilizam da mesma memória
em espera, o próximo é processado, e quando a resposta do processo
RAM e dos mesmos dispositivos
anterior for recebida, ele volta a ser processado. Esse método dá mais

24 CURSOS TÉCNICOS SENAI


de entrada/saída (E/S) para realizar os processos, o que os torna mais
baratos. Já nos fracamente acoplados (ou multicomputadores), cada pro-
cessador tem seu conjunto de hardware para trabalhar, deixando-os mais
caros, mas também mais eficientes, já que se algum hardware falhar, o
outro conjunto consegue continuar trabalhando.

Figura 13: Multiprocessadores

Figura 14: Multicomputadores

Dentro das características que você pôde verificar nas figuras anteriores,
podemos citar três tipos de sistemas operacionais: os monotarefa/mo-
noprogramação (SOs mais antigos, em que a máquina suportava ape-
nas um programa por vez); os multitarefa/multiprogramação (SOs
um pouco mais recentes, que conseguiam trabalhar com mais de um
processo em memória, mas que, devido às restrições de processamento,
realizavam uma tarefa por vez); e os multiprocessamento (SOs de hoje
em dia, que, com o avanço da tecnologia, conseguem realizar duas ou
mais tarefas ao mesmo tempo).

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 25


No estado de execução é que o
Seção 4 processo é realizado pelo proces-
Gerenciamento de processos sador, onde suas tarefas são calcu-
ladas e geram uma resposta. Esse
Certamente agora você já sabe que um computador pode, ao mesmo estado tem três passagens (na le-
tempo, ter vários processos em execução, e que o núcleo de um pro- tra C sua interrupção, na letra D,
cessador pode apenas trabalhar com um processo por vez. Mas como a espera, e na letra F, o término
o processador faz esse controle e como ele “escolhe” o processo a ser de sua execução). A passagem a se
executado? utilizar no momento depende do
Para facilitar a compreensão, vamos trabalhar com base em um desenho tipo do escalonamento e também
que contém os passos de um processo, desde quando é aberto até o mo- se o processo terminou ou não.
mento em que o programa é fechado, e, por consequência, o processo Mas aguarde a definição da pas-
se encerra. sagem a ser realizada posterior-
mente.
Na passagem C, a interrupção, o
processo volta ao estado de pron-
to para que outro possa utilizar o
processador.
Na letra D temos a espera. Nessa
passagem, o processo foi pausa-
do para esperar uma entrada ou
resposta do usuário, pois não tem
o que fazer se essa ação não for
realizada. Imagine, por exemplo,
Figura 15: Estados do processo
quando você utiliza um programa
de edição de texto e fica um tem-
Note que cada retângulo representa um estado do processo em si e as po sem digitar nada: o processo
setas são as passagens de um estado a outro. Vamos ver a sequência fica esperando por um comando
dos acontecimentos conforme a ordem alfabética das setas da imagem. mas, como ele não vem, o pro-
Acompanhe! cessador fica ocioso. Essa espera
Um processo novo é aquele que acabou de ser aberto pelo usuário, coloca o processo no estado de
quando ele abre o programa. A seta A representa seu início, onde ele bloqueio, que é a “pausa” do
está entrando no estado pronto. processo, e é nesse estado que o
O estado pronto significa que ele já está na memória RAM, na fila de processo fica até que o usuário dê
processos que podem ser executados, mas por algum motivo não está a resposta necessária (no exem-
sendo processado. plo anterior, quando você digita
Aqui entra a parte na qual o sistema operacional escolhe que processo uma letra). Essa entrada de uma
será executado no momento: na seta B, o escalonamento. Por meio resposta é a passagem E, onde o
dele, o SO define qual processo irá para o processador. Perceba que o es- processo volta ao estado pronto,
calonador, no SO, possui uma tabela com todos os processos em estado que significa que ele pode ser pro-
pronto, bloqueio e execução, e também inclui nessa lista os processos cessado novamente.
que forem abertos, exclui os finalizados e cuida. E a passagem E é o término, que
Nessa lista há informações como a prioridade de cada processo (pro- leva o processo ao estado fim.
cessos mais cruciais ao funcionamento têm maior prioridade do que Essa passagem acontece em duas
outros), local dele na memória (tanto RAM como no dispositivo de ar- ocasiões: quando o programa foi
mazenamento em que o programa que o gerou está instalado), arquivos encerrado (fechado), ou quando
abertos, entre outros. Há dois tipos de escalonamento, mas antes de ele terminou as tarefas que foi
falar deles é importante que conheçamos os estados de execução e blo- programado a fazer.
queio, e as passagens C, D e E. Vamos lá! Agora que você já sabe o neces-
sário, vamos voltar ao escalona-
mento? Os tipos de escalonamen-
to são: cooperativo e preemptivo.

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


No escalonamento cooperativo (ou não preemptivo), conforme Ma-
chado (2002, p. 139), “quando um processo está em execução nenhum
evento externo pode ocasionar a perda do uso do processador”. Isso
quer dizer que, nele, não existe a possibilidade da passagem C, a inter-
rupção, acontecer. O processo que entra em estado de execução só sai
de lá quando entra em término, por não ter mais o que fazer, ou quando
está em espera, e, se esse for o caso, o processador pode receber outro
processo. Mas isso pode causar um monopólio prejudicial ao funcio- Figura 17: Time slices
namento do computador, principalmente em uma ocasião em que um
processo entrou em bloqueio, pois, se outro processo entrar em execu-
ção, aquele primeiro só voltará a ser executado quando o outro “deixar”. Além disso, esse conceito tam-
Justamente por isso, ele é um tipo de escalonamento não muito utilizado bém conseguiu implementar uma
hoje em dia, mas pode-se citar como exemplos de sistemas operacionais novidade muito importante: a
que se utilizaram desse procedimento o MacOS 7, da Apple, e o Windo- ideia de prioridade de processo.
ws 3.11, da Microsoft. Na computação, uma grande difi-
culdade era conseguir definir qual
tarefa é mais importante, para que
o computador a fizesse primeiro.
Com as prioridades, o SO define
as tarefas mais importantes, dan-
do a elas vantagem sobre as ou-
tras para que sejam terminadas
mais rapidamente, como aumen-
tar o time slice delas ou até, depen-
dendo da ocasião, fazendo como
Figura 16: Fluxo do processo no escalonamento cooperativo o escalonamento cooperativo fa-
zia: só tirar esse processo de sua
Por esse problema visto no escalonamento cooperativo, uma evolução execução quando ele terminar.
quanto ao escalonamento foi necessária. Com essa intenção de melho- Você está lembrado das aplicações
ria, surge o escalonamento preemptivo. Ele se utiliza de uma nova em tempo real? Esse foi um dos
passagem, a interrupção (C), para melhorar o processamento. Agora o temas da seção 2 da unidade de
processo, além de passar por espera e término, também sai de execu- estudo anterior. Você deve con-
ção quando é interrompido. Essa interrupção é uma maneira de fazer cordar que esses processos devem
com que o monopólio do escalonamento cooperativo não exista e que ter prioridade total no momento
todos os processos trabalhem quase simultaneamente. E você lembra o em que precisam ser executadas.
porquê desse “quase”? Se não, reveja a parte em que falamos do mono- Imagine se algum outro processo
processamento. Mas lembre-se de que um processo não precisa espe- estivesse em execução no mo-
rar o outro que está em execução terminar ou entrar em bloqueio, pois mento em que alguma dessas apli-
há uma divisão do processador entre todos os processos abertos. Isso cações estivesse precisando ser
acontece por um processo chamado time slices (fatias de tempo), que executada. Ela provavelmente não
divide o tempo de uso do processador em “fatias”, para cada processo conseguiria ser realizada a tempo,
ter seu espaço na execução. e isso poderia danificar todo o sis-
Quando esse tempo acabar ele volta para o estado pronto e o próximo tema e o equipamento, causando
processo da fila toma o seu lugar na execução. Claro que, por mais prejuízos incalculáveis. Por isso,
que o time slice reservar esse certo tempo de uso do processador, não esses sistemas utilizam o escalo-
quer dizer que o processo precisará desse tempo todo. Se isso acontecer, namento preemptivo. Além des-
o processo “quebra” sua fatia, permitindo que outro o substitua. Esse ses sistemas, outros como as fa-
tempo é tão curto que faz parecer ao usuário que os vários programas mílias Windows, Linux e MacOS,
que ele abriu são executados ao mesmo tempo, mas, como já vimos, isso em suas versões mais recentes,
não pode acontecer. utilizam esse escalonamento. Veja
um exemplo do fluxo do proces-
so de escalonamento preemptivo
para entender melhor.

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 27


▪▪ Utilização do processador:
deixá-lo ocupado pelo maior
tempo possível.
▪▪ Throughput: quantidade de pro-
cessos terminados com sucesso
em certo tempo.
▪▪ Tempo de retorno (turnaround):
intervalo de tempo entre os esta-
dos de novo e fim.
Figura 18: Fluxo do processo no escalonamento preemptivo
▪▪ Tempo de espera: soma do
tempo em que o processo ficou
O escalonamento pode ocorrer em quatro mudanças de estado. Saiba esperando no estado pronto.
quais são!
▪▪ Tempo de resposta: tempo
1. Pronto para execução. que o processo leva até começar
a responder.
2. Bloqueio para pronto.
Na maioria das ocasiões é melhor
3. Execução para bloqueio. que os dois primeiros itens este-
jam no máximo e os três últimos
4. Execução para fim.
no mínimo possível mas, depen-
dendo da ocasião, isso pode va-
Com isso, a cada mudança de estado no processo, o sistema operacional riar.
pode escolher qual processo será executado agora, verificando as priori- Pronto! Agora que você já sabe
dades e necessidades de execução. É importante ressaltar que, nos dois como gerenciar processos, que tal
últimos casos, o escalonamento é obrigatório, ou então o processador trocar ideias e tirar dúvidas com o
ficaria ocioso. Silberschatz (2001, p. 97) resume bem o que falamos an- professor e os colegas? Aproveite
teriormente. “Quando o escalonamento ocorrer apenas nos casos 3 e 4, para discutir os principais con-
dizemos que o esquema de escalonamento é não preemptivo ou coope- ceitos estudados e ampliar ainda
rativo; caso contrário, é preemptivo”. mais os seus conhecimentos. Siga
em frente!

Em sua maioria, os programas não nos dão uma sequência fixa de coi-
sas a fazer e sim a possibilidade de escolher o que queremos fazer.
Seção 5
Gerenciamento de
Mas imagine se cada uma dessas tarefas precisasse criar um processo memória
para si. Isso ocuparia muitos recursos de uma maneira inútil. Por isso,
cada processo iniciado pode ser formado por várias threads, sendo que
Você deve lembrar do estudo
cada uma delas contém alguma das tarefas que podem ser executadas
anterior em que um sistema ope-
por aquele processo. E você sabe como se chama essa utilização de vá-
racional suporta a utilização de
rias threads pelo mesmo processo? Ela se chama multithreading, trazen-
diversos processos ao mesmo
do um conceito estudado anteriormente: o multiprocessamento. Nesse
tempo, todos tendo seu espaço na
caso, mais de um processador pode trabalhar no mesmo processo, cada
memória RAM e sua chance de
um em uma thread diferente.
utilizar o processador.
Há vários algoritmos de escalonamento que auxiliam na escolha do pró-
ximo processo a entrar em execução. Todos se baseiam, de formas dife- Mas como esses processos não se
rentes, em cinco critérios. Conheça cada um deles. confundem, por exemplo, utilizan-
do as informações uns dos outros?

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Antes da resposta, é importante Mas veja bem! Quando um es-
que você conheça dois termos paço na memória é liberado, não
sobre memória. Como sabemos, quer dizer que essa mistura de
há no computador duas memó- zeros e uns se tornará apenas ze-
rias diferentes: a memória RAM e ros, por exemplo. O que aconte-
o disco rígido (também chamado ce é que o espaço reservado na
de HD – hard disk). Em alguns memória para aquele processo
momentos dessa seção serão uti- agora é dado pelo gerenciador de
lizadas definições mais específicas memória como livre, permitindo
de cada uma delas. A memória que um novo processo ocupe esse
RAM é a memória principal do espaço.
sistema, pois é a memória mais O controle da utilização da me-
importante para o processamento mória é feito pela unidade de ge-
e execução das tarefas. Já o disco rência de memória (Memory Figura 19: Partições fixas
rígido é a memória secundária, Management Unit – MMU).
já que os programas estão insta- Oliveira (2004, p. 99) afirma que Nas partições fixas, os espaços
lados nela, mas nem todos eles “entre outras coisas, é a MMU da memória têm tamanhos prede-
serão processados. que vai mapear os endereços ló- finidos e cada processo só pode
gicos gerados pelos processos ocupar uma das partições, o que
nos correspondentes endereços causa dois problemas principais:
DICA físicos que serão enviados para a espaço sobrando inutilizável (di-
Lembre-se de que os proces-
memória”. gamos que as partições 1 e 3 estão
sos é que são processados, Endereços lógicos e físicos? Isso sendo utilizadas e um processo
não os programas. mesmo! Os endereços lógicos que precisa de 12 espaços será
são os criados por cada processo aberto: esse novo processo só
para armazenar as informações poderá ser alocado na partição
necessárias para seu uso (como as 2, mas 8 espaços serão inutiliza-
O gerenciamento de memória variáveis que se utiliza na criação dos para isso); e a não criação de
tem, resumidamente, três tarefas: de um programa). Já o endereço processos (na mesma situação an-
ao final de um processo, liberar a físico é aquele espaço na memó- terior, mas no caso do processo
parte da memória que foi utiliza- ria principal que o processo vai novo precisar de 25 espaços: eles
da por ele; controlar a utilização utilizar (as posições da memória não cabem em nenhuma das par-
da memória, sabendo quanto e RAM). Ficou clara a diferença en- tições livres e, como cada proces-
que partes dela estão ou não sen- tre esses endereços? Em frente! so pode ocupar apenas uma par-
do utilizadas; e fazer a troca de Vamos falar sobre algumas situ- tição por vez, esse processo não
informações entre as memórias ações que acontecem nesse con- será aberto). Por isso, as partições
primária e secundária, quando ne- trole da memória. Para auxiliar variáveis são mais utilizadas.
cessário. nessa compreensão, utilizaremos
Mas como acontece a liberação de a seguinte ideia como base: possu-
memória? Ela acontece quando ímos uma memória principal (na
um processo é finalizado e libe- secundária o processo é o mesmo,
ra a parte da memória que estava apenas troque os processos por
utilizando. Mas essa liberação não programas) com 100 espaços (a
quer dizer necessariamente que soma dos valores dentro de cada
ele apaga as informações nela. imagem será essa). Esses espaços
Como você deve saber, tudo no são divididos em partições, que
computador se resume ao famoso podem ser fixas ou variáveis.
código binário, mais claramente
em bits, 1 ou 0.

Figura 20: Partições variáveis

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 29


Nas partições variáveis, trabalha-se com um sistema de lacunas, que vos processos (o processamento
são os espaços da memória livres para os processos. Cada processo novo dessas informações que ficam na
ocupa nas lacunas o que for preciso para que ele seja processado e tor- memória secundária é mais lento,
na o que não foi necessário em uma nova lacuna, claro, menor que a mas ao menos o processo pode
anterior. Isso resolve o primeiro problema das partições fixas, pois não ser aberto).
há espaços completamente inutilizados. Sendo assim, quanto mais pro- Foi um grande aprendizado sobre
cessos utilizados, menos espaço livre, sendo necessária uma busca às partições fixas e partições variá-
possíveis lacunas. veis. E depois de conhecer as par-
tições dos espaços da memória, o
convite é para aprender a geren-
ciar entradas e saídas. Vamos em
frente?

Seção 6
Gerenciamento de
Figura 21: Funcionamento das partições variáveis entradas e saídas
Observe a figura anterior. Existe o sistema operacional ocupando 30 De acordo com Marçula (2008,
espaços e três processos abertos ocupando, respectivamente, 21, 30 e 7 p. 165), “o sistema operacional
espaços cada. Ainda temos 12 espaços livres em uma lacuna. Se o pro- gerencia o funcionamento do sis-
cesso 2 for fechado, teremos mais 30 espaços livres, mas esses espaços tema de entrada e saída de da-
não se unem aos 12 anteriores pois, para isso, o processo 3 teria de ser dos (I/O), para isso atua como
realocado. Isso não acontece porque, se o processo realocado estiver um intermediário entre o software,
sendo processado neste momento, o processador vai devolver a respos- o hardware e os usuários”. Nesse
ta ao local errado, causando erros. Se um programa criar um processo papel, ele se utiliza dos drivers.
novo, de 19 lacunas, ele pode ocupar essa lacuna criada pelo fechamento
do processo 2, criando uma nova lacuna de 11 espaços.
Driver é um pequeno progra-
Mas e se o novo processo precisasse de 10 espaços ao invés de 19? Qual ma, localizado no kernel do
lacuna ele ocuparia? sistema operacional, que faz
com que cada informação a ser
Ele caberia nas duas lacunas. Portanto, a escolha seria do sistema ope- recebida por um dispositivo de
racional. Essa busca pode ser feita de quatro maneiras diferentes: first-fit entrada ou a ser mostrada em
(utiliza a primeira lacuna que tenha espaço suficiente para o processo um dispositivo de saída seja
novo), Circular-fit (idem ao anterior, mas não verifica a primeira lacuna reconhecida e executada pelo
computador.
após a ocupação do processo anterior), best-fit (utiliza a lacuna que dei-
xará menos sobra) e worst-fit (inverso do anterior). A first-fit ocuparia a
primeira lacuna, por ser a primeira em que cabe o novo processo; na
circular-fit também, mas porque o último processo criado foi o 3, então Ah, agora ficou mais claro! Saiba
ele “pulará” essa lacuna na busca; o best-fit utilizaria a segunda lacuna e o que os SOs já vêm com alguns
worst-fit utilizaria a primeira. drivers em sua instalação padrão,
que são genéricos para o reconhe-
Quanto à troca de informações entre as memórias primária e secun-
cimento de alguns dispositivos,
dária, saiba que existem duas possibilidades principais disso acontecer.
principalmente os mais básicos,
Uma delas é quando o processo for aberto (afinal de contas o programa,
como teclado, mouse, placas de
instalado na memória secundária, cria um processo que deverá alocar
vídeo e som, entre outros. Mas
um espaço na memória primária) e quando as informações processa-
lembre-se de que para alguns
das devem ser salvas na memória secundária (ao salvar um arquivo, por
dispositivos é necessário fazer a
exemplo). Ainda há uma terceira opção, mas não são todos os sistemas
instalação do seu driver específico,
operacionais que a têm: caso a memória primária esteja cheia, o siste-
que geralmente vem com ele ou
ma operacional reserva um espaço da memória secundária para os no-
pode ser baixado do site da fabri-

30 CURSOS TÉCNICOS SENAI


cante. E você sabia que cada driver
pode suportar um dispositivo em
Seção 7
específico ou vários dispositivos Sistema de arquivos
com a mesma função? É, sim! An-
tigamente, quando era necessária Certamente você já trabalhou com arquivos, certo? Então, antes de fa-
a troca de um dispositivo por ou- larmos do sistema de arquivos, é importante definirmos corretamente
tro de um fabricante diferente, era o conceito de arquivo. Um arquivo é, segundo Silberschatz (2001, p.
preciso fazer a troca do SO por 35), “uma coleção de informações relacionadas definidas por seu cria-
inteiro. Hoje é só instalar o novo dor”. Marçula (2008, p. 163) complementa dizendo que “o arquivo é
driver e o dispositivo será reconhe- uma sequencia de bits representando programas, ou dados criados e uti-
cido. lizados por programas, que recebem um nome e são armazenados em
dispositivos de armazenamento em massa”. Cada arquivo contém certas
informações, que, apesar de variarem a cada SO, geralmente não variam
Esse gerenciamento é muito muito entre:
importante, já que em cer-
tos momentos os processos
▪▪ nome: nome visualizado pelo usuário (por sinal, é a única informa-
são parados, por pedido de ção de um arquivo que pode ser compreendida por ele);
um dispositivo I/O ou para ▪▪ tipo: é o que faz ele ser reconhecido pelo seu programa;
aguardar uma informação do
mesmo.
▪▪ tamanho: espaço que ele ocupa em disco;
▪▪ localização: local em que ele está armazenado;
▪▪ permissão: que usuários podem abri-lo, modificá-lo e executá-lo,
Essas paradas se chamam inter- entre outras ações;
rupções. Existem três tipos de ▪▪ hora, data e usuário: essas informações cobrem geralmente três
interrupções: externas (para pro- ocasiões: criação, modificação e última abertura.
cessar um clique, por exemplo),
internas (quando ocorrem certas
ocasiões específicas do próprio O nome dos arquivos é formado da seguinte maneira: nome.exten-
programa) e as system calls são. O nome é o nome com o qual o arquivo foi criado ou salvo e a
(chamadas de sistema – pedido extensão é a representação que faz com que o SO reconheça qual
de informação do processo para programa é responsável pelo arquivo.
o sistema operacional).
Entre os dispositivos I/O, po-
Quando você abre um arquivo, o SO procura em uma lista interna qual
demos citar teclado, mouse, im-
programa está listado para aquela extensão e abre o programa para então
pressoras, scanners, caixas de som,
abrir o arquivo.
microfones, discos rígidos, entre
outros. Mas e se a extensão não tiver nenhum programa na lista do SO?
Pronto para dar continuidade
ao estudo? Lembre-se de que Nessa ocasião, ele pode pedir para você dizer a ele que programa deve
cada etapa irá complementar seu abrir o arquivo, ou então dizer que não consegue abri-lo. É importante
aprendizado anterior. Portanto, saber que não é o arquivo que diz qual programa o abre, é o programa
reúna determinação e entusiasmo que diz quais são os arquivos que ele pode abrir corretamente. Quando
e mãos à obra nos estudos! você instala um programa, geralmente ele configura no SO quais as ex-
tensões que pode abrir. Confira agora alguns tipos de extensão comuns.
▪▪ Texto: txt, doc, docx.
▪▪ Imagem: jpg, jpeg, bmp, gif.
▪▪ Planilha: xls, xlsx.
▪▪ Apresentação: ppt, pps, pptx, ppsx.
▪▪ Compactador: 7z, rar, zip.
▪▪ Música: mp3, wma, ogg.
▪▪ Vídeo: mp4, avi, mpeg, mpg, wmv.
▪▪ Executável: bat, scr, com, cmd, exe, bin.

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 31


Você já conhecia algumas dessas extensões de arquivos? Elas são bas-
tante comuns. Para o usuário encontrar mais facilmente os arquivos
armazenados e organizar melhor os novos, todo sistema operacional
permite a criação de diretórios (que muitos usuários conhecem como
pastas). Esses diretórios não interferem em nada o posicionamento dos
arquivos. Ou seja, eles podem estar no mesmo diretório, mas em posi-
ções bem distantes no HD. Eles são apenas uma representação lógica
dos arquivos, visível pelo usuário, feita por meio de listas de localização
criadas no HD, ou mapeamento, com informações sobre os arquivos
contidos neles. Cada SO tem sua estrutura de organização de arquivos e
reconhece-os de maneiras diferenciadas.

Por isso, um instalador de certo programa serve apenas para um SO,


a não ser que ele seja programado para reconhecer ou solicitar o SO e
então fazer a instalação.

Para entender melhor, pense no exemplo em que um programa instalado


em um SO Windows não será reconhecido por um SO Linux (excluindo
situações externas ao SO, como mváquina Virtual e programas de com-
patibilidade).
Quanto à inclusão e exclusão de arquivos no HD, a ideia é a mesma do
controle de memória da memória primária, estudada na Seção 5.
Além de criar, excluir arquivos e diretórios e fazer o mapeamento dos
arquivos em seus diretórios, o sistema de arquivos também deve fazer a
manutenção dos mesmos (permitindo ler, sobrescrever e renomeá-los)
e permitir o backup de arquivos. Backup? O que é? O backup nada mais
é do que uma cópia de segurança para evitar a perda das informações.
Pode-se dizer que é melhor uma peça do computador estragar do que
perder um arquivo: a peça pode ser trocada e o funcionamento do com-
putador voltará ao normal, já a perda de um arquivo importante pode
danificar todo o sistema.
Em certas ocasiões pode-se dividir um disco rígido em partições. Isso
faz com que o SO reconheça em um mesmo HD físico mais de um HD
lógico. Um dos exemplos de utilidade é quando se quer instalar dois sis-
temas operacionais na máquina: cada SO é instalado em uma partição e,
a cada vez que você ligar o computador, ele solicitará em qual SO você
deseja entrar (apenas um SO será utilizado por vez; para utilizar o outro,
o computador deve ser reiniciado).
Outra ocasião, mais comum, é a de garantir um pouco mais de segurança
nos arquivos. Todos os SOs precisam ser reinstalados em certas ocasiões,
como por exemplo, por sofrerem com vírus (programas que danificam o
SO e os programas instalados nele) e afins ou por começarem a ter erros
de execução. Geralmente, quando isso acontece, é necessário formatar
(apagar) toda a partição em que ele está instalado. Isso geralmente causa
perda de arquivos que, após a reinstalação do SO, provavelmente não
poderão mais ser recuperados.

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


DICA
Dividir o HD em duas partições, sendo uma para o SO e os programas
e outra para todos os arquivos, é uma possível solução. Mas essa
ação não reduzirá a perda a zero, mas pelo menos manterá você com
a maioria dos arquivos, já que essa partição sem SO não precisará ser
formatada.

Aqui você encerra mais uma unidade de estudos onde aprendeu sobre o
funcionamento do sistema operacional. Viu o que é a shell e o kernel, a
classificação de usuários, projeto e processos, o gerenciamento de pro-
cessos, de recursos, de entradas e saídas e o sistema de arquivos. Mas não
para por aqui. Ainda tem muita coisa interessante aguardando por você.
Faça do seu estudo um momento enriquecedor em que teoria e prática
sejam complementares. Siga com determinação!

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 33


Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 – Primeiros SOs


Seção 2 – Windows
Seção 3 – Linux
Seção 4 – Mac OS
Os Sistemas Operacionais

Seção 1
Primeiros SOs
Nesta seção não se falará dos sis-
temas para máquinas de grande Sua característica principal é uma tela apenas de texto, não havendo
porte. O foco do estudo será ape- as intefaces gráficas tão comuns atualmente.
nas no âmbito dos sistemas cria-
dos para atender os microcompu-
tadores. Pronto para iniciar? A tela de comandos dos sistemas atuais da Microsoft nada mais é do
Para iniciar um histórico dos sis- que o que se fazia com o MS-DOS, como você verá na figura que segue.
temas operacionais, falaremos Acompanhe com atenção!
no MS-DOS, da Microsoft. Para
Capron (2004, p. 66), “embora os
sistemas difiram entre si, muitas
de suas funções básicas são simi-
lares”, e o estudo desse pioneiro
pode demonstrar isso.
Na verdade, esse sistema tinha o
nome de QDOS, Quick and Dirty
Operating System, desenvolvido por
Tim Paterson no início da década
de 1980. O sistema foi adquirido
pela Microsoft por um valor de
U$ 50.000,00, que o denominou
de MS-DOS, MicroSoft Disk Ope-
rating System, e fez a venda deste Figura 22: Prompt de comando Windows
para acompanhar os equipamen-
tos da IBM. Boa parte dos comandos atuais segue os mesmos do pioneiro DOS,
Ele foi um sistema monoproces- como o DIR A que mostra o diretório na unidade A, ou Format A, que
sado e monotarefa, isto é, o har- faz a formatação da unidade A.
dware permitia o uso de processa- O processo era simples, mas demandava os conhecimentos de cada
mento unitário e só permitia uma comando e sua sintaxe, que quer dizer a forma correta ortográfica do
tarefa por vez. Ou, exemplifican- comando, na ordem correta, seguido de comando para executar, o EN-
do, permitia que se escrevesse um TER do teclado.
texto ou se editasse uma planilha. Nesse período ainda não existia o mouse e, por ser apenas texto, os usuá-
É também preciso entender que rios apenas tinham como interface o teclado.
nesse período estamos em plena
Apesar de hoje ser impensável um sistema tão primário, ele teve uma
época de processadores de arqui-
vida útil de aproximadamente 10 anos e fez com que fosse a maior em-
tetura X86 de 8,16 e 32 bits.
presa de software do planeta e hoje ainda uma gigante que detém mais de
90% do mercado mundial de sistemas operacionais.

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 35


Houve, como é comum em softwares, versões ou atualizações. A primeira
era o PC DOS 1.0 de agosto de 1981. Essa versão suportava “até” 256
Kb de memória RAM para disquetes de 160 KB; a versão 2.0 já admitia
disquetes de 360 KB e assim foi acontecendo até que, em 2001, a empre-
sa encerrou sua produção com a versão 6.22.

Em 1991, um estudante, utilizando o UNIX como base, lançou um sis-


tema que conhecemos hoje como LINUX.

Isso começou na década de 1960 nos laboratórios da Bell Labs, com


o UNICS (Uniplex Information and Computing System), e posteriormente
denominado UNIX, quando a AT&T desenvolveu seu sistema. Nesse
período, não havia a ideia de uma licença para uso, bastando apenas pe-
dir à empresa e esta cedia o software em fita, com apenas um pagamento
simbólico. O UNIX foi o primeiro sistema a administrar o protocolo
TCP/IP e foi distribuído com o projeto GNU (general public licence).
O estudante que lançou um sistema que conhecemos hoje como LINUX
em 1991 chama-se Linus Torvalds. Seu trabalho foi sobre um MINIX,
um UNIX para máquinas de pequeno porte, reescrevendo seu núcleo, o
famoso kernel. Esse trabalho foi publicado na internet com o nome de
Freax. Para Ferrari (2007, p. 12), seria “uma brincadeira com as palavras
free (grátis) e freak (bizarro) e o X do Minix”. Mas o que prevaleceu foi
mesmo LINUX.
Ele podia ser copiado, por ser copyleft, modificado e utilizado, com a obri-
gação de que seu desenvolvedor mantivesse o seu código livre.
Sua interface com o usuário era, como o DOS, apenas texto. Aliás, é
interessante que hoje os puristas ou os especialistas em Linux continuem
mantendo o uso dessa forma, podendo fazer com que o sistema seja ma-
nipulado apenas em interface de texto, mesmo tendo a interface gráfica.
Continuando com o DOS como exemplo, é necessário conhecimento e
habilidade em trabalhar com os comandos a serem digitados. Veja um
exemplo de terminal Linux!

Figura 23: Terminal Linux

36 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Como você pôde observar na figura, a tela de terminal é utilizada em Família 9X: essa foi uma série de
todas as distribuições Linux e tem a estrutura mantida dos sistemas mais sistemas projetados para aten-
antigos. der os usuários domésticos im-
E como foi o início do Windows? Esse será o tema da seção seguinte. portante para a popularização da
Em frente! microinformática, que permitiu a
utilização até mesmo por aqueles
que não tinham familiaridade com
essa tecnologia.
Seção 2 Tivemos também o W95, o W98
Windows e o ME, ou Millenium edition. O
W98 foi uns dos mais difundidos
Para Capron (2004, p. 67), “o Windows se iniciou como um ambiente sistemas utilizados e contava já
operacional para o MS-DOS, outra camada adicionada para separar o com o navegador Internet Ex-
sistema do usuário e dessa forma torná-lo mais fácil de usar. plorer, incluía também suporte a
recursos multimídia e utilização
de discos com grande capacidade
O Windows teve como diferença principal o início da utilização das de armazenamento. Também in-
interfaces gráficas. cluía recursos de assistentes para
a realização de várias tarefas que
permitia a um usuário usá-los de
Não que outros desenvolvedores, como a Apple, não tenham desen- forma mais interativa e amigável.
volvido também, mas foi a Microsoft que saiu na frente e estabeleceu o Família NT ou Servidores: para
padrão que utilizamos até hoje. atender o ambiente corporativo,
uma série de sistemas com recur-
sos avançados na manipulação
de arquivos e utilização de redes
LAN e WAN foi desenvolvida em
paralelo aos sistemas de uso geral.
Nesse caso, houve a divisão entre
produtos para clientes e para ser-
vidores.

Para clientes, temos as ver-


sões 3.1, 4.0, 2000, XP, Vista
e Seven.
Para servidores, temos as
versões NT 4.0, 2000 Server,
2003 Server e 2008 Server.
Figura 24: As primeiras Janelas

Saiba que, com a interface gráfica, a interação com o usuário passa a ser Cada versão pode ser um capítulo
possível, além de ser possível também a utilização de dispositivos como a parte dado o grande número de
o mouse, a própria tela do monitor, tablets para desenho etc. implementações que foram acres-
Também passou a ser multitarefa e, recentemente, multiprocessado. cidas ao seu desenvolvimento. As
Podemos dividir os sistemas operacionais Windows em famílias para diferenças maiores estão nos sis-
acompanhar seu histórico ao longo do tempo. Vamos lá! temas de arquivos, na organização
Família DOS: teve como precursores o MS-DOS e o OS/2, sistema de diretórios, na forma em que o
desenvolvido em conjunto com a IBM. Mas a versão Windows 1.0 era a sistema faz sua atualização e no
interface gráfica para o DOS e, na sequência, com acréscimo de funcio- suporte às novas tecnologias.
nalidades, saíram as versões 2.0, 2.1, 3.0 e a versão 3.1, já com o uso de
editores de texto e planilhas eletrônicas (Word e Excel).

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 37


Figura 25: Tela inicial do Windows XP Professional

Figura 26: Tela inicial do Windows Seven Professional

Figura 27: Tela do Windows Seven Professional com o recurso Aero visualização de
múltiplas janelas

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A última versão da Microsoft é o Distribuição Debian: mantida por estudantes e voluntários, sem liga-
Seven, em substituição ao Win- ção a empresas de desenvolvimento, trouxe uma inovação que é o apt-get,
dows Vista, que desde seu lança- que permite a atualização e instalação de pacotes de forma simplificada.
mento trouxe vários problemas. É Distribuição SuSe: traz diversos recursos para usuários domésticos, é
importante destacar que o Seven integrante do projeto opensuse, patrocinado pela Novell.
tem muito do Vista, mas trouxe
Distribuição Kurumin: um projeto nacional do professor Carlos Mo-
várias inovações e funcionalida-
rimoto, que tinha o objetivo de rodar um sistema a partir de um CD-
des, principalmente em relação à
-ROM e permitir a popularização do Linux. Não tem continuidade, mas
estabilidade, facilidade de drivers
é possível encontrar disponível para download em algumas comunidades
e recursos para uso de touchscreen,
na internet.
isto é, a própria tela como interfa-
ce de navegação. Distribuição UBUNTU: uma distribuição de fácil instalação em que
o objetivo principal é a difusão do Linux como sistema operacional em
Vamos em busca de novas desco-
substituição aos SOs licenciados. Muito amigável e tem atualizações
bertas? A partir de agora, o foco
completas que ocorrem em abril e outubro de todos os anos e recursos
do estudo será o Linux. Até a pró-
que por vezes ultrapassam os dos sistemas mais novos, como o Seven
xima seção!
da Microsoft.

Seção 3
Linux
Em relação aos sistemas Micro-
soft, o Linux tem a fama de ter
alta estabilidade. Uma comunida-
de de usuários que troca informa-
ções com maior fluidez e custo
quase zero.
Você deve lembrar do estudo
iniciado sobre o Linux na seção
1 desta unidade, certo? No lugar
das versões das famílias Windows,
temos as chamadas distribuições.

Mas o que são as distribuições?

Para Ferrari (2007, p. 13), “é uma


versão que agrupa o kernel (nú- Figura 28: Tela do UBUNTU 9.04
cleo do sistema) e uma série de
comandos e aplicativos de forma
ordenada e funcional”. O fato de ser isento de licenças fez com que muitas instituições priva-
das e estatais adotassem o Linux como sistema operacional na busca
Como se trata de um sistema da diminuição dos custos. O governo brasileiro mantém uma secretaria
aberto, o número de desenvolve- exclusiva para incentivo a essa utilização.
dores e distribuições é enorme,
sendo que algumas se destacam.
Conheça cada uma delas!
DICA
Distribuição Slackware: é uma
distribuição em que seus usuários Que tal saber mais sobre as licenças? Para isso, acesse o site do Portal
trabalham grande parte do tempo Software Livre, do Governo Federal: <http://www.softwarelivre.gov.
br>. Boa pesquisa!
em modo texto, está entre as mais
estáveis e muito utilizada em con-
figurações de servidores.

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 39


Seção 4
Mac OS
A Apple, empresa que participou ativamente do desenvolvimento da
criação e disseminação da microinformática, além de produzir os com-
putadores também produz seu sistema operacional, O MAC OS, onal
que teve como base de desenvolvimento o UNIX.
Sua interface data de 1994 e, para Capron (2004, p. 72), “sua interface
serviu de modelo para a maioria das interfaces gráficas disponíveis atu-
almente”.
Também é um sistema estável e pouco vulnerável a ataques de vírus.
Mas veja bem! Um limitante é que os aplicativos devem ser desenvolvi-
dos para sua plataforma, o que reduz as opções de escolha. Na área de
jogos isso também acontece.
Os principais clientes desse sistema são os desenvolvedores de aplica-
ções gráficas.

Figura 29: Área de trabalho do MAC OS

E então, você gostou do conteúdo desta unidade curricular? Pois bem,


aqui chegamos ao final da última unidade de estudos, onde você conhe-
ceu os sistemas operacionais, viu os primeiros SOs, o Windows, o Linux
e o Mac OS. Certamente esse conhecimento será muito útil em seu dia a
dia de trabalho, não é mesmo? Mas não fique somente com essas infor-
mações. Busque novos saberes, pratique, veja as novidades nessa área.
O aprendizado não pode parar. Ele deve fazer parte da sua caminhada!

40 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Finalizando
Parabéns, querido aluno!
Você concluiu mais uma etapa na construção de suas competências profissionais. Esse curso
permitiu a você conhecer melhor o funcionamento dos sistemas operacionais, o software
principal no funcionamento do computador, para complementar seus conhecimentos e, no
futuro, aplicá-los na construção dos seus softwares.
Este curso não é tudo o que se pode falar sobre o assunto, mas o início de uma busca maior
em aprimorar seu conhecimento.
Mas só você que pode escolher os caminhos dessa busca, então não pare por aqui. Seja cu-
rioso e persistente, pois para pessoas assim o êxito vem mais fácil.
Um grande abraço e nossos sinceros votos de sucesso na sua vida pessoal e profissional!

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 41


Referências
▪▪ CAPRON, H. L.; Johnson, J. A. Introdução à informática. 8. ed. São Paulo, SP: Pearson
Prentice Hall, 2004.

▪▪ CORDEIRO, Amanda. Tecnologia e mídias digitais: interface gráfica e sua origem. Dis-
ponível em: <http://tecmid.blogspot.com/2010/03/history-of-gui-graphical-user-inter-
face.html>. Acesso em: 06 mar. 2011.

▪▪ FERRARI, Fabrício Augusto. Crie banco de dados em Mysql. São Paulo, SP: Digerati
Books, 2007.

▪▪ MACHADO, Francis Berenger; MAIA, Luiz Paulo. Arquitetura de sistemas operacio-


nais. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2002.

▪▪ MARÇULA, Marcelo; BENINI FILHO, Pio Armando. Informática: conceitos e aplica-


ções. 3. ed. São Paulo, SP: Érica, 2008.

▪▪ OLIVEIRA, Rômulo Silva de; CARISSIMI, Alexandre da Silva.; TOSCANI, Simão Siri-
neo,. Sistemas operacionais. 3. ed. Porto Alegre: Instituto de Informática da UFRGS:
Sagra Luzzatto, 2004. (Livros didáticos).

▪▪ SAN, Camila. Cartão perfurado. Disponível em: <http://shelikescode.wordpress.


com/2009/09/07/assim-que-o-wordpress-deixar/>. Acesso em: 26 fev. 2011.

▪▪ SILBERSCHATZ, Abraham; GALVIN, Peter B.; GAGNE, Greg. Sistemas operacionais:


conceitos e aplicações. Rio de Janeiro, RJ: Campus, c2001. xvi, 585 p.

▪▪ ZAGARI, Nicola. SO-02 processos. Disponível em: <http://www.slideshare.net/zagari/

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS 43


Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos

Coordenação de Educação a Distância


Beth Schirmer

Coordenação Projetos EaD


Maristela de Lourdes Alves

Coordenação de Desenvolvimento de Recursos


Didáticos
Gisele Umbelino

Projeto Educacional
Angela Maria Mendes
Israel Braglia

Projeto Gráfico
Daniela de Oliveira Costa
Jordana Paula Schulka
Juliana Vieira de Lima

Design Educacional
Daiana Silva

Capa, Ilustrações, Tratamento de Imagens


D’imitre Camargo Martins
Diego Fernandes
Luiz Eduardo Meneghel

Diagramação
Carlos Filip Lehmkuhl Loccioni

Revisão e Fechamento de Arquivos


Daniela de Oliveira Costa
Juliana Vieira de Lima

Revisão Ortográfica e Normatização


SENAI/SC em Jaraguá do Sul

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