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Faculdade Novaunesc

Tecnólogo em Radiologia 1ºPeríodo

Disc. Descarte de Resíduos Biológicos, Químicos e Radioativos

Docente: Samuel Pimentel

Resenha: “Gerenciamento de Resíduos Biológicos.”

Amanda de Azevêdo Moura

Teresina, PI.

Abril de 2011.
Gerenciamento de Resíduos Biológicos

A correta destinação de resíduos biológicos é feita por etapas que


acompanham desde a geração á disposição final, são divididas nas seguintes
etapas: caracterização, segregação, acondicionamento, tratamento,
armazenamento, tratamento, armazenamento, transporte e disposição final,
simultaneamente ao uso de equipamentos de proteção pelas pessoas que irão
manuseá-lo, e treinamento adequado as funções desenvolvidas.

 Caracterização
Essa parte do processo consiste na identificação do resíduo biológico,
com o intuito de planejar melhor o espaço a ser utilizado e está prevista
na RDC 306 da ANVISA. É considerado resíduo biológico todo material
que ofereça riscos potenciais á saúde pública e ao meio ambiente á
presença de agente biológicos, e são divididos nos seguintes grupos:
a) A1 – o agente biológico cuja probabilidade de causar doenças no ser
humano é baixa;
Ex: culturas e estoques de microorganismos, resíduos de fabricação de
produtos biológicos, etc.
b) A2 – o agente biológico que pode causar doenças no ser humano e
constitui um perigo para os trabalhadores, sendo escassa a
probabilidade de se propagar na coletividade e para o qual existem, em
regra, meios eficazes de tratamento;
Ex: carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos
provenientes de animais.
c) A3 – o agente biológico que pode causar doenças graves no ser
humano e constitui um risco grave para os trabalhadores, sendo
susceptível de se propagar na coletividade, mesmo que existam meios
eficazes de tratamento;
Ex: Peças anatômicas do ser humano, produtos de fecundação sem
sinais vitais, etc.
d) A4 – o agente biológico que causa doenças graves no ser humano e
constitui um risco grave para os trabalhadores, sendo susceptível de
apresentaram elevado nível de propagação na coletividade e para o qual
não existem, em regra, meios eficazes de tratamento.
Ex: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores.

e) A5 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfuro cortantes ou


escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de
indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com
príons. Deve sempre ser encaminhado a sistema de incineração, de
acordo com o definido na RDC ANVISA nº 305/2002.
Ex: vísceras humanas, urina, fezes, etc.

 Segregação

Nessa fase, que ocorre no próprio local de geração dos resíduos, separa
aqueles contaminados e os não contaminados, visando maior segurança na
manipulação e no descarte desses resíduos.

 Acondicionamento dos resíduos

Os resíduos depois de separados devem ser guardados temporariamente,


até o tratamento, transporte ou disposição final Segundo a ABNT é o ato de
embalar os resíduos de serviço de saúde - RSS em recipientes, para
protegê-los de riscos e facilitar o seu transporte, devendo ser executado no
momento de sua geração, no seu local de origem ou próximo, e com a
correta identificação.

Os resíduos devem ser guardados de maneira a oferecer segurança aos


que ele manuseia, ou estão próximos a ele. Este tipo de resíduo deve ser
colocado em plásticos brancos com o símbolo de resíduo infectante, e
lacrado com nós de barbante, arame ou nó.

 Tratamento dos resíduos

Este tratamento desinfeta os resíduos para sua disposição final, pode


ocorrer no próprio local de geração, ou em outros locais. Dependendo do
grau de infecção são utilizados diversos tipos de tratamento como
esterilização á vapor, desinfecção química por peróxido de hidrogênio,
hipocloritos, ácidos, alcoóis, compostos de amônio, etc.
A esterilização poder ser química ou física, e visa destruir qualquer
micróbio. O método de desinfecção é escolhido, baseado nos seguintes
quesitos:

-Natureza do item a ser descontaminado;

-Número de microorganismos presentes;

-Resistência dos microorganismos presentes;

-Tipo e concentração do descontaminante a ser utilizado;

-presença de matéria orgânica;

-duração da exposição e temperatura.

Avaliado estes fatores, ainda tem-se o grau de eficiência de


descontaminação.

Opções de tratamento

Autoclavação

A descontaminação ocorre por meio de exposição do material á altas


temperaturas e altas pressões, este método é muito utilizado em hospitais.

Sua eficiência depende vários fatores como extensão do material,


disposição dentro do aparelho de autoclave, tempo de exposição, este
método só pode ser utilizado por peças reutilizáveis, como alicates, pinças,
etc. Não é apropriado a peças orgânicas. Um fator importante neste
processo, é o seu baixo custo financeiro, tendo em vista que o aparelho
pode ser utilizado inúmeras vezes, e só requer energia elétrica, além de
fatores comuns, como pessoal treinado.

Desinfecção Química

Indicada preferencialmente para tratamento de resíduos líquidos, também


pode ser utilizado por resíduos sólidos, baseando sobre as questões já
analisadas como a resistência do organismo, quantidade a ser utilizada,
tempo de exposição etc. As substâncias mais utilizadas são compostas á
base de cloreto, sais de amônio entre outros. Esse procedimento, se não
bem feito, pode oferecer riscos a quem o manipula, como queimadas na
pele e mucosas. Em especial para resíduos contaminados por príons (um
agregado supramolecular acelular, composto por proteínas com capacidade
de modificar outras proteínas, tornando-as cópias das proteínas que o
compõem) geralmente é utilizado à desnaturação com solventes orgânicos
como fenol ou isotiocinato de guanidina ou desnaturação alcalina antes da
autoclavação.

Após realizado esse processo é relevante comentar que somente pequenas


quantidades destes desinfectantes podem ser descartados na rede de
esgoto.

Radiação

Procedimento de alto custo financeiro e de grande eficácia, geralmente é


utilizado radiações gama são utilizadas para descontaminação a resíduos
sensivéis ao calor, que funciona da seguinte forma, a água contida nesses
resíduos é aquecida rapidamente durante o tratamento, e os agentes
infectantes são destruídos por condução do calor.

Incineração

Tratamento em que consiste na oxidação a elevada temperatura que reduz


os resíduos orgânicos e combustível a inorgânico, diminuindo de peso e
volume, é um tratamento de alto custo, e de bom funcionamento, mas que
também depende de fatores como tempo de residência, da temperatura,
etc.

Outro fator importante e desvantajoso é que este emite gases poluentes,


como dióxido de carbono, podendo emitir até mesmo monóxido de carbono.

Mistura de Resíduos

Há processos em laboratórios que geram resíduos que contêm infectantes


biológicos, químicos e radioativo, por isso é importante seguir uma
sequência de desinfecção onde primeiramente elimine-se o risco infectante,
depois o químico.Porém algumas complicaçãoes podem ocorrer, na
desinfecção desses riscos, então recomenda-se o autoclave para desativas
o resíduo biológico. O importante é que todos os riscos sejam eles
biológicos, químicos, radioativo, sejam eliminados de maneira segura, á não
oferecer riscos a população e aos trabalhadores da área.
 Armazenamento

Após tratados os resíduos eles seguem para o processo de


armazenamento, para posteriormente serem destinados á uma disposção
final.Este armazenamento temporário, mesmo depois dos resíduos
desinfectados, devem seguir regras estabelecidas, de acordo com o porte
do estabelecimento gerador, neste momento é necessários observar alguns
fatores como: classe do gerador, compatibilidade, correto
acondicionamento, opção pelo método de disposição, característica do local
de armazenamento e custo.

Dependendo do estabelecimento temos os abrigos internos e externos.Todo


abrigo segue as normas definidas pela ABNT 12.089, que dispõe que o
abrigo deve ser de alvenaria, ter ralo sifonado, ponto de esgoto sanitário,
iluminação artificial externa e interna, e ser de fácil acesso para as
operações de coletas.

O abrigo também deve ser inspecionado regularmente, que é geralmente


semanal, e nestai inspeção são verificados:

-As diretrizes estebelecidas para o armazenamento estão sendo seguidas;

-As condições do contêineres atendem as normas de segurança;

-A separação dos resíduos segundo a compatibilidade;

-A identificação através de rótulos;

-Equipamentos de segurança estão operados convenientemente.

 Transporte

Após o armazenamento temporário, é necessário observar também como


este resíduo será transportado para a disposição final. Para isso poderá ser
usado carrinhos, dutos de gravidade, tubos pneumáticos, elevadores ou
carregamento manual.

Se tratando de resíduos com peso superior a 20 kg, é necessário utilizar


carrinhos adequados seguindo as normas da ABNT 12.810. Para as
pessoas que estão carregando estes resíduos, deve ser realizado sem
esforço excessivo ou risco de acidentes, e sempre utilizando equipamentos
de proteção individual.
 Disposição Final

Parte do processo de mais difícil execução, os resíduos devem ser levados


para aterros sanitários, que devem seguir as exigências técnicas e legais,
não emitindo riscos para atmosfera, e nem ser lançado na rede de esgotos.

É importante lembrar que todas as etapas do processo de gerenciamento


devem ser adequadamente registradas, sendo estes registros mantidos
mesmo após a disposição final.

 Minimização do risco

Para minimizar os riscos decorrentes da utilização de materiais perigosos,


são necessários alguns procedimentos de segurança, que dependendo do
local são inerentes a proteção.

Em laboratórios temos alguns comportamentos bases para evitar acidentes,


como não pipetar com a boca, comer, beber, fumar ou guardar alimentos
nas geladeiras e congeladores do laboratório, ou seja, as “boas práticas de
laboratório”.

Para essas práticas de laboratórios também é necessário que este esteja


adequado para as práticas, oferecendo equipamentos de proteção
individuais e coletivos. Esses procedimentos são inerentes não apenas as
pessoas que trabalham, mas também toda uma comunidade.

 Considerações Finais

A proteção sempre buscada no decorrer de todos esses processos visa à


segurança não somente das pessoas, mas também do meio ambiente, por
isso a aliança da ANVISA e CONAMA, criando assim o PGRSS (Programa
de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde), que todo
estabelecimento de saúde deve ter e cumprir. Seguindo todos esses
processos anteriormente descritos: caracterização, segregação,
acondicionamento dos resíduos, tratamento, armazenamento, transporte e
disposição final. Todo seguindo suas resoluções específicas, segundo as
suas condições, mas sempre com os padrões mínimos de segurança.

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