<$Beco Sem Saída>

por
<$Edson Campos>

Edson Campos
Rua Sem Nome
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Edsonestcampos@hotmail.com
 2.
Quando ela levantou da cama e deslizou debaixo das cobertas e
seus pés tocaram o chão, um arrepio percorreu sua espinha.
Sua mente estava ainda confusa e sonolenta.
Ela esfregou os olhos e apurou os sentidos, tentando
identificar de onde vinha aquele barulho que parecia ser de
madeira sendo quebrada.
Ela percorreu a pequena distância que separava a sua cama da
janela e tentou enxergar a área externa do jardim, que era
bastante arborizada. A vidraça esbranquiçada deixava apenas uma
pequena parte da fraca luz da manhã penetrar no quarto.
Como o barulho ainda ecoava forte na sua mente, talvez mais
forte que a realidade, ela rapidamente calçou as suas botas e
apanhou sobre a poltrona o primeiro casaco que encontrou. Se
encheu de coragem e abriu a porta do quarto que dava diretamente
em um longo corredor. No seu final ficava o cômodo principal
ainda com algumas brasas acesas na lareira em volta da qual, na
noite anterior, todos haviam conversado sobre os preparativos
para a iminente viagem para a Cordilheira Bramam.

INT. CASA DE CRISTINA - QUARTO - DAY

Um quarto pequeno, bem arrumado. Na cama CRISTINA, 30 anos,
dorme sob várias cobertas. Acorda. Ainda sonolenta e
preguiçosa, escorrega por debaixo das cobertas. Seus pés
descalços tocam o chão. Ela reage ao frio do assoalho.
Ao longe,vindo da sala, SOM DE MADEIRA ESTALANDO. Cristina
volta seu rosto na direção de onde vem o barulho, mas não
se preocupa com isso.
Levanta e ainda mal acordada caminha até a janela. Através
do vidro embaçado vê seu jardim.
Novo ESTALO DE MADEIRA ao longe, este a preocupa mais.
Cristina calça as botas que estão no chão.
Pega de cima de cima de uma poltrona um casaco pesado e o
veste. Caminha para a porta do quarto.

INT. CASA DE CRISTINA - CORREDOR - DAY

Uma sala bem decorada, onde há uma lareira. Cristina vê a
lareira, ainda com alguns tocos de madeira em brasa.
Pequeno ESTALO DE MADEIRA. Ela se acalma.
Numa mesa baixa próxima à lareira, 2 garrafas de vinho
vazias, 4 copos com resto de vinho, uma pequena cuia com
poucos amendoins e ao lado um cinzeiro grande, forrado de
cascas de amendoim.
poucos amendoins e ao lado um cinzeiro grande, forrado de
3.
cascas de amendoim.
No chão, entre a lareira e a mesa baixa, folhetos de
turismo onde se lê em destaque "CORDILHEIRA BRAMAM".
Cristina caminha até perto da lareira. Com um espeto cutuca
as brasas. Uma pequena chama aparece. Ela se agacha frente
ao fogo. Abre o casaco, deixando que o calor do fogo a
aqueça.