Caçadores de fósseis encontraram restos de pequenos dinossauros em uma toca: uma descoberta que implica que os seres pré-históricos possuíam um habitat natural maior do que se pensava até agora. A nova espécie, que teve seus ossos fossilizados e seu abrigo subterrâneo encontrados no sudeste de Montana, nos Estados Unidos, foi chamada Oryctodromeus cubicularis, que significa "escavador de cova". O solo da descoberta remete à metade do período Cretáceo, entre 135 e 115 milhões de anos atrás. O trio de pesquisadores americanos e japoneses afirmou que esta é a primeira evidência de que os dinossauros tinham o hábito de cavar. O estudo será publicado nesta quarta-feira no Proceedings of the Royal Society B, revista da academia de ciências britânica. A toca, preenchida com sedimentos, revestindo um túnel sinuoso de mais de dois metros de comprimento e 70 centímetros de largura, é similiar aos buracos feitos hoje por hienas e papagaios-do-mar. O corredor termina em uma câmara, onde foram encontrados os restos dos esqueletos de um animal adulto e de dois jovens. O focinho, a cintura escapular e a pélvis têm o formato dos ossos encontrados em espécies que cavam. Com base na coluna vertebral preservada, o adulto deveria medir em torno de 2,1 metros, do focinho à cauda, com um peso entre 22 e 32 quilos, o que o tornaria pequeno na escala dos dinossauros. Os autores da descoberta, chefiados por David Varricchio, da Montana State University, declarou que a habilidade de cavar ajudaria dinossauros pequenos a sobreviver em climas extremos. Ao contrário dos mamíferos, répteis não conseguem regular a temperatura de seus corpos. Além disso, no deserto, uma toca seria uma boa proteção para o calor, enquanto que em regiões polares ou montanhas geladas, o manteria aquecido.