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Dr.

George Leal Jamil

Conceitos Fundamentais
para a Gestão de Pessoas
- Parte I

PLANO DE ESTUDOS

Seleção e recrutamento O exercício da chefia


de pessoas executiva em empresas

Compreensão inicial de Treinamento e Estruturas tecnológicas


estruturas organizacionais desenvolvimento de pessoas para gestão de pessoas

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Como descrever e planejar estruturas organizacionais que • Como ocorre a atribuição de poder – chefias, coordenação,
fazem a empresa funcionar como previsto. controle – às pessoas numa organização para o exercício
• Como especificar cargos, funções e características para e comando de atividades.
que pessoas sejam selecionadas e contratadas para atuar • Conhecer experiências de empresas brasileiras sobre
nas organizações. Universidades corporativas, canais on-line, serviços de
• De que forma as pessoas podem ser treinadas para ati- aplicativos e plataformas próprias de treinamento – exe-
vidades específicas nas empresas e como podem desen- cutivo, gerencial e operacional.
volver suas carreiras nos vários níveis.
Compreensão Inicial de
Estruturas Organizacionais

As estruturas organizacionais são o “mapa” de


distribuições funcionais das empresas. De ma-
neira gráfica e com o apoio de documentos, elas
descrevem como estão dispostos os cargos, como
estes se relacionam – quem comanda, quem re-
cebe determinações de trabalho, em qual nível
determinada função se encontra etc.
De origem clássica, sendo a mais tradicional
forma de pensar a estrutura de uma organização,
partimos do relacionamento hierárquico – que é
uma forma rígida, vertical de níveis – chegando
aos modernos arranjos empresariais, que buscam
orientar a definição de cargos e níveis por pro-
cessos voltados para os clientes. Estudaremos, a
seguir, algumas destas alternativas adotadas por
empresas, com o devido embasamento da teoria
das organizações.
Baseando-nos nas definições de Hall (2004), as
estruturas organizacionais são definidas em fun-
ção de exercício de comando e poder, especifican-
do a divisão do trabalho, com regulamentos claros
que determinam o exercício de cada função. Este
mesmo autor nos informa ainda que as estruturas
organizacionais moldam as atribuições e formas forma, a hierarquia prescreve o exercício de coman-
de agir dos trabalhadores numa organização. do, controle e subordinação executiva da empresa,
A forma mais utilizada em empresas é a de mapeando estes relacionamentos (HALL, 2004).
hierarquias, ou hierarquizada. Esta estrutura fun- Hall (2004) nos apresenta que as estruturas
damenta-se na definição de níveis de comando, organizacionais têm os seguintes objetivos fun-
controle e poder, especificando em cada uma das damentais:
funções designadas, uma atribuição funcional. • Produzir resultados, buscando atingir me-
Como exemplo básico, a hierarquia define um tas previstas e planejadas.
nível de presidente da empresa, posteriormente • Ao menos minimizar as influências indi-
um nível com as diretorias. Cada uma das dire- viduais na operação organizacional.
torias tem, sob sua coordenação, um conjunto de • Estruturar, ao final, o exercício do poder,
unidades gerenciais ou de controle (unidades de de controle e das tomadas de decisão nas
negócios ou departamentos). Abaixo destas, em empresas.
níveis subsequentes, acham-se as unidades ope-
racionais, nas quais os trabalhos são efetivamente Vários autores, entre eles Lotz e Gramms (2012) e
executados. Chiavenato (2014, 2015), argumentam, contudo,
Um exemplo seria o encadeamento: Presidente sobre a dimensão da hierarquia, ou seja, o número
– Diretor Comercial – Unidade da região metro- de níveis existentes nas organizações. Quando
politana de São Paulo – Loja da região centro. encontramos um número excessivo de níveis, há
Em cada uma destas unidades, quer gerenciais, possibilidade de termos processos de trabalhos
quer operacionais, teria suas designações específi- muito complexos. Veja, por exemplo, se compa-
cas, adicionada do comando – ou “chefia”,“gerência” rarmos as duas organizações genericamente apre-
– das unidades que estão nos níveis abaixo. Desta sentadas abaixo pelas suas estruturas:

Presidente

Diretor
comercial

Unidade
SP

Loja
região
central

Figura 1 - Exemplo de estrutura organizacional hierárquica


Fonte: o autor.

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Presidente torna-se mais complexa, exigindo normalmente
a intervenção de níveis superiores que, caso não
haja métodos de gestão muito bem descritos, po-
Nível 1 derão tornar-se sobrecarregados, em virtude de
grande número de intervenções.
Uma definição importante é a referente à bu-
Nível 2 rocracia em empresas. Costumamos nos irritar
quando algum atendimento ou solução de nossos
Nível 3 problemas leva-nos a comunicar com várias pes-
soas diferentes numa empresa, ou que tenhamos
que aguardar intervenções superiores, sem que o
Operação
problema nos pareça solucionado. É frequente nos
referirmos à “burocracia”, com intuito por vezes pe-
Figura 2 - Organização 1: Presidente – diretor – nível 1 –
nível 2 – operação jorativo. Como comenta Hall (2004), referindo-se
Fonte: o autor.  aos trabalhos de Max Weber – jurista e economista
alemão – o termo Burocracia pode ser definido
Presidente como sendo apenas a estruturação existente para
o exercício de poder e controle organizacionais.
Assim sendo, a burocracia deve existir em toda
Nível 1 organização, porém o excesso de níveis, controles e
intervenções pode resultar em excessos de demora
Nível 2 ou de imprevisões na realização de trabalhos finais,
trazendo aquela noção de senso comum, ligada a
Nível 3 um atendimento ineficaz, lento e impreciso.
É importante ainda ter atenção ao que cita
Chiavenato (2014) sobre estruturas organiza-
Nível 7 cionais, quando se refere às descrições de cargos.
Torna-se claro, a partir da obra deste autor, que os
cargos descritos comporão a estrutura, definindo
Operação
a hierarquia, as posições ocupadas por profissio-
nais devidamente selecionados. Aqui temos, por-
Figura 3 - Organização 2: Presidente – diretor – nível 1 –
nível 2 – nível 3 ... – nível 7 – operação tanto, a indicação dos gestores, dos “chefes” em
Fonte: o autor. cada um dos níveis, exercendo os atributos de
poder e controle, como discutimos inicialmente.
Podemos dizer que, no segundo caso, teremos O mercado busca algumas alternativas para
mais níveis a repassar uma determinação, uma as estruturas hierárquicas, com o intuito de dis-
comunicação ou ordem, demandando mais in- tribuir o comando, facilitar a comunicação e tor-
tervenções por parte de gestores, demandando nar as empresas mais ágeis e flexíveis. Com este
mais tempo e custo, com mais riscos que haja al- objetivo, outras estruturas são propostas, como
guma distorção da mensagem original. Também as que se orientam à execução de processos ou
a comunicação entre setores de níveis distintos mesmo as que são propostas pela área da Gestão

42 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


de Projetos. Entre as características buscadas pelas Como uma alternativa à estrutura hierárquica,
empresas, ao modificar suas estruturas organiza- podemos analisar a proposta de estruturas ma-
cionais, Chiavenato (2015) nos apresenta: triciais. São métodos de gestão que também pro-
• Agilidade – objetivando dar velocidade põem definir a forma de relacionar os trabalhos
aos processos e decisões. com as pessoas, de definir condições de gestão,
• Flexibilidade – tanto em agir com rapi- como comando, controle, delegações, definições
dez, quanto de aceitar mudanças. de atribuições, entre outros fatores. A estrutura
• Integração – maior conhecimento e do- matricial, porém, busca tornar ágil estas atribuições
mínio “do todo” da organização. da gestão de pessoal, permitindo alocar dinamica-
• Inovação – a organização deve saber pro- mente os trabalhadores aos projetos e funções em
por mudanças favoráveis aos clientes. curso, temporariamente e segundo as demandas e
• Competitividade – as estruturas devem não com a rigidez das estruturas clássicas, organi-
permitir custos admissíveis e bons níveis zacionais. Estas últimas trazem, como problema
de produtividade e atendimento aos con- central, que as matriciais buscam resolver, exata-
sumidores finais. mente a baixa capacidade de mudanças diante de
• Sustentabilidade – a organização deve demandas repentinas – como a de desenvolver e
proporcionar bons retornos aos investido- ofertar rapidamente um novo produto ou serviço,
res e interessados, por períodos de tempo atender a uma demanda súbita do mercado (há
mais longos. oportunidade do lançamento de um novo curso,
para um trabalho específico, ou de capacitar um
serviço de saúde, em função de uma endemia).

Função
Finanças Engenharia Produção
Projeto

Figura 4 - Proposta para especificação de estrutura matricial


Fonte: Lodi (1970).

UNIDADE II 43
A figura acima mostra uma estruturação matricial Conforme ainda nos apresenta Lodi (1970), a
proposta, com as funções nas colunas e os projetos estrutura matricial nasceu como proposta para ser
a serem delegados aos profissionais nas linhas. aplicada em organizações da indústria aeroespa-
Nas células, colocaríamos os perfis ou nomes dos cial, devido a demandas e necessidades de rápidas
que foram selecionados para cada projeto - repro- respostas ao mercado e de disponibilidade tec-
duzido de Lodi (1970). nológica. Então, caro(a) aluno(a), deixamos-lhe
Lodi apresentou, de maneira clara, os funda- uma questão: atualmente, não encaramos estes
mentos que motivaram a definição das “matrizes” e mesmos desafios em nossos modernos ambientes
sua aplicação diante das necessidades das empresas. de negócios (necessidades rápidas de novos pro-
O autor apresenta, em seu artigo, as motivações al- dutos e serviços e disponibilidade de tecnologias)?
ternativas às estruturas hierárquicas que descreve- Portanto, este tema prossegue sendo oportuno.
mos acima: “não parece estar oferecendo condições No entanto temos que considerar alguns fato-
de flexibilidade e funcionalidade para atender às res numa comparação entre as estruturas hierár-
mudanças do ambiente” (LODI, 1970, p.2). quicas e matriciais:

Hierárquicas Matriciais

Clássicas, tradicionais, muito aplicadas. Ainda em difusão, menos conhecidas e aplicadas.

Como as funções são bem definidas, os traba- Dependem de trabalhadores altamente treina-
lhadores são selecionados para trabalhos deter- dos – podem ser alocados em funções diferentes
minados e fixos, sendo preparados para estes. com brevidade.

Demandam baixa tecnologia para implantação Frequentemente demandam alta tecnologia para
implantação

São muito conhecidas do mercado São ainda pouco conhecidas “na prática”

Os gestores dominam perfeitamente seus as- Há menos habilidade e conhecimento gerencial


pectos – comunicação, remuneração, controle, para explorar todos os seus fundamentos.
coordenação, etc.

Quadro 1 - Comparação entre estruturas Hierárquica e Matricial


Fonte: adaptado de Lodi (1970) e Chiavenato (2015).

Finalizando esta discussão sobre as estruturas,


deixamos a você sua conceituação e exemplos de
como podem ser implementadas em dois casos Tenha sua dose extra de
(hierárquica e matricial), além de recomenda- conhecimento assistindo ao
vídeo. Para acessar, use seu
ções e aspectos que devem ser considerados
leitor de QR Code.
para que estas estruturas sejam definidas em
negócios reais.

44 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


Analisando especificamente uma empresa gené- oportunidades e contratos acertados com o merca-
rica, do setor de engenharia, lidamos com forte do. Assim, se a empresa for de construção civil, por
componente cultural que define estruturas hierár- exemplo, poderá ter uma equipe definida para lidar
quicas como um padrão, adotado por vários anos com a construção de estabelecimentos comerciais
e por várias gerações de profissionais. A hierarquia em uma região do país, num determinado período,
se define em função de características como: diante da oportunidade ali avaliada. Esta mesma
• Tempo de trabalho, experiência de car- equipe pode, num momento posterior, dedicar-se à
reira e em trabalhos típicos como o que construção de moradias populares em outra região,
é executado pela empresa – exemplo: um atendendo a uma situação incentivada por políticas
engenheiro com muita experiência em governamentais. Note que a estrutura não é detalha-
construção de barragens, obras de infraes- da, definida em função das características internas
trutura viária, edificações comerciais, etc. da equipe – como sua formação, títulos, etc., mas
terá maior apreciação de sua carreira para das demandas e oportunidades externas, do mer-
exercício de função de gestão superior. cado. Seriam, portanto, equipes multidisciplinares,
• Experiência em outras atividades, como alocadas em função das demandas e oportunidades
de representante técnico, auditor, gestor que aparecerem no mercado.
de projetos e funções gerenciais. Esses times, elementos básicos da definição das
• Habilidades adicionais, como comuni- estruturas dinâmicas do segundo caso, são grupos
cação, gestão de projetos, conhecimento matriciais orientados aos processos que a empresa
científicos e técnicos específicos (incluin- precisa montar para atender a seus mercados. São
do diplomações como mestrado, douto- de formação dinâmica. Embora justificadas do
rado, etc.). ponto de vista mercadológico, pressionam a em-
• Relacionamentos de mercado, como os presa em termos de gestão que se modifica em cada
obtidos na aprovação de projetos e pro- trabalho com o redesenho da estrutura, trazendo
cessos no mercado, etc. também mudanças no ambiente de trabalho para
os colaboradores, que podem mudar de atribuições
Estas habilidades e situações especiais,“desenham” com certa rapidez, para atender às demandas de
(definem) potencialmente uma hierarquia para a mercado, gerando potencialmente condições de
empresa, de certa forma, forçando que a estrutura desgaste que precisam ser acompanhadas.
seja assim montada. A seguir, verificaremos como podemos
Para a adoção de uma estrutura matricial, os ge- preencher as estruturas, com os processos de
stores da empresa levariam em consideração, priori- seleção e recrutamento de profissionais que irão
tariamente, as demandas adicionais de mercado, de- desempenhar as funções definidas no desenho or-
finindo dinamicamente - portanto com mudanças ganizacional, quer seja ele hierárquico, quer seja
periódicas - a estrutura da empresa em função das ele matricial.

UNIDADE II 45
Seleção e Recrutamento
de Pessoas

Um dos principais desafios da gestão de pessoas


é especificar cargos e suas atribuições de traba-
lho – as funções – que irão compor as estruturas
organizacionais das empresas.
Iniciando nosso estudo, é importante notar que,
em algumas pequenas e médias empresas, temos
dificuldade de encontrar os chefes, gerentes, gesto-
res, diferenciando-os de algumas funções operacio-
nais básicas. Assim, o gerente da loja, da farmácia,
do pequeno mercado, é também vendedor, faz co-
branças e auxilia nas entregas, reposições de esto-
ques. O programador de computadores faz tam-
bém algumas atividades do analista de sistemas,
testa códigos. Já em empresas grandes, por vezes,
temos mesmo alguma dificuldade – que pode até
mesmo alcançar a insatisfação com o atendimento
– pois há especificações que nos levam a repetir
uma requisição, um pedido a várias pessoas, até que
sejamos efetivamente ouvidos pelo profissional
designado para aquele atendimento.
Desta forma, compreendemos como a desig-
nação de cargos, a atribuição de funções a estes e
sua distribuição na estrutura são importantes, bem
como seu ajuste, resultando em forma transparente
de prestar os serviços aos clientes finais, de produzir.
Para a especificação dos cargos, Chiavenato
(2014, p. 176-177) nos indica quatro aspectos a
serem considerados:
• Conteúdo do cargo: aquilo que se espera riores e subordinados dentro da empresa e de suas
que o profissional que ocupa este cargo atribuições imediatas, permitindo compreender
execute. integralmente o que este ocupante do cargo irá
• Métodos e processos de trabalho – ou realizar. Ao especificar os cargos, por meio das
seja, as especificações funcionais (as fun- funções detalhadas, podemos também usar estas
ções), que indicam como o profissional designações de cargos para compor times de tra-
trabalhará. balho, grupos como departamentos e unidades de
• Responsabilidades – qual o enquadra- negócios. Assim, quando designamos os cargos de
mento de relacionamentos formais do corretores de imóveis, em uma corretora, pode-
cargo – a quem o profissional se reporta, mos definir que os corretores irão constituir uma
quem é seu coordenador, supervisor res- unidade de negócios de compra e venda de imó-
ponsável. veis. A unidade será dirigida por um supervisor,
• Autoridade – qual a extensão de auto- que, por sua vez, reporta-se ao diretor da empresa.
nomia terá o detentor do cargo e qual
seu grau de responsabilidade sobre seus
comandados.

Assim, em um breve exercício, pensemos no ge- Segundo Almeida (2015), os cargos referem-se a
rente de loja de um supermercado. Seu cargo é de especificações identificadas na estrutura organi-
Gerente daquela loja, com a expectativa (conteú- zacional, ou “organograma” da empresa, enquan-
do) aguardada de coordenar todas as funções da to funções são as atividades praticadas pelos
loja – logística, reposição de estoques, atendimento colaboradores na atuação real. Assim, alguém
a clientes, segurança, cobranças, infraestrutura, etc. que ocupa o cargo de diretor poderá, por exem-
Os métodos descreverão as rotinas: por exemplo, plo, numa eventualidade, executar a função de
em que momentos este profissional fará os acertos vendedor, atendendo diretamente a um cliente.
financeiros dos caixas, quando deverá reportar Um profissional que está no cargo de gerente
uma falha de segurança, como iniciar as atividades técnico de uma clínica de saúde, poderá, noutro
da loja em um dia típico, como as encerra, como exemplo, executar funções de atendimento a
se relaciona com a segurança corporativa, entre pacientes de maior complexidade.
outras. Sua responsabilidade é de se reportar ao
gerente de operações regional, sendo que ele é um
dos vários gerentes de lojas que se dirige formal-
mente a este superior. E, por último, este gerente
de loja tem, sob seu comando, os profissionais ge-
renciais e técnicos responsáveis pelas funções de Cargos são descrições que provém da divisão do
atendimento, suprimento, segurança, infraestru- trabalho imposta pelo velho e tradicional modelo
tura, comunicação, tecnologia da informação, etc. burocrático [...] estando em processo de subs-
Os cargos, portanto, irão se apoiar em des- tituição por novos formatos organizacionais e
crições de funções para completar todo o seu pelas definições de trabalhos em equipes.
desenho, toda a identificação do que o detentor (Idalberto Chiavenato)
daquele cargo deve fazer, como se reportar a supe-

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Esta conexão de conceitos possibilita compreen- em ordem inversa, ou seja, esta organização pode
dermos o seguinte relacionamento: definir sua estrutura, os cargos que a compõe
• As funções de trabalho explicam, deta- e, finalmente, especificar função por função,
lham o que os trabalhadores fazem, as configurando um projeto de como eles se rela-
atividades esperadas de uma empresa. cionarão e produzirão os resultados esperados
• Os cargos designam como estes trabalha- pelos clientes.
dores irão fazer estas atividades, com os Adicionalmente, é sempre importante notar
aspectos de conteúdo, métodos, respon- que os desenhos e definições da estrutura, dos
sabilidade e autoridade. cargos e das funções a eles atribuídas, devem cor-
• O detalhamento de cada cargo permitirá responder à estratégia da empresa, permitindo
que a organização agrupe estes cargos na que ela seja executada de acordo com os planos
estrutura organizacional que irá definir elaborados para seu futuro.
como a empresa opera. A definição dos cargos terá influência em
vários dos aspectos que serão abordados em se-
Devemos notar que estas definições também quência, para a gestão de pessoas. Vejamos alguns
podem ocorrer, segundo a decisão da empresa, exemplos para descrever tais influências:

48 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


• Quando houver um processo de seleção • Padronização do trabalho – funções
interna, por exemplo, para prover um especificadas de acordo com tecnologia
novo gerente regional, apenas gerentes de ou métodos de trabalho também defi-
unidades de negócios com determinada nem ou detalham como os cargos serão
experiência podem ser considerados ap- descritos. Exemplo: programadores de
tos. Assim sendo, a especificação das fun- computadores especialistas num tipo de
ções e dos cargos prescreve um critério desenvolvimento ou numa linguagem de
definido para o preenchimento da vaga programação.
disponível. • Organização do trabalho – relaciona-
• A remuneração dos cargos é ascendente, mento entre cargos e funções, adotados
conforme os colaboradores atinjam os por empresas, principalmente por haver
níveis de desempenho em seus cargos e o entendimento que há subordinações re-
funções e ganhem experiência nas atua- lacionadas aos cargos. Por exemplo, um
ções previstas. Como exemplo, um chefe médico chefe de setor cirúrgico tem, sob
de agência receberá um salário superior seu comando, outros médicos, enfermei-
ao de um vendedor iniciante ou ainda em ros, técnicos e outros profissionais.
meio ao desenvolvimento de carreira. • Definições legais – como são defini-
• O plano interno de carreiras de uma em- das para os profissionais dos setores de
presa irá definir, em ascensão, os cargos segurança pública ou do judiciário, em
que um colaborador poderá ocupar, gra- que a definição dos cargos e suas funções
dativamente, ao ser promovido ou sele- acham-se descritas em leis, de acordo com
cionado. Um colaborador iniciante, nes- a relevância do serviço prestado aos cida-
te caso, poderá ter referência de como e dãos e ao país.
quando terá oportunidades de “subir” a
níveis superiores na empresa, com traba- Encerrando esta seção do texto, é importante
lhos progressivamente mais complexos, reiterar os conceitos de funções, cargos e como
maior remuneração etc. estes se relacionam com a estrutura organi-
zacional. Verifique como estes são aplicados
Autores como Almeida (2015) detalham que a na prática, eliminando possíveis problemas de
especificação dos cargos depende adicionalmente atendimento final aos clientes, responsabili-
de fatores como: dades e comando no exercício dos trabalhos
• Cultura do setor – um setor de merca- empresariais.
do tem algumas funções definidas, que Uma vez contratados, os profissionais que
acabam por determinar também como os atuam numa empresa podem iniciar uma car-
cargos são especificados. Exemplos: ge- reira, que será promovida por meio de cursos,
rentes de agências bancárias, corretores treinamentos e definição de posições a ocupar e
de imóveis, vendedores de automóveis, tarefas a realizar. Esta é a abordagem do próximo
entre outros. tópico.

UNIDADE II 49
Que tal conhecer um pouco mais sobre definições formais de cargos e funções? Algumas empresas
e órgãos públicos, por exemplo, no intuito de dar transparência às suas atividades, publicam as
especificações oficiais destas atribuições. Veja os seguintes links:
Informações quantitativas de cargos e funções do Ministério da Defesa do Brasil:<http://www.defesa.
gov.br/ministro-da-defesa/40-lei-de-acesso-a-informacao/8533-informacao-quantitativa-de-cargos-
-e-funcoes-do-md>.
Modelo de descrição de cargos públicos e funções para Instituições Federais de Ensino: <https://
www2.ifmg.edu.br/arcos/noticias/modelo-de-cargos-e-funcoes-para-institutos-federais-e-publicado-
no-dou>.
Que tal avançar a pesquisa e buscar outras definições? Pesquise, via Internet, com a expressão “car-
gos e funções” e encontrará várias fontes interessantes.

50 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


Treinamento
e Desenvolvimento
de Pessoas

A atividade de treinamento é essencial na for-


mação, desenvolvimento e preparo de pessoas
numa empresa ou organização. Lembremos que
aqui mesmo, neste curso, estamos executando um
treinamento no tema Gestão de Pessoas. Além de
cumprir uma etapa importante, essencial e obri-
gatória em sua formação no seu curso superior,
também estamos promovendo seu desenvolvi-
mento em conhecer, dominar esta importante
área da gestão. No espírito do “desenvolvimento de
pessoas”, afinal, estamos iniciando sua formação
no tema, que pode capacitar que você evolua sua
carreira, tornando-se um profissional de gestão
experiente, de alta receptividade no mercado de
trabalho.
As habilidades de gestão de pessoas, para profis-
sionais do setor de engenharia, constituem-se
em um grande diferencial em suas carreiras,
permitindo que sejam avaliados como poten-
ciais gestores que têm condições de coordenar
projetos de maior complexidade. Ao reconhecer
habilidades técnicas e gerenciais nos subordina-
dos, compreender como carreiras e trabalhos são
previstos e desenvolvidos nas empresas, situações
de reconhecimento, remuneração e premiação

UNIDADE II 51
de trabalhadores e, enfim, planejar sua própria Esta evolução retrata um dos aspectos mais críti-
carreira - que são atribuições e conhecimentos cos e gratificantes da moderna gestão de pessoas.
de gestão de pessoas, o engenheiro ou arquiteto Adicionalmente, este mesmo autor ainda relacio-
adiciona ao grande contexto de conhecimentos na o treinamento ao conhecimento disseminado,
técnicos estas habilidades gerenciais. à estrutura de cursos e formações dadas aos tra-
Com este conhecimento adicional, tornam-se balhadores, aos objetivos estratégicos da empre-
profissionais com habilidades mais abrangentes, sa, ao ensinamento de atividades essenciais para
críticas para o sucesso de projetos e empreendi- realização das tarefas esperadas, ao aumento das
mentos de engenharia em empresas de qualquer competências no relacionamento com os demais
porte, tendo maior condição de atender às empre- colaboradores e na formação de experiências –
sas e ao mercado em decisões mais abrangentes. neste último aspecto, atingimos o aprendizado,
Chiavenato (2014) conceitua o treinamento ou seja, a retenção evolutiva dos conhecimentos.
empresarial através dos tempos em fases diversas: Detalhando um pouco mais, não se sabe apenas
• Inicialmente, o treinamento destinava-se repetir o que foi ensinado em um curso, de ma-
a adequar pessoas às funções previstas, neira “decorada”, mas compreende-se o que foi
demandadas pelas empresas. ensinado e há possibilidades de desenvolvimento,
• Posteriormente, o treinamento foi apli- de evolução dos ensinamentos, para os objetivos
cado para que as pessoas aumentassem o organizacionais.
desempenho na execução de tarefas. Temos aqui, ao abordar a aprendizagem, uma
• Numa visão mais moderna, o treinamento diferença entre dois dos conceitos falados acima:
assume o processo de tornar as pessoas treinamento e desenvolvimento.
mais produtivas, criativas e inovadoras, Costa (2017) reforça esta diferença, citando
desenvolvendo suas competências em ali- um fator muito importante: o treinamento é volta-
nhamento ao que as empresas estabelecem do para uso imediato, para aplicar-se em funções
como seus objetivos. e decisões do cotidiano do trabalhador – exem-

Treinamento é fruto de um projeto que resulta numa série de ações programadas para ministrar
ao participante um conteúdo definido, com objetivo claro de solucionar um problema empresarial
ou aumentar o desempenho na realização das tarefas já prescritas.
Desenvolvimento é conceituado como ir além das especificações; é ter a capacidade de otimizar,
diferenciar, melhorar e ampliar processos, tarefas e funções designadas, usando de capacidade
de inovação, criatividade e absorção de conhecimento, ao mesmo tempo que se tem em mente os
objetivos organizacionais.
Fonte: adaptado de Caproni (2002), Chiavenato (2014) e Chiavenato (2015).

52 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


plifica mencionando os cursos de gestão finan- objetivo de formar um profissional, em especial
ceira na prática, de montagem de dispositivos, observando as carreiras do engenheiro e do arqui-
de atendimento especial a clientes selecionados teto, os conhecimentos são ministrados em sua
etc. –, enquanto o desenvolvimento tem objetivos amplitude, com o objetivo de abordar um con-
de médio e longo prazo – como a formação de teúdo vasto e que lhe permita, posteriormente, ter
líderes de grupos, gerentes de relacionamentos, uma compreensão ampla, completa das funções
pesquisadores etc. ,conforme o mesmo autor. de gestão organizacional. Daí, torna-se possível
Para estas funções – treinamento e desenvolvi- que, quando participando de uma empresa, como
mento –, Lotz e Gramms (2012), usando estudos seu gestor ou colaborador regular, aprenda os co-
de vários autores de áreas como Filosofia e Edu- nhecimentos voltados para a solução dos proble-
cação, analisam o conceito de Andragogia, ou seja, mas usuais da empresa.
da educação de adultos, formulando os seguintes De acordo com as definições de Costa (2017),
pontos, que, recomendam, sejam analisados quan- podemos ter treinamentos formais e informais.
do houver interesse em propor um treinamento Os treinamentos formais são ministrados por
para colaboradores: instrutores com delegações de funções específicas,
• O conhecimento ministrado deve ser obedecendo um rigoroso programa estruturado,
aplicável – os alunos querem entender o com objetivos definidos. Os informais, por sua
“porquê” deste conhecimento, qual a razão vez, normalmente transcorrem na convivência
que devem aprendê-lo e usar em seus tra- entre colaboradores, sendo produto e resultado de
balhos e decisões. comunicações rotineiras no ambiente de trabalho,
• Os conhecimentos anteriores devem ser por exemplo, no “aprender fazendo”, em que um
aplicados nos processos de aprendizagem. colaborador mais experiente guia um novo colega
Isto dará condições ao aluno do treina- na execução de um trabalho específico.
mento para desenvolver seu aprendizado. Chiavenato (2014) define as seguintes funções
• O interesse no aprendizado está direta- para programas de treinamento, que comentare-
mente relacionado à noção de sua apli- mos também nesta apresentação:
cação prática, ou seja, há maior chance • Transmissão de informações: orientan-
de sucesso quando o aluno percebe que do aos colaboradores sobre o que faz a
o conhecimento ministrado será usado organização, como produz e gera resul-
em uma determinada situação. tados, suas regras, processos finais, prin-
• Os conhecimentos a serem ministrados cipalmente aqueles destinados ao atendi-
devem ser orientados em problemas (na mento de clientes e realização de negócios.
solução destes problemas) e não em con- • Desenvolvimento de habilidades: ao
teúdos fechados. ministrar a instrução para uso de um novo
processo, atender a um novo mercado, de-
Verifique como, portanto, recomenda-se que co- sempenhar uma outra tarefa, complemen-
nhecimentos aplicáveis sejam ministrados aos tar ou adicional a alguma já realizada ou
alunos de programas de treinamento. Há uma em implantação inédita.
diferença substancial dos conhecimentos que se • Desenvolver ou modificar atitudes:
busca gerar em cursos de formação ampla, aberta, com finalidades de corrigir problemas,
como este que você agora realiza. Aqui, com o motivar colaboradores, conscientizar

UNIDADE II 53
trabalhadores para riscos, segurança do cação rigorosa de condições de agenda
trabalho ou clima organizacional mais (quando); infraestrutura (como, quais
favorável. são os recursos essenciais e adicionais);
• Desenvolver conceitos: realizar a defi- instrutor(es) (quem) e processo (como –
nição conceitual dos trabalhos realizados, atividades) os cursos serão ministrados
dando-lhes fundamento racional, como a aos participantes. Caso seja necessário,
que vem dos estudos científicos, permitin- condições de aprovação, incluindo
do que sejam aprimorados no ambiente critérios e formas de avaliação de cada
de trabalho. treinamento, visando avaliar se o partic-
• Construção de competências: desen- ipante absorveu o conhecimento minis-
volvimento de novas habilidades que po- trado, devem ser especificados.
derão ser aplicadas pela organização no 4. Avaliação geral do treinamento – Quando
aprimoramento de processos e de solução o participante qualifica sua percepção de
de problemas. aplicabilidade e resultados do treinamen-
to ministrado. Esta avaliação permitirá a
Vários autores definem como os projetos de treina- correção de problemas e o aprimoramen-
mentos podem ser elaborados. A seguir, discutire- to do treinamento, em futuras execuções.
mos uma breve metodologia, consolidando o pen-
samento dos autores, pensando na montagem de Sempre é necessário reforçar que, como parte vital
um ou mais “cursos” (programas de treinamentos): da gestão de pessoas, os treinamentos também
1. Verificar o que é realmente necessário, devem atender às necessidades e oportunidades
qual o problema a ser resolvido pelo estratégicas especificadas pela empresa, alinhados
treinamento – Quais são as necessidades às metas e objetivos discutidos no planejamento
da empresa em termos de treinar as pes- estratégico, conforme já falado em partes ante-
soas? Resolver um problema empresarial? riores do curso.
Melhorar algo no atendimento ou em um De maneira muito interessante, Lotz e Gramms
processo? Desenvolver um novo conceito (2012) descrevem quatro tipos básicos de apren-
ou forma de trabalhar? dizes, em geral, para treinamentos:
2. O(s) curso(s) deve(m) ser planejado(s): • Os ativistas: aprendem mais com par-
Todo o programa do curso, ou dos cursos, ticipação em atividades curtas, de maior
deve(m) ser escrito(s) – Qual a sequência aderência com a realidade, concretas. Nor-
de temas a serem abordados, como serão malmente não são receptivos às formas
abordados, qual o objetivo em cada abor- com aulas expositivas longas, de desen-
dagem particular e como estes temas irão, volvimento abstrato de conteúdo.
quando todos forem abordados, completar • Os reflexivos: aprendem mais com o
o objetivo do curso, como foi definido no exercício do pensamento em evolução ao
primeiro passo. Havendo mais de um cur- que foi ensinado, necessitando de tempo
so, o relacionamento entre os vários cursos “afastados” para meditar, pensar num obje-
(pré-requisitos) devem ser descritos, possi- tivo de aprendizado. Diferem dos ativistas,
bilitando que se complementem na prática. principalmente, na velocidade em serem
3. Execução dos treinamentos – Especifi- expostos a casos ou situações práticas.

54 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


• Os teóricos: que necessitam da visão do de grupos, por meio de comunicação e interações
todo, do estudo completo (ou mais com- entre participantes, com o professor assumindo
pleto possível) de um contexto total, da funções de mediador e promotor destes contatos.
visão de um sistema, para que desenvol- São ainda fenômenos recentes que irão, por certo,
vam sua compreensão efetiva. Não têm dinamizar muito o papel do treinamento corpo-
muito boa receptividade ao estudo de ca- rativo nos próximos anos.
sos isolados, particulares, de uma tarefa No desenvolvimento das carreiras profissionais,
ou decisão pontual, particular. um desafio e ponto desejável sempre nos é apre-
• Os pragmáticos: focados em aprender sentado: existe a oportunidade de exercer o co-
o que irão aplicar, usar, em soluções prá- mando, a chefia executiva num determinado
ticas e implementáveis ao seu alcance, de projeto ou grupo de tarefas? Como um ponto de
sua intervenção prática à mais imediata, evolução da carreira, esta ascensão é frequente e
incluindo seu cotidiano. nos motiva a desenvolver o estudo que será apre-
sentado a seguir.
Menciono, finalmente, os métodos usados atual-
mente para treinamentos e desenvolvimento de
pessoas, que envolvem tecnologia. Uso de siste-
mas de cursos a distância (EAD – Educação a
Distância), programas rápidos, usando recursos
de mídias sociais e de telefonia móvel, serviços
de provimento de cursos online, uso de MOOCs
(do inglês Massive Open Online Courses – Cur-
sos online massificados abertos), Universidades
corporativas, entre outros.
Essas formas vêm adotando a grande profusão
de sistemas de vídeo, áudio, interação comuni-
cacional entre alunos e professores, permitindo
que novos desenhos de treinamentos sejam feitos.
Numa destas novas visões da educação corpo-
rativas, temos a possibilidade crescente de pro-
mover a geração de conhecimento colaborativo,

Veja detalhes do projeto MOOC.ORG, da Funda-


ção Edx, uma plataforma aberta de treinamen-
tos online, em que todos podem criar cursos e
estudar, Acesse: <http://mooc.org.>.

UNIDADE II 55
O Exercício de Chefia
Executiva em Empresas

Iniciamos esta seção falando sobre o termo “che-


fia”. Um tanto desgastado, confrontado com outros
conceitos – como gestor de pessoas, gestor de ta-
lentos, líder, entre outros – será aqui usado para
destacar os profissionais que têm, como objetivo
de seu trabalho, a responsabilidade pelo funciona-
mento e gestão de um setor, unidade de negócios
ou unidade de empresa. No caso de nosso curso,
há duas finalidades básicas ao compreender as
atribuições e delegações deste profissional:
• Pelo exercício propriamente dito, uma vez
que é, portanto, profissional encarregado
pela empresa para se responsabilizar pela
comunicação, produção coletiva, integra-
ção e relacionamentos de um órgão da
empresa, definido e inserido na estrutura
organizacional.
• Por representar um profissional obriga-
toriamente agregador, que tem sob sua
responsabilidade um setor inteiro, mere-
cendo estudo próprio como um cargo de
maior confiança, a ser preenchido, remu-
nerado, gerido e avaliado constantemente
pelo setor de gestão de pessoas.
Soares (2015) apresenta-nos a diferença entre a • Reportar problemas, riscos e alertas aos
liderança e chefia. Segundo a autora, “a liderança níveis executivos superiores e aos gestores
diz respeito ao enfrentamento de mudanças. Os empresariais.
líderes estabelecem direções por meio de uma • Administrar o órgão sob sua responsabi-
visão de futuro, depois engajam as pessoas, comu- lidade, diante da aplicação dos recursos
nicando-lhes esta visão de futuro e inspirando-as existentes.
a superarem os obstáculos”(SOARES, 2015, p. 42). • Negociar os recursos alocados para o tra-
Já a chefia, ainda para esta mesma autora, é balho do setor sob sua responsabilidade,
associada ao planejamento formal da empresa, com os órgãos encarregados de gerir estes
para sua elaboração e, principalmente, ao coorde- recursos em toda a empresa (exemplos:
nar, controlar, cobrar e comandar a execução dos recursos financeiros, infraestrutura, pes-
planos. A visão proposta pelos líderes resulta em soas, etc.).
formulações para definição de planos e projetos • Participar ativamente nos processos de
associados, que devem ser executados com rigor, planejamento e delegações empresariais.
envolvendo delegações, responsabilidades, uso de
métricas e indicadores para seu acompanhamen- Diante de tais afirmações sobre o trabalho dos
to e monitoramento da obtenção dos resultados. chefes, alguns atributos pessoais e desenvolvidos
Desta forma, diferenciamos, mas também asso- se fazem necessários, como:
ciamos os trabalhos e posturas dos líderes (os vi- • Saber gerir qualitativamente e quantita-
sionários) aos chefes executivos (os comandantes) tivamente.
na execução de planos que conduzam a empresa • Aplicar, racionalmente, técnicas e métodos
aos patamares de sucesso esperados. disponíveis ou exigidos pela empresa, ou
O exercício de liderança será discutido em de seu conhecimento.
parte posterior de nosso curso. Por agora, dedi- • Comunicar amplamente – níveis supe-
caremos maior foco às atribuições dos chefes, dos riores, funcionários subordinados, outros
executivos. Entre as funções dos chefes, consoli- gestores, agentes externos às empresas – os
dando as referências de Chiavenato (2014), Chi- stakeholders.
avenato (2015) e Costa (2017): • Dimensionar o uso de recursos, monitorar
• Especificar e cuidar do preenchimento seu consumo e aplicação.
dos cargos sob sua coordenação. • Intervir em situações padronizadas –
• Definir maneiras de coordenar e moni- como as de controle para a execução dos
torar (envolvendo o uso de indicadores e trabalhos do setor – ou imprevistas, na
métricas) o trabalho de seu setor. gestão de riscos.
• Cuidar de comunicação com agentes in- • Promover e desenvolver o clima organiza-
ternos – gestores de níveis superiores, di- cional no ambiente de trabalho.
retores, outros gestores das demais áreas • Aplicar os códigos legais existentes, espe-
– e externos, quando for o caso. cificados nas normas da empresa ou ainda
• Estabelecer e seguir processos de trabalho pela legislação existente.
executivos. Relacionar estes processos à
gestão estratégica empresarial.

UNIDADE II 57
O executivo terá, sob seu comando, as atribui- responsabilidade para atender e contribuir para
ções racionais, designadas para a administração o alcance destas metas. Agindo desta forma, o
da empresa, sendo o responsável por implementar executivo “alinha” seu setor às necessidades da
planos e estruturas, setoriais e empresariais, para empresa, aos trabalhos esperados para produzir,
realizar as visões propostas pelos líderes (CHIA- de forma consistente, os resultados projetados nos
VENATO, 2014; COSTA, 2017). Desta forma, planos – estratégico e setorial.
podemos compreender o relacionamento entre Esta conexão entre o estratégico e o operacional,
estas duas importantes atribuições. ou seja, de participar na construção, elaboração
Outra abordagem é que o exercício do car- dos planos e na sua operacionalização final, é uma
go executivo tem muita compatibilidade com a das capacidades que destacam e diferenciam os
estrutura hierárquica, por níveis, como vimos executivos, sendo fator de sua atividade profissional
anteriormente. Desenhos mais recentes, como essencial reconhecida no mercado, de destaque nos
a estrutura matricial, por exemplo, prescrevem currículos profissionais. Por exemplo, um executivo
outras formas de gestão, como a de controles e que desempenhou o papel de gestor de marketing
coordenação compartilhada entre seus membros, de uma empresa de alimentos poderá ter cuidado
diferindo da forma mais clássica. de políticas de distribuição e desenvolvimento de
Os processos de seleção executiva serão con- negócios em locais diferentes, atendendo à meta
duzidos de maneira semelhante aos já vistos, para estratégica de aumento na venda destes bens.
recrutamento e seleção de profissionais regulares Por último, eventualmente encontram-se al-
da empresa, chamando-se a atenção para os pro- gumas atividades executivas sendo realizadas por
cessos de desenvolvimento e evolução de carreiras prestadores de serviços ou empresas de consul-
internos às empresas. Nestes casos, os executivos toria, externos à empresa onde tais trabalhos são
serão recrutados dos níveis subordinados ao cargo efetivamente executados. O gerente de marketing
em vista, analisando-se fatores como experiência, citado acima, por exemplo, pode ser membro de
tempo de trabalho, características ideais (comu- uma empresa de consultoria e realizar este trabalho
nicação, conhecimento, decisão, relacionamento, para uma empresa cliente, preenchendo o cargo em
imagem, entre outras). Exemplificando: ao ocorrer termos de assumir e executar as funções esperadas.
a disponibilidade de uma vaga para gestor de pro- Tal contratação dependerá de alguns fatores, como:
jetos de engenharia ou arquitetura titular de uma • Especificação detalhada das funções espe-
empresa, por motivos como a saída do anterior radas para o trabalho gerencial necessário.
ocupante, um engenheiro de qualquer formação • Desenho de perfil estimado do profissio-
e que já faz parte da equipe poderá ser promovi- nal a ser contratado.
do a esta função executiva, responsabilizando-se • Definição de dedicação deste profissional
pelo setor organizacional. Neste caso, é habitual à empresa.
falarmos em “promoção” ou recrutamento interno. • Detalhamento de indicadores, associados
O relacionamento do chefe com a construção e às metas estratégicas empresariais, para o
execução da estratégia da empresa é fundamental. monitoramento das funções do setor.
O chefe de setor, o executivo, deve ter a capaci- • Aceite de condições financeiras de contrata-
dade de compreender as metas empresariais, es- ção – remuneração da empresa que cede o
tabelecidas quando do planejamento estratégico, profissional e do próprio consultor que atua-
e definir, a partir delas, as ações do setor sob sua rá como chefe na empresa que o contrata.

58 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


• Definição de formas para aferir o progres-
so deste gestor externo.
• Formação e experiência do gestor contra-
tado externamente (compatível com as ex-
pectativas e necessidades da contratante).

Sobre a formação dos gestores, torna-se impor-


tante definir bem o perfil, caso sejam contrata-
dos externamente, como consultores ou mesmo
promovidos internamente, em termos de sua ex-
periência no trabalho. Uma decisão delicada diz
respeito à experiência em especificidades de um
setor. Analisemos um caso no qual uma editora
necessita preencher o cargo executivo de gestor
comercial. Para tal, necessitará avaliar se o profis-
sional em questão, seja externo ou interno, possua
experiência de formação e condução de trabalhos
com esta especialidade. Verifique, por exemplo, se
um gestor comercial com experiência em alimen-
tos teria perfil adequado ao caso. Ou, por outro
lado, um técnico, inexperiente em atividade ge-
rencial, componente do quadro de funcionários
em nível operacional da empresa mereceria ser
promovido. São decisões atribuídas à gestão de
pessoas organizacional, que deverá indicar, sele-
cionar e recrutar o mais indicado.
Dois temas adicionais frequentam a especifi-
cação de atividades dos executivos: inteligência
emocional e capital intelectual. Encerremos esta
seção discutindo estes dois temas.
Inteligência emocional é um conceito que foi
tornado evidente nos trabalhos do pesquisador
e escritor Daniel Goleman, detalhado de outro,
desenvolvido pelo mesmo autor, inteligência social.
A inteligência emocional é a capacidade de identi-
ficar e lidar com as suas emoções. Para um gestor,
a inteligência emocional se revela na capacidade
de enfrentar crises, conflitos, relacionar-se com
pessoas de vários temperamentos – lembrando
que, em geral, este gestor relaciona-se com direção,
operacional e, eventualmente, mesmo com agentes

UNIDADE II 59
externos à empresa. Portanto, é usual referir-se, habilidades e carreiras, vem se tornando uma área
como uma qualificação esperada, que o gestor atrativa para a aplicação de novos recursos, uma
“possui boa inteligência emocional”. vez que as organizações, cada vez mais, necessi-
Já o Capital intelectual foi notabilizado por um li- tam de profissionais conscientes das modernas
vro com este título, escrito por Thomas Stewart, sendo tendências do trabalho. Este é o foco do próximo
uma iniciativa de relacionar a intelectualidade, capa- tópico a ser abordado, lembrando-se que, opor-
cidade analítica e conceitual de um gestor a grandezas tunamente, o tema tecnologia (mesmo quando
quantitativas, como as financeiras e de desempenho. falamos de aplicação para gerenciamento, como
Por exemplo, uma iniciativa comum na análise de ca- é o caso de treinamento profissional) é algo afeto
pital intelectual é avaliar se programas de treinamento à formação do engenheiro que, neste caso, com
ministrados na empresa repercutiram em ganhos de o conhecimento de gestão de pessoas, poderia
produtividade ou lucro em negociações. também se tornar um gestor ou colaborador
O treinamento formativo, como elemento dos programas de treinamento profissional da
oportuno e decisivo para o desenvolvimento de empresa.

60 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


Estruturas Tecnológicas
para Treinamento

Como vem acontecendo com todos os setores


empresariais e funções profissionais, a tecnologia
também tem modificado de forma substancial a
gestão de pessoas. Aqui, podemos diferenciar a
tecnologia em duas grandes vertentes: a tecnolo-
gia da informação (TI) e a tecnologia de comu-
nicação (TC).
Vários autores e o próprio mercado se referem,
por vezes, a um contexto único, usando o termo
TIC – tecnologia da informação e da comuni-
cação – mas optamos, para uma abordagem mais
detalhada, separar estas duas formas, dedican-
do-nos mais, neste ponto do curso, às tecnologias
da informação.
Recorrendo aos dicionários, apresentamos, a
seguir, definições corretas para o que se entende
por tecnologia.

UNIDADE II 61
Como tecnologia da informação, portan- mensagens instantâneas, mídias sociais
to, compreendemos a aplicação da tecnologia corporativas, entre outras). Neste caso, di-
para fins de produção, coleta, armazenamento, zemos que estamos diante de tecnologia
distribuição e aplicação de informações para de comunicação também, pois aí recai a
fins específicos (JAMIL, 2001). Claro, há de ser definição para os padrões de comunicação
lembrado que os termos “Informática” e “Com- utilizados eletronicamente.
putação” são vastamente aplicados, no senso co-
mum, para se referir a este campo tecnológico e Desta forma, a gestão de pessoas terá que avaliar
suas aplicações. como estes recursos impactam na formação e de-
Encontramos a TI em empresas, em vários senho das estruturas organizacionais, nas designa-
cenários, como: ções de cargos e funções, na comunicação interna
• Processamento do atendimento a e externa e nos relacionamentos e formações de
clientes – nos sistemas de venda, logística equipes físicas e virtuais de trabalho. Um destaque
e entrega, atendimento robotizado (recen- interessante deve ser dado às propostas de treina-
temente verificamos a inserção dos cha- mento e preparo de pessoas por meio de sistemas
mados “Chatbots”, geradores automáticos como Universidades corporativas e autoinstrução
de diálogos com clientes), faturamento, via Internet, atualmente em grande difusão.
cobrança e pagamentos, contatos para no- Nestes ambientes, o trabalhador encontra cur-
vas vendas, entre outros. sos prontos, estruturados em vídeo aulas, textos de
• Processamento da burocracia inter- apoio e atividades avaliativas com monitoramento
na – anotações de frequência ao trabalho do professor para solução de dúvidas e correção
(“ponto”), pagamento de salários e remu- de avaliações aplicadas. Claro, é muito similar
nerações variadas, manutenção de perfis à estrutura que agora utiliza para este curso de
de cargos e salários em bancos de dados Gestão de Pessoas.
para estudos, fichas funcionais eletrôni-
cas, comunicações formais, controle de
estoques, registros contábeis, entre vários
outros.
• Automação de produção – como os Tecnologia é conceituada como:
robôs usados em produção industrial de “Ciência cujo objeto é a aplicação do conheci-
produtos domésticos, eletrônicos e auto- mento técnico ou científico para fins industriais
móveis. ou comerciais” ou “Conjunto dos termos técnicos
• Integração de unidades fabris – siste- de uma arte ou ciência”. Também encontramos:
mas em rede de computadores para au- “Conjunto de processos, métodos, técnicas e fer-
tomação integrada, incluindo unidades ramentas relativos à arte, indústria ou educação”
externas à empresa, etc. e ainda “Linguagem peculiar a um ramo deter-
• No provimento de comunicação for- minado do conhecimento científico ou prático”.
mal – (via sistemas, relatórios e informa- (Dicionário Michaelis e Dicionário de português
ções oficiais preenchidas) ou informal Aurélio).
(intranets, correio eletrônico, sistemas de

62 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


Estes ambientes, atualmente, incorporam re- servindo para redesenhar processos e estruturas.
cursos que permitem o uso em deslocamento A formação de equipes torna-se mais ágil, in-
(sistemas móveis) e comunicação intensiva, le- clusive possibilitando envolver consultores, tra-
vando o aluno/colaborador a integrar-se numa balhadores e até mesmo empresas inteiras, exter-
turma virtual, distribuída, com ganhos, caso nas, neste contexto, de forma ágil, interconectada,
metodologias apropriadas sejam aplicadas. com informações sendo distribuídas e coletadas
Para a gestão de pessoas, inicialmente, estas a todo momento.
funções de tecnologia da informação voltadas
para treinamento e preparo de equipes, resultam
em maior produtividade e oportunidades para
nivelar e distribuir o conhecimento necessário ao
maior número possível de trabalhadores. Esta fi-
losofia enquadra-se na tendência do MOOC - do Chamamos de sistemas de informações aos con-
inglês Massive Open Online Courses – Cursos on- juntos formados de recursos tecnológicos (o sis-
line massificados abertos) – contudo, aqui, sendo tema) que envolvem computadores, unidades
adaptados para as necessidades de cada empresa. de armazenamento, infraestrutura de conexão
Chiavenato (2014) comenta que a inserção da e apresentação de resultados e programas de
tecnologia nas modernas empresas têm a possibi- utilidade final, para processar informações que
lidade de modificar os seus objetivos de mercado, são necessárias para as decisões das empresas.
suas atuações competitivas e formas decisórias,

UNIDADE II 63
Para Almeida (2015), as habilidades dos colabo- A função básica deste ambiente de sistemas é per-
radores em tecnologia da informação e da comu- mitir ao gestor de pessoas e a todos os gestores da
nicação são responsáveis pelo sucesso de alguns empresa que tenham, por definição de seus cargos,
competidores, levando as empresas concorrentes gerir pessoas individualmente ou times de trabalho,
a terem de planejar o uso destes recursos para se disponibilidade de dados, informações e conheci-
manterem competitivas. mento que permitam a tomada de decisão mais
Vários autores definem o uso de Sistemas de ágil. Alguns exemplos destas situações decisórias,
informações gerenciais para a administração em que o sistema de informações pode auxiliar:
de pessoas. • Processo de recrutamento interno de tra-
Num sistema de informações para gestão de balhadores para uma função gerencial.
pessoas, podemos encontrar, como funções e re- • Ajuste de remunerações, simulações de
cursos típicos: promoções e análises de custos empre-
• Armazenamento e recuperação das “fichas sariais com salários e remunerações di-
funcionais” dos colaboradores, de forma di- versas.
gital, em que são registrados os conteúdos • Definição (seleção) de membros para uma
de pagamento, alocação, delegação e dados equipe, especialmente delegada para um
cadastrais dos funcionários da empresa. trabalho específico – por exemplo, aber-
• Registro de movimentações dos funcio- tura de uma filial em local onde a empresa
nários: cargos ocupados, remunerações, ainda não opera.
avaliações e seus resultados, papéis desem- • Avaliação de desempenho funcional
penhados – por exemplo, de gestores tem- (a qual será vista com maiores detalhes
porários – no quadro funcional da empresa. adiante).
• Informações de mercado: nível salarial
de cargos típicos, formas de contratação, Podemos entender, portanto, que este sistema de
determinações legais de exercício de de- informações terá recursos tanto para uma análise
terminadas funções e atividades (exemplo: estática, deste momento – por exemplo, avaliar se
área da saúde – enfermeiros, médicos es- um salário de um executivo de uma determinada
pecialistas, laboratoristas, etc.). área da empresa é compatível com o que é pratica-
• Análise de desempenho funcional: registros do pelo mercado – ou para planejamento futuro –
que informam como os profissionais desen- como dimensionar um programa de treinamento
volveram suas carreiras e níveis de desem- para um novo time de trabalho, que está sendo
penho obtidos ao longo de seus trabalhos. formado para uma atuação específica (ver o caso
• Registros estruturais da empresa – descri- acima citado, de abertura de uma filial).
ção de cargos, relacionamento destes car- Adicionalmente, podemos falar de teletrabalho:
gos, perfis gerenciais e executivos, dados uma técnica discutida por vários anos que, devido a
referentes à remuneração, entre outros. vários fatores, está sendo muito usada no mercado.

64 Conceitos Fundamentais para a Gestão de Pessoas - Parte I


Já existem autores que se referem a estes novos colaboradores como “teletrabalhadores”. São os mem-
bros de times de trabalho que não usam instalações fixas presenciais, realizando suas atividades em
casa ou escritórios particulares, mas integrados aos processos empresariais. É oportuno notar que, ao
mesmo tempo em que dão mobilidade para as empresas, potencialmente reduzem custos de instalações
e de ocupação, bem como não utilizam sistemas de trânsito, energia ou segurança em deslocamentos.
Estas forças de trabalho são de gerenciamento mais complexo, levando o gestor de pessoas a ter novas
formas de acesso e comunicação, controle e comando, bem como organização geral das atividades.
Finalizando, podemos encontrar as tecnologias da informação e da comunicação, na atualidade, até
mesmo na formação de novas empresas, de novas organizações, que são compostas de profissionais que
não ficam permanentemente em um escritório ou não têm uma atividade restrita. Tal situação pode
modificar muito o perfil de atuação das empresas, sua organização, estrutura e formas de selecionar e
relacionar trabalhadores, tornando a gestão de pessoas ainda mais essencial.

Teletrabalho é a forma de produzir que utiliza o potencial oferecido pelas novas tecnologias, tendo
como objetivo básico processar a informação, atendendo aos novos valores dos trabalhadores e,
principalmente, ao novo modelo de gestão das organizações.

UNIDADE II 65
1. Sobre estruturas organizacionais, podemos dizer:
a) Que são sempre regidas por leis para qualquer setor.
b) Que são formas racionais de especificar trabalhos e relacionamentos.
c) Que são a forma de definir o faturamento da empresa.
d) Que mostram o único caminho para um profissional ser treinado.
e) Que não podem ser modificadas com facilidade.

2. As atribuições de um chefe e um líder serão (marque a melhor resposta):


a) Diferentes, porque ambos não podem receber o mesmo salário.
b) Idênticas, se não, corre-se o risco de problemas de comunicação gerencial.
c) Diferentes, pois o líder é um visionário de futuro, o gerente o profissional im-
plementador.
d) Diferentes, por causa do curso superior que fizeram.
e) Idênticas, porque a empresa não pode ter duas especificações funcionais
distintas.

3. Sobre os aspectos usados para definir cargos numa empresa, assinale Verdadeiro
(V) ou Falso (F) e depois marque a opção correta:
(( ) A “responsabilidade” diz respeito a quem o profissional deve reportar suas
ações e aguardar as delegações.
(( ) A “autoridade” identifica se o gestor tem boa postura para comandar.
(( ) O “conteúdo do cargo” define o que é esperado que o profissional faça.

Assinale a alternativa correta:


a) V-V-V.
b) F-V-V.
c) F-F-F.
d) F-V-F.
e) V-F-V.

66
4. Não é uma função de programas de treinamento empresarial:
a) Preparo para aumento de remuneração.
b) Desenvolvimento de habilidades.
c) Transmissão de informações.
d) Construção de competências.
e) Desenvolvimento conceitual.

5. Sobre o uso de tecnologia para a gestão de pessoas, considere as afirmações


e depois responda:
I) Com a tecnologia da informação, podemos montar novas estruturas orga-
nizacionais.
II) Aplicar tecnologia da informação é sempre um fator determinante para re-
duzir quadros de pessoal.
III) A tecnologia da informação, através de sistemas de informação, permite
aprimorar a seleção de pessoas.
IV) A tecnologia da informação não tem valor estratégico para a gestão de pessoas.

Assinale a alternativa correta:


a) Apenas I e IV estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas I e II estão corretas.

67
LIVRO

Criando universidades corporativas no ambiente virtual


Autor: Roberto Bohlen Seleme e Antônio Siemsem Munhoz
Editora: Pearson Education do Brasil.
Sinopse: livro que promove o estudo de como e por que montar uma universi-
dade corporativa, considerando a realidade de empresas brasileiras. Os autores
abordam os motivos, as possibilidades, observam os recursos tecnológicos
necessários e a repercussões em potencial das universidades corporativas.
Comentário: interessante material de apoio para compreender e avançar sua
percepção sobre o uso de tecnologia para formação de pessoas - treinamentos
- em ambientes corporativos.

68
ALMEIDA, A. V. Divisão e modelagem de cargos. São Paulo: Pearson Education Brasil, 2015.

CAPRONI, P. J. Treinamento gerencial: como dar um salto significativo em sua carreira. São Paulo: Makron
Books, 2002.

COSTA, W. S. Gestão de pessoas e desenvolvimento de equipes. Maringá: NEAD - Unicesumar, 2017.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações 4. ed. Barueri:
Ed. Manole, 2014.

______. Gerenciando pessoas: transformando o executivo num excelente gestor de pessoas. Barueri: Ed.
Manole, 2015.

HALL, R. H. Organizações: Estruturas, processos e resultados. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2004.

JAMIL, G. L. Repensando a Tecnologia da informação na empresa moderna. Rio de Janeiro: Axcel Books
do Brasil, 2001.

JAMIL, A. C. C. O teletrabalho e a significação do espaço na constituição da competência e gestão da carga


de trabalho: um estudo das interações na atividade dos analistas de dossiês de processos habitacionais numa
instituição bancária. 2004. Dissertação (Mestrado)- Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção,
Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.

LODI, J. B. A estrutura matricial e a estrutura sistêmica: dois novos tipos de organização. In: Revista de Admi-
nistração de Empresas. v. 10, n. 4, 1970. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S0034-75901970000400008>. Acesso em: 23 mai. 2017.

LOTZ, E. L.; GRAMMS, L. C. Gestão de Talentos. Curitiba: Ed. Intersaberes, 2012.

SOARES, M. T. R. C. Liderança e desenvolvimento de equipes. São Paulo: Pearson Educacional do Brasil, 2015.

69
1. Opção a ser marcada: letra “B” - São formas claras e objetivas de especificar como trabalhamos e nossos
relacionamentos formais.

2. Opção a ser marcada: letra “C” - O líder promove visões de futuro, orienta. O executivo, ou chefe, irá dese-
nhar planos para este realizar esta visão de futuro.

3. Resposta correta: letra “B” - falsa, verdadeira, verdadeira.

4. Opção a ser marcada: letra “A” - Treinamentos empresariais não são preparados especificamente para
prover aumentos de remuneração aos empregados.

5. Resposta correta: letra “C” - opções I e III corretas.

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72

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