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crescente de virtualização das atividades humanas, ou seja, temos cada vez mais
rompido a barreira entre o que costumeiramente é chamado de mundo real e
virtual. Esse processo engloba desde a virtualização dos processos
comunicativos e das relações de trabalho até o consumo e as relações pessoais –
o qual foi acelerado e intensificado neste ano devido à pandemia de covid-19.
Assim, pretendo rever alguns dos principais pontos desse processo sob o olhar
do interacionismo simbólico tentando entender se o virtual é o novo real, a partir
da premissa de que a internet se constitui um espaço de interação social.
A criação e utilização dessas peças reforça ainda mais o caráter simbólico tanto
da moda quanto das redes sociais, e apaga ainda mais a fronteira entre o virtual e
o real. E isso é possível devido as mídias sociais terem nos treinado para nos
vestirmos para um público virtual em vez de puramente físico.
Desse modo, o que antes era apenas uma ferramenta útil que usávamos
ocasionalmente para fins específicos no nosso dia a dia, tornou-se um novo meio
ambiente no qual replicamos virtualmente tudo aquilo que antigamente fazíamos
apenas no "mundo real".
O curioso disso é que, com a melhora tecnológica, nosso mundo conhecido
se expandiu. Afinal, ao permanecermos conectados dia e noite, por meio de
vários dispositivos, acabamos tendo autonomia e liberdade para estarmos
em contato com este outro mundo (e quem nele estiver logado) a qualquer
hora - coisa antes impraticável. Por isso, não é de se estranhar que, por
estarmos todos conectados, seja fácil acompanhar o dia a dia de um
familiar, um amigo ou um namorado através dos inúmeros aplicativos,
extensões e programas que instalamos em nossos aparelhos.
Comodismo
Quando ficamos online direto, seja por inércia ou por causa do trabalho,
acabamos perdendo o hábito de nos encontrarmos com nossos amigos
para bater papo, fazer um passeio ou uma viagem. Muitas vezes acabamos
desistindo dessas interações ao vivo por causa do dinheiro, do trânsito, do
tempo e também porque ao estarmos acompanhando as novidades de
nossos amigos diariamente, tememos que não haja muito para conversar
quando estivermos cara a cara com eles.
Aparência
Tem vezes que queremos parecer melhor do que somos ou estamos e isso
nos leva a não ser totalmente verdadeiros nas nossas interações virtuais.
Na vida real isso seria mais difícil de representar, pois não há aplicativos
para melhorar nossa aparência, e quando estamos mal é algo mais evidente
de perceber. Afinal, na internet podemos nos fingir que estamos
desconectados ou colocar frases felizes nas redes sociais, por exemplo.
Invasão de privacidade
A facilidade em bisbilhotar a vida dos outros, proporcionada pelas novas
tecnologias, nos faz invadir a privacidade alheia com mais frequência. Com
isso, não damos espaço para que nossos amigos possam superar uma
crise sem nossa intervenção e conhecimento, ou que saiam com outros
amigos, sem que fiquemos ofendidos por não termos sido convidados.
Afinal, na vida pré-internet as pessoas iam e vinham e, a não ser que
estivéssemos no mesmo lugar que elas, dificilmente saberíamos.
Menos segurança
Na internet é mais fácil sermos manipulados ou cairmos em golpes. De
alguma forma, podemos ser suscetíveis a acreditar no que outra pessoa
está dizendo, só pela convicção que ela tem ao conversar conosco ou por
supostas provas que nos mandam. Porém, quantos casos não sabemos de
homens que se faziam de mulheres na rede, de estrangeiros que na
verdade moravam perto de nós, de pessoas solteiras que eram casadas, de
adolescentes que no fundo eram senhores de meia idade, etc?
Por isso, se você vive na internet e suas amizades estão quase 100% nela,
veja alguns cuidados:
Não se sinta dono de seus amigos, só porque sabe onde e com quem
estão, muito menos faça exigências. Amizade é algo que deve fluir
espontaneamente, sendo um movimento recíproco. Se você notar que
não tem sido mais assim, então repense a amizade em si, ao invés de
tentar manipulá-la.