Tempo Da Terra Placas Tectonicas

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A MEDIDA DO TEMPO E A IDADE DA TERRA

MEMÓRIAS DO TEMPO GEOLÓGICO

ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO

A partir dos métodos de datação é possível criar uma escala de tempo geológico.

Com o método de datação relativo, apenas as rochas com fósseis (sedimentares) se pode fazer uma datação,
no entanto os registos fósseis são apenas uma nona parte da idade da Terra. Com o método radiométrico é
possível datar as rochas e fazer uma geocronologia expressa em Ma, permitindo ao geólogo criar a escala do
tempo geológico, fazendo a  geocronologia a partir de escalas estratigráfica.

Esta escala divide a Terra em divisões: éons, períodos, andares, e outras subdivisões. Ao contrário da escala
do tempo que o homem usa, o ano (365 dias), a escala geológica não está divida em períodos de tempo
regulares, ou seja, cada divisão não tem o mesmo número de dias. As divisões da Terra são marcadas por
acontecimentos marcantes, como aparecimento da vida, extinção em massa das espécies, proliferação e
evolução de espécies.
Éon Hadeano: 4600 – 4000 Ma
Formação do sistema solar. Fase cósmica da Terra. Arrefece a crosta superficial, forma-se a atmosfera
primitiva e os primeiros oceanos.

Éon Arcaico: 4000 – 2500 Ma


As rochas mais antigas que se conhecem são deste período.
Aparecem as primeiras formas de vida , seres unicelulares procariotas, assexuados, bactérias (ancestrais) e
cianobactérias. As cianobactérias são fotossintéticas e foram os seres responsáveis pelo aparecimento de
oxigénio livre na água e na atmosfera. Surgem os seres eucariotas unicelulares.

Éon Proterozóico: 2500 – 542 Ma


Surgem seres multicelulares.

Éon Fanerozóico: 542 – 0 Ma


Trata-se do éon onde estamos inseridos e contempla o aparecimento das formas de vida mais complexas e à
escala macroscópica.
Divide-se em três eras: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.
 

Era Paleozóica: 542 – 251 Ma.

Grande diversificação de seres vivos, foram surgindo formas de vida cada vez mais complexas, aparecem os
seres vivos com conchas ou carapaças, existindo seres de quase todos os grandes grupos atuais. Extinção em
massa de seres marinhos.
 

Era Mesozóica: 251 – 65 Ma

Época regida pelos répteis, aparecem as aves e plantas com flor. Extinção em massa de seres, incluindo os
dinossauros.

Era Cenozóica: 65 – 0 Ma

A TERRA, UM PLANETA EM MUDANÇA

Desde há cerca de 4600 milhões de anos que a Terra tem vindo a sofrer numerosas transformações.
Os seres vivos atuais resultam da evolução dos seres vivos ao longa da vida da Terra. O homem,
nomeadamente os geólogos com o contributo de outras áreas da ciência tem procurado explicar as
evoluções do nosso planeta.

Existem duas principais linhas de pensamento, uma envereda por uma sucessão de acontecimentos
violentos (Catatrofismo) e outra por uma sucessão tranquila (Uniformitarismo).

4.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO RACIOCÍNIO GEOLÓGICO

Catatrofismo- as grandes alterações da Terra foram originadas por catástrofes.

Esta teoria enraizada nas crenças religiosas dominou nos séculos XVII e XVIII e rejeitada no
século XIX.
     Georges Cuvier (1769 -1832), pai da
paleontologia, foi um acérrimo defensor
desta teoria.

    Cuvier, explicava que as grandes


extinções teriam ocorrido por catástrofes
que ocorreriam na Terra com alguma
regularidade, a última teria coincido com
o dilúvio descrito na Bíblia, o que se
seguia um período de calmia e as espécies
extintas eram substituídas por outras
espécies que viriam de locais não
afetados pelas catástrofes.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Cuvier

Uniformitarismo- as alterações da Terra são um somatório de pequenas alterações originadas


por processos lentos naturais. As  catástrofes naturais são vistas como fenómenos pontuais
sendo incapazes de provocar as alterações na Terra.

     James Hutton (1726 -1797), pai da


geologia moderna, foi um defensor desta
teoria. Segundo ele, as montanhas terão
sofrido desgaste dos agentes erosivos ao
longo de uma grande período de tempo e
que as transformações geológicos
poderiam ser explicadas à luz do que
acontece na atualidade (princípio do
atualismo).

    Hutton reconheceu que alguns fenómenos


catastróficos poderiam ter influenciado a
história da Terra.

   http://en.wikipedia.org/wiki/James_Hutton

Atualismo-  "O presente é a chave do passado" . Os processos modeladores da Terra no


presente terão sido os mesmo do passado.

O Atualismo permite interpretar os processos antigos à luz dos acontecimentos atuais, no entanto,


é preciso reconhecer que alguns fenómenos catastróficos poderão ter tido influência na
transformação da Terra. Aparece, então, um novo princípio, o Neocatatrofismo.

Neocatatrofismo - O planeta vai-se transformando gradualmente através de fenómenos naturais


mas esporadicamente os fenómenos catastróficos influenciam na evolução da Terra. A ideia de
base está no uniformitarismo mas inclui a influência dos fenómenos catastróficos.

UNIDADE 4 - A TERRA, UM PLANETA EM MUDANÇA

4.2. MOBILISMO GEOLÓGICO, AS PLACAS TECTÓNICAS E OS SEUS MOVIMENTOS

Deriva Continental
O cientista alemão Alfred L. Wegener e outros, no princípio do séc.
XX, propuseram a seguinte teoria (teoria da deriva
continental): outrora os continentes estiveram todos
unidos formando um super-continente (PANGEA), rodeado
por um super-oceano (PANTALASSA), o que implicaria a
existência de um movimento de continentes, dado que
actualmente os continentes estão afastados uns dos outros
(deslocamento continental onde grandes placas da crosta
continental movem-se livremente pela crosta oceânica).

"...é como que se tudo passasse ao recortarmos uma folha


de jornal. Basta apenas juntarmos os pedaços para
encontramos os segredos da Terra..."

(Alfred Lothar Wegener)

O Alfred Wegener não conseguiu propor o mecanismo responsável


pelo movimento dos continentes, teve que se esperar pela nova
tecnologia da segunda metade do século para perceber as causas
da deriva dos continentes. O conhecimento dos fundos oceânicos
foi aprofundado na 2ª Guerra Mundial, isso foi conseguido a partir
de novos aparelhos, os sonares, colocados em navios
exploradores.

Na verdade, Alfred Wegener veio revolucionar toda a Geologia,


uma nova área de conhecimento geológico tinha aqui o seu
nascimento, a Tectónica de Placas.

Amplia a imagem para veres a


Foi necessário conhecer a morfologia dos fundos oceânicos para evolução do afastamento dos
que se conhecesse o mecanismo responsável pelo movimento das continentes.

placas continentais.

DADOS QUE APOIARAM A TEORIA


As principais linhas de evidência que apoia a ideia que os continentes estiveram uma vez unidos, e
posteriormente moveram-se separadamente; estão baseadas no estudo de fósseis, no estudo das
rochas, na justaposição dos contornos geométricos dos continentes e no estudo dos climas.

Argumentos Morfológicos: Os contornos do continente africano e sul americano encaixam na


perfeição.

Argumentos Geológicos: as rochas no local de encaixe destes 2 continentes, têm a mesma


idade e são a mesma rocha.

Argumentos Paleontológicos: Fósseis iguais de plantas (feto Glossopteris) e de animais


(Cynognathus, Lystrosaurus e Mesosaurus) encontravam-se em todos os continentes.

Argumentos Paleoclimáticos: depósitos glaciares podem ser encontrados em regiões com


climas tropicais e subtropicais.

 
repara nas rochas que ficam a vermelho no
continente africano e no sul americano. São
rochas iguais com a mesma idade, os mesmos
fósseis.

Mas Wegner, embora todos estes argumentos


fossem indiscutíveis não conseguiu explicar o
mecanismo do afastamento dos continentes,
faltava-lhe a tecnologia que só muitos anos mais
tarde chegou.

Morfologia dos fundos oceânicos

Elementos do fundo oceânico:

Plataforma continental- zona pouco inclinada com cerca de 2Km de extensão e 200m de


profundidade. Faz parte da crosta continental e é onde vivem a maioria das espécies marinhas.

Talude continental- zona muito adrupta, limite da crosta continental, vai dos 150m em média
aos 4km de profundidade.

Planície abissal- Zona plana que constitui cerca de 2/3 da crosta oceânica.

Dorsal médio-oceânica- Grandes cadeias montanhosas localizadas sensivelmente a meio da


crosta oceânica. Formadas a partir do rifte, por acumulação de lava. O único local à superfície
onde aflora a Dorsal é na Islândia.
Rifte- Vale localizado entre as dorsais, corresponde ao vulcanismo do tipo fissural. Zona
responsável pela formação de nova crosta oceânica.

Fossa Oceânica- Localiza-se nos limites das placas litosféricas oceânica e continental (talude
continental/planície abissal). Zona responsável pela destruição da crosta oceânica.

Antes do século XIX admitia-se que na Terra haviam movimentos de blocos continentais que
explicavam a formação de cadeias montanhosas, no entanto só no século XIX começou a surgir a
ideia que o aspeto da superfície terrestre mudaria em consequência dos movimentos laterais das
massas continentais - mobilismo geológico. Em meados do século XX, com a Teoria da Tectónica
de Placas dá-se uma nova revolução na geologia.

Uma das provas que o Rifte é uma zona de construção de crosta oceânica é o estudo
do paleomagnetismo (campo magnético da Terra ao longo dos tempos) nas rochas do rifte. 
O material vulcânico dos fundos oceânicos é constituído por basalto. O basalto é uma rocha com minerais
ferromagnesianos, estes materiais são atraídos pelo campo magnético da Terra (a prova é que te podes orientar
com uma bússola). 
Quando o material solidifica, os minerais magnéticos ficam com uma determinada orientação.

AS PLACAS TECTÓNICAS E OS SEUS MOVIMENTOS

    -Placas tectónicas 


A ideia base é que a litosfera estádividida em placas (atualmente aceita-se a existência de sete grandes placase o
utras mais pequenas), sendo o seu limite uma falha que separa uma placada outra. As placas movem-se na superf
ície terrestre, cada uma em direçãodiferente da da placa adjacente. Deslizam lentamente sobre a astenosfera, a 
uma velocidade de 1 a 18 centímetros por ano. 
A tectónica de placas é um ramo da geologia que estuda a deformaçãoestrutural da crosta terrestre, incluindo as 
suas relações mútuas, a origem e a evolução histórica das suas características. 
Quando duas placas se encontram, devido às forças geradas nos seus limites,pode ocorrer a formação de montanh
as, fenómenos ativos de vulcanismo e sismos. Ao contrário de que acontece nos limites, as porções interiores das
placas são zonas tectonicamente estáveis. Atendendo à maneira como asplacas se deslocam umas relativamente 
às outras, são designadas entre sipor: placas divergentes (se se afastam uma da outra), placas convergentes (sese 
deslocam na direção uma da outra e colidem) e placas transformantes (sese deslocam horizontalmente uma relati
vamente à outra).

Limites das placas

Os limites das placas podem ser:

Divergentes - Zona do rifte (ZONA DE CONSTRUÇÃO DA CROSTA);

Convergentes - Zona de subducção -fossa oceânica - (ZONA DE DESTRUIÇÃO DA CROSTA)

Conservativos - Por exemplo no rifte, perpendiculares a este, existem inúmeras falhas perpendiculares
ao vale (FALHAS TRANSFORMANTES) e onde não há nem construção, nem destruição de crosta. Um
outro exemplo é a falha de Santo André, nos USA, local onde existe o contacto da placa do pacífico e da
Norte-Americana.

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