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SUMÁRIO

Conhecimentos sobre o Estado do Pará


Resolução n. 185, de Fevereiro de 2012................................................6
Constituição do Estado do Pará........................................................... 45
Direito Administrativo
Lei n. 8.112, de Dezembro de 1990.................................................. 291
Lei n. 8.987, de Fevereiro de 1995.................................................... 377
Lei n. 8.666, de Junho de 1993........................................................ 401
Lei n. 6.474, de Agosto de 2002....................................................... 484
Decreto n. 2.069, de Fevereiro de 2006............................................ 493
Lei n. 8.972, de Janeiro de 2020...................................................... 510
Lei n. 5.810, de Janeiro de 1994...................................................... 551
Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado do Pará.................................... 611
Direito Constitucional
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988........................ 675
Lei n. 9.868, 10 de Novembro de 1999.............................................. 833
Lei n. 9.882, 3 de Dezembro de 1999................................................ 846
Lei n. 12.562, de Dezembro de 2011................................................ 850
Direito Penal
Decreto-Lei N. 2.848, de Dezembro de 1940...................................... 853
Direito Processual Penal
Código de Processo Penal................................................................ 985
Lei n. 7.960, de Dezembro de 1989................................................ 1130
Lei n. 12.403, de Maio de 2011...................................................... 1133
Lei n. 8.038, de Maio de 1990........................................................ 1144
Lei n. 9.099, de Setembro de 1995................................................. 1157
Lei n. 10.259, de Julho de 2001..................................................... 1182
Lei n. 7.210, de Julho de 1984....................................................... 1189
Lei n. 12.830, de Junho de 2013.................................................... 1255
Direito Civil
LINDB: Decreto-Lei n. 4.657, de Setembro de 1942.......................... 1257
Código Civil................................................................................. 1267
Direito Processual Civil
Código de Processo Civil................................................................ 1327
Lei n. 12.016, de 7 de Agosto de 2009............................................ 1360
Lei n. 7.347, de 24 de Julho de 1985.............................................. 1369
Lei n. 4.717, de 29 de Junho de 1965............................................. 1376
Direito Ambiental
Lei n. 12.651, de Maio de 2012...................................................... 1386
Lei n. 11.284, de Março de 2006.................................................... 1447
Lei n. 11.428, de Dezembro de 2006............................................... 1497
Lei n. 9.985, de Julho de 2000....................................................... 1515
Lei n. 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998......................................... 1544
Lei Complementar n. 140, de Dezembro de 2011.............................. 1573
Resolução Conama n. 428 de 17/12/2010........................................ 1587
Lei n. 6.938, de Agosto de 1981..................................................... 1591
Lei n. 11.516, de Agosto de 2007................................................... 1610
Lei n. 11.105, de Março de 2005.................................................... 1622
Lei n. 9.433, de Janeiro de 1997.................................................... 1645
Direitos Humanos
Declaração Universal dos Direitos Humanos..................................... 1667
Decreto n. 40, de Fevereiro de 1991............................................... 1676
Legislação Penal Especial
Lei n. 13.869, de Setembro de 2019............................................... 1697
Lei n. 13.869, de 5 de Setembro de 2019........................................ 1709
Lei n. 8.072, de Julho de 1990....................................................... 1713
Lei n. 9.296, de Julho de 1996....................................................... 1718
Lei n. 7.716, de Janeiro de 1989.................................................... 1722
Lei n. 11.343, 23 de Agosto de 2006............................................... 1726
Lei n. 8.069, de Julho de 1990....................................................... 1769
Lei n. 10.826, de Dezembro de 2003............................................... 1894
Lei n. 4.737, de 15 de Julho de 1965.............................................. 1914
Lei n. 8.078, de Setembro de 1990................................................. 2040
Lei n. 9.613, de Março de 1998...................................................... 2081
Lei n. 9.503, de Setembro de 1997 (CTB)........................................ 2098
Lei n. 8.137, de Dezembro de 1990................................................ 2252
Lei n. 12.850, de Agosto de 2013................................................... 2261
Lei n. 10.741, de Outubro de 2003................................................. 2280
Lei n. 12.037, de 1º de Outubro de 2009......................................... 2315
Lei n. 1.521, de Dezembro de 1951................................................ 2320
Lei n. 11.340, de Agosto de 2006................................................... 2331
Decreto-Lei n. 3.688,  de Outubro de 1941...................................... 2352
Lei n. 12.830, de Junho de 2013.................................................... 2368
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

RESOLUÇÃO N. 185, DE FEVEREIRO DE 2012


RESOLUÇÃO N. 185/12 - CONSEP Aprova a delimitação circunscri-

cional das Regiões Integradas de Segurança Pública - RISP, no Sis-

tema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, e dá

outras providências

O Conselho Estadual de Segurança Pública - CONSEP, no uso das atribui-


ções legais que lhe confere o art. 4º da Lei n. 7.584/2011, c/c os arts. 2º, 8º,
inciso VII, 17, incisos I, IV, V e XX, e 22 do Regimento Interno, homologado
pelo Decreto n. 1.555/96 e alterado pelo Decreto n. 0294/2003, e Conside-
rando a imperiosa necessidade de se aprimorar as políticas públicas de se-
gurança, principalmente no que se refere à integração do planejamento, co-
ordenação, controle, fiscalização e execução das atividades operacionais dos
Órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Estado;
Considerando o prioritário propósito de se obter maior eficácia e efetividade
no emprego dos órgãos do sistema, a fim de se propiciar a convergência de
esforços e apoio mútuo, para garantir a segurança da população, na capital e
no interior do Estado; Considerando que as diferentes circunscrições territo-
riais dificultam o planejamento, coordenação, controle, fiscalização, execução
e avaliação das atividades dos órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pú-
blica e Defesa Social; Considerando a necessidade de harmonizar as circuns-
crições, tornando-as coincidentes, a fi m de se promover a integração das
ações dos órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social
– desde o planejamento até a execução –, bem como o acompanhamento
uniforme dos resultados; Considerando que é missão institucional do CONSEP
decidir acerca das políticas e ações de segurança pública; Considerando o
sancionamento da Lei n. 7.584, de 28 de dezembro de 2011, que reorganizou
o Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - SIEDS, e reestru-
turou a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social - SEGUP,

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dispondo, em seu art. 18, sobre as Regiões Integradas de Segurança Públi-


ca - RISP, com objetivo de organizar e distribuir operacionalmente os órgãos
vinculados ao SIEDS; Considerando, finalmente, a manifestação favorável
da unanimidade dos Conselheiros presentes nas 230ª Reunião Ordinária do
CONSEP, realizada em 8 de setembro de 2011, aprovando o projeto inicial e
as adaptações propostas pelo Grupo de Trabalho instituído pela Portaria n.
047, de 25 de abril de 2011 da SEGUP, R E S O L V E:
Art. 1º Aprovar o Plano de Harmonização das circunscrições dos Órgãos
integrantes do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, pro-
posto pelo Grupo de Trabalho instituído pela Portaria n. 047, de 25 de abril de
2011, da SEGUP.
Art. 2º Ficam criadas, no território do Estado do Pará, as Regiões Integra-
das de Segurança Pública e Defesa Social - RISP, em número de 15 (quinze),
para harmonizar as circunscrições de atuação dos Órgãos do Sistema Estadu-
al de Segurança Pública e Defesa Social, objetivando a articulação territorial
regional nos níveis estratégico, tático e operacional, de acordo e nos termos
desta Resolução.
Art. 3º As Regiões Integradas de Segurança Pública e Defesa Social -
RISP, serão as seguintes:
§ 1º A 1ª RISP – Região da Capital englobará o Município de Belém, seus
distritos e ilhas, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento da Capital, com Sede em
Belém, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 1º Batalhão de Polícia Militar – que têm como circunscrição os Bair-
ros do Barreiro, Maracangalha, Miramar, Sacramenta, Telégrafo, Val-de-Cans,
Marco, Pedreira, Curió-Utinga, Castanheira, Marambaia, Souza, Benguí, Ca-
banagem, Coqueiro, Mangueirão, Parque Verde e Una;
b) 2º Batalhão de Polícia Militar – que têm como circunscrição os Bairros
de Canudos, Fátima, Nazaré, São Brás, Campina, Cidade Velha, Reduto e
Umarizal;

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c) 10 ° Batalhão de Polícia Militar – sediado no distrito de Icoaraci e que


têm como circunscrição os Bairros da Pratinha, São Clemente, Tapanã, Agu-
lha, Campina de Icoaraci, Cruzeiro, Maracacuera, Paracuri, Ponta Grossa,
Águas Negras, Parque Guajará, Tenoné, Água Boa, Brasília, Itaiteua e São
João do Outeiro;
d) 20º Batalhão de Polícia Militar – que têm como circunscrição os Bairros
da Cremação, Condor, Jurunas, Batista Campos, Guamá e Terra Firme;
e) 2ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada no Distrito de
Mosqueiro e que têm como circunscrição os Bairros do Aeroporto, Ariramba,
Chapéu Virado, Farol, Mangueiras, Maracajá, Murubira, Natal do Murubira,
Praia Grande, Porto Arthur, Vila, Baía do Sol, Bonfim, Carananduba, Caruara,
Marahu, Paraíso, São Francisco e Sucurijuquara.
II – na Polícia Civil, a Diretoria de Polícia Metropolitana, com Sede em Be-
lém - composta pelas seguintes Unidades:
a) 1ª Seccional Urbana (Sacramenta);
b) 2ª Seccional Urbana (São Brás);
c) 4ª Seccional Urbana (Cremação);
d) 5ª Seccional Urbana (Marambaia);
e) 6ª Seccional Urbana (Comércio);
f) 8ª Seccional Urbana (Icoaraci);
g) 9ª Seccional Urbana (Mosqueiro);
h) 10ª Seccional Urbana (Pedreira);
i) 11ª Seccional Urbana (Guamá);
j) Unidade de Polícia do Marco;
k) Unidade de Polícia do Jurunas;
l) Unidade de Polícia do Benguí;
m) Unidade de Polícia da Cabanagem;
n) Unidade de Polícia do Outeiro;
o) Unidade Integrada Pro Paz (UIPP) da Terra Firme;
p) Unidade de Crimes Contra o Patrimônio;

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q) Unidade de Polícia do Aeroporto Internacional de Belém;


r) Unidade de Polícia do Hospital do Pronto-Socorro do Umarizal “Mario
Pinotti”;
s) Unidade de Polícia do Hospital do Pronto Socorro do Guamá “Humberto
Maradei”;
t) Unidade de Polícia do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, as Unidades abaixo especificadas:
a) 1º Grupamento Bombeiro Militar – que têm como circunscrição os Bair-
ros da Cremação, Condor, Jurunas, Batista Campos, Guamá e Terra Firme;
b) 1º Grupamento de Busca e Salvamento, 11º Subgrupamento Bombeiro
Militar e a 5ª Seção Bombeiro Militar – que têm como circunscrição os Bair-
ros do Barreiro, Maracangalha, Miramar, Sacramenta, Telégrafo, Val-de-Cans,
Marco, Pedreira, Curió-Utinga, Castanheira, Marambaia, Souza, Benguí, Ca-
banagem, Coqueiro, Mangueirão, Parque Verde e Una;
c) 7º Subgrupamento Bombeiro Militar e o 2º Grupamento de Busca e
Salvamento – que têm como circunscrição os Bairros de Canudos, Fátima,
Nazaré, São Brás, Campina, Cidade Velha, Reduto e Umarizal;
d) 2º Subgrupamento Bombeiro Militar – sediado no distrito de Icoaraci e
que têm como circunscrição os Bairros da Pratinha, São Clemente, Tapanã,
Agulha, Campina de Icoaraci, Cruzeiro, Maracacuera, Paracuri, Ponta Grossa,
Águas Negras, Parque Guajará, Tenoné, Água Boa, Brasília, Itaiteua e São
João do Outeiro;
§ 2º A 2ª RISP – Região Metropolitana de Belém, englobará os Municípios
de Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará, cujos órgãos
de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento da Região Metropolitana,
com Sede em Ananindeua – composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 6º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Ananindeua e que têm como
circunscrição este Município;

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b) 21º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Marituba e que têm como


circunscrição os Municípios de Marituba, Benevides e Santa Bárbara;
c) Companhia Independente de Polícia Rodoviária, com atuação em todo
o território do Estado.
II – na Polícia Civil, a Superintendência da Região Metropolitana, subor-
dinada diretamente à Diretoria de Polícia Metropolitana, composta pelas se-
guintes Unidades:
a) 3ª Seccional Urbana (Cidade Nova);
b) 7ª Seccional Urbana (PAAR);
c) 14ª Seccional Urbana (Ananindeua);
d) 18ª Seccional Urbana (Marituba)
e) Unidade de Polícia da Jaderlândia;
f) Unidade de Polícia do Atalaia;
g) Unidade de Polícia da Guanabara;
h) Unidade de Polícia do Júlia Seffer;
i) Unidade de Polícia do Aurá;
j) Unidade de Polícia do Decouville;
k) Unidade de Polícia de Benevides;
l) Unidade de Polícia de Benfica;
m) Unidade de Polícia de Santa Bárbara do Pará.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, as Unidades abaixo especificadas:
a) 3º Grupamento Bombeiro Militar, sediado em Ananindeua e que têm
como circunscrição este Município;
b) 1º Subgrupamento Bombeiro Militar, sediado em Marituba e que têm
como circunscrição os Municípios de Marituba, Benevides e Santa Bárbara;
c) 6º Subgrupamento Bombeiro Militar, sediado no Distrito de Mosqueiro e
que têm como circunscrição os Bairros do Aeroporto, Ariramba, Chapéu Vira-
do, Farol, Mangueiras, Maracajá, Murubira, Natal do Murubira, Praia Grande,
Porto Arthur, Vila, Baía do Sol, Bonfim, Carananduba, Caruara, Marahu, Para-
íso, São Francisco e Sucurijuquara.

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§ 3º A 3ª RISP – Região do Guamá, englobará os Municípios de Buja-


ru, Castanhal, Colares, Concórdia do Pará, Curuçá, Igarapé-Açu, Inhanga-
pi, Irituia, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Santa Izabel do Pará,
Santa Maria do Pará, Santo Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São
Domingos do Capim, São Francisco do Pará, São João da Ponta, São Miguel
do Guamá, Terra Alta, Tomé-Açu e Vigia, cujos órgãos de atuação serão as
seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento da Regional
III, com Sede em Castanhal, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 5º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Castanhal e que têm como
circunscrição os Municípios de Castanhal, Curuçá, Igarapé-Açu, Inhanga-
pi, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, São Domingos do Capim, São
Francisco do Pará e Terra Alta;
b) 12º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Santa Izabel do Pará e que
têm como circunscrição os Municípios de Santa Izabel do Pará, Colares, Santo
Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São João da Ponta e Vigia;
c) 9ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em São Miguel
do Guamá e que têm como circunscrição os Municípios de São Miguel do Gua-
má, Irituia e Santa Maria do Pará;
d) 14ª Companhia Independente de Polícia Militar, cuja Sede é em To-
mé-Açu, e que têm como circunscrição os Municípios de Tomé-Açu, Bujaru e
Concórdia do Pará.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional da Zona do Salgado, se-
diada em Castanhal, composta pelas seguintes Unidades:
a) 12ª Seccional Urbana (Castanhal);
b) Delegacia da Mulher - DEAM (Castanhal);
c) Unidade de Polícia da Vila do Apeú (Castanhal);
d) Unidade de Polícia de Bujaru;
e) Unidade de Polícia de Colares;
f) Unidade de Polícia de Concórdia do Pará;

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g) Unidade de Polícia de Curuçá;


h) Unidade de Polícia de Igarapé-Açu;
i) Unidade de Polícia de Inhangapi;
j) Unidade de Polícia de Irituia;
k) Unidade de Polícia de Magalhães Barata;
l) Unidade de Polícia de Marapanim;
m) Unidade de Polícia de Maracanã;
n) Unidade de Polícia de Quatro-Bocas (Tomé-Açu);
o) 17ª Seccional Urbana (Santa Izabel do Pará);
p) Unidade de Polícia de Santo Antônio do Tauá;
q) Unidade de Polícia de São Caetano de Odivelas;
r) Unidade de Polícia de São Domingos do Capim;
s) Unidade de Polícia de São Francisco do Pará;
t) Unidade de Polícia de São João da Ponta (quando for implantada);
u) Unidade de Polícia de São Miguel do Guamá;
v) Unidade de Polícia de Santa Maria do Pará;
w) Unidade de Polícia de Terra Alta;
x) Unidade de Polícia de Tomé-Açu;
y) Unidade de Polícia de Vigia de Nazaré.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, as Unidades abaixo especificadas:
a) 2º Grupamento Bombeiro Militar, sediado em Castanhal e que têm
como circunscrição os Municípios de Castanhal, Curuçá, Igarapé-Açu, Inhan-
gapi, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, São Domingos do Capim, São
Francisco do Pará, Terra Alta, Vila do Apeú, Bujarú, Concórdia do Pará, São
Miguel do Guamá, Santa Maria do Pará, Irituia e Tomé-Açu.
b) 12º Grupamento Bombeiro Militar, sediado em Santa Izabel e que têm
como circunscrição os Municípios de Santa Izabel do Pará, Colares, Santo An-
tônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São João da Ponta e Vigia.

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§ 4º A 4ª RISP – Região do Tocantins, englobará os Municípios de Abaete-


tuba, Acará, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Mo-
cajuba, Moju e Oeiras do Pará, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional IX, sediado em
Abaetetuba, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 14º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Barcarena, e que têm como
circunscrição este Município;
b) 3ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em Abaetetuba e
que têm como circunscrição os Municípios de Abaetetuba, Acará, Igarapé-Miri
e Moju;
c) 4ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em Cametá e
que têm como circunscrição os Municípios de Cametá, Oeiras do Pará, Limo-
eiro do Ajuru, Mocajuba e Baião.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Baixo Tocantins, se-
diada em Abaetetuba, composta pelas seguintes Unidades:
a) Unidade de Polícia de Abaetetuba;
b) Unidade de Polícia de Acará;
c) Unidade de Polícia de Baião;
d) Unidade de Polícia de Cametá;
e) Unidade de Polícia de Igarapé-Miri;
f) Unidade de Polícia de Limoeiro do Ajuru;
g) Unidade de Polícia de Mocajuba;
h) Unidade de Polícia de Moju;
i) Unidade de Polícia da Vila dos Cabanos;
j) Unidade de Polícia de Barcarena;
k) Delegacia da Mulher - DEAM (Abaetetuba).
III – no Corpo de Bombeiros Militar, as Unidades abaixo especificadas:
a) 15º Grupamento Bombeiro Militar, sediado em Abaetetuba e que têm
como circunscrição os Municípios de Abaetetuba, Igarapé-Miri e Moju;

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b) 6º Grupamento Bombeiro Militar, com Sede em Barcarena e que têm


como circunscrição os Municípios de Barcarena e Acará;
c) 9º Grupamento Bombeiro Militar, sediado em Cametá e que têm como
circunscrição os Municípios de Cametá, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajurú,
Mocajuba e Baião.
§ 5º A 5ª RISP – Região do Marajó Oriental, englobará os Municípios de
Cachoeira do Arari, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari
e Soure, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional XI, composto
pelo 8º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Soure, e que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Soure, Cachoeira do Arari, Muaná, Ponta de Pe-
dras, Salvaterra e Santa Cruz do Arari.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional dos Campos do Marajó,
sediada em Soure, composta pelas seguintes Unidades:
a) Unidade de Polícia de Cachoeira do Arari;
b) Unidade de Polícia de Muaná;
c) Unidade de Polícia de Ponta de Pedras;
d) Unidade de Polícia de Salvaterra;
e) Unidade de Polícia de Santa Cruz do Arari;
f) Unidade de Polícia de Soure.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 11º Grupamento Bombeiro Militar,
sediado em Breves e que têm como circunscrição os Municípios de Cachoeira
do Arari, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari e Soure.
§ 6º A 6ª RISP – Região do Caeté, englobará os Municípios de Augusto Cor-
rêa, Bonito, Bragança, Cachoeira do Piriá, Capanema, Capitão Poço, Garrafão
do Norte, Ourém, Peixe Boi, Primavera, Quatipuru, Salinópolis, São João de
Pirabas, Santa Luzia do Pará, Santarém Novo, Nova Esperança do Piriá, Nova
Timboteua, Tracuateua e Viseu, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional VII, com Sede
em Capanema, composto pelas Unidades abaixo especificadas:

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a) 11º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Capanema e que têm como


circunscrição os Municípios de Capanema, Cachoeira do Piriá, Bonito, Nova
Timboteua, Peixe-Boi, Primavera, Quatipuru e Santa Luzia;
b) 1ª Companhia Independente de Polícia Militar, com Sede em Salinópolis
e que têm como circunscrição os Municípios de Salinópolis, Santarém Novo e
São João de Pirabas;
c) 5ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em Bragança e
que têm como circunscrição os Municípios de Bragança, Tracuateua, Augusto
Corrêa e Viseu;
d) 10ª Companhia Independente de Polícia Militar, com Sede em Capitão
Poço e que têm como circunscrição os Municípios de Capitão Poço, Garrafão
do Norte, Ourém e Nova Esperança do Piriá.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional da Zona Bragantina, se-
diada em Capanema, composta pelas seguintes Unidades:
a) Unidade de Polícia de Capanema;
b) Unidade de Polícia de Augusto Corrêa;
c) Unidade de Polícia de Bonito;
d) Unidade de Polícia de Bragança;
e) Unidade de Polícia de Cachoeira do Piriá;
f) Unidade de Polícia de Capitão Poço;
g) Unidade de Polícia de Garrafão do Norte;
h) Unidade de Polícia de Nova Esperança do Piriá;
i) Unidade de Polícia de Nova Timboteua;
j) Unidade de Polícia de Ourém;
k) Unidade de Polícia de Peixe-Boi;
l) Unidade de Polícia de Primavera;
m) Unidade de Polícia de Quatipuru (quando for implantada);
n) Unidade de Polícia de Salinópolis;
o) Unidade de Polícia de Santa Luzia do Pará;
p) Unidade de Polícia de Santarém Novo;

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q) Unidade de Polícia de São João de Pirabas;


r) Unidade de Polícia de Tracuateua;
s) Unidade de Polícia de Viseu.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, as Unidades abaixo especificadas:
a) 5º Subgrupamento Bombeiro Militar, sediado em Capanema e que têm
como circunscrição os Municípios de Capanema, Capitão-Poço, Garrafão do
Norte, Ourém, Nova Esperança do Piriá, Cachoeira do Piriá, Bonito, Nova Tim-
boteua, Peixe-Boi, Primavera, Quatipuru e Santa Luzia do Pará;
b) 4º Subgrupamento Bombeiro Militar, com Sede em Salinópolis e que
têm como circunscrição os Municípios de Salinópolis, Santarém Novo e São
João de Pirabas;
c) 12º Subgrupamento Bombeiro Militar, sediada em Bragança e que têm como
circunscrição os Municípios de Bragança, Tracuateua, Augusto Corrêa e Viseu.
§ 7º A 7ª RISP – Região do Capim, englobará os Municípios de Aurora do
Pará, Dom Eliseu, Ipixuna do Pará, Mãe do Rio, Paragominas e Ulianópolis,
cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional VI, com Sede
em Paragominas, composto pelo 19º Batalhão de Polícia Militar, que têm como
circunscrição os Municípios de Paragominas, Aurora do Pará, Dom Eliseu, Ipi-
xuna, Mãe do Rio e Ulianópolis;
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional da Zona Guajarina, com
Sede em Paragominas, composta pelas seguintes Unidades:
a) 13ª Seccional Urbana (Paragominas);
b) Delegacia da Mulher - DEAM (Paragominas);
c) Unidade de Polícia de Aurora do Pará;
d) Unidade de Polícia de Dom Eliseu;
e) Unidade de Polícia de Ipixuna;
f) Unidade de Polícia de Ulianópolis.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Subgrupamento Bombeiro Mi-
litar, sediado em Paragominas e que têm como circunscrição os Municípios

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de Paragominas, Aurora do Pará, Dom Eliseu, Ipixuna do Pará, Mãe do Rio e


Ulianópolis.
§ 8º A 8ª RISP – Região do Marajó Ocidental, englobará os Municípios de
Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Portel, e
São Sebastião da Boa Vista, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional XI, composto
pelo 9º Batalhão de Polícia Militar, com Sede em Breves, que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Breves, Afuá, Anajás, Bagre, Chaves, Curralinho,
Gurupá, Melgaço, Portel e São Sebastião da Boa Vista;
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional das Ilhas do Marajó, se-
diada em Breves, composta pelas seguintes
Unidades:
a) Unidade de Polícia de Breves;
b) Unidade de Polícia de Bagre;
c) Unidade de Polícia de Curralinho;
d) Unidade de Polícia de Gurupá;
e) Unidade de Polícia de Melgaço;
f) Unidade de Polícia de Portel;
g) Unidade de Polícia de São Sebastião da Boa Vista.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 11º Subgrupamento Bombeiro Mili-
tar, sediado em Breves e que têm como circunscrição os Municípios de Afuá,
Anajás, Bagre, Breves, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Portel, e São
Sebastião da Boa Vista.
§ 9º A 9ª RISP – Região do Lago de Tucuruí, englobará os Municípios de
Breu Branco, Goianésia do Pará, Jacundá, Novo Repartimento, Pacajá, Tailân-
dia e Tucuruí, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional IV, com Sede em
Tucurui, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 13º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Tucuruí, que têm como circuns-
crição os Municípios de Tucuruí, Breu Branco, Novo Repartimento e Pacajá;

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b) 6ª Companhia Independente de Polícia Militar, com Sede em Tailândia,


que têm como circunscrição os Municípios de Tailândia e Goianésia do Pará;
c) 18ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em Jacundá,
que têm como circunscrição este Município;
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Lago de Tucuruí, se-
diada em Tucuruí, composta pelas seguintes Unidades:
a) 15ª Seccional Urbana (Tucuruí);
b) Delegacia da Mulher - DEAM (Tucuruí);
c) Unidade de Polícia de Breu Branco;
d) Unidade de Polícia de Goianésia do Pará;
e) Unidade de Polícia de Jacundá;
f) Unidade de Polícia de Novo Repartimento;
g) Unidade de Polícia de Pacajá;
h) Unidade de Polícia de Tailândia.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, as Unidades abaixo especificadas:
a) 8º Grupamento Bombeiro Militar, sediado em Tucuruí e que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Tucuruí, Breu Branco, Novo Repartimento e Pacajá;
b) 14º Grupamento Bombeiro Militar, com Sede em Tailândia, que têm
como circunscrição os Municípios de Tailândia, Goianésia do Pará e Jacundá.
§ 10. A 10ª RISP – Região de Carajás, englobará os Municípios de Abel
Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Canaã dos
Carajás, Curionópolis, Eldorado do Carajás, Itupiranga, Marabá, Nova Ipixu-
na, Palestina do Pará, Parauapebas, Piçarra, Rondon do Pará, São Domingos
do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e São João do Araguaia, cujos órgãos
de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional II, com Sede em
Marabá, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 4º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Marabá, que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Marabá, Brejo Grande do Araguaia, Itupiranga,

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Nova Ipixuna, Palestina, Piçarra, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do


Araguaia e São João do Araguaia;
b) 23º Batalhão de Polícia Militar, com Sede em Parauapebas, que têm
como circunscrição os Municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curio-
nópolis e Eldorado do Carajás;
c) 11ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em Rondon do
Pará, que têm como circunscrição os Municípios de Rondon do Pará, Abel Fi-
gueiredo e Bom Jesus do Tocantins.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Sudeste do Pará, com
Sede em Marabá, composta pelas seguintes Unidades:
a) 21ª Seccional Urbana (Marabá);
b) Delegacia da Mulher - DEAM (Marabá);
c) Delegacia da Mulher - DEAM (Parauapebas);
d) Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá;
e) Unidade de Polícia de Abel Figueiredo;
f) Unidade de Polícia de Bom Jesus do Tocantins;
g) Unidade de Polícia de Brejo Grande do Araguaia (quando for implantada);
h) Unidade de Polícia de Canaã dos Carajás;
i) Unidade de Polícia de Curionópolis;
j) Unidade de Polícia de Eldorado do Carajás;
k) Unidade de Polícia de Itupiranga;
l) Unidade de Polícia de Nova Ipixuna;
m) Unidade de Polícia de Palestina do Pará (quando for implantada);
n) 20ª Seccional Urbana (Parauapebas);
o) Unidade de Polícia de Piçarra (quando for implantada);
p) Unidade de Polícia de Rondon do Pará;
q) Unidade de Polícia de São Domingos do Araguaia;
r) Unidade de Polícia de São Geraldo do Araguaia;
s) Unidade de Polícia de São João do Araguaia.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, as Unidades abaixo especificadas:

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a) 5º Grupamento Bombeiro Militar, sediado em Marabá e que têm como


circunscrição os Municípios de Marabá, Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocan-
tins e Canaã dos Carajás, Brejo Grande do Araguaia, Itupiranga, Nova Ipi-
xuna, Palestina, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e São
João do Araguaia;
b) 10º Subgrupamento Bombeiro Militar, com Sede em Parauapebas e que
têm como circunscrição os Municípios de Parauapebas, Curionópolis, Eldorado
do Carajás, Canaã dos Carajás e Piçarra.
§ 11. A 11ª RISP – Região do Xingu, englobará os Municípios de Altamira,
Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Porto do Moz, Senador José Porfírio, Uruará
e Vitória do Xingu, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional XIII, com Sede
em Altamira, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 16º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Altamira, que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Altamira, Brasil Novo, Porto de Moz, Senador José
Porfírio e Vitória do Xingu;
b) 15ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em Anapu, que
têm como circunscrição este Município;
c) 16 ª Companhia Independente de Polícia Militar, com Sede em Uruará,
que têm como circunscrição os Municípios de Uruará e Medicilândia.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Xingu, com Sede em
Altamira, composta pelas Seguintes Unidades:
a) Unidade de Polícia de Altamira;
b) Delegacia da Mulher - DEAM (Altamira);
c) Unidade de Polícia de Anapu;
d) Unidade de Polícia de Brasil Novo;
e) Unidade de Polícia de Medicilândia;
f) Unidade de Polícia de Porto de Moz;
g) Unidade de Polícia de Senador José Porfírio;
h) Unidade de Polícia de Vitória do Xingu;

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i) Unidade de Polícia de Uruará.


III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 9º Grupamento Bombeiro Militar,
com Sede em Altamira e que têm como circunscrição os Municípios de Alta-
mira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Porto do Moz, Senador José Porfírio,
Uruará e Vitória do Xingu.
§ 12. A 12ª RISP – Região do Baixo Amazonas, englobará os Municípios
de Alenquer, Almeirim, Belterra, Curuá, Faro, Juruti, Monte Alegre, Óbidos,
Oriximiná, Prainha, Mojuí dos Campos, Santarém e Terra Santa, cujos órgãos
de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional I, sediado em
Santarém, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 3º Batalhão de Polícia Militar, com Sede em Santarém, que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Santarém, Alenquer, Belterra e Mojuí dos Campos;
b) 18º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Monte Alegre, que têm como
circunscrição os Municípios de Monte Alegre, Prainha e Almeirim;
c) 12ª Companhia Independente de Polícia Militar, com Sede em Oriximi-
ná, que têm como circunscrição os Municípios de Oriximiná, Óbidos, Curuá,
Juruti, Faro e Terra Santa.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Médio e Baixo Amazo-
nas, com Sede em Santarém, composta pelas seguintes Unidades:
a) 16ª Seccional Urbana (Santarém);
b) Delegacia da Mulher - DEAM (Santarém);
c) Unidade de Polícia de Alenquer;
d) Unidade de Polícia de Almeirim;
e) Unidade de Polícia de Belterra;
f) Unidade de Polícia de Curuá (quando for implantada);
g) Unidade de Polícia de Faro;
h) Unidade de Polícia de Juruti;
i) Unidade de Polícia de Monte Alegre;
j) Unidade de Polícia de Óbidos;

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k) Unidade de Polícia de Oriximiná;


l) Unidade de Polícia de Prainha;
m) Unidade de Polícia de Mojuí dos Campos;
n) Unidade de Polícia de Monte Dourado;
o) Unidade de Polícia de Terra Santa.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 5º Grupamento Bombeiro Militar,
com Sede em Santarém e que têm como circunscrição os Municípios de San-
tarém, Alenquer, Almeirim, Belterra, Curuá, Faro, Juruti, Monte Alegre, Óbi-
dos, Oriximiná, Prainha, Mojuí dos Campos e Terra Santa.
§ 13. A 13ª RISP – Região do Araguaia, englobará os Municípios de Con-
ceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Floresta do Araguaia, Pau D’Arco, Re-
denção, Santa Maria das Barreiras e Santana do Araguaia, cujos órgãos de
atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional V, com Sede em
Redenção, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 7º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Redenção, que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Redenção, Pau D’Arco, Cumaru do Norte e San-
tana do Araguaia;
b) 22º Batalhão de Polícia Militar, com Sede em Conceição do Araguaia,
que têm como circunscrição os Municípios de Conceição do Araguaia, Floresta
do Araguaia e Santa Maria das Barreiras.
II  – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Araguaia Paraense,
com Sede em Redenção, composta pelas seguintes Unidades:
a) Unidade de Conflitos Agrários de Redenção;
b) Delegacia da Mulher - DEAM (Redenção);
c) Unidade de Polícia de Redenção;
d) Unidade de Polícia de Conceição do Araguaia;
e) Unidade e Polícia de Floresta do Araguaia;
f) Unidade de Polícia de Pau D’Arco;
g) Unidade de Polícia de Santa Maria das Barreiras;

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h) Unidade de Polícia de Santana do Araguaia.


III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 10º Grupamento Bombeiro Militar,
sediado em Redenção e que têm como circunscrição os Municípios de Re-
denção, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Floresta do Araguaia, Pau
D’Arco, Santa Maria das Barreiras e Santana do Araguaia.
§ 14. A 14º RISP – Região do Alto Xingu, englobará os Municípios de Água
Azul do Norte, Bannach, Ourilândia do Norte, Rio Maria, Sapucaia, São Félix
do Xingu, Tucumã e Xinguara, cujos órgãos de atuação serão os seguintes:
I – na Polícia Militar o Comando de Políciamento Regional V, com Sede em
São Félix do Xingu, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 17º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Xinguara, que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Xinguara, Água Azul do Norte, Sapucaia, Banach
e Rio Maria;
b) 8ª Companhia Independente de Polícia Militar, com Sede em São Félix
do Xingu, que têm como circunscrição os Municípios de São Félix do Xingu,
Ourilândia do Norte e Tucumã.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Alto Xingu, sediada
em São Félix do Xingu, composta pelas seguintes Unidades:
a) Unidade de Polícia de Água Azul do Norte (quando for implantada);
b) Unidade de Polícia de Bannach (quando for implantada);
c) Unidade de Polícia de Ourilândia do Norte;
d) Unidade de Polícia de Rio Maria;
e) Unidade de Polícia de São Félix do Xingu;
f) Unidade de Polícia de Sapucaia (quando for implantada);
g) Unidade de Polícia de Tucumã;
h) Unidade de Polícia de Xinguara.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 10º Grupamento Bombeiro Militar,
sediado em Redenção e que têm como circunscrição os Municípios de Água
Azul do Norte, Bannach, Ourilândia do Norte, Rio Maria, Sapucaia, São Félix
do Xingu, Tucumã e Xinguara.

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§ 15. A 15ª RISP – Região do Tapajós, englobará os Municípios de Aveiro,


Jacareacanga, Itaituba, Novo Progresso, Placas, Rurópolis, Trairão e Loca-
lidade de Castelo dos Sonhos (Altamira), cujos órgãos de atuação serão os
seguintes:
I – na Polícia Militar, o Comando de Políciamento Regional X, com Sede em
Itaituba, composto pelas Unidades abaixo especificadas:
a) 15º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Itaituba, que têm como cir-
cunscrição os Municípios de Itaituba, Aveiro, Jacareacanga e Trairão;
b) 7ª Companhia Independente de Polícia Militar, com Sede em Novo Pro-
gresso, que têm como circunscrição os Municípios de Novo Progresso e a Lo-
calidade de Castelo dos Sonhos (Altamira);
c) 17ª Companhia Independente de Polícia Militar, sediada em Rurópolis,
que têm como circunscrição os Municípios de Rurópolis e Placas.
II – na Polícia Civil, a Superintendência Regional do Tapajós, sediada em
Itaituba, composta pelas seguintes Unidades:
a) 19ª Seccional Urbana (Itaituba);
b) Unidade de Polícia de Aveiro;
c) Unidade de Polícia de Jacareacanga (quando for implantada);
d) Unidade de Polícia de Novo Progresso;
e) Unidade de Polícia de Placas;
f) Unidade de Polícia de Rurópolis;
g) Unidade de Polícia de Trairão;
h) Unidade de Polícia de Castelo de Sonhos.
III – no Corpo de Bombeiros Militar, o 7º Grupamento Bombeiro Militar,
com Sede em Itaituba e que têm como circunscrição os Municípios de Itaitu-
ba, Aveiro, Jacareacanga, Novo Progresso, Placas, Rurópolis, Trairão e Loca-
lidade de Castelo dos Sonhos (Altamira).
Art. 4º As Regiões Integradas de Segurança Pública e Defesa Social - RISP
poderão ser divididas em Áreas Integradas de Segurança Pública e Defesa
Social (AISP), e estas em Setores Integrados de Segurança Pública e Defesa

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Social (SEISP), e estes em Subsetores (SUBSEISP) Integrados de Segurança


Pública e Defesa Social.
Art. 5º A 1ª RISP será dividida em Áreas Integradas de Segurança Pública
e Defesa Social (AISP), conforme abaixo se estabelece:
§ 1º A 1ª AISP englobará os Bairros da Campina, Cidade Velha, Reduto e
Umarizal.
I – o perímetro da 1ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Baía do Guajará com o prolongamento da Travessa José Pio,
segue por esta até o canal do Galo, flete à direita e segue por este até en-
contrar a Travessa Nove de Janeiro, flete à direita e segue por esta até a Rua
Boaventura da Silva, flete à direita e segue por esta até a Travessa Benjamim
Constant, flete à direita e segue por esta até a Rua Henrique Gurjão, flete à
esquerda e segue por esta até a Avenida Assis de Vasconcelos, flete à esquer-
da e segue por esta até o início da Rua Gama Abreu, flete à direita e segue
por esta até a Avenida Almirante Tamandaré, segue por esta até a Avenida
Dezesseis de Novembro, flete à esquerda e segue por esta até a Rua Cesário
Alvim, flete à direita e segue por esta até encontrar a margem direita do Rio
Guamá, flete à direita e segue por sua margem até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 1ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 1ª Companhia/2ºBatalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 6ª Seccional Urbana (Comércio) e a Divisão de Inves-
tigações e Operações Especiais (DIOE);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 7º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 2º A 2ª AISP englobará os Bairros de Canudos, Fátima, Nazaré e São Brás.
I – o perímetro da 2ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na in-
tersecção da Travessa Quintino Bocaiúva com a Avenida Conselheiro Furtado,
flete à esquerda e segue por esta até encontrar a passagem Nossa Senhora
das Graças, segue por esta até a Rua da Olaria, fl ete à esquerda e segue
por esta até a Avenida Celso Malcher, flete à esquerda e segue por esta até
a Rua Silva Rosado, flete à esquerda e segue por esta até a Travessa Juvenal

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Cordeiro, flete à direita e segue por esta até a Rua Roso Danin, flete à direita
e segue por esta até a Passagem Nazaré, flete à esquerda e segue por esta
até a Avenida Cipriano Santos, flete à esquerda e segue por esta até a Passa-
gem Odete Malcher, flete à direita e segue por esta até a Avenida Ceará, flete
à direita e segue por esta até encontrar um Beco sem denominação, flete à
esquerda e segue por este até a Rua Jabatiteua, flete à esquerda e segue por
este até encontrar a Travessa Francisco Monteiro, flete à esquerda e segue
por esta até a Avenida Ceará, flete à direita segue por esta até a Avenida Al-
mirante Barroso, flete à direita e segue por esta até encontra a Travessa das
Mercedes, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida José Bonifácio,
flete à direita e segue por esta até a Avenida Duque de Caxias, segue por
esta até a Travessa Curuzu, flete à esquerda e segue por esta até o canal da
Avenida Visconde de Inhaúma, flete à esquerda e segue por este até o canal
da Travessa Antônio Baena, flete à direita e segue por este até o prolonga-
mento da Travessa 9 de Janeiro, flete à esquerda e segue por esta até a Rua
Boaventura da Silva, flete à direita e segue por esta até a Travessa Benjamim
Constant, fl ete à direita e segue por esta até a Rua Henrique Gurjão, flete à
esquerda e segue por esta até a Avenida Assis de Vasconcelos, flete à esquer-
da e segue por esta até a Avenida Nazaré, flete à direita e segue por esta até
a Avenida Serzedelo Corrêa, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida
Gentil Bittencourt, flete à esquerda e segue por esta até a Travessa Quintino
Bocaiúva, flete à direita e segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 2ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 2ª Companhia/2º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 2ª Seccional Urbana (São Brás, a Divisão de Polícia
Administrativa (DPA) e a Divisão de Homicídios (DH);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 7º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 3º A 3ª AISP englobará os Bairros da Cremação e Condor, e ainda as
ilhas do arquipélago do Rio Guamá pertencentes ao Município de Belém.

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I – o perímetro da 3ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na in-


tersecção da Travessa 14 de Abril com a Avenida Conselheiro Furtado, flete à
esquerda e segue por esta até a Travessa Quintino Bocaiúva, flete à esquerda
e segue por esta até a Avenida Fernando Guilhon, flete à direita e segue por
esta até a Travessa Dr. Moraes, fl ete à esquerda e segue por esta até encon-
trar o Canal da Travessa Quintino Bocaiúva, flete à direita e segue por este
até encontrar a margem direita do Rio Guamá, contornando as ilhas do arqui-
pélago deste rio até encontrar o Porto da Palha, localizado na interseção da
margem direita deste rio com o prolongamento da Travessa Padre Eutíquio,
segue por este até a Avenida Bernardo Sayão, flete à direita e segue por esta
até a Passagem São Cristóvão, flete à esquerda e segue por esta até a Pas-
sagem Alvino, flete à esquerda e segue por esta até a Travessa 14 de Abril,
flete à direita e segue por esta até a passagem Paulo Cícero, flete à esquerda
e segue por esta até a Passagem Albi Miranda, flete à direita e segue por esta
até a Passagem Mucajás, flete à esquerda e segue por esta até a Travessa 3
de Maio, flete à direita e segue por esta até a Passagem Silva Castro, flete à
direita e segue por esta até a Travessa 14 de Abril, flete à esquerda e segue
por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 3ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 1ª Companhia /20º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 4ª Seccional Urbana (Cremação);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1ºGrupamento Bombeiro Militar.
§ 4º A 4ª AISP englobará os Bairros da Batista Campos e Jurunas.
I – o perímetro da 4ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Travessa Quintino Bocaiúva com a Avenida Gentil Bittencourt,
flete à esquerda e segue por esta até a Avenida Serzedelo Corrêa, flete à di-
reita e segue por esta até a Travessa Gama Abreu, flete à esquerda e segue
por esta até a Avenida Almirante Tamandaré, segue por esta até a Avenida
Dezesseis de Novembro, flete à esquerda e segue por esta até a Rua Cesário
Alvim, flete à direita e segue por esta até encontrar a margem direita do Rio

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Guamá, flete à direita contornando a margem direita deste Rio até encontrar
a foz do canal da Avenida Quintino Bocaiúva, flete à esquerda e segue por
este até encontrar a Travessa Dr. Moraes, flete à esquerda e segue por esta a
Avenida Fernando Guilhon, flete à direita e segue por esta a Travessa Quintino
Bocaiúva, flete à esquerda e segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 4ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 2ª Companhia/20º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA) e a
Unidade de Polícia do Jurunas;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Grupamento Bombeiro Militar.
§ 5º A 5ª AISP englobará o Bairro do Guamá.
I – o perímetro da 5ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na in-
tersecção da margem direita do Rio Guamá com o Porto da Palha, que fica no
prolongamento da Travessa Padre Eutíquio, segue por este até a Avenida Ber-
nardo Sayão, flete à direita e segue por esta até a Passagem São Cristóvão,
flete à esquerda e segue por esta até a Passagem Alvino, flete à esquerda e
segue por esta até a Travessa 14 de Abril, flete à direita e segue por esta até
a passagem Paulo Cícero, flete à esquerda e segue por esta até a Passagem
Albi Miranda, flete à direita e segue por esta até a Passagem Mucajás, flete
à esquerda e segue por esta até a Travessa 3 de Maio, flete à direita e segue
por esta até a Passagem Silva Castro, flete à direita e segue por esta até a
Travessa 14 de Abril, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida Conse-
lheiro Furtado, flete à direita e segue por esta até encontrar a passagem Nos-
sa Senhora das Graças, segue por esta até encontrar o Canal do Tucunduba,
flete à direita e segue a jusante até encontrar a Avenida Perimetral, flete à
direita e segue por esta até a Rua Augusto Corrêa, flete à esquerda e segue
por esta e seu prolongamento até a margem direita do Rio Guamá, flete à
direita e segue até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 5ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 3ª Companhia/20ºBatalhão de Polícia Militar;

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b) na Polícia Civil, a 11ª Seccional Urbana (Guamá);


c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Grupamento Bombeiro Militar.
§ 6º A 6ª AISP englobará o Bairro da Terra Firme.
I – o perímetro da 6ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da margem direita do Rio Guamá com o prolongamento da Rua
Augusto Corrêa, segue por esta até a Avenida Perimetral, flete à direita e se-
gue por esta até o Canal do Tucunduba, segue por esta jusante até encontrar
a passagem Nossa Senhora das Graças, flete à esquerda e segue por esta até
a Rua da Olaria, flete à direita e segue por esta até a Avenida Celso Malcher,
flete à esquerda e segue por esta até a Rua Silva Rosado, flete à esquerda
e segue por esta até a Travessa Juvenal Cordeiro, flete à direita e segue por
esta até a Rua Roso Danin, flete à direita e segue por esta até a Passagem
Nazaré, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida Cipriano Santos, flete
à esquerda e segue por esta até a Passagem Odete Malcher, flete à direita e
segue por esta até a Avenida Ceará, flete à direita e segue por esta até en-
contrar um Beco sem denominação, flete à esquerda e segue por este até a
Rua Jabatiteua, flete à direita e segue por esta até o Canal do Tucunduba,
flete à esquerda e segue por este até encontrar a passagem Monte Alegre,
flete à direita e segue por esta até encontrar a Travessa Mauriti, segue por
esta até a Avenida Perimetral, flete à direita até encontrar a entrada principal
da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), segue por esta contor-
nando os limites do Campus até encontrar a margem direita do Rio Guamá,
flete à direita e segue por sua margem até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 6ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 4ª Companhia/20º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a Unidade Integrada Pro Paz da Terra Firme;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Grupamento Bombeiro Militar.
§ 7º A 7ª AISP englobará os Bairros da Maracangalha, Barreiro, Miramar,
Sacramenta, Telégrafo e Val-de-Cans.

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I – o perímetro da 7ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na


intersecção da Baía do Guajará com o prolongamento da Travessa José Pio,
segue por esta até o canal do Galo, flete à esquerda e segue por este até
encontrar a Rua Nova, flete à direita e segue por esta até a Travessa Alferes
Costa, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida Senador Lemos, flete
à direita e segue por esta até encontrar o elevado Daniel Berg, na interseção
das Avenidas Senador Lemos, Pedro Álvares Cabral e Julio César, segue por
esta até encontrar o canal São Joaquim, flete à direita e segue por este até
encontrar a Estrada da Barra, flete à esquerda e segue até encontrar os limi-
tes do condomínio Água Cristal, flete à esquerda contornando este até encon-
trar a Avenida do Centenário, flete à direita e segue por esta contornando o
muro de limite da Infraero até encontrar o pórtico da Base Aérea localizado na
Rodovia Arthur Bernardes, segue pelos limites da Base Aérea até encontrar
a Baía do Guajará, flete à esquerda e segue por esta margem até o início da
poligonal;
II – as Unidades de atuação da 7ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 1ª Companhia/1ºBatalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 1ª Seccional Urbana (Sacramenta);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 11º Subgrupamento Bombeiro Militar,
o 1º Grupamento de Busca e Salvamento e a 5ª Seção Bombeiro Militar.
§ 8º A 8ª AISP englobará os Bairros do Marco, Pedreira e Curió-Utinga.
I – o perímetro da 8ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção Avenida Almirante Barroso com a Avenida Doutor Freitas, segue
por esta até encontrar a Passagem São Luiz, flete à direita e segue contor-
nando o muro de limite do Aeroclube, segue por este até encontrar a Avenida
Senador Lemos, flete à esquerda e segue por esta até a Travessa Alferes Cos-
ta, flete à esquerda e segue por esta até a Rua Nova, flete à direita e segue
por esta até encontrar o Canal do Galo, flete à esquerda e segue por este até
encontrar o Canal da Travessa Antônio Baena, segue por este até encontrar
o Canal da Avenida Visconde de Inhaúma, flete à esquerda e segue por este

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

até a Travessa Curuzu, flete à direita e segue por esta até a Avenida Duque
de Caxias, flete à direita e segue até a Avenida José Bonifácio, segue por esta
até a Travessa das Mercedes, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida
Almirante Barroso, flete à direita e segue por esta até a Avenida Ceará, flete à
esquerda e segue por esta até a Travessa Francisco Monteiro, flete à esquerda
e segue por esta até a Rua Jabatiteua, flete à direita e segue por esta até o
Canal do Tucunduba, flete à esquerda e segue por este até encontrar a pas-
sagem Monte Alegre, flete à direita e segue por esta até encontrar a Travessa
Mauriti, segue por esta até a Avenida Perimetral, flete à direita até encontrar
a entrada principal da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), segue
por esta contornando os limites do Campus até encontrar a margem direita
do Rio Guama, flete à esquerda e segue a sua margem até encontrar a foz
do rio Aurá, sobe por este até encontrar os limites do Parque Ambiental de
Belém, segue contornando este até encontrar a Rua do Utinga, flete à direita
e segue por esta até a Avenida Almirante Barroso, flete à esquerda e segue
por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 8ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 2ª Companhia/1º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 10ª Seccional Urbana (Pedreira), a Divisão de Repres-
são ao Crime Organizado (DRCO), a Divisão especializada no Atendimento à
Mulher (DEAM) e a Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFV);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Grupamento Bombeiro Militar, o 1º
Grupamento de Busca e Salvamento e a 5ª Seção Bombeiro Militar.
§ 9º A 9ª AISP englobará os Bairros da Castanheira, Marambaia e Souza.
I – o perímetro da 9ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção Avenida Almirante Barroso com a Avenida Doutor Freitas, segue
por esta até encontrar a Passagem São Luiz, flete à direita e segue contor-
nando o muro de limite do Aeroclube, até encontrar o elevado Daniel Berg, na
interseção das Avenidas Senador Lemos, Pedro Álvares Cabral e Júlio César,
segue por esta até encontrar o canal São Joaquim, flete à direita e segue por

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Delegado

este até encontrar o prolongamento da Rua da Marinha, flete à direita e segue


contornando o Muro da Base dos Fuzileiros Navais até encontrar a Rodovia
Augusto Montenegro, cruza por esta e segue contornando os limites da área
da Marinha até a passagem Snapp, flete à direita até a Passagem Tupi, flete
à esquerda e segue por esta até a Passagem Jarbas Passarinho, flete à direita
e segue por esta até a Rodovia BR-316, flete à esquerda e segue por esta até
a Alameda Moça Bonita, segue por esta até encontrar os limites do Parque
Ambiental de Belém, flete à direita e segue contornando este até a Rua do
Utinga, flete à direita e segue por esta até a Avenida Almirante Barroso, flete
à esquerda e segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 9ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 3ª Companhia/1º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 5ª Seccional Urbana (Marambaia) e a Divisão Especia-
lizada em Meio Ambiente (DEMA);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, a 5º Seção de Bombeiro Militar.
§ 10. A 10ª AISP englobará os Bairros do Benguí, Cabanagem, Coqueiro
(Belém) Mangueirão, Parque Verde e Una.
I – o perímetro da 10ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção das Rodovias Augusto Montenegro, Mário Covas e do Tapanã,
segue por esta até a Estrada da Yamada, flete à esquerda e segue por esta
até a Passagem da Pratinha, flete à direita e segue por esta até o Igarapé
de Val-de-Cans, segue por este até a Estrada São Clemente, flete à direita e
segue por esta até a Estrada da Pratinha, flete à esquerda e segue por este
até encontrar o muro da INFRAERO, flete à esquerda e segue contornando o
muro até encontrar o prolongamento da entrada do Condomínio Água Cris-
tal localizado na Avenida do Centenário, flete à esquerda segue contornando
este limite até a Estrada da Barra, flete à direita segue por esta até o canal
São Joaquim, flete à direita e segue por este até encontrar a projeção da Rua
da Marinha, flete à esquerda e segue por esta contornando o Muro da Base
dos Fuzileiros Navais até encontrar a Rodovia Augusto Montenegro, cruza

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Delegado

por esta e segue contornando os limites da área da Marinha até a passagem


Snapp, flete à esquerda e segue por esta até a Passagem 1º de Maio, flete à
esquerda e segue por esta até a Rodovia Transcoqueiro, segue por esta até a
Rodovia Mario Covas, flete à esquerda e segue por esta até o Rio Ariri, flete
à direita e segue a jusante até a sua Foz no Rio Maguari, segue por este até
encontrar o prolongamento do limite do conjunto Maguari, localizado na Rua
Belém, segue por esta até a Rodovia Augusto Montenegro, flete à esquerda e
segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 10ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 4ª Companhia/1º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, as Unidades de Polícia da Cabanagem e Benguí;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Grupamento Bombeiro Militar, o 1º
Grupamento de Busca e Salvamento e a 5ª Seção Bombeiro Militar.
§ 11. A 11ª AISP englobará os Bairros da Pratinha, São Clemente e Tapanã.
I – o perímetro da 11ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Baía do Guajará com a foz do Igarapé Bacuri (primeira ponte
na Avenida Arthur Bernardes, no sentido Icoaraci), sobe por este até a sua
intersecção com a Rua Bolonha, flete à direita e segue por esta até a Estrada
da Eccir, flete à esquerda e segue por esta até a Rodovia Augusto Montene-
gro, flete à direita e segue por esta até a Rodovia do Tapanã, flete à direita e
segue por esta até a Estrada da Yamada, flete à esquerda e segue por esta
até a Passagem da Pratinha, flete à direita e segue por esta até o Igarapé
de Val-de-Cans, segue por este até a Estrada São Clemente, flete à direita e
segue por esta até a Passagem da Pratinha, flete à esquerda e segue por esta
até o muro da Infraero, flete à direita e segue contornando este até encontrar
o pórtico da Base Aérea, localizado na Rodovia Arthur Bernardes, segue pelos
limites da Base Aérea até encontrar a Baía do Guajará, flete à direita e segue
por sua margem direita até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 11ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 3ª Companhia/10º Batalhão de Polícia Militar;

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b) na Polícia Civil, a 8ª Seccional Urbana (Icoaraci), Unidade de Crimes


contra o Patrimônio e Unidade de Polícia do Tapanã (quando for criada);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 2º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 12. A 12ª AISP englobará os Bairros da Agulha, Campina de Icoaraci,
Cruzeiro, Maracacuera, Paracuri e Ponta Grossa e ainda as ilhas do arquipéla-
go da Baía do Guajará pertencentes ao Município de Belém.
I – o perímetro da 12ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Estrada do Maracacuera com a Rodovia Augusto Montenegro,
segue por esta até a Passagem Sol Nascente, flete à direita e segue por esta
até a Rua Oito de Maio, flete à esquerda e segue por esta e por seu prolon-
gamento até encontrar o Igarapé Bacuri, segue por esta jusante até sua foz
na Baía do Guajará (primeira ponte na Avenida Arthur Bernardes, no sentido
Icoaraci), contornando as ilhas do arquipélago da mesma até a Foz do Rio Ma-
guari, sobe por sua margem direita até encontrar a Estrada do Maracacuera,
flete à direita e segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 12ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 1ª Companhia/10º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 8ª Seccional Urbana (Icoaraci);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 2º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 13. A 13ª AISP englobará os Bairros das Águas Negras, Parque Guajará
e Tenoné.
I – o perímetro da 13ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Estrada do Maracacuera com a Rodovia Augusto Montenegro,
segue por esta até a Passagem Sol Nascente, flete à direita e segue por esta
até a Rua Oito de Maio, flete à esquerda e segue por esta e por seu prolon-
gamento até encontrar o Igarapé Bacuri, sobe por este até a sua intersecção
com a Rua Bolonha, flete à direita e segue por esta até a Estrada da Eccir,
flete à esquerda e segue por esta até a Rodovia Augusto Montenegro, flete
à esquerda e segue por esta até o limite do conjunto Maguari localizado na
Rua Belém, flete à direita e segue por esta e seu prolongamento até o Rio

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Ariri, segue margem esquerda até sua Foz no Rio Maguari, flete à esquerda e
segue pela margem esquerda até encontrar a Estrada do Maracacuera, flete
à esquerda e segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 13ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 2ª Companhia/10º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 8ª Seccional Urbana (Icoaraci) e Unidade de Polícia do
Tenoné (quando for criada);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 2º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 14. A 14ª AISP englobará os Bairros da Água Boa, Brasília, Itaiteua e
São João do Outeiro.
I – o perímetro da 14ª AISP compreende toda a extensão da Ilha de Ca-
ratateua, pertencente ao Município de Belém;
II – as Unidades de atuação da 14ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 4ª Companhia/10º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a Unidade de Polícia do Outeiro;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 2º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 15. A 15ª AISP englobará os Bairros do Aeroporto, Ariramba, Chapéu
Virado, Farol, Mangueiras, Maracajá, Murubira, Natal do Murubira, Praia Gran-
de, Porto Arthur e Vila, no Distrito de Mosqueiro.
I – o perímetro da 15ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Rodovia PA-391 com a Rua Dr. José Mariano Cavaleiro de Ma-
cedo (Vila Nova), flete à esquerda e segue por esta e sua projeção em linha
reta até a margem esquerda do Furo das Marinhas, flete à direita e segue sua
margem até encontrar a foz na Baía do Marajó, segue pela margem da Baía
até encontrar a interseção da Praia do Ariramba com a Praia do São Francisco,
flete à direita e segue por esta até encontrar a Passagem Bela Vista, segue
por esta e por seu prolongamento até encontrar os limites do loteamento Par-
que Lauro Sodré, segue contornando o mesmo até a projeção com a Estrada
do Bonfim, segue por esta até a Rodovia PA-391, flete à direita e segue por
esta até o início da poligonal;

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Delegado

II – as Unidades de atuação da 15ª AISP serão as seguintes:


a) na Polícia Militar, os 1º Pelotão e 2º Pelotão/2ª Companhia Independen-
te de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 9ª Seccional Urbana (Mosqueiro);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 6º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 16. A 16ª AISP englobará os Bairros da Baía do Sol, Bonfim, Caranan-
duba, Caruara, Marahu, Paraíso, São Francisco e Sucurijuquara, no Distrito
de Mosqueiro.
I – o perímetro da 16ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Rodovia PA-391 com a Rua Dr. José Mariano Cavaleiro de Ma-
cedo (Vila Nova), flete à esquerda e segue por esta e sua projeção em linha
reta até a margem esquerda do Furo das Marinhas, flete à esquerda e segue
sua margem esquerda até encontrar a foz da Baía do Marajó, segue pela
margem direita da Baía até encontrar a interseção da Praia do São Francisco
com a Praia do Ariramba, flete à esquerda e segue por esta até encontrar a
Passagem Bela Vista, segue por esta e por seu prolongamento até encontrar
os limites do loteamento Parque Lauro Sodré, segue contornando o mesmo
até a sua projeção com a Estrada do Bonfi m, segue por esta até a Rodovia
PA-391, flete à direita e segue por esta até oinício da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 16ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, 3º Pelotão/2ª Companhia Independente de Polícia
Militar;
b) na Polícia Civil, a 9ª Seccional Urbana (Mosqueiro) e Unidade de Polícia
de Carananduba (quando for criada);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 6º Subgrupamento Bombeiro Militar.
Art. 6º A 2ª RISP será dividida em Áreas Integradas de Segurança Pública
e Defesa Social (AISP), conforme abaixo se estabelece:
§ 1º A 17ª AISP englobará os Bairros do Atalaia, Coqueiro (Ananindeua),
Guanabara, Jaderlândia e Providência, no
Município de Ananindeua.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – o perímetro da 17ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na


intersecção da Rodovia Transcoqueiro com a Passagem 1º de Maio, segue por
esta até a passagem Snapp, flete à direita até a Passagem Tupi, flete à es-
querda e segue por esta até a Passagem Jarbas Passarinho, flete à direita e
segue por esta até a Rodovia BR-316, flete à esquerda e segue por esta até a
Alameda Moça Bonita, segue por esta até encontrar os limites do Parque Am-
biental de Belém, flete à esquerda e segue contornando este até encontrar a
Rua da Pedreirinha, flete à esquerda e segue por esta até a Rodovia BR-316,
flete à direita e segue por esta a Rua Leopoldo Teixeira, flete à esquerda e
segue por esta até a Passagem da Antena, flete à esquerda e segue por esta
até a Rua SN-20, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida Arterial-4,
segue por esta até a Rua WE-19, segue por esta até a Rua SN-17, flete à
esquerda e segue por esta até a TV SN-4, flete à esquerda e segue por esta
até Estrada da Providência, segue por esta até Rua WE- 1A, flete à direita e
segue por esta até Passagem Providência, limite do conjunto Cidade Nova-II,
flete à direita e segue por esta até a Rua WE-4B, flete à esquerda e segue
por esta até a Rua SN-1, flete à direita e segue por esta contornando o limite
do conjunto Cidade Nova-I até encontrar com a Rua WE-15B, flete à direita
e segue por esta até Rua SN-1, flete à esquerda e segue por esta até a Rua
WE-34, flete à esquerda e segue por esta contornando o limites do Conjunto
Cidade Nova VIII até encontrar a Passagem Damasceno, flete à direita e se-
gue por esta até a Rodovia do 40 Horas, flete à esquerda e segue por esta até
a Rodovia Transcoqueiro, segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 17ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, 1ª Companhia/6º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, as Unidades de Polícia do Atalaia, Jaderlândia e Guanabara;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 3º Grupamento Bombeiro Militar.
§ 2º A 18ª AISP englobará os Bairros da Cidade Nova, Guajará, Icuí-Gua-
jará, Icuí-Laranjeira, Jiboia Branca e 40 Horas, no Município de Ananindeua.

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Delegado

I – o perímetro da 18ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na


intersecção da Rodovia do 40 Horas com a Rodovia Mário Covas, segue por
esta até encontrar o Rio Ariri, flete à direita e segue a jusante até sua foz no
Rio Maguari, flete à direita e sobe por este até a foz do Rio Icuí-Guajará, sobe
por este até encontrar a Estrada do Icuí-Guajará, flete à esquerda e segue
por esta até Avenida Arterial-5B, flete à esquerda e segue por esta até Rua
SN-21, flete à direita e segue por esta até encontrar o limite do Conjunto
Guajará, localizado na Estrada do Cajuí, flete à esquerda e segue por esta até
Estrada do Maguari, flete à direita e segue por esta até a Passagem Guajará,
flete à esquerda e segue por esta até Rua Itabira, flete à esquerda e segue
por esta até encontrar o Rio Maguari - Açu, flete à direita e segue por este até
encontrar Passagem da Antena, flete à esquerda e segue por esta até a Rua
SN-20, flete à esquerda e segue por esta até a Avenida Arterial-4,
segue por esta até a Rua WE-19, segue por esta até a Rua SN- 17, flete à
esquerda e segue por esta até a TV SN-4, flete à esquerda e segue por esta
até a Estrada da Providência, segue por esta até a Rua WE-1A, flete à direita e
segue por esta até a Passagem Providência, limite do conjunto Cidade Nova-
-II, flete à direita e segue por esta até a Rua WE-4B, flete à esquerda e segue
por esta até a Rua SN-1, flete à direita e segue por esta contornando o limite
do conjunto Cidade Nova-I até encontrar com a Rua WE-15B, flete à direita
e segue por esta até Rua SN-1, flete à esquerda e segue por esta até a Rua
WE-34, flete à esquerda e segue por esta contornando o limites do Conjunto
Cidade Nova VIII, até encontrar a Passagem Damasceno, flete à direita e
segue por esta até a Rodovia do 40 Horas, flete à esquerda e segue por esta
até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 18ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, 2ª Companhia/6º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 3ª Seccional Urbana (Cidade Nova);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 3ºGrupamento Bombeiro Militar.

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§ 3º A 19ª AISP englobará os Bairros Águas Brancas, Águas Lindas, Aurá,


Conjunto Júlia Seffer e Santana do Aurá, no
Município de Ananindeua.
I – o perímetro da 19ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Rodovia BR-316 com a Rua da
Cohaspa, segue por esta até encontrar o Igarapé das Toras, segue à ju-
sante até encontrar com o Igarapé do Pato-Macho, flete à direita segue à
jusante até encontrar a Estrada Santana do Aurá, flete à esquerda e segue
por esta até encontrar o Rio Aurá, segue a jusante até encontrar os limites
do Parque Ambiental de Belém, segue contornando este até encontrar a Rua
da Pedreirinha, flete à direita e segue por esta até a Rodovia BR-316, flete à
direita e segue por esta até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 19ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, 3ª Companhia/6º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, as Unidades de Polícia do Júlia Seffer e do Aurá;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 3º Grupamento Bombeiro Militar.
§ 4º A 20ª AISP englobará os Bairros Centro, Distrito
Industrial, Conjunto Geraldo Palmeira, Heliolândia e Maguari - Cajuí, no
Município de Ananindeua.
I – o perímetro da 2ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção da Estrada do Maguari com a Passagem Guajará, flete à esquer-
da e segue por esta até Rua Itabira, flete à esquerda e segue por esta até
encontrar o Rio Maguari-Açu, flete à direita e segue por este até encontrar a
Passagem da Antena, flete à esquerda e segue por esta até a Rua Leopoldo
Teixeira, flete à direita e segue por esta até a Rodovia BR-316, flete à es-
querda e segue por esta até a Rua da Cohaspa, flete à direita e segue por até
encontrar o Igarapé das Toras, segue a jusante até encontrar com o Igarapé
Uriboquinha, segue a jusante até encontrar o Rio Mocajatuba, segue a ju-
sante até encontrar o Rio Maguari, flete à esquerda e segue por sua margem
esquerda até o início da poligonal;

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Delegado

II – as Unidades de atuação da 20ª AISP serão as seguintes:


a) na Polícia Militar, a 4ª Companhia/6º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 14ª Seccional Urbana (Ananindeua);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 3º Grupamento Bombeiro Militar.
§ 5º A 21ª AISP englobará os Bairros do Curuçambá e PAAR, no Município
de Ananindeua.
I – o perímetro da 21ª AISP compreenderá a poligonal que têm início na
intersecção do Rio Maguari com a foz do Rio Icuí-Guajará, sobe por este até
encontrar a Estrada do Icuí-Guajará, flete à esquerda e segue por esta até a
Avenida Arterial-5B, flete à esquerda e segue por esta até Rua SN-21, flete
à direita e segue por esta até encontrar o limite do Conjunto Guajará, locali-
zado na Estrada do Cajuí, flete à esquerda e segue por esta até a Estrada do
Maguari, flete à esquerda e segue por esta até encontrar o Rio Maguari-Açu,
flete à esquerda e segue a jusante até sua foz no Rio Maguari, flete à esquer-
da e segue pela margem direita deste até o início da poligonal;
II – as Unidades de atuação da 21ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, 5ª Companhia/6º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 7ª Seccional Urbana (PAAR);
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 3º Grupamento Bombeiro Militar.
§ 6º A 22ª AISP compreenderá toda a extensão territorial do Município de
Marituba.
I – as Unidades de atuação da 22ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 1ª Companhia/21º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a 18ª Seccional Urbana (Marituba) e a Unidade de Po-
lícia de Decouville;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 7º A 23ª AISP compreenderá toda a extensão territorial do Município de
Benevides.
I – as Unidades de atuação da 23ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 2ª Companhia/21º Batalhão de Polícia Militar;

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b) na Polícia Civil, as Unidades de Polícia de Benevides e Benfica;


c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Subgrupamento Bombeiro Militar.
§ 8º A 24ª AISP compreenderá toda a extensão territorial do Município de
Santa Bárbara do Pará.
I – as Unidades de atuação da 24ª AISP serão as seguintes:
a) na Polícia Militar, a 3ª Companhia/21º Batalhão de Polícia Militar;
b) na Polícia Civil, a Unidade de Polícia de Santa Bárbara;
c) no Corpo de Bombeiros Militar, o 1º Subgrupamento Bombeiro Militar.
Art. 7º Os representantes dos órgãos que atuam nas Regiões Integradas
de Segurança Pública e Defesa Social (RISP) terão as seguintes atribuições,
cumulativamente com as que já exercem em suas Instituições:
I – planejar, coordenar, controlar, fiscalizar e executar conjuntamente, no
âmbito de suas atribuições legais, as atividades de segurança pública e defe-
sa social na respectiva RISP;
II – estabelecer estratégias conjuntas de integração operacional e coope-
ração regional;
III – criar um fórum permanente de análise e compartilhamento de infor-
mações;
IV – realizar operações conjuntas;
V – acompanhar e avaliar, de forma integrada, os resultados;
VI – estabelecer rotina de reuniões e monitoramento do cumprimento de
metas operacionais pertinentes à RISP.
Art. 8º Os representantes dos órgãos que atuam nas Áreas Integradas
de Segurança Pública e Defesa Social (AISP) terão as seguintes atribuições,
cumulativamente com as que já exercem em suas Instituições:
I – planejar, coordenar, controlar, fiscalizar, executar e avaliar conjunta-
mente, no âmbito de suas atribuições legais, as atividades de segurança pú-
blica e defesa social na respectiva AISP;
II – realizar intercâmbio de informações e dados estatísticos, úteis para a
redução dos índices criminais na AISP;

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III – estabelecer estratégias conjuntas de integração operacional e coopera-


ção regional, de acordo com as diretrizes estabelecidas para a respectiva RISP;
IV – realizar operações conjuntas;
V – estabelecer rotina de reuniões e monitoramento do cumprimento de
metas operacionais pertinentes à AISP.
Art. 9º As Regiões e as Áreas Integradas de Segurança Pública e Defesa
Social serão reguladas por normas editadas por este Conselho, sendo suas
missões, atividades, competências e responsabilidades definidas por suas
respectivas Instituições.
Art. 10. Os representantes dos órgãos que atuam nas Regiões e Áreas
Integradas de Segurança Pública e Defesa
Social interagirão em igualdade de condições, sem qualquer subordinação,
e sempre na busca de um trabalho em parceria e cooperação.
Art. 11. Serão responsáveis pelas Regiões Integradas de Segurança Pú-
blica e Defesa Social - RISP, os Comandantes
Operacionais Intermediários, na Polícia Militar, e os Superintendentes Re-
gionais, na Polícia Civil.
Art. 12. Serão responsáveis pelas Áreas Integradas de Segurança Pública
e Defesa Social, os Comandantes de Batalhões na Polícia Militar - excepcio-
nalmente, os Comandantes de Companhias Independentes ou Orgânicas – e,
na Polícia Civil, os Diretores de Seccionais – excepcionalmente, os Chefes de
Unidades Policiais.
Art. 13. O Comando de Políciamento Regional XI (Marajó) atuará proviso-
riamente nas 5ª e 8ª RISP, até a sua divisão em Comando de Políciamento do
Marajó Ocidental e Comando de Políciamento do Marajó Oriental, de acordo
com o que estabelece o art. 3º, § 5º, inciso I, combinado com o § 8º, inciso
I, do mesmo artigo desta Resolução.
Art. 14. O Comando de Políciamento Regional V (Redenção) atuará provi-
soriamente nas 13ª e 14ª RISP, até a sua divisão em Comando de Políciamen-
to Regional do Araguaia e Comando de Políciamento Regional do Alto Xingu,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de acordo com o que estabelece o art. 3º, § 13, inciso I, combinado com o §
14, inciso I, do mesmo artigo desta Resolução.
Art. 15. O 1º Batalhão de Polícia Militar atuará provisoriamente nas 10ª e
11ª AISP, até a criação do 24º Batalhão de Polícia Militar, que empregará uma
Companhia na 10ª AISP e outra na 11ª AISP, de acordo com o que estabelece
o art. 5º, § 10, inciso I, combinado com o § 11, inciso I, do mesmo artigo
desta Resolução.
Art. 16. O 6º Batalhão de Polícia Militar atuará provisoriamente nas 20ª e
21ª AISP, até a criação do 25º Batalhão de Polícia Militar, que empregará uma
Companhia de Polícia Militar na 20ª AISP e outra na 21ª AISP, ambas no Mu-
nicípio de Ananindeua, de acordo com o que estabelece o art. 6º, § 4º, inciso
I combinado com o § 5º, inciso I do mesmo artigo desta Resolução.
Art. 17. A Polícia Militar deverá instalar Companhias Independentes de
Polícia Militar nos Municípios de Dom Eliseu,
Ourilândia do Norte, Santana do Araguaia, Vitória do Xingu, Muaná e Afuá,
observadas as formalidades legais.
Art. 18. A Polícia Civil deverá instalar Delegacias de Polícia em Belém,
nos Bairros do Tapanã, Tenoné e Carananduba, observadas as formalidades
legais.
Art. 19. A Unidade Integrada PRO PAZ do Bairro da Terra Firme terá como
circunscrição a 6ª AISP.
Art. 20. O Corpo de Bombeiros Militar deverá instalar 6 (seis) Unidades Re-
gionais Bombeiro Militar, para atuarem nas 15 (quinze) Regiões Integradas de
Segurança Pública e Defesa Social - RISP, observadas as formalidades legais.
Art. 21. As Divisões Especializadas da Polícia Civil, o Comando de Missões
Especiais e o Comando de Políciamento
Especializado da Polícia Militar, e suas Unidades subordinadas, não ficarão
restritos a uma ou mais Regiões Integradas de Segurança Pública e Defesa
Social, tendo como território de atuação todo o Estado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 22. Fica estabelecido o prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data


de Homologação Governamental desta
Resolução, para que os órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública
e Defesa Social se adéquem a nova organização.
Art. 23. As Companhias Orgânicas dos Batalhões que atuam nas Áreas
Integradas de Segurança Pública e Defesa Social e os Pelotões da 2ª Compa-
nhia Independente de Polícia Militar, previstos nesta Resolução, serão equiva-
lentes às Zonas de Políciamento criadas por meio da Resolução 020/CONSEP,
de 17 de fevereiro de 1998.
Art. 24. Novo estudo poderá determinar a divisão da RISP do interior do
Estado em AISP, conforme a necessidade e consoante aprovação do CONSEP.
Art. 25. Esta Resolução, após homologação pelo Chefe do Poder execu-
tivo, entrará em vigor na data da sua publicação, revogando a Resolução n.
075/CONSEP, de 24 de junho de 2003.

Plenário do CONSEP, 16 de fevereiro de 2012.


LUIZ FERNANDES ROCHA
Presidente do CONSEP
Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social
Ver no Diário Oficial
Este texto não substitui o publicado no DO de 09/04/2012

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ


OBSERVAÇÃO: De acordo com o Art. 5º da Emenda Constitucional nº
61, de 11 de junho de 2014, as normas estabelecidas no § 2º do art. 99
e na Seção II do Capítulo I, do Título VII, aplicam-se aos Municípios.

PREÂMBULO

O POVO DO PARÁ, por seus representantes, reunidos em Assembléia Es-


tadual Constituinte, inspirado nos princípios constitucionais da REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL, rejeitando todas as formas de colonialismo e opres-
são; almejando edificar uma sociedade justa e pluralista; buscando a igual-
dade econômica, política, cultural, jurídica e social entre todos; reafirmando
os direitos e garantias fundamentais e as liberdades inalienáveis de homens
e mulheres, sem distinção de qualquer espécie; pugnando por um regime de-
mocrático avançado, social e abominando, portanto, os radicalismos de toda
origem; consciente de que não pode haver convivência fraternal e solidária
dentro de uma ordem econômica injusta e egoísta; confiante em que o valor
supremo é a liberdade do ser humano e que devem ser reconhecidos e res-
peitados os seus direitos elementares e naturais, especialmente, o direito ao
trabalho, à livre iniciativa, à saúde, à educação, à alimentação, à segurança, à
dignidade; invoca a proteção de DEUS e promulga a seguinte CONSTITUIÇÃO
DO ESTADO DO PARÁ, esperando que ela seja o instrumento eficiente da paz
e do progresso, perpetuando as tradições, a cultura, a história, os recursos
naturais, os valores materiais e morais dos paraenses.

Promulgada em 5 de outubro de 1989. Publicada em encarte do “Diário Oficial”


de 6 de outubro de 1989 Publicada no “Diário Oficial”de 27 de outubro de 1989.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º. O Estado do Pará é parte integrante da República Federativa do


Brasil, exercendo, em seu território, os poderes decorrentes de sua autono-
mia, regendo-se por esta Constituição e leis que adotar, observados os prin-
cípios da Constituição Federal.
Parágrafo Único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º. O Pará proclama o seu compromisso e o de seu povo de manter e
preservar a República Federativa do Brasil como Estado de Direito Democráti-
co, fundado na soberania nacional, na cidadania, na dignidade do ser huma-
no, nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e no pluralismo político.
Art. 3º. O Estado do Pará atuará, com determinação, em todos os seus
atos e pelos seus órgãos e agentes, no sentido de realizar os objetivos fun-
damentais do País:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais, raciais e regionais.
* Inciso III alterado pela Emenda Constitucional nº 24, de 05/05/2004,
publicada no DOE Nº 30.190, de 12/05/2004.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, orien-
tação sexual, cor, idade, deficiência e quaisquer outras formas de discriminação.
* Este inciso IV, anteriormente alterado, sofreu nova alteração através da
Emenda Constitucional nº 36, de 24 de janeiro de 2007, publicada no DOE Nº
30.864, de 13/02/2007.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

45
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 3º ..................................................
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
orientação sexual, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;

* Este Inciso IV teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº


20, de 17/06/2003, publicada no DOE Nº 29.969, de 20/06/2003.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade, deficiência e quaisquer outras formas de discriminação.”

* Inciso IV novamente alterado, desta vez pela Emenda Constitucional nº


24, de 05/05/2004, publicada no DOE Nº 30.190, de 12/05/2004.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;”
V - dar prioridade absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 4º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Estado
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos da Constituição Federal e desta Constituição.
Art. 5º. O Estado do Pará acolhe, expressamente, insere em seu orde-
namento constitucional e usará de todos os meios e recursos para tornar,
imediata e plenamente efetivos, em seu território, os direitos e deveres indi-
viduais e coletivos, os direitos sociais, de nacionalidade e políticos, abrigados
no Título II da Constituição Federal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. Será punido, na forma da lei, o agente público, independentemente


da função que exerça, que violar os direitos constitucionais.
§ 2º. Incide na penalidade de destituição de mandato administrativo ou de
cargo ou função de direção, em órgão da administração direta ou indireta, o
agente público que, dentro de noventa dias do requerimento do interessado,
deixar, injustificadamente, de sanar omissão inviabilizadora do exercício de
direito constitucional.
§ 3°. Nenhuma pessoa será discriminada ou de qualquer forma prejudicada
pelo fato de litigar com órgão estadual, no âmbito administrativo ou judicial.
§ 4°. Ninguém poderá ser penalizado, especialmente com a perda do car-
go, função ou emprego, quando se recusar a trabalhar em ambiente que
ofereça iminente risco de vida, caracterizado pela respectiva representação
sindical, não se aplicando o aqui disposto aos casos em que esse risco seja
inerente à atividade exercida, salvo se não for dada a devida proteção.
§ 5°. É assegurado aos ministros de cultos religiosos, pertencentes a deno-
minações religiosas legalmente existentes no País, o livre acesso para visitas
a hospitais, estabelecimentos penitenciários, delegacias de polícia e outros
congêneres, para prestar assistência religiosa e espiritual a doentes, reclusos
ou detentos.
§ 6º. Nenhuma pessoa poderá ser submetida as condições degradantes
de trabalho ou a práticas análogas ao trabalho escravo, seja em ambiente
doméstico ou rural, nem a qualquer outro constrangimento que não os pro-
venientes do ordenamento constitucional da União e do Estado do Pará.
* Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 25, de 11/05/2004,
publicada no DOE Nº 30.190, de 12/05/2004.

CAPÍTULO II
DA SOBERANIA POPULAR

Art. 6°. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e mediante:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Art. 7°. Através de plebiscito, o eleitorado se manifestará, especificamen-
te, sobre fato, medida, decisão política, programa ou obra pública, e, pelo re-
ferendo, sobre emenda à Constituição, lei, projetos de emenda à Constituição
e de lei, no todo ou em parte.
§ 1°. Pode requerer plebiscito ou referendo:
I - um por cento do eleitorado estadual;
II - o Governador do Estado;
III - um quinto, pelo menos, dos membros da Assembléia Legislativa.
§ 2°. A realização do plebiscito ou referendo depende de autorização da
Assembléia Legislativa.
§ 3°. A decisão do eleitorado, através de plebiscito ou referendo, consi-
derar-se-á tomada, quando obtiver a maioria dos votos, desde que tenham
votado, pelo menos, mais da metade dos
eleitores, e, tratando-se de emenda à Constituição, é exigida a maioria
absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 4°. É permitido circunscrever plebiscito à área ou população diretamente
interessada na decisão a ser tomada, o que deve constar do ato de convocação,
cabendo recurso à instância judiciária competente, se algum cidadão, Município
ou o Estado considerar-se excluído da decisão que possa lhe trazer conseqüên-
cias, devendo ser estabelecida pela lei a competência para requerer e convocar
o plebiscito, neste caso, bem como os demais aspectos de sua realização.
§ 5°. Independem de requerimento os plebiscitos já previstos ou convoca-
dos na Constituição Federal e nesta Constituição.
* Ver Lei Complementar nº 01/90, de 18/01/1990, publicada no DOE Nº
20.716, de 22/01/1990. (Art. 19) - Alterada pelas Leis Complementares nºs
28, de 27/11/1995 e 34, de 31/12/1997.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 8°. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à As-
sembléia Legislativa de projetos subscritos por, no mínimo, meio por cento do
eleitorado do Estado.
Parágrafo Único. Tratando-se de projeto de emenda à Constituição, os subs-
critores devem estar distribuídos, pelo menos, por dez Municípios e, no caso de
projeto de lei, no mínimo, por cinco Municípios, sendo necessário, em qualquer
hipótese, o mínimo de três décimos por cento dos eleitores de cada Município.
Art. 9° A lei municipal regulará, no que couber, a matéria tratada neste
capítulo, estabelecendo a iniciativa popular de projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de,
pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 10. A cidade de Belém é a Capital do Estado do Pará.


Parágrafo Único - O Governador, com autorização da Assembléia Legisla-
tiva, poderá decretar a transferência da capital, temporariamente, para outra
cidade do território estadual.
Art. 11. São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Parágrafo Único - Salvo as exceções previstas nesta Constituição, é ve-
dado a qualquer dos poderes delegar atribuições, e quem for investido nas
funções de um deles não poderá exercer a de outro.
Art. 12. São símbolos do Estado a Bandeira, o Hino e o Brasão d`Armas, ado-
tados à data da promulgação desta Constituição, e outros estabelecidos em lei.
Parágrafo Único - Os Municípios poderão ter símbolos próprios.
Art. 13. Incluem-se entre os bens do Estado do Pará:
I - os que, atualmente, lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depó-


sito, ressalvadas, neste caso, na forma de lei, as decorrentes de obras da União;
III - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domí-
nio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
IV - as ilhas fluviais ou lacustres não pertencentes à União;
V - as terras devolutas não compreendidas entre as da União;
VI - os lagos e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio e
os rios que têm nascente e foz em seu território, bem como os terrenos mar-
ginais, manguezais e as praias respectivas.
§ 1º- A alienação gratuita ou onerosa de bens imóveis do Estado depen-
derá de autorização prévia da Assembléia Legislativa.
§ 2º. O arquipélago do Marajó é considerado área de proteção ambiental
do Pará, devendo o Estado levar em consideração a vocação econômica da
região, ao tomar decisões com vista ao seu desenvolvimento e melhoria das
condições de vida da gente marajoara.
Art. 14. A incorporação, a subdivisão ou o desmembramento do Estado,
para anexação a outros, ou formação de novos Estados ou Territórios Fede-
rais, só poderá ocorrer mediante aprovação da população, a ser definida em
lei, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Art. 15. É vedado ao Estado e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes, relações
de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de in-
teresse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DO ESTADO

Art. 16. O Estado exerce, em seu território, as competências que não lhe
sejam vedadas pela Constituição Federal.
Art. 17. É competência comum do Estado e dos Municípios, com a União:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democrá-
ticas, e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pes-
soas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte
e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à
tecnologia, à pesquisa e à inovação;
* O inciso V, deste art. 17 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº 33.253,
de 18/11/2016.
* A redação alterada continha o seguinte teor:
“Art. 17. ...............................................
I - ..........................................................
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;”
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas, inclusive na orla marítima, fluvial e lacustre;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
* Ver Lei n° 5.977/96 - que dispõe sobre proteção à fauna silvestre do Estado.
VIII- fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promo-


vendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesqui-
sa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.
Art. 18. Compete ao Estado, concorrentemente com a União, legislar sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo
e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
* Ver Lei n° 5.629/90 - que dispõe sobre a preservação e proteção do pa-
trimônio histórico, artístico e cultural.
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens
e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação;
* O inciso IX, deste art. 18 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº 33.253,
de 18/11/2016.
* A redação alterada continha o seguinte teor:
“Art. 18. ...............................................
I - ..........................................................
IX - educação, cultura, ensino e desporto;”
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Ver Lei n° 5.766/93, (Dispõe sobre a criação do Sistema dos Juizados


Especiais das Pequenas Causas do Estado do Pará.)
* Ver Lei n° 5.967/96, (Dispõe sobre a criação dos Juizados Especiais Cí-
veis e Criminais.)
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde:
XIII - assistência jurídica e defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância, à juventude e ao idoso;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
* Ver Lei Complementar n° 22/94, que estabelece normas de organização,
competências, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil do Estado.
§ 1°. No exercício de sua competência suplementar, o Estado observará as
normas gerais, estabelecidas pela União.
§ 2°. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Estado exercerá a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 3°. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a efi-
cácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
§ 4°. Desde que autorizado por lei complementar, o Estado poderá legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas como da competência
legislativa privativa da União.
Art. 19. O Estado poderá celebrar convênios com a União, com outros Estados
e com os Municípios, dando conhecimento e remetendo à Assembléia Legislativa
cópias de seu conteúdo, no prazo de quinze dias, contado de sua celebração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 20. A administração pública direta e indireta, de qualquer dos Pode-


res do Estado e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, eficiência, publicidade e participação popular.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 20 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qual-
quer dos Poderes do Estado e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e participação popular.”
Art. 21. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de funda-
ção, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação .
§ 1° Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de sub-
sidiárias de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fun-
dação pública, assim como a participação de qualquer uma delas em empresa
privada.
§ 2° A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e enti-
dades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
trato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha
por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, ca-
bendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-
ções e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°


15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 21 - Somente lei específica poderá criar e extinguir órgãos públicos
da administração direta e indireta, sendo vedada a criação de órgãos que ca-
racterizem a superposição de funções.
Parágrafo Único. Depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
ção de subsidiárias de empresa pública, sociedade de economia mista, autar-
quia ou fundação pública, assim como a participação de qualquer uma delas
em empresa privada.”
Art. 22. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos Órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orienta-
ção social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, sob pena
de responsabilidade.
* Ver Lei 5.957, de 26/03/96.
§ 1°. Todo serviço de publicidade, de qualquer natureza, dos Poderes do
Estado, tanto da administração direta quanto da indireta, quando não reali-
zado diretamente pelo Poder Público e for confiado a agências de publicidade
ou propaganda, deverá ser precedido de licitação, não se aplicando o aqui
disposto às publicações, no Diário Oficial do Estado, de editais, atos oficiais e
demais instrumentos legais de publicação obrigatória.
§ 2°. A despesa com publicidade de cada Poder não excederá a um por
cento da respectiva dotação orçamentária.

SEÇÃO II
Do controle dos atos da administração pública

Art. 23. A administração pública deve realizar o controle interno, fina-


lístico e hierárquico de seus atos, visando a mantê-los dentro dos princípios

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

fundamentais previstos nesta Constituição, adequando-os às necessidades do


serviço e às exigências técnicas, econômicas e sociais.
* Ver Lei n° 6.176/98 que institui o sistema de controle interno e cria a
auditoria-geral do Estado, no âmbito do Poder Executivo.
Art. 24. Ressalvados os casos previstos na lei, as obras, serviços, com-
pras, concessões e alienações serão contratadas mediante processo de lici-
tação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as con-
dições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.
§ 1°. O disposto neste artigo, também, se aplica aos órgãos e entidades
da administração indireta.
§ 2°. REVOGADO
* Este parágrafo 2° foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de
03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação existente neste § 2° continha o seguinte teor:
“Art. 24 - ...................
§ 2° O edital de licitação especificará que, havendo empate de propostas,
dar-se-á preferência ao licitante sediado no Estado.”
Art. 25. A administração pública tornará nulos seus atos, quando eivados
de vícios que os tornem ilegais, bem como deverá revogá-los por motivo de
conveniência ou oportunidade, observado, em qualquer caso, o devido pro-
cedimento legal.
Art. 26. Os atos de improbidade administrativa importarão na perda da
função pública, na indisponibilidade dos bens e no ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
* Ver Lei 5.844, de 20/05/94,que estabelece punições para atos de impro-
bidade administrativa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 27. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso con-
tra o responsável, nos casos de dolo e culpa.
* Ver Lei 5.949, 25/03/96, que estabelece prazo para se promover ação
regressiva.
SEÇÃO III
Dos Serviços Públicos

Art. 28. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob


regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos.
* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 28 - Os serviços públicos serão prestados, preferencialmente, pela
administração direta ou por autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista ou fundações públicas.”
§ 1°. A descentralização da prestação de serviços públicos através de ou-
torga a autarquias e entidades paraestatais, apenas se dará mediante prévia
lei autorizadora, quando restar demonstrada, por motivos técnicos ou econô-
micos, a impossibilidade ou a inconveniência da prestação centralizada des-
ses serviços.
§ 2°. Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre sujeitos à fis-
calização do Poder Público, podendo ser retomados, quando não atendam,
satisfatoriamente, às suas finalidades ou às condições do contrato.
* Ver Lei n° 6.099/97, que cria a Agência Estadual de Regulação e contro-
le de serviços públicos, regulamentada pelo Decreto n° 2.955/98.
§ 3°. Nenhum servidor que exerça cargo de confiança, em comissão ou de
chefia, da administração pública direta e indireta, poderá ser diretor ou inte-

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grar conselho de empresa fornecedora, ou que realize qualquer modalidade


de contrato com o Estado.
§ 4°. A pessoa física ou jurídica em débito com o fisco, com o sistema de
seguridade social, que descumpra a legislação trabalhista ou normas e pa-
drões de proteção ao meio ambiente, ou que desrespeite os direitos da mu-
lher, notadamente os que protegem a maternidade, não poderá contratar com
o Poder Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais, creditícios,
administrativos ou de qualquer natureza, ficando rescindido o contrato já ce-
lebrado, sem direito a indenização, uma vez constatada a infração.
§ 5°. Os contratos realizados com a administração pública estadual, es-
pecialmente, os de obras e aquisição de bens e serviços, firmados mediante
licitação ou dispensada esta, na forma da lei, serão publicados, integralmente
ou em forma de extrato, no Diário Oficial do Estado, no prazo de dez dias de
sua assinatura, incorrendo em crime de responsabilidade o agente ou autori-
dade pública que não tomar essa providência.
§ 6º A pessoa jurídica que firmar contrato com a Administração Pública
Estadual, especialmente, os de obras e aquisição de bens e serviços, firmados
mediante licitação ou com a dispensa desta, deverá, obrigatoriamente, pos-
suir em seu quadro de empregados um percentual mínimo de 5% ( cinco por
cento) de pessoas com deficiência .
* Este § 6º foi acrescido ao art. 28 desta Constituição Estadual através da
Emenda Constitucional nº 42, de 04 de junho de 2008, publicada no DOE Nº
31.187, de 11/06/2008.
Art. 29. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na admi-
nistração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avalia-
ção periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
* Ver Lei n° 6.168/98, que institui o Código Estadual de Qualidade dos
Serviços Públicos.

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II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações so-


bre atos de governo, observado disposto no art. 5°, X e XXXIII da Constitui-
ção Federal;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou função na administração pública;
IV - a política tarifária.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 29 - A lei assegurará e disciplinará o controle popular na prestação
dos serviços públicos, dispondo sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - a obrigação de manter a qualidade dos serviços;
IV - a política tarifária.”
SEÇÃO IV
Dos servidores públicos

* Esta Seção teve sua denominação alterada pela Emenda Constitu-


cional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.A redação anterior continha a seguintedenominação:
Título III,
Caítulo III
...................
Seção IV
“DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS”
Art. 30. O Estado e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competên-
cia, conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integra-
do por servidores designados pelos respectivos Poderes.

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§ 1° A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do


sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
§ 2° O Estado manterá escola de governo para a formação e o aperfeiçoa-
mento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
de convênios ou contratos entre os entes federados.
* Referente a este § 2º, ver Lei n° 5.854/94, que cria a Escola de Serviço
Público do Estado do Pará - ESPA.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 30 - O Estado e os Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-
tência, regime jurídico único e planos de carreira, cargos e salários para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas.
§ 1°. É assegurada aos servidores da administração direta, autárquica e
fundacional isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou
assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
relativas à natureza ou ao local do trabalho.
§ 2°. A administração pública estabelecerá uma política geral de treina-
mento e desenvolvimento de recursos humanos, que assegure aos servidores
públicos oportunidade de integração, formação e aperfeiçoamento operacio-
nal, técnico e gerencial, vinculando essas ações aos planos de cargos, salários
e sistema de carreira.”

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Art. 31. O Estado e os Municípios asseguram aos servidores públicos civis,


além de outros que visem à melhoria de sua condição social, os seguintes
direitos:
* Ver Lei n° 5.810/94, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores
públicos civis.
I - vencimento nunca inferior ao salário-mínimo, fixado em lei, nacional-
mente unificado;
II - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pú-
blicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV do art. 37
e nos arts. 39, § 4°, 150, II, 153, III, e 153, § 2°, I; da Constituição Federal.
* Este inciso II teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 31 - ...................
....................................
II - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo, e a remuneração observará o disposto nos §§ 2°. e 3°. do art. 39
desta Constituição, nos arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2°, I, da Constituição
Federal;”.
III - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
IV - décimo terceiro salário com base na remuneração variável;
V - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
VI - adicional de interiorização, na forma da lei;
* Ver Lei n° 5.652, de 21 de janeiro de 1991., que dispõe sobre o adicional
de interiorização dos servidores militares estaduais, que se refere o inciso IV
do artigo 48 da Constituição Estadual.
* Ver Lei n° 5.657, de 29 de janeiro de 1991., que fixa o adicional de in-
teriorização devido ao servidor público.
VII - salário família, nos termos da lei;

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* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°


15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 31 - ...................
VII - salário-família para os seus dependentes;”
VIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e qua-
renta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
IX - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cin-
qüenta por cento à do normal;
XI - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;
XII – licença à gestante, ou à mãe adotiva de criança de até oito meses
de idade, sem prejuízo da remuneração e vantagens, com duração de cento
e oitenta dias.
* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 44,
de 09 de março de 2009, publicada no DOE Nº 31.374, de 10/03/2009.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 31. ...................................................
XII - licença à gestante, ou à mãe adotiva de criança de até oito meses
de idade, sem prejuízo da remuneração e vantagens, com duração de cento
e vinte dias;”
XIII - licença-paternidade, nos termos fixado em lei;
XIV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XV - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XVI - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;

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* Ver Lei 5.650, de 24/01/91 , que estabelece o adicional de remuneração


para atividades penosas, insalubres ou perigosas.
XVII - proibição de diferença de salários, de exercícios de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor, estado civil, convicção
política ou religiosa;
XVIII - licença, em caráter extraordinário, na forma da lei, para pai ou
mãe, inclusive adotivos, ou responsáveis de excepcional em tratamento;
* Ver Lei 5.668, de 16/04/91, que concede licença em caráter extraordi-
nário a servidor público, responsável por excepcional em tratamento.
XIX - gratificação de cinqüenta por cento do vencimento para os servido-
res em atividade na área da educação especial.
Art. 32. É assegurada, na forma da lei, a participação de servidores públi-
cos na gerência de fundos e entidades para as quais contribuem.
Art. 33. Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado e dos Mu-
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de pre-
vidência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equi-
líbrio financeiro e atuarial e disposto neste artigo.
§ 1° Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata
este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos va-
lores fixados na forma do § 3°:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo
de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia pro-
fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei;
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-
cionais ao tempo de contribuição;
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se
dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e
cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

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Delegado

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade,


se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
§ 2° Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua con-
cessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo
efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
concessão da pensão.
§ 3° Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se
der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remu-
neração.
§ 4° É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a con-
cessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei
complementar federal.
§ 5° Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em
cinco anos, em relação ao disposto no § 1°, III, a, para o professor que com-
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 6° Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposen-
tadoria à conta do regime de previdências previsto neste artigo.
§ 7° Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão por morte, que
será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou ao valor dos pro-
ventos a que teria direito o servidor em atividade na data de seu falecimento,
observado o disposto no § 3°.
§ 8° Observado o disposto no art. 37, XI da Constituição Federal, os pro-
ventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção
e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores
em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e aos pensionistas

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores


em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassifi-
cação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de
referência para a concessão da pensão, na forma da lei.
§ 9° O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado
para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito
de disponibilidade.
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo
de contribuição fictício.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, da Constituição Federal, à
soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrente da acu-
mulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades su-
jeitas à contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo
acumulável na forma da Constituição Federal, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servido-
res públicos titulares do cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos
e critérios fixados para o regime geral de previdência social.
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão decla-
rado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo tem-
porário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
§ 14 - O estado e os Municípios, desde que instituam regime de previdên-
cia complementar para os seus servidores titulares de cargo efetivo, poderão
fixar, para o valor das aposentadorias e
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, da Constituição Federal.
§ 15 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto no § 14
poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previ-


dência complementar.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999,
com acréscimo dos parágrafos 8° a 15.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 33 - O servidor será aposentado:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, quando decor-
rentes de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con-
tagiosa ou incurável especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos;
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-
cionais ao tempo de serviço;
III - voluntariamente :
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher,
com proventos integrais;
b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se pro-
fessor, e aos vinte e cinco, se professora, com proventos integrais;
c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher,
com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mu-
lher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 1º. Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso
III, “a” e “c”, no caso de exercício de atividades consideradas penosas, insa-
lubres ou perigosas.
§ 2º. A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.
§ 3º. O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será com-
putado, integralmente, para os efeitos de aposentadoria e de disponibilidade.
§ 4º. Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção
e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em
atividade, sendo, também, estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou

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vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividades, inclusive


quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função
em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.
§ 5º. O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos
vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em
lei, observado o disposto no parágrafo anterior.
§ 6º. A mulher funcionária pública, em caso de morte, deixará a pensão
para o marido ou companheiro e seus dependentes, e, no mesmo caso, se
o funcionário for homem, deixará a pensão para a mulher ou companheira e
seus dependentes.
§ 7º. A lei disporá sobre a promoção post-mortem dos servidores públicos
falecidos em ato de serviço ou em decorrência de moléstia adquirida em ra-
zão do desempenho da função.”
Art. 34. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos bra-
sileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei.
* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 34 - Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos bra-
sileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei.”
§ 1º. a investidura em cargo ou emprego público depende da aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com
a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
respeitada, rigorosamente, a ordem de classificação, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
* Este § 1° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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“Art. 34 - ..............
§ 1° A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, respeitada, ri-
gorosamente, a ordem de classificação, sob pena de nulidade do ato, não se
aplicando o aqui disposto às nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração.”
§2º As provas e exames do concurso público serão realizadas no Município
para o qual se destinam as vagas ofertadas, ou no Município sede de cada
pólo regional, considerando-se a divisão territorial estabelecida na Lei Com-
plementar de trata o art. 50, §1º, desta Constituição.
* Este § 2° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
45/2009, de 29 de setembro de 2009, publicada no DOE N° 31.521, de
08/10/2009.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 34 - ..............
§ 2º. O concurso público será realizado, preferencialmente, na sede do
Município ou na região onde o cargo será provido.”
§ 3º O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, pror-
rogável uma vez, por igual período.
§ 4º Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o
candidato aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira.
§ 5º Viola direito constitucional o agente público que delonga a nomeação
do classificado em concurso público, com vistas ao escoamento do prazo de
validade do mesmo, para a realização de novo concurso.
§ 6º É vedada a estipulação de limites máximos de idade para o ingresso
no serviço público, respeitando-se apenas o limite constitucional da idade
para a aposentadoria compulsória.

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Delegado

§ 7º Na realização dos concursos públicos serão exigidos nos conteúdos


programáticos temas sobre os direitos humanos.
* Este parágrafo foi acrescentado ao art. 34 desta CE pela Emenda Consti-
tucional nº 41, de 03/06/2008, publicada no DOE Nº 31.184, de 06/06/2008.
Art. 35. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 35 - Os cargos em comissão e as funções de confiança serão exerci-
dos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica
ou profissional, nos casos e condições previstos em lei.”
Parágrafo Único. REVOGADO
* Este Parágrafo Único foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99,
de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de 10/08/1999.
* A redação revogada continha o seguinte teor:
“Art. 35 - ..................
Parágrafo Único - Nas entidades e órgãos da administração indireta, pelo
menos um cargo de direção superior será provido por técnico de carreira da
respectiva instituição, indicado mediante lista tríplice, por meio de eleição, na
forma da lei, não se aplicando o disposto neste artigo a órgão ou entidade que
tiver apenas um dirigente.”
Art. 36. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determina-
do para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
* Ver Leis Complementares nº 07, de 25/09/91; nº 11, de 04/02/93; nº
19, de 01/02/94; nº 30, de 29/12/95
* Ver Lei Complementar n° 036, de 04/12/1998.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 37. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindi-
cal.
Parágrafo Único. O sindicato ou a associação poderá promover a defesa dos di-
reitos e interesses coletivos e individuais da categoria, judicial e extrajudicialmente.
Art. 38. É assegurado ao servidor público civil o direito de greve, que será
exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 38 - É assegurado ao servidor público civil o direito de greve, que
será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar.”
Art. 39. Os cargos, empregos e funções públicas serão condignamente
remunerados, vedado o exercício gratuito dos mesmos.
§ 1° A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §
4° do art. 39 da Constituição Federal somente poderão ser fixados ou altera-
dos por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
§2º A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e em-
pregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
bros de qualquer dos Poderes do Estado e dos Municípios, dos agentes po-
líticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, apli-
cável este limite aos Membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos, excetuando-se o disposto neste parágrafo aos subsídios
dos Deputados Estaduais e Vereadores;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3° Lei do Estado e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a


maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qual-
quer caso, o disposto no art. 37, XI da Constituição Federal.
§ 4° O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixa-
do em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicio-
nal, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI da Constituição
Federal.
§ 5° Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente
os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 6° Lei do Estado e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de progra-
mas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moder-
nização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a
forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 7° A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira po-
derá ser fixada nos termos do § 4°.
§ 8° É vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público.
§ 9° Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulterio-
res, sob qualquer fundamento;
§ 10 - É vedada a percepção simultânea de proventos da aposentadoria
decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142, todos da Constituição Federal,
com a remuneração do cargo, emprego ou função pública, ressalvados os car-
gos acumuláveis na forma desta Constituição, ou cargos eletivos e os cargos
em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 11 - Salvo nos casos previstos em lei, é vedada a participação de servi-


dores públicos no produto de arrecadação de tributos e multas, inclusive de
dívida ativa.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
72/18, de 29 de maio de 2018, publicada no DOE N° 33.636, de 13/06/2018,
com nova redação dada §2º do art. 39 da Constituição do Estado do Pará.
* A redação anterior do parágrafo §2 continha o seguinte teor:
“§ 2° A remuneração e o subsídios dos ocupantes de cargos, funções e em-
pregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros
de qualquer dos Poderes do estado e dos Municípios, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espé-
cie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal;”
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999,
com o acréscimo dos §§ 7° a 11.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 39 - Os cargos, empregos e funções públicas serão condignamente
remunerados, vedado o exercício gratuito dos mesmos.
§ 1°. A revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distin-
ção de índices entre servidores públicos civis e militares, far-se-á sempre na
mesma data.
§ 2°. A lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e
a menor remuneração dos servidores públicos estaduais, observados, como
limites máximos e no âmbito dos respectivos poderes, os valores percebidos
como remuneração, em espécie, a qualquer título, por Deputados Estaduais,
Secretários de Estado e Desembargadores e, nos Municípios, os valores per-
cebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito. No Ministério Público

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

o limite máximo é o valor percebido como remuneração, em espécie, a qual-


quer título, pelo Procurador de Justiça. (vER LEI N° 5.646, DE 11/01/1991.)
§ 3°. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
§ 4°. É vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público, ressalvado o disposto no inci-
so anterior e no art. 30, § 1°.
§ 5°. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulterio-
res, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
§ 6°. Salvo nos casos previstos em lei, é vedada a participação de servi-
dores públicos no produto da arrecadação de tributos e multas, inclusive da
dívida ativa.”
Art. 40. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1° O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
§ 2° Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou
posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3° Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável
ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de servi-
ço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4° Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a ava-
liação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5° A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo


ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a in-
formações privilegiadas.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999,
com o acréscimo do § 5°.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 40 - São estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores
nomeados em virtude de concurso público.
§ 1°. O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença
judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que
lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2°. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,
será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade.
§ 3°. Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável
ficará em disponibilidade remunerada, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo.
§ 4°. Fica desobrigado do cumprimento do estágio probatório o concursa-
do público estadual ou municipal, estável, aprovado em outro concurso públi-
co, sendo considerado automaticamente efetivado no segundo cargo.”
Art. 41. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o
disposto no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico;
Parágrafo único - A proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indi-


retamente pelo poder público.
* Este artigo teve sua redação alterada através da Emenda Constitu-
cional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A Redação existente neste artigo continha o seguinte teor:
“Art. 41 - É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, nos seguintes casos:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico.
Parágrafo único - A proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
ções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista
e fundações mantidas pelo Poder Público.”
Art. 42. REVOGADO
* Este artigo fica revogado através da Emenda Constitucional n° 15/99, de
03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A Redação existente neste artigo continha o seguinte teor:
“Art. 42 - O Município que ainda não dispuser de sistema previdenciário
próprio poderá aderir, mediante convênio, ao órgão de seguridade do Estado
para garantir aos seus servidores a seguridade social, na forma da lei.”
Art. 43. A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, den-
tro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei.
Art. 44. Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam-se
as seguintes disposições:
* O caput deste artigo teve sua redação alterada através da Emenda Cons-
titucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 44 - Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam-se


as seguintes disposições:”
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito , será afastado do cargo, emprego
ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horá-
rios, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será apli-
cada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de man-
dato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoção por merecimento;
V- para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os va-
lores serão determinados como se no exercício estivesse.

SEÇÃO V
Dos Militares do Estado
* Esta Seção V, do Capítulo III, do Título II, desta Constituição teve sua
denominação alterada através da Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A denominação anterior era:
“Título II
Capítulo III
Seção V - DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES”
Art. 45. Os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar,
são militares do Estado.
§ 1°. As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,
são asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, sendo-lhes privativos os


títulos, postos e uniformes militares.
§ 2°. As patentes dos oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar são conferidas pelo Governador do Estado.
§ 3°. O militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego públi-
co civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei;
* Este parágrafo teve sua redação alterada através da Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 45 - ..................
§ 1° ........................
§ 3° O militar em atividade que aceitar cargo público civil permanente será
transferido para a reserva.”
§ 4°. O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da admi-
nistração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, con-
tando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferên-
cia para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, transferido para a reserva, nos termos da lei;
* Este parágrafo teve sua redação alterada através da Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 45 - ..................
§ 1° ........................
§ 4° O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função pública tem-
porária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao
respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ser promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas


para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois
anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a inatividade.”
§ 5°. Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
§ 6°. O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a par-
tido político.
§ 7°. O oficial da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar só perde-
rá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incom-
patível, por decisão do Tribunal competente, em tempo de paz, ou de Tribunal
especial, em tempo de guerra.
§ 8°. O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será sub-
metido ao julgamento previsto no parágrafo anterior.
§ 9°. A transferência voluntária do servidor militar estadual para a inativi-
dade remunerada será concedida aos trinta anos de serviço, se homem, e aos
vinte e cinco anos de serviço se mulher, com os proventos definidos em lei.
* Ver Lei n° 5.681, de 21 de novembro de 1991.,que dispõe sobre a trans-
ferência do servidor militar para a inatividade remunerada.
§ 10. Aplica-se aos militares referidos neste artigo, e a seus pensionistas,
o disposto no art. 40, §§ 7° e 8° da Constituição Federal, e no art. 33, §§ 7°
e 8° desta Constituição.
* Este parágrafo teve sua redação alterada através da Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 45 - ..................
§ 1° ........................
§ 10 - Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo, e a seus pen-
sionistas, o disposto no art. 40, §§ 4° e 5°, da Constituição Federal, e no art.
33, §§ 4° e 5°, desta Constituição.”

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 46. Para acesso à carreira do oficialato, será condição básica a posse
de curso de formação de oficial realizado na Corporação ou em outra Polícia
Militar ou Corpo de Bombeiros Militar, conforme o disposto em legislação es-
pecífica.
Art. 47. O militar alistável é elegível, respeitadas as condições previstas
no art. 14, § 8°, da Constituição Federal.
Art. 48. Aplica-se aos militares o disposto no art. 7°, VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, da Constituição Fe-
deral, além de outros direitos previstos em lei, que visem à melhoria de sua
condição social e os seguintes:
* Ver Lei n° 5.251/85, que dispõe sobre o estatuto dos policiais militares.
* O caput deste artigo teve sua redação alterada através da Emenda Cons-
titucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 48 - Aplica-se aos servidores militares o disposto no art. 7°, VIII, XII,
XVII, XVIII e XIX, da Constituição Federal, além de outros direitos previstos
em lei, que visem à melhoria de sua condição social e os seguintes:”
I - irredutibilidade de vencimentos, e a remuneração observará o disposto
nos § § 2° e 3° do art. 39 desta Constituição, e nos arts. 150, II, 153, III e
153, § 2°, I, da Constituição Federal;
II - gratificação de risco de vida, correspondente, pelo menos, a 50% do
vencimento base;
* Ver Lei n° 5.652/91 publicada no DOE n° 26.891, de 21/01/1991.
III - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do Estado, na forma da
lei;
* Inciso regulamentado pela Lei n° 6.108, de 19 de janeiro de 1998.,que
dispõe sobre a cobertura por acidente de trabalho.
IV - adicional de interiorização, na forma da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Ver Lei n° 5.652, de 21 de janeiro de 1991.,que dispõe sobre o adicional


de interiorização dos serviços militares estaduais.
Art. 49. Aplicam-se, mais, aos militares as seguintes disposições:
* O caput deste artigo teve sua redação alterada através da Emenda Cons-
titucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 49 - Aplicam-se, mais, aos servidores públicos militares as seguintes disposições:”
I - investidura, através de concurso público, respeitados a ordem de clas-
sificação e o aproveitamento em curso ou estágio de formação e adaptação;
II - prazo de validade do concurso público de dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período;
III - promoção, por merecimento e antigüidade, de acordo com a propor-
cionalidade estabelecida na legislação própria.
* Ver Lei n° 5.249/85, que dispõe sobre as promoções de oficiais da polí-
cia Militar.
* Ver Lei n° 5.250/85, que dispõe sobre as promoções de praças da Polícia Militar.

CAPÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO REGIONAL

Art. 50. A organização regional tem por objetivo:


I - o planejamento regionalizado para o desenvolvimento econômico e social;
II - a articulação, integração, desconcentração e descentralização dos di-
ferentes níveis de governo e das entidades da administração pública direta e
indireta com atuação na região;
III - a gestão adequada dos recursos naturais e a proteção ao meio ambiente;
IV - a integração do planejamento e da execução de funções públicas de
interesse comum;
V - a redução das desigualdades regionais e sociais;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI - a participação da sociedade civil organizada no planejamento regio-


nal, bem como na fiscalização dos serviços e funções públicas de interesse
comum, na forma da lei.
§ 1°. A organização regional será regulamentada mediante lei comple-
mentar que, dentre outras disposições, instituirá a regionalização administra-
tiva e estabelecerá seus limites, competências e sedes.
§ 2°. O Estado poderá, mediante lei complementar, instituir regiões me-
tropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por grupa-
mentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.
* Lei Complementar nº 27/95 - que instituiu a Região Metropolitana de
Belém - e Lei 5.907, de 19/10/95.
* Lei Complementar nº 079, de 17/01/2012, publicada no DOE Nº 32.079,
de 18/01/2012, cria a Região Metropolitana de Santarém.
§ 3°. Os Municípios que integrarem grupamentos previstos neste artigo, não
perderão nem terão limitada sua autonomia política, financeira e administrativa.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 51. O Estado do Pará é dividido em Municípios, dotados de autonomia


política, administrativa e financeira, nos termos assegurados pela Constitui-
ção Federal e por esta Constituição.
Art. 52. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos,
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos mem-
bros da Câmara Municipal, que a promulgará, respeitados os princípios e pre-
ceitos estabelecidos na Constituição Federal e nesta Constituição.
Art. 53. Para execução de suas leis, serviços ou decisões, o Município pode
celebrar convênios e acordos com a União, o Estado ou outros Municípios.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 54. Através de lei municipal, conforme dispuser a lei federal, os Mu-
nicípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus
bens, serviços e instalações.
Art. 55. Os Municípios poderão modificar os seus limites territoriais, se
houver acordo entre os Prefeitos dos Municípios interessados, ratificado pelas
respectivas Câmaras Municipais e referendado pelos eleitores domiciliados na
área de plebiscito.
§ 1°. O plebiscito de que trata este artigo será realizado dentro de noven-
ta dias, contados da data da publicação do ato que o aprovou, e as despesas
decorrentes da sua realização serão custeadas pelo Poder Executivo Estadual.
§ 2°. Não havendo o acordo previsto no caput deste artigo, até cento e
vinte dias após o protocolo da proposta, o processo poderá iniciar-se por so-
licitação de 15% (quinze por cento) do eleitorado da área territorial interes-
sada, exigido parecer técnico sobre a viabilidade econômica do Município do
qual faz parte a área em questão.
§ 3°. Satisfeitas as condições do parágrafo anterior, a Assembléia Legisla-
tiva funcionará como árbitro, decidindo sobre o plebiscito, independentemen-
te de suas outras atribuições.
§ 4°. Além dos requisitos mencionados neste artigo, a modificação dos
limites territoriais dos Municípios depende de lei estadual.
* Ver Lei Complementar n° 01/90, que estabelece normas para criação e
incorporação de Municípios.
* Este artigo teve sua redação alterada no seu caput e os parágrafos 2° e
3° introduzidos pela Emenda Constitucional n° 12, de 05/11/1997, que ainda
renumerou o § 2° para § 4°.
* A redação anterior do caput do artigo em foco era a seguinte:
“Art. 55 - Os Municípios poderão modificar os seus limites territoriais, se houver
acordo entre os Prefeitos dos Municípios interessados, ratificado pelas respectivas
Câmaras Municipais e referendado pelos eleitores domiciliados na área territorial a
ser desmembrada e anexada a outro Município através de plebiscito.”

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS

Art. 56. Além do exercício da competência comum com a União e o Estado


e de sua competência tributária, prevista na Constituição Federal, compete
aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como apli-
car suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
* Ver Lei n° 5.584/90.,que trata da criação de distrito municipal.
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, os serviços públicos de interesse local, incluído e de transporte cole-
tivo que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, me-
diante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada
a legislação e ação fiscalizadora federal e estadual.
* Ver Lei n° 5.629/90, que dispõe sobre a preservação e proteção do pa-
trimônio histórico, artístico, natural e cultural do Estado.
Art. 57. Os Municípios poderão instituir fundos municipais de desenvolvi-
mento para executar as funções públicas de interesse comum.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA CÂMARA MUNICIPAL

Art. 58. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Munici-


pal, constituída de Vereadores, eleitos pelo povo.
Art. 59. A Câmara Municipal reunir-se-á, anualmente, na sede do Municí-
pio, de quinze de fevereiro a trinta de junho e de primeiro de agosto a quinze
de dezembro.
§ 1°. As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o pri-
meiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábado, domingo ou feriado.
§ 2°. A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se-á pelo Pre-
feito, por seu Presidente ou a requerimento da maioria dos Vereadores, em
caso de urgência ou interesse público relevante.
Art. 60. REVOGADO
* Dispositivo declarado inconstitucional pelo STF, em sessão do dia
02/02/95, em votação unânime. ADIN n° 687-8. Acórdão, DJ 13.02.95.
* Este artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação deste artigo continha o seguinte teor:
“Art. 60 - A Câmara poderá convocar o Prefeito ou seus auxiliares para pres-
tar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, im-
portando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.”
§ 1°. O Prefeito ou seus auxiliares poderão comparecer à Câmara ou a
qualquer de suas comissões, por sua iniciativa, mediante entendimento com
a Mesa, para expor assunto de relevância da administração municipal.
§ 2°. A Mesa poderá encaminhar pedidos escritos de informação ao Pre-
feito ou seus auxiliares, importando crime de responsabilidade a recusa ou o
não atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informa-
ções falsas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 61. A administração financeira da Câmara Municipal é independente


do Poder Executivo e será exercida pela Mesa Diretora, conforme dispuser a
Lei Orgânica do Município.
Art. 62. Até o dia vinte de cada mês, as Câmaras receberão o duodécimo
a que têm direito pela Lei Orçamentária do Município.
Art. 63. Os Vereadores se sujeitam às proibições e incompatibilidades
similares, no que couber, previstas nesta Constituição para os membros da
Assembléia Legislativa, observado o disposto no art. 38, III, da Constituição
Federal, e no art. 44, III, desta Constituição.
Art. 64. Os Vereadores, na circunscrição do Município em que forem elei-
tos, são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, aplicando-se-lhes
as regras desta Constituição sobre inviolabilidade dos Deputados Estaduais,
exercendo a Câmara Municipal, neste ato, as competências atribuídas à As-
sembléia Legislativa.
* Dispositivo com eficácia suspensa pelo STF, em sessão realizada em
11/03/92, em votação unânime. ADIN n° 685-1. Acórdão DJ 08/05/92.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação deste artigo continha o seguinte teor:
“Art. 64 - Os Vereadores, na circunscrição do Estado, são invioláveis por suas
opiniões, palavras e votos, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre
inviolabilidade e imunidades dos Deputados Estaduais, exercendo a Câmara Mu-
nicipal, neste caso, as competências atribuídas à Assembléia Legislativa.”
Art. 65. REVOGADO.
* Este dispositivo teve confirmada sua constitucionalidade pelo STF, em
julgamento da ADIN n° 687-8, conforme decisão da maioria de seus mem-
bros, em sessão realizada em 02/02/95. Acórdão DJ 13/02/95.
* Artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
*A redação deste artigo continha o seguinte teor:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 65 - Nos crimes de responsabilidade, o Prefeito será processado e


julgado pela Câmara Municipal.”
Art. 66. A alienação de bens imóveis do Município dependerá de autoriza-
ção prévia da Câmara Municipal.
Art. 67. Mediante requerimento de um quinto de seus membros, a Câmara
criará Comissão Parlamentar de Inquérito, independentemente de aprovação
plenária, para apuração de fato determinado e por prazo certo, com poderes
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
no respectivo regimento, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas
ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal
dos infratores.
Art. 68. O Município não poderá contrair empréstimos sem a prévia au-
torização da Câmara Municipal, além da autorização do Senado Federal e da
Assembléia Legislativa, quando for o caso.
Art. 69. Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu-
nicipais serão fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado
o que dispõem os arts. 37, XI; 39, § 4°; 150, II; 153, III, e 153, § 2°, I da
Constituição Federal;
Parágrafo único. Os subsídios dos Vereadores serão fixados por lei de ini-
ciativa da Câmara Municipal, na razão de, no máximo, setenta e cinco por
cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Estaduais, ob-
servado o que dispõem os arts. 39, § 4°; 57, § 7°; 150, II; 153, § 2°, I da
Constituição Federal.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999,
tendo sido ainda, acrescentado o Parágrafo único.
* A redação deste artigo continha o seguinte teor:
“Art. 69 - A remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
será fixada pela Câmara Municipal, em cada legislatura, para a subseqüente,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

até trinta dias antes das eleições municipais, observado o que dispõe o art.
29, V, da Constituição Federal.
Parágrafo único. Não tendo sido fixada a remuneração na legislatura an-
terior, ficam mantidos os valores vigentes em dezembro do último exercício,
apenas admitida a atualização de valores.”
Art. 70. REVOGADO.
* Artigo revogado pela Emenda Constitucional nº 21, de 02 de outubro de
2003, publicada no DOE Nº 30.046, de 08 de outubro de 2003.
* A redação do artigo revogado continha o seguinte teor:
“Art. 70. O número de Vereadores é proporcional à população do Municí-
pio, observados os seguintes limites:
a) nove, nos Municípios de até vinte mil habitantes;
b) onze, nos Municípios de vinte mil e um até quarenta mil habitantes;
c) treze, nos Municípios de quarenta mil e um até oitenta mil habitantes;
d) quinze, nos Municípios de oitenta mil e um até cento e sessenta mil
habitantes;
e) dezessete, no Municípios de cento e sessenta mil e um até trezentos e
vinte mil habitantes;
f) dezenove, nos Municípios de trezentos e vinte mil e um até seiscentos e
quarenta mil habitantes;
g) vinte e um, nos Municípios de seiscentos e quarenta mil e um até um
milhão de habitantes:
h) trinta e três, no Municípios de mais de um milhão até um milhão e oi-
tocentos mil habitantes;
i) trinta e cinco, nos Municípios de um milhão e oitocentos mil e um até
dois milhões e seiscentos mil habitantes;
j) trinta e sete, nos Municípios de dois milhões e seiscentos mil e um até
três milhões e quatrocentos mil habitantes;
l) trinta e nove, nos Municípios de três milhões e quatrocentos mil e um
até quatro milhões e duzentos mil habitantes;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

m) quarenta e um, nos Municípios de quatro milhões duzentos mil e um


até quatro milhões, novecentos e noventa e nove mil e novecentos e noventa
e nove habitantes;
n) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco, nos Municí-
pios de mais de cinco milhões de habitantes.”
Art. 71. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial do Município será exercida pela Câmara Municipal, mediante con-
trole externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Muni-
cipal, na forma da lei.
§ 1°. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas dos Municípios.
§ 2°. O parecer prévio, emitido pelo Tribunal de Contas dos Municípios
sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de preva-
lecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal que, sobre
ele, deverá pronunciar-se no prazo de noventa dias após o seu recebimento.
§ 3°. No caso de haver irregularidades nas contas apreciadas, o Tribunal
de Contas dos Municípios fará constar, no seu parecer prévio, como sugestão,
as providências e medidas que devem ser tomadas, encaminhando cópia ao
Ministério Público do Estado.
§ 4°. O parecer prévio sobre as contas deve ser emitido, pelo Tribunal de
Contas dos Municípios, dentro do prazo improrrogável de um ano, contado da
data do recebimento do respectivo processo.
§ 5°. Se o Prefeito não enviar sua prestação de contas, bem como os
balancetes, nos prazos legais, o Tribunal de Contas dos Municípios, além de
tomar as providências de sua alçada, comunicará o fato à Câmara Municipal
respectiva e ao Ministério Público.
Art. 72. As contas da Mesa Diretora da Câmara Municipal, após julgadas
pelo Tribunal de Contas dos Municípios, serão apreciadas pelo Plenário da Câ-
mara Municipal, sem participação dos membros da Mesa, funcionando como
Presidente, neste procedimento, o Vereador mais idoso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 73. Os Prefeitos e Presidentes das Câmaras Municipais ficam obri-


gados a apresentar balancetes trimestrais, até trinta dias após encerrado o
trimestre, discriminando receitas e despesas, bem como a admissão de pes-
soal, a qualquer título, ficando tais balancetes e respectiva documentação
no prédio da Câmara Municipal, por trinta dias, no mínimo, em local de fácil
acesso, para conhecimento do povo.
* Ver Lei 5.645, de 11/01/91 (Art. 3°, § 2°, “b”)
Art. 74. Ao remeter anualmente sua prestação de contas, o Prefeito en-
viará cópia de todo o processo para a Câmara Municipal, onde as contas fica-
rão durante sessenta dias, à disposição de qualquer contribuinte, para exame
e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
* Ver Lei 5.653, de 21/01/91.,que dispõe sobre o disciplinamento do exa-
me e apreciação do processo de prestação de contas anual do Município.
Art. 75. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

CAPÍTULO IV
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO

Art. 76. O Prefeito, eleito pelo povo, é o Chefe do Poder Executivo Municipal.
Art. 77. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse perante a Câmara
Municipal e prestarão o compromisso de defender, cumprir e fazer cumprir a
Constituição Federal, esta Constituição e as leis.
§ 1°. Se a Câmara não estiver instalada ou se deixar de reunir para dar pos-
se, o Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse, dentro de quinze dias da data
fixada para esta, perante o Juiz de Direito da Comarca ou seu substituto legal.
§ 2°. Se, decorridos quinze dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou
o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este
será declarado vago pela Câmara Municipal.
Art. 78. O Prefeito será substituído, no caso de ausência do Município ou
de impedimento, e sucedido, no de vaga, pelo Vice-Prefeito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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* Dispositivo declarado inconstitucional pelo STF, à unanimidade, em ses-


são do dia 02/02/95. ADIN n° 687-8. Acórdão DJ 13/02/95.
§ 1°. Em caso de ausência ou de impedimento do Prefeito e do Vice-Pre-
feito, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao
exercício da Prefeitura os membros da Mesa Diretora da Câmara Municipal,
obedecida a respectiva ordem, e o Juiz de Direito da Comarca, lavrando-se o
ato de transmissão em livro próprio.
* Este § 1º teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº
01/93, de 06/12/1993.
* Quando apreciada no STF a ADIN 687-8, a Assembléia Legislativa editou
a Emenda Constitucional n° 01/93, dando nova redação ao § 1° do art. 78,
com a seguinte redação:
“Art. 78 ..............
§ 1º. Para os casos de ausência ou impedimento do prefeito e do vice-pre-
feito, ou vacância dos respectivos cargos, competirá à Câmara de Vereadores
de cada município, normatizar estas substituições em Lei Orgânica Municipal”.
§ 2°. Implica responsabilidade a não transmissão de cargo nos casos de
ausência ou impedimento.
Art. 79. Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-a eleição
noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1°. Ocorrendo a vacância no último ano do mandato, a eleição para am-
bos os cargos será feita até trinta dias depois da última vaga, pela Câmara
Municipal, na forma da lei.
§ 2°. Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de
seus antecessores.
Art. 80. O Prefeito e o Vice-Prefeito devem residir no Município e dele
não poderão ausentar-se, por tempo superior a quinze dias consecutivos, e,
para o exterior, por qualquer tempo, sem prévia licença da Câmara Municipal,
implicando o descumprimento do disposto neste artigo na perda do mandato.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 81. As proibições e incompatibilidades dos Vereadores aplicam-se, no


que couber, ao Prefeito e Vice-Prefeito.
Art. 82. São crimes de responsabilidade, apenados com perda do manda-
to, os atos do Prefeito que atentem contra a Constituição Federal, a Estadual,
a Lei Orgânica do Município e, especialmente, contra:
I - a existência do Município;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministé-
rio Público;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do Município;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

CAPÍTULO V
DA CRIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

Art. 83. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Mu-


nicípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebisci-
to, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
* Ver Lei Complementar n° 001/90, modificada pelas Lei Complementar
n° 28/95 e Lei Complementar n° 34/97.
* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 83 - A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios preservarão a continuidade e a unidade histórico-cultural do am-
biente urbano, far-se-ão por lei estadual, obedecidos os requisitos previstos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

em lei complementar estadual, e dependerão de consulta prévia, mediante


plebiscito, às populações diretamente interessadas.”
§ 1°. É vedada a criação de Município inviabilizando economicamente o
Município de origem.
§ 2°. Nenhum Município será criado com denominação igual a de outro já
existente no País.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO NO MUNICÍPIO

Art. 84. O Estado não intervirá nos Municípios, exceto quando:


I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecu-
tivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na ma-
nutenção e desenvolvimento do ensino;
IV - O Tribunal de Justiça do Estado der provimento a representação para
assegurar a observância de princípios indicados nesta Constituição, ou para
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Parágrafo único. Durante o período da intervenção, a lei orgânica não
poderá ser alterada, salvo se a intervenção foi decretada em decorrência de
fatos gerados pela ilegalidade ou inconstitucionalidade da mesma.
Art. 85. A decretação da intervenção dependerá:
I - nos casos dos incisos I, II e III, do artigo anterior, de representação
fundamentada da Câmara Municipal ou do Tribunal de Contas dos Municípios;
II - no caso do inciso IV, do artigo anterior, de solicitação do Tribunal de
Justiça do Estado.
§ 1°. O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será subme-
tido à apreciação da Assembléia Legislativa, no prazo de vinte e quatro horas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. Se não estiver funcionando a Assembléia Legislativa, far-se-á convo-


cação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3°. No caso do art. 84, IV, dispensada a apreciação pela Assembléia Le-
gislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado,
se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4°. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de
seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
§ 5°. O interventor, no prazo de trinta dias após a cessação da interven-
ção, encaminhará à Assembléia Legislativa, por intermédio do Governador,
relatório circunstanciado sobre seus atos, devendo sobre a matéria o Tribunal
de Contas dos Municípios emitir parecer.
* Este § 5º, do art. 85 teve sua redação alterada através da Emenda
Constitucional nº 18, de 29 de março de 2001, publicada no DOE Nº 29.434,
de 11/04/2001.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 85 - ....................
§ 5º O interventor, no prazo de trinta dias após a cessação da intervenção,
prestará contas à Assembléia Legislativa, por intermédio do Governador, devendo
sobre a matéria o Tribunal de Contas dos Municípios emitir parecer prévio.”

TÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

SEÇÃO I
Da Assembléia Legislativa

Art. 86. O Poder Legislativo é exercido pela Assembléia Legislativa, go-


zando de autonomia administrativa e financeira.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. A Assembléia Legislativa elaborará sua proposta orçamentária den-


tro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de
diretrizes orçamentárias, sendo a mesma encaminhada pelo seu Presidente,
após aprovação do Plenário.
§ 2°. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 87. A Assembléia Legislativa compõem-se de Deputados, represen-
tantes do povo paraense, eleitos pelo sistema proporcional, por sufrágio uni-
versal e voto direto e secreto, na forma da legislação federal.
Parágrafo único. O número de Deputados à Assembléia Legislativa, esta-
belecido no ano anterior ao das eleições, corresponderá ao triplo da represen-
tação do Estado do Pará na Câmara dos Deputados e, atingido o número de
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais
acima de doze.
Art. 88. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da
Assembléia Legislativa e de suas comissões serão tomadas por maioria de
votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Parágrafo único. O voto do Deputado será público, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição e no regimento interno da Assembléia Legislativa.
Art. 89. Não será de qualquer modo subvencionada viagem de Deputado ao
exterior, salvo no desempenho de missão temporária, de caráter diplomático, po-
lítico ou cultural, mediante prévia licença do plenário da Assembléia Legislativa.
Art. 90. A Procuradoria da Assembléia Legislativa representará judicial-
mente o Poder Legislativo nas ações em que este for parte, ativa ou passiva-
mente, sem prejuízo das atribuições da Procuradoria Geral do Estado.
Parágrafo único. O assessoramento da Assembleia Legislativa será presta-
do pela Procuradoria, Consultoria Técnica, Assessoria Técnica e Técnicos Le-
gislativos, na forma do regimento, e o ingresso nas carreiras acima referidas
far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, aplicando-se-lhes o
princípio do art. 30, § 1º.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este parágrafo único teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional nº 52, de 21 de março de 2012, publicada no DOE Nº 32.122, de
22/03/2012.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 90. ................................................
Parágrafo único. O assessoramento da Assembléia Legislativa será prestado
pela Procuradoria, Consultoria Técnica e Assessoria Técnica, na forma do regi-
mento, e o ingresso nas carreiras acima referidas far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos, aplicando-se-lhes o princípio do art. 30, § 1°.”

SEÇÃO II
Das atribuições da Assembléia Legislativa

Art. 91. Cabe à Assembléia Legislativa, com a sanção do Governador, não


exigida esta para o especificado no art. 92, dispor sobre todas as matérias de
competência do Estado, especialmente sobre:
I - sistema tributário estadual, arrecadação e distribuição de rendas, con-
cessão de anistia e incentivos fiscais, instituição de impostos, taxas, contri-
buição de melhoria e contribuição social;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, opera-
ções de crédito, dívida pública e meio de solvê-las e emissão de letras do
tesouro estadual;
III - organização da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar, bem como a fixação e modificação dos respectivos quadros e efetivos;
IV - planos e programas de desenvolvimento e investimento estaduais,
regionais e setoriais, em conformidade com os nacionais;
V - criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios;
VI - instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;
VII - transferência temporária da sede do Governo do Estado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público, da De-


fensoria Pública, da Procuradoria-Geral do Estado, do Tribunal de Contas do
Estado e do Tribunal de Contas dos Municípios;
IX - criação, estruturação e atribuições de Secretarias, empresas públicas,
sociedades de economia mista, autarquias e fundações públicas;
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções pú-
blicas e fixação dos respectivos vencimentos;
XI - servidores públicos e seu regime jurídico único;
XII - bens do domínio do Estado e normas gerais sobre alienação, conces-
são, cessão, permuta, arrendamento e aquisição dos mesmos;
XIII - normas gerais para a exploração ou concessão, bem como para a
fixação de tarifas ou preços dos serviços públicos;
XIV - organização do sistema de ensino, adaptando-o às características regionais;
XV - questões específicas das matérias relacionadas no art. 22 da Consti-
tuição Federal, de que o Estado tenha sido autorizado a legislar, por lei com-
plementar;
XVI - matérias abrangidas na competência comum, na competência con-
corrente e na competência reservada do Estado Federado, conforme os arts.
23, 24 e 25, § 1°., da Constituição Federal.
Art. 92. É da competência exclusiva da Assembléia Legislativa:
I - elaborar seu Regimento Interno, constituir as Comissões e eleger a
Mesa Diretora, que poderá ser reeleita na mesma legislatura.
* Este inciso I, anteriormente alterado pela EC nº 58, em 2014 foi nova-
mente alterado pela Emenda Constitucional nº 67, de 18 de novembro de
2015, publicada no DOE Nº 33.021, de 27/11/2015.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 92 - ..................................................
I – elaborar seu Regimento Interno, constituir as Comissões e eleger a Mesa
Diretora, vedada a recondução para o mesmo cargo dentro da mesma legislatura.”

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Delegado

* Este inciso I, anteriormente alterado pela EC nº 29, em 2005, foi nova-


mente alterado pela Emenda Constitucional nº 58, de 11 de junho de 2014,
publicada no DOE Nº 32.667, de 20/06/2014.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 92 - ..................................................
I - elaborar o seu Regimento Interno, constituir as Comissões e eleger a
Mesa Diretora que poderá ser reeleita, vedada a recondução, para qualquer
cargo, de uma legislatura para outra.”

* Este inciso I, anteriormente alterado pela EC nº 16, em 1999, foi nova-


mente alterado pela Emenda Constitucional nº 29, de 20 de abril de 2005,
publicada no DOE Nº 30.424, de 27/04/2005.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 92 - ..................................................
I - elaborar seu Regimento Interno, eleger a Mesa Diretora que poderá ser
reeleita na mesma legislatura e constituir as Comissões;

* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional


n° 16/99, de 30 de setembro de 1999, publicada no DOE N° 29.066, de
08/10/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 92 - .....................
I - elaborar seu Regimento Interno, eleger a Mesa, proibida a reeleição
para qualquer cargo na mesma e constituir as comissões;”
II - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços e fixa-
ção da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na
lei de diretrizes orçamentárias;
III - mudar temporariamente sua sede, bem como o local de suas reuniões;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Ver § 2°, do art. 1° do Regimento Interno da Assembléia Legislativa do


Estado do Pará.
IV - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atri-
buição normativa dos outros poderes;
V - fixar os subsídios dos Deputados, observado o que dispõem os arts. 27,
§ 2°; 39, § 4°; 57, § 7°; 150, II; 153 III; e 153, § 2°, I da Constituição Federal;
* Este inciso V do artigo 92 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 92 - ................
I - ......................
V - fixar a remuneração dos Deputados, em cada legislatura, para a sub-
seqüente, observado o que dispõem os arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2°, I,
da Constituição Federal.”
VI - conceder licença e receber renúncia de Deputados;
VII - conceder prévia licença para processamento criminal de Deputados;
VIII - declarar perda ou suspensão temporária de mandato de Deputado,
desde que presentes dois terços de seus membros, por votação secreta e
maioria absoluta;
IX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites da delegação legislativa;
X - solicitar intervenção federal, quando necessária para garantir o livre
exercício de suas funções e prerrogativas;
XI - apreciar o decreto de intervenção no Município ou suspender essa
medida, salvo quando decorrente de decisão do Poder Judiciário;
XII - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XIII - aprovar, previamente, salvo os casos previstos nesta Constituição, a
alienação ou concessão de terras públicas e dos bens imóveis do Estado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIV - autorizar ou aprovar convênios, acordos, operações ou contratos de


que resultem para o Estado quaisquer ônus, dívidas, compromissos ou encar-
gos não estabelecidos na lei orçamentária, bem como autorizar, previamente,
operações financeiras externas de interesse do Estado;
XV - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da ad-
ministração indireta;
XVI - eleger membros do Conselho de Estado, nos termos do art. 146, VII;
XVII - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou ato norma-
tivo estadual declarado inconstitucional por decisão definitiva do Tribunal de
Justiça do Estado;
XVIII - eleger três de seus membros para o Conselho Estadual de Justiça,
na forma do art. 176, VIII;
XIX - escolher dois terços dos Conselheiros do Tribunal de Contas do Es-
tado e do Tribunal de Contas dos Municípios;
XX - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a es-
colha feita pelo Governador de Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado
e do Tribunal de Contas dos Municípios, bem como dos titulares de cargos
referidos no art. 135, XII, e outros que a lei vier a determinar;
* Em julgamento da ADIN n° 1281-9, o STF não acatou pedido de liminar
para suspender a eficácia deste dispositivo, porém, suspendeu liminarmente
a eficácia das seguintes expressos do inciso XII do art. 135 da Constituição
Estadual: “empresas públicas” e “sociedades de economia mista de que o
Estado detenha o controle acionário”. Sessão do dia 25/05/95. Acórdão DJ
23/06/95.
XXI - dar posse ao Governador e ao Vice-Governador e receber os respec-
tivos compromissos e renúncias;
XXII - conceder licença ao Governador e ao Vice-Governador para que
deixem de exercer, provisoriamente, os respectivos cargos;
XXIII - autorizar o Governador e Vice-Governador a se ausentarem da Ca-
pital do Estado, quando a ausência exceder a quinze dias consecutivos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XXIV - autorizar o Governador e o Vice-Governador a se ausentarem do País;


XXV - fixar os subsídios do Governador, Vice-Governador e dos Secretários
de Estado, observados os princípios da Constituição Federal;
* Este inciso XXV do artigo 92 teve sua redação alterada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 92 - ................
I - ......................
XXV - fixar para cada exercício financeiro a remuneração do Governador
e do Vice-Governador e dos Secretários de Estado, observados os princípios
da Constituição Federal;”
XXVI - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador e apre-
ciar os relatórios sobre a execução dos planos de Governo;
XXVII - apreciar, trimestralmente, os relatórios das atividades do Tribunal
de Contas do Estado e do Tribunal de Contas dos Municípios;
* Por unanimidade, o STF julgou improcedente a ação declarando cons-
titucional o inciso, em sessão de 02/02/95. ADIN n° 687-8. Acórdão DJ, de
13/02/96.
XXVIII - proceder à tomada de contas do Governador, quando não apre-
sentadas à Assembléia Legislativa dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa;
XXIX - apreciar, anualmente, as contas de sua Mesa Diretora, após julgadas
pelo Tribunal de Contas do Estado, sem participação dos membros da Mesa,
funcionando como Presidente, neste procedimento, o Deputado mais idoso;
XXX - julgar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas do Estado.
* Por unanimidade, o STF declarou inconstitucional a expressão “e do
Tribunal de Contas dos Municípios”, em sessão de 02/02/95.ADIN nº687-8.
Acordão DJ de l3/02/96.

100
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este inciso XXX do artigo 92 teve sua redação alterada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 92 - ................
I - ......................
XXX - julgar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas do Estado e do
Tribunal de Contas dos Municípios;”
XXXI - ordenar a sustação de contrato impugnado pelo Tribunal de Contas
do Estado;
XXXII - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de pro-
cesso contra o Governador;
XXXIII - processar e julgar o Governador e o Vice-Governador nos crimes
de responsabilidade e os Secretários de Estado nos crimes da mesma nature-
za conexos com aqueles;
XXXIV - processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça e o Procurador-
-Geral do Estado, nos crimes de responsabilidade;
XXXV - destituir, por deliberação da maioria absoluta, e na forma da lei
complementar, o Procurador-Geral de Justiça;
XXXVI - emendar esta Constituição, discutir e votar projetos de lei, enviá-
-los à sanção e promulgação, promulgar leis no caso de silêncio do Governa-
dor, expedir decretos legislativos e resoluções;
XXXVII - apreciar o veto e sobre ele deliberar;
XXXVIII - eleger o Governador e o Vice-Governador, na forma da lei e no
caso do art. 131, § 1°..
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos XXXIII e XXXIV, funcio-
nará como Presidente o do Tribunal de Justiça do Estado, limitando-se a con-
denação, que somente será proferida por dois terços dos votos dos membros
da Assembléia Legislativa, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos,

101
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.
Art. 93. A Assembléia Legislativa, bem como qualquer de suas Comis-
sões, poderá convocar Secretário de Estado ou dirigentes de entidades da
administração indireta, para prestar, pessoalmente, informação sobre assun-
to previamente determinado, importando em crime de responsabilidade a
ausência sem justificação adequada;
§ 1°. A convocação de que trata este artigo será encaminhada, por escrito,
pela Mesa Diretora.
§ 2°. Os Secretários de Estado poderão comparecer à Assembléia Legisla-
tiva ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa e mediante entendi-
mento com a Mesa, para expor assunto de relevância de sua Secretaria.
§ 3°. A Mesa da Assembléia Legislativa poderá encaminhar pedidos escri-
tos de informação aos Secretários de Estado ou dirigentes de entidades da
administração indireta, importando crime de responsabilidade a recusa, ou o
não-atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informa-
ções falsas.
Art. 94. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar crimes de responsabilidade de quaisquer
autoridades e irregularidades ou ilegalidades perante a Assembléia Legislativa.

SEÇÃO III
Dos Deputados

Art. 95. Os Deputados Estaduais são invioláveis, civil e penalmente, por


quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
§ 1º. Os Deputados Estaduais, desde a expedição do diploma, serão sub-
metidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado.
§ 2º. Desde a expedição do diploma, os membros da Assembléia Legislativa
não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Neste caso,

102
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Assembléia Legisla-


tiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
§ 3º. Recebida a denúncia contra o Deputado, por crime ocorrido após a di-
plomação, o Tribunal de Justiça do Estado dará ciência à Assembléia Legislativa,
que por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º. O pedido de sustação será apreciado pela Assembléia Legislativa no pra-
zo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º. A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
§ 6º. Os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pes-
soas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§ 7º. A incorporação às Forças Armadas de Deputados embora militares e ainda
que em tempo de guerra, dependerá da prévia licença da Assembléia Legislativa.
§ 8º. As imunidades de Deputados subsistirão durante o estado de sítio,
só podendo ser suspensas mediante os votos de dois terços dos membros
da Assembléia Legislativa, nos casos de atos praticados fora do recinto da
Assembléia Legislativa, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
§ 9º. Aplicam-se aos Deputados as regras da Constituição Federal sobre
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidade, remuneração, perda de manda-
to, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 10. Observados os fundamentos e princípios que norteiam esta Consti-
tuição, a imunidade formal, conferida aos Deputados, jamais deverá servir de
apanágio à impunidade.
* Este Art. 95 teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº
19, de 22 de abril de 2003, publicada no DOE Nº 29.931, de 25/04/2003.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 95. O Deputado é inviolável por suas opiniões, palavras e votos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. Desde a expedição do diploma, o Deputado não poderá ser preso,


salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processado criminalmente,
sem prévia licença da Assembléia Legislativa.
§ 2°. O indeferimento do pedido de licença ou a ausência de deliberação
suspende a prescrição enquanto durar o mandato.
§ 3°. No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remeti-
dos, dentro de vinte e quatro horas, à Assembléia Legislativa, para que, pelo
voto secreto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão e autorize,
ou não, a formação de culpa.
§ 4°. O Deputado será submetido a julgamento perante o Tribunal de Jus-
tiça do Estado.
§ 5°. O Deputado não será obrigado a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pes-
soas que lhe confiaram ou dele receberam informações.
§ 6°. A incorporação às Forças Armadas, ou às auxiliares, de Deputados,
embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia li-
cença da Assembléia Legislativa.
§ 7°. As imunidades dos Deputados subsistirão durante o estado de sítio,
só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da
Assembléia Legislativa, nos casos de atos, praticados fora do recinto da Casa,
que sejam incompatíveis com a execução da medida.
§ 8°. Aplicam-se aos Deputados as regras da Constituição Federal sobre
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de man-
dato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas .
§ 9°. Observados os fundamentos e os princípios que norteiam esta Cons-
tituição, a imunidade formal, conferida aos Deputados, jamais deverá servir
de apanágio à impunidade.”
Art. 96. O Deputado não poderá:
I - desde a expedição do diploma:

104
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,


empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de ser-
viço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado inclusive os de
que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum, nas entidades
referidas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I, “a”;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 97. Perderá o mandato o Deputado:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior:
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar:
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
reuniões ordinárias, salvo licença ou missão autorizada pela Assembléia Legislativa:
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constitui-
ção Federal;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1°. É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos
no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas ao Deputado ou
a percepção de vantagens indevidas;
§ 2°. Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Assembléia Legislativa, por voto secreto e maioria absoluta mediante
provocação da Mesa ou de partido político representado na Assembléia Legis-
lativa, assegurada ampla defesa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3°. Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou
de partido político com representação na Assembléia Legislativa, assegurada
ampla defesa.
§ 4°. O regimento interno da Assembléia Legislativa estabelecerá uma
gradação de penas, incluindo a advertência por escrito e a suspensão do
exercício do mandato, para as faltas cometidas por Deputado, observando-se
o procedimento previsto no § 2°.
Art. 98. Não perderá o mandato o Deputado:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Se-
cretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
ou chefe de missão diplomática temporária;
II - licenciado pela Assembléia por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento
não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1°. O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em
funções previstas neste artigo ou de licença por motivo de doença, superior
a cento e vinte dias.
§ 2°. Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para pre-
enchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3°. Na hipótese do inciso I, o Deputado poderá optar pela remuneração
do mandato.

SEÇÃO IV
DAS REUNIÕES

Art. 99. A Assembléia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do


Estado, de 02 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 20 de dezembro,
independente de convocação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* O caput deste artigo 99, anteriormente alterado pela EC Nº 32/2006,


teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 39, de 22 de no-
vembro de 2007, publicada no DOE Nº 31.054, de 26/11/2007.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 99 A Assembléia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do
Estado, de 15 de janeiro a 1º de julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro,
independente de convocação.”

* O Caput deste artigo 99 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional nº 32, de 06 de junho de 2006, publicada no DOE Nº 30.699, de
08/06/2006.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 99. A Assembléia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do
Estado, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1°. de agosto a 15 de dezem-
bro, independentemente de convocação.”
§ 1°. As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o pri-
meiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 2°. A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do pro-
jeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3°. A sessão legislativa anual poderá ser prorrogada pelo voto da maio-
ria absoluta dos Deputados.
§ 4°. O regimento interno da Assembléia Legislativa disporá sobre o fun-
cionamento desta nos sessenta dias anteriores às eleições gerais, estaduais
ou municipais.
§ 5°. A Assembléia Legislativa reunir-se-á, em sessões preparatórias, a
partir de 1° de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus
membros e eleição da Mesa Diretora, para mandato de dois anos.
§ 6°. A Assembléia Legislativa receberá em sessão especial previamente de-
signada, o Governador ou o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, para
que essas autoridades possam expor assunto relevante e de interesse público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7°. Por motivo especial e deliberação da maioria absoluta de seus mem-


bros, a Assembléia Legislativa poderá reunir-se, temporariamente, em qual-
quer localidade do Estado.
§ 8°. A convocação extraordinária da Assembléia Legislativa far-se-á:
I - pelo Governador, havendo matéria urgente para deliberar;
II - por seu Presidente, havendo assunto urgente para ser apreciado e em
caso de estado de defesa, estado de sítio, de intervenção federal ou de inter-
venção no Município, bem como para o compromisso e a posse do Governa-
dor e do Vice-Governador;
III - a requerimento da maioria de seus membros, em caso de urgência ou
de interesse público relevante.
§ 9º Na Sessão Legislativa Extraordinária, a Assembléia Legislativa so-
mente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada, vedado o paga-
mento de parcela indenizatória em valor superior ao do subsídio mensal.
* O § 9º, anteriormente já alterado, teve sua redação novamente alterada
pela Emenda Constitucional nº 47, de 30 de novembro de 2010, publicada no
DOE Nº 31.804, de 03/12/2010.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 99. ...................................................
§ 9º Na Sessão Legislativa Extraordinária, a Assembléia Legislativa so-
mente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada, vedado o paga-
mento de parcela extra.”

* O § 9º, anteriormente já alterado, teve sua redação novamente alterada


pela Emenda Constitucional nº 32, de 06 de junho de 2006, publicada no DOE
Nº 30.699, de 08/06/2006.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 99. ...................................................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 9°. Na sessão legislativa extraordinária, a Assembléia Legislativa so-


mente deliberará sobre a matéria para a qual, foi convocada, vedado o pa-
gamento de parcela indenizatória em valor superior ao do subsídio mensal.”

* Este § 9° do artigo 99 teve sua redação alterada pela Emenda Consti-


tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 99 - ................
§ 1° ......................
§ 9° Na sessão legislativa extraordinária, a Assembléia Legislativa somen-
te deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada.”
§ 10. Exceto nos casos previstos no Regimento Interno, as sessões da
Assembléia Legislativa serão públicas, com a presença, pelo menos, de um
quarto de seus membros, só podendo ser realizada uma sessão ordinária por
dia e tantas sessões extraordinárias quantas forem necessárias para discus-
são e aprovação da matéria em pauta.
* Este § 10, do art. 99, teve sua redação alterada pela Emenda Constitu-
cional nº06, de 26 de junho de 1996.
* A redação original tinha o seguinte teor:
“Art. 99. ........................
§ 10 -Exceto nos casos previstos no Regimento Interno as sessões da
Assembléia Legislativa serão públicas, com a presença, pelo menos, de um
quarto de seus membros, só podendo ser realizada uma sessão ordinária por
dia e tantas sessões extraordinárias, estas não remuneradas, quantas forem
necessárias para discussão e aprovação da matéria em pauta”.
Art. 100. O Plenário da Assembléia é soberano e todos os atos de Mesa
da Assembléia, de sua Presidência, bem como das comissões, estão sujeitos
ao seu império.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O Plenário terá poderes para avocar, pelo voto da maioria
de seus membros, toda e qualquer matéria ou ato submetido à Mesa, à Pre-
sidência ou comissões, para sobre ele deliberar.

SEÇÃO V
DAS COMISSÕES

Art. 101. A Assembléia Legislativa terá comissões permanentes e tempo-


rárias constituídas na forma e com as atribuições previstas no regime interno
ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1°. Na constituição da Mesa e de cada Comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-
lamentares que participam da Assembléia Legislativa.
§ 2°. Em qualquer caso, tanto na Mesa quanto nas comissões, haverá pelo
menos um Deputado integrante da oposição.
§ 3°. Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
II - convocar Secretários de Estado ou dirigentes de entidades da administração
indireta para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qual-
quer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
V - apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e setoriais de
desenvolvimento e sobre ele emitir parecer.
§ 4º As Comissões Parlamentares de Inquérito terão amplos poderes de
investigação, próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no
regimento interno, e serão criadas a requerimento de 1/3 (um terço) dos
membros da Assembléia Legislativa, independentemente de aprovação ple-
nária, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas con-
clusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova
a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este § 4º teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 34,


de 07 de junho de 2006, publicada no DOE Nº 30.700, de 09/06/2006.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 101. .......................................................
§ 4°. As Comissões Parlamentares de Inquérito terão amplos poderes de
investigação, próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no
regimento interno, e serão criadas a requerimento de um quinto dos mem-
bros da Assembléia Legislativa, independentemente de aprovação plenária,
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclu-
sões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.”
§ 5°. Durante o recesso, exceto no período de convocação extraordiná-
ria, haverá uma Comissão representativa da Assembléia Legislativa, eleita
na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas
no regimento interno, não podendo deliberar sobre emendas à Constituição
e projetos de lei, cuja composição reproduzirá, tanto quanto possível, a pro-
porcionalidade da representação partidária.

SEÇÃO VI
Do Processo Legislativo
SUBSEÇÃO I
Disposição Geral

Art. 102. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - decretos legislativos;
VI - resoluções.

111
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,


alteração e consolidação das leis.

SUBSEÇÃO II
Da emenda à Constituição

Art. 103. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembléia Legislativa;
II - do Governador;
III - do Tribunal de Justiça, após aprovação pela maioria dos Desembargadores;
IV - de mais da metade das Câmaras de Vereadores dos Municípios do Esta-
do, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros;
V - popular, na forma do art. 8°.
§ 1°. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal no Estado, de estado de defesa ou de sítio.
§ 2°. A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em cada um deles, três quintos dos votos dos membros
da Assembléia Legislativa.
§ 3°. A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Assembléia
Legislativa, com o respectivo número de ordem.
§ 4°. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa do Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5°. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

112
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SUBSEÇÃO III
Das leis

Art. 104. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qual-


quer membro ou Comissão da Assembléia Legislativa, ao Governador, ao Tri-
bunal de Justiça do Estado, a órgãos e pessoas referidos nesta Constituição.
Parágrafo único. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação
à Assembléia Legislativa de projeto de lei subscrito por, no mínimo, meio por
cento do eleitorado estadual, na forma do art. 8°.
Art. 105. São de iniciativa privativa do Governador as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bom-
beiros Militar;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração di-
reta e autárquica ou aumento de sua remuneração, ressalvada a competência
dos demais Poderes, órgãos e instituições referidos nesta Constituição;
b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de car-
gos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de milita-
res para a inatividade;
c) organização da Procuradoria-Geral do Estado e da Defensoria Pública;
d) criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos
da administração pública;
e) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.
Art. 106. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador, salvo se se tratar de
emenda ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifi-
quem, de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias, observado o
disposto no art. 166, §§ 3°. e 4°., da Constituição Federal;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da As-
sembléia Legislativa, Tribunal de Justiça do Estado, Tribunal de Contas do

113
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Estado, Tribunal de Contas dos Municípios, Ministério Público, Procuradoria-


-Geral do Estado e Defensoria Pública;
Art. 107. O Governador, o Presidente da Assembléia Legislativa ou o Pre-
sidente do Tribunal de Justiça do Estado poderá solicitar urgência para a apre-
ciação de projetos de sua iniciativa.
§ 1°. Se, no caso deste artigo, a Assembléia Legislativa não se manifestar,
em até quarenta e cinco dias sobre a proposição, será esta incluída na ordem
do dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que
se ultime a votação.
§ 2°. O prazo do parágrafo anterior não corre no período de recesso da As-
sembléia Legislativa, nem se aplica aos projetos de códigos e de leis orgânicas.
§ 3°. A solicitação de urgência poderá ser feita após a remessa do projeto
à Assembléia e em qualquer fase de sua tramitação.
§ 4°. Em qualquer dos casos deste artigo, o prazo para deliberação come-
ça a ser contado da data do recebimento da solicitação.
Art. 108. O projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa será en-
viado ao Governador, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1°. Se o Governador considerar o projeto, no todo ou em parte, inconsti-
tucional ou contrário ao interesse público, veta-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento e comunicará,
dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Assembléia Legislativa os
motivos do veto.
§ 2°. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de pará-
grafo, de inciso ou de alínea.
§ 3°. Decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Governador im-
portará sanção.
§ 4°. O veto será apreciado dentro de trinta dias, a contar de seu recebi-
mento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputa-
dos, em escrutínio secreto.

114
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5°. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulga-
ção, ao Governador.
§ 6°. Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4°, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais propo-
sições, até sua votação final.
§ 7°. Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Go-
vernador, nos casos dos §§ 3°. e 5°., o Presidente da Assembléia Legislativa
a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, deverão fazê-los os Vi-
ce-Presidentes da Assembléia, sucessivamente, na ordem de sua numeração.
§ 8°. Se a Assembléia estiver em recesso, o veto será publicado e o prazo
referido no § 4°. começará a correr do dia do reinício das reuniões.
§ 9°. No caso do parágrafo anterior, se considerar urgente a deliberação
sobre o veto, o Presidente da Mesa ou a Comissão Representativa referida no
art. 101, § 5°, poderá convocar extraordinariamente a Assembléia Legislativa.
Art. 109. Respeitada a ordem da respectiva promulgação, o Governador
mandará publicar imediatamente a lei.
Art. 110. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante pro-
posta da maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa.
Art. 111. Decorridos sessenta dias do recebimento de um projeto, o Pre-
sidente da Assembléia, a requerimento de qualquer Deputado, mandará in-
cluí-lo na ordem do dia, para discussão e votação, com ou sem parecer.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n° 13,
de 06/04/1998, publicada no DOE n° 28.696, de 16/04/1998.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 111 - Decorridos quarenta e cinco dias do recebimento de um projeto,
o Presidente da Assembléia, a requerimento de qualquer Deputado, mandará
incluí-lo na ordem do dia, para discussão e votação, com ou sem parecer.”
Art. 112. As leis delegadas serão elaboradas pelo Governador, que deverá
solicitar a delegação à Assembléia Legislativa.

115
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva na


Assembléia Legislativa a matéria reservada à lei complementar, nem a legis-
lação sobre:
I - organização do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria
Pública, do Tribunal de Contas do Estado, do Tribunal de Contas dos Municí-
pios, a carreira e a garantia de seus membros;
II - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2°. A delegação ao Governador terá a forma de decreto legislativo da
Assembléia, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3°. Se o decreto legislativo determinar a apreciação do projeto pela As-
sembléia, esta a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 113. As leis complementares e suas alterações serão aprovadas por
maioria absoluta.
§ 1°. Dentre outras previstas nesta Constituição, consideram-se leis complementares:
I - os Códigos de Finanças Públicas e Tributário do Estado;
II - as Leis Orgânicas do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do Es-
tado, da Defensoria Pública, do Tribunal de Contas do Estado, do Tribunal de
Contas dos Municípios, do Magistério Público, da Polícia Civil e da Polícia Militar;
III - a Lei de Organização Judiciária do Estado.
§ 2°. As leis complementares terão numeração distinta da numeração das
leis ordinárias.

SUBSEÇÃO IV
Dos decretos legislativos e resoluções

Art. 114. Através de decreto legislativo, a Assembléia Legislativa se ma-


nifesta sobre as matérias de sua competência exclusiva, e, através de resolu-
ção, regula matéria de seu interesse interno, político ou administrativo.
Parágrafo único. Os decretos legislativos e as resoluções serão promulga-
dos pela Mesa Diretora.

116
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SEÇÃO VII
Da fiscalização contábil, financeira e orçamentária

Art. 115. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial do Estado e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
§ 1°. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou priva-
da, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste,
assuma obrigações de natureza pecuniária.
* Este § 1° do artigo 115 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 115 - ................
§ 1° Prestará contas qualquer pessoa física, jurídica ou entidade pública
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e va-
lores públicos ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste,
assuma obrigações de natureza pecuniária.”
§ 2°. Estado e Municípios, na forma da lei, manterão sistema de fiscaliza-
ção mútua, mediante gestões administrativas entre os seus órgãos internos,
nos assuntos em que sejam partes interessadas, em decorrência de convênio
e disposições legais que admitem a cessão de recursos um ao outro, seja sob
forma de doação, repasses, ajustes, antecipação de receitas, seja sob forma
de investimentos para realização de obras específicas.
Art. 116. O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:
* Ver Lei 5.648, de l6/01/91.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador, mediante parecer


prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
nheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas
as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público estadual
e as contas daqueles que derem causa à perda, extravio ou outra irregulari-
dade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-
sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, finan-
ceira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas
no inciso II;
V - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres;
VI - fiscalizar a aplicação das quotas entregues pela União ao Estado, referen-
tes ao Fundo de Participação estabelecido no art. 159 da Constituição Federal;
VII - prestar as informações solicitadas pela Assembléia Legislativa, ou
por qualquer de suas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou ir-
regularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

118
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências ne-


cessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Assembléia Legislativa;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1°. No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente
pela Assembléia Legislativa, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo
as medidas cabíveis;
§ 2°. Se a Assembléia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de no-
venta dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal
decidirá a respeito.
§ 3°. As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo.
§ 4°. O Tribunal encaminhará à Assembléia Legislativa, trimestral e anual-
mente, relatório de suas atividades.
§ 5°. É assegurado ao Deputado Estadual, no Tribunal de Contas do Esta-
do, acesso a processos de diligências, inspeções, auditorias e de contas, dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, independentemente de já terem
sido julgados pelo Tribunal.
Art. 117. A Comissão permanente de fiscalização financeira e orçamen-
tária, da Assembléia Legislativa, diante de indícios de despesas não autoriza-
das, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsí-
dios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável
que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1°. Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes insuficien-
tes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-
téria, no prazo de trinta dias.
§ 2°. Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar
que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá à Assembléia Legislativa sua sustação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 118. O Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos Muni-


cípios, integrados por sete Conselheiros, cada um, têm sede na Capital, qua-
dro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território estadual, exercendo,
no que couber, as atribuições previstas no art. 160, cabendo-lhes a iniciativa
de leis que disponham sobre a criação e extinção dos cargos de suas secre-
tarias e serviços auxiliares, e fixação dos respectivos vencimentos, provendo
por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os cargos necessários
à realização de suas atividades, exceto os de confiança assim definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização do Tribunal de Contas
do Estado e do Tribunal de Contas dos Municípios podendo dividi-los em câ-
maras e criar delegações ou órgãos destinados a auxiliá-los no exercício de
suas funções, visando à descentralização e interiorização de seus trabalhos.
* Ver Leis Complementares: nº l2, de 09/02/93, (Lei Orgânica do Tribunal
de Contas do Estado do Pará); nº 20, de l8/02/94 (altera dispositivos da Lei
Complementar nº l2/93) e nº 25, de 05/08/94 ( Lei Orgânica do Tribunal de
Contas do Municípios).
Art. 119. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal
de Contas dos Municípios serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam
os seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-
ros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-
fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 1°. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de
Contas dos Municípios serão escolhidos:
I - três pelo Governador, com aprovação da Assembléia Legislativa, sendo
um de livre escolha, e dois, alternadamente, dentre Auditores e membros do

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal,


segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
II - Quatro pela Assembléia Legislativa.
* Estes Incisos I e II tiveram a redação alterada pela Emenda Constitucio-
nal n° 10, de 03/07/1997, publicada no DOE n° 28.500 de 08.07.1997.
* A redação anterior tinha o seguinte teor:
“Art. 119. ......................
I - dois, pelo Governador, com aprovação da Assembléia Legislativa, sen-
do um alternadamente dentre Auditores e membros do Ministério Público jun-
to ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios
de antigüidade e merecimento;
II - cinco, pela Assembléia Legislativa.”
§ 2°. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de
Contas dos Municípios terão as mesmas garantias, prerrogativas e impedi-
mentos, vencimentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Justi-
ça do Estado, aplicando-se-lhes quanto à aposentadoria e pensão, as normas
constantes do art. 40 da Constituição Federal.
* Este § 2° do artigo 119 teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 119 - ................
§ 1° ..................
§ 2° Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de
Contas dos Municípios terão as mesmas garantias, prerrogativas e impedi-
mentos, vencimentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Jus-
tiça do Estado e somente poderão aposentar-se com as vantagens do cargo
quando o tiverem exercido efetivamente por mais de cinco anos.”

121
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as mesmas


garantias e impedimentos do titular e, quando o exercício das demais atribui-
ções da judicatura, as de Juiz de Direito de última Entrância.
* Este § 3° do artigo 119 teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 51, de 14 de dezembro de 2011, publicada no DOE N° 32.059, de
20/12/2011.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 119 - ................
§ 1º ..........................................................
§ 3°. O auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as mesmas
garantias, impedimentos, vencimentos e vantagens do titular, e, quando no
exercício das demais atribuições da
judicatura, as de Juiz de Direito, e, neste caso, seus vencimentos e vanta-
gens serão fixados com diferença não superior a dez por cento dos percebidos
pelo Conselheiro.”
§ 4°. Os Conselheiros, nos casos de crimes comuns e nos de responsabi-
lidade, serão processados e julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal
de Justiça.
Art. 120. Os Auditores do Tribunal de Contas do Estado do Pará e do Tri-
bunal de Contas dos Municípios, serão nomeados pelo Governador, obedecida
a ordem de classificação em concurso público de provas e títulos, devendo o
candidato preencher os seguintes requisitos:
* O caput do art. 120, com última modificação ocorrida pela EC nº 51/2011,
sofreu alteração em sua redação através da Emenda Constitucional nº 53, de
21 de março de 2012, publicada no DOE Nº 32.122, de 22/03/2012 e repu-
blicada no DOE Nº 32.124, de 26/03/2012, por ter saído com incorreção no
D.O.E. nº 32.122, de 23/03/2012.
.* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 120: “Os Auditores do Tribunal de Contas do Estado do Pará e do Tri-
bunal de Contas dos Municípios, serão nomeados pelo Governador, obedecida

122
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a ordem de classificação em concurso público de provas e títulos, devendo o


candidato preencher os seguintes requisitos”
* O caput do Art. 120 teve sua redação alterada pela Emenda Constitu-
cional n° 51, de 14 de dezembro de 2011, publicada no DOE N° 32.059, de
20/12/2011.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 120. Os auditores do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de
Contas dos Municípios, em número de sete, serão nomeados pelo Governa-
dor, obedecida a ordem de classificação em concurso público de provas e tí-
tulos , com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Pará,
devendo o candidato preencher os seguintes requisitos:”
I - diploma em curso superior referente aos conhecimentos mencionados
no art. 119, III.
II – mais de trinta anos de idade, na data da inscrição do concurso, até 31
de dezembro de 2012 e mais de trinta e cinco anos a partir de 01 de janeiro
de 2013.
* O inciso II, deste Art. 120 anteriormente modificado pela EC nº 51/2001,
teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 53, de 21 de mar-
ço de 2012, publicada no DOE Nº 32.122, de 22/03/2012 e republicada no
DOE Nº 32.124, de 26/03/2012, por ter saído com incorreção no D.O.E. nº
32.122, de 23/03/2012.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 120. Os auditores do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de
Contas dos
II - mais de trinta e cinco anos de idade, na data da inscrição do concurso;”
* O inciso II, deste Art. 120 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional n° 51, de 14 de dezembro de 2011, publicada no DOE N° 32.059,
de 20/12/2011.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 120. .........................................................................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I - .....................................................................................
II - mais de trinta anos de idade, na data da inscrição no concurso;”
III - idoneidade moral e reputação ilibada;
IV – cinco anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional, até 31 de
dezembro de 2012, e 10 anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional a
partir de 01 de janeiro de 2013.
* O inciso IV, deste Art. 120 anteriormente modificado pela EC nº 51/2001,
teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 53, de 21 de mar-
ço de 2012, publicada no DOE Nº 32.122, de 22/03/2012 e republicada no
DOE Nº 32.124, de 26/03/2012, por ter saído com incorreção no D.O.E. nº
32.122, de 23/03/2012.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 120. .................................................
IV – dez anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional.”
* O inciso IV deste Art. 120 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional n° 51, de 14 de dezembro de 2011, publicada no DOE N° 32.059,
de 20/12/2011.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 120 . ..................................................................
I - ................................................................................
IV - cinco anos, pelo menos, de efetiva atividade profissional.”
Parágrafo único. Os Auditores serão também denominados Conselheiros
Substitutos.
* O Parágrafo único deste art. 120, foi acrescido através da Emen-
da Constitucional nº 64, de 09 de setembro de 2015, de 02/10/2015.
Art. 121. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de for-
ma integrada, com auxílio dos respectivos órgãos de auditoria, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos do Estado;

124
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e efi-


ciência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entida-
des da administração estadual, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres do Estado;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1°. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento
de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2°. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades pe-
rante o Tribunal de Contas do Estado.
Art. 122. O Tribunal de Contas do Estado prestará suas contas, anual-
mente, à Assembléia Legislativa, no prazo de sessenta dias da abertura da
sessão legislativa.
* Por votação unânime, em sessão realizada no dia 02/02/95, o STF de-
clarou inconstitucional a expressão “e do Tribunal de Contas dos Municípios”.
ADIN nº687-8.Acordão DJ de l3/02/95.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 122 - O Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos
Municípios prestarão suas contas, anualmente, à Assembléia Legislativa, no
prazo de sessenta dias da abertura da sessão legislativa.”
Art. 123. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber,
à organização, composição e fiscalização do Tribunal de Contas dos Municípios.

125
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

SEÇÃO I
Do Governador e do Vice-Governador

Art. 124. O Poder Executivo é exercido pelo Governador, auxiliado pelos


Secretários de Estado.
Art. 125. A eleição do Governador e do Vice-Governador do Estado, por
sufrágio universal direto e secreto, realizar-se-á, simultaneamente, no pri-
meiro Domingo de outubro, em primeiro turno, e no último Domingo de outu-
bro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
de seus antecessores.
* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 125 - A eleição do Governador do Vice-Governador, por sufrágio uni-
versal e pelo voto direto e secreto, realizar-se-á, simultaneamente, noventa
dias antes do término do mandato de seus antecessores.”
§ 1°. A eleição do Governador importará a do Vice-Governador com ele registrado.
§ 2°. Será considerado eleito Governador o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.
§ 3°. Se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta na primeira vo-
tação, far-se-á nova eleição, concorrendo os dois candidatos mais votados e
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
* Este § 3° do artigo 125 teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

126
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 125 - ......................


§ 1° .......................
§ 3° Se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta na primeira vota-
ção, far-se-á nova eleição, em até vinte dias após a proclamação do resul-
tado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito
aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.”
§ 4°. Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência
ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes,
o de maior votação.
§ 5°. Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lu-
gar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 126. O mandato do Governador e do Vice-Governador é de quatro
anos, permitida a reeleição para um único período subseqüente.
§ 1°. Para concorrer a outro cargo, o Governador deve renunciar o respec-
tivo mandato até seis meses antes do pleito.
§ 2°. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Go-
vernador de estado, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e can-
didato à reeleição.
* Este artigo e seus §§ tiveram suas redações alteradas pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 126 - O mandato do Governador e do Vice-Governador é de quatro
anos, vedada a reeleição do Governador para o período subseqüente.
§ 1°. São inelegíveis para o cargo de Governador, no período seguinte,
quem o houver sucedido ou substituído, por qualquer tempo, nos seis meses
anteriores do pleito.

127
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. Para concorrer a outro cargo, o Governador deve renunciar ao res-


pectivo mandato até seis meses antes do pleito.”
Art. 127. São condições de elegibilidade do Governador e do Vice-Gover-
nador, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o domicílio eleitoral na circunscrição do Estado;
IV - a filiação partidária;
V - a idade mínima de trinta anos.
Art. 128. O Governador e o Vice-Governador tomam posse no dia 1°. de
janeiro do ano subseqüente ao da eleição, em sessão solene da Assembléia Le-
gislativa e, se esta não estiver reunida, perante o Tribunal de Justiça do Estado.
§ 1°. O Governador prestará o seguinte compromisso: PROMETO MANTER,
DEFENDER, CUMPRIR E FAZER CUMPRIR AS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL E
DO ESTADO DO PARÁ, OBSERVAR E FAZER OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER
O BEM GERAL DO POVO PARAENSE, DESEMPENHAR LEAL E HONESTAMENTE
O MANDATO QUE ME FOI
CONFIADO, COM O OBJETIVO DE CONSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE,
JUSTA E SOLIDÁRIA.
§ 2°. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Governador ou
o Vice-Governador, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo,
este será declarado vago pela Assembléia Legislativa.
§ 3°. A renúncia do Governador ou do Vice-Governador do Estado torna-
-se efetiva com o conhecimento da respectiva mensagem pela Assembléia
Legislativa.
Art. 129. Substituirá o Governador no caso de impedimento, e suceder-
-lhe-á, no de vaga, o Vice-Governador.
§ 1°. O Vice-Governador, além de outras atribuições que lhe forem confe-
ridas por lei complementar, participará das reuniões do Secretariado e auxi-
liará o Governador, sempre que por ele for convocado para missões especiais.

128
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. Sem prejuízo de seu mandato, mas tendo de optar pela remunera-
ção, o Vice-Governador poderá ser nomeado Secretário de Estado.
Art. 130. Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício
temporário da chefia do Poder Executivo o Presidente da Assembléia Legislativa, o
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o 1°. Vice-Presidente da Assembléia
Legislativa e o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado.
* Artigo Regulamentado pela Lei n° 6.102, de 12 de janeiro de 1998.
Art. 131. Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador, far-se-á
eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1°. Ocorrendo a vacância no penúltimo ano do período governamental, a
eleição para ambos os cargos será feita até trinta dias depois da última vaga,
pela Assembléia Legislativa, na forma da lei.
§ 2°. Ocorrendo a vacância do último ano do período governamental, as-
sumirá o cargo de Governador do Estado, em caráter permanente, o Presi-
dente da Assembléia Legislativa ou o Presidente do Tribunal de Justiça do
Estado, nesta ordem.
§ 3°. Em qualquer dos casos, os substitutos deverão completar o período
de seus antecessores.
Art. 132. O Governador e o Vice-Governador deverão residir na região
metropolitana de Belém e dela não podem ausentar-se por mais de quinze
dias consecutivos, nem do Território Nacional, sem prévia autorização da As-
sembleia Legislativa, sob pena de perda do cargo.
* O caput do art. 132 teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional nº 68, de 30 de agosto de 2016, publicada no DOE Nº 33.211, de
14/09/2016.
* A redação alterada continha o seguinte teor:
“Art. 132. O Governador e o Vice-Governador deverão residir na região
metropolitana de Belém e dela não podem ausentar-se por mais de quinze

129
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dias consecutivos, nem do Território Nacional, por qualquer tempo, sem pré-
via autorização da Assembléia Legislativa, sob pena de perda do cargo.”
§ 1° Tratando-se de autorização para viagem oficial ao exterior, o Gover-
nador ou o Vice-Governador, no retorno, remeterá relatório circunstanciado à
Assembléia Legislativa, com informações detalhadas dos assuntos tratados,
fazendo a remessa de contrato, convênios, protocolos
ou acordos celebrados com entidades públicas ou privadas, desde que
causem direta ou indiretamente, ônus ao Estado.
§ 2° O afastamento do Governador do Estado , até quinze dias, prescinde
de autorização legislativa e de transmissão do cargo ao seu substituto legal.
* Artigo regulamentado pela Lei n° 6.102, de 12 de janeiro de 1998.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 132 - O Governador e o Vice-Governador deverão residir na Capital
do Estado e dela não podem ausentar-se por mais de quinze dias consecuti-
vos, nem do Território Nacional, por qualquer tempo, sem prévia autorização
da Assembléia Legislativa, sob pena de perda do cargo.
Parágrafo Único. Tratando-se de autorização para viagem oficial, o Gover-
nador ou o Vice-Governador, no retorno, remeterá relatório circunstanciado
à Assembléia Legislativa.”
§3º O Governador e o Vice-Governador deverão comunicar previamente a
Assembleia Legislativa quando forem ausentar-se do País por um período de
até quinze dias.
* Este § 3º foi acrescido ao art. 132 através da Emenda Constitucional nº
68, de 30 de agosto de 2016, publicada no DOE Nº 33.211, de 14/09/2016.
Art. 133. Aplicam-se ao Governador e ao Vice-Governador, no que cou-
ber, as proibições e impedimentos estabelecidos para os Deputados Estaduais.
Parágrafo Único. Perderá o mandato o Governador que assumir outro car-
go ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse

130
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V,


da Constituição Federal.
Art. 134. Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secre-
tários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa,
observado o que dispõem os arts. 37, XI; 39, § 4°; 150, II; 153, III; e 153,
§ 2°, I da Constituição Federal.
* Este artigo e seu parágrafo único tiveram sua redação alterada pela
Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no
DOE N° 29.025, de10/08/1999.
*A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 134 - O subsídio e a verba de representação do Governador e do Vi-
ce-Governador serão fixados pela Assembléia Legislativa, para cada exercício
financeiro, observado o que dispõem os arts. 150, II, 153, III e 153, § 2°, I,
da Constituição Federal.”
Parágrafo Único - O subsídio dos Secretários Especiais não poderá exceder
a 20%, do percebido pelos Secretários Executivos.

SEÇÃO II
Das atribuições do Governador

Art. 135. Compete privativamente ao Governador:


I - representar o Estado perante a União e as demais unidades da Federa-
ção, bem como em suas relações jurídicas, políticas e administrativas, quan-
do a lei não atribuir esta representação a outras autoridades;
II - nomear e exonerar os Secretários de Estado;
III - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior
da administração estadual;
IV - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
V - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, expedir decretos e regu-
lamentos para sua fiel execução e elaborar leis delegadas;

131
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI - vetar projetos de leis, total ou parcialmente;


VII - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração estadual, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
* inciso alterado pela Emenda Constitucional nº 23, de 20/12/2003, publi-
cada no DOE Nº 30.130, de 11/02/2004.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“VII - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração es-
tadual, na forma da lei;”
VIII - decretar e executar a intervenção do Estado nos Municípios, na for-
ma desta Constituição.
IX - remeter mensagem e plano de governo à Assembléia Legislativa, por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do Estado e
solicitando as providências que julgar necessárias;
X - exercer o comando supremo da Polícia Militar e do Corpo de Bombei-
ros Militar, promover seus oficiais e nomear e exonerar o Comandante-Geral
dessas corporações;
XI - escolher um dos integrantes da lista tríplice para nomeação de De-
sembargador, no caso previsto no art. 156, parágrafo único;
XII - nomear, após aprovação pela Assembléia Legislativa, os dirigentes
das autarquias e fundações públicas, e exonerar livremente essas autoridades.
* A eficácia das expressões “empresas públicas”e “sociedade de economia
mista de que o Estado detenha o controle acionário” foi suspensa pelo STF, à
unanimidade, em sessão realizada no dia 25/05/95, até decisão final da ação.
ADIN nºl28l-9. Acordão DJ de 23/06/95.
* Este inciso XII do artigo 135 teve sua redação alterada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

132
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 135 - ..........................


I - ........................
XII - nomear, após aprovação pela Assembléia Legislativa, os dirigentes
das autarquias, empresas públicas, fundações públicas, sociedades de eco-
nomia mista de que o Estado detenha o controle acionário, e exonerar livre-
mente essas autoridades;”
XIII - nomear, observado o disposto no art. 119, os Conselheiros do Tribu-
nal de Contas do Estado e do Tribunal de Contas dos Municípios;
XIV - nomear e destituir o Procurador-Geral do Estado;
XV - nomear o Procurador-Geral de Justiça, mediante escolha feita em
lista tríplice, nos termos desta Constituição;
XVI - nomear membros do Conselho do Estado, nos termos do art. 146,
VII e convocar e presidir o Conselho;
XVII - conferir condecorações e distinções honoríficas estaduais, ressalva-
das as dos demais Poderes;
XVIII - enviar à Assembléia Legislativa o plano plurianual, o projeto de lei de
diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento, previstos nesta Constituição;
XIX - prestar anualmente à Assembléia Legislativa, dentro de sessenta dias
após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XX - prover e extinguir os cargos públicos estaduais, na forma de lei, com
as restrições desta Constituição, e usar do poder disciplinar sobre todos os
servidores do Poder Executivo;
XXI - decretar situação de calamidade pública;
XXII - propor ação de inconstitucionalidade, nos casos previstos em lei e
nesta Constituição;
XXIII - solicitar intervenção da União, no caso estabelecido na Constitui-
ção Federal;
XXIV - convocar, extraordinariamente, a Assembléia Legislativa, nos casos
previstos nesta Constituição;

133
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XXV - celebrar ou autorizar contratos, acordos, ajustes, convênios e ou-


tros instrumentos congêneres, com entidades públicas e particulares, “ad re-
ferendum” da Assembléia Legislativa, ou com a prévia autorização desta, nos
casos previstos nesta Constituição;
XXVI - realizar operações de crédito autorizadas pela Assembléia Legislativa,
observando, quando externas, o que também dispõe a Constituição Federal;
XXVII - prestar, por si ou por seus auxiliares, por escrito, as informações
solicitadas pelos Poderes Legislativo e Judiciário, no prazo de trinta dias, salvo
se outro for determinado por lei federal;
XXVIII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo Único - O Governador poderá delegar as atribuições mencio-
nadas nos incisos VII e XX, este último no que se refere ao provimento de
cargos públicos, aos Secretários de Estado ou outras autoridades, que obser-
varão os limites traçados nas respectivas delegações.

SEÇÃO III
Da responsabilidade do Governador

Art. 136. São crimes de responsabilidade os atos do Governador que aten-


dem contra a Constituição Federal, esta Constituição, e, especialmente, contra:
I - a existência da União, do Estado e dos Municípios;
II - o livre exercício dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, bem como do Ministério Público;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País ou do Estado;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo Único. A definição desses crimes e as normas de processo e jul-
gamento serão estabelecidas em lei especial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 137. Admitida a acusação contra o Governador, por dois terços da


Assembléia Legislativa, mediante votação secreta, será ele submetido a jul-
gamento perante o Superior Tribunal de justiça, nas infrações penais comuns,
ou perante a própria Assembléia Legislativa, nos crimes de responsabilidade.
§ 1°. O Governador ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Superior Tribunal de Justiça;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pela
Assembléia Legislativa.
§ 2°. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não esti-
ver concluído, cessará o afastamento do Governador, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
§ 3°. REVOGADO
* Por maioria de votos, o STF, em sessão realizada em l5/06/94, suspen-
deu a eficácia deste dispositivo, até decisão final. ADIN nº l.009-3. Acordão
DJ de 02/09/94. Em sessão do dia 09/l0/95, foi declarada a inconstituciona-
lidade, por maioria de votos.Acordão DJ 24/ll/95.
* Este § 3° foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação existente continha o seguinte teor:
“Art. 137 - ......................
§ 1° ......................
§ 3° Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações co-
muns, o Governador não estará sujeito a prisão.”
§ 4°. Tratando-se de julgamento por crime de responsabilidade, a As-
sembléia Legislativa será presidida pelo Presidente do Tribunal de Justiça do
Estado, observando-se o disposto no art. 92, parágrafo único.

135
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SEÇÃO IV
Dos Secretários de Estado

Art. 138. Os Secretários de Estado serão escolhidos dentre brasileiros


maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
* O caput deste artigo anteriormente alterado pela EC nº 15/99, teve sua
redação alterada pela Emenda Constitucional n° 38/2007, de 26 de junho de
2007, publicada no DOE N° 30.995, de 28/06/2007.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 138. Os Secretários de Estado, Especiais e Executivos, serão escolhidos
dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.”

* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 138 - Os Secretários de Estado serão escolhidos dentre brasileiros
maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.”
Parágrafo único. Compete ao Secretário de Estado, além de outras atribui-
ções estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades
da administração estadual na área de sua competência, e referendar os atos
e decretos assinados pelo governador;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Governador relatório anual de sua gestão na Secretaria;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas
ou delegadas pelo Governador;
V - delegar atribuições, por ato expresso, aos seus subordinados.
Art. 139. Os Secretários de Estado são responsáveis pelos atos que as-
sinarem, ainda que juntamente com o Governador, e pelos atos que pratica-
rem, inclusive por ordem deste.

136
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 140. Os Secretários de Estado são obrigados:


I - a comparecer perante a Assembléia Legislativa ou a qualquer de suas
Comissões, quando convocados para, pessoalmente, prestar informações
acerca de assunto previamente determinado;
II - a responder, no prazo de trinta dias, pedidos de informação encami-
nhados por escrito pela Assembléia Legislativa.
§ 1°. A falta de comparecimento, ou de resposta ao pedido de informa-
ções, importará crime de responsabilidade, bem como a prestação de infor-
mações falsas.
§ 2°. O disposto neste artigo se aplica aos dirigentes de autarquias, fun-
dações, empresas públicas e sociedades de economia mista de que o Estado
detenha o controle acionário.
Art. 141. Além dos casos referidos no artigo anterior, são crimes de res-
ponsabilidade do Secretário de Estado os mesmos atribuídos ao Governador
e os que forem definidos em lei federal.
Art. 142. Os Secretários de Estado, nos crimes comuns e nos de responsabi-
lidade, serão processados e julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado e, nos de
responsabilidade conexos com os do Governador, pela Assembléia Legislativa.
Art. 143. Os Secretários de Estado, independentemente de convocação,
poderão comparecer à Assembléia Legislativa ou a qualquer de suas Comis-
sões, mediante entendimento prévio com a presidência respectiva, para de-
bater matérias em tramitação ou expor assunto relevante de sua pasta.
Art. 144. Sujeitam-se os Secretários de Estado aos mesmos impedimen-
tos relativos aos Deputados Estaduais, podendo, no entanto, exercer um car-
go de professor.
Art. 145. A lei disporá sobre a criação, estruturação, atribuições e extin-
ção de Secretarias de Estado.

137
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SEÇÃO V
Do Conselho do Estado

Art. 146. O Conselho do Estado é órgão superior de consulta do Governa-


dor, sob sua presidência, e dele participam:
I - o Presidente da Assembléia Legislativa;
II - o Vice-Governador;
III - os Deputados líderes das bancadas partidárias com assento na As-
sembléia Legislativa;
IV – Secretário de Estado de Governo;
* O inciso IV deste artigo 146, anteriormente alterado pela EC nº 15/99,
teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n° 38/2007, de 26 de
junho de 2007, publicada no DOE N° 30.995, de 28/06/2007.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 146. .......................................................
IV - o Secretário Especial de Estado de Governo;”

* Este inciso IV, do artigo 146 teve sua redação alterada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 146 - ................
I - ......................
IV - o Procurador-Geral do Estado;”
V – Secretário de Estado de Segurança Pública;
* O inciso V deste artigo 146, anteriormente alterado pela EC nº 15/99,
teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n° 38/2007, de 26 de
junho de 2007, publicada no DOE N° 30.995, de 28/06/2007.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 146. .......................................................
V - o Secretário Especial de Estado de Defesa Social;

138
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este inciso V, do artigo 146 teve sua redação alterada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 146 - ................
I - ......................
V - o Procurador-Geral de Justiça;”
VI - o Procurador Geral de Justiça;
* Este inciso VI, do artigo 146 teve sua redação alterada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 146 - ................
I - ......................
VI - o Secretário de Estado de Justiça;”
VII - quatro cidadãos brasileiros, com mais de vinte e um anos de idade,
pertencentes a
entidades representativas da comunidade paraense, sendo dois nomeados
pelo Governador e dois
eleitos pela Assembléia Legislativa, todos com mandato de dois anos, ve-
dada a recondução.
§ 1°. Compete ao Conselho do Estado, se o Governador achar conveniente
convocá-lo,
pronunciar-se sobre:
I-
b) os Deputados Estaduais, nos crimes comuns e militares;
* A alínea “b”, do inciso I deste art. 161 teve sua redação alterada pela
Emenda Constitucional nº 63, de 24 de junho de 2015, publicada no DOE Nº
32.918, de 01/07/2015.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

139
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 161. ..................................................


I - ..............................................................
b) os Deputados Estaduais, nos crimes comuns;”
c) os mandados de segurança contra atos do Governador do Estado, da
Mesa e do Presidente da Assembléia Legislativa, do próprio Tribunal ou de
seus órgãos diretivos e colegiados, dos Secretários de Estado, do Tribunal de
Contas do Estado e do Tribunal de Contas dos Municípios, inclusive de seus
Presidentes, do Procurador-Geral de Justiça, dos Juízes de Direito, do Procu-
rador-Geral do Estado;
d) o “habeas-corpus”, quando o coator ou paciente for autoridade ou fun-
cionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à sua jurisdição, ou se trate
de crime cuja ação penal seja de sua competência originária ou recursal;
e) o “habeas-data”contra atos de autoridades diretamente sujeitas à sua
jurisdição;
f) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamenta-
dora for atribuição do Governador, da Assembléia Legislativa, do Tribunal de
Contas do Estado, do Tribunal de Contas dos Municípios ou do próprio Tribunal
de Justiça;
g) as ações rescisórias de seus julgados e as revisões criminais nos pro-
cessos de sua competência;
h) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
i) a execução de sentenças nas causas de sua competência originária, fa-
cultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
j) os conflitos de competência entre juízes de Direito do Estado, em maté-
ria de sua competência recursal
l) a ação direta de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estadu-
ais ou municipais em face desta Constituição, e o pedido de medida cautelar
nessa ação;

140
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II - julgar, em grau de recurso as causas decididas em primeira instância,


no âmbito de sua competência, conforme dispuserem as leis;
III - a representação para garantia do livre exercício do Poder Judiciário
Estadual, quando este se achar coacto ou impedido e para assegurar a obser-
vância de princípios indicados nesta Constituição, ou para prover a execução
de lei, de ordem ou de decisão judicial, solicitando a intervenção no Estado e
nos Municípios, conforme o caso.

SUBSEÇÃO I
DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 162 . Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade de que


trata o art.161, I, l:
I – o Governador do Estado;
II – a Mesa da Assembleia Legislativa;
III – o Procurador-Geral de Justiça;
IV – o Procurador-Geral da Defensoria Pública;
V – o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – partido político com representação na Assembleia Legislativa;
VII – confederação sindical, federação sindical ou entidade de classe de
âmbito estadual;
VIII – o Prefeito, a Mesa da Câmara ou um quarto dos Vereadores, o Pro-
motor Público, a Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil e as associa-
ções representativas de classe ou da comunidade, quando se tratar de lei ou
ato normativo municipal.
* O art. 162 teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 60, de
11 de junho de 2014, publicada no DOE Nº 32.667, de 20 de junho de 2014.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 162. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade de que
trata o art. 161, I, 1:
I - o Governador do Estado;

141
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II - a Mesa da Assembléia Legislativa;


III - o Procurador-Geral de Justiça;
IV - o Procurador-Geral da Defensoria Pública;
V - o Prefeito Municipal;
VI - a Mesa da Câmara de Vereadores;
VII - o Conselho Secional da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação na Assembléia Legislativa;
IX - confederação sindical, federação sindical ou entidade de classe de
âmbito estadual;”
§ 1°. Exceto quando for o autor, o Procurador-Geral de Justiça deverá ser
previamente ouvido na ação de inconstitucionalidade tratada neste artigo.
§ 2°. Declarada a inconstitucionalidade, a decisão será comunicada à As-
sembléia Legislativa ou à Câmara Municipal para suspensão da execução da
lei ou do ato impugnado.
§ 3°. Sendo reconhecida a inconstitucionalidade por omissão de medida
para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder compe-
tente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 4°. Quando o Tribunal de Justiça apreciar a inconstitucionalidade, em
tese, de norma legal ou ato normativo estadual, citará, previamente, o Pro-
curador-Geral do Estado e o Procurador-Geral da Assembléia Legislativa, que,
num prazo comum, defenderão o ato ou texto impugnado, ou, em se tratando
de norma legal ou ato normativo Municipal, o Prefeito Municipal, para a mes-
ma finalidade.
§ 5°. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros poderá o
Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

142
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SEÇÃO III
Dos Tribunais do Júri

Art. 163. Em cada comarca funcionará um Tribunal do Júri, pelo menos,


com a composição e organização que a lei federal determinar, e competência
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, assegurados a plenitude
de defesa, o sigilo das votações e a soberania dos veredictos.
Parágrafo único. Na comarca da capital, o Tribunal do Júri reunir-se-á, or-
dinariamente, todos os meses e, nas demais comarcas, de três em três me-
ses, sendo que o cumprimento do aqui disposto é fator essencial para aferição
do merecimento nos termos do art. 151, II, c.

SEÇÃO IV
Dos Juízes de Direito

Art. 164. Os Juízes de Direito integram a magistratura de carreira e exer-


cem a jurisdição comum estadual de primeiro grau, nas Comarcas e Juízos.
Art. 165. A nomeação dos Juízes de Direito será feita pelo Presidente do
Tribunal de Justiça, respeitada a ordem de classificação no concurso.
Art. 166. As Comarcas se classificam em entrâncias, sendo a da capital
de terceira entrância e as demais, de terceira, segunda e primeira entrâncias,
conforme dispuser a lei.
Art. 167. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a cria-
ção de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.
* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitu-
cional n º 30, de 20 de abril de 2005, republicada no DOE Nº 30.425, de 28
de abril de 2005.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 167. O Tribunal de Justiça designará juízes de entrância especial com
exclusiva competência para questões agrárias e minerárias.”

143
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Ver a Lei Complementar n° 14/93, que cria Varas privativas nas áreas
do Direito Agrário, Minerário e Ambiental.
§ 1°. A lei de organização judiciária definirá a competência dos juízes refe-
ridos neste artigo que, ressalvada a competência privativa da Justiça Federal,
poderá abranger os processos relativos:
a) ao Estatuto da Terra, Código Florestal e legislações complementares;
* Esta alínea “a” teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 30,
de 20 de abril de 2005, republicada no DOE Nº 30.425, de 28 de abril de 2005.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 167 - .................................................
§ 1º. ...........................................................
a) ao Estatuto da Terra e Códigos florestal, de mineração, águas, caça,
pesca e legislações complementares;”
b) à política agrícola, agrária e fundiária, nos termos previstos pelas Cons-
tituições Federal e Estadual;
* Esta alínea “b” teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n
º 30, de 20 de abril de 2005, republicada no DOE Nº 30.425, de 28 de abril
de 2005.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 167 - .................................................
§ 1º. ...........................................................
b) ao meio ambiente e à política agrícola, agrária, fundiária e minerária,
nos termos previstos pelas Constituições Federal e Estadual:”
c) aos registros públicos no que se referirem às áreas rurais;
d) REVOGADA.
* Esta alínea “d” teve sua redação revogada pela Emenda Constitucional
n º 30, de 20 de abril de 2005, republicada no DOE Nº 30.425, de 28 de abril
de 2005.
* A redação revogada continha o seguinte teor:
“Art. 167 - .................................................

144
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º. ...........................................................
d) aos delitos cuja motivação for predominantemente agrária;”
e) ao crédito, à tributação e à previdência rurais.
§ 2°. Também competirão aos juízes a que se refere este artigo as ma-
térias ora enumeradas, que sejam de competência da Justiça Federal, não
estando a mesma instalada nas respectivas comarcas, e havendo lei permis-
siva, conforme o artigo 109, § 3°., da Constituição Federal.
§ 3º. As Varas Agrárias são providas por Juízes de Direito de 2ª Entrância,
na forma prevista pelo Código de Organização e Divisão Judiciária do Estado,
desde que aprovados em curso de aperfeiçoamento.
* Este § 3º teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n º 30,
de 20 de abril de 2005, republicada no DOE Nº 30.425, de 28 de abril de 2005.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 167 - .................................................
§ 1º. ...........................................................
§ 3°. Os vencimentos dos Juízes de entrância especial, tratados neste ar-
tigo, serão equivalentes aos dos Juízes de terceira entrância .”
§ 4°. Os Juízes de que trata este artigo deverão residir em regiões judiciá-
rias ou comarcas onde sejam mais graves e sensíveis os conflitos e questões
de sua competência, e sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicio-
nal, far-se-ão presentes no local do litígio.
§ 5º. É pressuposto para designação que o Juiz tenha sido aprovado em
curso de aperfeiçoamento de Direito Agrário, organizado pela Escola Superior
da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado, preferencialmente com a co-
laboração das Universidades e da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará.
* Este § 3º teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n º 30,
de 20 de abril de 2005, republicada no DOE Nº 30.425, de 28 de abril de 2005.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 167 - .................................................
§ 1º. ...........................................................

145
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5°. É pressuposto para designação que o Juiz tenha sido aprovado em


curso de especialização de Direito Agrário e demais matérias relacionadas
com os processos de sua competência, organizado pelo Tribunal de Justiça do
Estado, preferencialmente com a colaboração das Universidades e da Ordem
dos Advogados do Brasil - Seção do Pará.”

SEÇÃO V
Dos Conselhos de Justiça Militar

Art. 168. A Justiça Militar Estadual é constituída, em primeiro grau, pelos


Conselhos de Justiça Militar e, em segundo, pelo Tribunal de Justiça do Estado.
Art. 169. Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os policiais
militares e bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei, cabendo
ao Tribunal de Justiça decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais
e da graduação das praças.
Art. 170. A composição, competência, estrutura e funcionamento dos Con-
selhos de Justiça Militar serão determinados pela Lei de Organização Judiciária.
Art. 171. Os Juízes Militares gozam das mesmas garantias e submetem-
-se às mesmas vedações dos Juízes de Direito.
Art. 172. Fica autorizada a criação do Tribunal de Justiça Militar, através
de lei complementar de iniciativa do Tribunal de Justiça, quando o efetivo da
Polícia Militar for superior a vinte mil integrantes.

SEÇÃO VI
Dos Juizados Especiais

Art. 173. Ficam criados juizados especiais, providos por juízes togados,
ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento, e a exe-
cução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permiti-

146
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos


por turmas de juízes de primeiro grau.
* Ver a Lei n° 5.967/96, que dispõe sobre a criação dos Juizados Especiais.
Parágrafo Único. Lei de iniciativa do Tribunal de Justiça fixará a estrutura, com-
petência, funcionamento e localização desses juizados especiais, observando a
necessidade de descentralização e interiorização da prestação jurisdicional.

SEÇÃO VII
Da Justiça de Paz

Art. 174. Fica criada a justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos


eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e
competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício
ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas
na legislação.
Art. 175. Lei de iniciativa do Tribunal de Justiça regulará a justiça de paz,
designará o dia para a eleição dos juízes, apontará os requisitos que deverão
preencher os candidatos, estabelecerá a tabela de custas, que reverterão
para os cofres públicos, observados os seguintes princípios:
I - o candidato a juiz de paz deverá ter sido aprovado em curso de noções
de Direito de Família, organizado pelo juiz da comarca;
II - o servidor público em exercício de mandato de juiz de paz será afas-
tado do cargo, emprego ou função e seu tempo de serviço será contado para
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento, mas, para
efeito de benefício previdenciário, os valores serão determinados como se no
exercício estivesse;
III - o juiz de paz só poderá ser reeleito uma vez;
IV - haverá, pelo menos, um juiz de paz em cada sede municipal e distrital.

147
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SEÇÃO VIII
Do Conselho Estadual de Justiça

Art. 176. REVOGADO.


* Por maioria de votos, o STF, em sessão realizada em l3/l1/89, suspen-
deu liminarmente a eficácia deste artigo.ADIN nº l37-0.
* Este artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação existente antes da revogação continha o seguinte teor:
“Art. 176 - O Conselho Estadual de Justiça exerce a fiscalização e acompa-
nhamento do desempenho dos órgãos do Poder Judiciário e dele participam:
I - o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado;
II - três magistrados, eleitos por seus pares, representando as respectivas entrâncias;
III - o Desembargador Corregedor-Geral de Justiça;
IV - três advogados, sendo um o Presidente da Secional da Ordem dos
Advogados do Brasil e dois eleitos por seu Conselho;
V - o Procurador-Geral de Justiça;
VI- o Procurador-Geral do Estado;
VII- o Procurador- Geral da Defensoria Pública;
VIII- três Deputados eleitos pela Assembléia Legislativa;
IX- um representante dos cartórios de notas e de registro e um represen-
tante dos serventuários do foro judicial, indicados pelas respectivas associa-
ções de classe.
§ 1°. O Conselho Estadual de Justiça será presidido pelo Presidente do
Tribunal de Justiça do Estado.
§ 2°. Os Conselheiros eleitos terão mandato de dois anos, vedada a reeleição.”
Art. 177. REVOGADO.
* Por maioria de votos, o STF, em sessão realizada em l3/l1/89, suspen-
deu liminarmente a eficácia deste artigo.ADIN nºl37-0.
* Este artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.

148
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* A redação existente antes da revogação continha o seguinte teor:


“Art. 177 - Ao Conselho Estadual de Justiça, sem prejuízo de idênticas
atribuições que forem conferidas a outros órgãos, compete:
I- exercer a fiscalização dos órgãos do Poder Judiciário, respeitada a inde-
pendência intelectual e técnico-jurídica dos magistrados;
II- apresentar ao Tribunal de Justiça do Estado indicação de medidas que
objetivem o aperfeiçoamento dos serviços da justiça;
III- recomendar ao Tribunal de Justiça do Estado a instauração das medi-
das disciplinares contra magistrados, na forma estabelecida em lei;
IV- representar, aos respectivos órgãos disciplinares, contra aqueles que
exercem funções essenciais à administração da justiça;
V- apurar denúncias contra agentes das serventias judiciais e extrajudi-
ciais, recomendando ao Tribunal de Justiça do Estado as medidas que julgar
cabíveis;
VI - exercer outras competências que lhe forem cometidas em lei.”

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

SEÇÃO I
Do Ministério Público

Art. 178. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Parágrafo Único - São princípios institucionais do Ministério Público a uni-
dade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Art. 179. O Ministério Público do Estado formará lista tríplice dentre inte-
grantes da carreira, nos termos da lei complementar estadual, para escolha
de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Governador.

149
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. Se, decorridos quinze dias do recebimento da lista tríplice, não tiver
o Governador feito a escolha, será nomeado e empossado o mais votado den-
tre os integrantes da lista, e, havendo empate, o mais idoso.
§ 2°. O mandato do Procurador-Geral de Justiça é de dois anos, permitida
uma recondução.
§ 3º O Procurador-Geral de Justiça comparecerá à Assembléia Legislati-
va, anualmente, no primeiro trimestre, para apresentar, em sessão pública,
o Relatório de Atividades do Ministério Público, no ano findo, e o respectivo
planejamento de ações e necessidades para o ano corrente.
* O § 3º, deste art. 179, foi acrescido através da Emenda Constitucional
nº 59, de 11 de junho de 2014, publicada no DOE Nº 32.667, de 20/06/2014.
Art. 180. O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído por delibe-
ração da maioria absoluta da Assembléia Legislativa, nos casos e na forma da
lei complementar estadual.
Art. 181. Aos membros do Ministério Público são estabelecidas:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público;
c) irredutibilidade de subsídios, fixado na forma do art. 39, § 4°, e ressal-
vado o disposto nos arts. 37, X e XI; 150, II; 153, III e 153, § 2°, I, todos da
Constituição Federal.
* Este alínea, do inciso I, do artigo 181 teve sua redação alterada pela
Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no
DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 181 - ................
a) ......................

150
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o


que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III e 153, § 2°., I, da Constituição
Federal;”
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-
tagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei.
Art. 182. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados na Constituição Federal e nesta
Constituição, promovendo as medidas necessárias à sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
intervenção do Estado nos Municípios, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-
petência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma
da lei complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-
plementar mencionada no artigo 128 da Constituição Federal;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito po-
licial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

151
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa-
tíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
sultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1°. A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o
disposto na Constituição Federal, nesta Constituição e na lei.
§ 2°. As funções de Ministério Público só podem ser exercidas por inte-
grantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação.
Art. 183. Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional, admi-
nistrativa e financeira, podendo, observado o disposto no art. 169 da Consti-
tuição Federal, propor à Assembléia Legislativa a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação dos respectivos vencimen-
tos, sendo os cargos e serviços auxiliares providos por concurso público de
provas ou de provas e títulos.
Art. 184. Lei complementar estadual, cuja iniciativa é facultada ao Procura-
dor-Geral de Justiça. disporá sobre a organização, funcionamento, atribuições
e o estatuto do Ministério Público Estadual observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos, as-
segurada participação da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção do Pará em
sua realização, e observada, nas nomeações, a ordem de classificação;
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüida-
de e merecimento, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 93, II, da
Constituição Federal, e art. 151, II, desta Constituição;
III - A aposentadoria dos membros do Ministério Público do estado e a
pensão de seus dependentes, observarão o que dispõe o art. 40 da Constitui-
ção Federal;
* Este inciso III, do artigo 184 teve sua redação alterada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

152
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 184 - ................


I - ......................
III - aposentadoria com proventos integrais, sendo compulsória por invalidez
ou aos setenta anos de idade, e, facultativa, aos trinta anos de serviço, após cinco
anos de exercício efetivo na instituição, aplicando-se, no que couber, o disposto no
art. 93, VI, da Constituição Federal, e art. 151, VI, desta Constituição;”
IV - vencimentos fixados com diferença não superior a dez por cento de
uma para outra das categorias da carreira.
Art. 185. O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária den-
tro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
Parágrafo único. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
cional e patrimonial do Ministério Público será exercida, mediante controle
externo, pela Assembléia Legislativa com auxílio do Tribunal de Contas do
Estado e, mediante controle interno, pelo sistema estabelecido na lei comple-
mentar referida no art. 184.
Art. 186. Aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
do Estado e Tribunal de Contas dos Municípios aplicam-se as disposições des-
ta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
* Ver Lei Complementar nº09, de 27/0l/92 (Lei Orgânica do Ministério
Público Junto ao Tribunal de Contas do Estado do Pará).
* Ver Lei 5.647, de l5/0l/9l.

SEÇÃO II
Da Procuradoria-Geral do Estado

Art. 187. À Procuradoria Geral do estado compete a representação ju-


dicial e a consultoria jurídica do Estado, inclusive em processos judiciais e
administrativos que envolvam matéria tributária e fundiária, com sua organi-
zação e funcionamento sendo disposto em lei complementar, de iniciativa do
Governador do Estado.

153
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* O “caput” desta artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitu-
cional nº 07, de 23 de dezembro de 1996.
* A redação anterior continha o seguinte teor
“Art. 187. À Procuradoria-Geral do Estado compete a representação judi-
cial e extrajudicial do Estado, e lei complementar, de iniciativa do Governa-
dor, disporá sobre a sua organização e funcionamento”.
* Quando promulgada a Emenda Constitucional 07/96 de 23/12/96, já
vigia a Lei Complementar nº 24, de 07/07/94, que alterou dispositivo da Lei
Complementar 02/85 (Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado).
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 187 - À Procuradoria Geral do Estado compete a representação ju-
dicial e a consultoria jurídica do Estado, inclusive em processos judiciais e
administrativos que envolvam matéria de natureza tributária e fundiária, com
sua organização e funcionamento sendo disposto em lei complementar, de
iniciativa do Governo.
§ 1°. A Procuradoria-Geral do Estado tem por chefe e Procurador-Geral
do Estado, que integra o secretariado estadual, nomeado pelo Governador do
Estado, dentre integrantes da carreira de Procurador do Estado.
§ 2°. O ingresso na carreira de Procurador do Estado far-se-á mediante con-
curso público de provas e títulos, organizado pela Procuradoria-Geral do Estado,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Pará.
§ 3°. Os Procuradores do Estado se sujeitam às restrições ao exercício da
advocacia, na forma da lei federal, sendo-lhes vedado:
I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens
ou custas processuais, nas causas decorrentes de sua atividade institucional;
II - participar de sociedade comercial, na forma da lei;
III - acumular qualquer cargo público, exceto, quando houver compatibi-
lidade de horários, um cargo de magistério.”

154
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1° A Procuradoria-Geral do Estado tem por chefe o Procurador-Geral do


Estado, que integra o secretariado executivo do Estado, nomeado pelo Go-
vernador do Estado, dentre integrantes da carreira de procurador do Estado.
§ 2° O ingresso na carreira de procurado do estado far-se-á mediante con-
curso público de provas e títulos, organizado pela Procuradoria-Geral do Esta-
do, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Pará.
§ 3° Os Procuradores do estado se sujeitam às restrições ao exercício da
advocacia, na forma da lei federal, sendo-lhes vedado:
I – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, custas processuais
nas causas decorrentes de sua atividade institucional;
* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 33,
de 06 de junho de 2006, publicada no DOE Nº 30.699, de 08/06/2006.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 187. .....................................................................
I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens
ou custas processuais, nas causas decorrentes de sua atividade institucional;”
II - participar de sociedade comercial, na forma da lei;
III - acumular qualquer cargo público exceto, quando houver compatibili-
dade de horários, um cargo de magistério.
§ 4° Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade
após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho pe-
rante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
* Parágrafo introduzido com a Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
Art. 188. REVOGADO
* Este Artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n° 07/96, de
23/12/1996.
* A redação revogada continha o seguinte teor:

155
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 188 - Os processos judiciais e administrativos que envolvam matéria


de natureza tributária serão de competência da Procuradoria Geral da Fazen-
da Estadual.

SEÇÃO III
Da Advocacia e da Defensoria Pública

Art. 189. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo in-


violável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, na forma da lei.
Art. 190. A Defensoria Pública é a instituição através da qual o Estado
presta assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufici-
ência de recursos, sendo essencial à função jurisdicional do Estado, incumbin-
do-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados.
Parágrafo único. Haverá, em cada comarca e residindo na mesma, pelo
menos um Defensor Público.
Art. 191. Lei complementar estadual, observadas as normas gerais da le-
gislação federal, organizará a Defensoria Pública do Estado, dispondo sobre a
sua estrutura e funcionamento, bem como a carreira de seus membros, cujo
cargos serão providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas
e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e ve-
dado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
* Ver Lei Complementar nº l3, de l8/06/93 (Dispõe sobre a Organização
da Defensoria Pública do Estado do Pará).
Parágrafo único. A lei a que se refere o caput deste artigo instituirá obri-
gatoriamente, instrumentos e mecanismos adequados, inclusive plantão per-
manente, visando a garantir o atendimento, proteção e defesa das crianças
e adolescentes.
Art. 192. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções
II e III deste Capítulo, serão remunerados na forma do art. 39, § 4° da Cons-
tituição Federal.

156
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°


15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 192 - Às carreiras disciplinadas neste Título, bem como aos procu-
radores das autarquias estaduais, aplica-se o princípio dos arts. 30, § 1°.. e
39, § 3°.”

TÍTULO VI
DA SEGURANÇA PÚBLICA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 193. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos, subordinados ao
Governador do Estado:
* Ver Lei 5.944, de 02/02/96.
que dispõe sobre a organização do sistema de segurança pública (alterada
pela Lei n° 6.107/98)
* Ver Lei Complementar n° 22/94, que estabelece normas de organização,
competências, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil.
I - Polícia Civil;
II - Polícia Militar;
III - Corpo de Bombeiros Militar.
§ 1°. A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos res-
ponsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
atividades, definindo suas competências, estruturando suas carreiras e fixan-
do direitos, deveres, vantagens e regime de trabalho de seus integrantes.
* Ver Lei Complementar nº 22/94 (Estabelece normas de organização,
competências, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil do Estado do Pará).

157
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. A política de segurança pública do Estado deverá, no prazo que dis-


puser a lei, ser submetida à Assembléia Legislativa, para apreciação em au-
diência pública, com a participação da sociedade civil.
§ 3°. Os órgãos públicos garantirão a qualquer entidade ou pessoa ligada
à defesa dos direitos humanos o acesso a dados, informações, inquéritos ju-
diciais e extrajudiciais, inclusive militares, sobre violência e constrangimento
ao ser humano.
§ 4°. As polícias civil e militar não intervirão em questão possessória e
despejo, salvo necessidade de atuação preventiva, flagrante delito ou ordem
judicial, e, na atuação preventiva ou cumprimento de ordem judicial, sob a
responsabilidade ou comando de delegado de carreira ou oficial militar, con-
forme o caso, ficando, solidariamente, responsáveis essas autoridades por
eventuais excessos e desrespeitos aos direitos humanos.
§ 5º É dever dos órgãos responsáveis pela segurança pública dar aos po-
liciais civis e militares formação, capacitação e treinamento especializados
para o trato de questões relativas a crianças, adolescentes, jovens e idosos.
* O § 5º, do art. 193, desta Constituição Estadual, foi alterado através da
Emenda Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013, publicada no DOE
Nº 32.483, de 18/09/2013.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art.193........................................................
......................................................................
§ 5°. É dever dos órgãos responsáveis pela segurança pública dar aos
policiais civis e militares formação, capacitação e treinamento especializados
para o trato de questões relativas a crianças e adolescentes.”

CAPÍTULO II
DA POLÍCIA CIVIL

Art. 194. A Polícia Civil, instituição permanente, auxiliar da Justiça Cri-


minal e necessária à defesa do Estado e do povo, é dirigida por delegados de

158
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

polícia de carreira, tendo como incumbência principal as funções de polícia


judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
Parágrafo único. O titular de Polícia Civil será nomeado pelo Governador do
Estado, preferencialmente , dentre os delegados do último nível da carreira.
Art. 195. Os delegados de polícia de carreira, bacharéis em Direito, apro-
vados em concurso público de provas ou de provas e títulos, e com aproveita-
mento em curso oficial de formação técnico-profissional, serão remunerados
na forma do § 9° do art. 144 da Constituição Federal, aplicando-se-lhes as
vedações referidas no art. 181, inciso II desta Constituição.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 195 - Aos delegados de polícia de carreira, bacharéis em Direito,
aprovados em concurso público de provas ou de provas de títulos, e com
aproveitamento em curso de formação técnico-profissional na Academia de
Polícia Civil do Estado, são assegurados vencimentos em níveis isonômicos
aos das carreiras disciplinadas no art. 135 da Constituição Federal, aplican-
do-se-lhes as vedações referidas no art. 181, II.”
Art. 196. Aos policiais civis, além do disposto no art. 31, são assegurados
gratificação de risco de vida e seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
do Estado, na forma da lei.
Art. 197. As funções de delegados de polícia são privativas dos integran-
tes da carreira.
Parágrafo único. O cargo de Delegado de Policia Civil, privativo de bacharel
em direito, integra para todos os fins as carreiras jurídicas do Estado.”
* Este parágrafo único foi acrescido ao art. 197, pela Emenda Constitu-
cional nº 46, de 17 de novembro de 2010, publicada no DOE Nº 31.796, de
23/11/2010.

159
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA POLÍCIA MILITAR

Art. 198. A Polícia Militar é instituição permanente, força auxiliar e re-


serva do Exército, organizada com base na hierarquia e disciplina militares,
subordinando-se ao Governador do Estado e competindo-lhe, dentre outras
atribuições prevista em lei:
I- o policiamento ostensivo fardado;
II- a preservação da ordem pública;
III- a segurança interna do Estado;
IV- a colaboração na fiscalização das florestas, rios, estuários e em tudo
que for relacionado com a preservação do meio ambiente;
V- a proteção do patrimônio histórico, artístico, turístico e cultural.
Art. 199. O Comandante-Geral da Polícia Militar será nomeado pelo Go-
vernador do Estado, escolhido dentre oficiais da ativa da corporação, do úl-
timo posto do quadro de combatentes, observado o disposto na legislação
federal.
* Ver Lei 5.774/93 que DEFINE A COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL E CRIA
CARGOS NA COORDENADORIA ESTADUAL DE DEFESA CIVIL DO CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR.

CAPÍTULO IV
DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Art. 200. O Corpo de Bombeiros Militar é instituição permanente, força


auxiliar e reserva do Exército, organizado com base na hierarquia e disciplina
militares, subordinando-se ao Governador do Estado e competindo-lhe, den-
tre outras atribuições previstas em lei, executar:
* Ver Lei 5.731/92, de 15/12/1992, que DISPÕE SOBRE A ORGANIZAÇÃO
BÁSICA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO PARÁ.
I - serviço de prevenção e extinção de incêndios, de proteção, busca e salvamento;

160
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II - socorro de emergência;
III - perícia em local de incêndio;
IV - proteção balneária por guarda-vidas;
V - prevenção de acidentes e incêndios na orla marítima e fluvial;
VI - proteção e prevenção contra incêndio florestal;
VII - atividades de defesa civil, inclusive planejamento e coordenação das mesmas.
* Ver Lei 5.774/93. que DEFINE A COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL E
CRIA CARGOS NA COORDENADORIA ESTADUAL DE DEFESA CIVIL DO CORPO
DE BOMBEIROS MILITAR.
VIII - atividades técnico-científicas inerentes ao seu campo de atuação.
§ 1°. O Corpo de Bombeiros Militar, sob a sua orientação pedagógica e
operacional, promoverá a formação de grupos de voluntários de combate a
incêndios, organizando-os em repartições públicas, empresas privadas, edifí-
cios e em locais dos diversos bairros das cidades.
§ 2°. O Estado implantará, progressivamente, unidades equipadas do Corpo
de Bombeiros Militar nos Municípios, dando preferência aos mais populosos.
Art. 201. O Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar será nome-
ado pelo Governador do Estado, escolhido dentre oficiais da ativa da corpo-
ração, do último posto do quadro de combatentes, observado o disposto na
legislação federal.

161
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO VII
DA ORDEM FINANCEIRA DA TRIBUTAÇÃO E DOS ORÇAMENTOS

CAPÍTULO I
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

SEÇÃO I
Normas gerais

Art. 202. Lei complementar, respeitados os princípios estabelecidos na


Constituição Federal e na legislação federal deles decorrentes, disporá, no
que couber, sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações
e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito do Estado.

SEÇÃO II
Dos orçamentos

Art. 203. Os sistemas de planejamento-orçamento do Estado e dos Muni-


cípios atenderão aos princípios desta Constituição, aos da Constituição Fede-
ral, e às normas de direito financeiro.
Art. 204. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais,

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§ 1°. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma setoriza-


da e regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
estadual para as despesas de capital, inclusive para as relativas aos progra-
mas de duração continuada.
§ 2°. O plano plurianual, cuja elaboração contará com a participação de en-
tidades representativas da sociedade civil e dos Municípios, será aprovado no
primeiro ano de cada período de governo, submetido à apreciação da Assem-
bléia Legislativa até o dia trinta e um de agosto e terá vigência de quatro anos.
§ 3°. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e priorida-
des da administração pública estadual, incluindo as despesas de capital para
o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentá-
ria anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 4°. A lei de diretrizes orçamentárias será apresentada até o dia trinta de
abril e apreciada pela Assembléia Legislativa até o dia trinta de junho.
§ 5°. Os orçamentos anuais serão submetidos à apreciação da Assembléia
Legislativa até o dia trinta de setembro e aprovados até o final da sessão
legislativa, sendo que o respectivo projeto de lei será acompanhado de de-
monstrativo regionalizado e setorizado das receitas e despesas.
§ 6°. O Poder Executivo publicará e enviará ao Poder Legislativo, até trinta
dias após o encerramento de cada trimestre, relatório resumindo a execução
orçamentária da administração direta e indireta.
§ 7°. Para efeito de redução de desequilíbrios inter-regionais, fica instituí-
do o Programa Especial de Investimento, constituído de parcelas de recursos
de diversas fontes a serem definidas na lei orçamentária anual.
* Ver Lei Complementar nº l0, de l9/02/92 (Dispõe sobre a aplicação, o
repasse e os critérios de rateio do Programa Especial de Investimento).
I - dos recursos destinados ao programa de que trata este parágrafo, se-
tenta e cinco por cento serão aplicados em programas de apoio às Prefeituras

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Municipais, de acordo com critérios de rateio a serem definidos em lei com-


plementar estadual;
II - caberão, também, à lei complementar estadual, a definição dos crité-
rios de aplicação e as normas de repasse dos recursos do programa, sendo
vedada a sua destinação em despesas correntes.
§ 8°. Os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o Tribunal de Contas
do Estado, o Tribunal de Contas dos Municípios e o Ministério Público, publica-
rão, também, seus relatórios, nos termos desta Constituição.
§ 9°. Os planos e programas estaduais, regionais e setoriais, previstos
nesta Constituição, serão elaborados em consonância com o plano plurianual,
e apreciados pela Assembléia Legislativa, que criará mecanismos de fiscaliza-
ção adequada para sua fiel observância.
§ 10°. A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado, seus fundos, ór-
gãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações ins-
tituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que o Estado, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades
e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 11. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo
regionalizado dos percentuais de incidência sobre as receitas e despesas, de-
correntes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.
§ 12. Os orçamentos previstos no § 10, I e II, deste artigo, compatibiliza-
dos com o plano plurianual, terão, entre suas funções, a de reduzir desigual-
dades inter-regionais.
§ 13. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização

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para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de cré-


dito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei.
§ 14. Cabe à lei complementar estadual, com observância à legislação federal;
I - dispor sobre a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administra-
ção direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamen-
tos de fundos;
* Ver Leis Complementares nº 21, de 28/02/94. (Cria o Fundo de Reapa-
relhamento do Judiciário) e nº 23. de 23/03/94.(Cria o Fundo e o Conselho
Estadual de Defesa dos Direitos Difusos).
III - estabelecer normas para elaboração e apresentação de relatórios de
acompanhamento de execução dos planos e orçamentos.
§ 15. As despesas com publicidade de quaisquer órgãos ou entidades da
administração direta e indireta ou fundações instituídas pelo Poder Público,
deverão ser objeto de dotações orçamentárias específicas com denominação
“publicidade”, de cada órgão, fundo, empresa ou subdivisão administrativa
dos Poderes constituídos, não podendo ser complementadas ou suplementa-
das senão através de lei específica.
Art. 204-A. Fica assegurado, nas leis de diretrizes orçamentárias e na lei
orçamentária anual, 1,2% (um virgula dois por cento) da receita líquida de
impostos, deduzidas as despesas constitucionais e as vinculadas, na área da
saúde e educação. O presente valor será convertido em emendas impositivas,
a serem apresentadas pelo conjunto dos parlamentares, que compõem o co-
legiado da Assembleia Legislativa do Pará.
* Artigo 204-A acrescentado a Constituição Estadual através da
Emenda Constitucional n° 61, de 11 de junho de 2014, republicada no
DOE Nº 32.676, de 03/07/2014, por ter saído com incorreção no DOE
Nº 32.670, de 25 de junho de 2014, cad. 04, págs. 11 e 12.

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Art. 205. Compete à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária


da Assembléia Legislativa:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos relativos ao plano plurianu-
al, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual, aos créditos adicionais e
sobre as contas apresentadas anualmente pelo Governador do Estado;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas estaduais, re-
gionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento
e fiscalização orçamentária.
§ 1°. As emendas serão apresentadas nesta Comissão que, sobre elas,
emitirá parecer e serão apreciadas, na forma regimental, pelo plenário da
Assembléia Legislativa.
§ 2°. As emendas ao projeto de lei de orçamento anual e aos projetos que
o modifiquem somente podem ser aprovados caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes or-
çamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes
de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Municípios.
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou comissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 3°. As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não pode-
rão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 4°. O Governador do Estado poderá enviar mensagem à Assembléia
Legislativa para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo
enquanto não iniciada a votação, na Comissão.

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§ 5°. Os projetos de lei do plano plurianual, diretrizes orçamentárias e do


orçamento anual serão enviados pelo Governador do Estado à Assembléia
Legislativa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 204, § 14.
§ 6°. Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não con-
trariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legis-
lativo.
§ 7°. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou su-
plementares, com prévia e específica autorização da Assembléia Legislativa
do Estado.
Art. 206. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que ex-
cedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplemen-
tares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pela Assembléia Legisla-
tiva, por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, res-
salvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se re-
ferem os arts. 158 e 159 da Constituição Federal e os arts. 224 e 225 desta
Constituição, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento
do ensino, como determinado pelo art. 2l2 da Constituição Federal e a presta-
ção de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas
no artigo 165, § 8°. da mesma;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro pode-

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rão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação,


com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas fun-
ções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autoriza-
ção legislativa.”
* O inciso VI, deste art. 206 teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº 33.253,
de 18/11/2016.
* A redação alterada continha o seguinte teor:
“Art. 206. ...............................................
I - ..........................................................
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem
prévia autorização legislativa;”
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos fiscais e da seguridade social, para suprir necessidades ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive os mencionados no art.
204, § 10, desta Constituição;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
§ 1°. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício finan-
ceiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei
que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2°. Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for pro-
mulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reaberto
nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subseqüente.
§ 3°. A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de cala-
midade pública.

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X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,


inclusive por antecipação de receita, pelo Governo Estadual e suas institui-
ções financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e
pensionista dos Municípios.
* Este inciso X, foi introduzido neste artigo, pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
Art. 207. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, com-
preendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, ser-lhes-ão entregues
até o dia vinte de cada mês, na forma da lei complementar a que se refere o
art. 165, § 9°, da Constituição Federal, sob pena de responsabilidade.
Art. 208. A despesa com pessoal ativo e inativo do estado e dos Municí-
pios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar federal.
§ 1° A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a
criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carrei-
ras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos ou entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às pro-
jeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista;
§ 2° Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste
artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente
suspensos todos os repasses de verbas estaduais aos Municípios que não ob-
servarem referidos limites.
§ 3° Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar federal referida no caput, o Esta-
do adotará as seguintes providências:

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Delegado

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4° Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei comple-
mentar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde
que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5° O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus
à indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6° O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atri-
buições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 208 - A despesa com pessoal ativo e inativo do Estado não poderá
exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de re-
muneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem
como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidade da
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às pro-
jeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.”
Art. 209. O Estado organizará sua contabilidade de modo a evidenciar os fatos
ligados à sua administração financeira, orçamentária, patrimonial e industrial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 210. O Poder Executivo, com prévia audiência dos demais Poderes,
no primeiro mês de cada trimestre, elaborará a programação da despesa, le-
vando em conta os recursos orçamentários e extraordinários, para utilização
dos respectivos créditos pelas unidades administrativas.
Art. 211. Os órgãos e entidades da administração descentralizada deve-
rão planejar as suas atividades e programar a sua despesa anual, respeitadas
a lei de orçamento anual e a programação financeira do governo.
Art. 212. A realização de despesas que não estejam incluídas em progra-
mação financeira importará em responsabilidade pessoal de seus ordenadores.
Parágrafo único. Na documentação da despesa consignar-se-á o nome do
ordenador.
Art. 213. O Governador e os Prefeitos eleitos poderão enviar propostas,
retificando o orçamento público elaborado pela administração em exercício,
até o dia quinze de dezembro, propostas essas que deverão ser votadas pelo
Legislativo até o dia trinta e um de dezembro.

CAPÍTULO II
DA RECEITA PÚBLICA

Seção Única

Art. 214. A receita pública será constituída por tributos, preços e outros ingressos.
§ 1°. A decretação e arrecadação dos tributos atenderão aos princípios
estabelecidos na Constituição Federal, nesta Constituição e às normas gerais
do direito tributário.
§ 2°. Os preços públicos serão fixados pelo Executivo, observadas as nor-
mas gerais de direito financeiro e as leis atinentes à espécie.
§ 3°. Os demais ingressos ficarão sujeitos às disposições especiais para a
sua efetiva arrecadação ou recolhimento.
Art. 215. A lei poderá isentar, reduzir, remir, anistiar ou agravar tributos,
com a finalidade extrafiscal de favorecer atividades úteis ou de conter ativi-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dades inconvenientes ao interesse público observada a alínea “g”, inciso XII


do art. 155, da Constituição da República e a legislação federal.
Parágrafo único. A renúncia a receitas e concessões de isenções e anistias
fiscais não poderão ser feitas sem interesse justificado.
CAPÍTULO III
DA TRIBUTAÇÃO

SEÇÃO I
Dos Princípios Gerais

Art. 216. O sistema tributário será exercido pelo disposto na Constituição


Federal, em leis complementares, nesta Constituição e em leis ordinárias.
Parágrafo único - Lei Complementar, respeitados os princípios da Cons-
tituição Federal e suas leis pertinentes, estabelecerá o Código de Defesa do
Contribuinte, no âmbito do Estado do Pará.
* O Parágrafo único deste Art. 216, foi acrescentado ao texto constitucio-
nal através da Emenda Constitucional nº 28, de 01 de dezembro de 2004,
publicada no DOE Nº 30.331, de 07/12/2004.
Art. 217. O Estado e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos de sua competência;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos de sua atribuição, específicos e di-
visíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
* Ver a Lei n° 5.055/82, e alterações posteriores, que dispõe sobre a taxa
de fiscalização de serviços diversos.
* Ver Lei 6.010, de 27/12/96.
que institui a taxa de segurança pela prestação de serviços públicos.
* Ver a Lei n° 6.013/96, que disciplina as taxas pelo exercício regular do
poder de polícia.
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão


graduados, segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à ad-
ministração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses ob-
jetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2°. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
§ 3°. O Estado pode coordenar e unificar serviços de fiscalização de tri-
butos, bem como delegar à União, a outros Estados e Municípios, ou deles
receber encargos de administração tributária.
Art. 218. O Estado e os Municípios poderão instituir, por si ou por suas ad-
ministrações direta ou indireta, contribuição cobrada de seus servidores, para
o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.
Parágrafo único. A contribuição dos servidores descontada em folha de paga-
mento, bem como a parcela devida pelo Estado ao seu órgão de seguridade, de-
verão ser repassadas ao mesmo até o dia 10 do mês seguinte ao da competência.

SEÇÃO II
Das Limitações do Poder de Tributar

Art. 219. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado ao Estado e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;


V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, ou diferença tributária
entre bens e serviços, em razão de sua procedência ou destino, por meio de tribu-
tos interestaduais, intermunicipais ou quaisquer outros, ressalvada a cobrança de
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI- instituir imposto sobre;
a)- patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, da União, dos Municí-
pios, de outros Estados e Distrito Federal;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fun-
dações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educa-
ção e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
§ 1°. A vedação de que trata o inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e
às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes.
§ 2°. O disposto no inciso VI, “a”, e no parágrafo anterior, não se aplicam
ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de ativi-
dades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos pri-
vados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas,
pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 3°. As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades
essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 4°. Nos termos da lei, a administração tributária divulgará esclarecimen-
tos periódicos aos consumidores sobre medidas que, disciplinando exigência
tributária, venham incidir sobre mercadorias e serviços.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5°. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão


de crédito presumido, anistia ou remissão, relativas a impostos, taxas ou con-
tribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual
ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no artigo
155, § 2°, XII, g da Constituição Federal.
* Este § 5°, do artigo 219, teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 219 -
§ 1° ..................
§ 5° Qualquer anistia ou remissão tributária ou previdenciária só poderão
ser concedidas mediante lei específica, estadual ou municipal.”
Art. 220. São isentas de impostos estaduais as operações de transferên-
cia de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 221. É vedado ao Estado:
I- instituir tributo que não sejam uniforme em todo território estadual ou
que implique distinção ou preferência em relação a Municípios em detrimento
de outro, admitida a instituição de Fundos Compensatórios, Programas Espe-
ciais e a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões;
II - tributar, com o adicional de sua competência, a renda das obrigações
da dívida pública dos Municípios;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Municípios;

SEÇÃO III
Dos Impostos do Estado

Art. 222. Compete ao Estado instituir:


I - impostos sobre:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, que


será progressivo, na forma da lei;
* Ver a Lei n° 5.529/89, que estabelece normas para a cobrança do im-
posto sobre a transmissão causa mortis e doações de quaisquer bens ou di-
reitos (alterada pela Lei n° 6.182/98)
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior:
* Ver a Lei n° 5.530/89, e alterações posteriores, que disciplina a cobran-
ça do ICMS.
c) propriedade de veículos automotores.
* Ver a Lei n° 6.017/96, e alterações posteriores, que dispõe sobre o im-
posto sobre a propriedade de veículos automotores.
II - REVOGADO.
* Este inciso II foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03
de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação existente antes da revogação continha o seguinte teor:
“Art. 222 - ...................
I - ...................
II - adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas
físicas ou jurídicas domiciliadas no território do Estado, a título do imposto
previsto no art. 153, III, da Constituição Federal, incidente sobre lucros, ga-
nhos e rendimentos de capital.”
§ 1°. Relativamente ao imposto de que trata o inciso I, “a”, deste artigo,
é competente o Estado para exigir o tributo sobre os bens imóveis e respecti-
vos direitos, quando situados em seu território e sobre bens móveis, dinheiro,
títulos e créditos, quando neste Estado se processar o inventário ou arrola-
mento, ou tiver o doador o seu domicílio.
§ 2°. Se o doador tiver domicílio ou residência no exterior, ou se aí o de
cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário

176
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

processado, a competência para instituir o tributo de que trata o inciso I, “a”,


deste artigo, observará o disposto em lei complementar federal.
§ 3°. As alíquotas do imposto de que trata o inciso I, “a”, deste artigo, não
excederão os limites estabelecidos pelo Senado Federal.
§ 4°. O imposto de que trata o inciso I, “b”, deste artigo, será não-cumula-
tivo, admitida sua seletividade em função da essencialidade das mercadorias
e dos serviços, compensando-se o que for devido, em cada operação relativa
à circulação de mercadorias ou prestação de serviços, com o montante cobra-
do nas operações anteriores realizadas neste Estado, noutro, ou no Distrito
Federal. A isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da le-
gislação, não implicará crédito de imposto para compensação daquele devido
nas operações ou prestações seguintes e acarretará a anulação do crédito do
imposto relativo às operações anteriores.
§ 5°. As alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e
de exportação do imposto de que trata o inciso I, “b”, deste artigo, serão as
fixadas em resolução do Senado Federal, na forma do art. 155, § 2°., IV, da
Constituição Federal.
§ 6°. As alíquotas mínimas e máximas, das operações internas do imposto
de que trata o inciso I, “b”, deste artigo, obedecerão ao que possa vir a ser de-
terminado pelo Senado Federal, na forma do disposto na Constituição Federal.
§ 7°. Salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos
termos do disposto na Constituição Federal, as alíquotas internas, nas opera-
ções relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não
poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais.
§ 8°. Em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços
a consumidor final, localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele.
§ 9°. O imposto de que trata o inciso I, “b”, deste artigo:
I - incidirá também:

177
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se


tratar de bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim
como sobre serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado do
Pará, se neste estiver situado o estabelecimento destinatário da mercadoria
ou do serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas
com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
II - não incidirá:
a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados,
excluídos os semi-elaborados definidos em lei complementar;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lu-
brificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5°, da Constituição
Federal:
III - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto
sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contri-
buintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
configure fato gerador dos dois impostos.
§ 10. À exceção do imposto de que trata a alínea b do inciso I, deste ar-
tigo, nenhum outro tributo poderá incidir sobre operações relativas à energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e
minerais do País.
* Este § 10 teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 222 - ...................
§ 1° ...................
§ 10 - À exceção do imposto de que trata o inciso I, “b”, deste artigo, e
o inciso III do artigo 223, bem como dos referidos no artigo 153, I e II, da

178
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Constituição Federal, nenhum outro incidirá sobre operações relativas à ener-


gia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais do país.”
§ 11. Quanto ao imposto de que trata o inciso I, “b”, deste artigo, obser-
var-se-á a lei complementar federal, no tocante a:
I - definição de seus contribuintes;
II - substituição tributária;
III - compensação do imposto;
IV - fixação, para efeito de cobrança e definição do estabelecimento res-
ponsável, do local das operações relativas à circulação de mercadorias e das
prestações de serviços;
V - exclusão da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, de
serviços e outros produtos além dos mencionados no § 9°., II, “a”;
VI - casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro
Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
VII - concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais.
§ 12 - Em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços
a consumidor final, localizado neste Estado, em que será adotada a alíquota
interestadual, quando o destinatário não for contribuinte do imposto, caberá
ao Estado do Pará o imposto correspondente à diferença entre a alíquota in-
terna e a interestadual.
* Este § 12 foi acrescentado ao artigo 222 pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.

SEÇÃO IV
Dos impostos dos Municípios

Art. 223. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, ex-
ceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição;

179
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III - REVOGADO.
* Este inciso III foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03
de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior a revogação continha o seguinte teor:
“Art. 223 - ...................
I - ...................
III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;”
IV - serviços de qualquer natureza, não correspondidos no art. 155, II, da
Constituição Federal, definidos em lei complementar federal.
§ 1°. O imposto de que trata o inciso I poderá ser progressivo, nos termos
de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da
propriedade.
§ 2°. O imposto de que trata o inciso II não incide sobre a transmissão de
bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização
de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
§ 3°. O imposto de que trata o inciso II compete ao Município da situação
do bem.
§ 4°. REVOGADO.
* Este § 4° foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior a revogação continha o seguinte teor:
“Art. 223 - ...................
§ 1° ...................
§ 4° A competência municipal para instituir e cobrar o imposto mencionado
no inciso III não exclui a do Estado para instituir e cobrar, na mesma operação,
o imposto de que trata o artigo 155, I, “b”, da Constituição Federal.”

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5°. A fixação das alíquotas máximas do imposto previsto no inciso IV, e


bem assim a exclusão da incidência do mesmo imposto, nas exportações de
serviços para o exterior, serão estabelecidos em lei complementar federal.
* Este § 5° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 223 - ...................
§ 1° ...................
§ 5° A fixação das alíquotas máximas dos impostos previstos nos incisos
III e IV, e bem assim a exclusão da incidência do imposto previsto no inciso
IV, nas exportações de serviços para o exterior, serão estabelecidas em lei
complementar federal.”
§ 6°. O imposto referido no inciso IV adotará alíquotas referenciadas de
acordo com a natureza do serviço, e não incidirá sobre o trabalho prestado,
individualmente ou em caráter de empresa individual, excluídos os serviços
prestados por interposta pessoa, mediante salário.

SEÇÃO V
Da repartição das receitas tributárias

Art. 224. Pertencem ao Estado:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente da na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, por ele, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União
instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I, da
Constituição Federal;
III - sua cota do Fundo de Participação dos Estados, bem como a que lhe
couber no produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializa-
dos, nos termos do art. 159, I, “a”, e II da Constituição Federal;

181
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV - trinta por cento do montante da arrecadação do imposto incidente


sobre o ouro extraído no Estado do Pará quando definido em lei federal como
ativo financeiro ou instrumento cambial, nos termos do art. 153, § 5°.. I, da
Constituição Federal.
Art. 225. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proven-
tos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis situados em
cada um deles;
* Ver Lei n° 5.645, de 11/01/1991., (Dispõe sobre critérios e prazos de
créditos e repasse da cota-parte das parcelas do ICMS e outros Tributos da
arrecadação do Estado e por este recebidas, pertencentes aos Municípios.)
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto estadual
sobre a propriedade de veículos automotores licenciados no território de cada
um deles;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto estadual
sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações
de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação;
* Ver Lei n° 5.645, de 11/01/1991,que Dispõe sobre critérios e prazos de
créditos e repasse da cota-parte das parcelas do ICMS e outros Tributos da
arrecadação do Estado e por este recebidas, pertencentes aos Municípios.
V - a respectiva quota do Fundo de Participação dos Municípios referida no
art. 159, I , “b”, da Constituição Federal;
VI - setenta por cento da arrecadação, conforme a origem do imposto a
que se refere o art. 153, V, da Constituição Federal, incidente sobre o ouro,
quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

182
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII - vinte e cinco por cento dos recursos recebidos pelo Estado, nos ter-
mos do art. 159, § 3°, da Constituição Federal.
* Ver Lei n° 5.645, de 11/01/1991 que Dispõe sobre critérios e prazos de
créditos e repasse da cota-parte das parcelas do ICMS e outros Tributos da
arrecadação do Estado e por este recebidas, pertencentes aos Municípios.
§ 1°. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no
inciso IV deste artigo, serão creditadas conforme os seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas opera-
ções relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, realizadas em
seus territórios;
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual.
§ 2°. É assegurado aos Municípios que tenham parte de seus territórios inte-
grando unidades de conservação ambiental, tratamento especial, quanto ao cré-
dito das parcelas da receita referenciada no artigo 158, IV e parágrafo único, II,
da Constituição Federal, sem prejuízo de outras receitas, na forma da lei.
Art. 226. É vedada, sob pena de responsabilidade, a retenção ou qual-
quer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção,
aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a im-
postos, bem como qualquer dedução a título de custos administrativos ou de
outra natureza.
Parágrafo único - Essa vedação não impede o Estado de condicionar a en-
trega de recursos ao pagamento de seus créditos, efetiva e definitivamente
exigíveis, inclusive de suas autarquias.
* Este Parágrafo Único teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 226 - ...................

183
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo Único - Essa vedação não impede ao Estado de condicionar a


entrega de recursos ao pagamento de seus créditos efetiva e definitivamente
exigíveis.”
Art. 227. Respeitada a disciplina da Constituição Federal e da legislação
complementar federal e estadual pertinente, desde já, fica assegurado aos
Municípios quanto a todos os recursos previstos nesta seção:
I - o acompanhamento e a fiscalização do cálculo das quotas e da libera-
ção das participações;
II - a efetiva entrega das participações, integralmente, até o vigésimo dia do
mês seguinte ao do recebimento do imposto ou da receita transferida, pelo Esta-
do, mediante depósito em conta especial de que sejam titulares os Municípios do
Estado, aberta em estabelecimento oficial de crédito, especificando a quota per-
tencente a cada um, sob pena de responsabilidade, devendo os recursos deposi-
tados ser colocados imediatamente à disposição dos beneficiários, ficando o esta-
belecimento oficial de crédito que não entregar, desde logo, a qualquer Município,
a parcela que a este pertencer, sujeito às sanções aplicáveis aos estabelecimentos
bancários que deixam de cumprir saques de depositantes;
III - o acesso aos documentos que tiverem servido de base à fixação do
valor adicionado ocorrido em seu território;
IV - a fiscalização complementar das operações tributáveis realizadas em
seu território;
V - a informação, quando solicitada, aos contribuintes, acerca do valor e
destino das mercadorias que tiverem produzido;
VI - a verificação de documentos fiscais que, nos termos da lei federal ou
estadual, devam acompanhar as mercadorias em operações de que partici-
pem produtores, industriais e comerciantes estabelecidos em seu território.
Parágrafo único - No caso de retenção ou atraso na entrega das participa-
ções mencionadas no inciso II, deverá o Estado atualizar, monetariamente, os
valores, incorrendo, ainda, em juros e multas, na forma da lei.

184
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 228. O Estado divulgará, até o último dia do mês subseqüente ao da


arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, bem como
os recursos recolhidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar
e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados serão divulgados por Município.
Art. 229. Os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente
ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, bem
como os recursos recolhidos.

TÍTULO VIII
DA ORDEM ECONÔMICA E DO MEIO AMBIENTE

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Art. 230. O Estado e os Municípios, na promoção do desenvolvimento e


da justiça social, adotarão os princípios estabelecidos pela Constituição Fede-
ral e mais os seguintes:
I - o Poder Público garantirá que a livre iniciativa não contrarie o interes-
se público, intervindo contra o abuso do poder econômico, na promoção da
justiça social;
II - os atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a
economia popular serão objeto de sanção que atingirá, de acordo com a lei, a
pessoa física ou jurídica responsável, independentemente da responsabiliza-
ção pessoal de seus dirigentes, neste último caso;
III- o planejamento do desenvolvimento estadual compatibilizará o cres-
cimento da produção e da renda com a sua distribuição entre os vários seg-
mentos da população e as diversas regiões do Estado, respeitando as carac-
terísticas e necessidades de cada Município, e assegurando:
a) a internalização no território paraense dos benefícios da produção;
b) a preservação das reservas indígenas;

185
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) o respeito ao equilíbrio ambiental;


IV- elaboração e implantação de políticas setoriais que, respeitando os
princípios constitucionais, priorizem a desconcentração espacial das ativida-
des econômicas e o melhor aproveitamento de suas potencialidades locais e
regionais; a elevação dos níveis de renda e da qualidade de vida, e possibili-
tem o acesso da população ao conjunto de bens socialmente prioritários, dan-
do tratamento preferencial ao setor industrial, mineral, energético, comercial,
turístico, agropecuário e de serviços.
V- participação das entidades representativas, dos agentes econômicos e
dos trabalhadores na elaboração das políticas e planos estaduais, na forma
da lei;
VI- participação dos Municípios e das entidades representativas de traba-
lhadores, artesãos, cooperativas e empresários, inclusive de microempresá-
rios, na elaboração, execução e acompanhamento de planos anuais e pluria-
nuais de desenvolvimento econômico;
* Ver Lei 5.957, de 26/03/96.
VII- aplicação preferencial dos recursos oriundos da participação prevista no
art. 20, § 1°, da Constituição Federal, no desenvolvimento dos setores mineral,
energético e social, devendo a lei instituir mecanismos institucionais e operacio-
nais, assegurando recursos financeiros para o atendimento do aqui disposto:
VIII – o Poder Público promoverá a adoção de formas alternativas renová-
veis de energia.
* Este inciso foi acrescido ao art. 230 pela Emenda Constitucional n° 49,
de 24 de agosto de 2011, publicada no DOE N° 31.989, de31/08/2011.
§ 1°. A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desen-
volvimento econômico, que deverá buscar a integração com o planejamento
municipal e com o nacional, assim como regulamentará o Conselho de De-
senvolvimento Econômico do Estado do Pará, que contará com a participação
majoritária da sociedade civil e terá dentre outras as seguintes atribuições:

186
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) definir a política e os instrumentos para o desenvolvimento econômico


do Estado;
b) garantir a busca do desenvolvimento econômico integrado setorialmen-
te e que diminua as desigualdades regionais e pessoais.
§ 2°. REVOGADO.
* Este parágrafo 2° foi revogado pela Emenda Constitucional n° 71/17, de
20 de dezembro de 2017, publicada no DOE N° 33.545, de 25/01/2018.
* A redação existente neste § 2° continha o seguinte teor:
“Art. 230 - ...................
“§ 2°. Além do tratamento preferencial mencionado no inciso IV deste
artigo, o Estado e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como
fator de desenvolvimento social e econômico , adotarão política buscando
proporcionar condições necessárias para o incremento do setor, assegurando
respeito ao meio ambiente e à cultura das localidades onde vier a ser explo-
rado, utilizando como instrumento básico de intervenção o plano diretor de
turismo, estabelecido de acordo com o potencial das diferentes microrregiões
e com a participação dos Municípios interessados sendo as ações realizadas
de forma integrada com a iniciativa privada, cabendo ao Poder Público o con-
trole de qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas de turismo”
Art. 231. O Estado e os Municípios dispensarão tratamento diferenciado
para o cooperativismo e outras formas de associativismo econômico, na for-
ma da lei, à qual caberá:
* Ver a Lei n° 5.943/96, que dispõe sobre a política de incentivos às ativi-
dades produtivas do Estado do Pará.
I - definir e implementar, nas áreas rural e urbana, políticas e programas
que apoiem a organização de atividades produtivas, principalmente dos pe-
quenos agentes econômicos, em cooperativas e outras formas de associati-
vismo, considerando a valorização da cultura local e a promoção econômico-
-social dos agentes econômicos e suas famílias;

187
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II - prever infra-estrutura para armazenagem, transporte e pontos de


venda direta ao consumidor, de produtos dos pequenos produtores rurais e
urbanos, assegurando às cooperativas desses produtores participação direta
na gestão dos referidos empreendimentos;
III - assegurar ampla liberdade e autonomia para a organização de coope-
rativas e para o ato cooperativista;
IV - estabelecer o ensino do cooperativismo nas escolas públicas de pri-
meiro e segundo graus;
V - fixar a participação das entidades representativas das cooperativas na
elaboração de políticas governamentais voltadas para esse segmento e em cole-
giados de natureza pública, que tratem especialmente da ordem econômica.
Parágrafo Único. A lei fixará o percentual do fundo criado no art. 40, do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para apoiar financeiramente
as cooperativas e demais formas de organizações associativas, integradas por
pequenos agentes econômicos.
* Este Parágrafo Único teve sua redação alterada pela Emenda Constitu-
cional nº 02, de ll/04/95.
* A redação original tinha o seguinte teor:
“Art. 231. ..........................
Parágrafo Único - A lei fixará o percentual do fundo criado no art. 40, do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para apoiar, financeiramen-
te, as cooperativas integradas por pequenos agentes econômicos”.
Art. 232. As microempresas e empresas de pequeno porte receberão do
Estado e Municípios proteção especial, que será regulamentada em lei, visan-
do à preservação e ao desenvolvimento das mesmas, observando o seguinte:
I - tratamento preferencial na aquisição de bens e serviços pelo Poder Pú-
blico, incluindo habilitação sumária e procedimentos simplificados para parti-
cipação em licitações;
II - eliminação, redução ou simplificação de obrigações burocráticas, ad-
ministrativas e creditícias, inclusive no ato de sua criação;

188
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III - criação de mecanismos descentralizados a nível territorial para oferecimen-


to de pedidos e requerimentos de qualquer espécie, junto a órgãos públicos;
IV - participação de suas entidades representativas na elaboração de po-
líticas governamentais voltadas para o setor e em colegiados de natureza
pública que tratem especialmente da ordem econômica;
V - definição de critérios a serem adotados para a classificação dessas empresas,
inclusive as bases de cálculos específicos para as quotas dos tributos estaduais;
VI - exclusão dos benefícios deste artigo das microempresas e empresas
de pequeno porte que, diretamente ou através de seus titulares, sócios ou
integrantes, estejam vinculadas ou associadas a outras empresas, consórcios
ou grupos de empresas que explorem quaisquer atividades econômicas.
Art. 233. O Estado e os Municípios, de conformidade com o art. 179 da
Constituição Federal, dispensarão às microempresas, às empresas de peque-
no porte, às cooperativas e outras formas de associativismo de pequenos
agentes econômicos bem como de produtores rurais, pescadores artesanais e
artesãos, assim definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando in-
centivá-los pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias
e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas, por meio da lei.
Art. 234. Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal, a ex-
ploração direta de atividade econômica pelo Estado e pelos Municípios só será
permitida, quando necessária aos imperativos da Segurança Nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definido em lei.
§ 1°. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socie-
dade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade eco-
nômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre:
* Este § 1° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n° 15/99,
de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999, e o
acréscimo dos incisos abaixo.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

189
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 234 - ...................


§ 1° A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades
que explorem atividade econômica se sujeitam ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.”
I - na função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, ob-
servados os princípios da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e
fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos
administradores.
§ 2°. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não pode-
rão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
Art. 235. REVOGADO.
* Este artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação antes da revogação continha o seguinte teor:
“Art. 235 - O Estado deverá prover recursos financeiros continuados para
o seu programa de eletrificação, visando ao atendimento de novas áreas,
ampliação e melhoria dos sistemas existentes, a fim de garantir o desenvol-
vimento econômico e social.
Parágrafo único. Os recursos financeiros referidos no caput deste artigo
serão oriundos, no todo ou em parte, da participação do Estado no resultado
de exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica,
prevista no art. 20, § 1°., da Constituição Federal, e de outras fontes.”

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

190
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 236. A política urbana, a ser formulada e executada pelo Estado, no


que couber, e pelos Municípios, terá como objetivo, no processo de definição
de estratégias e diretrizes gerais, o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e a garantia do bem-estar de sua população, respeitados os
princípios constitucionais e mais os seguintes:
I - adequada distribuição espacial das atividades econômicas e sociais e
dos equipamentos urbanos públicos e privados, com vistas à estruturação de
sistema estadual de cidades;
II - integração e complementaridade das atividades urbanas e rurais:
III - promoção do direito de todos os cidadãos à moradia, transporte cole-
tivo, saneamento básico, energia elétrica, iluminação pública, abastecimento,
comunicação, saúde, educação, lazer e segurança, assim como à preservação
do patrimônio cultural e ambiental;
a) o Poder Público Municipal obriga-se, na forma da lei, a implantar bos-
que, parque botânico ou jardim botânico com área delimitada de vinte e cinco
hectares a cinqüenta hectares na sede do Município;
b) a área de preservação deverá proteger a fauna e a flora nativas, recur-
sos hídricos e monumentos paisagísticos;
c) fica vetado nesses espaços verdes a urbanização, a edificação e ex-
ploração mineral, excetuando-se obras destinadas às atividades científicas,
ecológicas e recreativas;
d) a construção de equipamentos urbanos, excepcionalmente permitidos, será
liberada após aprovação do estudo de impacto ambiental e respectivo relatório.
* As alíneas “a”, “b”, “c” e “d” foram acrescidas ao inciso III deste art. 236
através da Emenda Constitucional nº 43, de 16 de setembro de 2008, publi-
cada no DOE Nº 31.257, de 18/09/2008.
IV - harmonização, racionalização e articulação dos investimentos, das
atividades e serviços de competência ou a cargo do Estado, no âmbito urba-
no, com o Município interessado;

191
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V - assistência na elaboração de planos diretores aos Municípios que a


solicitarem;
VI - promoção e execução de programas de construção de moradias po-
pulares, pelos próprios interessados, por cooperativas habitacionais e pelas
demais modalidades alternativas de construção, em níveis compatíveis com a
dignidade da pessoa humana;
VII - quando o Poder Público desapropriar áreas de terras em conseqüên-
cia de processos de urbanização, a regularização fundiária e a titulação em
favor da população de baixa renda serão realizadas preferencialmente, sem a
remoção dos moradores.
§ 1°. Na elaboração de plano diretor, o Município deverá considerar a tota-
lidade do território municipal, em seus aspectos físicos, econômicos e sociais.
§ 2°. Quando da liberação de recursos e concessão de benefícios para fins de
desenvolvimento urbano e social, serão atendidos prioritariamente, os Municípios
que, possuindo planos diretores, adotem, dentre outras, as seguintes diretrizes:
a) ordenamento territorial sob requisitos de ocupação, uso, parcelamento
e zoneamento do solo urbano;
b) urbanificação, regularização e titulação das áreas degradadas, prefe-
rencialmente sem remoção dos moradores;
c) participação das associações representativas no planejamento e con-
trole da execução dos programas de interesse local, na forma do disposto nos
incisos X e XI do artigo 29 da Constituição Federal, nesta Constituição e na lei
orgânica municipal:
d) reserva de área para implantação de projetos de interesse social;
§ 3°. Para núcleos urbanos com população inferior a vinte mil habitantes
e superior a três mil habitantes, os Municípios deverão estabelecer, através
de lei, estratégias e diretrizes gerais de ocupação que garantam as funções
sociais desses núcleos e da propriedade.
§ 4°. Com base nas exigências do plano diretor, o Município poderá deter-
minar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsória de terreno que

192
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

não tenha atingido índice mínimo de aproveitamento ou ocupação previstos


na legislação de uso e ocupação do solo, fixando as áreas, condições e prazos
para sua execução.
§ 5°. As terras públicas não utilizadas ou subutilizadas serão, prioritaria-
mente, destinadas, mediante concessão de uso, a assentamentos de popula-
ção de baixa renda e à instalação de equipamentos coletivos.
§ 6°. Os orçamentos dos Municípios dos quais seja exigido plano diretor
devem destinar recursos para sua elaboração, acompanhamento e atualização.
§ 7°. Para fins administrativos, fiscais e de uso e ocupação do solo, o territó-
rio municipal deverá ser dividido em solo urbano e solo rural, nos termos da lei.
§ 8°. A propriedade cumpre sua função social, quando atende às exigên-
cias fundamentais de ordenação da cidade, expressas no plano diretor, bem
como sua utilização respeitará a legislação urbanística e não provocará danos
ao patrimônio ambiental e cultural.
§ 9°. O Poder Público Municipal poderá, na forma da lei, desapropriar áreas inclu-
ídas no plano diretor, sempre que os proprietários não as utilizarem adequadamente.
§ 10. A política urbana deve garantir às gestantes e pessoas portadoras
de deficiência facilidade de acesso aos bens e serviços coletivos, inclusive nos
meios de transportes e locais públicos e privados, com a eliminação de pre-
conceitos e obstáculos arquitetônicos.
* Ver a Lei n° 6.020/97, que dispõe sobre normas de adaptação de prédios de
uso público, a fim de assegurar o acesso adequado aos portadores de deficiência.
§ 11. Nas cidades balneárias, turísticas e estâncias hidrominerais, não
será permitida a construção de prédios com mais de seis pavimentos, na for-
ma da lei municipal que regulamentará a matéria e preverá os casos especiais
em que se aplicará o aqui disposto.
Art. 237. O proprietário de imóvel declarado de interesse ao cumprimento
das exigências do plano diretor, poderá ser autorizado a exercer, em outro
local, doar ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir ainda

193
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

não exercido e previsto na legislação de uso e ocupação do solo municipal, na


forma da lei.
Parágrafo único. A autorização para exercer em outro local o direito de
construir pode ser dada a proprietário de imóvel tombado.
Art. 238. Para assegurar as funções sociais da cidade e da propriedade, o
Poder Público usará, principalmente, os seguintes instrumentos:
I - de planejamento urbano:
a) plano de desenvolvimento urbano;
b) zoneamento;
c) parcelamento do solo;
d) lei de obras e edificações;
e) cadastro técnico.
II - tributários e financeiros:
a) imposto predial e territorial progressivo e diferenciado por zonas urbanas;
b) contribuição de melhoria;
c) fundos destinados ao desenvolvimento urbano;
d) taxas e tarifas diferenciadas por zonas urbanas, segundo os serviços
públicos oferecidos.
III - institutos jurídicos:
a) desapropriação;
b) servidão administrativa;
c) tombamento;
d) direito real de concessão de uso;
e) usucapião urbano e especial;
f) transferência do direito de construir;
g) parcelamento, edificação ou utilização compulsória;
h) discriminação de terras públicas.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA, AGRÁRIA E FUNDIÁRIA

194
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 239. A política agrícola, agrária e fundiária será formulada e execu-


tada com a efetiva participação dos diversos setores de produção, comercia-
lização e consumo, especialmente empresários e trabalhadores rurais repre-
sentados por suas entidades sindicais, visando a fixação do homem nas zonas
rurais, propiciando-lhe melhores condições de vida, justiça social e o aumento
de produção agropecuária, principalmente da produção de alimentos, através
do implemento de tecnologias adequadas às condições regionais, nos termos
da lei e levando em conta, preferencialmente:
* Ver Lei 5.849, de 24.06.94 (Dispõe sobre a lei agrícola, agrária e fundi-
ária do Pará.)
I - a regionalização da política, considerando, prioritariamente, as microrregiões;
II - a priorização à pequena produção e ao abastecimento alimentar, atra-
vés de sistemas de comercialização direta entre produtores e consumidores,
bem como assentamentos agrários voltados para o abastecimento urbano;
III - a compatibilização das ações e a operacionalização das diretrizes e
metas do Plano Nacional de Reforma Agrária;
IV - a promoção de ação discriminatória das terras públicas, com atualização
periódica, ampla divulgação e definição de dotação orçamentária e dos recursos
necessários à execução e conclusão de todo o processo da ação aqui referido;
V - as terras públicas e devolutas discriminadas, na área rural, serão destina-
das para assentamento agrícola, preferencialmente de trabalhadores rurais que
utilizam a força de trabalho da própria família, ou projeto de proteção ambiental;
VI - a transferência das terras públicas do Estado a pessoas físicas ou
jurídicas, inclusive de caráter comunitário, ou qualquer forma associativa de
trabalhadores rurais, através de alienação gratuita ou onerosa, ou concessão
de uso, precedida de demarcação oficial, nos termos da lei, que estabelecerá
as hipóteses em que a demarcação será gratuita e regulará a remessa dos
respectivos laudos para o órgão colegiado competente;
VII - o direcionamento obrigatório e prioritário dos recursos, programas
e outros meios de fomento da política de desenvolvimento agrícola para uni-

195
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dades familiares, cooperativas e outras formas associativas de trabalhadores


rurais, em áreas de até 100 hectares;
VIII - a adoção de política de desenvolvimento agrícola que tenha por objetivo:
a) o desenvolvimento econômico, cultural e social dos trabalhadores rurais;
b) a ocupação estável da terra;
c) a adequação da atividade agrícola à preservação e recuperação dos
recursos naturais renováveis e do meio ambiente, à conservação do solo, ob-
jetivando manter o fluxo contínuo de benefícios à população;
* Ver a Lei n° 5.879/94. (Dispõe sobre a preservação do solo agrícola.)
d) a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural, como
instrumento prioritário da política, direcionado preferencialmente para o aten-
dimento ao pequeno produtor rural, sua família e organização;
e) o incentivo e a manutenção da pesquisa agropecuária que garanta o de-
senvolvimento do setor de produção de alimentos com progresso tecnológico;
f) a fiscalização e controle do sistema de armazenamento, o abasteci-
mento de produtos agropecuários e a comercialização de insumos agrícolas,
incentivando a criação de formas associativas conveniadas com as entidades
sindicais de trabalhadores rurais;
g) a criação e estímulo de mecanismos de comercialização cooperativa.
IX - a elaboração de projetos de assentamento de trabalhadores rurais,
organizados em unidades cooperativas ou associativas, com garantia de prio-
ridade no atendimento à assistência técnica e creditícia, na execução de obras
de infra-estrutura física e social, no fornecimento de insumos básicos e de
serviços de mecanização agrícola;
X - a instituição de contribuição de melhoria para os casos em que a exe-
cução de obras públicas pelo Estado traga benefícios diretos ou indiretos ou
valorizem as terras de propriedade privada acima dos padrões médios vigen-
tes na região, nos termos da lei, com os valores assim arrecadados, desti-
nados a assentamentos rurais de pessoas de baixa renda que não tenham a
posse ou a propriedade de terras.

196
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. Lei complementar definirá o que é propriedade produtiva no Estado, de


acordo com a legislação federal, fixando índices para a pecuária e para a agricul-
tura, abaixo dos quais tais propriedades serão consideradas improdutivas.
§ 2°. Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais,
agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 3°. O Estado garantirá, através de ações e dotações orçamentárias,
programas específicos de crédito, pesquisa, assistência técnica e extensão
florestal, observado o disposto no art. 255, I.
§ 4°. O Estado promoverá o cadastramento geral das propriedades rurais,
com a indicação do uso do solo e da produção agrícola, para concessão de
assistência técnica.
§ 5°. O Estado dará a devida assistência, especialmente através de seu
órgão fundiário e da Defensoria Pública, quando for o caso, para que os ribei-
rinhos, sem qualquer ônus para eles, possam regularizar ou legalizar a posse
das terras que habitem.
§ 6º Para a execução das ações e serviços de assistência técnica e exten-
são rural, de que trata a alínea “d” do inciso VIII, poderá ser admitido, por
tempo determinado, através de processo seletivo público simplificado, pro-
fissionais que comprovem habilitação para o serviço de Assistência Técnica e
Extensão Rural – ATER no Estado do Pará.
* Este parágrafo foi acrescido ao art. 239 através da Emenda Constitu-
cional nº 57, de 05 de novembro de 2013, publicada no DOE Nº 32.522, de
14/11/2013.
Art. 240. Fica criado o Conselho Estadual de Política Agrícola, Agrária
e Fundiária, constituído por representantes do Poder Público e, majoritaria-
mente, por representantes da sociedade civil através de entidades ligadas à
questão agrícola, agrária e fundiária, inclusive, sindicais, profissionais e eco-
nômicas, paritariamente, nos termos da lei, competindo-lhe:
* Ver o § 4° da Lei 5.849, de 24.06.94. (Dispõe sobre a lei agrícola, agrá-
ria e fundiária do Pará.)

197
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I - propor diretrizes, planos e programas de política agrícola, agrária e


fundiária;
II – REVOGADO.
* O inciso II deste art. 240 foi revogado pela Emenda Constitucional nº
48, de 08 de junho de 2011, publicada no DOE Nº 31.937, de 15/06/2011.
II - opinar sobre os pedidos de alienação ou concessão das terras públicas
do Estado;
III - opinar acerca da proposta orçamentária da política agrícola, agrária
e fundiária;
IV - criar comissões para acompanhamento e fiscalização de projetos de
assentamento no território estadual, nos casos que julgar conveniente;
V - julgar a relevância, ou não, para o Estado, dos projetos agroindustriais
apresentados com vistas à alienação de terras nos termos do art. 242.
Art. 241. O Estado somente concederá suas terras, até o limite máximo
de dois mil e quinhentos hectares, respeitadas as seguintes normas, além de
outras previstas em lei:
I – área de até mil e quinhentos hectares, mediante aprovação do órgão
fundiário competente;
II – área acima de mil e quinhentos até o limite de dois mil e quinhentos
hectares, além do disposto no inciso anterior, dependerá de prévia aprovação
da Assembléia Legislativa.”
* Os incisos I e II deste Art. 241 tiveram a redação alterada pela Emenda
Constitucional nº 48, de 08 de junho de 2011, publicada no DOE Nº 31.937,
de 15/06/2011.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 241. .........................................................
I - área de até 100 hectares, mediante aprovação do órgão fundiário com-
petente;
II - área de 100 até o limite de 500 hectares, ouvido o Conselho Estadual
de Política Agrícola, Agrária e Fundiária;”

198
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – REVOGADO
IV – REVOGADO
* Os incisos III e IV deste Art. 241 foram revogados pela Emenda Cons-
titucional nº 48, de 08 de junho de 2011, publicada no DOE Nº 31.937, de
15/06/2011.
* A redação revogada continha o seguinte teor:
“Art. 241. .........................................................
III - área de 500 até o limite de 1.500 hectares, mediante aprovação pré-
via de um plano de exploração econômica pelo Conselho Estadual de Política
Agrícola, Agrária e Fundiária;
IV - área de 1.500 até o limite de 2.500 hectares, além do disposto no
inciso anterior, dependerá de prévia aprovação da Assembléia Legislativa.”
§ 1º. REVOGADO
I – REVOGADO
II - REVOGADO
III – REVOGADO
IV – REVOGADO
§ 2º . REVOGADO
I – REVOGADO
II - REVOGADO
III – REVOGADO
§ 3º. REVOGADO
* Os §§ 1º a 3º e seus incisos deste Art. 241 foram revogados pela Emenda
Constitucional nº 48, de 08 de junho de 2011, publicada no DOE Nº 31.937,
de 15/06/2011.
* A redação revogada continha o seguinte teor:
“Art. 241. .........................................................
§ 1°. A concessão de terras públicas far-se-á mediante contrato, conten-
do, necessariamente, e sem prejuízo de outras estabelecidas pelas partes,
cláusulas que disponham sobre:

199
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Delegado

I - exploração da terra diretamente pelo concessionário para cultivo ou


qualquer outro tipo de exploração, em conformidade com a política agrícola e
agrária e seus respectivos planos e programas;
II - comprovação por parte do concessionário de não ser proprietário ou
possuidor, ainda que por interposta pessoa, de outro imóvel rural;
III - obrigação de residência permanente dos beneficiários na localidade
em que se situar a área de objeto do contrato;
IV - manutenção das reservas florestais obrigatórias e observância das
restrições do uso do imóvel, nos termos da lei.
§ 2°. A concessão será automática e sumariamente rescindida, sem di-
reito à indenização e retornando o direito do uso da terra ao Poder Público,
ouvido o Conselho Estadual de Política Agrícola Agrária e Fundiária sempre
que, comprovadamente:
I - for descomprida qualquer claúsula contratual;
II - não forem observadas as prescrições constitucionais relativas aos di-
reitos e garantias fundamentais;
III - forem descumpridas as leis fiscais e trabalhistas.
§ 3°. O Estado executará, sem qualquer ônus aos concessionários, a re-
gularização fundiária das terras públicas, quando se tratar de trabalhadores
rurais que residam na terra e a cultivem com a força de trabalho da própria
família, caracterizados, na forma da lei, como de baixa renda.”
Art. 242. A lei estabelecerá os casos e formas de alienação das terras
do Estado, respeitados os princípios constitucionais, verificada a necessidade
de destinação de terras públicas e devolutas compatibilizada com a política
agrícola e com o plano nacional de reforma agrária e atendido o requisito de
conciliar a propriedade privada com a sua função social.
§ 1°. A alienação referida no caput deste artigo somente será permitida,
e em caráter excepcional, até o limite máximo de 2.500 hectares, mediante
a aprovação da maioria absoluta da Assembléia Legislativa aplicando-se, no
que couber, o disposto no artigo anterior.

200
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. O limite máximo acima referido não se aplica aos casos de alienação
para solucionar questões de limites ou definição de linhas divisórias com ou-
tros Estados ou Territórios.
§ 3°. São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelo Poder
Público estadual por ações discriminatórias necessárias à proteção dos ecos-
sistemas naturais.
§ 4°. Nos casos em que a Assembléia Legislativa tiver que dar prévia auto-
rização para alienação ou concessão de terras públicas, deverá se manifestar
no prazo de quarenta e cinco dias.
Art. 243. O Estado participará da administração da política fundiária, prio-
ritariamente, em sua elaboração, implementação e avaliação, e não apenas
nas intervenções dela resultantes ou decorrentes.
Art. 244. Compete ao Estado a elaboração de uma política específica para
o setor pesqueiro industrial e artesanal, priorizando este último e a aqüicultu-
ra, propiciando os mecanismos necessários à sua viabilização, preservação e
integral aproveitamento de seus recursos, inclusive da fauna acompanhante
da pesca industrial.
§ 1°. O Estado garantirá, através de ações e dotações orçamentárias, progra-
mas específicos de crédito, pesquisa, assistência técnica e extensão pesqueira.
§ 2°. Caberá ao Estado criar mecanismos que garantam a comercialização
direta entre pescadores e consumidores.
§ 3°. É proibida a pesca de arrasto ou qualquer outra modalidade predató-
ria nos rios, nos lagos, estuários e no litoral do Estado, neste caso até o limite
mínimo de dez milhas náuticas da costa.
* Ver Lei Complementar nº l7, de 24/0l/94 ( dispõe sobre a instalação, am-
pliação e operacionalização das indústrias de pesca pelo sistema de arrasto).
§ 4°. A lei disporá sobre os períodos e área de pesca, assegurada a par-
ticipação do órgãos de representação dos pescadores artesanais, empresas
e trabalhadores na indústria da pesca na definição desses períodos e áreas,
objetivando preservar a fauna aquática.

201
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5°. A pesca artesanal, dado seu caráter social, é considerada ativida-


de prioritária, devendo o Estado proporcionar condições de desenvolvimento
desse setor através de regulamentação própria.
CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA MINERÁRIA E HÍDRICA

Art. 245. O Estado definirá, através de lei, a política minerária e hídrica,


defendendo seus interesses, inclusive interrompendo atividades predatórias,
resguardando a soberania nacional sobre a pesquisa, exploração, lavra e uso
dos recursos naturais renováveis e não renováveis, disciplinando a conserva-
ção e o aproveitamento racional dos bens minerais e das águas observando
os seguintes princípios:
* Ver Lei 5.796, de 04/0l/94. (Define a política minerária e hídrica do Estado.
I - harmonia e equilíbrio com os demais setores e entre regiões do Estado;
II - respeito às aptidões do meio físico e a preservação e otimização do apro-
veitamento dos recursos naturais, objetivando a qualidade de vida da população;
III - internalização dos efeitos positivos gerados pela exploração dos re-
cursos minerais e hídricos do Estado, de forma a:
a) estimular a geração de oportunidades de investimento, de empregos
diretos e indiretos e de efeitos que importem na ampliação da atividade eco-
nômica para atender ao mercado local:
b) criar programas e projetos integrados que formem uma mesma cadeia
produtiva ou complexo de setores economicamente articulados.
IV - fomento a atividades de pesquisa e de desenvolvimento e difusão
tecnológica dos setores minerais e hídrico;
V - definição de estratégias de exploração mineral que contemplem os vá-
rios segmentos produtivos, inclusive atividades garimpeiras;
VI - apoio e assistência técnica permanente, na organização, implantação e
operação da atividade garimpeira, cooperativa e associativa, buscando, priorita-
riamente, promover melhores condições de exploração e transformação dos bens

202
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

minerais, com acesso a novas tecnologias do setor, garantida a preservação do


meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros;
VII - apoio e promoção ao aproveitamento do potencial de energia hidráu-
lica de capacidade reduzida;
VIII- gestão conjunta e coordenada das águas de superfície e subterrâne-
as, respeitados os regimes naturais como parte integrante do ciclo hidrológi-
co, considerados para tanto recursos hídricos utilitários;
* Ver a Lei n° 6.105/98. (Dispõe sobre a conservação e proteção dos de-
pósitos de águas subterrâneas no Estado.
IX- defesa ao direito de sua população alcançar um padrão adequado de bem-
-estar social e econômico, através de um processo de desenvolvimento integrado
setorialmente e harmonioso territorialmente, buscando assegurar que:
a) REVOGADO.
* Esta alínea “a”, do inciso IX, do artigo 245, foi revogada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação antes da revogação continha o seguinte teor:
“Art. 245 - ..............
I - ..................
IX - ................
a) a energia hidráulica produzida no Estado seja ofertada, preferencial-
mente, para atender o consumo de pessoas físicas e jurídicas residentes ou
estabelecidas no seu território;”
b) REVOGADO.
* Esta alínea “b”, do inciso IX, do artigo 245, foi revogada pela Emenda
Constitucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N°
29.025, de10/08/1999.
* A redação antes da revogação continha o seguinte teor:
“Art. 245 - ..............
I - ..................

203
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX - ................
a) ................
b) em qualquer projeto de produção de energia hidráulica de grande esca-
la seja obrigatória a extensão de suas linhas de transmissão para abastecer
consumidores dos Municípios contíguos ao projeto ou através dos quais pas-
sem suas linhas principais de transmissão;”
c) os grandes projetos localizados em território paraense sejam responsá-
veis pelo financiamento de ações e serviços que visem compensar e atender
aumento significativo da demanda de infra-estrutura social, sanitária, urbana
e educacional decorrentes de sua implantação, a ser considerada como custo
social consectário, assim como sejam eles responsáveis por ações voltadas
para evitar a solução de continuidade de auto-sustentação econômica dos
núcleos populacionais criados ou ampliados no interesse desses projetos;
d) seja regularizada a navegação nos rios localizados em território para-
ense e utilizados para projetos de geração de energia que os possam obstruir,
assegurando-se a transposição regular das barragens pela navegação;
e) seja garantido o emprego de mão-de-obra local nos grandes projetos
localizados no território paraense.
§ 1°. No aproveitamento das águas superficiais e subterrâneas será con-
siderado prioritário o abastecimento às populações.
§ 2°. O Estado do Pará deverá prover recursos financeiros continuados
para a execução da política minerária, que serão oriundos, no todo ou em
parte, da participação no resultado da exploração dos recursos minerais, pre-
vistos no art. 20, § 1°, da Constituição Federal, e de outras fontes.
§ 3°. Os recursos financeiros referidos no parágrafo anterior constituirão
programa específico, na forma da lei.
* Ver Lei Complementar nº l8,de 24/0l/94 ( Institui Programa Especial de
Mineração do Estado do Pará, estabelece normas para a utilização da partici-
pação do resultado da exploração dos minerais do Estado).

204
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 246. O Estado organizará e manterá serviço de geologia, hidrologia,


meteorologia, estatística e cartografia, em consonância com a legislação fe-
deral, e de monitoramento das atividades direta e indiretamente vinculadas
à mineração, de modo a permitir o registro, acompanhamento e fiscalização
das concessões de direitos de pesquisa e exploração dos recursos minerais e
hídricos em seu território.
Art. 247. O Estado participará do resultado da exploração dos recursos
naturais em seu território e respectiva plataforma continental, mar territorial
ou zona econômica exclusiva, nos termos da lei, e fiscalizará a compensação
financeira decorrente dessa exploração, estabelecendo, em lei complementar,
normas para a utilização dos recursos assim auferidos, resguardando o prin-
cípio da compensação social.
* Ver Lei Complementar n° 18/94, de 24/01/1994 (Institui o Programa
Especial de Mineração do Estado do Pará, estabelece normas para a utilização
da participação do resultado da Exploração dos Minerais do Estado.)
* Ver Lei Complementar n° 035, de 24/06/1998(Disciplina a destinação
dos recursos de que trata o citado artigo)
Art. 248. Será criado, através de lei, um conselho consultivo específico,
voltado para o acompanhamento, avaliação, controle e fiscalização de todas
as atividades, relacionadas à mineração ou a recursos hídricos.
* Ver a Lei n° 5.807/94. (Cria o Conselho consultivo da Política Minerária
e Hídrica do Pará) - (alterada pela Lei n° 5.919/95).
Parágrafo único. O conselho será mantido pelo Estado e contará com a
participação de representantes do Poder Público e, majoritariamente, de re-
presentantes da sociedade civil, particularmente entidades ligadas à questão
de mineração e recursos hídricos, a ele competindo além de outras atribui-
ções previstas em lei:
a) opinar, obrigatoriamente, sobre a política minerária e hídrica;
b) opinar, previamente, sobre a proposta orçamentária para o respectivo setor;
c) assessorar o Poder Público em matéria de mineração e recursos hídricos.

205
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

206
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DOS TRANSPORTES

Art. 249. Os sistemas viários e os meios de transporte atenderão, priori-


tariamente, as necessidades de deslocamento da pessoa humana no exercício
do direito de ir e vir, e, no seu planejamento, implantação e operação serão
observados os seguintes princípios:
I - segurança, higiene e conforto do usuário;
II - desenvolvimento econômico;
III - preservação do meio ambiente, do patrimônio arquitetônico e paisa-
gístico e da topologia da região, respeitadas as diretrizes de uso do solo;
IV - responsabilidade do Poder Público pelo transporte coletivo, que tem
caráter essencial, assegurado mediante tarifa condizente com o poder aquisi-
tivo da população e com garantia de serviço adequado ao usuário;
V - estabelecimento, através de lei, de critérios de fixação de tarifas, e a
obrigatoriedade de publicação das planilhas de cálculo no órgão oficial a cada
fixação ou reajuste;
* Ver Lei 5.922, de 28/l2/95. (Dispõe sobre os critérios para fixação de
tarifas para o transporte coletivo intermunicipal, rodoviário e aquaviário).
OBS - Esta Lei teve o seu art.8º vetado. A Assembléia Legislativa rejeitou
o veto, sendo a redação inserida na Lei com a publicação no Diário Oficial do
26/04/96.
VI - isenção tarifária nos transportes coletivos, rodoviários e aquaviários,
municipais e intermunicipais, para:
a) pessoas portadoras de deficiência mental, sensorial e motora, todas de ca-
ráter permanente, através de laudo comprobatório proveniente de junta médica.
* Esta alínea “a” do inciso VI, deste Art. 249, teve sua redação altera-
da pela Emenda Constitucional nº 31, de 09/08/2005, publicada no DOE Nº
30.502, de 17/08/2005.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 249. ...................................................

207
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI - ............................................................
a) pessoas portadoras de deficiência, com reconhecida dificuldade de locomoção;”
b) crianças de até seis anos, inclusive;
c) policiais civis e militares e carteiros, quando em serviço.
VII - participação da população, através de associações representativas da
sociedade civil, inclusive entidades sindicais profissionais e econômicas, no
planejamento e fiscalização do sistema estadual de transportes, garantido o
direito à informação sobre ele, nos termos da lei;
§ 1°. O Estado e os Municípios, em regime de cooperação, criarão câmaras
de compensação tarifária relativas ao transporte rodoviário de passageiros,
nos termos da lei.
§ 2°. O Estado, mediante concessão ou permissão, poderá entregar a exe-
cução do serviço de transporte de sua competência a empresas, após regular
processo licitatório e aprovação da Assembléia Legislativa, na forma da lei,
que disporá sobre:
* Este § 2° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 249 - ..............
§ 1° .....................
§ 2° O Estado, mediante autorização, concessão ou permissão, poderá en-
tregar a execução do serviço de transporte de sua competência a empresas,
após regular processo licitatório e aprovação da Assembléia Legislativa, na
forma da lei, que disporá sobre:”
I - o regime das empresas concessionárias ou permissionárias, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, as penalidades a elas aplicá-
veis, bem como as condições de fiscalização, suspensão, intervenção, cadu-
cidade e rescisão;
* Este inciso I teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* A redação anterior continha o seguinte teor:


“Art. 249 - ..............
§ 2° ..............
I - o regime das empresas autorizadas, concessionárias ou permissioná-
rias, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, as penalidades
a elas aplicáveis, bem como as condições de fiscalização, suspensão, inter-
venção, caducidade e rescisão;”
II - os direitos do usuário;
III - política tarifária;
IV - obrigação de manter serviço adequado;
V - padrões de segurança e manutenção;
VI - normas de proteção ambiental relativas à poluição sonora e atmosférica;
VII - normas atinentes ao conforto e saúde dos passageiros e operadores
de veículos;
VIII - obrigatoriedade de adaptação nos transportes coletivos para pesso-
as portadoras de deficiência.
§ 3°. Os Municípios integrantes de região metropolitana ou aglomeração
urbana adotarão normas sobre transportes coletivos de passageiros, de con-
formidade com as diretrizes estabelecidas pelo órgão estadual competente.
§ 4°. O órgão planejador, concedente ou fiscalizador do transporte terá
um conselho, composto paritariamente por representantes do Poder Executi-
vo e representantes da sociedade civil, usuários e operadores, nos termos da
lei, que estabelecerá a composição, competência e atribuições do conselho.
* Este § 4° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 249 - ..............
§ 1° .....................
§ 4° O órgão planejador, concedente ou fiscalizador do transporte terá um
conselho, composto por representantes do Poder Público e, majoritariamente,

209
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

pela sociedade civil, inclusive trabalhadores e empresários do setor, indicados


por suas entidades sindicais, nos termos da lei, que estabelecerá a composi-
ção, competência e atribuições do conselho.”
Art. 250. O Estado e os Municípios terão como prioritária a instalação de
infra-estrutura adequada para embarque e desembarque de passageiros e de
produtos de primeira necessidade transportados por vias terrestres ou aquáticas.
Art. 251. Os Municípios exercerão poder de polícia sobre o tráfego em
suas vias urbanas e rodovias, cabendo-lhes a arrecadação das multas decor-
rentes desse exercício.
Parágrafo único. Os autos de infração, quando não assinados pelo mo-
torista, serão objeto de notificação, por via postal, no prazo de trinta dias,
facultando-se ao infrator exercer ampla defesa, no prazo estabelecido em lei.
* Ver Lei 5.609, de l4/11/90. (Estabelece o prazo de defesa do infrator de trânsito).

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

* Ver Lei 5.887, de 09/05/95. (Dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente.)
Art. 252. A proteção e a melhoria do meio ambiente serão prioritaria-
mente, consideradas na definição de qualquer política, programa ou projeto,
público ou privado, nas áreas do Estado.
Art. 253. É assegurada a participação popular em todas as decisões relacionadas
ao meio ambiente e o direito à informação sobre essa matéria, na forma da lei.
* Ver a Lei n° 5.877/94. (Dispõe sobre a participação popular nas decisões
relacionadas com o meio ambiente.)
Art. 254. O Poder Público Estadual realizará o zoneamento ecológico-e-
conômico do Estado, de modo a compatibilizar o desenvolvimento com a pre-
servação e a conservação do meio ambiente, bem como promoverá o levan-
tamento e o monitoramente periódico da área geográfica estadual, de acordo
com as tendências e desenvolvimento científico e tecnológico, de modo que

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

o zoneamento ecológico-econômico esteja sempre atualizado, garantindo a


conservação das amostras representativas dos ecossistemas.
Art. 255. Compete ao Estado a defesa, conservação, preservação e con-
trole do meio ambiente, cabendo-lhe:
* Ver Lei 5.645, de 11/01/91 (Dispõe sobre critérios e prazos de créditos e
repasse da cota-parte das parcelas do ICMS e outros Tributos da arrecadação
do Estado e por este recebidas, pertencentes aos Municípios.)
* Ver Lei 5.877, de 21/12/94. (Dispõe sobre a participação popular nas
decisões relacionadas com o meio ambiente.)
I - zelar pela conservação das florestas e reservas extrativistas, fomen-
tando a restauração das áreas já degradadas ou exauridas, de acordo com as
técnicas adequadas, bem como elaborar política específica para o setor;
II - zelar pelas áreas de preservação dos corpos aquáticos, principalmen-
te, as nascentes, inclusive os “olhos d’água”, cuja ocupação só se fará na
forma da lei, mediante estudos de impactos ambientais;
* Ver Lei n° 5.630/90.
(Estabelece normas para a preservação de áreas dos corpos aquáticos,
principalmente as nascentes.) - Ver também a Lei n° 5.864/94.
* Inciso Regulamentado pela Lei n° 5.864, de 21 de novembro de 1994.
III- assegurar a diversidade das espécies e dos ecossistemas, de modo a
preservar o patrimônio genético, biológico, ecológico e paisagístico e definir
espaços territoriais a serem especialmente protegidos;
IV - promover a educação ambiental em todos os níveis e proporcionar, na
forma da lei, informação ambiental;
* Ver Lei 5.600, de 15/06/90. (Dispõe sobre a promoção da educação
ambiental em todos os níveis, de acordo com o artigo 255, inciso IV da Cons-
tituição Estadual.)
V - criar unidades de conservação da natureza, de acordo com as diversas
categorias de manejo, implantando-as e mantendo-as com os serviços indis-
pensáveis às suas finalidades;

211
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI - estabelecer obrigatoriedades aos que explorem os recursos naturais,


renováveis ou não, para, por seus próprios meios, procederem à recuperação
do meio ambiente alterado, de acordo com
a solução técnica aprovada pelos órgãos públicos competentes, envolven-
do, na fiscalização, as entidades ligadas à questão ambiental ou representa-
tivas da sociedade civil, na forma da lei;
VII - realizar a integração das ações de defesa do meio ambiente com as
ações dos demais setores da atividade pública;
VIII - criar um conselho específico, de atuação colegiada, que contará com a
participação de representantes do Poder Público e, majoritariamente, da socieda-
de civil organizada, especialmente através de entidades voltadas para a questão
ambiental, na forma da lei, que terá, dentre outras, as seguintes competências:
* Ver Lei 5.610, de 20/11/90. (Dispõe sobre a criação e o funcionamento
do Conselho Estadual do Meio Ambiente na forma do artigo 255 inciso VIII.)
a) acompanhar, avaliar, controlar e fiscalizar o meio ambiente;
b) opinar, obrigatoriamente, sobre a política estadual do meio ambiente,
oferecendo subsídios à definição de mecanismos e medidas que permitam a
utilização atual e futura dos recursos hídricos, minerais, pedológicos, flores-
tais e faunísticos, bem como o controle da qualidade da água, do ar e do solo,
como suporte do desenvolvimento sócio-econômico;
c) assessorar o Poder Público em matérias e questões relativas ao meio ambiente;
d) emitir parecer prévio sobre projetos públicos ou privados, que apre-
sentem aspectos potencialmente poluidores ou causadores de significativa
degradação do meio ambiente como tal caracterizados na lei.
IX - garantir a todos meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum e essencial à sadia qualidade de vida, protegendo a flora e a fau-
na, nesta compreendidos todos os animais domésticos, exóticos e silvestres,
sendo vedadas as práticas que submetam os animais à crueldade, que provo-
quem a extinção de espécies e que coloquem em risco sua função ecológica.”

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este inciso IX, foi acrescido ao Art. 255 através da Emenda Cons-
titucional nº 66, de 29 de setembro de 2015, publicada no DOE Nº
32.987, de 07/10/2015.
§ 1°. Todo e qualquer plano, programa, projeto, atividade ou obra poten-
cialmente causadora de desequilíbrio ecológico ou de significativa degradação
do meio ambiente, exigirá, na forma da lei, estudo prévio de impacto am-
biental e só será autorizada sua implantação, bem como liberado incentivo,
financiamento ou aplicação de recursos públicos, após aprovação, na forma
da legislação aplicável, pelo órgão técnico de controle ambiental do Estado,
ouvido o órgão de atuação colegiada de que trata o inciso VIII.
§ 2°. Os órgãos da administração direta ou indireta do Estado não poderão
contratar, conceder incentivos ou destinar recursos públicos a pessoas físicas
ou jurídicas que descumprirem a legislação ambiental, ficando suspenso os
contratos celebrados, enquanto perdurar o descumprimento.
§ 3°. A implantação de projeto ou atividade, pública ou privada, que possa
colocar em risco o equilíbrio ecológico ou provocar significativa degradação
do meio ambiente, só será autorizada após consulta à população interessada,
na forma da lei.
* Ver Lei Complementar n° 17/94.
§ 4°. As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores a sanções administrativas, com aplicação de multas diárias e pro-
gressivas, na forma da lei e, nos casos de
continuidade da infração ou reincidência, inclusive a redução do nível da
atividade e a interdição, independentemente da obrigação de restaurar os
danos causados.
* Ver Lei 5.638,de 09/0l/9l
(Estabelece normas para as sanções e multas de que trata o § 4° do artigo
255 da Constituição Estadual.).
* Ver o art. 115 da Lei n° 5.887/95. (Dispõe sobre a política estadual do
meio ambiente.)

213
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 5º A pesquisa, a experimentação, a produção, o armazenamento, a co-


mercialização, o uso, o transporte, a importação, a exportação, o controle,
a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, domotóxicos, ecotóxicos, seus
componentes e afins, no território paraense, estão condicionados a prévio ca-
dastramento dos mesmos nos órgãos estaduais responsáveis pelos setores da
ciência, tecnologia e inovação, indústria e comércio, agricultura, transporte,
saúde e meio ambiente.
* O § 5º, deste art. 255, teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº 33.253, de
18/11/2016.
* A redação alterada continha o seguinte teor:
“Art. 255. ...............................................
§ 1º .........................................................
§ 5°. A pesquisa, a experimentação, a produção, o armazenamento, a
comercialização, o uso, o transporte, a importação, a exportação, o contro-
le, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, domotóxicos, ecotóxicos, seus
componentes e afins, no território paraense, estão condicionados a prévio
cadastramento dos mesmos nos órgãos estaduais responsáveis pelos setores
da ciência e tecnologia, indústria e comércio, agricultura, transporte, saúde e
meio ambiente.”
..................................
* Ver a Lei n° 6.119/98. (Dispõe sobre a produção, comercialização e uso
de agrotóxicos, seus componentes e afins, no Estado.)
§ 6°. As indústrias poluentes só serão implantadas em áreas, previamente
delimitadas pelo Poder Público, respeitada a política de meio ambiente, e adota-
rão, obrigatoriamente, técnicas eficazes que evitem a contaminação ambiental.
Art. 256. As pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que exer-
cem atividades consideradas poluidoras ou potencialmente poluidoras serão
obrigadas a promover a conservação ambiental, pela coleta, tratamento e
disposição final dos resíduos por elas produzidos, cessando com a entrega

214
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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dos resíduos a eventuais adquirentes, quando tal for devidamente autorizado


pelo órgão de controle ambiental competente, a responsabilidade daquelas e
iniciando-se, imediatamente, a destes.
Art. 257. É vedada a construção, o armazenamento e o transporte de
armas nucleares no Estado do Pará, bem como a utilização de seu território
para o depósito de lixo ou rejeito atômico ou para experimentação nuclear
com finalidade bélica.
Parágrafo único. A lei preverá os casos e locais em que poderá ser depo-
sitado o lixo ou rejeito atômico produzido em território paraense e resultante
de atividades não bélicas.
Art. 258. O Poder Público fiscalizará a circulação e o transporte de produ-
tos perecíveis, perigosos ou nocivos, exigindo tratamento e acondicionamen-
to adequados, na forma da lei, sendo
obrigatória a estipulação de seguro contra danos ambientais pelo trans-
portador ou produtor de cargas ou produtos que possam causar danos ao
homem ou ao meio ambiente.
Art. 259. As empresas públicas ou privadas que realizarem obras de usi-
nas hidrelétricas, de formação de barragens, ou outras quaisquer que deter-
minem a submersão, exploração, consumo ou extinção de recursos naturais
localizados em terras públicas ou devolutas, ainda que aforadas ou concedi-
das, ficarão obrigadas a indenizar o Estado, na forma que a lei definir.
Parágrafo único. Ocorrendo necessidades de desapropriação, no caso das
obras referidas neste artigo, o valor da indenização será pago pelas empresas
interessadas nas obras.
CAPÍTULO VII
POLÍTICA DO TURISMO

Art. 259-A. O Estado do Pará promoverá e incentivará o turismo como


fator de desenvolvimento econômico e social, de divulgação, de valorização
e preservação do patrimônio cultural e natural, respeitando as peculiaridades
locais, coibindo a desagregação das comunidades envolvidas e assegurando

215
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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o respeito ao meio ambiente e à cultura das localidades exploradas, estimu-


lando sua auto-sustentabilidade.
1º O Estado definirá a política estadual de turismo proporcionando condi-
ções necessárias para o desenvolvimento da atividade.
2º O instrumento básico de intervenção do Estado, decorrente da norma
estatuída no caput, será o Plano Diretor de Turismo, estabelecido em lei ordi-
nária que, fundado no inventário do potencial turístico das diferentes regiões,
com a participação dos municípios envolvidos, direcionará as ações de plane-
jamento, promoção e execução da política estadual de turismo, cabendo ao
Poder Público o controle de qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas
de turismo no Estado do Pará.
3º Para o cumprimento do disposto no parágrafo anterior, caberá ao Esta-
do, em ação conjunta com os municípios, promover especialmente:
I – o inventário e a regulamentação do uso, ocupação e fruição dos bens
naturais e culturais de interesse turístico sob jurisdição do Estado;
II – a infraestrutura básica necessária à prática do turismo, apoiando e
realizando investimentos no fomento dos empreendimentos, equipamentos e
instalações e na qualificação dos serviços, por meio de linhas de crédito es-
peciais e incentivos fiscais;
III – a promoção do intercâmbio permanente com Estados da Federação
e com o exterior, visando o aumento do fluxo turístico e a elevação da média
de permanência do turista;
IV – o estímulo à produção artesanal típica de cada região do Estado me-
diante política de redução ou de isenção de tarifas devidas por serviços esta-
duais, conforme especificação em lei;
V – apoio à iniciativa privada no desenvolvimento de programas de lazer e
entretenimento para a população;
VI – apoio a eventos turísticos, na forma da lei;
VII – promoção da educação para o turismo em todos os níveis educacionais.

216
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – divulgação de informações sobre a atividade do turismo, com vistas a


conscientizar a população da importância do desenvolvimento do setor no Estado.
Parágrafo único. O Estado incentivará o turismo social, mediante benefí-
cios fiscais, na forma da lei.
* Este Capítulo VII, composto pelo art. 259-A, ao TÍTULO VIII da Consti-
tuição do Estado do Pará, foi adicionado pela Emenda Constitucional nº 71, de
20 de dezembro 2017, publicada no DOE Nº 33.545, de 25/01/2018.

TÍTULO IX
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 260. A ordem social tem como base o primado do trabalho e objetiva
o bem-estar e a justiça sociais.
CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

SEÇÃO I
Disposição geral

Art. 261. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações


de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, nos termos da
Constituição Federal e desta Constituição.

SEÇÃO II
Da Previdência Social

Art. 262. REVOGADO.

217
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de


agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação antes da revogação continha o seguinte teor:
“Art. 262 - O Estado contará com a instituição de seguridade social própria
para atendimento a seus servidores públicos e, nos termos da lei, de servidores
públicos de Municípios que a ela aderirem, respeitados os preceitos da Consti-
tuição Federal, especialmente seus artigos 20l e 202, e desta Constituição.
§ 1°. Os planos estaduais de previdência social serão estabelecidos e exe-
cutados, de conformidade com a política estadual de previdência social, apro-
vada através de lei e elaborada com a participação do Poder Público e dos ser-
vidores públicos, estes representados por sua entidade de classe, na forma
da lei, observado o disposto nos arts. 10 e 194, VII, da Constituição Federal.
§ 2°. Nenhum benefício a ser pago pelo órgão de previdência do Estado
poderá ser inferior ao valor da menor pensão.
§ 3°. Os limites de idade que determinam a perda de benefícios da previ-
dência estadual não se aplicam aos casos de deficientes físicos que estejam
inabilitados para o trabalho e deficientes mentais e múltiplos.
§ 4°. É garantida ao cônjuge sobrevivente ou pessoa com quem vivia em
união estável, ou filhos, enquanto menores, de servidor do Estado que morra
no cumprimento do dever, ou em decorrência dele, uma pensão equivalente aos
proventos a que faria jus o de cujus, se na ativa estivesse, sendo que a pensão
do filho deficiente, sem condições para o próprio sustento, será vitalícia.”

SEÇÃO III
Da Saúde e do Saneamento

Art. 263. A saúde é dever do Estado e direito fundamental de todos, as-


segurada mediante políticas sociais, econômicas, educacionais e ambientais.
§ 1°. Fica assegurado a todos o atendimento médico emergencial, nos
estabelecimentos de saúde públicos ou privados.

218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. É dever dos Poderes Públicos Estadual e Municipais garantir o bem-


-estar biopsicossocial de suas populações, considerando-as em seu contexto
sócio-geográfico-cultural.
Art. 264. As ações e serviços de saúde são de relevância pública, caben-
do ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre a gestão, planejamento,
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita, pre-
ferencialmente, através de serviços públicos e, complementarmente, através
de pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 265. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regio-
nalizada e hierarquizada e constituem o sistema único de saúde a nível do Es-
tado, a que se refere o artigo 198 da Constituição Federal, integrando a área
de proteção social, sendo organizado de acordo com as diretrizes federais e
mais as seguintes:
* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 265 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-
gionalizada e hierarquizada e constituem o sistema estadual de saúde, do
sistema único a que se refere o artigo 198 da Constituição Federal, sendo
organizado de acordo com as diretrizes federais e mais as seguintes:”
I - integração do Estado e Municípios no funcionamento do sistema, inclu-
sive na constituição de sistema de referência;
II - municipalização dos recursos, serviços e ações, com descentralização
e regionalização administrativa e orçamentária;
III - integração das ações assistenciais de saúde e de saneamento básico
com as ações de educação em saúde;
IV - prioridade para serviços e ações municipais de saúde na elaboração
dos planos e orçamentos anuais e plurianuais de saúde do Estado;
V - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;

219
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI - constituição paritária de conselho estadual e municipal, composto


pelo Poder Executivo com representantes de prestadores de serviço de saú-
de, trabalhadores de saúde e usuários, nos termos da lei, constituindo-se em
órgão competente para controle e avaliação das políticas e ações de saúde a
nível do Estado e dos Municípios, competindo-lhes as seguintes atribuições,
além de outras que a lei dispuser:
a) propor políticas, programas e projetos integrados de saúde e sanea-
mento, adequados às necessidades da população;
b) acompanhar, analisar, avaliar, fiscalizar e controlar a formulação e rea-
lização de políticas, programas e projetos integrados de saúde e saneamento;
c) analisar, fiscalizar e exercer o controle interno do uso e aplicação ade-
quada dos recursos destinados às ações do sistema estadual de saúde, opi-
nando, previamente, sobre a proposta orçamentária anual o setor;
d) realizar conferência bienal de saúde, com o objetivo de analisar e avaliar
as ações do sistema estadual de saúde, subsidiando novos planos e programas;
e) opinar, previamente, sobre qualquer projeto público ou privado que im-
plique política de saúde, nos termos da lei;
* Ver Lei 5.751/93. (DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO CONSELHO ESTADUAL
DE SAÚDE NA FORMA DO ART. 265, INCISO VI DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.)
* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 265 - .................
I - ....................
VI - constituição de conselho composto pelo Poder Público, inclusive dos
Municípios, e, majoritariamente, por representantes do setor médico-hospi-
talar e trabalhadores de saúde, paritariamente, e de usuários, nos termos da
lei, constituindo-se em órgão competente para controle e avaliação das polí-
ticas e ações de saúde a nível do Estado e dos Municípios, competindo-lhe as
seguintes atribuições, além de outras que a lei dispuser:

220
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) propor políticas, programas e projetos integrados de saúde e sanea-


mento, adequados às necessidades da população;
b) acompanhar, analisar, avaliar, fiscalizar e controlar a formulação e rea-
lização de políticas, programas e projetos integrados de saúde e saneamento;
c) analisar, fiscalizar e exercer o controle interno do uso e aplicação ade-
quada dos recursos destinados às ações do sistema estadual de saúde, opi-
nando previamente sobre a proposta orçamentária anual do setor;
d) realizar conferência bienal de saúde, com o objetivo de analisar e avaliar
as ações do sistema estadual de saúde, subsidiando novos planos e programas;
e) opinar, previamente, sobre qualquer projeto público ou privado que
implique política de saúde, nos termos da lei .”
VII - integração dos serviços e ações de saúde e saneamento desenvolvi-
dos pelo sistema, de acordo com o plano estadual de saúde;
VIII - participação da comunidade e dos profissionais de saúde e sane-
amento, através de suas entidades representativas, em todos os níveis de
planejamento, execução e gerenciamento do sistema, na forma da lei;
IX - prioridade para obras de saneamento básico;
X - instituição de política integrada de saúde e saneamento através de lei;
XI - elaboração, pelo Estado e Municípios, de planos anuais e plurianuais
de saúde;
XII - promoção e incentivo:
a) à pesquisa de tecnologias em saneamento, adequadas e compatíveis
com a realidade local, de maneira a maximizar o aproveitamento dos recursos
disponíveis para o setor, sem perda da qualidade dos serviços;
b) à pesquisa na área de saúde voltada para a realidade epidemiológica regional;
c) à pesquisa químico-farmacológica da flora e fauna medicinais da Ama-
zônia, visando o aproveitamento racional destes recursos na produção de
medicamentos;

221
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

d) ao plantio racional de espécies vegetais de ação farmacológica com-


provada, através de atividades educacionais, orientação técnica e assistência
creditícia especial e favorecida.
e) à atividade pública e privada que se destinem à prevenção e fiscalização
do uso de drogas e entorpecentes e recuperação de viciados ou dependentes,
inclusive com a destinação de recursos humanos e materiais a entidades pri-
vadas devidamente credenciadas.
XIII - fiscalização obrigatória da produção, venda, distribuição e comercia-
lização de produtos químicos e farmacológicos, proibida a comercialização de
drogas em fase de experimentação;
XIV - proibição de toda e qualquer experimentação, em seres humanos, de
substâncias, drogas ou meios contraceptivos que atentem contra a saúde e não
sejam de pleno conhecimento dos usuários, nem fiscalizados pelo Poder Público.
§ 1°. O sistema estadual de saúde será financiado com recursos do orça-
mento da seguridade social da União, do Estado e dos Municípios, além de
outras fontes, permitida a constituição de fundo estadual de saúde nos ter-
mos da lei, constituindo-se em dever para o Estado e Municípios a alocação e
aplicação adequada de recursos para tal fim.
* Ver Lei 5.740/93. (Cria o Fundo Estadual de Saúde).
§ 2°. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada e as instituições
privadas poderão participar de forma complementar do sistema estadual de
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou con-
vênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos,
sujeito a prévio exame pelo colegiado de que trata o inciso VI, deste artigo.
§ 3°. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subven-
ções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 4°. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no Estado, salvo nos casos previstos em
lei, e mediante aprovação prévia do colegiado estadual de que trata o inciso

222
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI, deste artigo, podendo haver recursos para a Assembléia Legislativa, que
decidirá, definitivamente, a respeito.
§ 5°. Na priorização de obras de saneamento básico, bem como no uso
integrado de recursos hídricos, devem ser utilizados critérios baseados em
indicadores epidemiológicos e sócio-econômicos e respeitado o princípio de
participação da comunidade alvo dos serviços, nos termos da lei.
§ 6°. A lei estabelecerá a organização e o funcionamento de entidades de
pesquisa, industrialização e produção farmacêutica, a partir da flora e fauna
medicinais da Amazônia.
§ 7°. Os recursos transferidos do Governo Federal pelo sistema unificado
de saúde serão aplicados, preferencialmente, no custeio das unidades de saú-
de para a prestação de serviços diretos à população.
Art. 266. É permitida a remoção de órgãos e tecidos de cadáveres huma-
nos para fins de transplante, na forma da lei, e, se o transplante for realizado
por órgão público, o custeio do funeral será atendido pelo Estado.
§ 1º. A remoção de órgãos e tecidos de cadáveres somente se dará após cons-
tatação da morte, observados os critérios estabelecidos pelo Órgão competente.
§ 2°. É vedado todo tipo de comercialização de órgãos, substâncias e te-
cidos humanos.
§ 3° Serão destinados até 25% (vinte e cinco por cento) do fundo previsto
no § 1° do Art. 265, para apoiar financeiramente, as ações e serviços de re-
moção, conservação, transporte e transplante de órgãos e tecidos humanos e,
também, o programa de capacitação dos profissionais envolvidos na atividade.
* Este parágrafo foi introduzido no Art. 266 desta CE com redação dada
pela Emenda Constitucional n° 09, de 17.06.1997 , publicada no DOE de
02.07.1997.
Art. 267. Os Poderes Públicos Estaduais e Municipais devem garantir aos
seus cidadãos saneamento básico, compreendido, na sua concretização mí-
nima, como os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário,
coleta e tratamento de resíduos sólidos e de drenagem urbana e rural, consi-

223
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

derado como de relevância pública, cabendo-lhes adotar mecanismos institu-


cionais e financeiros para tal fim.
§ 1°. As medidas de saneamentos adotadas pelos Estados e Municípios serão
estabelecidas de forma integrada com as atividades dos diferentes setores da ad-
ministração pública, com vista a assegurar:
I - captação de recursos financeiros e reservas orçamentárias suficientes e
adequadas às prioridades de investimentos previstos no plano estadual de saúde;
II - a ordenação e a disciplina das atividades públicas e privadas para a
utilização racional da água, do solo e do ar, de modo compatível com os ob-
jetivos de melhorias da saúde e do meio ambiente.
§ 2°. Serão estabelecidos em lei critérios de tarifação diferenciada para
atender a demanda dos segmentos menos favorecidos da população, bem
como para melhor utilização do potencial dos serviços de saneamento básico.
§ 3°. Compete aos órgãos estaduais de controle ambiental e de adminis-
tração de recursos hídricos a outorga de direito que possa influir na qualidade
ou quantidade das águas estaduais.
* Este § 3° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 267 - .................
§ 1° ....................
§ 3° Fica sujeita à aprovação prévia pelos órgãos estaduais de controle ambien-
tal e de administração de recursos hídricos a outorga a terceiros, pelos Municípios,
de direito que possa influir na qualidade ou quantidade das águas estaduais.”
Art. 268. É dever do Estado exercer o controle e fiscalização de todas as
operações, produção, transporte, armazenamento e utilização de medicamen-
tos e de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos, bem como
controlar, fiscalizar e inspecionar procedimentos, produtos e substâncias que
compõem os perfumes, sementes, bebidas e outros de interesse para saúde.
Art. 269. Compete ao Estado garantir:

224
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I - a fiscalização do cumprimento das medidas que visem a eliminação de


riscos de acidentes e doenças profissionais e do trabalho;
II - informação aos trabalhadores a respeito de atividades que comportam
riscos à saúde e dos métodos para o seu controle, com a participação das
comissões internas de prevenção de acidentes;
* Ver a Lei n° 5.607/90. (Dispõe sobre a constituição de grupos internos
de prevenção de acidentes.)
III - controle e fiscalização, através de órgãos de vigilância sanitária, dos
ambientes e processos de trabalhos, de acordo com os riscos de saúde, ga-
rantido o acompanhamento pelas entidades sindicais;
IV - participação das entidades sindicais e associações classistas na ges-
tão dos órgãos estaduais de saúde do trabalhador e de proteção ao ambiente
de trabalho;
V - a veiculação de programas de educação em saúde, previamente apro-
vados pelo conselho a que se refere o inciso VI do art. 265, através dos meios
de comunicação de massa.
Art. 270. Ao sistema estadual de saúde compete, além de outras atribui-
ções, nos termos da lei:
I - gerir o plano estadual de alimentação e nutrição, de acordo com as
prioridades e estratégias regionais, em consonância com o plano nacional de
alimentação e nutrição;
II - estabelecer condições e requisitos que facilitem a coleta, processa-
mento e transfusão de sangue e derivados;
III - orientar e fiscalizar a utilização de práticas alternativas por profissio-
nais habilitados.
IV - garantir que instituições públicas ou privadas que mantenham servi-
ços de dispensação de medicamentos respeitem os padrões técnicos e cientí-
ficos, visando assegurar assistência farmacêutica de boa qualidade;
V - garantir o acesso da população à utilização de medicamentos essen-
ciais, através da rede pública, baseado no perfil nosológico regional;

225
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI - executar as ações de vigilância epidemiológica, de qualidade dos ali-


mentos e controle de infecção hospitalar, em colaboração com a União e os
Municípios, quando for o caso;
VII - promover e apoiar a formação e aperfeiçoamento de recursos huma-
nos nas áreas de saúde e saneamento básico em todos os níveis;
VIII - assegurar aos profissionais de saúde capacitação técnica e recicla-
gem permanente, condições adequadas de trabalho para execução de suas
atividades em todos os níveis, incentivo à interiorização e à dedicação exclu-
siva e tempo integral;
IX - defender e promover as condições cientificamente necessárias ao ple-
no exercício do aleitamento materno;
X - planejar, coordenar, gerir, controlar e avaliar a política estadual de saúde;
XI - transferir regularmente os recursos financeiros devido aos Municípios,
na forma da lei;
XII - garantir, no que diz respeito à rede complementar privada que inte-
grar o sistema, a co-responsabilidade da qualidade dos serviços prestados;
XIII - estabelecer normas, fiscalizar e controlar edificações, instalações,
estabelecimentos, atividades, procedimentos, produtos, substâncias e equi-
pamentos que interfiram na saúde individual ou coletiva, inclusive na saúde
do trabalho;
XIV - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
XV - garantir assistência integral ao portador de qualquer doença infecto-
-contagiosa, inclusive ao portador do vírus da Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida - SIDA, assegurada a internação dos doentes nos serviços mantidos
direta ou indiretamente pelo Sistema Único de Saúde, vedada qualquer forma
de discriminação por parte de instituições públicas ou privadas.
* Este inciso XV foi acrescentado ao Art. 270, desta Constituição Estadual
através da Emenda Constitucional nº 27, de 17 de agosto de 2004, publicada
no DOE Nº 30.261, de 20/08/2004.

226
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A rede pública de saúde prestará atendimento médico


para a prática do aborto, nos casos previstos na lei federal.

SEÇÃO IV
Da assistência social

Art. 271. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, res-
peitado o disposto na Constituição Federal, cabendo ao Estado:
* Ver Lei 5.940, de l5/0l/96. (Dispõe sobre a Política Estadual de Assistên-
cia Social no Estado do Pará.)
I - garantir que o processo de adoção de criança ou adolescente órfão ou
abandonado seja acompanhado por instituições credenciadas, assistidas pelo
Poder Público, na forma da lei;
II - garantir prioridade no atendimento e verificação da situação de crian-
ças, adolescentes, jovens e idosos carentes, especialmente os que se encon-
tram em situação de risco social ou pessoal;
III – gratuidade em todos os processos e procedimentos, judiciais e extra-
judiciais, inclusive expedição de documentos, quando de interesse de criança,
adolescente, jovem e idoso carente”.
* Os incisos II e III, do art. 271, desta Constituição Estadual, foram alte-
rados através da Emenda Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013,
publicada no DOE Nº 32.483, de 18/09/2013.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art.271. ........................................................
......................................................................
II - garantir prioridade no atendimento e verificação da situação de crian-
ças e adolescentes carentes, especialmente os que se encontram em situação
de risco social ou pessoal;
III - gratuidade em todos os processos e procedimentos, judiciais e extra-
judiciais, inclusive expedição de documentos, quando de interesse de criança
ou adolescente carente;”

227
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV - assistir as pessoas portadoras de deficiência através de programas


de prevenção e atendimento especializado e de integração social, inclusive
treinamento para o trabalho e convivência;
V - estabelecer percentuais mínimos de admissão de deficientes físicos ou
sensoriais no serviço público;
* Ver a Lei n° 5.793/93. (Dispõe sobre o percentual mínimo de admissão
de deficientes físicos e/ou sensoriais no serviço público.)
VI - estabelecer, coordenar e executar, em parceria com os Municípios,
uma política integrada de assistência social, respeitados, além de outros es-
tabelecidos em lei, os seguintes princípios:
* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999, publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 271 - .................
I - ..................
VI - estabelecer, coordenar e executar, em colaboração com os Municí-
pios, uma política integrada de assistência social, respeitado, além de outros
estabelecidos em lei, os seguintes princípios:”
a) responsabilidade do Poder Público estadual pelos serviços de abrangên-
cia regional e os programas, projetos ou atividades que não possam, por seu
custo, especialização ou grau de complexidade, ser executados pelos Municí-
pios;
b) descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as
normas gerais ao Poder Público federal e a coordenação e execução dos res-
pectivos programas ao Estados e Municípios, considerando-se estes e a co-
munidade como instâncias básicas de atendimento e execução de programas;
c) participação da população com a adoção de colegiado específico, com-
posto paritariamente por representantes do Poder Executivo e da sociedade
civil, na forma da lei, que definirá suas atribuições, competência e composi-

228
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ção, garantindo-se sua participação na formulação das políticas e no controle


das ações do setor;
* Esta alínea teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 271 - .................
I - ..................
VI - .....................
a) ...................
c) participação da população com a adoção de colegiado específico, com-
posto por representantes do Poder Público e, majoritariamente, por represen-
tantes da sociedade civil, na forma da lei, que definirá suas atribuições, com-
petência e composição, garantindo-se sua participação na formulação das
política e no controle das ações do setor;”
d) participação complementar das instituições não governamentais de
assistência social na política integrada de assistência social, mediante livre
adesão, respeitadas as diretrizes gerais estabelecidas pelo Estado, vedada
qualquer interferência político-partidário;
* Esta alínea teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 271 - .................
I - ..................
VI - .....................
a) ...................
d) participação complementar das instituições privadas de assistência so-
cial na política integrada de assistência social, mediante livre adesão, respei-
tadas as diretrizes gerais estabelecidas pelo Estado, vedada qualquer interfe-
rência político-partidária;”

229
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e) integração das ações dos órgãos e entidades assistenciais públicas,


compatibilizando programas e recursos, garantida a participação dessas enti-
dades na formulação da política estadual de assistência social;
f) gerenciamento articulado e integrado dos recursos destinados à assis-
tência social, facultada a adoção de fundos específicos, na forma da lei;
g) proibição de distribuição de recursos públicos do setor, por ocupantes
de cargos eletivos, diretamente, ou por indicação ou por sugestão ao órgão
competente;
h) prevalência das políticas básicas nas áreas de saúde, educação, traba-
lho, habitação, abastecimento, transporte e alimentação para as ações gover-
namentais e programas de assistência social, em face da natureza compensa-
tória e emergencial desta.
VII - definir os recursos e procedimentos necessários para garantir as
condições mínimas de sobrevivência nutricional aos desempregados e seus
dependentes ou deficientes de qualquer natureza, impedidos de sustentar-se
por si, ou por conta dos que dependam.

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA, DO DESPORTO E DO LAZER

* Este Capítulo teve a sua denominação alterada pela Emenda Consti-


tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A denominação anterior continha o seguinte teor:
“Título IX
Capítulo III - DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO”

230
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SEÇÃO I
Da educação

Art. 272. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, é


baseada nos princípios da democracia, do respeito aos direitos humanos, da
liberdade de expressão, objetivando o desenvolvimento integral da pessoa,
seu preparo para o exercício consciente da sua cidadania e sua qualificação
para o trabalho.
Parágrafo único. O Poder Público estimulará e apoiará o desenvolvimento
de propostas educativas diferenciadas com base em novas experiências peda-
gógicas, através de programas especiais destinados a adultos, crianças, ado-
lescentes, jovens e idosos carentes e trabalhadores, bem como à capacitação
e habilitação de recursos humanos para a educação pré-escolar e de adultos.
* O parágrafo único, do art. 272, desta Constituição Estadual, foi alterado
através da Emenda Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013, publi-
cada no DOE Nº 32.483, de 18/09/2013.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art.272. ........................................................
Parágrafo único. O Poder Público estimulará e apoiará o desenvolvimento
de propostas educativas diferenciadas com base em novas experiências pe-
dagógicas, através de programas especiais destinados a adultos, crianças e
adolescentes carentes e trabalhadores, bem como à capacitação e habilitação
de recursos humanos para a educação pré-escolar e de adultos.’
Art. 273. As instituições educacionais de qualquer natureza ministrarão o
ensino com base nos princípios estabelecidos na Constituição Federal e mais
os seguintes:
I - direito de acesso e permanência na escola para qualquer pessoa, ve-
dadas distinções baseadas na origem, raça, sexo, idade, religião, preferência
política ou classe social;
II - liberdade de pensar, aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte, o saber e o conhecimento;

231
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei,


planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 273 - .................
I - ..................
III - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei,
planos de carreiras para o magistério público, com piso salarial profissional e
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado
regime jurídico único para todas as instituições mantidas pelo Estado, respei-
tado o disposto no artigo 39 da Constituição Federal;”
IV - reinvestimento em educação, no âmbito do Estado, do percentual que
for estabelecido em lei dos lucros auferidos pelas instituições privadas de en-
sino estabelecidas no Pará;
V - manutenção, no âmbito do Estado, em originais ou duplicatas arqui-
vadas, por qualquer meio, em seus órgãos de consulta, dos resultados de
pesquisas, bases de dados e acervos científicos, bibliográficos e tecnológicos
colecionados no exercício de atividade educacional, revertendo em favor do
Estado o material acumulado, na hipótese de fechamento, extinção ou trans-
ferência da instituição de ensino aqui estabelecida;
VI - direito de organização autônoma dos diversos segmentos da comuni-
dade escolar;
* Ver a Lei n° 5.862/94. (Dispõe sobre a organização autônoma dos estu-
dantes nos estabelecimentos da rede estadual de ensino.)
VII - livre acesso, por parte dos membros da comunidade escolar, às in-
formações sobre eles existentes nas instituições a que estiverem vinculados;

232
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, vedada


a cobrança de taxa ou contribuição, a qualquer título ou com qualquer finali-
dade, ainda que facultativa.
Art. 274. O ensino fundamental é obrigatório e gratuito, assegurada, in-
clusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na
idade própria.
§ 1° Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil e o Estado atuará prioritariamente no ensino fundamental
e médio.
§ 2° O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 3° O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 4° Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino funda-
mental, promover anualmente o levantamento da população que alcança a
idade escolar, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
pela freqüência à escola.
§ 5° É garantida a progressiva universalização do ensino médio gratuito.
§ 6° Na organização de seus sistemas de ensino, o Estado e os Municípios
definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do
ensino obrigatório.
* Este artigo e seus §§ teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 274 - O ensino fundamental é obrigatório e gratuito, inclusive para
aqueles que a ele não tiverem acesso na idade própria.
§ 1°. O ensino fundamental será oferecido, concorrentemente, pelo Esta-
do e Municípios e pelos estabelecimentos particulares de ensino, até a univer-
salização do atendimento, sendo obrigatória a prioridade municipal na orga-
nização de novas escolas.

233
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.


§ 3°. O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 4°. Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino funda-
mental, promover anualmente o levantamento da população que alcança a
idade escolar, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
pela freqüência à escola.”
Art. 275. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, po-
dendo ser dirigidos, em caráter suplementar, conforme planos e programas
aprovados pelo Poder Legislativo competente, a escolas comunitárias, con-
fessionais ou filantrópicas, definidas em lei e reconhecidas como de utilidade
pública, desde que:
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem integralmente seus ex-
cedentes financeiros em educação, dentro dos limites do Estado;
II - assegurem a destinação do seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional estabelecida no Estado, ou ao Poder Público esta-
dual ou municipal, em caso de encerramento de suas atividades.
§ 1°. Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas
de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que
demostrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cur-
sos regulares na rede pública na localidade da residência do educando.
§ 2°. Verificada a necessidade de concessão de bolsas de estudo, quando
se tratar de ensino fundamental ou médio, para estudantes de uma mesma
localidade, em número superior a cinqüenta, fica o Poder Público obrigado a
investir na expansão da rede pública da localidade.
Art. 276. O atendimento educacional será especializado para os super-
dotados e para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, inclu-
sive com educação para o trabalho, ministrado, preferencialmente, na rede
regular de ensino, nos diferentes níveis, resguardadas as necessidades de

234
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

acompanhamentos e adaptação e garantidos materiais e equipamentos de


adequados.
Parágrafo único. As instituições privadas, voltada para o ensino de que
trata este artigo, serão apoiadas e acompanhadas pelo Poder Público.
Art. 277. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,
de maneira a assegurar, além do exigido no artigo 210 da Constituição Fede-
ral, o seguinte:
I - respeito aos valores artísticos, históricos e culturais, nacionais e regionais;
II - consciência ecológica nacional, particularmente voltada para o ecos-
sistema amazônico;
III - iniciação científica;
IV - conhecimento do contexto sócio-político-econômico da Amazônia;
V - educação para o trânsito;
VI - noções de estudos constitucionais;
VII - noções de Direitos Humanos.
* Este Inciso VII, foi acrescido ao Art. 277 desta CE pela Emenda Consti-
tucional nº 22, de 18 de novembro de 2003, publicada no DOE Nº 30.075, de
20 de novembro de 2003.
§ 1°. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas, podendo versar sobre quaisquer reli-
giões, inclusive afro-brasileiras, estrangeiras ou indígenas.
§ 2°. Os alunos que se encontrarem em atraso quanto à idade regular de
matrícula merecerão tratamento especial em cursos regulares, diurnos ou
noturnos, ou em cursos especiais.
§ 3°. O Poder Público oferecerá ensino regular noturno adequado às con-
dições do educando, cujos currículos, qualquer que seja a escola, deverão se
adequar às necessidades do aluno trabalhador, respeitados os conteúdos e a
carga horária mínimos dispostos em lei.
§ 4°. O ensino de história levará em conta, prioritariamente, as contribui-
ções das diversas culturas e etnias para a formação do povo paraense, e o de

235
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

geografia as peculiaridades locais e regionais, respeitados os conteúdos e a


carga horária mínimos dispostos em lei.
* Ver a Lei n° 5.771/93. (Dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de
história dos Municípios, nas escolas da rede estadual.)
Art. 278. O ensino será organizado em sistema estadual, constituído pe-
las instituições públicas ou privadas existentes no Estado, que prestem ser-
viços continuados de instituição para a população, pelos órgãos colegiados,
normativos, técnicos fiscalizadores e pelos órgãos do Poder Executivo encar-
regados de executar as políticas educacionais.
* Ver a Lei n° 6.170/98. (Regulamenta o sistema estadual de ensino.)
§ 1°. Constitui base do sistema estadual hierarquizado e descentralizado
de educação a rede pública regular de ensino custeada pelo Estado do Pará
e seus Municípios, para a qual reverterão todas as prioridades de ação em
âmbito municipal e estadual.
§ 2°. As escolas públicas federais localizadas no Estado integram o siste-
ma como associadas, obedecendo, entretanto, a normatização específica da
área federal.
§ 3°. São órgãos normativos e fiscalizadores do sistema estadual de edu-
cação, nos termos da lei:
I - o Conselho Estadual de Educação, constituído pelo Secretário de Estado
de Educação, como membro nato, por representante da Assembléia Legislativa
e, majoritariamente, por membros eleitos da sociedade civil, inclusive, entida-
des sindicais profissionais e econômicas da educação, e estudantes secunda-
ristas e universitários competindo-lhe, dentre outras, as seguintes atribuições:
a) elaborar propostas de política educacional;
b) estabelecer interpretação legislativa, como órgão normatizador;
c) analisar e aprovar em primeira instância, o plano estadual de educação,
elaborado pelo Poder Executivo;
d) fiscalizar e licenciar as escolas integrantes do sistema estadual de educação;

236
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e) aprovar diretrizes e normas relativas ao estabelecimento de convênios


celebrados com escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas.
* Esta alínea teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 278 - ..............
§ 1° .................
§ 3° .................
a) ...................
e) aprovar convênios celebrados com escolas comunitárias, confessionais
ou filantrópicas.”
II - os conselhos municipais de educação, regulados em lei municipais.
III - os conselhos escolares que são órgãos de aconselhamento, controle,
fiscalização e avaliação do sistema de ensino, a nível de cada estabelecimento
escolar público ou naqueles que do poder Público recebam auxílios financeiros
ou bolsas, constituindo-se crime de responsabilidade os atos que importem
em embaraço ou impedimento de organização ou regular funcionamento des-
ses colegiados, observado o seguinte:
* Ver Lei Complementar n° 06, de 27/02/91. (Dispõe sobre o funciona-
mento do Conselho Escolar nos Estabelecimentos de Ensino de 1° e 2° Graus
da Rede Pública do Estado do Pará.)
a) os conselhos terão seu funcionamento regulado em lei, e serão cons-
tituídos pelo diretor da escola, pela representação eqüitativa eleita dos es-
pecialistas em educação, professores, alunos que tenham, no mínimo, doze
anos, pais de alunos, funcionários não docentes e comunidades onde se in-
sere a escola;
* Ver Lei Complementar n° 06, de 27/02/91 (Dispõe sobre o funciona-
mento do Conselho Escolar nos Estabelecimentos de ensino de 1° e 2° Graus
da Rede Pública do Estado do Pará.)

237
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) fica o Poder Executivo obrigado a nomear o diretor da escola dentre os


integrantes de lista tríplice encaminhada pelo conselho escolar.
Art. 279. Os Municípios instituirão seus sistemas próprios de ensino, que
integrarão o sistema estadual, baseado nos princípios desta Constituição.
Parágrafo único. O Estado prestará assistência técnica e financeira aos
Municípios na organização de seus respectivos sistemas.
Art. 280. O ensino público será organizado em redes estadual e munici-
pais, em regime de colaboração, obedecendo aos princípios desta Constitui-
ção e visando:
I - ao atendimento prioritário à escolaridade obrigatória;
II - a responsabilização progressiva do Município no atendimento em cre-
ches, pré-escolas e ensino fundamental:
III - ao desenvolvimento de programas suplementares de material didático-
-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde, financiados com recur-
sos provenientes de contribuições sociais e outros previstos nos orçamentos.
§ 1°. A responsabilidade progressiva referida no inciso II, far-se-á a partir
da educação infantil e do primeiro ciclo do ensino fundamental e, à medida
que os Municípios assumam as escolas fundamentais, o Estado será obrigado
a, concomitantemente, expandir o ensino médio, através da criação de esco-
las técnicas, agrícolas ou industriais e de escolas de formação de professores
para o primeiro grau, priorizando, em qualquer caso, o interior do Estado.
* Este § 1° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 280 - ..............
I - .................
III - .................
§ 1° A responsabilidade progressiva referida no inciso II, far-se-á a partir
das primeiras séries do ensino fundamental e, à medida que os Municípios
assumam as escolas fundamentais, o Estado será obrigado a, concomitante-

238
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

mente, expandir o ensino médio, através da criação de escolas técnicas, agrí-


colas ou industriais e de escolas de formação de professores para o primeiro
grau, priorizando, em qualquer caso, o interior do Estado.”
§ 2°. O Estado e os Municípios desenvolverão esforços para a atualização,
capacitação e qualificação docente, visando a gradual extinção de quadro de
professores leigos.
§ 3°. O Estados e os Municípios facilitarão o estágio para estudantes nas
várias repartições públicas, sem vínculo empregatício, como situação transi-
tória, visando à integração entre o alunado e os órgãos públicos.
Art. 281. A lei estabelecerá o plano estadual de educação, de duração plu-
rianual e ajustamentos anuais, de forma integrada, articulada e harmônica com
o plano nacional de educação e com os planos municipais de educação, e de
acordo com a política estadual de educação, devendo conter, obrigatoriamente:
I - o programa de responsabilização progressiva do Município do ensino fun-
damental previsto para o período e a correspondente expansão do ensino médio;
II - o programa de expansão da rede pública de ensino;
III - medidas concernentes à valorização e capacitação técnica e profissio-
nal dos trabalhadores em educação;
IV - medidas destinadas ao estabelecimento de modelos de ensino rural,
que considerem a realidade estadual específica.
§ 1°. A não-apresentação do plano estadual de educação, ou a não-deli-
beração, pela Assembléia Legislativa, importa em responsabilidade da auto-
ridade competente.
§ 2°. O Estado publicará, anualmente, relatório da execução financeira
da despesa em educação, por fonte de recursos, e o remeterá à Assembléia
Legislativa e ao Conselho Estadual de Educação, até trinta dias após o encer-
ramento de cada semestre, discriminados os gastos mensais e, em especial,
os de reforma, manutenção e conservação das escolas, bem como as respec-
tivas fontes.

239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 282. A Universidade do Estado do Pará, criada pela lei n° 4.526, de


09 de julho de 1974, será:
* Ver a Lei 5.747/93. (Cria a Universidade do Estado do Pará.)
I - organizada com autonomia didática-científica, administrativa e de ges-
tão financeira e patrimonial e com obediência ao princípio de indissociabilida-
de entre o ensino, pesquisa e extensão;
II - comprometida com o desenvolvimento da ciência, tecnologia, educa-
ção, cultura e inovação;
* O inciso II, deste art. 282, teve sua redação alterada pela Emenda Cons-
titucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº 33.253,
de 18/11/2016.
* A redação alterada continha o seguinte teor:
“Art. 255. ...............................................
I - .........................................................
II - comprometida com o desenvolvimento da ciência, tecnologia, educa-
ção e cultura;”
III - expandida, considerando o interior do Estado como prioritário e obrigatório;
IV - voltada para a preparação de seus integrantes objetivando o exercício
consciente da cidadania e qualificação dos seus recursos humanos, visando
atender as demandas do Estado;
V - cooperativa com outras instituições de ensino superior;
VI - gratuita, garantindo contrapartida de serviços à comunidade.
Parágrafo único. As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e
fomento à inovações realizadas pela Universidade do Estado do Pará e/ou por
instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio fi-
nanceiro do Poder Público.
* O Parágrafo único acima, foi introduzido ao art. 282, através da Emen-
da Constitucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº
33.253, de 18/11/2016.

240
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 283. O Estado do Pará aplicará, no mínimo vinte e cinco por cento
da receita resultante de impostos, incluindo transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Art. 284 É assegurado aos estudantes de qualquer nível, o benefício da
tarifa reduzida à metade, nos transportes urbanos e nos transportes intermu-
nicipais, terrestres ou aquaviários, na forma da lei.
* Este artigo foi REGULAMENTADO pela Lei nº 7.327, de 13 de novembro
de 2009, publicada no DOE Nº 31.546, de 17/11/2009.

* Este artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional nº 35,
de 24 de janeiro de 2007, publicada no DOE Nº 30.864, de 13/02/2007.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 284. É assegurado aos estudantes de qualquer nível o benefício de
tarifa reduzida à metade, nos transportes urbanos, terrestres ou aquaviários,
na forma da lei.”

* Ver Lei complementar n° 002, de 18/01/90, (Que estabelece normas e


requisitos para a aquisição de tarifa reduzida à metade nos transportes ur-
banos, terrestres ou aquaviários), alterada pela Lei Complementar n° 08, de
23/09/91.
SEÇÃO II
Da cultura

* Ver Lei 5.885, de 09/02/95. (DISPÕE SOBRE O INCENTIVO FISCAL PARA


A REALIZAÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS NO ÂMBITO DO ESTADO DO PARÁ
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.)
Art. 285. O Estado promoverá e garantirá o pleno exercício dos direitos
culturais e o acesso livre à cultura, considerada bem social e direito de todos.
* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitu-
cional nº 65, de 22 de setembro de 2015, publicada no DOE Nº 32.984, de
22/09/2015.

241
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* A redação anterior continha o seguinte teor:


“Art. 285. O Estado promoverá e garantirá o pleno exercício dos direitos
culturais e o acesso livre à cultura, considerada bem social e direito de todos.
OBSERVAÇÃO: NÃO OBSERVAMOS QUALQUER ALTERAÇÃO NO TEXTO DO
CAPUT DO ART. 285, POR FORÇA DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº65/2015
PUBLICADA MAS AINDA ASSIM REALIZAMOS AS ALTERAÇÕES DEVIDAS.
§ 1°. A cultura e a tradição paraense, com base na criatividade da popu-
lação e no saber do povo, terão prioridade pelo seu caráter social e pelo que
representam de base à formação da identidade do Estado.
§ 2°. A valorização da cultura paraense ocorrerá através de suas bases
municipais, a fim de que se assegure a unidade na diversidade, a partir de
suas áreas de produção, preservando sua autenticidade e originalidade.
§ 3º Haverá livre e plena circulação de bens culturais do Estado, bem
como a produção e promoção de bens culturais.
* O § 3º deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Constitu-
cional nº 65, de 22 de setembro de 2015, publicada no DOE Nº 32.984, de
22/09/2015.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 285. ..............................
§ 3°. Haverá livre e plena circulação dos bens culturais no Estado.”
§ 4°. O Estado, em colaboração com os Municípios, implantará bibliotecas,
arquivos, museus e espaços culturais de múltiplos usos, objetivando a difusão
da cultura geral e, especialmente, a paraense, instituindo-se sistemas pró-
prios para cada segmento.
§ 5º Valorização da diversidade étnica e regional.
§ 6º Defesa e valorização do patrimônio cultural paraense.
§ 7º Formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas
múltiplas dimensões.
§ 8º Democratização do acesso aos bens de cultura.

242
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Os §§ 5º, 6º, 7º e 8º, foram acrescidos a este art. 285 pela Emen-
da Constitucional nº 65, de 22 de setembro de 2015, publicada no DOE Nº
32.984, de 22/09/2015.
Art. 286. Constituem patrimônio cultural paraense os bens de natureza
material ou imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos forma-
dores da sociedade paraense, nos quais se incluem:
* Ver Lei n° 5.629/90 (Dispõe sobre a Preservação e Proteção do Patrimô-
nio Histórico, Artístico, Natural e Cultural do Estado do Pará.)
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destina-
dos às manifestações artístico-culturais;;
V - as cidades, os edifícios, os conjuntos urbanos e sítios de valor arqui-
tetônico, histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecoló-
gico, científicos e inerentes a relevantes narrativas da nossa história cultural;
VI - a cultura indígena, tomada isoladamente e em seu conjunto.
§ 1°. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá:
a) o patrimônio cultural paraense, por meio de inventários, registros, vigilância,
tombamento, desapropriação e outras formas de acautelamento e preservação;
b) as manifestações culturais e populares, indígenas e afro-brasileiras e de
outros grupos participantes do processo civilizatório.
§ 2°. Ficam tombados os sítios dos antigos quilombos paraense, dos sam-
baquis, das áreas delimitadas pela arquitetura de habitação indígena e áreas
inerentes a relevante narrativas de nossa história cultural.
§ 3°. O Poder Público efetuará o tombamento dos centros históricos de
ocupação portuguesa no Estado, cabendo aos órgãos competentes a delimi-
tação das áreas preservadas, bem como prédios e conjuntos.

243
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4°. Cabe à administração pública o fortalecimento das entidades cultu-


rais privadas, de utilidade pública, através do apoio técnico-financeiro para
incentivo à produção local sem fim lucrativo.
§ 5°. Será garantido o livre acesso de qualquer pessoa a todas as informa-
ções que subsidiem a história da comunidade.
§ 6°. Os bens culturais e imóveis tombados terão área de entorno ou am-
biência para proteção da unidade arquitetônica e paisagística, cabendo ao
órgão competente a definição dessas áreas.
§ 7°. É dever do Estado resgatar, manter, preservar, conservar, restaurar,
pesquisar, expor e divulgar, bem como garantir os meios de ampliação do
patrimônio documental, fonográfico, audiovisual, plástico, bibliográfico, mu-
seológico, histórico, artístico e arquivístico das instituições culturais, sem fins
lucrativos e de utilidade pública.
§ 8°. O Estado, na preservação dos bens culturais móveis, obrigatoria-
mente, fará a coleta e proteção da documentação gerada pela administração
pública direta e indireta, recolhendo-os ao arquivo público do Estado, e os
objetos e documentos históricos e artísticos ao museu do Estado, que após
triados serão tombados.
* Ver Lei 5.811, de 24/01/94.,que regulamenta o § 8° da Constituição
Estadual.
Art. 287. O conselho Estadual de Cultura será composto com a participação
de representantes do Poder Público e, majoritariamente, por representantes da
sociedade civil, eleitos pelas entidades ligadas à cultura, especialmente para
este fim, na forma da lei, que estabelecerá sua competência e atribuições.

SEÇÃO III
Do Desporto

Art. 288. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-


-formais, como direito de cada um, observados os preceitos do artigo 217 da
Constituição Federal e mais os seguintes:

244
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I - incentivo ao desporto escolar, ao lazer e às atividades desportivas co-


munitárias, definindo, através do seu órgão competente, normas disciplina-
doras para sua organização e funcionamento;
II - o desporto escolar se desenvolverá a partir da educação física curricu-
lar, com matrícula obrigatória, em todos os estabelecimentos de ensino do Es-
tado, contribuindo, na formação do educando, para o exercício da cidadania;
III - o exercício de funções em órgão colegiado oficial com atuação em maté-
ria desportiva, seja federal ou estadual, inclusive Justiça Desportiva, assim como
a convocação para integrar representação desportiva estadual não-profissional,
será considerado de relevante interesse, e os servidores e empregados públicos,
nestas condições, terão abonadas suas faltas, computando-se como de efetivo
serviço o período de permanência e de duração da convocação;
IV - a distribuição e repasse dos recursos públicos estaduais às entidades
e associações desportivas far-se-ão com base em critério estabelecido em lei,
que levará em conta o número de atletas assim organizados;
V - o esporte terá seu planejamento, normatização e fiscalização, com
concentração de recursos, coordenados por um único órgão estadual, o qual
terá sob sua responsabilidade a construção e conservações de instalações
desportiva comunitárias para a prática do desporto;
VI - garantir às pessoas portadoras de deficiência as condições à prática
de educação física, de esporte e lazer.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Art. 289. O Estado promoverá e incentivará, através de uma política espe-


cífica, o desenvolvimento científico e tecnológico, a pesquisa básica, a autono-
mia e a capacitação tecnológica, a inovação e a ampla difusão do conhecimen-
to, tendo em vista a qualidade de vida da população, o desenvolvimento do
sistema produtivo, a solução dos problemas sociais e o progresso das ciências.

245
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1° A política estadual de ciência, tecnologia e inovação, considerando as


especificidades regionais, adotará como princípios o respeito à vida e à saúde
humana, o aproveitamento racional e não predatório dos recursos naturais, a
preservação, e a conservação e a recuperação do meio ambiente, bem como
o respeito aos valores culturais da população do Estado e definirá critérios e
mecanismo que:
* A nomenclatura dada ao Capítulo acima; o caput do art. 289; e, o caput
do § 1º do art. 289, tiveram suas redações alteradas pela Emenda Constitu-
cional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº 33.253, de
18/11/2016.
* As redações alteradas continham o seguinte teor:
“CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Art. 289. O Estado promoverá e incentivará, através de uma política es-
pecífica, o desenvolvimento científico e tecnológico, a pesquisa básica, a au-
tonomia e a capacitação tecnológica, e a ampla difusão dos conhecimento,
tendo em vista a qualidade de vida da população,
o desenvolvimento do sistema produtivo, a solução dos problemas sociais
e o progresso das ciências.
§ 1°. A política estadual de ciência e tecnologia, considerando as especi-
ficidades regionais, adotará como princípios o respeito à vida e à saúde hu-
mana, o aproveitamento racional e não predatório dos recursos naturais, a
preservação, e a conservação e a recuperação do meio ambiente, bem como
o respeito aos valores culturais da população do Estado e definirá critérios e
mecanismo que:”
I - garantem a qualidade e evitem solução de continuidade de programas
e projetos de pesquisas;
II - estabeleçam limites para instalação de complexos tecnológicos ou
atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental ou social,
promovendo e incentivando tecnologia adequada que superem esses danos:

246
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III - incentivem empresas a investir em pesquisas, criação de tecnologia


adequada ao Estado, formação e aperfeiçoamento de recursos humanos, na
forma da lei;
IV - promovam a integração das pesquisas desenvolvidas no Estado, de
modo a racionalizar a distribuição e à aplicação de recursos;
V - permitam o registros das atividades científicas no Estado, viabilizando
o acompanhamento e a difusão da sistemática, de modo que as pesquisas
desenvolvidas com recursos ou administração do Estado, tenham seus resul-
tados divulgados, especialmente, à população que constitui objeto da inves-
tigação científica.
§ 2°. A pesquisa tecnológica e aplicada será voltada preponderantemente,
para o desenvolvimento do sistema produtivo do Estado e para a solução de
seus problemas sociais, em harmonia com os direitos e garantias fundamentais.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ci-
ência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do apoio às ativi-
dades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem meios
e condições especiais de trabalho.
§ 4º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, estimulará
a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esfe-
ras de governo.
§ 5º O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas
empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição
e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais ambientes pro-
motores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação,
absorção, difusão e transferência de tecnologia.”
§ 6º O Estado e os Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação
com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o
compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instala-
da, para a execução de projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e

247
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tecnológico e de inovação, mediante contrapartida financeira ou não financei-


ra assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei.
* Os §§ 3; 4º; 5º; e 6ºº foram acrescidos ao art. 289, através da Emen-
da Constitucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº
33.253, de 18/11/2016.
Art. 290. O Estado manterá um conselho estadual específico para ciên-
cia, tecnologia e inovação, integrado por representantes do Poder Executivo,
do Poder Legislativo, da iniciativa privada nacional que financie e desenvolva
programas de pesquisa científica, tecnológica ou de
inovação e dos Municípios, este indicado através das associações de Mu-
nicípios, e, majoritariamente, por representantes de instituições de pesquisas
e de associações científicas, com as seguintes atribuições, além de outras
estabelecidas em lei:
I - opinar, obrigatoriamente, sobre a política estadual de ciência, tecnolo-
gia e inovação;
* O caput do art. 290 e seu inciso I, tiveram suas redações alteradas pela
Emenda Constitucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE
Nº 33.253, de 18/11/2016.
* As redações alteradas continham o seguinte teor:
“Art. 290. O Estado manterá um conselho estadual específico para ciência
e tecnologia, integrado por representantes do Poder Executivo, do Poder Le-
gislativo, da iniciativa privada nacional que financie e desenvolva programas
de pesquisa científica ou tecnológica e dos Municípios, este indicado através
das associações de Municípios, e, majoritariamente, por representantes de
instituições de pesquisas e de associações científicas, com as seguintes atri-
buições, além de outras estabelecidas em lei:
I - opinar, obrigatoriamente, sobre a política estadual de ciência e tecnologia;”
II - opinar, previamente, sobre a proposta orçamentária para o setor;
III - avaliar a execução das atividades de pesquisas financiadas com re-
cursos estaduais.

248
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 291. Lei complementar fixará a forma pela qual o Estado do Pará
exercerá a faculdade prevista no § 5°. do art. 218 da Constituição Federal,
respeitado o limite mínimo de três décimos por cento da receita orçamentária.
* Ver Lei Complementar n° 29, de 21/12/95 (Institui o Fundo Estadual de
Ciência e Tecnologia do Pará).
§ 1° Aplicação dos recursos a que se refere este artigo far-se-á através
de instituição específica de amparo ao desenvolvimento da pesquisa, ciência,
tecnologia e inovação, nos termos da lei.
§ 2° À instituição a que se refere o parágrafo anterior incumbe gerir, com ex-
clusividade, os recursos que lhe foram destinados e será denominada Fundação
Amazônia de Amparo a Estudos de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará.
* Os §§ 1º e 2º do art. 291, tiveram suas redações alteradas pela Emen-
da Constitucional nº 69, de 18 de novembro de 2016, publicada no DOE Nº
33.253, de 18/11/2016.
* As redações alteradas continham o seguinte teor:
“Art. 291. ...................................................
§ 1°. Aplicação dos recursos a que se refere este artigo far-se-á através
de instituição específica de amparo ao desenvolvimento da pesquisa, ciência
e tecnologia, nos termos da lei.
§ 2°. À instituição a que se refere o parágrafo anterior incumbe gerir, com
exclusividade, os recursos que lhe foram destinados.”

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 292. A manifestação de pensamento, a criação, a expressão e a in-


formação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer
restrição, observado o disposto na Constituição Federal.
§ 1°. O Estado adotará política que incentive a criação independente na
comunicação social, visando a regionalizar a produção cultural, artística e

249
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

jornalística, sem prescindir da participação de entidades culturais, científicas


e sociais.
§ 2°. Os órgãos de comunicação social pertencentes ao Estado, inclusive
de fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, ou de quaisquer en-
tidades sujeitas, direta ou indiretamente, ao seu controle econômico, serão
utilizados de modo a assegurar a possibilidade de expressão e confronto das
diversas correntes de opinião.
§ 3°. É obrigação do Estado, na elaboração da política de comunicação
social, estabelecer programas que visem a:
I - erradicação do analfabetismo;
II - divulgação e debate dos aspectos e problemas característicos das di-
versas microrregiões do Estado;
III - divulgação e debate das ações dos poderes constituídos do Estado;
§ 4°. As emissoras de rádio e televisão, mantidas pelo Poder Público Esta-
dual, estão obrigadas a manter uma programação baseada na regionalização
da produção cultural, artística e jornalística, conforme dispuser a lei.
§ 5°. Aos serviços e operações das empresas e emissoras de radiodifusão
sonora e de sons e imagens, aplica-se neste Estado e quanto ao ICMS, o dis-
posto no art. 219, VI, “d”, desta Constituição.
* Dispositivo introduzido pela Emenda Constitucional n° 04, de 12/06/96.
* Este § 5º foi acrescido ao Art. 292 pela Emenda Constitucional nº 04, de
12 de junho de 1996.
Art. 293. O Estado contará com um conselho específico para a comunica-
ção social, com a participação de representantes do Poder Público e, majori-
tariamente, da sociedade civil, inclusive dos trabalhadores em comunicação e
publicidade, cujas atribuições serão definidas em lei.
Parágrafo único. O conselho opinará, previamente, sobre a política esta-
dual de comunicação social e a proposta orçamentária para o setor.

250
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VI
DA DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 294. O Estado promoverá a defesa do consumidor, adotando, dentre


outros, os seguintes instrumento:
I - política governamental de defesa dos interesses e direitos dos destina-
tários e usuários finais de bens e serviços, notadamente, os de baixa renda;
II - legislação suplementar, concorrente ou específica sobre a meteria;
* Ver Lei 5.672, de 08/01/91. (Dispõe sobre a defesa do consumidor na
forma do inciso II, do artigo 294, da Constituição Estadual, combinado com o
inciso VI, alínea “e” do artigo 16, do ato das disposições constitucional transi-
tórias do mesmo diploma legal e na consonância da Lei Federal n° 8.078, de
11 de novembro de 1990.)
III - assistência judiciária para o consumidor carente, especialmente, atra-
vés da Defensoria Pública;
IV - atendimento, aconselhamento, conciliação e encaminhamento do
consumidor, através de órgãos especializados.

CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO

* O Capítulo VII, do Título IX, desta Constituição Estadual, passou a deno-


minar-se “Da Família, da Criança, do adolescente, do Jovem e do Idoso, atra-
vés da Emenda Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013, publicada
no DOE Nº 32.483, de 18/09/2013.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO”
Art. 295. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1°. Para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável
entre o homem e a mulher, como entidade familiar.

251
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2°. À família será garantida a livre opção quanto ao tamanho da prole,


competindo ao Estado apoiar a população na operacionalização do planeja-
mento familiar, reconhecida a maternidade e a paternidade como relevantes
funções sociais.
§ 3°. O Poder Público assegurará a assistência à família e a cada um de
seus integrantes, criando mecanismos para impedir a violência no âmbito de
suas relações.
§ 4°. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua digni-
dade e bem-estar, garantindo-lhes o direito à vida.
§ 5°. Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transporte coletivo de qualquer natureza, urbanos, metropolitanos, rurais ou
intermunicipais, mediante a simples apresentação de carteira de identidade
ou documento similar, punível o descumprimento com sanções administrati-
vas, sem prejuízo de outras cominações legais.
* Ver Lei Complementar n° 15, de 24/01/94 (complementa o § 5° do art.
295 da Constituição Federal.)
Art. 296. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à crian-
ça, ao adolescente, ao jovem e ao idoso, com absoluta prioridade, a efetiva-
ção dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
* O caput, do art.296, desta Constituição Estadual, foi alterado através da
Emenda Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013, publicada no DOE
Nº 32.483, de 18/09/2013, tendo sido acrescido em sua redação o termo
“jovem”
* A redação anterior continha o seguinte teor:

252
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 296. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à crian-


ça e ao adolescente, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos refe-
rentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao res-
peito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los
a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.”
§ 1°. A proteção à vida é feita mediante a efetivação de política social pú-
blica que resguarde o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso da
pessoa humana, em condições dignas de sobrevivência.
§ 2º A criança, o adolescente, o jovem e o idoso gozam de proteção espe-
cial, oportunidades e facilidades, estabelecidas por lei ou por outros meios, a
fim de lhes facultar desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,
de forma sadia, em condições de liberdade e dignidade.
§ 3º À criança, ao adolescente, ao jovem e ao idoso é garantida a priori-
dade de receber proteção e socorro, em qualquer circunstância, e preferência
no atendimento por órgão público de qualquer Poder.
§ 4º Os setores e áreas diretamente relacionados com a proteção à crian-
ça, adolescentes, jovens e idosos serão aquinhoados de forma privilegiada na
alocação de recursos públicos.
* Os §§ 2º, 3º e 4º, do art. 296, desta Constituição Estadual, foram alte-
rados através da Emenda Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013,
publicada no DOE Nº 32.483, de 18/09/2013, tendo sido acrescido em sua
redação o termo “jovem”
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 296. .............................................
..............................................................
§ 2°. A criança e o adolescente gozam de proteção especial, oportuni-
dades e facilidades, estabelecidas por lei ou por outros meios, a fim de lhes

253
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

facultar desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma


sadia, em condições de liberdade e dignidade.
§ 3°. À criança e ao adolescente é garantida a prioridade de receber pro-
teção e socorro, em qualquer circunstância, e preferência no atendimento por
órgão público de qualquer poder.
§ 4° Os setores e áreas diretamente relacionados com a proteção à crian-
ça e o adolescentes serão aquinhoados de forma privilegiada na alocação de
recursos públicos.”
§ 5°. Cabe ao Poder Público:
a) apoiar e estimular a criação de associações civis de defesa dos direitos
da criança, do adolescente, do jovem e do idoso para que funcionem como
centro de estudo na busca permanente da garantia dos direitos dos mesmos,
fiscalizando as ações programática a eles relativos;
b) priorizar o financiamento de programas institucionais destinados ao
atendimento de crianças, adolescentes, jovens e idosos em meio aberto;
c) priorizar e desenvolver programas especiais de atendimento à criança,
adolescente, jovem e idoso em situação de risco pessoal e social.
* As alíneas “a”, “b”, e “c”, do § 5º, do art.296, desta Constituição Es-
tadual, foram alterados através da Emenda Constitucional nº 54, de 03 de
setembro de 2013, publicada no DOE Nº 32.483, de 18/09/2013, tendo sido
acrescido em sua redação o termo “jovem”
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 296. .............................................
§ 5º .......................................................
a) apoiar e estimular a criação de associações civis de defesa dos direitos
da criança e do adolescente para que funcionem como centro de estudo na
busca permanente da garantia dos direitos dos mesmos, fiscalizando as ações
programática a eles relativos;
b) priorizar o financiamento de programas institucionais destinados ao
atendimento de crianças e adolescentes em meio aberto;

254
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) priorizar e desenvolver programas especiais de atendimento à criança


e ao adolescente em situação de risco pessoal e social;”
d) instituir sistema de creches e pré-escolas, na forma da lei.
§ 6°. Em caso de detenção de criança ou adolescente, a autoridade com-
petente comunicará, imediata e urgentemente, a seus pais, pessoas ou enti-
dades responsáveis, inclusive para atender ao disposto no art. 227, § 3°, IV,
V e VII, da Constituição Federal.
§ 7º A prevenção da dependência de drogas e afins é dever do Estado, que
prestará o atendimento especializado à criança, ao adolescente, ao jovem e
ao idoso dependente, desenvolvendo ações que auxiliem sua integração na
comunidade, na forma da lei.
* O § 7º, do art.296, desta Constituição Estadual, foi alterado através da
Emenda Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013, publicada no DOE Nº
32.483, de 18/09/2013, tendo sido acrescido em sua redação o termo “jovem”
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 296. .............................................
§ 7º. A prevenção da dependência de drogas e afins é dever do Estado,
que prestará o atendimento especializado à criança e ao adolescente depen-
dentes, desenvolvendo ações que auxiliem sua integração na comunidade, na
forma da lei.”
* Este § 7º foi acrescido ao Art. 296 pela Emenda Constitucional nº 05, de
26 de junho de 1996.
§ 8º O Estado protegerá os direitos econômicos, sociais e culturais dos
jovens e idosos, mediante políticas públicas específicas na área do trabalho e
renda, saúde, cultura, esporte, lazer, assistência social, agricultura, seguran-
ça pública, direitos humanos e transporte.
* Este § 8º, foi acrescido ao art. 296, através da Emenda Constitucional nº
54, de 03 de setembro de 2013, publicada no DOE Nº 32.483, de 18/09/2013.
Art. 297. É garantida a toda e qualquer entidade ligada à defesa da crian-
ça, do adolescente, organizações, entidades e movimentos juvenis e de idosos

255
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

legalmente constituídos, o livre acesso às instituições ou locais para onde os


mesmos forem encaminhados pelos órgãos judiciários, de assistência social,
de segurança pública, garantido igualmente o livre acesso a dados, informa-
ções, inquéritos e processos a eles relativos”.
* Este art. 297, desta Constituição Estadual, foi alterado através da Emen-
da Constitucional nº 54, de 03 de setembro de 2013, publicada no DOE Nº
32.483, de 18/09/2013.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 297. É garantida a toda e qualquer entidade ligada à defesa da crian-
ça e do adolescente, legalmente constituída, o livre acesso às instituições ou
locais para onde os mesmos forem encaminhados pelos órgãos judiciários, de
assistência social, de segurança pública, garantido igualmente o livre acesso
a dados, informações, inquéritos e processos a eles relativos.”
Art. 298. O Estado contará com o conselho específico para assuntos da
criança e do adolescente, supervisor de política de atendimento à infância e
à adolescência, composto, paritariamente, por representantes do Poder Exe-
cutivo e da sociedade civil, estes indicados através das entidades ligadas à
defesa da criança e do adolescente, que terá, dentre outras estabelecidas em
lei, as seguintes atribuições:
* Ver Lei 5.819, de 11/02/94. (Dispõe sobre a Política Estadual de Atendi-
mento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Estado do Pará).
* O caput deste artigo teve sua redação alterada pela Emenda Consti-
tucional n° 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025,
de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 298 - O Estado contará com um conselho específico para assunto da
criança e do adolescente, supervisor da política de atendimento à infância e
à adolescência, compostos por representantes dos Poderes Públicos e, majo-
ritariamente, por representantes da sociedade civil, estes indicados através

256
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

das entidades ligadas à defesa da criança e do adolescente, que terá, dentre


outras estabelecidas em lei, as seguintes atribuições:”
I - opinar sobre proposta orçamentária destinada a programas de atendi-
mento assistencial, auxílios e subvenções;
II - opinar, obrigatoriamente, sobre política estadual de promoção e defe-
sa da criança e do adolescente;
III - opinar sobre concessão de auxílio, e subvenções a entidades particulares;
IV - fiscalizar e acompanhar ações de assistência à criança e ao adoles-
cente, em todos os níveis;
V - acompanhar o rendimento dos programas de capacitação, treinamento
e reciclagem dos órgãos públicos de atendimento à criança e ao adolescente.

CAPÍTULO VIII
DA MULHER

Art. 299. É dever do Estado:


I - criar mecanismos para coibir a violência doméstica, serviços de apoio inte-
gral às mulheres e crianças por ela vitimadas, nos órgãos de proteção à mulher;
* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 299 - ..................
I - criar mecanismos para coibir a violência doméstica, serviços de apoio
integral às mulheres e crianças por elas vitimadas em repartições policiais
especializadas;”
II - garantir, perante a sociedade, a imagem social da mulher como trabalha-
dora, mãe e cidadã, em plena igualdade de direito e obrigações com o homem;
III - instituir e manter um conselho específico para assuntos da mulher,
com participação paritária de representantes do Poder Executivo e da socie-
dade civil, esses indicados pelas entidades de defesa da mulher, com parti-

257
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

cipação ampla e democrática, sem discriminação de qualquer natureza, na


forma da lei;
* Ver Lei 5.671, de 12/07/91. (Institui o Conselho Estadual da Mulher, de
acordo com o Art. 299, inciso III da Constituição Estadual.). Alterada pela Lei
nº 6.681, de 23/08/2004.
* Este inciso teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 299 - ..................
I - ...............
III - instituir e manter um conselho específico para assunto da mulher,
com a participação de representantes do Poder Público e, majoritariamente,
da sociedade civil, estes indicados pelas entidades de defesa da mulher; com
participação ampla e democrática, sem discriminação de qualquer natureza,
na forma da lei;”
IV - garantir o acesso gratuito aos métodos contraceptivos naturais ou
artificiais, nos serviços públicos de saúde, orientando quanto ao uso, indi-
cações, contra-indicações, vantagens e desvantagens, para que o casal, em
particular a mulher, possa ter condições de escolher com maior segurança o
que lhe for mais adequado;
V - no cumprimento das funções essenciais à justiça, criar um centro de
atendimento para assistência, apoio e orientação jurídica à mulher, no que
tange às suas questões específicas.

CAPÍTULO IX
DOS ÍNDIOS

Art. 300. O Estado e os Municípios promoverão e incentivarão a prote-


ção aos índios e sua cultura, organização social, costumes, línguas, crenças,
tradições, assim como reconhecerão seus direitos originários sobre as terras
que, tradicionalmente, ocupam.

258
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Por decisão unânime, o STF deferiu o pedido de medida liminar suspen-


dendo, até decisão final, a vigência deste dispositivo, bem como o disposto
na Lei Complementar n° 31, de 14.02.96.(ADIN n° 1499-4/600. Acórdão DU,
de 13/09/96)
§ 1°. No atendimento às populações indígenas, as ações e serviços públi-
cos, de qualquer natureza, devem integrar-se e adaptar-se às suas tradições,
línguas e organização social.
§ 2°. O Poder Público participará da definição e implementação dos pla-
nos, programas e projetos da União, voltados para a população indígena, no
território paraense.
§ 3°. O Estado e os Municípios devem garantir a posse dos índios sobre as
terras que, tradicionalmente, ocupam e o usufruto exclusivo deles sobre as
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 4°. A participação da população indígena é essencial à formulação de
conceitos, políticas e na tomada de decisões sobre assuntos que lhe digam
respeito, sendo instrumento básico desta participação o conselho indigenista,
composto majoritariamente por representantes originários da população indí-
gena, que terá sua implantação em funcionamento regulados em lei.
* Ver Lei Complementar n° 31, de 14/02/96. (Institui o Conselho Indige-
nista do Estado do Pará), suspensa pela ADIn n° 1.499-4, do STF, DOU de
13.09.96.
§ 5°. O Ministério Público do Estado manterá Promotor de Justiça ou pro-
motores de Justiça especializados para a defesa dos direitos e interesses dos
índios, suas comunidades e organizações existentes no território paraense.

CAPÍTULO X
DO SISTEMA PENITENCIÁRIO

Art. 301. A política penitenciária do Estado tem como objetivo a reeduca-


ção e reintegração moral e social dos presos, devendo priorizar a manutenção

259
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de colônias penais agrícolas ou industriais com o objetivo de promover a es-


colarização e profissionalização dos presos.
§ 1°. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
§ 2°. A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com
a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.
§ 3°. Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam per-
manecer com seus filhos durante o período de amamentação, devendo o es-
tabelecimento prisional ter uma creche contígua, atendida por pessoal espe-
cializado, para menores até seis anos, garantido o acompanhamento da mãe.
§ 4°. O preso terá acesso às informações prestadas pelos meios de comu-
nicação social e, na forma da lei, o direito de receber visitas.
§ 5°. REVOGADO.
* Este § 5° foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior a revogação continha o seguinte teor:
“Art. 301 - ..................
§ 1° ...............
§ 5° A Superintendência do Sistema Penal, diretamente subordinada à
Secretaria de Estado de Justiça, terá quadro especial de servidores, composto
por categorias diversas, abrangendo o aproveitamento em curso de formação
específica, conforme dispuser a lei.”
§ 6°. REVOGADO.
* Este § 6° foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de
agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior a revogação continha o seguinte teor:
“Art. 301 - ..................
§ 1° ...............
§ 6° Aos servidores do sistema penal do Estado são assegurados, no que
couber, direitos e vantagens, conferidos nesta Constituição aos policiais civis.”
§ 7°. REVOGADO.

260
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este § 7° foi revogado pela Emenda Constitucional n° 15/99, de 03 de


agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior a revogação continha o seguinte teor:
“Art. 301 - ..................
§ 1° ...............
§ 7° A Superintendência do Sistema Penal remeterá, semestralmente, à
Assembléia Legislativa, ao Tribunal de Justiça do Estado e ao Ministério Pú-
blico o censo carcerário de Estado, visando a definir a situação processual de
cada preso.”

TÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS

Art. 302. Para os cargos e funções que dependem da aprovação da As-


sembléia Legislativa para nomeação de seus ocupantes, é vedada a interini-
dade por período superior a sessenta dias.
* Em julgamento da ADIN n° 1281-9, o STF não acatou o pedido de liminar
para suspender a eficácia deste dispositivo, porém suspendeu liminarmente
a eficácia das seguintes expressões do inciso XII do art. 135: “empresas pú-
blicas” e “sociedades de economia mista de que o Estado detenha o controle
acionário”. Sessão do dia 25/05/95. Acórdão DJ 23/06/95.
Art. 303. O sistema público de comunicação do Estado destinará trinta
minutos de sua programação diária, exceto aos domingos, para divulgação
dos atos e matérias de interesse dos Poderes Legislativo, Executivo e Judici-
ário, proporcionalmente a cada Poder.
* Ver Lei 5.957, de 26/03/96.
Art. 304. Quaisquer autoridades ou agentes públicos, dos Poderes Legis-
lativo, Executivo e Judiciário, como requisito para suas posses, deverão apre-
sentar cópias da última declaração do imposto de renda, devidamente acom-
panhado do recibo de entrega atestado pelo órgão competente, inclusive a
dos respectivos cônjuges ou das respectivas pessoas com quem mantenham

261
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

união estável como entidade familiar, atualizando essas declarações a cada


ano, até o final do mandato, exercício ou investidura, ficando as declarações
arquivadas no Tribunal de Contas do Estado ou no Tribunal de Contas dos Mu-
nicípios, conforme o caso.
Art. 305. Cessada a investidura no cargo de Governador, quem o tiver
exercido em caráter permanente fará jus, a título de representação, a um
subsídio mensal e vitalício igual à remuneração do cargo de Desembargador
do Tribunal de Justiça do Estado.
§ 1° O pagamento do subsídio estabelecido neste artigo será suspenso du-
rante o período em que o beneficiário estiver no exercício de mandato eletivo
ou cargo em comissão, salvo direito de opção.
§ 2°. O Presidente e os ex- Presidentes do Poder Legislativo, o Governador
e os ex-Governadores do Estado, o Presidente e os ex-Presidentes do Tribunal
de Justiça, em caso de acidente ou doença, terão custeadas pelo Estado as
despesas com o tratamento médico e hospitalar.
Art. 306. Para o provimento de quaisquer cargos e funções que, em seu
conjunto de atividades, requeiram, para o seu desempenho, formação supe-
rior ou técnica específica, será exigida a habilitação em órgão oficial da res-
pectiva categoria, quando houver, qualquer que seja a forma de provimento.
Art. 307. O processo de escolha de Conselheiro do Tribunal de Contas
do Estado e do Tribunal de Contas dos Municípios, em caso de vaga ocorrida
após a promulgação desta Constituição, ou que venha a ocorrer, observado o
disposto no art. 119, obedecerá o seguinte critério:
* 1. Em duas oportunidades questionou-se a constitucionalidade do dispo-
sitivo: na primeira, em sessão de 27/05/93, o STF não conheceu da ação por
falta de legitimidade ativa do requerente (Associação do Ministério Público
junto aos Tribunais de Contas) ADIN 832-3, Acórdão DJ 12/11/93; na segun-
da, em sessão de 08/10/93, à unanimidade, o STF indeferiu medida cautelar
de suspensão do dispositivo, ADIN 897-8. Acórdão DJ 03/12/93.

262
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* 2. Ver Lei n° 5.648, de 16/01/1991. Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tri-


bunal de Contas do Estado do Pará.
* 3. Este artigo e seus incisos, tiveram a redação introduzida pela Emen-
da Constitucional n° 10, de 03/07/1997, publicada no DOE n° 28.500 de
08.07.1997.
* A redação anterior tinha o seguinte teor:
“Art. 307 - As duas primeiras vagas de Conselheiro do Tribunal de Contas
do Estado, que se abrirem após a promulgação desta Constituição, serão pro-
vidas pela Assembléia Legislativa. A terceira vaga será provida pelo Governa-
dor do Estado. A quarta e a quinta pela Assembléia Legislativa. A sexta pelo
Governador e a sétima pela Assembléia Legislativa, observado o disposto no
Art. 119.
Parágrafo Único - As vagas de Conselheiro do Tribunal de Constas dos Mu-
nicípios aplica-se no disposto neste artigo.”
I - a primeira, a segunda, a terceira e a quarta vagas, por escolha da As-
sembléia Legislativa;
II - a quinta e a sexta vagas por escolha do Governador do Estado, dentre
Auditores e Membros do Ministério Público junto ao Tribunal, respectivamen-
te, segundo os critérios de antigüidade e merecimento.
III - a sétima vaga por escolha do Governador;
* Este artigo e seus incisos, tiveram a redação alterada pela Emenda Cons-
titucional n° 10, de 03/07/1997, publicada no DOE n° 28.500 de 08.07.1997.
* A redação anterior tinha o seguinte teor:
“Art. 307 - As duas primeiras vagas de Conselheiro do Tribunal de Contas
do Estado, que se abrirem após a promulgação desta Constituição, serão pro-
vidas pela Assembléia Legislativa. A terceira vaga será provida pelo Governa-
dor do Estado. A quarta e a quinta pela Assembléia Legislativa. A sexta pelo
Governador e a sétima pela Assembléia Legislativa, observado o disposto no
Art. 119.

263
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo Único - As vagas de Conselheiro do Tribunal de Constas dos Mu-


nicípios aplica-se no disposto neste artigo.”
§1º Depois da nomeação de sete (7) Conselheiros, após o início da vi-
gência desta Constituição, abrindo-se vaga de Conselheiro, o escolhido para
suceder deve integrar a respectiva origem ou classe do sucedido.
§2º A quarta e quinta vagas do Tribunal de Contas dos Municípios, consi-
deradas a partir da promulgação desta Constituição, serão preenchidas por
escolha da Assembléia Legislativa, haja vista que a terceira vaga foi preenchi-
da por livre escolha do Governador, consoante norma constitucional vigente
à época. A sexta e sétima vagas do Tribunal de Contas dos Municípios serão
preenchidas na forma do inciso II.
* Este art.307, e seus incisos tiveram sua redação alterada pela Emenda
Constitucional nº 26, de 16 de junho de 2004, publicada no DOE Nº 30.216,
de 18/06/2004.
* A Redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 307. O processo de escolha de Conselheiro do Tribunal de Constas
do Estado e do Tribunal de Constas dos Municípios, em caso de vaga ocorrida
após a promulgação desta Constituição, ou que venha a ocorrer, observado o
disposto no art. 119, obedecerá ao seguinte critério:
I - A primeira e a segunda vagas por escolha da Assembléia Legislativa;
II - A terceira vaga por escolha do Governador do Estado;
III - A quarta vaga por escolha da Assembléia Legislativa;
IV - A quinta e a sexta vagas por escolha do Governador do Estado, dentre
Auditores e membros do Ministério Público ujnto ao Tribunal, respectivamen-
te, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
V - A sétima por escolha da Assembléia Legislativa;
VI - A partir da oitava vaga, reiniciar-se-á o processo previsto nos incisos
anteriores, observando-se a respectiva ordem de nomeação.”
§ 3º Na falta de auditor ou de membros do Ministério Público Especial jun-
to ao Tribunal de Contas que preencham os requisitos dos artigos 119 e 120

264
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

da Constituição Estadual, o provimento das vagas de Conselheiros do Tribu-


nal de Contas dos Municípios e do Tribunal de Contas do Estado, previstas,
respectivamente, no § 2º e inciso II deste artigo, serão de livre escolha do
Governador, devendo os posteriores provimentos, recair necessariamente em
auditor ou membro do Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas,
alternadamente, segundo os critérios de antiguidade e merecimento”.
* O § 3º deste art. 307 foi acrescentado pela Emenda Constitucional nº 40,
de 19 de dezembro de 2007, publicada no DOE Nº 31.073, de 21/12/2007.
Art. 308. Ficam extintos os efeitos jurídicos de qualquer ato legislativo ou
administrativo, lavrado a partir da instalação da Assembléia Nacional Consti-
tuinte, que tenha por objeto a concessão de estabilidade a servidor, admitido
sem concurso público, da administração direta e indireta, inclusive das funda-
ções instituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual.
Art. 309. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter pri-
vado, por delegação do Poder Público.
§ 1°. Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e cri-
minal dos notários, dos oficiais de registro e de seus propostos, e definirá a
fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
§ 2°. Após a edição da lei federal, contendo as normas gerais, a lei esta-
dual fixará nova tabela de custas e emolumentos relativos aos atos praticados
pelos serviços notariais e de registro.
* Ver a Lei n° 6.094/97 (que Dispõe sobre os emolumentos devidos pelos
atos praticados no exercício dos serviços notariais e de registro.)
§ 3º. SUPRIMIDO.
* O § 3º deste art. 309 foi suprimido pela Emenda Constitucional nº 37,
de 26 de junho de 2007, publicada no DOE Nº 30.995, de 28/06/2007.
* A redação suprimida continha o seguinte teor:
“Art. 309. ............................................................
§ 3°. Fica assegurado aos substitutos dos serviços notariais e de registro,
exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, que estejam

265
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

na função na data da promulgação da Constituição Federal, há, pelo me-


nos, cinco anos, efetivação na titularidade da respectiva serventia no caso de
vaga.”
§ 4°. O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso
público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique
vaga, sem abertura de concurso, de provimento ou de remoção, por mais de
seis meses.
§ 5°. Os escrivães que prestam serviços judiciais nas comarcas e juízos se-
rão remunerados no equivalente ao que percebem aos escrivães concursados.
§ 6°. Serão estabilizadas as serventias do foro judicial, assim definidas em
lei, respeitados os direitos dos atuais titulares.
* Ver Lei 5.656, de 29/01/91. (que Estatiza as serventias do foro judicial.)
Art. 310. Fica mantida a Consultoria-Geral do Estado, nos termos da lei.
§ 1º As atribuições da Consultoria-Geral do Estado passam a ser exercidas
pela Procuradoria-Geral do Estado.
* O § 1°do art. 310, já alterado anteriormente, teve sua redação alterada
pela Emenda Constitucional n° 62, de 17 de dezembro de 2014, publicada no
DOE N° 32.794, de 23/12/2014.
* A redação anterior ontinha o seguinte teor:
“Art. 310 - ..................
§ 1°. A Consultoria-Geral do Estado tem por chefe o Consultor-Geral do
Estado, que integra o secretariado executivo do Estado, de livre nomeação
pelo Governador dentre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurí-
dico e reputação ilibada.”

* Este § 1° teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°


15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 310 - ..................

266
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1° A Consultoria-Geral do Estado tem por chefe o Consultor-Geral do Es-


tado, que integra o secretariado estadual, de livre nomeação pelo Governador
dentre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.”
§ 2°.Os integrantes da carreira de Consultor Jurídico do Estado, lotados
nos diversos órgãos da administração direta, ficam vinculados tecnicamente
à Procuradoria Geral do Estado.
* Este § 2º teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
07/96, de 23/12/1996.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 310. ...............
§ 2º Os cargos efetivos e empregos permanentes de assistente jurídico,
assessor jurídico, procurador jurídico e assistente-judiciário-chefe, lotados
nos diversos órgãos da administração direta, cujos ocupantes tenham ingres-
sado, nos referidos cargos ou empregos, até a data da instalação de Assem-
bléia Estadual Constituinte, passam a ser denominados Consultor Jurídico,
vinculados à Consultoria-Geral do Estado, aplicando-se-lhes todos os direitos
e deveres dos Procuradores do Estado, exceto a representação judicial do
Estado”.
§ 3°. REVOGADO.
§ 4°. REVOGADO.
* Estes §§ 3º e 4º, do Art. 310 foram revogados pela Emenda Constitucio-
nal n° 07/96, de 23/12/1996.
* As redações revogadas continham o seguinte teor:
“Art. 310. .................
§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior aos servidores públicos
que na data da instalação da Assembléia Estadual Constituinte exerciam, na
administração pública direta, funções de assessoramento jurídico.
§ 4º Os servidores que sejam estáveis, na forma desta Constituição, e que
tenham sido admitidos, em caráter permanente, para representar o Estado, ati-

267
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

va ou passivamente, em juízo, antes do início da vigência da Lei Complementar


n°. 002, de 26.12.85, passam a integrar o quadro em extinção de Consultor
Jurídico, da Consultoria-Geral do Estado, com os mesmos direitos e vedações
dos Procuradores do Estado, exceto a representação judicial do Estado”.
Art. 311. É assegurado aos Defensores Públicos investidos na função até
a data de instalação da Assembléia Nacional Constituinte o direito de opção
pela carreira, com a observância das garantias e vedações previstas no art.
134, parágrafo único, da Constituição Federal.
Art. 312. Os Deputados Estaduais que sejam pensionados, através de
seu órgão de previdência, na forma da lei, terão suspenso o pagamento de
pensão, quando estiverem no exercício de mandato eletivo.
Art. 313. O sorteio para aquisição de casa própria em conjunto habitacio-
nal cuja construção seja de responsabilidade do Estado será público e ampla-
mente divulgado pelos veículos de comunicação social.
Parágrafo único. A unidade habitacional sorteada, só será entregue ao
mutuário, após a competente comprovação de que o mesmo não é possuidor
de casa própria.
Art. 314. Para o desempenho da atividade docente no ensino religioso, o
profissional deverá ter habilitação por curso específico, ministrado em insti-
tuição de ensino superior ou entidade religiosa competente, de acordo com a
legislação da educação nacional.
§ 1°. Além de preencher os requisitos legais, o candidato a professor de
religião deverá ser apresentado pela autoridade religiosa de seu credo e, nos
atos de admissão, será respeitado o princípio da proporcionalidade entre o
número de alunos que declarem professá-lo, sendo a opção religiosa dos me-
nores de dezesseis anos firmada pelos respectivos responsáveis.
§ 2°. O concurso público para professor de religião será específico para
cada credo que tenha alcançado o quociente religioso, o qual é obtido divi-
dindo-se o efetivo geral da instituição pelo número de cargos fixados em lei.

268
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3°. Se uma determinada denominação religiosa contar, no mínimo, um


décimo de adeptos do alunado da escola, isolada ou cumulativamente com
denominações afins na sua doutrina, terá direito a um professor da respectiva
religião, observadas as demais disposições deste artigo.
Art. 315. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência re-
ligiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.
* Ver a Lei n° 5.411/87. (Cria o serviço de assistência religiosa da Polícia Militar.)
* Ver a Lei n° 6.099/97. (Dispõe sobre o serviço de assistência religiosa
do Corpo de Bombeiros Militar.)
§ 1°. Nos atos de recrutamento e seleção de capelães civis e militares,
será mantido o princípio da proporcionalidade, e o número de capelães das
diversas religiões professadas equivalerá ao número dos respectivos adeptos,
apurado em censo religioso anual.
§ 2°. O concurso público de capelão será específico para cada credo que
tenha alcançado o quociente religioso, o qual é obtido dividindo-se o efetivo
geral pelo número das vagas fixadas em lei.
§ 3°. Os candidatos a capelão devem ser apresentados pela autoridade
religiosa do credo selecionado.
§ 4°. Nos atos de recrutamento e seleção de capelães civis e militares,
será assegurada a participação da denominação religiosa que, sem ter alcan-
çado o quociente religioso, conte com, no mínimo, um décimo de adeptos na
entidade, isolada ou cumulativamente com denominações afins na sua dou-
trina, tendo a mesma direito a um capelão.
Art. 316. Todo aquele que possuir terras estaduais, do domínio público
ou privado, por mais de quarenta anos ininterruptos, contados anteriormente
a 1° de janeiro de 1917, sem contestação, adquirirá automaticamente o seu
domínio, devendo para este fim, tão-somente apresentar ao órgão fundiário
competente documentação que comprove essa posse, através de títulos legí-
timos, com os respectivos impostos pagos ao Estado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1°. Consideram-se títulos legítimos todos aqueles que, segundo o direi-


to, são aptos para transferir o domínio, como os que derivam de contratos, de
atos da última vontade, de decisões judiciais e da lei.
§ 2°. O disposto neste artigo não prejudica outras vantagens ou direitos
de que o possuidor seja titular.
Art. 317. Ao ex-combatente que tenha, efetivamente, participado de ope-
rações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei n° 5.315
de 12 de setembro de 1967, serão assegurados, a nível estadual, todos os
direitos referidos no art. 53 do Ato das Disposições Constitucionais Transitó-
rias, da Constituição Federal, e mais os seguintes:
a) isenção tarifária nos meios de transportes, terrestres e aquaviários,
urbanos e intermunicipais;
b) livre acesso aos estádios, cinemas, teatros e estabelecimentos de lazer
ou cultura licenciados ou fiscalizados pelo Estado;
c) prioridade na matrícula em escolas públicas ou oficializadas de ensino
fundamental ou médio, para seus filhos ou dependentes.
Art. 318. O Estado concederá o auxílio mensal, que for estabelecido em
lei, aos hansenianos reconhecidamente pobres e incapacitados para o traba-
lho.
* Ver Lei Complementar n° 05, de 24/01/91. (Dispõe sobre a regulamen-
tação do Art. 318, da Constituição do Estado do Pará.)
§ 1°. Ficam excluídos deste auxílio os hansenianos que recebam ajuda
financeira de qualquer instituição.
§ 2° Para habilitar-se ao recebimento do auxílio, o interessado deverá
comprovar que reside no Estado do Pará a 01 (um) ano, no mínimo, e sub-
meter-se a exame médico-social, sob a responsabilidade do Estado, com a
participação de entidade representativa dos hansenianos.
* Este parágrafo teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
14, de 16/03/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:

270
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 318 - ............


§ 2° Para habilitar-se ao recebimento do auxílio, o interessado deverá
submeter-se a exame médico-social, sob a responsabilidade do Estado, com
a participação de entidade representativa dos hansenianos.”
§ 3°. O cadastramento dos beneficiários deverá começar a partir da pro-
mulgação desta Constituição, com atualização permanente do cadastro.
§ 4°. O pagamento do auxílio será efetuado, preferencialmente, através
do banco oficial do Estado, sem interferência ou intermediação de quaisquer
pessoas, físicas ou jurídicas, salvo a hipótese de mandatário do beneficiado.
§ 5°. Anualmente, e para continuar a receber o auxílio, o beneficiário de-
verá apresentar comprovante, emitido por órgão oficial de saúde, de que está
cumprindo suas obrigações no tratamento da doença.
Art. 319. A participação nos conselhos criados por esta Constituição, por
lei, por decreto ou qualquer outro provimento administrativo, bem como nos
conselhos já existentes, constituirá serviço relevante.
Parágrafo único. É vedada a participação em mais de dois dos conselhos
criados nesta Constituição.
Art. 320. Fica criado o conselho Estadual Fazendeiro, cuja composição,
atribuições e regulamentação serão previstas em lei.
Art. 321. Todos os conselhos e órgãos colegiados afins, criados nos Tí-
tulos VIII e IX, com base ou em decorrência deles, obedecerão ao seguinte:
I - composição paritária entre Poder Público e sociedade civil, na forma da lei;
* Este inciso I teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n°
15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N° 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 321 - ..................
I - participação do Poder Público e, majoritariamente, da sociedade civil,
na forma da lei;”
II - renovação bienal, a razão de um terço e dois terços de cada vez, man-
tida a proporcionalidade do inciso I, acima, na forma da lei;

271
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III - eletividade dos representantes da sociedade civil, através de suas


entidades, inclusive sindicais, nos termos da lei.
Art. 322. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que este-
jam ocupando suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o
Estado emitir-lhes títulos respectivos no prazo de um ano, após promulgada
esta Constituição.
* Ver princípios estabelecidos pela Lei n° 6.165, de 02/12/98, publicada
no DOE N° 28.856, de 07/12/98. (Dispõe sobre a Legitimação de Terras dos
Remanescentes das Comunidades dos Quilombos)
Art. 323. Aos servidores civis e militares fica assegurado o direito de não
comparecer ao trabalho a partir do nonagésimo primeiro dia subseqüente ao
do protocolo do requerimento de aposentadoria ou de transferência para a re-
serva, sem prejuízo da percepção de sua remuneração, caso não sejam antes
cientificados do indeferimento, na forma da lei.
* Ver Lei Complementar n. 04, de 20/11/90. (Regulamenta o Art. 323 da
Constituição do Estado do Pará, que trata do desligamento do trabalho, por
parte do servidor público, por motivo de aposentadoria.)
Art. 324. São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
* Ver Lei 5.901, de 16/10/95. (Dispõe sobre a divulgação da gratuidade
de celebração de casamento civil, do registro de nascimento, óbito e da expe-
dição da carteira de identidade individual, estabelecida no art. 324 da Cons-
tituição do Estado do Pará.)
a) o registro civil de nascimento e a respectiva certidão;
b) o registro e a certidão de óbitos;
c) o registro e a certidão de casamento;
d) a emissão da carteira de identidade
Art. 325. Passa a denominar-se Tribunal de Contas dos Municípios o atual
Conselho de Contas dos Municípios, órgão estadual de auxílio do controle externo
na fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Municípios.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 326. Aos delegados de polícia de carreira, remanescentes de outras


categorias funcionais estendem-se os direitos do art. 195.
Parágrafo único. Os direitos e garantias dos policiais civis técnico-científi-
cos de carreira, conforme a legislação atualmente em vigor, ficam mantidos,
no que couber, por esta Constituição.
Art. 327. O Estado do Pará instalará, progressivamente, no âmbito da se-
gurança pública, delegacias de polícia nos Municípios, especializadas no trato
de assuntos referentes à integridade física e moral da mulher.
Art. 328. As penalidades de natureza pecuniária, respeitada a legislação
federal, devem ser expressas, sob a forma de índice econômico que assegure
a devida atualização monetária.
Art. 329. O Estado destinará recursos para manutenção e ampliação de
casas de estudantes consideradas autônomas, através de órgão competente
e programas específicos, que visem a garantir seu regular funcionamento, na
forma da lei.
* Ver Lei 5.965, de 21/03/96. (ESTABELECE NORMAS PARA QUE O PODER
PÚBLICO CONCEDA RECURSOS PARA A MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE CA-
SAS DE ESTUDANTES CARENTES.)
* Ver Lei 5.641, de 10/01/91. (Dispõe sobre a destinação de recursos estaduais
para a manutenção e ampliação de Casas de Estudantes consideradas autônomas.)
Parágrafo único. São autônomas aquelas que não possuem vínculo orgâni-
co com nenhuma instituição e sejam destinadas a estudantes carentes.
Art. 330. Reverterão imediatamente ao patrimônio fundiário do Estado as
terras adquiridas através de processos de licitação e que seus beneficiários
não hajam implantado o projeto econômico a que estavam obrigados, ressal-
vando-se tão somente o direito às benfeitorias existentes.
Art. 331. É dever do Estado conceder pensão especial à viúva e depen-
dentes de motorista profissional que venha a falecer no exercício da profis-
são, vitimado por crime.
* Ver Lei n. 6.004, de 09/12/1996.

273
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

(Regulamenta o art. 331 da Constituição do Estado do Pará, que concede


pensão especial à viúva, aos ascendentes ou dependentes de motorista pro-
fissional de transportes coletivos de passageiros, morto no exercício da pro-
fissão, ou ao próprio, se contrair invalidez permanente,em razão de crime.)
* Este artigo sofreu alterações através da Emenda Constitucional n. 11, de
15/09/1997, publicada no DOE n. 28.555, de 24.09.1997, onde o seu pará-
grafo único foi transformado em § 1º e teve ainda, acrescido o § 2º.
* O teor anterior deste artigo era:
“Art. 331 -..............
Parágrafo único. Se o falecido não tiver dependentes e for arrimo de famí-
lia, a pensão será paga aos seus ascendentes.”
§ 1º Se o falecido não tiver dependentes e for arrimo de família, a pensão
será paga a seus ascendentes.
§ 2º Se o motorista vitimado não falecer, mas em decorrência do atentado
contrair invalidez total permanente, a pensão especial lhe será paga enquanto
viver.
* Este artigo sofreu alterações através da Emenda Constitucional n. 11, de
15/09/1997, publicada no DOE n. 28.555, de 24.09.1997, onde o seu pará-
grafo único foi transformado em § 1º e teve ainda, acrescido o § 2º.
* O teor anterior deste artigo era:
“Art. 331 -..............
Parágrafo único. Se o falecido não tiver dependentes e for arrimo de famí-
lia, a pensão será paga aos seus ascendentes.”
Art. 332. Ressalvadas as disposições de interesse nacional, constitucio-
nalmente previstas, as empresas a que refere o art. 44 do ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal só poderão receber apro-
vação e licenciamento dos órgãos estaduais competentes, quando atenderem
os princípios gerais estabelecidos nesta Constituição, e industrializarem, den-
tro dos limites do Estado, os bens minerais aqui extraídos, na forma da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 333. Ficam revogados, a partir da promulgação desta Constituição


todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder
Executivo competência assinalada pela Constituição à Assembleia Legislativa,
especialmente no que tange a:
I – ação normativa;
II – alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie;
Art. 334. O Estado, por qualquer dos Poderes, salvo prévia autorização da
Assembleia Legislativa, não poderá arcar com despesas de aluguel de imóveis
para servidores públicos de qualquer nível, inclusive dirigentes da administra-
ção direta, indireta, autárquica e fundacional.
Art. 335. O Estado estimulará, na forma da lei, a organização e funcio-
namento de grupos internos de prevenção de acidentes nos órgãos da admi-
nistração direta e indireta do Estado, quando desobrigados de manter grupos
iguais ou assemelhados por força de lei federal.
* Ver Lei 5.607, de 14/11/90. (Dispõe sobre a Constituição de Grupos
Internos de Prevenção de Acidentes (GIPAs) em órgãos Públicos da Adminis-
tração Estadual)
Parágrafo único. Os grupos referidos no caput deste artigo deverão zelar
pela higiene e segurança do trabalho, aí compreendidas a prevenção e com-
bate a acidentes e doenças profissionais.
Art. 336. O princípio da igualdade deve ser aplicado pelo Poder Público,
levando em conta a necessidade de tratar, desigualmente, os desiguais, na
medida em que foram ou sejam injustamente desigualados, visando a com-
pensar pessoas vítimas de discriminação.
Parágrafo único. Dentre outras medidas compensatórias, tomadas para
superar desigualdades de fato, incluem-se as que estabelecem preferências a
pessoas discriminadas a fim de lhes garantir participação igualitária no mer-
cado de trabalho, na educação, na saúde e nos demais direitos sociais.

275
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 337. O Ministério Público, sem prejuízo de outras dependências, ins-


talará as Promotorias de Justiça em prédios sob sua administração, anexo ou
próximo aos fóruns.
Parágrafo único. É assegurado ao Ministério Público a ocupação das atu-
ais dependências a ele destinadas nos fóruns, observando-se, nas reformas,
modificações ou ampliações, o preceituado neste artigo. Art. 338. O Chefe
da Casa Civil, o Chefe da Casa Militar, o Comandante Geral da Polícia Militar,
o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar e o Delegado Geral de
Policial Civil, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, serão processa-
dos e julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado e, nos de responsabilidade
conexos com os do Governador, pela Assembleia Legislativa.
* O art. 338 teve sua redação alterada pela Emenda Constitucional n. 62,
de 17 de dezembro de 2014, publicada no DOE N. 32.794, de 23/12/2014.
* A redação anterior continha o seguinte teor:
“Art. 338. O Chefe da Casa Civil, o Chefe da Casa Militar, o Consultor Ge-
ral do Estado, o Comandante Geral da Polícia Militar, o Comandante Geral do
Corpo de Bombeiros Militar e o Delegado Geral de Polícia Civil, nos crimes co-
muns e nos de responsabilidade, serão processados e julgados pelo Tribunal
de Justiça do Estado e, nos de responsabilidade conexos com os do Governa-
dor, pela Assembleia Legislativa.”

* Este Art. 338 foi acrescentado a esta Constituição Estadual pela Emenda
Constitucional n. 08, de 03 de abril de 1997, publicada no DOE N. 28.438, de
08/04/1997.
Art. 339. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do
art. 169 da Constituição Federal estabelecerão critérios e garantias especiais
para a perda do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência das
atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva atividades exclusivas de estado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* Este artigo foi acrescido no texto constitucional pela Emenda Consti-


tucional n. 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N. 29.025,
de10/08/1999.
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do
cargo somente ocorrerá mediante processo administrativo em que lhe sejam
assegurados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 340. Consideram-se servidores não estáveis, para os fins do art. 169,
§ 3º, II da Constituição Federal aqueles admitidos na administração direta,
autárquica e fundacional sem concurso público de provas ou de provas e títu-
los após o dia 5 de outubro de 1983.
* Este artigo foi acrescido ao texto constitucional pela Emenda Constitu-
cional n. 15/99, de 03 de agosto de 1999., publicada no DOE N. 29.025, de
10/08/1999.
Art. 341. No prazo de até quinze dias úteis após a proclamação do re-
sultado das eleições estaduais e municipais, o Chefe do Poder Executivo do
Estado e o Chefe do Poder Executivo do respectivo Município deverão instituir
comissão de transição governamental.
§ 1º A comissão de que trata este artigo terá sua composição e atribuições
definidas em lei estadual e municipal em cada caso.
§ 2º Os trabalhos da comissão terão ampla publicidade e transparência, po-
dendo ser realizada audiência pública para apresentação de seus resultados.
§ 3º Fica assegurado aos gestores e chefes do Poder Executivo sucedidos,
a qualquer tempo, o acesso a todas as informações e documentos que repre-
sentem os atos praticados em sua gestão contemplando-se o fornecimento
de cópias, certidões ou outros documentos solicitados, devendo o sucessor
mantê-los arquivados e organizados.
§ 4º Os Tribunais de Contas, em suas áreas de atuação, disporão sobre as in-
formações e os documentos que deverão ser disponibilizados à comissão de que
trata este artigo, assim como sobre os procedimentos a serem por ela adotados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

* O art. 341 foi acrescido ao texto constitucional pela Emenda Constitu-


cional n. 70, de 13 de dezembro de 2016, publicada no DOE N. 33.275, de
21/12/2016.

ATOS DAS DISPOSIÇÕES


CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 1º. Os membros do Poder Legislativo, o Governador do Estado e o


Presidente do Tribunal de Justiça prestarão o compromisso de manter, defen-
der e cumprir esta Constituição, no ato e na data de sua promulgação.
Art. 2º. A Assembleia Legislativa, dentro do prazo de cento e vinte dias,
contados da promulgação desta Constituição, elaborará seu Regimento In-
terno, em dois turnos de discussão e votação, observando os princípios da
Constituição Federal e desta Constituição.
Art. 3º. Após a promulgação desta Constituição, o Poder Executivo deverá
instalar delegacias distritais de polícia em áreas rurais do Estado.
Art. 4º. O Poder Executivo, no prazo de noventa dias, contado da pro-
mulgação desta Constituição, abrirá crédito especial em favor do Corpo de
Bombeiros Militar, para garantir a efetiva autonomia da corporação, conferida
nesta Constituição.
Art. 5º. Aos professores contratados pelo Estado e, posteriormente, en-
quadrados como agentes administrativos, fica assegurado o direito de, dentro
do prazo de cento e oitenta dias, contados da promulgação desta Constitui-
ção, fazer a opção, ratificando ou retificando o enquadramento realizado,
desde que já tenham sido aprovados com concurso público para professor,
ou exercido a função durante mais de cinco anos, na rede estadual de ensino.
Art. 6º. O Estado e os Municípios procederão, imediatamente, a revisão
dos direitos dos servidores públicos inativos e pensionistas e à atualização
dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de ajustá-los ao disposto na
Constituição Federal, art. 40 §§ 4º e 5º. art. 42, § 10, e art. 20 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, bem como ao disposto nesta Cons-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tituição, sendo que os pagamentos, revistos e atualizados, devem ser feitos


com base nos valores vigentes na data da promulgação desta Constituição,
se não tiverem sido calculados com base nos valores vigentes na data a que
se refere o art. 20 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da
Constituição Federal.
Art. 7º. O Estado e os Municípios editarão leis que estabeleçam critérios para
compatibilização de seus quadros de pessoal ao disposto no art. 39 da Constitui-
ção Federal e art. 30 desta Constituição e à reforma administrativa deles decor-
rentes, no prazo de dezoito meses, contados de 5 de outubro de 1988.
Art. 8º. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais,
bem como os proventos de aposentadoria que estejam sendo percebidos em
desacordo com a Constituição Federal e com esta Constituição serão imedia-
tamente reduzidos aos limites delas decorrentes, não se admitindo neste caso
invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título.
§ 1º. É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos
privativos de médico que estejam sendo exercidos por médico militar na ad-
ministração pública direta ou indireta.
§ 2º. É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos
privados de profissionais de saúde que estejam sendo exercidos na adminis-
tração pública direta ou indireta.
Art. 9º. REVOGADO.
* Este artigo foi revogado pela Emenda Constitucional n. 15/99, de 03 de
agosto de 1999, publicada no DOE N. 29.025, de10/08/1999.
* A redação anterior a revogação continha o seguinte teor:
“Art. 9º O Conselho Estadual de Justiça, regulado no art. 176, deverá ser
instalado até seis meses após a data da promulgação desta Constituição.
Parágrafo único. Não havendo, no prazo acima referido, lei complementar
Estadual regulamentando a atuação do Conselho, este será convocado pelo
Presidente do Tribunal de Justiça, dentro de trinta dias após, passando a re-
ger-se pelo regulamento que adotar, até o advento da mencionada lei.” (Nes-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

te Parágrafo único, anterior a sua revogação, * Por maioriade votos, o STF


suspendeu liminarmente a vigência deste dispositivo, em sessão realizada em
13/11/89. ADIN n. 137-0.)
Art. 10. Transcorridos vinte e quatro meses após a promulgação desta
Constituição, será formada uma comissão composta pelo Presidente do Tri-
bunal de Justiça do Estado, um representante do Poder Executivo indicado
pelo Governador, um representante da Assembleia Legislativa indicado pelos
seus pares e pelo Procurador-Geral de Justiça, Procurador-Geral do Estado,
Procurador-Geral da Defensoria Pública e Presidente do Conselho Secional da
Ordem dos Advogados do Brasil, que apresentará no prazo de sessenta dias,
parecer sobre a necessidade de criação e instalação de Tribunal ou Tribunais
de Alçada, e, sendo favorável o parecer, o Tribunal de Justiça do Estado, ela-
borará e enviará para a Assembleia Legislativa projeto de lei complementar
regulando a matéria.
Art. 11. Aos servidores públicos estaduais que foram beneficiados pela
anistia, por força da lei ou em virtude do art. 8º, § 2º., do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal, aplica-se o disposto no
art. 40, §§ 4º. e 5º. da referida Constituição.
Art. 12. Será criada, dentro de noventa dias da promulgação da Consti-
tuição, Comissão de Estudos Territoriais, com cinco membros indicados pela
Assembleia Legislativa, cinco pelo Poder Executivo, e dois pelos Municípios,
com a finalidade de apresentar estudos sobre limites territoriais dos Municí-
pios do Estado, notadamente, quando exista incerteza ou litígio.
Art. 13. O Diário Oficial e demais gráficas do Estado e dos Municípios, da
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas
pelo Poder Público, promoverão edição popular do texto integral da Constitui-
ção, que será colocado à disposição das escolas, dos cartórios, dos sindica-
tos, das entidades de classe, das associações, dos quartéis, das igrejas e de
outras instituições representativas da comunidade, gratuitamente, de modo

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

que cada cidadão domiciliado do Estado, possa receber do Poder Público um


exemplar da Constituição do Estado do Pará.
Art. 14. Todas as leis, complementares ou ordinárias, decorrentes da pro-
mulgação desta Constituição, deverão estar em plena vigência até o final da
presente legislatura.
§ 1º. No prazo máximo de seis meses, a contar da data da promulgação
desta Constituição, o Poder Executivo, o Poder Judiciário, o Ministério Público,
o Tribunal de Contas do Estado, o Tribunal de Contas dos Municípios e demais
entidades e órgãos, deverão enviar ao Poder Legislativo os projetos de lei que
sejam de suas iniciativas, para cumprimento do disposto no caput deste artigo.
§ 2º. O Poder Legislativo poderá apresentar projetos de lei, inclusive com-
plementares, previstos nesta Constituição, e que sejam de iniciativa de ou-
tros Poderes, órgãos ou entidades, se estes, no prazo marcado, não tomarem
as providências de sua alçada.
Art. 15. Com a promulgação desta Constituição e até o ano de 1995,
serão revistas pelo órgão fundiário competente, com o acompanhamento do
Conselho Estadual de Política Agrícola, Agrária e Fundiária, todas as doações,
vendas, concessões, autorizações e permissões de uso de terras públicas com
área superior a 100 hectares, realizadas no período de 10 de março de 1954
até a data da promulgação desta Constituição, devendo anualmente os resul-
tados serem encaminhados à Assembleia Legislativa.
§ 1º. No que diz respeito às vendas, a revisão será feita com base exclu-
sivamente no critério da legalidade da operação.
§ 2º. No caso de concessões e doações, a revisão obedecerá aos critérios
de legalidade e de conveniência do interesse público.
§ 3º. Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores, comprovada a
ilegalidade, ou havendo interesse público, as terras reverterão ao patrimônio
do Estado e serão preferencialmente destinadas a projetos de recuperação
ambiental ou assentamentos.

281
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 16. O Estado deverá, nos prazos abaixo, contados a partir da promul-
gação desta Constituição:
I – promover as ações discriminatórias das terras de seus domínio, no
prazo de cinco anos;
II – iniciar os trabalhos de elaboração do zoneamento agrícola, no prazo
de seis meses;
III – realizar o zoneamento ecológico-econômico, no prazo de dois anos;
IV – definir a política estadual minerária e do meio ambiente no prazo de um ano;
V – criar, através de lei, todos os conselhos e colegiados instituídos por
esta Constituição ou dela decorrentes, no prazo de seis meses;
VI – editar, até o final da presente legislatura:
a) lei agrícola, agrária e fundiária;
b) Código de Pesca;
c) Código de Proteção à Infância, à Juventude e ao Idoso;
d) lei de proteção e integração social da pessoa portadora de deficiência;
e) lei de defesa do consumidor;
* Ver Lei 5.672, de 08.10.91. (Dispõe sobre a defesa do consumidor na
forma do inciso II, do artigo 294, da Constituição Estadual, combinado com o
inciso VI, alínea “e” do artigo 16, do ato das disposições constitucional tran-
sitórias do mesmo diploma legal e na consonância da Lei Federal n. 8.078, de
11 de novembro de 1990.)
f) lei de política financeira.
VII – reavaliar, ouvido o conselho competente, todas as declarações de
utilidade pública estadual conferidas a instituições filantrópicas de assistência
social e de ensino, no prazo de um ano;
VIII – implantar a Universidade do Estado, com aplicação dos recursos
necessários, no prazo de um ano;
IX – editar, no prazo de seis meses, a lei do regime jurídico único dos ser-
vidores públicos civis, e dos servidores públicos militares, e as leis orgânicas
da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, garantida a

282
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

participação dos servidores civis e militares, por suas respectivas entidades


representativas, na elaboração dos projetos de lei;
X  – editar, no prazo de três meses, a lei a que se refere o art. 284, e,
desrespeitado este prazo, o benefício ali estatuído será garantido mediante a
simples apresentação da carteira de identidade escolar, expedida pela entida-
de que representa os estudantes;
* Ver Lei Complementar n. 02/90, (Estabelece normas e requisitos para a
aquisição de tarifa reduzida à metade nos transportes urbanos, terrestres ou
aquaviários (alterada pela Lei Complementar n. 08/91).
XI – editar, no prazo de seis meses, por iniciativa do Tribunal de Justiça,
lei aprovando o cronograma de instalação de comarcas, para atender ao dis-
posto no art. 154
* Ver a Lei n. 5.658/91, (que traça o organograma de instalação de co-
marcas judiciárias (alterada pela Lei n. 5.763/93.)
Art. 17. Até que seja aprovada a lei de diretrizes orçamentárias, trinta
por cento, no mínimo, do orçamento da seguridade social, serão destinados
ao setor de saúde.
Art. 18. Os cargos de auditor do Tribunal de Contas do Estado e do Tri-
bunal de Contas dos Municípios que excederem ao número previsto nesta
Constituição serão extintos com a vacância.
Art. 19. O Estado instalará a Escola de Formação de Oficiais da Polícia Mi-
litar, a nível de terceiro grau, dentro do prazo de cinco anos, a partir da data
da promulgação desta Constituição.
Art. 20. No prazo de noventa dias, contado da promulgação desta Cons-
tituição, deverá ser editada lei, com normas rígidas e moralizadoras, relativa
ao uso de carros oficiais, ficando estabelecido desde logo que, salvo os veícu-
los de representação do Presidente da Assembleia Legislativa, do Governador
do Estado e do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, todos e quaisquer
outros, de qualquer Poder estadual ou municipal, da administração direta e
indireta, inclusive de autarquias, empresas públicas, fundações e sociedades

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Delegado

de economia mista terão escrito nas portas dianteiras o nome do órgão ou


entidade a que pertencem.
Art. 21. O Governo do Estado transferirá ao Município de Belém, no prazo
máximo de 180 dias, a contar da promulgação desta Constituição, a respon-
sabilidade dos serviços de transporte coletivo da capital.
Parágrafo único. Uma comissão mista composta de três Deputados e três
Vereadores supervisionará a transferência de que trata este artigo.
Art. 22. Até a promulgação das leis que disporão sobre organização básica
da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, inclusive direi-
tos, vencimentos, vantagens e deveres de seus integrantes, ficam os mesmos
regidos pela legislação vigente, naquilo que não conflitar com a Constituição.
Art. 23. O Estado, no prazo de cento e oitenta dias, contados da promul-
gação desta Constituição, providenciará a criação e manutenção de uma fun-
dação pública que incorporará o patrimônio e realizará os objetivos da Santa
Casa de Misericórdia do Pará.
* Ver Lei Complementar n. 03, de 26/04/90 (Autoriza o Poder Executivo a
Constituir a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará) - alterada pela Lei
Complementar n. 26, de 06/10/94. (Redefine a composição organizacional da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará).
Art. 24. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no
prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva em dois turnos de discussão e
votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e nesta Constituição.
Art. 25. O Poder Executivo, até cento e oitenta dias contados da promul-
gação desta Constituição, procederá às substituições necessárias de delega-
dos de polícia nomeados ou comissionados nas delegacias do interior e da
capital por delegados de polícia de carreira.
Art. 26. O Estado apoiará e incentivará, junto ao Governo Federal, a con-
clusão da eclusa de Tucuruí e a construção da eclusa de Santa Izabel do Ara-
guaia, permitindo a integração hidroviária do Pará ao Centro-Oeste.

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Art. 27. Os servidores públicos civis do Estado e dos Municípios, da admi-


nistração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da
promulgação da Constituição Federal, há pelo menos cinco anos continuados,
e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constitui-
ção Federal, são considerados estáveis no serviço público.
§ 1º. O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será con-
tado como título quando se submeterem a concurso para fins de efetivação,
na forma da lei.
§ 2º. O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, fun-
ções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos que a lei declare de
livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado para os fins de
caput deste artigo, exceto se se tratar de servidor.
§ 3º. O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível supe-
rior, nos termos da lei.
Art. 28. O Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo, no prazo de
120 dias, a partir da promulgação desta Constituição, projeto de lei do Fisco
Estadual a que se refere o art. 43.
Art. 29. Até a promulgação da lei complementar referido no art. 169 da
Constituição Federal e art. 208 desta Constituição, o Estado e os Municípios
não poderão despender com pessoal mais do que sessenta e cinco por cento
do valor das respectivas receitas correntes.
Parágrafo único. Os Estados e os Municípios, quando a respectiva despesa
de pessoal exceder o limite previsto neste artigo, deverão retornar àquele
limite, reduzindo o percentual excedente a razão de um quinto por ano.
Art. 30. Os pretores, que estavam no exercício na data da promulgação
desta Constituição Federal, adquirem estabilidade, observado o estágio pro-
batório, aplicando-se-lhes as garantias e vedações da magistratura e passam
a compor quadro em extinção, integrando, como juízes togados, os juizados
especiais referidos no art. 173.

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Art. 31. No prazo de cento e vinte dias, a contar da promulgação desta


Constituição, serão instalados os cartórios de registro civil e de notas, pelo
menos, em todas as sedes municipais que não dispõem dos mesmos, bem
como serão instalados os cartórios já criados por lei.
Art. 32. A partir da promulgação desta Constituição e no prazo de sessen-
ta dias, uma comissão especial de cinco membros será formada por represen-
tantes do Poder Judiciário, Ordem dos Advogados do Brasil-Seção Pará, Mi-
nistério Público, Sistema Penal e Poder Legislativo, sob a coordenação deste
último, com o objetivo de proceder ao levantamento da população carcerária
do Estado, visando a definir a situação processual de cada interno, para as
providências que se fizerem necessárias.
Art. 33. Os juizados de pequenas causas, os juizados especiais, ou juízes
de entrância especial para dirimir conflitos agrários e os juizados de paz de-
vem ser instalados e entrar em funcionamento dentro de seis meses, conta-
dos da data da promulgação desta Constituição.
Art. 34. Os atuais juízes de paz ficam mantidos, com seus direitos, deve-
res e atribuições, até a eleição e posse dos novos titulares, podendo candi-
datar-se ao cargo, se preencherem os requisitos do art. 175, I, e da lei que
regular o assunto.
Art. 35. Os Municípios tomarão, no prazo de seis meses, contados da
promulgação desta Constituição, as providências necessárias junto aos ór-
gãos fundiários competentes, estaduais e federais, para regularizar, legalizar
e identificar suas áreas patrimoniais que deverão estar demarcadas ao prazo
de cinco anos, com o mesmo termo inicial.
Art. 36. Os fundos existentes na data da promulgação desta Constituição,
excetuados os resultantes de isenções fiscais que passem a integrar patrimô-
nio privado, extinguir-se-ão, se não forem ratificados pela Assembleia Legis-
lativa no prazo de um ano.

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Delegado

Art. 37. O Poder Executivo do Estado e dos Municípios reavaliarão todos


os incentivos fiscais de natureza setorial ora em vigor, propondo aos Poderes
Legislativos respectivos as medidas cabíveis.
§ 1º. Considerar-se-ão revogados após um ano, a partir da data da promul-
gação desta Constituição, os incentivos que não forem confirmados por lei.
§ 2º. A revogação não prejudicará os direitos que já tiverem sido adqui-
ridos, àquela data, em relação a incentivos concedidos sob condição e com
prazo certo.
§ 3º. Os incentivos concedidos por convênio entre Estados, celebrado nos
temos do art. 23, § 6º., da Constituição Federal de 1967, com a redação da
emenda n.. 1, de 17 de outubro de 1969, também deverão ser reavaliados e
reconfirmados no prazo deste artigo.
Art. 38. Nos nove primeiros anos da promulgação desta Constituição, o
Poder Público desenvolverá esforços, com a mobilização de todos os setores
organizados da sociedade e com a aplicação de, pelo menos, cinquenta por
cento dos recursos a que se refere o art. 212 da Constituição Federal, para
eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental.
Art. 39. A partir da data da promulgação desta Constituição, o Estado fará
levantamento das áreas de terras das antigas colônias do Prata e Marituba e
das benfeitorias nelas existentes, para fins de delimitação e legalização des-
sas áreas, bem como sua transferência ao controle da comunidade hansenia-
na e seus dependentes, com títulos definitivos, e administradas por entidades
de hansenianos juridicamente constituídas.
Parágrafo único. O prazo para conclusão dos trabalhos de levantamento,
demarcação e legalização das terras, de que trata o caput deste artigo será
de cento e oitenta dias.
Art. 40. Fica criado o Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do
Pará, a ser regulamentado em lei, no prazo de cento e oitenta dias.
* Ver Lei 5.674, de 21/10/91, (Dispõe sobre o Fundo de Desenvolvimento
Econômico do Estado do Pará.) - alterada pela Lei n. 6.007/96.

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Art. 41. Os processos de regularização fundiária, protocolados no órgão


estadual competente, até a data da instalação da Assembleia Estadual Cons-
tituinte, serão concluídos nos termos da legislação anterior, respeitados os
limites estabelecidos na Constituição Federal.
Art. 42. Fica criado o sistema financeiro estadual, a ser regulado em lei
complementar, tendo no ápice o banco oficial do Estado do Pará.
Art. 43. Nos termos do art. 37, III, da Constituição Federal, e do art. 34,
§ 3º., desta Constituição, fica prorrogado por dois anos o prazo de validade de
quaisquer concursos públicos, realizados pelos Poderes Legislativo, Executivo
e Judiciário e demais órgãos e entidades públicos, não se aplicando o aqui
disposto, se não houver candidatos aprovados para serem chamados.
Art. 44. As áreas de terras sobre as quais existam decisões judiciais de
partilha ou de adjudicação e as respectivas cadeias dominiais comprovem a
existência de título legítimo são consideradas propriedades, devendo a sua
regularização, no órgão fundiário do Estado, ocorrer sem nenhum pagamento
por parte do interessado.
Art. 45. É criada uma comissão de transição com finalidade de propor à
Assembleia Legislativa e ao Poder Executivo as medidas legislativas e admi-
nistrativas necessárias a implementar a Constituição Estadual, sem prejuízo
das iniciativas dos três Poderes na esfera de sua competência.
§ 1º. A comissão de transição compor-se-á de nove membros, sendo três
indicados pelo Governador do Estado, três, pela Assembleia Legislativa e três
pelo Tribunal de Justiça, com os respectivos suplentes.
§ 2º. A comissão de transição será instalada no prazo de trinta dias, a
contar da promulgação desta Constituição.
Art. 46. Para cumprimento do art. 234, a atividade econômica que ainda
estiver sendo explorada diretamente pelo Poder Público deverá ser suspensa no
prazo que for estabelecido em lei complementar estadual, observada a lei federal.
Art. 47. Os atuais ocupantes do cargo de Procurador Fiscal do Estado do Pará
ficam subordinados hierárquica, técnica e administrativamente a Procuradoria

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Geral do Estado, constituindo cargos isolados de quadro em extinção, a eles se


aplicando o disposto no § 3º do art. 3º do art. 187 da Constituição Estadual.
* Artigo e seus parágrafos introduzidos através da Emenda Constitucional
n. 07/96, de 23/12/1996.
§ 1º Os valores recebidos em decorrência de vantagens pecuniárias pe-
los atuais ocupantes do cargo de Procurador Fiscal do Estado, que excedam
àqueles recebidos pelos Procuradores do Estado, passarão a constituir vanta-
gem pessoal.
§ 2º Na medida em que vagarem os atuais cargos de Procurador Fiscal, os
mesmos serão transformados em cargos de Procurador do Estado, devendo
serem providos na forma do art. 187, § 2º da Constituição Estadual.
* Este Art. 47 foi acrescentado ao Ato das Disposições Transitórias pela
Emenda Constitucional n. 07/96, de 23/12/1996.
Palácio da Cabanagem, Belém, 5 de outubro de 1989
Mário Chermont, Presidente; Carlos Cavalcante, 1º. Vice-Presidente e Re-
lator Adjunto; Zeno Veloso, 2º. Vice-Presidente e Relator Geral; Haroldo Be-
zerra, 1º. Secretário; Agostinho Linhares, 2º. Secretário e Relator Adjunto;
Célio Sampaio, 3º. Secretário; Francisco Ramos, 4º Secretário; Guaracy Sil-
veira, Suplente; Vilson Schuber, Suplente; Costa Filho, Suplente; Wandenkolk
Gonçalves, Relator Adjunto; Agenor Moreira, Alcides Corrêa, Aldebaro Klau-
tau, Bira Barbosa, Carlos Kayath, Carlos Xavier, Edimilson Rodrigues, Edson
Matoso, Emílio Ramos, Fernando Ribeiro, Giovanni Queirós, Hamilton Guedes,
Itamar Francez, José Diogo, José Francisco, Kzan Lourenço, Luiz Maria, Ma-
noel Franco, Maria de Nazaré, Mariuadir Santos, Nicias Ribeiro, Nilçon Pinhei-
ro, Nonato Vasconcelos, Nuno Miranda, Óti Santos, Paulo Dutra, Raimundo
Marques, Raimundo Santos, Ronaldo Passarinho, Themístocles Nascimento,
Valdir Ganzer.
IN MEMORIAM:
João Batista, Paulo Fontelles

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Delegado

LEI N. 8.112, DE DEZEMBRO DE 1990

Mensagem de veto
Produção de efeito
Dispõe sobre o regime jurídico dos servi-
Partes mantidas pelo Congresso Nacional
dores públicos civis da União, das autar-
(Vide Lei n. 12.702, de 2012)
quias e das fundações públicas federais.
(Vide Lei n. 12.855, de 2013)
(Vide Lei n. 13.135, de 2015)

PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI N. 8.112, DE 11 DE DEZEM-


BRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI N. 9.527, DE 10 DE
DEZEMBRO DE 1997.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis
da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações
públicas federais.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida
em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades pre-
vistas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são
criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres
públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos
previstos em lei.

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Delegado

TÍTULO II
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO,
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requi-
sitos estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se ins-
crever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão
reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica
federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientis-
tas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
(Incluído pela Lei n. 9.515, de 20.11.97)
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da auto-
ridade competente de cada Poder.
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


I – nomeação;
II – promoção;
III – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
IV – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
V – readaptação;
VI – reversão;
VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
IX – recondução.

Seção II
Da Nomeação

Art. 9º A nomeação far-se-á:


I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento
efetivo ou de carreira;
II – em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de con-
fiança vagos. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de nature-
za especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro
cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa,
hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o perí-
odo da interinidade. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimen-
to efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de
provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento
do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que
fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e
seus regulamentos. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Do Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser


realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do
respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao
pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas. (Redação
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) (Regulamento)
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo
ser prorrogado uma única vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização
serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em
jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado
em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

Seção IV
Da Posse e do Exercício

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual


deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos
inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente,
por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do
ato de provimento. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato
de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afas-
tado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX
e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. (Redação
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.


§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores
que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de
outro cargo, emprego ou função pública.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer
no prazo previsto no § 1º deste artigo.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto
física e mentalmente para o exercício do cargo.
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo públi-
co ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público
entrar em exercício, contados da data da posse. (Redação dada pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato
de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos
prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nome-
ado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. (Redação dada pela
Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de
publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licen-
ça ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no
primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a
trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão
registrados no assentamento individual do servidor.

294
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão


competente os elementos necessários ao seu assentamento individual.
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado
no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que
promover o servidor. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão
de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício
provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados
da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições
do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para
a nova sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado le-
galmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do tér-
mino do impedimento. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527,
de 10.12.97)
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.
(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das
atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima
do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e má-
ximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela
Lei n. 8.270, de 17.12.91)
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se
a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120,
podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabele-
cida em leis especiais. (Incluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

295
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de pro-


vimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte
e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto
de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:
(vide EMC n. 19)
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será
submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desem-
penho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade,
de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira
ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados
nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 11.784, de
2008)
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se
estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto
no parágrafo único do art. 29.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de
provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no
órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou
entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6,
5 e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas
as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e
96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente

296
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Fede-


ral. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afasta-
mentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de
participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do
impedimento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção V
Da Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo


de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar
2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide EMC n. 19)
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença ju-
dicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual
lhe seja assegurada ampla defesa.

Seção VI
Da Transferência

Art. 23. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção VII
Da Readaptação

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições


e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será
aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeita-
da a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos
e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atri-

297
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

buições como excedente, até a ocorrência de vaga. (Redação dada pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
Seção VIII
Da Reversão
(Regulamento Dec. n. 3.644, de 30.11.2000)

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (Reda-


ção dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os
motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45,
de 4.9.2001)
II – no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Medida Pro-
visória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45,
de 4.9.2001)
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida Provisória
n. 2.225-45, de 4.9.2001)
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-
45, de 4.9.2001)
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
(Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de
4.9.2001)
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua
transformação. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado
para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-
45, de 4.9.2001)

298
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exer-


cerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. (Incluído
pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração
perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração
do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pesso-
al que percebia anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provi-
sória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calcu-
lados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no
cargo. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. (Incluído
pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70
(setenta) anos de idade.

Seção IX
Da Reintegração

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo an-


teriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressar-
cimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponi-
bilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será re-
conduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em
outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

299
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção X
Da Recondução

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anterior-


mente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor
será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

Seção XI
Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á


mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o ime-
diato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocor-
rer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37, o servidor posto
em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central
do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu ade-
quado aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela
Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponi-
bilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença
comprovada por junta médica oficial.

300
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA VACÂNCIA

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:


I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;
IV – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
V – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VI – readaptação;
VII – aposentadoria;
VIII – posse em outro cargo inacumulável;
IX – falecimento.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou
de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no
prazo estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de
confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
I – a juízo da autoridade competente;
II – a pedido do próprio servidor.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

301
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

Seção I
Da Remoção

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no


âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por moda-
lidades de remoção: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
I – de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei n. 9.527, de
10.12.97)
II – a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei n. 9.527, de
10.12.97)
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da
Administração: (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público
civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;
(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou depen-
dente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional,
condicionada à comprovação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o nú-
mero de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com nor-
mas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lota-
dos. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

302
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Da Redistribuição

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo,


ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou en-
tidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, ob-
servados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
I – interesse da administração; (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
II – equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
III – manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído pela Lei
n. 9.527, de 10.12.97)
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das
atividades; (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institu-
cionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da
força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reor-
ganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato con-
junto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administra-
ção Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto
o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor
estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu
aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e altera-
do pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

303
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade


poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter
exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aprovei-

tamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

CAPÍTULO IV
DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e


os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regi-
mento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente
máximo do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo
do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os
de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamen-
tares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela
remuneração de um deles durante o respectivo período. (Redação dada pela
Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função
de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afasta-
mentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecu-
tivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o
referido período. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades
administrativas organizadas em nível de assessoria.

304
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo


público, com valor fixado em lei.
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória n. 431, de 2008).
(Revogado pela Lei n. 11.784, de 2008)
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comis-
são será paga na forma prevista no art. 62.
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade
diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo com o estabe-
lecido no § 1º do art. 93.
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter
permanente, é irredutível.
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições
iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Pode-
res, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza
ou ao local de trabalho.
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.
(Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008)
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de re-
muneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remu-
neração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes,
pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do
Supremo Tribunal Federal.

305
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas


nos incisos II a VII do art. 61.
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei n. 9.624, de 2.4.98)
Art. 44. O servidor perderá:
I – a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
II – a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências
justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas anteci-
padas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subsequente
ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação dada pela
Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou
de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata,
sendo assim consideradas como efetivo exercício. (Incluído pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum des-
conto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide Decreto n. 1.502, de
1995) (Vide Decreto n. 1.903, de 1996) (Vide Decreto n. 2.065, de 1996)
(Regulamento) (Regulamento)
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha
de pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com repo-
sição de custos, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei
n. 13.172, de 2015)
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata o § 1º não exce-
derá a 35% (trinta e cinco por cento) da remuneração mensal, sendo 5%
(cinco por cento) reservados exclusivamente para: (Redação dada pela Lei n.
13.172, de 2015)
I – a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito;
ou (Incluído pela Lei n. 13.172, de 2015)
II – a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.
(Incluído pela Lei n. 13.172, de 2015)

306
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de ju-


nho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado
ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo
ser parceladas, a pedido do interessado. (Redação dada pela Medida Provisó-
ria n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente
a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela
Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do
processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única
parcela. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a
decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada
ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada
pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado
ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de
sessenta dias para quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua
inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45,
de 4.9.2001)
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de
arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos
resultante de decisão judicial.

307
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes


vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para
qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou pro-
vento, nos casos e condições indicados em lei.
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumu-
ladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários
ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Seção I
Das Indenizações

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:


I – ajuda de custo;
II – diárias;
III – transporte.
IV – auxílio-moradia. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do
art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos
em regulamento. (Redação dada pela Lei n. 11.355, de 2006)

308
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Subseção I
Da Ajuda de Custo

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instala-


ção do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova
sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo
pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou com-
panheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na
mesma sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º Correm por conta da administração as despesas de transporte do ser-
vidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda
de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um)
ano, contado do óbito.
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção pre-
vistas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36. (Incluído pela Lei
n. 12.998, de 2014)
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor,
conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância
correspondente a 3 (três) meses.
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do
cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor
da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de
custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, in-
justificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

309
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Subseção II

Das Diárias

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter even-

tual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior,

fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas

extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dis-

puser em regulamento. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela

metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando

a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por

diárias. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência per-

manente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da

mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, consti-

tuídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de

controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e compe-

tência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida,

salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas

serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.

(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer

motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo me-

nor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas

em excesso, no prazo previsto no caput.

310
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Subseção III
Da Indenização de Transporte

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar


despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de
serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se
dispuser em regulamento.
Subseção IV
Do Auxílio-Moradia

(Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)


Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas com-
provadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de
hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a
comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os
seguintes requisitos: (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; (Incluído
pela Lei n. 11.355, de 2006)
II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
(Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
III – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido
proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de
imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote
edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a
sua nomeação; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-mo-
radia; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
V – o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo
em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado
ou equivalentes (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

311
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de con-


fiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local
de residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município,
nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função
de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse
período; e (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou
nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. (Incluído
pela Lei n. 11.490, de 2007)
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no
qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no in-
ciso V. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)
Art. 60-C. (Revogado pela Lei n. 12.998, de 2014)
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte
e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou
cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008
§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por
cento) da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008
§ 2º Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comis-
sionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarci-
mento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei
n. 11.784, de 2008
§ 3º (Incluído pela Medida Provisória n. 805, de 2017) (Vigência encerrada)
§ 4º (Incluído pela Medida Provisória n. 805, de 2017) (Vigência encerrada)
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel fun-
cional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia con-
tinuará sendo pago por um mês. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Das Gratificações e Adicionais

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão
deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
I – retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramen-
to; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
II – gratificação natalina;
III – (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
IV – adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
V – adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI – adicional noturno;
VII – adicional de férias;
VIII – outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
IX – gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído pela Lei n.
11.314 de 2006)

Subseção I
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,
Chefia e Assessoramento
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de


direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de
Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício. (Redação dada pela
Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em
comissão de que trata o inciso II do art. 9º. (Redação dada pela Lei n. 9.527,
de 10.12.97)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Iden-


tificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de di-
reção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de
Natureza Especial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no 8.911, de 11
de julho de 1994, e o art. 3º da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído
pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará
sujeita às revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais.
(Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Subseção II
Da Gratificação Natalina

Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da


remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de
exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será consi-
derada como mês integral.
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro
de cada ano.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, pro-
porcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do
mês da exoneração.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qual-
quer vantagem pecuniária.

Subseção III
Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001, respei-


tadas as situações constituídas até 8.3.1999)

314
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Subseção IV
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres


ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco
de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de pericu-
losidade deverá optar por um deles.
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com
a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores em
operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquan-
to durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste ar-
tigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e
não perigoso.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalu-
bridade e de periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em
legislação específica.
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em
exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o
justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou
substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo
que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto
na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submeti-
dos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.

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Subseção V

Do Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50%

(cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a

situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas)

horas por jornada.

Subseção VI

Do Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22

(vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-

-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora

como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de

que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Subseção VII

Do Adicional de Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por

ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remune-

ração do período das férias.

Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia

ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem

será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

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Subseção VIII
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
(Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida


ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)
(Regulamento)
I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou
de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública
federal; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)
II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais,
para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração
de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candi-
datos; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)
III – participar da logística de preparação e de realização de concurso públi-
co envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução
e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre
as suas atribuições permanentes; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)
IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibu-
lar ou de concurso público ou supervisionar essas atividades. (Incluído pela
Lei n. 11.314 de 2006)
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este
artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:
(Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)
I – o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza
e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)
II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e
vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do
órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vin-
te) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

317
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III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes


percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração
pública federal: (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de ativi-
dades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo; (Redação dada pela
Lei n. 11.501, de 2007)
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de ativida-
de prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei
n. 11.501, de 2007)
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga
se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas
sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo
ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante
a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 11.314 de 2006)
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao
vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser uti-
lizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para
fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões. (Incluído pela
Lei n. 11.314 de 2006)

CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acu-
muladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço,
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. (Redação dada
pela Lei n. 9.525, de 10.12.97) (Vide Lei n. 9.525, de 1997)
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze)
meses de exercício.

318
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.


§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim
requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. (Incluído
pela Lei n. 9.525, de 10.12.97)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2
(dois) dias antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no
§ 1º deste artigo. (Vide Lei n. 9.525, de 1997)
§ 1º e § 2º (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá
indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto,
na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração supe-
rior a quatorze dias. (Incluído pela Lei n. 8.216, de 13.8.91)
§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração do mês em
que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei n. 8.216, de 13.8.91)
§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional pre-
visto no inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal quando da utilização do
primeiro período. (Incluído pela Lei n. 9.525, de 10.12.97)
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou
substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por se-
mestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de ca-
lamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou
eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do
órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) (Vide Lei
n. 9.525, de 1997)
Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só
vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

319
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CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:


I – por motivo de doença em pessoa da família;
II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III – para o serviço militar;
IV – para atividade política;
V – para capacitação; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VI – para tratar de interesses particulares;
VII – para desempenho de mandato classista.
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada
uma de suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica
oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
11.907, de 2009)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da
licença prevista no inciso I deste artigo.
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de
outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.

Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença
do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e
enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assenta-
mento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. (Redação
dada pela Lei n. 11.907, de 2009)

320
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for


indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do
cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso
II do art. 44. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser
concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: (Redação
dada pela Lei n. 12.269, de 2010)
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remunera-
ção do servidor; e (Incluído pela Lei n. 12.269, de 2010)
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
(Incluído pela Lei n. 12.269, de 2010)
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do
deferimento da primeira licença concedida. (Incluído pela Lei n. 12.269, de 2010)
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, in-
cluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12
(doze) meses, observado o disposto no § 3º, não poderá ultrapassar os limites
estabelecidos nos incisos I e II do § 2º. (Incluído pela Lei n. 12.269, de 2010)

Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge
ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também
seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provi-
sório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou
fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu
cargo. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

321
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Seção IV
Da Licença para o Serviço Militar

Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida li-
cença, na forma e condições previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta)
dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Seção V
Da Licença para Atividade Política

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o


período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como can-
didato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a
Justiça Eleitoral.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha
suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arreca-
dação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do regis-
tro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte
ao do pleito. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao
da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do car-
go efetivo, somente pelo período de três meses. (Redação dada pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
Seção VI
Da Licença para Capacitação
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no


interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de ca-
pacitação profissional. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) (Vide
Decreto n. 5.707, de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acu-
muláveis. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 88. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 89. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 90. (VETADO).

Seção VII
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor


ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório,
licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos
consecutivos, sem remuneração. (Redação dada pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a
pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação dada pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Seção VIII
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para


o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe
de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscaliza-
dora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em
sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços
a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102
desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limi-
tes: (Redação dada pela Lei n. 11.094, de 2005) (Regulamento)

323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores;
(Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)
II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) as-
sociados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)
III – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito)
servidores. (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de
direção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas
no órgão competente. (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no
caso de reeleição. (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)

CAPÍTULO V
DOS AFASTAMENTOS

Seção I
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei n. 8.270, de
17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto n. 4.493, de 3.12.2002) (Vide Decre-
to n. 5.213, de 2004) (Vide Decreto n. 9.144, de 2017)
I – para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; (Redação
dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
II – em casos previstos em leis específicas. (Redação dada pela Lei n.
8.270, de 17.12.91)
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será
do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais
casos. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de


economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração
do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percen-
tual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o
reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.355, de 2006)
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da
União. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor
do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Fe-
deral direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado
e a prazo certo. (Incluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela
requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. (Redação dada pela
Lei n. 10.470, de 25.6.2002)
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de
economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total
ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições
contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do
empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Pla-
nejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em
comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei n. 10.470, de 25.6.2002)
§ 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade
de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício
de empregado ou servidor, independentemente da observância do constan-
te no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 10.470, de
25.6.2002) (Vide Decreto n. 5.375, de 2005)

325
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguin-


tes disposições:
I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado
do cargo;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu
cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sen-
do-lhe facultado optar pela sua remuneração.
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a segu-
ridade social como se em exercício estivesse.
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá
ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde
exerce o mandato.

Seção III
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou mis-
são oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Ór-
gãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Vide
Decreto n. 1.387, de 1995)
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estu-
do, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

326
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida


exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido
período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da
despesa havida com seu afastamento.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira
diplomática.
§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este
artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplina-
das em regulamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacio-
nal de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total
da remuneração. (Vide Decreto n. 3.456, de 2000)

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)
Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu no País

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde


que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do
cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo
efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-
-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído
pela Lei n. 11.907, de 2009)
§ 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em confor-
midade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios
para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afas-
tamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este
fim. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

327
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os afastamentos para realização de programas de mestrado e dou-


torado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos
no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado
e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório,
que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particula-
res para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2
(dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela
Lei n. 11.907, de 2009)
§ 3º Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado
somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no
respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o perí-
odo de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para
tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos qua-
tro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Redação dada
pela Lei n. 12.269, de 2010)
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1º,
2º e 3º deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após
o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. (Incluído
pela Lei n. 11.907, de 2009)
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposenta-
doria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4º deste
artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no
8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.
(Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afas-
tamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo
na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do di-
rigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

328
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior,


autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

CAPÍTULO VI
DAS CONCESSÕES

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:


(Redação dada pela Medida provisória n. 632, de 2013)
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II – pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou reca-
dastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; (Redação
dada pela Lei n. 12.998, de 2014)
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, fi-
lhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando
comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição,
sem prejuízo do exercício do cargo.
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação
de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração
semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527,
de 10.12.97)
§ 2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de
deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, in-
dependentemente de compensação de horário. (Incluído pela Lei n. 9.527,
de 10.12.97)
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas ao servidor que
tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. (Redação dada pela Lei
n. 13.370, de 2016)

329
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensa-


ção de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que
desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta
Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da admi-
nistração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima,
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, indepen-
dentemente de vaga.
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou compa-
nheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem
como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

CAPÍTULO VII
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público fe-
deral, inclusive o prestado às Forças Armadas.
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão con-
vertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são con-
siderados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de: (Vide
Decreto n. 5.707, de 2006)
I – férias;
II – exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade
dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
III – exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qual-
quer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;
IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído ou
em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o
regulamento; (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009) (Vide Decreto n.
5.707, de 2006)

330
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do


Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, con-
forme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
(Vide Decreto n. 5.707, de 2006)
VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses,
cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo
de provimento efetivo; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência
ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para
prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por mere-
cimento; (Redação dada pela Lei n. 11.094, de 2005)
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
f) por convocação para o serviço militar;
IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para
integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme
disposto em lei específica;
XI – afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil
participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:
I – o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Dis-
trito Federal;
II – a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor,
com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze)
meses. (Redação dada pela Lei n. 12.269, de 2010)

331
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2º;


IV – o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal,
estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;
V – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;
VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII – o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o
prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. 102. (Incluído pela Lei
n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas
para nova aposentadoria.
§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Arma-
das em operações de guerra.
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado con-
comitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos
Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação
pública, sociedade de economia mista e empresa pública.

CAPÍTULO VIII
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Pú-


blicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para de-
cidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente
subordinado o requerente.
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expe-
dido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. (Vide
Lei n. 12.300, de 2010)
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tra-
tam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias
e decididos dentro de 30 (trinta) dias.

332
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei n. 12.300, de 2010)


I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que
tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades.
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que es-
tiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de
recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo inte-
ressado, da decisão recorrida. (Vide Lei n. 12.300, de 2010)
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da
autoridade competente.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou
do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.
Art. 110. O direito de requerer prescreve:
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos
resultantes das relações de trabalho;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro
prazo for fixado em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação
do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não
for publicado.
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, inter-
rompem a prescrição.
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela
administração.
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do
processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por
ele constituído.

333
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo,


quando eivados de ilegalidade.
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capí-
tulo, salvo motivo de força maior.

TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DOS DEVERES

Art. 116. São deveres do servidor:


I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas
as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclare-
cimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
mento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
(Redação dada pela Lei n. 12.527, de 2011)
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

334
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encami-


nhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra
a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES

Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória n. 2.225-45,


de 4.9.2001)
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização
do chefe imediato;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer do-
cumento ou objeto da repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo
ou execução de serviço;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos
em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de
seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação
profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em de-
trimento da dignidade da função pública;
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, per-
sonificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de
acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei n. 11.784, de 2008
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públi-
cas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

335
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer


espécie, em razão de suas atribuições;
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV – proceder de forma desidiosa;
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou
atividades particulares;
XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,
exceto em situações de emergência e transitórias;
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exer-
cício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo
não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008
I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no
capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a
seus membros; e (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008
II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do
art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. (Incluí-
do pela Lei n. 11.784, de 2008

CAPÍTULO III
DA ACUMULAÇÃO

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acu-


mulação remunerada de cargos públicos.
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

336
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à com-


provação da compatibilidade de horários.
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de
cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando
os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na ativi-
dade. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão,
exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado
pela participação em órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração de-
vida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas
públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas,
bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou in-
diretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a res-
peito, dispuser legislação específica. (Redação dada pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licita-
mente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em
comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em
que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo


exercício irregular de suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

337
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente


será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que asse-
gurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor pe-
rante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra
eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo
ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,
sendo independentes entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apura-
ção de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que te-
nha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego
ou função pública. (Incluído pela Lei n. 12.527, de 2011)

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 127. São penalidades disciplinares:


I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.

338
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço pú-
blico, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. (Incluído pela Lei n. 9.527,
de 10.12.97)
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação
de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância
de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que
não justifique imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas
punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifi-
quem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
(noventa) dias.
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,
injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determina-
da pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez
cumprida a determinação.
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspen-
são poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento)
por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a perma-
necer em serviço.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus regis-
tros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercí-
cio, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova
infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I – crime contra a administração pública;
II – abandono de cargo;

339
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – inassiduidade habitual;


IV – improbidade administrativa;
V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI – insubordinação grave em serviço;
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legíti-
ma defesa própria ou de outrem;
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI – corrupção;
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, em-
pregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará
o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no
prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese
de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regulari-
zação imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas
seguintes fases: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser
composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria
e a materialidade da transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
III – julgamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e
matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos
ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou enti-
dades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do cor-
respondente regime jurídico. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

340
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a cons-
tituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que
trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor
indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco
dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na re-
partição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei
n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo
quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exa-
me, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a au-
toridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o
disposto no § 3º do art. 167. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configu-
rará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido
de exoneração do outro cargo. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a
pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilida-
de em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acu-
mulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão
comunicados. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar subme-
tido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do
ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias,
quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, ob-
servando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos
Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo


que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante
de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de
suspensão e de demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exone-
ração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo
em comissão.
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos
dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e
o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infrin-
gência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova
investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor
que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art.
132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor
ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem
causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de
doze meses.
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habi-
tual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art.
133, observando-se especialmente que: (Redação dada pela Lei n. 9.527,
de 10.12.97)
I – a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei n. 9.527,
de 10.12.97)
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período
de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; (Incluído
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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Delegado

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao


serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias
interpoladamente, durante o período de doze meses; (Incluído pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
II – após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclu-
sivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá
as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará,
na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora
para julgamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República,
quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade
de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente infe-
rior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão
superior a 30 (trinta) dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respecti-
vos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão
de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de
destituição de cargo em comissão.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassa-
ção de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tor-
nou conhecido.

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Delegado

§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações


disciplinares capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar in-
terrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a
partir do dia em que cessar a interrupção.

TÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço pú-


blico é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância
ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que
se refere, poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso
daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência espe-
cífica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo
Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e
dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do
respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o jul-
gamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração,
desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam
formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração
disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

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Delegado

Art. 145. Da sindicância poderá resultar:


I – arquivamento do processo;
II – aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
III – instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30
(trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da auto-
ridade superior.
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposi-
ção de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em
comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

CAPÍTULO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a
influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo
disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo
prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo,
findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar respon-


sabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou
que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta
de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observa-
do o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente,

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que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter
nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela
Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presi-
dente, podendo a indicação recair em um de seus membros.
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito,
cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em li-
nha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independência e im-
parcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da administração.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão cará-
ter reservado.
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II – inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
III – julgamento.
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá
60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstân-
cias o exigirem.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus
trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do re-
latório final.
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão de-
talhar as deliberações adotadas.

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Seção I
Do Inquérito

Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contra-


ditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e
recursos admitidos em direito.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como
peça informativa da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a
infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encami-
nhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata
instauração do processo disciplinar.
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoi-
mentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta
de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a
permitir a completa elucidação dos fatos.
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo
pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemu-
nhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar
de prova pericial.
§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados im-
pertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o escla-
recimento dos fatos.
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do
fato independer de conhecimento especial de perito.
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado
expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente
do interessado, ser anexado aos autos.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do
mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve,
com a indicação do dia e hora marcados para inquirição.

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Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não


sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, pro-
ceder-se-á à acareação entre os depoentes.
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promove-
rá o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos
arts. 157 e 158.
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido sepa-
radamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou
circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como
à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e
respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presi-
dente da comissão.
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a
comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame
por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto
apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do ser-
vidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegu-
rando-se-lhe vista do processo na repartição.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências
reputadas indispensáveis.

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§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o


prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo mem-
bro da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar
à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será cita-
do por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande cir-
culação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15
(quinze) dias a partir da última publicação do edital.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não
apresentar defesa no prazo legal.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devol-
verá o prazo para a defesa.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do proces-
so designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual
ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso,
onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que
se baseou para formar a sua convicção.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à respon-
sabilidade do servidor.
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o
dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias
agravantes ou atenuantes.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será reme-
tido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

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Seção II
Do Julgamento

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do pro-


cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade ins-
tauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que
decidirá em igual prazo.
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamen-
to caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposenta-
doria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o
inciso I do art. 141.
§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade ins-
tauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrante-
mente contrária à prova dos autos. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando
contrário às provas dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos
autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade
proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que de-
terminou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará
a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de
outra comissão para instauração de novo processo. (Redação dada pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o art.
142, § 2º, será responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título IV.
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo


disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação pe-
nal, ficando trasladado na repartição.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser
exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do
processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único,
inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se for o caso.
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua
repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado;
II – aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se
deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao
esclarecimento dos fatos.

Seção III
Da Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a


pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias sus-
cetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade
aplicada.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor,
qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida
pelo respectivo curador.
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fun-
damento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados
no processo originário.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Mi-


nistro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão,
encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o
processo disciplinar.
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providencia-
rá a constituição de comissão, na forma do art. 149.
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a
produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão
dos trabalhos.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber,
as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos
termos do art. 141.
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, con-
tados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora
poderá determinar diligências.
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a pena-
lidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em re-
lação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento
de penalidade.

352
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TÍTULO VI
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e


sua família.
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simulta-
neamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração pública
direta, autárquica e fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de
Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde. (Redação dada pela
Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à re-
muneração, inclusive para servir em organismo oficial internacional do qual o
Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para
regime de previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o
regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar o
afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
mencionado regime de previdência. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remunera-
ção a manutenção da vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do
Servidor Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição,
no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade, incidente sobre
a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições,
computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído
pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser efetuado até o segundo
dia útil após a data do pagamento das remunerações dos servidores públi-
cos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e execução dos tributos
federais quando não recolhidas na data de vencimento. (Incluído pela Lei n.
10.667, de 14.5.2003)

353
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos
a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de
benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades:
I – garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhi-
ce, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;
II – proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
III – assistência à saúde.
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições
definidos em regulamento, observadas as disposições desta Lei.
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor
compreendem:
I – quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;
II – quanto ao dependente:
a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral;
c) auxílio-reclusão;
d) assistência à saúde.
§ 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos ór-
gãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os servidores, observa-
do o disposto nos arts. 189 e 224.
§ 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou
má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação
penal cabível.

354
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DOS BENEFÍCIOS

Seção I
Da Aposentadoria

Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Constituição)


I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando de-
corrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con-
tagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-
cionais ao tempo de serviço;
III – voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se
mulher, com proventos integrais;
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério se
professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proventos integrais;
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se
mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessen-
ta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se
refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público,
hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e in-
capacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avança-
dos do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Ad-
quirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.
§ 2º Nos casos de exercício de atividades consideradas insalubres ou peri-
gosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que
trata o inciso III, “a” e “c”, observará o disposto em lei específica.

355
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta médica


oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o
desempenho das atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o
disposto no art. 24. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por
ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a
idade-limite de permanência no serviço ativo.
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da
data da publicação do respectivo ato.
§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para trata-
mento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.
§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condições de reassu-
mir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publica-
ção do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.
§ 4º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, serão consideradas
apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou
doenças correlacionadas. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)
§ 5º A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de
saúde ou aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momen-
to, para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposen-
tadoria. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com observância
do disposto no § 3º do art. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre
que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou van-
tagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive
quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função
em que se deu a aposentadoria.

356
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo


de serviço se acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1º
do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for considerado inválido por junta
médica oficial passará a perceber provento integral, calculado com base no
fundamento legal de concessão da aposentadoria. (Redação dada pela Lei
n. 11.907, de 2009)
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será
inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o
dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento,
deduzido o adiantamento recebido.
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de opera-
ções bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei n. 5.315,
de 12 de setembro de 1967, será concedida aposentadoria com provento in-
tegral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.

Seção II
Do Auxílio-Natalidade

Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nas-


cimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço
público, inclusive no caso de natimorto.
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cin-
quenta por cento), por nascituro.
§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público,
quando a parturiente não for servidora.

357
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Do Salário-Família

Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por


dependente econômico.
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de
percepção do salário-família:
I – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21
(vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou,
se inválido, de qualquer idade;
II – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial,
viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo;
III – a mãe e o pai sem economia própria.
Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o benefici-
ário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra
fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou su-
perior ao salário-mínimo.
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em
comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago
a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e,
na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem ser-
virá de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarre-
ta a suspensão do pagamento do salário-família.

Seção IV
Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde,


a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remune-
ração a que fizer jus.

358
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com
base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)
§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residên-
cia do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.
§ 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou
tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as
hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado
por médico particular. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos
depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou enti-
dade. (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período
de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedi-
da mediante avaliação por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei n.
11.907, de 2009)
§ 5º A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste
artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será
efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo
de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias,
dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma de-
finida em regulamento. (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome
ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por aci-
dente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas
no art. 186, § 1º.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou fun-
cionais será submetido a inspeção médica.
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos
termos e condições definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.907,
de 2009) (Regulamento).

359
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Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e suas entidades


autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela Lei n. 12.998, de 2014)
I – prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo órgão ou entidade
à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído pela Lei n. 12.998, de 2014)
II – celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os
órgãos e entidades da administração direta, suas autarquias e fundações;
(Incluído pela Lei n. 12.998, de 2014)
III – celebrar convênios com operadoras de plano de assistência à saúde,
organizadas na modalidade de autogestão, que possuam autorização de fun-
cionamento do órgão regulador, na forma do art. 230; ou (Incluído pela Lei
n. 12.998, de 2014)
IV – prestar os exames médicos periódicos mediante contrato administra-
tivo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais
normas pertinentes. (Incluído pela Lei n. 12.998, de 2014)

Seção V
Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade

Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento
e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto n.
6.690, de 2008)
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação,
salvo antecipação por prescrição médica.
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora
será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito
a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à
licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.

360
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a
servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de
descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até
1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remune-
rada. (Vide Decreto n. 6.691, de 2008)
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com
mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30
(trinta) dias.

Seção VI
Da Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor aciden-


tado em serviço.
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido
pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribui-
ções do cargo exercido.
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
I – decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exer-
cício do cargo;
II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento espe-
cializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial cons-
titui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios
e recursos adequados em instituição pública.
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, pror-
rogável quando as circunstâncias o exigirem.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção VII
Da Pensão

Art. 215. Por morte do servidor, os seus dependentes, nas hipóteses le-
gais, fazem jus à pensão por morte, observados os limites estabelecidos no
inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2º da Lei n.
10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação dada pela Lei n. 13.846, de 2019)
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória n. 664, de 2014) (Vigência)
(Revogado pela Lei n. 13.135, de 2015)
Art. 217. São beneficiários das pensões:
I – o cônjuge; (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
c) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
II – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com
percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; (Redação dada
pela Lei n. 13.135, de 2015)
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
c) Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
III – o companheiro ou companheira que comprove união estável como
entidade familiar; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
IV – o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos:
(Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
b) seja inválido; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
c) (Vide Lei n. 13.135, de 2015) (Vigência)
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (Redação dada pela Lei n.
13.846, de 2019)

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V – a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e


(Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
VI – o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica
do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV. (Incluído pela
Lei n. 13.135, de 2015)
§ 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I a
IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V e VI. (Redação dada
pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o inciso V do
caput exclui o beneficiário referido no inciso VI. (Redação dada pela Lei n.
13.135, de 2015)
§ 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante decla-
ração do servidor e desde que comprovada dependência econômica, na forma
estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.846, de 2019)
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor
será distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. (Redação
dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes
do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada
pela Lei n. 13.846, de 2019)
I – do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias) após o
óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa)
dias após o óbito, para os demais dependentes; (Redação dada pela Lei n.
13.846, de 2019)
II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I
do caput deste artigo; ou (Redação dada pela Lei n. 13.846, de 2019)

363
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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III – da decisão judicial, na hipótese de morte presumida. (Redação dada


pela Lei n. 13.846, de 2019)
§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de ha-
bilitação de outro possível dependente e a habilitação posterior que importe
em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a partir da data
da publicação da portaria de concessão da pensão ao dependente habilitado.
(Redação dada pela Lei n. 13.846, de 2019)
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de depen-
dente, este poderá requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pen-
são por morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores com outros de-
pendentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado
da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário.
(Redação dada pela Lei n. 13.846, de 2019)
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão
da pensão por morte, este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional
da referida pensão, apenas para efeitos de rateio, descontando-se os valores
referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o pagamento da respec-
tiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência
de decisão judicial em contrário. (Redação dada pela Lei n. 13.846, de 2019)
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste artigo, o
valor retido será corrigido pelos índices legais de reajustamento e será pago de
forma proporcional aos demais dependentes, de acordo com as suas cotas e o
tempo de duração de seus benefícios. (Incluído pela Lei n. 13.846, de 2019)
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão
por morte a cobrança dos valores indevidamente pagos em função de nova
habilitação. (Incluído pela Lei n. 13.846, de 2019)
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação dada pela Lei n.
13.135, de 2015)
I – após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de
crime de que tenha dolosamente resultado a morte do servidor; (Incluído
pela Lei n. 13.135, de 2015)

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II – o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qual-


quer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a for-
malização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário,
apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contradi-
tório e à ampla defesa. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do ser-
vidor, nos seguintes casos:
I – declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;
II – desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente
não caracterizado como em serviço;
III – desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em
missão de segurança.
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou
temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, res-
salvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício
será automaticamente cancelado.
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
I – o seu falecimento;
II – a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão
da pensão ao cônjuge;
III – a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, ou
o afastamento da deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência,
respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas a e b do
inciso VII do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei n. 13.846, de 2019)
IV – o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou irmão;
(Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
V – a acumulação de pensão na forma do art. 225;
VI – a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
VII – em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III do caput
do art. 217: (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

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a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o servidor


tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a
união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito
do servidor; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade
do pensionista na data de óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito)
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento
ou da união estável: (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; (Incluído
pela Lei n. 13.135, de 2015)
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;
(Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de ida-
de; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; (In-
cluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos
de idade; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. (Incluído
pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 1º A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja preserva-
ção seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por deficiência poderá
ser convocado a qualquer momento para avaliação das referidas condições.
(Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso III ou os
prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do
servidor decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional
ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contri-
buições mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de
união estável. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse


período se verifique o incremento mínimo de um ano inteiro na média nacio-
nal única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida
da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros,
novas idades para os fins previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em
ato do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o
acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido incremento.
(Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social
(RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será considerado na
contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais referidas nas alíneas “a” e
“b” do inciso VII do caput. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
§ 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu falecimento,
obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônju-
ge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo
prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de can-
celamento anterior do benefício. (Redação dada pela Lei n. 13.846, de 2019)
§ 6º O beneficiário que não atender à convocação de que trata o § 1º des-
te artigo terá o benefício suspenso, observado o disposto nos incisos I e II do
caput do art. 95 da Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. (Redação dada pela
Lei n. 13.846, de 2019)
§ 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de micro-
empreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da cota da
pensão de dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiên-
cia grave. (Incluído pela Lei n. 13.846, de 2019)
§ 8º No ato de requerimento de benefícios previdenciários, não será exigi-
da apresentação de termo de curatela de titular ou de beneficiário com defici-
ência, observados os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.
(Incluído pela Lei n. 13.846, de 2019)

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Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota

reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

II – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data

e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, apli-

cando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa

de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira

e de mais de 2 (duas) pensões. (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

Seção VIII

Do Auxílio-Funeral

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na

atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração

ou provento.
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente
em razão do cargo de maior remuneração.

§ 2º (VETADO).

§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de

procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado,

observado o disposto no artigo anterior.

Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de

trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à

conta de recursos da União, autarquia ou fundação pública.

368
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Seção IX
Do Auxílio-Reclusão

Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos


seguintes valores:
I – dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em
flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto
perdurar a prisão;
II – metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de con-
denação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à
integralização da remuneração, desde que absolvido.
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato
àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será devido,
nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado
recolhido à prisão. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

CAPÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua


família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica
e farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas
voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de
Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado
o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio,
mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou
inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados
de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento. (Redação
dada pela Lei n. 11.302 de 2006)

369
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avalia-
ção ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para
a sua realização o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio
com unidades de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem
fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do dispos-
to no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da
prestação de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica es-
pecificamente para esses fins, indicando os nomes e especialidades dos seus
integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam
respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profis-
são. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a União e suas
entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei n.
11.302 de 2006)
I – celebrar convênios exclusivamente para a prestação de serviços de
assistência à saúde para os seus servidores ou empregados ativos, aposenta-
dos, pensionistas, bem como para seus respectivos grupos familiares defini-
dos, com entidades de autogestão por elas patrocinadas por meio de instru-
mentos jurídicos efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de
2006 e que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, sen-
do certo que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-
-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de autogestões, a
ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias da vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios
existentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)
II – contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de 21 de ju-
nho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde
que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador; (Incluído
pela Lei n. 11.302 de 2006)

370
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)


§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)
§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido pelo servi-
dor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de assistência à saúde.
(Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)

CAPÍTULO IV
DO CUSTEIO

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 9.783, de 28.01.99)

TÍTULO VII
CAPÍTULO ÚNICO
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE
PÚBLICO

Art. 232. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)


Art. 233. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
Art. 234. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
Art. 235. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)

TÍTULO VIII
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro.
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, além daqueles já
previstos nos respectivos planos de carreira:
I – prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favo-
reçam o aumento de produtividade e a redução dos custos operacionais;

371
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração


e elogio.
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos,
excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando pror-
rogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não
haja expediente.
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discrimi-
nação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição
Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre
outros, dela decorrentes:
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do
mandato, exceto se a pedido;
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for fi-
liado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em assembleia geral
da categoria.
d) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
e) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos,
quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assenta-
mento individual.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro,
que comprove união estável como entidade familiar.
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município onde
a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, em ca-
ráter permanente.

372
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO IX
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei, na
qualidade de servidores públicos, os servidores dos Poderes da União, dos
ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das funda-
ções públicas, regidos pela Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto
os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser pror-
rogados após o vencimento do prazo de prorrogação.
§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regime institu-
ído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data de sua publicação.
§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas não integrantes de
tabela permanente do órgão ou entidade onde têm exercício ficam transfor-
madas em cargos em comissão, e mantidas enquanto não for implantado o
plano de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas por servidor
integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência
desta Lei.
§ 4º (VETADO).
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários da Justiça,
remunerados com recursos da União, no que couber.
§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilidade no ser-
viço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão
a integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem pre-
juízo dos direitos inerentes aos planos de carreira aos quais se encontrem
vinculados os empregos.
§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, não ampara-
dos pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão,

373
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

no interesse da Administração e conforme critérios estabelecidos em regu-


lamento, ser exonerados mediante indenização de um mês de remuneração
por ano de efetivo exercício no serviço público federal. (Incluído pela Lei n.
9.527, de 10.12.97)
§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na declaração
de rendimentos, serão considerados como indenizações isentas os pagamen-
tos efetuados a título de indenização prevista no parágrafo anterior. (Incluído
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto no § 7º po-
derão ser extintos pelo Poder Executivo quando considerados desnecessários.
(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos servido-
res abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuênio.
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei n. 1.711, de
1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por
assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
Art. 246. (VETADO).
Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá ajuste de
contas com a Previdência Social, correspondente ao período de contribuição
por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação dada
pela Lei n. 8.162, de 8.1.91)
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência desta Lei,
passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem do servidor.
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art. 231, os servidores
abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos percentuais atualmente
estabelecidos para o servidor civil da União conforme regulamento próprio.
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, dentro de 1
(um) ano, as condições necessárias para a aposentadoria nos termos do inci-
so II do art. 184 do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União,

374
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem


prevista naquele dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)
Art. 251. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos
financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequente.
Art. 253. Ficam revogadas a Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952, e res-
pectiva legislação complementar, bem como as demais disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.12.1990 e republicado


em 18.3.1998

375
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 8.987, DE FEVEREIRO DE 1995

Dispõe sobre o regime de concessão e


Texto compilado
permissão da prestação de serviços públi-
Mensagem de veto
cos previsto no art. 175 da Constituição
(Vide Lei n. 9.074, de 1995)
Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as per-


missões de serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Consti-
tuição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas
dos indispensáveis contratos.
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
promoverão a revisão e as adaptações necessárias de sua legislação às pres-
crições desta Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas modalida-
des dos seus serviços.
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I – poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município,
em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da exe-
cução de obra pública, objeto de concessão ou permissão;
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pes-
soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
III – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública:
a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhora-
mento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder conce-

376
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica


ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização,
por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por
prazo determinado;
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, median-
te licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente
à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco.
Art. 3º As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo po-
der concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários.
Art. 4º A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de
obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os
termos desta Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação.
Art. 5º O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação,
ato justificando a conveniência da outorga de concessão ou permissão, carac-
terizando seu objeto, área e prazo.

CAPÍTULO II
DO SERVIÇO ADEQUADO

Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço


adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta
Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade,
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua
prestação e modicidade das tarifas.
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipa-
mento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expan-
são do serviço.

377
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrup-


ção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º
deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo,
nem em feriado ou no dia anterior a feriado. (Incluído pela Lei nº 1.4015, de
2020).

CAPÍTULO III
DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS

Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei n. 8.078, de 11 de setembro de


1990, são direitos e obrigações dos usuários:
I – receber serviço adequado;
II – receber do poder concedente e da concessionária informações para a
defesa de interesses individuais ou coletivos;
III – obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários
prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder
concedente. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
IV – levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irre-
gularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;
V – comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela
concessionária na prestação do serviço;
VI – contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos
através dos quais lhes são prestados os serviços.
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e
privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao con-
sumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas
opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. (Incluído
pela Lei n. 9.791, de 1999)

378
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.791, de 1999)

CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA TARIFÁRIA

Art. 8º (VETADO)
Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da
proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previs-
tas nesta Lei, no edital e no contrato.
§ 1º A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e so-
mente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser
condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usu-
ário. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim
de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro.
§ 3º Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extin-
ção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da propos-
ta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais
ou para menos, conforme o caso.
§ 4º Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial
equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo,
concomitantemente à alteração.
§ 5º A concessionária deverá divulgar em seu sítio eletrônico, de forma
clara e de fácil compreensão pelos usuários, tabela com o valor das tarifas
praticadas e a evolução das revisões ou reajustes realizados nos últimos cinco
anos. (Incluído pela Lei n. 13.673, de 2018)
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, conside-
ra-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, pode-
rá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de lici-

379
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas,


complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusi-
vidade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto
no art. 17 desta Lei.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obriga-
toriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-finan-
ceiro do contrato.
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das característi-
cas técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distin-
tos segmentos de usuários.

CAPÍTULO V
DA LICITAÇÃO

Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução


de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação pró-
pria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade,
igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instru-
mento convocatório.
Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes
critérios: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela
outorga da concessão; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e
VII; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
IV – melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; (Incluído pela
Lei n. 9.648, de 1998)

380
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor


da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; (Incluído
pela Lei n. 9.648, de 1998)
VI – melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior ofer-
ta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
VII – melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de pro-
postas técnicas. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 1º A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando
previamente estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fór-
mulas precisas para avaliação econômico-financeira. (Redação dada pela Lei
n. 9.648, de 1998)
§ 2º Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital
de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas
técnicas. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º O poder concedente recusará propostas manifestamente inexequí-
veis ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 4º Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apre-
sentada por empresa brasileira. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclu-
sividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no
ato a que se refere o art. 5º desta Lei.
Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabi-
lização, necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente
autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes.
Parágrafo único. Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de
entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente
que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder pú-
blico controlador da referida entidade.

381
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de entidade esta-


tal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente que, para sua via-
bilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder público controlador da
referida entidade. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qual-
quer tipo de tratamento tributário diferenciado, ainda que em consequência
da natureza jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve
prevalecer entre todos os concorrentes. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, ob-
servados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria
sobre licitações e contratos e conterá, especialmente:
I – o objeto, metas e prazo da concessão;
II – a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço;
III – os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e
assinatura do contrato;
IV – prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados, os
dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apre-
sentação das propostas;
V – os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da ca-
pacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal;
VI – as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou aces-
sórias, bem como as provenientes de projetos associados;
VII – os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em
relação a alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para garantir
a continuidade da prestação do serviço;
VIII – os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
IX – os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados no
julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta;
X – a indicação dos bens reversíveis;

382
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XI – as características dos bens reversíveis e as condições em que estes serão


postos à disposição, nos casos em que houver sido extinta a concessão anterior;
XII – a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações
necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de
servidão administrativa;
XIII – as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em
que for permitida a participação de empresas em consórcio;
XIV – nos casos de concessão, a minuta do respectivo contrato, que con-
terá as cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;
XV – nos casos de concessão de serviços públicos precedida da execução
de obra pública, os dados relativos à obra, dentre os quais os elementos do
projeto básico que permitam sua plena caracterização, bem assim as garan-
tias exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas a cada caso e
limitadas ao valor da obra; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
XVI – nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser firmado.
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habi-
litação e julgamento, hipótese em que: (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de
lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante
mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas
no edital; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será de-
clarado vencedor; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os do-
cumentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo
lugar, e assim sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às
condições fixadas no edital; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

383
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado


ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em
consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de
consórcio, subscrito pelas consorciadas;
II – indicação da empresa responsável pelo consórcio;
III – apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e XIII do artigo
anterior, por parte de cada consorciada;
IV – impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma
licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.
§ 1º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I deste artigo.
§ 2º A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder conce-
dente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da respon-
sabilidade solidária das demais consorciadas.
Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no
interesse do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no
caso de consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato.
Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e des-
pesas ou investimentos já efetuados, vinculados à concessão, de utilidade
para a licitação, realizados pelo poder concedente ou com a sua autorização,
estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor da licitação res-
sarcir os dispêndios correspondentes, especificados no edital.
Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos,
contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.

384
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VI
DO CONTRATO DE CONCESSÃO

Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:


I – ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
II – ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
III – aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qua-
lidade do serviço;
IV – ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e
a revisão das tarifas;
V – aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da conces-
sionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alte-
ração e expansão do serviço e consequente modernização, aperfeiçoamento
e ampliação dos equipamentos e das instalações;
VI – aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço;
VII – à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos mé-
todos e práticas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos
competentes para exercê-la;
VIII – às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a con-
cessionária e sua forma de aplicação;
IX – aos casos de extinção da concessão;
X – aos bens reversíveis;
XI – aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações
devidas à concessionária, quando for o caso;
XII – às condições para prorrogação do contrato;
XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da
concessionária ao poder concedente;
XIV – à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas
da concessionária; e
XV – ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.

385
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público pre-


cedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente:
I – estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vin-
culadas à concessão; e
II – exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obriga-
ções relativas às obras vinculadas à concessão.
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de meca-
nismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao
contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portu-
guesa, nos termos da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela
Lei n. 11.196, de 2005)
Art. 24. (VETADO)
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, ca-
bendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente,
aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão com-
petente exclua ou atenue essa responsabilidade.
§ 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a con-
cessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades
inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a
implementação de projetos associados. (Vide ADC 57)
§ 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que
se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelo direito privado, não se esta-
belecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente.
§ 3º A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cum-
primento das normas regulamentares da modalidade do serviço concedido.
Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de
concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente.
§ 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência.
§ 2º O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da
subconcedente dentro dos limites da subconcessão.

386
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da con-


cessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade
da concessão.
Parágrafo único. Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput
deste artigo o pretendente deverá: I – atender às exigências de capacidade
técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à
assunção do serviço; e II – comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do
contrato em vigor.
§ 1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste ar-
tigo, o pretendente deverá: (Renumerado do parágrafo único pela Lei n.
11.196, de 2005)
I – atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e
regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e
II – comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015)
Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder
concedente autorizará a assunção do controle ou da administração temporá-
ria da concessionária por seus financiadores e garantidores com quem não
mantenha vínculo societário direto, para promover sua reestruturação finan-
ceira e assegurar a continuidade da prestação dos serviços. (Incluído pela Lei
n. 13.097, de 2015)
§ 1º Na hipótese prevista no caput, o poder concedente exigirá dos finan-
ciadores e dos garantidores que atendam às exigências de regularidade jurí-
dica e fiscal, podendo alterar ou dispensar os demais requisitos previstos no
inciso I do parágrafo único do art. 27. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 2º A assunção do controle ou da administração temporária autorizadas
na forma do caput deste artigo não alterará as obrigações da concessionária

387
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e de seus controladores para com terceiros, poder concedente e usuários dos


serviços públicos. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 3º Configura-se o controle da concessionária, para os fins dispostos no
caput deste artigo, a propriedade resolúvel de ações ou quotas por seus fi-
nanciadores e garantidores que atendam os requisitos do art. 116 da Lei n.
6.404, de 15 de dezembro de 1976. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 4º Configura-se a administração temporária da concessionária por seus
financiadores e garantidores quando, sem a transferência da propriedade de
ações ou quotas, forem outorgados os seguintes poderes: (Incluído pela Lei
n. 13.097, de 2015)
I – indicar os membros do Conselho de Administração, a serem eleitos em
Assembleia Geral pelos acionistas, nas sociedades regidas pela Lei 6.404, de
15 de dezembro de 1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quotis-
tas, nas demais sociedades; (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
II – indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pelos acio-
nistas ou quotistas controladores em Assembleia Geral; (Incluído pela Lei n.
13.097, de 2015)
III – exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à votação
dos acionistas ou quotistas da concessionária, que representem, ou possam
representar, prejuízos aos fins previstos no caput deste artigo; (Incluído pela
Lei n. 13.097, de 2015)
IV – outros poderes necessários ao alcance dos fins previstos no caput
deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 5º A administração temporária autorizada na forma deste artigo não
acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em relação à
tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou compromissos com ter-
ceiros, inclusive com o poder concedente ou empregados. (Incluído pela Lei
n. 13.097, de 2015)
§ 6º O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da administração tem-
porária. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)

388
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessionárias poderão ofe-


recer em garantia os direitos emergentes da concessão, até o limite que não
comprometa a operacionalização e a continuidade da prestação do serviço.
Parágrafo único. Os casos em que o organismo financiador for instituição
financeira pública, deverão ser exigidas outras garantias da concessionária
para viabilização do financiamento. (Revogado pela Lei n. 9.074, de 1995)
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados
a investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas
modalidades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fi-
duciário, parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas as seguin-
tes condições: (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – o contrato de cessão dos créditos deverá ser registrado em Cartório de
Títulos e Documentos para ter eficácia perante terceiros;
II – sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo, a cessão do
crédito não terá eficácia em relação ao Poder Público concedente senão quan-
do for este formalmente notificado; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo serão constituídos
sob a titularidade do mutuante, independentemente de qualquer formalidade
adicional; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – o mutuante poderá indicar instituição financeira para efetuar a co-
brança e receber os pagamentos dos créditos cedidos ou permitir que a con-
cessionária o faça, na qualidade de representante e depositária; (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
V – na hipótese de ter sido indicada instituição financeira, conforme previsto
no inciso IV do caput deste artigo, fica a concessionária obrigada a apresentar
a essa os créditos para cobrança; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
VI – os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depositados pela con-
cessionária ou pela instituição encarregada da cobrança em conta corrente ban-
cária vinculada ao contrato de mútuo; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

389
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – a instituição financeira depositária deverá transferir os valores rece-


bidos ao mutuante à medida que as obrigações do contrato de mútuo torna-
rem-se exigíveis; e (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
VIII – o contrato de cessão disporá sobre a devolução à concessionária
dos recursos excedentes, sendo vedada a retenção do saldo após o adimple-
mento integral do contrato. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão considerados contratos
de longo prazo aqueles cujas obrigações tenham prazo médio de vencimento
superior a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

CAPÍTULO VII
DOS ENCARGOS DO PODER CONCEDENTE

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:


I – regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a
sua prestação;
II – aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
III – intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei;
IV – extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma
prevista no contrato;
V – homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta
Lei, das normas pertinentes e do contrato;
VI – cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e
as cláusulas contratuais da concessão;
VII – zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar
queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta
dias, das providências tomadas;
VIII – declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do
serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou
mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a
responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

390
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição


de servidão administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou
obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes
à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indeni-
zações cabíveis;
X – estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do
meio-ambiente e conservação;
XI – incentivar a competitividade; e
XII – estimular a formação de associações de usuários para defesa de in-
teresses relativos ao serviço.
Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos
dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômi-
cos e financeiros da concessionária.
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão
técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodica-
mente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de
representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.

CAPÍTULO VIII
DOS ENCARGOS DA CONCESSIONÁRIA

Art. 31. Incumbe à concessionária:


I – prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas
técnicas aplicáveis e no contrato;
II – manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
III – prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos
usuários, nos termos definidos no contrato;
IV – cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contra-
tuais da concessão;

391
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer


época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço,
bem como a seus registros contábeis;
VI – promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo
poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;
VII – zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço,
bem como segurá-los adequadamente; e
VIII – captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à presta-
ção do serviço.
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão de obra, feitas pela
concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legis-
lação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros
contratados pela concessionária e o poder concedente.

CAPÍTULO IX
DA INTERVENÇÃO

Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de


assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimen-
to das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente,
que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objeti-
vos e limites da medida.
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo
de trinta dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as
causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o
direito de ampla defesa.
§ 1º Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressu-
postos legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o
serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu
direito à indenização.

392
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo


deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de consi-
derar-se inválida a intervenção.
Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administra-
ção do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de con-
tas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.

CAPÍTULO X
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

Art. 35. Extingue-se a concessão por:


I – advento do termo contratual;
II – encampação;
III – caducidade;
IV – rescisão;
V – anulação; e
VI – falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou in-
capacidade do titular, no caso de empresa individual.
§ 1º Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens
reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme pre-
visto no edital e estabelecido no contrato.
§ 2º Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo
poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liqui-
dações necessários.
§ 3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a
utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.
§ 4º Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente,
antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e ava-
liações necessários à determinação dos montantes da indenização que será
devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.

393
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a inde-


nização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda
não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo
de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder con-
cedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, me-
diante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na
forma do artigo anterior.
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do
poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação
das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27,
e as normas convencionadas entre as partes.
§ 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder conce-
dente quando:
I – o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente,
tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da
qualidade do serviço;
II – a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições le-
gais ou regulamentares concernentes à concessão;
III – a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressal-
vadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV – a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou opera-
cionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
V – a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações,
nos devidos prazos;
VI – a concessionária não atender a intimação do poder concedente no
sentido de regularizar a prestação do serviço; e
VII – a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado
por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

394
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – a concessionária não atender a intimação do poder concedente para,


em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regula-
ridade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei n. 8.666, de
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei n. 12.767, de 2012)
§ 2º A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa.
§ 3º Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de
comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratu-
ais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e
transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.
§ 4º Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência,
a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independen-
temente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.
§ 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma
do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais
e dos danos causados pela concessionária.
§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qual-
quer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações
ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da
concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder
concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços
prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados,
até a decisão judicial transitada em julgado.

CAPÍTULO XI
DAS PERMISSÕES

Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante con-


trato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas per-

395
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revoga-


bilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.

CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, permissão e au-
torização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteriormente à en-
trada em vigor desta Lei consideram-se válidas pelo prazo fixado no contrato
ou no ato de outorga, observado o disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei n.
9.074, de 1995)
§ 1º Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o serviço
poderá ser prestado por órgão ou entidade do poder concedente, ou delegado
a terceiros, mediante novo contrato. (Redação dada pela Lei n. 11.445, de
2007). (Vigência) (Vide ADIN 4058)
§ 2º As concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo
vencido e as que estiverem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por
força de legislação anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à
realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à organização das
licitações que precederão a outorga das concessões que as substituirão, prazo
esse que não será inferior a 24 (vinte e quatro) meses.
§ 3º As concessões a que se refere o § 2º deste artigo, inclusive as que não
possuam instrumento que as formalize ou que possuam cláusula que preveja
prorrogação, terão validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde
que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente,
as seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
I – levantamento mais amplo e retroativo possível dos elementos físicos
constituintes da infraestrutura de bens reversíveis e dos dados financeiros,
contábeis e comerciais relativos à prestação dos serviços, em dimensão ne-

396
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

cessária e suficiente para a realização do cálculo de eventual indenização re-


lativa aos investimentos ainda não amortizados pelas receitas emergentes da
concessão, observadas as disposições legais e contratuais que regulavam a
prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da
publicação desta Lei; (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
II – celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário
sobre os critérios e a forma de indenização de eventuais créditos remanes-
centes de investimentos ainda não amortizados ou depreciados, apurados a
partir dos levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e auditados por
instituição especializada escolhida de comum acordo pelas partes; e (Incluído
pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
III – publicação na imprensa oficial de ato formal de autoridade do poder
concedente, autorizando a prestação precária dos serviços por prazo de até 6
(seis) meses, renovável até 31 de dezembro de 2008, mediante comprovação
do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste parágrafo. (Incluído pela
Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
§ 4º Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3º deste artigo, o
cálculo da indenização de investimentos será feito com base nos critérios pre-
vistos no instrumento de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por
avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e
amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações fiscal e das socie-
dades por ações, efetuada por empresa de auditoria independente escolhida de
comum acordo pelas partes. (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
§ 5º No caso do § 4º deste artigo, o pagamento de eventual indenização
será realizado, mediante garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anu-
ais, iguais e sucessivas, da parte ainda não amortizada de investimentos e
de outras indenizações relacionadas à prestação dos serviços, realizados com
capital próprio do concessionário ou de seu controlador, ou originários de
operações de financiamento, ou obtidos mediante emissão de ações, debên-
tures e outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o último

397
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão. (Incluído pela Lei
n. 11.445, de 2007). (Vigência)
§ 6º Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5º deste
artigo ser paga mediante receitas de novo contrato que venha a disciplinar a

prestação do serviço. (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)

Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços públicos ou-

torgadas sem licitação na vigência da Constituição de 1988. (Vide Lei n.

9.074, de 1995)

Parágrafo único. Ficam também extintas todas as concessões outorgadas

sem licitação anteriormente à Constituição de 1988, cujas obras ou serviços

não tenham sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da entrada

em vigor desta Lei.

Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se encontrem atra-

sadas, na data da publicação desta Lei, apresentarão ao poder concedente,

dentro de cento e oitenta dias, plano efetivo de conclusão das obras.(Vide Lei

n. 9.074, de 1995)

Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o plano a que se

refere este artigo ou se este plano não oferecer condições efetivas para o

término da obra, o poder concedente poderá declarar extinta a concessão,

relativa a essa obra.

Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 desta Lei, o poder

concedente indenizará as obras e serviços realizados somente no caso e com

os recursos da nova licitação.

Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste artigo deverá, obri-

gatoriamente, levar em conta, para fins de avaliação, o estágio das obras

paralisadas ou atrasadas, de modo a permitir a utilização do critério de julga-

mento estabelecido no inciso III do art. 15 desta Lei.

Art. 46. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

398
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson Jobim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.2.1995 e republicado


em 28.9.1998*

399
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 8.666, DE JUNHO DE 1993

Mensagem de veto
(Vide Decreto n. 99.658, de 1990)
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
(Vide Decreto n. 1.054, de 1994)
Constituição Federal, institui normas
(Vide Decreto n. 7.174, de 2010)
para licitações e contratos da Adminis-
(Vide Medida Provisória n. 544, de 2011)
tração Pública e dá outras providências.
(Vide Lei n. 12.598, de 2012)
(Vide Lei n. 13.800, de 2019)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Dos Princípios

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
pras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contra-
tadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressal-
vadas as hipóteses previstas nesta Lei.

400
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qual-
quer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particu-
lares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio consti-
tucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administra-
ção e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei n. 12.349, de
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º É vedado aos agentes públicos:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter com-
petitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam pre-
ferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para
o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste
artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada
pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pa-
gamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências interna-
cionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei no
8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será asse-
gurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I – (Revogado pela Lei n. 12.349, de 2010)

401
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento
de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público
os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de
preferência para: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-
ficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com
base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco)
anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011) (Vide Decreto n. 7.709, de 2012) (Vide De-
creto n. 7.713, de 2012) (Vide Decreto n. 7.756, de 2012)
I – geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
(Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010)

402
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei n. 12.349,


de 2010)
V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser esta-
belecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º. (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos
ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo
Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante
de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos
bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja in-
ferior: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei,
quando for o caso. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendi-
da, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes
do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras
poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que
o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da adminis-
tração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico,
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a con-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma esta-


belecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aper-
feiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, consi-
derados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de
11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de
empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12
deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma
delas. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de lici-
tação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela
Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais
preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produ-
tos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou
entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel obser-
vância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo
a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza
ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Admi-
nistração Pública.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão


como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto
no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamen-
to das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização
de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia
justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos
por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será
feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamen-
tárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de des-
pesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art.
24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados
no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (In-
cluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o trata-
mento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)

Seção II
Das Definições

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou amplia-
ção, realizada por execução direta ou indireta;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de


interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação,
montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, trans-
porte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
III – Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de
uma só vez ou parceladamente;
IV – Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
V – Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor esti-
mado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea
“c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
VI – Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obri-
gações assumidas por empresas em licitações e contratos;
VII – Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Adminis-
tração, pelos próprios meios;
VIII – Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros
sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e insta-
lações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua en-
trega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança
estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para que foi contratada;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com


nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações
dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que pos-
sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de
execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipa-
mentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter compe-
titivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos cons-
trutivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem
frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quan-
titativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
X – Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes
à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI – Administração Pública - a administração direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as
entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

407
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XII – Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual


a Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII – Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração
Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV – Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI – Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Admi-
nistração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII – produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, pro-
duzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou
com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí-
do pela Lei n. 12.349, de 2010)
XVIII – serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições esta-
belecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos
- bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja desconti-
nuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam
pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas:
disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
XX – produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, servi-
ços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluído pela Lei
n. 13.243, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Das Obras e Serviços

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços


obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
I – projeto básico;
II – projeto executivo;
III – execução das obras e serviços.
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con-
clusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às
etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desen-
volvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que
também autorizado pela Administração.
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponí-
vel para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composi-
ção de todos os seus custos unitários;
III – houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o paga-
mento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas
no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV – o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabeleci-
das no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quan-
do for o caso.
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos finan-
ceiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos
de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão,
nos termos da legislação específica.
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

409
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços


sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas,
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o for-
necimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração
contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos
ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins
de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obriga-
ções de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do
respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabeleci-
dos obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quanti-
tativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos
de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre,
em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os pra-
zos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra
ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua
execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se re-
fere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração
do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,
gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital
com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;

410
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsá-


vel pela licitação.
§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que
se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na exe-
cução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra
ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do con-
tratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo,
a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e
o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se
os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão
de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – execução direta;
II – execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos
padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-pa-
drão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas
do empreendimento.

411
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços


serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – segurança;
II – funcionalidade e adequação ao interesse público;
III – economia na execução, conservação e operação;
IV – possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e
matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V – facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da du-
rabilidade da obra ou do serviço;
VI – adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho
adequadas; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
VII – impacto ambiental.

Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissio-
nais especializados os trabalhos relativos a:
I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II – pareceres, perícias e avaliações em geral;
III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tribu-
tárias; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos
para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,
preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

412
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber,


o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apre-
sente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório
ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e di-
retamente os serviços objeto do contrato.

Seção V
Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de


seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regulamento) (Re-
gulamento) (Regulamento) (Vigência)
I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II – ser processadas através de sistema de registro de preços;
III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às
do setor privado;
IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para apro-
veitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades
da Administração Pública.
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orienta-
ção da Administração, na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

413
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – seleção feita mediante concorrência;


II – estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços
registrados;
III – validade do registro não superior a um ano.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar
as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado
ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando
possível, deverá ser informatizado.
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante
do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente
no mercado.
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II – a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em
função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sem-
pre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
III – as condições de guarda e armazenamento que não permitam a dete-
rioração do material.
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no
art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação
oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as
compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida,
o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por
itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dis-
pensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei n.
8.883, de 1994)

Seção VI
Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de lici-
tação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do in-
ciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer
esfera de governo; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou en-
tidades da administração pública; (Redação dada pela Lei n. 11.481, de 2007)

415
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei


no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atri-
buição; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âm-
bito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (In-
cluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de ter-
ras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite
de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para
fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação
dada pela Lei n. 13.465, 2017)
II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispen-
sada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relati-
vamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Ad-
ministração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I deste artigo,


cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio
da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou
de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso desti-
nar-se: (Redação dada pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja
a localização do imóvel; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normati-
vo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultu-
ra, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de
2009; (Redação dada pela Lei n. 13.465, 2017)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização
legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação
dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular
seja comprovadamente anterior a 5 de maio de 2014; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e
administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas;
(Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – vedação de concessões para hipóteses de exploração não contempla-
das na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas
legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notifica-
ção, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse
social. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (Incluído pela Lei n.
11.196, de 2005)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,


impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agrope-
cuárias; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – fica limitada às áreas de até dois mil e quinhentos hectares, vedada a
dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura
prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no
inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.763, de 2008)
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada
pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanes-
cente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável
isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não
ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do
inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao
Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos ur-
banos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na
fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens rever-
síveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obri-
gatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão,
sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse
público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite ofere-
cer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doa-
dor. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em


quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei,
a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habili-
tação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente
a 5% (cinco por cento) da avaliação.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrên-
cia ou leilão. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

Capítulo II
Da Licitação

Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição


interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de in-
teressados residentes ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências,
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no
local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no
mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão


ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de
obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
III – em sítio eletrônico oficial do respectivo ente federativo, facultado aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, alternativamente, a utilização
de sítio eletrônico oficial da União, conforme regulamento do Poder Executivo
federal. (Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados po-
derão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do
evento será:
I – quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime
de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso ante-
rior; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na
alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir


da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda
da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevale-
cendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão.
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo perti-
nente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadas-
trados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (qua-
renta e cinco) dias.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos le-
galmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três)
possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico
ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigi-
dos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente jus-
tificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combina-
ção das referidas neste artigo.
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a administração somente
poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts.
27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação,
nos termos do edital. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do
artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo
em vista o valor estimado da contratação:
I – para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei n. 9.648,
de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil


reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei
n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais). (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economi-
camente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveita-
mento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade
sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas
nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da
obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada
a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja
o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressal-
vado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites
deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de ca-
dastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver forne-
cedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a


tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5º É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “tomada de preços”,
conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para
obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser reali-
zadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores
caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente,
nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que
possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa da-
quela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face
de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I des-
te artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a
aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja preju-
ízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior
à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, poden-
do o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores
mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da
Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei
n. 11.107, de 2005)
Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento)
do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não
se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)

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II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-
terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emer-
gência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifi-
cadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, man-
tidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular
preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifesta-
mente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis
com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante
do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compa-
tível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança na-


cional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvi-
do o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível
com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de clas-
sificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis,
no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspon-
dentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou es-
tatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,
ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a con-
tratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
lucrativos; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo inter-
nacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições
ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,
de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalida-
des do órgão ou entidade.

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XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados


de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para pres-
tação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno,
por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando
tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento
de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslo-
camento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos
ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação ope-
racional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu
valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
Lei: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver neces-
sidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão institu-
ída por decreto; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem
fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Ad-
mininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão
de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desen-


volvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vin-
te por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art.
23; (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica
e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as
normas da legislação específica; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de
economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de go-
verno, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica -
ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Inclu-
ído pela Lei n. 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou
com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços pú-
blicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de re-
síduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder
público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)

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XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou presta-


dos no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica
e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada
pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei n. 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em ope-
rações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
(Incluído pela Lei n. 11.783, de 2008).
XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,
com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência téc-
nica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por
lei federal. (Incluído pela Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de pro-
dutos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no
8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante
as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água
para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias
rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído
pela Lei n. 12.873, de 2013)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno


de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por funda-
ção que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão
da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecno-
lógico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira
necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saú-
de – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela
Lei n. 13.204, de 2015)
XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de
estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente
risco à segurança pública. (Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo se-
rão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por au-
tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
(Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a admi-
nistração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica
aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no
âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em
ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando apli-
cada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais ins-
tituídos em regulamentação específica. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hi-
pótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)

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Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competi-


ção, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do lo-
cal em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Fe-
deração ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especia-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, direta-
mente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior,
estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe téc-
nica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir
que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena
satisfação do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se
comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causa-
do à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente pú-
blico responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III
e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo
único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no pra-
zo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada
pela Lei n. 11.107, de 2005)

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Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de re-


tardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os
seguintes elementos:
I – caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e imi-
nente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
(Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
II – razão da escolha do fornecedor ou executante;
III – justificativa do preço.
IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

Seção II
Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, ex-
clusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei n. 12.440,
de 2011) (Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,
consistirá em:
I – cédula de identidade;
II – registro comercial, no caso de empresa individual;
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente
registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades
por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

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IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompa-


nhada de prova de diretoria em exercício;
V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estran-
geira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcio-
namento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista,
conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei n. 12.440, de
2011) (Vigência)
I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Geral de Contribuintes (CGC);
II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal,
se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo
de atividade e compatível com o objeto contratual;
III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Muni-
cipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Tra-
balho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-
-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 12.440, de 2011) (Vigência)
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente
e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da lici-
tação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico
adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como
da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsa-
bilizará pelos trabalhos;

433
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III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os docu-


mentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações
e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando
for o caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo,
no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados
fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente
registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências
a: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir
em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, pro-
fissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade
competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução
de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusi-
vamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da
licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, men-
cionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões
ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e
operacional equivalente ou superior.
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão,
quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurí-
dica de direito público ou privado.

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§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com


limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer
outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,
equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresenta-
ção de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta comple-
xidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de
execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sem-
pre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que
envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a
execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continui-
dade da prestação de serviços públicos essenciais.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação
da capacitação técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste arti-
go deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a
substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde
que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira
limitar-se-á a:

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I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício


social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa
situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes
ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor
da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicí-
lio da pessoa física;
III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e §
1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do
objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir
caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos
de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de
obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licita-
ção, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda
as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito
de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o
parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor esti-
mado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
esta data através de índices oficiais.
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos
pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção
de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido
atualizado e sua capacidade de rotação.

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Delegado

§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de


forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e
devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha
dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não
usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresen-
tados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório
competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da im-
prensa oficial. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, forneci-
mento de bens para pronta entrega e leilão.
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36
substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações
disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital,
obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de
fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por re-
gistro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no
edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quan-
to possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos pa-
rágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos
respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter
representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e
responder administrativa ou judicialmente.

437
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio


recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento
do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados
ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art.
55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e servi-
ços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por
organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência
estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa es-
trangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior,
desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder
Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por uni-
dades administrativas com sede no exterior.
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá
ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a con-
tratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta
entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23.
(Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em
consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender
às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei
por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação téc-
nica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de
qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consor-
ciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração
estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas
assim definidas em lei;
IV – impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma
licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V – responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança ca-
berá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso
II deste artigo.
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I deste artigo.

Seção III
Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração


Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais
para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,
um ano. (Regulamento)
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá
estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por
ele responsável a proceder, com periodicidade mínima anual, por meio da
imprensa oficial e de sítio eletrônico oficial, a chamamento público para a
atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros
cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qual-


quer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação
das exigências do art. 27 desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista
sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e
econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relaciona-
da nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atua-
lizarem o registro.
§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será
anotada no respectivo registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o
registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei,
ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV
Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de pro-


cesso administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, con-
tendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21
desta Lei, ou da entrega do convite;
III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrati-
vo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa
ou inexigibilidade;
VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

440
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas


manifestações e decisões;
IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o
caso, fundamentado circunstanciadamente;
X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI – outros comprovantes de publicações;
XII – demais documentos relativos à licitação.
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos con-
tratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um con-
junto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes
o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório
será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela
autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis
da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência
mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios pre-
vistos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações si-
multâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para in-
tervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que,
também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior
a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação ante-
cedente. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anu-
al, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o lo-
cal, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para
início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;


II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instru-
mentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para
entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de
licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os
arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à
distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessá-
rias ao cumprimento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução
de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das
demais parcelas, etapas ou tarefas;

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XIV – condições de pagamento, prevendo:


a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data
final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com
a disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a
data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e des-
contos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas
e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de lici-
tação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação
e fornecimento aos interessados.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,
especificações e outros complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante
vencedor;
IV – as especificações complementares e as normas de execução perti-
nentes à licitação.

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Delegado

§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento


da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entre-
ga do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual
a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com
prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da pro-
posta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso XIV deste
artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimple-
mento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a con-
tratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua
mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade
de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.
(Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do
edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação
por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5
(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de ha-
bilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até
3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação peran-
te a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que an-
teceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura
dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso,
ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edi-
tal, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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Delegado

§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá


de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a
ela pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de partici-
par das fases subsequentes.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajus-
tar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às
exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado
em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior
à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes
àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por
licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos mes-
mos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à
operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de
bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de
agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral
de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as
condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados inter-
nacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e pro-
cedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da
proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar,
além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para
a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com

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Delegado

o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do


órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imedia-
tamente superior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local
de destino.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos se-
guintes procedimentos:
I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilita-
ção dos concorrentes, e sua apreciação;
II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, con-
tendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após
sua denegação;
III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habi-
litados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha
havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados
por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de re-
gistro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de
julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;
V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de
avaliação constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adju-
dicação do objeto da licitação.
§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação
e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado,
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
pela Comissão.

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§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes


presentes e pela Comissão.
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar
a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou infor-
mação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II)
e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo re-
lacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só
conhecidos após o julgamento.
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo
por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em considera-
ção os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem
contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso,
secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o
princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edi-
tal ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido,
nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários
simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insu-
mos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto
quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio lici-
tante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que


incluam mão de obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os
tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório
e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a pos-
sibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite
e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou con-
cessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o
disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamen-
te, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convoca-
dos, vedado qualquer outro processo.
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantes consi-
derados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços
propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério pre-
visto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração
observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991,
levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando

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obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego


de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas pro-
postas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na
licitação. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente in-
telectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, super-
visão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular,
para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e exe-
cutivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o seguinte pro-
cedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará
o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusiva-
mente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e clas-
sificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequa-
dos ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente,
a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualifi-
cação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II – uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura
das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mí-
nima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições
propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como refe-


rência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes
que obtiveram a valorização mínima;
III – no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico
será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de
classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV – as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que
não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização
mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adicionalmente
ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente expli-
citado no instrumento convocatório:
I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acor-
do com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média pon-
derada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os
pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo pode-
rão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circuns-
tanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato
convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação
de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia niti-
damente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas
de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significati-
vas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concreta-
mente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitan-
tes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for
adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Admi-
nistração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os ele-
mentos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas
propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.
Art. 48. Serão desclassificadas:
I – as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório
da licitação;
II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com
preços manifestamente inexequiveis, assim considerados aqueles que não
venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que
comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que
os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto
do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convoca-
tório da licitação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-
-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para
obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cin-
quenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor
global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que
se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contrato,
prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o
valor da correspondente proposta. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

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Delegado

§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo
de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento so-
mente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente
de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por pro-
vocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não
gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
59 desta Lei.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado
o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do pro-
cedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição
da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao pro-
cedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua
alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por
comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo
pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas


pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal dis-
ponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela au-
toridade competente.
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro ca-
dastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legal-
mente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente
por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual di-
vergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
reunião em que tiver sido tomada a decisão.
§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excede-
rá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a
mesma comissão no período subsequente.
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão espe-
cial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento
da matéria em exame, servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser
precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração
a executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor desig-
nado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração
para fixação do preço mínimo de arrematação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabe-


lecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da
respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arre-
matante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado
no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o
valor já recolhido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser
feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no
município em que se realizará. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO III
DOS CONTRATOS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se


pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições
de direito privado.
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obri-
gações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da
licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;

454
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e pe-


riodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,
de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas;
VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabí-
veis e os valores das multas;
VIII – os casos de rescisão;
IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conver-
são, quando for o caso;
XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos
casos omissos;
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no
§ 6º do art. 32 desta Lei.

455
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comu-


nicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da
União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o
disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garan-
tia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter
sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centra-
lizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda; (Redação dada pela Lei n. 11.079, de 2004)
II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 8.6.94)
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco
por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas con-
dições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados atra-
vés de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite
de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez
por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após
a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Ad-
ministração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia
deverá ser acrescido o valor desses bens.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vi-
gência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabele-
cidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interes-
se da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administra-
ção, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informá-
tica, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito)
meses após o início da vigência do contrato.
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,
cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso
haja interesse da administração. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegu-
rada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade
das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos
limites permitidos por esta Lei;
V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reco-
nhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

457
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclu-


sive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedi-
mento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções
legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previa-
mente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autoriza-
ção da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo
poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos admi-
nistrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-fi-
nanceiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equi-
líbrio contratual.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retro-
ativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de inde-


nizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não
lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II
Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime
de adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o dispos-
to no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrên-
cia e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licita-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ção, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por


outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convo-
catório da licitação.
§ 2º Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização
de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas
gerais, no que couber:
I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominan-
temente, por norma de direito privado;
II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de
serviço público.
§ 4º É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substituição pre-
vista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu
valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiri-
dos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obten-
ção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assi-
nar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contrata-
ção, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o ter-


mo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de confor-
midade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da
cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromis-
sos assumidos.

Seção III
Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II – por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por impo-
sição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado,
vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;

461
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre


os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa re-
muneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, re-
tardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratu-
ais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou com-
pras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato,
e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite
de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabele-
cidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes de-
verão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regular-
mente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,
bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data
da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contra-
tados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encar-


gos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º (VETADO)
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de pre-
ços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penali-
zações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas,
bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite
do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser
registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV
Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acor-
do com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do
§ 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução
do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilida-
de previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos re-
quisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído
pela Lei n. 13.146, de 2015)
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante da Administração especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações perti-
nentes a essa atribuição.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas


as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do re-
presentante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a
adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração,
no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos traba-
lhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a respon-
sabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei n. 9.032, de 1995)
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado
pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos ter-
mos do art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela
Lei n. 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das respon-
sabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço
ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II – em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade
do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do mate-
rial e consequente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimen-
to far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade
civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional
pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei
ou pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não po-
derá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devida-
mente justificados e previstos no edital.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se
refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro
dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I – gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II – serviços profissionais;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea
“a”, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito me-
diante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite
ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta
do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão,


com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos
ou prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
projetos e prazos;
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar
a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;
IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa
e prévia comunicação à Administração;
VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do con-
tratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a
fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade de-


signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de
seus superiores;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na
forma do § 1º do art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contrato;
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repe-
tidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pa-
gamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente im-
previstas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;

467
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto


para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente com-
provada, impeditiva da execução do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo
das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente mo-
tivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo
da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação;
IV – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de auto-
rização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I – devolução de garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III – pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cro-
nograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as


seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuida-
de, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administra-
ção, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos preju-
ízos causados à Administração.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica
a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço
por execução direta ou indireta.
§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,
manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades
de serviços essenciais.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Esta-
dual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Ad-
ministração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,


aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumi-
da, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes con-
vocados nos termos do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contra-
tação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive
quanto ao prazo e preço.
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo
com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação su-
jeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem
prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados,
sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções pe-
nais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que
exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou
emprego público.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exer-
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,
além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as
demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores
dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de
função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade
controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos
contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e res-
pectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, funda-
ções públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o


contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório
ou no contrato.
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração
rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas
nesta Lei.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descon-
tada da garantia do respectivo contratado.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além
da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será des-
contada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ain-
da, quando for o caso, cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração po-
derá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-
tração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição
ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada,
além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
cobrada judicialmente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser


aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interes-
sado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência ex-
clusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme
o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após
2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior po-
derão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão
dos contratos regidos por esta Lei:
I – tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolo-
sos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II – tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III – demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis-
tração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III
Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas


em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à
inexigibilidade:
Pena – detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovada-
mente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispen-
sa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer
outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o
intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação
do objeto da licitação:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante


a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de
contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou van-
tagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante
a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização
em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos con-
tratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo com-
provadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vanta-
gem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorro-
gações contratuais.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de
procedimento licitatório:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento lici-
tatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de
licitar, em razão da vantagem oferecida.

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Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para


aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I – elevando arbitrariamente os preços;
II – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou
deteriorada;
III – entregando uma mercadoria por outra;
IV – alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;
V – tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta
ou a execução do contrato:
Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profis-
sional declarado inidôneo:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo,
venha a licitar ou a contratar com a Administração.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qual-
quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alte-
ração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste
no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percen-
tuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou
potencialmente auferível pelo agente.
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2%
(dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato
licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à
Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

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Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incon-
dicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a
iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre
o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade
reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os ma-
gistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares
dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes
verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério
Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta
não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos
arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez)
dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogató-
rio, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número
não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas
as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, suces-
sivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte
e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nes-
ta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-
-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.

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Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato
ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua altera-
ção ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da de-
cisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba
recurso hierárquico;
III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Se-
cretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art.
87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”,
deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso
III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos
previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no
ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação
direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá
efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e pre-
sentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia sus-
pensiva aos demais recursos.

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§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que po-


derão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que
praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5
(cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informa-
do, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco)
dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsidera-
ção se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista fran-
queada ao interessado.
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de “carta con-
vite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3º deste artigo
serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o


dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias conse-
cutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo
em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber
projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com
o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o forneci-
mento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinen-
tes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de
qualquer natureza e aplicação da obra.

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Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade


pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, res-
ponder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do
edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades
dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e
da execução do contrato. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas compe-
tente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da
Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade
da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do siste-
ma de controle interno nela previsto.
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá
representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de
controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do
disposto neste artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de contro-
le interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior
à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção
de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de
licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação
recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante
proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei rela-
tivas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à
analise da documentação.

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Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas


aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licita-
ções, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da
autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos con-
vênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por
órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades
da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano
de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no
mínimo, as seguintes informações:
I – identificação do objeto a ser executado;
II – metas a serem atingidas;
III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;
V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclu-
são das etapas ou fases programadas;
VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, compro-
vação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto
estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do
mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com
o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas
ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:
I – quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da
parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive

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mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela


entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente
do sistema de controle interno da Administração Pública;
II – quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atra-
sos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prá-
ticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadim-
plemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III – quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras aponta-
das pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo
sistema de controle interno.
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoria-
mente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial
se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de
aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada
em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em
prazos menores que um mês.
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão
obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusiva-
mente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo espe-
cífico que integrará as prestações de contas do ajuste.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio,
acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os prove-
nientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão de-
volvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável
de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do
órgão ou entidade titular dos recursos.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se
pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

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Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da


administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e con-
tratos ao disposto nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações pú-
blicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e
pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios
devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito
da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior
a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,
deverão ser publicados na imprensa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos
pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União,
observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no
período. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e
aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto
no art. 57, nos parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78,
bem assim o disposto no caput do art. 5º, com relação ao pagamento das
obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de
noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obriga-
ções relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União
continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de
setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de cré-
dito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do
Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se
esta Lei, no que couber.

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Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento


licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as reparti-
ções sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios
básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou con-
cessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a
legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art.
7º serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução
prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Admi-
nistração Pública concedente. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumera-
do por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os De-
cretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de
1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro
de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renume-
rado por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO
Rubens Ricupero
Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 e republicado


em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994

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LEI N. 6.474, DE AGOSTO DE 2002

Texto original publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) n. 29.756,


de 08/08/2002)

Institui, no âmbito do Estado do Pará, nos termos do art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para
aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ, estatui e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, o Estado poderá adotar,
preferencialmente, licitação na modalidade de pregão, que será regida por
esta Lei.
§ 1º Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste
artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
tiva e concisamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais
no mercado.
§ 2º Regulamento disporá sobre os bens e serviços comuns de que trata
este artigo.
§ 3º Subordinam-se ao regime desta Lei os órgãos da administração dire-
ta dos Poderes, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
as sociedades de economia mista e as entidades controladas direta ou indire-
tamente pelo Estado.
Art. 2º Pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e ser-
viços comuns, promovida no âmbito do Estado, qualquer que seja o valor es-
timado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio
de propostas de preços escritas e lances verbais em sessão pública.
Parágrafo único. Poderá ser realizado o pregão utilizando-se recursos de
tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica a ser
posteriormente editada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 3º Aplicam-se ao pregão os mesmos princípios que regem as demais


modalidades de licitação.
§ 1º As normas que disciplinam a licitação serão sempre interpretadas em
favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não compro-
metam o interesse público, a finalidade e a segurança da contratação.
§ 2º Com vistas a assegurar um maior número de ofertas,
II – designar o pregoeiro e os componentes da equipe de apoio;
III – decidir os recursos contra atos do pregoeiro; e
IV – adjudicar o objeto da licitação nos casos de interposição de recurso,
em sessão pública, por qualquer participante do certame, homologar o resul-
tado da licitação e promover a celebração do contrato.
Art. 6º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
I  – a autoridade competente ou, por delegação de competência, o or-
denador de despesas ou o agente encarregado da compra demonstrará a
necessidade da contratação, definirá o objeto do certame, as exigências de
habilitação, os critérios de aceitação das propostas, a fixação dos prazos e
demais condições essenciais para o fornecimento do objeto licitado e para a
elaboração do instrumento convocatório, as sanções por inadimplemento e as
cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento, e
designará o pregoeiro e sua equipe de apoio;
II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas
especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a
competição;
III  – nos autos do procedimento constarão a justificativa das definições
referidas no inciso I deste artigo e os elementos técnicos e materiais sobre os
quais estiverem apoiadas;
IV – será elaborado um termo de referência que deverá conter elementos
capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de or-
çamento detalhado, nos termos do inciso seguinte, considerando os preços

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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praticados no mercado, a definição dos métodos, a estratégia de suprimento


e o prazo de execução do contrato;
V – valor estimado em planilhas elaboradas, sempre que possível, a par-
tir de dados contidos em, no mínimo, três propostas de preços ou de preços
licitados há no máximo 1 ano, em observância aos preços e especificações
praticadas no mercado;
VI – reserva orçamentária e cronograma físico-financeiro de desembolso;
VII – parecer jurídico acerca da observância dos requisitos supramencio-
nados, bem como sobre a regularidade do edital e a minuta do contrato;
VIII – para julgamento, será adotado o critério de menor preço, obser-
vados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e os
parâmetros mínimos de desempenho e de qualidade, e as demais condições
definidas no edital.
Art. 7º A função de pregoeiro deverá ser exercida por servidor público ou
militar lotado no órgão ou na entidade promotora do certame licitatório.
§ 1º As atribuições do pregoeiro incluem, entre outras:
I – o credenciamento dos interessados;
II – a condução dos trabalhos da sessão pública em que for realizado o
pregão;
III – o recebimento das propostas de preços e dos documentos de habilitação;
IV – a abertura dos envelopes das propostas de preços, o seu exame e a
classificação dos proponentes;
V – a condução dos procedimentos relativos aos lances e à escolha da pro-
posta ou do lance de menor preço;
VI – a adjudicação da proposta de menor preço, sempre que não haja re-
cursos dos participantes do certame, nos termos desta Lei;
VII – elaboração de ata;
VIII – a condução dos trabalhos da equipe de apoio;
IX – o recebimento e exame sobre recursos, bem como seu encaminhamen-
to, em caso de ausência de retratação, à autoridade superior para decisão; e

485
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

X – o encaminhamento do processo devidamente instruído, após a adju-


dicação nos casos de ausência de recursos, à autoridade superior, visando à
homologação e à contratação.
§ 2º A investidura inicial do pregoeiro e da equipe de apoio será, no máxi-
mo, de 1 (um) ano, sendo possível a recondução tanto do pregoeiro como dos
membros de sua equipe de apoio, uma única vez, por igual período, vedada,
porém, a recondução da totalidade dos membros de tal equipe para o período
subsequente.
§ 3º Somente poderá atuar como pregoeiro o servidor que tenha realizado
capacitação específica para exercer a atribuição.
Art. 8º A equipe de apoio ao pregoeiro deverá ser integrada, em sua
maioria, por servidores públicos de órgão ou entidade da administração pú-
blica, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou à
entidade promotora do evento.
Parágrafo único. No âmbito da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro Mi-
litar, as funções de pregoeiro e membro da equipe de apoio poderão ser de-
sempenhadas por militares.
Art. 9º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos in-
teressados e observará as seguintes regras:
I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação
de aviso no Diário Oficial do Estado, em jornal de grande circulação e por
meios eletrônicos, nos termos do regulamento desta Lei;
II – no aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do
local, dos dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a integra do edital
e o local onde será realizada a sessão pública do pregão;
III – no edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso
I do art. 6º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do con-
trato, quando for o caso;
IV – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da
publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

486
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital por ilegalida-
des, dúvidas ou omissões, devendo protocolar o pedido até 2 (dois) dias úteis
antes da sessão pública para recebimento das propostas, devendo o pregoei-
ro julgá-lo e respondê-lo no prazo de 24 (vinte e quatro) horas;
VI – decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação pe-
rante a Administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que
anteceder a sessão pública para recebimento das propostas;
VII – no dia, na hora e no local designados, será realizada sessão pública
para recebimento das propostas, devendo o interessado ou seu representante
identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários pode-
res para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos
inerentes ao certame;
VIII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes legais
entregarão ao pregoeiro, em envelopes separados, a proposta de preços e a
documentação de habilitação;
IX – o pregoeiro procederá à abertura dos envelopes contendo as propos-
tas de preços e classificará o autor da proposta de menor preço e aqueles que
tenham apresentado propostas em valores sucessivos e superiores em até
10% (dez por cento), relativamente à de menor preço;
X – quando não forem verificadas, no mínimo, 3 (três) propostas escritas
de preços nas condições definidas no inciso anterior, o pregoeiro classificará
as melhores propostas subsequentes, até o máximo de 3 (três), para que
seus autores participem dos lances verbais, quaisquer que sejam os preços
oferecidos nas propostas escritas;
XI – em seguida, será dado início à etapa de apresentação de lances ver-
bais pelos proponentes, que deverão ser formulados de forma sucessiva, em
valores distintos e decrescentes;
XII – o pregoeiro convidará individualmente os licitantes classificados, de
forma sequencial, a apresentar lances verbais, a partir do autor da proposta
classificada como de maior preço e os demais, em ordem decrescente de valor;

487
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Delegado

XIII – a desistência em apresentar lance verbal, quando convocado pelo


pregoeiro, implicará exclusão do licitante da fase de lances;
XIV – caso não se realizem lances verbais, será verificada a conformidade
entre a proposta escrita de menor preço e o valor estimado para a contratação;
XV – declarada encerrada a etapa competitiva e ordenadas as propostas,
o pregoeiro examinará a aceitabilidade da primeira classificada, quanto ao
objeto e valor, decidindo motivadamente a respeito;
XVI – sendo aceitável a proposta de menor preço, será aberto o envelope
contendo a documentação de habilitação do licitante que a tiver formulado,
para confirmação das suas condições habilitatórias, com base nos dados ca-
dastrais da Administração, assegurado ao já cadastrado o direito de apresen-
tar a documentação atualizada e regularizada na própria sessão;
XVII  – a habilitação fiscal far-se-á com a verificação de que o licitante
está em situação regular perante a Fazenda Estadual, a seguridade social e o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e com a comprovação de que
atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e às qualificações
técnica e econômico-financeira;
XVIII – verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitan-
te será declarado vencedor;
XIX  – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exi-
gências para habilitação, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a
qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamen-
te, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante
declarado vencedor;
XX – nas situações previstas nos incisos XIV, XV, XIX e XXVI, o pregoeiro po-
derá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;
XXI – a manifestação da intenção de interpor recurso será feita no final da
sessão, com registro em ata da síntese das suas razões, podendo os interes-
sados juntar memoriais no prazo de 3 (três) dias úteis;
XXII – o recurso contra decisão do pregoeiro terá efeito suspensivo;

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Delegado

XXIII – o prazo para decisão de recurso é de 5 (cinco) dias úteis;


XXIV – decididos os recursos e uma vez constatada a regularidade de to-
dos os atos procedimentais, a autoridade competente homologará a adjudi-
cação para determinar a contratação;
XXV – como condição para celebração do contrato, o licitante vencedor
deverá manter as mesmas condições de habilitação;
XXVI – quando o proponente vencedor não apresentar situação regular,
no ato da assinatura do contrato, será convocado outro licitante, observada
a ordem de classificação, para celebrar o contrato, e assim sucessivamente,
sem prejuízo da aplicação das sanções cabíveis, observado o disposto nos
incisos XIX e XX deste artigo;
XXVII – se o licitante vencedor recusar-se a assinar o contrato, injustifica-
damente, a sessão será retomada e os demais licitantes chamados a fazê-lo,
na ordem de classificação; e XXVIII - o prazo de validade das propostas será
de 60 (sessenta) dias, se outro menor não estiver fixado no edital.
Art. 10. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a
seguinte documentação:
I – habilitação jurídica:
a) cédula de identidade;
b) contrato social ou estatuto devidamente registrado no órgão competente;
c) comprovação da representação legal em se tratando de pessoas jurídicas;
II – habilitação técnica:
a) registro na entidade profissional competente;
b) comprovação de experiência anterior similar em termos quantitativos e
qualitativos ao objeto licitado, por meio de atestado emitido por entidades de
direito público ou privado;
c) comprovação de possuir em seu quadro profissional responsável pelo
objeto da licitação na forma da legislação aplicável;
d) declaração de possuir as condições operacionais necessárias ao cumpri-
mento do objeto;

489
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Delegado

III – habilitação econômico-financeira:


a) balanço patrimonial e demonstrações financeiras do último exercício
financeiro já exigíveis e apresentadas na forma da lei;
b) certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor
da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial no domicílio em se
tratando de pessoa jurídica;
IV – habilitação fiscal, que será feita através dos documentos menciona-
dos no inciso XVII do art. 9º desta Lei;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
Federal e na Lei n. 9.854, de 27 de outubro de 1999.
VII – no consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras, a liderança ca-
berá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso
I deste artigo.
Parágrafo único. Antes da celebração do contrato, deverá ser promovida
a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido
no inciso I deste artigo.
Art. 15. A autoridade competente para determinar a contratação poderá
revogar a licitação em face de razões de interesse público, derivadas de fato
superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justifi-
car tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação
de qualquer pessoa, mediante ato escrito e fundamentado.
Art. 16. Nenhum contrato será celebrado sem a efetiva disponibilidade de
recursos orçamentários para pagamento dos encargos, dele decorrentes, no
exercício financeiro em curso.
Art. 17. Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios
eletrônicos, serão documentados ou juntados no respectivo processo, cada
qual oportunamente, compreendendo, sem prejuízo de outros, o seguinte:
I – justificativa da contratação;

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Delegado

II – termo de referência, contendo descrição detalhada do objeto, orça-


mento estimativo de custos e cronograma físico-financeiro de desembolso, se
for o caso;
III – planilhas de custo;
IV – garantia de reserva orçamentária, com a indicação das respectivas
rubricas;
V – autorização de abertura da licitação;
VI – designação do pregoeiro e equipe de apoio;
VII – parecer jurídico;
VIII – edital e respectivos anexos, quando for o caso;
IX – minuta do termo do contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
X – originais das propostas escritas, da documentação de habilitação ana-
lisada e dos documentos que a instruírem;
XI – ata da sessão do pregão, contendo, sem prejuízo de outros, o registro
dos licitantes credenciados, das propostas escritas e verbais apresentadas,
na ordem de classificação, da análise da documentação exigida para habilita-
ção e dos recursos interpostos; e XII - comprovantes da publicação do aviso
do edital, do resultado da licitação, do extrato do contrato e dos demais atos
relativos à publicidade do certame, conforme o caso.
Art. 18. Os atos essenciais do pregão, inclusive os realizados por meios
eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferi-
ção de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamen-
to previsto no parágrafo único do art. 2º.
Art. 19. Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as
normas da Lei Federal n. 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei Estadual n.
5.416, de 11 de dezembro de 1987.
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 21. Revogam-se as disposições em contrário. PALÁCIO DO GOVER-
NO, 6 de agosto de 2002.
ALMIR GABRIEL
Governador do Estado

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DECRETO N. 2.069, DE FEVEREIRO DE 2006

Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e


serviços comuns pela Administração Pública Estadual e dá outras pro-
vidências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ, no uso das atribuições que lhe


confere o art. 135, inciso V, da Constituição Estadual, e tendo em vista o dis-
posto na Lei Federal n. 10.520, de 17 de julho de 2002,

DECRETA:

Art. 1º A modalidade de licitação pregão, na forma eletrônica, de acordo


com o disposto no § 1º do art. 2º da Lei Federal n. 10.520, de 17 de julho de
2002, destina-se à aquisição de bens e serviços comuns no âmbito do Estado
e submete-se ao regulamento estabelecido neste Decreto.
Parágrafo único. Subordinam-se ao disposto neste Decreto, além dos órgãos
da Administração Pública Estadual direta, os fundos especiais, as autarquias,
as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista
e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Estado.
Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do
tipo menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de bens
ou serviços comuns for feita à distância, em sessão pública, por meio de sis-
tema que promova a comunicação pela internet.
§ 1º Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais do mercado.
§ 2º Para o julgamento das propostas, serão fixados critérios objetivos
que permitam aferir o menor preço, devendo ser considerados os prazos para
a execução do contrato e do fornecimento, as especificações técnicas, os
parâmetros mínimos de desempenho e de qualidade, e as demais condições
definidas no edital.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O sistema referido no caput será dotado de recursos de criptografia


e de autenticação que garantam condições de segurança em todas as etapas
do certame.
§ 4º O pregão, na forma eletrônica, será conduzido pelo órgão ou entidade
promotora da licitação.
Art. 3º Deverão ser previamente credenciados perante o provedor do
sistema eletrônico a autoridade competente do órgão ou entidade promotora
da licitação, o pregoeiro, os membros da equipe de apoio e os licitantes que
participam do pregão, na forma eletrônica.
§ 1º O credenciamento dar-se-á pela atribuição de chave de identificação
e de senha, pessoal e intransferível, para acesso ao sistema eletrônico.
§ 2º No caso de pregão promovido por órgão da Administração Pública Es-
tadual direta, autarquia ou fundação pública, o credenciamento do licitante,
bem assim a sua manutenção, dependerá de registro atualizado no Sistema
de Cadastramento de Fornecedores do Estado do Pará - SICAF/PA.
§ 3º A chave de identificação e a senha poderão ser utilizadas em qual-
quer pregão, na forma eletrônica, salvo quando canceladas por solicitação do
credenciado ou em virtude de seu descredenciamento perante o SICAF/PA.
§ 4º A perda da senha ou a quebra do sigilo deverá ser comunicada ime-
diatamente ao provedor do sistema para imediato bloqueio de acesso.
§ 5º O uso da senha de acesso pelo licitante é de sua responsabilidade
exclusiva, incluindo qualquer transação efetuada diretamente ou por seu re-
presentante, não cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão ou entidade
promotora da licitação responsabilidade por eventuais danos decorrentes do
uso indevido da senha, ainda que por terceiros.
§ 6º O credenciamento junto ao provedor do sistema implica a responsa-
bilidade legal do licitante e a presunção de sua capacidade técnica para reali-
zar as transações inerentes ao pregão, na forma eletrônica.

493
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 4º Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns, será


obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma
eletrônica.
§ 1º O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de
comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.
§ 2º Na hipótese de aquisições por dispensa de licitação, fundamentadas
no inciso II do art. 24 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, as unidade
gestoras estaduais deverão adotar, preferencialmente, o sistema de cotação
eletrônica, conforme disposto na legislação vigente. Art. 5º A licitação na
modalidade de pregão é condicionada aos princípios básicos da legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência, probidade ad-
ministrativa, vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento obje-
tivo, bem como aos princípios correlatos da razoabilidade, competitividade e
proporcionalidade.
Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação serão sempre in-
terpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde
que não comprometam o interesse da administração, o princípio da isonomia,
a finalidade e a segurança da contratação.
Art. 6º A licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, não se
aplica às contratações de obras de engenharia, bem como às locações imobi-
liárias e alienações em geral.
Art. 7º Os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma
eletrônica, têm direito público subjetivo à fiel observância do procedimento
estabelecido neste Decreto, podendo qualquer interessado acompanhar o seu
desenvolvimento em tempo real, por meio da internet.
Art. 8º À Secretaria Executiva de Estado de Administração - SEAD cabe:
I – indicar o provedor do sistema; e
II – firmar os ajustes necessários, no sentido de disponibilizar o provedor
do sistema para a Administração Pública Estadual.

494
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 9º À autoridade competente, de acordo com as atribuições previstas


no regimento ou estatuto do órgão ou da entidade, cabe:
I – designar e solicitar, ao provedor do sistema, o credenciamento do pre-
goeiro e dos componentes da equipe de apoio;
II – determinar a abertura do processo licitatório;
III – decidir os recursos contra atos do pregoeiro, quando este mantiver
sua decisão;
IV – adjudicar o objeto da licitação, quando houver recurso;
V – homologar o resultado da licitação; e VI - celebrar o contrato.
Art. 10. Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, será obser-
vado o seguinte:
I – elaboração de termo de referência pela unidade requisitante, com in-
dicação do objeto de forma precisa, suficiente e clara, vedadas especificações
que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a
competição ou sua realização;
II – aprovação do termo de referência pela autoridade competente;
III – apresentação de justificativa da necessidade da contratação;
IV – elaboração do edital, estabelecendo critérios de aceitação das pro-
postas;
V – definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, inclu-
sive no que se refere aos prazos e às condições que, pelas suas particularida-
des, sejam consideradas relevantes para a celebração e execução do contrato
e o atendimento das necessidades da administração; e
VI – designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.
§ 1º A autoridade competente motivará os atos especificados nos incisos
II e III, indicando os elementos técnicos fundamentais que os apóiam, bem
como os elementos contidos no orçamento estimativo e no cronograma físi-
co-financeiro de desembolso, se for o caso, elaborados pela Administração.
§ 2º O termo de referência é o documento que deverá conter, de forma
clara, concisa e objetiva, elementos capazes de propiciar a avaliação do custo

495
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

pela Administração diante de orçamento detalhado, a definição dos métodos,


a estratégia de suprimento, o valor estimado em planilhas de acordo com o
preço de mercado, o cronograma físico-financeiro, se for o caso, o critério de
aceitação do objeto, os deveres do contratado e do contratante, os procedi-
mentos de fiscalização e gerenciamento do contrato, o prazo de execução e
as sanções.
Art. 11. As designações do pregoeiro e da equipe de apoio devem recair
nos servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, ou, justificada-
mente, de órgão ou entidade integrante da Administração Pública Estadual.
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada, em sua maioria, por servi-
dores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração pública, per-
tencentes, preferencialmente, ao quadro permanente do órgão ou entidade
promotora da licitação.
§ 2º Nas licitações para registro de preços, as designações do pregoeiro
e da equipe de apoio devem recair em servidores de órgão ou entidade inte-
grante da Administração Pública Estadual.
§ 3º No âmbito da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e da Casa
Militar, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser
desempenhadas por militares.
§ 4º A designação do pregoeiro, a critério da autoridade competente,
poderá ocorrer para período de um ano, admitindo-se reconduções, ou para
licitação específica.
§ 5º Somente poderá exercer a função de pregoeiro o servidor ou o militar
que reúna qualificação profissional e perfil adequados, aferidos pela autorida-
de competente.
Art. 12. Caberá ao pregoeiro, em especial:
I – coordenar o processo licitatório;
II  – receber, examinar e decidir as impugnações e consultas ao edital,
apoiado pelo setor responsável pela sua elaboração;
III – conduzir a sessão pública na internet;

496
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – verificar a conformidade da proposta com os requisitos estabelecidos


no instrumento convocatório;
V – dirigir a etapa de lances;
VI – verificar e julgar as condições de habilitação;
VII – receber, examinar e decidir os recursos, encaminhando-os à autori-
dade competente quando mantiver sua decisão;
VIII – indicar o vencedor do certame;
IX – adjudicar o objeto, quando não houver recurso;
X – conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e
XI – encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior
e propor a homologação.
Art. 13. Caberá à equipe de apoio, dentre outras atribuições, auxiliar o
pregoeiro em todas as fases do processo licitatório.
Art. 14. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma
eletrônica:
I – credenciar-se no SICAF/PA para certames promovidos por órgãos da
Administração Pública Estadual direta, autarquias e fundações públicas;
II – remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente por meio eletrônico,
via internet, a proposta e, quando for o caso, seus anexos;
III – responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu
nome, assumindo como firmes e verdadeiras suas propostas e lances, inclusi-
ve os atos praticados diretamente ou por seu representante, não cabendo ao
provedor do sistema ou ao órgão, ou entidade promotora da licitação respon-
sabilidade por eventuais danos decorrentes do uso indevido da senha, ainda
que por terceiros;
IV – acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o processo
licitatório, responsabilizando-se pelo ônus decorrente da perda de negócios
diante da inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou de
sua desconexão;

497
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer aconte-


cimento que possa comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da senha,
para imediato bloqueio de acesso;
VI – utilizar-se da chave de identificação e da senha de acesso para parti-
cipar do pregão, na forma eletrônica; e
VII – solicitar, por interesse próprio, o cancelamento da chave de identifi-
cação ou da senha de acesso;
Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no SICAF/PA terá sua chave
de identificação e senha suspensas automaticamente.
Art. 15. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a
documentação relativa:
I – à habilitação jurídica;
II – à qualificação técnica;
III – à qualificação econômico-financeira;
IV – à regularidade fiscal com a Fazenda Nacional, o sistema da segurida-
de social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;
V – à regularidade fiscal perante as Fazendas Estaduais e Municipais, quan-
do for o caso; e VI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º
da Constituição Federal e no inciso XVIII do art. 78 da Lei n. 8.666, de 1993.
Parágrafo único. Desde que previsto no edital, a documentação exigida
para atender ao disposto nos incisos I, III, IV e V deste artigo poderá ser
substituída pelo registro cadastral no SICAF/PA ou, em se tratando de licita-
ção promovida por órgão ou entidade não abrangida pelo referido sistema,
bem como para registro de preços, por certificado de registro cadastral que
atenda aos requisitos previstos na legislação geral.
Art. 16. Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na
licitação, as exigências de habilitação serão atendidas mediante documen-
tos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados ou embaixadas e
traduzidos por tradutor juramentado no Brasil.

498
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 17. Quando permitida a participação de consórcio de empresas, se-


rão exigidas:
I – comprovação da existência de compromisso público ou particular de
constituição de consórcio com indicação da empresa-líder, que deverá aten-
der às condições de liderança estipuladas no edital e será a representante das
consorciadas perante o Estado;
II – apresentação, por empresa consorciada, da documentação de habili-
tação especificada no instrumento convocatório;
III – comprovação da capacidade técnica do consórcio pelo somatório dos
quantitativos de cada consorciado, na forma estabelecida no edital;
IV – demonstração, por empresa consorciada, do atendimento aos índices
contábeis definidos no edital, para fins de qualificação econômico-financeira;
V – responsabilidade solidária das empresas consorciadas pelas obriga-
ções do consórcio, nas fases de licitação e durante a vigência do contrato;
VI – obrigatoriedade da liderança de empresa brasileira no consórcio forma-
do por empresas nacionais e estrangeiras, observado o disposto no inciso I; e
VII – constituição e registro do consórcio antes da celebração do contrato.
Parágrafo único. Fica impedida a participação de empresa consorciada na
mesma licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.
Art. 18. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com
a convocação dos interessados por meio de publicação de aviso, observados
os valores estimados para contratação e os meios de divulgação a seguir in-
dicados:
I – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais):
a) Diário Oficial do Estado; e
b) meio eletrônico, via internet;
II – acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) até R$
1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais):
a) Diário Oficial do Estado;
b) meio eletrônico, via internet; e

499
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) jornal de grande circulação local; e


III – superior a R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais):
a) Diário Oficial do Estado;
b) meio eletrônico, via internet; e
c) jornal de grande circulação regional ou nacional.
§ 1º Os órgãos ou entidades integrantes da Administração Estadual dispo-
nibilizarão a íntegra do edital, em meio eletrônico, no Portal de Compras do
Governo Estadual - COMPRAS/PARÁ, sítio www.compraspara.pa.gov.br.
§ 2º O aviso do edital conterá a definição precisa, suficiente e clara do ob-
jeto, a indicação dos locais, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida
a íntegra do edital, bem como o endereço eletrônico onde ocorrerá a sessão
pública, a data e hora de sua realização e a indicação de que o pregão, na
forma eletrônica, será realizado por meio da internet.
§ 3º A publicação referida neste artigo poderá ser feita em sítios oficiais
da administração pública na internet, desde que certificado digitalmente por
autoridade certificadora credenciada no âmbito da InfraEstrutura de Chaves
Públicas Brasileira - ICP- Brasil.
§ 4º O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir
da publicação do aviso, não será inferior a oito dias úteis.
§ 5º Todos os horários estabelecidos no edital, no aviso e durante a ses-
são pública observarão, para todos os efeitos, o horário de Brasília, Distrito
Federal, inclusive para contagem de tempo e registro no sistema eletrônico e
na documentação relativa ao certame.
§ 6º Na divulgação de pregão realizado para o sistema de registro de pre-
ços, independentemente do valor estimado, será adotado o disposto no inciso
III deste artigo.
Art. 19. Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão
pública, qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório do pregão, na
forma eletrônica.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor responsável pela elaboração


do edital, decidir sobre a impugnação no prazo de até vinte e quatro horas.
§ 2º Acolhida a impugnação contra o ato convocatório, será definida e pu-
blicada nova data para realização do certame.
Art. 20. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório
deverão ser enviados ao pregoeiro até três dias úteis anteriores à data fixada
para abertura da sessão pública, exclusivamente por meio eletrônico, via in-
ternet, no endereço indicado no edital.
Art. 21. Qualquer modificação no edital exige divulgação pelo mesmo
instrumento de publicação em que se deu a do texto original, reabrindo-se o
prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alte-
ração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. Após a divulgação do edital no endereço eletrônico, os licitantes
deverão encaminhar proposta com a descrição do objeto ofertado, o preço e,
se for o caso, o respectivo anexo, até a data e hora marcadas para abertura
da sessão, exclusivamente por meio do sistema eletrônico, quando então se
encerrará, automaticamente, a fase de recebimento de propostas.
§ 1º A participação no pregão eletrônico dar-se-á pela utilização da senha
privativa do licitante.
§ 2º Para participar do pregão eletrônico, o licitante deverá manifestar, em
campo próprio do sistema eletrônico, que cumpre plenamente os requisitos
de habilitação e que sua proposta está em conformidade com as exigências
do instrumento convocatório.
§ 3º A declaração falsa relativa ao cumprimento dos requisitos de habili-
tação e da proposta sujeitará o licitante às sanções previstas neste Decreto.
§ 4º Até a abertura da sessão, os licitantes poderão retirar ou substituir a
proposta anteriormente apresentada.
Art. 23. A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na inter-
net será aberta por comando do pregoeiro, com a utilização de sua chave de
acesso e senha.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Os licitantes poderão participar da sessão pública na internet, deven-


do utilizar sua chave de acesso e senha.
§ 2º O pregoeiro verificará as propostas apresentadas, desclassificando
aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos
no edital.
§ 3º A desclassificação de proposta será sempre fundamentada e regis-
trada no sistema, com acompanhamento, em tempo real, por todos os parti-
cipantes.
§ 4º As propostas contendo a descrição do objeto, o valor e os eventuais
anexos estarão disponíveis na internet.
§ 5º O sistema disponibilizará campo próprio para troca de mensagens
entre o pregoeiro e os licitantes.
Art. 24. O sistema ordenará, automaticamente, as propostas classificadas
pelo pregoeiro, sendo que somente estas participarão da fase de lance.
Art. 25. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase compe-
titiva, quando então os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente
por meio do sistema eletrônico.
§ 1º No que se refere aos lances, o licitante será imediatamente informado
do seu recebimento e do valor consignado no registro.
§ 2º Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, observados o horá-
rio fixado para abertura da sessão e as regras estabelecidas no edital.
§ 3º O licitante somente poderá oferecer lance inferior ao último por ele
ofertado e registrado pelo sistema.
§ 4º Não serão aceitos dois ou mais lances iguais, prevalecendo aquele
que for recebido e registrado primeiro.
§ 5º Durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo
real, do valor do menor lance registrado, vedada a identificação do licitante.
§ 6º A etapa de lances da sessão pública será encerrada por decisão do
pregoeiro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7º O sistema eletrônico encaminhará aviso de fechamento iminente dos


lances, após o que transcorrerá período de tempo de até trinta minutos, ale-
atoriamente determinado, findo o qual será automaticamente encerrada a
recepção de lances.
§ 8º Após o encerramento da etapa de lances da sessão pública, o prego-
eiro poderá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante
que tenha apresentado lance mais vantajoso, para que seja obtida melhor
proposta, observado o critério de julgamento, não se admitindo negociar con-
dições diferentes daquelas previstas no edital.
§ 9º A negociação será realizada por meio do sistema, podendo ser acom-
panhada pelos demais licitantes.
§ 10. No caso de desconexão do pregoeiro no decorrer da etapa de lances,
se o sistema eletrônico permanecer acessível aos licitantes, os lances conti-
nuarão sendo recebidos, sem prejuízo dos atos realizados.
§ 11. Quando a desconexão do pregoeiro persistir por tempo superior a
dez minutos, a sessão do pregão, na forma eletrônica, será suspensa e rei-
niciada somente após comunicação aos participantes no endereço eletrônico
utilizado para divulgação.
Art. 26. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta
classificada em primeiro lugar quanto à compatibilidade do preço em relação
ao estimado para contratação e verificará a habilitação do licitante conforme
disposições do edital.
§ 1º A habilitação dos licitantes será verificada por meio do SICAF/PA nos
documentos por ele abrangidos, por ocasião dos procedimentos licitatórios
realizados por órgãos, autarquias e fundações, facultada a verificação para as
demais entidades da Administração Pública Estadual, ou quando se tratar de
registro de preços.
§ 2º Os documentos exigidos para habilitação que não estejam contem-
plados no SICAF/PA, inclusive quando houver necessidade de envio de ane-

503
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

xos, deverão ser remetidos também via fax, no prazo definido no edital, após
solicitação do pregoeiro no sistema eletrônico.
§ 3º Os documentos e anexos exigidos, quando remetidos via fax, deverão
ser apresentados em original ou por cópia autenticada, nos prazos estabele-
cidos no edital.
§ 4º Para fins de habilitação, a verificação de certidões, pelo órgão promo-
tor do certame, nos sítios oficiais de órgãos e entidades emissores, constitui
meio legal de prova.
§ 5º Se a proposta não for aceitável ou se o licitante não atender às
exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a proposta subsequente, e
assim sucessivamente, na ordem de classificação, até a apuração de uma
proposta que atenda ao edital.
§ 6º No caso de contratação de serviços comuns, em que a legislação ou
o edital exija apresentação de planilha de composição de preços, esta deverá
ser encaminhada de imediato, por meio eletrônico, com os respectivos valo-
res readequados ao lance vencedor.
§ 7º No pregão, na forma eletrônica, realizado para o sistema de registro
de preços, quando a proposta do licitante vencedor não atender ao quantita-
tivo total estimado para a contratação, respeitada a ordem de classificação,
poderão ser convocados tantos licitantes quantos forem necessários para al-
cançar o total estimado, observado o preço da proposta vencedora.
§ 8º Os demais procedimentos referentes ao sistema de registro de pre-
ços ficam submetidos à norma específica que regulamenta o art. 15 da Lei n.
8.666, de 1993.
§ 9º Constatado o atendimento às exigências fixadas no edital, o licitante
será declarado vencedor.
Art. 27. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a ses-
são pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema,
manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de
três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os demais licitantes,

504
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contra- razões em igual


prazo, que começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes
assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus
interesses.
§ 1º A falta de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à
intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência desse
direito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante decla-
rado vencedor.
§ 2º O acolhimento de recurso importará na invalidação apenas dos atos
insuscetíveis de aproveitamento.
§ 3º No julgamento da habilitação e das propostas, o pregoeiro poderá
sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos docu-
mentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado registrado
em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia para fins de
habilitação e classificação.
Art. 28. Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos pra-
ticados, a autoridade competente adjudicará o objeto e homologará o proce-
dimento licitatório.
§ 1º Após a homologação referida no caput, o adjudicatário será convo-
cado para assinar o contrato ou a ata de registro de preços no prazo definido
no edital.
§ 2º Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será exi-
gida a comprovação das condições de habilitação consignadas no edital, as
quais deverão ser mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou
da ata de registro de preços.
§ 3º Se o vencedor da licitação não fizer a comprovação referida no § 2º
ou, injustificadamente, recusar-se a assinar o contrato ou a ata de registro de
preços, poderá ser convocado outro licitante, desde que respeitada a ordem
de classificação, para, após comprovados os requisitos habilitatórios e feita a

505
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negociação, assinar o contrato ou a ata de registro de preços, sem prejuízo


das multas previstas no edital e no contrato, e das demais cominações legais.
§ 4º O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, salvo dis-
posição específica do edital.
Art. 29. Aquele que, convocado dentro do prazo de validade de sua pro-
posta, não assinar o contrato ou a ata de registro de preços, deixar de en-
tregar a documentação exigida no edital, apresentar documentação falsa,
ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta,
falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo,
fizer declaração falsa ou cometer fraude fiscal ficará impedido de licitar e de
contratar com o Estado e será descredenciado no SICAF/PA pelo prazo de até
cinco anos, sem prejuízo das multas previstas no edital e no contrato, e das
demais cominações legais, sendo-lhe assegurado o direito à ampla defesa.
Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoriamente registradas no
SICAF/PA.
Art. 30. A autoridade competente para aprovar o procedimento licitatório
somente poderá revogá-lo em face de razões de interesse público, por motivo
de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
justificar tal conduta, devendo anulá-lo por ilegalidade, de ofício ou por pro-
vocação de qualquer pessoa, mediante ato escrito e fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório induz à do contrato ou da ata
de registro de preços.
§ 2º Os licitantes não terão direito à indenização em decorrência da anu-
lação do procedimento licitatório, ressalvado o direito do contratado de boa-
-fé de ser ressarcido pelos encargos que tiver suportado no cumprimento do
contrato.
Art. 31. O processo licitatório será instruído com os seguintes documentos:
I – justificativa da contratação;
II – termo de referência;
III – planilhas de custo, quando for o caso;

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Delegado

IV – previsão de recursos orçamentários, com a indicação das respectivas


rubricas;
V – autorização de abertura da licitação;
VI – designação do pregoeiro e da equipe de apoio;
VII – edital e respectivos anexos, quando for o caso;
VIII – minuta do termo do contrato ou instrumento equivalente, ou minuta
da ata de registro de preços, conforme o caso;
IX – parecer jurídico;
X – documentação exigida para a habilitação;
XI – ata contendo os seguintes registros:
a) licitantes participantes;
b) propostas apresentadas;
c) lances ofertados na ordem de classificação;
d) aceitabilidade da proposta de preço;
e) habilitação; e
f) recursos interpostos, respectivas análises e decisões; e XII - compro-
vantes das publicações:
a) do aviso do edital;
b) do resultado da licitação;
c) do extrato do contrato; e
d) dos demais atos em que seja exigida a publicidade, conforme o caso.
§ 1º O processo licitatório poderá ser realizado por meio de sistema ele-
trônico, sendo os atos e documentos referidos neste artigo, constantes dos
arquivos e registros digitais, válidos para todos os efeitos legais, inclusive
para comprovação e prestação de contas.
§ 2º Os arquivos e registros digitais relativos ao processo licitatório deve-
rão permanecer à disposição das auditorias internas e externas.
§ 3º A ata será disponibilizada na internet para acesso livre, imediatamen-
te após o encerramento da sessão pública.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 32. A Secretaria Executiva de Estado de Administração estabelecerá


as instruções complementares ao disposto neste Decreto.
Art. 33. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 34.
Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO, 20 de fevereiro de 2006.


SIMÃO JATENE
Governador do Estado
TERESA LUSIA MÁRTIRES COELHO CATIVO ROSA
Secretária Especial de Estado de Gestão FREDERICO ANÍBAL DA
COSTA MONTEIRO
Secretário Executivo de Estado de Administração

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 8.972, DE JANEIRO DE 2020


LEI ORDINÁRIA N. 8.972, DE 13 DE JANEIRO DE 2020 
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública do Estado
do Pará.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu sanciono


a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administra-


tivo, seus atos e procedimentos, no âmbito da Administração Pública Direta
e Indireta do Estado do Pará, inclusive das pessoas jurídicas controladas ou
mantidas pelo Poder Executivo Estadual, visando, em especial, à proteção dos
direitos dos administrados, atendimento do interesse público e melhor cum-
primento dos fins da Administração.
Parágrafo único. Os preceitos desta Lei se aplicam também aos Pode-
res Legislativo e Judiciário do Estado do Pará, Ministério Público, Defensoria
Pública, Tribunal de Contas do Estado e Tribunal de Contas dos Municípios,
quando no desempenho de função administrativa.
Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I – órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração
Direta do Estado do Pará;
II – entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica da
estrutura da Administração Indireta do Estado do Pará, inclusive pessoas ju-
rídicas controladas ou mantidas pelo Poder Executivo Estadual;
III – autoridade - o agente público dotado de poder de decisão.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 3º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios


da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, probida-
de, finalidade, motivação, cooperação, razoabilidade, proporcionalidade, am-
pla defesa, contraditório, segurança jurídica, duração razoável do processo,
supremacia e indisponibilidade do interesse público.
Art. 4º Os processos administrativos deverão observar, entre outros, os
seguintes critérios:
I – atuação conforme a lei e o Direito;
II – atendimento a finalidades de interesse geral, vedada a renúncia total
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promo-
ção e interesse pessoal de agentes ou autoridades;
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro, honestidade
e boafé;
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses
de sigilo previstas na Constituição;
VI  – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que fundamentarem
a decisão, com a devida comprovação dos motivos determinantes no ato ou
no processo;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;
IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau
de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações, à


produção de provas e à interposição de reconsideração, recursos, revisão nos
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI – proibição de cobrança de custas processuais, ressalvadas as previstas
em lei;
XII – impulsão de ofício do processo administrativo, sem prejuízo da atu-
ação dos interessados;
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garan-
ta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa
de nova interpretação em casos defi nitivamente decididos no âmbito da Ad-
ministração;
XIV – respeito às decisões judiciais vinculativas que firmem tese jurídica;
XV – cooperação entre todos os sujeitos do processo para que se obtenha,
em tempo razoável, decisão justa e efetiva.

CAPÍTULO III
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Seção I
Disposição Preliminar

Art. 5º A Administração não iniciará qualquer atuação material relacio-


nada com a esfera jurídica dos particulares sem a prévia expedição do ato
administrativo que lhe sirva de fundamento, salvo na hipótese de expressa
previsão legal. Seção II Da Formalização dos Atos.
Art. 6º Os atos administrativos produzidos por escrito indicarão a data e
o local de sua edição, e conterão a identifi cação nominal, funcional e a assi-
natura da autoridade responsável.
Art. 7º Os atos administrativos ordinatórios e os de caráter geral serão
numerados de acordo com a sua natureza jurídica e em séries próprias, com

511
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

renovação anual, identificando-se pela sua denominação, seguida da sigla do


órgão ou entidade que os tenha expedido.
Art. 8º Os atos de conteúdo normativo serão numerados em séries espe-
cíficas, seguidamente, sem renovação anual.
Art. 9º Os regulamentos serão editados por decreto ou ato normativo es-
pecífi co de cada órgão ou entidade, dentro das suas atribuições, observadas
as seguintes regras:
I – nenhum regulamento poderá ser editado sem base em lei, nem prever
infrações, sanções, deveres ou condicionamentos de direitos nela não esta-
belecidos;
II  – nenhum regulamento será editado sem exposição de motivos que
demonstre o fundamento legal de sua edição, a finalidade das medidas ado-
tadas e a extensão de seus efeitos;
III – a regulamentação por decreto se dará da seguinte forma:
a) quando a proposição for de iniciativa do chefe do Poder Executivo, de-
verá estar acompanhada de manifestação técnica do órgão ou entidade dire-
tamente afetado e análise jurídica da Procuradoria-Geral do Estado;
b) quando a proposição for dos titulares de órgãos e entidades, deverá
apresentar análise das suas respectivas unidades jurídicas, com posterior
encaminhamento à Procuradoria-Geral do Estado, que remeterá, ao final, ao
Chefe do Poder Executivo, para avaliação política, discricionária e de interesse
público para a edição do ato.
IV – a regulamentação por outros atos normativos, quando houver pre-
visão legal para a sua edição, dependerá de análise das unidades jurídicas e
encaminhamento para a Procuradoria-Geral do Estado, quando couber.

Seção III
Da Publicidade dos Atos

Art. 10. Os atos administrativos, inclusive os de caráter geral, entrarão


em vigor na data de sua publicação, salvo disposição expressa em contrário.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 11. A publicidade dos atos administrativos, salvo disposição expressa


em contrário, consistirá em sua publicação no Diário Oficial do Estado ou sítio
eletrônico oficial ou, quando for o caso, na citação, notificação ou intimação
do interessado.
Parágrafo único. A publicação dos atos sem conteúdo normativo poderá
ocorrer de forma resumida.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 12. O administrado tem os seguintes direitos perante a Administra-


ção, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão
facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha
a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
neles contidos, arcando com os custos da reprodução, e conhecer as decisões
proferidas, na forma dos respectivos regulamentos;
III – formular alegações e apresentar provas, que serão objeto de consi-
deração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obri-
gatória a representação, por força de lei;
V – obter decisão final motivada, com observância dos prazos fixados em
lei, sobre os requerimentos formulados;
VI – de ser atendido em no máximo 30 (trinta) minutos.
Parágrafo único. Na hipótese de violação aos direitos previstos neste ar-
tigo, por ato imputável à Administração, o postulante poderá apresentar re-
clamação formal à autoridade imediatamente superior, para adoção das pro-
vidências cabíveis.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DOS DEVERES DOS ADMINISTRADOS

Art. 13. São deveres do administrado perante a Administração, sem pre-


juízo de outros previstos em ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade, respeito e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações e apresentar documentos que lhe forem soli-
citados e colaborar para o esclarecimento dos fatos;
V – indicar endereço físico e, se houver, também endereço eletrônico, para
recebimento de citação, notificação e intimação de atos processuais, bem
como informar alterações posteriores.

CAPÍTULO VI
DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 14. O processo administrativo pode iniciar-se mediante representa-


ção, de ofício ou a pedido de interessado.
Art. 15. O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admi-
tida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado e de quem o represente, quando for o caso;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações,
inclusive endereço eletrônico, se houver;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos, fundamentos e indica-
ção das provas, bem como esclarecimentos relativos aos fins a que se destina;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante legal.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebi-
mento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao
suprimento de eventuais falhas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos


ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões seme-
lhantes e/ou repetidas.
Art. 17. Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem
conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único re-
querimento ou reunidos por decisão motivada da autoridade competente, sal-
vo preceito legal em contrário ou se essa reunião puder prejudicar a razoável
duração do processo.

CAPÍTULO VII
DOS INTERESSADOS

Art. 18. São legitimados como interessados no processo administrativo:


I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou
interesses individuais ou no exercício do direito de representação legal;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interes-
ses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada, ou na defesa de
interesse público;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos
e interesses individuais e coletivos de seus associados;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direi-
tos ou interesses difusos.
§ 1º A atuação das organizações e associações dependerá de comprovação
da pertinência temática entre suas finalidades institucionais e os interesses
que visam defender e, quando a lei assim exigir, de autorização da respectiva
assembleia geral.
§ 2º A intervenção de terceiro no processo administrativo dependerá de
decisão da autoridade competente, quando comprovado o interesse.
Art. 19. São capazes, para fins de processo administrativo, as pessoas
físicas e jurídicas assim consideradas pelo Código Civil Brasileiro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VIII
DA COMPETÊNCIA

Art. 20. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos e entida-


des a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos.
Art. 21. Os órgãos e entidades administrativas e seus titulares poderão,
se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros
órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordi-
nados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de
competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes somente para
cumprimento de ato específico e por prazo determinado.
Art. 22. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão, entidade ou autoridade;
IV – as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização expressa e
na forma por ela determinada.
Art. 23. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados na
forma do art. 11 desta Lei.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos,
os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o
recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade
delegante, respeitados os atos praticados ou decisões proferidas na vigência
da delegação.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente
esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado, inclusive quanto às
responsabilidades.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 24. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes


devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a
órgão ou autoridade hierarquicamente subordinados.
Art. 25. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente
os locais das respectivas sedes, horários de atendimento e de prestação dos
serviços e, quando conveniente, a unidade funcional competente em matéria
de interesse especial, bem como meios de informação à distância.
Art. 26. Inexistindo competência legal específica, o processo administra-
tivo terá início perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir,
designada pelo dirigente do órgão ou entidade.

CAPÍTULO IX
DO IMPEDIMENTO E DA SUSPEIÇÃO

Seção I
Do Impedimento

Art. 27. É impedido de atuar em processo administrativo, sem prejuízo de


outras hipóteses, o servidor ou autoridade que:
I – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro
ou parente e afins até o terceiro grau;
II – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro;
III – tenha cônjuge, companheiro ou parente e afi ns até o terceiro grau fi-
gurando como advogado, defensor dativo ou representante legal do interessado.
Art. 28. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve co-
municar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento consti-
tui falta grave para efeitos disciplinares.

517
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Da Suspeição

Art. 29. É suspeito para atuar em processo administrativo o servidor ou


autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria ou no resultado do processo;
II – tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interes-
sados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o
terceiro grau.
Parágrafo único. Pode o servidor ou a autoridade declarar-se suspeito por
motivo de foro íntimo.
Art. 30. O indeferimento da alegação de impedimento ou de suspeição
poderá ser objeto de recurso, observado o disposto no Capítulo XVII desta Lei.

CAPÍTULO X
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 31. Os atos do processo administrativo não dependem de forma de-


terminada senão quando a lei expressamente a exigir, observada a racionali-
zação prevista na Lei Federal n. 13.726, de 8 de outubro de 2018.
§ 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo,
com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e
rubricadas.
§ 3º A Administração Pública poderá disciplinar, mediante decreto, a prá-
tica e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, aten-
didos os requisitos técnicos exigidos na legislação específica, em especial os
de autenticidade, integridade e validade jurídica.
Art. 32. Na relação dos órgãos e entidades com o cidadão, é dispensada
a exigência de:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I  – reconhecimento de firma, devendo o servidor, confrontando a assi-


natura com aquela constante do documento de identidade do signatário, ou
estando este presente e assinando o documento diante do servidor, lavrar sua
autenticidade no próprio documento;
II – autenticação de cópia de documento, cabendo ao servidor, mediante
a comparação entre o original e a cópia, atestar a autenticidade;
III – juntada de documento pessoal do usuário, que poderá ser substituído
por cópia autenticada pelo próprio servidor;
IV – apresentação de certidão de nascimento, que poderá ser substituída
por cédula de identidade, título de eleitor, identidade expedida por conselho
regional de fiscalização profi ssional, carteira de trabalho, certificado de pres-
tação ou de isenção do serviço militar, passaporte ou identidade funcional
expedida por órgão público;
V – apresentação de título de eleitor, exceto para votar ou para registrar
candidatura.
§ 1º É vedada a exigência de prova relativa a fato que já houver sido com-
provado pela apresentação de outro documento válido.
§ 2º Quando, por motivo não imputável ao solicitante, não for possível ob-
ter diretamente do órgão ou entidade responsável documento comprobatório
de regularidade, os fatos poderão ser comprovados mediante declaração es-
crita e assinada pelo cidadão, que, em caso de declaração falsa, fi cará sujeito
às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis.
§ 3º Os órgãos e entidades não poderão exigir do cidadão a apresentação
de certidão ou documento expedido por outro órgão ou entidade do mesmo
Poder, ressalvadas as seguintes hipóteses:
I – certidão de antecedentes criminais;
II – informações sobre pessoa jurídica;
II – outras expressamente previstas em lei.
Art. 33. Inexistindo disposição legal específica, os atos do órgão ou au-
toridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem

519
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

devem ser praticados no prazo de cinco dias úteis, salvo motivo de força
maior, observado o disposto no § 4º do art. 83 desta Lei.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá ser dilatado até o
dobro, mediante justifi cativa devidamente comprovada.
Art. 34. Os atos do processo devem realizar-se por meio eletrônico ou
físico, neste último caso preferencialmente na sede do órgão.
Parágrafo único. Os atos praticados em processos eletrônicos não dispen-
sam o comparecimento do interessado quando necessário, devendo observar
as regras procedimentais do órgão ou entidade aos quais se destina.

CAPÍTULO XI
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 35. O órgão ou entidade competente perante o qual tramita o pro-


cesso administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de
decisão ou efetivação de diligências.
§ 1º A intimação deverá conter:
I – identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II – finalidade da intimação;
III – data, hora e local em que deve comparecer;
IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente ou fazer-se representar;
V – prazo para a prática do ato;
VI – informação da continuidade do processo independentemente do seu
comparecimento;
VII – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2º Na intimação pessoal, caso o destinatário se recuse a assinar o com-
provante de recebimento, o servidor encarregado certificará a entrega e a
recusa.
§ 3º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quan-
to à data de comparecimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por meio


eletrônico, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro
meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 5º Quando o administrado indicar endereço eletrônico para recebimento
de comunicações, a intimação poderá ser efetuada por e-mail, juntando-se
aos autos o respectivo comprovante de leitura.
§ 6º Não recebido no prazo de dois dias úteis o comprovante de leitura re-
ferido no § 4º deste artigo, a Administração deverá providenciar a intimação
pelos demais meios previstos nesta Lei.
§ 7º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domi-
cílio indefi nido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação ofi cial.
§ 8º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das pres-
crições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou
irregularidade.
Art. 36. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento
da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de
ampla defesa ao interessado em todas as fases.
Art. 37. Devem ser objeto de intimação os atos do processo de que resul-
tem para o interessado imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao
exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO XII
DA INSTRUÇÃO

Art. 38. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os


dados necessários à tomada de decisão se realizam de ofício, sem prejuízo do
direito dos interessados de propor atuações probatórias.
§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados
necessários à decisão do processo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem


realizar-se do modo menos oneroso para estes.
§ 3º Os atos de instrução realizados por meio eletrônico serão documen-
tados nos autos do respectivo processo.
Art. 39. Os interessados devem concorrer para a economia de meios na
realização de diligências instrutórias e para a tomada da decisão num prazo ra-
zoável, abstendo-se de requerer diligências inúteis e de recorrer a expedientes
dilatórios, sendo inadmissíveis no processo provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 40. É admitida a prova emprestada, produzida validamente em outro
processo administrativo ou judicial, desde que seja garantido ao postulante
ou ao notifi cado o exercício do direito ao contraditório sobre essa prova.
Art. 41. É cabível a arguição de falsidade de documento, por escrito e de
forma motivada, até decisão fi nal, a ser processada de forma incidental, ga-
rantido o contraditório e ampla defesa.
§ 1º A autoridade competente poderá, motivadamente, atribuir efeito sus-
pensivo ao incidente de arguição de falsidade, havendo fundado e justo receio
de prejuízo de difícil ou incerta reparação.
§ 2º A decisão que confirmar a falsidade do documento deverá conter a
determinação para seu desentranhamento dos autos, cabendo a sua remessa
aos órgãos de controle, para os efeitos legais.
Art. 42. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse ge-
ral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de
consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão final, se não
houver prejuízo para a parte interessada ao efi caz andamento do processo.
§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios
oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos,
fixando-se prazo razoável para oferecimento de alegações escritas.
§ 2º A participação na consulta pública não confere, por si, a condição de
interessado no processo, mas confere o direito de obter da Administração

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações subs-


tancialmente iguais.
Art. 43. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da
relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates
sobre a matéria do processo.
Art. 44. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante,
poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, direta-
mente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 45. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios
de participação de administrados deverão ser divulgados, preferencialmente,
por meio eletrônico, com a indicação do procedimento adotado e, de forma
sucinta, suas conclusões e fundamentação.
Art. 46. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de ou-
tros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião
conjunta, com a participação de seus titulares ou representantes, lavrando-se
a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
Art. 47. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem
prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do dis-
posto no art. 32 desta Lei.
Art. 48. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registra-
dos em documentos existentes na própria Administração responsável pelo
processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a ins-
trução providenciará, de ofício, os documentos.
Art. 49. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da
decisão fi nal, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias,
bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.
Art. 50. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresenta-
ção de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para
esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão com-


petente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se
eximindo de proferir a decisão.
Art. 51. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessa-
do forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento
no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará
arquivamento motivado do processo.
Art. 52. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada,
com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e
local de realização.
Art. 53. Os pareceres podem ser obrigatórios ou facultativos, conforme
sejam ou não exigidos por lei.
Parágrafo único. Os pareceres obrigatórios são vinculantes ou não vincu-
lantes, quando suas conclusões devam ou não ser necessariamente observa-
das nas decisões proferidas por autoridade competente.
Art. 54. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo,
o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias úteis, salvo
norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1º Se um parecer obrigatório ou vinculante deixar de ser emitido no
prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação,
responsabilizando-se quem der causa ao atraso, sem motivo justificado.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no
prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua
dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimen-
to, salvo motivo justificado.
Art. 55. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente
obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o
encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá soli-
citar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica
equivalentes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 56. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifes-


tarse no prazo máximo de dez dias úteis, salvo se outro prazo for legalmente
fixado.
Art. 57. Em qualquer fase do processo, em caso de perigo ou risco imi-
nente de lesão ao interesse público ou à segurança de bens, pessoas e ser-
viços, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências
acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 58. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter cer-
tidões ou cópias reprográficas, inclusive por meios tecnológicos, com ônus
para estes, dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à
honra e à imagem.
Art. 59. O órgão de instrução que não for competente para emitir a deci-
são final elaborará relatório indicando o pedido inicial e o conteúdo das fases
do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada,
encaminhando o processo à autoridade competente.

CAPÍTULO XIII
DO DEVER DE DECIDIR

Art. 60. A Administração tem o dever de expressamente se pronunciar e


emitir decisão sobre todos os assuntos da sua competência que lhes sejam
apresentados, nos processos administrativos e sobre solicitações, petições,
representações ou reclamações.
§ 1º Caso a Administração, ao decidir o pedido, observe, por exigência do
interesse público, a necessidade de abranger objeto diferente ou mais amplo
do que lhe foi apresentado, deverá notificar o interessado para que, no prazo
de dez dias úteis, formule suas alegações antes da decisão.
§ 2º A decisão deverá considerar, necessariamente, enunciado de súmula
vinculante dos Tribunais Superiores, bem como as orientações jurídicas fir-
madas em âmbito estadual, quando for o caso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 61. Concluída a instrução do processo administrativo, a Administra-


ção tem o prazo de até trinta dias úteis para decidir, salvo prorrogação por
igual período expressamente motivada.
Parágrafo único. A decisão fora do prazo legal não implica nulidade do
processo.

CAPÍTULO XIV
DA MOTIVAÇÃO

Art. 62. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos


fatos, dos fundamentos jurídicos e atos probatórios, especialmente quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam pedidos de recursos administrativos, reconsideração e revisão;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou divirjam
de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais, súmulas de Tribunais Su-
periores e orientações jurídicas vinculativas emitidas por órgão competente;
VIII – importem convalidação, anulação, revogação ou suspensão de ato
administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir
em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante
do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado
meio mecânico ou eletrônico que reproduza os fundamentos das decisões,
desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões, inclusi-


ve os votos divergentes e decisões orais, constarão da respectiva ata ou de
termo escrito.

CAPÍTULO XV
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 63. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir


total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge so-
mente quem a tenha formulado.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não pre-
judica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o
interesse público assim o exige.
Art. 64. O órgão competente, mediante ato decisório fundamentado, de-
clarará extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da de-
cisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

CAPÍTULO XVI
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 65. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados


de vício de legalidade, e pode revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, em qualquer caso respeitados os direitos adquiridos.
Art. 66. São inválidos os atos administrativos que desatendam os pressu-
postos legais e regulamentares de sua edição, ou os princípios da Administra-
ção, especialmente nos casos de:
I – incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente de que emane;
II – omissão de formalidades ou procedimentos essenciais;
III – ilegalidade do objeto;

527
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – inexistência ou impropriedade do motivo de fato ou de direito;


V – desvio de poder;
VI – falta ou insuficiência de motivação.
§ 1º Nos atos discricionários, será razão de invalidade a falta de correlação
lógica entre o motivo e o conteúdo do ato, tendo em vista sua finalidade.
§ 2º Nenhuma nulidade será declarada em favor de quem lhe der causa e
se dela não resultar prejuízo aos interessados e à defesa.
Art. 67. É de cinco anos o prazo para a Administração anular os atos ad-
ministrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, con-
tados da data em que foram praticados.
§ 1º Havendo comprovada má-fé do destinatário, o prazo previsto no
caput conta-se da data do conhecimento do ato pela autoridade competente
para a sua anulação.
§ 2º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo para anular con-
tar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
Art. 68. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao inte-
resse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem vícios sa-
náveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
Parágrafo único. São considerados sanáveis os vícios de competência ou
de ordem formal, desde que:
I  – na hipótese de vício de competência, a convalidação seja feita pela
autoridade titulada para a prática do ato, e não se trate de competência in-
delegável;
II – na hipótese de vício formal, este possa ser suprido de modo eficaz.

CAPÍTULO XVII
DO RECURSO ADMINISTRATIVO, DA RECONSIDERAÇÃO E DA RE-
VISÃO

Art. 69. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de


legalidade e de mérito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que


proferiu o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de
cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado.
§ 2º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria de-
cisões ou orientações jurídicas com efeito vinculante, caberá à autoridade
prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade do entendimento sumulado, conforme o caso.
§ 3º Salvo exigência legal, a interposição de recurso independe de caução.
§ 4º São irrecorríveis, na esfera administrativa, os atos de mero expedien-
te ou preparatórios de decisões.
Art. 70. O recurso tramitará no máximo por três instâncias administrati-
vas, salvo disposição legal diversa.
Art. 71. Salvo disposição legal em contrário, a instância máxima para o
recurso será:
I – na Administração centralizada, o Secretário de Estado ou autoridade a
ele equiparada, excetuados os casos em que o ato tenha sido por ele pratica-
do originariamente, caso em que caberá recurso ao Governador do Estado;
II – na Administração descentralizada, o dirigente superior da pessoa jurí-
dica, excetuados os casos em que o ato tenha sido por ele praticado origina-
riamente, caso em que caberá recurso ao titular do órgão da Administração
direta a que está vinculado, nos termos da lei.
Art. 72. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo os interes-
sados previstos no art. 18 desta Lei.
Art. 73. Salvo disposição legal específica, é de dez dias úteis o prazo para
interposição de recurso, contado da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso deverá ser decidido
no prazo máximo de trinta dias úteis, a partir do recebimento dos autos pelo
órgão competente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O prazo mencionado no § 1º deste artigo poderá ser prorrogado por


igual período, ante justificativa explícita.
Art. 74. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recor-
rente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar
os documentos que julgar convenientes.
Art. 75. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito
suspensivo.
§ 1º Havendo relevante fundamento e justo receio de prejuízo de difícil ou
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a ime-
diatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao
recurso.
§ 2º Requerida fundamentadamente a concessão de efeito suspensivo, a
autoridade recorrida ou a imediatamente superior apreciará o pedido no pra-
zo de cinco dias úteis, contados do recebimento do processo pela autoridade
competente.
Art. 76. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer
deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de dez dias úteis,
apresentem alegações.
Art. 77. O recurso não será conhecido quando interposto:
I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – depois de esgotados todos os recursos cabíveis na esfera administrativa.
§ 1º Na hipótese do inciso II deste artigo, deverá a autoridade remetê-lo,
de ofício, ao órgão competente para exercer o juízo de admissibilidade.
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever
de ofício o ato ilegal.
Art. 78. Conhecer-se-á do recurso erroneamente designado, quando de
seu conteúdo resultar induvidosa a impugnação do ato.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 79. O órgão competente para decidir o recurso poderá confi rmar,


modifi car, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a
matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer
gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi cado para que, no
prazo de dez dias úteis, formule suas alegações antes da decisão.
Art. 80. Se o recorrente alegar violação de decisões ou orientações jurí-
dicas com efeito vinculante, o órgão competente para decidir o recurso expli-
citará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade do entendimento sumu-
lado, conforme o caso.
Art. 81. Contra decisões tomadas originariamente pelo Governador do
Estado, caberá um único pedido de reconsideração, no prazo de dez dias
úteis, dirigido à própria autoridade, observando-se, no que couber, o regime
do recurso hierárquico.
Art. 82. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão
ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos
novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justifi car a inadequação da
sanção aplicada.
§ 1º A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui funda-
mento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no
processo originário.
§ 2º A revisão deve ser requerida junto à autoridade que aplicou a pena-
lidade, a quem cabe o seu julgamento.
§ 3º No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.
§ 4º Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

531
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO XVIII
DOS PRAZOS

Art. 83. Os prazos contam-se em dias úteis e começam a correr a partir


da data da cientifi cação ofi cial, excluindo-se da contagem o dia do começo
e incluindo-se o do vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o
vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado
antes da hora normal ou, ainda, houver indisponibilidade da comunicação
eletrônica, neste caso conforme regulamento.
§ 2º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data, con-
siderando-se como termo final, caso no mês do vencimento não haja o dia
equivalente àquele do início do prazo, o último dia do mês.
§ 3º De comum acordo, a Administração e os interessados poderão fixar
prazos diferenciados para a prática de atos processuais, em casos excepcio-
nais, devidamente justificados, quando a complexidade da matéria e do pro-
cedimento assim o exigir.
Art. 84. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos
processuais não se suspendem.

CAPÍTULO XIX
DAS SANÇÕES

Art. 85. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão


natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer,
assegurado sempre o direito de defesa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO XX
DOS PROCEDIMENTOS EM ESPÉCIE

Seção I
Do Procedimento de Invalidação

Art. 86. Rege-se pelo disposto nesta Seção o procedimento de invalidação


de ato ou contrato administrativos e, no que couber, de outros ajustes.
Art. 87. O procedimento de invalidação será instaurado pela Administra-
ção, de ofício ou por provocação do interessado.
§ 1º No procedimento de invalidação de ofício, a própria autoridade que
praticou o ato ou celebrou o contrato ou outros ajustes, ou seu superior hie-
rárquico, submeterá o assunto à unidade jurídica do órgão ou entidade, con-
forme o caso.
§ 2º No procedimento de invalidação provocado, cabe ao interessado apre-
sentar requerimento à autoridade que praticou o ato ou celebrou contrato ou
outros ajustes, a qual submeterá o assunto à unidade jurídica do órgão ou
entidade, conforme o caso.
§ 3º Em qualquer caso, a Administração e o interessado devem demons-
trar as razões de fato e de direito que ensejam a declaração de invalidade do
ato ou contrato ou outros ajustes.
Art. 88. A unidade jurídica do órgão ou entidade opinará sobre a validade
do ato ou contrato ou outros ajustes, sugerindo, quando for o caso, providên-
cias para instrução dos autos, e indicará a necessidade ou não da instauração
de contraditório, hipótese em que:
I – quando o parecer apontar a existência de terceiros interessados, a au-
toridade determinará sua intimação, para, em dez dias úteis, manifestar-se,
querendo, a respeito, inclusive indicando as provas que deseja produzir;
II – concluída a instrução, serão intimadas as partes para, querendo, apre-
sentarem, em dez dias úteis, suas razões finais;

533
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – a autoridade, ouvindo novamente a unidade jurídica, decidirá em


vinte dias úteis, por despacho motivado, do qual serão intimadas as partes;
IV – da decisão caberá recurso hierárquico.
Parágrafo único. Caberá à Procuradoria-Geral do Estado analisar e exarar
manifestação nas hipóteses deste artigo, quando envolvam questões jurídicas
relevantes, sempre que provocada pelo respectivo titular de Poder, órgão ou
entidade, na forma do art. 2º, inciso IV da Lei Complementar Estadual n. 41,
de 29 de agosto de 2002.
Art. 89. No curso do procedimento de invalidação, a autoridade poderá,
de ofício ou mediante provocação, suspender a execução do ato ou contrato
ou outros ajustes, para evitar lesão ao interesse público de difícil ou impos-
sível reparação.
Art. 90. A decisão que invalidar ato ou contrato ou outros ajustes esta-
belecerá as providências necessárias ao desfazimento dos efeitos produzidos,
resguardados os terceiros de boa-fé, e determinará a apuração de eventuais
responsabilidades.
Parágrafo único. A Administração poderá, tendo em vista razões de segu-
rança jurídica ou de relevante interesse social, restringir os efeitos da decisão
que invalidar ato ou contrato ou outros ajustes ou decidir que só tenha eficá-
cia a partir do ato decisório ou de momento específico.

Seção II
Do Procedimento de Justificação

Art. 91. Rege-se pelo disposto nesta Seção o procedimento de justifica-


ção administrativa destinada a suprir falta ou insuficiência de documento e
justificar a existência de algum fato ou relação jurídica de interesse do postu-
lante, perante órgãos e entidades da Administração, quando inexistente outro
meio de prova capaz de confi gurar a verdade do fato alegado.
Art. 92. O requerimento do postulante deverá ser protocolado no órgão
ou entidade vinculado ao fato a ser comprovado, e deverá conter a descrição

534
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dos fatos que pretende justificar, as razões do pedido, o início de prova mate-
rial e rol de testemunhas idôneas, em número não inferior a três.
Parágrafo único. Será constituída comissão integrada por três servidores
para processar o pedido de justificação administrativa, cabendo-lhe submeter
o relatório final à autoridade competente para proferir a decisão, com prévia
manifestação da unidade jurídica.
Art. 93. A prova exclusivamente testemunhal será admitida na ocorrência
de força maior ou caso fortuito relacionado ao fato que se pretende justificar,
e comprovado mediante registro policial feito em época própria ou apresen-
tação de documentos contemporâneos ao fato.
Art. 94. Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a
comprovar exigir registro público ou qualquer ato jurídico para o qual a lei
prescreva forma especial.
Art. 95. O processo de justificação administrativa deverá ser prévio ou
incidental ao processo administrativo principal.
Art. 96. Aplicar-se-ão, quanto às testemunhas, as regras de incapacida-
de, suspeição e impedimento constantes do Código de Processo Civil.
Art. 97. A justificação administrativa, uma vez deferida, produzirá efei-
tos perante os órgãos e entidades da Administração, sem prejuízo de outros
meios de prova cabíveis no processo administrativo principal.
Art. 98. Será apurada a responsabilidade criminal dos autores de declara-
ções falsas, prestadas em justificações administrativas, mediante representa-
ção da autoridade ao Ministério Público.

Seção III
Do Procedimento de Outorga

Art. 99. Regem-se pelo disposto nesta Seção os pedidos de reconheci-


mento, de atribuição ou de liberação do exercício de direito, a serem confe-
ridos pela Administração Pública mediante outorga de licença, registro, con-
cessão, permissão e outros atos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 100. A competência para apreciar o requerimento de outorga será do


titular do órgão ou entidade encarregado da matéria versada, salvo previsão
legal ou regulamentar em contrário.
Art. 101. O procedimento de outorga será instaurado por provocação do
interessado, mediante requerimento escrito, dirigido à autoridade competen-
te para apreciação e decisão, devendo indicar:
I – o nome, a qualifi cação e o endereço do requerente;
II – os fundamentos de fato e de direito do pedido;
III – o pedido e a providência pretendida;
IV – as provas em poder da Administração que pretende ver juntadas aos
autos e outras a serem produzidas.
Parágrafo único. O requerimento será desde logo instruído com a prova
documental de que disponha o interessado.
Art. 102. A tramitação dos requerimentos de que trata esta Seção obser-
vará o seguinte:
I – protocolado o expediente, o órgão ou entidade que o receber providen-
ciará a autuação e seu encaminhamento à unidade administrativa competen-
te, no prazo de dois dias úteis, para prestar informações iniciais;
II – o requerimento será desde logo indeferido se não atender aos requisi-
tos dos incisos I a IV do art. 101 desta Lei, notificando-se o requerente;
III – se o requerimento for dirigido a órgão ou entidade incompetente,
este providenciará seu encaminhamento a quem couber sua apreciação, no-
tificando-se o requerente;
IV – a autoridade competente determinará as providências adequadas à
instrução dos autos, ouvindo, em caso de dúvida quanto à matéria jurídica, a
unidade jurídica do órgão ou entidade;
V – quando os elementos colhidos puderem conduzir ao indeferimento do
pedido, o requerente será intimado para, querendo, apresentar, no prazo de
5 (cinco) dias úteis, manifestação final;

536
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – encerrada a instrução, a autoridade decidirá, de forma motivada, no


prazo de 20 (vinte) dias úteis subsequentes;
VII – a decisão da autoridade competente deverá determinar, em caso de
deferimento do pedido, a entrega do objeto de outorga pretendido pelo re-
querente, observadas as formalidades pertinentes a cada ato, notificando-se
o interessado;
VIII – da decisão que indeferir o pedido caberá recurso hierárquico, nos
prazos e forma previstos nesta Lei.
Parágrafo único. Quando dados, esclarecimentos, atuações ou documen-
tos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação do pedido for-
mulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a res-
pectiva apresentação implicará arquivamento do processo, notificando-se o
requerente.
Art. 103. Quando duas ou mais pessoas pretenderem da Administração o
reconhecimento ou atribuição de direitos que se excluam mutuamente, serão
reunidos os diversos pedidos e instaurado um procedimento administrativo
único para decisão, com observância das normas previstas nesta Seção.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, os interessados serão
intimados para se manifestar sobre os requerimentos, com prazo comum de
cinco dias úteis, após o que a autoridade competente decidirá, motivadamen-
te, no prazo de vinte dias úteis.

Seção IV
Do Procedimento Sancionatório

Art. 104. Rege-se pelo disposto nesta Seção o procedimento sancionató-


rio destinado a apuração de práticas de infrações administrativas e aplicação
das respectivas sanções, com observância das garantias do contraditório e
ampla defesa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 105. A autoridade que tiver conhecimento de eventual infração ad-


ministrativa é obrigada a promover sua apuração imediata, sob pena de res-
ponsabilidade.
§ 1º Quando não houver elementos suficientes para abertura imediata do
procedimento sancionatório, deverá ser instaurada sindicância investigativa,
sem natureza punitiva, destinada exclusivamente à investigação dos fatos
para coleta de indícios de autoria e materialidade do suposto ilícito adminis-
trativo.
§ 2º Os indícios de autoria e materialidade colhidos na sindicância inves-
tigativa, serão apurados em procedimento sancionatório, assegurados o con-
traditório e a ampla defesa.
§ 3º A sindicância de que trata o §1º deste artigo será conduzida por co-
missão formada por três servidores estáveis, e será concluída no prazo de
quinze dias úteis, prorrogável uma única vez por igual período.
§ 4º Da sindicância investigativa poderá resultar o seu arquivamento ou a
instauração de procedimento sancionatório.
Art. 106. Qualquer pessoa que tiver conhecimento de violação da ordem
jurídica, praticada no âmbito do Poder Público, poderá denunciá-la à Admi-
nistração.
Art. 107. A denúncia conterá a identifi cação do seu autor, devendo indicar
o fato e suas circunstâncias e, se possível, seus responsáveis ou beneficiários.
Parágrafo único. Quando a denúncia for apresentada verbalmente, a auto-
ridade lavrará termo a ser assinado pelo denunciante.
Art. 108. Na hipótese de denúncia anônima, desde que devidamente mo-
tivada, a Administração promoverá investigação preliminar interna acerca dos
fatos constantes da peça anônima, para que sejam colhidos outros elementos
que a comprovem, observando-se as cautelas necessárias para evitar injusta
ofensa à honra do denunciado.
Art. 109. Recebida a denúncia, a autoridade competente exercerá juízo
de admissibilidade, decidindo acerca da verossimilhança dos fatos denuncia-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dos, ocasião em que providenciará a instauração de auditoria, sindicância in-


vestigativa ou procedimento administrativo sancionatório, na forma prevista
em lei.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração
administrativa, a denúncia será arquivada por falta de objeto, em decisão
devidamente motivada.
Art. 110. O procedimento sancionatório será instaurado pela autoridade
competente nos casos em que:
I – tiver ciência de irregularidade no serviço público e não for necessária
prévia sindicância investigativa para colher indícios de materialidade e supos-
ta autoria;
II – verificar a existência de indícios da prática de infração administrativa,
após conclusão de sindicância investigativa, auditoria, ou no exercício do po-
der de polícia;
III – verificar a existência de indícios sufi cientes da prática de infração
administrativa, após o juízo de admissibilidade de denúncia apresentada pe-
rante a Administração Pública.
Art. 111. O procedimento sancionatório será instaurado mediante ato ex-
pedido pela autoridade competente, a ser publicado no Diário Oficial do Estado.
§ 1º O ato expedido indicará a comissão responsável pela condução do
procedimento, com a identificação do acusado, descrição sumária dos fatos,
indicação das normas pertinentes à infração e à sanção aplicável.
§ 2º Da publicação do ato de instauração constarão apenas as iniciais do
acusado de modo a resguardar o sigilo do procedimento sancionatório até a
decisão final.
§ 3º A comissão de que trata o § 1º deste artigo será composta por três ser-
vidores estáveis, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre
eles, o seu presidente, e contará com um secretário por este designado.
§ 4º O prazo para conclusão do procedimento, com decisão final da auto-
ridade julgadora, é de cento e vinte dias úteis, admitida prorrogação por igual

539
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

período, uma única vez, em face de circunstâncias excepcionais, devidamente


motivada.
Art. 112. Ressalvados os casos previstos em legislação específica, o prazo
prescricional para instauração do procedimento sancionatório é de cinco anos
e começa a correr a partir do conhecimento do fato ilícito pela autoridade
competente para instaurar o procedimento ou, no caso de infração perma-
nente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
§ 1º Quando o fato objeto do procedimento sancionatório também consti-
tuir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
§ 2º A publicação do ato administrativo instaurador do procedimento san-
cionatório interrompe a contagem do prazo prescricional, que volta a correr
em sua integralidade após o transcurso do prazo previsto no art. 111, § 4º
desta Lei.
§ 3º A prescrição da ação punitiva não afeta a pretensão da Administração
de obter a reparação dos danos causados pelo infrator.
§ 4º Suspende-se a prescrição durante a vigência de termo de ajustamen-
to de conduta ou outro instrumento congênere.
§ 5º O agente público que, por inobservância injustifi cada dos prazos
fixados para prática de ato de sua competência, der causa à prescrição da
pretensão sancionatória, será responsabilizado na forma da lei.
Art. 113. O acusado será notificado para tomar ciência da instauração do
procedimento e para oferecer defesa em dez dias úteis, ocasião em que de-
verá requerer as provas a serem produzidas e indicar até cinco testemunhas,
sob pena de preclusão.
Parágrafo único. A notificação será feita na forma prevista nesta Lei e conterá:
I – descrição completa dos fatos que lhe são imputados;
II – indicação das normas pertinentes à infração e à sanção aplicável;
III – advertência quanto à faculdade de o acusado constituir advogado.

540
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 114. Ao acusado caberá a prova dos fatos que tenha alegado, sem
prejuízo do dever atribuído à autoridade ou comissão processante para ins-
trução do processo.
Art. 115. A comissão processante poderá determinar a produção de pro-
vas necessárias à formação de sua convicção, bem como de parecer técnico,
especificando o objeto a ser esclarecido, notifi cando-se o acusado.
Art. 116. As provas apresentadas ou requisitadas pelo acusado, quan-
do impertinentes, desnecessárias ou protelatórias serão recusadas, mediante
decisão fundamentada da comissão processante, notifi cando-se o acusado.
Art. 117. Encerrada a instrução, o acusado será intimado para, querendo,
apresentar alegações fi nais, no prazo de dez dias úteis.
Art. 118. Apresentadas ou não as alegações fi nais, a comissão proces-
sante elaborará relatório conclusivo sobre a materialidade, a autoria e res-
ponsabilidade do acusado em relação à infração administrativa apurada e en-
caminhará os autos à unidade jurídica competente para emissão de parecer.
Art. 119. O procedimento sancionatório, instruído com relatório conclu-
sivo e após pronunciamento da unidade jurídica, será encaminhado à autori-
dade competente para julgamento, a ser proferido no prazo de até trinta dias
úteis contados do recebimento dos autos.
Art. 120. O julgamento acatará o relatório da comissão processante, sal-
vo quando contrário às provas dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos
autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade
proposta, abrandá-la ou isentar o acusado de responsabilidade.
Art. 121. Da decisão proferida pela autoridade julgadora caberá recurso
hierárquico na forma e prazo previstos nesta Lei.
Art. 122. Constatado vício insanável, após prévia manifestação da uni-
dade jurídica competente, será declarada a nulidade do ato viciado a partir
da fase processual em que o vício foi produzido, reabrindo-se o contraditório,
com aproveitamento dos atos regularmente praticados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 123. As sanções resultantes do procedimento de que trata esta Se-


ção poderão ser revistas a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, nos termos
do art. 82 desta Lei.
Art. 124. Quando do procedimento sancionatório resultar a aplicação de
multa, deverá o acusado ser intimado para efetuar o seu pagamento no pra-
zo de quinze dias úteis, ou impugnar o seu valor no prazo de dez dias úteis,
ressalvada disciplina prevista em lei específica.
§ 1º Decorrido o prazo fi xado para quitação do débito sem que tenha
sido efetuado o respectivo pagamento ou impugnado o seu valor, considera-
se constituído o crédito não tributário, devendo os autos ser encaminhados
para inscrição em Dívida Ativa, na forma prevista em regulamento. § 2º Os
índices de atualização monetária e acréscimos moratórios serão fi xados em
regulamento.
Art. 125. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, o Código de Proces-
so Penal ao procedimento sancionatório.

Seção V
Do Procedimento de Reparação de Danos

Art. 126. Regem-se pelo disposto nesta Seção o procedimento de repara-


ção de danos causados a terceiros por agente público, agindo nessa qualida-
de, bem como o procedimento de reparação de danos causados ao Erário por
agente público ou por particular, seja pessoa física ou jurídica.
Art. 127. Os procedimentos de reparação de danos são de competência
da Procuradoria-Geral do Estado, abrangidos os danos ocorridos em todos os
âmbitos referidos no art. 1º desta Lei.
Art. 128. A tutela ressarcitória, destinada à reconstituição do patrimônio
ofendido pelo ato lesivo ou obtenção de resultado equivalente, pressupõe que
o dano seja passível de apuração objetiva e será adimplida preferencialmente
mediante obrigação de fazer ou não fazer ou, ainda, mediante prestação pe-
cuniária, observadas as orientações administrativas uniformes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Na determinação dos valores em razão de perda, avarias ou deterio-


ração de bem, deverão ser utilizados critérios de aferição de preço de merca-
do, preferencialmente por meio de cotação com pelo menos três fornecedo-
res, se houver, e consulta ao registro de preços.
§ 2º Excepcionalmente, quando não for possível a determinação dos valo-
res na forma prevista no § 1º deste artigo, a Administração poderá valer-se
de outros meios de aferição, inclusive perícia.
Art. 129. O procedimento de reparação de danos a terceiros e o procedi-
mento de reparação de danos ao Erário serão de iniciativa do interessado ou
da Administração.
Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput deste artigo poderão
ser precedidos de sindicância ou auditoria destinada a verificar a materialidade e
autoria do ilícito civil, caso em que estas serão anexadas como peça informativa.
Art. 130. O procedimento para ressarcimento de danos a terceiros de ini-
ciativa do interessado observará as seguintes regras:
I – o requerimento será protocolado na Procuradoria-Geral do Estado, em
até cinco anos contados do ato ou fato que houver dado causa ao dano;
II – o protocolo do requerimento suspende, nos termos da legislação per-
tinente, a prescrição da ação de responsabilidade civil contra o Estado, até
decisão final da Administração, observado o prazo máximo de cento e vinte
dias úteis para conclusão do procedimento, após o qual a prescrição voltará
a correr;
III – o requerimento conterá os requisitos do art. 15 desta Lei, devendo tra-
zer, ainda, indicação precisa do montante atualizado da indenização pretendida;
IV – quando o dano patrimonial em apuração supostamente derivar de con-
duta dolosa ou culposa de agente público, este será notificado da existência do
processo, sendo-lhe assegurado o exercício do contraditório e da ampla defesa;
V – o procedimento, dirigido por Procurador do Estado, observará as re-
gras do art. 102 desta Lei, incluindo relatório circunstanciado, ao fi nal da
instrução, sobre todos os atos praticados, com indicação expressa de parâ-

543
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

metros para quantificação do dano apurado, a fim de subsidiar a decisão do


requerimento;
VI – a decisão do requerimento caberá ao Procurador-Geral do Estado,
observado o limite previsto no art. 5º, § 2º da Lei Complementar Estadual
n. 041, de 29 de agosto de 2002, acima do qual dependerá de aprovação do
Governador do Estado, na forma do art. 5º, § 3º, da mesma Lei;
VII – a decisão abordará necessariamente, dentre outros aspectos, a exis-
tência do dano e do nexo causal entre a conduta e o dano, de culpa ou dolo
do agente público, bem como de causa excludente ou atenuante da respon-
sabilidade civil do Estado;
VIII – o interessado e, quando for o caso, também o agente público envol-
vido, serão notificados da decisão, podendo dela recorrer, no prazo e forma
previstos nesta Lei;
IX – caso o interessado concorde com os termos da decisão, será lavrado
acordo extrajudicial entre a Procuradoria-Geral do Estado, por seu titular, e o
interessado, que deverá ser homologado judicialmente, nos termos do Código
de Processo Civil, para conferir-lhe o caráter de título executivo judicial, sub-
metendo-se, quanto ao pagamento, ao regime constitucional de precatórios e
obrigações de pequeno valor.
Parágrafo único. As providências previstas no inciso IX deste artigo po-
derão ser adotadas independentemente do recurso interposto pelo agente
público de cuja conduta derivou o dano patrimonial, a critério da autoridade
competente.
Art. 131. O procedimento para ressarcimento de danos a terceiros tam-
bém poderá ser instaurado por ato do Procurador-Geral do Estado, mediante
provocação motivada do titular do Poder, órgão ou entidade em cujo âmbito
se deu a ocorrência dos fatos apurados, que indicará os indícios de autoria e
materialidade do dano, as provas produzidas e, se possível, a quantificação
da indenização pretendida.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O procedimento previsto no caput deste artigo deverá


observar, no que couber, o disposto no art. 130 desta Lei.
Art. 132. Os critérios para cálculo da indenização serão fixados em norma
regulamentar a ser editada pelo Poder Executivo, observando-se preferencial-
mente os parâmetros jurisprudenciais prevalecentes, sem prejuízo do dispos-
to no § 1º do art. 128 desta Lei.
Art. 133. Nas indenizações pagas no procedimento de reparação de da-
nos a terceiros não incidirão juros, honorários advocatícios sucumbenciais ou
qualquer outro acréscimo.
Art. 134. Efetuado o pagamento da indenização fixada no acordo extra-
judicial homologado judicialmente, o agente público causador do dano, caso
comprovada a sua culpa ou dolo, será intimado para, no prazo máximo de
trinta dias úteis, recolher aos cofres públicos o valor do prejuízo suportado
pela Fazenda Pública, atualizado monetariamente, sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
§ 1º Para quitação do débito com o Erário, o agente poderá autorizar o
desconto, em folha de pagamento, de parcela mensal da remuneração, res-
peitados os limites fi xados na legislação aplicável.
§ 2º Vencido o prazo fi xado no caput deste artigo sem o pagamento, ou
não autorizado o desconto mensal em folha de pagamento, será providencia-
da, no prazo máximo de trinta dias úteis, a adoção das medidas regressivas
cabíveis, inclusive inscrição do débito em dívida ativa.
§ 3º A exoneração, demissão, dispensa, rescisão contratual, cassação de
aposentadoria ou qualquer outra situação que impeça o desconto em curso,
obrigará o agente a quitar o débito em sessenta dias úteis, sob pena de ado-
ção das medidas regressivas cabíveis, inclusive inscrição em dívida ativa.
Art. 135. O recebimento da indenização implica no reconhecimento do
total ressarcimento do dano, nada mais havendo a ser pleiteado pelo interes-
sado em âmbito administrativo ou judicial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 136. O procedimento de reparação de danos ao erário de iniciativa do


interessado observará as seguintes regras:
I – o requerimento do interessado será protocolado na Procuradoria-Geral
do Estado, devendo observar os requisitos do art. 15 desta Lei, contendo a
indicação precisa do montante atualizado da indenização pretendida;
II – o protocolo do requerimento suspende, nos termos da legislação per-
tinente, a prescrição da ação de ressarcimento ao Erário, até decisão final da
Administração, observado o prazo máximo de cento e vinte dias úteis para a
conclusão do procedimento, após o qual a prescrição voltará a correr;
III – o procedimento, dirigido por Procurador do Estado, observará as
regras do art. 102 desta Lei, incluindo relatório circunstanciado, ao final da
instrução, sobre todos os atos praticados, com indicação expressa de parâ-
metros para quantificação do dano apurado, a fim de subsidiar a decisão do
requerimento;
IV – a decisão do requerimento caberá ao Procurador-Geral do Estado,
observado o limite previsto no art. 5º, § 2º, da Lei Complementar Estadual
n. 041, de 29 de agosto de 2002, acima do qual dependerá de aprovação do
Governador do Estado, no forma do art. 5º, § 3º, da mesma Lei;
V – o interessado será notifi cado da decisão e, caso concorde com os seus
termos, será lavrado acordo extrajudicial, que disporá sobre a forma de adim-
plemento da obrigação e as medidas cabíveis em caso de descumprimento,
inclusive sancionatórias, valendo como título executivo extrajudicial.
VI – discordando dos termos da decisão, o interessado poderá interpor
recurso com efeito suspensivo.
Art. 137. O procedimento de reparação de danos ao erário de iniciativa da
Administração observará as seguintes regras:
I – o procedimento será instaurado por ato do Procurador-Geral do Esta-
do, mediante provocação motivada do titular do Poder, órgão ou entidade em
cujo âmbito se deu a ocorrência dos fatos apurados, que indicará os indícios

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de autoria e materialidade do dano, as provas produzidas e, se possível, a


quantifi cação da indenização pretendida;
II – a instauração do procedimento suspende, nos termos da legislação
pertinente, a prescrição da ação de ressarcimento ao Erário, até decisão final
da Administração, observado o prazo máximo de cento e vinte dias úteis para
a conclusão do procedimento, após o qual a prescrição voltará a correr;
III – o Procurador do Estado encarregado da condução do procedimento
determinará a notifi cação do causador do dano acerca da existência do pro-
cesso, sendo-lhe assegurado o exercício do contraditório e da ampla defesa;
IV – ao final da instrução, será oportunizada ao causador do dano a apre-
sentação de alegações finais, após as quais será produzido relatório circuns-
tanciado acerca de todos os atos praticados, com indicação expressa de pa-
râmetros para quantificação do dano apurado, a fim de subsidiar a decisão do
requerimento;
V – a decisão caberá ao Procurador-Geral do Estado, observado o limite
previsto no art. 5º, § 2º, da Lei Complementar Estadual n. 041, de 2002, aci-
ma do qual dependerá de aprovação do Governador do Estado, na forma do
art. 5º, § 3º, da Lei Complementar Estadual n. 041, de 2002;
VI – o interessado será notificado da decisão e, caso concorde com os seus
termos, será lavrado acordo extrajudicial, que disporá sobre a forma de adim-
plemento da obrigação e as medidas cabíveis em caso de descumprimento,
inclusive sancionatórias, valendo como título executivo extrajudicial.
VII – discordando dos termos da decisão, o interessado poderá interpor
recurso com efeito suspensivo.
Art. 138. Concluído o procedimento de reparação de danos ao Erário,
de iniciativa do interessado ou de iniciativa da Administração, o causador do
dano será intimado para, no prazo máximo de trinta dias úteis, recolher aos
cofres públicos o valor do prejuízo suportado pela Fazenda Pública ou apre-
sentar pedido de parcelamento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O parcelamento dar-se-á na forma da legislação aplicável se o cau-


sador do dano for servidor público e na forma prevista em regulamento nos
demais casos.
§ 2º Se o causador do dano não efetuar o pagamento da indenização nem apre-
sentar pedido de parcelamento, o débito apurado será inscrito em dívida ativa.

CAPÍTULO XXI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 139. Os procedimentos administrativos específi cos, inclusive os dis-


ciplinares, continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas
subsidiariamente os preceitos desta Lei.
Art. 140. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância,
os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:
I – pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos;
II – aqueles regulados pela Lei Federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990;
III – pessoa com defi ciência, na forma da Lei Federal n. 13.146, de 6 de
julho de 2015;
IV – portador de doença grave, assim compreendida qualquer das enumera-
das no art. 6º, inciso XIV, da Lei Federal n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988,
e no art. 69-A, inciso IV da Lei Federal n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de
sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que
determinará as providências a serem cumpridas.
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que
evidencie o regime de tramitação prioritária.
Art. 141. Os processos administrativos que envolvam confl itos entre par-
ticular e pessoa jurídica de direito público, ou entre órgãos e entidades da
Administração, poderão ser solucionados mediante conciliação e compromis-
so dos interessados, inclusive com a celebração de termo de ajustamento

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de conduta ou de gestão, que priorizará solução proporcional, equânime, efi


ciente e compatível com os interesses gerais.
Parágrafo único. Aplicam-se à hipótese prevista no caput deste artigo as
disposições da Lei Federal n. 13.655, de 25 de abril de 2018, da Lei Federal
n. 13.140, de 26 de junho de 2015, e da Lei Complementar Estadual n. 041,
de 29 de agosto de 2002, com redação introduzida pela Lei Complementar
Estadual n. 121, de 10 de junho de 2019, no que couber.
Art. 142. O descumprimento injustificado, pela Administração, das dispo-
sições desta Lei, gera responsabilidade imputável aos agentes públicos falto-
sos, inclusive disciplinar, não implicando, necessariamente, na invalidação do
procedimento.
Art. 143. Na omissão desta Lei, aplicam-se subsidiariamente as regras
previstas na Lei Federal n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e na Lei Federal
n. 13.105, de 16 de março de 2015.
Art. 144. Esta Lei entra em vigor em noventa dias contados da data de
sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO, 13 de janeiro de 2020.


HELDER BARBALHO
Governador do Estado
Ver no Diário Oficial
Este texto não substitui o publicado no DO de 14/01/2020

549
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 5.810, DE JANEIRO DE 1994


Dispõe sobre o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da Adminis-
tração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas do Estado do Pará.

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará estatui e eu sanciono a se-


guinte lei:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei institui o Regime Jurídico Único e define os direitos, de-
veres, garantias e vantagens dos Servidores Públicos Civis do Estado, das
Autarquias e das Fundações Públicas.
Parágrafo único. As suas disposições aplicam-se aos servidores dos Pode-
res Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais
de Contas.
Art. 2º Para os fins desta lei:
I – servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público;
II – cargo público é o criado por lei, com denominação própria, quantita-
tivo e vencimento certos, com o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor;
III – categoria funcional é o conjunto de cargos da mesma natureza de
trabalho;
IV – grupo ocupacional é o conjunto de categorias funcionais da mesma
natureza, escalonadas segundo a escolaridade, o nível de complexidade e o
grau de responsabilidade;
Parágrafo único. Os cargos públicos serão acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos do art. 17, desta lei.
Art. 3º É vedado cometer ao servidor atribuições e responsabilidades di-
versas das inerentes ao seu cargo, exceto participação assentida em órgão
colegiado e em comissões legais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 4º Os cargos referentes a profissões regulamentadas serão providos


unicamente por quem satisfizer os requisitos legais respectivos.

TÍTULO II
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO, DA CARREIRA E DA VACÂNCIA

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO

Art. 5º Os cargos públicos serão providos por:


I – nomeação;
II – promoção;
III – reintegração;
IV – transferência;
V – reversão;
VI – aproveitamento;
VII – readaptação;
VIII – recondução.

CAPÍTULO II
DA NOMEAÇÃO

Seção I
Das Formas de Nomeação

Art. 6º A nomeação será feita:


I – em caráter efetivo, quando exigida a prévia habilitação em concurso
público, para essa forma de provimento;
II – em comissão, para cargo de livre nomeação e exoneração, declarado
em lei.
Parágrafo único. A designação para o exercício de função gratificada recairá,
exclusivamente, em servidor efetivo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 7º Compete aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Minis-


tério Público e aos Tribunais de Contas na área de sua competência, prover,
por ato singular, os cargos públicos.
Art. 8º O ato de provimento conterá, necessariamente, as seguintes indi-
cações, sob pena de nulidade e responsabilidade de quem der a posse:
I – modalidade de provimento e nome completo do interessado;
II - denominação de cargo e forma de nomeação;
III – fundamento legal.

Seção II
Do Concurso

Art. 9º A investidura em cargo de provimento efetivo depende de aprova-


ção prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, observado o
disposto no art. 4º. desta lei.
Art. 10. A aprovação em concurso público gera o direito à nomeação, res-
peitada a ordem de classificação dos candidatos habilitados.
§ 1º Terá preferência para a ordem de classificação o candidato já per-
tencente ao serviço público estadual e, persistindo a igualdade, aquele que
contar com maior tempo de serviço público ao Estado
§ 2º Se ocorrer empate de candidatos não pertencentes ao serviço público
do Estado, decidir-se-á em favor do mais idoso.
Art. 11. A instrumentação e execução dos concursos serão centralizadas
na Secretaria de Estado de Administração, no âmbito do Poder Executivo, e
nos órgãos competentes dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público, e dos Tribunais de Contas.
§ 1º O conteúdo programático, para preenchimento de cargo técnico de
nível superior poderá ser elaborado pelo órgão solicitante do concurso.
§ 2º O concurso público será realizado, preferencialmente, na sede do
Município, ou na região onde o cargo será provido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Fica assegurada a fiscalização do concurso público, em todas as suas


fases, pelas entidades sindicais representativas de servidores públicos.
Art. 12. As provas serão avaliadas na escala de zero a dez pontos, e aos
títulos, quando afins, serão atribuídos, no máximo, cinco pontos.
Parágrafo único. As provas de título, quando constantes do Edital, terão
caráter meramente classificatório.
Art. 13. O Edital do concurso disciplinará os requisitos para a inscrição, o
processo de realização, os critérios de classificação, o número de vagas, os
recursos e a homologação.
Art. 14. Na realização dos concursos, serão adotadas as seguintes nor-
mas gerais:
I – não se publicará Edital, na vigência do prazo de validade de concurso
anterior, para o mesmo cargo, se ainda houver candidato aprovado e não
convocado para a investidura, ou enquanto houver servidor de igual categoria
em disponibilidade;
II – poderão inscrever-se candidatos até 69 anos de idade;
III – Os concursos terão a validade de até dois anos, a contar da publi-
cação da homologação do resultado, no Diário Oficial, prorrogável expressa-
mente uma única vez por igual período. (NR)
IV – Comprovação, no ato da posse, dos requisitos previstos no edital. (NR)
V – participação de um representante do Sindicato dos Trabalhadores ou
de Conselho Regional de Classe das categorias afins na comissão organizado-
ra do concurso público ou processo seletivo. (NR)
§ 1º Será publicada lista geral de classificação contendo todos os candida-
tos aprovados e, paralela e concomitantemente, lista própria para os candi-
datos que concorreram às vagas reservadas aos deficientes. (NR)
§ 2º Os candidatos com deficiência aprovados e incluídos na lista reserva-
da aos deficientes serão chamados e convocados alternadamente a cada con-

553
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

vocação de um dos candidatos chamados da lista geral até preenchimento do


percentual reservado às pessoas com deficiência no edital do concurso. (NR)
§ 3º Equipe multiprofissional avaliará a compatibilidade entre as atribui-
ções do cargo e a deficiência do candidato durante o estágio probatório.(NR)
Art. 15. A administração proporcionará aos portadores de deficiência,
condições para a participação em concurso de provas ou de provas e títulos.
Parágrafo único. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado
o direito de inscrever-se em concurso público para provimento de cargo
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são porta-
doras, às quais serão reservadas até 20% (vinte por cento), das vagas
oferecidas no concurso.

Seção III
Da Posse

Art. 16. Posse é o ato de investidura em cargo público ou função gratifica-


da. Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.
Art. 17. São requisitos cumulativos para a posse em cargo público:
I – ser brasileiro, nos termos da Constituição;
II - ter completado 18 (dezoito) anos;
III – estar em pleno exercício dos direitos políticos;
IV – ser julgado apto em inspeção de saúde realizada em órgão médico
oficial do Estado do Pará;
V – possuir a escolaridade exigida para o exercício do cargo;
VI – declarar expressamente o exercício ou não de cargo, emprego ou
função pública nos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, Fe-
deral ou Municipal, para fins de verificação do acúmulo de cargos. (NR)
VII – a quitação com as obrigações eleitorais e militares;
VIII – não haver sofrido sanção impeditiva do exercício de cargo público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 18. A compatibilidade das pessoas portadoras de deficiência, de que


trata o art. 15, parágrafo único, será declarada por junta especial, constituída
por médicos especializados na área da deficiência diagnosticada.
Parágrafo único. Caso o candidato seja considerado inapto para o exercício
do cargo, perde o direito à nomeação. (NR)
Art. 19. São competentes para dar posse:
I – No Poder Executivo:
a) o Governador, aos nomeados para cargos de Direção ou Assessoramen-
to que lhe sejam diretamente subordinados;
b) os Secretários de Estado e dirigentes de Autarquias e Fundações, ou a
quem seja delegada competência, aos nomeados para os respectivos órgãos,
inclusive, colegiados;
II – No Poder Legislativo, no Poder Judiciário, no Ministério Público e nos
Tribunais de Contas, conforme dispuser a legislação específica de cada Poder
ou órgão.
Art. 20. O ato de posse será transcrito em livro especial, assinado pela
autoridade competente e pelo servidor empossado.
Parágrafo único. Em casos especiais, a critério da autoridade competente,
a posse poderá ser tomada por procuração específica.
Art. 21. A autoridade que der posse verificará, sob pena de responsabi-
lidade, se foram observados os requisitos legais para a investidura no cargo
ou função.
Art. 22. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publi-
cação do ato de provimento no Diário Oficial do Estado.
§ 1º O prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais quinze dias, em
existindo necessidade comprovada para o preenchimento dos requisitos para
posse, conforme juízo da Administração. (NR)
§ 2º O prazo do servidor em férias, licença, ou afastado por qualquer outro
motivo legal, será contado do término do impedimento.

555
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Se a posse não se concretizar dentro do prazo, o ato de provimento


será tornado sem efeito.
§ 4º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores
que constituam seu patrimônio, e declaração quanto ao exercício, ou não, de
outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 22-A. Ao interessado é permitida a renúncia da posse, no prazo legal,
sendo-lhe garantida a última colocação dentre os classificados no correspon-
dente concurso público. (NR)

Seção IV
Do Exercício

Art. 23. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições e responsabili-


dade do cargo. Art. 24. Compete ao titular do órgão para onde for nomeado
o servidor, dar-lhe o exercício. Art. 25. O exercício do cargo terá início dentro
do prazo de quinze dias, contados: (NR)
I – da data da posse, no caso de nomeação;
II – da data da publicação oficial do ato, nos demais casos.
§ 1º Os prazos poderão ser prorrogados por mais quinze dias, em existin-
do necessidade comprovada para o preenchimento dos requisitos para posse,
conforme juízo da Administração. (NR)
§ 2º Será exonerado o servidor empossado que não entrar em exercício
nos prazos previstos neste artigo.
Art. 26. O servidor poderá ausentar-se do Estado, para estudo, ou missão
de qualquer natureza, com ou sem vencimento, mediante prévia autorização
ou designação do titular do órgão em que servir.
Art. 27. O servidor autorizado a afastar-se para estudo em área do inte-
resse do serviço público, fora do Estado do Pará, com ônus para os cofres do
Estado, deverá, sequentemente, prestar serviço, por igual período, ao Estado.

556
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 28. O afastamento do servidor para participação em congressos e


outros eventos culturais, esportivos, técnicos e científicos será estabelecido
em regulamento.
Art. 29. O servidor preso em flagrante, pronunciado por crime comum,
denunciado por crime administrativo, ou condenado por crime inafiançável,
será afastado do exercício do cargo, até sentença final transitada em julgado.
§ 1º Durante o afastamento, o servidor perceberá dois terços da remune-
ração, excluídas as vantagens devidas em razão do efetivo exercício do cargo,
tendo direito à diferença, se absolvido. (NR)
§ 2º Em caso de condenação criminal, transitada em julgado, não deter-
minante da demissão, continuará o servidor afastado até o cumprimento total
da pena, com direito a um terço do vencimento ou remuneração, excluídas as
vantagens devidas em razão do efetivo exercício do cargo. (NR)
Art. 30. Ao servidor da administração direta, das Autarquias e das Fun-
dações Públicas ou dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público
e dos Tribunais de Contas, diplomado para o exercício de mandato eletivo
federal, estadual ou municipal, aplica-se o disposto no Título III, Capítulo V,
Seção VII, desta lei.
Art. 31. O servidor no exercício de cargo de provimento efetivo, mediante
a sua concordância poderá ser colocado à disposição de qualquer órgão da
administração direta ou indireta, da União, do Estado, do Distrito Federal e
dos Municípios, com ou sem ônus para o Estado do Pará, desde que observa-
da a reciprocidade.

Seção V
Do Estágio Probatório

Art. 32. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o cargo de pro-


vimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de três anos,
durante os quais a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o
desempenho do cargo, observados os seguintes fatores: (NR)

557
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V – responsabilidade;
§ 1º Quatro meses antes do findo período do estágio probatório, será sub-
metida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho
do servidor, realizada de acordo com o que dispuser a lei ou regulamento do
sistema de carreira, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores
enumerados nos incisos I a V deste artigo.
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado, ob-
servado o devido processo legal.
§ 3º O disposto no caput deste artigo não se aplica aos servidores que já
tenham entrado em exercício na data de publicação desta Lei, que se sujei-
tam ao regime anterior.(NR)
Art. 33. O término do estágio probatório importa no reconhecimento da
estabilidade de ofício.
Art. 34. O servidor estável aprovado em outro concurso público fica sujei-
to a estágio probatório no novo cargo.
Parágrafo único. Ficará dispensado do estágio probatório o servidor que
tiver exercido o mesmo cargo público em que já tenha sido avaliado. (NR)

CAPÍTULO III
DA PROMOÇÃO

Art. 35. A promoção é a progressão funcional do servidor estável a


uma posição que lhe assegure maior vencimento base, dentro da mesma
categoria funcional, obedecidos os critérios de antiguidade e merecimento,
alternadamente.

558
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 36. A promoção por antiguidade dar-se-á pela progressão à refe-


rência imediatamente superior, observado o interstício de 2 (dois) anos de
efetivo exercício.
Art. 37. A promoção por merecimento dar-se-á pela progressão à refe-
rência imediatamente superior, mediante a avaliação do desempenho a cada
interstício de 2 (dois) anos de efetivo exercício.
Parágrafo único. No critério de merecimento será obedecido o que dispu-
ser a lei do sistema de carreira, considerando-se, em especial, na avaliação
do desempenho, os cursos de capacitação profissional realizados, e assegura-
da, no processo, a plena participação das entidades de classe dos servidores.
Art. 38. O servidor que não estiver no exercício do cargo, ressalvadas as
hipóteses consideradas como de efetivo exercício, não concorrerá à promoção.
§ 1º Não poderá ser promovido o servidor que se encontre cumprindo o
estágio probatório.
§ 2º O servidor, em exercício de mandato eletivo, somente terá direito à
promoção por antiguidade na forma da Constituição, obedecidas as exigên-
cias legais e regulamentares.
Art. 39. No âmbito de cada Poder ou órgão, o setor competente de pes-
soal processará as promoções que serão efetivadas por atos específicos no
prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de abertura da vaga.
Parágrafo único. O critério adotado para promoção deverá constar obriga-
toriamente do ato que a determinar.

CAPÍTULO IV
DA REINTEGRAÇÃO

Art. 40. Reintegração é o reingresso do servidor na administração pública,


em decorrência de decisão administrativa definitiva ou sentença judicial transi-
tada em julgado, com ressarcimento de prejuízos resultantes do afastamento.
§ 1º A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado e, se este
houver sido transformado, no cargo resultante.

559
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Encontrando-se regularmente provido o cargo, o seu ocupante será


deslocado para cargo equivalente, ou, se ocupava outro cargo, a este será
reconduzido, sem direito à indenização.
§ 3º Se o cargo houver sido extinto, a reintegração dar-se-á em cargo
equivalente, respeitada a habilitação profissional, ou, não sendo possível, fi-
cará o reintegrado em disponibilidade no cargo que exercia.
Art. 41. O ato de reintegração será expedido no prazo máximo de 30
(trinta) dias do pedido, reportando-se sempre à decisão administrativa defi-
nitiva ou à sentença judicial, transitada em julgado.
Art. 42. O servidor reintegrado será submetido à inspeção de saúde na
instituição pública competente e aposentado, quando incapaz.

CAPÍTULO V
DA TRANSFERÊNCIA, DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO (NR)

Art. 43. Transferência é a movimentação do servidor ocupante de cargo


de provimento efetivo, para outro cargo de igual denominação e provimento,
de outro órgão, mas no mesmo Poder.
Art. 44. Caberá a transferência:
I – a pedido do servidor;
II – por permuta, a requerimento de ambos os servidores interessados.
Art. 45. A transferência será processada atendendo a conveniência do ser-
vidor desde que no órgão pretendido exista cargo vago, de igual denominação.
Art. 46. O servidor transferido somente poderá renovar o pedido, após
decorridos 2 (dois) anos de efetivo exercício no cargo.
Art. 47. Não será concedida a transferência:
I – para cargos que tenham candidatos aprovados em concurso, com pra-
zo de validade não esgotado;
II – para órgãos da administração indireta ou fundacional cujo regime ju-
rídico não seja o estatutário;
III – do servidor em estágio probatório.

560
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 48. A transferência dos membros da Magistratura, Ministério Público,


Magistério e da Polícia Civil, será definida no âmbito de cada Poder, por regi-
me próprio.
Art. 49. A remoção é a movimentação do servidor ocupante de cargo de
provimento efetivo, para outro cargo de igual denominação e forma de provi-
mento, no mesmo Poder e no mesmo órgão em que é lotado.
Parágrafo único. A remoção, a pedido ou ex-officio, do servidor estável,
poderá ser feita: (NR)
I – de uma para outra unidade administrativa da mesma Secretaria, Au-
tarquia, Fundação ou órgão análogo dos Poderes Legislativo e Judiciário, do
Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
II – de um para outro setor, na mesma unidade administrativa.
Art. 50. A redistribuição é o deslocamento do servidor, com o respectivo
cargo ou função, para o quadro de outro órgão ou entidade do mesmo Poder,
sempre no interesse da Administração. (NR)
§ 1º A redistribuição será sempre ex-officio, ouvidos os respectivos órgãos
ou entidades interessados na movimentação. (NR)
§ 2º A redistribuição dar-se-á exclusivamente para o ajustamento do qua-
dro de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorgani-
zação, extinção ou criação de órgão ou entidade. (NR)
§ 3º Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores estáveis
que não puderam ser redistribuídos, na forma deste artigo, serão colocados
em disponibilidade até seu aproveitamento.(NR)

CAPÍTULO VI
DA REVERSÃO

Art. 51. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado por in-


validez, quando, por junta médica oficial, forem declarados insubsistentes os
motivos da aposentadoria.

561
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A reversão, ex-officio ou a pedido, dar-se-á no mesmo cargo ou no


cargo resultante de sua transformação.
§ 2º A reversão, a pedido, dependerá da existência de cargo vago.
§ 3º Não poderá reverter o aposentado que já tiver alcançado o limite da
idade para aposentadoria compulsória.
Art. 52. Será tornada sem efeito a reversão ex-officio, e cassada a apo-
sentadoria do servidor que não tomar posse e entrar no exercício do cargo.

CAPÍTULO VII
DO APROVEITAMENTO

Art. 53. O aproveitamento é o reingresso, no serviço público, do servidor


em disponibilidade, em cargo de natureza e padrão de vencimento correspon-
dente ao que ocupava.
Art. 54. O aproveitamento será obrigatório quando:
I – restabelecido o cargo de cuja extinção decorreu a disponibilidade; II -
deva ser provido cargo anteriormente declarado desnecessário.
Art. 55. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibi-
lidade de servidor que, aproveitado, não tomar posse e não entrar em exer-
cício dentro do prazo legal.

CAPÍTULO VIII
DA READAPTAÇÃO

Art. 56. Readaptação é a forma de provimento, em cargo mais compa-


tível, pelo servidor que tenha sofrido limitação, em sua capacidade física ou
mental, verificada em inspeção médica oficial.
§ 1º A readaptação ex-officio ou a pedido, será efetivada em cargo vago,
de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida.
§ 2º A readaptação não acarretará diminuição ou aumento da remuneração.

562
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Ressalvada a incapacidade definitiva para o serviço público, quando


será aposentado, é direito do servidor renovar pedido de readaptação.

CAPÍTULO IX
DA RECONDUÇÃO

Art. 57. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anterior-


mente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor
será aproveitado em outro, observado o que dispõe a presente lei nos casos
de disponibilidade e aproveitamento.

CAPÍTULO X
DA VACÂNCIA

Art. 58. A vacância do cargo decorrerá de:


I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;
IV – aposentadoria;
V – readaptação;
VI – falecimento;
VII – transferência;
VIII – destituição.
Parágrafo único. A vaga ocorrerá na data:
I – do falecimento;
II – da publicação do decreto que exonerar, demitir, promover, aposentar,
readaptar, transferir, destituir e da posse em outro cargo inacumulável.

563
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 59. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor ou


de ofício. Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no
prazo legal. Art. 60. A exoneração de cargo em comissão dar-se-á:
I – a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor.
Art. 61. A vacância de função gratificada dar-se-á por dispensa, a pedido
ou de ofício, ou por destituição.
Art. 62. Na vacância do cargo de titular de Autarquia ou Fundação Públi-
ca, poderá o mesmo ser provido com a nomeação temporária, ressalvado no
ato de provimento o disposto no art.
92, XX da Constituição do Estado.

TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO I
DA DURAÇÃO DO TRABALHO

Art. 63. A duração da jornada diária de trabalho será de 6 (seis) horas


ininterruptas, salvo as jornadas especiais estabelecidas em lei.
§ 1º Nas atividades de atendimento público que exijam jornada superior,
serão adotados turnos de revezamento.
§ 2º A duração normal da jornada, em caso de comprovada necessidade,
poderá ser antecipada ou prorrogada pela administração.
Art. 64. A frequência será apurada diariamente:
I – pelo ponto de entrada e saída;
II – pela forma determinada quanto aos servidores cujas atividades sejam
permanentemente exercidas externamente, ou que, por sua natureza, não
possam ser mensuradas por unidade de tempo.

564
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 65. Na antecipação ou prorrogação da duração da jornada de tra-


balho, será também remunerado o trabalho suplementar, na forma prevista
neste Estatuto.
Art. 66. O servidor ocupante de cargo comissionado, independentemente
de jornada de trabalho, atenderá às convocações decorrentes da necessidade
do serviço de interesse da Administração.

CAPÍTULO II
DA ESTABILIDADE

Art. 67. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo


de provimento efetivo, adquirirá estabilidade no serviço público ao completar
2 (dois) anos de efetivo exercício.
Art. 68. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença ju-
dicial transitada em julgado, ou de processo administrativo disciplinar no qual
lhe seja assegurada ampla defesa.
Art. 69. É vedada a exoneração, a suspensão ou a demissão de servidor
sindicalizado, a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou repre-
sentação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave, devidamente apurada em processo
administrativo.

CAPÍTULO III
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 70. Considera-se como tempo de serviço público o exclusivamente


prestado à União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Funda-
ções instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
§ 1º Constitui tempo de serviço público, para todos os efeitos legais, salvo
para estabilidade, o anteriormente prestado pelo servidor, qualquer que te-
nha sido a forma de admissão ou de pagamento.

565
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Para efeito de aposentadoria e disponibilidade é assegurada, ainda, a


contagem do tempo de contribuição financeira dos sistemas previdenciários,
segundo os critérios estabelecidos em lei.
Art. 71. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.
§ 1º O número de dias será convertido em anos, considerados sempre
como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 2º Para efeito de aposentadoria, feita a conversão, os dias restantes, até
182, não serão computados, arredondando-se para um ano quando excede-
rem a esse número.
Art. 72. Considera-se como de efetivo exercício, para todos os fins, o
afastamento decorrente de:
I – férias;
II – casamento, até 8 (oito) dias;
III – falecimento do cônjuge, companheira ou companheiro, pai, mãe, fi-
lhos e irmãos, até 8 (oito) dias; (NR)
IV – serviços obrigatórios por lei;
V – desempenho de cargo ou emprego em órgão da administração direta
ou indireta de Municípios, Estados, Distrito Federal e União, quando colocado
regularmente à disposição;
VI – missão oficial de qualquer natureza, ainda que sem vencimento, du-
rante o tempo da autorização ou designação;
VII – estudo, em área do interesse do serviço público, durante o período
da autorização; VIII - processo administrativo, se declarado inocente;
IX – desempenho de mandato eletivo, exceto para promoção por mereci-
mento;
X – participação em congressos ou outros eventos culturais, esportivos,
técnicos, científicos ou sindicais, durante o período autorizado.
XI – licença-prêmio;
XII – licença maternidade com a duração de cento e oitenta dias; (NR)
XIII - licença-paternidade;
XIV – licença para tratamento de saúde;

566
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XV – licença por motivo de doença em pessoa da família; XVI - faltas abo-


nadas, no máximo de 3 (três) ao mês; XVII - doação de sangue, 1 (um) dia;
XVIII – desempenho de mandato classista.
§ 1º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Arma-
das em operações de guerra.
§ 2º As férias e a licença-prêmio serão contadas em dobro para efeito de
aposentadoria a partir da expressa renúncia do servidor.
Art. 73. É vedada a contagem acumulada de tempo de serviço simultane-
amente prestado em mais de um cargo, emprego ou função.
Parágrafo único. Em regime de acumulação legal, o Estado não contará
o tempo de serviço do outro cargo ou emprego, para o reconhecimento de
vantagem pecuniária.

CAPÍTULO IV
DAS FÉRIAS

Art. 74. O servidor, após cada 12 (doze) meses de exercício adquire direi-
to a férias anuais, de 30 (trinta) dias consecutivos.
§ 1º É vedado levar, à conta das férias, qualquer falta ao serviço.
§ 2º As férias somente são interrompidas por motivo de calamidade públi-
ca, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por
motivo de superior interesse público; podendo ser acumuladas, pelo prazo
máximo de dois anos consecutivos.
§ 3º O disposto neste artigo se estende aos Secretários de Estado. (NR)
Art. 75. As férias serão de:
I – 30 (trinta) dias consecutivos, anualmente;
II – 20 (vinte) dias consecutivos, semestralmente, para os servidores que
operem, direta e permanentemente, com Raios X ou substâncias radioativas.
Art. 76. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens do
exercício do cargo.

567
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º As férias serão remuneradas com um terço a mais do que a remune-


ração normal, pagas antecipadamente, independente de solicitação.
§ 2º (VETADO)
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá
indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto,
na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração supe-
rior a quatorze dias.(NR)
§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração do mês em
que ocorrer a exoneração. (NR)

CAPÍTULO V
DAS LICENÇAS

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 77. O servidor terá direito à licença:


I – para tratamento de saúde;
II – por motivo de doença em pessoa da família;
III - maternidade;
IV – paternidade;
V – para o serviço militar e outras obrigações previstas em lei;
VI - para tratar de interesse particular;
VII – para atividade política ou classista, na forma da lei;
VIII – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; IX - a título
de prêmio por assiduidade.
§ 1º As licenças previstas nos incisos I e II dependerão de inspeção médi-
ca, realizada pelo órgão competente.
§ 2º Ao servidor ocupante de cargo em comissão não serão concedidas as
licenças previstas nos incisos VI, VII e VIII.

568
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A licença - da mesma espécie - concedida dentro 60 (sessenta) dias,


do término da anterior, será considerada como prorrogação.
§ 4º Expirada a licença, o servidor assumirá o cargo no primeiro dia útil
subsequente.
§ 5º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma espécie por
período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo os casos previstos nos
incisos V, VII e VIII.
Art. 78. A licença poderá ser prorrogada de ofício ou mediante solicitação.
§ 1º O pedido de prorrogação deverá ser apresentado pelo menos 8 (oito)
dias antes de findo o prazo.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às licenças previstas no art. 77,
incisos III, IV, VI e IX.
Art. 79. É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período
das licenças previstas nos incisos I e II do art. 77.
Art. 80.O servidor notificado que se recusar a submeter-se à inspeção
médica, quando julgada necessária, terá sua licença cancelada automati-
camente.

Seção II
Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 81. A licença para tratamento de saúde será concedida a pedido ou


de ofício, com base em inspeção médica, realizada pelo órgão competente,
sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. Sempre que necessário, a inspeção médica será rea-
lizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
encontrar internado.
Art. 82. A licença superior a 60 (sessenta) dias só poderá ser concedida
mediante inspeção realizada por junta médica oficial.

569
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Em casos excepcionais, a prova da doença poderá ser feita por ates-


tado médico particular se, a juízo da administração, for inconveniente ou im-
possível a ida da junta médica à localidade de residência do servidor.
§ 2º Nos casos referidos no § anterior, o atestado só produzirá efeito de-
pois de homologado pelo serviço médico oficial do Estado.
§ 3º Verificando-se, a qualquer tempo, ter ocorrido má-fé na expedição do
atestado ou do laudo, a administração promoverá a punição dos responsáveis.
Art. 83. Findo o prazo da licença, o servidor será submetido à nova inspe-
ção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença
ou pela aposentadoria.
Art. 84. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou
natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente
em serviço e doença profissional.

Seção III
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 85. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do
cônjuge, companheiro ou companheira, padrasto ou madrasta; ascendente,
descendente, enteado, menor sob guarda, tutela ou adoção, e colateral con-
sanguíneo ou afim até o segundo grau civil, mediante comprovação médica.
Parágrafo único. Nas hipóteses de tutela, guarda e adoção, deverá o ser-
vidor instruir o pedido com documento legal comprobatório de tal condição.
Art. 86. A licença para tratamento de saúde em pessoa da família será
concedida:
I - com remuneração integral, no primeiro mês;
II – com 2/3 (dois terços) da remuneração, quando exceder de 1 (um) até
6 (seis) meses;
III – com 1/3 (um terço) da remuneração quando exceder a 6 (seis) me-
ses até 12 (doze) meses;

570
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – sem remuneração, a partir do 12º. (décimo segundo) e até o 24º.


(vigésimo quarto) mês.
Parágrafo único. O órgão oficial poderá opinar pela concessão da licença
pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias, renováveis por períodos iguais e su-
cessivos, até o limite de 2 (dois) anos.
Art. 87. Nos mesmos parâmetros do artigo anterior será concedida licen-
ça para o pai, a mãe, ou responsável legal de excepcional em tratamento.

Seção IV
Das Licenças Maternidade e Paternidade

Art. 88. Será concedida licença à servidora gestante, por cento e oitenta
dias consecutivos, sem prejuízo de remuneração.(NR)
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação,
salvo antecipação por prescrição médica.
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3º No caso de aborto, atestado por médico oficial, a servidora terá direi-
to a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
§ 4º O benefício previsto no caput deste artigo alcançará a servidora que
já se encontre no gozo da referida licença. (NR)
Art. 89. Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 (seis) meses, a
servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de
descanso, que poderá ser parcelada em 2 (dois) períodos de meia hora.
Art. 90. À servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial de criança até 1
(um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com
mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30
(trinta) dias.
Art. 91. Ao servidor será concedida licença-paternidade de 10 (dez) dias
consecutivos, mediante a apresentação do registro civil, retroagindo esta à
data do nascimento.

571
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Delegado

Seção V
Da Licença para o Serviço Militar e outras obrigatórias por lei Art.
92. O servidor será licenciado, quando:

a) convocado para o serviço militar na forma e condições estabelecidas


em lei;
b) requisitado pela Justiça Eleitoral;
c) sorteado para o trabalho do Júri;
d) em outras hipóteses previstas em legislação federal específica;
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta)
dias, sem remuneração, para reassumir o exercício do cargo.

Seção VI
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 93. A critério da administração, poderá ser concedida ao servidor es-


tável, licença para o trato de assuntos particulares, pelo prazo de até 2 (dois)
anos consecutivos, sem remuneração.
§ 1º A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do
servidor ou no interesse do serviço.
§ 2º Não se concederá nova licença antes de decorrido 2 (dois) anos do
término da anterior.

Seção VII
Da Licença para Atividade Política ou Classista

Art. 94. O servidor terá direito à licença para atividade política, obedecido
o disposto na legislação federal específica.
Parágrafo único. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as
seguintes disposições:

572
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – tratando-se de mandato federal ou estadual ficará afastado do cargo


ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu
cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horários, será afastado do cargo, sen-
do-lhe facultado optar pela sua remuneração.
Art. 95. É assegurado ao servidor o direito à licença para desempenho de
mandato em confederação, federação, sindicato representativo da categoria,
associação de classe de âmbito local e/ou nacional, sem prejuízo de remune-
ração do cargo efetivo. (NR)
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de
direção ou representação nas referidas entidades, até o máximo de quatro
por entidade constituída em conformidade com o art. 5º, inciso LXX, alínea
“b”, da Constituição Federal. (NR)
§ 2º A licença terá duração igual ao mandato, podendo ser prorrogada, no
caso de reeleição, por uma única vez. (NR)
§ 3º O período de licença de que trata este artigo será contado para todos
os efeitos legais, exceto para a promoção por merecimento. (NR)

Seção VIII
Da Licença para Acompanhar Cônjuge

Art. 96. Ao servidor estável, será concedida licença sem remuneração,


quando o cônjuge ou companheiro, servidor civil ou militar:
I – assumir mandato conquistado em eleição majoritária ou proporcional
para exercício de cargo em local diverso do da lotação do acompanhante;
II – for designado para servir fora do Estado ou no exterior.

573
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Delegado

Art. 97. A licença será concedida pelo prazo da duração do mandato, ou


nos demais casos por prazo indeterminado.
§ 1º A licença será instruída com a prova da eleição, posse ou designação.
§ 2º Na hipótese do deslocamento de que trata este artigo, o servidor
poderá ser lotado, provisoriamente, em repartição da Administração Estadual
direta, autárquica ou fundacional,
desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. Se-
ção IX - Da Licença-Prêmio
Art. 98. Após cada triênio ininterrupto de exercício, o servidor fará jus à li-
cença de 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração e outras vantagens.
Art. 99. A licença será:
I – a requerimento do servidor:
a) gozada integralmente, ou em duas parcelas de 30 (trinta) dias;
b) convertida integralmente em tempo de serviço, contado em dobro;
c) (VETADO)
II – convertida, obrigatoriamente, em remuneração adicional, na aposen-
tadoria ou falecimento, sempre que a fração de tempo for igual ou superior a
1/3 (um terço) do período exigido para o gozo da licença-prêmio.
Parágrafo único. Decorridos 30 (trinta) dias do pedido de licença, não ha-
vendo manifestação expressa do Poder Público, é permitido ao servidor iniciar
o gozo de sua licença.
Art. 100. Para os efeitos da assiduidade, não se consideram interrupção
do exercício os afastamentos enumerados no art. 72.

CAPÍTULO VI
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 101. É assegurado ao servidor:


I – o direito de petição em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abu-
so de poder;

574
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – a obtenção de certidões em defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal.
Art. 102. O direito de peticionar abrange o requerimento, a reconsidera-
ção e o recurso.
Parágrafo único. Em qualquer das hipóteses, o prazo para decidir será de
30 (trinta) dias; não havendo a autoridade competente, prolatado a decisão,
considerar-se-á como indeferida a petição.
Art. 103. O requerimento será dirigido à autoridade competente para
decidir sobre ele e encaminhá-lo à que estiver imediatamente subordinado o
requerente.
Art. 104. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expe-
dido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.
Art. 105. Caberá recurso:
I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que
tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades.
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade à que es-
tiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 106. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de
recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo inte-
ressado, da decisão recorrida.
Art. 107. O recurso quando tempestivo terá efeito suspensivo e interrom-
pe a prescrição.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou
do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.
Art. 108. O direito de requerer prescreve:
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos
resultantes das relações funcionais;

575
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro
prazo por fixado em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação
do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não
for publicado.
Art. 109. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do
processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele
constituído.
Parágrafo único. Os prazos contam-se continuamente a partir da publica-
ção ou ciência do ato, excluído o dia do começo e incluindo o do vencimento.

CAPÍTULO VII
DA APOSENTADORIA

Art. 110. O servidor será aposentado:


I – por invalidez permanente, com proventos integrais, quando decorrente
de acidente em serviço, moléstia profissional, ou doença grave ou incurável
especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;
II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos
proporcionais ao tempo de serviço;
III – voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta), se
mulher, com proventos integrais;
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções do magistério, se
professor, e aos 25 (vinte e cinco) anos, se professora, com proventos integrais;
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco)
anos, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessen-
ta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

576
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º No caso do exercício de atividades consideradas penosas, insalubres


ou perigosas, o disposto no inciso III, a e c obedecerá ao que dispuser lei
complementar federal.
§ 2º A aposentadoria em cargos ou empregos temporários observará o
disposto na lei federal.
Art. 111. A aposentadoria compulsória será automática e o servidor afas-
tar-se-á do serviço ativo no dia imediato àquele em que atingir a idade-limite,
e o ato que a declarar terá vigência a partir da data em que o servidor tiver
completado 70 (setenta) anos de idade.
Art. 112. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da
data da publicação do respectivo ato.
§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para trata-
mento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.
§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condições de reassu-
mir o cargo, ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença para tra-
tamento de saúde e a publicação do ato da aposentadoria será considerado
como de prorrogação da licença.
§ 4º Nos casos de aposentadoria voluntária ao servidor que a requerer,
fica assegurado o direito de não comparecer ao trabalho a partir do 91º.
(nonagésimo primeiro) dia subsequente ao do protocolo do requerimento da
aposentadoria, sem prejuízo da percepção de sua remuneração, caso não
seja antes cientificado do indeferimento.
Art. 113. (VETADO)
Art. 114. Será aposentado, com os proventos correspondentes à remune-
ração do cargo em comissão ou da função gratificada, o servidor que o tenha
exercido por 5 (cinco) anos consecutivos.
§ 1º As vantagens definidas neste artigo são extensivas ao servidor que,
à época da aposentadoria, contar ou perfizer 10 (dez) anos consecutivos ou
não, em cargos de comissão ou função gratificada, mesmo que, ao aposen-
tar-se, se ache fora do exercício do cargo ou da função gratificada.

577
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Quando mais de um cargo ou função tenha sido exercido, serão atri-


buídos os proventos de maior padrão desde que lhe corresponda o exercício
mínimo de 2 (dois) anos consecutivos; ou padrão imediatamente inferior, se
menor o lapso de tempo desses exercícios
§ 3º A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens previstas no
artigo anterior, bem como os adicionais pelo exercício de cargo de direção ou
assessoramento, ressalvado o direito de opção.
Art. 115. Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma pro-
porção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servi-
dores em atividade, sendo, também, estendidos aos inativos quaisquer bene-
fícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade,
inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou
função em que se deu a aposentadoria, independente de requerimento.

CAPÍTULO VIII
DOS DIREITOS E VANTAGENS FINANCEIRAS

Seção I
Do Vencimento e da Remuneração

Art. 116. O vencimento é a retribuição pecuniária mensal devida ao ser-


vidor, correspondente ao padrão fixado em lei.
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento, im-
portância inferior ao salário mínimo.
Art. 117. A revisão geral dos vencimentos dos servidores civis será feita,
pelo menos, nos meses de abril e outubro, com vigência a partir desses meses.
Parágrafo único. Abonos e antecipação, à conta da revisão, ficam condi-
cionados ao limite de despesas, definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 118. Remuneração é o vencimento acrescido das demais vantagens
de caráter permanente, atribuídas ao servidor pelo exercício do cargo público.
Parágrafo único. As indenizações, auxílios e demais vantagens, ou gratifi-
cações de caráter eventual não integram a remuneração.

578
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 119. Proventos são rendimentos atribuídos ao servidor em razão da


aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 120. O vencimento, a remuneração e os proventos não serão objeto
de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimen-
tos resultante de decisão judicial.
Art. 121. A remuneração do servidor não excederá, no âmbito do respec-
tivo Poder, os valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer
título, pelos Deputados Estaduais, Secretários de Estado e Desembargadores.
§ 1º Entre o maior e o menor vencimento, a relação de valores será de
um para vinte.
§ 2º No Ministério Público, o limite máximo é o valor percebido como re-
muneração, em espécie, a qualquer título, pelos Procuradores de Justiça.
§ 3º Os acréscimos pecuniários, percebidos pelo servidor público, não
serão computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos
ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
Art. 122. R E V O G A D O
Art. 123. O 13º (décimo terceiro) salário será pago com base na remune-
ração ou proventos integrais do mês de dezembro.
§ 1º O 13º (décimo terceiro) salário corresponderá a um doze avos por
mês de serviço, e a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será conside-
rada como mês integral.
§ 2º Na exoneração e na demissão, o 13º (décimo terceiro) salário será
pago no mês dessas ocorrências.
Art. 124. O servidor perderá:
I – no caso de ausência e impontualidade:
a) o vencimento ou remuneração do dia, quando não comparecer ao serviço;
b) (VETADO)
II – metade da remuneração na hipótese de suspensão disciplinar conver-
tida em multa; III - o vencimento, a remuneração, ou parte deles, nos demais
casos previstos nesta lei.

579
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. As faltas ao serviço, em razão de causa relevante, pode-


rão ser abonadas pelo titular do órgão, quando requerido abono no dia útil
subsequente, obedecido o disposto no art. 72, inciso XVI.
Art. 125. As reposições devidas e as indenizações por prejuízos que o ser-
vidor causar, poderão ser descontadas em parcelas mensais monetariamente
corrigidas, não excedentes à décima parte da remuneração ou provento.
Parágrafo único. A faculdade de reposição ou indenização parceladas não
se estende ao servidor exonerado, demitido ou licenciado sem vencimento.
Art. 126. As consignações em folha de pagamento, para efeito de descon-
to, não poderão, as facultativas, exceder a 1/3 (um terço) do vencimento ou
da remuneração. (NR)
Parágrafo único. A consignação em folha, servirá, unicamente, como ga-
rantia de: I - débito à Fazenda Pública;
II – contribuições para as associações ou sindicatos representantes das
categorias de servidores públicos estaduais;
III – dívidas para cônjuge, ascendente ou descendente, em cumprimento
de decisão judicial; IV - contribuições para aquisição de casa própria, nego-
ciada através de órgão oficial;
V – empréstimos contraídos junto ao órgão previdenciário do Estado do Pará;
VI – autorização do servidor a favor de terceiros, a critério da administra-
ção, com a reposição de custos definida em regulamento.

Seção II
Das Vantagens

Art. 127. Além do vencimento, o servidor poderá perceber as seguintes


vantagens: I - adicionais;
II – gratificações;
III – diárias;
IV – ajuda de custo;
V – salário-família;

580
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – indenizações;
VII – outras vantagens e concessões previstas em lei.
Parágrafo único. Excetuados os casos expressamente previstos neste arti-
go, o servidor não poderá perceber, a qualquer título ou forma de pagamento,
nenhuma outra vantagem financeira.

Seção III
Dos Adicionais

Art. 128. Ao servidor serão concedidos adicionais:


I – pelo exercício do trabalho em condições penosas, insalubres ou perigosas;
II - pelo exercício de cargo em comissão ou função gratificada;
III – por tempo de serviço.
Art. 129. O adicional pelo exercício de atividades penosas, insalubres ou
perigosas será devido na forma prevista em lei federal.
Parágrafo único. Os adicionais de insalubridade, periculosidade, ou pelo
exercício em condições penosas são inacumuláveis e o seu pagamento ces-
sará com a eliminação das causas geradoras, não se incorporando ao venci-
mento, sob nenhum fundamento.
Art. 130. (REVOGADO)
§ 1º (REVOGADO)
§ 2º (REVOGADO)
§ 3º (REVOGADO)
§ 4º (REVOGADO)
Art. 131. O adicional por tempo de serviço será devido por triênios de
efetivo exercício, até o máximo de 12 (doze).
§ 1º Os adicionais serão calculados sobre a remuneração do cargo, nas
seguintes proporções:
I – aos três anos, 5%;
II – aos seis anos, 5% - 10%;
III - aos nove anos, 5% - 15%;

581
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV - aos doze anos, 5% - 20%;


V – aos quinze anos, 5% - 25%;
VI - aos dezoito anos, 5% - 30%;
VII – aos vinte e um anos, 5% - 35%;
VIII - aos vinte e quatro anos, 5% - 40%;
IX - aos vinte e sete anos, 5% - 45%;
X – aos trinta anos, 5% - 50%;
XI – aos trinta e três anos, 5% - 55%;
XII – após trinta e quatro anos, 5% - 60%.
§ 2º O servidor fará jus ao adicional a partir do mês em que completar o
triênio, independente de solicitação.

Seção IV
Das Gratificações

Art. 132. Ao servidor serão concedidas gratificações:


I – pela prestação de serviço extraordinário;
II - a título de representação;
III – pela participação em órgão colegiado;
IV – pela elaboração de trabalho técnico, científico ou de utilidade para o
serviço público;
V - pelo regime especial de trabalho;
VI – pela participação em comissão, ou grupo especial de trabalho;
VII - pela escolaridade;
VIII – pela docência, em atividade de treinamento; IX - pela produtividade;
X – pela interiorização;
XI – pelo exercício de atividade na área de educação especial;
XII - Pelo exercício da função.
Parágrafo único. Os casos considerados como de efetivo exercício pelo art.
72, excetuados os incisos V, IX e XVI não implicam a perda das gratificações
previstas neste artigo, salvo a do inciso I.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 133. O serviço extraordinário será pago com acréscimo de 50% (cin-
quenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.
§ 1º Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situ-
ações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas)
horas por jornada
§ 2º Será considerado serviço extraordinário aquele que exceder, por an-
tecipação ou prorrogação, à jornada normal diária de trabalho.
§ 3º A prestação de serviço extraordinário não poderá exceder ao limite de
60 (sessenta) horas mensais, salvo para os servidores integrantes de catego-
rias funcionais com horário diferenciados em legislação própria.
Art. 134. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre
22 (vinte e duas) horas de um dia e 5(cinco) horas do dia seguinte, terá o
valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) computando-se cada
hora como 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta segundos).
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de
que trata este artigo incidirá sobre a gratificação prevista no artigo anterior.
Art. 135. A gratificação de representação será atribuída aos servidores
ocupantes de cargos comissionados de Direção e Assessoramento Superior.
Parágrafo único. A gratificação de representação incidirá sobre o padrão
do cargo, nos seguintes percentuais:
a) GEP-DAS.6 - 100% (cem por cento);
b) GEP-DAS.5 - 95% (noventa e cinco por cento);
c) GEP-DAS.4 - 90% (noventa por cento);
d) GEP-DAS.3 - 85% (oitenta e cinco por cento);
e) GEP-DAS.2 - 80% (oitenta por cento);
f) GEP-DAS.1 - 80% (oitenta por cento).
Art. 136. A gratificação pela participação em órgão colegiado será fixada
através de regulamento.

583
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 137. A gratificação por regime especial de trabalho é a retribuição


pecuniária mensal destinada aos ocupantes dos cargos que, por sua natureza,
exijam a prestação do serviço em tempo integral ou de dedicação exclusiva.
§ 1º As gratificações devidas aos funcionários convocados para presta-
rem serviço em regime de tempo integral ou de dedicação exclusiva obe-
decerão escala variável, fixada em regulamento, respeitados os seguintes
limites percentuais:
a) pelo tempo integral, a gratificação variará entre 20% (vinte por cento)
e 70% (setenta por cento) do vencimento atribuído ao cargo;
b) pela dedicação exclusiva, a gratificação variará entre 50% (cinquenta
por cento) e 100% (cem por cento) do vencimento atribuído ao cargo.
§ 2º A concessão da gratificação por regime especial de trabalho, de que
trata este artigo, dependerá, em cada caso, de ato expresso das autoridades
referidas no art. 19 da presente lei.
Art. 138. As gratificações por prestação de serviço extraordinário e por
regime especial de trabalho excluem-se mutuamente.
§ 1º Ao servidor sujeito ao regime de dedicação exclusiva é vedado o
exercício de outro cargo ou emprego
§ 2º A gratificação, em regime de tempo integral, não se coaduna com a
mesma vantagem percebida em outro cargo, de qualquer esfera administra-
tiva, exercido cumulativamente no serviço público.
Art. 139. A gratificação pela participação em comissão ou grupo especial
de trabalho e pela elaboração ou execução de trabalho técnico ou científico,
em decorrência de formal designação ou autorização, será arbitrada previa-
mente, não podendo exceder ao vencimento ou remuneração do servidor.
§ 1º O percentual da gratificação será fixado, considerando-se a duração
da atividade e o vencimento ou remuneração do servidor, sendo idêntico para
todos os membros quando se tratar de comissão ou grupo de trabalho.
§ 2º O pagamento da gratificação cessará na data da conclusão do traba-
lho, e esta não será incorporada à remuneração, sob nenhuma hipótese.

584
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Não havendo concluído o trabalho no prazo fixado ou prorrogado, o


servidor fica obrigado a ressarcir mensalmente, no mesmo percentual recebi-
do, o valor da gratificação de que trata este artigo.
§ 4º Esta gratificação não substitui nem impede o reconhecimento do di-
reito autoral, quando a atribuição não for inerente ao cargo.
Art. 140. A gratificação de escolaridade, calculada sobre o vencimento,
será devida nas seguintes proporções:
I – (VETADO)
II - (VETADO)
III – na quantia correspondente a 80% (oitenta por cento), ao titular de
cargo para cujo exercício a lei exija habilitação correspondente à conclusão
do grau universitário.
Art. 141. A gratificação pela docência, em atividade de treinamento, será
atribuída ao servidor, no regime hora-aula, desde que esta atividade não seja
inerente ao exercício do cargo e seja desempenhada fora da jornada normal
de trabalho.
Art. 142. A gratificação de produtividade destina-se a estimular as ati-
vidades dos servidores ocupantes de cargos nas áreas de tributação, arre-
cadação e fiscalização fazendária, extensiva aos servidores de apoio técnico
operacional e administrativo da Secretaria de Estado da Fazenda, observados
os critérios, prazos e percentuais previstos em regulamento.
Art. 143. A gratificação de interiorização é devida aos servidores que,
tendo domicílio na região metropolitana de Belém, sejam lotados, transferi-
dos, ou removidos para outros Municípios, enquanto perdurar essa lotação ou
movimentação.
Parágrafo único. A gratificação de interiorização será calculada sobre o
valor do vencimento, não podendo exceder-lhe e será proporcional ao grau
de dificuldade de acesso ao Município, observados os percentuais fixados em
regulamento.
Art. 144. A gratificação de função será devida por encargo de chefia e
outros que a lei determinar.

585
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção V
Das Diárias

Art. 145. Ao servidor que, em missão oficial ou de estudos, afastar-se


temporariamente da sede em que seja lotado, serão concedidas, além do
transporte, diárias a título de indenização das despesas de alimentação, hos-
pedagem e locomoção urbana.
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela
metade, quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.
§ 2º As diárias serão pagas antecipadamente e isentam o servidor da pos-
terior prestação de contas.
Art. 146. No arbitramento das diárias será considerado o local para o qual
foi deslocado o funcionário.
Art. 147. Não caberá a concessão de diárias, quando o deslocamento do
servidor constituir exigência permanente do cargo.
Art. 148. O servidor que não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica
obrigado a restituir integralmente o valor das diárias e custos de transporte
recebidos, no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, no prazo me-
nor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas
em excesso, no prazo previsto no caput deste artigo.
Art. 149. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que rea-
lizar despesas com a utilização de meio de locomoção, conforme se dispuser
em regulamento.
Seção VI
Das Ajudas de Custo

Art. 150. A ajuda de custo será concedida ao servidor que, no interesse


do serviço público, passar a ter exercício em nova sede com mudança de
domicílio.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A ajuda de custo destina-se a compensar o servidor pelas despesas


realizadas com seu transporte e de sua família, compreendendo passagem,
bagagem e bens pessoais.
§ 2º Não será concedida ajuda de custo ao servidor que:
a) afastar-se do cargo ou reassumi-lo em virtude do exercício ou término
de mandato eletivo;
b) for colocado à disposição de outro Poder, ou esfera de Governo;
c) for removido ou transferido, a pedido.
§ 3º À família do servidor que falecer na nova sede, serão assegurados
ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de
1 (um) ano, contado do óbito.
Art. 151. Caberá, também, ajuda de custo ao servidor designado para
serviço ou estudo no exterior, a qual será arbitrada pela autoridade que efe-
tuar a designação.
Art. 152. A ajuda de custo será calculada sobre a remuneração do servi-
dor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder à importân-
cia correspondente a 3 (três) meses.
Art. 153. As ajudas de custo serão restituídas, quando:
I – o servidor não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias;
II - o servidor solicitar exoneração;
III – a designação for tornada sem efeito.

Seção VII
Do Salário-Família

Art. 154. (REVOGADO)


§ 1º (REVOGADO)
§ 2º (REVOGADO)
§ 3º (REVOGADO)
Art. 155. (REVOGADO)
§ 1º(REVOGADO)
§ 2º (REVOGADO)

587
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 156. O salário-família é devido, a partir do início do exercício do car-


go e comprovação da dependência.
Art. 157. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarre-
ta a suspensão do pagamento do salário-família.
Art. 158. Será suspenso definitivamente o pagamento do salário-família
quando: I - cessada a dependência;
II – verificada a inexatidão dos documentos apresentados; III - um dos
cônjuges já perceba esse direito.
Art. 159. (REVOGADO)
§ 1º (REVOGADO)
§ 2º (REVOGADO)
§ 3º (REVOGADO)

CAPÍTULO IX
OUTRAS VANTAGENS E CONCESSÕES

Art. 160. Além das demais vantagens previstas nesta lei, será concedido:
I - Ao servidor:
a) participação no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público;
b) vale-transporte, nos termos da Legislação Federal;
c) auxílio-natalidade, correspondente a um salário mínimo, após a apre-
sentação da certidão de nascimento para a inscrição do dependente;
d) auxílio-doença, correspondente a um mês de remuneração, após cada
período consecutivo de 6 (seis) meses de licença para tratamento de saúde;
e) custeio do tratamento de saúde, quando laudo de junta médica oficial
atestar tratar-se de lesão produzida por acidente em serviço ou doença pro-
fissional;
f) quando estudante, e mediante comprovação, regime de compensação
para realização de provas e abono de faltas para exame vestibular;

588
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

g) transporte ou indenização correspondente, quando licenciado para tra-


tamento de saúde, estando impossibilitado de locomover-se, na forma do
regulamento;
h) seguro contra acidente de trabalho, para os que exerçam atividades
com risco de vida.
II – Ao cônjuge, companheiro ou dependentes:
a) custeio das despesas de translado do corpo, quando o servidor, no de-
sempenho de suas atribuições, falecer fora da sede do exercício;
b) auxílio-funeral, correspondente a 2 (dois) meses de remuneração ou
provento, aos dependentes ou, na ausência destes, a quem realizar as des-
pesas do sepultamento;
c) pensão especial, no valor integral do vencimento ou remuneração,
quando o servidor falecer em decorrência de acidente em serviço ou moléstia
profissional;
d) vantagens pecuniárias que o servidor deixou de perceber em decorrên-
cia de seu falecimento.
Art. 161. Garantido o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa
de duas ou mais pensões, ressalvadas a diretriz constitucional da acumulação
remunerada de cargos públicos.

CAPÍTULO X
DAS ACUMULAÇÕES REMUNERADAS

Art. 162. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto


quando houver compatibilidade de horários, nos seguintes casos:
a) a de 2 (dois) cargos de professor;
b) a de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou científico, de nível
médio ou superior;
c) a de 2 (dois) cargos privativos de médico.

589
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A proibição de acumular estende-se a empregos e fun-


ções e abrange autarquias, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas
públicas, sociedades de economia mista, da União, Distrito Federal, dos Esta-
dos, dos Territórios e dos Municípios, não se aplicando, porém, ao aposenta-
do, quando investido em cargo comissionado.
Art. 163. A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à
comprovação da compatibilidade de horários.
Parágrafo único. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em
comissão.
Art. 164. A acumulação será havida de boa-fé, até final conclusão de pro-
cesso administrativo. Art. 165. (VETADO)

TÍTULO IV
DA SEGURIDADE SOCIAL

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 166. A seguridade social compreende um conjunto de ações do Es-


tado destinadas a assegurar os direitos à saúde, à previdência e à assistência
social do servidor e de seus dependentes.
Parágrafo único. Na seguridade social prevalecem os seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura do atendimento;
II – uniformidade dos benefícios;
III – irredutibilidade do valor dos benefícios;
IV – caráter democrático da gestão administrativa, com participação pa-
ritária do servidor estável e do aposentado eleitos para o colegiado do órgão
previdenciário do Estado do Pará.
Art. 167. O Município que não dispuser de sistema previdenciário próprio
poderá aderir, mediante convênio, ao órgão de seguridade do Estado do Pará
para garantir aos seus servidores a seguridade, na forma da lei.

590
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 168. A seguridade social será financiada através das seguintes con-
tribuições:
I - contribuição incidente sobre a folha de vencimento e remunerações;
II – dos servidores de qualquer quadro funcional;
III – de outras fontes estabelecidas em lei destinadas a garantir a manu-
tenção ou expansão da seguridade social.
Parágrafo único. As receitas destinadas à seguridade social constarão do
orçamento do Estado do Pará.
Art. 169. As metas e prioridades caracterizadoras dos programas, proje-
tos e atividades estabelecidas no orçamento, manterão absoluta fidelidade à
finalidade e ao objetivo do órgão de Previdência e Assistência dos Servidores
do Estado do Pará.

CAPÍTULO II
DA SAÚDE

Art. 170. A assistência à saúde será prestada pelo órgão estadual compe-
tente e, de forma complementar, por instituições públicas e privadas.
Art. 171. Nas situações de urgência e emergência o setor de Recursos Hu-
manos comunicará formalmente ao órgão de seguridade social, no primeiro
dia útil seguinte, o atendimento médico do servidor ou de seus dependentes.
§ 1º A assistência à saúde fora do domicílio do servidor depende da mani-
festação favorável do órgão de seguridade social do Estado do Pará.
§ 2º O atendimento de urgência e emergência fora do domicílio do servi-
dor obedecerá ao que dispuser o regulamento.

CAPÍTULO III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 172. Os planos de Previdência Social atenderão, nos termos da legis-


lação pertinente:
I – à cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte, incluindo os re-
sultantes de acidentes de trabalho, velhice e reclusão;

591
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – à pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge e


dependente.
§ 1º A contribuição previdenciária incidirá sobre a remuneração total do
servidor, exceto salário-família, com a consequente repercussão em benefícios.
§ 2º É assegurado o reajustamento de benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o valor real da época da concessão.
§ 3º O 13º (décimo terceiro) salário dos aposentados e pensionistas terá
por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 173. A assistência social será prestada ao servidor e dependentes.


Art. 174. A assistência social tem por objetivo:
I – proteção ao servidor, sobretudo nos trabalhos penosos, insalubres e
perigosos;
II – proteção à família, à maternidade e à infância;
III - amparo às crianças, em creche;
IV – a cultura, o esporte, a recreação e o lazer.

TÍTULO V
DA ASSOCIAÇÃO SINDICAL

Art. 175. É garantido ao servidor público civil do Estado do Pará o direito


à livre associação, como também, entre outros, os seguintes direitos, dela
decorrentes:
a) de ser representado pelos sindicatos, na forma da legislação processual civil;
b) de inamovibilidade dos dirigentes dos sindicatos até 1 (um) ano após o
final do mandato;
c) de descontar em folha, mediante autorização do servidor, sem ônus
para a entidade sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e contri-
buições definidas em Assembleia Geral da categoria.

592
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 176. É assegurada a participação permanente do servidor nos cole-


giados dos órgãos do Estado do Pará em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

TÍTULO VI
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS RESPONSABILIDADES

CAPÍTULO I
DOS DEVERES

Art. 177. São deveres do servidor:


I – assiduidade e pontualidade;
II - urbanidade;
III – discrição;
IV – obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - exercício pessoal das atribuições;
VI – observância aos princípios éticos, morais, às leis e regulamentos;
VII - atualização de seus dados pessoais e de seus dependentes;
VIII – representação contra as ordens manifestamente ilegais e contra
irregularidades;
IX – atender com presteza:
a) às requisições para a defesa do Estado;
b) às informações, documentos e providências solicitadas por autoridades
judiciárias ou administrativas;
c) à expedição de certidões para a defesa de direitos, para a arguição de
ilegalidade ou abuso de autoridade.

593
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES

Art. 178. É vedado ao servidor:


I – acumular inconstitucionalmente cargos ou empregos na administração
pública;
II – revelar fato de que tem ciência em razão do cargo, e que deve perma-
necer em sigilo, ou facilitar sua revelação;
III – pleitear como intermediário ou procurador junto ao serviço público,
exceto quando se tratar de interesse do cônjuge ou dependente;
IV – deixar de comparecer ao serviço, sem causa justificada, por 30 (trin-
ta) dias consecutivos;
V – valer-se do exercício do cargo para auferir proveito pessoal ou de ou-
trem, em detrimento da dignidade da função;
VI – cometer encargo legítimo de servidor público à pessoa estranha à
repartição, fora dos casos previstos em lei;
VII – participar de gerência ou administração de empresa privada, de so-
ciedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista
ou comanditário;
VIII – aceitar contratos com a Administração Estadual, quando vedado em
lei ou regulamento;
IX – participar da gerência ou administração de associação ou sociedade
subvencionada pelo Estado, exceto entidades comunitárias e associação pro-
fissional ou sindicato;
X – tratar de interesses particulares ou desempenhar atividade estranha
ao cargo, no recinto da repartição;
XI – referir-se, de modo ofensivo, a servidor público e a ato da Admi-
nistração;
XII - utilizar-se do anonimato, ou de provas obtidas ilicitamente;
XIII – permutar ou abandonar serviço essencial, sem expressa autorização;
XIV – omitir-se no zelo e conservação dos bens e documentos públicos;

594
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XV - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão judicial;


XVI – deixar, sem justa causa, de observar prazos legais administrativos
ou judiciais;
XVII - praticar ato lesivo ao patrimônio Estadual;
XVIII – solicitar, aceitar ou exigir vantagem indevida pela abstenção ou
prática regular de ato de ofício;
XIX – aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização legal;
XX – exercer atribuições sob as ordens imediatas de parentes até o segun-
do grau, salvo em cargo comissionado;
XXI – praticar atos, tipificados em lei como crime, contra a administração
pública;
XXII – exercer a advocacia fora das atribuições institucionais, se ocupante
do cargo incompatível;
XXIII – retardar, injustificadamente, a nomeação de classificado em con-
curso público.
Parágrafo único. Não se compreende na proibição do inciso VIII o exercício
de cargo ou função na Administração Indireta, quando regularmente colocado
à disposição.

CAPÍTULO III
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 179. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo


exercício irregular de suas atribuições.
Art. 180. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente
será liquidada na forma prevista no art. 125, na falta de outros bens que as-
segurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor pe-
rante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

595
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra


eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.
Art. 181. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,
sendo independentes entre si.
Art. 182. A absolvição judicial somente repercute na esfera administrati-
va, se negar a existência do fato ou afastar do servidor a autoria.

CAPÍTULO IV
DAS PENALIDADES E SUA APLICAÇÃO

Art. 183. São penas disciplinares:


I – repreensão;
II - suspensão;
III - demissão:
IV – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada;
V - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
Art. 184. Na aplicação das penalidades serão considerados cumulativa-
mente:
I - os danos decorrentes do fato para o serviço público;
II – a natureza e a gravidade da infração e as circunstâncias em que foi
praticada;
III - a repercussão do fato;
IV – os antecedentes funcionais.
Art. 185. As penas disciplinares serão aplicadas através de:
I – portaria, no caso de repreensão e suspensão;
II – decreto, no caso de demissão, destituição de cargo em comissão ou
de função gratificada, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
Parágrafo único. A portaria ou o decreto indicará a penalidade e o funda-
mento legal, com a devida inscrição nos assentamentos do servidor.
Art. 186. Na aplicação de penalidade, serão inadmissíveis as provas ob-
tidas por meios ilícitos.

596
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 187. Aos acusados e litigantes, em processo administrativo, são as-


segurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes.
Parágrafo único. Ao servidor punido com pena disciplinar é assegurado o
direito de pedir reconsideração e recorrer da decisão.
Art. 188. A pena de repreensão será aplicada nas infrações de natureza
leve, em caso de falta de cumprimento dos deveres ou das proibições, na for-
ma que dispuser o regulamento.
Art. 189. A pena de suspensão, que não exceder a 90 (noventa) dias,
será aplicada em caso de falta grave, reincidência, ou infração ao disposto no
art. 178, VII, XI, XII, XIV e XVII.
§ 1º O servidor, enquanto suspenso, perderá os direitos e vantagens de
natureza pecuniária, exceto o salário-família.
§ 2º Quando licenciado, a penalidade será aplicada após o retorno do ser-
vidor ao exercício.
§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, a autoridade que aplicar
a pena de suspensão poderá convertê-la em multa, na base de 50% (cin-
quenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, permanecendo o
servidor em exercício.
Art. 190. A pena de demissão será aplicada nos casos de:
I – crime contra a Administração Pública, nos termos da lei penal; II -
abandono de cargo;
III – faltas ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias inter-
caladamente, durante o período de 12 (doze) meses;
IV – improbidade administrativa;
V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insu-
bordinação grave em serviço;
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legíti-
ma defesa própria ou de outrem;
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;

597
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - le-


são aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; XI - corrupção;
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII – lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em de-
trimento da dignidade da função pública;
XIV – participação em gerência ou administração de empresa privada, de
sociedade civil, ou exercício do comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário;
XV – atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições pú-
blicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais a
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
XVI – recebimento de propina, comissão, presente ou vantagem de qual-
quer espécie, em razão de suas atribuições;
XVII – aceitação de comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro;
XVIII - prática de usura sob qualquer de suas formas;
XIX – procedimento desidioso;
XX – utilização de pessoal ou recursos materiais de repartição em serviços
ou atividades particulares.
§ 1º O servidor indiciado em processo administrativo não poderá ser exo-
nerado, salvo se comprovada a sua inocência ao final do processo.
§ 2º O abandono de cargo só se configura pela ausência intencional do
servidor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos e injustificados.
Art. 191. Verificada, em processo disciplinar, a acumulação proibida e
provada a boa-fé, o servidor optará por um dos cargos.
§ 1º Provada a má-fé, perderá também o cargo que exercia há mais tem-
po e restituirá o que tiver percebido indevidamente.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sendo um dos cargos, função ou em-
prego exercido em outro órgão ou entidade, a demissão lhe será comunicada.
Art. 192. A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada
será aplicada nos casos de infração, sujeita à penalidade de demissão.

598
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exone-


ração efetuada, nos termos do artigo 60, será convertida em destituição de
cargo em comissão ou de função gratificada.
Art. 193. A demissão ou destituição de cargo em comissão ou de função
gratificada, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 190, implica a in-
disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
penal cabível.
Art. 194. A pena de demissão será aplicada com a nota “a bem do ser-
viço público”, sempre que o ato fundamentar-se no art. 190, incisos I, IV,
VII, X e XI.
Parágrafo único. O servidor demitido ou destituído do cargo em comissão
ou da função gratificada, na hipótese prevista neste artigo, não poderá retor-
nar ao serviço estadual.
Art. 195. A demissão ou a destituição de cargo em comissão ou de fun-
ção gratificada, nas hipóteses do art. 190, incisos XIII e XV, incompatibiliza
o servidor para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo de 5
(cinco) anos.
Art. 196. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo
que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.
§ 1º A cassação da aposentadoria ou da disponibilidade será precedida do
competente processo administrativo.
§ 2º Aplica-se, ainda, a pena de cassação de aposentadoria ou de dispo-
nibilidade se ficar provado que o inativo:
I – aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
II – aceitou ilegalmente representação, comissão, emprego ou pensão de
Estado estrangeiro;
III - praticou a usura em qualquer de suas formas;
IV – não assumiu no prazo legal o exercício do cargo em que foi aproveitado.
Art. 197. As penalidades disciplinares serão aplicadas, observada a vin-
culação do servidor ao respectivo Poder, órgão ou entidade:

599
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – pela autoridade competente para nomear em qualquer caso, e priva-


tivamente, nos casos de demissão, destituição e cassação de aposentadoria
ou disponibilidade;
II – pelos Secretários de Estado e dirigentes de órgão a estes equiparados,
nos casos de suspensão superiores a 30 (trinta) dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades, na forma dos respec-
tivos regimentos ou regulamentos, nos casos de repreensão ou de suspensão
até 30 (trinta) dias.
Art. 198. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassa-
ção de aposentadoria ou disponibilidade e destituição;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tor-
nou conhecido.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações
disciplinares capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar in-
terrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

CAPÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 199. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço pú-


blico é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância
ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Art. 200. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração,
desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam
formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração
disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

600
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 201. Da sindicância poderá resultar:


I – arquivamento do processo;
II – aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão de até 30
(trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá a 30
(trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autori-
dade superior.
Art. 202. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor, ensejar a imposição
de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cas-
sação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição, será obrigatória a
instauração de processo disciplinar.

CAPÍTULO VI
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 203. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a
influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo
disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo
prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo,
findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

CAPÍTULO VII
DO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 204. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar


responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas
atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se
encontre investido.

601
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 205. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta


de 3 (três) servidores estáveis, designados pela autoridade competente, que
indicará, dentre eles, o seu presidente.
§ 1º A Comissão terá como secretário, servidor designado pelo seu presi-
dente, podendo a indicação recair em um de seus membros.
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito,
cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em li-
nha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Art. 206. A Comissão exercerá suas atividades com independência e im-
parcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da administração.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter
reservado. Art. 207. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II – inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
III - julgamento.
Art. 208. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá
60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstân-
cias o exigirem.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus
trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do re-
latório final.
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão de-
talhar as deliberações adotadas.

CAPÍTULO VIII
DO INQUÉRITO

Art. 209. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contra-


ditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e
recursos admitidos em direito.

602
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 210. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como


peça informativa da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a
infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encami-
nhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata
instauração do processo disciplinar.
Art. 211. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoi-
mentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta
de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a
permitir a completa elucidação dos fatos.
Art. 212. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo,
pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemu-
nhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar
de prova pericial.
§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados im-
pertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o escla-
recimento dos fatos.
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do
fato independer de conhecimento especial de perito.
Art. 213. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandato
expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente
do intimado, ser anexada aos autos.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do
mandato será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve,
com a indicação do dia e hora marcados para a inquirição.
Art. 214. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não
sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, pro-
ceder-se-á à acareação entre os depoentes.

603
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 215. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá


o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts.
213 e 214.
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido sepa-
radamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou
circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como
à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e
respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presi-
dente da comissão.
Art. 216. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a
comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido, a exame
por junta médica oficial, da qual participe, pelo menos, um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto
apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.
Art. 217. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indicação do
servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas
provas.
§ 1º O indiciado será citado por mandato expedido pelo presidente da
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegu-
rando-se-lhe vista do processo na repartição.
§ 2º Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20
(vinte) dias.
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado em dobro, para diligências
reputadas indispensáveis.
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o
prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo mem-
bro da comissão que fez a citação, com a assinatura de 2 (duas) testemunhas.
Art. 218. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar
à comissão o local onde poderá ser encontrado.

604
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 219. Achando-se o indiciado em local incerto e não sabido, será cita-
do por Edital, publicado no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande cir-
culação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15
(quinze) dias, a partir da última publicação do Edital.
Art. 220. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não
apresentar defesa no prazo legal.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devol-
verá o prazo para a defesa.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridades instauradora do pro-
cesso designará um servidor como defensor dativo, ocupante de cargo de
nível igual ou superior ao do indiciado.
Art. 221. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso,
em que resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas nas
quais se baseou para formar a sua convicção.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à respon-
sabilidade do servidor.
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o
dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias
agravantes ou atenuantes.
Art. 222. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será reme-
tido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

CAPÍTULO IX
DO JULGAMENTO

Art. 223. A autoridade julgadora proferirá a sua decisão, no prazo de 20


(vinte) dias, contados do recebimento do processo.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder à alçada da autoridade ins-
tauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que
decidirá em igual prazo.

605
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamen-


to caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, ou destituição o julgamento caberá às autoridades de que
trata o inciso I do art. 197.
Art. 224. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando
contrário às provas dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos
autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade
proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
Art. 225. Verificada a existência de vício insanável, a autoridade julgado-
ra declarará a nulidade total ou parcial do processo e ordenará a constituição
de outra comissão, para instauração de novo processo.
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o art.
198, § 2º, será responsabilizada na forma da presente lei.
Art. 226. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.
Art. 227. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo
disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação pe-
nal, ficando trasladado na repartição.
Art. 228. Serão assegurados transporte e diárias:
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua
repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado;
II – aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se
deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao
esclarecimento dos fatos.

606
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO X
DA REVISÃO DO PROCESSO

Art. 229. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo,


a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias
suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penali-
dade aplicada.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor,
qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida
pelo respectivo curador.
Art. 230. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.
Art. 231. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fun-
damento para a revisão, que requer elementos novos ainda não apreciados
no processo originário.
Art. 232. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário
de Estado ou autoridade equivalente que, se autorizar a revisão, encaminhará o
pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providencia-
rá a constituição de comissão, na forma do art. 205.
Art. 233. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a
produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.
Art. 234. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão
dos trabalhos.
Art. 235. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber,
as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.
Art. 236. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos
termos do art. 197.

607
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, con-


tados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora
poderá determinar diligências.
Art. 237. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a
penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto
em relação à destituição, que será convertida em exoneração.
Parágrafo único. Da revisão não poderá resultar agravamento de pena-
lidade.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 238. O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público estadual.


Art. 239. O tempo de serviço gratuito será contado para todos os fins,
quando prestado à autarquia profissional, ou aos que tenham exercido gratui-
tamente mandato de Vereador, sendo vedada a contagem quando for simul-
tâneo com o exercício de cargo, emprego ou função pública.
Art. 240. É assegurado o direito de greve, na forma de lei específica.(NR)
Art. 241. O servidor de nível superior ou equiparado ao mesmo, sujeito
à fiscalização da autarquia profissional, ou entidade análoga, suspenso do
exercício profissional não poderá desempenhar atividade que envolva respon-
sabilidade técnico-profissional, enquanto perdurar a medida disciplinar.
Art. 242. Fica assegurada a participação de 1 (um) representante dos
sindicatos de servidores públicos no Conselho de Política de Cargos e Salários
do Estado do Pará, na forma do regulamento.

608
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 243. (VETADO)


Art. 244. Aos servidores da administração direta, autarquias e fundações
públicas, contratados por prazo indeterminado, pelo regime da Consolida-
ção das Leis do Trabalho ou como serviços prestados é assegurado até que
seja promovido concurso público para fins de provimento dos cargos por eles
ocupados, ou que venham a ser criados, as mesmas obrigações e vantagens
atribuídas aos demais servidores considerados estáveis por força do artigo 19
do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal.
Art. 245. (VETADO)
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 246. Aos servidores em atividade na área de educação especial fica
atribuída a gratificação de cinquenta por cento (50%) do vencimento.
Art. 247. É assegurada ao servidor a contagem da soma do tempo de
serviço prestado à União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
desde que ininterrupta e sucessivamente, para efeito de aferição da estabili-
dade nas condições previstas no art. 19 do Ato das Disposições Constitucio-
nais Transitórias da Constituição Federal.
Art. 248. (VETADO)
Art. 249. Esta lei entra em vigor na data da sua promulgação. Art. 250.
(VETADO)

Palácio do Governo do Estado do Pará, em 24 de janeiro de 1994.


JADER FONTENELLE BARBALHO
Governador do Estado

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ


Atualizada até 3 de junho de 2019.

LEI COMPLEMENTAR N. 22, DE 15 DE MARÇO DE 1994*

* Regulamentada pelo Decreto n. 2. 460, de 08/04/1994;


* Alterada pela Lei Complementar n. 37, de 19/01/2000;
* Alterada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004;
* Alterada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006;
* Regulamentada pelo Decreto n. 2.395 de 25/08/2006;
* Regulamentada pelo Decreto n. 2.691 de 20/12/2006;
* Alterada pela Lei Complementar n. 80, de 04/04/2012;
* Alterada pela Lei Federal n. 12.830, de 20/06/2013;
* Alterada pela Lei Complementar n. 87, de 24/07/2013;
* Alterada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013;
* Alterada pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016;
* Alterada pela Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017;
* Alterada pela Lei Complementar n. 114, de 27/04/2017;
Estabelece normas de organização, competências, garantias, direitos e
deveres da Polícia Civil do Estado do Pará.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu sanciono
a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A Polícia Civil, Instituição permanente, auxiliar da justiça criminal


e necessária à defesa do povo e do Estado, dirigida por Delegado de Polícia

610
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de carreira da ativa, estável no cargo, tem como incumbência as funções de


polícia judiciária e a exclusividade da apuração de infrações penais, exceto
as militares, e organiza-se de acordo com as normas gerais constantes desta
Lei. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004).
Art. 2º A Polícia Civil terá autonomia administrativa e funcional dispondo
de dotações orçamentárias próprias, conforme dispuser a Lei de Diretrizes
Orçamentárias do Estado.
Art. 3º São símbolos oficiais da Polícia Civil, o Hino, a Bandeira, o Brasão
e o Distintivo capazes de identificar a Instituição, conforme modelo estabele-
cido por ato do Poder Executivo.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DAS FUNÇÕES

Art. 4º São princípios institucionais da Polícia Civil: Autonomia Adminis-


trativa e Funcional, a Hierarquia e a Disciplina.
Art. 5º São funções institucionais exclusivas da Polícia Civil, e de polícia
judiciária, investigatória policial, a de caráter criminalístico e criminológico,
a cautelar pré-processual, a preventiva da ordem e dos direitos, o combate
eficaz da criminalidade e da violência, além das seguintes:
I – Praticar, com exclusividade, todos os atos necessários à apuração das
infrações penais e elaboração do Inquérito Policial;
II – II – (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000)
III – Manter estreito e constante intercâmbio de caráter investigatório e
judicial entre as repartições e organizações congêneres;
IV – Promover o recrutamento, seleção, formação, aperfeiçoamento e de-
senvolvimento profissional e cultural do policial civil;
V – Colaborar com a justiça criminal, providenciando o cumprimento dos
mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias, fornecendo as
informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, e realizan-

611
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

do as diligências, fundamentadamente, requisitadas pelo Juiz de Direito e


membros do Ministério Público nos autos do Inquérito Policial;
VI – Organizar e executar o cadastramento da identificação civil e crimi-
nal, através dos processos de impressões papiloscópicas;
VII – Organizar e manter o cadastramento de armas, munições, explosi-
vos e demais produtos controlados, bem como expedir licenças para as res-
pectivas aquisições e portes, a seu critério, mediante o pagamento das taxas
devidas em decorrência do exercício do poder de polícia;
VIII – Manter o serviço de Estatística Policial em adequação com os Ins-
titutos de Estatística e Pesquisa, de maneira a fornecer informações precisas
e atualizadas sobre índices de criminalidade, de violência e de infrações de
trânsito;
IX  – Exercer a fiscalização de jogos e diversões públicas, expedindo o
competente alvará, a seu critério, mediante o pagamento das taxas decor-
rentes do poder de polícia.

TÍTULO II
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA BÁSICA

Art. 6º Para desempenhar eficientemente sua missão institucional, a


Polícia Civil do Estado terá sua estrutura organizacional básica constituída
das seguintes unidades: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
I – Conselho Superior da Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
II – Delegado Geral da Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)

612
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – Delegado Geral Adjunto; (Redação dada pela Lei Complementar n.


46, de 10/08/2004)
IV – Gabinete do Delegado Geral; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004) V - Consultoria Jurídica; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
VI – Assessorias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
VII – Núcleo de Inteligência Policial; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
VIII – Diretorias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
IX – Corregedoria Geral da Policia Civil; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
X – Coordenadorias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
XI  – Superintendências Regionais; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004) XII - Seccionais Urbanas; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XIII – Divisões Especializadas; e (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004) XIV - Delegacias de Polícia. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º A representação gráfica da composição organizacional, o funciona-
mento, as competências das unidades, as atribuições e responsabilidades dos
dirigentes serão estabelecidos em regimento aprovado pelo Chefe do Poder
Executivo. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º Os cargos de Assessor de Planejamento Estratégico, Diretor do Núcleo
de Inteligência Policial, Diretor de Polícia Metropolitana, Diretor de Polícia do
Interior, Diretor de Polícia Especializada, Diretor da Academia de Polícia Civil,
Superintendentes Regionais, Diretores de Seccionais Urbanas e Diretores de
Divisões Especializadas são de provimentos exclusivos de

613
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§2º Os cargos de Assessor de Planejamento Estratégico, Diretor do Núcleo


de Inteligência Policial, Diretor de Polícia Metropolitana, Diretor de Polícia do
Interior, Diretor de Polícia Especializada, Diretor da Academia de Polícia Civil,
Superintendente Regional, Diretor de Seccional Urbana, Diretor de Divisão
Especializada, Coordenador da Região Metropolitana e Coordenador do In-
terior são de provimentos exclusivos de Delegado de Polícia de carreira da
ativa, bacharel em direito, estável no cargo. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 55, de 13/02/2006)
§3º Os cargos de Titulares de Delegacia de Policia são de provimentos
exclusivos de Delegado de Polícia de carreira da ativa, bacharel em direito.
(Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§4º O cargo de Coordenador de Identificação será de provimento de poli-
cial civil,
§4º O cargo de Diretor da Diretoria de Identificação será de provimento de
policial civil, preferencialmente Papiloscopista, com formação de nível supe-
rior. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)

CAPÍTULO II
DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR

Art. 7º A Administração Superior será exercida pelo Conselho Superior da


Polícia Civil, pelo Delegado Geral e pelo Delegado Geral Adjunto. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

CAPÍTULO III
DO DELEGADO GERAL DE POLÍCIA CIVIL

Art. 8º O Delegado Geral da Polícia Civil, cargo privativo de Delegado de


Polícia de carreira da ativa, estável no cargo, será nomeado pelo Governador
do Estado, preferencialmente dentre os Delegados do último nível da carreira,

614
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e terá as seguintes atribuições: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,


de 10/08/2004)
I – Dirigir, gerir e representar a Polícia Civil do Estado; (Redação dada pela
Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
II – manter o Secretário Especial de Estado de Defesa Social informado
das necessidades da Instituição, mediante relatórios periódicos, inclusive com
indicativos das carências do quadro de pessoal e de recursos financeiros e
materiais e de instalações; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
III – Encaminhar ao órgão estadual competente o projeto de orçamento-
-programa anual referente à instituição e participar, quando couber, da elabo-
ração do plano plurianual de investimentos; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
IV – Ordenar o emprego de verbas orçamentárias ou de créditos abertos
em favor da Polícia Civil, bem como dos recursos que ela venha a receber,
oriundos de quaisquer fontes de receita; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
V – Firmar convênios, celebrar contratos e outros instrumentos legais de
interesse da Polícia Civil, com entidades de direito público e privado; (Reda-
ção dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
VI – Gerenciar os recursos humanos da Instituição ou a ela cedidos, inclu-
sive dando posse aos novos servidores; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
VII – Designar servidores para exercer função gratificada, bem como pro-
por nomes ao Governador com vistas à nomeação para cargos comissiona-
dos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
VIII – Autorizar o servidor a se afastar do Estado, a serviço ou para ativi-
dade de cunho cultural de interesse da Instituição, dentro do País; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

615
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – Expedir os atos necessários para a administração da Instituição; (Re-


dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
X – Propor ou adotar, dentro de sua esfera de atribuição, quaisquer outras
providências de interesse da Instituição; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
XI – Lotar servidores, conceder férias, licenças e afastamentos de quais-
quer espécies, bem como remover servidores quando houver ônus para a
Administração Pública; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
XII – Conceder direitos, vantagens e prerrogativas previstos em lei aos
servidores da Instituição, em consonância com as diretrizes traçadas pela
Secretaria Executiva de Estado de Administração; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XIII – Conceder honrarias a integrantes da sociedade civil e a servidores
civis e militares; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XIV – Julgar os processos administrativos instaurados pela Divisão de Po-
lícia Administrativa, podendo aplicar a pena de cassação, bem como julgar os
recursos administrativos oriundos daquela Divisão; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XV – Proceder à designação de substituição de policiais entre circunscri-
ções; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XVI – Instituir comissões especiais de processo administrativo disciplinar;
(Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XVII – Julgar os processos administrativos disciplinares, podendo aplicar
as penalidades de repreensão e suspensão até trinta dias, e as apurações ad-
ministrativas internas provenientes da Corregedoria Geral; e (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XVIII – Decidir sobre a instauração de processo administrativo disciplinar.
(Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

616
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIX – Designar os membros das Comissões Permanentes de Processo


Administrativo Disciplinar. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
§1º As atribuições previstas no inciso XI do caput deste artigo poderão
ser delegadas, a critério do Delegado Geral, exceto a de remoção de servido-
res, quando gerar ônus para a Administração Pública. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º O Delegado Geral da Polícia Civil, nos crimes comuns e nos de res-
ponsabilidade, será processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado
e, nos de responsabilidade conexos com os do Governador, pela Assembleia
Legislativa, nos termos do artigo 338 da Constituição do Estado do Pará. (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§3º O Delegado Geral da Polícia Civil terá todas as honras, remuneração
e prerrogativas conferidas aos Secretários Executivos de Estado. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 8º-A O Delegado Geral Adjunto tem por atribuição a substituição
legal do Delegado Geral em seus impedimentos e ausências, bem como ou-
tras atribuições delegadas pelo gestor da Instituição. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Parágrafo único. O Delegado Adjunto será indicado pelo Delegado Geral,
dentre Delegados de Polícia de carreira da ativa, estável no cargo e nomeado
pelo Governador do Estado. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)

Seção I
DO GABINETE DO DELEGADO GERAL DE POLÍCIA CIVIL

Art. 9º O Gabinete é o órgão de assessoramento superior diretamente


subordinado ao Delegado Geral, constituído de Chefia de Gabinete, Seção de
Protocolo e Seção de Arquivo. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)

617
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
DA CONSULTORIA JURÍDICA

(Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)


Art. 10. A Consultoria Jurídica é órgão de assessoramento superior, dire-
tamente subordinada ao Delegado-Geral, tendo por atribuição básica a coor-
denação e orientação jurídica do Delegado- Geral e a articulação de assuntos
de sua área junto à Procuradoria-Geral do Estado e demais órgãos. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
Art. 11. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)

CAPÍTULO IV
DO CONSELHO SUPERIOR DE POLÍCIA CIVIL

Art. 12. O Conselho Superior da Polícia Civil, com atribuições consulti-


vas, opinativas, de deliberação colegiada e de assessoramento, é constituído
pelos seguintes membros: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
I – Delegado Geral da Polícia Civil, presidente; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
II – Delegado Geral Adjunto, vice-presidente; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
III – Corregedor Geral da Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
IV – Diretor da Academia de Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
V – Diretor de Polícia Metropolitana; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
VI – Diretor de Polícia do Interior; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)

618
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – Diretor de Polícia Especializada; (Redação dada pela Lei Complemen-


tar n. 46, de 10/08/2004)
VIII – Um representante do Sindicato dos Policiais Civis do Estado; e (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
IX – Três Delegados de Polícia de carreira da última classe, votados secre-
tamente pelo Conselho Superior da Polícia Civil para mandato de dois anos,
podendo ser reconduzidos por uma única vez. (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 13. São atribuições do Conselho Superior da Polícia Civil: (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Em caráter deliberativo: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)
a) aprovar os planos de contingência que envolvam mais de uma Diretoria,
ressalvados os casos de urgência, devidamente autorizados pelo Delegado
Geral; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
b) decidir os conflitos de atribuições entre as Diretorias e os demais setores
da Instituição; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
c) aprovar edital para realização de concurso público para o preenchimento
de cargos da Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
d) adotar providências para a designação da Comissão de Avaliação do Está-
gio Probatório; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
e) julgar os estágios probatórios dos servidores da Instituição; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
f) aprovar normas, regimentos ou regulamentos propostos pelas unidades
da Polícia Civil, no âmbito de suas atribuições; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
g) decidir, quando suscitadas dúvidas pela Comissão de Promoção, a res-
peito da classificação de candidatos à progressão funcional; (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

619
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

h) aprovar e encaminhar ao Chefe do Poder Executivo a listagem de poli-


ciais civis para fins de progressão funcional; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
i) deliberar conclusivamente sobre o processo administrativo que trata de
enfermidade ou morte em razão do serviço; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
j) indicar os policiais que irão integrar a lotação da Corregedoria Geral da
Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
k) aprovar projetos de instalação, transformação, fusão e desativação de
órgãos policiais; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
l) aprovar nomes de civis, militares e servidores da Instituição para serem
agraciados com a Medalha do Mérito Policial Civil, o Diploma de Amigo da Polí-
cia Civil ou a Medalha Evanovich de Investigação Policial, bem como de outras
condecorações; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
m) julgar os recursos hierárquicos resultantes de procedimentos discipli-
nares da competência do Delegado Geral; e (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
n) julgar o processo administrativo que trata da promoção por ato de bra-
vura, nos termos do art. 55 desta Lei; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)
o) julgar, em grau de recurso, os processos administrativos atinentes à Di-
visão de Polícia Administrativa, após a decisão do Delegado-Geral. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
II – Em caráter consultivo: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)
a)emitir parecer, depois de exame e avaliação, sobre as propostas ou pro-
jetos atinentes à expansão do quadro de recursos humanos e à aquisição de
equipamentos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

620
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) emitir parecer, depois de exame e avaliação, sobre projetos de instala-


ção, transformação, fusão e desativação de unidades operacionais; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
c)emitir parecer, depois de exame e avaliação, sobre os projetos de criação
e extinção de cargos da Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)
d) opinar sobre o projeto de orçamento-programa anual da Polícia Civil; e
(Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
e)opinar quanto ao emprego de verbas orçamentárias ou de créditos aber-
tos em favor da Polícia Civil, bem como sobre os recursos que ela venha a
receber, oriundos de quaisquer fontes de receitas; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
III – Em caráter de assessoramento: (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
a)encaminhar ao Chefe do Poder Executivo a lista dos policiais não aprova-
dos no Estágio Probatório, para as providências pertinentes; (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
b) exercer a fiscalização da aplicação dos recursos orçamentários e finan-
ceiros rubricados à Polícia Civil; e (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)
c) propor ao Chefe do Poder Executivo alterações na legislação pertinente
à Policia Civil. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º O Conselho Superior da Polícia Civil poderá tratar, em caráter con-
sultivo ou de assessoramento, de quaisquer outros assuntos de interesse da
Instituição. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º O Conselho Superior da Polícia Civil reunir-se-á mensalmente, em
caráter ordinário, e extraordinariamente, mediante convocação de seu presi-
dente ou de dois terços de seus membros. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)

621
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§3º A participação no Conselho será remunerada na mesma proporção do


valor correspondente ao recebido pelos membros do Conselho Estadual de
Segurança Pública do Estado. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)
§4º O funcionamento do Conselho será definido em regimento interno,
sendo suas decisões tomadas por maioria absoluta de votos, presente a
maioria de seus membros. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§5º Em caso de empate na votação, cabe ao Presidente o voto de desem-
pate. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§6º O membro do Conselho, representante do Sindicato dos Policiais Civis
do Estado, terá mandato de dois anos, permitida uma recondução. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§7º O Delegado-Geral e o Corregedor-Geral imediatamente anteriores aos
atuais ocupantes dos referidos cargos ficarão agregados ao Conselho Superior
da Polícia Civil durante o período da gestão de seus sucessores, salvo opção
em contrário. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
§8º O policial civil eleito pelo voto universal para exercer mandato par-
lamentar ou do Poder Executivo, após o término do mandato, ficará agre-
gado ao Conselho Superior da Instituição nos quatro anos seguintes, salvo
opção pessoal contrária. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
§9º A agregação ao Conselho Superior, nos casos previstos nos §§ 8º e
9º deste artigo, importará o exercício de funções administrativas e/ou de as-
sessoramento dos conselheiros, sem direito a voto. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 55, de 13/02/2006)
§10 As decisões do Conselho Superior da Polícia Civil, que forem consubs-
tanciadas em resoluções, serão submetidas à apreciação do Chefe do Poder
Executivo para homologação e publicadas no Diário Oficial do Estado. (Reda-
ção dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

622
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§11 O Conselho Superior tem a atribuição para apurar e julgar casos de


irregularidades funcionais cometidas e/ou em que estejam envolvidos o Dele-
gado-Geral, o Corregedor-Geral e o Delegado-Geral Adjunto. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)

CAPÍTULO V
DA CORREGEDORIA GERAL DE POLÍCIA

Art. 14. A Corregedoria Geral da Polícia Civil, órgão de controle disciplinar


interno, dirigida por Delegado de Polícia de carreira da ativa, estável no cargo,
diretamente vinculada ao Conselho Superior da Polícia Civil, tem as seguintes
atribuições: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Promover o controle interno da Polícia Civil e a apuração de transgres-
sões disciplinares e penais atribuídas aos seus servidores, no exercício do
cargo ou fora dele, produzindo provas e impondo sanções nos limites de suas
atribuições; (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
II – Velar pela fiel observância da disciplina e probidade funcionais; (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
III – Exercer correição, em caráter permanente ou extraordinário, sobre
os procedimentos de polícia judiciária instaurados pelos órgãos policiais; (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
IV – Avocar, com razões fundamentadas, em caráter excepcional, inquéri-
tos policiais para redistribuição; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)
V  – Acompanhar e orientar os policiais civis no exercício de suas ativi-
dades de polícia judiciária; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
VI – Articular-se com o Poder Judiciário e o Ministério Público, visando à
eficiência dos serviços de polícia judiciária; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)

623
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – Realizar inspeções nos órgãos policiais, remetendo relatório reserva-


do ao Conselho Superior da Polícia; (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)
VIII – Emitir recomendações, no âmbito de suas atribuições, aos servidores
da Instituição; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
IX – Efetuar análises e controle estatístico das infrações administrativas e
penais praticadas por servidores da Instituição; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
X – Proceder ao cancelamento de notas criminais determinadas pelo juízo
competente; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XI  – Adotar providências para sanar omissões, prevenir e corrigir ilega-
lidade ou abuso de poder; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
XII – Expedir pareceres normativos sobre procedimentos e atuação poli-
cial; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XIII – Centralizar procedimentos administrativos e penais da Instituição;
(Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XIV – Adotar, de forma articulada e em conjunto com a Academia de Po-
lícia Civil e a Divisão de Atendimento ao Servidor, medidas sócio-educativas,
visando à reinserção do servidor no contexto de sua atividade funcional; (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XV – Instaurar e julgar apuração administrativa interna; e (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XVI – Determinar o afastamento de policial acusado de infração disciplinar
ou penal, bem como a retirada da identidade funcional e/ou da arma de fogo,
excepcionalmente, nos termos do art. 92 desta Lei. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º A Corregedoria Geral terá lotação permanente de policiais, que de-
verão ser indicados pelo Conselho Superior da Polícia Civil, dentre aqueles

624
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

não apenados administrativa ou criminalmente. (Redação dada pela Lei Com-


plementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º O policial civil indicado para integrar a lotação da Corregedoria Geral,
entendendo-se necessário, será arguido pelo Conselho Superior da Polícia
Civil, que recomendará ou não a sua lotação. (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
§3º O servidor lotado na Corregedoria, que praticar infração disciplinar ou
penal no exercício da função, será afastado das atividades funcionais, sem
prejuízo do respectivo procedimento disciplinar ou penal, quando então pode-
rá retornar para a circunscrição correspondente à sua classe, após a avaliação
e decisão do Conselho Superior da Polícia Civil. (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
§4º O policial integrante da lotação da Corregedoria concorrerá, em igual-
dade de condições com os demais policiais, ao processo de progressão funcio-
nal. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§5º A exoneração do Corregedor Geral será sugerida ao Governador pelo
Delegado Geral, após deliberação da maioria absoluta dos membros do Con-
selho Superior da Polícia Civil. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)

CAPÍTULO VI
DA ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL

Art. 15 – A Academia de Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia Ci-


vil, com formação pedagógica, subordinada diretamente ao Delegado Geral
de Polícia Civil, tem por finalidade a seleção, formação, treinamento, espe-
cialização e desenvolvimento dos recursos humanos da Polícia Civil, visando
preparo e aprimoramento profissional do policial civil, bem como a progra-
mação e elaboração de cursos para atividades correlatas da Polícia Civil e de
interesse da

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 16 – A Academia de Polícia Civil terá sua estrutura organizacional e


competência definida
Art. 15. A Academia de Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia Civil
da ativa e estável no cargo, preferencialmente com atuação no magistério
superior, é subordinada diretamente ao Delegado Geral da Polícia Civil. (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 16. A Academia de Polícia Civil terá sua estrutura organizacional e
atribuições definidas em regimento próprio. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)

CAPÍTULO VII
DAS DIRETORIAS DA POLÍCIA CIVIL

Art. 17. As diretorias de polícia são diretamente subordinadas ao Delega-


do Geral,
Art. 17. Às Diretorias de Polícia, as Coordenadorias de Recursos Financei-
ros, Recursos Humanos, de Informática, Manutenção e Estatística, e Coorde-
nadoria de Identificação são
Art. 17. As diretorias de polícia são diretamente subordinadas ao Delega-
do-Geral, compreendendo: (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
I – Diretoria de Polícia Metropolitana – DPM; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 55, de 13/02/2006)
II – Diretoria de Polícia do Interior – DPI; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 55, de 13/02/2006)
III – Diretoria de Polícia Especializada – DPE – ficam criadas, no âmbito
da diretoria de Polícia Especializada e subordinadas a esta, as seguintes divi-
sões e respectivos cargos: (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
a) uma Divisão de Repressão a Roubos e Furtos: (Redação dada pela Lei
Complementar n. 55, de 13/02/2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a.1) um cargo de Diretor de Divisão, GEP-DAS 011.3; (Redação dada pela


Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
a.2) um cargo de Chefe de Operações, GEP-DAS 011.2; (Redação dada
pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
a.3) um cargo de Chefe de Cartório, GEP-DAS 011.2; (Redação dada pela
Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
b) uma central de Disque-Denúncia: (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 55, de 13/02/2006)
1.1) um cargo de Diretor da Central de Disque-Denúncia, GEP-DAS 011.5;
(Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
1.2) dois cargos de Coordenador, GEP-DAS 011.4; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 55, de 13/02/2006)
c) uma Divisão Estadual de Narcóticos: (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 113, de 27/04/2017)
1.1) um cargo de Diretor de Divisão, GEP-DAS-011.3; (Redação dada pela
Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017)
1.2) dois cargos de Titular de Delegacia, GEP-DAS-011.2; (Redação dada
pela Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017)
1.3) um cargo de Chefe de Centro, GEP-DAS-011.2; (Redação dada pela
Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017)
1.4) um cargo de Chefe de Cartório de Divisão Especializada, GEP-
-DAS-011.2; (Redação dada pela Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017)
1.5) um cargo de Chefe de Cartório de Delegacia de Polícia, GEP-DAS-011.1;
(Redação dada pela Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017)
1.6) um cargo de Chefe de Operações de Divisão Especializada, GEP-
-DAS-011.2; (Redação dada pela Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017)
1.7) um cargo de Chefe de Operações de Delegacia de Polícia, GEP-
-DAS-011.1; (Redação dada pela Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017)
IV – Diretoria de Administração – DA;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – Diretoria de Identificação “Enéas Martins” – DIDEM; (Redação dada


pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
VI – Diretoria de Informática, Manutenção e Estatística – DIME; VII – Di-
retoria de Recursos Humanos – DRH;
VIII – Diretoria de Recursos Financeiros – DRF; IX – Diretoria de Atendi-
mento ao Servidor – DAS.

CAPÍTULO VIII
DOS DEPARTAMENTOS DE POLÍCIA CIVIL

Art. 18 – Aos Departamentos de Polícia Civil, dirigidos por delegados de


Polícia Civil, órgãos diretamente ligados à Diretoria de Polícia Operacional,
compete a direção, coordenação, controle e supervisão administrativa, técni-
ca e operacional em sua área específica de atuação,
Art. 18. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)

CAPÍTULO IX
DAS SECCIONAIS URBANAS DE POLÍCIA CIVIL

Art. 19 – Às Seccionais Urbanas de Polícia Civil, dirigidas por Delegados


de Polícia Civil, órgãos diretamente subordinados ao Departamento de Polícia
da Capital, compete o exercício da Polícia Judiciária nas áreas dos crimes con-
tra o patrimônio, pessoa, contra a integridade da mulher, de vigilância geral e
de policiamento preventivo, em sua respectiva circunscrição,
Art. 19. As Seccionais Urbanas de Polícia Civil, dirigidas por Delegados
de Polícia de carreira da ativa, estável no cargo, são órgãos subordinados à
Diretoria de Polícia Metropolitana, na Região Metropolitana de Belém, e às
Superintendências Regionais, no interior do Estado. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)

628
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO X
DAS DIVISÕES ESPECIALIZADAS DA POLÍCIA CIVIL

Art. 20 – Às Divisões Especializadas da Polícia Civil, dirigidas por Delega-


dos de Polícia Civil, órgãos diretamente subordinados aos respectivos Depar-
tamentos, compete à direção, coordenação, controle e supervisão administra-
tiva, técnica e operacional em sua área específica
Art. 20. As Divisões Especializadas, dirigidas por Delegados de Polícia
de carreira da ativa, estável no cargo, são órgãos subordinados à Diretoria
de Polícia Especializada. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)

CAPÍTULO XI
DAS SUPERINTENDÊNCIAS REGIONAIS DE POLÍCIA CIVIL

Art. 21 – As Superintendências Regionais de Polícia Civil, dirigidas por


Delegado de Polícia Civil, órgãos subordinados diretamente ao Departamento
de Polícia do Interior, compete a direção, coordenação, controle e supervisão
administrativa, técnica e operacional em sua
Art. 21. As Superintendências Regionais da Polícia Civil, dirigidas por De-
legado de Polícia de carreira da ativa, bacharel em Direito e estável no car-
go, são subordinadas diretamente à Diretoria de Polícia do Interior, tendo
por atribuição a direção, coordenação, controle e supervisão administrativa e
operacional das seccionais e delegacias situadas em sua respectiva circunscri-
ção. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)

CAPÍTULO XII
DAS DELEGACIAS DE POLÍCIA CIVIL

Art. 22 – Às Delegacias de Polícia Civil, dirigidas por Delegados de Polícia,


órgãos subordinados diretamente ao Departamento de Polícia da Capital, na

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

capital, e às Superintendências Regionais, no interior do Estado, compete a


execução das funções
Art. 22. As Delegacias de Polícia Civil, dirigidas por Delegados de Polícia
da ativa, são órgãos subordinados às Seccionais Urbanas das respectivas
circunscrições, na Região Metropolitana de Belém, e às Superintendências
Regionais, no interior do Estado. (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)

CAPÍTULO XIII
DOS INSTITUTOS DE CRIMINALÍSTICA, MÉDICO-LEGAL E DE
IDENTIFICAÇÃO DE POLÍCIA CIVIL

Art. 23 - Ao Instituto de Criminalística, dirigido por Perito Criminal, órgão


subordinado diretamente à Diretoria de Polícia Técnico-Científica, compete
a realização de exames periciais, o desenvolvimento de estudos e pesquisas
no campo da criminalística, bem como a direção, planejamento, supervisão,
orientação, coordenação e controle no âmbito das atividades de sua
Art. 23. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000).
Art. 24 - Ao Instituto Médico-Legal, dirigido por Perito Médico-Legista,
órgão subordinado diretamente à Diretoria de Polícia Técnica-Científica, com-
pete a realização de exames periciais e o desenvolvimento de estudo e pes-
quisas nas áreas de Medicina-Legal, bem como a direção, planejamento, su-
pervisão, orientação, coordenação e controle no âmbito das atividades de sua
Art. 24. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000).
Art. 25. Ao Instituto de Identificação de Polícia Civil compete o processa-
mento, a expedição e o arquivo de identificação civil e criminal, a realização
de perícias, o desenvolvimento de estudos e pesquisas no seu campo respec-
tivo, bem como a direção, planejamento, supervisão, orientação,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 25. (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de


10/08/2004)

CAPÍTULO XIV
DOS SERVIÇOS DE APOIO ADMINISTRATIVO

Art. 26. As funções administrativas e outras de natureza não policial se-


rão exercidas por servidores admitidos em quadro próprio, subordinados ao
Regime Jurídico Único do Estado.

TÍTULO III
DOS POLICIAIS CIVIS

CAPÍTULO I
DAS CARREIRAS POLICIAIS CIVIS

Art. 27. A Polícia Civil do Estado é formada pelos seguintes quadros de


pessoal: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Quadro de Autoridade Policial; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)
II – Quadro de Agente da Autoridade; e (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
III – Quadro de Técnicos de Polícia. (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)
Art. 28. A carreira policial civil é escalonada em cargos de natureza poli-
cial, com níveis de atribuições e responsabilidades, de provimento efetivo e
de exercício privativo de seus titulares. (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 37, de 19/01/2000)
Art. 29. A carreira policial civil, típica de Estado, é integrada pelos seguin-
tes cargos, com graduação em nível superior: (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – Quadro de Autoridade Policial: (Redação dada pela Lei Complementar


n. 46, de 10/08/2004)
a) Delegado de Polícia - Código: GEP-PC-701; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
II – Quadro de Agente da Autoridade Policial: (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
a) Investigador de Polícia - Código: GEP-PC-705; e (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
b) Escrivão de polícia - Código: GEP-PC-706; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
III – Quadro de Técnicos de Polícia: (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)
a) Papiloscopista - Código: GEP-PC-708. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
§1º Cada cargo policial é integrado pelas classes A, B, C e D, iniciando-
-se a carreira na classe A. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§2º O quantitativo ideal de cargos efetivos da carreira policial civil, por
classe, fica distribuído da seguinte forma: (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 114, de 27/04/2017)
I – Delegados de Polícia, no total de 1.050 (mil e cinquenta) cargos, distri-
buídos nas seguintes classes: (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
a) Classe “A”: 420 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
b) Classe “B”: 315 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
c) Classe “C”: 210 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

d) Classe “D”: 105 cargos. (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
II – Escrivães de Polícia, no total de 1.050 (mil e cinquenta) cargos, dis-
tribuídos nas seguintes classes:
a) Classe “A”: 420 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
b) Classe “B”: 315 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
c) Classe “C”: 210 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
d) Classe “D”: 105 cargos. (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
III  – Investigadores de Polícia, no total de 3.050 (três mil e cinquenta)
cargos, distribuídos nas seguintes classes: (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 114, de 27/04/2017)
a) Classe “A”: 1.220 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
b) Classe “B”: 915 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
c) Classe “C”: 610 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
d) Classe “D”: 305 cargos. (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
IV – Papiloscopistas, no total de 450 (quatrocentos e cinquenta) cargos,
distribuídos nas seguintes classes: (Redação dada pela Lei Complementar n.
114, de 27/04/2017)
a) Classe “A”: 180 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
b) Classe “B”: 135 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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c) Classe “C”: 90 cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,


de 27/04/2017)
d) Classe “D”: 45 cargos”. (Redação dada pela Lei Complementar n. 114,
de 27/04/2017)
Art. 29-A. Os cargos de nível médio de Investigador de Polícia, Escrivão
de Polícia e Papiloscopista, remanescentes da Lei Complementar n. 022, de
1994, constituirão Quadro Suplementar, ficando os servidores com a per-
cepção das gratificações atinentes à categoria policial, sem prejuízo das pro-
moções que couberem aos respectivos ocupantes, sendo automaticamente
extintos na medida que vagarem. (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)
§1º – O quantitativo de vagas dos cargos de nível médio de que trata o
caput deste artigo, distribuído nas classes “A”, “B”, “C” e “D”, é o a seguir de-
finido: (Redação dada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013)
I—Escrivães de Polícia, no total de quatrocentos e trinta cargos; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013)
II – Investigadores de Polícia, no total de mil duzentos e oitenta e oito
cargos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013)
III – Papiloscopistas, no total de cento e oitenta e sete cargos. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013)
§2º – Para fins de alocação, dos servidores ocupantes dos cargos de ní-
vel médio do Quadro de que trata este artigo, nas classes referidas no §1º,
aplica-se o interstício de dois anos de efetivo exercício na classe e os demais
critérios estabelecidos no Decreto n. 2.115 de 1997, naquilo que couber. (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013)
§3º – Aos atuais ocupantes dos cargos de nível médio de que trata o caput
deste dispositivo que, na data de publicação desta Lei, possuírem nível supe-
rior, será atribuída parcela remuneratória no equivalente a 80% (oitenta por
cento) do valor do vencimento-base do respectivo cargo. (Redação dada pela
Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§4º – O pagamento da parcela remuneratória na forma prevista no § 3º


deste artigo, ocorrerá mediante efetiva comprovação, por parte do servidor,
de que concluiu o curso de nível superior. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 89, de 23/12/2013)
§5º – A parcela remuneratória de que tratam os parágrafos 3º e 4º será
denominada de complementação pecuniária e integrará a remuneração do
policial civil, servindo inclusive de base de cálculo para fins de descontos pre-
videnciários. (Redação dada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013)
§6º – Os atuais ocupantes dos cargos de nível médio referidos no caput
deste dispositivo que não possuírem nível superior somente perceberão a
complementação pecuniária se obtiverem a formação necessária para paga-
mento da citada vantagem. (Redação dada pela Lei Complementar n. 89, de
23/12/2013)
Art. 30. Autoridade Policial é o Delegado de Polícia de Carreira, Bacharel
em Direito que, investido por Lei, tem a seu cargo e direção o mando das ati-
vidades de Polícia Judiciária, administrativa e de segurança do Estado.
*A Lei Complementar n. 94, de 04/04/2014, estabelece a política de re-
muneração da autoridade policial de que trata o art. 30 da Lei Complementar
n. 22 de 15/03/1994.
Art. 31. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000)
Art. 32. Agente da Autoridade é o policial encarregado da prática de atos
investigatórios ou coativos para prevenir ou reprimir infrações penais, bem
como das funções cartorárias, sob a direção da Autoridade Policial.
Art. 32-A. Técnico da Polícia Civil é o Papiloscopista Policial Civil, incum-
bido dos procedimentos técnicos de apoio à atividade-fim da Polícia Civil, no
âmbito de suas atribuições. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
Art. 33. Auxiliar Técnico de Polícia Civil é o servidor policial que exerce
tarefas auxiliares no campo técnico da Polícia Civil.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DAS CARREIRAS

Art. 34. São atribuições dos Delegados de Polícia Civil:


I – Dirigir, coordenar, supervisionar e fiscalizar as atividades administrati-
vas e operacionais do órgão ou unidade policial sob sua direção;
II – Cumprir e fazer cumprir, no âmbito de sua competência, as funções
institucionais da Polícia Civil;
III – Planejar, dirigir e coordenar, com base na estatística policial, as opera-
ções policiais no combate efetivo à criminalidade, na área de sua competência;
IV – Exercer poderes discricionários afetos à Polícia Civil que objetive pro-
teger os direitos inerentes à pessoa humana e resguardar a segurança pública;
V – Praticar todos os atos da polícia, na esfera de sua competência, visan-
do a diminuição da criminalidade e da violência;
VI – Zelar pelo cumprimento dos princípios e funções institucionais da Po-
lícia Civil; VII – Zelar pelos direitos e garantias constitucionais fundamentais;
VIII – Instaurar e presidir inquéritos policiais e outros procedimentos ad-
ministrativos no âmbito de sua competência, cabendo-lhe, privativamente, o
indiciamento decorrente do livre convencimento jurídico penal, fundamenta-
do no relatório conclusivo no Inquérito Policial;
*Este inciso é regulado pela Lei Federal n. 12.830, de 20/06/2013, a qual
dispõe sobra a investigação criminal conduzida pelo Delegado de Polícia.
IX – Promover diligências, requisitar informações, determinar exames peri-
ciais, remoções e documentos necessários à instrução do inquérito policial ou
outros procedimentos decorrentes das funções institucionais da Polícia Civil;
X – Manter o sigilo necessário à elucidação do fato e às investigações a
seu cargo.
I – exercer no campo pericial respectivo, a função policial-técnico-cientí-
fica de Polícia Judiciária, procedendo às perícias médico-legais, no vivo e no

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

morto, para determinação da ‘’causa-mortis’’ ou natureza de lesões, e a con-


sequente elaboração de laudos periciais, quando
II – realizar exames laboratoriais referentes à patologia, radiologia e ou-
tros necessários à
Art. 35. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000)
I – exercer, no campo pericial respectivo, a função policial técnico-científica
da Polícia Judiciária, procedendo às perícias odonto-legais e antropológicas,
no vivo e no morto, para complementação de perícias médicas e identificação
das pessoas e outros exames, e
Art. 36. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000)
I – Exercer, no campo pericial respectivo, a função técnico-científica de Po-
lícia Judiciária, para constatação da materialidade do fato, exames laborato-
riais e proceder a diligências necessárias à complementação dos respectivos
exames e consequente elaboração dos laudos periciais, quando
Art. 37. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000)
Art. 38. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000) Art. 39. São atribuições do Investigador de Polícia:
I – Proceder, mediante determinação da autoridade policial, às diligências
e investigações policiais com o fim de coletar elementos para a elucidação de
infrações penais ou administrativas para instrução dos respectivos procedi-
mentos legais;
II – Efetuar prisões em flagrantes ou mediante mandado (conduzir e es-
coltar presos); III – Cumprir mandados expedidos pela autoridade policial ou
judiciária competente; IV – Operar equipamento de comunicações;
V – Conduzir veículos automotores e outros meios de transporte, desde
que habilitado; (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)

637
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI  – Executar outras determinações emanadas da autoridade policial


ou chefia competente. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
VII – Efetuar registro de ocorrência policial, de forma concorrente com os
demais agentes da autoridade. (Redação dada pela Lei Complementar n. 105,
de 23/03/2016)
VIII – Confeccionar relatório de diligências relacionadas a atos de rotina
do procedimento da polícia judiciária. (Redação dada pela Lei Complementar
n. 105, de 23/03/2016)
IX  – Elaborar relatório de investigação, cuja finalidade consiste na des-
crição das informações obtidas no curso das diligências realizadas, visando a
elucidação da infração penal. (Redação dada pela Lei Complementar n. 105,
de 23/03/2016)
X – Acessar bancos de dados em geral e os específicos disponíveis a área
de segurança pública, através da rede mundial de computadores e outros
meios de consulta, objetivando subsidiar a persecução penal. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
Art. 40. São atribuições do Escrivão de Polícia:
I – Participar na formação de inquéritos policiais e procedimentos adminis-
trativos, sob a presidência da autoridade policial competente;
II – Expedir, mediante requerimento deferido pela autoridade policial com-
petente, certidões e translados;
III – Executar tarefas administrativas atinentes à atividade cartorária;
IV – Responder pela guarda de objetos apreendidos, dando-lhes desti-
nação legal, de acordo com a determinação da autoridade competente, bem
como a escrituração dos livros de registro prisional;
V – Manter o controle do inventário dos bens patrimoniais da Unidade Po-
licial, promovendo carga e baixa dos mesmos.
Art. 41. São atribuições do Papiloscopista Policial: (Redação dada pela Lei
Complementar n. 55, de 13/02/2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – Colher as impressões digitais, no vivo e no morto, para fins de identi-


ficação civil e criminal;
II – Proceder a perícias papiloscópicas e necropapiloscópicas, com elabo-
ração do respectivo laudo técnico; (Redação dada pela Lei Complementar n.
55, de 13/02/2006)
III  – Proceder a perícias iconográficas e retrato falado, com elaboração
do respectivo laudo técnico; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
Art. 42. São atribuições do Auxiliar Técnico de Polícia Civil:
I – Proceder, mediante determinação de seus superiores, ao auxílio téc-
nico necessário ao exercício das atividades investigatórias, administrativas e
periciais nos diversos órgãos da Polícia Civil.
Art. 43. São atribuições do Motorista Policial: (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Conduzir viaturas policiais, responsabilizando-se por sua guarda e con-
servação; e (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
II – Exercer atividades de transporte de policiais, inclusive prestando apoio
operacional. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 44. São atribuições do Agente de Remoção:
I – Proceder a todas as remoções de competência da Polícia Civil.
Art. 45. A função de Polícia Judiciária, sujeita o funcionário à prestação
de serviço com risco de vida, insalubridade, dedicação exclusiva, respeitadas
as garantias constitucionais e cumprimento de horário em regime de tempo
integral, realização de plantões noturnos e chamadas a qualquer hora do dia
ou da noite, inclusive nas dispensas de trabalho, bem como, a realização de
diligências policiais, em qualquer região do Estado ou fora dele, recebendo o
policial todas as gratificações e adicionais correspondentes à exigibilidade e
peculiaridade do exercício de sua função, conforme dispõe esta Lei.
Parágrafo único. O regime de dedicação exclusiva de que trata esta Lei im-
porta a vedação do exercício de qualquer outra atividade profissional pública

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ou privada, exceto a de magistério. (Redação dada pela Lei Complementar n.


55, de 13/02/2006)

TÍTULO IV
DO INGRESSO NAS CARREIRAS POLICIAIS

CAPÍTULO I
DO INGRESSO NAS CARREIRAS

Art. 46. O ingresso na Polícia Civil do Estado far-se-á mediante concurso


público de provas ou de provas e títulos, realizado pela Polícia Civil em con-
junto com a Secretaria Executiva de Estado de Administração (SEAD), em que
se apure dos candidatos qualificações e aptidões específicas para o desempe-
nho das atribuições do cargo a que concorre.
§1º Nas provas ou provas e títulos da primeira etapa do concurso pú-
blico, bem como nas disciplinas ministradas pela Academia de Polícia Civil/
IESP na segunda etapa, para o cargo de Delegado de Polícia, a nota mínima
para aprovação será sete. (Redação dada pela Lei Complementar n. 105, de
23/03/2016)
§ 2º Para os cargos de Investigador de Polícia, de Escrivão de Polícia e de
Papiloscopista, a nota mínima para aprovação será de seis em ambas as eta-
pas. (Redação dada pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
§3º A comissão de concurso será integrada por servidores da Polícia Civil e
da SEAD, sendo um deles Presidente, ficando facultada a participação de um
Procurador do Estado como membro. (Redação dada pela Lei Complementar
n. 105, de 23/03/2016)
Art. 47. São requisitos para participação nos concursos públicos da Polícia
Civil: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Nacionalidade brasileira;
II – O gozo dos direitos políticos;
III – Quitação com as obrigações militares e eleitorais;

640
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – Nível de escolaridade de bacharel em Direito, para Delegado de Polícia


Civil; curso superior de Farmácia, Engenharia, Ciências Contábeis, Processa-
mento de Dados, Economia, Química, Física, Educação Artística - Habilitação
em Desenho e Artes Plásticas, para Perito Criminal; Medicina, para Perito Mé-
dico-Legista; Odontologia, para Perito Odonto-Legista; segundo grau comple-
to, para Investigador, Escrivão, Papiloscopista e Auxiliar Técnico de
IV – Nível de escolaridade de Bacharel em Direito, para Delegado de Polí-
cia Civil; segundo grau completo, para Investigador, Escrivão, Papiloscopista
e Auxiliar Técnico de Polícia Civil; e
IV – nível de escolaridade de bacharel em direito para o cargo de Delega-
do de Polícia Civil; graduação de nível superior completo para os cargos de
Investigador de Polícia, Escrivão de
IV – Nível de escolaridade de bacharel em direito para o cargo de Delega-
do de Polícia Civil e nível superior completo para os cargos de Investigador de
Polícia, Escrivão de Polícia e Papiloscopista; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 105, de 23/03/2016)
V – Aptidão física e mental;
VI – Ter conduta pública e privada irrepreensível, não possuindo antece-
dentes criminais;
VII – Não ter sido demitido anteriormente da Polícia Civil, Polícia Federal,
Polícia Militar,
VII  – Ter reputação ilibada, comprovada por declaração firmada por
duas autoridades públicas. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
Parágrafo único. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o di-
reito de se inscreverem em concurso públicos para provimento de policiais
civis, cujas atribuições sejam compatíveis
§1º Às pessoas portadoras de necessidades especiais é assegurado o di-
reito de se inscreverem nos concursos públicos para provimento de cargos
da carreira policial civil, desde que as atribuições do cargo sejam compatíveis

641
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

com as deficiências de que são portadoras, às quais serão reservadas até 5%


(cinco por cento) das vagas oferecidas no concurso. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º Para o candidato ao cargo de Investigador de Polícia, exigir-se-á, no
ato da inscrição no concurso, a comprovação de que possui Carteira Nacional
de Habilitação para condução de veículos automotores. (Redação dada pela
Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§3º É vedado participar da Comissão de Concurso quem tiver, entre os
candidatos, cônjuge ou parente até o terceiro grau, por consanguinidade ou
afinidade. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 48. Os concursos públicos da Polícia Civil para provimento de cargos
policiais serão realizados em duas etapas, com suas respectivas subfases:
(Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Integram a primeira etapa dos concursos públicos as seguintes subfa-
ses: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
a) provas objetiva e/ou discursiva; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 105, de 23/03/2016)
b) peça processual, apenas para o cargo de Delegado de Polícia; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
c) prova de capacitação física; (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)
d) exames médicos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
e) exame psicológico, para aferição do perfil profissiográfico adequado ao
exercício das atividades inerentes ao cargo a que concorrer; e (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
f) investigação criminal e social, para aferição da conduta social irrepreen-
sível e da idoneidade moral compatível com a função policial; (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

642
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – Compõe a segunda etapa dos concursos a seguinte subfase: (Redação


dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
a) o curso de formação de Polícia Civil, ministrado pela Academia de Polí-
cia Civil, com carga horária mínima de 680 (seiscentas e oitenta) hora-aula,
distribuídas em aulas teóricas e práticas, bem como em estágios supervisio-
nados nos órgãos policiais. (Redação dada pela Lei Complementar n. 105, de
23/03/2016)
§1º As duas etapas dos concursos da Polícia serão eliminatórias e classifi-
catórias. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º O candidato somente prossegue para a fase seguinte do certame se
for aprovado na fase anterior. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)
§3º Concluída a primeira fase do concurso, observada a ordem de classi-
ficação dentro do número de vagas estipuladas no edital, o candidato apro-
vado será matriculado na Academia de Polícia Civil/IESP para submeter-se à
segunda etapa. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§4º Os candidatos não convocados para cursar a Academia de Polícia se-
rão eliminados do concurso. (Redação dada pela Lei Complementar n. 105,
de 23/03/2016)
§5º O candidato matriculado na Academia de Polícia para submeter-se à
segunda etapa do concurso não criará vínculo com o Estado. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
§6º A classificação final do candidato no concurso público será a resul-
tante da média geral das disciplinas do curso de formação ministrado pela
Academia de Polícia Civil do Estado. (Redação dada pela Lei Complementar n.
105, de 23/03/2016)
§7º A nota obtida no curso de formação, resultante da média geral das
disciplinas, será obedecida para efeito de lotação. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 105, de 23/03/2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 49. O candidato nomeado, de acordo com a ordem de classificação,


iniciará a carreira pelos Municípios do interior do Estado, nos termos defini-
dos no art.49-A desta Lei. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
Parágrafo único. O policial civil nomeado, em ato solene de posse perante
o Delegado Geral, prestará compromisso de desempenhar com retidão os de-
veres do cargo, observar os preceitos éticos e morais do policial civil, cumprir
os preceitos da Constituição, as leis e demais regulamentos internos da Polí-
cia Civil. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 49-A. As circunscrições da Polícia Civil do Estado serão classificadas
de acordo com a seguinte disposição: (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)
I – 1ª Circunscrição, para os municípios com população de até 33.000
(trinta e três mil) habitantes; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)
II – 2ª Circunscrição, para os municípios com população de 33.001 (trinta
e três mil e um) a
63.000 (sessenta e três mil) habitantes; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
III – 3ª Circunscrição, para os municípios com população acima de 63.001
(sessenta e três mil e um) habitantes; e (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
IV – 4ª Circunscrição, para os municípios de Belém e os localizados na
sua região metropolitana. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§1º A divisão dos municípios em circunscrições objetiva a organização
administrativa e hierárquica da Polícia Civil. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§2º À medida que houver alteração do número populacional dos municí-


pios do Estado, estes passarão a integrar nova circunscrição, ficando o Con-
selho Superior da Polícia Civil autorizado a proceder à sua reclassificação por
meio de resolução, de acordo com a presente Lei. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§3º A substituição de policiais em suas funções poderá ocorrer dentro ou
fora da própria circunscrição onde esteja lotado, limitada a quatro. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§4º A atribuição para designar a substituição cumulativa de policiais en-
tre circunscrições será exclusiva do Delegado Geral da Polícia Civil. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 50. Com a nomeação e posse, o policial civil entrará em período de
estágio probatório por três anos, durante os quais serão apuradas as condi-
ções de permanência na carreira através da avaliação criteriosa de seu traba-
lho e conduta pessoal, observando-se os seguintes requisitos:
I – Assiduidade; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004) II – Disciplina; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
III – Capacidade de iniciativa; (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004) IV – Produtividade; e (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
V – Responsabilidade. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
Parágrafo único. O servidor policial em estágio probatório não poderá ser
cedido para outro Poder ou órgão da Administração Pública. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 51. A apuração e o julgamento dos requisitos previstos no artigo an-
terior serão regulamentados através de Decreto.
Art. 52. Após o encerramento do estágio probatório o policial civil, se
aprovado, adquire estabilidade no serviço público.

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CAPÍTULO III
DA PROMOÇÃO

Art. 53. Decreto Governamental regulará o processo de promoção, ob-


servados os critérios alternados de antiguidade e merecimento e o interstício
de dois anos.
§1º A Comissão Permanente de Promoção (COPEP) é competente para
proceder às promoções anuais da Instituição, a qual será integrada por três
membros designados pelo Delegado Geral, sendo seu presidente um Delega-
do de Polícia de carreira da última classe e outro da classe “C”, que não esteja
concorrendo à promoção. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§2º O terceiro membro poderá ser de outras categorias integrantes da
carreira policial, que não esteja concorrendo à promoção. (Redação dada pela
Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§3º As promoções ocorrerão anualmente no mês de abril e serão publica-
das em 21 de abril no Diário Oficial do Estado. (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 114, de 27/04/2017)
Art. 54. Somente poderá ser promovido por merecimento o candidato
que estiver no exercício efetivo do cargo ou função de natureza estritamente
policial civil.
§1º Não poderá ser promovido o policial civil que tenha sido punido pe-
nal ou disciplinarmente, nos doze meses anteriores à data de instauração do
processo de promoção; (Redação dada pela Lei Complementar n. 105, de
23/03/2016)
§2º Não poderá concorrer à promoção, o policial que estiver preso caute-
larmente, ou em virtude de sentença penal condenatória; (Redação dada pela
Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
§3º Será submetido ao processo de promoção, em igualdade de condições
com os demais, o policial que vier a falecer ou se aposentar, desde que não

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tenha sido efetivada a promoção a que tinha direito anteriormente; (Redação


dada pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
§4º A promoção à última classe do policial civil far-se-á através da realiza-
ção de curso específico, sem caráter eliminatório, sendo para os Delegados, o
Curso Superior de Polícia de instituição oficial do país ou estrangeira; (Reda-
ção dada pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016)
§5º Será submetido ao processo de promoção, em igualdade de condições
com os demais, o policial que vier a falecer, desde que não tenha sido efeti-
vada a promoção a que tinha direito anteriormente; (Redação dada pela Lei
Complementar n. 114, de 27/04/2017)
Art. 54-A. A promoção por ato de bravura é aquela conferida ao policial
civil pela conduta que resultar na prática de ato não comum de coragem ou
audácia, que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever
funcional, representem feitos úteis à sociedade na manutenção da segurança
pública, pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emana-
dos. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º O ato de bravura, caracterizado nos termos do caput deste artigo,
determinará a promoção do policial, mesmo que do ato praticado tenha resul-
tado sua morte ou invalidez permanente, independentemente da existência
de vaga no processo de progressão funcional. (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º Para os fins de caracterizar o ato de bravura, o Delegado Geral deter-
minará a instauração de processo administrativo com prazo de quinze dias
para conclusão, no qual se arrolará todas as provas colhidas da prática do
citado ato e, ao final, fará relatório conclusivo, remetendo o feito ao Conselho
Superior da Polícia Civil para apreciação e julgamento. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 55. A ascensão, transposição, progressão ou promoção só ocorrerá
dentro da própria carreira funcional, sendo vedado o ingresso em carreira di-
versa, a não ser mediante concurso público.

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CAPÍTULO IV
DA REMOÇÃO

Art. 56. O policial civil: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de


10/08/2004)
I – Poderá ser removido ex-officio, no interesse do serviço policial, desde
que dentro da mesma circunscrição correspondente à sua classe; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
II – Poderá ser removido a pedido, desde que dentro da mesma circuns-
crição correspondente à sua classe; (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)
III – Poderá ser removido por conveniência disciplinar, devidamente fun-
damentada, desde que dentro da mesma circunscrição correspondente à sua
classe; e (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
IV – Deverá ser removido para município de circunscrição imediatamente
superior, quando for promovido de classe. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
§1º A remoção motivada por conveniência disciplinar ou a pedido excluirá
o direito ao pagamento da ajuda de custo. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
§2º Quando a remoção gerar ajuda de custo, o servidor somente poderá
ser removido para outro órgão policial após doze meses de efetivo exercício na
lotação atual. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

CAPÍTULO V
DA APOSENTADORIA, PROVENTOS E PENSÕES

Art. 57. O policial civil será aposentado com vencimentos integrais e de-


mais vantagens do cargo:

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I – Por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decor-


rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, conta-
giosa ou incurável, especificados em lei, e proporcionais nos demais casos;
II – Compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com proventos proporcio-
nais ao tempo de serviço; III – Voluntariamente, com proventos integrais:
a) após trinta anos de serviço, se mulher;
b) após 35 anos de serviço, se homem.
§1º Computar-se à em dobro, para efeito de aposentadoria, o pedido de
licença prêmio por assiduidade e férias não gozadas pelo policial civil;
§2º Computar-se à, para todos os efeitos legais, como período de efetivo
exercício policial, o tempo em que o policial serviu em organização congênere
de outro Estado da Federação ou esteve em curso de natureza estritamente
policial, no Brasil ou no estrangeiro;
§3º Os proventos da aposentadoria do policial civil serão revistos na mes-
ma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração
dos policiais em atividade, sendo também estendidos aos inativos, quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos, inclusive decorrentes da
transformação ou reclassificação de cargos ou funções em que se deu a apo-
sentadoria, na forma da lei;
§4º A pensão por morte do policial civil, em atividade ou aposentado, cor-
responderá a totalidade dos vencimentos ou proventos do policial falecido,
sendo devida aos beneficiários conforme estabelecido em lei, observando o
constante no parágrafo anterior.
Art. 58. Aos policiais civis fica assegurado o direito de não comparecer ao
trabalho a partir do nonagésimo primeiro dia subsequente ao do protocolo do
requerimento de aposentadoria, sem prejuízo da percepção de sua remune-
ração, caso não sejam antes cientificados do indeferimento, na forma da lei.

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CAPÍTULO VI
DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS

Art. 59. Decorridos dois anos de efetivo exercício, o policial civil somente


perderá o cargo: I – Se condenado à perda de função resultante de sentença
transitada em julgado;
II – Em virtude de processo administrativo que lhe seja assegurada ampla
defesa.
Art. 60. Além das garantias asseguradas pela Constituição da República,
o policial civil gozará das seguintes prerrogativas:
I – Receber tratamento compatível com o nível de cargo desempenhado;
II – Prioridade em todos os serviços de transportes e comunicações públi-
cas e privadas, quando a urgência do serviço exigir;
III – Exercício privativo dos cargos e funções da organização policial civil,
observada a hierarquia;
IV – Irredutibilidade de vencimentos.
Parágrafo único. Quando no curso de investigação houver indícios de in-
fração penal atribuída a policial civil, a autoridade policial remeterá, imedia-
tamente, cópia do procedimento ao Corregedor Geral de Polícia.

CAPÍTULO VII
DOS DIREITOS, VENCIMENTOS, GRATIFICAÇÕES E VANTAGENS

SEÇÃO I
DOS DIREITOS

Art. 61. São direitos dos policiais civis, além dos atribuídos aos servidores
públicos no artigo 39 e §§ 1º e 2º da Constituição Federal e artigo 30 e 31 da
Constituição Estadual, os seguintes:

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Delegado

I – Vencimentos compatíveis com a importância e complexidade da ativi-


dade policial, cujo exercício, reconhecidamente perigoso, penoso e insalubre
é necessário à defesa do Estado e do povo;
II – Translado ou remoção quando falecido, ferido ou acidentado em servi-
ço com garantia de assistência médica necessária e condigna custeadas pela
instituição policial;
III – Custeio de sepultamento, quando morto em serviço; IV – Uso das
designações hierárquicas;
V – Garantia de uso do título, em toda a sua plenitude com vantagens, prer-
rogativas e deveres a ele inerentes, quando se tratar de Autoridade Policial;
VI – Matrícula, em estabelecimento público de ensino, na cidade ou região
administrativa em que esteja lotado ou residindo, para seus dependentes, em
qualquer fase do ano letivo, independente de vaga;
VII – Afastamento do serviço até oito dias consecutivos por motivo de
casamento, nascimento dos filhos ou falecimento do cônjuge, ascendente ou
descendente;
VIII – Licenças, segundo dispuser a lei;
IX – Promoção por ‘’ato de bravura’’ ou mesmo ‘’post mortem’’, indepen-
dente de vaga;
X – Ter ingresso e trânsito livre, em razão do serviço policial, em qualquer
recinto público ou privado, respeitada a garantia constitucional de inviolabili-
dade de domicílio;
XI – Medalhas do “Mérito Policial Civil” e “Evanovich de Investigação Poli-
cial” e outras honrarias, conforme dispuser a regulamentação; (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XII – O exercício do cargo de Professor, nos termos do art. 37, inciso XVI,
alínea “b”, da Constituição Federal, desde que haja compatibilidade de horá-
rio. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
XIII – Gratificação de localidade especial; e (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 46, de 10/08/2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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*O Decreto n. 2.691 de 20 /12/2006 regulamenta o inciso XIII.


XIV – Elogio. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º – O policial civil, tem direito à identidade policial e porte livre de arma.
§2º – Elogio, para efeito desta Lei, é a menção, pessoal ou coletiva, por
ato meritório que traduza dedicação no cumprimento do dever funcional ou
pela execução de serviços relevantes para a coletividade que mereçam ser
enaltecidos. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§3º – O elogio será formalizado por portaria do Delegado Geral, que cons-
tará dos assentamentos funcionais. (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)
§4º – Fica instituída, na Polícia Civil do Estado do Pará a Gratificação por
Plantão, destinada a gratificar policiais que exercem suas atividades na área
operacional. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
§5º – Regime de Plantão, para efeito do disposto no parágrafo anterior, é
o cumprido por policial civil fora do seu horário normal de trabalho, em unida-
des policiais cujo plantão seja indispensável, nos termos, condições e limites
fixados em regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
*O Decreto n. 2.395, de 23/08/2006 regulamenta os §§ 4º e 5º, dispondo
sobre a Gratificação de Plantão.
Art. 62. O policial civil poderá afastar-se do exercício do cargo, sem pre-
juízo de seus vencimentos e demais vantagens, nos seguintes casos:
I – Para concorrer a cargo eletivo;
II – Para participar de curso, congresso ou seminário, no País ou no exte-
rior com prévia autorização da autoridade competente.
Art. 63. Os Delegados de Polícia Civil gozam de autonomia e independên-
cia no exercício das funções de seu cargo.
Art. 64. Os Delegados de Polícia gozam do mesmo tratamento distinguido
às demais carreiras jurídicas do Estado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 64-A. Aos Delegados de Polícia será exigido ouso de traje forense, e


para os demais integrantes da carreira policial, o traje será definido mediante
decisão do Conselho Superior da Polícia Civil. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)

Seção II
DOS VENCIMENTOS DOS POLICIAIS CIVIS

Art. 65. O vencimento básico do delegado de Polícia Civil será fixado com


diferença não superior a 5% (cinco por cento) de um a classe para outra de
carreira, correspondendo a de maior nível ao vencimento do Procurador do
Estado de último nível, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
relativas à natureza e ao local de trabalho.
Art. 66. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000)
Art. 67. O vencimento básico do policial civil, com nível de escolaridade
de segundo grau, será fixado com diferença não superior a 5% (cinco por
cento) de uma classe para outra de carreira, correspondendo o de maior nível
a 65% (sessenta e cinco por cento), do vencimento básico do Delegado de
Polícia Civil, classe inicial, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
relativas à natureza e ao local de trabalho.
Art. 68. O vencimento básico do policial civil, com nível de escolaridade
de primeiro grau, será fixado com diferença não superior a 5% (cinco por
cento) de uma classe para outra de carreira, correspondendo a de maior nível
a 50% (cinquenta por cento) do vencimento básico do Delegado de Polícia Ci-
vil, classe inicial, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas
à natureza e ao local de trabalho.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
DAS GRATIFICAÇÕES

Art. 69. O policial civil terá as seguintes gratificações, com respectivos


percentuais: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Gratificação de Risco de Vida - entre 70% (setenta por cento) e 100%
(cem por cento); (Redação dada pela Lei Complementar n. 80, de 04/04/2012)
II – Gratificação de Dedicação Exclusiva - 70% (setenta por cento); (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
III – Gratificação de Tempo Integral - 70% (setenta por cento); (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
IV – IV – Gratificação de Polícia Judiciária - entre 70% (setenta por cento)
e 100% (cem por cento). (Redação dada pela Lei Complementar n. 80, de
04/04/2012)
V – Gratificação de Desempenho - de 20 a 100 % (de vinte a cem por cen-
to). (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º O policial que exerce suas funções em unidades operacionais, especi-
ficamente na atividade- fim, quando for removido para exercer suas funções
na atividade-meio ou quando for cedido ou colocado à disposição de outro
órgão público ou Poder, terá os percentuais das Gratificações de Polícia Judi-
ciária e Risco de Vida reduzidos, nos termos estipulados no regulamento da
matéria. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º Os percentuais fixados neste artigo incidirão sobre o vencimento bá-
sico do respectivo cargo. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§3º Decreto governamental estabelecerá os percentuais de cada gratifica-
ção. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

SEÇÃO IV
DAS VANTAGENS

Art. 70. O policial civil além das gratificações policiais, terá as seguintes


vantagens: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – Diária;
II – Ajuda de custo para despesa de transporte e mudança;
III – Representação de magistério, para os professores efetivos da Acade-
mia de Polícia Civil, conforme a carreira de Professor de Ensino Policial;
IV – Seguro de acidente de trabalho;
V  – Adicional de curso de extensão ou pós-graduação, na área jurídica
ou policial, com importância para o aprimoramento da atividade policial civil,
obedecidos os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei Complementar n.
114, de 27/04/2017)
a) 5% (cinco por cento) do vencimento básico, para cursos de extensão
com carga horária mínima de 180 (cento e oitenta) horas-aula; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
b) 10% (dez por cento) do vencimento básico, para cursos de especiali-
zação ou aperfeiçoamento com carga horária mínima de 360 (trezentos e
sessenta) horas-aula; e (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
c) 15% (quinze por cento) do vencimento básico, para cursos de mestrado
com carga horária mínima de 420 (quatrocentos e vinte) horas-aula ou dou-
torado; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
VI – Pelo exercício de função de chefia, direção e assessoramento; VII –
Auxílio funeral;
VIII – Salário família;
IX  – Adicional por tempo de serviço será devido por triênio de efetivo
exercício, até o máximo de 12 (doze), que serão calculados sobre a remune-
ração do cargo, nas seguintes proporções:
a) aos três anos, 5%;

655
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) aos seis anos, 5% - 10%;


c) aos nove anos, 5% - 15%;
d) aos doze anos, 5% - 20%;
e) aos quinze anos, 5% - 25%
f) aos dezoito anos, 5%, - 30%
g) aos vinte e um anos, 5% - 35%;
h) aos vinte e quatro anos, 5% - 40%
i) aos vinte e sete anos, 5% - 45%;
j) aos trinta anos, 5% - 50%;
k) aos trinta e três anos, 5% - 55%;
l) aos trinta e quatro anos, 5% - 60%.
X – Isenção tarifária nos transportes coletivos rodoviários, ferroviários e
aquaviários, municipais ou intermunicipais, quando em serviço conforme ga-
rantia constitucional;
XI – Isenção tarifária para obtenção de Carteira Nacional de Habilitação.
§1º O adicional de curso de extensão ou pós-graduação não poderá ultra-
passar a 30% (trinta por cento) do vencimento básico do servidor. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§2º (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 44, de
23/01/2003)
§3º (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 44, de
23/01/2003)
§4º É facultado ao policial civil, investido em cargo em comissão, optar
pelos vencimentos do cargo de origem, acrescido de 80% (oitenta por cento)
da remuneração do cargo em comissão, a título de representação;
§5º As diárias e ajudas de custo são pagas antecipadamente;
§6º Para efeito desta Lei, considera-se curso de extensão aquele minis-
trado com o objetivo de aprofundamento de conhecimentos em nível profis-
sionalizante de ensino médio ou superior, nas áreas policial ou jurídica, de

656
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

interesse da Instituição. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de


10/08/2004)
§7º Fica assegurado ao policial civil o atendimento emergencial em hos-
pitais da rede particular mais próxima do local da ocorrência do acidente em
serviço, até a estabilização do seu quadro clínico, na ausência de hospitais das
redes estadual e municipal ou de hospitais conveniados ao Sistema Único de
Saúde – SUS. (Redação dada pela Lei Complementar n. 87, de 24/07/2013)
§8º As despesas decorrentes do atendimento emergencial tratado no §7º
deste artigo serão pagas pela Polícia Civil para o hospital da rede particular,
após a apresentação de Nota Fiscal onde conste a discriminação do gasto
efetuado durante a internação no referido nosocômio. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 87, de 24/07/2013)

TÍTULO V
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DOS DEVERES E PROIBIÇÕES

SEÇÃO I
DOS DEVERES

Art. 71. São deveres funcionais do policial civil:


I – Ser leal e fiel aos superiores interesses do Estado e da Instituição Po-
licial Civil, dedicando-se inteiramente ao serviço policial, respeitando as Leis,
Autoridades, Instituições constituídas e ao Povo;
II – Obedecer às ordens legais de superiores hierárquicos e promover a
sua fiel execução; III – Desempenhar as funções específicas com zelo, pres-
teza, eficiência e probidade;
IV – Zelar pela valorização da função policial e pelo respeito aos direitos
do cidadão e da dignidade da pessoa humana;

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Delegado

V  – Proceder na vida pública e particular de modo a dignificar a função


policial;
VI – Adotar providências cabíveis em face das irregularidades de que te-
nha conhecimento no serviço ou em razão dele;
VII – Guardar sigilo sobre assuntos da administração a que tenha acesso
ou conhecimento, em razão do cargo ou da função;
VIII – Observar os princípios institucionais da Polícia Civil;
IX – Agir com serenidade, prudência, urbanidade e energia na execução
das atividades policiais civis;
X  – Zelar pela economia e conservação dos bens do Estado, sobretudo
daqueles cuja guarda ou utilização lhe foi confiada;
XI – Cultivar o aprimoramento técnico-profissional;
XII – O policial civil, mesmo de folga, ao flagrar ou tomar conhecimento de
qualquer ilícito penal, deverá tomar todas as medidas legais cabíveis;
XIII – Zelar pelos direitos e garantias fundamentais constitucionais; XIV
– Proteger vidas e bens;
XV – Não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais possam in-
fluir em suas decisões; XVI – Ser inflexível, porém, justo, no tratamento com
os delinquentes.
Parágrafo único. O Policial Civil que participar de greve, reunião ou movi-
mento de cunho reivindicatório da categoria policial não poderá usar arma.
(Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)

SEÇÃO II
DAS PROIBIÇÕES

Art. 72. Aos Delegados de Polícia, aplicam-se vedações previstas no arti-


go 181, item II da Constituição Estadual.
Art. 73. Ao policial civil é vedado:

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Delegado

I – Acumular cargo público, ressalvadas as hipóteses previstas consti-


tucionalmente; II – Participar da gerência ou administração de empresa de
qualquer natureza.

CAPÍTULO III
DAS TRANSGRESSÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES

Seção I
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Art. 74. São transgressões disciplinares:


I – Faltar ao serviço de forma contínua ou alternadamente, ou chegar
atrasado a qualquer ato de serviço que deva tomar parte ou assistir;
II – Deixar de saldar dívidas legítimas injustificadamente; (Redação dada
pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
III – Deixar de pagar com regularidade as pensões a que esteja obrigado
em virtude de decisão judicial;
IV – Permutar o serviço sem expressa autorização da autoridade competente;
V – Indicar ou insinuar nomes de advogados para assistir a pessoa que se
encontra envolvida em procedimento policial ou judicial;
VI – Ausentar-se do serviço, do local de trabalho ou abandonar o plantão
sem autorização superior; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
VII – Agir no exercício da função com imperícia, imprudência, ou negligên-
cia ou de forma arbitrária;
VIII – Afastar-se do município onde exerce suas atividades, sem expressa
autorização da Diretoria de Polícia, a que estiver subordinado;
IX – Usar indevidamente os bens da Polícia Civil ou a ela confiados, sob
guarda ou não do servidor;
X – Interpor ou traficar influência alheia para solicitar acesso, promoções,
transferências ou comissionamento;

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Delegado

XI – Entregar-se à prática de jogos proibidos, vício de embriaguez ou de


atos públicos reprováveis;
XII – Comparecer embriagado ou ingerir bebida alcoólica em serviço;
XIII – Valer-se do cargo com o fim de obter proveito de qualquer natureza
para si ou para outrem;
XIV – Veicular por qualquer modo, notícias sobre serviço ou procedimento
policial realizado ou em realização pela Polícia Civil, sem autorização de su-
perior hierárquico;
XV – Permitir, à pessoa recolhida sob custódia, conservar quaisquer obje-
tos capazes de constituir perigo, causar lesão ou danificar as instalações ou
facilitar a fuga;
XVI – Servir de intermédio entre pessoas e terceiros para fins incompatí-
veis com o serviço policial. Conversar ou deixar terceiros conversarem com
o preso, sem que para isso esteja autorizado por sua função ou autoridade
competente;
XVII  – Protelar ou dificultar, injustificadamente, por atos ou omissões, o
andamento de papéis, deixando de concluir nos prazos legais, inquéritos, pres-
tação de informações, apuração administrativa interna, processos administra-
tivos, realizações de diligências ou cumprimento de determinação judicial;
XVIII – Simular doença, para esquivar-se do cumprimento do dever;
XIX – Recusar-se ou esquivar-se de atender ocorrências passíveis de in-
tervenção policial que presencie ou tome conhecimento, bem como portar-se
de modo incompatível com as funções de policial, mesmo estando de folga;
(Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
XX – Negligenciar ou omitir-se na guarda do preso, maltratá-lo ou usar
de violência desnecessária no exercício da função policial, ou extraviar ou dar
ensejo ao extravio de pertences do preso;
XXI – Praticar usura em qualquer de suas formas; XXII – Formular de má
fé, queixa ou representação;

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Delegado

XXIII – Fazer uso indevido de documento funcional, arma, algemas, uni-


formes ou outros bens da Instituição ou cedê-los a terceiro, a qualquer título;
(Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
XXIV – Emitir opiniões ou conceitos depreciativos a superiores hierárqui-
cos, autoridades constituídas brasileiras ou de nações que mantenham ou não
relações diplomáticas com o Brasil;
XXV – Receber propina, comissões ou auferir vantagens e proveitos pesso-
ais de qualquer espécie e sob qualquer pretexto, em razão de função ou cargo
que exerça ou tenha exercido, aplicar irregularmente o dinheiro público;
XXVI – Permitir a pessoas estranhas à instituição Policial, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de encargos que lhe competir ou a seus su-
bordinados, ou ainda, dar, ceder a insígnia ou Carteira Funcional;
XXVII – Manter relação de amizade ou exibir-se em público habitualmente
com pessoas de má reputação, frequentando sem razão de serviço, lugares
incompatíveis com o decoro e a condição policial;
XXVIII – Deixar de apresentar-se, sem motivo justificado:
a) ao setor, serviço, divisão ou departamento para onde tenha sido trans-
ferido;
b) ao final das férias, licença ou dispensa do serviço;
XXIX – Entregar sua arma de serviço, à pessoa não credenciada, sem au-
torização superior, ou deixá-la em lugar, onde terceiros possam utilizar;
XXX – Manusear ou disparar, de forma culposa ou dolosa, arma de fogo
da qual tenha a posse; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
XXXI – Participar de greve, reunião ou movimento de cunho reivindicatório
da categoria policial civil, com violação das normas legais que regulamentam
esse direito, inclusive o previsto no art. 71, parágrafo único, desta Lei; (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)

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Delegado

XXXII – Deixar de atender, imediatamente, à convocação de Autoridade


Policial superior, bem como, deixar de prestar informações solicitadas e jul-
gadas necessárias;
XXXIII – Introduzir bebidas alcoólicas ou entorpecentes na repartição, sal-
vo quando apreendidas no exercício da função policial;
XXXIV – XXXIV – Praticar infração penal que, por sua natureza, incompa-
tibiliza o policial com o exercício da função; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
XXXV – Praticar ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa física ou
jurídica, com abuso ou desvio de poder; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 46, de 10/08/2004)
XXXVI – Lançar em livros ou em ficha ocorrência, queixas, reivindicações
ou quaisquer outras matérias estranhas à finalidade deles;
XXXVII – Publicar sem ordem expressa da autoridade competente docu-
mentos oficiais, embora não reservado ou ensejar a divulgação de seu conte-
údo no todo ou em parte;
XXXVIII  – Praticar ato de incontinência pública e conduta escandalo-
sa na repartição pública; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
XXXIX – Incorrer em procedimento irregular de natureza grave; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XL – Faltar à verdade no exercício de suas funções; (Redação dada pela
Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XLI – Agir de forma desidiosa no desempenho de suas funções; (Redação
dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XLII – Faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar, com
antecedência, à autoridade a que estiver subordinado, a impossibilidade de
comparecer à repartição, salvo motivo justo; (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)

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Delegado

XLIII – Dirigir-se ou referir-se a superior hierárquico ou a subordinado


de modo desrespeitoso; (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
XLIV – Negligenciar na guarda de objeto pertencente à Polícia Civil e que,
em decorrência das atribuições do cargo, lhe tenha sido confiado, possibili-
tando que se danifique ou extravie; (Redação dada pela Lei Complementar n.
46, de 10/08/2004)
XLV – Dar causa, intencionalmente, ao extravio ou danificação de objetos
pertencentes à Polícia Civil; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
XLVI – Desviar servidor público para atendimento a interesses particula-
res; e (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XLVII – Exercer outra atividade profissional fora dos casos permitidos por
lei, ou vincular o seu nome a empreendimento ou atividade de cunho ilegal
ou duvidoso. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

Seção II
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 75 – O policial civil responde civil, penal e administrativamente pelo


exercício irregular de suas atribuições.
Art. 76 – São penalidades disciplinares:
I – Repreensão;
II – Suspensão;
III – Demissão;
IV – Cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
Art. 77 – Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço
público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes fun-
cionais, observando-se o princípio da ampla defesa.

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Delegado

Art. 78. A pena de repreensão será aplicada, por escrito, nos casos de


transgressões disciplinares leves que não justifiquem imposição de penalida-
de mais grave. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 79. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas
punidas com repreensão e de violação das demais proibições que não tipifi-
quem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
(noventa) dias.
§1º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspen-
são poderá ser convertida em multa de 50% (cinquenta por cento) no dia do
vencimento ou remuneração, ficando o policial obrigado a permanecer em
serviço.
§2º Nos casos de reincidência em que se configurar a deliberada vontade
de incorrer na prática irregular, a aplicação da pena de suspensão se dará de
forma progressiva até o dobro da última punição da mesma espécie.
Art. 80. As penalidades de repreensão e de suspensão terão seus regis-
tros cancelados, após o decurso de 03 (três) e 05 (cinco) anos de efetivo
exercício, respectivamente, se o policial não houver nesse período, praticado
nova infração disciplinar.
§1º O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos de cará-
ter pecuniário, não produzirá consequências nas promoções atrasadas, nem
influenciará na contagem do tempo de contribuição para efeito de aposen-
tadoria ou disponibilidade. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§2º São causas de justificação de penalidade:
a) motivo de força maior, devidamente comprovado;
b) caso fortuito;
c) ter sido a transgressão cometida na prática de ação meritória no inte-
resse do serviço, da ordem ou da segurança pública;

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d) ter a transgressão cometida em legítima defesa própria ou de terceiros,


em obediência a ordem superior hierárquica, no estrito cumprimento do de-
ver legal, ou quando pelas circunstâncias não for exigível outra conduta;
§3º São circunstâncias atenuantes:
a) a boa conduta funcional;
b) serviços relevantes prestados;
c) ter sido a transgressão cometida para evitar mal maior;
§4º São circunstâncias agravantes:
a) má conduta funcional;
b) prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
c) reincidência;
d) ter praticado a transgressão em conluio com duas ou mais pessoas,
durante a execução do serviço, em presença de subordinado ou em público;
e) ter sido praticada a transgressão com premeditação ou com abuso de
autoridade hierárquica ou funcional.
Art. 81. A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos: (Redação
dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
I – Crime contra a Administração Pública; II – Abandono de cargo;
III – Inassiduidade habitual;
IV – Improbidade administrativa;
V – Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI – Pro-
cedimento irregular de natureza grave;
VII – ofensa física ou moral, no exercício do cargo, a superior hierárquico,
servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
VIII – Aplicação irregular do dinheiro público;
IX – Revelação ou divulgação de segredo adquirido em razão do cargo ou
quebra do sigilo de peças do inquérito policial ou procedimentos administrati-
vos; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

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X – Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio público; XI –


Corrupção;
XII  – Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, ex-
ceto nas hipóteses legais; (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
XIII – Transgressão prevista nos incisos IX, XIII, XV, XVI, XIX, XX, XXV,
XXVI, XXXIV, XXXV, XXXIX, XLIII e XLV, todos do art. 74 da presente Lei. (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
XIV – Uso de arma quando estiver participando de greve, reuniões ou mo-
vimento de cunho reivindicatório da categoria policial. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 55, de 13/02/2006)
Art. 82. Verificada em processo disciplinar acumulação proibida provada
a boa fé, o policial optará por um dos cargos.
§1º Provada a má fé, perderá também o cargo que exercia há mais tempo
e restituirá o que tiver percebido indevidamente.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sendo um dos cargos, emprego ou
função exercida em outro órgão ou entidade, a demissão lhe será comunicada.
Art. 83. A demissão nos casos dos incisos IV, VIII, X, XI do artigo 81 im-
plica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário sem prejuízo da
ação penal cabível.
Art. 84. A demissão por infringência do Artigo 81, Incisos III, VII, incom-
patibiliza o ex-policial para nova investidura em cargo de policial civil pelo
prazo de cinco (05) anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço na Polícia Civil, o ex po-
licial demitido por infringência do art. 81, incisos I, II, IV, V, VI, VIII, IX, X,
XI,XII e XIII.
Art. 85. Configura abandono de cargo a ausência intencional ao serviço
por mais de trinta dias consecutivos.

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Delegado

Art. 86. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem


causa justificada, por sessenta dias, intercaladamente, durante o período de
12 meses.
Art. 87. Em função da gravidade da falta, a demissão, que se chamará
qualificada, poderá ser aplicada com a Cláusula ‘’a bem do serviço público’’, a
qual constará, sempre dos atos de demissão verificados nos casos previstos
nos incisos I, IV, V, VIII, X e XI do artigo 81.
§1º Quando o policial civil for demitido do cargo, solicitar exoneração
ou aposentar-se, deverá proceder à imediata devolução de sua carteira de
identidade funcional, arma de fogo cautelada e outros objetos pertencentes
ao patrimônio do Estado. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§2º O setor competente da Polícia Civil providenciará a permuta da cartei-
ra funcional do policial aposentado, na qual constará, no anverso, a inscrição
“POLICIAL APOSENTADO”. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
Art. 88. No âmbito da Polícia Civil, são autoridades competentes para apli-
car penalidades: (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
I – o Governador do Estado, nos casos de demissão ou suspensão acima de
sessenta dias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
II – o Delegado-Geral da Policia Civil, nos casos de repreensão ou sus-
pensão até sessenta dias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
III – o Corregedor-Geral da Policia Civil, nos casos de repreensão ou
suspensão até trinta dias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de
13/02/2006)
IV – os Coordenadores do Interior e da Região Metropolitana, nos casos
de repreensão ou suspensão até quinze dias. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 55, de 13/02/2006)

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CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA INTERNA E DO PROCESSO AD-
MINISTRATIVO

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 89. O policial Civil que tiver conhecimento de irregularidade praticada


por servidor da Instituição será obrigado a comunicar o fato, imediatamente,
à Corregedoria Geral da Polícia Civil. (Redação dada pela Lei Complementar
n. 46, de 10/08/2004)
Art. 90. Da apuração administrativa interna poderá resultar:
I – Arquivamento;
II – aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão até sessenta
dias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
III – instauração de processo administrativo disciplinar. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
Parágrafo único. O prazo para conclusão da apuração administrativa in-
terna não excederá a trinta dias, prorrogável por igual período a critério da
autoridade que houver determinado sua instauração.
Art. 91. Sempre que o ilícito praticado pelo policial civil ensejar, em tese,
a imposição de penalidade de suspensão por mais de trinta dias e de demis-
são, será obrigatória a instauração direta de processo administrativo discipli-
nar. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

Seção II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 92. O Corregedor Geral da Polícia Civil, mediante indícios de que o


servidor acusado da prática de infração disciplinar ou penal tenha influencia-
do ou tentado influenciar nos rumos da investigação do processo administra-

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Delegado

tivo disciplinar ou do inquérito policial, poderá determinar o afastamento do


acusado ou indiciado do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias,
podendo haver uma prorrogação por igual período e sem prejuízo da remune-
ração. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Parágrafo único. O Corregedor Geral da Polícia, excepcionalmente e após
análise do caso concreto, mediante despacho fundamentado, poderá determi-
nar ao afastado que proceda à imediata entrega da identidade funcional, da
arma de fogo e de outros objetos cautelados ao servidor. (Redação dada pela
Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)

Seção III
DO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 93. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar res-


ponsabilidade do policial civil por infração praticada no exercício de suas atri-
buições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encon-
tre investido.
Art. 94. O processo disciplinar será conduzido por comissão de três poli-
ciais civis estáveis no cargo, designados pela autoridade competente, e pre-
sidida por um Delegado de Polícia, sendo o seu presidente de classe igual
ou superior ao do acusado. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
§1º Quando o acusado for Delegado de Polícia, os integrantes da comissão
processante serão, obrigatoriamente, da mesma categoria. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
§2º São instituídas quatro Comissões Permanentes de Processo Adminis-
trativo Disciplinar (CPPAD), as quais serão coordenadas pelo Corregedor-Geral
da Polícia Civil. (Redação dada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006)
Art. 95. A comissão exercerá suas atividades com independência e impar-
cialidade, assegurado o sigilo necessário para elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§1º As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.


§2º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus
trabalhos, ficando os seus membros dispensados do ponto até a entrega do
relatório final.
Art. 96. A contagem do prazo de conclusão do processo administrativo
disciplinar iniciará no dia da publicação da portaria instauradora no Diário
Oficial do Estado e seu prazo de duração será de sessenta dias, podendo ser
prorrogado, por igual período, uma única vez, por ato da autoridade instaura-
dora. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 97. Ultimada a fase da instrução, o indiciado será citado para apre-
sentar defesa escrita no prazo de dez dias, sendo-lhe facultada vista do pro-
cesso na sede dos trabalhos da comissão processante. (Redação dada pela
Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º – Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum de vinte dias.
§2º Achando-se o acusado em lugar incerto, a citação será feita por edi-
tal, publicada no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação da
localidade do último domicílio conhecido do acusado, pelo prazo de três dias
consecutivos, para apresentar defesa escrita.
§3º No caso de revelia do indiciado, o presidente da comissão processan-
te designará um servidor como defensor dativo, ocupante de cargo igual ou
superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de
10/08/2004)
Art. 98. Concluída a defesa, a comissão processante remeterá o proces-
so ao Delegado Geral da Polícia Civil, com o respectivo relatório conclusivo.
Em seguida, o processo será julgado no prazo de vinte dias, a contar do seu
recebimento. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
§1º Se o Delegado Geral, após análise jurídica, entender que a conduta
do indiciado se enquadra nas penas de demissão do serviço público ou de
suspensão acima de sessenta dias, remeterá o processo ao Governador do

670
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Estado para as providências de sua alçada. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 46, de 10/08/2004)
§2º No caso de emprego inadequado do erário, apurado em inquérito policial,
o afastamento se prolongará até a decisão final do processo administrativo.
§3º Fica sobrestado o processo administrativo disciplinar ou apuração ad-
ministrativa interna, nos casos de força maior justificada ou realização e re-
sultado de perícias e outras situações que se reputem necessárias à compro-
vação da verdade material e esclarecimento do fato. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 99. Tratando-se de crime será providenciado pela autoridade compe-
tente a instauração do inquérito policial.
Art. 100. O policial civil que estiver respondendo processo disciplinar, não
pode, antes do seu término, ser exonerado ‘’a pedido’’, nem se afastar do
serviço, a não ser em virtude de licença por doença, suspensão preventiva ou
prisão em flagrante.

TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 101. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de


19/01/2000)
Art. 102. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000) Art. 103. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n.
37, de 19/01/2000)
Art. 104. (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de
19/01/2000)
Art. 105. Os cargos de nível médio da Polícia Civil, serão considerados
para todos os efeitos legais, cargos técnicos especializados.
Art. 106. Os cargos de Perito Policial (GEP-PC 711), Agente de Remoção
(GEP-PC 710), Motorista Policial (GEP-PC 707) e Auxiliar Técnico de Polícia
Civil (GEP-PC-709) serão extintos à medida que vagarem, ficando-lhes garan-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tidos todos os direitos, vantagens e prerrogativas previstos em lei. (Redação


dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 107. Dentro dos parâmetros traçados pela presente Lei, a estrutura
organizacional da Polícia Civil, bem como todos os cargos comissionados e
funções gratificadas, encontram-se definidos no Anexo II da presente Lei.
(Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 108. Ficam extintos todos os cargos comissionados de Direção e As-
sessoramento Superior (DAS), e as Funções Gratificadas (FG) da Polícia Civil,
que não estejam contidas nesta Lei.
Art. 109. O Delegado Geral, no prazo de cento e vinte dias da publicação
desta Lei, ouvido o Conselho Superior da Polícia Civil, encaminhará ao Che-
fe do Poder Executivo o Regimento Interno da Polícia Civil, o Regimento do
Conselho Superior e o Regimento Interno da Academia de Polícia Civil, que
serão aprovados por decreto. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46,
de 10/08/2004)
Art. 109-A. A Polícia Civil terá uma junta médica, qual ficará incumbida
de realizar inspeções psico-médicas dos seus servidores, relativamente a in-
gresso na carreira, bem como das demais atribuições dispostas em regula-
mento. (Redação dada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 110. É assegurado ao policial civil o direito a licença para desempe-
nho de mandato classista, de associação de policiais civis de âmbito estadual,
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos dois (2) anos.
§1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de
direção ou representação nas referidas entidades, até o máximo de quatro
por entidade constituída em conformidade com o art. 5º inciso LXX, alínea
“b” da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei Complementar n. 105,
de 23/03/2016)
§2º A licença terá a duração igual a do mandato, podendo ser prorrogada
por igual período, no caso de reeleição por uma única vez.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§3º O período de licença de que trata este artigo será contado para todos
os efeitos legais exceto para promoção por merecimento.
Art. 111. Integra o conteúdo da presente Lei a relação de classificação
dos Municípios por circunscrição, constantes do Anexo I. (Redação dada pela
Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004)
Art. 112. Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua publi-
cação. Art. 113. Ficam revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ, em 15 de março de


1994.
JADER FONTENELLE BARBALHO
Governador do Estado

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL DE 1988

Vide Emenda Constitucional


Emendas Emendas Constitucionais
nº 107, de 2020
Constitucionais de Revisão

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias


Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º
ÍNDICE TEMÁTICO

Texto compilado

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional


Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pa-
cífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à


propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
tiva, fixada em lei;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
(Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráfi-


cas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga-
ção criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei n. 9.296, de 1996)
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
das as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de ca-
ráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces-


sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente po-
derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débi-
tos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publica-
ção ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo
que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodu-
ção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respecti-
vas representações sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-
porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro-
priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô-
mico do País;
XXX – é garantido o direito de herança;
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de


seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regula-
mento) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liber-
dades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os man-


dantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento)
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos arma-
dos, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-
ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma-
necer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou


de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-
nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de perma-
necer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do de-
positário infiel;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-
ção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o respon-
sável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-
tituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
de seus membros ou associados;
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucio-
nais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que

comprovarem insuficiência de recursos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o

que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

(Vide Lei n. 7.844, de 1989)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na

forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a

razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua

tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm

aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou-

tros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que

forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por

três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emen-

das constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

(Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG n. 186, de 2008 , DEC 6.949,

de 2009 , DLG 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 )

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a

cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional

n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 90, de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensa-
tória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ-
dência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-
ção dolosa;

683
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune-


ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de bai-
xa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e qua-
renta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide Decre-
to-Lei n. 5.452, de 1943)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter-
ruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cin-
quenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;

684
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento


até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)

b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cri-

tério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios

de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual

ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores

de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na


condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda

Constitucional n. 20, de 1998)

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatí-

cio permanente e o trabalhador avulso

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domés-

ticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,

685
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as con-

dições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das

obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-

balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e

XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela

Emenda Constitucional n. 72, de 2013)


Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sin-
dicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público
a interferência e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-
dos, não podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-
viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organiza-
ções sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ain-
da que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de


sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a
lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
-lhes o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estran-
geiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a re-
sidir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 54, de 2007)
II – naturalizados:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas


aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fe-
derativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver re-
ciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e natu-
ralizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Cons-


titucional de Revisão n. 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa
do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e


pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da
lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento

689
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – a idade mínima de:


a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Go-
vernadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-
deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses ante-
riores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autorida-
de superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do can-
didato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do

690
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na


administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão n. 4, de 1994)
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspen-
são só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternati-
va, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de
sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 4, de 1993)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políti-


cos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-
rismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou go-
verno estrangeiros ou de subordinação a estes;

691
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;


IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua es-
trutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de
seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funciona-
mento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcio-
nais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabele-
cer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na for-
ma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratui-
to ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternati-
vamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,
3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um ter-
ço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 97, de 2017)
II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos
em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no §
3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação con-
siderada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 97, de 2017)

692
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

CAPÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do

Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transfor-

mação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em

lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmem-

brar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios

Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através

de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.


§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municí-
pios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Com-

plementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às

populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabi-

lidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada

pela Emenda Constitucional n. 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT


Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embara-
çar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes rela-
ções de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração
de interesse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;

693
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:


I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortifi-
cações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preser-
vação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu do-
mínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pa-
íses, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como
os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as
praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que
contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 46, de 2005)
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica
exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII – os potenciais de energia hidráulica;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
pré-históricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
deral e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétric a

694
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental,


mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por
essa exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019)
(Produção de efeito)
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo
das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
serão reguladas em lei.
Art. 21. Compete à União:
I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais;
II – declarar a guerra e celebrar a paz;
III – assegurar a defesa nacional;
IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estran-
geiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V – decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII – emitir moeda;
VIII – administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações
de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização,
bem como as de seguros e de previdência privada;
IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social;
X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permis-
são, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 8, de 15/08/95:)
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

695
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação


dada pela Emenda Constitucional n. 8, de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento ener-
gético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos bra-
sileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado
ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Dis-
trito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar
e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assis-
tência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos,
por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
104, de 2019)
XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, ge-
ologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas
e de programas de rádio e televisão;
XVII – conceder anistia;
XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades
públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e
definir critérios de outorga de direitos de seu uso; ( Regulamento)

696
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habita-


ção, saneamento básico e transportes urbanos;
XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII – executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fron-
teiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza
e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e re-
processamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida
para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utiliza-
ção de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização
e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de
culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
II – desapropriação;
III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo
de guerra;
IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V – serviço postal;
VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

697
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;


VIII – comércio exterior e interestadual;
IX – diretrizes da política nacional de transportes;
X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e ae-
roespacial;
XI – trânsito e transporte;
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV – populações indígenas;
XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI – organização do sistema nacional de emprego e condições para o
exercício de profissões;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do
Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e
dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização
administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 69, de
2012) (Produção de efeito)
XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX – sistemas de consórcios e sorteios;
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,
convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária
federais;
XXIII – seguridade social;
XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;

698
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XXV – registros públicos;


XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-
des, para a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e
empresas sob seu controle;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-
des, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa
civil e mobilização nacional;
XXIX – propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democrá-
ticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pes-
soas portadoras de deficiência;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte
e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

699
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à


tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 85, de 2015)
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, pro-
movendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pes-
quisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.
Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação en-
tre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vis-
ta o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar con-
correntemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
(Vide Lei n. 13.874, de 2019)
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços forenses;
V – produção e consumo;

700
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo


e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
IX – educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
85, de 2015)
X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI – procedimentos em matéria processual;
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII – assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV – proteção à infância e à juventude;
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limi-
tar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui
a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei
n. 13.874, de 2019)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a efi-
cácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)

701
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis


que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam ve-
dadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões me-
tropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa-
mentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depó-
sito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domí-
nio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá
ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-
sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incor-
poração às Forças Armadas.

702
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa


da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o
que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento
interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os res-
pectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro,
em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e
a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado,
quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 16, de1997)
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função
na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado
do parágrafo único, pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de
Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observa-
do o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois tur-
nos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos

703
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios


estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato
de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo
de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder,
aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos
mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 16, de1997)
III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano sub-
sequente ao da eleição;
IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite
máximo de: (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional n. 58,
de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)
habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil)
habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquen-
ta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta
mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)

704
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento


e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento
e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000
(trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (qua-
trocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habi-
tantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seis-
centos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000
(setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (nove-
centos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) ha-
bitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000
(um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e du-
zentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n.
58, de 2009)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000
(um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e
trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional n. 58, de 2009)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão
e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e qui-

705
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

nhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional


n. 58, de 2009)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000
(um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e
oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional
n. 58, de 2009)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000
(um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e
quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitu-
cional n. 58, de 2009)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000
(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três mi-
lhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n.
58, de 2009)
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000
(três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000
(quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habi-
tantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000
(cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000
(seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000
(sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
e (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)

706
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000


(oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucio-
nal n. 58, de 2009)
V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais
fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem
os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda constitucional n. 19, de 1998)
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Mu-
nicipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta
Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica
e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 25, de 2000)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Verea-
dores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do
subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
25, de 2000)

707
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo


dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá
ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos
no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do
inciso VI, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares,
no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Con-
gresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da
Assembleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitu-
cional n. 1, de 1992)
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do
inciso VIII, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Muni-
cipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XII – cooperação das associações representativas no planejamento muni-
cipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Muni-
cípio, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco
por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucio-
nal n. 1, de 1992)
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo
único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos
os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tri-
butária e das transferências previstas no § 5 o do art. 153 e nos arts. 158

708
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 25, de 2000)
I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000
(cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucio-
nal n. 58, de 2009) (Produção de efeito)
II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000
(cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
III – seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e
um e quinhentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25,
de 2000)
III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
IV – cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos
mil habitantes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios
com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três
milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Consti-
tucional n. 58, de 2009)
V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001
(três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
§ 1 o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua
receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Ve-
readores. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
§ 2 o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)

709
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído


pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
§ 3 o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Munici-
pal o desrespeito ao § 1 o deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 25, de 2000)
Art. 30. Compete aos Municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como apli-
car suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;
IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte cole-
tivo, que tem caráter essencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, me-
diante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada
a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

710
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo


Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio
dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que
o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente,
à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual
poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas
Municipais.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
Do Distrito Federal

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reser-
vadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras
do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e
Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

711
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto


no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Fede-
ral, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros
militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)

Seção II
Dos Territórios

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos


Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se
aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso
Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do
Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários
de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e
sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades
da Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

712
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos con-


secutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos esta-
duais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e de-
senvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Mu-
nicípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos conse-
cutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para pro-
ver a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

713
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição


do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
Superior Eleitoral;
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de re-
cusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será sub-
metido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do
Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia
Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e
quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apre-
ciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto li-
mitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de
seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Do Congresso Nacional

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se


compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,
eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado
e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcional-
mente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de
oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar n. 78, de 1993)
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com man-
dato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

715
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de


cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presen-
te a maioria absoluta de seus membros.

Seção II
Das Atribuições do Congresso Nacional

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, opera-
ções de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do
domínio da União;
VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios
ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII – concessão de anistia;
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-
fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Minis-
tério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b ; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XII – telecomunicações e radiodifusão;

716
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e


suas operações;
XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária
federal.
XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ob-
servado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais
que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em
lei complementar;
III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausen-
tarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado
de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI – mudar temporariamente sua sede;
VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e
dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República
e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

717
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os


atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da
atribuição normativa dos outros Poderes;
XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emisso-
ras de rádio e televisão;
XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades
nucleares;
XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de
suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares
de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para pres-
tarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à
Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa
e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qual-
quer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias,
bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)

718
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Da Câmara Dos Deputados

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:


I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;
III – elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâ-
metros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
Do Senado Federal

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Coman-
dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma na-
tureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
23, de 02/09/99)
II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Minis-
tério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

719
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a


escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da
República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da
União em operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada incons-
titucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de
ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII – elaborar seu regimento interno;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços,
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os

720
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada


pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacio-
nal, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administra-
ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda
do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V
Dos Deputados e dos Senadores

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacio-
nal não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respec-
tiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocor-
rido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa res-
pectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto

721
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento


da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Direto-
ra. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embo-
ra militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o es-
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, au-
tarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa con-
cessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusu-
las uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive
os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alí-
nea anterior;
II – desde a posse:

722
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de


favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas enti-
dades referidas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I, “a”;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte
das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta
Constituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos
no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.

723
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa


levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos sus-
pensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 6, de 1994)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Se-
cretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
ou chefe de missão diplomática temporária;
II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar,
sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afasta-
mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em fun-
ções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preen-
chê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela
remuneração do mandato.

Seção VI
Das Reuniões

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Fe-


deral, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para
o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos
ou feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do pro-
jeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos De-
putados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

724
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – inaugurar a sessão legislativa;


II – elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns
às duas Casas;
III – receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus mem-
bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do
Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente,
pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado
de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decre-
tação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República;
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros
de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em
todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 50, de 2006)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese
do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão
da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)

725
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação ex-


traordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na
pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)

Seção VII
Das Comissões

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanen-


tes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-
lamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos mem-
bros da Casa;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III – convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assun-
tos inerentes a suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qual-
quer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de in-
vestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos re-
gimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por

726
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério


Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congres-
so Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legis-
lativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição re-
produzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Seção VIII
Do Processo Legislativo

Subseção I
Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

Subseção II
Da Emenda À Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
II – do Presidente da República;

727
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades


da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Na-
cional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III
Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Fede-
ral, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cida-
dãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração di-
reta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

728
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentá-


ria, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provi-
mento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da De-
fensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, ob-
servado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de car-
gos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a
reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me-
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República po-
derá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)

729
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a ga-


rantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi-
cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia da-
quele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas de-
las decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre
o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendi-
mento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 32, de 2001)

730
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cin-


co dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, sub-
sequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações le-
gislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não ti-
ver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,
em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provi-
sória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso
de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta
dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurí-
dicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conser-
var-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da
medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja
sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

731
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressal-


vado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câ-
mara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Minis-
tério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presi-
dente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores
terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legisla-
tivas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos De-
putados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto
no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra,
em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação,
se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto
de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimen-

732
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

to, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado


Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de pará-
grafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da Repú-
blica importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação,
ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais propo-
sições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente
do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá cons-
tituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,
que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a le-
gislação sobre:

733
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso
Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
Da Fiscalização Contábil, Financeira E Orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante con-
trole externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
nheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas
as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade


de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-
sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu-
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unida-
des administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Es-
tado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou ir-
regularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos


apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa
dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal de-
cidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anual-
mente, relatório de suas atividades.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º,
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá so-
licitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficien-
tes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-
téria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que
o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem
sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o ter-
ritório nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-


ros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-
fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Fe-
deral, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antiguidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan-
tias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros
do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 1998)
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garan-
tias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições
da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e enti-
dades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Con-
tas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades pe-
rante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que cou-
ber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Con-
tas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Do Presidente E Do Vice-Presidente Da República

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxi-


liado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República rea-
lizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro
turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente
com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação,


far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado,
concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o
de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lu-
gar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em
sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defen-
der e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assu-
mido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á,
no de vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribui-
ções que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente,
sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercí-
cio da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fe-
deral e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga,
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de


seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá
início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem
licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
Das Atribuições Do Presidente Da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir de-
cretos e regulamentos para sua fiel execução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
(Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus repre-
sentantes diplomáticos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a refe-


rendo do Congresso Nacional;
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X – decretar e executar a intervenção federal;
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e soli-
citando as providências que julgar necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Co-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-
-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 02/09/99)
XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Su-
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Terri-
tórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco
central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de
Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União;
XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das
sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmen-
te, a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças


estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempo-
rariamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de
lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nes-
ta Constituição;
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercí-
cio anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Es-
tado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Seção III
Da Responsabilidade Do Presidente Da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repúbli-


ca que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabe-
lecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não esti-
ver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações co-
muns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV
Dos Ministros De Estado

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maio-


res de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribui-
ções estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades
da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e
decretos assinados pelo Presidente da República;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;


III – apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão
no Ministério;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas
ou delegadas pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos
da administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Supremo Tribunal Federal;
I–A. o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
II – o Superior Tribunal de Justiça;
II–A. o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 92, de 2016)
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os
Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em


todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo,
três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigui-
dade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas
ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-
pectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigui-
dade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios ob-
jetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequên-
cia e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o
juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se
a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido
despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e


merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promo-
ção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitalicia-
mento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a no-
venta e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em
lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas cate-
gorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder
a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, §
4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes
observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de
igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do
inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e


fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimida-
de do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicio-
nais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coleti-
vas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não
houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de admi-
nistração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de ju-
risdição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice,
enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá
um de seus integrantes para nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do
art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo
uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre-
vistas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonera-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I – aos tribunais:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com


observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos ju-
risdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de car-
reira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedeci-
do o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à adminis-
tração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais
de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no
art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do sub-
sídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Fe-
deral e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes
comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-

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titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (Vide Lei n. 13.105,


de 2015) (Vigência)
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, me-
diante os procedimentos oral e sumaríssimo , permitidos, nas hipóteses pre-
vistas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes
de primeiro grau;
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto
direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de im-
pugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições con-
ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito
da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao cus-
teio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e
financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos
limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretri-
zes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interes-
sados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Pre-
sidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

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§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas


propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or-
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem enca-
minhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder
Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Es-
taduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide Emenda
Constitucional n. 62, de 2009) (Vide ADI 4425)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorren-
tes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, funda-
das em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exce-
to sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por
sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam porta-

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dores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma


da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o va-
lor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de pre-
catórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como
de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sen-
tença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis pró-
prias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-
co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de senten-
ças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresenta-
dos até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-
ferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a re-
querimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu
direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário
à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omis-
sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá

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em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho


Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplemen-
tares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do va-
lor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe
o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de
regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa
e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluí-
das parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda
Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do
direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condi-
ções estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade
federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de
imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização
de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remu-
neração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre
a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensató-
rios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em pre-
catórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se

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aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunica-
ção, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade
devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta
Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de
crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo
sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débi-
tos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinan-
ciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão men-
salmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas
correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno
valor. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata
o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agrope-
cuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras
receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Fe-
deral, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente
anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as du-
plicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 94, de 2016)
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

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III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contri-


buição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistên-
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no §
9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 94, de 2016)
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações ju-
diciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12
(doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da recei-
ta corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela
que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de
endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição
Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista
no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 94, de 2016)
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento)
do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo,
15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do
exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios sub-
sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,
desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que
sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

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Seção II
Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, es-


colhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomea-
dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guar-
da da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presi-
dente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Pro-
curador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-
nistros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
ca, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,
os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de cará-
ter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,
o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

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f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito


Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da adminis-
tração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do exequatur
às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu
Presidente; (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o
coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujei-
tos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de cri-
me sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, fa-
cultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos mem-
bros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indireta-
mente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas

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Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,


ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacio-
nal do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o man-
dado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
b) o crime político;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma
da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional n. 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração públi-
ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a reper-
cussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da
lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo

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recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela


Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administra-
tivo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalida-
de, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Ad-
vogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provo-
cação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais

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órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas


esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave inse-
gurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idênti-
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que
podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sen-
do: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 61, de 2009)
II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respecti-
vo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo
Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído


pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal
de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal
Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procura-
dor-Geral da República; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procura-
dor-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente
de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indica-
dos um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo,


caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e finan-
ceira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Esta-
tuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Es-
tatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo
para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e ór-
gãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções adminis-
trativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a adminis-
tração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)

762
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de


juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sen-
tenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar neces-
sárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Minis-
tro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, com-
petindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Ma-
gistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição
geral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e re-
quisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Fede-
ral e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Pre-
sidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvido-
rias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qual-
quer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

763
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Do Superior Tribunal De Justiça

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta


e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão no-
meados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta
e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-
tação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice
elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministé-
rio Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamen-
te, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,
e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pes-
soas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da

764
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada


pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o
disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vincu-
lados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciá-
rias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas
de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da adminis-
tração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo
Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça
do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo in-
ternacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou do-
miciliada no País;
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

765
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído ou-
tro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, caben-
do-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso
e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei,
a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais,
cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

Seção IV
Dos Tribunais Regionais Federais E Dos Juízes Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:


I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo,
sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez
anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco
anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais


Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limi-
tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizada-
mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade,
e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos
juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tri-
bunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes fede-
rais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área
de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública fe-
deral forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponen-

767
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça


Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Mu-
nicípio ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado es-
trangeiro ou organismo internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no es-
trangeiro, ou reciprocamente;
V – A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados
por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus , em matéria criminal de sua competência ou
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam di-
retamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autori-
dade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a exe-
cução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após
a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judici-
ária onde tiver domicílio a outra parte.

768
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção


judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal
em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser
processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do
segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para
o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procura-
dor-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de desloca-
mento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas
segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições co-
metidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção VIII
Dos Tribunais E Juízes Dos Estados

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionali-


dade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constitui-
ção Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,
a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi-
to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for
civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, sin-
gularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, cons-
tituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicio-
nado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-
riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comu-
nitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

770
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá


a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões
agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional,
o juiz far-se-á presente no local do litígio.

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Seção I
Do Ministério Público

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-
tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamen-
tária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de

771
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada
em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta or-
çamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da car-
reira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois
anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Pre-
sidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria abso-
luta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territó-
rios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-
pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe
do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

772
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios


poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legis-
lativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facul-
tada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente
a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-
são do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maio-
ria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressal-
vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-
tagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pes-
soas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previs-
tas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

773
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95,


parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de re-
levância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as
medidas necessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins
de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-
petência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma
da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-
plementar mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito po-
licial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa-
tíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
sultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste
artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto
nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integran-
tes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)

774
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso


público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três
anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classi-
ficação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Con-
tas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e
forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de qua-
torze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois
anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
I – o Procurador-Geral da República, que o preside;
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a repre-
sentação de cada uma de suas carreiras;
III – três membros do Ministério Público dos Estados;
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo
Superior Tribunal de Justiça;
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil;
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados
um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indica-
dos pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

775
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da


atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provo-
cação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos
do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los
ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços au-
xiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou
a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos
de um ano;
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessá-
rias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional,
dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondu-
ção, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes:
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

776
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes


atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, com-
petentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxilia-
res, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Seção II
Da Advocacia Pública
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente


ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicial-
mente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da
União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maio-
res de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação
da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o dis-
posto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados
em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e tí-
tulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas
fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

777
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada


estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de de-
sempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das cor-
regedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Seção III
Da Advocacia
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo invio-


lável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Seção IV
Da Defensoria Pública
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento
do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promo-
ção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extraju-
dicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Dis-
trito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organiza-
ção nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante
concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garan-
tia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições
institucionais. (Renumerado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

778
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia fun-


cional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao dis-
posto no art. 99, § 2º . (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do
Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 74, de 2013)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber,
o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções
II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I
Do Estado De Defesa

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repúbli-


ca e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institu-
cional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de
sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:

779
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – restrições aos direitos de:


a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta
dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as
razões que justificaram a sua decretação.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da
medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que
a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de
delito à autoridade policial;
II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do
estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a
dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da
República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extra-
ordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias conta-
dos de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o
estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

780
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Do Estado De Sítio

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repú-


blica e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional auto-
rização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para
decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determi-
nantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas
necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspen-
sas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor
das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado
por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no
do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou
a agressão armada estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o re-
cesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco
dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término
das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no
art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada;
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por
crimes comuns;

781
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das


comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radio-
difusão e televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pro-
nunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde
que liberada pela respectiva Mesa.

Seção III
Disposições Gerais

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,


designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar
e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao
estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão tam-
bém seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos
por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio,
as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justi-
ficação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indi-
cação das restrições aplicadas.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e


pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, orga-

782
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

nizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do


Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos po-
deres constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas
na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, apli-
cando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes dis-
posições: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,
são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos
oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e
postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes
das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público
civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea
“c”, será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da adminis-
tração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”,
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer
nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de
serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo de-
pois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva,
nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 18, de 1998)

783
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos


políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do
oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter
permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma
da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea “c”;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
IX – aplica-se aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§
7º e 8º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Revo-
gado pela Emenda Constitucional n. 41, de 19.12.2003)
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade,
a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inativida-
de, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situa-
ções especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas ativida-
des, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e
de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alter-
nativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter es-
sencialmente militar. (Regulamento)

784
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obri-


gatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes
atribuir. (Regulamento)

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI – polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organi-
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detri-
mento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha re-
percussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo
se dispuser em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

785
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido


pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru-
lhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e man-
tido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incum-
bem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabele-
cimentos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças au-
xiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias
civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos res-
ponsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de
suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos rela-
cionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

786
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e


da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de
outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobi-
lidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de
trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 82, de 2014)

TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho huma-


no e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, con-
forme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente;
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos
de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19.12.2003)
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;

787
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – busca do pleno emprego;


IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitu-
ídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer ati-
vidade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos,
salvo nos casos previstos em lei. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investi-
mentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a
remessa de lucros.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessá-
ria aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socie-
dade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade eco-
nômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela socieda-
de; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,
observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e
fiscal, com a participação de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos
administradores. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

788
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não pode-


rão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e
a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da
pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às pu-
nições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem
econômica e financeira e contra a economia popular.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e pla-
nejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
setor privado. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvol-
vimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos
nacionais e regionais de desenvolvimento.
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de asso-
ciativismo.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em co-
operativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção
econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade
na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de
minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas
de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:

789
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços


públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo,
para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida
ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos
potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser efetua-
dos mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por
brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede
e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições es-
pecíficas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou
terras indígenas. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995)
§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da
lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as
autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou
transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do
potencial de energia renovável de capacidade reduzida.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hi-
drocarbonetos fluidos; (Vide Emenda Constitucional n. 9, de 1995)
II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

790
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resul-


tantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de deri-
vados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio
de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a indus-
trialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados,
com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização
poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c
do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a rea-
lização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as
condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
9, de 1995) (Vide Emenda Constitucional n. 9, de 1995)
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 9, de 1995) (Vide Emenda Constitucional n. 9, de 1995)
I – a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o terri-
tório nacional; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 9, de 1995)
II – as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
9, de 1995)
III – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 9, de 1995)
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos
no território nacional. (Renumerado de § 2º para 3º pela Emenda Constitu-
cional n. 9, de 1995)
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico
relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus de-
rivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos
seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)

791
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Consti-


tucional n. 33, de 2001)
a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplican-
do o disposto no art. 150,III, b ; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33,
de 2001)
II – os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 33, de 2001)
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combus-
tível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria
do petróleo e do gás; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático
e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, obser-
var os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 7, de 1995)
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá
as condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navega-
ção interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 7, de 1995)
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensa-
rão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em
lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplifica-
ção de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e credití-
cias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão
e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.

792
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de


natureza comercial, feita por autoridade administrativa ou judiciária estran-
geira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá
de autorização do Poder competente.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder


Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem- estar de seus habitantes. (Regulamento) (Vide Lei n. 13.311, de 11
de julho de 2016 )
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para

cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política

de desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às

exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e

justa indenização em dinheiro.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para

área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário

do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu

adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I – parcelamento ou edificação compulsórios;

II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo

no tempo;

III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de

emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate

793
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor

real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cin-

quenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,

utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, des-

de que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Regulamento)

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem

ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA

Regulamento

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláu-
sula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de
reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório es-
pecial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de
reforma agrária no exercício.

794
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as opera-


ções de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que
seu proprietário não possua outra;
II – a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade pro-
dutiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua
função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em
lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação
do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos traba-
lhadores.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei,
com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e
trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armaze-
namento e de transportes, levando em conta, especialmente:
I – os instrumentos creditícios e fiscais;
II – os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de co-
mercialização;
III – o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV – a assistência técnica e extensão rural;
V – o seguro agrícola;
VI – o cooperativismo;
VII – a eletrificação rural e irrigação;

795
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – a habitação para o trabalhador rural.


§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais,
agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma
agrária.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada
com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurí-
dica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do
Congresso Nacional.
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as
concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma
agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis
pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos
termos e condições previstos em lei.
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de pro-
priedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os ca-
sos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em
zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu tra-
balho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

796
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover


o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletivida-
de, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de cré-
dito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a
participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003) (Vide Lei n. 8.392, de 1991)
I – (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
II – (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
III – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
a) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
b) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
IV – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
V – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
VI – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
VII – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
VIII – (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
§ 1º (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
§ 2º (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
§ 3º (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)

TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL

797
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações


de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – equidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas
contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contri-
butivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores,

798
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela


Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de for-
ma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma
da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credi-
tados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, poden-
do ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de
contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão conce-
didas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destina-
das à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integran-
do o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de for-
ma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e as-
sistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele

799
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide Medida Provisória


n. 526, de 2011) (Vide Lei n. 12.453, de 2011)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manuten-
ção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigi-
das após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver
instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabeleci-
das em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resul-
tado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo
poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da uti-
lização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estru-
tural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases
de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do
caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o siste-
ma único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada
a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)

800
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60


(sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das
contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do
caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não
cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição
ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja
igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria,
assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)

Seção II
Da Saúde

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido median-


te políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, caben-
do ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fis-
calização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-
gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.

801
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único re-
numerado para § 1º pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anu-
almente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 29, de 2000)
I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício fi-
nanceiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.
157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 29, de 2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecada-
ção dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os
arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) Regulamento
I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde desti-
nados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados desti-
nados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)

802
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saú-


de nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 29, de 2000)
IV – (revogado) . (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 86,
de 2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agen-
tes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas
atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional na-
cional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades
de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo
à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso
salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 63, de 2010) Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art.
169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às
de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias po-
derá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 51, de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar
do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subven-
ções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

803
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a re-


moção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,
nos termos da lei:
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interes-
se para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como
as de saúde do trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de sa-
neamento básico;
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e
tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85,
de 2015)
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho.

Seção III
Da Previdência Social

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime


Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigató-
ria, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e
atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)

804
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente


para o trabalho e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados
de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para con-
cessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibi-
lidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral
para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I – com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 103, de 2019)
II – cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes quí-
micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agen-
tes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendi-
mento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de be-
nefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

805
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,


em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na quali-
dade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base
o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois)
anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco)
anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produ-
tor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido
em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do
tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regi-
mes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compen-
sação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

806
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tra-


tam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de
Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem
recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação
financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos milita-
res e as receitas de contribuição aos demais regimes. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não
programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser aten-
dida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor
privado. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incor-
porados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alí-
quotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusi-
ve os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda
própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de
sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá
valor de 1 (um) salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)
§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de
concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para
a acumulação de benefícios previdenciários. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 103, de 2019)

807
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das


sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados com-
pulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição,
ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma
estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam
o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participan-
te de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso
às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições con-
tratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das
entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos
participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não inte-
gram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades pú-
blicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de eco-

808
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

nomia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patro-


cinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de previdência
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que couber,
às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de
serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de benefícios em entida-
des de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação dos
membros das diretorias das entidades fechadas de previdência complementar
instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e disciplinará a inserção
dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inte-
resses sejam objeto de discussão e deliberação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)

Seção IV
Da Assistência Social

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, in-
dependentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portado-
ra de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à pró-
pria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art.
195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as


normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficen-
tes e de assistência social;
II – participação da população, por meio de organizações representativas,
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento
de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no paga-
mento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de
19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos in-
vestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19.12.2003)

810
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I
Da Educação

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,


será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na for-
ma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso pú-
blico de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 53, de 2006)
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores con-
siderados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a
elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 53, de 2006)

811
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, admi-


nistrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas es-
trangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 11, de 1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica
e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 11, de 1996)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezes-
sete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os
que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional n. 59, de 2009)
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco)
anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica,
por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transpor-
te, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

812
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino funda-


mental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela
frequência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes
condições:
I – cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,
de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores cultu-
rais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas
maternas e processos próprios de aprendizagem.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organi-
zarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios,
financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equaliza-
ção de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a
assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 59, de 2009)

813
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regu-


lar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo,
da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transfe-
rências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos
Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão
considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recur-
sos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendi-
mento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universaliza-
ção, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional
de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 59, de 2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde
previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento
a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma
da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006) (Vide De-
creto n. 6.003, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição so-
cial do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de
alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de
ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)

814
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, po-


dendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
definidas em lei, que:
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes finan-
ceiros em educação;
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de
suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bol-
sas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os
que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas
e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando,
ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de
sua rede na localidade.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento
à inovação realizadas por universidades e/ou por instituições de educação
profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regi-
me de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de im-
plementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em
seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos
poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 59, de 2009)
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.

815
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em edu-


cação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 59, de 2009)

Seção II
Da Cultura

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cultu-
rais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valoriza-
ção e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indí-
genas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo
civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta signifi-
cação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianu-
al, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do
poder público que conduzem à: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 48,
de 2005)
I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 48, de 2005)
II – produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 48, de 2005)
III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas
múltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 48, de 2005)
IV – democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 48, de 2005)
V – valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 48, de 2005)

816
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza


material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços desti-
nados às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautela-
mento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da docu-
mentação governamental e as providências para franquear sua consulta a
quantos dela necessitem. (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de
bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de remi-
niscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadu-
al de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003)

817
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de


19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos in-
vestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19.12.2003)
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de co-
laboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de
gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo
por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com
pleno exercício dos direitos culturais. ( Incluído pela Emenda Constitucional
n. 71, de 2012 )
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de
cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e
rege-se pelos seguintes princípios: ( Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012
I – diversidade das expressões culturais; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 71, de 2012)
II – universalização do acesso aos bens e serviços culturais; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
III – fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens
culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
IV – cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados
atuantes na área cultural; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
V – integração e interação na execução das políticas, programas, projetos
e ações desenvolvidas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
VI – complementaridade nos papéis dos agentes culturais; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
VII – transversalidade das políticas culturais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 71, de 2012)

818
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;


(Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
IX – transparência e compartilhamento das informações; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
X – democratização dos processos decisórios com participação e controle
social; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
XI – descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das
ações; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
XII – ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públi-
cos para a cultura. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas
esferas da Federação: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
I – órgãos gestores da cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 71, de 2012)
II – conselhos de política cultural; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 71, de 2012)
III – conferências de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012)
IV – comissões intergestores; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012)
V – planos de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
VI – sistemas de financiamento à cultura; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 71, de 2012)
VII – sistemas de informações e indicadores culturais; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
VIII – programas de formação na área da cultura; e (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 71, de 2012)
IX – sistemas setoriais de cultura. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 71, de 2012)

819
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cul-


tura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políti-
cas setoriais de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus res-
pectivos sistemas de cultura em leis próprias. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 71, de 2012)

Seção III
Do Desporto

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não


formais, como direito de cada um, observados:
I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quan-
to a sua organização e funcionamento;
II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do despor-
to educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não
profissional;
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação
nacional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às com-
petições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados
da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

820
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico,


a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 1º A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Esta-
do, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências.
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento priori-
tário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência, tec-
nologia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85,
de 2015)
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solu-
ção dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo
nacional e regional.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ci-
ência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do apoio às ativi-
dades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem meios
e condições especiais de trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 85, de 2015)
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa,
criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus
recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem
ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos
resultantes da produtividade de seu trabalho.
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua
receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa
científica e tecnológica.

821
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , estimulará


a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esfe-
ras de governo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das institui-
ções públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas à execução das
atividades previstas no caput.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incen-
tivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o
bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei
federal.
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da
inovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados,
a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais
ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes
e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão firmar instrumentos de cooperação com órgãos e entidades públicos e
com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos hu-
manos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de
pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, median-
te contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário,
na forma da lei.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI)
será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto
privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico e
a inovação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

822
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorren-


temente sobre suas peculiaridades.(Incluído pela Emenda Constitucional nº
85, de 2015)

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a in-


formação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer
restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à ple-
na liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e
artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I – regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público
informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a
possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio
e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propa-
ganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e
ao meio ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,
medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do in-
ciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência
sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente,
ser objeto de monopólio ou oligopólio.

823
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licen-


ça de autoridade.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão
atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção inde-
pendente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme
percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e
de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de
dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que te-
nham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do
capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons
e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão
das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da
programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há
mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da
tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princí-
pios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá
a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)

824
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de


que trata o § 1º (Incluído pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º
serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 36, de 2002)
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e
imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e §
4º, a contar do recebimento da mensagem.
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação
de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após
deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o pra-
zo, depende de decisão judicial.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emis-
soras de rádio e de quinze para as de televisão.
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacio-
nal instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na
forma da lei.

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra-


do, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon-
do-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo
para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

825
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o


manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material ge-

nético; (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)

III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus

componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supres-

são permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que compro-

meta a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)

IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade poten-


cialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo

prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)

V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, mé-

todos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e

o meio ambiente; (Regulamento)

VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies

ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o

meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão

público competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente su-

jeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e admi-

nistrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o

Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua

826
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a


preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos natu-
rais. (Regulamento) (Regulamento)
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados,
por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo,
não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde
que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Cons-
tituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 96, de 2017)

CAPÍTULO VII
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
(Redação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável en-
tre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento. (Regulamento)
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada
por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.

827
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada


Pela Emenda Constitucional n. 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da pater-
nidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, compe-
tindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições ofi-
ciais ou privadas. Regulamento
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um
dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de
suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à crian-
ça, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, ex-
ploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Cons-
titucional n. 65, de 2010)
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da
criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não
governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes
preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
I – aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na
assistência materno-infantil;
II – criação de programas de prevenção e atendimento especializado para
as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, median-
te o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional
n. 65, de 2010)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edi-


fícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado
o disposto no art. 7º, XXXIII;
II – garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III – garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Re-
dação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
IV – garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infra-
cional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional ha-
bilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
V – obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito
à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
qualquer medida privativa da liberdade;
VI – estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos
fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda,
de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII – programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao
adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Reda-
ção dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual
da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que esta-
belecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á
em consideração o disposto no art. 204.

829
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65,


de 2010)
I – o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;
(Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
II – o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articula-
ção das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.
(Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, su-
jeitos às normas da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos meno-
res, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as
pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencial-
mente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transportes coletivos urbanos.

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tra-
dicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habi-
tadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas,

830
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu


bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus
usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua
posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo,
dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais ener-
géticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só
podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados
da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e
os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad
referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que
ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após de-
liberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno
imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que
tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refe-
re este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos
lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, se-
gundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção
direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto
às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legíti-
mas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, inter-
vindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

831
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 9.868, 10 DE NOVEMBRO DE 1999

Dispõe sobre o processo e julgamento da ação


direta de inconstitucionalidade e da ação decla-
Mensagem de Veto
ratória de constitucionalidade perante o Supre-
mo Tribunal Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E DA
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de


inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o
Supremo Tribunal Federal.

CAPÍTULO II
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Seção I
Da Admissibilidade e do Procedimento da
Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 2º Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: (Vide artigo


103 da Constituição Federal)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;

832
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;


VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 3º A petição indicará:
I – o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos
jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações;
II – o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procu-
ração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, de-
vendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos
necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.
Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias
contado do recebimento do pedido.
Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação
direta de inconstitucionalidade.
§ 1º (VETADO)
§ 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade
dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo
fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.

833
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 8º Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamen-


te, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deve-
rão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias.
Art. 9º Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório,
com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
§ 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstân-
cia de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos,
poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comis-
são de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para,
em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e auto-
ridade na matéria.
§ 2º O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superio-
res, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da
norma impugnada no âmbito de sua jurisdição.
§ 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágra-
fos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicita-
ção do relator.

Seção II
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta


será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal,
observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades
dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronun-
ciar-se no prazo de cinco dias.
§ 1º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União
e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.
§ 2º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sus-
tentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades
ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no
Regimento do Tribunal.

834
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida


cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a
lei ou o ato normativo impugnado.
Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da
União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar
as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no
que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.
§ 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida
com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe efi-
cácia retroativa.
§ 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior
acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da rele-
vância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a se-
gurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez
dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da
República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo di-
retamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
(Vide ADO N. 26)

835
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Capítulo II-A
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009)
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

Seção I
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009)
Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação
Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão


os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação
declaratória de constitucionalidade. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-B. A petição indicará: (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
I – a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de
dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole
administrativa; (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
II – o pedido, com suas especificações. (Incluído pela Lei n. 12.063,
de 2009).
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de pro-
curação, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter
cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão.
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamen-
te improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. (Incluído pela
Lei n. 12.063, de 2009).
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão,
não se admitirá desistência. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstituciona-


lidade por omissão, no que couber, as disposições constantes da Seção I do
Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 1º Os demais titulares referidos no art. 2º desta Lei poderão manifes-
tar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos
reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem
como apresentar memoriais. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 2º O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União,
que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei
n. 12.063, de 2009).
§ 3º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor,
terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para
informações. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

Seção II
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão

Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tri-


bunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto
no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou
autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronun-
ciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei
ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na
suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou
ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (Incluído pela Lei n.
12.063, de 2009).
§ 2º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da Repú-
blica, no prazo de 3 (três) dias. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

837
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada susten-


tação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou
órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no
Regimento do Tribunal. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar, em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça
da União, a parte dispositiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo
solicitar as informações à autoridade ou ao órgão responsável pela omissão
inconstitucional, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido
na Seção I do Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

Seção III
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Da Decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com obser-


vância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 1º Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providên-
cias deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável
a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circuns-
tâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. (Incluído pela Lei
n. 12.063, de 2009).
§ 2º Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omis-
são, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei. (Incluído pela Lei n.
12.063, de 2009).

838
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Seção I
Da Admissibilidade e do Procedimento da
Ação Declaratória de Constitucionalidade

Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou


ato normativo federal: (Vide artigo 103 da Constituição Federal)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa da Câmara dos Deputados;
III – a Mesa do Senado Federal;
IV – o Procurador-Geral da República.
Art. 14. A petição inicial indicará:
I – o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos
jurídicos do pedido;
II – o pedido, com suas especificações;
III – a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da
disposição objeto da ação declaratória.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de pro-
curação, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias,
devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos ne-
cessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de consti-
tucionalidade.
Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência.
Art. 17. (VETADO)

839
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação


declaratória de constitucionalidade.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao Procu-
rador-Geral da República, que deverá pronunciar-se no prazo de quinze dias.
Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o relatório,
com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
§ 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstân-
cia de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos,
poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comis-
são de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em
audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autorida-
de na matéria.
§ 2º O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superio-
res, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da
norma questionada no âmbito de sua jurisdição.
§ 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágra-
fos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicita-
ção do relator.

Seção II
Da Medida Cautelar em Ação Declaratória
de Constitucionalidade

Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de


seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declarató-
ria de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os
Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação
da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

840
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal


fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva
da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento
da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.

CAPÍTULO IV
DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
E NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade


da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo
menos oito Ministros.
Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade
ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num
ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer
se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de
constitucionalidade.
Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração
de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Minis-
tros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de
aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o
número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.
Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a
ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a in-
constitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente
eventual ação declaratória.
Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão
responsável pela expedição do ato.
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstituciona-
lidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é
irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não poden-
do, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

841
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e


tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse
social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de
seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela
só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento
que venha a ser fixado.
Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da deci-
são, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da
Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucio-
nalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração
parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra
todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Admi-
nistração Pública federal, estadual e municipal.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS

Art. 29. O art. 482 do Código de Processo Civil fica acrescido dos seguin-
tes parágrafos:
“Art. 482............................................................................
§ 1º O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público res-
ponsáveis pela edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão
manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade, observados os prazos e
condições fixados no Regimento Interno do Tribunal.
§ 2º Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Cons-
tituição poderão manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional
objeto de apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo
fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado o direito de apresentar memo-
riais ou de pedir a juntada de documentos.

842
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O relator, considerando a relevância da matéria e a representativida-


de dos postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação
de outros órgãos ou entidades.”
Art. 30. O art. 8º da Lei no 8.185, de 14 de maio de 1991, passa a vigorar
acrescido dos seguintes dispositivos:
“Art.8º .............................................................................
I – n) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica;
.......................................................................................
§ 3º São partes legítimas para propor a ação direta de inconstitucionalidade:
I – o Governador do Distrito Federal;
II – a Mesa da Câmara Legislativa;
III – o Procurador-Geral de Justiça;
IV – a Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Distrito Federal;
V – as entidades sindicais ou de classe, de atuação no Distrito Federal, de-
monstrando que a pretensão por elas deduzida guarda relação de pertinência
direta com os seus objetivos institucionais;
VI – os partidos políticos com representação na Câmara Legislativa.
§ 4º Aplicam-se ao processo e julgamento da ação direta de Inconstitu-
cionalidade perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios as
seguintes disposições:
I – o Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de
constitucionalidade ou de inconstitucionalidade;
II – declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma da Lei Orgânica do Distrito Federal, a decisão será comunicada
ao Poder competente para adoção das providências necessárias, e, tratando-se
de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias;
III – somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou de seu
órgão especial, poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade
de lei ou de ato normativo do Distrito Federal ou suspender a sua vigência em
decisão de medida cautelar.

843
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º Aplicam-se, no que couber, ao processo de julgamento da ação direta


de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face
da sua Lei Orgânica as normas sobre o processo e o julgamento da ação dire-
ta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.”
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 10 de novembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Carlos Dias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.11.1999

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 9.882, 3 DE DEZEMBRO DE 1999

Dispõe sobre o processo e julgamento da arguição


Mensagem de Veto de descumprimento de preceito fundamental, nos
termos do § 1º do art. 102 da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal
será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar
ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito
fundamental:
I – quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional so-
bre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anterio-
res à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)
II – (VETADO)
Art. 2º Podem propor arguição de descumprimento de preceito funda-
mental:
I – os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;
II – (VETADO)
§ 1º Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante repre-
sentação, solicitar a propositura de arguição de descumprimento de preceito
fundamental ao Procurador-Geral da República, que, examinando os funda-
mentos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo.
§ 2º (VETADO)
Art. 3º A petição inicial deverá conter:
I – a indicação do preceito fundamental que se considera violado;
II – a indicação do ato questionado;
III – a prova da violação do preceito fundamental;

845
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – o pedido, com suas especificações;


V – se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial re-
levante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de man-
dato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do
ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando
não for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, fal-
tar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.
§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito funda-
mental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
§ 2º Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no pra-
zo de cinco dias.
Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de
seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental.
§ 1º Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em
período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do
Tribunal Pleno.
§ 2º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo
ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Ge-
ral da República, no prazo comum de cinco dias.
§ 3º A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais
suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou
de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da ar-
guição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da
coisa julgada. (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)
§ 4º (VETADO)
Art. 6º Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às
autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias.

846
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos proces-


sos que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar
perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou
ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com ex-
periência e autoridade na matéria.
§ 2º Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e jun-
tada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.
Art. 7º Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório,
com cópia a todos os ministros, e pedirá dia para julgamento.
Parágrafo único. O Ministério Público, nas arguições que não houver for-
mulado, terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para
informações.
Art. 8º A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito funda-
mental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços
dos Ministros.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
Art. 9º (VETADO)
Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos
responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o
modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental.
§ 1º O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da
decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.
§ 2º Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado
da decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário
da Justiça e do Diário Oficial da União.
§ 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente
aos demais órgãos do Poder Público.

847
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no


processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo
em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, po-
derá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em
arguição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não po-
dendo ser objeto de ação rescisória.
Art. 13. Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida
pelo Supremo Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno.
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de dezembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Carlos Dias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.12.1999

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 12.562, DE DEZEMBRO DE 2011

Regulamenta o inciso III do art. 36 da Constituição Federal, para


dispor sobre o processo e julgamento da representação interventiva
perante o Supremo Tribunal Federal.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da representação
interventiva prevista no inciso III do art. 36 da Constituição Federal.
Art. 2º A representação será proposta pelo Procurador-Geral da Repúbli-
ca, em caso de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da
Constituição Federal, ou de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução
de lei federal.
Art. 3º A petição inicial deverá conter:
I – a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se
for o caso de recusa à aplicação de lei federal, das disposições questionadas;
II – a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto
ou da omissão questionados;
III – a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de exe-
cução de lei federal;
IV – o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, de-
vendo conter, se for o caso, cópia do ato questionado e dos documentos ne-
cessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, quando
não for o caso de representação interventiva, faltar algum dos requisitos es-
tabelecidos nesta Lei ou for inepta.
Parágrafo único. Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá
agravo, no prazo de 5 (cinco) dias.

849
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de


seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na representação
interventiva.
§ 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo
ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Ge-
ral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
§ 2º A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o
andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas
ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da
representação interventiva.
Art. 6º Apreciado o pedido de liminar ou, logo após recebida a petição
inicial, se não houver pedido de liminar, o relator solicitará as informações às
autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, que as prestarão
em até 10 (dez) dias.
§ 1º Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos, su-
cessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República,
que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá
causa ao pedido, utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do
regimento interno.
Art. 7º Se entender necessário, poderá o relator requisitar informações
adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que elabore laudo
sobre a questão ou, ainda, fixar data para declarações, em audiência pública,
de pessoas com experiência e autoridade na matéria.
Parágrafo único. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, a manifes-
tação e a juntada de documentos por parte de interessados no processo.
Art. 8º Vencidos os prazos previstos no art. 6º ou, se for o caso, reali-
zadas as diligências de que trata o art. 7º, o relator lançará o relatório, com
cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.

850
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 9º A decisão sobre a representação interventiva somente será toma-


da se presentes na sessão pelo menos 8 (oito) Ministros.
Art. 10. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou im-
procedência do pedido formulado na representação interventiva se num ou
noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6 (seis) Ministros.
Parágrafo único. Estando ausentes Ministros em número que possa influir
na decisão sobre a representação interventiva, o julgamento será suspenso,
a fim de se aguardar o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se
atinja o número necessário para a prolação da decisão.
Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos
órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final
for pela procedência do pedido formulado na representação interventiva, o
Presidente do Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao
conhecimento do Presidente da República para, no prazo improrrogável
de até 15 (quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da
Constituição Federal.
Parágrafo único. Dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do
trânsito em julgado da decisão, a parte dispositiva será publicada em seção
especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da
representação interventiva é irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação
por ação rescisória.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação .

Brasília, 23 de dezembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

851
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DECRETO-LEI N. 2.848, DE DEZEMBRO DE 1940


Vigência
(Vide Lei n. 1.521, de 1951)
(Vide Lei n. 5.741, de 1971)
(Vide Lei n. 5.988, de 1973)
(Vide Lei n. 6.015, de 1973)
(Vide Lei n. 6.404, de 1976)
(Vide Lei n. 6.515, de 1977)
(Vide Lei n. 6.538, de 1978)
(Vide Lei n. 6.710, de 1979)
(Vide Lei n. 7.492, de 1986)
(Vide Lei n. 8.176, de 1991)
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Anterioridade da Lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem pré-
via cominação legal. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de con-
siderar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

852
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,


aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Tempo do crime

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omis-


são, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 1984)

Territorialidade

Art. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae-
ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo corres-
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 1984)

853
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Lugar do crime (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria pro-
duzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangei-


ro: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
I – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Es-
tado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Bra-
sil; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
II – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julga-
dos. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ain-
da que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

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Delegado

§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do con-


curso das seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza
a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido
a pena; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no pará-
grafo anterior: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

Pena – cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil


pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira pro-


duz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil
para: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros
efeitos civis; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único. A homologação depende: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessa-
da; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Contagem de prazo (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os


dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restriti-


vas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzei-
ro. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Legislação especial (Incluída pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é


imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a impu-


tação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Relevância da omissão (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

857
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Delegado

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul-


tado. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 14. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime consumado (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua defini-


ção legal; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-


cias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pena – de tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com


a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela

Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu-


ção ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já pratica-
dos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Arrependimento posterior  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da

858
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queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois ter-
ços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime impossível (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 18. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime doloso (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produ-


zi-lo;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,


negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser pu-
nido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o


agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

859
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Delegado

Erro sobre elementos do tipo  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Descriminantes putativas (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circuns-


tâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta


de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da víti-
ma, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a ilicitude do fato  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude


do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite


sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circuns-
tâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei

n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obe-


diência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – em legítima defesa; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III  – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Excesso punível (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, res-


ponderá pelo excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Estado de necessidade

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de ou-

861
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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tro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Legítima defesa

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente


dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste arti-
go, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública
que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvol-
vimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omis-
são, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

862
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Delegado

Redução de pena

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o


agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos

Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,


ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Emoção e paixão

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
I – a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Embriaguez

II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de


efeitos análogos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por em-
briaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do

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Delegado

fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminu-
ída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de cará-


ter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Casos de impunibilidade

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo dispo-


sição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL

Ação pública e de iniciativa privada

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a


declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo,
quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Minis-
tro da Justiça. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofen-
dido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

A ação penal no crime complexo

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do


tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública
em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proce-
der por iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Irretratabilidade da representação

Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denún-


cia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do


direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6
(seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime,
ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o
prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado


expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de
ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato
de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Perdão do ofendido

Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede


mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos ou-
tros; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como crimi-
noso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
VIII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art. 108. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemen-
to constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto

867
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. (Redação dada pela


Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


salvo o disposto no § 1º  do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo
da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação
dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
I – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não
excede a doze;
III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não
excede a oito;
IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não ex-
cede a quatro;
V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
VI – em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos


prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença conde-


natória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo

868
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julga-
do para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data an-
terior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.234, de 2010).

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sen-

tença final

Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


começa a correr: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
V  – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,
previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta
a ação penal. (Redação dada pela Lei n. 12.650, de 2012)

Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112. No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a cor-
rer: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

869
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a


acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do

livramento condicional

Art. 113. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramen-


to condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição da multa

Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei


n. 9.268, de 1º.4.1996)
I – em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplica-
da; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Redução dos prazos de prescrição

Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o cri-


minoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data
da sentença, maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

870
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não


corre: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais
Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecu-
ção penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória,
a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por
outro motivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Causas interruptivas da prescrição

Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei n.


7.209, de 11.7.1984)
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
II – pela pronúncia; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorrí-
veis; (Redação dada pela Lei n. 11.596, de 2007).
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
VI – pela reincidência. (Redação dada pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

871
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da


prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos cri-
mes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais
a interrupção relativa a qualquer deles. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo,
todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 118. As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade in-
cidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Perdão judicial

Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada
para efeitos de reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

PARTE ESPECIAL
(VIDE LEI N. 7.209, DE 1984)

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

872
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social


ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
cação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo futil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)

VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído


pela Lei n. 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti-
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
rança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
VIII – (VETADO): (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)

873
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)


II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei
n. 13.104, de 2015)

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura di-
minuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de se-
gurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei n. 12.720, de 2012)
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem

874
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela


Lei n. 13.771, de 2018)
III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima; (Redação dada pela Lei n. 13.771, de 2018)
IV  – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de
2006. (Incluído pela Lei n. 13.771, de 2018)

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

(Redação dada pela Lei n. 13.968, de 2019)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automuti-


lação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei
n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela
Lei n. 13.968, de 2019)
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal
de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
Código: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (In-
cluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capaci-
dade de resistência. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)

875
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da


rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de
grupo ou de rede virtual. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal
de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do
art. 129 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor
de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
121 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)

Infanticídio

Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, du-
rante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho pro-
voque: (Vide ADPF 54)
Pena – detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

876
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de três a dez anos.


Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumenta-
das de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consenti-


mento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

877
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Se resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incuravel;
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não


quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor so-


cial ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de


detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

878
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Lesão corporal culposa

§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hi-


póteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.720, de 2012)
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação
dada pela Lei n. 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, côn-


juge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos-
pitalidade: (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela
Lei n. 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um ter-
ço). (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um ter-
ço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei n. 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrên-
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até

879
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois


terços. (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que
está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:


Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposi-
ção da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

880
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Abandono de incapaz

Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos re-
sultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:


I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei n.
10.741, de 2003)

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

881
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Omissão de socorro

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergen-

cial (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan-


tia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de aten-
dimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a
morte. (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Maus-tratos

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia,
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção
ou disciplina:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

882
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de um a quatro anos.


§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei n. 8.069, de 1990)

CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa

Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:


Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave,
aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis me-
ses a dois anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala
ou divulga.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:

883
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

Difamação

Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é


funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natu-
reza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência: (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei n. 9.459, de
1997)

884
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Disposições comuns

Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço,


se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estran-
geiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 1º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,
aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Exclusão do crime

Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível:


I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em aprecia-
ção ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-

885
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Delegado

-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a


ofensa. (Incluído pela Lei n. 13.188, de 2015)
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difa-
mação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
responde pela ofensa.
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede me-
diante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça,
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante represen-
tação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso
do § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.033. de 2009)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

Seção I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou


depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de re-
sistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Aumento de pena

§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a


execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de ar-
mas.
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça

Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer


outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Sequestro e cárcere privado

Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere


privado: (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 11.106,
de 2005)
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído
pela Lei n. 11.106, de 2005)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei n. 11.106,
de 2005)
§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da de-
tenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer sub-


metendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
(Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena corresponden-
te à violência. (Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído
pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (In-
cluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)

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Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alo-


jar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído
pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei n. 13.344,
de 2016) (Vigência)
IV – adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
V – exploração sexual. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas fun-
ções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vi-
gência)
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou
com deficiência; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de co-
abitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função;
ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (In-
cluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e
não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

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Seção II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-


tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o
emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em
suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo
ali praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

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Seção III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fecha-


da, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º Na mesma pena incorre:


I  – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora
não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusiva-


mente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conver-
sação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número
anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem obser-
vância de disposição legal.
§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do §
1º, IV, e do § 3º.

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Delegado

Correspondência comercial

Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento


comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair
ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Seção IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento par-
ticular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor,
e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a
dois contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renu-
merado pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou ban-
co de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal
será incondicionada. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Violação do segredo profissional

Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei n. 12.737, de

2012) Vigência

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de


computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o
fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa
ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem
ilícita: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela
Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difun-
de dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da
conduta definida no caput. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta
prejuízo econômico. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações ele-
trônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
invadido: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta
não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver di-


vulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados
ou informações obtidos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado
contra: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei
n. 12.737, de 2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei n. 12.737,
de 2012) Vigência
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assem-
bleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de
Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadu-
al, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012)
Vigência
Ação penal (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede me-
diante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públi-
cos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto

Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

894
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.


§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.

Furto qualificado

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é co-


metido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se hou-
ver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
(Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for
de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração. (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
pela Lei n. 13.654, de 2018)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Furto de coisa comum

Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para ou-


trem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não
excede a quota a que tem direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, median-
te grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, em-
prega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impuni-
dade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada
pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co-
nhece tal circunstância.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberda-
de. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,


conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou empre-
go. (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n.
13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei
n. 13.654, de 2018)
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)
anos, e multa; (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)

Extorsão

Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica,
a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego
de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º
do artigo anterior. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e


essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e
3º, respectivamente. (Incluído pela Lei n. 11.923, de 2009)

Extorsão mediante sequestro

Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90 (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90 (Redação
dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela
Lei n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º Se resulta a morte: Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei
n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar
à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 9.269, de 1996)

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Extorsão indireta

Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situa-


ção de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal con-
tra a vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal


indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concur-


so de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho
possessório.
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta comi-
nada.
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somen-
te se procede mediante queixa.

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Delegado

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,


marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

CAPÍTULO IV
DO DANO

Dano

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único. Se o crime é cometido:


I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
II  – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave
III – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação
dada pela Lei n. 13.531, de 2017)
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem con-


sentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:

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Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade


competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de


local especialmente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal

Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art.
164, somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a


detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:


I – em depósito necessário;

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II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,


testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições re-


colhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º  Nas mesmas penas incorre quem deixar de:  (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada
à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham inte-
grado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à pres-
tação de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (In-
cluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, con-
fessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta
as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regu-
lamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)

902
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Delegado

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a


denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive aces-
sórios; ou (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja supe-
rior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei n. 13.606, de 2018)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em par-


te, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcial-
mente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la
à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art.
155, § 2º.

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CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz
pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa


alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

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Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve en-


tregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o pró-


prio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com
o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do saca-


do, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimen-
to de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assis-
tência social ou beneficência.

Estelionato contra idoso

§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (In-


cluído pela Lei n. 13.228, de 2015)
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
II – criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019)
IV – maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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Duplicata simulada

Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço presta-
do. (Redação dada pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou
adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei
n. 5.474. de 1968)

Abuso de incapazes

Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão


ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem,
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídi-
co, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação

Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da


simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo
ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operação é ruinosa:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio

Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou


consumidor:

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I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou de-


teriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra
de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso,
metal de ou outra qualidade:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se


de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz
pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em pros-


pecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui
crime contra a economia popular.
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a eco-
nomia popular: (Vide Lei n. 1.521, de 1951)
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em pros-
pecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia,

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faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta


fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício,
falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em
proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia au-
torização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade,
ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em
penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com
este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou con-
luiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a fun-
cionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
informação ao Governo.
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa,
o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”

Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com


disposição legal:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Fraude à execução

Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danifi-


cando bens, ou simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito


próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)

Receptação qualificada (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, des-


montar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma uti-
lizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

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Delegado

§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção


entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-
-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo
em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.531, de 2017)

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó-


sito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semo-
vente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.330, de 2016)

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)

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Delegado

I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;


II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegíti-
mo, seja civil ou natural.
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime pre-
visto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja em-
prego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Violação de direito autoral

Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação


dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação
dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de
lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual,
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor,

911
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Delegado

do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de


quem os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto
ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire,
oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete
ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga ori-
ginal ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização
dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo,
fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário
realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lu-
cro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem
os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exce-
ção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformi-
dade com o previsto na Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia
de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do
copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)

Usurpação de nome ou pseudônimo alheio

Art. 185. (Revogado pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de


1º.7.2003)
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e
2º do art. 184; (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfa-
vor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previs-
tos no § 3º do art. 184. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO

Violação de privilégio de invenção

Art. 187. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Falsa atribuição de privilégio
Art. 188. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado

Art. 189. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho
Art. 190. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Art. 191. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

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Delegado

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA AS
MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Violação do direito de marca

Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos

Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

Marca com falsa indicação de procedência

Art. 194. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Art. 195. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL

Concorrência desleal

Art. 196. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho

Art. 197. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:


I – a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a tra-
balhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:

914
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Delegado

Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-


dente à violência;
II – a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de
parede ou paralisação de atividade econômica:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.

Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem

violenta

Art. 198. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de
outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Atentado contra a liberdade de associação

Art. 199. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação
profissional:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da

ordem

Art. 200. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pra-


ticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é


indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.

Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 201. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pro-


vocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sa-

botagem

Art. 202. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrí-


cola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou
com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou
delas dispor:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Frustração de direito assegurado por lei trabalhista

Art. 203. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela


legislação do trabalho:
Pena – detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência. (Redação dada pela Lei n. 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
I – obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabele-
cimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
(Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
II – impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, me-
diante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou con-
tratuais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

916
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de


dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho

Art. 204. Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa


à nacionalização do trabalho:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa

Art. 205. Exercer atividade, de que estáimpedido por decisão administra-


tiva:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Aliciamento para o fim de emigração

Art. 206. Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los


para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei n. 8.683, de 1993)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.683, de 1993)

Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território

nacional

Art. 207. Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra
localidade do território nacional:
Pena – detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.777, de 29.12.1998)

917
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localida-


de de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou
cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condi-
ções do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou


função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:

918
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.


Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Violação de sepultura

Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:


Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Vilipêndio a cadáver

Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:


Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter


conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

919
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.


(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Art. 214. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com al-
guém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre mani-
festação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem eco-
nômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Importunação sexual (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso


com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 216. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Assédio sexual (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)

920
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou fa-


vorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou fun-
ção. (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.224,
de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (de-
zoito) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I-A
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)

DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, con-


teúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado
sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em
fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir
pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)

921
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Sedução

Art. 217. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com me-
nor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo apli-
cam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela
ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

922
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascí-


via de outrem: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescen-

te (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,


ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de
satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei n. 12.015, de
2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração

sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. (Redação dada pela

Lei n. 12.978, de 2014)

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de


exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermida-
de ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, apli-
ca-se também multa. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

923
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)


I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se ve-
rifiquem as práticas referidas no  caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da con-
denação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabe-
lecimento. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerá-

vel, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei n. 13.718, de

2018)

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à


venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotogra-
fia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime


é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

924
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas


no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cul-
tural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

CAPÍTULO III
DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

Art. 219. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Rapto consensual

Art. 220. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Concurso de rapto e outro crime

Art. 222. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 224. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Ação penal

925
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-


-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de


2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou
mais pessoas; (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada
pela Lei n. 13.718, de 2018)
III – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Estupro coletivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei n.


13.718, de 2018)

Estupro corretivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído


pela Lei n. 13.718, de 2018)

926
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:


Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou
se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à vio-
lência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexu-

al (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de ex-


ploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, côn-
juge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou

927
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigi-


lância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em


que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação di-
reta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Rufianismo

Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de


seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou
se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

928
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou


outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena corres-
pondente à violência. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual

(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)


Art. 231-A. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 232. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem


econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasi-
leiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o
fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território na-
cional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
I – o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei n. 13.445, de
2017 Vigência
II – a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

929
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das corres-
pondentes às infrações conexas. Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao


público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para
fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho,
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos
referidos neste artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação tea-
tral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espe-
táculo, que tenha o mesmo caráter;
III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audi-
ção ou recitação de caráter obsceno.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

930
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (In-


cluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.718, de 2018)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador,
ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título
correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Bigamia

Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casa-
da, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de
um a três anos.
§ 2º Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por
motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

931
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro con-


traente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado
e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença
que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

Conhecimento prévio de impedimento

Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento


que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Simulação de autoridade para celebração de casamento

Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Simulação de casamento

Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.

Adultério

Art. 240. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Registro de nascimento inexistente

932
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao esta-

do civil de recém-nascido

Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de ou-
trem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito
inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Pena – reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Parágrafo único. Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobre-
za: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a
pena. (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Sonegação de estado de filiação
Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência
filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o
fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,


ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer

933
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei n.


10.741, de 2003)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o
maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei n. 5.478, de 1968)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra
ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego
ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
ou majorada. (Incluído pela Lei n. 5.478, de 1968)

Entrega de filho menor a pessoa inidônea

Art. 245. Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja


companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em
perigo: (Redação dada pela Lei n. 7.251, de 1984)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei n.
7.251, de 1984)
§ 1º A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica
delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. (Incluído pela
Lei n. 7.251, de 1984)
§ 2º Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora ex-
cluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao
envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela Lei
n. 7.251, de 1984)

Abandono intelectual

Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho
em idade escolar:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 247. Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder
ou confiado à sua guarda ou vigilância:

934
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa vicio-


sa ou de má vida;
II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor,
ou participe de representação de igual natureza;
III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

Art. 248. Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em


que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em vir-
tude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor
ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa
causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração de incapazes

Art. 249. Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem


o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui ele-
mento de outro crime.
§ 1º O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito
não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio
poder, tutela, curatela ou guarda.

935
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu


maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º As penas aumentam-se de um terço:


I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em
proveito próprio ou alheio;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência
social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Incêndio culposo

936
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Explosão

Art. 251. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos aná-
logos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóte-


ses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer
das coisas enumeradas no n. II do mesmo parágrafo.

Modalidade culposa

§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efei-


tos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais
casos, é de detenção, de três meses a um ano.

Uso de gás tóxico ou asfixiante

Art. 252. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade Culposa

937
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosi-

vos ou gás tóxico, ou asfixiante

Art. 253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença


da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou
material destinado à sua fabricação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação

Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou deten-
ção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.

Perigo de inundação

Art. 255. Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio,


expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obs-
táculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 256. Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a


vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade culposa

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de seis meses a um ano.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

Art. 257. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inun-


dação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou
qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou sal-
vamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum

Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de


natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se
resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão
corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Difusão de doença ou praga

Art. 259. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta,
plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis


meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

939
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário

Art. 260. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:


I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha
férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou inter-
rompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radio-
telegrafia;
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Desastre ferroviário

§ 1º Se do fato resulta desastre:


Pena – reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer
via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos
ou por meio de cabo aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo

Art. 261. Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou


praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima,
fluvial ou aérea:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo

940
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação


ou a queda ou destruição de aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Prática do crime com o fim de lucro

§ 2º Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com


intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem.

Modalidade culposa

§ 3º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

Art. 262. Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou


dificultar-lhe o funcionamento:
Pena – detenção, de um a dois anos.
§ 1º Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada

Art. 263. Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no
caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o dis-
posto no art. 258.

Arremesso de projétil

Art. 264. Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao


transporte público por terra, por água ou pelo ar:

941
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – detenção, de um a seis meses.


Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção,
de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
aumentada de um terço.

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de


água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade,
se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funciona-
mento dos serviços. (Incluído pela Lei n. 5.346, de 3.11.1967)

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, in-

formático, telemático ou de informação de utilidade pública (Redação

dada pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Art. 266. Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico


ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de
informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de
calamidade pública. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia

942
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 267. Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogêni-


cos:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.

Infração de medida sanitária preventiva

Art. 268. Infringir determinação do poder público, destinada a impedir


introdução ou propagação de doença contagiosa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcioná-
rio da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista
ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença

Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja


notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou

medicinal

Art. 270. Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou subs-


tância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)

943
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em


depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade culposa

§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou poluição de água potável

Art. 271. Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular,


tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou

produtos alimentícios (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Art. 272. Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto


alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-
-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à ven-
da, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrom-
pido ou adulterado. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

944
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste


artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

§ 2º Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)


Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-


tinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei n. 9.677,
de 2.7.1998)

Art. 273. Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a


fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda,
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redação
dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os me-
dicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos,
os saneantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei n. 9.677, de
2.7.1998)
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previs-
tas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (In-
cluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária compe-
tente; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

945
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso


anterior; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua
comercialização; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; ((Incluído
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
V – de procedência ignorada; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária
competente. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida

Art. 274. Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, reves-


timento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-
-séptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Invólucro ou recipiente com falsa indicação

Art. 275. Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios,


terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra
em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a menciona-
da: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

946
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores

Art. 276. Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qual-
quer forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Substância destinada à falsificação

Art. 277. Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância


destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici-
nais:(Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Outras substâncias nocivas à saúde pública

Art. 278. Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender
ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saú-
de, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Substância avariada

Art. 279. (Revogado pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

947
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Medicamento em desacordo com receita médica

Art. 280. Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:


Pena – detenção, de um a três anos, ou multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Comércio, posse ou uso de entorpecente ou substância que deter-

mine dependência física ou psíquica. (Redação dada pela Lei n. 5.726, de

1971) (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Art. 281. (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, den-
tista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

Charlatanismo

Art. 283. Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Curandeirismo

Art. 284. Exercer o curandeirismo:

948
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer


substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente
fica também sujeito à multa.

Forma qualificada

Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Ca-
pítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

TÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Incitação ao crime

Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Apologia de crime ou criminoso

Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico


de cometer crimes: (Redação dada pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei n.
12.850, de 2013) (Vigência)

949
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é ar-


mada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)

Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei n. 12.720, de 2012)

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização


paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de pra-
ticar qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei n.
12.720, de 2012)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei n.
12.720, de 2012)

TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA

Moeda Falsa

Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou pa-


pel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa.

950
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, impor-
ta ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circulação moeda falsa.
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário
público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite
ou autoriza a fabricação ou emissão:
I – de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II – de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja
circulação não estava ainda autorizada.

Crimes assimilados ao de moeda falsa

Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com


fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cé-
dula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indica-
tivo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais
condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único. O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se
o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro
se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Petrechos para falsificação de moeda


Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir
ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especial-
mente destinado à falsificação de moeda:

951
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Emissão de título ao portador sem permissão legal

Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título
que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos do-
cumentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias
a três meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Falsificação de papéis públicos

Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de
emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei n.
11.035, de 2004)
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III – vale postal;
IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de
outro estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a
arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder pú-
blico seja responsável;
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte adminis-
trada pela União, por Estado ou por Município:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.

952
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 11.035, de 2004)


I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se
refere este artigo; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
II  – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda,
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributá-
rio; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em de-
pósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário,
falsificado; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a
obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de
torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos
papéis a que se refere o parágrafo anterior.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer
dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu §
2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção,
de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. (Incluído pela
Lei n. 11.035, de 2004)

Petrechos de falsificação

953
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente


destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecen-
do-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público

Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou
de Município;
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a auto-
ridade, ou sinal público de tabelião:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de
outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas
ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou enti-
dades da Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público

Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:

954
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.


§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua
a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II  – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa
ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencio-
nados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a
vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)

Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei n.

12.737, de 2012) Vigência

Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar


documento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsificação de cartão (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

955
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento par-


ticular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Falsidade ideológica

Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele


devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alte-
rar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público,
e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos
de réis, se o documento é particular. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime pre-
valecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública,


firma ou letra que o não seja:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público;
e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública,


fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

956
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor


de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância
que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena
privativa de liberdade, a de multa.

Falsidade de atestado médico

Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:


Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para
coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada
na face ou no verso do selo ou peça:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz
uso do selo ou peça filatélica.

Uso de documento falso

Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a


que se referem os arts. 297 a 302:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

957
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Supressão de documento

Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de ou-


trem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de
que não podia dispor:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou

na fiscalização alfandegária, ou para outros fins

Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empre-


gado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade
pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar
determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena – reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidade

Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter van-
tagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não consti-
tui elemento de crime mais grave.
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de
reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:

958
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não


constitui elemento de crime mais grave.

Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território na-


cional, nome que não é o seu:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe
a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação,
título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é veda-
da por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.426, de 1996)

Adulteração de sinal identificador de veículo automotor  (Redação

dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal iden-


tificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:(Redação
dada pela Lei n. 9.426, de 1996))
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão
dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)

959
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o


licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevi-
damente material ou informação oficial. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)

CAPÍTULO V
(INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO


(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Fraudes em certames de interesse público

(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar


a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
I – concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II – avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
IV  – exame ou processo seletivo previstos em lei:
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer
meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas
no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

960
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por fun-


cionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-


quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não ten-
do a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

961
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício


do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela

Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de


dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Inclu-
ído pela Lei n. 9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa-

ções (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade com-
petente: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a


guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

962
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais


grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabe-


lecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)

Excesso de exação

§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou


deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexa-
tório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei n. 8.137, de
27.12.1990)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

963
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indireta-


mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contra-


bando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Prevaricação

Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de


cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

964
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Condescendência criminosa

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-


bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exer-


cê-la:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente
à violência.

Abandono de função

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

965
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as


exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não cons-
titui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou pro-


porcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

966
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,


embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de fun-
ção de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, socie-
dade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público. (Incluído pela Lei n. 6.799, de 1980)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:


Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

967
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – detenção, de dois meses a dois anos.


§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à violência.

Desobediência

Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:


Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Desacato

Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em ra-


zão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei n. 9.127, de 1995)

Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, van-
tagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei n. 9.127,
de 1995)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.127, de 1995)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada
pela Lei n. 9.127, de 1995)

Corrupção ativa

Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,


para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

968
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada


pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da van-
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto


devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação
dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada
pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestina-
mente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de in-
trodução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem; (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estran-

969
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

geiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei n. 13.008,


de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei


n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela
Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de re-
gistro, análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à ex-
portação; (Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
(Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)§ 2º Equipara-se às atividades co-
merciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residên-
cias. (Incluído pela Lei n. 4.729, de 14.7.1965)

970
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado


em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda


em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou muni-
cipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente
ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
licitar, em razão da vantagem oferecida.
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital
afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal
empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, proces-


so ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou
de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983,

de 2000)

971
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qual-


quer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de infor-
mações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empre-
sário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II  – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo em-
pregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remune-
rações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º  É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz

972
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de mul-


ta. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mes-
mas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência
social. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 10.467, de 11.6.2002)

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMI-


NISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem


indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para deter-
miná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
comercial internacional: (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite
o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluí-

do pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, di-


reta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de

973
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela


Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (In-
cluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei n. 10467, de

11.6.2002)

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos


penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce car-
go, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações
diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exer-
ce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indi-
retamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públi-
cas internacionais. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338. Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi ex-
pulso:
Pena  – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão
após o cumprimento da pena.

Denunciação caluniosa

974
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anoni-
mato ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou prati-


cado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como tes-


temunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é prati-
cado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada

975
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte


entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem
a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei n.
10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
me é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)

Coação no curso do processo

Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-
teresse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
nistrativo, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspon-

dente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:

976
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena cor-


respondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha
em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou ad-


ministrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir
a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Favorecimento pessoal

Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de cri-


me a que é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou ir-
mão do criminoso, fica isento de pena.

Favorecimento real
Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recepta-
ção, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.

977
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a en-


trada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei n. 12.012,
de 2009).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei n.
12.012, de 2009).

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350. (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou sub-


metida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa,
ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
correspondente à violência.
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por
pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda,
aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido


a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente
à violência.

978
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Arrebatamento de preso

Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o te-


nha sob custódia ou guarda:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à
violência.

Motim de presos

Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da


prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profis-


sional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador


judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
gado ou procurador:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

979
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Exploração de prestígio

Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pre-


texto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega
ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pes-
soas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou


procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave amea-
ça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito


Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que
foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou ex-


terno, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

980
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza


operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei
ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa-

gar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de des-


pesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite esta-
belecido em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-

ra (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois úl-


timos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a
ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de dis-
ponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art.359-D. Ordenar despesa não autorizada por


lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

981
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)


anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido


constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar oude promover o cancela-


mento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido
em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato

ou legislatura (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento


de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Oferta pública ou colocação de títulos no merca-

do (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

982
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a coloca-


ção no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360. Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a exis-


tência, a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego
da economia popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de respon-
sabilidade do Presidente da República e dos Governadores ou Interventores,
e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.
Art. 361. Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da
República.

GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1940

983
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Delegado

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


Vigência
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código de Processo Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere


o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por


este Código, ressalvados:
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos mi-
nistros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e
dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III – os processos da competência da Justiça Militar;
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art.
122, no 17);
V – os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF n. 130)
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos refe-
ridos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem
de modo diverso.
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

984
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação


analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciati-
va do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do
órgão de acusação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade
da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja fran-
quia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competin-
do-lhe especialmente: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inci-
so LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
II – receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade
da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que
este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida
cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
VI – prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como
substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do con-
traditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou
em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas con-
sideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

985
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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VIII – prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado


preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado
o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IX – determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver
fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
X – requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia
sobre o andamento da investigação; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XI – decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de in-
formática e telemática ou de outras formas de comunicação; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamen-
tais do investigado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XII – julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denún-
cia; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XIII – determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do
art. 399 deste Código; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XV – assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outor-
gado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos in-
formativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no
que concerne, estritamente, às diligências em andamento; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

986
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Delegado

XVI – deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar


a produção da perícia; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVII – decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal
ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVIII – outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar,
uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que,
se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações
penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decidi-
das pelo juiz da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz
da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa,
deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo
máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das ga-
rantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministé-
rio Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo envia-
dos ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos
às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de
provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Delegado

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na


secretaria do juízo das garantias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato in-
cluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
funcionar no processo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tri-
bunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às
disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de or-
ganização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribu-
nal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das re-
gras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa sub-
metida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disci-
plinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre
a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e
respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmi-
tidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à
informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no ter-


ritório de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infra-
ções penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei n. 9.043, de 9.5.1995)

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Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de


autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público,
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos
de impossibilidade de o fazer;
c)  a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e
residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das infor-
mações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de represen-
tação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a au-
toridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada
pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)

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III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e


suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto
no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser as-
sinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista indivi-
dual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de âni-
mo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e
se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simu-
lada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capí-
tulo II do Título IX deste Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, re-
duzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-
viará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tive-
rem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores di-
ligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessa-
rem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre
que servir de base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à ins-
trução e julgamento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III  – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades
judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do
art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta-
tuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o dele-
gado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou
de suspeitos. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)

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II – o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei n. 13.344, de


2016) (Vigência)
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela in-
vestigação. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relaciona-
dos ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas pres-
tadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação
de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer nature-
za, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluí-
do pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
igual período; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será neces-
sária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser ins-
taurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do regis-
tro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a


autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de te-
lecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata co-
municação ao juiz. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão re-
querer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dis-
postas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em
inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos ex-
trajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da
força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tenta-
da, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá
ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento
da citação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela in-
vestigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado
à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores mi-


litares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Fede-
ral, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia
da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela auto-
ridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inqué-
rito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autorida-
de judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inqué-
rito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,
se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à eluci-
dação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados,
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes
a instauração de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela Lei n.
12.681, de 2012)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despa-
cho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou
a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese,

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Delegado

o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do


Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei n. 5.010,
de 30.5.1966)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim provi-
denciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a
autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou re-
partição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali-
dade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-
cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei n. 8.699, de
27.8.1993)
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluí-
do pela Lei n. 8.699, de 27.8.1993)
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de pri-
são em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária
ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Minis-
tério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arqui-
vamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebi-
mento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competen-
te do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial
poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representa-
ção judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confes-
sado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessá-
rio e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguin-
tes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade
de fazê-lo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério


Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois
terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a enti-
dade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução,
que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministé-
rio Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal impu-
tada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere
o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição
aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóte-
ses: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais
Criminais, nos termos da lei; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probató-
rios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, ex-
ceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao come-
timento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou
suspensão condicional do processo; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar,
ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em
favor do agressor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será
firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defen-
sor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realiza-
da audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da
oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condi-
ções dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Mi-
nistério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concor-
dância do investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante
o juízo de execução penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o §
5º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Pú-
blico para a análise da necessidade de complementação das investigações ou
o oferecimento da denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução
penal e de seu descumprimento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de
não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. (Incluído pela Lei


n. 13.964, de 2019)
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo inves-
tigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa
para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal
não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins pre-
vistos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o ju-
ízo competente decretará a extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa
dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei-
xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo cabe-
rá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas


do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento
ou da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em
cuja circunscrição residir o ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo,
ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interes-
ses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador
especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo
juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 35. (Revogado pela Lei n. 9.520, de 27.11.1997)
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá
preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de
enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas pros-
seguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os res-
pectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus
diretores ou sócios-gerentes.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representan-
te legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para
o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou re-
presentação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo
único, e 31.

1000
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou


por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devi-
damente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador,
será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão
do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à
apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial
procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade
que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a
termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a re-
presentação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou
tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao
Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento
da denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessá-
rio, o rol das testemunhas.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a men-

1001
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de di-


ligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido,
poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
os termos subsequentes do processo.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,
será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber
os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art.
16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber
novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo
para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido
as peças de informações ou a representação
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosse-
guindo-se nos demais termos do processo.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimen-
tos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá
requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que de-
vam ou possam fornecê-los.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao pro-
cesso de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos
autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofen-
dido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver


completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos,
sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito
de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o
perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do
querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à
aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto
no art. 50.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os
meios de prova.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos,
o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo,
ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração
assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com po-
deres especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, consi-
derar-se-á perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante 30 dias seguidos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não


comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV  – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a
punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do quere-
lante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrá-
ria e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova,
proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certi-
dão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a pu-
nibilidade.

TÍTULO IV
DA AÇÃO CIVIL

Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão pro-


mover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o
ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execu-
ção poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso iv do caput do
art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano
efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

1004
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarci-


mento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e,
se for caso, contra o responsável civil. (Vide Lei n. 5.970, de 1973)
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá sus-
pender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estri-
to cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil
poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a
inexistência material do fato.
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I – o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
II – a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III – a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não cons-
titui crime.
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art.
32, §§ 1º e 2º), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil
(art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.

TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:


I – o lugar da infração:
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função.

1005
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for pratica-
do o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido pra-
ticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território na-
cional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmen-
te, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições,
ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tenta-
da nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-


-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á
pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro,
será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.

1006
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir


o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar
da infração.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis


de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos
nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se
mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua com-
petência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
proferir a sentença (art. 492, § 2º).

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quan-


do, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente
competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de
fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência ante-
rior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

1007
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em con-
curso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra
as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstân-
cias elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
§ 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência,
serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da juris-
dição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei n.
263, de 23.2.1948)
II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela
Lei n. 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de
infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada
pela Lei n. 263, de 23.2.1948)

1008
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação


dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e jul-
gamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a
algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver
corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese
do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações
tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes,
ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente
a separação.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,
ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a
proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que
não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos
demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por cone-
xão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar
ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, reme-
terá o processo ao juízo competente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados


processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulterior-
mente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, con-


correndo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribu-


nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais
e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às
pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de respon-
sabilidade. (Redação dada pela Lei n. 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º (Vide ADIN n. 2797)
§ 2º (Vide ADIN n. 2797)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem quere-
lantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, proces-
sar e julgar:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – os seus ministros, nos crimes comuns;


II – os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presiden-
te da República;
III – o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais
de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e minis-
tros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julga-
mento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e pre-
feito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juí-
zes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,


será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territo-
riais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de em-
barcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça
do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou,
quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em
cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde
houver partido a aeronave.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas


estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.
(Redação dada pela Lei n. 4.893, de 9.12.1965)

TÍTULO VI
DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES

CAPÍTULO I
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS

Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução


de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das
pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a
controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entre-
tanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quan-
do necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido inicia-
da, com a citação dos interessados.
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender
de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da compe-
tência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la,
o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não
verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo,
após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de nature-
za urgente.
§ 1º O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente
prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem
que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o pro-
cesso, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a
matéria da acusação ou da defesa.
§ 2º Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incum-


birá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de
promover-lhe o rápido andamento.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos ante-
riores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.

CAPÍTULO II
DAS EXCEÇÕES

Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:


I – suspeição;
II – incompetência de juízo;
III – litispendência;
IV – ilegitimidade de parte;
V – coisa julgada.
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quan-
do fundada em motivo superveniente.
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo
por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá imediatamente o processo
ao seu substituto, intimadas as partes.
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá
fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes
especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou
do rol de testemunhas.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo,
mandará juntar aos autos a petição do recusante com os documentos que a
instruam, e por despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa dos
autos ao substituto.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado
a petição, dará sua resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e ofe-
recer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

remetidos, dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem


competir o julgamento.
§ 1º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da arguição, o juiz ou tri-
bunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a inquirição das teste-
munhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações.
§ 2º Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a
rejeitará liminarmente.
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do pro-
cesso principal, pagando o juiz as custas, no caso de erro inescusável; rejei-
tada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será imposta a multa de
duzentos mil-réis a dois contos de réis.
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da arguição,
poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo principal, até que se jul-
gue o incidente da suspeição.
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o juiz
que se julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o
feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se for relator, apresentar
os autos em mesa para nova distribuição.
§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por sus-
peito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de julgamento, registrando-se
na ata a declaração.
§ 2º Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu
substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo.
§ 3º Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição pela parte, o disposto
nos arts. 98 a 101, no que Ihe for aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer,
o que estabelece este artigo.
§ 4º A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal pleno,
funcionando como relator o presidente.
§ 5º Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-
-presidente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz,


depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção
de provas no prazo de três dias.
Art. 105. As partes poderão também arguir de suspeitos os peritos, os
intérpretes e os serventuários ou funcionários de justiça, decidindo o juiz de
plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata.
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidin-
do de plano do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo
recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos
do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer mo-
tivo legal.
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbal-
mente ou por escrito, no prazo de defesa.
§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será
remetido ao juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o proces-
so prosseguirá.
§ 2º Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar
por termo a declinatória, se formulada verbalmente.
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que
o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa
julgada, será observado, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre a exceção
de incompetência do juízo.
§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fa-
zê-lo numa só petição ou articulado.
§ 2º A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao
fato principal, que tiver sido objeto da sentença.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não sus-


penderão, em regra, o andamento da ação penal.

CAPÍTULO III
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcio-


nários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no proces-
so, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão
nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento
poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a
exceção de suspeição.

CAPÍTULO IV
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO

Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão não só


pela exceção própria, como também pelo conflito positivo ou negativo de
jurisdição.
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:
I – quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem compe-
tentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso;
II – quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção
ou separação de processos.
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:
I – pela parte interessada;
II – pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos juízos
em dissídio;
III – por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte
interessada, sob a de requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

conflito, perante o tribunal competente, expondo os fundamentos e juntando


os documentos comprobatórios.
§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão suscitá-lo
nos próprios autos do processo.
§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator poderá determi-
nar imediatamente que se suspenda o andamento do processo.
§ 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisitará infor-
mações às autoridades em conflito, remetendo-lhes cópia do requerimento
ou representação.
§ 4º As informações serão prestadas no prazo marcado pelo relator.
§ 5º Recebidas as informações, e depois de ouvido o procurador-geral, o
conflito será decidido na primeira sessão, salvo se a instrução do feito depen-
der de diligência.
§ 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remetidas, para a
sua execução, às autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito
ou que o houverem suscitado.
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória, restabelece-
rá a sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer dos juízes ou tribunais
inferiores.

CAPÍTULO V
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS

Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apre-


endidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Pe-
nal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sen-
tença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autori-
dade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida
quanto ao direito do reclamante.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em


apartado, assinando-se ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova.
Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o incidente.
§ 2º O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade ju-
dicial o resolverá, se as coisas forem apreendidas em poder de terceiro de
boa-fé, que será intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo igual e
sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias para arrazoar.
§ 3º Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público.
§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz reme-
terá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos
de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea.
§ 5º Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e le-
vadas a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao
terceiro que as detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de respon-
sabilidade.
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da
infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu parágrafo.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas
serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no
prazo de 90 dias, a contar da data em que transitar em julgado a sentença
final, condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos não forem recla-
mados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se
o saldo à disposição do juízo de ausentes.
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for
decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o disposto no art. 100 do
Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se houver
interesse na sua conservação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte


ou de outros bens de relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver
vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a museus públicos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO VI
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indi-


ciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos
a terceiro.
Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens.
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do
ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar
o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a de-
núncia ou queixa.
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Regis-
tro de Imóveis.
Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos
de terceiro.
Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado:
I – pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos
com os proventos da infração;
II – pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título one-
roso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos
antes de passar em julgado a sentença condenatória.
Art. 131. O sequestro será levantado:
I – se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado
da data em que ficar concluída a diligência;

1019
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar cau-


ção que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do
Código Penal;
III – se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença
transitada em julgado.
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as
condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítu-
lo Xl do Título Vll deste Livro.
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofí-
cio ou a requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará
a avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido
decretado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não cou-
ber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacio-
nal, exceto se houver previsão diversa em lei especial. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a
utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida as-
securatória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Cons-
tituição Federal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força
Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desem-
penho de suas atividades. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação
ou repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá priori-
dade na sua utilização. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz
poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

1020
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embar-


cação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de
registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licen-
ciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pa-
gamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem
para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decre-
tação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de
boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao
órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser reque-
rida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da
infração e indícios suficientes da autoria.
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte
estimará o valor da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou
imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará logo
proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imó-
vel ou imóveis.
§ 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em
que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis
que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimen-
to, e com os documentos comprobatórios do domínio.
§ 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis
designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avalia-
dor judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respectivo.
§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em car-
tório, poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe pa-
recer excessivo ou deficiente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imó-


veis necessários à garantia da responsabilidade.
§ 5º O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a
condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das par-
tes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória.
§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de
dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de
mandar proceder à inscrição da hipoteca legal.
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-
-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de
inscrição da hipoteca legal. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006)
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de va-
lor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora,
nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. (Redação dada
pela Lei n. 11.435, de 2006).
§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, pro-
ceder-se-á na forma do § 5º do art. 120.
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitra-
dos pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família.
Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto correrão
em auto apartado. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujei-
tos ao regime do processo civil. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as
despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas
a reparação do dano ao ofendido.
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sen-
tença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).

1022
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabele-


cidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o
ofendido for pobre e o requerer.
Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos
de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). (Redação dada
pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público
poderão requerer no juízo cível, contra o responsável civil, as medidas previs-
tas nos arts. 134, 136 e 137.
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação
do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterio-
ração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico. (Incluído pela
Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial
ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela administração ju-
dicial, será realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da realiza-
ção do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80%
(oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 3º O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao
juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em
renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou,
no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 4º Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de
pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em

1023
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta


judicial. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 5º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e con-
trole a expedição de certificado de registro e licenciamento em favor do ar-
rematante, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos
anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 6º O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e
dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia,
provada por certidão ou publicação no órgão oficial. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)

CAPÍTULO VII
DO INCIDENTE DE FALSIDADE

Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos


autos, o juiz observará o seguinte processo:
I – mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a
parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta;
II – assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes,
para prova de suas alegações;
III  – conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender
necessárias;
IV – se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desen-
tranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao
Ministério Público.
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes
especiais.
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo
de ulterior processo penal ou civil.

CAPÍTULO VIII
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO

Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado,


o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defen-
sor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado,
seja este submetido a exame médico-legal.
§ 1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante
representação da autoridade policial ao juiz competente.
§ 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame,
ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às di-
ligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento.
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será inter-
nado em manicômio judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requere-
rem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar.
§ 1º O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peri-
tos demonstrarem a necessidade de maior prazo.
§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá au-
torizar sejam os autos entregues aos peritos, para facilitar o exame.
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infra-
ção, irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosse-
guirá, com a presença do curador.
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o
processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado
o § 2º do art. 149.
§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em ma-
nicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acu-


sado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que
houverem prestado depoimento sem a sua presença.
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apar-
tado, que só depois da apresentação do laudo, será apenso ao processo
principal.
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da execução da
pena, observar-se-á o disposto no art. 682.

TÍTULO VII
DA PROVA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova


produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas
as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, ade-
quação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as


provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucio-
nais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quan-
do as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primei-
ras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução crimi-
nal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmis-
sível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompa-
nhar o incidente. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não
poderá proferir a sentença ou acórdão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE

CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL


(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exa-
me de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de
delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei n.
13.721, de 2018)
I – violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei
n. 13.721, de 2018)

1027
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II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiên-


cia. (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de 2018)
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os pro-
cedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse
e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preser-
vação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, cons-
tatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio
nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial inte-
resse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e
local de crime; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III  – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no
local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, po-
dendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável
a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo aten-
dimento; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1028
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise


pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio cole-
tado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data,
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, uti-
lizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre
outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que
deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número
de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do
exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o rece-
beu; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de
acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas
e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formali-
zado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-
traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo
correspondente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando
a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente


por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de
custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complemen-
tares. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem
ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial
de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de
quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determi-
nado pela natureza do material. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestí-
gio durante o transporte. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas caracte-
rísticas, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequa-
do e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à
análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o
local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utiliza-
do. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo reci-
piente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1030
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central


de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve
ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza cri-
minal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com
local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, pos-
sibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser
um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas
características do vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser
protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito
que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado de-
verão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações
deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela
tramitação, a destinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devol-
vido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou con-
dições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou
judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local
diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial
de natureza criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados
por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas


idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu-
reza do exame. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para res-
ponderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência míni-
ma de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complemen-
tar; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em
prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu
de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que man-
terá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um

1032
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela


Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão mi-
nuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requeri-
mento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, sal-
vo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quan-
do as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indica-
rá o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o
que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que fo-
rem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas
e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de
28.3.1994)

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Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,


quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, pro-
ceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos
os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos
os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129,
§ 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,
contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada
a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se al-
tere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n.
5.970, de 1973)

1034
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado


das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na
dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufi-
ciente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os lau-
dos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obs-
táculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em
que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destru-
ídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em
que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstân-
cias que interessarem à elucidação do fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação
de letra, observar-se-á o seguinte:
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada
para o ato, se for encontrada;
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os do-
cumentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes
realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;

1035
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes


os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado.
Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência pode-
rá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato
da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das par-
tes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na
precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autorida-
de ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pe-
los peritos.
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que
será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que po-
derá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos
os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no
auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um re-
digirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se
este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame
por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omis-
sões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a

1036
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei n.


8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a
novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejei-
tá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.

CAPÍTULO III
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária,


no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de
seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a
segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem
como a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou
a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso
por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmis-
são de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária
para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei n.
11.900, de 2009)

1037
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de


que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa
fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermi-
dade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima,
desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência,
nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por video-
conferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompa-
nhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audi-
ência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reser-
vados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advoga-
do presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído
pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de
atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos cor-
regedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e
pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)

1038
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses


em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º des-
te artigo. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que cou-
ber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação
de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e
coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 9º Na hipótese do § 8º  deste artigo, fica garantido o acompanha-
mento do ato processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei n.
11.900, de 2009)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o con-
tato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor
da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interro-
gatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas
que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não pode-
rá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa
do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão con-
dicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados
familiares e sociais. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a
que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada
a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notí-
cia desta; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
IV – as provas já apuradas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e
desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qual-
quer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos
antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes
se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas corres-
pondentes se o entender pertinente e relevante. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte,
poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e cir-


cunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais
sejam. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separada-
mente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito
pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele respon-
derá oralmente; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por
escrito; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo
modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá
no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interroga-
tório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser
assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de
ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. (Redação dada pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

CAPÍTULO IV
DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os


outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-

1041
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada
por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre con-
vencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.690, DE 2008)

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado


sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor,
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo,
o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingres-
so e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (In-
cluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reserva-
do espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assis-

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tência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela


Lei n. 11.690, de 2008)
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimi-
dade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, deter-
minar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras in-
formações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos
meios de comunicação. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.


Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer
a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve con-
sulta a apontamentos.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz
procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, to-
mar-lhe o depoimento desde logo.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Po-
derão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou
o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

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Delegado

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-


nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos do-
entes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemu-
nhas, além das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber
que interesse à decisão da causa.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização,
serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade
das testemunhas. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma
testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de jul-
gamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o
tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à tes-
temunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respon-
dida. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)

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Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá comple-


mentar a inquirição. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas aprecia-
ções pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar
a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e
a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quan-
to possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
as suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado
por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presen-
ça de ambos.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilha-
ção, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo
que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconfe-
rência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput
deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determi-
naram. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de compare-
cer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá
solicitar o auxílio da força pública.

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Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista


no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e
condená-la ao pagamento das custas da diligência. (Redação dada pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos
Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiri-
dos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação
dada pela Lei n. 3.653, de 4.11.1959)
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as per-
guntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas
por ofício. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. (Redação
dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, deven-
do, porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe
da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.
(Incluído pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inqui-
rida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.

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§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo


tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnoló-
gico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença
do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audi-
ência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada pre-
viamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os cus-
tos de envio. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e
2º do art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será no-
meado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-
-se-á na conformidade do art. 192.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qual-
quer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas
do não comparecimento.
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfer-
midade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das par-
tes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

CAPÍTULO VII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de


pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descre-
ver a pessoa que deva ser reconhecida;

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Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possí-


vel, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidan-
do-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhe-
cimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em
face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para
que esta não veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito
pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na
fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconheci-
mento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitan-
do-se qualquer comunicação entre elas.

CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e


testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas de-
clarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das
de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da di-
vergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a
discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a tes-

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temunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha


presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto,
a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente,
pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência
só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a
entenda conveniente.

CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar


documentos em qualquer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos
ou papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se
dará o mesmo valor do original.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios cri-
minosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo
destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento
do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a
ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independente-
mente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos,
se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a
exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua jun-
tada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.

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Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o ori-


ginal, em presença da autoridade.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não
exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.

CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de
outra ou outras circunstâncias.

CAPÍTULO XI
DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.


§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autori-
zarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos fal-
sificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de cri-
me ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

h) colher qualquer elemento de convicção.


§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de
que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas le-
tras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a rea-
lizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição
de mandado.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada
a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso
de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III  – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fi-
zer expedir.
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do manda-
do de busca.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor
do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o mo-
rador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represen-
te, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qua-


lidade e o objeto da diligência.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra
coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os mo-
radores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer
vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador
será intimado a mostrá-la.
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assi-
nando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se
tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocu-
pado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde
alguém exercer profissão ou atividade.
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos
da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste
os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território
de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apre-
ensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a ur-
gência desta.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento


da pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem
sem interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fide-
dignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transporta-
da em determinada direção, forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus
distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir
as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.

TÍTULO VIII
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DO JUIZ

Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter


a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a
força pública.
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou ad-
vogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça
ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de
fato ou de direito, sobre a questão;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em li-


nha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
interessado no feito.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os
juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recu-
sado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o tercei-
ro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de
ser julgado por qualquer das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada
no processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afi-
nidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo
sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem des-
cendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando
a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei n.


11.719, de 2008).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida


neste Código; e (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos
em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles
se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e
aos impedimentos dos juízes.

CAPÍTULO III
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verda-


deiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa
a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou
da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a reti-
ficação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realiza-
do, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF 395)
(Vide ADPF 444)
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os re-
quisitos mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será proces-
sado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público
ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz,


ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou
a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão
obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu
patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo
imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a
100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor
não puder comparecer. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audi-
ência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do
processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente
ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de man-
dato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os
parentes do juiz.

CAPÍTULO IV
DOS ASSISTENTES

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como as-


sistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a
sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assis-


tente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do de-
bate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das
provas propostas pelo assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos
da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente
comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão
do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá re-
curso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos ser-


ventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

CAPÍTULO VI
DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina


judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o en-
cargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa,
provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos
prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a
autoridade poderá determinar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns.
I e IV do art. 69 do Código Penal;
II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anterior-
mente sobre o objeto da perícia;
III – os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto
sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.403, DE 2011)

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplica-


das observando-se a: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do


fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-
da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da
parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada
de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fun-
damentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justi-
fiquem essa medida excepcional. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas,
o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em
último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do
art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabí-
vel a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste
Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá
ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso con-
creto, de forma individualizada. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por


ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada
em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-
peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável
no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respecti-
vo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará
ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia,
hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencio-
nado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresenta-
do ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de
custódia. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o man-
dado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assi-
nada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade compe-
tente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de
dia e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do
mandado, se este for o documento exibido.
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição
do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da preca-
tória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-
cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-
dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que
fora da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na


forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII
do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pes-
soa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no  §
2º do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do man-
dado de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro mu-
nicípio ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde
o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois
de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remo-
ção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o
tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha pas-
sado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar
da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que
apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.

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Delegado

Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que


o executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime
a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão
em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defen-
der-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas du-
rante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e
durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de
puerpério imediato. (Redação dada pela Lei n. 13.434, de 2017)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entre-
gá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o
executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intima-
ção ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando
a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetua-
rá a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua
casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele
como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no
artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição
da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação
definitiva:
I – os ministros de Estado;

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II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefei-


to do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais,
os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei n. 3.181, de
11.6.1957)
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Na-
cional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
IX – os ministros do Tribunal de Contas;
X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado,
salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício
daquela função;
XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios,
ativos e inativos. (Redação dada pela Lei n. 5.126, de 20.9.1966)
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste
exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído
pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei
n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de ae-
ração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso co-
mum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)

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Delegado

§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do


preso comum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhi-
dos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos
regulamentos.
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judi-
ciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários
às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do manda-
do original.
Art. 298. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos
procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agen-


tes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-
quer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou pa-
péis que façam presumir ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante
delito enquanto não cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas as-
sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou
de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a infor-
mação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa desig-
nada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou
contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste
fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimen-
to do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a
prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois
de lavrado o auto de prisão em flagrante.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Pú-
blico, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas

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Delegado

ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela


Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organiza-
ção criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização
da audiência de custódia no prazo estabelecido no  caput deste artigo res-
ponderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo es-
tabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia
sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser rela-
xada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,


caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério

1068
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade


policial. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liber-
dade do imputado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de des-
cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medi-
das cautelares (art. 282, § 4º). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fun-
damentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou con-
temporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decreta-
ção da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente

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Delegado

em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a ma-


nutenção da medida. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade
de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão pre-
ventiva será sempre motivada e fundamentada. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer ou-
tra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos
ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela in-
terlocutória, sentença ou acórdão, que: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra deci-
são; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identifi-


car seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julga-
mento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI  – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou prece-
dente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no
caso em julgamento ou a superação do entendimento. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevie-
rem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor
da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa)
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO IV

DA APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO ACUSADO

CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)


anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até
12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018).
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser
efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas
previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).

CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela


Lei n. 12.403, de 2011).
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas
pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer

1072
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV  – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputá-
vel ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII  – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compa-
recimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou
em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às


autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-
mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – (revogado) (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz,
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).


Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormen-
te concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a
que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
c) (revogada). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei n.


12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado): (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consi-
deração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pre-
gressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem
como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito
e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a
fiança será havida como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fian-
ça, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante,
ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro es-
pecial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em
todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de
fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por
quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notifi-
cados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que cons-
tará dos autos.
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, fede-
ral, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.

1076
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será


feita imediatamente por perito nomeado pela autoridade.
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o
valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos,
exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição
arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntan-
do-se aos autos os respectivos conhecimentos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de
pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da
autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina
este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder
a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão
por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou po-
licial a quem tiver sido requisitada a prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independente-
mente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de
requerer o que julgar conveniente.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples peti-
ção, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o
réu for condenado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-


ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-
tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o
valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o dis-
posto no parágrafo único do art. 336 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cas-
sada em qualquer fase do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência
de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipote-
cados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão,
quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I  – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do proces-
so; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV  – resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
V – praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou que-


brada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de
metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-
denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas
e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo
penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenci-
ário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a
quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de
hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministé-
rio Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o
juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medi-
das cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art.
282 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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TÍTULO X
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

CAPÍTULO I
DAS CITAÇÕES

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no


território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
Art. 352. O mandado de citação indicará:
I – o nome do juiz;
II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;
IV – a residência do réu, se for conhecida;
V – o fim para que é feita a citação;
VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz pro-
cessante, será citado mediante precatória.
Art. 354. A precatória indicará:
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II – a sede da jurisdição de um e de outro;
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independente-
mente de traslado, depois de lançado o “cumpra-se” e de feita a citação por
mandado do juiz deprecado.
§ 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de
outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da dili-
gência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.
§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser cita-
do, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.

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Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os re-


quisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, de-
pois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na
qual se mencionarão dia e hora da citação;
II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua acei-
tação ou recusa.
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respec-
tivo serviço.
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo,
como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo
de 15 (quinze) dias.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado
não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a
citação do acusado. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).


§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o
processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo juiz
entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no
caso de no II, o prazo será de trinta dias.
Art. 365. O edital de citação indicará:
I – o nome do juiz que a determinar;
II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característi-
cos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;
III – o fim para que é feita a citação;
IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;
V – o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa,
se houver, ou da sua afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar
o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar
do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a
data da publicação.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem consti-
tuir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto
no art. 312. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou
intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo

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justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo en-


dereço ao juízo. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até
o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estran-
geiras serão efetuadas mediante carta rogatória. (Redação dada pela Lei n.
9.271, de 17.4.1996)

CAPÍTULO II
DAS INTIMAÇÕES

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pes-


soas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no
que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei n.
9.271, de 17.4.1996)
§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e
do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos
atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusa-
do. (Incluído Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca,
a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal
com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. (Re-
dação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que
alude o § 1º. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pesso-
al. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for
requerida, observado o disposto no art. 357.

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Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz mar-


cará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

TÍTULO XI
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES
DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA

Art. 373. A aplicação provisória de interdições de direitos poderá ser de-


terminada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante, do assistente, do ofendido, ou de seu representante legal, ainda
que este não se tenha constituído como assistente:
I – durante a instrução criminal após a apresentação da defesa ou do pra-
zo concedido para esse fim;
II – na sentença de pronúncia;
III – na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em grau de recur-
so, pronunciar o réu;
IV – na sentença condenatória recorrível.
§ 1º No caso do no I, havendo requerimento de aplicação da medida, o réu
ou seu defensor será ouvido no prazo de 2 (dois) dias.
§ 2º Decretada a medida, serão feitas as comunicações necessárias para
a sua execução, na forma do disposto no Capítulo III do Título II do Livro IV.
Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou da parte da sentença que
decretar ou denegar a aplicação provisória de interdições de direitos, mas
estas poderão ser substituídas ou revogadas:
I – se aplicadas no curso da instrução criminal, durante esta ou pelas sen-
tenças a que se referem os ns. II, III e IV do artigo anterior;
II – se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão que, em grau de re-
curso, a confirmar, total ou parcialmente, ou pela sentença condenatória recorrível;
III – se aplicadas na decisão a que se refere o no III do artigo anterior,
pela sentença condenatória recorrível.

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Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente, substituir ou revogar


interdição de direito, será fundamentado.
Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu fará cessar a apli-
cação provisória da interdição anteriormente determinada.
Art. 377. Transitando em julgado a sentença condenatória, serão execu-
tadas somente as interdições nela aplicadas ou que derivarem da imposição
da pena principal.
Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança obedecerá ao
disposto nos artigos anteriores, com as modificações seguintes:
I – o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de segurança, de ofí-
cio, ou a requerimento do Ministério Público;
II – a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do inquérito, me-
diante representação da autoridade policial;
III – a aplicação provisória de medida de segurança, a substituição ou a
revogação da anteriormente aplicada poderão ser determinadas, também, na
sentença absolutória;
IV – decretada a medida, atender-se-á ao disposto no Título V do Livro IV,
no que for aplicável.
Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-se-á, quanto à
execução das medidas de segurança definitivamente aplicadas, o disposto
no Título V do Livro IV.
Art. 380. A aplicação provisória de medida de segurança obstará a con-
cessão de fiança, e tornará sem efeito a anteriormente concedida.

TÍTULO XII
DA SENTENÇA

Art. 381. A sentença conterá:


I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessá-
rias para identificá-las;
II – a exposição sucinta da acusação e da defesa;

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III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;


IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;
V – o dispositivo;
VI – a data e a assinatura do juiz.
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao
juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigui-
dade, contradição ou omissão.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denún-
cia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em
consequência, tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibili-
dade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de
acordo com o disposto na lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova de-
finição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de
elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Mi-
nistério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação
pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-
-se o art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido
o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia
e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo
interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste


artigo. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) teste-
munhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos
termos do aditamento. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença con-
denatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem
como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte disposi-
tiva, desde que reconheça:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III – não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
VI  – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de
pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou
mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente apli-
cadas; (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
III – aplicará medida de segurança, se cabível.

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Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei n.


11.719, de 2008)
I  – mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas
no Código Penal, e cuja existência reconhecer;
II – mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva
ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts.
59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
(Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – aplicará as penas de acordo com essas conclusões; (Redação dada
pela Lei n. 11.719, de 2008).
IV – fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
V – atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e
medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;
VI – determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em
resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1º, do
Código Penal).
§ 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for
o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem
prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído
pela Lei n. 12.736, de 2012)
§ 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de inter-
nação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determi-
nação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n.
12.736, de 2012)
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubri-
cará em todas as folhas.

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Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos


autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado
a esse fim.
Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, e sob pena
de suspensão de cinco dias, dará conhecimento da sentença ao órgão do Mi-
nistério Público.
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pesso-
almente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no
lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo de
10 dias, afixado no lugar de costume.
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se
livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;
III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a in-
fração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o
certificar o oficial de justiça;
IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver
constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver
constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena priva-
tiva de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos
outros casos.
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital,
salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas
estabelecidas neste artigo.
Art. 393. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

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LIVRO II
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE

TÍTULO I
DO PROCESSO COMUM

CAPÍTULO I
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela


Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo,
na forma da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo dis-
posições em contrário deste Código ou de lei especial. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento
observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos
os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste
Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e


sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo te-
rão prioridade de tramitação em todas as instâncias. (Incluído pela Lei n.
13.285, de 2016).
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada
pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II  – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
penal; ou (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a cita-
ção do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez)
dias. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa co-
meçará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
constituído. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar
tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especi-
ficar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requeren-
do sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a
112 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado,
não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-
-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos,


deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verifi-
car: (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agen-
te, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
IV – extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 398. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para
a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministé-
rio Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório,
devendo o poder público providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no pra-
zo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defe-
sa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como
aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pes-
soas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz inde-
ferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento


das partes. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas
arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromis-
so e as referidas. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas
arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público,
o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligên-
cias cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na ins-
trução. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido,
serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectiva-
mente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), profe-
rindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de
cada um será individual. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de
acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para
a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para
proferir a sentença. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.
(Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).

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Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as par-


tes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais,
por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio,
assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes
nela ocorridos. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado,
indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gra-
vação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisu-
al, destinada a obter maior fidelidade das informações. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às par-
tes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA


DO TRIBUNAL DO JÚRI

Seção V
Do Desaforamento
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida


sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribu-
nal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do
acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar
o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde

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não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. (Redação dada


pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá
preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar,
fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele
solicitada. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando
efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo,
nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de
julgamento anulado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão
do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte con-
trária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses,
contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o
tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. (In-
cluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguar-
dando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de aprecia-
ção pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o
acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do
julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS

CAPÍTULO I
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE FALÊNCIA

Art. 503. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)


Art. 504. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 505. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 506. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 507. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 508. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 509. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 510. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 511. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 512. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)

CAPÍTULO II
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo


processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a de-
núncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a
existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas.
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devi-
da forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.

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Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se


achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido
para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser exa-
minados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e jus-
tificações.
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamen-
tado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexis-
tência do crime ou da improcedência da ação.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na for-
ma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, obser-
var-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

CAPÍTULO III
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR

Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja
outra forma estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capí-
tulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos artigos
seguintes.
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportuni-
dade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as,
separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar pro-
vável a reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua presença.
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o
termo da desistência, a queixa será arquivada.

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Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade


do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois
dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras
indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o
máximo legal.

CAPÍTULO IV
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade ima-


terial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro,
com as modificações constantes dos artigos seguintes.
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denún-
cia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos
que constituam o corpo de delito.
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem
ordenada qualquer diligência preliminarmente requerida pelo ofendido.
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois
peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a existência de fundamento para
a apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo pericial será apresen-
tado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da diligência.
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo con-
trário à apreensão, e o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a im-
procedência das razões aduzidas pelos peritos.
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para
homologação do laudo.
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida
queixa com fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de
30 dias, após a homologação do laudo.

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Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca
e apreensão requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não
tiver sido oferecida queixa no prazo fixado neste artigo.
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberda-
de, o prazo a que se refere o artigo anterior será de 8 (oito) dias.
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em
que se proceda mediante queixa. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1º, 2º e 3º do art.
184 do Código Penal, a autoridade policial procederá à apreensão dos bens
ilicitamente produzidos ou reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com
os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existência,
desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito. (Incluído pela
Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por 2
(duas) ou mais testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos
e informações sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito policial
ou o processo. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-D. Subsequente à apreensão, será realizada, por perito oficial,
ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os
bens apreendidos e elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito policial
ou o processo. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão
os fiéis depositários de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à dis-
posição do juiz quando do ajuizamento da ação. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)
Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de delito,
o juiz poderá determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção
ou reprodução apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilici-
tude ou quando a ação penal não puder ser iniciada por falta de determinação
de quem seja o autor do ilícito. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

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Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determi-


nar a destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdi-
mento dos equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados
à produção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deverá
destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a institui-
ções públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incor-
porá-los, por economia ou interesse público, ao patrimônio da União, que não
poderão retorná-los aos canais de comércio. (Incluído pela Lei n. 10.695, de
1º.7.2003)
Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes
são conexos poderão, em seu próprio nome, funcionar como assistente da
acusação nos crimes previstos no art. 184 do Código Penal, quando praticado
em detrimento de qualquer de seus associados. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondiciona-
da ou condicionada, observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B,
530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H. (Incluído pela Lei n. 10.695, de
1º.7.2003)

CAPÍTULO V
DO PROCESSO SUMÁRIO

Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo


máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofen-
dido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se,
finalmente, ao debate. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).

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Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas


arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa. (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos parágrafos
do art. 400 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, res-
pectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, pror-
rogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação
dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de
cada um será individual. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova
faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva compare-
cer. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida, independentemen-
te da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabe-
lecida no art. 531 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 537. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o
juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes

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para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário


previsto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 539. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 540. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).

CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU
DESTRUÍDOS

Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados ou destruídos,


em primeira ou segunda instância, serão restaurados.
§ 1º Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do processo, será
uma ou outra considerada como original.
§ 2º Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o juiz mandará,
de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, que:
a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua lembrança, e
reproduza o que houver a respeito em seus protocolos e registros;
b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no Instituto Médi-
co-Legal, no Instituto de Identificação e Estatística ou em estabelecimentos
congêneres, repartições públicas, penitenciárias ou cadeias;
c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem encontradas,
por edital, com o prazo de dez dias, para o processo de restauração dos autos.
§ 3º Proceder-se-á à restauração na primeira instância, ainda que os au-
tos se tenham extraviado na segunda.
Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas, mencionando-se em
termo circunstanciado os pontos em que estiverem acordes e a exibição e a

1102
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conferência das certidões e mais reproduções do processo apresentadas e


conferidas.
Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a restaura-
ção, observando-se o seguinte:
I – caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as
testemunhas podendo ser substituídas as que tiverem falecido ou se encon-
trarem em lugar não sabido;
II – os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e de preferên-
cia pelos mesmos peritos;
III – a prova documental será reproduzida por meio de cópia autêntica ou,
quando impossível, por meio de testemunhas;
IV – poderão também ser inquiridas sobre os atos do processo, que deverá
ser restaurado, as autoridades, os serventuários, os peritos e mais pessoas
que tenham nele funcionado;
V – o Ministério Público e as partes poderão oferecer testemunhas e pro-
duzir documentos, para provar o teor do processo extraviado ou destruído.
Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força maior, deve-
rão concluir-se dentro de vinte dias, serão os autos conclusos para julgamento.
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem os autos con-
clusos para sentença, o juiz poderá, dentro em cinco dias, requisitar de auto-
ridades ou de repartições todos os esclarecimentos para a restauração.
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos originais, não
serão novamente cobrados.
Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão pelas custas,
em dobro, sem prejuízo da responsabilidade criminal.
Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos valerão pelos
originais.
Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem os autos origi-
nais, nestes continuará o processo, apensos a eles os autos da restauração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença con-


denatória em execução continuará a produzir efeito, desde que conste da
respectiva guia arquivada na cadeia ou na penitenciária, onde o réu estiver
cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existência inequívoca.

CAPÍTULO VII
DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA
POR FATO NÃO CRIMINOSO

Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento de fato que, embora


não constituindo infração penal, possa determinar a aplicação de medida de
segurança (Código Penal, arts. 14 e 27), deverá proceder a inquérito, a fim de
apurá-lo e averiguar todos os elementos que possam interessar à verificação
da periculosidade do agente.
Art. 550. O processo será promovido pelo Ministério Público, mediante
requerimento que conterá a exposição sucinta do fato, as suas circunstâncias
e todos os elementos em que se fundar o pedido.
Art. 551. O juiz, ao deferir o requerimento, ordenará a intimação do inte-
ressado para comparecer em juízo, a fim de ser interrogado.
Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do prazo de dois dias, o interes-
sado ou seu defensor poderá oferecer alegações.
Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao interessado que não o tiver.
Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o requerimento inicial, e a defesa,
no prazo estabelecido no artigo anterior, poderão requerer exames, diligên-
cias e arrolar até três testemunhas.
Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização dos exames e diligências
ordenados pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes, será marcada
audiência, em que, inquiridas as testemunhas e produzidas alegações orais
pelo órgão do Ministério Público e pelo defensor, dentro de dez minutos para
cada um, o juiz proferirá sentença.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Se o juiz não se julgar habilitado a proferir a decisão,


designará, desde logo, outra audiência, que se realizará dentro de cinco dias,
para publicar a sentença.
Art. 555. Quando, instaurado processo por infração penal, o juiz, absol-
vendo ou impronunciando o réu, reconhecer a existência de qualquer dos
fatos previstos no art. 14 ou no art. 27 do Código Penal, aplicar-lhe-á, se for
caso, medida de segurança.

LIVRO III
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL

TÍTULO I
DAS NULIDADES

Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar


prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
I – por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II – por ilegitimidade de parte;
III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contra-
venções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalva-
do o disposto no Art. 167;
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausen-
te, e de curador ao menor de 21 anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele
intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime
de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando
presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com


o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri,
quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade,
nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua
incomunicabilidade;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
m) a sentença;
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sen-
tenças e despachos de que caiba recurso;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum le-
gal para o julgamento;
IV – por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
V – em decorrência de decisão carente de fundamentação. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos
ou das suas respostas, e contradição entre estas. (Incluído pela Lei n. 263,
de 23.2.1948)
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado
causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja obser-
vância só à parte contrária interesse.
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios,


devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz
competente.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá
ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou,
nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em
flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação
estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consu-
mar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz orde-
nará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:
I  – as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos
prazos a que se refere o art. 406;
II – as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular
e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro
II, nos prazos a que se refere o art. 500;
III – as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se
verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoa-
das as partes;
IV – as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo
depois de aberta a audiência;
V – as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o
julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
VI  – as de instrução criminal dos processos de competência do Supre-
mo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere
o art. 500;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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VII – se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de


recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas
as partes;
VIII – as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribu-
nal, logo depois de ocorrerem.
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda par-
te, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto
no artigo anterior;
II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos ar-
tigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que
dele diretamente dependam ou sejam consequência.
§ 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.

TÍTULO II
DOS RECURSOS EM GERAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes ca-


sos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
I – da sentença que conceder habeas corpus;
II  – da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência
de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos
do art. 411.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omis-
são dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresentados
dentro do prazo.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja
interposto.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo
querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não
tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos,
assinado pelo recorrente ou por seu representante.
§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será
assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será,
até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará
no termo da juntada a data da entrega.
§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão
por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao
último do prazo.
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela
interposição de um recurso por outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do
recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do
recurso cabível.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a de-
cisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não
sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

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CAPÍTULO II
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Art. 581.Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho


ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu;(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, in-
deferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
provisória ou relaxar a prisão em flagrante;(Redação dada pela Lei nº 7.780,
de 22.6.1989)
VI -(Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a pu-
nibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra
causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão
prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença
em julgado;

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XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;


XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos
do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que
a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução
penal, previsto no art. 28-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 582 Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos
casos dos ns. V, X e XIV.
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do
Tribunal de Apelação.
Art. 583.Subirão nos próprios autos os recursos:
I - quando interpostos de oficio;
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, ha-
vendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos
não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da
fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV
do art. 581.
§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no
VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.
§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá uni-
camente o efeito de perda da metade do seu valor.
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso,
salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a admitir.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, con-
tado da data da publicação definitiva da lista de jurados.
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte in-
dicará, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos
de que pretenda traslado.
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo
de cinco dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua
intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do
recurso, e o termo de interposição.
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou
do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente,
este oferecErá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por
igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pes-
soa do defensor.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso conclu-
so ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho,
mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrá-
ria, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso,
não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de
novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo
da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem,
dentro de cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao
Correio dentro do mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os
autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo.

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CAPÍTULO III
DA APELAÇÃO

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:(Redação dada pela


Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por
juiz singular;(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por
juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;(Redação dada pela
Lei nº 263, de 23.2.1948)
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:(Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;(Redação dada pela Lei nº 263,
de 23.2.1948)
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão
dos jurados;(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida
de segurança;(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
(Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou di-
vergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a de-
vida retificação.(Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 2o Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o
tribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da
medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad
quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente con-
trária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo

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julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.


(Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sen-
tido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra. (Pa-
rágrafo único renumerado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Art. 594.(Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 595. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu
seja posto imediatamente em liberdade.(Redação dada pela Lei nº 5.941, de
22.11.1973)
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de
segurança aplicada provisoriamente.(Redação dada pela Lei nº 5.941, de
22.11.1973)
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo,
salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos
e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condi-
cional de pena.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz
singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público
no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31,
ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação,
que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze
dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo
o julgado, quer em relação a parte dele.
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o
apelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos
processos de contravenção, em que o prazo será de três dias.

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§ 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o


Ministério Público.
§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público
terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior.
§ 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos se-
rão comuns.
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apela-
ção, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao
tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos le-
gais, notificadas as partes pela publicação oficial.(Incluído pela Lei nº 4.336,
de 1º.6.1964)
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à ins-
tância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo
no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias.
§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou
não tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do tras-
lado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de
trinta dias, contado da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do
vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.
§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo
se o pedido for de réu pobre ou do Ministério Público.
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresen-
tados ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro.
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Fe-
deral e nas comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em car-
tório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, n. III.
Art. 604.(Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Art. 605.(Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Art. 606.(Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

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CAPÍTULO IV
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
(Revogado pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 607. (Revogado pela Lei n. 11.689, de 2008)


Art. 608. (Revogado pela Lei n. 11.689, de 2008)

CAPÍTULO V
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO
ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO

Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribu-


nais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência
estabelecida nas leis de organização judiciária. (Redação dada pela Lei n.
1.720-B, de 3.11.1952)
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instân-
cia, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade,
que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de
acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão
restritos à matéria objeto de divergência. (Incluído pela Lei n. 1.720-B, de
3.11.1952)
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de  habeas
corpus, e nas apelações interpostas das sentenças em processo de con-
travenção ou de crime a que a lei comine pena de detenção, os autos irão
imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em
seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia
para o julgamento.
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas
as partes, com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição
do feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minu-

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Delegado

tos, a palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-


-geral, quando o requerer, por igual prazo.
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão jul-
gados na primeira sessão.
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em proces-
sos por crime a que a lei comine pena de reclusão, deverão ser processadas e
julgadas pela forma estabelecida no Art. 610, com as seguintes modificações:
I  – exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá
igual prazo para o exame do processo e pedirá designação de dia para o
julgamento;
II – os prazos serão ampliados ao dobro;
III – o tempo para os debates será de um quarto de hora.
Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos pra-
zos marcados nos arts. 610 e 613, os motivos da demora serão declarados
nos autos.
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.
§ 1º Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o presidente
do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação, proferirá
o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorá-
vel ao réu.
§ 2º O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão se-
guinte à do julgamento, ou no prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido
de lavrá-lo.
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou
turma proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou
determinar outras diligências.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao dis-
posto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser
agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.

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Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as nor-


mas complementares para o processo e julgamento dos recursos e apelações.

CAPÍTULO VI
DOS EMBARGOS

Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras


ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois
dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento
de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contradi-
tório ou omisso.
§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independen-
temente de revisão, na primeira sessão.
§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator
indeferirá desde logo o requerimento.

CAPÍTULO VII
DA REVISÃO

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:


I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei
penal ou à evidência dos autos;
II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames
ou documentos comprovadamente falsos;
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência
do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição es-
pecial da pena.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da
extinção da pena ou após.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fun-


dado em novas provas.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador
legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas: (Redação
dada pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
I – pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele profe-
ridas; (Redação dada pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
II – pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada,
nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o
processo e julgamento obedecerão ao que for estabelecido no respectivo re-
gimento interno. (Incluído pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
§ 2º Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado
pelas câmaras ou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando
houver mais de uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno. (Incluído pelo
Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
§ 3º Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas cri-
minais, poderão ser constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas
para o julgamento de revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo
regimento interno. (Incluído pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, de-
vendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado
decisão em qualquer fase do processo.
§ 1º O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em
julgado a sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação
dos fatos arguidos.
§ 2º O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se
daí não advier dificuldade à execução normal da sentença.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconve-


niente ao interesse da justiça que se apensem os autos originais, indeferi-
-lo-á in limine, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal,
conforme o caso (art. 624, parágrafo único).
§ 4º Interposto o recurso por petição e independentemente de termo, o
relator apresentará o processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem
tomar parte na discussão.
§ 5º Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos
autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em se-
guida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e
revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a clas-
sificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena
imposta pela decisão revista.
Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos
perdidos em virtude da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a
medida de segurança cabível.
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelece-
rão as normas complementares para o processo e julgamento das revisões
criminais.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condena-
tória, o juiz mandará juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumpri-
mento da decisão.
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o
direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a
União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou
de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º A indenização não será devida:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta impu-


tável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em
seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação
tiver de ser revista, o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.

CAPÍTULO VIII
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Art. 632. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):


Art. 633. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 634. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 635. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 636. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez
arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primei-
ra instância, para a execução da sentença.
Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial serão processados
e julgados no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça na
forma estabelecida por leis especiais, pela lei processual civil e pelos respec-
tivos regimentos internos. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO IX
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL

Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:


I – da decisão que denegar o recurso;
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e segui-
mento para o juízo ad quem.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secre-


tário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao
despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do proces-
so que deverão ser trasladadas.
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à
parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito,
ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta,
devidamente conferida e concertada.
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o
recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será
suspenso por trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em
face de representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja
extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou
do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá recla-
mar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito
do julgamento do recurso e imposição da pena.
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto
nos  arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo
estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da
carta, se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se
estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior segui-
rá o processo do recurso denegado.
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

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CAPÍTULO X
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir,
salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa;
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a
lei a autoriza;
VI – quando o processo for manifestamente nulo;
VII – quando extinta a punibilidade.
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará
passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimen-
to, seja qual for a autoridade coatora.
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de ha-
beas corpus:
I – ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da
Constituição;
II – aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação
forem atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territó-
rios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes
de Polícia.
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação pro-
vier de autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição.
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou
iminente, dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pú-
blica, alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais,

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salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou de depósito do


alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá ter-
mo ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamen-
tos daquela.
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do
processo, este será renovado.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus,
será condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de
poder, tiver determinado a coação.
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das
peças necessárias para ser promovida a responsabilidade da autoridade.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa,
em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou
coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples
ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não sou-
ber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício or-
dem de habeas  corpus, quando no curso de processo verificarem que al-
guém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de jus-
tiça ou a autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a
expedição de ordem de habeas corpus, as informações sobre a causa da pri-
são, a condução e apresentação do paciente, ou a sua soltura, será multado
na quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas
em que incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar

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o habeas corpus, salvo quando se tratar de autoridade judiciária, caso em


que caberá ao Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor
as multas.
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar neces-
sário, e estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente
apresentado em dia e hora que designar.
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de
prisão contra o detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz pro-
videnciará para que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em juízo.
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua
apresentação, salvo:
I – grave enfermidade do paciente;
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;
III – se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou
pelo tribunal.
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar,
se este não puder ser apresentado por motivo de doença.
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou co-
ação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidi-
rá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade,
salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão.
§ 2º Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilega-
lidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o
constrangimento.
§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a
prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante

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ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem


anexados aos do inquérito policial ou aos do processo judicial.
§ 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça
de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado
pelo juiz.
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver or-
denado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos
autos do processo.
§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede
do juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será ex-
pedido pelo telégrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas
no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação,
a petição de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará
imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da tur-
ma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-se.
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presiden-
te, se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informa-
ções por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente
mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição.
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o
presidente entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine.
Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere
a respeito.
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas cor-
pus será julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julga-
mento para a sessão seguinte.
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Haven-
do empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá

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voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável


ao paciente.
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo pre-
sidente do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama,
ao detentor, ao carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o
constrangimento.
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao dispos-
to no art. 289, parágrafo único, in fine.
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as nor-
mas complementares para o processo e julgamento do pedido de habeas
corpus de sua competência originária.
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência
originária do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das deci-
sões de última ou única instância, denegatórias de habeas corpus, obser-
var-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos anteriores, devendo
o regimento interno do tribunal estabelecer as regras complementares.

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Delegado

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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LEI N. 7.960, DE DEZEMBRO DE 1989


Conversão da Medida Provisória n. 111, de 1989
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova ad-
mitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguin-
tes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com
o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e pa-
rágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956),
em qualquer de sua formas típicas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);


o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016)
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de ex-
trema e comprovada necessidade.
§ 1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamen-
tado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e
do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informa-
ções e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo
de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de
culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-
ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de man-
dado judicial.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5º da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser pos-
to imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-


ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autori-
dade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão
preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo
do prazo de prisão temporária. (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,
separados dos demais detentos.
Art. 4º O art. 4º da Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acres-
cido da alínea i, com a seguinte redação:
“Art. 4º...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade;”
Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão per-
manente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público
para apreciação dos pedidos de prisão temporária.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
J. Saulo Ramos

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.1989

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 12.403, DE MAIO DE 2011

Vigência
Altera dispositivos do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941
- Código de Processo Penal, relativos à prisão processual, fiança, liber-
dade provisória, demais medidas cautelares, e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311, 312, 313, 314,
315, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 334, 335, 336, 337, 341,
343, 344, 345, 346, 350 e 439 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

“ TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA
LIBERDADE PROVISÓRIA”

“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser apli-
cadas observando-se a:
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática
de infrações penais;
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e
condições pessoais do indiciado ou acusado.
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente.
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério
Público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-


da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação
da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças ne-
cessárias, permanecendo os autos em juízo.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o
juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assis-
tente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumu-
lação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo
único).
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando ve-
rificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319).” (NR)
“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da
investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão pre-
ventiva.
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-
peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.” (NR)
“Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da juris-
dição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da
precatória o inteiro teor do mandado.
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada.

1133
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-


cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação.
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida.” (NR)
“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade des-
ta.” (NR)
“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos
procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.” (NR)
“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas.” (NR)
“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá funda-
mentadamente:
I – relaxar a prisão ilegal; ou
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas
ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o


agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do
art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, me-
diante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de
revogação.” (NR)
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação
penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assisten-
te, ou por representação da autoridade policial.” (NR)
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria.
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em
caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de
outras medidas cautelares (art. 282, § 4º ).” (NR)
“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decreta-
ção da prisão preventiva:
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos;
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência;
IV – (revogado).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando hou-
ver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer

1135
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado ime-


diatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-
mendar a manutenção da medida.” (NR)
“Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.” (NR)
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventi-
va será sempre motivada.” (NR)

“CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR”

“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial.” (NR)
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for:
I – maior de 80 (oitenta) anos;
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)
anos de idade ou com deficiência;
IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de
alto risco.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo.” (NR)

“CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES”

“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas


pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante;
IV  – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável
ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compareci-
mento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso
de resistência injustificada à ordem judicial;
IX – monitoração eletrônica.
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.” (NR)
“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-
mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.” (NR)

1137
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código.
I – (revogado)
II – (revogado).” (NR)
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR)
“Art. 323. Não será concedida fiança:
I – nos crimes de racismo;
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático;
IV – (revogado);
V – (revogado).” (NR)
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código;
II – em caso de prisão civil ou militar;
III – (revogado);
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312).” (NR)
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos
seguintes limites:
a) (revogada);

1138
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Delegado

b) (revogada);
c) (revogada).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos;
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser:
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
§ 2º (Revogado):
I – (revogado);
II – (revogado);
III – (revogado).” (NR)
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória.” (NR)
“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR)
“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se
o réu for condenado.
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-
ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).” (NR)
“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-
tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o
valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o dis-
posto no parágrafo único do art. 336 deste Código.” (NR)

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Delegado

“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:


I  – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo;
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
IV – resistir injustificadamente a ordem judicial;
V – praticar nova infração penal dolosa.” (NR)
“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de
metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras me-
didas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.” (NR)
“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-
denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta.” (NR)
“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e
mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo pe-
nitenciário, na forma da lei.” (NR)
“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenci-
ário, na forma da lei.” (NR)
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medi-
das cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art.
282 deste Código.” (NR)
“Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço públi-
co relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.” (NR)
Art. 2º O Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Pro-
cesso Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 289-A:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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“Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-


dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade.
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora
da competência territorial do juiz que o expediu.
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que
a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na
forma do caput deste artigo.
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII
do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública.
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pes-
soa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º
do art. 290 deste Código.
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado
de prisão a que se refere o caput deste artigo.”
Art. 3º Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua pu-
blicação oficial.
Art. 4º São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, os §§ 1º a 3º do
art. 319, os incisos I e II do art. 321, os incisos IV e V do art. 323, o inciso III
do art. 324, o § 2º e seus incisos I, II e III do art. 325 e os arts. 393 e 595,
todos do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
Penal.

1141
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Delegado

Brasília, 4 de maio de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.5.2011

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LEI N. 8.038, DE MAIO DE 1990

Institui normas procedimentais para os processos que especifica,


perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
Processos de Competência Originária
CAPÍTULO I
Ação Penal Originária

Art. 1º Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o prazo
de quinze dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou
das peças informativas. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
§ 1º Diligências complementares poderão ser deferidas pelo relator, com
interrupção do prazo deste artigo.
§ 2º Se o indiciado estiver preso:
a) o prazo para oferecimento da denúncia será de cinco dias;
b) as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o
relator, ao deferi-las, determinar o relaxamento da prisão.
§ 3º Não sendo o caso de arquivamento e tendo o investigado confessa-
do formal e circunstanciadamente a prática de infração penal sem violência
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessá-
rio e suficiente para a reprovação e prevenção do crime, nos termos do art.
28-A do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
Penal). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 2º O relator, escolhido na forma regimental, será o juiz da instrução,


que se realizará segundo o disposto neste capítulo, no Código de Processo
Penal, no que for aplicável, e no Regimento Interno do Tribunal. (Vide Lei n.
8.658, de 1993)
Parágrafo único. O relator terá as atribuições que a legislação processual
confere aos juízes singulares.
Art. 3º Compete ao relator: (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
I – determinar o arquivamento do inquérito ou de peças informativas,
quando o requerer o Ministério Público, ou submeter o requerimento à deci-
são competente do Tribunal;
II – decretar a extinção da punibilidade, nos casos previstos em lei.
III – convocar desembargadores de Turmas Criminais dos Tribunais de
Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais, bem como juízes de varas crimi-
nais da Justiça dos Estados e da Justiça Federal, pelo prazo de 6 (seis) meses,
prorrogável por igual período, até o máximo de 2 (dois) anos, para a reali-
zação do interrogatório e de outros atos da instrução, na sede do tribunal ou
no local onde se deva produzir o ato. (Incluído pela Lei n. 12.019, de 2009)
Art. 4º Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se-á a noti-
ficação do acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias. (Vide Lei
n. 8.658, de 1993)
§ 1º Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou
da queixa, do despacho do relator e dos documentos por este indicados.
§ 2º Se desconhecido o paradeiro do acusado, ou se este criar dificuldades
para que o oficial cumpra a diligência, proceder-se-á a sua notificação por
edital, contendo o teor resumido da acusação, para que compareça ao Tribu-
nal, em cinco dias, onde terá vista dos autos pelo prazo de quinze dias, a fim
de apresentar a resposta prevista neste artigo.
Art. 5º Se, com a resposta, forem apresentados novos documentos, será
intimada a parte contrária para sobre eles se manifestar, no prazo de cinco
dias. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. Na ação penal de iniciativa privada, será ouvido, em igual


prazo, o Ministério Público.
Art. 6º A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre
o recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da
acusação, se a decisão não depender de outras provas. (Vide Lei n. 8.658,
de 1993)
§ 1º No julgamento de que trata este artigo, será facultada sustentação
oral pelo prazo de quinze minutos, primeiro à acusação, depois à defesa.
§ 2º Encerrados os debates, o Tribunal passará a deliberar, determinando
o Presidente as pessoas que poderão permanecer no recinto, observado o
disposto no inciso II do art. 12 desta lei.
Art. 7º Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora
para o interrogatório, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o
órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, se for o
caso. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
Art. 8º O prazo para defesa prévia será de cinco dias, contado do interro-
gatório ou da intimação do defensor dativo. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
Art. 9º A instrução obedecerá, no que couber, ao procedimento comum do
Código de Processo Penal. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
§ 1º O relator poderá delegar a realização do interrogatório ou de outro
ato da instrução ao juiz ou membro de tribunal com competência territorial
no local de cumprimento da carta de ordem.
§ 2º Por expressa determinação do relator, as intimações poderão ser fei-
tas por carta registrada com aviso de recebimento.
Art. 10. Concluída a inquirição de testemunhas, serão intimadas a acusa-
ção e a defesa, para requerimento de diligências no prazo de cinco dias. (Vide
Lei n. 8.658, de 1993)
Art. 11. Realizadas as diligências, ou não sendo estas requeridas nem de-
terminadas pelo relator, serão intimadas a acusação e a defesa para, suces-
sivamente, apresentarem, no prazo de quinze dias, alegações escritas. (Vide
Lei n. 8.658, de 1993)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 1º Será comum o prazo do acusador e do assistente, bem como o


dos co-réus.
§ 2º Na ação penal de iniciativa privada, o Ministério Público terá vista, por
igual prazo, após as alegações das partes.
§ 3º O relator poderá, após as alegações escritas, determinar de ofício a
realização de provas reputadas imprescindíveis para o julgamento da causa.
Art. 12. Finda a instrução, o Tribunal procederá ao julgamento, na forma
determinada pelo regimento interno, observando-se o seguinte: (Vide Lei n.
8.658, de 1993)
I – a acusação e a defesa terão, sucessivamente, nessa ordem, prazo de
uma hora para sustentação oral, assegurado ao assistente um quarto do tem-
po da acusação;
II – encerrados os debates, o Tribunal passará a proferir o julgamento, po-
dendo o Presidente limitar a presença no recinto às partes e seus advogados,
ou somente a estes, se o interesse público exigir.

CAPÍTULO II
Reclamação

Art. 13. Para preservar a competência do Tribunal ou garantir a autorida-


de das suas decisões, caberá reclamação da parte interessada ou do Ministé-
rio Público. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. A reclamação, dirigida ao Presidente do Tribunal, instru-
ída com prova documental, será autuada e distribuída ao relator da causa
principal, sempre que possível. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vi-
gência)
Art. 14. Ao despachar a reclamação, o relator: (Revogado pela Lei n º
13.105, de 2015) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática


do ato impugnado, que as prestará no prazo de dez dias; (Revogado pela Lei
n º 13.105, de 2015) (Vigência)
II – ordenará, se necessário, para evitar dano irreparável, a suspensão
do processo ou do ato impugnado. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
Art. 15. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
(Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 16. O Ministério Público, nas reclamações que não houver formulado,
terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para informa-
ções. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 17. Julgando procedente a reclamação, o Tribunal cassará a decisão
exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à preservação
de sua competência. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 18. O Presidente determinará o imediato cumprimento da decisão,
lavrando-se o acórdão posteriormente. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
2015) (Vigência)

CAPÍTULO III
Intervenção Federal

Art. 19. A requisição de intervenção federal prevista nos incisos II e IV do


art. 36 da Constituição Federal será promovida:
I – de ofício, ou mediante pedido de Presidente de Tribunal de Justiça do
Estado, ou de Presidente de Tribunal Federal, quando se tratar de prover a
execução de ordem ou decisão judicial, com ressalva, conforme a matéria, da
competência do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral;
II – de ofício, ou mediante pedido da parte interessada, quando se tratar
de prover a execução de ordem ou decisão do Superior Tribunal de Justiça;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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III – mediante representação do Procurador-Geral da República, quando


se tratar de prover a execução de lei federal.
Art. 20. O Presidente, ao receber o pedido:
I – tomará as providências que lhe parecerem adequadas para remover,
administrativamente, a causa do pedido;
II – mandará arquivá-lo, se for manifestamente infundado, cabendo do
seu despacho agravo regimental.
Art. 21. Realizada a gestão prevista no inciso I do artigo anterior, solicita-
das informações à autoridade estadual e ouvido o Procurador-Geral, o pedido
será distribuído a um relator.
Parágrafo único. Tendo em vista o interesse público, poderá ser permitida
a presença no recinto às partes e seus advogados, ou somente a estes.
Art. 22. Julgado procedente o pedido, o Presidente do Superior Tribunal
de Justiça comunicará, imediatamente, a decisão aos órgãos do poder público
interessados e requisitará a intervenção ao Presidente da República.

CAPÍTULO IV
Habeas Corpus

Art. 23. Aplicam-se ao Habeas Corpus perante o Superior Tribunal


de Justiça as normas do Livro III, Título II, Capítulo X do Código de
Processo Penal.

CAPÍTULO V
Outros Procedimentos

Art. 24. Na ação rescisória, nos conflitos de competência, de jurisdição e


de atribuições, na revisão criminal e no mandado de segurança, será aplicada
a legislação processual em vigor.

1148
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. No mandado de injunção e no habeas data, serão obser-


vadas, no que couber, as normas do mandado de segurança, enquanto não
editada legislação específica.
Art. 25. Salvo quando a causa tiver por fundamento matéria constitucio-
nal, compete ao Presidente do Superior Tribunal de Justiça, a requerimento
do Procurador-Geral da República ou da pessoa jurídica de direito público
interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à eco-
nomia pública, suspender, em despacho fundamentado, a execução de limi-
nar ou de decisão concessiva de mandado de segurança, proferida, em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos
Estados e do Distrito Federal.
§ 1º O Presidente pode ouvir o impetrante, em cinco dias, e o Procurador-
-Geral quando não for o requerente, em igual prazo.
§ 2º Do despacho que conceder a suspensão caberá agravo regimental.
§ 3º A suspensão de segurança vigorará enquanto pender o recurso, fican-
do sem efeito, se a decisão concessiva for mantida pelo Superior Tribunal de
Justiça ou transitar em julgado.

TÍTULO II
Recursos

CAPÍTULO I
Recurso Extraordinário e Recurso Especial

Art. 26. Os recurso extraordinário e especial, nos casos previstos na Cons-


tituição Federal, serão interpostos no prazo comum de quinze dias, perante o
Presidente do Tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: (Revo-
gado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
I  – exposição do fato e do direito; (Revogado pela Lei n º 13.105, de
2015) (Vigência)

1149
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – a demonstração do cabimento do recurso interposto; (Revogado pela


Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrida. (Revogado pela
Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Quando o recurso se fundar em dissídio entre a inter-
pretação da lei federal adotada pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado
outro Tribunal, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, ou
indicação do número e da página do jornal oficial, ou do repertório autorizado
de jurisprudência, que o houver publicado. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
2015) (Vigência)
Art. 27. Recebida a petição pela Secretaria do Tribunal e aí protocolada,
será intimado o recorrido, abrindo-se-lhe vista pelo prazo de quinze dias para
apresentar contra-razões. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Findo esse prazo, serão os autos conclusos para admissão ou não
do recurso, no prazo de cinco dias. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
§ 2º Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devo-
lutivo. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º Admitidos os recursos, os autos serão imediatamente remetidos
ao Superior Tribunal de Justiça. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
§ 4º Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remeti-
dos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário,
se este não estiver prejudicado. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
§ 5º Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso
extraordinário é prejudicial daquele em decisão irrecorrível, sobrestará o seu
julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para julgar o
extraordinário. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)

1150
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º No caso de parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordinário,


em despacho irrecorrível, não o considerar prejudicial, devolverá os autos ao
Superior Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso especial. (Revoga-
do pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 28. Denegado o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá
agravo de instrumento, no prazo de cinco dias, para o Supremo Tribunal Fe-
deral ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso. (Revogado pela
Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Cada agravo de instrumento será instruído com as peças que forem
indicadas pelo agravante e pelo agravado, dele constando, obrigatoriamente,
além das mencionadas no parágrafo único do art. 523 do Código de Processo
Civil, o acórdão recorrido, a petição de interposição do recurso e as contra-ra-
zões, se houver. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 2º Distribuído o agravo de instrumento, o relator proferirá decisão. (Re-
vogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º Na hipótese de provimento, se o instrumento contiver os elementos
necessários ao julgamento do mérito do recurso especial, o relator determi-
nará, desde logo, sua inclusão em pauta, observando-se, daí por diante, o
procedimento relativo àqueles recursos, admitida a sustentação oral. (Revo-
gado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também ao agravo de
instrumento contra denegação de recurso extraordinário, salvo quando, na
mesma causa, houver recurso especial admitido e que deva ser julgado em
primeiro lugar. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 5º Da decisão do relator que negar seguimento ou provimento ao agravo
de instrumento, caberá agravo para o órgão julgador no prazo de cinco dias.
(Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 29. É embargável, no prazo de quinze dias, a decisão da turma que,
em recurso especial, divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do
órgão especial, observando-se o procedimento estabelecido no regimento in-
terno. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)

1151
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
Recurso Ordinário em Habeas Corpus

Art. 30. O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das de-
cisões denegatórias de Habeas Corpus, proferidas pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, será interposto
no prazo de cinco dias, com as razões do pedido de reforma. (Vide Lei n º
13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 31. Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos
com vista ao Ministério Público, pelo prazo de dois dias.
Parágrafo único. Conclusos os autos ao relator, este submeterá o feito a
julgamento independentemente de pauta.
Art. 32. Será aplicado, no que couber, ao processo e julgamento do recur-
so, o disposto com relação ao pedido originário de Habeas Corpus.

CAPÍTULO III
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Art. 33. O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das


decisões denegatórias de mandado de segurança, proferidas em única
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Estados
e do Distrito Federal, será interposto no prazo de quinze dias, com as ra-
zões do pedido de reforma.
Art. 34. Serão aplicadas, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao
procedimento no Tribunal recorrido, as regras do Código de Processo Civil
relativas à apelação.
Art. 35. Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos
com vista ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias.
Parágrafo único. Conclusos os autos ao relator, este pedirá dia para julgamento.

CAPÍTULO IV

1152
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Apelação Cível e Agravo de Instrumento

Art. 36. Nas causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro
ou organismo internacional e, de outro, município ou pessoa domiciliada ou
residente no País, caberá:
I – apelação da sentença;
II – agravo de instrumento, das decisões interlocutórias.
Art. 37. Os recursos mencionados no artigo anterior serão interpostos
para o Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto aos requisitos
de admissibilidade e ao procedimento, o disposto no Código de Processo Civil.

TÍTULO III
Disposições Gerais

Art. 38. O Relator, no Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal


de Justiça, decidirá o pedido ou o recurso que haja perdido seu objeto, bem
como negará seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo,
incabível ou, improcedente ou ainda, que contrariar, nas questões predomi-
nantemente de direito, Súmula do respectivo Tribunal. (Revogado pela Lei n
º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 39. Da decisão do Presidente do Tribunal, de Seção, de Turma ou de
Relator que causar gravame à parte, caberá agravo para o órgão especial,
Seção ou Turma, conforme o caso, no prazo de cinco dias.
Art. 40. Haverá revisão, no Superior Tribunal de Justiça, nos seguintes
processos:
I – ação rescisória;
II – ação penal originária;
III – revisão criminal.
Art. 41. Em caso de vaga ou afastamento de Ministro do Superior Tribu-
nal de Justiça, por prazo superior a trinta dias, poderá ser convocado Juiz de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Tribunal Regional Federal ou Desembargador, para substituição, pelo voto da


maioria absoluta dos seus membros.
Art. 41-A - A decisão de Turma, no Superior Tribunal de Justiça, será to-
mada pelo voto da maioria absoluta de seus membros. (Incluído pela Lei n.
9.756, de 1998).
Parágrafo único. Em habeas corpus originário ou recursal, havendo em-
pate, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. (Incluído pela Lei n.
9.756, de 1998).
Art. 41-B - As despesas do porte de remessa e retorno dos autos serão
recolhidas mediante documento de arrecadação, de conformidade com ins-
truções e tabela expedidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior
Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei n. 9.756, de 1998).
Parágrafo único. A secretaria do tribunal local zelará pelo recolhimento das
despesas postais. (Incluído pela Lei n. 9.756, de 1998).
Art. 42. Os arts. 496, 497, 498, inciso II do art. 500, e 508 da Lei n.
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, passam a vigorar
com a seguinte redação:
"Art. 496 - São cabíveis os seguintes recursos:
I – apelação;
II – agravo de instrumento;
III – embargos infringentes;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
VI – recurso especial;
VII – recurso extraordinário.
Art. 497. O recurso extraordinário e o recurso especial não impedem a
execução da sentença; a interposição do agravo de instrumento não obsta o
andamento do processo, ressalvado o disposto no art. 558 desta lei.
Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maio-
ria de votos e julgamento unânime e forem interpostos simultaneamente em-

1154
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

bargos infringentes e recurso extraordinário ou recurso especial, ficarão estes


sobrestados até o julgamento daquele.
Art. 500....................................................................................
II – será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso
extraordinário e no recurso especial;
...............................................................................................
Art. 508. Na apelação e nos embargos infringentes, o prazo para interpor
e para responder é de quinze dias."
Art. 43. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art - 44. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os arts.
541 a 546 do Código de Processo Civil e a Lei n. 3.396, de 2 de junho de 1958.

Brasília, 28 de maio de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.5.1990


*

1155
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LEI N. 9.099, DE SETEMBRO DE 1995

Mensagem de veto Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis


Vigência e Criminais e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordi-


nária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de
sua competência.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicida-
de, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que
possível, a conciliação ou a transação.

CAPÍTULO II
Dos Juizados Especiais Cíveis
Seção I
Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação,


processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim
consideradas:
I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III – a ação de despejo para uso próprio;
IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao
fixado no inciso I deste artigo.

1156
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Delegado

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:


I – dos seus julgados;
II – dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o
salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de na-
tureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e tam-
bém as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia
ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipóte-
se de conciliação.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado
do foro:
I – do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça
atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,
agência, sucursal ou escritório;
II – do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III – do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para re-
paração de dano de qualquer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no
foro previsto no inciso I deste artigo.

Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas


a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de
experiência comum ou técnica.
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais
justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do
bem comum.

1157
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Delegado

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recru-


tados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os
segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia
perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Seção III
Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o in-
capaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas
da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação
perante o Juizado Especial, excluídos os cessionários de direito de pessoas
jurídicas.
§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:
(Redação dada pela Lei n. 12.126, de 2009)
I – as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pes-
soas jurídicas; (Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
II – as microempresas, assim definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro
de 1999; (Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
II – as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, mi-
croempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar
no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 147, de 2014)
III – as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Ci-
vil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
(Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
IV – as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art.
1º da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.126,
de 2009)

1158
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de


assistência, inclusive para fins de conciliação.
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes com-
parecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor
superior, a assistência é obrigatória.
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer as-
sistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá
a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído
junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado,
quando a causa o recomendar.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes
especiais.
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá
ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição
com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.
(Redação dada pela Lei n. 12.137, de 2009)
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de
terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Seção IV
Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-


rário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo
juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a interposi-
ção de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído pela Lei n.
13.728, de 2018)

1159
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as


finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 2º desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-
tada por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumida-
mente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipa-
das. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente,
que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo
e demais documentos que o instruem.

Seção V
Do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito


ou oral, à Secretaria do Juizado.
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:
I – o nome, a qualificação e o endereço das partes;
II – os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
III – o objeto e seu valor.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar,
desde logo, a extensão da obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, po-
dendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alterna-
tivos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não
ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autu-
ação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se
no prazo de quinze dias.

1160
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á,


desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido
e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a
contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.

Seção VI
Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:


I – por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
II – tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega
ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;
III – sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de man-
dado ou carta precatória.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para compareci-
mento do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-
-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
§ 2º Não se fará citação por edital.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da
citação.
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por
qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cien-
tes as partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas
no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local
anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

1161
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção VII
Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à


audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos ale-
gados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes


presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as
consequências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º
desta Lei.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por
conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homo-
logada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.
§ 1º Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo
Juiz togado mediante sentença com eficácia de título executivo. (Incluído pela
Lei nº 13.994, de 2020).
§ 2º É cabível a conciliação não presencial conduzida pelo Juizado median-
te o emprego dos recursos tecnológicos disponíveis de transmissão de sons e
imagens em tempo real, devendo o resultado da tentativa de conciliação ser
reduzido a escrito com os anexos pertinentes. (Incluído pela Lei nº 13.994,
de 2020).
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.
Art. 23. Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da
tentativa de conciliação não presencial, o Juiz togado proferirá sentença.
(Redação dada pela Lei nº 13.994, de 2020)
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum
acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.

1162
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de


termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não
estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a
audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz,
na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por equidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o ár-
bitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença
irrecorrível.

Seção IX
Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à


audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a
defesa.
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a
audiência designada para um dos quinze dias subsequentes, cientes, desde
logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes,
colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam inter-
ferir no regular prosseguimento da audiência. As demais questões serão de-
cididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das par-
tes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da
audiência.

1163
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção X
Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de


defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se proces-
sará na forma da legislação em vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação,
formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fun-
dado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria
audiência ou requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada,
cientes todos os presentes.

Seção XI
Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não


especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados
pelas partes.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou
excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparece-
rão à audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrola-
do, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à
Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar
sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de
sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico.

1164
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a re-


querimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determi-
nar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o
verificado.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença re-
ferir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão
de Juiz togado.

Seção XII
Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com bre-


ve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíqui-
da, ainda que genérico o pedido.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada
estabelecida nesta Lei.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e
imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir
outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de
atos probatórios indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo
arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes toga-
dos, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciên-
cia da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido
do recorrente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta


e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer res-
posta escrita no prazo de dez dias.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe
efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita
magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do re-
querente as despesas respectivas.
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com
a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositi-
va. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
julgamento servirá de acórdão.
Art. 47. (VETADO)

Seção XIII
Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acór-


dão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.
Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão
nos casos previstos no Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oral-
mente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração
suspenderão o prazo para recurso. 
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interpo-
sição de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção XIV
Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:


I – quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências
do processo;
II – quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu
prosseguimento, após a conciliação;
III – quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV – quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º
desta Lei;
V – quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não
se der no prazo de trinta dias;
VI – quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucesso-
res no prazo de trinta dias da ciência do fato.
§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia
intimação pessoal das partes.
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência
decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento
das custas.

Seção XV
Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, apli-


cando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as se-
guintes alterações:
I – as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão
em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;
II – os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de ou-
tras parcelas serão efetuados por servidor judicial;

1167
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria


audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a
cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos
efeitos do seu descumprimento (inciso V);
IV – não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e
tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á
desde logo à execução, dispensada nova citação;
V – nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz,
na sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de
acordo com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadim-
plemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação
da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz
de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a
multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor
na execução do julgado;
VI – na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por
outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob
pena de multa diária;
VII – na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o
credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a
qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo
o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento
não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem
móvel, ou hipotecado o imóvel;
VIII – é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar
de alienação de bens de pequeno valor;
IX – o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, ver-
sando sobre:
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;
b) manifesto excesso de execução;
c) erro de cálculo;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente


à sentença.
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até qua-
renta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil,
com as modificações introduzidas por esta Lei.
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiên-
cia de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito
ou verbalmente.
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a so-
lução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o
conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito
a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação
do bem penhorado.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improce-
dentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das
alternativas do parágrafo anterior.
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o proces-
so será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

Seção XVI
Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de


jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta
Lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispen-
sadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência
judiciária gratuita.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas
e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em
segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de ad-

1169
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

vogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de
condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:
I – reconhecida a litigância de má-fé;
II – improcedentes os embargos do devedor;
III – tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso
improvido do devedor.

Seção XVII
Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias


necessárias e o serviço de assistência judiciária.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser
homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a
sentença como título executivo judicial.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas
partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Mi-
nistério Público.
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a
conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedi-
mento instituído por esta Lei.

CAPÍTULO III
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

Disposições Gerais
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados ou toga-
dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo. (Vide Lei n. 10.259, de
2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou toga-


dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tri-
bunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
civis. (Incluído pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a lei
preveja procedimento especial. (Vide Lei n. 10.259, de 2001)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
(Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objeti-
vando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
aplicação de pena não privativa de liberdade.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeri-
dade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela
Lei n. 13.603, de 2018)

Seção I
Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi


praticada a infração penal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-


rário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas
de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as
finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-
tada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento pode-
rão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz enca-
minhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento
previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebi-
mento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado,
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde
logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação
do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado
de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
defensor público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência la-


vrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames pe-
riciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for ime-
diatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele com-
parecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação
dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002))
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a
realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da
qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secre-
taria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na
forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério
Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acom-
panhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua
orientação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na


forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os
que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homo-
logada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser
executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de
ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acar-
reta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediata-
mente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação ver-
bal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência pre-
liminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo
previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal
pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá
reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos,
pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente
a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será subme-
tida à apreciação do Juiz.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infra-


ção, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará
em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo
benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referi-
da no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará
de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.

Seção III
Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação


de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese
prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imedia-
to, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no
termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito
policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formu-
lação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminha-
mento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa
oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso
determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
66 desta Lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entre-
gando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cien-
tificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julga-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

mento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o


responsável civil e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66
e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento,
devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para in-
timação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão inti-
mados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de
instrução e julgamento.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art.
67 desta Lei.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julga-
mento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de
conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando impres-
cindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para respon-
der à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa;
havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação
e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se ime-
diatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga-
mento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, imper-
tinentes ou protelatórias.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo
Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência e a sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de con-
vicção do Juiz.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença ca-


berá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência
da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição es-
crita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de
dez dias.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magné-
tica a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula
do julgamento servirá de acórdão.
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. 
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente,
no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspen-
derão o prazo para o recurso. 
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção IV
Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-


-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a puni-
bilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros
criminais, exceto para fins de requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em
pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em
lei.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de
direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão
competente, nos termos da lei.

Seção V
Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena


restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais
serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI
Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, de-


penderá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corpo-
rais leves e lesões culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior
a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido con-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

denado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a


suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o
acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização
do Juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier
a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser proces-
sado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais
cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN n. 1.719-9)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça
Militar. (Artigo incluído pela Lei n. 9.839, de 27.9.1999)
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a
propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será
intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

1179
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e


de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis


e Criminais, sua organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências re-
alizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes,
ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previa-
mente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os
Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação
desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes,
que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas
rurais ou nos locais de menor concentração populacional. (Redação dada
pela Lei n. 12.726, de 2012)
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua
publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei n. 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei n.
7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º da


República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.1995

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 10.259, DE JULHO DE 2001

Vigência
Regulamento Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais no âmbito da Justiça Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça
Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto
na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar
os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor
potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação
dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o
tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de conexão e continência,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
civis. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e
julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salá-
rios mínimos, bem como executar as suas sentenças.
§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:
I – referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as
ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demar-
cação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as
demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais ho-
mogêneos;
II – sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas fede-
rais;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo


o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;
IV – que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta
a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de
competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exce-
der o valor referido no art. 3º, caput.
§ 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua com-
petência é absoluta.
Art. 4º O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir me-
didas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.
Art. 5º  Exceto nos casos do art. 4º, somente será admitido recurso de
sentença definitiva.
Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de
pequeno porte, assim definidas na Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996;
II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas públicas federais.
Art. 7º As citações e intimações da União serão feitas na forma prevista
nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.
Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas
será feita na pessoa do representante máximo da entidade, no local onde pro-
posta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representação; se não,
na sede da entidade.
Art. 8º As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta
na audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de
recebimento em mão própria).
§ 1º As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advoga-
dos ou dos Procuradores que oficiem nos respectivos autos, pessoalmente ou
por via postal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de


recepção de petições por meio eletrônico.
Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato pro-
cessual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de
recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com
antecedência mínima de trinta dias.
Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a
causa, advogado ou não.
Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, autarquias, funda-
ções e empresas públicas federais, bem como os indicados na forma do caput,
ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da compe-
tência dos Juizados Especiais Federais.
Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documenta-
ção de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a
instalação da audiência de conciliação.
Parágrafo único. Para a audiência de composição dos danos resultantes
de ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de
1995), o representante da entidade que comparecer terá poderes para acor-
dar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.
Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao
julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o
laudo até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação das
partes.
§ 1º Os honorários do técnico serão antecipados à conta de verba orça-
mentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pú-
blica, seu valor será incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do
Tribunal.
§ 2º  Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo
designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresen-
tar quesitos e indicar assistentes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.
Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal
quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material
proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei.
§ 1º  O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região
será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência
do Juiz Coordenador.
§ 2º O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes
regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante
do STJ será julgado por Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas
Recursais, sob a presidência do Coordenador da Justiça Federal.
§ 3º A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas será feita pela
via eletrônica.
§ 4º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em ques-
tões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no
Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a ma-
nifestação deste, que dirimirá a divergência.
§ 5º No caso do § 4º, presente a plausibilidade do direito invocado e ha-
vendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder,
de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a
suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.
§ 6º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subsequen-
temente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguar-
dando-se pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.
§ 7º Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma
Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério
Público, no prazo de cinco dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam
partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.
§ 8º Decorridos os prazos referidos no § 7º, o relator incluirá o pedido em
pauta na Seção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os
processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 9º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no §


6º  serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de
retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo
Superior Tribunal de Justiça.
§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo
Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regu-
lamentando a composição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados
para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recur-
so extraordinário.
Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será proces-
sado e julgado segundo o estabelecido nos §§ 4º a 9º do art. 14, além da
observância das normas do Regimento.
Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em jul-
gado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa,
será efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com
cópia da sentença ou do acordo.
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsi-
to em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta
dias, contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade ci-
tada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou
do Banco do Brasil, independentemente de precatório.
§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações
ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de
precatório, terão como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a
competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3º, caput).
§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o sequestro do
numerário suficiente ao cumprimento da decisão.
§ 3º São vedados o fracionamento, repartição ou quebra do valor da exe-
cução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

no § 1º deste artigo, e, em parte, mediante expedição do precatório, e a ex-


pedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago.
§ 4º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o paga-
mento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exe-
quente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo
pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá prevista.
Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal
Regional Federal. O Juiz presidente do Juizado designará os conciliadores pelo
período de dois anos, admitida a recondução. O exercício dessas funções será
gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jurado (art. 437 do Código de
Processo Penal).
Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas locali-
dades cujo movimento forense não justifique a existência de Juizado Especial,
cabendo ao Tribunal designar a Vara onde funcionará.
Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deve-
rão ser instalados os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito
Federal.
Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras
cidades onde for necessário, neste último caso, por decisão do Tribunal Regio-
nal Federal, serão instalados Juizados com competência exclusiva para ações
previdenciárias.
Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no
Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º da Lei no 9.099,
de 26 de setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal Re-
gional Federal, que definirá sua composição e área de competência, podendo
abranger mais de uma seção.
§ 1º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz
na sede da Turma Recursal ou na Região. (Revogado pela Lei n. 12.665, de
2012)
§ 2º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios
de antiguidade e merecimento. (Revogado pela Lei n. 12.665, de 2012)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por Juiz do respectivo


Tribunal Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.
Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias, po-
derá determinar o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante,
mediante autorização prévia do Tribunal Regional Federal, com antecedência
de dez dias.
Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos,
contados a partir da publicação desta Lei, a competência dos Juizados Espe-
ciais Cíveis, atendendo à necessidade da organização dos serviços judiciários
ou administrativos.
Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal
e as Escolas de Magistratura dos Tribunais Regionais Federais criarão progra-
mas de informática necessários para subsidiar a instrução das causas subme-
tidas aos Juizados e promoverão cursos de aperfeiçoamento destinados aos
seus magistrados e servidores.
Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as demandas ajuiza-
das até a data de sua instalação.
Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais prestar o suporte ad-
ministrativo necessário ao funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.

Brasília, 12 de julho de 2001; 180º da Independência e 113º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Paulo de Tarso Tamos Ribeiro
Roberto Brant
Gilmar Ferreira Mendes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.2001

1187
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 7.210, DE JULHO DE 1984

Texto compilado
(Vide Decreto n. 6.049, de 2007)
Institui a Lei de Execução Penal.
(Vide Decreto n. 7.627, de 2011)
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sen-


tença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integra-
ção social do condenado e do internado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em
todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na confor-
midade desta Lei e do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimen-
to sujeito à jurisdição ordinária.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos
não atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social,
religiosa ou política.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas ativi-
dades de execução da pena e da medida de segurança.

1188
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO II
DO CONDENADO E DO INTERNADO

CAPÍTULO I
DA CLASSIFICAÇÃO

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes


e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das
penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, devendo propor, à
autoridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem
como as conversões.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade
adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabe-
lecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois)
chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente
social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da
Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em
regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos
elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individu-
alização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o
condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da


personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes pe-
ças ou informações do processo, poderá:
I – entrevistar pessoas;
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e infor-
mações a respeito do condenado;
III – realizar outras diligências e exames necessários.
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violên-
cia de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos
no art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obri-
gatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA
- ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei
n. 12.654, de 2012)
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de da-
dos sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (In-
cluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de pro-
teção de dados genéticos, observando as melhores práticas da genética fo-
rense. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de
identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus
dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os do-
cumentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa
ser contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não
tiver sido submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso
no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante
o cumprimento da pena. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)


§ 6º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao
procedimento de identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objeti-


vando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I – material;
II – à saúde;
III – jurídica;
IV – educacional;
V – social;
VI – religiosa.

Seção II
Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no for-


necimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que aten-
dam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à
venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo


e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover
a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante
autorização da direção do estabelecimento.
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente
no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei
n. 11.942, de 2009)

Seção IV
Da Assistência Jurídica

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados


sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica nos estabelecimentos penais.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos esta-
belecimentos penais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal
e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora
dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado
ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Es-
pecializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus fa-


miliares, sem recursos financeiros para constituir advogado. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).

Seção V
Da Assistência Educacional

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a


formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema
escolar da Unidade Federativa.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou
educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obe-
diência ao preceito constitucional de sua universalização. (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema
estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeira-
mente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação,
mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (Incluí-
do pela Lei n. 13.163, de 2015)
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos suple-
tivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em
seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias
de ensino, o atendimento aos presos e às presas. 7.627 (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de
aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à
sua condição.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com


entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos
especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabeleci-
mento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provi-
da de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
I – o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
II – a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de
presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)
III – a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou
aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
IV – a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
V – outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos
e presas. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)

Seção VI
Da Assistência Social

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o inter-
nado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as
dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III – acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas
temporárias;
IV – promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

1194
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da


pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdên-
cia Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII – orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do inter-
nado e da vítima.

Seção VII
Da Assistência Religiosa

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos
presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organiza-
dos no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de ati-
vidade religiosa.

Seção VIII
Da Assistência ao Egresso

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:


I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em esta-
belecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado
uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho
na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento;
II – o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a
obtenção de trabalho.

1195
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III

DO TRABALHO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de digni-

dade humana, terá finalidade educativa e produtiva.

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções

relativas à segurança e à higiene.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das

Leis do Trabalho.

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela,

não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.

§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:

a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados

judicialmente e não reparados por outros meios;

b) à assistência à família;

c) a pequenas despesas pessoais;

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção

do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação pre-

vista nas letras anteriores.

§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restan-

te para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entre-

gue ao condenado quando posto em liberdade.

Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade

não serão remuneradas.

1196
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao tra-


balho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só
poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habi-
litação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as
oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expres-
são econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação ade-
quada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apro-
priadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos
presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabe-
lecimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pú-
blica, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profis-
sional do condenado.
§ 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e su-
pervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se
de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento
de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio
com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes
a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

1197
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados,

Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de con-

corrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não

for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.

Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas rever-

terão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior

ou, na sua falta, do estabelecimento penal.

Seção III

Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime

fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Ad-

ministração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as

cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento)

do total de empregados na obra.


§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa emprei-
teira a remuneração desse trabalho.

§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimen-

to expresso do preso.

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do

estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além

do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.

Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso

que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou

tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

1198
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO IV
DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA

Seção I
Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao


seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se;
III – urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV – conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou
de subversão à ordem ou à disciplina;
V – execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI – submissão à sanção disciplinar imposta;
VII – indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII – indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas
com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração
do trabalho;
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X – conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto
neste artigo.

Seção II
Dos Direitos

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física


e moral dos condenados e dos presos provisórios.

1199
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 41 - Constituem direitos do preso:


I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – Previdência Social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descan-
so e a recreação;
VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e des-
portivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individua-
lização da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita,
da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e
os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser sus-
pensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segu-
rança, no que couber, o disposto nesta Seção.

1200
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal


do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão
resolvidas pelo Juiz da execução.

Seção III
Da Disciplina

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às


determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa
de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior
previsão legal ou regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e mo-
ral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da
prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será
exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar
será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da
execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d,
e 2º desta Lei.

1201
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Subseção II
Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A


legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta
consumada.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II – fugir;
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
física de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo. (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007)
VIII – recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil
genético. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao
preso provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e
sujeita o preso, ou condenado, à sanção disciplinar, sem prejuízo da sanção penal.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave
e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime discipli-
nar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)

1202
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repe-


tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um
sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com du-
ração de duas horas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
IV – o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de
sol. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta gra-
ve e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará
o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da
sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes caracterís-
ticas: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da
sanção por nova falta grave de mesma espécie; (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
II – recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)
III – visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente,
com duração de 2 (duas) horas; (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho
de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com
presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor,
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

1203
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela Lei n.


13.964, de 2019)
VII – participação em audiências judiciais preferencialmente por videocon-
ferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do
preso. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos pro-
visórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco
para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
I – que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabeleci-
mento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou partici-
pação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou
milícia privada, independentemente da prática de falta grave. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso
provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envol-
vimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, qua-
drilha ou bando. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar
diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional
federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferen-
ciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1204
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do esta-


belecimento penal de origem ou da sociedade; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
II – mantém os vínculos com organização criminosa, associação crimi-
nosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função
desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo,
a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento
penitenciário. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar dife-
renciado deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente
no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros
de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de
grupos rivais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada
em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscali-
zada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o
preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo
poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado,
com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Subseção III
Das Sanções e das Recompensas

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:


I – advertência verbal;
II – repreensão;
III – suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabeleci-
mentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88
desta Lei.

1205
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei n. 10.792,


de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a III do artigo anterior serão aplicadas
pelo diretor do estabelecimento; a do inciso IV, por Conselho Disciplinar, con-
forme dispuser o regulamento.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato mo-
tivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado
despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar depende-
rá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento
ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será
precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no
prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhe-
cido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua
dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I – o elogio;
II – a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a
natureza e a forma de concessão de regalias.

Subseção IV
Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares levar-se-á em conta a


pessoa do faltoso, a natureza e as circunstâncias do fato, bem como as suas
consequências.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos
incisos III e IV, do artigo 53, desta Lei.

1206
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta


a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem
como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos in-
cisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão
exceder a 30 (trinta) dias.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão
exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferencia-
do. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

Subseção V
Do Procedimento Disciplinar

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimen-


to para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso, pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, no interesse da dis-
ciplina e da averiguação do fato.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regi-
me disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será computado no
período de cumprimento da sanção disciplinar.

1207
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime


disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da san-
ção disciplinar. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)

TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 61. São órgãos da execução penal:


I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II – o Juízo da Execução;
III – o Ministério Público;
IV – o Conselho Penitenciário;
V – os Departamentos Penitenciários;
VI – o Patronato;
VII – o Conselho da Comunidade.
VIII – a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com


sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será in-
tegrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da
Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processu-
al Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da
comunidade e dos Ministérios da área social.

1208
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2


(dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no
exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:
I – propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito,
administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de
segurança;
II – contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, su-
gerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária;
III – promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua ade-
quação às necessidades do País;
IV – estimular e promover a pesquisa criminológica;
V – elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoa-
mento do servidor;
VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabeleci-
mentos penais e casas de albergados;
VII – estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;
VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim in-
formar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas
ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados,
Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as me-
didas necessárias ao seu aprimoramento;
IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para
instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de viola-
ção das normas referentes à execução penal;
X – representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em
parte, de estabelecimento penal.

1209
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de orga-
nização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favore-
cer o condenado;
II – declarar extinta a punibilidade;
III – decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias;
V – determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar
sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa
de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86,
desta Lei.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;

1210
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando


providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o
caso, a apuração de responsabilidade;
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos
desta Lei;
IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)

CAPÍTULO IV
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida


de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de inter-
namento;
II – requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revo-
gação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,
durante a execução.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.

1211
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DO CONSELHO PENITENCIÁRIO

Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da


execução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador
do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profis-
sionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal
e estadual regulará o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração
de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
I – emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comutação de pena;
I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipó-
tese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Na-
cional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados
no exercício anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

CAPÍTULO VI
DOS DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS

Seção I
Do Departamento Penitenciário Nacional

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério


da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio admi-
nistrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

1212
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:


I – acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o
Território Nacional;
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;
III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos
princípios e regras estabelecidos nesta Lei;
IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na
implantação de estabelecimentos e serviços penais;
V – colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de
formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condena-
do e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o ca-
dastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas
ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de
outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime discipli-
nar. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
VII – acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela
progressão especial de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando
sua integração social e a ocorrência de reincidência, específica ou não, me-
diante a realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.769, de 2018)
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e
supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais.
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão
dos estabelecimentos penais e de internamento federais. (Redação dada pela
Lei n. 13.769, de 2018)
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações
periódicas previstas no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para,
em função da efetividade da progressão especial para a ressocialização das
mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual desne-

1213
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

cessidade do regime fechado de cumprimento de pena para essas mulheres


nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça. (Incluído pela
Lei n. 13.769, de 2018)

Seção II
Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou


órgão similar, com as atribuições que estabelecer.
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por
finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade
da Federação a que pertencer.
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste artigo realizarão o
acompanhamento de que trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e
encaminharão ao Departamento Penitenciário Nacional os resultados obtidos.
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)

Seção III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais

Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satis-


fazer os seguintes requisitos:
I – ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou
Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II – possuir experiência administrativa na área;
III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas pro-
ximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes
categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação
de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do
estabelecimento e às demais funções.

1214
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução


técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antece-
dentes pessoais do candidato.
§ 1º O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a
ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, proceden-
do-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de
pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.

CAPÍTULO VII
DO PATRONATO

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência


aos albergados e aos egressos (artigo 26).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
I – orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
II – fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comu-
nidade e de limitação de fim de semana;
III – colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspen-
são e do livramento condicional.

CAPÍTULO VIII
DO CONSELHO DA COMUNIDADE

Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da Comunidade, compos-


to no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou indus-
trial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Bra-
sil e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
Nacional de Assistentes Sociais.

1215
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade com-


posto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou in-
dustrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do
Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um)
assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de
Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a
critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existen-
tes na comarca;
II – entrevistar presos;
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho
Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor as-
sistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.

CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010)

Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e


da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da
execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de
forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
I – requerer: (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).

1216
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo


favorecer o condenado; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei n. 12.313,
de 2010).
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a
substituição da pena por medida de segurança; (Incluído pela Lei n. 12.313,
de 2010).
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condi-
cional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
II – requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído
pela Lei n. 12.313, de 2010).
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou
administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para
instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de vio-
lação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei n. 12.313,
de 2010).

1217
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o ade-


quado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de respon-
sabilidade; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
VI – requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte,
de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).

TÍTULO IV
DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao sub-


metido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
§ 1º - A mulher será recolhida a estabelecimento próprio e adequando à
sua condição pessoal.
§ 1º A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhi-
dos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. (Redação
dada pela Lei n. 9.460, de 1997)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos
de destinação diversa desde que devidamente isolados.
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá con-
tar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência,
educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.
(Renumerado pela Lei n. 9.046, de 1995)

1218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de


berçário, onde as condenadas possam amamentar seus filhos. (Incluído pela
Lei n. 9.046, de 1995)
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de
berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive ama-
mentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei
n. 11.942, de 2009)
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2º deste artigo deverão possuir,
exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependên-
cias internas. (Incluído pela Lei n. 12.121, de 2009).
§ 4º Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico
e profissionalizante. (Incluído pela Lei n. 12.245, de 2010)
§ 5º Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades mate-
riais acessórias, instrumentais ou complementares desenvolvidas em esta-
belecimentos penais, e notadamente: (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
I – serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria,
recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de pré-
dios, instalações e equipamentos internos e externos; (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. (Incluído
pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 1º A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do
poder público. (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o forne-
cimento de materiais, equipamentos, máquinas e profissionais. (Incluído pela
Lei n. 13.190, de 2015).

1219
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no


âmbito do sistema penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício
do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
I – classificação de condenados; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
II – aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
III – controle de rebeliões; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e
outros locais externos aos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença
transitada em julgado.
§ 1º O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada
para os reincidentes.
§ 1º Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Redação dada pela Lei n. 13.167, de 2015)
I – acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído
pela Lei n. 13.167, de 2015)
II – acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
III – acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos
dos apontados nos incisos I e II. (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
§ 2º O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da
Justiça Criminal ficará em dependência separada.
§ 3º Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
I – condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluí-
do pela Lei n. 13.167, de 2015)
II – reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violên-
cia ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)

1220
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência


ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
IV – demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções
em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III. (Incluído pela Lei n.
13.167, de 2015)
§ 4º O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica amea-
çada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local pró-
prio. (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua
estrutura e finalidade.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a
sua natureza e peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma
Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabeleci-
mento local ou da União.
§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local dis-
tante da condenação para recolher, mediante decisão judicial, os condenados
à pena superior a 15 (quinze) anos, quando a medida se justifique no interes-
se da segurança pública ou do próprio condenado.
§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local dis-
tante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se jus-
tifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os
liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamen-
to de terras ociosas.
§ 3º Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade adminis-
trativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso pro-
visório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
(Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

1221
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA PENITENCIÁRIA

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em


regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Terri-
tórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos pre-
sos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao
regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormi-
tório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, in-
solação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 89. Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a penitenciária
de mulheres poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente e de
creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja responsável
esteja presa.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mu-
lheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para
abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com
a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa.
(Redação dada pela Lei n. 11.942, de 2009)
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas
neste artigo: (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes ado-
tadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela
Lei n. 11.942, de 2009)

1222
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança


e à sua responsável. (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do
centro urbano, à distância que não restrinja a visitação.

CAPÍTULO III
DA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumpri-


mento da pena em regime semiaberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, ob-
servados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individuali-
zação da pena.

CAPÍTULO IV
DA CASA DO ALBERGADO

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privati-


va de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos de-
mais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a
qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local ade-
quado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de
fiscalização e orientação dos condenados.

1223
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DO CENTRO DE OBSERVAÇÃO

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e


o criminológico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica
de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou
em anexo a estabelecimento penal.
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de
Classificação, na falta do Centro de Observação.

CAPÍTULO VI
DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos


inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único
do Código Penal.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no pará-
grafo único, do artigo 88, desta Lei.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao trata-
mento são obrigatórios para todos os internados.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda par-
te, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psi-
quiátrico ou em outro local com dependência médica adequada.

CAPÍTULO VII
DA CADEIA PÚBLICA

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.


Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de
resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência
do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.

1224
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado


próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências míni-
mas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.

TÍTULO V
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE

CAPÍTULO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Seção I
Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de


liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de
guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará
em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade admi-
nistrativa incumbida da execução e conterá:
I – o nome do condenado;
II – a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial
de identificação;
III – o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como
certidão do trânsito em julgado;
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V – a data da terminação da pena;
VI – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tra-
tamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modifi-
cação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena.

1225
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração


da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins
do disposto no § 2º, do artigo 84, desta Lei.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de
liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
§ 1º A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da
guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos
seus termos ao condenado.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segun-
do a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do conde-
nado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras
retificações posteriores.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado
em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liber-
dade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.

Seção II
Dos Regimes

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado


iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto
no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo
processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumpri-
mento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada,
quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á
a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.

1226
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-


gressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada
pelo Juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena
no regime anterior e seu mérito indicar a progressão.
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Co-
missão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando necessário.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determina-
da pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no
regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada
pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em cri-
me cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em cri-
me cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

1227
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela


prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resulta-
do morte, se for primário, vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organiza-
ção criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado;
ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na
prática de crime hediondo ou equiparado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em
crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento
condicional. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do
Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento con-
dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime
se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabeleci-
mento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor,
procedimento que também será adotado na concessão de livramento con-
dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

1228
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crian-


ças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são,
cumulativamente: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (In-
cluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018)
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento; (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
V – não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.769,
de 2018)
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revo-
gação do benefício previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.769,
de 2018)
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo,
o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343, de
23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena priva-
tiva de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no
regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do
requisito objetivo terá como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação
de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

1229
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a


que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina
e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas
no artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão
de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I – permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias
de folga;
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV – comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades,
quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a
requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do con-
denado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime
aberto em residência particular quando se tratar de:
I – condenado maior de 70 (setenta) anos;
II – condenado acometido de doença grave;
III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV – condenada gestante.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos,
quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante
da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóte-
ses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
podendo, a multa cumulativamente imposta.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido


previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares
para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo
36, § 1º, do Código Penal).

Seção III
Das Autorizações de Saída

Subseção I
Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou se-


miaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do esta-
belecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,
descendente ou irmão;
II – necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do es-
tabelecimento onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração
necessária à finalidade da saída.

Subseção II
Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto po-


derão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigi-
lância direta, nos seguintes casos:
I – visita à família;
II – frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru-
ção do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;

1231
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.


Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização
de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim
determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipa-
mento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar
o juiz da execução. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste arti-
go o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado
morte. (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da exe-
cução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e depen-
derá da satisfação dos seguintes requisitos:
I – comportamento adequado;
II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III – compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete)
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
Parágrafo único. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante,
de instrução de 2º grau ou superior, o tempo de saída será o necessário para
o cumprimento das atividades discentes.
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as
seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as cir-
cunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei
n. 12.258, de 2010)
I – fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde
poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)

1232
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela


Lei n. 12.258, de 2010)
III – proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
congêneres. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instru-
ção de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o
cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 12.258, de 2010)
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser
concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo en-
tre uma e outra. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o conde-
nado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave,
desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de
aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá
da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou
da demonstração do merecimento do condenado.

Seção IV
Da Remição

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semia-


berto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semia-
berto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
da pena. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011).
§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1
(um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.433, de 2011)

1233
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - ati-


vidade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou supe-
rior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três)
dias; (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei
n. 12.433, de 2011)
§ 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, con-
tinuará a beneficiar-se com a remição.
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão
ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a dis-
tância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes
dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministério Público.
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de tra-
balho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou
nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de
1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou supe-
rior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão com-
petente do sistema de educação. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o
que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de
ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da
pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar..
(Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)

1234
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao
tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço)
do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a
partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão de livramen-
to condicional e indulto.
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para
todos os efeitos. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao Juízo
da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam traba-
lhando e dos dias de trabalho de cada um deles.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao Ju-
ízo da execução, ao Ministério Público e à Defensoria Pública cópia do registro
de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de
cada um deles. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo
da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam traba-
lhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de
frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva uni-
dade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela
Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou ates-
tar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.

1235
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Delegado

Seção V
Do Livramento Condicional

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da


execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do
Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia
autorização deste.
§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras
obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade
incumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
d) (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da
execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar
para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se ime-
diatamente às autoridades referidas no artigo anterior.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos bai-
xarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com
a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autorida-
de administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.

1236
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solene-


mente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabe-
lecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
I – a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados,
pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou,
na falta, pelo Juiz;
II – a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as
condições impostas na sentença de livramento;
III – o liberando declarará se aceita as condições.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem pre-
sidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou
não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue,
além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que
exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto,
em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de
identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consig-
nar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social
penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
I – fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença
concessiva do benefício;
II – proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações
e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.

1237
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da pro-


teção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito
da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses
previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revo-
gação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vi-
gência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena
o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a
soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na
pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em
relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Pú-
blico, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo
Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou me-
diante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá
modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato
decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indica-
dos no inciso I, do artigo 137, desta Lei, observado o disposto nos incisos II
e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defen-
soria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido
o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo
o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado
o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo. (Redação dada
pela Lei n. 12.313, de 2010).

1238
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá or-
denar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto,
ficará dependendo da decisão final.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério
Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a
pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.

Seção VI
Da Monitoração Eletrônica
(Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)

Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)


Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração
eletrônica quando: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
II – autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei
n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá
adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
I – receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer
forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)

1239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste arti-


go poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Públi-
co e a defesa: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – a regressão do regime; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
II – a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VII – advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da exe-
cução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI
deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
I – quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito
durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei n. 12.258,
de 2010)

CAPÍTULO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva


de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú-
blico, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando neces-
sário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.

1240
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente,


alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comu-
nidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais
do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do
programa comunitário ou estatal.

Seção II
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:


I – designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente
credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
II – determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade,
dias e horário em que deverá cumprir a pena;
III – alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocor-
ridas na jornada de trabalho.
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado
aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudi-
car a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encami-
nhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das ati-
vidades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre
ausência ou falta disciplinar.

Seção III
Da Limitação de Fim de Semana

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do conde-


nado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.

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Delegado

Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro com-


parecimento.
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de
permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei n. 11.340, de 2006)
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao
Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a au-
sência ou falta disciplinar do condenado.

Seção IV
Da Interdição Temporária de Direitos

Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente


a pena aplicada, determinada a intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código
Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do rece-
bimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juí-
zo da execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o
exercício do direito interditado.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da exe-
cução o descumprimento da pena.
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por
qualquer prejudicado.

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CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro)


anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de li-
berdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, mo-
tivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que
fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da au-
diência prevista no artigo 160 desta Lei.
§ 1º As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do con-
denado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comu-
nidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do
Código Penal.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Minis-
tério Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados,
Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço
social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição bene-
ficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciá-
rio, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por
ato, a falta das normas supletivas.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizado-
ra, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, comuni-
cará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão
de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação
do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.

1243
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Delegado

§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao


Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primei-
ro deverá apresentar-se imediatamente.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tri-
bunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condi-
ções estabelecidas na sentença recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá,
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condi-
ções do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao
condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração
penal e do descumprimento das condições impostas.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vin-
te) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a
suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação
do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos
do Código Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspen-
são em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à
margem do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informa-
ções requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
processo penal.

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CAPÍTULO IV
DA PENA DE MULTA

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em


julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público reque-
rerá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez)
dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da res-
pectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem
para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que
dispuser a lei processual civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão
remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento.
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento
nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier
ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal).
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue
mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do
artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
I – o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remu-
neração e o mínimo o de um décimo;
II – o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
III – o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente,
até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei,
poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações
mensais, iguais e sucessivas.

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§ 1º O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar


a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará
o número de prestações.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica,
o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício
executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se
na execução já iniciada.
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena
privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela
ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado (artigo 168).
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver
livramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos
termos deste Capítulo.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for
concedida a suspensão condicional da pena.

TÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segu-


rança, será ordenada a expedição de guia para a execução.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de
medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída
pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz,
será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:

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I – a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial


de identificação;
II – o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida
de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado;
III – a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do trata-
mento ambulatorial;
IV – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tra-
tamento ou internamento.
§ 1º Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de
sujeição a tratamento.
§ 2º A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao
prazo de execução.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que
couber, o disposto nos artigos 8º e 9º desta Lei.

CAPÍTULO II
DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE

Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo


mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições pes-
soais do agente, observando-se o seguinte:
I – a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo
de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o
habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida;
II – o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
III – juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ou-
vidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo
de 3 (três) dias para cada um;
IV – o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;
V – o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá
determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima
da medida de segurança;

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VI – ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso


anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de du-
ração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requeri-
mento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador
ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosi-
dade, procedendo-se nos termos do artigo anterior.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculo-
sidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, §
3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para
a desinternação ou a liberação.

TÍTULO VII
DOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO

CAPÍTULO I
DAS CONVERSÕES

Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, po-
derá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a con-
versão recomendável.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de li-
berdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quan-
do o condenado:

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a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desa-
tender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que
deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja
execução não tenha sido suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o con-
denado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento
da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer
qualquer das hipóteses das letras “a”, “d” e “e” do parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando
o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º, deste artigo.
Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na forma pre-
vista pelo artigo 51 do Código Penal. (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1996)
§ 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia de deten-
ção, cujo tempo de duração não poderá ser superior a 1 (um) ano. (Revogado
pela Lei n. 9.268, de 1996)
§ 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo, for paga a
multa. (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1996)
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade,
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, poderá
determinar a substituição da pena por medida de segurança.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade,
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício,
a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade
administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de se-
gurança. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).

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Delegado

Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação


se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1
(um) ano.

CAPÍTULO II
DO EXCESSO OU DESVIO

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato
for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou re-
gulamentares.
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:
I – o Ministério Público;
II – o Conselho Penitenciário;
III – o sentenciado;
IV – qualquer dos demais órgãos da execução penal.

CAPÍTULO III
DA ANISTIA E DO INDULTO

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interes-


sado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou
do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do con-
denado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da
autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a ins-
truírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de pare-
cer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do
prontuário, promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em
relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condena-

1250
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Delegado

tória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste


depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecen-
do qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o re-
latório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do
Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a
certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o
Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto,
no caso de comutação.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de
ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa
do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de
acordo com o disposto no artigo anterior.

TÍTULO VIII
DO PROCEDIMENTO JUDICIAL

Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei


será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento
do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge,
parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou,
ainda, da autoridade administrativa.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três)
dias, o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como reque-
rentes da medida.
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano,
em igual prazo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz


a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem
efeito suspensivo.

TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao ser-


vidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos
estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade,
durante o cumprimento da pena.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.
(Regulamento)
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão
civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida,
atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da
Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir pro-
cesso pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei.
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei,
serão editadas as normas complementares ou regulamentares, necessárias à
eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em con-
vênio com o Ministério da Justiça, projetar a adaptação, construção e equipa-
mento de estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou
desapropriação de prédios para instalação de casas de albergados.

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Delegado

§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado,


por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante
justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de construção
de estabelecimentos.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as
Unidades Federativas implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a
elas destinada pela União, para atender às despesas de execução das penas
e medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de refor-
ma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as disposições em contrário,
especialmente a Lei n. 3.274, de 2 de outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da República.

JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.1984

1253
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Delegado

LEI N. 12.830, DE JUNHO DE 2013

Mensagem de veto
Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polí-
cia.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo dele-
gado de polícia.
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e ex-
clusivas de Estado.
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro pro-
cedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstân-
cias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requi-
sição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apura-
ção dos fatos.
§ 3º (VETADO).
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em cur-
so somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da
corporação que prejudique a eficácia da investigação.
§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato funda-
mentado.
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar
a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

1254
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito,


devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os
magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os
advogados.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º da


República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Miriam Belchior
Luís Inácio Lucena Adams
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.6.2013

1255
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LINDB: DECRETO-LEI N. 4.657, DE SETEMBRO DE 1942

Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação dada pela


Lei n. 12.376, de 2010)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


artigo 180 da Constituição, decreta:
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei n.
1.991, de 1953) (Vide Lei n. 2.145, de 1953) (Vide Lei n. 2.410, de 1955)
(Vide Lei n. 2.770, de 1956) (Vide Lei n. 3.244, de 1957) (Vide Lei n. 4.966,
de 1966) (Vide Decreto-Lei n. 333, de 1967) (Vide Lei n. 2.807, de 1956)
(Vide Lei n. 4.820, de 1965)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.036, de 2009).
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu
texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria
de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das
já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter
a lei revogadora perdido a vigência.
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

1256
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Delegado

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurí-
dico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei n.
3.238, de 1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente
ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou al-
guém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha
têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de ou-
trem. (Incluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já
não caiba recurso. (Incluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
Art.  7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos
de família.
§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira
quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada
pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro do-
micílio conjugal.
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante
expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do
decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comu-

1257
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Delegado

nhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção


ao competente registro. (Redação dada pela Lei n. 6.515, de 1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges fo-
rem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data
da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual
prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as
condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O
Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá re-
examinar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos
de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim
de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei n.
12.036, de 2009).
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se
ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos
incapazes sob sua guarda.
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no
lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,
aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quan-
to aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros
lugares.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja
posse se encontre a coisa apenhada.
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituírem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo
de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei
estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

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Delegado

§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em


que residir o proponente.
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e
a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regula-
da pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de
quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
do de cujus. (Redação dada pela Lei n. 9.047, de 1995)
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para
suceder.
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as
sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.
§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabeleci-
mentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasi-
leiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer
natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções
públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de de-
sapropriação.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios
necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consula-
res. (Vide Lei n. 4.331, de 1964)
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações re-
lativas a imóveis situados no Brasil.
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e
segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por

1259
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto


das diligências.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei
que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo
os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a
invoca prova do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro,
que reuna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias
para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i
da Constituição Federal).
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 12.036, de 2009).
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de apli-
car a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se
qualquer remissão por ela feita a outra lei.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades con-
sulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro
Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos
de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação
dada pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a
separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo fi-

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lhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto


aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições
relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e,
ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou
à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. (Incluído pela
Lei n. 12.874, de 2013) Vigência
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído,
que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as
partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio,
não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura
pública. (Incluído pela Lei n. 12.874, de 2013) Vigência
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e
celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei n. 4.657, de
4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. (In-
cluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido re-
cusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mes-
mo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90
(noventa) dias contados da data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei n.
3.238, de 1957)
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se deci-
dirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas
as consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
(Regulamento)
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação
da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou
norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judi-


cial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma ad-
ministrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá,
quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de
modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se
podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão consi-
derados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das
políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
(Regulamento)
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contra-
to, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circuns-
tâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do
agente. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravida-
de da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração
pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do
agente. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria
das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado,
impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regi-
me de transição quando indispensável para que o novo dever ou condiciona-

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mento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e


sem prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,
quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais
da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação
geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela
Lei n. 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e es-
pecificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência
judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática admi-
nistrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação con-
tenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de
licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e,
quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de
relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, obser-
vada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publi-
cação oficial. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
I – buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatí-
vel com os interesses gerais; (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)

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III – não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicio-


namento de direito reconhecidos por orientação geral; (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
IV – deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora
ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos
anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
(Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente
as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado com-
promisso processual entre os envolvidos. (Incluído pela Lei n. 13.655, de
2018)
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões
ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser
precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferen-
cialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento)
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo
e demais condições da consulta pública, observadas as normas legais e re-

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gulamentares específicas, se houver. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)


(Vigência)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018) (Vigência)
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança
jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmu-
las administrativas e respostas a consultas. (Incluído pela Lei n. 13.655, de
2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão
caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até
ulterior revisão. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)

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CÓDIGO CIVIL

ÍNDICE
Vigência
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
(Vide Lei n. 13.777, de 2018)
Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I
DAS PESSOAS

TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS

CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.


Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.146, de 2015) (Vigência)
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
III – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)

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Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os


exercer: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei n.
13.146, de 2015) (Vigência)
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem ex-
primir sua vontade; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, median-
te instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação
de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos com-
pletos tenha economia própria.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de su-
cessão definitiva.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I  – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente


poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo
a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-
-se-ão simultaneamente mortos.
Art. 9º Serão registrados em registro público:
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I – das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento,
o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II – dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem
a filiação;
III – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da perso-


nalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício
sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da per-
sonalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções pre-
vistas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer
a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

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Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do pró-


prio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gra-
tuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qual-
quer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome
e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda
quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propagan-
da comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção
que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da jus-
tiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a trans-
missão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem
de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeita-
bilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas
para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a reque-
rimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou
fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)

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CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA

Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver


notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do
Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando
o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou conti-
nuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obriga-
ções, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o dispos-
to a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicial-
mente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência,
será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos
pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os
iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do
curador.

Seção II
Da Sucessão Provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se


ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão

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os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente

a sucessão.

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram

interessados:

I – o cônjuge não separado judicialmente;

II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;

III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua

morte;

IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória

só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa;

mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se

houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.

§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados

na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo com-

petente.

§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventá-

rio até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir

a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela

forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a

conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis

ou em títulos garantidos pela União.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente,

darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equiva-

lentes aos quinhões respectivos.

§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar

a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe

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Delegado

deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado

pelo juiz, e que preste essa garantia.


§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a
sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar
na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por de-
sapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão repre-
sentando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão
as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor pro-
visório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que
a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade
desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com
o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz
competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi
voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos
frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justi-
ficando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos
do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do faleci-
mento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor
dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de
estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos suces-
sores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecu-
ratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

1272
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Da Sucessão Definitiva

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede


a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a suces-
são definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se
que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas
notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele
ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os
sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente
não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se loca-
lizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.

TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e


de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

1273
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela
Lei n. 11.107, de 2005)
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se,
no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estran-
geiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se
houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela
Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcio-
namento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-
-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiaria-
mente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Códi-
go. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o dis-
posto em lei específica. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)

1274
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado


com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social,
quando houver;
II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos
diretores;
III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente;
IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de
que modo;
V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obriga-
ções sociais;
VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patri-
mônio, nesse caso.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos
nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dis-
puser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que
se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de
erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a re-
querimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.

1275
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimen-
to da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização
dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática
de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Medida Provisória n. 881,
de 2019)
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato
entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Medida Provisória n.
881, de 2019)
I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do
administrador ou vice-versa; (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,
exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Medida
Provisória n. 881, de 2019)
III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído
pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão
das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído
pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos
de que trata o caput não autoriza a desconsideração da personalidade da
pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração
da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.
(Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

1276
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autori-


zação para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até
que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a aver-
bação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que
couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição
da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos di-
reitos da personalidade.

CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se or-


ganizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recí-
procos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III – os direitos e deveres dos associados;
IV – as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a
dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas
contas. (Incluído pela Lei n. 11.127, de 2005)

1277
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá


instituir categorias com vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não
dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si,
na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo
disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa,
assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de re-
curso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127,
de 2005)
Parágrafo único. (revogado) (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou
função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela
forma previstos na lei ou no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela
Lei n. 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei n. 11.127, de
2005)
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II
deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada
para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os
critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei n. 11.127,
de 2005)
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do es-
tatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)

1278
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líqui-


do, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas
no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômi-
cos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados,
à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos as-
sociados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste
artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições
que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Ter-
ritório, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas
neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do
Estado, do Distrito Federal ou da União.

CAPÍTULO III
DAS FUNDAÇÕES

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pú-
blica ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a
que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
(Redação dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (In-
cluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IV – saúde; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei n. 13.151, de
2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII  – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,


modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações
e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos hu-
manos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
X – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o institui-
dor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os
bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por man-
dado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio,
em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases
(art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à
aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo
instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência
caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde
situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo
ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Redação dada pela Lei
n. 13.151, de 2015)
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo,
em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a
reforma:

1280
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e represen-
tar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de
45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público
a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação
dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unâ-
nime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão
do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para
impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público,
ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatu-
to, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
semelhante.

TÍTULO III
DO DOMICÍLIO

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua


residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, al-
ternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações con-
cernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada
um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residên-
cia habitual, o lugar onde for encontrada.

1281
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção


manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa
às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais decla-
rações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompa-
nharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respecti-
vas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu
estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares dife-
rentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-
-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas
por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil,
a que ela corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar,
o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assis-
tente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas
funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a
sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marí-
timo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir
a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
onde o teve.

1282
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domi-


cílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

LIVRO II
DOS BENS

TÍTULO ÚNICO
DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS

CAPÍTULO I
DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Seção I
Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural
ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade,
forem removidas para outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.

Seção II
Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de


remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação eco-
nômico-social.

1283
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não fo-
rem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qua-
lidade os provenientes da demolição de algum prédio.

Seção III
Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da


mesma espécie, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destina-
dos à alienação.

Seção IV
Dos Bens Divisíveis

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na


sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes.

Seção V
Dos Bens Singulares e Coletivos

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de


per si, independentemente dos demais.

1284
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares

que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser ob-

jeto de relações jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídi-

cas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

CAPÍTULO II

DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;

acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes,

se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento

de outro.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não

abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação

de vontade, ou das circunstâncias do caso.

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e pro-

dutos podem ser objeto de negócio jurídico.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.

§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o

uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado

valor.

§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que

se deteriore.

1285
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acrésci-

mos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou

detentor.

CAPÍTULO III

DOS BENS PÚBLICOS

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pesso-

as jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja

qual for a pessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos:

I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e

praças;

II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a servi-

ço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou mu-

nicipal, inclusive os de suas autarquias;

III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de

direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas

entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se domi-

nicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se

tenha dado estrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial

são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a

lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas

as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

1286
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuí-
do, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.

LIVRO III
DOS FATOS JURÍDICOS

TÍTULO I
DO NEGÓCIO JURÍDICO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invo-
cada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados ca-
pazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídi-
co se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma
especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial
à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, mo-
dificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
vezes o maior salário mínimo vigente no País.

1287
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem


instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja
feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o desti-
natário tinha conhecimento.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os
usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-
-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente.

CAPÍTULO II
DA REPRESENTAÇÃO

Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo inte-


ressado.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de
seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio
jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, cele-
brar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo represen-
tante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido
subestabelecidos.
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tra-
tar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes,
sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.

1288
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Delegado

Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito


de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimen-
to de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negó-
cio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a
anulação prevista neste artigo.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os esta-
belecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da
Parte Especial deste Código.

CAPÍTULO III
DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamen-


te da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à
ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem
as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro
arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando re-
solutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição sus-
pensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que
ele visa.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e,
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor,
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.

1289
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar,


vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o
direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os
efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execu-
ção continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário,
não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a
natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição
cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer,
considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente le-
vada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva
ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do
direito.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, compu-
tam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado
o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de
início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e,
nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício
do credor, ou de ambos os contratantes.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis
desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depen-
der de tempo.

1290
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Delegado

Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposi-


ções relativas à condição suspensiva e resolutiva.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito,
salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente,
como condição suspensiva.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo
se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida
o negócio jurídico.

CAPÍTULO IV
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Seção I
Do Erro ou Ignorância

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de


vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Art. 139. O erro é substancial quando:
I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou
a alguma das qualidades a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se
refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo re-
levante;
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o mo-
tivo único ou principal do negócio jurídico.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expres-
so como razão determinante.
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anu-
lável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

1291
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a de-


claração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de
vontade.
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a
pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para execu-
tá-la na conformidade da vontade real do manifestante.

Seção II
Do Dolo

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a
sua causa.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro
modo.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria
celebrado.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de tercei-
ro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento;
em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responde-
rá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o
representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve;
se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado respon-
derá solidariamente com ele por perdas e danos.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode ale-
gá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.

1292
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Seção III

Da Coação

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que

incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pes-

soa, à sua família, ou aos seus bens.

Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do

paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a con-

dição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias

que possam influir na gravidade dela.

Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um

direito, nem o simples temor reverencial.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela

tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta respon-

derá solidariamente com aquele por perdas e danos.

Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro,

sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento;

mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver

causado ao coacto.

Seção IV

Do Estado de Perigo

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da

necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conheci-

do pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do de-

clarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

1293
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Seção V
Da Lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,


ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigen-
tes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

Seção VI
Da Fraude Contra Credores

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de


dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvên-
cia, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografá-
rios, como lesivos dos seus direitos.
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear
a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor
insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser co-
nhecida do outro contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver
pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depo-
sitando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá
depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada
contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação

1294
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de


má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o
pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito
do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que
recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as
garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários
indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou indus-
trial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante re-
verterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir di-
reitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.

CAPÍTULO V
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a
sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII  – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.

1295
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dis-

simulou, se válido for na substância e na forma.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daque-

las às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contra-

entes do negócio jurídico simulado.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por

qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando

conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não

lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem

convalesce pelo decurso do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de ou-

tro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que

o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o

negócio jurídico:

I – por incapacidade relativa do agente;

II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou

fraude contra credores.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo di-

reito de terceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio ce-

lebrado e a vontade expressa de mantê-lo.

1296
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi

cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio

anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as

ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização

de terceiro, será validado se este a der posteriormente.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença,

nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita

exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivi-

sibilidade.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anu-

lação do negócio jurídico, contado:

I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,

do dia em que se realizou o negócio jurídico;

III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem es-

tabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar

da data da conclusão do ato.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-

-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando

inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou

a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado

em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão inde-

nizadas com o equivalente.

1297
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico

sempre que este puder provar-se por outro meio.


Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um
negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a
invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a
destas não induz a da obrigação principal.

TÍTULO II
DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, apli-
cam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.

TÍTULO III
DOS ATOS ILÍCITOS

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-


prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exer-
cê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a
fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando
as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo.

1298
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO IV
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA

CAPÍTULO I
DA PRESCRIÇÃO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se ex-


tingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só va-
lerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consu-
mar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incom-
patíveis com a prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo
das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição,
pela parte a quem aproveita.
Art. 194. (Revogado pela Lei n. 11.280, de 2006)
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à pres-
crição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr con-
tra o seu sucessor.

Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição

Art. 197. Não corre a prescrição:

1299
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante

a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I – contra os incapazes de que trata o art. 3º;

II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados

ou dos Municípios;

III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo

de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:

I – pendendo condição suspensiva;

II – não estando vencido o prazo;

III – pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo

criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários,

só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Seção III

Das Causas que Interrompem a Prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma

vez, dar-se-á:

I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se

o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III – por protesto cambial;

1300
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em


concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe re-
conhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do
ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu
herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros;
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os de-
mais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário
não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de
obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Seção IV
Dos Prazos da Prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fi-
xado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a
consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou
dos alimentos;

1301
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele,

contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da

data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo

terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do

segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III  – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e ho-
norários;
IV – a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram
para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da
ata da assembleia que aprovar o laudo;
V – a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas
e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da
liquidação da sociedade.
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a par-
tir da data em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:
I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II – a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias
ou vitalícias;
III – a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações
acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização
ou sem ela;
IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V – a pretensão de reparação civil;
VI – a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-
-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;

1302
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da


lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade
anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do
balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da
reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à vio-
lação;
VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar
do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro preju-
dicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da
aprovação das contas.
§ 5º Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento
público ou particular;
II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão
dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III – a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em
juízo.

CAPÍTULO II
DA DECADÊNCIA

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadên-


cia as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

1303
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabe-


lecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita
pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a
alegação.

TÍTULO IX
DA RESPONSABILIDADE CIVIL

CAPÍTULO I
DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a ou-
trem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmen-
te desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equi-
tativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que
dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do
art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização
do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa
de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.

1304
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de


quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresá-
rios individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e pre-
postos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o
que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se po-
dendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este cau-
sado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que re-


sultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade
fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida,
fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que
faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora
estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em par-
te, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, fi-
cará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando
o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de
haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais
de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la trans-
mitem-se com a herança.

CAPÍTULO II
DA INDENIZAÇÃO

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da


culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento dano-
so, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa
em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no
contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-
-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajusta-
da, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir ou-
tras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral
e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, le-
vando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indeniza-
rá o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho,
a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim
da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indeniza-
ção seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por

1307
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-


-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição
da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e
o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar
o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a pró-
pria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, con-
tanto que este não se avantaje àquele.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na
reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá
ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das
circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pa-
gamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não
puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo
antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I – o cárcere privado;
II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III – a prisão ilegal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LIVRO III

DO DIREITO DAS COISAS


(Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

TÍTULO I
DA POSSE

CAPÍTULO I
DA POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercí-


cio, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta,
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse
contra o indireto.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumpri-
mento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como pres-
creve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor,
até que prove o contrário.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá
cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os
dos outros compossuidores.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obs-
táculo que impede a aquisição da coisa.

1309
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de


boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite
esta presunção.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o
momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ig-
nora que possui indevidamente.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mes-
mo caráter com que foi adquirida.

CAPÍTULO II
DA AQUISIÇÃO DA POSSE

Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna pos-


sível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à pro-
priedade.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I – pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II – por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor
com os mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu an-
tecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor,
para os efeitos legais.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos,
senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das
coisas móveis que nele estiverem.

1310
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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CAPÍTULO III
Dos Efeitos da Posse

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de


turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver
justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-
-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de
desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição
da posse.
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-
-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a
obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de in-
denização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que
o era.
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servi-
dões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possui-
dor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos
frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé
devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e cus-
teio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e perce-
bidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos
e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde

1311
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da pro-


dução e custeio.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deteriora-
ção da coisa, a que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração
da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam
dado, estando ela na posse do reivindicante.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfei-
torias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe fo-
rem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as ben-
feitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância
destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam
ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao pos-
suidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo;
ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.

CAPÍTULO IV
DA PERDA DA POSSE

Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do


possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o
esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, ten-
tando recuperá-la, é violentamente repelido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO II
DOS DIREITOS REAIS

CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.225. São direitos reais:


I – a propriedade;
II – a superfície;
III – as servidões;
IV – o usufruto;
V – o uso;
VI – a habitação;
VII – o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII – o penhor;
IX – a hipoteca;
X – a anticrese.
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei
n. 11.481, de 2007)
XII – a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei
n. 13.465, de 2017)
XIII – a laje. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos
por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de
Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos
neste Código.

1313
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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TÍTULO III
DA PROPRIEDADE

CAPÍTULO I
DA PROPRIEDADE EM GERAL

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coi-


sa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua
ou detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as
suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer como-
didade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropria-
ção, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de
requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivin-
dicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais
de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem re-
alizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo
juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização
devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o
registro do imóvel em nome dos possuidores.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo


correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não po-
dendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros,
a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em
impedi-las.
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e de-
mais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos
arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recur-
sos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não subme-
tidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial.
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em
contrário.
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando
separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, cou-
berem a outrem.

Seção II
Da Descoberta

Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao


dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e,
se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo an-
tecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do
seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação
e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, conside-
rar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou

1315
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a


situação econômica de ambos.
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprie-
tário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo.
Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta
através da imprensa e outros meios de informação, somente expedindo edi-
tais se o seu valor os comportar.
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela im-
prensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a propriedade
sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as
despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao
Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a
coisa em favor de quem a achou.

CAPÍTULO II
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Seção I
Da Usucapião

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente
de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por senten-
ça, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos
se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele
realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urba-
no, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva


por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposi-
ção, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domí-
nio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
Art. 1.240-A.  Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente
e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de
até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida
com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei n.
12.424, de 2011)
§ 1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez.
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida,
mediante usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá tí-
tulo hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contí-
nua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imó-
vel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele

1317
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse


social e econômico.
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos
artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art.
1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art.
1.242, com justo título e de boa-fé.
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca
das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais
também se aplicam à usucapião.

Seção II
Da Aquisição pelo Registro do Título

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do


título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a
ser havido como dono do imóvel.
§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação
de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua
a ser havido como dono do imóvel.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o
título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o inte-
ressado reclamar que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o
imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.

Seção III
Da Aquisição por Acessão

Art. 1.248. A acessão pode dar-se:

1318
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I – por formação de ilhas;


II – por aluvião;
III – por avulsão;
IV – por abandono de álveo;
V – por plantações ou construções.

Subseção I
Das Ilhas

Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particula-


res pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras
seguintes:
I – as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobre-
vindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na propor-
ção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II – as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consi-
deram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III – as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio
continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se
constituíram.

Subseção II
Da Aluvião

Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente,


por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo
desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem
indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de
proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de
cada um sobre a antiga margem.

1319
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Subseção III
Da Avulsão

Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se


destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a proprie-
dade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se,
em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do
prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a
parte acrescida.

Subseção IV
Do Álveo Abandonado

Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários


ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos ter-
renos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios
marginais se estendem até o meio do álveo.

Subseção V
Das Construções e Plantações

Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno pre-


sume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com
sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas
fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se
agiu de má-fé.
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde,
em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu
de boa-fé, terá direito a indenização.

1320
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravel-


mente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adqui-
rirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judi-
cialmente, se não houver acordo.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário
as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de
construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não
pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empre-
gou em solo alheio.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá
cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-
-la do plantador ou construtor.
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade
solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o cons-
trutor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da cons-
trução exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente,
também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste
artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que
invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção
exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção
invasora sem grave prejuízo para a construção.
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio
exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo in-
vadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão
acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área
remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pa-
gando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.

1321
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL

Seção I
Da Usucapião

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incon-
testadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, pro-
duzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts.
1.243 e 1.244.

Seção II
Da Ocupação

Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adqui-
re a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.

Seção III
Do Achado do Tesouro

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono


não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o
que achar o tesouro casualmente.
Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for
achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.

1322
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por


igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele
mesmo seja o descobridor.

Seção IV
Da Tradição

Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios ju-


rídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente conti-
nua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direi-
to à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o
adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a
propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabeleci-
mento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de
boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a pro-
priedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que
ocorreu a tradição.
§ 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um
negócio jurídico nulo.

Seção V
Da Especificação

Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia,


obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à for-
ma anterior.

1323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma

precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova.

§ 1º Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie

nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima.

§ 2º Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escul-

tura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima,

a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmen-

te o da matéria-prima.

Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se

ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do

§ 1º do artigo antecedente, quando irredutível a especificação.

Seção VI

Da Confusão, da Comissão e da Adjunção

Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, mistu-

radas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes,

sendo possível separá-las sem deterioração.

§ 1º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispên-

dio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos

quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura

ou agregado.

§ 2º Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do

todo, indenizando os outros.

Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à

outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando

o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao

que lhe pertencer, caso em que será indenizado.

1324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espé-

cie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts.

1.272 e 1.273.

CAPÍTULO IV

DA PERDA DA PROPRIEDADE

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a pro-

priedade:

I – por alienação;

II – pela renúncia;

III – por abandono;

IV – por perecimento da coisa;

V – por desapropriação.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da pro-

priedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do

ato renunciativo no Registro de Imóveis.

Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a inten-

ção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na

posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos

depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas

respectivas circunscrições.

§ 1º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstân-

cias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à

propriedade da União, onde quer que ele se localize.

§ 2º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este ar-

tigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer

os ônus fiscais.

1325
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS

TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
PROCESSUAIS

CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado con-


forme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a di-
reito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos
conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos
e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

1326
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução inte-


gral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve compor-
tar-se de acordo com a boa-fé.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus,
aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar
pelo efetivo contraditório.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais
e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legali-
dade, a publicidade e a eficiência.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e
III;
III – à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públi-
cos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a
presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou
do Ministério Público.

1327
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de


conclusão para proferir sentença ou acórdão.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada
pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanente-
mente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de
computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de
improcedência liminar do pedido;
II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica
firmada em julgamento de casos repetitivos;
III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de
demandas repetitivas;
IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V – o julgamento de embargos de declaração;
VI – o julgamento de agravo interno;
VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Na-
cional de Justiça;
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham com-
petência penal;
IX  – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por
decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica
das conclusões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requeri-
mento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão,
exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julga-
mento em diligência.

1328
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à


mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o
caso, no § 3º, o processo que:
I – tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessi-
dade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.

CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasilei-


ras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções
ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamen-
te aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, traba-
lhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas
supletiva e subsidiariamente.

LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL

TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo


o território nacional, conforme as disposições deste Código.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

1329
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo


quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurí-
dica;
II – da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha
ocorrido a violação do direito.

TÍTULO II
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

CAPÍTULO I
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as


ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domici-
liada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou
sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;

1330
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de


bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver do-
micílio ou residência no Brasil;
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à juris-
dição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qual-
quer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testa-
mento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda
que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, pro-
ceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacio-
nalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispen-
dência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma
causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não
impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para
produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento
e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência inter-
nacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º.

1331
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO III
DA COMPETÊNCIA INTERNA

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos li-
mites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo
arbitral, na forma da lei.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da dis-
tribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de
fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão
judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal,
a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em
legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que
couber, pelas constituições dos Estados.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão reme-
tidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas
públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de
atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, ex-
ceto as ações:
I – de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de traba-
lho;
II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja
de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.

1332
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos


em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o
mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárqui-
cas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar
conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do
processo.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qual-
quer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser de-
mandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será
proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Bra-
sil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão de-
mandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é compe-
tente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de elei-
ção se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão,
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da
coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competen-
te para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições
de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para

1333
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no
estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é com-
petente:
I – o foro de situação dos bens imóveis;
II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu
último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a
partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domi-
cílio de seu representante ou assistente.
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que
seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta
no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a
demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que
seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou
fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do res-
pectivo ente federado.
Art. 53. É competente o foro:
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhe-
cimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;

1334
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio


do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha); (Incluída pela
Lei nº 13.894, de 2019)
II  – de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se
pedem alimentos;
III – do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa
jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou
associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir
o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação
de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de
dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

Seção II
Da Modificação da Competência

Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela


continência, observado o disposto nesta Seção.

1335
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for co-
mum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput:
I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao
mesmo ato jurídico;
II – às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam
gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decidi-
dos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser
mais amplo, abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido propos-
ta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença
sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo
prevento, onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o
juízo.
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca,
seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento es-
tender-se-á sobre a totalidade do imóvel.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação
principal.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou
da função é inderrogável por convenção das partes.

1336
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e


do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e
obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento es-
crito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao
juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição
de foro na contestação, sob pena de preclusão.

Seção III
Da Incompetência

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como ques-


tão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e
grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente
a alegação de incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão re-
metidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efei-
tos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida,
se for o caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a in-
competência em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério
Público nas causas em que atuar.
Art. 66. Há conflito de competência quando:

1337
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;


II – 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um
ao outro a competência;
III – entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou
separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá
suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.

CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO NACIONAL

Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado


ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribu-
nais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus
magistrados e servidores.
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para
prática de qualquer ato processual.
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente aten-
dido, prescinde de forma específica e pode ser executado como:
I – auxílio direto;
II – reunião ou apensamento de processos;
III – prestação de informações;
IV – atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto
neste Código.
§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir,
além de outros, no estabelecimento de procedimento para:
I – a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II – a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III – a efetivação de tutela provisória;

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Delegado

IV – a efetivação de medidas e providências para recuperação e preserva-


ção de empresas;
V – a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação
judicial;
VI – a centralização de processos repetitivos;
VII – a execução de decisão jurisdicional.
§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos
jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.

LIVRO V
DA TUTELA PROVISÓRIA

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evi-


dência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada,
pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe
do pagamento de custas.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do pro-
cesso, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória
conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas
para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas
referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela
provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.

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Delegado

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando


antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência
originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao ór-
gão jurisdicional competente para apreciar o mérito.

TÍTULO II
DA TUTELA DE URGÊNCIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra
parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte econo-
micamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justi-
ficação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto con-
tra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do
direito.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte
responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte
adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer


os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão
do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida
tiver sido concedida, sempre que possível.

CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA
EM CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura


da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipa-
da e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do
processo.
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido
de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
II  – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de
mediação na forma do art. 334;
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado
na forma do art. 335.
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste
artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito.
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á
nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.

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§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de


indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela
final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do
benefício previsto no caput deste artigo.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela an-
tecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em
até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem
resolução de mérito.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se
estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista,
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata
o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos
em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que
se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto
no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da
decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabi-
lidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, refor-
mar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos
do § 2º deste artigo.

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CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA
EM CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar


em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição su-
mária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o
pedido e indicar as provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor
presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá
dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o pro-
cedimento comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formu-
lado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado
nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não depen-
dendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido
de tutela cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do
pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a
audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus ad-
vogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado
na forma do art. 335.

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Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente,


se:
I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou
extinguir o processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela caute-
lar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte for-
mule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

TÍTULO III
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propó-
sito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documen-
talmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV  – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz
de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.

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LIVRO III
DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES JUDICIAIS

TÍTULO I
DA ORDEM DOS PROCESSOS E DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la


estável, íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regi-
mento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes
a sua jurisprudência dominante.
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às cir-
cunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II – os enunciados de súmula vinculante;
III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de reso-
lução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e
especial repetitivos;
IV – os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art.
489, § 1º, quando decidirem com fundamento neste artigo.

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§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em


julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas
e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir
para a rediscussão da tese.
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento
de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no inte-
resse social e no da segurança jurídica.
§ 4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada
ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessi-
dade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os
por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos
repetitivos a decisão proferida em:
I – incidente de resolução de demandas repetitivas;
II – recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto ques-
tão de direito material ou processual.

CAPÍTULO II
DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL

Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de


sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser
descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do
tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.

1346
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará pre-


vento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo pro-
cesso ou em processo conexo.
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao rela-
tor, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com
relatório, à secretaria.
Art. 932. Incumbe ao relator:
I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produ-
ção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das
partes;
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de
competência originária do tribunal;
III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV – negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tri-
bunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repeti-
tivas ou de assunção de competência;
V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento
ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tri-
bunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repeti-
tivas ou de assunção de competência;

1347
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica,


quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII – determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII  – exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do
tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator con-
cederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível.
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à
decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não
examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará
as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será
imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especifica-
mente.
§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solici-
tou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e,
em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do
julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que
designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas
neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamen-
to decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova
pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julga-
mento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1º Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publica-
ção da pauta de julgamento.
§ 2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão
de julgamento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a


remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados
na seguinte ordem:
I – aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos
requerimentos;
II – os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão
de julgamento;
III – aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV – os demais casos.
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo
relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao re-
corrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público,
pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de
sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final
do caput do art. 1.021:
I – no recurso de apelação;
II – no recurso ordinário;
III – no recurso especial;
IV – no recurso extraordinário;
V – nos embargos de divergência;
VI – na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII – (VETADO);
VIII – no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias
que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX – em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tri-
bunal.
§ 1º A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas
observará o disposto no art. 984, no que couber.

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Delegado

§ 2º O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer,


até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem
prejuízo das preferências legais.
§ 3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, ca-
berá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator
que o extinga.
§ 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diver-
sa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio
de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida
antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a de-
cisão.
§ 1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa
ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do
ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intima-
das as partes.
§ 2º Cumprida a diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que pos-
sível, prosseguirá no julgamento do recurso.
§ 3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator conver-
terá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro
grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
§ 4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos
§§ 1º e 3º poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento
do recurso.
Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for
com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria prin-
cipal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar.
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a pro-
ferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10

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Delegado

(dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento
na sessão seguinte à data da devolução.
§ 1º Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for
solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o
presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na
sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o
pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará
substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do
tribunal.
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do jul-
gamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o
autor do primeiro voto vencedor.
§ 1º O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resul-
tado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substitu-
ído.
§ 2º No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão
será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.
§ 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte
integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questiona-
mento.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento
terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regi-
mento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inver-
são do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito
de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma
sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura compo-
nham o órgão colegiado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por


ocasião do prosseguimento do julgamento.
§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente,
ao julgamento não unânime proferido em:
I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, deven-
do, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição
previsto no regimento interno;
II – agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar
parcialmente o mérito.
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I – do incidente de assunção de competência e ao de resolução de deman-
das repetitivas;
II – da remessa necessária;
III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte
especial.
Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser
registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente,
na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo
quando este não for eletrônico.
§ 1º Todo acórdão conterá ementa.
§ 2º Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no
prazo de 10 (dez) dias.
Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado
da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para
todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único. No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de
imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.
Art. 945. A critério do órgão julgador, o julgamento dos recursos e dos
processos de competência originária que não admitem sustentação oral po-
derá realizar-se por meio eletrônico. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O relator cientificará as partes, pelo Diário da Justiça, de que o jul-


gamento se fará por meio eletrônico. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 2º Qualquer das partes poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, apresen-
tar memoriais ou discordância do julgamento por meio eletrônico. (Revogado
pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 3º A discordância não necessita de motivação, sendo apta a determinar
o julgamento em sessão presencial. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 4º Caso surja alguma divergência entre os integrantes do órgão julga-
dor durante o julgamento eletrônico, este ficará imediatamente suspenso,
devendo a causa ser apreciada em sessão presencial. (Revogado pela Lei
n. 13.256, de 2016)
Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação inter-
posta no mesmo processo.
Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de
ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento.

CAPÍTULO III
DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento


de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição em múltiplos processos.
§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá,
de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria
Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de compe-
tência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o pro-
cesso de competência originária se reconhecer interesse público na assunção
de competência.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os


juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão
de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição
de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.

CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de


ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as
partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhe-
cimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I – rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II – acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu
órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao
plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já
houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal
sobre a questão.
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do
tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do
ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade
se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no
regimento interno do tribunal.
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da
Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão cons-
titucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno,
sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a
juntada de documentos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos pos-


tulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação
de outros órgãos ou entidades.

CAPÍTULO V
DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA

Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das


partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz.
Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de
competência relativos aos processos previstos no art. 178, mas terá qualida-
de de parte nos conflitos que suscitar.
Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu in-
competência relativa.
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a par-
te que não o arguiu suscite a incompetência.
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:
I – pelo juiz, por ofício;
II – pela parte e pelo Ministério Público, por petição.
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos
necessários à prova do conflito.
Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em
conflito ou, se um deles for suscitante, apenas do suscitado.
Parágrafo único. No prazo designado pelo relator, incumbirá ao juiz ou aos
juízes prestar as informações.
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamento do pro-
cesso e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos
juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competên-
cia quando sua decisão se fundar em:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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I – súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça


ou do próprio tribunal;
II – tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de
assunção de competência.
Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o Ministé-
rio Público, no prazo de 5 (cinco) dias, ainda que as informações não tenham
sido prestadas, e, em seguida, o conflito irá a julgamento.
Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo compe-
tente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo incompe-
tente.
Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o conflito
serão remetidos ao juiz declarado competente.
Art. 958. No conflito que envolva órgãos fracionários dos tribunais, de-
sembargadores e juízes em exercício no tribunal, observar-se-á o que dispu-
ser o regimento interno do tribunal.
Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o processo e o jul-
gamento do conflito de atribuições entre autoridade judiciária e autoridade
administrativa.

CAPÍTULO VI
DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO
DO EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA

Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação


de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido
contrário prevista em tratado.
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil
por meio de carta rogatória.
§ 2º A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor
no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.

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§ 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao dispos-


to em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste
Capítulo.
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a
homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas
rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
§ 1º É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a
decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.
§ 2º A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.
§ 3º A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e
realizar atos de execução provisória no processo de homologação de decisão
estrangeira.
§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução
fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresen-
tada à autoridade brasileira.
§ 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Bra-
sil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 6º Na hipótese do § 5º, competirá a qualquer juiz examinar a validade
da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for sus-
citada em processo de sua competência.
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de me-
dida de urgência.
§ 1º A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva
de medida de urgência dar-se-á por carta rogatória.
§ 2º A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser
executada, desde que garantido o contraditório em momento posterior.
§ 3º O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à auto-
ridade jurisdicional prolatora da decisão estrangeira.
§ 4º Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira
produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência depen-

1357
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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derá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente reconhecida


pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação
pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da deci-
são:
I – ser proferida por autoridade competente;
II – ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III – ser eficaz no país em que foi proferida;
IV – não ofender a coisa julgada brasileira;
V – estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispen-
se prevista em tratado;
VI – não conter manifesta ofensa à ordem pública.
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, ob-
servar-se-ão os pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962,
§ 2º.
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de
competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequa-
tur à carta rogatória.
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo
federal competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabele-
cidas para o cumprimento de decisão nacional.
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia au-
tenticada da decisão homologatória ou do exequatur, conforme o caso.

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LEI N. 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009

Mensagem de veto
Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líqui-
do e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os repre-
sentantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas na-
turais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser
respeito a essas atribuições.
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de eco-
nomia mista e de concessionárias de serviço público.
§ 3º Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qual-
quer delas poderá requerer o mandado de segurança.
Art. 2º Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências
de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de
ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em con-
dições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor
do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias,
quando notificado judicialmente.

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Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo sub-


mete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.
Art. 4º Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais,
impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro
meio eletrônico de autenticidade comprovada.
§ 1º Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegra-
ma, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e
a imediata ciência pela autoridade.
§ 2º O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias
úteis seguintes.
§ 3º Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico,
serão observadas as regras da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -
ICP-Brasil.
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, in-
dependentemente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 6º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos
pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos
que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da auto-
ridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada
ou da qual exerce atribuições.
§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache
em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se
recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminar-
mente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autên-
tica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O es-
crivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.

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§ 2º Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coa-


tora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
§ 3º Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato
impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do
prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mé-
rito.
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I – que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe
a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no
prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
II – que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pes-
soa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para
que, querendo, ingresse no feito;
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fun-
damento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução,
fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa
jurídica.
§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a limi-
nar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compen-
sação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes
do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a con-
cessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer
natureza.

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§ 3º Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persisti-


rão até a prolação da sentença.
§ 4º Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamen-
to.
§ 5º As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas nes-
te artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461
da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 8º Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex
officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida,
o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe
cumprirem.
Art. 9º As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a
que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver
a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade
apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim
como indicações e elementos outros necessários às providências a serem to-
madas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como
ilegal ou abusivo de poder.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quan-
do não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos
legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1º Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação
e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança cou-
ber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para
o órgão competente do tribunal que integre.
§ 2º O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho
da petição inicial.

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Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o


feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a
prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no
caso do art. 4ºdesta Lei, a comprovação da remessa.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta
Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro
do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos
serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente
proferida em 30 (trinta) dias.
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermé-
dio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso
de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa
jurídica interessada.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto
no art. 4º desta Lei.
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe ape-
lação.
§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente
ao duplo grau de jurisdição.
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
§ 3º A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser execu-
tada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da
medida liminar.
§ 4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados
em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da ad-
ministração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será
efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do
ajuizamento da inicial.

1363
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público in-


teressada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na ses-
são seguinte à sua interposição.
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refe-
re o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do
tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraor-
dinário.
§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste
artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra
a liminar a que se refere este artigo.
§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida
nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem
condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.
§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo
liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a
urgência na concessão da medida.
§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma
única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da sus-
pensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido
original.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao re-
lator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do
julgamento.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao re-
lator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do

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julgamento do mérito ou do pedido liminar. (Redação dada pela Lei n. 13.676,


de 2018)
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida
liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respec-
tivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado
da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas
taquigráficas, independentemente de revisão.
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única
instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos
legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança,
sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, plei-
teie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos
terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.
§ 1º Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira
sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.
§ 2º O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco)
dias.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus inte-
resses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líqui-
dos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispen-
sada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança cole-
tivo podem ser:

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I – coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais,


de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas li-
gadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
II – individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da tota-
lidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impe-
trante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva.
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida
após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito públi-
co, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á de-
corridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do
ato impugnado.
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposi-
ção de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de
má-fé.
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do  art. 330 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das
decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções ad-
ministrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando
cabíveis.

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Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organi-


zação judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de
180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação.
Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166,
de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de
junho de 1966; o art. 3º da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art.
1º da Lei no 6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de
janeiro de 1982, e o art. 2º da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.

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LEI N. 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985


Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados
ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação po-
pular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causa-
dos: (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
l – ao meio ambiente;
ll – ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e pai-
sagístico;
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. (Incluído pela Lei
n. 8.078 de 1990)
V – por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Lei n. 12.529,
de 2011).
VI – à ordem urbanística. (Incluído pela Medida provisória n. 2.180-35,
de 2001)
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.966, de 2014)
VIII – ao patrimônio público e social. (Incluído pela Lei n. 13.004, de 2014)
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular preten-
sões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Ga-
rantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional
cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. (Incluído pela
Medida provisória n. 2.180-35, de 2001)

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Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar
a causa.
Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo
para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa
de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória n. 2.180-35,
de 2001)
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Art. 4º Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivan-
do, inclusive, evitar dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente,
ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos,
à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, históri-
co, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei n. 13.004, de 2014)
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação caute-
lar: (Redação dada pela Lei n. 11.448, de 2007).
I – o Ministério Público; (Redação dada pela Lei n. 11.448, de 2007).
II – a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei n. 11.448, de 2007).
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela
Lei n. 11.448, de 2007).
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia
mista; (Incluído pela Lei n. 11.448, de 2007).
V – a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei n. 11.448,
de 2007).
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei ci-
vil; (Incluído pela Lei n. 11.448, de 2007).
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a  proteção ao patrimô-
nio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica,
à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou
ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação
dada pela Lei n. 13.004, de 2014)

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Delegado

§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará


obrigatoriamente como fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos
termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associa-
ção legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularida-
de ativa. (Redação dada pela Lei n. 8.078, de 1990)
§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quan-
do haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característi-
ca do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. (Incluído pela
Lei nª 8.078, de 11.9.1990)
§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos
da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
de que cuida esta lei. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990) (Vide Men-
sagem de veto)
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados com-
promisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante co-
minações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. (Incluído pela Lei
nª 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto)
Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a
iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os  juízes e tribunais tiverem
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, reme-
terão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autorida-
des competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem
fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões,

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informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá


ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
§ 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada
certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desa-
companhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências,
se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil,
promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informa-
tivas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas
serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja
homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associa-
ções legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão junta-
dos aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regi-
mento.
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquiva-
mento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajui-
zamento da ação.
Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3
(três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do
Tesouro Nacional - ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados
técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo
Ministério Público.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fa-
zer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade
devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica,

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ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, inde-


pendentemente de requerimento do autor.
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação
prévia, em decisão sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada,
e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públi-
ca, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do res-
pectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada,
da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco)
dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsi-
to em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em
que se houver configurado o descumprimento.
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano cau-
sado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos
Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e repre-
sentantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição
dos bens lesados. (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará deposi-
tado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetá-
ria. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causa-
do por ato de discriminação étnica nos termos do disposto no art. 1º desta
Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao fundo de que trata
o caput e será utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, con-
forme definição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na
hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade
Racial estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou
local, respectivamente. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010) (Vigência)

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Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitima-
dos. (Redação dada pela Lei n. 8.078, de 1990)
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado im-
procedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova
prova. (Redação dada pela Lei n. 9.494, de 10.9.1997)
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os direto-
res responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados
em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da respon-
sabilidade por perdas e danos. (Renumerado do Parágrafo Único com nova
redação pela Lei n. 8.078, de 1990)
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de
advogado, custas e despesas processuais. (Redação dada pela Lei n. 8.078,
de 1990)
Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Pro-
cesso Civil, aprovado pela Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em
que não contrarie suas disposições.
Art. 20. O fundo de que trata o art. 13 desta Lei será regulamentado pelo
Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias. (Regulamento)
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e
individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu
o Código de Defesa do Consumidor. (Incluído Lei n. 8.078, de 1990)

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Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado


do art. 21, pela Lei n. 8.078, de 1990)
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado do
art. 22, pela Lei n. 8.078, de 1990)
Brasília, em 24 de julho de 1985; 164º da Independência e 97º da Repú-
blica.
JOSÉ SARNEY
Fernando Lyra

Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.7.1985


*

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LEI N. 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965

Regula a ação popular.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou
a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito
Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de socieda-
des de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas
de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas
públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para
cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas
incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas
pelos cofres públicos.
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste ar-
tigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou
turístico. (Redação dada pela Lei n. 6.513, de 1977)
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja criação ou
custeio o tesouro público concorra com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas, as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos
terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos.
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título
eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às entidades, a que
se refere este artigo, as certidões e informações que julgar necessárias, bas-
tando para isso indicar a finalidade das mesmas.

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§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo anterior, de-


verão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos
respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de
ação popular.
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justifi-
cado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação.
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser pro-
posta desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao
juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de
razão de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o
processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em jul-
gado de sentença condenatória.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades menciona-
das no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-
-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atri-
buições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de
direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridi-
camente inadequada ao resultado obtido;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando


a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de com-
petência.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou
privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se com-
preendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as
prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou
celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º.
I – A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto
às condições de habilitação, das normas legais, regulamentares ou constan-
tes de instruções gerais.
II – A operação bancária ou de crédito real, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, es-
tatutárias, regimentais ou internas;
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao cons-
tante de escritura, contrato ou avaliação.
III – A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando:
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência
pública ou administrativa, sem que essa condição seja estabelecida em lei,
regulamento ou norma geral;
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que
comprometam o seu caráter competitivo;
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impli-
quem na limitação das possibilidades normais de competição.
IV – As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem ad-
mitidas, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos de em-
preitada, tarefa e concessão de serviço público, sem que estejam previstas
em lei ou nos respectivos instrumentos.

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V – A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não
cabível concorrência pública ou administrativa, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou
constantes de instruções gerais;
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado, na
época da operação;
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na épo-
ca da operação.
VI – A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que
seja a sua modalidade, quando:
a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares
ou de instruções e ordens de serviço;
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador.
VII – A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o
limite de valor, desobedecer a normas legais, regulamentares ou constantes
de instruções gerais.
VIII – O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando:
a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamen-
tares,, regimentais ou constantes de instruções gerias:
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior
ao da avaliação.
IX – A emissão, quando efetuada sem observância das normas constitu-
cionais, legais e regulamentadoras que regem a espécie.

DA COMPETÊNCIA

Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhe-


cer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao
Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.

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§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito


Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas
por essas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos das socie-
dades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas
subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse patrimonial.
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer
outra pessoas ou entidade, será competente o juiz das causas da União, se
houver; quando interessar simultaneamente ao Estado e ao Município, será
competente o juiz das causas do Estado, se houver.
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações, que forem posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob
os mesmos fundamentos.
§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato
lesivo impugnado. (Incluído pela Lei n. 6.513, de 1977)

DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e


as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou ad-
ministradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e
contra os beneficiários diretos do mesmo.
§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele indetermi-
nado ou desconhecido, a ação será proposta somente contra as outras pesso-
as indicadas neste artigo.
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item “b”, do art. 4º, quando o valor
real do bem for inferior ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além das pes-
soas públicas ou privadas e entidades referidas no art. 1º, apenas os respon-
sáveis pela avaliação inexata e os beneficiários da mesma.
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato
seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou pode-

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rá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público,
a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a
produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que
nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do
ato impugnado ou dos seus autores.
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou as-
sistente do autor da ação popular.

DO PROCESSO

Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código


de Processo Civil, observadas as seguintes normas modificativas:
I – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério
Público;
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos
que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem como a de outros
que se lhe afigurem necessários ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos
de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento.
§ 1º O representante do Ministério Público providenciará para que as re-
quisições, a que se refere o inciso anterior, sejam atendidas dentro dos prazos
fixados pelo juiz.
§ 2º Se os documentos e informações não puderem ser oferecidos nos
prazos assinalados, o juiz poderá autorizar prorrogação dos mesmos, por
prazo razoável.
II – Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários far-se-á por edi-
tal com o prazo de 30 (trinta) dias, afixado na sede do juízo e publicado três
vezes no jornal oficial do Distrito Federal, ou da Capital do Estado ou Território
em que seja ajuizada a ação. A publicação será gratuita e deverá iniciar-se no

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máximo 3 (três) dias após a entrega, na repartição competente, sob protoco-


lo, de uma via autenticada do mandado.
III  – Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado,
cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes
de proferida a sentença final de primeira instância, deverá ser citada para a
integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e
produção de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a citação se houver feito
na forma do inciso anterior.
IV – O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20
(vinte), a requerimento do interessado, se particularmente difícil a produção
de prova documental, e será comum a todos os interessados, correndo da
entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso
do prazo assinado em edital.
V – Caso não requerida, até o despacho saneador, a produção de prova
testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às partes por 10 (dez) dias,
para alegações, sendo-lhe os autos conclusos, para sentença, 48 (quarenta e
oito) horas após a expiração desse prazo; havendo requerimento de prova, o
processo tomará o rito ordinário.
VI – A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julga-
mento, deverá ser proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos
autos pelo juiz.
Parágrafo único. O proferimento da sentença além do prazo estabelecido
privará o juiz da inclusão em lista de merecimento para promoção, durante 2
(dois) anos, e acarretará a perda, para efeito de promoção por antiguidade,
de tantos dias quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo, decli-
nado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar competente.
Art. 8º Ficará sujeita à pena de desobediência, salvo motivo justo devida-
mente comprovado, a autoridade, o administrador ou o dirigente, que deixar
de fornecer, no prazo fixado no art. 1º, § 5º, ou naquele que tiver sido esti-

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pulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra “b”), informações e certidão ou fotocópia
de documento necessários à instrução da causa.
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que entregue, sob recibo,
o requerimento do interessado ou o ofício de requisição (art. 1º, § 5º, e art.
7º, n. I, letra “b”).
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instân-
cia, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inci-
so II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do
Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação
feita, promover o prosseguimento da ação.
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a
invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os
responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regres-
siva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamen-
to, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, direta-
mente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários
de advogado.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido,
julgar a lide manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do
décuplo das custas.
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado
na sentença; se depender de avaliação ou perícia, será apurado na execução.
§ 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção de qualquer pagamento,
a condenação imporá o pagamento devido, com acréscimo de juros de mora
e multa legal ou contratual, se houver.
§ 2º Quando a lesão resultar da execução fraudulenta, simulada ou irreal
de contratos, a condenação versará sobre a reposição do débito, com juros
de mora.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução


far-se-á por desconto em folha até o integral ressarcimento do dano causado,
se assim mais convier ao interesse público.
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará sujeita a seques-
tro e penhora, desde a prolação da sentença condenatória.
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a infringência da lei penal ou
a prática de falta disciplinar a que a lei comine a pena de demissão ou a de
rescisão de contrato de trabalho, o juiz, ex-officio, determinará a remessa de
cópia autenticada das peças necessárias às autoridades ou aos administrado-
res a quem competir aplicar a sanção.
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença
condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a
respectiva execução. o representante do Ministério Público a promoverá nos
30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou entidades referidas no art. 1º,
ainda que hajam contestado a ação, promover, em qualquer tempo, e no que
as beneficiar a execução da sentença contra os demais réus.
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível “erga omnes”,
exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de
prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da
ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá
apelação, com efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei n. 6.014, de 1973)
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento. (Redação
dada pela Lei n. 6.014, de 1973)
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e sus-
cetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério
Público. (Redação dada pela Lei n. 6.014, de 1973)

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DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se entidades autárquicas:


a) o serviço estatal descentralizado com personalidade jurídica, custeado
mediante orçamento próprio, independente do orçamento geral;
b) as pessoas jurídicas especialmente instituídas por lei, para a execução
de serviços de interesse público ou social, custeados por tributos de qualquer
natureza ou por outros recursos oriundos do Tesouro Público;
c) as entidades de direito público ou privado a que a lei tiver atribuído
competência para receber e aplicar contribuições parafiscais.
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos.
Art. 22. Aplicam-se à ação popular as regras do Código de Processo Civil,
naquilo em que não contrariem os dispositivos desta lei, nem a natureza es-
pecífica da ação.

Brasília, 29 de junho de 1965; 144º da Independência e 77º da


República.
H. Castello Branco
Milton Soares Campos
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.7.1965 e repu-
blicado em 8.4.1974

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LEI N. 12.651, DE MAIO DE 2012

Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera


as Leis n.s 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393,
Mensagem de veto de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de de-
(Vide ADIN 4937) zembro de 2006; revoga as Leis n.s 4.771, de 15 de
(Vide ADIN 4901) setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989,
e a Medida Provisória n. 2.166-67, de 24 de agosto
de 2001; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO).
Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegeta-
ção, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a explo-
ração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem
dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e
prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objeti-
vos. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta
Lei atenderá aos seguintes princípios: (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das
suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiver-
sidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático,
para o bem estar das gerações presentes e futuras; (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
II – reafirmação da importância da função estratégica da atividade
agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nati-
va na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da quali-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

dade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados


nacional e internacional de alimentos e bioenergia; (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
III – ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, con-
sagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização en-
tre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;
(Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
IV – responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Muni-
cípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a
preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas
e sociais nas áreas urbanas e rurais; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
V – fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o
uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas
e demais formas de vegetação nativa; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
VI – criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a
preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o de-
senvolvimento de atividades produtivas sustentáveis. (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
Art. 2º As florestas existentes no território nacional e as demais formas
de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são
bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os di-
reitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especial-
mente esta Lei estabelecem.
§ 1º Na utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões con-
trárias às disposições desta Lei são consideradas uso irregular da proprieda-
de, aplicando-se o procedimento sumário previsto no inciso II do art. 275 da
Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sem prejuí-
zo da responsabilidade civil, nos termos do § 1º do art. 14 da Lei n. 6.938, de
31 de agosto de 1981, e das sanções administrativas, civis e penais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmiti-


das ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio
ou posse do imóvel rural.
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
I – Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Ron-
dônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º
S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do
Estado do Maranhão;
II – Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas;
III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou
posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o
uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural,
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover
a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa;
IV – área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica
preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades
agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;
V – pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada me-
diante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural,
incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao
disposto no art. 3º da Lei n. 11.326, de 24 de julho de 2006;
VI – uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações
sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, in-
dustriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte,
assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana;

1387
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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VII – manejo sustentável: administração da vegetação natural para a ob-


tenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os
mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e conside-
rando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies
madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como
a utilização de outros bens e serviços;
VIII – utilidade pública: (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços pú-
blicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcela-
mentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de
resíduos , energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à
realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais,
bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila,
saibro e cascalho; (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
c) atividades e obras de defesa civil;
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção
das funções ambientais referidas no inciso II deste artigo;
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em
procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e
locacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder
Executivo federal;
IX – interesse social: (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação
nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão,
erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena proprie-
dade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde
que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a fun-
ção ambiental da área;

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c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e


atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais con-
solidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predo-
minantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas,
observadas as condições estabelecidas na Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009;
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água
e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes inte-
grantes e essenciais da atividade;
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho,
outorgadas pela autoridade competente;
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas
em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica
e locacional à atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Execu-
tivo federal;
X – atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental:
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e ponti-
lhões, quando necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pes-
soas e animais para a obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos
das atividades de manejo agroflorestal sustentável;
b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água
e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da
água, quando couber;
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;
d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;
e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de
comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais
em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio
dos moradores;
f) construção e manutenção de cercas na propriedade;

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g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros


requisitos previstos na legislação aplicável;
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produ-
ção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação
específica de acesso a recursos genéticos;
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas
e outros produtos vegetais, desde que não implique supressão da vegetação
existente nem prejudique a função ambiental da área;
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e
familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde
que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudi-
quem a função ambiental da área;
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e
de baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;
XI – (VETADO);
XII – vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórfi-
cos, usualmente com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente,
sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáce-
as; (Redação pela Lei n. 12.727, de 2012).
XIII – manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos,
sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou areno-
sas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida
como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de re-
giões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira,
entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina;
XIV – salgado ou marismas tropicais hipersalinos: áreas situadas em regi-
ões com frequências de inundações intermediárias entre marés de sizígias e
de quadratura, com solos cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento
e cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a presença de vege-
tação herbácea específica;

1390
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XV – apicum: áreas de solos hipersalinos situadas nas regiões entremarés


superiores, inundadas apenas pelas marés de sizígias, que apresentam salini-
dade superior a 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil), desprovidas
de vegetação vascular;
XVI – restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma ge-
ralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se en-
contram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com co-
bertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas
e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato
herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado;
XVII – nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta pe-
renidade e dá início a um curso d’água; (Vide ADIN N. 4.903)
XVIII – olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que
intermitente;
XIX – leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do
curso d’água durante o ano; (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
XX – área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio
de vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no
Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, in-
disponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recre-
ação, lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos
hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifes-
tações culturais;
XXI – várzea de inundação ou planície de inundação: áreas marginais a
cursos d’água sujeitas a enchentes e inundações periódicas;
XXII – faixa de passagem de inundação: área de várzea ou planície de
inundação adjacente a cursos d’água que permite o escoamento da enchente;
XXIII – relevo ondulado: expressão geomorfológica usada para designar
área caracterizada por movimentações do terreno que geram depressões,
cuja intensidade permite sua classificação como relevo suave ondulado, on-
dulado, fortemente ondulado e montanhoso.

1391
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XXIV – pousio: prática de interrupção temporária de atividades ou usos


agrícolas, pecuários ou silviculturais, por no máximo 5 (cinco) anos, para pos-
sibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo;
(Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
XXV – áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma
periódica por águas, cobertas originalmente por florestas ou outras formas
de vegetação adaptadas à inundação; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
XXVI – área urbana consolidada: aquela de que trata o inciso II do caput
do art. 47 da Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009 ; e (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
XXVII – crédito de carbono: título de direito sobre bem intangível e incor-
póreo transacionável. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, estende-se o tratamento dispen-
sado aos imóveis a que se refere o inciso V deste artigo às propriedades e
posses rurais com até 4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades
agrossilvipastoris, bem como às terras indígenas demarcadas e às demais
áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo
do seu território. (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)

CAPÍTULO II
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

Seção I
Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente

Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais


ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermi-
tente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em lar-
gura mínima de: (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADIN N. 4.903)

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a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros


de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez)
a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta)
a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (du-
zentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura
superior a 600 (seiscentos) metros;
II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura
mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com
até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cin-
quenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes
de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida
na licença ambiental do empreendimento; (Incluído pela Lei n. 12.727, de
2012). (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qual-
quer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta)
metros; (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADIN N. 4.903)
V – as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equiva-
lente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII – os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do re-
levo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

1393
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IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima


de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas
a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano hori-
zontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X – as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qual-
quer que seja a vegetação;
XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente bre-
joso e encharcado. (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 1º Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de
reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou repre-
samento de cursos d’água naturais. (Redação dada pela Lei n. 12.727, de
2012). (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 3º (VETADO).
§ 4º Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície infe-
rior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista
nos incisos II e III do caput , vedada nova supressão de áreas de vegetação
nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacio-
nal do Meio Ambiente - Sisnama. (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
(Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
§ 5º É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de
que trata o inciso V do art. 3º desta Lei, o plantio de culturas temporárias e
sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no perío-
do de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de novas
áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e
seja protegida a fauna silvestre. (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)

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§ 6º Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida,


nas áreas de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo, a prática da
aquicultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que:
(Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
I – sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de
recursos hídricos, garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo com nor-
ma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;
II – esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de
gestão de recursos hídricos;
III – seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente;
IV – o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR.
V – não implique novas supressões de vegetação nativa. (Incluído pela Lei
n. 12.727, de 2012).
§ 7º (VETADO).
§ 8º (VETADO).
§ 9º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 5º Na implantação de reservatório d’água artificial destinado a ge-
ração de energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição, desa-
propriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor das
Áreas de Preservação Permanente criadas em seu entorno, conforme estabe-
lecido no licenciamento ambiental, observando-se a faixa mínima de 30 (trin-
ta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima de
15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana. (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
§ 1º Na implantação de reservatórios d’água artificiais de que trata o
caput , o empreendedor, no âmbito do licenciamento ambiental, elaborará
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório, em con-
formidade com termo de referência expedido pelo órgão competente do Sis-
tema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, não podendo o uso exceder a
10% (dez por cento) do total da Área de Preservação Permanente. (Redação
dada pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADC N. 42)

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§ 2º O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório


Artificial, para os empreendimentos licitados a partir da vigência desta Lei,
deverá ser apresentado ao órgão ambiental concomitantemente com o Plano
Básico Ambiental e aprovado até o início da operação do empreendimento,
não constituindo a sua ausência impedimento para a expedição da licença de
instalação. (Vide ADC N. 42)
§ 3º (VETADO).
Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando de-
claradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas
cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou
mais das seguintes finalidades:
I – conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos
de terra e de rocha;
II – proteger as restingas ou veredas;
III – proteger várzeas;
IV – abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção;
V – proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou
histórico;
VI – formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
VII – assegurar condições de bem-estar público;
VIII – auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades
militares.
IX – proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacio-
nal. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).

Seção II
Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente

Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá


ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer títu-
lo, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.

1396
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Delegado

§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preser-


vação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer
título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os
usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao
sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
§ 3º No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada após 22
de julho de 2008, é vedada a concessão de novas autorizações de supressão
de vegetação enquanto não cumpridas as obrigações previstas no § 1º. (Vide
ADIN N. 4.937) (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)
Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Pre-
servação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de
interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.
§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e
restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.
§ 2º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Pre-
servação Permanente de que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 4º
poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica
do manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e
de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse
social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa ren-
da. (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.903)
§ 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a
execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e
obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de aci-
dentes em áreas urbanas.
§ 4º Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras
intervenções ou supressões de vegetação nativa, além das previstas nesta Lei.
Art. 9º É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preserva-
ção Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de
baixo impacto ambiental.

1397
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CAPÍTULO III
DAS ÁREAS DE USO RESTRITO

Art. 10. Nos pantanais e planícies pantaneiras, é permitida a exploração


ecologicamente sustentável, devendo-se considerar as recomendações técni-
cas dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas supressões de vegetação
nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão es-
tadual do meio ambiente, com base nas recomendações mencionadas neste
artigo. (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 11. Em áreas de inclinação entre 25º e 45º, serão permitidos o ma-
nejo florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem
como a manutenção da infraestrutura física associada ao desenvolvimento
das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo vedada a con-
versão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e inte-
resse social. (Vide ADIN N. 4.903)

CAPÍTULO III-A
(INCLUÍDO PELA LEI N. 12.727, DE 2012)
DO USO ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL DOS APICUNS E SALGADOS

Art. 11-A. A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos termos do § 4º do


art. 225 da Constituição Federal, devendo sua ocupação e exploração dar-se
de modo ecologicamente sustentável. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 1º Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de carci-
nicultura e salinas, desde que observados os seguintes requisitos: (Incluído
pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – área total ocupada em cada Estado não superior a 10% (dez por cen-
to) dessa modalidade de fitofisionomia no bioma amazônico e a 35% (trinta
e cinco por cento) no restante do País, excluídas as ocupações consolidadas
que atendam ao disposto no § 6º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 12.727,
de 2012).

1398
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – salvaguarda da absoluta integridade dos manguezais arbustivos e dos


processos ecológicos essenciais a eles associados, bem como da sua produti-
vidade biológica e condição de berçário de recursos pesqueiros; (Incluído pela
Lei n. 12.727, de 2012).
III – licenciamento da atividade e das instalações pelo órgão ambiental
estadual, cientificado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA e, no caso de uso de terrenos de marinha ou
outros bens da União, realizada regularização prévia da titulação perante a
União; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
IV – recolhimento, tratamento e disposição adequados dos efluentes e
resíduos; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
V – garantia da manutenção da qualidade da água e do solo, respeita-
das as Áreas de Preservação Permanente; e (Incluído pela Lei n. 12.727,
de 2012).
VI – respeito às atividades tradicionais de sobrevivência das comunidades
locais. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 2º A licença ambiental, na hipótese deste artigo, será de 5 (cinco) anos,
renovável apenas se o empreendedor cumprir as exigências da legislação
ambiental e do próprio licenciamento, mediante comprovação anual, inclusive
por mídia fotográfica. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 3º São sujeitos à apresentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental
- EPIA e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA os novos empreendimentos:
(Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – com área superior a 50 (cinquenta) hectares, vedada a fragmentação
do projeto para ocultar ou camuflar seu porte; (Incluído pela Lei n. 12.727,
de 2012).
II – com área de até 50 (cinquenta) hectares, se potencialmente causa-
dores de significativa degradação do meio ambiente; ou (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).

1399
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – localizados em região com adensamento de empreendimentos de


carcinicultura ou salinas cujo impacto afete áreas comuns. (Incluído pela Lei
n. 12.727, de 2012).
§ 4º O órgão licenciador competente, mediante decisão motivada, poderá,
sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, bem como
do dever de recuperar os danos ambientais causados, alterar as condicionan-
tes e as medidas de controle e adequação, quando ocorrer: (Incluído pela Lei
n. 12.727, de 2012).
I – descumprimento ou cumprimento inadequado das condicionantes ou
medidas de controle previstas no licenciamento, ou desobediência às normas
aplicáveis; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – fornecimento de informação falsa, dúbia ou enganosa, inclusive por
omissão, em qualquer fase do licenciamento ou período de validade da licen-
ça; ou (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
III – superveniência de informações sobre riscos ao meio ambiente ou à
saúde pública. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 5º A ampliação da ocupação de apicuns e salgados respeitará o Zone-
amento Ecológico-Econômico da Zona Costeira - ZEEZOC, com a individuali-
zação das áreas ainda passíveis de uso, em escala mínima de 1:10.000, que
deverá ser concluído por cada Estado no prazo máximo de 1 (um) ano a partir
da data da publicação desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 6º É assegurada a regularização das atividades e empreendimentos de
carcinicultura e salinas cuja ocupação e implantação tenham ocorrido antes
de 22 de julho de 2008, desde que o empreendedor, pessoa física ou jurídica,
comprove sua localização em apicum ou salgado e se obrigue, por termo de
compromisso, a proteger a integridade dos manguezais arbustivos adjacen-
tes. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 7º É vedada a manutenção, licenciamento ou regularização, em qual-
quer hipótese ou forma, de ocupação ou exploração irregular em apicum ou
salgado, ressalvadas as exceções previstas neste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).

1400
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO IV
DA ÁREA DE RESERVA LEGAL

Seção I
Da Delimitação da Área de Reserva Legal

Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação
nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre
as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais
mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art.
68 desta Lei: (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II – localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
§ 1º Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive
para assentamentos pelo Programa de Reforma Agrária, será considerada,
para fins do disposto do caput , a área do imóvel antes do fracionamento.
§ 2º O percentual de Reserva Legal em imóvel situado em área de for-
mações florestais, de cerrado ou de campos gerais na Amazônia Legal será
definido considerando separadamente os índices contidos nas alíneas a, b e c
do inciso I do caput .
§ 3º Após a implantação do CAR, a supressão de novas áreas de floresta
ou outras formas de vegetação nativa apenas será autorizada pelo órgão am-
biental estadual integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido no men-
cionado cadastro, ressalvado o previsto no art. 30.
§ 4º Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público poderá reduzir a Re-
serva Legal para até 50% (cinquenta por cento), para fins de recomposição,
quando o Município tiver mais de 50% (cinquenta por cento) da área ocupada
por unidades de conservação da natureza de domínio público e por terras in-
dígenas homologadas. (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)

1401
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público estadual, ouvido o


Conselho Estadual de Meio Ambiente, poderá reduzir a Reserva Legal para até
50% (cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-E-
conômico aprovado e mais de 65% (sessenta e cinco por cento) do seu terri-
tório ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio público,
devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas. (Vide ADC
N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)
§ 6º Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento
de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva Legal. (Vide ADC N.
42) (Vide ADIN N. 4.901)
§ 7º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou de-
sapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para ex-
ploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreen-
dimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas
linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica. (Vide ADC N. 42)
(Vide ADIN N. 4.901)
§ 8º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou de-
sapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de
rodovias e ferrovias. (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)
Art. 13. Quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico -
ZEE estadual, realizado segundo metodologia unificada, o poder público
federal poderá:
I – reduzir, exclusivamente para fins de regularização, mediante recom-
posição, regeneração ou compensação da Reserva Legal de imóveis com área
rural consolidada, situados em área de floresta localizada na Amazônia Le-
gal, para até 50% (cinquenta por cento) da propriedade, excluídas as áreas
prioritárias para conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos e os
corredores ecológicos;

1402
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% (cinquenta por cento)


dos percentuais previstos nesta Lei, para cumprimento de metas nacionais de
proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de gases de efeito estufa.
§ 1º No caso previsto no inciso I do caput , o proprietário ou possuidor
de imóvel rural que mantiver Reserva Legal conservada e averbada em área
superior aos percentuais exigidos no referido inciso poderá instituir servidão
ambiental sobre a área excedente, nos termos da Lei n. 6.938, de 31 de agos-
to de 1981, e Cota de Reserva Ambiental. (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADC N.
42) (Vide ADIN N. 4.901)
§ 2º Os Estados que não possuem seus Zoneamentos Ecológico-Econômi-
cos - ZEEs segundo a metodologia unificada, estabelecida em norma federal,
terão o prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data da publicação desta Lei, para
a sua elaboração e aprovação.
Art. 14. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá
levar em consideração os seguintes estudos e critérios:
I – o plano de bacia hidrográfica;
II – o Zoneamento Ecológico-Econômico
III – a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com
Área de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra
área legalmente protegida;
IV – as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V – as áreas de maior fragilidade ambiental.
§ 1º O órgão estadual integrante do Sisnama ou instituição por ele habili-
tada deverá aprovar a localização da Reserva Legal após a inclusão do imóvel
no CAR, conforme o art. 29 desta Lei.
§ 2º Protocolada a documentação exigida para a análise da localização da
área de Reserva Legal, ao proprietário ou possuidor rural não poderá ser im-
putada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer ór-
gão ambiental competente integrante do Sisnama, em razão da não formali-
zação da área de Reserva Legal. (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).

1403
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 15. Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente


no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que: (Vide ADC
N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)
I – o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas
áreas para o uso alternativo do solo;
II – a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recu-
peração, conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante
do Sisnama; e
III – o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no
Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos desta Lei.
§ 1º O regime de proteção da Área de Preservação Permanente não se
altera na hipótese prevista neste artigo.
§ 2º O proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal conservada
e inscrita no Cadastro Ambiental Rural - CAR de que trata o art. 29, cuja área
ultrapasse o mínimo exigido por esta Lei, poderá utilizar a área excedente
para fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Ambiental e
outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei.
§ 3º O cômputo de que trata o caput aplica-se a todas as modalidades de
cumprimento da Reserva Legal, abrangendo a regeneração, a recomposição
e a compensação. (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 4º É dispensada a aplicação do inciso I do caput deste artigo, quando
as Áreas de Preservação Permanente conservadas ou em processo de recu-
peração, somadas às demais florestas e outras formas de vegetação nativa
existentes em imóvel, ultrapassarem: (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – 80% (oitenta por cento) do imóvel rural localizado em áreas de floresta
na Amazônia Legal; e (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 16. Poderá ser instituído Reserva Legal em regime de condomínio ou
coletiva entre propriedades rurais, respeitado o percentual previsto no art. 12
em relação a cada imóvel. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Parágrafo único. No parcelamento de imóveis rurais, a área de Reserva
Legal poderá ser agrupada em regime de condomínio entre os adquirentes.

1404
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Do Regime de Proteção da Reserva Legal

Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegeta-
ção nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qual-
quer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
§ 1º Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante mane-
jo sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de
acordo com as modalidades previstas no art. 20.
§ 2º Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou
posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sisnama deverão estabelecer
procedimentos simplificados de elaboração, análise e aprovação de tais pla-
nos de manejo.
§ 3º É obrigatória a suspensão imediata das atividades em área de Reser-
va Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de 2008. (Redação dada
pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902) (Vide
ADIN N. 4.903)
§ 4º Sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis,
deverá ser iniciado, nas áreas de que trata o § 3º deste artigo, o processo
de recomposição da Reserva Legal em até 2 (dois) anos contados a partir da
data da publicação desta Lei, devendo tal processo ser concluído nos prazos
estabelecidos pelo Programa de Regularização Ambiental - PRA, de que trata
o art. 59. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 18. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambien-
tal competente por meio de inscrição no CAR de que trata o art. 29, sendo
vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer
título, ou de desmembramento, com as exceções previstas nesta Lei.
§ 1º A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita mediante a apresen-
tação de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas
geográficas com pelo menos um ponto de amarração, conforme ato do Chefe
do Poder Executivo.

1405
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada por termo de com-


promisso firmado pelo possuidor com o órgão competente do Sisnama, com
força de título executivo extrajudicial, que explicite, no mínimo, a localização
da área de Reserva Legal e as obrigações assumidas pelo possuidor por força
do previsto nesta Lei.
§ 3º A transferência da posse implica a sub-rogação das obrigações assu-
midas no termo de compromisso de que trata o § 2º.
§ 4º O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartó-
rio de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação
desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar
fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato. (Redação dada pela Lei
n. 12.727, de 2012).
Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido median-
te lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da
área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do
parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação espe-
cífica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1º do art. 182
da Constituição Federal.
Art. 20. No manejo sustentável da vegetação florestal da Reserva Legal,
serão adotadas práticas de exploração seletiva nas modalidades de manejo
sustentável sem propósito comercial para consumo na propriedade e manejo
sustentável para exploração florestal com propósito comercial.
Art. 21. É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como
frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se observar:
I – os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos,
quando houver;
II – a época de maturação dos frutos e sementes;
III – técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e
da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas,
cipós, bulbos, bambus e raízes.

1406
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 22. O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal


com propósito comercial depende de autorização do órgão competente e de-
verá atender as seguintes diretrizes e orientações:
I – não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação
da vegetação nativa da área;
II – assegurar a manutenção da diversidade das espécies;
III – conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas
que favoreçam a regeneração de espécies nativas.
Art. 23. O manejo sustentável para exploração florestal eventual sem
propósito comercial, para consumo no próprio imóvel, independe de autoriza-
ção dos órgãos competentes, devendo apenas ser declarados previamente ao
órgão ambiental a motivação da exploração e o volume explorado, limitada a
exploração anual a 20 (vinte) metros cúbicos.
Art. 24. No manejo florestal nas áreas fora de Reserva Legal, aplica-se
igualmente o disposto nos arts. 21, 22 e 23.

Seção III
Do Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas

Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de


áreas verdes urbanas, com os seguintes instrumentos:
I – o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes
florestais relevantes, conforme dispõe a Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001;
II – a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões
urbanas
III – o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos,
empreendimentos comerciais e na implantação de infraestrutura; e
IV – aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação
ambiental.

1407
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DA SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO PARA USO ALTERNATIVO DO SOLO

Art. 26. A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo,


tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá do cadastra-
mento do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do
órgão estadual competente do Sisnama.
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que
contemplem a utilização de espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu
a supressão.
§ 4º O requerimento de autorização de supressão de que trata o caput
conterá, no mínimo, as seguintes informações:
I – a localização do imóvel, das Áreas de Preservação Permanente, da Re-
serva Legal e das áreas de uso restrito, por coordenada geográfica, com pelo
menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel;
II – a reposição ou compensação florestal, nos termos do § 4º do art. 33;
III – a utilização efetiva e sustentável das áreas já convertidas;
IV – o uso alternativo da área a ser desmatada.
Art. 27. Nas áreas passíveis de uso alternativo do solo, a supressão de
vegetação que abrigue espécie da flora ou da fauna ameaçada de extinção,
segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal ou estadual ou municipal
do Sisnama, ou espécies migratórias, dependerá da adoção de medidas com-
pensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie.
Art. 28. Não é permitida a conversão de vegetação nativa para uso al-
ternativo do solo no imóvel rural que possuir área abandonada. (Vide ADIN
N. 4.901)

1408
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VI
DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL

Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Siste-


ma Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público
eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com
a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses
rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamen-
to ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
§ 1º A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmen-
te, no órgão ambiental municipal ou estadual, que, nos termos do regula-
mento, exigirá do proprietário ou possuidor rural: (Redação dada pela Lei n.
12.727, de 2012).
I – identificação do proprietário ou possuidor rural;
II – comprovação da propriedade ou posse;
III – identificação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo,
contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto
de amarração do perímetro do imóvel, informando a localização dos rema-
nescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das
Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da
localização da Reserva Legal.
§ 2º O cadastramento não será considerado título para fins de reconheci-
mento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina a necessidade de
cumprimento do disposto no art. 2º da Lei n. 10.267, de 28 de agosto de 2001.
§ 3º A inscrição no CAR é obrigatória e por prazo indeterminado para todas
as propriedades e posses rurais. (Redação dada pela Lei n. 13.887,de 2019)
§ 4º Os proprietários e possuidores dos imóveis rurais que os inscreverem
no CAR até o dia 31 de dezembro de 2020 terão direito à adesão ao Programa
de Regularização Ambiental (PRA), de que trata o art. 59 desta Lei. (Incluído
pela Lei n. 13.887,de 2019)

1409
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 30. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na
matrícula do imóvel e em que essa averbação identifique o perímetro e a
localização da reserva, o proprietário não será obrigado a fornecer ao órgão
ambiental as informações relativas à Reserva Legal previstas no inciso III do
§ 1º do art. 29.
Parágrafo único. Para que o proprietário se desobrigue nos termos do caput
, deverá apresentar ao órgão ambiental competente a certidão de registro de
imóveis onde conste a averbação da Reserva Legal ou termo de compromisso
já firmado nos casos de posse.

CAPÍTULO VII
DA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

Art. 31. A exploração de florestas nativas e formações sucessoras, de


domínio público ou privado, ressalvados os casos previstos nos arts. 21, 23
e 24, dependerá de licenciamento pelo órgão competente do Sisnama, me-
diante aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS que
contemple técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo
compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme.
§ 1º O PMFS atenderá os seguintes fundamentos técnicos e científicos:
I – caracterização dos meios físico e biológico;
II – determinação do estoque existente;
III – intensidade de exploração compatível com a capacidade de suporte
ambiental da floresta;
IV – ciclo de corte compatível com o tempo de restabelecimento do volu-
me de produto extraído da floresta;
V – promoção da regeneração natural da floresta;
VI – adoção de sistema silvicultural adequado;
VII – adoção de sistema de exploração adequado;
VIII – monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente;
IX – adoção de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.

1410
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A aprovação do PMFS pelo órgão competente do Sisnama confere ao


seu detentor a licença ambiental para a prática do manejo florestal sustentá-
vel, não se aplicando outras etapas de licenciamento ambiental.
§ 3º O detentor do PMFS encaminhará relatório anual ao órgão ambiental
competente com as informações sobre toda a área de manejo florestal sus-
tentável e a descrição das atividades realizadas.
§ 4º O PMFS será submetido a vistorias técnicas para fiscalizar as opera-
ções e atividades desenvolvidas na área de manejo.
§ 5º Respeitado o disposto neste artigo, serão estabelecidas em ato do
Chefe do Poder Executivo disposições diferenciadas sobre os PMFS em escala
empresarial, de pequena escala e comunitário.
§ 6º Para fins de manejo florestal na pequena propriedade ou posse rural
familiar, os órgãos do Sisnama deverão estabelecer procedimentos simplifica-
dos de elaboração, análise e aprovação dos referidos PMFS.
§ 7º Compete ao órgão federal de meio ambiente a aprovação de PMFS
incidentes em florestas públicas de domínio da União.
Art. 32. São isentos de PMFS:
I – a supressão de florestas e formações sucessoras para uso alternativo
do solo;
II – o manejo e a exploração de florestas plantadas localizadas fora das
Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal;
III – a exploração florestal não comercial realizada nas propriedades ru-
rais a que se refere o inciso V do art. 3º ou por populações tradicionais.
Art. 33. As pessoas físicas ou jurídicas que utilizam matéria-prima flores-
tal em suas atividades devem suprir-se de recursos oriundos de:
I – florestas plantadas;
II – PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão competente do Sisnama;
III – supressão de vegetação nativa autorizada pelo órgão competente do
Sisnama;

1411
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – outras formas de biomassa florestal definidas pelo órgão competente


do Sisnama.
§ 1º São obrigadas à reposição florestal as pessoas físicas ou jurídicas que
utilizam matéria-prima florestal oriunda de supressão de vegetação nativa ou
que detenham autorização para supressão de vegetação nativa.
§ 2º É isento da obrigatoriedade da reposição florestal aquele que utilize:
I – costaneiras, aparas, cavacos ou outros resíduos provenientes da ativi-
dade industrial
II – matéria-prima florestal:
a) oriunda de PMFS;
b) oriunda de floresta plantada;
c) não madeireira.
§ 3º A isenção da obrigatoriedade da reposição florestal não desobriga o
interessado da comprovação perante a autoridade competente da origem do
recurso florestal utilizado.
§ 4º A reposição florestal será efetivada no Estado de origem da matéria-
-prima utilizada, mediante o plantio de espécies preferencialmente nativas,
conforme determinações do órgão competente do Sisnama.
Art. 34. As empresas industriais que utilizam grande quantidade de ma-
téria-prima florestal são obrigadas a elaborar e implementar Plano de Supri-
mento Sustentável - PSS, a ser submetido à aprovação do órgão competente
do Sisnama.
§ 1º O PSS assegurará produção equivalente ao consumo de matéria-pri-
ma florestal pela atividade industrial.
§ 2º O PSS incluirá, no mínimo:
I – programação de suprimento de matéria-prima florestal
II – indicação das áreas de origem da matéria-prima florestal georrefe-
renciadas;
III – cópia do contrato entre os particulares envolvidos, quando o PSS in-
cluir suprimento de matéria-prima florestal oriunda de terras pertencentes a
terceiros.

1412
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Admite-se o suprimento mediante matéria-prima em oferta no mercado:


I – na fase inicial de instalação da atividade industrial, nas condições e du-
rante o período, não superior a 10 (dez) anos, previstos no PSS, ressalvados
os contratos de suprimento mencionados no inciso III do § 2º;
II – no caso de aquisição de produtos provenientes do plantio de florestas
exóticas, licenciadas por órgão competente do Sisnama, o suprimento será
comprovado posteriormente mediante relatório anual em que conste a locali-
zação da floresta e as quantidades produzidas.
§ 4º O PSS de empresas siderúrgicas, metalúrgicas ou outras que consu-
mam grandes quantidades de carvão vegetal ou lenha estabelecerá a utilização
exclusiva de matéria-prima oriunda de florestas plantadas ou de PMFS e será
parte integrante do processo de licenciamento ambiental do empreendimento.
§ 5º Serão estabelecidos, em ato do Chefe do Poder Executivo, os parâ-
metros de utilização de matéria-prima florestal para fins de enquadramento
das empresas industriais no disposto no caput .

CAPÍTULO VIII
DO CONTROLE DA ORIGEM DOS PRODUTOS FLORESTAIS

Art. 35. O controle da origem da madeira, do carvão e de outros produtos


ou subprodutos florestais incluirá sistema nacional que integre os dados dos di-
ferentes entes federativos, coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo órgão
federal competente do Sisnama. (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 1º O plantio ou reflorestamento com espécies florestais nativas ou exóti-
cas independem de autorização prévia, desde que observadas as limitações e
condições previstas nesta Lei, devendo ser informados ao órgão competente,
no prazo de até 1 (um) ano, para fins de controle de origem.
§ 2º É livre a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas
nas áreas não consideradas Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal.

1413
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de


uso alternativo do solo serão permitidos independentemente de autorização
prévia, devendo o plantio ou reflorestamento estar previamente cadastrado
no órgão ambiental competente e a exploração ser previamente declarada
nele para fins de controle de origem.
§ 4º Os dados do sistema referido no caput serão disponibilizados para
acesso público por meio da rede mundial de computadores, cabendo ao ór-
gão federal coordenador do sistema fornecer os programas de informática a
serem utilizados e definir o prazo para integração dos dados e as informações
que deverão ser aportadas ao sistema nacional.
§ 5º O órgão federal coordenador do sistema nacional poderá bloquear a
emissão de Documento de Origem Florestal - DOF dos entes federativos não
integrados ao sistema e fiscalizar os dados e relatórios respectivos. (Incluído
pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 36. O transporte, por qualquer meio, e o armazenamento de ma-
deira, lenha, carvão e outros produtos ou subprodutos florestais oriundos de
florestas de espécies nativas, para fins comerciais ou industriais, requerem
licença do órgão competente do Sisnama, observado o disposto no art. 35.
§ 1º A licença prevista no caput será formalizada por meio da emissão do
DOF, que deverá acompanhar o material até o beneficiamento final.
§ 2º Para a emissão do DOF, a pessoa física ou jurídica responsável deverá
estar registrada no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, previsto no art. 17 da Lei
n. 6.938, de 31 de agosto de 1981.
§ 3º Todo aquele que recebe ou adquire, para fins comerciais ou indus-
triais, madeira, lenha, carvão e outros produtos ou subprodutos de florestas
de espécies nativas é obrigado a exigir a apresentação do DOF e munir-se da
via que deverá acompanhar o material até o beneficiamento final.
§ 4º No DOF deverão constar a especificação do material, sua volumetria
e dados sobre sua origem e destino.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º O órgão ambiental federal do Sisnama regulamentará os casos de


dispensa da licença prevista no caput . (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 37. O comércio de plantas vivas e outros produtos oriundos da flora
nativa dependerá de licença do órgão estadual competente do Sisnama e de
registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras
ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, previsto no art. 17 da Lei n. 6.938,
de 31 de agosto de 1981, sem prejuízo de outras exigências cabíveis.
Parágrafo único. A exportação de plantas vivas e outros produtos da flora
dependerá de licença do órgão federal competente do Sisnama, observadas
as condições estabelecidas no caput .

CAPÍTULO IX
DA PROIBIÇÃO DO USO DE FOGO E DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS

Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes


situações:
I – em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do
fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do
órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural
ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento
e controle;
II – emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em con-
formidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do
órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionis-
ta da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas
evolutivamente à ocorrência do fogo;
III – atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa de-
vidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de
pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental com-
petente do Sisnama.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Na situação prevista no inciso I, o órgão estadual ambiental compe-


tente do Sisnama exigirá que os estudos demandados para o licenciamento
da atividade rural contenham planejamento específico sobre o emprego do
fogo e o controle dos incêndios.
§ 2º Excetuam-se da proibição constante no caput as práticas de preven-
ção e combate aos incêndios e as de agricultura de subsistência exercidas
pelas populações tradicionais e indígenas.
§ 3º Na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras
públicas ou particulares, a autoridade competente para fiscalização e autua-
ção deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou
qualquer preposto e o dano efetivamente causado.
§ 4º É necessário o estabelecimento de nexo causal na verificação das
responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em terras públicas
ou particulares.
Art. 39. Os órgãos ambientais do Sisnama, bem como todo e qualquer
órgão público ou privado responsável pela gestão de áreas com vegetação
nativa ou plantios florestais, deverão elaborar, atualizar e implantar planos de
contingência para o combate aos incêndios florestais.
Art. 40. O Governo Federal deverá estabelecer uma Política Nacional de
Manejo e Controle de Queimadas, Prevenção e Combate aos Incêndios Flores-
tais, que promova a articulação institucional com vistas na substituição do uso
do fogo no meio rural, no controle de queimadas, na prevenção e no combate
aos incêndios florestais e no manejo do fogo em áreas naturais protegidas.
§ 1º A Política mencionada neste artigo deverá prever instrumentos para a
análise dos impactos das queimadas sobre mudanças climáticas e mudanças
no uso da terra, conservação dos ecossistemas, saúde pública e fauna, para
subsidiar planos estratégicos de prevenção de incêndios florestais.
§ 2º A Política mencionada neste artigo deverá observar cenários de
mudanças climáticas e potenciais aumentos de risco de ocorrência de
incêndios florestais.

1416
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO X
DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À PRESERVAÇÃO E
RECUPERAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo


do cumprimento da legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à
conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas
práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução
dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento eco-
logicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade,
abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação: (Redação dada pela Lei
n. 12.727, de 2012).
I – pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, mo-
netária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e
que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente:
a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a
diminuição do fluxo de carbono;
b) a conservação da beleza cênica natural;
c) a conservação da biodiversidade;
d) a conservação das águas e dos serviços hídricos;
e) a regulação do clima;
f) a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico;
g) a conservação e o melhoramento do solo;
h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal
e de uso restrito;
II – compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias
para o cumprimento dos objetivos desta Lei, utilizando-se dos seguintes ins-
trumentos, dentre outros:
a) obtenção de crédito agrícola, em todas as suas modalidades, com ta-
xas de juros menores, bem como limites e prazos maiores que os praticados
no mercado;

1417
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) contratação do seguro agrícola em condições melhores que as pratica-


das no mercado;
c) dedução das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de
uso restrito da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Ru-
ral - ITR, gerando créditos tributários;
d) destinação de parte dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso
da água, na forma da Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, para a manuten-
ção, recuperação ou recomposição das Áreas de Preservação Permanente, de
Reserva Legal e de uso restrito na bacia de geração da receita;
e) linhas de financiamento para atender iniciativas de preservação volun-
tária de vegetação nativa, proteção de espécies da flora nativa ameaçadas de
extinção, manejo florestal e agroflorestal sustentável realizados na proprie-
dade ou posse rural, ou recuperação de áreas degradadas;
f) isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos, tais
como: fios de arame, postes de madeira tratada, bombas d’água, trado de
perfuração de solo, dentre outros utilizados para os processos de recupera-
ção e manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal
e de uso restrito;
III – incentivos para comercialização, inovação e aceleração das ações de
recuperação, conservação e uso sustentável das florestas e demais formas de
vegetação nativa, tais como:
a) participação preferencial nos programas de apoio à comercialização da
produção agrícola;
b) destinação de recursos para a pesquisa científica e tecnológica e a ex-
tensão rural relacionadas à melhoria da qualidade ambiental.
§ 1º Para financiar as atividades necessárias à regularização ambiental
das propriedades rurais, o programa poderá prever:
I – destinação de recursos para a pesquisa científica e tecnológica e a ex-
tensão rural relacionadas à melhoria da qualidade ambiental;

1418
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – dedução da base de cálculo do imposto de renda do proprietário ou pos-

suidor de imóvel rural, pessoa física ou jurídica, de parte dos gastos efetuados

com a recomposição das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal

e de uso restrito cujo desmatamento seja anterior a 22 de julho de 2008;

III – utilização de fundos públicos para concessão de créditos reembolsá-

veis e não reembolsáveis destinados à compensação, recuperação ou recom-

posição das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso

restrito cujo desmatamento seja anterior a 22 de julho de 2008.

§ 2º O programa previsto no caput poderá, ainda, estabelecer diferencia-

ção tributária para empresas que industrializem ou comercializem produtos

originários de propriedades ou posses rurais que cumpram os padrões e li-

mites estabelecidos nos arts. 4º, 6º, 11 e 12 desta Lei, ou que estejam em

processo de cumpri-los.

§ 3º Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais inscritos no CAR,

inadimplentes em relação ao cumprimento do termo de compromisso ou PRA

ou que estejam sujeitos a sanções por infrações ao disposto nesta Lei, exceto

aquelas suspensas em virtude do disposto no Capítulo XIII, não são elegíveis

para os incentivos previstos nas alíneas a a e do inciso II do caput deste arti-

go até que as referidas sanções sejam extintas.

§ 4º As atividades de manutenção das Áreas de Preservação Permanente,

de Reserva Legal e de uso restrito são elegíveis para quaisquer pagamentos

ou incentivos por serviços ambientais, configurando adicionalidade para fins

de mercados nacionais e internacionais de reduções de emissões certificadas

de gases de efeito estufa.

§ 5º O programa relativo a serviços ambientais previsto no inciso I do

caput deste artigo deverá integrar os sistemas em âmbito nacional e estadu-

al, objetivando a criação de um mercado de serviços ambientais.

1419
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Os proprietários localizados nas zonas de amortecimento de Unida-


des de Conservação de Proteção Integral são elegíveis para receber apoio
técnico-financeiro da compensação prevista no art. 36 da Lei n. 9.985, de 18
de julho de 2000, com a finalidade de recuperação e manutenção de áreas
prioritárias para a gestão da unidade.
§ 7º O pagamento ou incentivo a serviços ambientais a que se refere o
inciso I deste artigo serão prioritariamente destinados aos agricultores fami-
liares como definidos no inciso V do art. 3º desta Lei. (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
Art. 42. O Governo Federal implantará programa para conversão da multa
prevista no art. 50 do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008, destinado a imó-
veis rurais, referente a autuações vinculadas a desmatamentos em áreas onde
não era vedada a supressão, que foram promovidos sem autorização ou licença,
em data anterior a 22 de julho de 2008. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 43. (VETADO).
Art. 44. É instituída a Cota de Reserva Ambiental - CRA, título nominativo
representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de
recuperação: (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADC N. 42)
I – sob regime de servidão ambiental, instituída na forma do art. 9º-A da
Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981;
II – correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente
sobre a vegetação que exceder os percentuais exigidos no art. 12 desta Lei;
III – protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural -
RPPN, nos termos do art. 21 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000;
IV – existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de
Conservação de domínio público que ainda não tenha sido desapropriada.
§ 1º A emissão de CRA será feita mediante requerimento do proprietário,
após inclusão do imóvel no CAR e laudo comprobatório emitido pelo próprio
órgão ambiental ou por entidade credenciada, assegurado o controle do órgão
federal competente do Sisnama, na forma de ato do Chefe do Poder Executivo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada
em área de RPPN instituída em sobreposição à Reserva Legal do imóvel.
§ 3º A Cota de Reserva Florestal - CRF emitida nos termos do art. 44-B da
Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965, passa a ser considerada, pelo efeito
desta Lei, como Cota de Reserva Ambiental.
§ 4º Poderá ser instituída CRA da vegetação nativa que integra a Reserva
Legal dos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º desta Lei.
Art. 45. A CRA será emitida pelo órgão competente do Sisnama em favor
de proprietário de imóvel incluído no CAR que mantenha área nas condições
previstas no art. 44.
§ 1º O proprietário interessado na emissão da CRA deve apresentar ao
órgão referido no caput proposta acompanhada de:
I – certidão atualizada da matrícula do imóvel expedida pelo registro de
imóveis competente;
II – cédula de identidade do proprietário, quando se tratar de pessoa física;
III – ato de designação de responsável, quando se tratar de pessoa
jurídica;
IV – certidão negativa de débitos do Imposto sobre a Propriedade Territo-
rial Rural - ITR;
V – memorial descritivo do imóvel, com a indicação da área a ser vincula-
da ao título, contendo pelo menos um ponto de amarração georreferenciado
relativo ao perímetro do imóvel e um ponto de amarração georreferenciado
relativo à Reserva Legal.
§ 2º Aprovada a proposta, o órgão referido no caput emitirá a CRA corres-
pondente, identificando:
I – o número da CRA no sistema único de controle;
II – o nome do proprietário rural da área vinculada ao título;
III – a dimensão e a localização exata da área vinculada ao título, com
memorial descritivo contendo pelo menos um ponto de amarração georre-
ferenciado;

1421
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – o bioma correspondente à área vinculada ao título;


V – a classificação da área em uma das condições previstas no art. 46.
§ 3º O vínculo de área à CRA será averbado na matrícula do respectivo
imóvel no registro de imóveis competente.
§ 4º O órgão federal referido no caput pode delegar ao órgão estadual
competente atribuições para emissão, cancelamento e transferência da CRA,
assegurada a implementação de sistema único de controle.
Art. 46. Cada CRA corresponderá a 1 (um) hectare:
I – de área com vegetação nativa primária ou com vegetação secundária
em qualquer estágio de regeneração ou recomposição;
II – de áreas de recomposição mediante reflorestamento com espécies
nativas.
§ 1º O estágio sucessional ou o tempo de recomposição ou regeneração
da vegetação nativa será avaliado pelo órgão ambiental estadual competente
com base em declaração do proprietário e vistoria de campo.
§ 2º A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambiental competente quan-
do a regeneração ou recomposição da área forem improváveis ou inviáveis.
Art. 47. É obrigatório o registro da CRA pelo órgão emitente, no prazo de
30 (trinta) dias, contado da data da sua emissão, em bolsas de mercadorias
de âmbito nacional ou em sistemas de registro e de liquidação financeira de
ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil.
Art. 48. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa
física ou a pessoa jurídica de direito público ou privado, mediante termo assi-
nado pelo titular da CRA e pelo adquirente.
§ 1º A transferência da CRA só produz efeito uma vez registrado o termo
previsto no caput no sistema único de controle.
§ 2º A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel
rural situado no mesmo bioma da área à qual o título está vinculado. (Vide
ADIN N. 4.937) (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A CRA só pode ser utilizada para fins de compensação de Reserva


Legal se respeitados os requisitos estabelecidos no § 6º do art. 66.
§ 4º A utilização de CRA para compensação da Reserva Legal será averba-
da na matrícula do imóvel no qual se situa a área vinculada ao título e na do
imóvel beneficiário da compensação.
Art. 49. Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se situa a área vin-
culada à CRA a responsabilidade plena pela manutenção das condições de
conservação da vegetação nativa da área que deu origem ao título.
§ 1º A área vinculada à emissão da CRA com base nos incisos I, II e III do
art. 44 desta Lei poderá ser utilizada conforme PMFS.
§ 2º A transmissão inter vivos ou causa mortis do imóvel não elimina nem
altera o vínculo de área contida no imóvel à CRA.
Art. 50. A CRA somente poderá ser cancelada nos seguintes casos:
I – por solicitação do proprietário rural, em caso de desistência de manter
áreas nas condições previstas nos incisos I e II do art. 44;
II – automaticamente, em razão de término do prazo da servidão ambiental;
III – por decisão do órgão competente do Sisnama, no caso de degradação
da vegetação nativa da área vinculada à CRA cujos custos e prazo de recupe-
ração ambiental inviabilizem a continuidade do vínculo entre a área e o título.
§ 1º O cancelamento da CRA utilizada para fins de compensação de Reser-
va Legal só pode ser efetivado se assegurada Reserva Legal para o imóvel no
qual a compensação foi aplicada.
§ 2º O cancelamento da CRA nos termos do inciso III do caput independe da
aplicação das devidas sanções administrativas e penais decorrentes de infração
à legislação ambiental, nos termos da Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
§ 3º O cancelamento da CRA deve ser averbado na matrícula do imóvel
no qual se situa a área vinculada ao título e do imóvel no qual a compensa-
ção foi aplicada.

1423
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO XI
DO CONTROLE DO DESMATAMENTO

Art. 51. O órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do des-


matamento em desacordo com o disposto nesta Lei, deverá embargar a
obra ou atividade que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida
administrativa voltada a impedir a continuidade do dano ambiental, pro-
piciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da
área degradada.
§ 1º O embargo restringe-se aos locais onde efetivamente ocorreu o des-
matamento ilegal, não alcançando as atividades de subsistência ou as demais
atividades realizadas no imóvel não relacionadas com a infração.
§ 2º O órgão ambiental responsável deverá disponibilizar publicamente as
informações sobre o imóvel embargado, inclusive por meio da rede mundial
de computadores, resguardados os dados protegidos por legislação especí-
fica, caracterizando o exato local da área embargada e informando em que
estágio se encontra o respectivo procedimento administrativo.
§ 3º A pedido do interessado, o órgão ambiental responsável emitirá cer-
tidão em que conste a atividade, a obra e a parte da área do imóvel que são
objetos do embargo, conforme o caso.

CAPÍTULO XII
DA AGRICULTURA FAMILIAR

Art. 52. A intervenção e a supressão de vegetação em Áreas de Preserva-


ção Permanente e de Reserva Legal para as atividades eventuais ou de baixo
impacto ambiental, previstas no inciso X do art. 3º, excetuadas as alíneas b
e g, quando desenvolvidas nos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º,
dependerão de simples declaração ao órgão ambiental competente, desde
que esteja o imóvel devidamente inscrito no CAR.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 53. Para o registro no CAR da Reserva Legal, nos imóveis a que se
refere o inciso V do art. 3º, o proprietário ou possuidor apresentará os dados
identificando a área proposta de Reserva Legal, cabendo aos órgãos compe-
tentes integrantes do Sisnama, ou instituição por ele habilitada, realizar a
captação das respectivas coordenadas geográficas.
Parágrafo único. O registro da Reserva Legal nos imóveis a que se refere
o inciso V do art. 3º é gratuito, devendo o poder público prestar apoio técnico
e jurídico.
Art. 54. Para cumprimento da manutenção da área de reserva legal nos
imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º, poderão ser computados os plan-
tios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos por espécies
exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies na-
tivas da região em sistemas agroflorestais.
Parágrafo único. O poder público estadual deverá prestar apoio técnico
para a recomposição da vegetação da Reserva Legal nos imóveis a que se
refere o inciso V do art. 3º.
Art. 55. A inscrição no CAR dos imóveis a que se refere o inciso V do art.
3º observará procedimento simplificado no qual será obrigatória apenas a
apresentação dos documentos mencionados nos incisos I e II do § 1º do art.
29 e de croqui indicando o perímetro do imóvel, as Áreas de Preservação Per-
manente e os remanescentes que formam a Reserva Legal.
Art. 56. O licenciamento ambiental de PMFS comercial nos imóveis a que
se refere o inciso V do art. 3º se beneficiará de procedimento simplificado de
licenciamento ambiental.
§ 1º O manejo sustentável da Reserva Legal para exploração florestal
eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, para consumo no pró-
prio imóvel a que se refere o inciso V do art. 3º, independe de autorização dos
órgãos ambientais competentes, limitada a retirada anual de material lenhoso
a 2 (dois) metros cúbicos por hectare.

1425
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O manejo previsto no § 1º não poderá comprometer mais de 15%


(quinze por cento) da biomassa da Reserva Legal nem ser superior a 15
(quinze) metros cúbicos de lenha para uso doméstico e uso energético, por
propriedade ou posse rural, por ano.
§ 3º Para os fins desta Lei, entende-se por manejo eventual, sem propósi-
to comercial, o suprimento, para uso no próprio imóvel, de lenha ou madeira
serrada destinada a benfeitorias e uso energético nas propriedades e posses
rurais, em quantidade não superior ao estipulado no § 1º deste artigo.
§ 4º Os limites para utilização previstos no § 1º deste artigo no caso de
posse coletiva de populações tradicionais ou de agricultura familiar serão ado-
tados por unidade familiar.
§ 5º As propriedades a que se refere o inciso V do art. 3º são desobri-
gadas da reposição florestal se a matéria-prima florestal for utilizada para
consumo próprio.
Art. 57. Nos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º, o manejo flores-
tal madeireiro sustentável da Reserva Legal com propósito comercial direto ou
indireto depende de autorização simplificada do órgão ambiental competente,
devendo o interessado apresentar, no mínimo, as seguintes informações:
I – dados do proprietário ou possuidor rural;
II – dados da propriedade ou posse rural, incluindo cópia da matrícula do
imóvel no Registro Geral do Cartório de Registro de Imóveis ou comprovante
de posse;
III – croqui da área do imóvel com indicação da área a ser objeto do ma-
nejo seletivo, estimativa do volume de produtos e subprodutos florestais a
serem obtidos com o manejo seletivo, indicação da sua destinação e crono-
grama de execução previsto.
Art. 58. Assegurado o controle e a fiscalização dos órgãos ambientais
competentes dos respectivos planos ou projetos, assim como as obrigações
do detentor do imóvel, o poder público poderá instituir programa de apoio
técnico e incentivos financeiros, podendo incluir medidas indutoras e linhas

1426
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de financiamento para atender, prioritariamente, os imóveis a que se refere


o inciso V do caput do art. 3º, nas iniciativas de: (Redação dada pela Lei n.
12.727, de 2012).
I – preservação voluntária de vegetação nativa acima dos limites estabe-
lecidos no art. 12;
II – proteção de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção;
III – implantação de sistemas agroflorestal e agrossilvipastoril;
IV – recuperação ambiental de Áreas de Preservação Permanente e de
Reserva Legal;
V – recuperação de áreas degradadas;
VI – promoção de assistência técnica para regularização ambiental e recu-
peração de áreas degradadas;
VII – produção de mudas e sementes;
VIII – pagamento por serviços ambientais.

CAPÍTULO XIII
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão implantar Pro-


gramas de Regularização Ambiental (PRAs) de posses e propriedades rurais,
com o objetivo de adequá-las aos termos deste Capítulo. (Redação dada pela
Lei 13.887, de 2019) (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)
§ 1º Na regulamentação dos PRAs, a União estabelecerá normas de ca-
ráter geral, e os Estados e o Distrito Federal ficarão incumbidos do seu deta-
lhamento por meio da edição de normas de caráter específico, em razão de
suas peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e
sociais, conforme preceitua o art. 24 da Constituição Federal.. (Redação dada
pela Lei 13.887, de 2019)

1427
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A inscrição do imóvel rural no CAR é condição obrigatória para a ade-


são ao PRA, que deve ser requerida em até 2 (dois) anos, observado o dis-
posto no § 4º do art. 29 desta Lei. (Redação dada pela Lei 13.887, de 2019)
§ 3º Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão competente
integrante do Sisnama convocará o proprietário ou possuidor para assinar o
termo de compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial.
§ 4º No período entre a publicação desta Lei e a implantação do PRA em
cada Estado e no Distrito Federal, bem como após a adesão do interessado ao
PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o proprie-
tário ou possuidor não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de
22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas
de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. (Vide ADIN
N. 4.937) (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)
§ 5º A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as
sanções decorrentes das infrações mencionadas no § 4º deste artigo e, cum-
pridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para
a regularização ambiental das exigências desta Lei, nos prazos e condições
neles estabelecidos, as multas referidas neste artigo serão consideradas como
convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade
do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme
definido no PRA. (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)
§ 6º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 7º Caso os Estados e o Distrito Federal não implantem o PRA até 31 de
dezembro de 2020, o proprietário ou possuidor de imóvel rural poderá aderir
ao PRA implantado pela União, observado o disposto no § 2º deste artigo.
(Incluído pela Lei 13.887, de 2019)
Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para regularização de
imóvel ou posse rural perante o órgão ambiental competente, mencionado no
art. 59, suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48
da Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o termo estiver sendo
cumprido. (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da


pretensão punitiva. (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADIN N. 4.902)
§ 2º Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta Lei.

Seção II
Das Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação Permanente

Art. 61. (VETADO).


Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusi-
vamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e
de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. (In-
cluído pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADC N. 42)
(Vide ADIN N. 4.902)
§ 1º Para os imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal que
possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo
de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas
faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados da borda da calha do leito
regular, independentemente da largura do curso d´água. (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
§ 2º Para os imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e
de até 2 (dois) módulos fiscais que possuam áreas consolidadas em Áreas de
Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória
a recomposição das respectivas faixas marginais em 8 (oito) metros, con-
tados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do
curso d´água. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 3º Para os imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais
e de até 4 (quatro) módulos fiscais que possuam áreas consolidadas em
Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será
obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 15 (quinze)
metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da
largura do curso d’água. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Para os imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais


que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao
longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respec-
tivas faixas marginais: (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – (VETADO); e (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – nos demais casos, conforme determinação do PRA, observado o mí-
nimo de 20 (vinte) e o máximo de 100 (cem) metros, contados da borda da
calha do leito regular. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 5º Nos casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente no entorno de nascentes e olhos d’água perenes, será admitida
a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo
rural, sendo obrigatória a recomposição do raio mínimo de 15 (quinze) me-
tros. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 6º Para os imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em Áreas de
Preservação Permanente no entorno de lagos e lagoas naturais, será admitida
a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo
rural, sendo obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura míni-
ma de: (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – 5 (cinco) metros, para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo
fiscal; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – 8 (oito) metros, para imóveis rurais com área superior a 1 (um)
módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos fiscais; (Incluído pela Lei n. 12.727,
de 2012).
III – 15 (quinze) metros, para imóveis rurais com área superior a 2 (dois)
módulos fiscais e de até 4 (quatro) módulos fiscais; e (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
IV – 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro)
módulos fiscais. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7º Nos casos de áreas rurais consolidadas em veredas, será obrigatória


a recomposição das faixas marginais, em projeção horizontal, delimitadas a
partir do espaço brejoso e encharcado, de largura mínima de: (Incluído pela
Lei n. 12.727, de 2012).
I – 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área de até 4 (quatro) mó-
dulos fiscais; e (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – 50 (cinquenta) metros, para imóveis rurais com área superior a 4
(quatro) módulos fiscais. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 8º Será considerada, para os fins do disposto no caput e nos §§ 1º a 7º,
a área detida pelo imóvel rural em 22 de julho de 2008. (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).
§ 9º A existência das situações previstas no caput deverá ser informada
no CAR para fins de monitoramento, sendo exigida, nesses casos, a adoção
de técnicas de conservação do solo e da água que visem à mitigação dos
eventuais impactos. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 10. Antes mesmo da disponibilização do CAR, no caso das intervenções
já existentes, é o proprietário ou possuidor rural responsável pela conserva-
ção do solo e da água, por meio de adoção de boas práticas agronômicas.
(Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 11. A realização das atividades previstas no caput observará critérios
técnicos de conservação do solo e da água indicados no PRA previsto nesta
Lei, sendo vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo
nesses locais. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 12. Será admitida a manutenção de residências e da infraestrutura as-
sociada às atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural,
inclusive o acesso a essas atividades, independentemente das determinações
contidas no caput e nos §§ 1º a 7º, desde que não estejam em área que
ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas. (Incluído pela Lei n.
12.727, de 2012).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 13. A recomposição de que trata este artigo poderá ser feita, isolada ou
conjuntamente, pelos seguintes métodos: (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
I – condução de regeneração natural de espécies nativas; (Incluído pela
Lei n. 12.727, de 2012).
II – plantio de espécies nativas; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
III – plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração
natural de espécies nativas; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
IV – plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo,
exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por
cento) da área total a ser recomposta, no caso dos imóveis a que se refere o
inciso V do caput do art. 3º; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
V – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 14. Em todos os casos previstos neste artigo, o poder público, verificada
a existência de risco de agravamento de processos erosivos ou de inundações,
determinará a adoção de medidas mitigadoras que garantam a estabilidade
das margens e a qualidade da água, após deliberação do Conselho Estadual
de Meio Ambiente ou de órgão colegiado estadual equivalente. (Incluído pela
Lei n. 12.727, de 2012).
§ 15. A partir da data da publicação desta Lei e até o término do prazo
de adesão ao PRA de que trata o § 2º do art. 59, é autorizada a continuida-
de das atividades desenvolvidas nas áreas de que trata o caput , as quais
deverão ser informadas no CAR para fins de monitoramento, sendo exigida
a adoção de medidas de conservação do solo e da água. (Incluído pela Lei
n. 12.727, de 2012).
§ 16. As Áreas de Preservação Permanente localizadas em imóveis inse-
ridos nos limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral criadas
por ato do poder público até a data de publicação desta Lei não são passíveis
de ter quaisquer atividades consideradas como consolidadas nos termos do
caput e dos §§ 1º a 15, ressalvado o que dispuser o Plano de Manejo elabora-
do e aprovado de acordo com as orientações emitidas pelo órgão competente

1432
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

do Sisnama, nos termos do que dispuser regulamento do Chefe do Poder Exe-


cutivo, devendo o proprietário, possuidor rural ou ocupante a qualquer título
adotar todas as medidas indicadas. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 17. Em bacias hidrográficas consideradas críticas, conforme previsto
em legislação específica, o Chefe do Poder Executivo poderá, em ato próprio,
estabelecer metas e diretrizes de recuperação ou conservação da vegetação
nativa superiores às definidas no caput e nos §§ 1º a 7º, como projeto prio-
ritário, ouvidos o Comitê de Bacia Hidrográfica e o Conselho Estadual de Meio
Ambiente. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
§ 18. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 61-B. Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em
22 de julho de 2008, detinham até 10 (dez) módulos fiscais e desenvolviam
atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente é garantido que a exigência de recomposição, nos termos des-
ta Lei, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do imóvel, não
ultrapassará: (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADIN N. 4.937)
(Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)
I – 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com
área de até 2 (dois) módulos fiscais; (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – 20% (vinte por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais
com área superior a 2 (dois) e de até 4 (quatro) módulos fiscais; (Incluído
pela Lei n. 12.727, de 2012).
III – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012).
Art. 61-C. Para os assentamentos do Programa de Reforma Agrária, a
recomposição de áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente
ao longo ou no entorno de cursos d’água, lagos e lagoas naturais observará
as exigências estabelecidas no art. 61-A, observados os limites de cada área
demarcada individualmente, objeto de contrato de concessão de uso, até a
titulação por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
Incra. (Incluído pela Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADC
N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 62. Para os reservatórios artificiais de água destinados a geração de


energia ou abastecimento público que foram registrados ou tiveram seus con-
tratos de concessão ou autorização assinados anteriormente à Medida Provi-
sória n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, a faixa da Área de Preservação
Permanente será a distância entre o nível máximo operativo normal e a cota
máxima maximorum . (Vide ADIN N. 4.903)
Art. 63. Nas áreas rurais consolidadas nos locais de que tratam os incisos
V, VIII, IX e X do art. 4º, será admitida a manutenção de atividades florestais,
culturas de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, bem como da in-
fraestrutura física associada ao desenvolvimento de atividades agrossilvipas-
toris, vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo. (Vide
ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.937) (Vide ADIN N. 4.902)
§ 1º O pastoreio extensivo nos locais referidos no caput deverá ficar res-
trito às áreas de vegetação campestre natural ou já convertidas para vegeta-
ção campestre, admitindo-se o consórcio com vegetação lenhosa perene ou
de ciclo longo.
§ 2º A manutenção das culturas e da infraestrutura de que trata o caput é
condicionada à adoção de práticas conservacionistas do solo e da água indi-
cadas pelos órgãos de assistência técnica rural.
§ 3º Admite-se, nas Áreas de Preservação Permanente, previstas no inciso
VIII do art. 4º, dos imóveis rurais de até 4 (quatro) módulos fiscais, no âm-
bito do PRA, a partir de boas práticas agronômicas e de conservação do solo
e da água, mediante deliberação dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente
ou órgãos colegiados estaduais equivalentes, a consolidação de outras ativi-
dades agrossilvipastoris, ressalvadas as situações de risco de vida.
Art. 64. Na Reurb-S dos núcleos urbanos informais que ocupam Áreas de
Preservação Permanente, a regularização fundiária será admitida por meio da
aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da lei específica de
regularização fundiária urbana. (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)

1434
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O projeto de regularização fundiária de interesse social deverá incluir


estudo técnico que demonstre a melhoria das condições ambientais em rela-
ção à situação anterior com a adoção das medidas nele preconizadas.
§ 2º O estudo técnico mencionado no § 1º deverá conter, no mínimo, os
seguintes elementos:
I – caracterização da situação ambiental da área a ser regularizada;
II – especificação dos sistemas de saneamento básico;
III – proposição de intervenções para a prevenção e o controle de riscos
geotécnicos e de inundações;
IV – recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regu-
larização;
V – comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-
-ambiental, considerados o uso adequado dos recursos hídricos, a não ocu-
pação das áreas de risco e a proteção das unidades de conservação, quando
for o caso;
VI – comprovação da melhoria da habitabilidade dos moradores propiciada
pela regularização proposta; e
VII – garantia de acesso público às praias e aos corpos d’água.
Art. 65. Na Reurb-E dos núcleos urbanos informais que ocupam Áreas de
Preservação Permanente não identificadas como áreas de risco, a regulariza-
ção fundiária será admitida por meio da aprovação do projeto de regulariza-
ção fundiária, na forma da lei específica de regularização fundiária urbana.
(Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 1º O processo de regularização fundiária de interesse específico deverá
incluir estudo técnico que demonstre a melhoria das condições ambientais
em relação à situação anterior e ser instruído com os seguintes elementos:
(Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
I – a caracterização físico-ambiental, social, cultural e econômica da área;
II – a identificação dos recursos ambientais, dos passivos e fragilidades
ambientais e das restrições e potencialidades da área;
III – a especificação e a avaliação dos sistemas de infraestrutura urbana e
de saneamento básico implantados, outros serviços e equipamentos públicos;

1435
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – a identificação das unidades de conservação e das áreas de proteção


de mananciais na área de influência direta da ocupação, sejam elas águas
superficiais ou subterrâneas;
V – a especificação da ocupação consolidada existente na área;
VI – a identificação das áreas consideradas de risco de inundações e de
movimentos de massa rochosa, tais como deslizamento, queda e rolamento
de blocos, corrida de lama e outras definidas como de risco geotécnico;
VII – a indicação das faixas ou áreas em que devem ser resguardadas
as características típicas da Área de Preservação Permanente com a devi-
da proposta de recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis
de regularização;
VIII – a avaliação dos riscos ambientais;
IX – a comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urba-
no-ambiental e de habitabilidade dos moradores a partir da regularização; e
X – a demonstração de garantia de acesso livre e gratuito pela população
às praias e aos corpos d’água, quando couber.
§ 2º Para fins da regularização ambiental prevista no caput , ao longo dos
rios ou de qualquer curso d’água, será mantida faixa não edificável com lar-
gura mínima de 15 (quinze) metros de cada lado.
§ 3º Em áreas urbanas tombadas como patrimônio histórico e cultural, a
faixa não edificável de que trata o § 2º poderá ser redefinida de maneira a
atender aos parâmetros do ato do tombamento.

Seção III
Das Áreas Consolidadas em Áreas de Reserva Legal

Art. 66. O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22


de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido
no art. 12, poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao
PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente:
I – recompor a Reserva Legal;
II – permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal;

1436
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – compensar a Reserva Legal.


§ 1º A obrigação prevista no caput tem natureza real e é transmitida ao
sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
§ 2º A recomposição de que trata o inciso I do caput deverá atender os
critérios estipulados pelo órgão competente do Sisnama e ser concluída em
até 20 (vinte) anos, abrangendo, a cada 2 (dois) anos, no mínimo 1/10 (um
décimo) da área total necessária à sua complementação.
§ 3º A recomposição de que trata o inciso I do caput poderá ser realizada
mediante o plantio intercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas,
em sistema agroflorestal, observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela
Lei n. 12.727, de 2012). (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)
I – o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies
nativas de ocorrência regional;
II – a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50%
(cinquenta por cento) da área total a ser recuperada.
§ 4º Os proprietários ou possuidores do imóvel que optarem por recompor
a Reserva Legal na forma dos §§ 2º e 3º terão direito à sua exploração eco-
nômica, nos termos desta Lei.
§ 5º A compensação de que trata o inciso III do caput deverá ser prece-
dida pela inscrição da propriedade no CAR e poderá ser feita mediante: (Vide
ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)
I – aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
II – arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Re-
serva Legal;
III – doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de
Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária;
IV – cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Le-
gal, em imóvel de mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro,
com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde
que localizada no mesmo bioma.

1437
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º As áreas a serem utilizadas para compensação na forma do § 5º de-


verão: (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)
I – ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada;
II – estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser
compensada;
III – se fora do Estado, estar localizadas em áreas identificadas como prio-
ritárias pela União ou pelos Estados.
§ 7º A definição de áreas prioritárias de que trata o § 6º buscará favo-
recer, entre outros, a recuperação de bacias hidrográficas excessivamente
desmatadas, a criação de corredores ecológicos, a conservação de grandes
áreas protegidas e a conservação ou recuperação de ecossistemas ou espé-
cies ameaçados.
§ 8º Quando se tratar de imóveis públicos, a compensação de que trata
o inciso III do caput poderá ser feita mediante concessão de direito real de
uso ou doação, por parte da pessoa jurídica de direito público proprietária de
imóvel rural que não detém Reserva Legal em extensão suficiente, ao órgão
público responsável pela Unidade de Conservação de área localizada no inte-
rior de Unidade de Conservação de domínio público, a ser criada ou pendente
de regularização fundiária.
§ 9º As medidas de compensação previstas neste artigo não poderão ser
utilizadas como forma de viabilizar a conversão de novas áreas para uso al-
ternativo do solo.
Art. 67. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área
de até 4 (quatro) módulos fiscais e que possuam remanescente de vegetação
nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a Reserva Legal será
constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de
julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo. (Vide
ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901) (Vide ADIN N. 4.902)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 68. Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram


supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Legal
previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são
dispensados de promover a recomposição, compensação ou regeneração para
os percentuais exigidos nesta Lei. (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.901)
§ 1º Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais poderão provar
essas situações consolidadas por documentos tais como a descrição de fatos
históricos de ocupação da região, registros de comercialização, dados agrope-
cuários da atividade, contratos e documentos bancários relativos à produção,
e por todos os outros meios de prova em direito admitidos.
§ 2º Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais, na Amazônia Le-
gal, e seus herdeiros necessários que possuam índice de Reserva Legal maior
que 50% (cinquenta por cento) de cobertura florestal e não realizaram a
supressão da vegetação nos percentuais previstos pela legislação em vigor à
época poderão utilizar a área excedente de Reserva Legal também para fins
de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Ambiental - CRA e
outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei.

CAPÍTULO XIV
DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES E FINAIS

Art. 69. São obrigados a registro no órgão federal competente do Sis-


nama os estabelecimentos comerciais responsáveis pela comercialização de
motosserras, bem como aqueles que as adquirirem.
§ 1º A licença para o porte e uso de motosserras será renovada a cada 2
(dois) anos.
§ 2º Os fabricantes de motosserras são obrigados a imprimir, em local vi-
sível do equipamento, numeração cuja sequência será encaminhada ao órgão
federal competente do Sisnama e constará nas correspondentes notas fiscais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 70. Além do disposto nesta Lei e sem prejuízo da criação de unida-
des de conservação da natureza, na forma da Lei n. 9.985, de 18 de julho de
2000, e de outras ações cabíveis voltadas à proteção das florestas e outras
formas de vegetação, o poder público federal, estadual ou municipal poderá:
I – proibir ou limitar o corte das espécies da flora raras, endêmicas, em peri-
go ou ameaçadas de extinção, bem como das espécies necessárias à subsistên-
cia das populações tradicionais, delimitando as áreas compreendidas no ato, fa-
zendo depender de autorização prévia, nessas áreas, o corte de outras espécies;
II – declarar qualquer árvore imune de corte, por motivo de sua localiza-
ção, raridade, beleza ou condição de porta-sementes;
III – estabelecer exigências administrativas sobre o registro e outras for-
mas de controle de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à extração,
indústria ou comércio de produtos ou subprodutos florestais.
Art. 71. A União, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios, realizará o Inventário Florestal Nacional, para subsidiar a análise da exis-
tência e qualidade das florestas do País, em imóveis privados e terras públicas.
Parágrafo único. A União estabelecerá critérios e mecanismos para unifor-
mizar a coleta, a manutenção e a atualização das informações do Inventário
Florestal Nacional.
Art. 72. Para efeitos desta Lei, a atividade de silvicultura, quando realiza-
da em área apta ao uso alternativo do solo, é equiparada à atividade agrícola,
nos termos da Lei n. 8.171, de 17 de janeiro de 1991, que “dispõe sobre a
política agrícola”.
Art. 73. Os órgãos centrais e executores do Sisnama criarão e implemen-
tarão, com a participação dos órgãos estaduais, indicadores de sustentabili-
dade, a serem publicados semestralmente, com vistas em aferir a evolução
dos componentes do sistema abrangidos por disposições desta Lei.
Art. 74. A Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, de que trata o art. 20-B
da Lei n. 9.649, de 27 de maio de 1998, com a redação dada pela Medida
Provisória n. 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, é autorizada a adotar medi-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

das de restrição às importações de bens de origem agropecuária ou florestal


produzidos em países que não observem normas e padrões de proteção do
meio ambiente compatíveis com as estabelecidas pela legislação brasileira.
Art. 75. Os PRAs instituídos pela União, Estados e Distrito Federal deverão
incluir mecanismo que permita o acompanhamento de sua implementação,
considerando os objetivos e metas nacionais para florestas, especialmente a
implementação dos instrumentos previstos nesta Lei, a adesão cadastral dos
proprietários e possuidores de imóvel rural, a evolução da regularização das
propriedades e posses rurais, o grau de regularidade do uso de matéria-prima
florestal e o controle e prevenção de incêndios florestais.
Art. 76. (VETADO).
Art. 77. (VETADO).
Art. 78. O art. 9º-A da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurí-
dica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo
firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua
propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os re-
cursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental.
§ 1º O instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental deve
incluir, no mínimo, os seguintes itens:
I – memorial descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo me-
nos um ponto de amarração georreferenciado;
II – objeto da servidão ambiental;
III – direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor;
IV – prazo durante o qual a área permanecerá como servidão ambiental.
§ 2º A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Perma-
nente e à Reserva Legal mínima exigida.
§ 3º A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão
ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.

1441
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no registro


de imóveis competente:
I – o instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental;
II – o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental.
§ 5º Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão ambiental
deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos.
§ 6º É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alte-
ração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer
título, de desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel.
§ 7º As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal,
nos termos do art. 44-A da Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965, passam
a ser consideradas, pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental.” (NR)
Art. 78-A. Após 31 de dezembro de 2017, as instituições financeiras só
concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprie-
tários de imóveis rurais que estejam inscritos no CAR. (Redação dada pela Lei
n. 13.295, de 2016) (Vide ADC N. 42) (Vide ADIN N. 4.902)
Parágrafo único. O prazo de que trata este artigo será prorrogado em ob-
servância aos novos prazos de que trata o § 3º do art. 29. (Incluído pela Lei
n. 13.295, de 2016)
Art. 79. A Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar acres-
cida dos seguintes arts. 9º-B e 9º-C:
“Art. 9º-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, tempo-
rária ou perpétua.
§ 1º O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 15 (quinze) anos.
§ 2º A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tri-
butários e de acesso aos recursos de fundos públicos, à Reserva Particular
do Patrimônio Natural - RPPN, definida no art. 21 da Lei n. 9.985, de 18 de
julho de 2000.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou trans-


feri-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em caráter definitivo,
em favor de outro proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a
conservação ambiental como fim social.”
“Art. 9º-C. O contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão
ambiental deve ser averbado na matrícula do imóvel.
§ 1º O contrato referido no caput deve conter, no mínimo, os seguintes itens:
I – a delimitação da área submetida a preservação, conservação ou recu-
peração ambiental;
II – o objeto da servidão ambiental;
III – os direitos e deveres do proprietário instituidor e dos futuros adqui-
rentes ou sucessores;
IV – os direitos e deveres do detentor da servidão ambiental;
V – os benefícios de ordem econômica do instituidor e do detentor da ser-
vidão ambiental;
VI – a previsão legal para garantir o seu cumprimento, inclusive medidas
judiciais necessárias, em caso de ser descumprido.
§ 2º São deveres do proprietário do imóvel serviente, entre outras obriga-
ções estipuladas no contrato:
I – manter a área sob servidão ambiental;
II – prestar contas ao detentor da servidão ambiental sobre as condições
dos recursos naturais ou artificiais;
III – permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo detentor da servidão
ambiental;
IV – defender a posse da área serviente, por todos os meios em direito
admitidos.
§ 3º São deveres do detentor da servidão ambiental, entre outras obriga-
ções estipuladas no contrato:
I – documentar as características ambientais da propriedade;
II – monitorar periodicamente a propriedade para verificar se a servidão
ambiental está sendo mantida;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – prestar informações necessárias a quaisquer interessados na aquisi-


ção ou aos sucessores da propriedade;
IV – manter relatórios e arquivos atualizados com as atividades da área
objeto da servidão;
V – defender judicialmente a servidão ambiental.”
Art. 80. A alínea d do inciso II do § 1º do art. 10 da Lei n. 9.393, de 19
de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 10......................................................................
§ 1º...................................................
.............................................................................................
II – d) sob regime de servidão ambiental;
...................................................................................” (NR)
Art. 81. O caput do art. 35 da Lei n. 11.428, de 22 de dezembro de 2006,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 35. A conservação, em imóvel rural ou urbano, da vegetação primá-
ria ou da vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração do Bio-
ma Mata Atlântica cumpre função social e é de interesse público, podendo, a
critério do proprietário, as áreas sujeitas à restrição de que trata esta Lei ser
computadas para efeito da Reserva Legal e seu excedente utilizado para fins
de compensação ambiental ou instituição de Cota de Reserva Ambiental - CRA.
...................................................................................” (NR)
Art. 82. São a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios au-
torizados a instituir, adaptar ou reformular, no prazo de 6 (seis) meses, no
âmbito do Sisnama, instituições florestais ou afins, devidamente aparelhadas
para assegurar a plena consecução desta Lei.
Parágrafo único. As instituições referidas no caput poderão credenciar, me-
diante edital de seleção pública, profissionais devidamente habilitados para
apoiar a regularização ambiental das propriedades previstas no inciso V do art.
3º, nos termos de regulamento baixado por ato do Chefe do Poder Executivo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 83. Revogam-se as Leis n.s 4.771, de 15 de setembro de 1965, e


7.754, de 14 de abril de 1989, e suas alterações posteriores, e a Medida Pro-
visória n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001.
Art. 84. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de maio de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

DILMA ROUSSEFF
Mendes Ribeiro Filho
Márcio Pereira Zimmermann
Miriam Belchior
Marco Antonio Raupp
Izabella Mônica Vieira Teixeira
Gilberto José Spier Vargas
Aguinaldo Ribeiro
Luís Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.5.2012

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 11.284, DE MARÇO DE 2006

Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para


a produção sustentável; institui, na estrutura do
Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal
Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional de Desen-
Mensagem de veto
volvimento Florestal - FNDF; altera as Leis n.s
Regulamento
10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de
Regulamento
dezembro de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro de
1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938,
de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de de-
zembro de 1973; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO ÚNICO
DOS PRINCÍPIOS E DEFINIÇÕES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a gestão de florestas públicas para produ-
ção sustentável, institui o Serviço Florestal Brasileiro - SFB, na estrutura do
Ministério do Meio Ambiente, e cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Florestal - FNDF.
Art. 2º Constituem princípios da gestão de florestas públicas:
I – a proteção dos ecossistemas, do solo, da água, da biodiversidade e
valores culturais associados, bem como do patrimônio público;
II – o estabelecimento de atividades que promovam o uso eficiente e ra-
cional das florestas e que contribuam para o cumprimento das metas do de-
senvolvimento sustentável local, regional e de todo o País;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – o respeito ao direito da população, em especial das comunidades lo-


cais, de acesso às florestas públicas e aos benefícios decorrentes de seu uso
e conservação;
IV – a promoção do processamento local e o incentivo ao incremento da
agregação de valor aos produtos e serviços da floresta, bem como à diversifi-
cação industrial, ao desenvolvimento tecnológico, à utilização e à capacitação
de empreendedores locais e da mão de obra regional;
V – o acesso livre de qualquer indivíduo às informações referentes à ges-
tão de florestas públicas, nos termos da Lei n. 10.650, de 16 de abril de 2003;
VI – a promoção e difusão da pesquisa florestal, faunística e edáfica, re-
lacionada à conservação, à recuperação e ao uso sustentável das florestas;
VII – o fomento ao conhecimento e a promoção da conscientização da
população sobre a importância da conservação, da recuperação e do manejo
sustentável dos recursos florestais;
VIII – a garantia de condições estáveis e seguras que estimulem in-
vestimentos de longo prazo no manejo, na conservação e na recuperação
das florestas.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão as adapta-
ções necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender
às peculiaridades das diversas modalidades de gestão de florestas públicas.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua com-
petência e em relação às florestas públicas sob sua jurisdição, poderão elabo-
rar normas supletivas e complementares e estabelecer padrões relacionados
à gestão florestal.
Art. 3º Para os fins do disposto nesta Lei, consideram-se:
I – florestas públicas: florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos di-
versos biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, dos Estados, dos
Municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta;
II – recursos florestais: elementos ou características de determinada flo-
resta, potencial ou efetivamente geradores de produtos ou serviços florestais;

1447
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – produtos florestais: produtos madeireiros e não madeireiros gerados


pelo manejo florestal sustentável;
IV – serviços florestais: turismo e outras ações ou benefícios decorren-
tes do manejo e conservação da floresta, não caracterizados como produtos
florestais;
V – ciclo: período decorrido entre 2 (dois) momentos de colheita de pro-
dutos florestais numa mesma área;
VI – manejo florestal sustentável: administração da floresta para a obten-
ção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os meca-
nismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se,
cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeirei-
ras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utili-
zação de outros bens e serviços de natureza florestal;
VII – concessão florestal: delegação onerosa, feita pelo poder concedente,
do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produ-
tos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica,
em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de licita-
ção e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado;
VIII – unidade de manejo: perímetro definido a partir de critérios técnicos,
socioculturais, econômicos e ambientais, localizado em florestas públicas, ob-
jeto de um Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS, podendo conter
áreas degradadas para fins de recuperação por meio de plantios florestais;
IX – lote de concessão florestal: conjunto de unidades de manejo a
serem licitadas;
X – comunidades locais: populações tradicionais e outros grupos huma-
nos, organizados por gerações sucessivas, com estilo de vida relevante à
conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica;

1448
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XI – auditoria florestal: ato de avaliação independente e qualificada de ati-

vidades florestais e obrigações econômicas, sociais e ambientais assumidas de

acordo com o PMFS e o contrato de concessão florestal, executada por entidade

reconhecida pelo órgão gestor, mediante procedimento administrativo específico;

XII – inventário amostral: levantamento de informações qualitativas e quan-

titativas sobre determinada floresta, utilizando-se processo de amostragem;

XIII – órgão gestor: órgão ou entidade do poder concedente com a compe-

tência de disciplinar e conduzir o processo de outorga da concessão florestal;

XIV – órgão consultivo: órgão com representação do Poder Público e da

sociedade civil, com a finalidade de assessorar, avaliar e propor diretrizes

para a gestão de florestas públicas;

XV – poder concedente: União, Estado, Distrito Federal ou Município.

TÍTULO II

DA GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 4º A gestão de florestas públicas para produção sustentável compreende:

I – a criação de florestas nacionais, estaduais e municipais, nos termos do

art. 17 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e sua gestão direta;

II – a destinação de florestas públicas às comunidades locais, nos termos

do art. 6º desta Lei;

III – a concessão florestal, incluindo florestas naturais ou plantadas e

as unidades de manejo das áreas protegidas referidas no inciso I do caput

deste artigo.

1449
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA GESTÃO DIRETA

Art. 5º O Poder Público poderá exercer diretamente a gestão de flores-


tas nacionais, estaduais e municipais criadas nos termos do art. 17 da Lei n.
9.985, de 18 de julho de 2000, sendo-lhe facultado, para execução de ativi-
dades subsidiárias, firmar convênios, termos de parceria, contratos ou ins-
trumentos similares com terceiros, observados os procedimentos licitatórios
e demais exigências legais pertinentes.
§ 1º A duração dos contratos e instrumentos similares a que se refere o
caput deste artigo fica limitada a 120 (cento e vinte) meses.
§ 2º Nas licitações para as contratações de que trata este artigo, além do
preço, poderá ser considerado o critério da melhor técnica previsto no inciso
II do caput do art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DA DESTINAÇÃO ÀS COMUNIDADES LOCAIS

Art. 6º Antes da realização das concessões florestais, as florestas públi-


cas ocupadas ou utilizadas por comunidades locais serão identificadas para a
destinação, pelos órgãos competentes, por meio de:
I – criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sus-
tentável, observados os requisitos previstos da Lei n. 9.985, de 18 de julho
de 2000;
II – concessão de uso, por meio de projetos de assentamento florestal,
de desenvolvimento sustentável, agroextrativistas ou outros similares, nos
termos do art. 189 da Constituição Federal e das diretrizes do Programa Na-
cional de Reforma Agrária;
III – outras formas previstas em lei.
§ 1º A destinação de que trata o caput deste artigo será feita de forma
não onerosa para o beneficiário e efetuada em ato administrativo próprio,
conforme previsto em legislação específica.

1450
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Sem prejuízo das formas de destinação previstas no caput deste


artigo, as comunidades locais poderão participar das licitações previstas no
Capítulo IV deste Título, por meio de associações comunitárias, cooperativas
ou outras pessoas jurídicas admitidas em lei.
§ 3º O Poder Público poderá, com base em condicionantes socioambientais
definidas em regulamento, regularizar posses de comunidades locais sobre as
áreas por elas tradicionalmente ocupadas ou utilizadas, que sejam imprescin-
díveis à conservação dos recursos ambientais essenciais para sua reprodução
física e cultural, por meio de concessão de direito real de uso ou outra forma
admitida em lei, dispensada licitação.

CAPÍTULO IV
DAS CONCESSÕES FLORESTAIS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 7º A concessão florestal será autorizada em ato do poder concedente


e formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei,
das normas pertinentes e do edital de licitação.
Parágrafo único. Os relatórios ambientais preliminares, licenças ambien-
tais, relatórios de impacto ambiental, contratos, relatórios de fiscalização e de
auditorias e outros documentos relevantes do processo de concessão florestal
serão disponibilizados por meio da Rede Mundial de Computadores, sem pre-
juízo do disposto no art. 25 desta Lei.
Art. 8º A publicação do edital de licitação de cada lote de concessão flo-
restal deverá ser precedida de audiência pública, por região, realizada pelo
órgão gestor, nos termos do regulamento, sem prejuízo de outras formas de
consulta pública.
Art. 9º São elegíveis para fins de concessão as unidades de manejo pre-
vistas no Plano Anual de Outorga Florestal.

1451
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Do Plano Anual de Outorga Florestal

Art. 10. O Plano Anual de Outorga Florestal - PAOF, proposto pelo órgão ges-
tor e definido pelo poder concedente, conterá a descrição de todas as florestas
públicas a serem submetidas a processos de concessão no ano em que vigorar.
§ 1º O Paof será submetido pelo órgão gestor à manifestação do órgão
consultivo da respectiva esfera de governo.
§ 2º A inclusão de áreas de florestas públicas sob o domínio da União no
Paof requer manifestação prévia da Secretaria de Patrimônio da União do Mi-
nistério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
§ 3º O Paof deverá ser previamente apreciado pelo Conselho de Defesa
Nacional quando estiverem incluídas áreas situadas na faixa de fronteira de-
finida no § 2º do art. 20 da Constituição Federal.
§ 4º (VETADO)
Art. 11. O Paof para concessão florestal considerará:
I – as políticas e o planejamento para o setor florestal, a reforma agrária,
a regularização fundiária, a agricultura, o meio ambiente, os recursos hídri-
cos, o ordenamento territorial e o desenvolvimento regional;
II – o Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE nacional e estadual e de-
mais instrumentos que disciplinam o uso, a ocupação e a exploração dos re-
cursos ambientais;
III – a exclusão das unidades de conservação de proteção integral, das
reservas de desenvolvimento sustentável, das reservas extrativistas, das
reservas de fauna e das áreas de relevante interesse ecológico, salvo quan-
to a atividades expressamente admitidas no plano de manejo da unidade
de conservação;
IV – a exclusão das terras indígenas, das áreas ocupadas por comunidades
locais e das áreas de interesse para a criação de unidades de conservação de
proteção integral;

1452
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – as áreas de convergência com as concessões de outros setores, con-


forme regulamento;
VI – as normas e as diretrizes governamentais relativas à faixa de fron-
teira e outras áreas consideradas indispensáveis para a defesa do território
nacional;
VII – as políticas públicas dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 1º Além do disposto no caput deste artigo, o Paof da União considerará
os Paofs dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 2º O Paof deverá prever zonas de uso restrito destinadas às comuni-
dades locais.
§ 3º O Paof deve conter disposições relativas ao planejamento do moni-
toramento e fiscalização ambiental a cargo dos órgãos do Sistema Nacional
do Meio Ambiente - SISNAMA, incluindo a estimativa dos recursos humanos
e financeiros necessários para essas atividades.

Seção III
Do Processo de Outorga

Art. 12. O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação,


ato justificando a conveniência da concessão florestal, caracterizando seu ob-
jeto e a unidade de manejo.
Art. 13. As licitações para concessão florestal observarão os termos des-
ta Lei e, supletivamente, da legislação própria, respeitados os princípios da
legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios
objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
§ 1º As licitações para concessão florestal serão realizadas na modalidade
concorrência e outorgadas a título oneroso.
§ 2º Nas licitações para concessão florestal, é vedada a declaração de
inexigibilidade prevista no art. 25 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.

1453
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção IV
Do Objeto da Concessão

Art. 14. A concessão florestal terá como objeto a exploração de produtos


e serviços florestais, contratualmente especificados, em unidade de manejo
de floresta pública, com perímetro georreferenciado, registrada no respec-
tivo cadastro de florestas públicas e incluída no lote de concessão florestal.
Parágrafo único. Fica instituído o Cadastro Nacional de Florestas Públicas,
interligado ao Sistema Nacional de Cadastro Rural e integrado:
I – pelo Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União;
II – pelos cadastros de florestas públicas dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
Art. 15. O objeto de cada concessão será fixado no edital, que definirá os
produtos florestais e serviços cuja exploração será autorizada.
Art. 16. A concessão florestal confere ao concessionário somente os direi-
tos expressamente previstos no contrato de concessão.
§ 1º É vedada a outorga de qualquer dos seguintes direitos no âmbito da
concessão florestal:
I – titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição;
II – acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimen-
to, bioprospecção ou constituição de coleções;
III – uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante,
nos termos da Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997;
IV – exploração dos recursos minerais;
V – exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre;
VI – comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de car-
bono em florestas naturais.
§ 2º No caso de reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas para
uso alternativo do solo, o direito de comercializar créditos de carbono poderá
ser incluído no objeto da concessão, nos termos de regulamento.

1454
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O manejo da fauna silvestre pelas comunidades locais observará a


legislação específica.
Art. 17. Os produtos de uso tradicional e de subsistência para as comuni-
dades locais serão excluídos do objeto da concessão e explicitados no edital,
juntamente com a definição das restrições e da responsabilidade pelo manejo
das espécies das quais derivam esses produtos, bem como por eventuais pre-
juízos ao meio ambiente e ao poder concedente.

Seção V
Do Licenciamento Ambiental

Art. 18. A licença prévia para uso sustentável da unidade de manejo será
requerida pelo órgão gestor, mediante a apresentação de relatório ambiental
preliminar ao órgão ambiental competente integrante do Sistema Nacional do
Meio Ambiente - SISNAMA.
§ 1º Nos casos potencialmente causadores de significativa degradação
do meio ambiente, assim considerados, entre outros aspectos, em função da
escala e da intensidade do manejo florestal e da peculiaridade dos recursos
ambientais, será exigido estudo prévio de impacto ambiental - EIA para a
concessão da licença prévia.
§ 2º O órgão ambiental licenciador poderá optar pela realização de relató-
rio ambiental preliminar e EIA que abranjam diferentes unidades de manejo
integrantes de um mesmo lote de concessão florestal, desde que as unidades
se situem no mesmo ecossistema e no mesmo Estado.
§ 3º Os custos do relatório ambiental preliminar e do EIA serão ressarci-
dos pelo concessionário ganhador da licitação, na forma do art. 24 desta Lei.
§ 4º A licença prévia autoriza a elaboração do PMFS e, no caso de unidade
de manejo inserida no Paof, a licitação para a concessão florestal.
§ 5º O início das atividades florestais na unidade de manejo somen-
te poderá ser efetivado com a aprovação do respectivo PMFS pelo órgão
competente do Sisnama e a consequente obtenção da licença de operação
pelo concessionário.

1455
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º O processo de licenciamento ambiental para uso sustentável da uni-


dade de manejo compreende a licença prévia e a licença de operação, não se
lhe aplicando a exigência de licença de instalação.
§ 7º Os conteúdos mínimos do relatório ambiental preliminar e do EIA re-
lativos ao manejo florestal serão definidos em ato normativo específico.
§ 8º A aprovação do plano de manejo da unidade de conservação referida
no inciso I do art. 4º desta Lei, nos termos da Lei n. 9.985, de 18 de julho de
2000, substitui a licença prévia prevista no caput deste artigo, sem prejuízo
da elaboração de EIA nos casos previstos no § 1º deste artigo e da observân-
cia de outros requisitos do licenciamento ambiental.

Seção VI
Da Habilitação

Art. 19. Além de outros requisitos previstos na Lei n. 8.666, de 21 de ju-


nho de 1993, exige-se para habilitação nas licitações de concessão florestal a
comprovação de ausência de:
I – débitos inscritos na dívida ativa relativos a infração ambiental nos ór-
gãos competentes integrantes do Sisnama;
II – decisões condenatórias, com trânsito em julgado, em ações penais
relativas a crime contra o meio ambiente ou a ordem tributária ou a crime
previdenciário, observada a reabilitação de que trata o art. 93 do Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
§ 1º Somente poderão ser habilitadas nas licitações para concessão flores-
tal empresas ou outras pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e
que tenham sede e administração no País.
§ 2º Os órgãos do Sisnama organizarão sistema de informações unificado,
tendo em vista assegurar a emissão do comprovante requerido no inciso I do
caput deste artigo.

1456
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção VII
Do Edital de Licitação

Art. 20. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, ob-
servados os critérios e as normas gerais da Lei n. 8.666, de 21 de junho de
1993, e conterá, especialmente:
I – o objeto, com a descrição dos produtos e dos serviços a serem explorados;
II – a delimitação da unidade de manejo, com localização e topografia,
além de mapas e imagens de satélite e das informações públicas disponíveis
sobre a unidade;
III – os resultados do inventário amostral;
IV – o prazo da concessão e as condições de prorrogação;
V – a descrição da infraestrutura disponível;
VI – as condições e datas para a realização de visitas de reconhecimento
das unidades de manejo e levantamento de dados adicionais;
VII – a descrição das condições necessárias à exploração sustentável dos
produtos e serviços florestais;
VIII – os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação
e assinatura do contrato;
IX – o período, com data de abertura e encerramento, o local e o horário
em que serão fornecidos aos interessados os dados, estudos e projetos ne-
cessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas;
X – os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da ca-
pacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal;
XI – os critérios, os indicadores, as fórmulas e parâmetros a serem utili-
zados no julgamento da proposta;
XII – o preço mínimo da concessão e os critérios de reajuste e revisão;
XIII – a descrição das garantias financeiras e dos seguros exigidos;
XIV – as características dos bens reversíveis, incluindo as condições em
que se encontram aqueles já existentes;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XV – as condições de liderança da empresa ou pessoa jurídica responsá-


vel, na hipótese em que for permitida a participação de consórcio;
XVI – a minuta do respectivo contrato, que conterá as cláusulas essenciais
referidas no art. 30 desta Lei;
XVII – as condições de extinção do contrato de concessão.
§ 1º As exigências previstas nos incisos II e III do caput deste artigo se-
rão adaptadas à escala da unidade de manejo florestal, caso não se justifique
a exigência do detalhamento.
§ 2º O edital será submetido a audiência pública previamente ao seu lan-
çamento, nos termos do art. 8º desta Lei.
Art. 21. As garantias previstas no inciso XIII do art. 20 desta Lei:
I – incluirão a cobertura de eventuais danos causados ao meio ambiente,
ao erário e a terceiros;
II – poderão incluir, nos termos de regulamento, a cobertura do desempe-
nho do concessionário em termos de produção florestal.
§ 1º O poder concedente exigirá garantias suficientes e compatíveis com
os ônus e riscos envolvidos nos contratos de concessão florestal.
§ 2º São modalidades de garantia:
I – caução em dinheiro;
II – títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, mediante
registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo
Banco Central do Brasil, e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda;
III – seguro-garantia;
IV – fiança bancária;
V – outras admitidas em lei.
§ 3º Para concessão florestal a pessoa jurídica de pequeno porte, micro-
empresas e associações de comunidades locais, serão previstas em regula-
mento formas alternativas de fixação de garantias e preços florestais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 22. Quando permitida na licitação a participação de pessoa jurídica


em consórcio, observar-se-ão, adicionalmente aos requisitos referidos no art.
19 desta Lei, os seguintes requisitos:
I – comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de
consórcio, subscrito pelas consorciadas;
II – indicação da empresa-líder, que deverá atender às condições de lide-
rança estipuladas no edital e será a representante das consorciadas perante
o poder concedente;
III – apresentação dos documentos de que trata o inciso X do caput do
art. 20 desta Lei, por parte de cada consorciada;
IV – comprovação de cumprimento da exigência constante do inciso XV do
caput do art. 20 desta Lei;
V – impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma
licitação, por intermédio de mais de 1 (um) consórcio ou isoladamente.
§ 1º O licitante vencedor ficará obrigado a promover, antes da celebração
do contrato, a constituição e registro do consórcio, nos termos do compromis-
so referido no inciso I do caput deste artigo.
§ 2º A pessoa jurídica líder do consórcio é responsável pelo cumprimento
do contrato de concessão perante o poder concedente, sem prejuízo da res-
ponsabilidade solidária das demais consorciadas.
§ 3º As alterações na constituição dos consórcios deverão ser submetidas
previamente ao poder concedente para a verificação da manutenção das con-
dições de habilitação, sob pena de rescisão do contrato de concessão.
Art. 23. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital,
determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, constitua-se em
empresa antes da celebração do contrato.
Art. 24. Os estudos, levantamentos, projetos, obras, despesas ou inves-
timentos já efetuados na unidade de manejo e vinculados ao processo de
licitação para concessão, realizados pelo poder concedente ou com a sua au-
torização, estarão à disposição dos interessados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O edital de licitação indicará os itens, entre os especificados no caput


deste artigo, e seus respectivos valores, que serão ressarcidos pelo vencedor
da licitação.
§ 2º As empresas de pequeno porte, microempresas e associações de
comunidades locais ficarão dispensadas do ressarcimento previsto no § 1º
deste artigo.
Art. 25. É assegurado a qualquer pessoa o acesso aos contratos, decisões
ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.

Seção VIII
Dos Critérios de Seleção

Art. 26. No julgamento da licitação, a melhor proposta será considerada


em razão da combinação dos seguintes critérios:
I – o maior preço ofertado como pagamento ao poder concedente pela
outorga da concessão florestal;
II – a melhor técnica, considerando:
a) o menor impacto ambiental;
b) os maiores benefícios sociais diretos;
c) a maior eficiência;
d) a maior agregação de valor ao produto ou serviço florestal na região da
concessão.
§ 1º A aplicação dos critérios descritos nos incisos I e II do caput deste
artigo será previamente estabelecida no edital de licitação, com regras e fór-
mulas precisas para avaliação ambiental, econômica, social e financeira.
§ 2º Para fins de aplicação do disposto no inciso II do caput deste artigo,
o edital de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de pro-
postas técnicas
§ 3º O poder concedente recusará propostas manifestamente inexequíveis
ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção IX
Do Contrato de Concessão

Art. 27. Para cada unidade de manejo licitada, será assinado um con-
trato de concessão exclusivo com um único concessionário, que será res-
ponsável por todas as obrigações nele previstas, além de responder pelos
prejuízos causados ao poder concedente, ao meio ambiente ou a terceiros,
sem que a fiscalização exercida pelos órgãos competentes exclua ou atenue
essa responsabilidade.
§ 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere o caput deste ar-
tigo, o concessionário poderá contratar terceiros para o desenvolvimento de
atividades inerentes ou subsidiárias ao manejo florestal sustentável dos pro-
dutos e à exploração dos serviços florestais concedidos.
§ 2º As contratações, inclusive de mão de obra, feitas pelo concessionário
serão regidas pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurí-
dica entre os terceiros contratados pelo concessionário e o poder concedente.
§ 3º A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o
cumprimento das normas regulamentares relacionadas a essas atividades.
§ 4º É vedada a subconcessão na concessão florestal.
Art. 28. A transferência do controle societário do concessionário sem prévia
anuência do poder concedente implicará a rescisão do contrato e a aplicação
das sanções contratuais, sem prejuízo da execução das garantias oferecidas.
Parágrafo único. Para fins de obtenção da anuência referida no caput des-
te artigo, o pretendente deverá:
I – atender às exigências da habilitação estabelecidas para o concessionário;
II – comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.
Art. 29. Nos contratos de financiamento, os concessionários poderão ofe-
recer em garantia os direitos emergentes da concessão, até o limite que não
comprometa a operacionalização e a continuidade da execução, pelo conces-
sionário, do PMFS ou das demais atividades florestais.

1461
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O limite previsto no caput deste artigo será definido pelo
órgão gestor.
Art. 30. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:
I – ao objeto, com a descrição dos produtos e dos serviços a serem explo-
rados e da unidade de manejo;
II – ao prazo da concessão;
III – ao prazo máximo para o concessionário iniciar a execução do PMFS;
IV – ao modo, à forma, às condições e aos prazos da realização das audi-
torias florestais;
V – ao modo, à forma e às condições de exploração de serviços e prática
do manejo florestal;
VI – aos critérios, aos indicadores, às fórmulas e aos parâmetros definido-
res da qualidade do meio ambiente;
VII – aos critérios máximos e mínimos de aproveitamento dos recursos
florestais;
VIII – às ações de melhoria e recuperação ambiental na área da concessão
e seu entorno assumidas pelo concessionário;
IX – às ações voltadas ao benefício da comunidade local assumidas pelo
concessionário;
X – aos preços e aos critérios e procedimentos para reajuste e revisão;
XI – aos direitos e às obrigações do poder concedente e do concessionário,
inclusive os relacionados a necessidades de alterações futuras e modernização,
aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos, infraestrutura e instalações;
XII – às garantias oferecidas pelo concessionário;
XIII – à forma de monitoramento e avaliação das instalações, dos equipa-
mentos, dos métodos e práticas de execução do manejo florestal sustentável
e exploração de serviços;
XIV – às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita o con-
cessionário e sua forma de aplicação;
XV – aos casos de extinção do contrato de concessão;

1462
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XVI – aos bens reversíveis;


XVII – às condições para revisão e prorrogação;
XVIII – à obrigatoriedade, à forma e à periodicidade da prestação de con-
tas do concessionário ao poder concedente;
XIX – aos critérios de bonificação para o concessionário que atingir me-
lhores índices de desempenho socioambiental que os previstos no contrato,
conforme regulamento;
XX – ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.
§ 1º No exercício da fiscalização, o órgão gestor terá acesso aos dados
relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e fi-
nanceiros do concessionário, respeitando-se os limites do sigilo legal ou cons-
titucionalmente previsto.
§ 2º Sem prejuízo das atribuições dos órgãos do Sisnama responsáveis
pelo controle e fiscalização ambiental, o órgão gestor poderá suspender a
execução de atividades desenvolvidas em desacordo com o contrato de con-
cessão, devendo, nessa hipótese, determinar a imediata correção das irregu-
laridades identificadas.
§ 3º A suspensão de que trata o § 2º deste artigo não isenta o concessio-
nário do cumprimento das demais obrigações contratuais.
§ 4º As obrigações previstas nos incisos V a IX do caput deste artigo são
de relevante interesse ambiental, para os efeitos do art. 68 da Lei n. 9.605,
de 12 de fevereiro de 1998.
Art. 31. Incumbe ao concessionário:
I – elaborar e executar o PMFS, conforme previsto nas normas técnicas
aplicáveis e especificações do contrato;
II – evitar ações ou omissões passíveis de gerar danos ao ecossistema ou
a qualquer de seus elementos;
III – informar imediatamente a autoridade competente no caso de ações
ou omissões próprias ou de terceiros ou fatos que acarretem danos ao ecos-
sistema, a qualquer de seus elementos ou às comunidades locais;

1463
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – recuperar as áreas degradadas, quando identificado o nexo de cau-


salidade entre suas ações ou omissões e os danos ocorridos, independen-
temente de culpa ou dolo, sem prejuízo das responsabilidades contratuais,
administrativas, civis ou penais;
V – cumprir e fazer cumprir as normas de manejo florestal, as regras de
exploração de serviços e as cláusulas contratuais da concessão;
VI – garantir a execução do ciclo contínuo, iniciada dentro do prazo máxi-
mo fixado no edital;
VII – buscar o uso múltiplo da floresta, nos limites contratualmente defi-
nidos e observadas as restrições aplicáveis às áreas de preservação perma-
nente e as demais exigências da legislação ambiental;
VIII – realizar as benfeitorias necessárias na unidade de manejo;
IX – executar as atividades necessárias à manutenção da unidade de ma-
nejo e da infraestrutura;
X – comercializar o produto florestal auferido do manejo;
XI – executar medidas de prevenção e controle de incêndios;
XII – monitorar a execução do PMFS;
XIII – zelar pela integridade dos bens e benfeitorias vinculados à unidade
de manejo concedida;
XIV – manter atualizado o inventário e o registro dos bens vinculados à
concessão;
XV – elaborar e disponibilizar o relatório anual sobre a gestão dos recursos
florestais ao órgão gestor, nos termos definidos no contrato;
XVI – permitir amplo e irrestrito acesso aos encarregados da fiscalização e
auditoria, a qualquer momento, às obras, aos equipamentos e às instalações
da unidade de manejo, bem como à documentação necessária para o exercí-
cio da fiscalização;
XVII – realizar os investimentos ambientais e sociais definidos no contrato
de concessão.

1464
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º As benfeitorias permanentes reverterão sem ônus ao titular da área


ao final do contrato de concessão, ressalvados os casos previstos no edital de
licitação e no contrato de concessão.
§ 2º Como requisito indispensável para o início das operações de explora-
ção de produtos e serviços florestais, o concessionário deverá contar com o
PMFS aprovado pelo órgão competente do Sisnama.
§ 3º Findo o contrato de concessão, o concessionário fica obrigado a de-
volver a unidade de manejo ao poder concedente nas condições previstas no
contrato de concessão, sob pena de aplicação das devidas sanções contra-
tuais e administrativas, bem como da responsabilização nas esferas penal e
civil, inclusive a decorrente da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Art. 32. O PMFS deverá apresentar área geograficamente delimitada des-
tinada à reserva absoluta, representativa dos ecossistemas florestais mane-
jados, equivalente a, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total da área con-
cedida, para conservação da biodiversidade e avaliação e monitoramento dos
impactos do manejo florestal.
§ 1º Para efeito do cálculo do percentual previsto no caput deste artigo,
não serão computadas as áreas de preservação permanente.
§ 2º A área de reserva absoluta não poderá ser objeto de qualquer tipo de
exploração econômica.
§ 3º A área de reserva absoluta poderá ser definida pelo órgão gestor pre-
viamente à elaboração do PMFS.
Art. 33. Para fins de garantir o direito de acesso às concessões florestais
por pessoas jurídicas de pequeno porte, micro e médias empresas, serão
definidos no Paof, nos termos de regulamento, lotes de concessão, contendo
várias unidades de manejo de tamanhos diversos, estabelecidos com base
em critérios técnicos, que deverão considerar as condições e as necessidades
do setor florestal, as peculiaridades regionais, a estrutura das cadeias produ-
tivas, as infraestruturas locais e o acesso aos mercados.

1465
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 34. Sem prejuízo da legislação pertinente à proteção da concorrência


e de outros requisitos estabelecidos em regulamento, deverão ser observadas
as seguintes salvaguardas para evitar a concentração econômica:
I – em cada lote de concessão florestal, não poderão ser outorgados a cada
concessionário, individualmente ou em consórcio, mais de 2 (dois) contratos;
II – cada concessionário, individualmente ou em consórcio, terá um limite
percentual máximo de área de concessão florestal, definido no Paof.
Parágrafo único. O limite previsto no inciso II do caput deste artigo será
aplicado sobre o total da área destinada à concessão florestal pelo Paof e
pelos planos anuais de outorga em execução aprovados nos anos anteriores.
Art. 35. O prazo dos contratos de concessão florestal será estabelecido
de acordo com o ciclo de colheita ou exploração, considerando o produto ou
grupo de produtos com ciclo mais longo incluído no objeto da concessão, po-
dendo ser fixado prazo equivalente a, no mínimo, um ciclo e, no máximo, 40
(quarenta) anos.
Parágrafo único. O prazo dos contratos de concessão exclusivos para ex-
ploração de serviços florestais será de, no mínimo, 5 (cinco) e, no máximo,
20 (vinte) anos.

Seção X
Dos Preços Florestais

Art. 36. O regime econômico e financeiro da concessão florestal, confor-


me estabelecido no respectivo contrato, compreende:
I – o pagamento de preço calculado sobre os custos de realização do edital
de licitação da concessão florestal da unidade de manejo;
II – o pagamento de preço, não inferior ao mínimo definido no edital de
licitação, calculado em função da quantidade de produto ou serviço auferido
do objeto da concessão ou do faturamento líquido ou bruto;
III – a responsabilidade do concessionário de realizar outros investimen-
tos previstos no edital e no contrato;

1466
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – a indisponibilidade, pelo concessionário, salvo disposição contratual,


dos bens considerados reversíveis.
§ 1º O preço referido no inciso I do caput deste artigo será definido no
edital de licitação e poderá ser parcelado em até 1 (um) ano, com base em
critérios técnicos e levando-se em consideração as peculiaridades locais.
§ 2º A definição do preço mínimo no edital deverá considerar:
I – o estímulo à competição e à concorrência;
II – a garantia de condições de competição do manejo em terras privadas;
III – a cobertura dos custos do sistema de outorga;
IV – a geração de benefícios para a sociedade, aferidos inclusive pela ren-
da gerada;
V – o estímulo ao uso múltiplo da floresta;
VI – a manutenção e a ampliação da competitividade da atividade de base
florestal;
VII – as referências internacionais aplicáveis.
§ 3º Será fixado, nos termos de regulamento, valor mínimo a ser exigido
anualmente do concessionário, independentemente da produção ou dos valo-
res por ele auferidos com a exploração do objeto da concessão.
§ 4º O valor mínimo previsto no § 3º deste artigo integrará os pagamentos
anuais devidos pelo concessionário para efeito do pagamento do preço refe-
rido no inciso II do caput deste artigo.
§ 5º A soma dos valores pagos com base no § 3º deste artigo não poderá
ser superior a 30% (trinta por cento) do preço referido no inciso II do caput
deste artigo.
Art. 37. O preço referido no inciso II do caput do art. 36 desta Lei com-
preende:
I – o valor estabelecido no contrato de concessão;
II – os valores resultantes da aplicação dos critérios de revisão ou de re-
ajuste, nas condições do respectivo contrato, definidos em ato específico do
órgão gestor.

1467
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A divulgação do ato a que se refere o inciso II do caput


deste artigo deverá preceder a data de pagamento do preço em, no mínimo,
30 (trinta) dias.
Art. 38. O contrato de concessão referido no art. 27 desta Lei poderá pre-
ver o compromisso de investimento mínimo anual do concessionário, destinado
à modernização da execução dos PMFS, com vistas na sua sustentabilidade.
Art. 39. Os recursos financeiros oriundos dos preços da concessão flores-
tal de unidades localizadas em áreas de domínio da União serão distribuídos
da seguinte forma:
I – o valor referido no § 3º do art. 36 desta Lei será destinado:
a) 70% (setenta por cento) ao órgão gestor para a execução de suas ati-
vidades;
b) 30% (trinta por cento) ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, para utilização restrita em atividades
de controle e fiscalização ambiental de atividades florestais, de unidades de
conservação e do desmatamento;
II – o preço pago, excluído o valor mencionado no inciso I do caput deste
artigo, terá a seguinte destinação:
a) Estados: 30% (trinta por cento), destinados proporcionalmente à dis-
tribuição da floresta pública outorgada em suas respectivas jurisdições, para
o apoio e promoção da utilização sustentável dos recursos florestais, sempre
que o ente beneficiário cumprir com a finalidade deste aporte;
b) Municípios: 30% (trinta por cento), destinados proporcionalmente à
distribuição da floresta pública outorgada em suas respectivas jurisdições,
para o apoio e promoção da utilização sustentável dos recursos florestais,
sempre que o ente beneficiário cumprir com a finalidade deste aporte;
c) Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF: 40% (quarenta
por cento).

1468
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Quando os recursos financeiros forem oriundos dos preços da con-


cessão florestal de unidades localizadas em florestas nacionais criadas pela
União nos termos do art. 17 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, serão
distribuídos da seguinte forma:
I – o valor referido no § 3º do art. 36 desta Lei será destinado ao órgão
gestor para a execução de suas atividades;
II – o preço pago, excluído o valor mencionado no inciso I do caput deste
artigo, terá a seguinte destinação:
a) IBAMA: 40% (quarenta por cento), para utilização restrita na gestão
das unidades de conservação de uso sustentável; (Vide Medida Provisória n.
366, de 2007)
a) Instituto Chico Mendes: 40% (quarenta por cento), para utilização res-
trita na gestão das unidades de conservação de uso sustentável; (Redação
dada pela Lei n. 11.516, 2007)
b) Estados: 20% (vinte por cento), destinados proporcionalmente à dis-
tribuição da floresta pública outorgada em suas respectivas jurisdições, para
o apoio e promoção da utilização sustentável dos recursos florestais, sempre
que o ente beneficiário cumprir com a finalidade deste aporte;
c) Municípios: 20% (vinte por cento), destinados proporcionalmente à dis-
tribuição da floresta pública outorgada em suas respectivas jurisdições, para
o apoio e promoção da utilização sustentável dos recursos florestais, sempre
que o ente beneficiário cumprir com a finalidade deste aporte;
d) FNDF: 20% (vinte por cento).
§ 2º (VETADO)
§ 3º O repasse dos recursos a Estados e Municípios previsto neste artigo
será condicionado à instituição de conselho de meio ambiente pelo respectivo
ente federativo, com participação social, e à aprovação, por este conselho:
I – do cumprimento das metas relativas à aplicação desses recursos refe-
rentes ao ano anterior;
II – da programação da aplicação dos recursos do ano em curso.

1469
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 40. Os recursos financeiros oriundos dos preços de cada concessão


florestal da União serão depositados e movimentados exclusivamente por in-
termédio dos mecanismos da conta única do Tesouro Nacional, na forma do
regulamento.
§ 1º O Tesouro Nacional, trimestralmente, repassará aos Estados e Mu-
nicípios os recursos recebidos de acordo com o previsto nas alíneas a e b
do inciso II do caput e nas alíneas b e c do inciso II do § 1º, ambos do art.
39 desta Lei.
§ 2º O Órgão Central de Contabilidade da União editará as normas gerais
relativas à consolidação das contas públicas aplicáveis aos recursos financei-
ros oriundos da concessão florestal e à sua distribuição.

Seção XI
Do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal

Art. 41. Fica criado o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF,


de natureza contábil, gerido pelo órgão gestor federal, destinado a fomentar
o desenvolvimento de atividades sustentáveis de base florestal no Brasil e a
promover a inovação tecnológica do setor.
§ 1º Os recursos do FNDF serão aplicados prioritariamente em projetos
nas seguintes áreas:
I – pesquisa e desenvolvimento tecnológico em manejo florestal;
II – assistência técnica e extensão florestal;
III – recuperação de áreas degradadas com espécies nativas;
IV – aproveitamento econômico racional e sustentável dos recursos
florestais;
V – controle e monitoramento das atividades florestais e desmatamentos;
VI – capacitação em manejo florestal e formação de agentes multiplicado-
res em atividades florestais;
VII – educação ambiental;
VIII – proteção ao meio ambiente e conservação dos recursos naturais.

1470
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O FNDF contará com um conselho consultivo, com participação dos


entes federativos e da sociedade civil, com a função de opinar sobre a distri-
buição dos seus recursos e a avaliação de sua aplicação.
§ 3º Aplicam-se aos membros do conselho de que trata o § 2º deste artigo
as restrições previstas no art. 59 desta Lei.
§ 4º Adicionalmente aos recursos previstos na alínea c do inciso II do
caput e na alínea d do inciso II do § 1º, ambos do art. 39 desta Lei, consti-
tuem recursos do FNDF a reversão dos saldos anuais não aplicados, doações
realizadas por entidades nacionais ou internacionais, públicas ou privadas, e
outras fontes de recursos que lhe forem especificamente destinadas, inclusive
orçamentos compartilhados com outros entes da Federação.
§ 5º É vedada ao FNDF a prestação de garantias.
§ 6º Será elaborado plano anual de aplicação regionalizada dos recursos
do FNDF, devendo o relatório de sua execução integrar o relatório anual de
que trata o § 2º do art. 53 desta Lei, no âmbito da União.
§ 7º Os recursos do FNDF somente poderão ser destinados a projetos de
órgãos e entidades públicas, ou de entidades privadas sem fins lucrativos.
§ 8º A aplicação dos recursos do FNDF nos projetos de que trata o inci-
so I do § 1º deste artigo será feita prioritariamente em entidades públicas
de pesquisa.
§ 9º A aplicação dos recursos do FNDF nos projetos de que trata o § 1º
deste artigo poderá abranger comunidades indígenas, sem prejuízo do aten-
dimento de comunidades locais e outros beneficiários e observado o disposto
no § 7º deste artigo.

Seção XII
Das Auditorias Florestais

Art. 42. Sem prejuízo das ações de fiscalização ordinárias, as conces-


sões serão submetidas a auditorias florestais, de caráter independente, em
prazos não superiores a 3 (três) anos, cujos custos serão de responsabili-
dade do concessionário.

1471
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Em casos excepcionais, previstos no edital de licitação, nos quais a


escala da atividade florestal torne inviável o pagamento dos custos das audi-
torias florestais pelo concessionário, o órgão gestor adotará formas alternati-
vas de realização das auditorias, conforme regulamento.
§ 2º As auditorias apresentarão suas conclusões em um dos seguintes
termos:
I – constatação de regular cumprimento do contrato de concessão, a ser
devidamente validada pelo órgão gestor;
II – constatação de deficiências sanáveis, que condiciona a manutenção
contratual ao saneamento de todos os vícios e irregularidades verificados, no
prazo máximo de 6 (seis) meses;
III – constatação de descumprimento, que, devidamente validada, implica
a aplicação de sanções segundo sua gravidade, incluindo a rescisão contratu-
al, conforme esta Lei.
§ 3º As entidades que poderão realizar auditorias florestais serão reco-
nhecidas em ato administrativo do órgão gestor.
Art. 43. Qualquer pessoa física ou jurídica, de forma justificada e devi-
damente assistida por profissionais habilitados, poderá fazer visitas de com-
provação às operações florestais de campo, sem obstar o regular desenvolvi-
mento das atividades, observados os seguintes requisitos:
I – prévia obtenção de licença de visita no órgão gestor;
II – programação prévia com o concessionário.

Seção XIII
Da Extinção da Concessão

Art. 44. Extingue-se a concessão florestal por qualquer das seguintes


causas:
I – esgotamento do prazo contratual;
II – rescisão;
III – anulação;

1472
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – falência ou extinção do concessionário e falecimento ou incapacidade


do titular, no caso de empresa individual;
V – desistência e devolução, por opção do concessionário, do objeto da
concessão.
§ 1º Extinta a concessão, retornam ao titular da floresta pública todos os
bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário, confor-
me previsto no edital e estabelecido em contrato.
§ 2º A extinção da concessão autoriza, independentemente de notificação
prévia, a ocupação das instalações e a utilização, pelo titular da floresta pú-
blica, de todos os bens reversíveis.
§ 3º A extinção da concessão pelas causas previstas nos incisos II, IV e
V do caput deste artigo autoriza o poder concedente a executar as garantias
contratuais, sem prejuízo da responsabilidade civil por danos ambientais pre-
vista na Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981.
§ 4º A devolução de áreas não implicará ônus para o poder concedente,
nem conferirá ao concessionário qualquer direito de indenização pelos bens
reversíveis, os quais passarão à propriedade do poder concedente.
§ 5º Em qualquer caso de extinção da concessão, o concessionário fará,
por sua conta exclusiva, a remoção dos equipamentos e bens que não sejam
objetos de reversão, ficando obrigado a reparar ou indenizar os danos decor-
rentes de suas atividades e praticar os atos de recuperação ambiental deter-
minados pelos órgãos competentes.
Art. 45. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do
poder concedente, a rescisão da concessão, a aplicação das sanções contra-
tuais e a execução das garantias, sem prejuízo da responsabilidade civil por
danos ambientais prevista na Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, e das
devidas sanções nas esferas administrativa e penal.
§ 1º A rescisão da concessão poderá ser efetuada unilateralmente pelo
poder concedente, quando:

1473
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – o concessionário descumprir cláusulas contratuais ou disposições le-


gais e regulamentares concernentes à concessão;
II – o concessionário descumprir o PMFS, de forma que afete elementos
essenciais de proteção do meio ambiente e a sustentabilidade da atividade;
III – o concessionário paralisar a execução do PMFS por prazo maior que
o previsto em contrato, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito
ou força maior, ou as que, com anuência do órgão gestor, visem à proteção
ambiental;
IV – descumprimento, total ou parcial, da obrigação de pagamento dos
preços florestais;
V – o concessionário perder as condições econômicas, técnicas ou opera-
cionais para manter a regular execução do PMFS;
VI – o concessionário não cumprir as penalidades impostas por infrações,
nos devidos prazos;
VII – o concessionário não atender a notificação do órgão gestor no senti-
do de regularizar o exercício de suas atividades;
VIII – o concessionário for condenado em sentença transitada em julga-
do por crime contra o meio ambiente ou a ordem tributária, ou por crime
previdenciário;
IX – ocorrer fato superveniente de relevante interesse público que justifi-
que a rescisão, mediante lei autorizativa específica, com indenização das par-
celas de investimento ainda não amortizadas vinculadas aos bens reversíveis
que tenham sido realizados;
X – o concessionário submeter trabalhadores a condições degradantes
de trabalho ou análogas à de escravo ou explorar o trabalho de crianças e
adolescentes.
§ 2º A rescisão do contrato de concessão deverá ser precedida da verifica-
ção de processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
§ 3º Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes
da notificação do concessionário e a fixação de prazo para correção das falhas
e transgressões apontadas.

1474
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência,


a rescisão será efetuada por ato do poder concedente, sem prejuízo da res-
ponsabilização administrativa, civil e penal.
§ 5º Rescindido o contrato de concessão, não resultará para o órgão gestor
qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obriga-
ções ou compromissos com terceiros ou com empregados do concessionário.
§ 6º O Poder Público poderá instituir seguro para cobertura da indenização
prevista no inciso IX do § 1º deste artigo.
Art. 46. Desistência é o ato formal, irrevogável e irretratável pelo qual o
concessionário manifesta seu desinteresse pela continuidade da concessão.
§ 1º A desistência é condicionada à aceitação expressa do poder conce-
dente, e dependerá de avaliação prévia do órgão competente para determinar
o cumprimento ou não do PMFS, devendo assumir o desistente o custo dessa
avaliação e, conforme o caso, as obrigações emergentes.
§ 2º A desistência não desonerará o concessionário de suas obrigações
com terceiros.
Art. 47. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa do
concessionário, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder
concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.

Seção XIV
Das Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais

Art. 48. As concessões em florestas nacionais, estaduais e municipais de-


vem observar o disposto nesta Lei, na Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000,
e no plano de manejo da unidade de conservação.
§ 1º A inserção de unidades de manejo das florestas nacionais, estaduais
e municipais no Paof requer prévia autorização do órgão gestor da unidade
de conservação.

1475
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os recursos florestais das unidades de manejo de florestas nacionais,


estaduais e municipais somente serão objeto de concessão após aprovação
do plano de manejo da unidade de conservação, nos termos da Lei n. 9.985,
de 18 de julho de 2000.
§ 3º Para a elaboração do edital e do contrato de concessão florestal das
unidades de manejo em florestas nacionais, estaduais e municipais, ouvir-se-á
o respectivo conselho consultivo, constituído nos termos do art. 17, § 5º, da
Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, o qual acompanhará todas as etapas do
processo de outorga.

TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO E FISCALIZAÇÃO

CAPÍTULO I
DO PODER CONCEDENTE

Art. 49. Cabe ao poder concedente, no âmbito de sua competência, for-


mular as estratégias, políticas, planos e programas para a gestão de florestas
públicas e, especialmente:
I – definir o Paof;
II – ouvir o órgão consultivo sobre a adoção de ações de gestão de flores-
tas públicas, bem como sobre o Paof;
III – definir as áreas a serem submetidas à concessão florestal;
IV – estabelecer os termos de licitação e os critérios de seleção;
V – publicar editais, julgar licitações, promover os demais procedimentos
licitatórios, definir os critérios para formalização dos contratos para o manejo
florestal sustentável e celebrar os contratos de concessão florestal;
VI – planejar ações voltadas à disciplina do mercado no setor florestal,
quando couber.

1476
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º No exercício da competência referida nos incisos IV e V do caput


deste artigo, o poder concedente poderá delegar ao órgão gestor a opera-
cionalização dos procedimentos licitatórios e a celebração de contratos, nos
termos do regulamento.
§ 2º No âmbito federal, o Ministério do Meio Ambiente exercerá as compe-
tências definidas neste artigo.

CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DO SISNAMA RESPONSÁVEIS PELO CONTROLE E
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL

Art. 50. Caberá aos órgãos do Sisnama responsáveis pelo controle e fis-
calização ambiental das atividades florestais em suas respectivas jurisdições:
I – fiscalizar e garantir a proteção das florestas públicas;
II – efetuar em qualquer momento, de ofício, por solicitação da parte ou
por denúncia de terceiros, fiscalização da unidade de manejo, independente-
mente de prévia notificação;
III – aplicar as devidas sanções administrativas em caso de infração
ambiental;
IV – expedir a licença prévia para uso sustentável da unidade de manejo
das respectivas florestas públicas e outras licenças de sua competência;
V – aprovar e monitorar o PMFS da unidade de manejo das respectivas
florestas públicas.
§ 1º Em âmbito federal, o Ibama exercerá as atribuições previstas neste
artigo.
§ 2º O Ibama deve estruturar formas de atuação conjunta com os órgãos
seccionais e locais do Sisnama para a fiscalização e proteção das florestas
públicas, podendo firmar convênios ou acordos de cooperação.
§ 3º Os órgãos seccionais e locais podem delegar ao IBAMA, mediante
convênio ou acordo de cooperação, a aprovação e o monitoramento do PMFS
das unidades de manejo das florestas públicas estaduais ou municipais e ou-
tras atribuições.

1477
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DO ÓRGÃO CONSULTIVO

Art. 51. Sem prejuízo das atribuições do Conselho Nacional do Meio Am-
biente - CONAMA, fica instituída a Comissão de Gestão de Florestas Públicas,
no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, de natureza consultiva, com as
funções de exercer, na esfera federal, as atribuições de órgão consultivo pre-
vistas por esta Lei e, especialmente:
I – assessorar, avaliar e propor diretrizes para gestão de florestas públicas
da União;
II – manifestar-se sobre o Paof da União;
III – exercer as atribuições de órgão consultivo do SFB.
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disporão
sobre o órgão competente para exercer as atribuições de que trata este Capí-
tulo nas respectivas esferas de atuação.
Art. 52. A Comissão de Gestão de Florestas Públicas será composta por re-
presentantes do Poder Público, dos empresários, dos trabalhadores, da comu-
nidade científica, dos movimentos sociais e das organizações não governamen-
tais, e terá sua composição e seu funcionamento definidos em regulamento.
Parágrafo único. Os membros da Comissão de Gestão de Florestas Pú-
blicas exercem função não remunerada de interesse público relevante, com
precedência, na esfera federal, sobre quaisquer cargos públicos de que sejam
titulares e, quando convocados, farão jus a transporte e diárias.

CAPÍTULO IV
DO ÓRGÃO GESTOR

Art. 53. Caberá aos órgãos gestores federal, estaduais e municipais, no


âmbito de suas competências:
I – elaborar proposta de Paof, a ser submetida ao poder concedente;
II – disciplinar a operacionalização da concessão florestal;

1478
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – solicitar ao órgão ambiental competente a licença prévia prevista no


art. 18 desta Lei;
IV – elaborar inventário amostral, relatório ambiental preliminar e outros
estudos;
V – publicar editais, julgar licitações, promover os demais procedimentos
licitatórios, inclusive audiência e consulta pública, definir os critérios para
formalização dos contratos e celebrá-los com concessionários de manejo flo-
restal sustentável, quando delegado pelo poder concedente;
VI – gerir e fiscalizar os contratos de concessão florestal;
VII – dirimir, no âmbito administrativo, as divergências entre concessioná-
rios, produtores independentes e comunidades locais;
VIII – controlar e cobrar o cumprimento das metas fixadas no contrato de
concessão;
IX – fixar os critérios para cálculo dos preços de que trata o art. 36 desta
Lei e proceder à sua revisão e reajuste na forma desta Lei, das normas per-
tinentes e do contrato;
X – cobrar e verificar o pagamento dos preços florestais e distribuí-los de
acordo com esta Lei;
XI – acompanhar e intervir na execução do PMFS, nos casos e condições
previstos nesta Lei;
XII – fixar e aplicar as penalidades administrativas e contratuais impostas
aos concessionários, sem prejuízo das atribuições dos órgãos do Sisnama
responsáveis pelo controle e fiscalização ambiental;
XIII – indicar ao poder concedente a necessidade de extinção da conces-
são, nos casos previstos nesta Lei e no contrato;
XIV – estimular o aumento da qualidade, produtividade, rendimento e
conservação do meio ambiente nas áreas sob concessão florestal;
XV – dispor sobre a realização de auditorias florestais independentes, co-
nhecer seus resultados e adotar as medidas cabíveis, conforme o resultado;
XVI – disciplinar o acesso às unidades de manejo;

1479
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XVII – atuar em estreita cooperação com os órgãos de defesa da concor-


rência, com vistas em impedir a concentração econômica nos serviços e pro-
dutos florestais e na promoção da concorrência;
XVIII – incentivar a competitividade e zelar pelo cumprimento da legisla-
ção de defesa da concorrência, monitorando e acompanhando as práticas de
mercado dos agentes do setor florestal;
XIX – efetuar o controle prévio eª posteriori de atos e negócios jurídicos
a serem celebrados entre concessionários, impondo-lhes restrições à mútua
constituição de direitos e obrigações, especialmente comerciais, incluindo a
abstenção do próprio ato ou contrato ilegal;
XX – conhecer e julgar recursos em procedimentos administrativos;
XXI – promover ações para a disciplina dos mercados de produtos flores-
tais e seus derivados, em especial para controlar a competição de produtos
florestais de origem não sustentável;
XXII – reconhecer em ato administrativo as entidades que poderão reali-
zar auditorias florestais;
XXIII – estimular a agregação de valor ao produto florestal na região em
que for explorado.
§ 1º Compete ao órgão gestor a guarda das florestas públicas durante o
período de pousio entre uma concessão e outra ou, quando por qualquer mo-
tivo, houver extinção do contrato de concessão.
§ 2º O órgão gestor deverá encaminhar ao poder concedente, ao Poder
Legislativo e ao conselho de meio ambiente, nas respectivas esferas de go-
verno, relatório anual sobre as concessões outorgadas, o valor dos preços
florestais, a situação de adimplemento dos concessionários, os PMFS e seu
estado de execução, as vistorias e auditorias florestais realizadas e os res-
pectivos resultados, assim como as demais informações relevantes sobre o
efetivo cumprimento dos objetivos da gestão de florestas públicas.

1480
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O relatório previsto no § 2º deste artigo relativo às concessões flores-


tais da União deverá ser encaminhado ao Conama e ao Congresso Nacional
até 31 de março de cada ano.
§ 4º Caberá ao Conama, considerando as informações contidas no relató-
rio referido no § 3º deste artigo, manifestar-se sobre a adequação do sistema
de concessões florestais e de seu monitoramento e sugerir os aperfeiçoamen-
tos necessários.
§ 5º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disporão sobre o órgão
competente para exercer as atribuições de que trata este Capítulo nas res-
pectivas esferas de atuação.

TÍTULO IV
DO SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO

CAPÍTULO I
DA CRIAÇÃO DO SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO

Art. 54. Fica criado, na estrutura básica do Ministério do Meio Ambiente,


o Serviço Florestal Brasileiro - SFB.
Art. 55. O SFB atua exclusivamente na gestão das florestas públicas e
tem por competência:
I – exercer a função de órgão gestor prevista no art. 53 desta Lei, no âm-
bito federal, bem como de órgão gestor do FNDF;
II – apoiar a criação e gestão de programas de treinamento, capacitação,
pesquisa e assistência técnica para a implementação de atividades florestais,
incluindo manejo florestal, processamento de produtos florestais e explora-
ção de serviços florestais;
III – estimular e fomentar a prática de atividades florestais sustentáveis
madeireira, não madeireira e de serviços;
IV – promover estudos de mercado para produtos e serviços gerados pelas
florestas;

1481
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – propor planos de produção florestal sustentável de forma compatível


com as demandas da sociedade;
VI – criar e manter o Sistema Nacional de Informações Florestais integra-
do ao Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente;
VII – gerenciar o Cadastro Nacional de Florestas Públicas, exercendo as
seguintes funções:
a) organizar e manter atualizado o Cadastro-Geral de Florestas Públicas
da União;
b) adotar as providências necessárias para interligar os cadastros estadu-
ais e municipais ao Cadastro Nacional;
VIII – apoiar e atuar em parceria com os seus congêneres estaduais e
municipais.
§ 1º No exercício de suas atribuições, o SFB promoverá a articulação com
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para a execução de suas ativi-
dades de forma compatível com as diretrizes nacionais de planejamento para
o setor florestal e com a Política Nacional do Meio Ambiente.
§ 2º Para a concessão das florestas públicas sob a titularidade dos outros
entes da Federação, de órgãos e empresas públicas e de associações de co-
munidades locais, poderão ser firmados convênios com o Ministério do Meio
Ambiente, representado pelo SFB.
§ 3º As atribuições previstas nos incisos II a V do caput deste artigo se-
rão exercidas sem prejuízo de atividades desenvolvidas por outros órgãos e
entidades da Administração Pública federal que atuem no setor.

1482
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E GESTÃO DO
SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO

Seção I
Do Conselho Diretor

Art. 56. O Poder Executivo disporá sobre a estrutura organizacional e fun-


cionamento do SFB, observado o disposto neste artigo.
§ 1º O SFB será dirigido por um Conselho Diretor, composto por um Di-
retor-Geral e 4 (quatro) diretores, em regime de colegiado, ao qual caberá:
I – exercer a administração do SFB;
II – examinar, decidir e executar ações necessárias ao cumprimento das
competências do SFB;
III – editar normas sobre matérias de competência do SFB;
IV – aprovar o regimento interno do SFB, a organização, a estrutura e o
âmbito decisório de cada diretoria;
V – elaborar e divulgar relatórios sobre as atividades do SFB;
VI – conhecer e julgar pedidos de reconsideração de decisões de compo-
nentes das diretorias do SFB.
§ 2º As decisões relativas às atribuições do SFB são tomadas pelo Conse-
lho Diretor, por maioria absoluta de votos.
Art. 57. O SFB terá, em sua estrutura, unidade de assessoramento jurídi-
co, observada a legislação pertinente.
Art. 58. O Diretor-Geral e os demais membros do Conselho Diretor
do SFB serão brasileiros, de reputação ilibada, experiência comprovada
e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais
serão nomeados.
§ 1º (VETADO)

1483
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O regulamento do SFB disciplinará a substituição do Diretor-Geral e


os demais membros do Conselho Diretor em seus impedimentos ou afasta-
mentos regulamentares e ainda no período de vacância que anteceder à no-
meação de novo diretor.
Art. 59. Está impedido de exercer cargo de direção no SFB quem manti-
ver, ou tiver mantido nos 24 (vinte e quatro) meses anteriores à nomeação,
os seguintes vínculos com qualquer pessoa jurídica concessionária ou com
produtor florestal independente:
I – acionista ou sócio com participação individual direta superior a 1% (um
por cento) no capital social ou superior a 2% (dois por cento) no capital social
de empresa controladora;
II – membro do conselho de administração, fiscal ou de diretoria executiva;
III – empregado, mesmo com o contrato de trabalho suspenso, inclu-
sive das empresas controladoras ou das fundações de previdência de que
sejam patrocinadoras.
Parágrafo único. Também está impedido de exercer cargo de direção no
SFB membro do conselho ou diretoria de associação ou sindicato, regional ou
nacional, representativo de interesses dos agentes mencionados no caput
deste artigo, ou de categoria profissional de empregados desses agentes.
Art. 60. O ex-dirigente do SFB, durante os 12 (doze) meses seguintes ao
seu desligamento do cargo, estará impedido de prestar, direta ou indireta-
mente, independentemente da forma ou natureza do contrato, qualquer tipo
de serviço às pessoas jurídicas concessionárias, sob regulamentação ou fisca-
lização do SFB, inclusive controladas, coligadas ou subsidiárias.
Parágrafo único. Incorre na prática de advocacia administrativa, sujeitan-
do-se o infrator às penas previstas no art. 321 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, o ex-dirigente do SFB que descumprir
o disposto no caput deste artigo.
Art. 61. Os cargos em comissão e funções gratificadas do SFB deverão ser
exercidos, preferencialmente, por servidores do seu quadro efetivo, aplican-
do-se-lhes as restrições do art. 59 desta Lei.

1484
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Da Ouvidoria

Art. 62. O SFB contará com uma Ouvidoria, à qual competirá:


I – receber pedidos de informação e esclarecimento, acompanhar o pro-
cesso interno de apuração das denúncias e reclamações afetas ao SFB e
responder diretamente aos interessados, que serão cientificados, em até 30
(trinta) dias, das providências tomadas;
II – zelar pela qualidade dos serviços prestados pelo SFB e acompanhar o
processo interno de apuração das denúncias e reclamações dos usuários, seja
contra a atuação do SFB, seja contra a atuação dos concessionários;
III – produzir, semestralmente e quando julgar oportuno:
a) relatório circunstanciado de suas atividades e encaminhá-lo à Diretoria-Ge-
ral do SFB e ao Ministro de Estado do Meio Ambiente;
b) apreciações sobre a atuação do SFB, encaminhando-as ao Conselho
Diretor, à Comissão de Gestão de Florestas Públicas, aos Ministros de Esta-
do do Meio Ambiente, da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e
Chefe da Casa Civil da Presidência da República, bem como às comissões de
fiscalização e controle da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, publi-
cando-as para conhecimento geral.
§ 1º O Ouvidor atuará junto ao Conselho Diretor do SFB, sem subordinação
hierárquica, e exercerá as suas atribuições sem acumulação com outras funções.
§ 2º O Ouvidor será nomeado pelo Presidente da República para mandato
de 3 (três) anos, sem direito a recondução.
§ 3º O Ouvidor somente poderá perder o mandato em caso de renúncia,
condenação judicial transitada em julgado ou condenação em processo admi-
nistrativo disciplinar.
§ 4º O processo administrativo contra o Ouvidor somente poderá ser ins-
taurado pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente.
§ 5º O Ouvidor terá acesso a todos os assuntos e contará com o apoio
administrativo de que necessitar.
§ 6º Aplica-se ao ex-Ouvidor o disposto no art. 60 desta Lei.

1485
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Do Conselho Gestor

Art. 63. (VETADO)

Seção IV
Dos Servidores do SFB

Art. 64. O SFB constituirá quadro de pessoal, por meio da realização de


concurso público de provas, ou de provas e títulos, ou da redistribuição de
servidores de órgãos e entidades da administração federal direta, autárquica
ou fundacional.
Art. 65. O SFB poderá requisitar, independentemente da designação
para cargo em comissão ou função de confiança, e sem prejuízo dos ven-
cimentos e vantagens a que façam jus no órgão de origem, servidores de
órgãos e entidades integrantes da administração pública federal direta, au-
tárquica e fundacional, observado o quantitativo máximo estabelecido em
ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
e do Meio Ambiente.
Parágrafo único. No caso de requisição ao Ibama, ela deverá ser precedida
de autorização do órgão.
Art. 66. Ficam criados 49 (quarenta e nove) cargos do Grupo Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, no âmbito do Poder Executivo Federal,
para reestruturação do Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de
integrar a estrutura do SFB, assim distribuídos:
I – 1 (um) DAS-6;
II – 4 (quatro) DAS-5;
III – 17 (dezessete) DAS-4;
IV – 10 (dez) DAS-3;
V – 9 (nove) DAS-2;
VI – 8 (oito) DAS-1.

1486
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção V
Da Autonomia Administrativa do SFB

Art. 67. O Poder Executivo poderá assegurar ao SFB autonomia adminis-


trativa e financeira, no grau conveniente ao exercício de suas atribuições, me-
diante a celebração de contrato de gestão e de desempenho, nos termos do §
8º do art. 37 da Constituição Federal, negociado e firmado entre o Ministério
do Meio Ambiente e o Conselho Diretor.
§ 1º O contrato de gestão e de desempenho será o instrumento de con-
trole da atuação administrativa do SFB e da avaliação do seu desempenho,
bem como elemento integrante da sua prestação de contas, bem como do
Ministério do Meio Ambiente, aplicado o disposto no art. 9º da Lei n. 8.443,
de 16 de julho de 1992, sendo sua inexistência considerada falta de natureza
formal, conforme disposto no inciso II do art. 16 da mesma Lei.
§ 2º O contrato de gestão e de desempenho deve estabelecer, nos pro-
gramas anuais de trabalho, indicadores que permitam quantificar, de forma
objetiva, a avaliação do SFB.
§ 3º O contrato de gestão e de desempenho será avaliado periodicamente
e, se necessário, revisado por ocasião da renovação parcial da diretoria do SFB.

Seção VI
Da Receita e do Acervo do Serviço Florestal Brasileiro

Art. 68. Constituem receitas do SFB:


I – recursos oriundos da cobrança dos preços de concessão florestal,
conforme destinação prevista na alínea a do inciso I do caput e no inciso I do
§ 1º, ambos do art. 39 desta Lei, além de outros referentes ao contrato de
concessão, incluindo os relativos aos custos do edital de licitação e os recur-
sos advindos de aplicação de penalidades contratuais;

1487
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – recursos ordinários do Tesouro Nacional, consignados no Orçamento


Fiscal da União e em seus créditos adicionais, transferências e repasses que
lhe forem conferidos;
III – produto da venda de publicações, material técnico, dados e informa-
ções, inclusive para fins de licitação pública, e de emolumentos administrativos;
IV – recursos provenientes de convênios ou acordos celebrados com
entidades, organismos ou empresas públicas, ou contratos celebrados com
empresas privadas;
V – doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem
destinados.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 69. Sem prejuízo do disposto nos incisos VI e VII do art. 23 da


Constituição Federal, a execução das atividades relacionadas às concessões
florestais poderá ser delegada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios à
União, bem como pela União aos demais entes federados, mediante convênio
firmado com o órgão gestor competente.
Parágrafo único. É vedado ao órgão gestor conveniado exigir do conces-
sionário sob sua ação complementar de regulação, controle e fiscalização
obrigação não prevista previamente em contrato.
Art. 70. As unidades de manejo em florestas públicas com PMFS aprova-
dos e em execução até a data de publicação desta Lei serão vistoriadas:
I – pelo órgão competente do Sisnama, para averiguar o andamento do
manejo florestal;
II – pelo órgão fundiário competente, para averiguar a situação da ocu-
pação, de acordo com os parâmetros estabelecidos na legislação específica.
§ 1º As vistorias realizadas pelo órgão fundiário competente serão acom-
panhadas por representante do Poder Público local.

1488
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Nas unidades de manejo onde não for verificado o correto andamento


do manejo florestal, os detentores do PMFS serão notificados para apresentar
correções, no prazo estabelecido pelo órgão competente do Sisnama.
§ 3º Caso não sejam atendidas as exigências da notificação mencionada
no § 2º deste artigo, o PMFS será cancelado e a área correspondente deverá
ser desocupada sem ônus para o Poder Público e sem prejuízo das demais
penalidades previstas em lei.
§ 4º As unidades de manejo onde o correto andamento do manejo flores-
tal for verificado ou saneado nos termos do § 2º deste artigo serão submeti-
das a processo licitatório, no prazo de até 24 (vinte e quatro) meses a partir
da data da manifestação dos órgãos a respeito da vistoria prevista no caput
deste artigo, desde que não seja constatado conflito com comunidades locais
pela ocupação do território e uso dos recursos florestais.
§ 5º Será dada a destinação prevista no art. 6º desta Lei às unidades de
manejo onde o correto andamento do manejo florestal for verificado e os de-
tentores dos PMFS forem comunidades locais.
§ 6º Até que sejam submetidas ao processo licitatório, as unidades de ma-
nejo mencionadas no § 4º deste artigo permanecerão sob a responsabilidade
do detentor do PMFS, que poderá dar continuidade às atividades de manejo
mediante assinatura de contrato com o poder concedente.
§ 7º O contrato previsto no § 6º deste artigo terá vigência limitada à assi-
natura do contrato de concessão resultante do processo licitatório.
§ 8º Findo o processo licitatório, o detentor do PMFS que der continuidade
à sua execução, nos termos deste artigo, pagará ao órgão gestor competente
valor proporcional ao preço da concessão florestal definido na licitação, cal-
culado com base no período decorrido desde a verificação pelo órgão compe-
tente do Sisnama até a adjudicação do vencedor na licitação.
Art. 71. A licitação para a concessão florestal das unidades de manejo
mencionadas no § 4º do art. 70 desta Lei, além de observar os termos desta
Lei, deverá seguir as seguintes determinações:

1489
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – o vencedor da licitação, após firmar o contrato de concessão, deverá


seguir o PMFS em execução, podendo revisá-lo nas condições previstas em
regulamento;
II – o edital de licitação deverá conter os valores de ressarcimento das
benfeitorias e investimentos já realizados na área a serem pagos ao detentor
do PMFS pelo vencedor do processo de licitação, descontado o valor da produ-
ção auferida previamente à licitação nos termos do § 8º do art. 70 desta Lei.
Art. 72. As florestas públicas não destinadas a manejo florestal ou unida-
des de conservação ficam impossibilitadas de conversão para uso alternativo
do solo, até que sua classificação de acordo com o ZEE esteja oficializada e a
conversão seja plenamente justificada.
Art. 73. As áreas públicas já ocupadas e convertidas para uso alternati-
vo do solo na data de publicação desta Lei estarão excluídas das concessões
florestais, desde que confirmada a sua vocação para o uso atual por meio do
ZEE aprovado de acordo com a legislação pertinente.
§ 1º Nos remanescentes das áreas previstas no caput deste artigo, o Po-
der Público poderá autorizar novos Planos de Manejo Florestal Sustentável,
observada a legislação vigente.
§ 2º Fica garantido o direito de continuidade das atividades econômicas
realizadas, em conformidade com a lei, pelos atuais ocupantes em áreas de
até 2.500ha (dois mil e quinhentos hectares), pelo prazo de 5 (cinco) anos a
partir da data de publicação desta Lei.
Art. 74. Os parâmetros para definição dos tamanhos das unidades de
manejo a serem concedidas às pessoas jurídicas de pequeno porte, micro e
médias empresas, na forma do art. 33 desta Lei, serão definidos em regula-
mento, previamente à aprovação do primeiro Paof.
Art. 75. Após 5 (cinco) anos da implantação do primeiro Paof, será feita
avaliação sobre os aspectos técnicos, econômicos, sociais e ambientais da
aplicação desta Lei, a que se dará publicidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 76. Em 10 (dez) anos contados da data de publicação desta Lei, a


área total com concessões florestais da União não poderá ultrapassar 20%
(vinte por cento) do total de área de suas florestas públicas disponíveis para a
concessão, com exceção das unidades de manejo localizadas em florestas na-
cionais criadas nos termos do art. 17 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
Art. 77. Ao final dos 10 (dez) primeiros anos contados da data de publi-
cação desta Lei, cada concessionário, individualmente ou em consórcio, não
poderá concentrar mais de 10% (dez por cento) do total da área das florestas
públicas disponíveis para a concessão em cada esfera de governo.
Art. 78. Até a aprovação do primeiro Paof, fica o poder concedente auto-
rizado a realizar concessões florestais em:
I – unidades de manejo em áreas públicas que, somadas, não ultrapassem
750.000ha (setecentos e cinquenta mil hectares), localizadas numa faixa de
até 100Km (cem quilômetros) ao longo da rodovia BR-163;
II – florestas nacionais ou estaduais criadas nos termos do art. 17 da Lei
n. 9.985, de 18 de julho de 2000, observados os seguintes requisitos:
a) autorização prévia do órgão gestor da unidade de conservação;
b) aprovação prévia do plano de manejo da unidade de conservação nos
termos da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000;
c) oitiva do conselho consultivo da unidade de conservação, nos termos do
§ 3º do art. 48 desta Lei;
d) previsão de zonas de uso restrito destinadas às comunidades locais.
Parágrafo único. As concessões de que tratam os incisos I e II do caput
deste artigo devem ser objeto de licitação e obedecer às normas previstas
nos arts. 8º e 12 a 47 desta Lei.
Art. 79. As associações civis que venham a participar, de qualquer forma,
das concessões florestais ou da gestão direta das florestas públicas deverão
ser constituídas sob as leis brasileiras e ter sede e administração no País.
Art. 80. O inciso XV do art. 29 da Lei n. 10.683, de 28 de maio de 2003,
passa a vigorar com a seguinte redação:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 29......................................................................
XV – do Ministério do Meio Ambiente o Conselho Nacional do Meio Ambien-
te, o Conselho Nacional da Amazônia Legal, o Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, o Conselho Delibe-
rativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro, a
Comissão de Gestão de Florestas Públicas e até 5 (cinco) Secretarias;
.....................................................................” (NR)
Art. 81. O art. 1º da Lei n. 5.868, de 12 de dezembro de 1972, passa a
vigorar acrescido do seguinte inciso V:
“Art. 1º.....................................................................
V – Cadastro Nacional de Florestas Públicas.
.....................................................................” (NR)
Art. 82. A Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, passa a vigorar acres-
cida dos seguintes arts. 50-A e 69-A:
“Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autoriza-
ção do órgão competente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência
imediata pessoal do agente ou de sua família.
§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena
será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare.”
“Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal
ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório
ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.

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Delegado

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há


dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação
falsa, incompleta ou enganosa.”
Art. 83. O art. 19 da Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 19. A exploração de florestas e formações sucessoras, tanto de do-
mínio público como de domínio privado, dependerá de prévia aprovação pelo
órgão estadual competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNA-
MA, bem como da adoção de técnicas de condução, exploração, reposição
florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura
arbórea forme.
§ 1º Compete ao Ibama a aprovação de que trata o caput deste artigo:
I – nas florestas públicas de domínio da União;
II – nas unidades de conservação criadas pela União;
III – nos empreendimentos potencialmente causadores de impacto am-
biental nacional ou regional, definidos em resolução do Conselho Nacional do
Meio Ambiente - CONAMA.
§ 2º Compete ao órgão ambiental municipal a aprovação de que trata o
caput deste artigo:
I – nas florestas públicas de domínio do Município;
II – nas unidades de conservação criadas pelo Município;
III – nos casos que lhe forem delegados por convênio ou outro instrumen-
to admissível, ouvidos, quando couber, os órgãos competentes da União, dos
Estados e do Distrito Federal.
§ 3º No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que
contemplem a utilização de espécies nativas.” (NR)
Art. 84. A Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 9º.....................................................................

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XIII – instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão am-


biental, seguro ambiental e outros.” (NR)
“Art. 9º-A. Mediante anuência do órgão ambiental competente, o pro-
prietário rural pode instituir servidão ambiental, pela qual voluntariamente
renuncia, em caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, a
direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes na
propriedade.
§ 1º A servidão ambiental não se aplica às áreas de preservação perma-
nente e de reserva legal.
§ 2º A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servidão
instituída em relação aos recursos florestais deve ser, no mínimo, a mesma
estabelecida para a reserva legal.
§ 3º A servidão ambiental deve ser averbada no registro de imóveis com-
petente.
§ 4º Na hipótese de compensação de reserva legal, a servidão deve ser
averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos.
§ 5º É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alte-
ração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer
título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade.”
“Art. 14......................................................................
§ 5º A execução das garantias exigidas do poluidor não impede a aplicação
das obrigações de indenização e reparação de danos previstas no § 1º deste
artigo.” (NR)
“Art. 17-G.....................................................................
§ 2º Os recursos arrecadados com a TCFA terão utilização restrita em ati-
vidades de controle e fiscalização ambiental.” (NR)
Art. 85. O inciso II do caput do art. 167 da Lei n. 6.015, de 31 de dezem-
bro de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 22 e 23:
“Art. 167......................................................................
II – 22. da reserva legal;

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23. da servidão ambiental.” (NR)


Art. 86. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de março de 2006; 185º da Independência e 118º da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Antonio Palocci Filho
Paulo Bernardo Silva
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.3.2006*

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LEI N. 11.428, DE DEZEMBRO DE 2006

Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma


Mata Atlântica, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DO REGIME JURÍDI-
CO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Art. 1º A conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do Bioma


Mata Atlântica, patrimônio nacional, observarão o que estabelece esta Lei,
bem como a legislação ambiental vigente, em especial a Lei n. 4.771, de 15
de setembro de 1965.

CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma


Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas asso-
ciados, com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, conforme regulamento: Floresta
Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata
de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual;
e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de
restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do
Nordeste. (Vide Decreto n. 6.660, de 2008)
Parágrafo único. Somente os remanescentes de vegetação nativa no está-
gio primário e nos estágios secundário inicial, médio e avançado de regene-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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ração na área de abrangência definida no caput deste artigo terão seu uso e
conservação regulados por esta Lei.
Art. 3º Consideram-se para os efeitos desta Lei:
I – pequeno produtor rural: aquele que, residindo na zona rural, detenha
a posse de gleba rural não superior a 50 (cinquenta) hectares, explorando-a
mediante o trabalho pessoal e de sua família, admitida a ajuda eventual de
terceiros, bem como as posses coletivas de terra considerando-se a fração
individual não superior a 50 (cinquenta) hectares, cuja renda bruta seja pro-
veniente de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais ou do
extrativismo rural em 80% (oitenta por cento) no mínimo;
II – população tradicional: população vivendo em estreita relação com o
ambiente natural, dependendo de seus recursos naturais para a sua reprodu-
ção sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto ambiental;
III – pousio: prática que prevê a interrupção de atividades ou usos agríco-
las, pecuários ou silviculturais do solo por até 10 (dez) anos para possibilitar
a recuperação de sua fertilidade;
IV  – prática preservacionista: atividade técnica e cientificamente funda-
mentada, imprescindível à proteção da integridade da vegetação nativa, tal
como controle de fogo, erosão, espécies exóticas e invasoras;
V – exploração sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir
a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos,
mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma social-
mente justa e economicamente viável;
VI – enriquecimento ecológico: atividade técnica e cientificamente funda-
mentada que vise à recuperação da diversidade biológica em áreas de vege-
tação nativa, por meio da reintrodução de espécies nativas;
VII – utilidade pública:
a) atividades de segurança nacional e proteção sanitária;

1497
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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b) as obras essenciais de infraestrutura de interesse nacional destinadas


aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia, declaradas pelo
poder público federal ou dos Estados;
VIII – interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação
nativa, tais como: prevenção, combate e controle do fogo, controle da ero-
são, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas,
conforme resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA;
b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na peque-
na propriedade ou posse rural familiar que não descaracterizem a cobertura
vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área;
c) demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em resolução do
Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Art. 4º A definição de vegetação primária e de vegetação secundária nos
estágios avançado, médio e inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica,
nas hipóteses de vegetação nativa localizada, será de iniciativa do Conselho
Nacional do Meio Ambiente.
§ 1º O Conselho Nacional do Meio Ambiente terá prazo de 180 (cento
e oitenta) dias para estabelecer o que dispõe o caput deste artigo, sendo
que qualquer intervenção na vegetação primária ou secundária nos estágios
avançado e médio de regeneração somente poderá ocorrer após atendido o
disposto neste artigo.
§ 2º Na definição referida no caput deste artigo, serão observados os se-
guintes parâmetros básicos:
I – fisionomia;
II – estratos predominantes;
III – distribuição diamétrica e altura;
IV – existência, diversidade e quantidade de epífitas;
V – existência, diversidade e quantidade de trepadeiras;
VI – presença, ausência e características da serapilheira;

1498
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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VII – sub-bosque;
VIII – diversidade e dominância de espécies;
IX – espécies vegetais indicadoras.
Art. 5º A vegetação primária ou a vegetação secundária em qualquer es-
tágio de regeneração do Bioma Mata Atlântica não perderão esta classificação
nos casos de incêndio, desmatamento ou qualquer outro tipo de intervenção
não autorizada ou não licenciada.

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DO REGIME JURÍDICO DO BIOMA
MATA ATLÂNTICA

Art. 6º A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm por objetivo


geral o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguar-
da da biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e
turísticos, do regime hídrico e da estabilidade social.
Parágrafo único. Na proteção e na utilização do Bioma Mata Atlântica,
serão observados os princípios da função socioambiental da propriedade, da
equidade intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador,
da transparência das informações e atos, da gestão democrática, da celeri-
dade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos prestados ao
pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito
de propriedade.
Art. 7º A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro
de condições que assegurem:
I – a manutenção e a recuperação da biodiversidade, vegetação, fauna e
regime hídrico do Bioma Mata Atlântica para as presentes e futuras gerações;
II – o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo sustentável
da vegetação e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade
de recuperação e manutenção dos ecossistemas;

1499
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a ma-


nutenção do equilíbrio ecológico;
IV – o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a harmonizar
o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio ecológico.

TÍTULO II
DO REGIME JURÍDICO GERAL DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Art. 8º O corte, a supressão e a exploração da vegetação do Bioma Mata


Atlântica far-se-ão de maneira diferenciada, conforme se trate de vegetação
primária ou secundária, nesta última levando-se em conta o estágio de rege-
neração.
Art. 9º A exploração eventual, sem propósito comercial direto ou indireto,
de espécies da flora nativa, para consumo nas propriedades ou posses das
populações tradicionais ou de pequenos produtores rurais, independe de au-
torização dos órgãos competentes, conforme regulamento.
Parágrafo único. Os órgãos competentes, sem prejuízo do disposto no
caput deste artigo, deverão assistir as populações tradicionais e os pequenos
produtores no manejo e exploração sustentáveis das espécies da flora nativa.
Art. 10. O poder público fomentará o enriquecimento ecológico da vege-
tação do Bioma Mata Atlântica, bem como o plantio e o reflorestamento com
espécies nativas, em especial as iniciativas voluntárias de proprietários rurais.
§ 1º Nos casos em que o enriquecimento ecológico exigir a supressão de
espécies nativas que gerem produtos ou subprodutos comercializáveis, será
exigida a autorização do órgão estadual ou federal competente, mediante
procedimento simplificado.
§ 2º Visando a controlar o efeito de borda nas áreas de entorno de frag-
mentos de vegetação nativa, o poder público fomentará o plantio de espécies
florestais, nativas ou exóticas.

1500
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 11. O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios


avançado e médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam vedados
quando:
I – a vegetação:
a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção,
em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas pela União ou
pelos Estados, e a intervenção ou o parcelamento puserem em risco a sobre-
vivência dessas espécies;
b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle
de erosão;
c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou se-
cundária em estágio avançado de regeneração;
d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou
e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos execu-
tivos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA;
II – o proprietário ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação
ambiental, em especial as exigências da Lei n. 4.771, de 15 de setembro de
1965, no que respeita às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal.
Parágrafo único. Verificada a ocorrência do previsto na alínea a do inciso I
deste artigo, os órgãos competentes do Poder Executivo adotarão as medidas
necessárias para proteger as espécies da flora e da fauna silvestres ameaça-
das de extinção caso existam fatores que o exijam, ou fomentarão e apoiarão
as ações e os proprietários de áreas que estejam mantendo ou sustentando a
sobrevivência dessas espécies.
Art. 12. Os novos empreendimentos que impliquem o corte ou a supres-
são de vegetação do Bioma Mata Atlântica deverão ser implantados preferen-
cialmente em áreas já substancialmente alteradas ou degradadas.
Art. 13. Os órgãos competentes do Poder Executivo adotarão normas e
procedimentos especiais para assegurar ao pequeno produtor e às popula-
ções tradicionais, nos pedidos de autorização de que trata esta Lei:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – acesso fácil à autoridade administrativa, em local próximo ao seu lugar


de moradia;
II – procedimentos gratuitos, céleres e simplificados, compatíveis com o
seu nível de instrução;
III – análise e julgamento prioritários dos pedidos.
Art. 14. A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avan-
çado de regeneração somente poderá ser autorizada em caso de utilidade
pública, sendo que a vegetação secundária em estágio médio de regeneração
poderá ser suprimida nos casos de utilidade pública e interesse social, em
todos os casos devidamente caracterizados e motivados em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto, ressalvado o disposto no inciso I do art. 30 e nos
§§ 1º e 2º do art. 31 desta Lei.
§ 1º A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autoriza-
ção do órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando
couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o dispos-
to no § 2º deste artigo.
§ 2º A supressão de vegetação no estágio médio de regeneração situa-
da em área urbana dependerá de autorização do órgão ambiental municipal
competente, desde que o município possua conselho de meio ambiente, com
caráter deliberativo e plano diretor, mediante anuência prévia do órgão am-
biental estadual competente fundamentada em parecer técnico.
§ 3º Na proposta de declaração de utilidade pública disposta na alínea b do
inciso VII do art. 3º desta Lei, caberá ao proponente indicar de forma deta-
lhada a alta relevância e o interesse nacional.
Art. 15. Na hipótese de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, o órgão competente exigirá a ela-
boração de Estudo Prévio de Impacto Ambiental, ao qual se dará publicidade,
assegurada a participação pública.

1502
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 16. Na regulamentação desta Lei, deverão ser adotadas normas e


procedimentos especiais, simplificados e céleres, para os casos de reutiliza-
ção das áreas agrícolas submetidas ao pousio.
Art. 17. O corte ou a supressão de vegetação primária ou secundária nos
estágios médio ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica, autori-
zados por esta Lei, ficam condicionados à compensação ambiental, na forma
da destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, com as
mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que
possível na mesma microbacia hidrográfica, e, nos casos previstos nos arts.
30 e 31, ambos desta Lei, em áreas localizadas no mesmo Município ou região
metropolitana.
§ 1º Verificada pelo órgão ambiental a impossibilidade da compensação
ambiental prevista no caput deste artigo, será exigida a reposição florestal,
com espécies nativas, em área equivalente à desmatada, na mesma bacia
hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica.
§ 2º A compensação ambiental a que se refere este artigo não se aplica aos
casos previstos no inciso III do art. 23 desta Lei ou de corte ou supressão ilegais.
Art. 18. No Bioma Mata Atlântica, é livre a coleta de subprodutos flores-
tais tais como frutos, folhas ou sementes, bem como as atividades de uso
indireto, desde que não coloquem em risco as espécies da fauna e flora, ob-
servando-se as limitações legais específicas e em particular as relativas ao
acesso ao patrimônio genético, à proteção e ao acesso ao conhecimento tra-
dicional associado e de biossegurança.
Art. 19. O corte eventual de vegetação primária ou secundária nos está-
gios médio e avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica, para fins de
práticas preservacionistas e de pesquisa científica, será devidamente regula-
mentado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente e autorizado pelo órgão
competente do Sisnama.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO III
DO REGIME JURÍDICO ESPECIAL DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

CAPÍTULO I
DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO PRIMÁRIA

Art. 20. O corte e a supressão da vegetação primária do Bioma Mata


Atlântica somente serão autorizados em caráter excepcional, quando neces-
sários à realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública, pes-
quisas científicas e práticas preservacionistas.
Parágrafo único. O corte e a supressão de vegetação, no caso de utilidade
pública, obedecerão ao disposto no art. 14 desta Lei, além da realização de Es-
tudo Prévio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA.

CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO AVAN-
ÇADO DE REGENERAÇÃO

Art. 21. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em


estágio avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica somente serão
autorizados:
I – em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras, ati-
vidades ou projetos de utilidade pública, pesquisa científica e práticas preser-
vacionistas;
II – (VETADO)
III – nos casos previstos no inciso I do art. 30 desta Lei.
Art. 22. O corte e a supressão previstos no inciso I do art. 21 desta Lei no
caso de utilidade pública serão realizados na forma do art. 14 desta Lei, além
da realização de Estudo Prévio de Impacto Ambiental, bem como na forma
do art. 19 desta Lei para os casos de práticas preservacionistas e pesquisas
científicas.

1504
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO MÉDIO
DE REGENERAÇÃO

Art. 23. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em


estágio médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica somente serão auto-
rizados:
I  – em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras,
atividades ou projetos de utilidade pública ou de interesse social, pesquisa
científica e práticas preservacionistas;
II – (VETADO)
III – quando necessários ao pequeno produtor rural e populações tradicio-
nais para o exercício de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silvicultu-
rais imprescindíveis à sua subsistência e de sua família, ressalvadas as áreas
de preservação permanente e, quando for o caso, após averbação da reserva
legal, nos termos da Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965;
IV – nos casos previstos nos §§ 1º e 2º do art. 31 desta Lei.
Art. 24. O corte e a supressão da vegetação em estágio médio de rege-
neração, de que trata o inciso I do art. 23 desta Lei, nos casos de utilidade
pública ou interesse social, obedecerão ao disposto no art. 14 desta Lei.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do art. 23 desta Lei, a autori-
zação é de competência do órgão estadual competente, informando-se ao
Ibama, na forma da regulamentação desta Lei.

CAPÍTULO IV
DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO INI-
CIAL DE REGENERAÇÃO

Art. 25. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em


estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo
órgão estadual competente.

1505
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O corte, a supressão e a exploração de que trata este


artigo, nos Estados em que a vegetação primária e secundária remanescente
do Bioma Mata Atlântica for inferior a 5% (cinco por cento) da área original,
submeter-se-ão ao regime jurídico aplicável à vegetação secundária em es-
tágio médio de regeneração, ressalvadas as áreas urbanas e regiões metro-
politanas.
Art. 26. Será admitida a prática agrícola do pousio nos Estados da Fede-
ração onde tal procedimento é utilizado tradicionalmente.

CAPÍTULO V
DA EXPLORAÇÃO SELETIVA DE VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ES-
TÁGIOS AVANÇADO, MÉDIO E INICIAL DE REGENERAÇÃO

Art. 27. (VETADO)
Art. 28. O corte, a supressão e o manejo de espécies arbóreas pioneiras
nativas em fragmentos florestais em estágio médio de regeneração, em que
sua presença for superior a 60% (sessenta por cento) em relação às demais
espécies, poderão ser autorizados pelo órgão estadual competente, observa-
do o disposto na Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965.
Art. 29. (VETADO)

CAPÍTULO VI
DA PROTEÇÃO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA NAS ÁREAS URBANAS
E REGIÕES METROPOLITANAS

Art. 30. É vedada a supressão de vegetação primária do Bioma Mata


Atlântica, para fins de loteamento ou edificação, nas regiões metropolitanas
e áreas urbanas consideradas como tal em lei específica, aplicando-se à su-
pressão da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração as
seguintes restrições:

1506
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I  – nos perímetros urbanos aprovados até a data de início de vigência


desta Lei, a supressão de vegetação secundária em estágio avançado de re-
generação dependerá de prévia autorização do órgão estadual competente
e somente será admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de
empreendimentos que garantam a preservação de vegetação nativa em es-
tágio avançado de regeneração em no mínimo 50% (cinquenta por cento) da
área total coberta por esta vegetação, ressalvado o disposto nos arts. 11, 12
e 17 desta Lei e atendido o disposto no Plano Diretor do Município e demais
normas urbanísticas e ambientais aplicáveis;
II – nos perímetros urbanos aprovados após a data de início de vigência
desta Lei, é vedada a supressão de vegetação secundária em estágio avan-
çado de regeneração do Bioma Mata Atlântica para fins de loteamento ou
edificação.
Art. 31. Nas regiões metropolitanas e áreas urbanas, assim consideradas
em lei, o parcelamento do solo para fins de loteamento ou qualquer edificação
em área de vegetação secundária, em estágio médio de regeneração, do Bio-
ma Mata Atlântica, devem obedecer ao disposto no Plano Diretor do Município
e demais normas aplicáveis, e dependerão de prévia autorização do órgão
estadual competente, ressalvado o disposto nos arts. 11, 12 e 17 desta Lei.
§ 1º Nos perímetros urbanos aprovados até a data de início de vigência
desta Lei, a supressão de vegetação secundária em estágio médio de regene-
ração somente será admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso
de empreendimentos que garantam a preservação de vegetação nativa em
estágio médio de regeneração em no mínimo 30% (trinta por cento) da área
total coberta por esta vegetação.
§ 2º Nos perímetros urbanos delimitados após a data de início de vigência
desta Lei, a supressão de vegetação secundária em estágio médio de rege-
neração fica condicionada à manutenção de vegetação em estágio médio de
regeneração em no mínimo 50% (cinquenta por cento) da área total coberta
por esta vegetação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VII
DAS ATIVIDADES MINERÁRIAS EM ÁREAS DE VEGETAÇÃO SECUN-
DÁRIA EM ESTÁGIO AVANÇADO E MÉDIO DE REGENERAÇÃO

Art. 32. A supressão de vegetação secundária em estágio avançado e mé-


dio de regeneração para fins de atividades minerárias somente será admitida
mediante:
I – licenciamento ambiental, condicionado à apresentação de Estudo Pré-
vio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, pelo
empreendedor, e desde que demonstrada a inexistência de alternativa técnica
e locacional ao empreendimento proposto;
II – adoção de medida compensatória que inclua a recuperação de área
equivalente à área do empreendimento, com as mesmas características eco-
lógicas, na mesma bacia hidrográfica e sempre que possível na mesma micro-
bacia hidrográfica, independentemente do disposto no art. 36 da Lei n. 9.985,
de 18 de julho de 2000.

TÍTULO IV
DOS INCENTIVOS ECONÔMICOS

Art. 33. O poder público, sem prejuízo das obrigações dos proprietários e


posseiros estabelecidas na legislação ambiental, estimulará, com incentivos
econômicos, a proteção e o uso sustentável do Bioma Mata Atlântica.
§ 1º Na regulamentação dos incentivos econômicos ambientais, serão ob-
servadas as seguintes características da área beneficiada:
I – a importância e representatividade ambientais do ecossistema e da gleba;
II – a existência de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção;
III – a relevância dos recursos hídricos;
IV – o valor paisagístico, estético e turístico;
V – o respeito às obrigações impostas pela legislação ambiental;
VI – a capacidade de uso real e sua produtividade atual.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os incentivos de que trata este Título não excluem ou restringem ou-


tros benefícios, abatimentos e deduções em vigor, em especial as doações a
entidades de utilidade pública efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas.
Art. 34. As infrações dos dispositivos que regem os benefícios econômi-
cos ambientais, sem prejuízo das sanções penais e administrativas cabíveis,
sujeitarão os responsáveis a multa civil de 3 (três) vezes o valor atualizado
recebido, ou do imposto devido em relação a cada exercício financeiro, além
das penalidades e demais acréscimos previstos na legislação fiscal.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, considera-se solidariamente responsável
por inadimplência ou irregularidade a pessoa física ou jurídica doadora ou
propositora de projeto ou proposta de benefício.
§ 2º A existência de pendências ou irregularidades na execução de proje-
tos de proponentes no órgão competente do Sisnama suspenderá a análise
ou concessão de novos incentivos, até a efetiva regularização.
Art. 35. A conservação, em imóvel rural ou urbano, da vegetação pri-
mária ou da vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração do
Bioma Mata Atlântica cumpre função social e é de interesse público, podendo,
a critério do proprietário, as áreas sujeitas à restrição de que trata esta Lei
ser computadas para efeito da Reserva Legal e seu excedente utilizado para
fins de compensação ambiental ou instituição de Cota de Reserva Ambiental
- CRA. (Redação dada pela Lei n. 12.651, de 2012).
Parágrafo único. Ressalvadas as hipóteses previstas em lei, as áreas de
preservação permanente não integrarão a reserva legal.

CAPÍTULO I
DO FUNDO DE RESTAURAÇÃO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Art. 36. Fica instituído o Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica


destinado ao financiamento de projetos de restauração ambiental e de pes-
quisa científica.
§ 1º (VETADO)

1509
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
Art. 37. Constituirão recursos do Fundo de que trata o art. 36 desta Lei:
I – dotações orçamentárias da União;
II – recursos resultantes de doações, contribuições em dinheiro, valores,
bens móveis e imóveis, que venha a receber de pessoas físicas e jurídicas,
nacionais ou internacionais;
III – rendimentos de qualquer natureza, que venha a auferir como remu-
neração decorrente de aplicações do seu patrimônio;
IV – outros, destinados em lei.
Art. 38. Serão beneficiados com recursos do Fundo de Restauração do
Bioma Mata Atlântica os projetos que envolvam conservação de remanescen-
tes de vegetação nativa, pesquisa científica ou áreas a serem restauradas,
implementados em Municípios que possuam plano municipal de conservação
e recuperação da Mata Atlântica, devidamente aprovado pelo Conselho Muni-
cipal de Meio Ambiente.
§ 1º Terão prioridade de apoio os projetos destinados à conservação e recu-
peração das áreas de preservação permanente, reservas legais, reservas parti-
culares do patrimônio natural e áreas do entorno de unidades de conservação.
§ 2º Os projetos poderão beneficiar áreas públicas e privadas e serão exe-
cutados por órgãos públicos, instituições acadêmicas públicas e organizações
da sociedade civil de interesse público que atuem na conservação, restaura-
ção ou pesquisa científica no Bioma Mata Atlântica.

CAPÍTULO II
DA SERVIDÃO AMBIENTAL

Art. 39. (VETADO)
Art. 40. (VETADO)

CAPÍTULO III

1510
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Delegado

DOS INCENTIVOS CREDITÍCIOS

Art. 41. O proprietário ou posseiro que tenha vegetação primária ou secun-


dária em estágios avançado e médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica
receberá das instituições financeiras benefícios creditícios, entre os quais:
I – prioridade na concessão de crédito agrícola, para os pequenos produ-
tores rurais e populações tradicionais;
II – (VETADO)
III – (VETADO)
Parágrafo único. Os critérios, condições e mecanismos de controle dos
benefícios referidos neste artigo serão definidos, anualmente, sob pena de
responsabilidade, pelo órgão competente do Poder Executivo, após anuência
do órgão competente do Ministério da Fazenda.

TÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 42. A ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importem


inobservância aos preceitos desta Lei e a seus regulamentos ou resultem em
dano à flora, à fauna e aos demais atributos naturais sujeitam os infratores
às sanções previstas em lei, em especial as dispostas na Lei n. 9.605, de 12
de fevereiro de 1998, e seus decretos regulamentadores.
Art. 43. A Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, passa a vigorar acres-
cida do seguinte art. 38-A:
“ Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em
estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou uti-
lizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.”
Art. 44. (VETADO)

1511
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 45. (VETADO)
Art. 46. Os órgãos competentes adotarão as providências necessárias
para o rigoroso e fiel cumprimento desta Lei, e estimularão estudos técnicos e
científicos visando à conservação e ao manejo racional do Bioma Mata Atlân-
tica e de sua biodiversidade.
Art. 47. Para os efeitos do inciso I do caput do art. 3º desta Lei, somente
serão consideradas as propriedades rurais com área de até 50 (cinquenta)
hectares, registradas em cartório até a data de início de vigência desta Lei,
ressalvados os casos de fracionamento por transmissão causa mortis.
Art. 48. O art. 10 da Lei n. 9.393, de 19 de dezembro de 1996, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 10...............................................................
§ 1º.....................................................................
...........................................................................
II – d) sob regime de servidão florestal ou ambiental;
e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio
médio ou avançado de regeneração;
...................................................................................
IV – b) de que tratam as alíneas do inciso II deste parágrafo;
..............................................................................” (NR)
Art. 49. O § 6º do art. 44 da Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965, al-
terada pela Medida Provisória n. 2.166-7, de 24 de agosto de 2001, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 44....................................................................................
.........................................................................................
§ 6º O proprietário rural poderá ser desonerado das obrigações previstas
neste artigo, mediante a doação ao órgão ambiental competente de área lo-

1512
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

calizada no interior de unidade de conservação de domínio público, pendente


de regularização fundiária, respeitados os critérios previstos no inciso III do
caput deste artigo.” (NR)
Art. 50. (VETADO)
Art. 51. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2006; 185º da Independência e 118º


da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
Guido MantegaMarina Silva
Álvaro Augusto Ribeiro Costa
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.12.2006 - retificado
em 9.1.2007
*

1513
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 9.985, DE JULHO DE 2000

Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III


Mensagem de Veto e VII da Constituição Federal, institui o Sistema
Vide Decreto n. 4.519, de 2002 Nacional de Unidades de Conservação da Natu-
reza e dá outras providências.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA no exercício do cargo de PRESI-


DENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação


da Natureza – SNUC, estabelece critérios e normas para a criação, implanta-
ção e gestão das unidades de conservação.
Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I – unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambien-
tais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevan-
tes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação
e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção;
II – conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza,
compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a
restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o
maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu
potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e
garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;

1514
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas


as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, ma-
rinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que
fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre
espécies e de ecossistemas;
IV – recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos
da biosfera, a fauna e a flora;
V – preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que
visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além
da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sis-
temas naturais;
VI – proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações
causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus
atributos naturais;
VII – conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats na-
turais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em
seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos
meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características;
VIII – manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a con-
servação da diversidade biológica e dos ecossistemas;
IX – uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou des-
truição dos recursos naturais;
X – uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos
recursos naturais;
XI – uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a
perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos,
mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma social-
mente justa e economicamente viável;

1515
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XII – extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração,

de modo sustentável, de recursos naturais renováveis;

XIII – recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população

silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente

de sua condição original;

XIV – restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população

silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;

XV – (VETADO)

XVI – zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de con-

servação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de

proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade

possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz;

XVII – plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com funda-

mento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o

seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo

dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessá-

rias à gestão da unidade;

XVIII – zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conserva-

ção, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições especí-

ficas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e

XIX – corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou semi-

naturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o flu-

xo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a

recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações

que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que

aquela das unidades individuais.

1516
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
DA NATUREZA – SNUC

Art. 3º O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza -


SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, es-
taduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.
Art. 4º O SNUC tem os seguintes objetivos:
I – contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos
genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
II – proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e
nacional;
III – contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecos-
sistemas naturais;
IV – promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V – promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da
natureza no processo de desenvolvimento;
VI – proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
VII – proteger as características relevantes de natureza geológica,
geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
VIII – proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX – recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X – proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,
estudos e monitoramento ambiental;
XI – valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII – favorecer condições e promover a educação e interpretação ambien-
tal, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
XIII – proteger os recursos naturais necessários à subsistência de popula-
ções tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura
e promovendo-as social e economicamente.

1517
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 5º O SNUC será regido por diretrizes que:


I – assegurem que no conjunto das unidades de conservação estejam re-
presentadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes
populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas juris-
dicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente;
II – assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvi-
mento da sociedade no estabelecimento e na revisão da política nacional de
unidades de conservação;
III – assegurem a participação efetiva das populações locais na criação,
implantação e gestão das unidades de conservação;
IV – busquem o apoio e a cooperação de organizações não governamen-
tais, de organizações privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de
estudos, pesquisas científicas, práticas de educação ambiental, atividades de
lazer e de turismo ecológico, monitoramento, manutenção e outras atividades
de gestão das unidades de conservação;
V – incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabele-
cerem e administrarem unidades de conservação dentro do sistema nacional;
VI – assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilidade econômica das
unidades de conservação;
VII – permitam o uso das unidades de conservação para a conservação in
situ de populações das variantes genéticas selvagens dos animais e plantas
domesticados e recursos genéticos silvestres;
VIII – assegurem que o processo de criação e a gestão das unidades de
conservação sejam feitos de forma integrada com as políticas de administra-
ção das terras e águas circundantes, considerando as condições e necessida-
des sociais e econômicas locais;
IX – considerem as condições e necessidades das populações locais no
desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso sustentável dos
recursos naturais;

1518
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

X – garantam às populações tradicionais cuja subsistência dependa da utili-


zação de recursos naturais existentes no interior das unidades de conservação
meios de subsistência alternativos ou a justa indenização pelos recursos perdidos;
XI – garantam uma alocação adequada dos recursos financeiros neces-
sários para que, uma vez criadas, as unidades de conservação possam ser
geridas de forma eficaz e atender aos seus objetivos;
XII – busquem conferir às unidades de conservação, nos casos possíveis
e respeitadas as conveniências da administração, autonomia administrativa e
financeira; e
XIII – busquem proteger grandes áreas por meio de um conjunto integra-
do de unidades de conservação de diferentes categorias, próximas ou con-
tíguas, e suas respectivas zonas de amortecimento e corredores ecológicos,
integrando as diferentes atividades de preservação da natureza, uso susten-
tável dos recursos naturais e restauração e recuperação dos ecossistemas.
Art. 6º O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas
atribuições:
I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente
- Conama, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
II – Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de
coordenar o Sistema; e
III – Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - Ibama, os órgãos estaduais e municipais,
com a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e
administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas
respectivas esferas de atuação.
III – Órgãos executores: os órgãos federais, estaduais e municipais, com a
função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e adminis-
trar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas respec-
tivas esferas de atuação. (Redação dada Medida Provisória n. 366, de 2007)

1519
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter


supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o
SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conser-
vação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação.
(Redação dada pela Lei n. 11.516, 2007)
Parágrafo único. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério
do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, conce-
bidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos
de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma
categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a
estas, uma clara distinção.

CAPÍTULO III
DAS CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Art. 7º As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em


dois grupos, com características específicas:
I – Unidades de Proteção Integral;
II – Unidades de Uso Sustentável.
§ 1º O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,
com exceção dos casos previstos nesta Lei.
§ 2º O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibili-
zar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais.
Art. 8º O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas
seguintes categorias de unidade de conservação:
I – Estação Ecológica;
II – Reserva Biológica;
III – Parque Nacional;
IV – Monumento Natural;
V – Refúgio de Vida Silvestre.

1520
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 9º A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza


e a realização de pesquisas científicas.
§ 1º A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as
áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo
com o que dispõe a lei.
§ 2º É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacio-
nal, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regula-
mento específico.
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão respon-
sável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições
por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
§ 4º Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecos-
sistemas no caso de:
I – medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
II – manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
III – coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
IV – pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do
que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de
componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo
três por cento da extensão total da unidade e até o limite de um mil e qui-
nhentos hectares.
Art. 10. A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da
biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferên-
cia humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessá-
rias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e
os processos ecológicos naturais.
§ 1º A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as
áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo
com o que dispõe a lei.

1521
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacio-


nal, de acordo com regulamento específico.
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão respon-
sável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições
por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possi-
bilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de ativida-
des de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico.
§ 1º O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o
que dispõe a lei.
§ 2º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas
no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão respon-
sável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão respon-
sável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições
por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
§ 4º As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município,
serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.
Art. 12. O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios
naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.
§ 1º O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particulares,
desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utiliza-
ção da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
§ 2º Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades
privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas
pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do
Monumento Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropria-
da, de acordo com o que dispõe a lei.

1522
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabeleci-


das no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão res-
ponsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento.
Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambien-
tes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução
de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
§ 1º O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particu-
lares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a
utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
§ 2º Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades
privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas
pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do
Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapro-
priada, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 3º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas
no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão respon-
sável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.
§ 4º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão respon-
sável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições
por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguin-
tes categorias de unidade de conservação:
I – Área de Proteção Ambiental;
II – Área de Relevante Interesse Ecológico;
III – Floresta Nacional;
IV – Reserva Extrativista;
V – Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
VII – Reserva Particular do Patrimônio Natural.

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Delegado

Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com
um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o
bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger
a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sus-
tentabilidade do uso dos recursos naturais.(Regulamento)
§ 1º A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou
privadas.
§ 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas nor-
mas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em
uma Área de Proteção Ambiental.
§ 3º As condições para a realização de pesquisa científica e visitação
pública nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor
da unidade.
§ 4º Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer
as condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências
e restrições legais.
§ 5º A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo
órgão responsável por sua administração e constituído por representantes
dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população resi-
dente, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.
Art. 16. A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de
pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com caracte-
rísticas naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota re-
gional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância
regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compa-
tibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
§ 1º A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras pú-
blicas ou privadas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas nor-


mas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em
uma Área de Relevante Interesse Ecológico.
Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espé-
cies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em
métodos para exploração sustentável de florestas nativas.(Regulamento)
§ 1º A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áre-
as particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo
com o que dispõe a lei.
§ 2º Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações
tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o
disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
§ 3º A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabeleci-
das para o manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração.
§ 4º A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autori-
zação do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e
restrições por este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento.
§ 5º A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo
órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de
órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das
populações tradicionais residentes.
§ 6º A unidade desta categoria, quando criada pelo Estado ou Município,
será denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal.
Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações ex-
trativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, com-
plementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de
pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a
cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos natu-
rais da unidade.(Regulamento)

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§ 1º A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às


populações extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei
e em regulamentação específica, sendo que as áreas particulares incluídas
em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2º A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo,
presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por
representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das
populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regula-
mento e no ato de criação da unidade.
§ 3º A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interes-
ses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área.
§ 4º A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia
autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições
e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento.
§ 5º O Plano de Manejo da unidade será aprovado pelo seu Conselho
Deliberativo.
§ 6º São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorís-
tica ou profissional.
§ 7º A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em
bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais
atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em
regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
Art. 19. A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais
de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, ade-
quadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentá-
vel de recursos faunísticos.
§ 1º A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, sendo que as áre-
as particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo
com o que dispõe a lei.

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§ 2º A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o


manejo da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão res-
ponsável por sua administração.
§ 3º É proibido o exercício da caça amadorística ou profissional.
§ 4º A comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pes-
quisas obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.
Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural
que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas
sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de
gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um
papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade
biológica.(Regulamento)
§ 1º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico
preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios
necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida
e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como
valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do
ambiente, desenvolvido por estas populações.
§ 2º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público,
sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando
necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 3º O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será re-
gulado de acordo com o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamenta-
ção específica.
§ 4º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Con-
selho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração
e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da so-
ciedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se
dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.

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§ 5º As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Susten-


tável obedecerão às seguintes condições:
I – é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com
os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área;
II – é permitida e incentivada a pesquisa científica voltada à conservação
da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à
educação ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável
pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabeleci-
das e às normas previstas em regulamento;
III – deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho
da população e a conservação; e
IV – é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais
em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por
espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais
e ao Plano de Manejo da área.
§ 6º O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável defi-
nirá as zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e
corredores ecológicos, e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade.
Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada,
gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade bioló-
gica. (Regulamento)
§ 1º O gravame de que trata este artigo constará de termo de compro-
misso assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de in-
teresse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público
de Imóveis.
§ 2º Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural,
conforme se dispuser em regulamento:
I – a pesquisa científica;
II – a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais;
III – (VETADO)

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§ 3º Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno,


prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular
do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Prote-
ção e de Gestão da unidade.

CAPÍTULO IV
DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.
(Regulamento)
§ 1º (VETADO)
§ 2º A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de es-
tudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a
dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser
em regulamento.
§ 3º No processo de consulta de que trata o § 2º, o Poder Público é obri-
gado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população local e a
outras partes interessadas.
§ 4º Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigató-
ria a consulta de que trata o § 2º deste artigo.
§ 5º As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser
transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção In-
tegral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a
unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos
no § 2º deste artigo.
§ 6º A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modi-
ficação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser
feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a
unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos
no § 2º deste artigo.

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§ 7º A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação


só pode ser feita mediante lei específica.
Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuá-
rias e outras atividades econômicas em andamento e obras públicas licencia-
das, na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exer-
cício de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores
de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação
de Unidade de Conservação, quando, a critério do órgão ambiental compe-
tente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes. (Vide
Medida Provisória n. 239, de 2005) (Incluído pela Lei n. 11.132, de 2005)
(Vide Decreto de 2 de janeiro de 2005)
§ 1º Sem prejuízo da restrição e observada a ressalva constante do caput,
na área submetida a limitações administrativas, não serão permitidas ativi-
dades que importem em exploração a corte raso da floresta e demais formas
de vegetação nativa. (Vide Medida Provisória n. 239, de 2005) (Incluído pela
Lei n. 11.132, de 2005)
§ 2º A destinação final da área submetida ao disposto neste artigo será
definida no prazo de 7 (sete) meses, improrrogáveis, findo o qual fica extinta
a limitação administrativa. (Vide Medida Provisória n. 239, de 2005) (Incluído
pela Lei n. 11.132, de 2005)
Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais
nas Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão
regulados por contrato, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.
§ 1º As populações de que trata este artigo obrigam-se a participar da
preservação, recuperação, defesa e manutenção da unidade de conservação.
§ 2º O uso dos recursos naturais pelas populações de que trata este artigo
obedecerá às seguintes normas:
I – proibição do uso de espécies localmente ameaçadas de extinção ou de
práticas que danifiquem os seus habitats;

1530
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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II – proibição de práticas ou atividades que impeçam a regeneração natu-


ral dos ecossistemas;
III – demais normas estabelecidas na legislação, no Plano de Manejo da
unidade de conservação e no contrato de concessão de direito real de uso.
Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do
ecossistema, integram os limites das unidades de conservação. (Regulamento)
Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambien-
tal e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de
amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.(Regulamento)
§ 1º O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá nor-
mas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da zona de
amortecimento e dos corredores ecológicos de uma unidade de conservação.
§ 2º Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e
as respectivas normas de que trata o § 1º poderão ser definidas no ato de
criação da unidade ou posteriormente.
Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de conservação de ca-
tegorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras
áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do
conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando-
-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a
presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvi-
mento sustentável no contexto regional.(Regulamento)
Parágrafo único. O regulamento desta Lei disporá sobre a forma de gestão
integrada do conjunto das unidades.
Art. 27. As unidades de conservação devem dispor de um Plano de Mane-
jo. (Regulamento)
§ 1º O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação,
sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas
com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comu-
nidades vizinhas.

1531
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§ 2º Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das


Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das
Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das
Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participa-
ção da população residente.
§ 3º O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elabo-
rado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação.
§ 4º O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação
planejada e cultivo de organismos geneticamente modificados nas Áreas de
Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais categorias
de unidade de conservação, observadas as informações contidas na decisão
técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio sobre: (In-
cluído pela Medida Provisória n. 327, de 2006
I – o registro de ocorrência de ancestrais diretos e parentes silvestres;
(Incluído pela Medida Provisória n. 327, de 2006
II – as características de reprodução, dispersão e sobrevivência do organismo
geneticamente modificado; (Incluído pela Medida Provisória n. 327, de 2006
III – o isolamento reprodutivo do organismo geneticamente modificado
em relação aos seus ancestrais diretos e parentes silvestres; e (Incluído pela
Medida Provisória n. 327, de 2006
IV – situações de risco do organismo geneticamente modificado à biodi-
versidade. (Incluído pela Medida Provisória n. 327, de 2006
§ 4º O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação
planejada e cultivo de organismos geneticamente modificados nas Áreas de
Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais categorias
de unidade de conservação, observadas as informações contidas na decisão
técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio sobre: (In-
cluído pela Lei n. 11.460, de 2007)
I – o registro de ocorrência de ancestrais diretos e parentes silvestres;
(Incluído pela Lei n. 11.460, de 2007)

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Delegado

II – as características de reprodução, dispersão e sobrevivência do orga-


nismo geneticamente modificado; (Incluído pela Lei n. 11.460, de 2007)
III – o isolamento reprodutivo do organismo geneticamente modificado
em relação aos seus ancestrais diretos e parentes silvestres; e (Incluído pela
Lei n. 11.460, de 2007)
IV – situações de risco do organismo geneticamente modificado à biodi-
versidade. (Incluído pela Lei n. 11.460, de 2007)
Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer altera-
ções, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus
objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos.
Parágrafo único. Até que seja elaborado o Plano de Manejo, todas as ativi-
dades e obras desenvolvidas nas unidades de conservação de proteção inte-
gral devem se limitar àquelas destinadas a garantir a integridade dos recursos
que a unidade objetiva proteger, assegurando-se às populações tradicionais
porventura residentes na área as condições e os meios necessários para a
satisfação de suas necessidades materiais, sociais e culturais.
Art. 29. Cada unidade de conservação do grupo de Proteção Integral dis-
porá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua
administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de orga-
nizações da sociedade civil, por proprietários de terras localizadas em Refúgio
de Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, na hipótese
prevista no § 2º do art. 42, das populações tradicionais residentes, conforme
se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.(Regulamento)
Art. 30. As unidades de conservação podem ser geridas por organi-
zações da sociedade civil de interesse público com objetivos afins aos da
unidade, mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por
sua gestão.(Regulamento)
Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies
não autóctones.

1533
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo as Áreas de Proteção Ambiental,


as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas e as Reservas de Desenvolvi-
mento Sustentável, bem como os animais e plantas necessários à administração
e às atividades das demais categorias de unidades de conservação, de acordo
com o que se dispuser em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
§ 2º Nas áreas particulares localizadas em Refúgios de Vida Silvestre e
Monumentos Naturais podem ser criados animais domésticos e cultivadas
plantas considerados compatíveis com as finalidades da unidade, de acordo
com o que dispuser o seu Plano de Manejo.
Art. 32. Os órgãos executores articular-se-ão com a comunidade cientí-
fica com o propósito de incentivar o desenvolvimento de pesquisas sobre a
fauna, a flora e a ecologia das unidades de conservação e sobre formas de
uso sustentável dos recursos naturais, valorizando-se o conhecimento das
populações tradicionais.
§ 1º As pesquisas científicas nas unidades de conservação não podem
colocar em risco a sobrevivência das espécies integrantes dos ecossistemas
protegidos.
§ 2º A realização de pesquisas científicas nas unidades de conservação,
exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natu-
ral, depende de aprovação prévia e está sujeita à fiscalização do órgão res-
ponsável por sua administração.
§ 3º Os órgãos competentes podem transferir para as instituições de pes-
quisa nacionais, mediante acordo, a atribuição de aprovar a realização de
pesquisas científicas e de credenciar pesquisadores para trabalharem nas uni-
dades de conservação.
Art. 33. A exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços
obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos naturais, biológicos, cênicos
ou culturais ou da exploração da imagem de unidade de conservação, exceto
Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, de-
penderá de prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento, confor-
me disposto em regulamento.(Regulamento)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 34. Os órgãos responsáveis pela administração das unidades de


conservação podem receber recursos ou doações de qualquer natureza, na-
cionais ou internacionais, com ou sem encargos, provenientes de organi-
zações privadas ou públicas ou de pessoas físicas que desejarem colaborar
com a sua conservação.
Parágrafo único. A administração dos recursos obtidos cabe ao órgão ges-
tor da unidade, e estes serão utilizados exclusivamente na sua implantação,
gestão e manutenção.
Art. 35. Os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de
Proteção Integral mediante a cobrança de taxa de visitação e outras rendas
decorrentes de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade serão
aplicados de acordo com os seguintes critérios:
I – até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na
implementação, manutenção e gestão da própria unidade;
II – até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na
regularização fundiária das unidades de conservação do Grupo;
III – até cinquenta por cento, e não menos que quinze por cento, na im-
plementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do
Grupo de Proteção Integral.
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de
significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental com-
petente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo rela-
tório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manu-
tenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo
com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.(Regulamento)
§ 1º O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta
finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos
para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo ór-
gão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental cau-
sado pelo empreendimento. (Vide ADIN n. 3.378-6, de 2008)

1535
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de con-


servação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no
EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a
criação de novas unidades de conservação.
§ 3º Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica
ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste
artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável
por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao
Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensa-
ção definida neste artigo.
§ 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em virtude
do interesse público, ser cumprida em unidades de conservação de posse e
domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas
na Amazônia Legal. (Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)

CAPÍTULO V
DOS INCENTIVOS, ISENÇÕES E PENALIDADES

Art. 37. (VETADO)


Art. 38. A ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importem
inobservância aos preceitos desta Lei e a seus regulamentos ou resultem em
dano à flora, à fauna e aos demais atributos naturais das unidades de conser-
vação, bem como às suas instalações e às zonas de amortecimento e corre-
dores ecológicos, sujeitam os infratores às sanções previstas em lei.
Art. 39. Dê-se ao art. 40 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a
seguinte redação:
“Art. 40. (VETADO)
“§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as
Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monu-
mentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.” (NR)

1536
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no


interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada
circunstância agravante para a fixação da pena.” (NR)
“§ 3º ....................................................................”
Art. 40. Acrescente-se à Lei no 9.605, de 1998, o seguinte art. 40-A:
“Art. 40-A. (VETADO)
“§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as
Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as
Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Re-
servas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patri-
mônio Natural.” (AC)
“§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no
interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada
circunstância agravante para a fixação da pena.” (AC)
“§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.” (AC)

CAPÍTULO VI
DAS RESERVAS DA BIOSFERA

Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente,


de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com
os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvi-
mento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação
ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida
das populações.(Regulamento)
§ 1º A Reserva da Biosfera é constituída por:
I – uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza;
II – uma ou várias zonas de amortecimento, onde só são admitidas ativi-
dades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e
III – uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, onde o pro-
cesso de ocupação e o manejo dos recursos naturais são planejados e condu-
zidos de modo participativo e em bases sustentáveis.

1537
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A Reserva da Biosfera é constituída por áreas de domínio público ou


privado.
§ 3º A Reserva da Biosfera pode ser integrada por unidades de conserva-
ção já criadas pelo Poder Público, respeitadas as normas legais que discipli-
nam o manejo de cada categoria específica.
§ 4º A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho Deliberativo, forma-
do por representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade
civil e da população residente, conforme se dispuser em regulamento e no ato
de constituição da unidade.
§ 5º A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergoverna-
mental “O Homem e a Biosfera – MAB”, estabelecido pela Unesco, organiza-
ção da qual o Brasil é membro.

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 42. As populações tradicionais residentes em unidades de conser-


vação nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou
compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo
Poder Público, em local e condições acordados entre as partes.(Regulamento)
§ 1º O Poder Público, por meio do órgão competente, priorizará o reassen-
tamento das populações tradicionais a serem realocadas.
§ 2º Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este
artigo, serão estabelecidas normas e ações específicas destinadas a compati-
bilizar a presença das populações tradicionais residentes com os objetivos da
unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos
locais de moradia destas populações, assegurando-se a sua participação na
elaboração das referidas normas e ações.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, as normas regulando o prazo de perma-
nência e suas condições serão estabelecidas em regulamento.

1538
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 43. O Poder Público fará o levantamento nacional das terras devolu-
tas, com o objetivo de definir áreas destinadas à conservação da natureza, no
prazo de cinco anos após a publicação desta Lei.
Art. 44. As ilhas oceânicas e costeiras destinam-se prioritariamente à
proteção da natureza e sua destinação para fins diversos deve ser precedida
de autorização do órgão ambiental competente.
Parágrafo único. Estão dispensados da autorização citada no caput os ór-
gãos que se utilizam das citadas ilhas por força de dispositivos legais ou
quando decorrente de compromissos legais assumidos.
Art. 45. Excluem-se das indenizações referentes à regularização fundiária
das unidades de conservação, derivadas ou não de desapropriação:
I – (VETADO)
II – (VETADO)
III – as espécies arbóreas declaradas imunes de corte pelo Poder Público;
IV – expectativas de ganhos e lucro cessante;
V – o resultado de cálculo efetuado mediante a operação de juros
compostos;
VI – as áreas que não tenham prova de domínio inequívoco e anterior à
criação da unidade.
Art. 46. A instalação de redes de abastecimento de água, esgoto, energia
e infraestrutura urbana em geral, em unidades de conservação onde estes
equipamentos são admitidos depende de prévia aprovação do órgão respon-
sável por sua administração, sem prejuízo da necessidade de elaboração de
estudos de impacto ambiental e outras exigências legais.
Parágrafo único. Esta mesma condição se aplica à zona de amortecimento
das unidades do Grupo de Proteção Integral, bem como às áreas de proprie-
dade privada inseridas nos limites dessas unidades e ainda não indenizadas.
Art. 47. O órgão ou empresa, público ou privado, responsável pelo abas-
tecimento de água ou que faça uso de recursos hídricos, beneficiário da pro-

1539
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

teção proporcionada por uma unidade de conservação, deve contribuir finan-


ceiramente para a proteção e implementação da unidade, de acordo com o
disposto em regulamentação específica.(Regulamento)
Art. 48. O órgão ou empresa, público ou privado, responsável pela gera-
ção e distribuição de energia elétrica, beneficiário da proteção oferecida por
uma unidade de conservação, deve contribuir financeiramente para a prote-
ção e implementação da unidade, de acordo com o disposto em regulamen-
tação específica.(Regulamento)
Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção
Integral é considerada zona rural, para os efeitos legais.
Parágrafo único. A zona de amortecimento das unidades de conservação
de que trata este artigo, uma vez definida formalmente, não pode ser trans-
formada em zona urbana.
Art. 50. O Ministério do Meio Ambiente organizará e manterá um Cadas-
tro Nacional de Unidades de Conservação, com a colaboração do Ibama e dos
órgãos estaduais e municipais competentes.
§ 1º O Cadastro a que se refere este artigo conterá os dados principais de
cada unidade de conservação, incluindo, dentre outras características rele-
vantes, informações sobre espécies ameaçadas de extinção, situação fundiá-
ria, recursos hídricos, clima, solos e aspectos socioculturais e antropológicos.
§ 2º O Ministério do Meio Ambiente divulgará e colocará à disposição do
público interessado os dados constantes do Cadastro.
Art. 51. O Poder Executivo Federal submeterá à apreciação do Congresso
Nacional, a cada dois anos, um relatório de avaliação global da situação das
unidades de conservação federais do País.
Art. 52. Os mapas e cartas oficiais devem indicar as áreas que compõem
o SNUC.
Art. 53. O Ibama elaborará e divulgará periodicamente uma relação re-
vista e atualizada das espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção no
território brasileiro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O Ibama incentivará os competentes órgãos estaduais e


municipais a elaborarem relações equivalentes abrangendo suas respectivas
áreas de jurisdição.
Art. 54. O Ibama, excepcionalmente, pode permitir a captura de exem-
plares de espécies ameaçadas de extinção destinadas a programas de criação
em cativeiro ou formação de coleções científicas, de acordo com o disposto
nesta Lei e em regulamentação específica.
Art. 55. As unidades de conservação e áreas protegidas criadas com base
nas legislações anteriores e que não pertençam às categorias previstas nesta
Lei serão reavaliadas, no todo ou em parte, no prazo de até dois anos, com
o objetivo de definir sua destinação com base na categoria e função para as
quais foram criadas, conforme o disposto no regulamento desta Lei. (Regu-
lamento) (Regulamento)
Art. 56. (VETADO)
Art. 57. Os órgãos federais responsáveis pela execução das políticas am-
biental e indigenista deverão instituir grupos de trabalho para, no prazo de
cento e oitenta dias a partir da vigência desta Lei, propor as diretrizes a se-
rem adotadas com vistas à regularização das eventuais superposições entre
áreas indígenas e unidades de conservação.
Parágrafo único. No ato de criação dos grupos de trabalho serão fixados os
participantes, bem como a estratégia de ação e a abrangência dos trabalhos,
garantida a participação das comunidades envolvidas.
Art. 57-A. O Poder Executivo estabelecerá os limites para o plantio de or-
ganismos geneticamente modificados nas áreas que circundam as unidades de
conservação, até que seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o seu
respectivo Plano de Manejo. (Incluído pela Medida Provisória n. 327, de 2006)
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às Áreas de Proteção
Ambiental e Reservas de Particulares do Patrimônio Natural. (Incluído pela
Medida Provisória n. 327, de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 57-A. O Poder Executivo estabelecerá os limites para o plantio de


organismos geneticamente modificados nas áreas que circundam as unidades
de conservação até que seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o
seu respectivo Plano de Manejo. (Incluído pela Lei n. 11.460, de 2007)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica às Áreas
de Proteção Ambiental e Reservas de Particulares do Patrimônio Nacional.
(Incluído pela Lei n. 11.460, de 2007) Regulamento.
Art. 58. O Poder Executivo regulamentará esta Lei, no que for necessá-
rio à sua aplicação, no prazo de cento e oitenta dias a partir da data de sua
publicação.
Art. 59. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 60. Revogam-se os arts. 5º e 6º da Lei no 4.771, de 15 de setembro
de 1965; o art. 5º da Lei no 5.197, de 3 de janeiro de 1967; e o art. 18 da
Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Brasília, 18 de julho de 2000; 179º da Independência e 112º da República.


MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL
José Sarney Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.7.2000*

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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LEI N. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas


e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO)

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes

previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua

culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e

de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa

jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a

sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e

penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja

cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu

órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das

pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua

personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à

qualidade do meio ambiente.

Art. 5º (VETADO)

1543
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II

DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente

observará:

I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas

consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de

interesse ambiental;

III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as

privativas de liberdade quando:

I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade

inferior a quatro anos;

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade

do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem

que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção

do crime.

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo

terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I – prestação de serviços à comunidade;

II – interdição temporária de direitos;

III – suspensão parcial ou total de atividades;

IV – prestação pecuniária;

V – recolhimento domiciliar.

1544
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao

condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades

de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada,

na restauração desta, se possível.

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de

o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais

ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo

prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de

crimes culposos.

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não

estiverem obedecendo às prescrições legais.

Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à

vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância,

fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos

e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de

eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso

de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,

frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido

nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a

sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II – arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação

do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III – comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação

ambiental;

1545
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle

ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem

ou qualificam o crime:

I – reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II – ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o

meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato

do Poder Público, a regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por

verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das

autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

1546
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena

pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não

superior a três anos.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do

Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as

condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção

ao meio ambiente.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se

revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada

até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,

fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e

cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível

poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o

valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando

os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução

poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do  caput, sem prejuízo da

liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às

pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:

I – multa;

II – restritivas de direitos;

III – prestação de serviços à comunidade.

1547
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I – suspensão parcial ou total de atividades;

II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações.

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem

obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do

meio ambiente.

§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou

atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo

com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,

subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica

consistirá em:

I – custeio de programas e de projetos ambientais;

II – execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

III – manutenção de espaços públicos;

IV – contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente,

com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta

Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado

instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário

Nacional.

1548
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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CAPÍTULO III

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO


ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e

instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo

tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues

a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e

cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. (Redação dada pela

Lei n. 13.052, de 2014)

§ 2º Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no

§ 1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em

condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu

bem-estar físico. (Redação dada pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados

e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins

beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 4º Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos

ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando

do §3º para §4º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,

garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do

§4º para §5º pela Lei n. 13.052, de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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CAPÍTULO IV

DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública

incondicionada.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de

aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76

da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada

desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata

o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de

1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei,

com as seguintes modificações:

I  – a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do

artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação

do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1º

do mesmo artigo;

II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa

a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período

máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com

suspensão do prazo da prescrição;

III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos

II, III e IV do § 1º do artigo mencionado no caput;

IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo

de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu

1550
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo

previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V – esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de

punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado

tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE


Seção I
Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna

silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I – quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em

desacordo com a obtida;

II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em

cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da

fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos

dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida

permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada

ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de

aplicar a pena.

1551
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às

espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que

tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do

território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que

somente no local da infração;

II – em período proibido à caça;

III – durante a noite;

IV – com abuso de licença;

V – em unidade de conservação;

VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar

destruição em massa.

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de

caça profissional.

§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em

bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial

favorável e licença expedida por autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais

silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

1552
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou

cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando

existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do

animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais,

o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,

açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura

de domínio público;

II  – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas,

sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;

III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza

sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta

náutica.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares

interditados por órgão competente:

Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização
de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;

1553
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III  – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes


provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I  – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam
efeito semelhante;
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua
família;
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.

Seção II

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação

permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das

normas de proteção:

1554
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena  – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em

estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou

utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei n.

11.428, de 2006).

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente. (Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

(Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação

permanente, sem permissão da autoridade competente:

Pena  – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às

áreas de que trata o art. 27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990,

independentemente de sua localização:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as

Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os

Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei

n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei n.

9.985, de 2000)

1555
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as

Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico,

as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna,

as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do

Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei n. 9.985,

de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela

Lei n. 9.985, de 2000)

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses

a um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar

incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou

qualquer tipo de assentamento humano:

Pena  – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 43. (VETADO)

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de

preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou

qualquer espécie de minerais:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

1556
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim

classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou

para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as

determinações legais:

Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,

lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de

licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se

da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,

tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros

produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem

ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais

formas de vegetação:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou

meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade

privada alheia:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação

fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

1557
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,

plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização

do órgão competente: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei

n. 11.284, de 2006)

§ 1º  Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência

imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena

será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais

formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias

ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou

subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um

sexto a um terço se:

I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a

modificação do regime climático;

II – o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça

ocorra somente no local da infração;

1558
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem

a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que

momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos

à saúde da população;

III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do

abastecimento público de água de uma comunidade;

IV – dificultar ou impedir o uso público das praias;

V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou

detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem

deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de

precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

1559
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a

competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo

com a obtida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a

área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença,

concessão ou determinação do órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,

fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto

ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio

ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus

regulamentos:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 12.305,

de 2010)

I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza

em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei

n. 12.305, de 2010)

II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla

ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida

em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.305, de 2010)

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é

aumentada de um sexto a um terço.

§ 3º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 57. (VETADO)

1560
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão

aumentadas:

I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio

ambiente em geral;

II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave

em outrem;

III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão

aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.

Art. 59. (VETADO)

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar

dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Seção IV

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão

judicial;

1561
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica

ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente

protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu

valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,

arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade

competente ou em desacordo com a concedida:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu

entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico,

artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou

monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo

com a concedida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento

urbano: (Redação dada pela Lei n. 12.408, de 2011)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada

pela Lei n. 12.408, de 2011)


§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude

do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses

a 1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei

n. 12.408, de 2011)

§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de

valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde

1562
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Delegado

que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário

do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão

competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas

pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do

patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei n. 12.408, de 2011)

Seção V

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a

verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos

de autorização ou de licenciamento ambiental:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão

em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou

serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de

cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano,

sem prejuízo da multa.

Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato

de questões ambientais:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

1563
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão

florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou

relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por

omissão: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

§ 1º Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano

significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa,

incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

CAPÍTULO VI

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou

omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e

recuperação do meio ambiente.

§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental

e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais

integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados

para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos

Portos, do Ministério da Marinha.

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir

representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito

do exercício do seu poder de polícia.

1564
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental

é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo

administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.

§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo

próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas

as disposições desta Lei.

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental

deve observar os seguintes prazos máximos:

I – vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto

de infração, contados da data da ciência da autuação;

II – trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração,

contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;

III – vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância

superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de

Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento

da notificação.

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes

sanções, observado o disposto no art. 6º:

I – advertência;

II – multa simples;

III – multa diária;

IV  – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,

instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza

utilizados na infração;

V – destruição ou inutilização do produto;

1565
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – suspensão de venda e fabricação do produto;

VII – embargo de obra ou atividade;

VIII – demolição de obra;

IX – suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI – restritiva de direitos.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-

lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta

Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo

das demais sanções previstas neste artigo.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência

ou dolo:

I  – advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de

saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela

Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;

II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania

dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 4º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,

melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração

se prolongar no tempo.

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão

ao disposto no art. 25 desta Lei.

§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas

quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem

obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.

1566
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I – suspensão de registro, licença ou autorização;

II – cancelamento de registro, licença ou autorização;

III – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

IV – perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em

estabelecimentos oficiais de crédito;

V – proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de

até três anos.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração

ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado

pela Lei n. 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto

n. 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio

ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma

ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no

regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices

estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta

reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,

Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de

incidência.

1567
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CAPÍTULO VII

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons

costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a

necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para:

I – produção de prova;

II – exame de objetos e lugares;

III – informações sobre pessoas e coisas;

IV – presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham

relevância para a decisão de uma causa;

V – outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou

pelos tratados de que o Brasil seja parte.

§ 1º A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da

Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente

para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.

§ 2º A solicitação deverá conter:

I – o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

II – o objeto e o motivo de sua formulação;

III – a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;

IV – a especificação da assistência solicitada;

V – a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o

caso.

Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente

para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema

de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações

com órgãos de outros países.

1568
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código

Penal e do Código de Processo Penal.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais

integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos

e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis

de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com

força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas

físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e

funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos

ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores. (Redação

dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 1º O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,

exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas

no  caput possam promover as necessárias correções de suas atividades,

para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais

competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre:

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

I – o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos

respectivos representantes legais; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

1569
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade

das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e

o máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período;

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto

e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços

exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

IV – as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica

compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento

das obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

V – o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior

ao valor do investimento previsto; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

VI – o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março

de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento

de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais,

considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo

de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas

interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento

escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo

ser firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

1570
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2º e

enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de compromisso,

ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração do

instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física

ou jurídica que o houver firmado. (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

§ 4º A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não

impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do

requerimento. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso,

quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito

ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias,

contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 7º O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá

conter as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e

jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser

publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa

dias a contar de sua publicação.


Art. 81. (VETADO)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.

1571
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Delegado

LEI COMPLEMENTAR N. 140, DE DEZEMBRO DE 2011

Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do pará-
grafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência comum rela-
tivas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à pre-
servação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de
31 de agosto de 1981.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei Complementar fixa normas, nos termos dos  incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Fede-
ral, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
nicípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do
meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à pre-
servação das florestas, da fauna e da flora.
Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:
I – licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a
licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental;
II – atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente
federativo originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses definidas
nesta Lei Complementar;

1572
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no


desempenho das atribuições decorrentes das competências comuns, quando
solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das atribuições defi-
nidas nesta Lei Complementar.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, no exercício da competência comum a que se
refere esta Lei Complementar:
I – proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equi-
librado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente;
II – garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a prote-
ção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradi-
cação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais;
III – harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobre-
posição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de
atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente;
IV – garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respei-
tadas as peculiaridades regionais e locais.

CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO

Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes


instrumentos de cooperação institucional:
I – consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor;
II – convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos si-
milares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da
Constituição Federal;
III – Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Co-
missão Bipartite do Distrito Federal;
IV – fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;

1573
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados


os requisitos previstos nesta Lei Complementar;
VI – delegação da execução de ações administrativas de um ente federa-
tivo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar.
§ 1º Os instrumentos mencionados no inciso II do caput podem ser firma-
dos com prazo indeterminado.
§ 2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por
representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental
compartilhada e descentralizada entre os entes federativos.
§ 3º As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamen-
te, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos
Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e
descentralizada entre os entes federativos.
§ 4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamen-
te, por representantes dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal,
com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentrali-
zada entre esses entes federativos.
§ 5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal
terão sua organização e funcionamento regidos pelos respectivos regimentos
internos.
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução
de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que
o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a
executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio
ambiente.
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos
do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio,
devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações
administrativas a serem delegadas.

1574
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO

Art. 6º As ações de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Fede-


ral e os Municípios deverão ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos
previstos no art. 3º e a garantir o desenvolvimento sustentável, harmonizan-
do e integrando todas as políticas governamentais.
Art. 7º São ações administrativas da União:
I – formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Na-
cional do Meio Ambiente;
II – exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições;
III – promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente
nos âmbitos nacional e internacional;
IV – promover a integração de programas e ações de órgãos e entidades
da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental;
V – articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio à Polí-
tica Nacional do Meio Ambiente;
VI – promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à
proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos;
VII – promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com
as de Recursos Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial
e outras;
VIII – organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da
administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o
Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);
IX – elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional;
X – definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos;

1575
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XI – promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de en-


sino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente;
XII – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente, na forma da lei;
XIII – exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja
atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União;
XIV – promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continen-
tal ou na zona econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas
pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos ter-
mos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das
Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de ju-
nho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armaze-
nar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Co-
missão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a par-
tir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação
de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e consi-
derados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou
empreendimento; Regulamento
XV – aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e forma-
ções sucessoras em:

1576
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de


conservação instituídas pela União, exceto em APAs; e
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambiental-
mente, pela União;
XVI – elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de ex-
tinção e de espécies sobre-explotadas no território nacional, mediante laudos
e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas
espécies in situ;
XVII  – controlar a introdução no País de espécies exóticas potencialmente
invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas;
XVIII – aprovar a liberação de exemplares de espécie exótica da fauna e
da flora em ecossistemas naturais frágeis ou protegidos;
XIX – controlar a exportação de componentes da biodiversidade brasileira
na forma de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, par-
tes ou produtos deles derivados;
XX – controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas;
XXI – proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação pre-
vista no inciso XVI;
XXII – exercer o controle ambiental da pesca em âmbito nacional ou regional;
XXIII – gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional
associado, respeitadas as atribuições setoriais;
XXIV – exercer o controle ambiental sobre o transporte marítimo de pro-
dutos perigosos; e
XXV – exercer o controle ambiental sobre o transporte interestadual, flu-
vial ou terrestre, de produtos perigosos.
Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização
compreenda concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da
zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos
em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição
da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro

1577
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios


de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. Re-
gulamento
Art. 8º São ações administrativas dos Estados:
I  – executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do
Meio Ambiente e demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental;
II – exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições;
III  – formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política
Estadual de Meio Ambiente;
IV – promover, no âmbito estadual, a integração de programas e ações de
órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental;
V – articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Po-
líticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente;
VI – promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à
proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos;
VII – organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais com-
petentes, o Sistema Estadual de Informações sobre Meio Ambiente;
VIII – prestar informações à União para a formação e atualização do Sinima;
IX – elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformi-
dade com os zoneamentos de âmbito nacional e regional;
X – definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos;
XI – promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de en-
sino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente;
XII – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente, na forma da lei;

1578
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIII  – exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos


cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos
Estados;
XIV – promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendi-
mentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente po-
luidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental,
ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º;
XV – promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendi-
mentos localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas
pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
XVI – aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e forma-
ções sucessoras em:
a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, ex-
ceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7º; e
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambiental-
mente, pelo Estado;
XVII – elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de
extinção no respectivo território, mediante laudos e estudos técnico-científi-
cos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ;
XVIII – controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas
destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o
disposto no inciso XX do art. 7º;
XIX – aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre;
XX – exercer o controle ambiental da pesca em âmbito estadual; e
XXI – exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de pro-
dutos perigosos, ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7º.
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios:

1579
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e


Estadual de Meio Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacio-
nadas à proteção do meio ambiente;
II – exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições;
III – formular, executar e fazer cumprir a Política Municipal de Meio Am-
biente;
IV – promover, no Município, a integração de programas e ações de órgãos
e entidades da administração pública federal, estadual e municipal, relaciona-
dos à proteção e à gestão ambiental;
V – articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Po-
líticas Nacional, Estadual e Municipal de Meio Ambiente;
VI – promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à
proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos;
VII – organizar e manter o Sistema Municipal de Informações sobre Meio
Ambiente;
VIII – prestar informações aos Estados e à União para a formação e atuali-
zação dos Sistemas Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente;
IX – elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais;
X – definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos;
XI – promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de en-
sino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente;
XII – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente, na forma da lei;
XIII  – exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos
cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao
Município;

1580
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIV – observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas


nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades
ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, con-
forme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Am-
biente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, ex-
ceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
XV – observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas
nesta Lei Complementar, aprovar:
a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações suces-
soras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas
pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e
b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações su-
cessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente,
pelo Município.
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos
arts. 8º e 9º.
Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas
à autorização de manejo e supressão de vegetação, considerada a sua ca-
racterização como vegetação primária ou secundária em diferentes estágios
de regeneração, assim como a existência de espécies da flora ou da fauna
ameaçadas de extinção.
Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empre-
endimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental,
e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério do ente
federativo instituidor da unidade de conservação não será aplicado às Áreas
de Proteção Ambiental (APAs).

1581
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A definição do ente federativo responsável pelo licencia-


mento e autorização a que se refere o caput, no caso das APAs, seguirá os
critérios previstos nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7º,
no inciso XIV do art. 8º e na alínea “a” do inciso XIV do art. 9º.
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados,
ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atri-
buições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao
órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante,
respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.
§ 2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é
autorizada pelo ente federativo licenciador.
§ 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros
serviços afins devem guardar relação de proporcionalidade com o custo e a
complexidade do serviço prestado pelo ente federativo.
Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos
para tramitação dos processos de licenciamento.
§ 1º As exigências de complementação oriundas da análise do empreendi-
mento ou atividade devem ser comunicadas pela autoridade licenciadora de uma
única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas decorrentes de fatos novos.
§ 2º As exigências de complementação de informações, documentos ou
estudos feitas pela autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação,
que continua a fluir após o seu atendimento integral pelo empreendedor.
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença
ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela
dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art. 15.
§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antece-
dência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de vali-
dade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado
até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.

1582
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações


administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes
hipóteses:
I – inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente
no Estado ou no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações admi-
nistrativas estaduais ou distritais até a sua criação;
II – inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente
no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas munici-
pais até a sua criação; e
III – inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambien-
te no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações administra-
tivas até a sua criação em um daqueles entes federativos.
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á
por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem preju-
ízo de outras formas de cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente origina-
riamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar.
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autoriza-
ção, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de
infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de in-
frações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade
licenciada ou autorizada.
§ 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambien-
tal decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambien-
tais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a
que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia.
§ 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade
ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determi-
nar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imedia-
tamente ao órgão competente para as providências cabíveis.

1583
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes


federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empre-
endimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores
de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o
auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de
licenciamento ou autorização a que se refere o caput.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 18. Esta Lei Complementar aplica-se apenas aos processos de licen-


ciamento e autorização ambiental iniciados a partir de sua vigência.
§ 1º Na hipótese de que trata a alínea “h” do inciso XIV do art. 7º, a apli-
cação desta Lei Complementar dar-se-á a partir da entrada em vigor do ato
previsto no referido dispositivo.
§ 2º Na hipótese de que trata a alínea “a” do inciso XIV do art. 9º, a apli-
cação desta Lei Complementar dar-se-á a partir da edição da decisão do res-
pectivo Conselho Estadual.
§ 3º Enquanto não forem estabelecidas as tipologias de que tratam os §§
1º e 2º deste artigo, os processos de licenciamento e autorização ambiental
serão conduzidos conforme a legislação em vigor.
Art. 19. O manejo e a supressão de vegetação em situações ou áreas não
previstas nesta Lei Complementar dar-se-ão nos termos da legislação em vigor.
Art. 20. O art. 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabe-
lecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou poten-
cialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.
§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão
serão publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de

1584
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão


ambiental competente.
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado).” (NR)
Art. 21. Revogam-se os §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 e o § 1º do art. 11 da
Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 8 de dezembro de 2011; 190º da Independência e


123º da República.
DILMA ROUSSEFF
Francisco Gaetani
Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.12.2011 e retifi-
cado em 12.12.2011
*

1585
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

RESOLUÇÃO CONAMA N. 428 DE 17/12/2010


Dispõe, no âmbito do licenciamento ambiental, sobre a autorização do órgão res-
ponsável pela administração da Unidade de Conservação (UC), de que trata o art.
36, § 3º, da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, bem como sobre a ciência do
órgão responsável pela administração da UC no caso de licenciamento ambiental
de empreendimentos não sujeitos a EIA-RIMA e dá outras providências.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das atribuições


e competências que lhe são conferidas pelo art. 8º da Lei n. 6.938, de 31 de
agosto de 1981, regulamentado pelo Decreto n. 99.274, de 06 de julho de
1990 e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria
MMA n. 168, de 13 de junho de 2005, e:
Considerando a necessidade de regulamentar os procedimentos de licen-
ciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental
que afetem as Unidades de Conservação específicas ou suas zonas de amor-
tecimento,

Resolve:

Art. 1º O licenciamento de empreendimentos de significativo impacto


ambiental que possam afetar Unidade de Conservação (UC) específica ou
sua zona de amortecimento (ZA), assim considerado pelo órgão ambiental
licenciador, com fundamento em Estudo de Impacto Ambiental e respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), só poderá ser concedido após
autorização do órgão responsável pela administração da UC ou, no caso das
Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), pelo órgão responsável
pela sua criação.
§ 1º Para efeitos desta Resolução, entende-se por órgão responsável pela
administração da UC, os órgãos executores do Sistema Nacional de Unida-
de de Conservação-SNUC, conforme definido no inciso III, art. 6º da Lei n.
9.985, de 18 de julho de 2000.

1586
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Durante o prazo de 5 anos, contados a partir da publicação desta


Resolução, o licenciamento de empreendimentos de significativo impacto am-
biental, localizados numa faixa de 3 mil metros a partir do limite da UC, cuja
ZA não esteja estabelecida, sujeitar-se-á ao procedimento previsto no caput,
com exceção de RPPNs, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e Áreas Urbanas
Consolidadas.
Art. 2º A autorização de que trata esta Resolução deverá ser solicitada
pelo órgão ambiental licenciador, antes da emissão da primeira licença pre-
vista, ao órgão responsável pela administração da UC que se manifestará
conclusivamente após avaliação dos estudos ambientais exigidos dentro do
procedimento de licenciamento ambiental, no prazo de até 60 dias, a partir
do recebimento da solicitação.
§ 1º A autorização deverá ser solicitada pelo órgão ambiental licenciador,
no prazo máximo de 15 dias, após o aceite do EIA/RIMA.
§ 2º O órgão ambiental licenciador deverá, antes de emitir os Termos de
Referência do EIA/RIMA, consultar formalmente o órgão responsável pela
administração da UC quanto à necessidade e ao conteúdo exigido de estudos
específicos relativos a impacto do empreendimento na UC e na respectiva ZA,
o qual se manifestará no prazo máximo de 15 dias úteis, contados do recebi-
mento da consulta.
§ 3º Os estudos específicos a serem solicitados deverão ser restritos à
avaliação dos impactos do empreendimento na UC ou sua ZA e aos objetivos
de sua criação.
§ 4º O órgão responsável pela administração da UC facilitará o acesso às
informações pelo interessado.
§ 5º Na existência de Plano de Manejo da UC, devidamente publicado, este
deverá ser observado para orientar a avaliação dos impactos na UC específica
ou sua ZA.

1587
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Na hipótese de inobservância do prazo previsto no caput, o órgão res-


ponsável pela administração da UC deverá encaminhar, ao órgão licenciador e
ao órgão central do SNUC, a justificativa para o descumprimento.
Art. 3º O órgão responsável pela administração da UC decidirá, de forma
motivada:
I – pela emissão da autorização;
II – pela exigência de estudos complementares, desde que previstos no
termo de referência;
III – pela incompatibilidade da alternativa apresentada para o empreendi-
mento com a UC; ou
IV – pelo indeferimento da solicitação.
§ 1º A autorização integra o processo de licenciamento ambiental e espe-
cificará, caso necessário, as condições técnicas que deverão ser consideradas
nas licenças.
§ 2º Os estudos complementares deverão ter todo seu escopo definido
uma única vez, sendo vedada, após essa oportunidade, a solicitação de novas
demandas, salvo quando decorrerem das complementações solicitadas.
§ 3º A não apresentação dos estudos complementares específicos, no
prazo acordado com o empreendedor para resposta, quando não justificada,
ensejará o arquivamento da solicitação de autorização.
§ 4º A contagem do prazo para manifestação do órgão responsável pela
administração da UC será interrompida durante a elaboração dos estudos
complementares específicos ou preparação de esclarecimentos, sendo reto-
mada, acrescido de mais 30 dias, em relação ao prazo original, se necessário.
§ 5º Em caso de indeferimento da autorização, o empreendedor será co-
municado pelo órgão ambiental licenciador e poderá requerer a revisão da
decisão.
§ 6º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo poderão ser apresen-
tadas, pelo empreendedor, alternativas ao projeto em análise, que busquem
compatibilizar o empreendimento com a UC e sua ZA.
Art. 4º Caso o empreendimento de significativo impacto ambiental afete
duas ou mais UCs de domínios distintos, caberá ao órgão licenciador conso-

1588
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

lidar as manifestações dos órgãos responsáveis pela administração das res-


pectivas UCs.
Art. 5º Nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos
não sujeitos a EIA/RIMA, o órgão ambiental licenciador deverá dar ciência ao
órgão responsável pela administração da UC, quando o empreendimento:
I – puder causar impacto direto em UC;
II – estiver localizado na sua ZA; ou
III – estiver localizado no limite de até 2 mil metros da UC, cuja ZA não
tenha sido estabelecida no prazo de até 5 anos a partir da data da publicação
desta Resolução.
§ 1º Os órgãos licenciadores deverão disponibilizar na rede mundial de
computadores as informações sobre os processos de licenciamento em curso.
§ 2º Em se tratando de Áreas Urbanas Consolidadas, das APAs e RPPNs,
não se aplicará o disposto no inciso III.
§ 3º Nos casos de RPPN, o órgão licenciador deverá dar ciência ao órgão
responsável pela sua criação e ao proprietário da mesma.
Art. 6º Os órgãos ambientais licenciadores estaduais e municipais pode-
rão adotar normas complementares, observadas as regras gerais desta Re-
solução.
Art. 7º Os procedimentos e autorizações previstos nesta Resolução se
aplicam às UCs criadas até a data de requerimento da licença ambiental.
Art. 8º Ficam revogadas as Resoluções Conama n.s 10, de 14 de dezem-
bro de 1988, 11, de 3 de dezembro de 1987, 12, de 14 de dezembro de 1988,
13, de 6 de dezembro de 1990; bem como o inciso II, do art. 2º e § 1º do art.
4º da Resolução Conama n. 347, de 10 de setembro de 2004, e o parágrafo
único do art. 3º da Resolução Conama n. 378, de 19 de outubro de 2006.
Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

IZABELLA TEIXEIRA
Presidente do Conselho

1589
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 6.938, DE AGOSTO DE 1981

Regulamento Dispõe sobre a Política Nacional do


Regulamento Meio Ambiente, seus fins e mecanismos
Mensagem de veto de formulação e aplicação, e dá outras
(Vide Decreto de 15 de setembro de 2010) providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art.
235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus
fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do
Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Reda-
ção dada pela Lei n. 8.028, de 1990)

DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preser-
vação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visan-
do assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios:
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, conside-
rando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V – controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras;
VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o
uso racional e a proteção dos recursos ambientais;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental;


VIII – recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X – educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação
da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do
meio ambiente.
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas;
II – degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das caracte-
rísticas do meio ambiente;
III – poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de ativida-
des que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
IV – poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degrada-
ção ambiental;
V – recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos
da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei n. 7.804, de 1989)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:


I – à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preser-
vação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à
qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos
Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios; (Vide decreto n.
5.975, de 2006)
III – ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e
de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orienta-
das para o uso racional de recursos ambientais;
V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulga-
ção de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência
pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do
equilíbrio ecológico;
VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á
sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a ma-
nutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/
ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização
de recursos ambientais com fins econômicos.
Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formula-
das em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se re-
laciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio
ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei.
Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas serão exer-
cidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal,


dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder
Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, cons-
tituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
I – órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar
o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação
dada pela Lei n. 8.028, de 1990)
II – órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambien-
te (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho
de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os
recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e es-
sencial à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei n. 8.028, de 1990)
III – órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da Re-
pública, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar,
como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas
para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei n. 8.028, de 1990)
IV – órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Re-
cursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conserva-
ção da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar
e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente, de acordo com as respectivas competências; (Redação dada pela
Lei n. 12.856, de 2013)
V – Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis
pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de ativi-
dades capazes de provocar a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei
n. 7.804, de 1989)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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VI – Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo


controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;
(Incluído pela Lei n. 7.804, de 1989)
§ 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua juris-
dição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados
com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA.
§ 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estadu-
ais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste
artigo deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua funda-
mentação, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada.
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado
a criar uma Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.804, de 1989)

DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 7º (Revogado pela Lei n. 8.028, de 1990)


Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei n. 8.028, de 1990)
I – estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser con-
cedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei
n. 7.804, de 1989)
II – determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das
alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos
ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem
assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação
dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras
ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas
consideradas patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei n. 8.028, de 1990)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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III – (Revogado pela Lei n. 11.941, de 2009)


IV – homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniá-
rias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambien-
tal; (VETADO);
V – determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de
benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicio-
nal, e a perda ou suspensão de participação em linhas de fiananciamento em
estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada pela Lei n. 7.804, de 1989)
VI – estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle
da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante
audiência dos Ministérios competentes;
VII – estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos
recursos ambientais, principalmente os hídricos.
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas
funções, o Presidente do Conama. (Incluído pela Lei n. 8.028, de 1990)

DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:


I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II – o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III – a avaliação de impactos ambientais;
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras;
V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder
Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental,
de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela
Lei n. 7.804, de 1989)

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VII – o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;


VIII – o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa
Ambiental;
IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento
das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X – a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divul-
gado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Natu-
rais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei n. 7.804, de 1989)
XI – a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente,
obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; (Incluído
pela Lei n. 7.804, de 1989)
XII – o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/
ou utilizadoras dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei n. 7.804, de 1989)
XIII – instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão am-
biental, seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)
Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurí-
dica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo
firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua
propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os re-
cursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. (Redação dada
pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 1º O instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental deve in-
cluir, no mínimo, os seguintes itens: (Redação dada pela Lei n. 12.651, de 2012).
I – memorial descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo me-
nos um ponto de amarração georreferenciado; (Incluído pela Lei n. 12.651,
de 2012).
II – objeto da servidão ambiental; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
III – direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor; (Incluído
pela Lei n. 12.651, de 2012).
IV – prazo durante o qual a área permanecerá como servidão ambiental.
(Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).

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§ 2º A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Perma-


nente e à Reserva Legal mínima exigida. (Redação dada pela Lei n. 12.651,
de 2012).
§ 3º A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão
ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.
(Redação dada pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 4º Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no registro de
imóveis competente: (Redação dada pela Lei n. 12.651, de 2012).
I – o instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental; (Incluído
pela Lei n. 12.651, de 2012).
II – o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambien-
tal. (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 5º Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão ambiental
deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos. (Redação
dada pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 6º É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alte-
ração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer
título, de desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel. (Incluído
pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 7º As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal,
nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, passam
a ser consideradas, pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.651, de 2012).
Art. 9º-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, tempo-
rária ou perpétua. (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 1º O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 15 (quinze)
anos. (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 2º A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tribu-
tários e de acesso aos recursos de fundos públicos, à Reserva Particular do
Patrimônio Natural - RPPN, definida no art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho
de 2000. (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).

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§ 3º O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou trans-


feri-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em caráter definitivo,
em favor de outro proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a
conservação ambiental como fim social. (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
Art. 9º-C. O contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão
ambiental deve ser averbado na matrícula do imóvel. (Incluído pela Lei n.
12.651, de 2012).
§ 1º O contrato referido no caput deve conter, no mínimo, os seguintes
itens: (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
I – a delimitação da área submetida a preservação, conservação ou recu-
peração ambiental; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
II – o objeto da servidão ambiental; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
III – os direitos e deveres do proprietário instituidor e dos futuros adqui-
rentes ou sucessores; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
IV – os direitos e deveres do detentor da servidão ambiental; (Incluído
pela Lei n. 12.651, de 2012).
V – os benefícios de ordem econômica do instituidor e do detentor da ser-
vidão ambiental; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
VI – a previsão legal para garantir o seu cumprimento, inclusive medi-
das judiciais necessárias, em caso de ser descumprido. (Incluído pela Lei n.
12.651, de 2012).
§ 2º São deveres do proprietário do imóvel serviente, entre outras obriga-
ções estipuladas no contrato: (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
I – manter a área sob servidão ambiental; (Incluído pela Lei n. 12.651,
de 2012).
II – prestar contas ao detentor da servidão ambiental sobre as condições
dos recursos naturais ou artificiais; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
III – permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo detentor da servidão
ambiental; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).

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IV – defender a posse da área serviente, por todos os meios em direito


admitidos. (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
§ 3º São deveres do detentor da servidão ambiental, entre outras obriga-
ções estipuladas no contrato: (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
I – documentar as características ambientais da propriedade; (Incluído
pela Lei n. 12.651, de 2012).
II – monitorar periodicamente a propriedade para verificar se a servidão
ambiental está sendo mantida; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
III – prestar informações necessárias a quaisquer interessados na aquisi-
ção ou aos sucessores da propriedade; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
IV – manter relatórios e arquivos atualizados com as atividades da área
objeto da servidão; (Incluído pela Lei n. 12.651, de 2012).
V – defender judicialmente a servidão ambiental. (Incluído pela Lei n.
12.651, de 2012).
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabe-
lecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou po-
tencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degrada-
ção ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 140, de 2011)
§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão
serão publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de
grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão
ambiental competente. (Redação dada pela Lei Complementar n. 140, de 2011)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar n. 140, de 2011)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar n. 140, de 2011)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar n. 140, de 2011)
Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para
implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no
artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA. (Vide Lei
n. 7.804, de 1989)

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§ 1º (Revogado pela Lei Complementar n. 140, de 2011)


§ 2º Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de pro-
jetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a
recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração
predatórios ou poluidores.
Art. 12. As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governa-
mentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios
ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos
critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA.
Parágrafo único. As entidades e órgãos referidos no caput deste artigo
deverão fazer constar dos projetos a realização de obras e aquisição de equi-
pamentos destinados ao controle de degradação ambiental e a melhoria da
qualidade do meio ambiente.
Art. 13. O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao meio
ambiente, visando:
I – ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos
destinados a reduzir a degradação da qualidade ambiental;
II – à fabricação de equipamentos antipoluidores;
III – a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos
ambientais.
Parágrafo único. Os órgãos, entidades e programas do Poder Público, desti-
nados ao incentivo das pesquisas científicas e tecnológicas, considerarão, entre
as suas metas prioritárias, o apoio aos projetos que visem a adquirir e desen-
volver conhecimentos básicos e aplicáveis na área ambiental e ecológica.
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal,
estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preser-
vação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da
qualidade ambiental sujeitará os transgressores:

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I – à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo,


a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro
Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme
dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido
aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios;
II – à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo
Poder Público;
III – à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
IV – à suspensão de sua atividade.
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o polui-
dor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar
os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O
Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
§ 2º No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao
Secretário do Meio Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias prevista
neste artigo.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório
da perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa
ou financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cum-
primento resolução do CONAMA.
§ 4º (Revogado pela Lei n. 9.966, de 2000)
§ 5º A execução das garantias exigidas do poluidor não impede a aplicação
das obrigações de indenização e reparação de danos previstas no § 1º deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)
Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal
ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica
sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a
1.000 (mil) MVR. (Redação dada pela Lei n. 7.804, de 1989)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A pena e aumentada até o dobro se: (Redação dada pela Lei n. 7.804,
de 1989)
I – resultar: (Incluído pela Lei n. 7.804, de 1989)
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; (Incluído pela Lei
n. 7.804, de 1989)
b) lesão corporal grave; (Incluído pela Lei n. 7.804, de 1989)
II – a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte; (In-
cluído pela Lei n. 7.804, de 1989)
III – o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado. (In-
cluído pela Lei n. 7.804, de 1989)
§ 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de pro-
mover as medidas tendentes a impedir a prática das condutas acima descri-
tas. (Redação dada pela Lei n. 7.804, de 1989)
Art. 16 - (Revogado pela Lei n. 7.804, de 1989)
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: (Redação dada pela Lei
n. 7.804, de 1989)
I – Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Am-
biental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se de-
dicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à in-
dústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao
controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; (Incluído pela
Lei n. 7.804, de 1989)
II – Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou
Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas fí-
sicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/
ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencial-
mente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos
da fauna e flora. (Incluído pela Lei n. 7.804, de 1989)

1602
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos serviços e produtos do Institu-


to Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama,
a serem aplicados em âmbito nacional, conforme Anexo a esta Lei. (Incluído
pela Lei n. 9.960, de 2000) (Vide Medida Provisória n. 687, de 2015)
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental –
TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e
utilizadoras de recursos naturais. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
(Vide Medida Provisória n. 687, de 2015)
§ 1º Revogado. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 2º Revogado. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as ativida-
des constantes do Anexo VIII desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.165,
de 2000)
§ 1º O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar até o dia 31 de mar-
ço de cada ano relatório das atividades exercidas no ano anterior, cujo mode-
lo será definido pelo Ibama, para o fim de colaborar com os procedimentos de
controle e fiscalização. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 2º O descumprimento da providência determinada no § 1º sujeita o in-
frator a multa equivalente a vinte por cento da TCFA devida, sem prejuízo da
exigência desta. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 3º Revogado. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimento e os seus valores são os
fixados no Anexo IX desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 1º Para os fins desta Lei, consideram-se: (Redação dada pela Lei n.
10.165, de 2000)
I – microempresa e empresa de pequeno porte, as pessoas jurídicas que
se enquadrem, respectivamente, nas descrições dos incisos I e II do caput
do art. 2º da Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999; (Incluído pela Lei n.
10.165, de 2000)

1603
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – empresa de médio porte, a pessoa jurídica que tiver receita bruta


anual superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e igual
ou inferior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais); (Incluído pela Lei n.
10.165, de 2000)
III – empresa de grande porte, a pessoa jurídica que tiver receita bruta
anual superior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais). (Incluído pela Lei
n. 10.165, de 2000)
§ 2º O potencial de poluição (PP) e o grau de utilização (GU) de recursos
naturais de cada uma das atividades sujeitas à fiscalização encontram-se de-
finidos no Anexo VIII desta Lei. (Incluído pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 3º Caso o estabelecimento exerça mais de uma atividade sujeita à fis-
calização, pagará a taxa relativamente a apenas uma delas, pelo valor mais
elevado. (Incluído pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-E. É o Ibama autorizado a cancelar débitos de valores inferiores a
R$ 40,00 (quarenta reais), existentes até 31 de dezembro de 1999. (Incluído
pela Lei n. 9.960, de 2000)
Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas fede-
rais, distritais, estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que
praticam agricultura de subsistência e as populações tradicionais. (Redação
dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-G. A TCFA será devida no último dia útil de cada trimestre do ano
civil, nos valores fixados no Anexo IX desta Lei, e o recolhimento será efe-
tuado em conta bancária vinculada ao Ibama, por intermédio de documento
próprio de arrecadação, até o quinto dia útil do mês subsequente. (Redação
dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Parágrafo único. Revogado. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 2º Os recursos arrecadados com a TCFA terão utilização restrita em
atividades de controle e fiscalização ambiental. (Incluído pela Lei n. 11.284,
de 2006)

1604
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e nas condições estabelecidas
no artigo anterior será cobrada com os seguintes acréscimos: (Redação dada
pela Lei n. 10.165, de 2000)
I – juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês se-
guinte ao do vencimento, à razão de um por cento; (Redação dada pela Lei
n. 10.165, de 2000)
II – multa de mora de vinte por cento, reduzida a dez por cento se o pa-
gamento for efetuado até o último dia útil do mês subsequente ao do venci-
mento; (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
III – encargo de vinte por cento, substitutivo da condenação do devedor
em honorários de advogado, calculado sobre o total do débito inscrito como
Dívida Ativa, reduzido para dez por cento se o pagamento for efetuado antes
do ajuizamento da execução. (Incluído pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 1º-A. Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa de mora.
(Incluído pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 1º Os débitos relativos à TCFA poderão ser parcelados de acordo com
os critérios fixados na legislação tributária, conforme dispuser o regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exerçam as atividades men-
cionadas nos incisos I e II do art. 17 e que não estiverem inscritas nos res-
pectivos cadastros até o último dia útil do terceiro mês que se seguir ao da
publicação desta Lei incorrerão em infração punível com multa de: (Redação
dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
I – R$ 50,00 (cinquenta reais), se pessoa física; (Incluído pela Lei n.
10.165, de 2000)
II – R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), se microempresa; (Incluído pela
Lei n. 10.165, de 2000)
III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de pequeno porte; (Inclu-
ído pela Lei n. 10.165, de 2000)

1605
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa de médio porte;


(Incluído pela Lei n. 10.165, de 2000)
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de grande porte. (Incluído
pela Lei n. 10.165, de 2000)
Parágrafo único. Revogado. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-J. (Revogado pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-L. As ações de licenciamento, registro, autorizações, concessões
e permissões relacionadas à fauna, à flora, e ao controle ambiental são de
competência exclusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio
Ambiente. (Incluído pela Lei n. 9.960, de 2000)
Art. 17-M. Os preços dos serviços administrativos prestados pelo Ibama,
inclusive os referentes à venda de impressos e publicações, assim como os
de entrada, permanência e utilização de áreas ou instalações nas unidades
de conservação, serão definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio
Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Instituto. (Incluído pela
Lei n. 9.960, de 2000)
Art. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do Laboratório de Produtos
Florestais do Ibama, assim como os para venda de produtos da flora, serão,
também, definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente,
mediante proposta do Presidente daquele Instituto. (Incluído pela Lei n.
9.960, de 2000)
Art. 17-O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do
valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em
Ato Declaratório Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama a importância
prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000,
a título de Taxa de Vistoria. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 1º-A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá
exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo
ADA. (Incluído pela Lei n. 10.165, de 2000)

1606
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é


obrigatória. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 2º O pagamento de que trata o caput deste artigo poderá ser efetivado
em cota única ou em parcelas, nos mesmos moldes escolhidos pelo contri-
buinte para o pagamento do ITR, em documento próprio de arrecadação do
Ibama. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 3º Para efeito de pagamento parcelado, nenhuma parcela poderá ser
inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais). (Redação dada pela Lei n. 10.165,
de 2000)
§ 4º O inadimplemento de qualquer parcela ensejará a cobrança de juros
e multa nos termos dos incisos I e II do caput e §§ 1º-A e 1º, todos do art.
17-H desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 5º Após a vistoria, realizada por amostragem, caso os dados constantes
do ADA não coincidam com os efetivamente levantados pelos técnicos do Iba-
ma, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será
encaminhado à Secretaria da Receita Federal, para as providências cabíveis.
(Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 17-P. Constitui crédito para compensação com o valor devido a título
de TCFA, até o limite de sessenta por cento e relativamente ao mesmo ano, o
montante efetivamente pago pelo estabelecimento ao Estado, ao Município e
ao Distrito Federal em razão de taxa de fiscalização ambiental. (Redação dada
pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 1º Valores recolhidos ao Estado, ao Município e ao Distrital Federal a
qualquer outro título, tais como taxas ou preços públicos de licenciamento e
venda de produtos, não constituem crédito para compensação com a TCFA.
(Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
§ 2º A restituição, administrativa ou judicial, qualquer que seja a causa
que a determine, da taxa de fiscalização ambiental estadual ou distrital com-
pensada com a TCFA restaura o direito de crédito do Ibama contra o esta-
belecimento, relativamente ao valor compensado. (Redação dada pela Lei n.
10.165, de 2000)

1607
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 17-Q. É o Ibama autorizado a celebrar convênios com os Estados, os


Municípios e o Distrito Federal para desempenharem atividades de fiscaliza-
ção ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA.
(Redação dada pela Lei n. 10.165, de 2000)
Art. 18. (Revogado pela Lei n. 9.985, de 2000)
Art. 19 -(VETADO).
Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis n.s 5.357, de 17 de novembro de
1967, e 7.661, de 16 de maio de 1988, a receita proveniente da aplicação
desta Lei será recolhida de acordo com o disposto no art. 4º da Lei n. 7.735,
de 22 de fevereiro de 1989. (Incluído pela Lei n. 7.804, de 1989))
Art. 20. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 21. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 31 de agosto de 1981; 160º da Independência e 93º da República.


JOÃO FIGUEIREDO
Mário Andreazza

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 2.9.1981

1608
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 11.516, DE AGOSTO DE 2007


Conversão da Medida Provisória n. 366, de 2007
Dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiver-
sidade - Instituto Chico Mendes; altera as Leis nos 7.735, de 22 de fevereiro de
1989, 11.284, de 2 de março de 2006, 9.985, de 18 de julho de 2000, 10.410,
de 11 de janeiro de 2002, 11.156, de 29 de julho de 2005, 11.357, de 19 de ou-
tubro de 2006, e 7.957, de 20 de dezembro de 1989; revoga dispositivos da Lei
no 8.028, de 12 de abril de 1990, e da Medida Provisória no 2.216-37, de 31 de
agosto de 2001; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiver-
sidade - Instituto Chico Mendes, autarquia federal dotada de personalidade
jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada
ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de:
I – executar ações da política nacional de unidades de conservação da na-
tureza, referentes às atribuições federais relativas à proposição, implantação,
gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das unidades de conservação
instituídas pela União;
II – executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos natu-
rais renováveis e ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas
unidades de conservação de uso sustentável instituídas pela União;
III – fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação
e conservação da biodiversidade e de educação ambiental;
IV – exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de
conservação instituídas pela União; e
V – promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entida-
des envolvidos, programas recreacionais, de uso público e de ecoturismo nas
unidades de conservação, onde estas atividades sejam permitidas.

1609
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O disposto no inciso IV do caput deste artigo não exclui


o exercício supletivo do poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.
Art. 2º O Instituto Chico Mendes será administrado por 1 (um) Presidente
e 4 (quatro) Diretores.
Art. 3º O patrimônio, os recursos orçamentários, extra-orçamentários e
financeiros, o pessoal, os cargos e funções vinculados ao Ibama, relacionados
às finalidades elencadas no art. 1º desta Lei ficam transferidos para o Insti-
tuto Chico Mendes, bem como os direitos, créditos e obrigações, decorrentes
de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive as respectivas receitas.
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo disciplinará a transição do patri-
mônio, dos recursos orçamentários, extra-orçamentários e financeiros, de
pessoal, de cargos e funções, de direitos, créditos e obrigações, decorrentes
de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive as respectivas receitas do Iba-
ma para o Instituto Chico Mendes.
Art. 4º Ficam criados, no âmbito do Poder Executivo, os seguintes cargos
em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS e Fun-
ções Gratificadas – FG, para integrar a estrutura do Instituto Chico Mendes.
I – 1 (um) DAS-6;
II – 3 (três) DAS-4; e
III – 153 (cento e cinquenta e três) FG-1.
Parágrafo único. As funções de que trata o inciso III do caput deste artigo
deverão ser utilizadas exclusivamente para a estruturação das unidades de
conservação da natureza instituídas pela União, de acordo com a Lei no 9.985,
de 18 de julho de 2000.
Art. 5º O art. 2º da Lei no 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA, autarquia federal dotada de personalidade ju-

1610
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

rídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao


Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de:
I – exercer o poder de polícia ambiental;
II – executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes
às atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da
qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscaliza-
ção, monitoramento e controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas
do Ministério do Meio Ambiente; e
III – executar as ações supletivas de competência da União, de conformi-
dade com a legislação ambiental vigente.” (NR)
Art. 6º A alínea a do inciso II do § 1º do art. 39 da Lei no 11.284, de 2 de
março de 2006, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 39...................................................................
§ 1º.......................................................................
.............................................................................
II – a) Instituto Chico Mendes: 40% (quarenta por cento), para utilização
restrita na gestão das unidades de conservação de uso sustentável;
.........................................................................” (NR)
Art. 7º O inciso III do caput do art. 6º da Lei no 9.985, de 18 de julho de
2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 6º......................................................................
...................................................................................
III – órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter
supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o
SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conser-
vação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação.
........................................................................” (NR)
Art. 8º O parágrafo único do art. 6º da Lei no 10.410, de 11 de janeiro de
2002, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 6º.......................................................................................

1611
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O exercício das atividades de fiscalização pelos titulares


dos cargos de Técnico Ambiental deverá ser precedido de ato de designação
próprio da autoridade ambiental à qual estejam vinculados e dar-se-á na
forma de norma a ser baixada pelo Ibama ou pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, conforme o Quadro
de Pessoal a que pertencerem.” (NR)
Art. 9º A Lei n. 11.156, de 29 de julho de 2005, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 1º Fica instituída a Gratificação de Desempenho de Atividade de Es-
pecialista Ambiental – GDAEM, devida aos ocupantes dos cargos da Carreira
de Especialista em Meio Ambiente, do Ministério do Meio Ambiente, do Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBA-
MA e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto
Chico Mendes, de que trata a Lei no 10.410, de 11 de janeiro de 2002, quan-
do em exercício de atividades inerentes às atribuições do respectivo cargo no
Ministério do Meio Ambiente, no Ibama ou no Instituto Chico Mendes.” (NR)
“Art. 2º A GDAEM será atribuída em função do desempenho individual do
servidor e do desempenho institucional do Ministério do Meio Ambiente, do
Ibama ou do Instituto Chico Mendes, conforme o caso.
..................................................................
§ 4º A avaliação de desempenho institucional visa a aferir o desempenho
do órgão no alcance dos objetivos organizacionais, podendo considerar pro-
jetos e atividades prioritárias e características específicas das atividades do
Ministério do Meio Ambiente, do Ibama e do Instituto Chico Mendes.
............................................................” (NR)
“Art. 4º A partir da data de produção dos efeitos financeiros do primeiro
período de avaliação, o titular de cargo efetivo referido no art. 1º desta Lei,
em exercício no Ministério do Meio Ambiente, no Ibama ou no Instituto Chico
Mendes, quando investido em cargo em comissão ou função de confiança fará

1612
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

jus à GDAEM, observado o posicionamento na tabela e o cargo efetivo ocupa-


do pelo servidor, nas seguintes condições:
...............................................................
II – ocupantes de cargos comissionados DAS, níveis 1 a 4, de função de
confiança, ou equivalentes, perceberão até 100% (cem por cento) do valor
máximo da GDAEM, exclusivamente em decorrência do resultado da avalia-
ção institucional do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama ou do Instituto
Chico Mendes, conforme o caso.” (NR)
“Art. 5º A partir da data de produção dos efeitos financeiros do primeiro
período de avaliação, o titular de cargo efetivo referido no art. 1º desta Lei
que não se encontre em exercício no Ministério do Meio Ambiente, no Ibama
ou no Instituto Chico Mendes fará jus à GDAEM, observado o posicionamento
na tabela e o cargo efetivo ocupado pelo servidor, nas seguintes situações:
I – quando requisitado pela Presidência ou Vice-Presidência da República,
perceberá a GDAEM calculada como se estivesse no Ministério do Meio Am-
biente, no Ibama ou no Instituto Chico Mendes;
..................................................................” (NR)
“Art. 7º O servidor ativo beneficiário da GDAEM que obtiver na avaliação
pontuação inferior a 50% (cinquenta por cento) do seu valor máximo em 2
(duas) avaliações individuais consecutivas será imediatamente submetido a
processo de capacitação, sob responsabilidade do Ministério do Meio Ambien-
te, do Ibama ou do Instituto Chico Mendes, conforme o órgão ou entidade de
lotação do servidor.” (NR)
“Art. 9º Fica instituída a Gratificação de Desempenho de Atividade Téc-
nico-Administrativa do Meio Ambiente - GDAMB, devida aos servidores dos
Quadros de Pessoal do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama e do Instituto
Chico Mendes ocupantes de cargos de provimento efetivo, de nível superior,
intermediário ou auxiliar, do Plano de Classificação de Cargos, instituído pela
Lei no 5.645, de 10 de dezembro de 1970, ou de planos correlatos das autar-
quias e fundações públicas, não integrantes de Carreiras estruturadas, quan-

1613
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

do em exercício de atividades inerentes às atribuições do respectivo cargo no


Ministério do Meio Ambiente, no Ibama ou no Instituto Chico Mendes.
......................................................................” (NR)
“Art. 10. A GDAMB será atribuída em função do desempenho individual do
servidor e do desempenho institucional do Ministério do Meio Ambiente, do
Ibama ou do Instituto Chico Mendes, conforme o caso.
...........................................................................
§ 6º O limite global de pontuação mensal por nível de que dispõem o
Ministério do Meio Ambiente, o Ibama e o Instituto Chico Mendes para ser
atribuído aos servidores corresponderá a 80 (oitenta) vezes o número de ser-
vidores ativos por nível que fazem jus à GDAMB, em exercício no Ministério
do Meio Ambiente, no Ibama ou no Instituto Chico Mendes.
...................................................................” (NR)
“Art. 12. A partir da data de produção dos efeitos financeiros do primeiro
período de avaliação, o titular de cargo efetivo a que se refere o art. 9º desta
Lei, em exercício no Ministério do Meio Ambiente, no Ibama ou no Instituto
Chico Mendes, quando investido em cargo em comissão ou função de confian-
ça fará jus à GDAMB, nas seguintes condições:
..........................................................................
II – ocupantes de cargos comissionados DAS, níveis 1 a 4, de função de
confiança, ou equivalentes, perceberão até 100% (cem por cento) do valor
máximo da GDAMB, exclusivamente em decorrência do resultado da avalia-
ção institucional do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama ou do Instituto
Chico Mendes, conforme o caso.” (NR)
“Art. 13. A partir da data de produção dos efeitos financeiros do primeiro
período de avaliação, o titular de cargo efetivo a que se refere o art. 9º desta
Lei que não se encontre em exercício no Ministério do Meio Ambiente, no Iba-
ma ou no Instituto Chico Mendes fará jus à GDAMB nas seguintes situações:

1614
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – quando requisitado pela Presidência ou Vice-Presidência da República,


calculada como se estivesse em exercício no Ministério do Meio Ambiente, no
Ibama ou no Instituto Chico Mendes; e
........................................................” (NR)
“Art. 15. O servidor ativo beneficiário da GDAMB que obtiver na avaliação
pontuação inferior a 50% (cinquenta por cento) do limite máximo de pontos
destinado à avaliação individual em 2 (duas) avaliações individuais consecu-
tivas será imediatamente submetido a processo de capacitação, sob respon-
sabilidade do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama ou do Instituto Chico
Mendes, conforme a unidade de lotação do servidor.” (NR)
Art. 10. A Lei n. 11.357, de 19 de outubro de 2006, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 15. É vedada a aplicação do instituto da redistribuição de servidores
dos Quadros de Pessoal do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama e do Ins-
tituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Men-
des para outros órgãos e entidades da administração pública e destes órgãos
e entidades para aqueles.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica nas redis-
tribuições entre o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama e o Instituto Chico
Mendes.” (NR)
“Art. 17. Fica instituída a Gratificação de Desempenho de Atividade Téc-
nico-Executiva e de Suporte do Meio Ambiente - GTEMA, devida aos titulares
dos cargos do PECMA, de que trata o art. 12 desta Lei, quando lotados e em
exercício das atividades inerentes às atribuições do respectivo cargo no Minis-
tério do Meio Ambiente, no Ibama ou no Instituto Chico Mendes, em função
do alcance de metas de desempenho institucional e do efetivo desempenho
individual do servidor.
...............................................................
§ 2º O limite global de pontuação mensal por nível de que dispõem o
Ministério do Meio Ambiente, o Ibama e o Instituto Chico Mendes para ser

1615
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

atribuído aos servidores corresponderá a 80 (oitenta) vezes o número de ser-


vidores ativos por nível que fazem jus à GTEMA, em exercício no Ministério do
Meio Ambiente, no Ibama ou no Instituto Chico Mendes.
..............................................................
§ 5º Os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho
individual e institucional e de atribuição da GTEMA serão estabelecidos em
atos dos dirigentes máximos do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama e do
Instituto Chico Mendes, observada a legislação vigente.
.............................................................” (NR)
Art. 11. A Gratificação de Desempenho de Atividade de Especialista Am-
biental - GDAEM, a Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Admi-
nistrativa do Meio Ambiente - GDAMB e a Gratificação de Desempenho de
Atividade Técnico-Executiva e de Suporte do Meio Ambiente - GTEMA dos
servidores redistribuídos para o Instituto Chico Mendes continuarão a ser
pagas no valor percebido em 26 de abril de 2007 até que produzam efeitos
financeiros os resultados da primeira avaliação a ser processada com base
nas metas de desempenho estabelecidas por aquele Instituto, observados os
critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual
e  institucional fixados em ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente e o
disposto nas Leis nos 11.156, de 29 de julho de 2005, e 11.357, de 19 de
outubro de 2006.
Art. 12. O art. 12 da Lei no 7.957, de 20 de dezembro de 1989, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 12. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodi-
versidade – Instituto Chico Mendes ficam autorizados a contratar pessoal
por tempo determinado, não superior a 180 (cento e oitenta) dias, vedada a
prorrogação ou recontratação pelo período de 2 (dois) anos, para atender aos
seguintes imprevistos:

1616
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – prevenção, controle e combate a incêndios florestais nas unidades de


conservação;
II – preservação de áreas consideradas prioritárias para a conservação
ambiental ameaçadas por fontes imprevistas;
III – controle e combate de fontes poluidoras imprevistas e que possam
afetar a vida humana e também a qualidade do ar, da água, a flora e a fauna.”
(NR)
Art. 13. A responsabilidade técnica, administrativa e judicial sobre o con-
teúdo de parecer técnico conclusivo visando à emissão de licença ambiental
prévia por parte do Ibama será exclusiva de órgão colegiado do referido Ins-
tituto, estabelecido em regulamento.
Parágrafo único. Até a regulamentação do disposto no caput deste artigo,
aplica-se ao licenciamento ambiental prévio a legislação vigente na data de
publicação desta Lei.
Art. 14. Os órgãos públicos incumbidos da elaboração de parecer em pro-
cesso visando à emissão de licença ambiental deverão fazê-lo em prazo a ser
estabelecido em regulamento editado pela respectiva esfera de governo.
Art. 14-A. Fica o Instituto Chico Mendes autorizado a selecionar institui-
ção financeira oficial, dispensada a licitação, para criar e administrar fundo
privado a ser integralizado com recursos oriundos da compensação ambiental
de que trata o art. 36 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, destinados às
unidades de conservação instituídas pela União. (Incluído pela Lei n. 13.668,
de 2018)
§ 1º A instituição financeira oficial de que trata o caput deste artigo será
responsável pela execução, direta ou indireta, e pela gestão centralizada dos
recursos de compensação ambiental destinados às unidades de conservação
instituídas pela União e poderá, para a execução indireta, firmar contrato com
instituições financeiras oficiais regionais. (Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)

1617
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O depósito integral do valor fixado pelo órgão licenciador desonera


o empreendedor das obrigações relacionadas à compensação ambiental. (In-
cluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
§ 3º A instituição financeira oficial de que trata o caput deste artigo fica
autorizada a promover as desapropriações dos imóveis privados indicados
pelo Instituto Chico Mendes que estejam inseridos na unidade de conserva-
ção destinatária dos recursos de compensação ambiental. (Incluído pela Lei
n. 13.668, de 2018)
§ 4º O regulamento e o regimento interno do fundo observarão os crité-
rios, as políticas e as diretrizes definidas em ato do Instituto Chico Mendes.
(Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
§ 5º A autorização prevista no caput deste artigo estende-se aos órgãos
executores do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.
(Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
Art. 14-B. Os valores devidos a título de compensação ambiental, nos
termos do art. 36 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, serão atualizados
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) a
partir da data de fixação da compensação ambiental pelo órgão licenciador.
(Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
Art. 14-C. Poderão ser concedidos serviços, áreas ou instalações de uni-
dades de conservação federais para a exploração de atividades de visitação
voltadas à educação ambiental, à preservação e conservação do meio am-
biente, ao turismo ecológico, à interpretação ambiental e à recreação em
contato com a natureza, precedidos ou não da execução de obras de infraes-
trutura, mediante procedimento licitatório regido pela Lei n. 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995. (Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
§ 1º O edital da licitação poderá prever o custeio pelo contratado de ações
e serviços de apoio à conservação, à proteção e à gestão da unidade de con-
servação, além do fornecimento de número predefinido de gratuidades ao
Instituto Chico Mendes e de encargos acessórios, desde que os custos de-

1618
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

correntes dos encargos previstos no edital sejam considerados nos estudos


elaborados para aferir a viabilidade econômica do modelo de uso público pre-
tendido. (Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
§ 2º As gratuidades definidas em edital deverão ser utilizadas com o ob-
jetivo de promover a universalização do acesso às unidades de conservação,
incentivar a educação ambiental e integrar as populações locais à unidade de
conservação. (Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
§ 3º Será dispensado o chamamento público para celebração de parce-
rias, nos termos da Lei n. 13.019, de 31 de julho de 2014, com associações
representativas das populações tradicionais beneficiárias de unidades de con-
servação para a exploração de atividades relacionadas ao uso público, cujos
recursos auferidos terão sua repartição definida no instrumento de parceria.
(Incluído pela Lei n. 13.668, de 2018)
§ 4º O ato autorizativo exarado pelo órgão gestor da unidade de conser-
vação para a instalação e operação das atividades de que trata o caput deste
artigo dispensa, com a anuência do Ibama, outras licenças e autorizações
relacionadas ao controle ambiental a cargo de outros órgãos integrantes do
Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), exceto quando os impactos
ambientais decorrentes dessas atividades forem considerados significativos
ou ultrapassarem os limites territoriais da zona de amortecimento. (Incluído
pela Lei n. 13.668, de 2018)
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 16. Ficam revogados:
I – o art. 36 da Lei no 8.028, de 12 de abril de 1990;
II – o art. 2º da Medida Provisória no 2.216-37, de 31 de agosto de 2001; e
III – o art. 20 da Lei no 11.357, de 19 de outubro de 2006.

Brasília, 28 de agosto de 2007; 186º da Independência e 119º da


República.

1619
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Paulo Bernardo Silva
Marina Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.8.2007 - Edi-
ção extra
*

1620
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 11.105, DE MARÇO DE 2005


Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal,
estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que
envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria
o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Bios-
segurança – PNB, revoga a Lei n. 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida
Provisória n. 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10
e 16 da Lei n. 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscali-


zação sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte,
a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa,
a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de
organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como
diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotec-
nologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observân-
cia do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se atividade de pesquisa a realizada
em laboratório, regime de contenção ou campo, como parte do processo de
obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança de OGM
e seus derivados, o que engloba, no âmbito experimental, a construção, o
cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a expor-
tação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM
e seus derivados.
§ 2º Para os fins desta Lei, considera-se atividade de uso comercial de
OGM e seus derivados a que não se enquadra como atividade de pesquisa, e

1621
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

que trata do cultivo, da produção, da manipulação, do transporte, da transfe-


rência, da comercialização, da importação, da exportação, do armazenamen-
to, do consumo, da liberação e do descarte de OGM e seus derivados para fins
comerciais.
Art. 2º As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, re-
lacionados ao ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa cien-
tífica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial ficam restritos
ao âmbito de entidades de direito público ou privado, que serão responsáveis
pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como
pelas eventuais consequências ou efeitos advindos de seu descumprimento.
§ 1º Para os fins desta Lei, consideram-se atividades e projetos no âmbito
de entidade os conduzidos em instalações próprias ou sob a responsabilidade
administrativa, técnica ou científica da entidade.
§ 2º As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados a pes-
soas físicas em atuação autônoma e independente, ainda que mantenham
vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas.
§ 3º Os interessados em realizar atividade prevista nesta Lei deverão re-
querer autorização à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio,
que se manifestará no prazo fixado em regulamento.
§ 4º As organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou in-
ternacionais, financiadoras ou patrocinadoras de atividades ou de projetos
referidos no caput deste artigo devem exigir a apresentação de Certificado
de Qualidade em Biossegurança, emitido pela CTNBio, sob pena de se torna-
rem corresponsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento
desta Lei ou de sua regulamentação.
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir ma-
terial genético, inclusive vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;

1622
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II  – ácido desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico - ARN: material


genético que contém informações determinantes dos caracteres hereditários
transmissíveis à descendência;
III – moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora
das células vivas mediante a modificação de segmentos de ADN/ARN natural
ou sintético e que possam multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as mo-
léculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação; consideram-se também
os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural;
IV – engenharia genética: atividade de produção e manipulação de molé-
culas de ADN/ARN recombinante;
V – organismo geneticamente modificado - OGM: organismo cujo material
genético – ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenha-
ria genética;
VI – derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capaci-
dade autônoma de replicação ou que não contenha forma viável de OGM;
VII – célula germinal humana: célula-mãe responsável pela formação de
gametas presentes nas glândulas sexuais femininas e masculinas e suas des-
cendentes diretas em qualquer grau de ploidia;
VIII – clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificial-
mente, baseada em um único patrimônio genético, com ou sem utilização de
técnicas de engenharia genética;
IX – clonagem para fins reprodutivos: clonagem com a finalidade de ob-
tenção de um indivíduo;
X – clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de cé-
lulas-tronco embrionárias para utilização terapêutica;
XI – células-tronco embrionárias: células de embrião que apresentam a
capacidade de se transformar em células de qualquer tecido de um organismo.
§ 1º Não se inclui na categoria de OGM o resultante de técnicas que im-
pliquem a introdução direta, num organismo, de material hereditário, desde
que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN recombinante ou

1623
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

OGM, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução, transformação,


indução poliplóide e qualquer outro processo natural.
§ 2º Não se inclui na categoria de derivado de OGM a substância pura,
quimicamente definida, obtida por meio de processos biológicos e que não
contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante.
Art. 4º Esta Lei não se aplica quando a modificação genética for obtida
por meio das seguintes técnicas, desde que não impliquem a utilização de
OGM como receptor ou doador:
I – mutagênese;
II – formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal;
III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que
possa ser produzida mediante métodos tradicionais de cultivo;
IV  – autoclonagem de organismos não patogênicos que se processe de
maneira natural.
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de cé-
lulas-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fer-
tilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as
seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publi-
cação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois
de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou
terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus pro-
jetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este
artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei n. 9.434, de 4
de fevereiro de 1997.
Art. 6º Fica proibido:

1624
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de regis-


tro de seu acompanhamento individual;
II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/
ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo com as normas pre-
vistas nesta Lei;
III – engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e
embrião humano;
IV – clonagem humana;
V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em
desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entida-
des de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, e as constantes
desta Lei e de sua regulamentação;
VI – liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito
de atividades de pesquisa, sem a decisão técnica favorável da CTNBio e, nos
casos de liberação comercial, sem o parecer técnico favorável da CTNBio, ou
sem o licenciamento do órgão ou entidade ambiental responsável, quando a
CTNBio considerar a atividade como potencialmente causadora de degrada-
ção ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança
– CNBS, quando o processo tenha sido por ele avocado, na forma desta Lei e
de sua regulamentação;
VII – a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o li-
cenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se por tecnologias ge-
néticas de restrição do uso qualquer processo de intervenção humana para
geração ou multiplicação de plantas geneticamente modificadas para produzir
estruturas reprodutivas estéreis, bem como qualquer forma de manipulação
genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à fertilida-
de das plantas por indutores químicos externos.
Art. 7º São obrigatórias:

1625
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – a investigação de acidentes ocorridos no curso de pesquisas e projetos


na área de engenharia genética e o envio de relatório respectivo à autoridade
competente no prazo máximo de 5 (cinco) dias a contar da data do evento;
II – a notificação imediata à CTNBio e às autoridades da saúde pública, da
defesa agropecuária e do meio ambiente sobre acidente que possa provocar
a disseminação de OGM e seus derivados;
III – a adoção de meios necessários para plenamente informar à CTNBio,
às autoridades da saúde pública, do meio ambiente, da defesa agropecuária,
à coletividade e aos demais empregados da instituição ou empresa sobre os
riscos a que possam estar submetidos, bem como os procedimentos a serem
tomados no caso de acidentes com OGM.

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CNBS

Art. 8º Fica criado o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, vincu-


lado à Presidência da República, órgão de assessoramento superior do Presi-
dente da República para a formulação e implementação da Política Nacional
de Biossegurança – PNB.
§ 1º Compete ao CNBS:
I  – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e
entidades federais com competências sobre a matéria;
II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e
oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de libera-
ção para uso comercial de OGM e seus derivados;
III – avocar e decidir, em última e definitiva instância, com base em ma-
nifestação da CTNBio e, quando julgar necessário, dos órgãos e entidades
referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os pro-
cessos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus
derivados;
IV – (VETADO)

1626
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º (VETADO)
§ 3º Sempre que o CNBS deliberar favoravelmente à realização da ativi-
dade analisada, encaminhará sua manifestação aos órgãos e entidades de
registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei.
§ 4º Sempre que o CNBS deliberar contrariamente à atividade analisada,
encaminhará sua manifestação à CTNBio para informação ao requerente.
Art. 9º O CNBS é composto pelos seguintes membros:
I – Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que
o presidirá;
II – Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia;
III – Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário;
IV – Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
V – Ministro de Estado da Justiça;
VI – Ministro de Estado da Saúde;
VII – Ministro de Estado do Meio Ambiente;
VIII – Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex-
terior;
IX – Ministro de Estado das Relações Exteriores;
X – Ministro de Estado da Defesa;
XI – Secretário Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República.
§ 1º O CNBS reunir-se-á sempre que convocado pelo Ministro de Estado
Chefe da Casa Civil da Presidência da República, ou mediante provocação da
maioria de seus membros.
§ 2º (VETADO)
§ 3º Poderão ser convidados a participar das reuniões, em caráter excep-
cional, representantes do setor público e de entidades da sociedade civil.
§ 4º O CNBS contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada à Casa
Civil da Presidência da República.

1627
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º A reunião do CNBS poderá ser instalada com a presença de 6 (seis)


de seus membros e as decisões serão tomadas com votos favoráveis da maio-
ria absoluta.

CAPÍTULO III
DA COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CTNBIO

Art. 10. A CTNBio, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, é


instância colegiada multidisciplinar de caráter consultivo e deliberativo, para
prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na formula-
ção, atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados, bem
como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres
técnicos referentes à autorização para atividades que envolvam pesquisa e
uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco
zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.
Parágrafo único. A CTNBio deverá acompanhar o desenvolvimento e o pro-
gresso técnico e científico nas áreas de biossegurança, biotecnologia, bioética
e afins, com o objetivo de aumentar sua capacitação para a proteção da saú-
de humana, dos animais e das plantas e do meio ambiente.
Art. 11. A CTNBio, composta de membros titulares e suplentes, desig-
nados pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, será constituída por
27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica,
de notória atuação e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com
destacada atividade profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia,
biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente, sendo:
I – 12 (doze) especialistas de notório saber científico e técnico, em efetivo
exercício profissional, sendo:
a) 3 (três) da área de saúde humana;
b) 3 (três) da área animal;
c) 3 (três) da área vegetal;
d) 3 (três) da área de meio ambiente;

1628
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – um representante de cada um dos seguintes órgãos, indicados pelos


respectivos titulares:
a) Ministério da Ciência e Tecnologia;
b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
c) Ministério da Saúde;
d) Ministério do Meio Ambiente;
e) Ministério do Desenvolvimento Agrário;
f) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
g) Ministério da Defesa;
h) Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República;
i) Ministério das Relações Exteriores;
III – um especialista em defesa do consumidor, indicado pelo Ministro da
Justiça;
IV – um especialista na área de saúde, indicado pelo Ministro da Saúde;
V – um especialista em meio ambiente, indicado pelo Ministro do Meio
Ambiente;
VI – um especialista em biotecnologia, indicado pelo Ministro da Agricultu-
ra, Pecuária e Abastecimento;
VII – um especialista em agricultura familiar, indicado pelo Ministro do
Desenvolvimento Agrário;
VIII – um especialista em saúde do trabalhador, indicado pelo Ministro do
Trabalho e Emprego.
§ 1º Os especialistas de que trata o inciso I do caput deste artigo serão
escolhidos a partir de lista tríplice, elaborada com a participação das socieda-
des científicas, conforme disposto em regulamento.
§ 2º Os especialistas de que tratam os incisos III a VIII do caput deste
artigo serão escolhidos a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações
da sociedade civil, conforme disposto em regulamento.
§ 3º Cada membro efetivo terá um suplente, que participará dos trabalhos
na ausência do titular.

1629
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Os membros da CTNBio terão mandato de 2 (dois) anos, renovável


por até mais 2 (dois) períodos consecutivos.
§ 5º O presidente da CTNBio será designado, entre seus membros, pelo
Ministro da Ciência e Tecnologia para um mandato de 2 (dois) anos, renovável
por igual período.
§ 6º Os membros da CTNBio devem pautar a sua atuação pela obser-
vância estrita dos conceitos ético-profissionais, sendo vedado participar do
julgamento de questões com as quais tenham algum envolvimento de ordem
profissional ou pessoal, sob pena de perda de mandato, na forma do regula-
mento.
§ 7º A reunião da CTNBio poderá ser instalada com a presença de 14 (ca-
torze) de seus membros, incluído pelo menos um representante de cada uma
das áreas referidas no inciso I do caput deste artigo.
§ 8º (VETADO)
§ 8º-A As decisões da CTNBio serão tomadas com votos favoráveis da
maioria absoluta de seus membros. (Incluído pela Lei n. 11.460, de 2007)
§ 9º Órgãos e entidades integrantes da administração pública federal po-
derão solicitar participação nas reuniões da CTNBio para tratar de assuntos
de seu especial interesse, sem direito a voto.
§ 10. Poderão ser convidados a participar das reuniões, em caráter excep-
cional, representantes da comunidade científica e do setor público e entida-
des da sociedade civil, sem direito a voto.
Art. 12. O funcionamento da CTNBio será definido pelo regulamento des-
ta Lei.
§ 1º A CTNBio contará com uma Secretaria-Executiva e cabe ao Ministério
da Ciência e Tecnologia prestar-lhe o apoio técnico e administrativo.
§ 2º (VETADO )
Art. 13. A CTNBio constituirá subcomissões setoriais permanentes na área
de saúde humana, na área animal, na área vegetal e na área ambiental, e po-

1630
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

derá constituir subcomissões extraordinárias, para análise prévia dos temas a


serem submetidos ao plenário da Comissão.
§ 1º Tanto os membros titulares quanto os suplentes participarão das sub-
comissões setoriais e caberá a todos a distribuição dos processos para análise.
§ 2º O funcionamento e a coordenação dos trabalhos nas subcomissões
setoriais e extraordinárias serão definidos no regimento interno da CTNBio.
Art. 14. Compete à CTNBio:
I – estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM;
II – estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos rela-
cionados a OGM e seus derivados;
III – estabelecer, no âmbito de suas competências, critérios de avaliação
e monitoramento de risco de OGM e seus derivados;
IV – proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente
a atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados;
V – estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas
de Biossegurança – CIBio, no âmbito de cada instituição que se dedique ao
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção
industrial que envolvam OGM ou seus derivados;
VI – estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de
funcionamento de laboratório, instituição ou empresa que desenvolverá ativi-
dades relacionadas a OGM e seus derivados;
VII – relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM
e seus derivados, em âmbito nacional e internacional;
VIII – autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com
OGM ou derivado de OGM, nos termos da legislação em vigor;
IX – autorizar a importação de OGM e seus derivados para atividade de
pesquisa;
X – prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na for-
mulação da PNB de OGM e seus derivados;

1631
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XI – emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança – CQB para o de-


senvolvimento de atividades com OGM e seus derivados em laboratório, insti-
tuição ou empresa e enviar cópia do processo aos órgãos de registro e fisca-
lização referidos no art. 16 desta Lei;
XII – emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a biossegurança de OGM
e seus derivados no âmbito das atividades de pesquisa e de uso comercial
de OGM e seus derivados, inclusive a classificação quanto ao grau de risco e
nível de biossegurança exigido, bem como medidas de segurança exigidas e
restrições ao uso;
XIII – definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos,
e os respectivos procedimentos e medidas de segurança quanto ao seu uso,
conforme as normas estabelecidas na regulamentação desta Lei, bem como
quanto aos seus derivados;
XIV – classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios
estabelecidos no regulamento desta Lei;
XV – acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico-científico na
biossegurança de OGM e seus derivados;
XVI – emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as matérias de sua
competência;
XVII – apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de pre-
venção e investigação de acidentes e de enfermidades, verificados no curso
dos projetos e das atividades com técnicas de ADN/ARN recombinante;
XVIII – apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de registro e fiscaliza-
ção, referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de suas atividades relaciona-
das a OGM e seus derivados;
XIX – divulgar no Diário Oficial da União, previamente à análise, os extra-
tos dos pleitos e, posteriormente, dos pareceres dos processos que lhe forem
submetidos, bem como dar ampla publicidade no Sistema de Informações em
Biossegurança – SIB a sua agenda, processos em trâmite, relatórios anuais,
atas das reuniões e demais informações sobre suas atividades, excluídas as

1632
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

informações sigilosas, de interesse comercial, apontadas pelo proponente e


assim consideradas pela CTNBio;
XX – identificar atividades e produtos decorrentes do uso de OGM e seus
derivados potencialmente causadores de degradação do meio ambiente ou
que possam causar riscos à saúde humana;
XXI – reavaliar suas decisões técnicas por solicitação de seus membros ou
por recurso dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, fundamentado
em fatos ou conhecimentos científicos novos, que sejam relevantes quanto à
biossegurança do OGM ou derivado, na forma desta Lei e seu regulamento;
XXII – propor a realização de pesquisas e estudos científicos no campo da
biossegurança de OGM e seus derivados;
XXIII – apresentar proposta de regimento interno ao Ministro da Ciência
e Tecnologia.
§ 1º Quanto aos aspectos de biossegurança do OGM e seus derivados, a de-
cisão técnica da CTNBio vincula os demais órgãos e entidades da administração.
§ 2º Nos casos de uso comercial, dentre outros aspectos técnicos de sua
análise, os órgãos de registro e fiscalização, no exercício de suas atribuições
em caso de solicitação pela CTNBio, observarão, quanto aos aspectos de bios-
segurança do OGM e seus derivados, a decisão técnica da CTNBio.
§ 3º Em caso de decisão técnica favorável sobre a biossegurança no âm-
bito da atividade de pesquisa, a CTNBio remeterá o processo respectivo aos
órgãos e entidades referidos no art. 16 desta Lei, para o exercício de suas
atribuições.
§ 4º A decisão técnica da CTNBio deverá conter resumo de sua fundamen-
tação técnica, explicitar as medidas de segurança e restrições ao uso do OGM
e seus derivados e considerar as particularidades das diferentes regiões do
País, com o objetivo de orientar e subsidiar os órgãos e entidades de registro
e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de suas atribuições.
§ 5º Não se submeterá a análise e emissão de parecer técnico da CTNBio
o derivado cujo OGM já tenha sido por ela aprovado.

1633
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em qualquer das fases do


processo de produção agrícola, comercialização ou transporte de produto ge-
neticamente modificado que tenham obtido a liberação para uso comercial
estão dispensadas de apresentação do CQB e constituição de CIBio, salvo
decisão em contrário da CTNBio.
Art. 15. A CTNBio poderá realizar audiências públicas, garantida partici-
pação da sociedade civil, na forma do regulamento.
Parágrafo único. Em casos de liberação comercial, audiência pública pode-
rá ser requerida por partes interessadas, incluindo-se entre estas organiza-
ções da sociedade civil que comprovem interesse relacionado à matéria, na
forma do regulamento.

CAPÍTULO IV
DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DE REGISTRO E FISCALIZAÇÃO

Art. 16. Caberá aos órgãos e entidades de registro e fiscalização do Minis-


tério da Saúde, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do
Ministério do Meio Ambiente, e da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca
da Presidência da República entre outras atribuições, no campo de suas com-
petências, observadas a decisão técnica da CTNBio, as deliberações do CNBS
e os mecanismos estabelecidos nesta Lei e na sua regulamentação:
I – fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e seus derivados;
II – registrar e fiscalizar a liberação comercial de OGM e seus derivados;
III – emitir autorização para a importação de OGM e seus derivados para
uso comercial;
IV – manter atualizado no SIB o cadastro das instituições e responsáveis téc-
nicos que realizam atividades e projetos relacionados a OGM e seus derivados;
V – tornar públicos, inclusive no SIB, os registros e autorizações concedidas;
VI – aplicar as penalidades de que trata esta Lei;
VII – subsidiar a CTNBio na definição de quesitos de avaliação de biosse-
gurança de OGM e seus derivados.

1634
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Após manifestação favorável da CTNBio, ou do CNBS, em caso de


avocação ou recurso, caberá, em decorrência de análise específica e decisão
pertinente:
I – ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento emitir as autori-
zações e registros e fiscalizar produtos e atividades que utilizem OGM e seus
derivados destinados a uso animal, na agricultura, pecuária, agroindústria e
áreas afins, de acordo com a legislação em vigor e segundo o regulamento
desta Lei;
II – ao órgão competente do Ministério da Saúde emitir as autorizações e
registros e fiscalizar produtos e atividades com OGM e seus derivados desti-
nados a uso humano, farmacológico, domissanitário e áreas afins, de acordo
com a legislação em vigor e segundo o regulamento desta Lei;
III – ao órgão competente do Ministério do Meio Ambiente emitir as au-
torizações e registros e fiscalizar produtos e atividades que envolvam OGM e
seus derivados a serem liberados nos ecossistemas naturais, de acordo com a
legislação em vigor e segundo o regulamento desta Lei, bem como o licencia-
mento, nos casos em que a CTNBio deliberar, na forma desta Lei, que o OGM
é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente;
IV – à Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da Repú-
blica emitir as autorizações e registros de produtos e atividades com OGM e
seus derivados destinados ao uso na pesca e aquicultura, de acordo com a
legislação em vigor e segundo esta Lei e seu regulamento.
§ 2º Somente se aplicam as disposições dos incisos I e II do art. 8º e
do caput do art. 10 da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, nos casos em
que a CTNBio deliberar que o OGM é potencialmente causador de significativa
degradação do meio ambiente.
§ 3º A CTNBio delibera, em última e definitiva instância, sobre os casos
em que a atividade é potencial ou efetivamente causadora de degradação
ambiental, bem como sobre a necessidade do licenciamento ambiental.

1635
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º A emissão dos registros, das autorizações e do licenciamento am-


biental referidos nesta Lei deverá ocorrer no prazo máximo de 120 (cento e
vinte) dias.
§ 5º A contagem do prazo previsto no § 4º deste artigo será suspensa,
por até 180 (cento e oitenta) dias, durante a elaboração, pelo requerente, dos
estudos ou esclarecimentos necessários.
§ 6º As autorizações e registros de que trata este artigo estarão vincula-
dos à decisão técnica da CTNBio correspondente, sendo vedadas exigências
técnicas que extrapolem as condições estabelecidas naquela decisão, nos as-
pectos relacionados à biossegurança.
§ 7º Em caso de divergência quanto à decisão técnica da CTNBio sobre a
liberação comercial de OGM e derivados, os órgãos e entidades de registro
e fiscalização, no âmbito de suas competências, poderão apresentar recurso
ao CNBS, no prazo de até 30 (trinta) dias, a contar da data de publicação da
decisão técnica da CTNBio.

CAPÍTULO V
DA COMISSÃO INTERNA DE BIOSSEGURANÇA – CIBIO

Art. 17. Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de engenharia


genética ou realizar pesquisas com OGM e seus derivados deverá criar uma
Comissão Interna de Biossegurança - CIBio, além de indicar um técnico prin-
cipal responsável para cada projeto específico.
Art. 18. Compete à CIBio, no âmbito da instituição onde constituída:
I – manter informados os trabalhadores e demais membros da coletivida-
de, quando suscetíveis de serem afetados pela atividade, sobre as questões
relacionadas com a saúde e a segurança, bem como sobre os procedimentos
em caso de acidentes;
II – estabelecer programas preventivos e de inspeção para garantir o fun-
cionamento das instalações sob sua responsabilidade, dentro dos padrões e
normas de biossegurança, definidos pela CTNBio na regulamentação desta Lei;

1636
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – encaminhar à CTNBio os documentos cuja relação será estabelecida


na regulamentação desta Lei, para efeito de análise, registro ou autorização
do órgão competente, quando couber;
IV – manter registro do acompanhamento individual de cada atividade ou
projeto em desenvolvimento que envolvam OGM ou seus derivados;
V – notificar à CTNBio, aos órgãos e entidades de registro e fiscalização,
referidos no art. 16 desta Lei, e às entidades de trabalhadores o resultado de
avaliações de risco a que estão submetidas as pessoas expostas, bem como
qualquer acidente ou incidente que possa provocar a disseminação de agente
biológico;
VI – investigar a ocorrência de acidentes e as enfermidades possivelmente
relacionados a OGM e seus derivados e notificar suas conclusões e providên-
cias à CTNBio.

CAPÍTULO VI
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES EM BIOSSEGURANÇA – SIB

Art. 19. Fica criado, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Sis-


tema de Informações em Biossegurança – SIB, destinado à gestão das informa-
ções decorrentes das atividades de análise, autorização, registro, monitoramen-
to e acompanhamento das atividades que envolvam OGM e seus derivados.
§ 1º As disposições dos atos legais, regulamentares e administrativos que
alterem, complementem ou produzam efeitos sobre a legislação de biossegu-
rança de OGM e seus derivados deverão ser divulgadas no SIB concomitante-
mente com a entrada em vigor desses atos.
§ 2º Os órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16
desta Lei, deverão alimentar o SIB com as informações relativas às atividades
de que trata esta Lei, processadas no âmbito de sua competência.

1637
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VII
DA RESPONSABILIDADE CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 20. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os res-
ponsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responderão, solida-
riamente, por sua indenização ou reparação integral, independentemente da
existência de culpa.
Art. 21. Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que
viole as normas previstas nesta Lei e demais disposições legais pertinentes.
Parágrafo único. As infrações administrativas serão punidas na forma es-
tabelecida no regulamento desta Lei, independentemente das medidas caute-
lares de apreensão de produtos, suspensão de venda de produto e embargos
de atividades, com as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa;
III – apreensão de OGM e seus derivados;
IV – suspensão da venda de OGM e seus derivados;
V – embargo da atividade;
VI – interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empre-
endimento;
VII – suspensão de registro, licença ou autorização;
VIII – cancelamento de registro, licença ou autorização;
IX – perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos pelo go-
verno;
X  – perda ou suspensão da participação em linha de financiamento em
estabelecimento oficial de crédito;
XI – intervenção no estabelecimento;
XII – proibição de contratar com a administração pública, por período de
até 5 (cinco) anos.
Art. 22. Compete aos órgãos e entidades de registro e fiscalização, re-
feridos no art. 16 desta Lei, definir critérios, valores e aplicar multas de R$

1638
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

2.000,00 (dois mil reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil


reais), proporcionalmente à gravidade da infração.
§ 1º As multas poderão ser aplicadas cumulativamente com as demais
sanções previstas neste artigo.
§ 2º No caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.
§ 3º No caso de infração continuada, caracterizada pela permanência da
ação ou omissão inicialmente punida, será a respectiva penalidade aplicada
diariamente até cessar sua causa, sem prejuízo da paralisação imediata da
atividade ou da interdição do laboratório ou da instituição ou empresa res-
ponsável.
Art. 23. As multas previstas nesta Lei serão aplicadas pelos órgãos e
entidades de registro e fiscalização dos Ministérios da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, da Saúde, do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de
Aquicultura e Pesca da Presidência da República, referidos no art. 16 desta
Lei, de acordo com suas respectivas competências.
§ 1º Os recursos arrecadados com a aplicação de multas serão destinados
aos órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta
Lei, que aplicarem a multa.
§ 2º Os órgãos e entidades fiscalizadores da administração pública federal
poderão celebrar convênios com os Estados, Distrito Federal e Municípios,
para a execução de serviços relacionados à atividade de fiscalização prevista
nesta Lei e poderão repassar-lhes parcela da receita obtida com a aplicação
de multas.
§ 3º A autoridade fiscalizadora encaminhará cópia do auto de infração à
CTNBio.
§ 4º Quando a infração constituir crime ou contravenção, ou lesão à Fazen-
da Pública ou ao consumidor, a autoridade fiscalizadora representará junto ao
órgão competente para apuração das responsabilidades administrativa e penal.

1639
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VIII
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art.


5º desta Lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto
humano ou embrião humano:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 26. Realizar clonagem humana:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio ambiente, em desacordo com
as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro
e fiscalização:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º (VETADO)
§ 2º Agrava-se a pena:
I – de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar dano à propriedade
alheia;
II – de 1/3 (um terço) até a metade, se resultar dano ao meio ambiente;
III – da metade até 2/3 (dois terços), se resultar lesão corporal de natu-
reza grave em outrem;
IV – de 2/3 (dois terços) até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, patentear e licenciar tecnologias
genéticas de restrição do uso:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 29. Produzir, armazenar, transportar, comercializar, importar ou ex-
portar OGM ou seus derivados, sem autorização ou em desacordo com as
normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e
fiscalização:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

1640
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 30. Os OGM que tenham obtido decisão técnica da CTNBio favorável


a sua liberação comercial até a entrada em vigor desta Lei poderão ser regis-
trados e comercializados, salvo manifestação contrária do CNBS, no prazo de
60 (sessenta) dias, a contar da data da publicação desta Lei.
Art. 31. A CTNBio e os órgãos e entidades de registro e fiscalização, refe-
ridos no art. 16 desta Lei, deverão rever suas deliberações de caráter norma-
tivo, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a fim de promover sua adequação
às disposições desta Lei.
Art. 32. Permanecem em vigor os Certificados de Qualidade em Biossegu-
rança, comunicados e decisões técnicas já emitidos pela CTNBio, bem como,
no que não contrariarem o disposto nesta Lei, os atos normativos emitidos ao
amparo da Lei n. 8.974, de 5 de janeiro de 1995.
Art. 33. As instituições que desenvolverem atividades reguladas por esta
Lei na data de sua publicação deverão adequar-se as suas disposições no
prazo de 120 (cento e vinte) dias, contado da publicação do decreto que a
regulamentar.
Art. 34. Ficam convalidados e tornam-se permanentes os registros provi-
sórios concedidos sob a égide da Lei n. 10.814, de 15 de dezembro de 2003.
Art. 35. Ficam autorizadas a produção e a comercialização de sementes
de cultivares de soja geneticamente modificadas tolerantes a glifosato regis-
tradas no Registro Nacional de Cultivares - RNC do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
Art. 36. Fica autorizado o plantio de grãos de soja geneticamente modi-
ficada tolerante a glifosato, reservados pelos produtores rurais para uso pró-
prio, na safra 2004/2005, sendo vedada a comercialização da produção como
semente. (Vide Decreto n. 5.534, de 2005)
Parágrafo único. O Poder Executivo poderá prorrogar a autorização de que
trata o caput deste artigo.

1641
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 37. A descrição do Código 20 do Anexo VIII da Lei n. 6.938, de 31 de


agosto de 1981, acrescido pela Lei n. 10.165, de 27 de dezembro de 2000,
passa a vigorar com a seguinte redação:

“ANEXO VIII

Código Categoria Descrição Pp/gu


........... ................ ..................................................................... .............
Silvicultura; exploração econômica da madeira
ou lenha e subprodutos florestais; importação ou
exportação da fauna e flora nativas brasileiras;
atividade de criação e exploração econômica de
fauna exótica e de fauna silvestre; utilização do
patrimônio genético natural; exploração de recur-
sos aquáticos vivos; introdução de espécies exó-
Uso de
ticas, exceto para melhoramento genético vege-
20 Recursos Médio
tal e uso na agricultura; introdução de espécies
Naturais
geneticamente modificadas previamente identifi-
cadas pela CTNBio como potencialmente causado-
ras de significativa degradação do meio ambiente;
uso da diversidade biológica pela biotecnologia em
atividades previamente identificadas pela CTNBio
como potencialmente causadoras de significativa
degradação do meio ambiente.
........... ................ ..................................................................... .............

Art. 38. (VETADO)
Art. 39. Não se aplica aos OGM e seus derivados o disposto na Lei n.
7.802, de 11 de julho de 1989, e suas alterações, exceto para os casos em
que eles sejam desenvolvidos para servir de matéria-prima para a produção
de agrotóxicos.
Art. 40. Os alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo
humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou
derivados deverão conter informação nesse sentido em seus rótulos, confor-
me regulamento.
Art. 41. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

1642
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 42. Revogam-se a Lei n. 8.974, de 5 de janeiro de 1995, a Medida


Provisória n. 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º,
10 e 16 da Lei n. 10.814, de 15 de dezembro de 2003.

Brasília, 24 de março de 2005; 184º da Independência e 117º da


República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
Celso Luiz Nunes Amorim
Roberto Rodrigues
Humberto Sérgio Costa Lima
Luiz Fernando Furlan
Patrus Ananias
Eduardo Campos
Marina Silva
Miguel Soldatelli Rossetto
José Dirceu de Oliveira e Silva
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 28.3.2005.
*

1643
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 9.433, DE JANEIRO DE 1997

Institui a Política Nacional de Recursos Hí-


Mensagem de veto dricos, cria o Sistema Nacional de Geren-
inciso XIX do art. 21 da ciamento de Recursos Hídricos, regulamen-
Constituição Federal ta o inciso XIX do art. 21 da Constituição
(Vide Decreto de 15 de setembro de 2010) Federal, e altera o art. 1º da Lei n. 8.001,
Regulamento de 13 de março de 1990, que modificou a
Lei n. 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes


fundamentos:
I – a água é um bem de domínio público;
II – a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III – em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o
consumo humano e a dessedentação de animais;
IV – a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múl-
tiplo das águas;
V – a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Ge-
renciamento de Recursos Hídricos;
VI – a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com
a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

1644
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS

Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:


I – assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de
água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
II – a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o
transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
III – a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem
natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
IV – incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento
de águas pluviais. (Incluído pela Lei n. 13.501, de 2017)

CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO

Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Polí-


tica Nacional de Recursos Hídricos:
I – a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspec-
tos de quantidade e qualidade;
II – a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas,
bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões
do País;
III – a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
IV – a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores
usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;
V – a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
VI – a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas
estuarinos e zonas costeiras.
Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerencia-
mento dos recursos hídricos de interesse comum.

1645
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS

Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:


I – os Planos de Recursos Hídricos;
II – o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água;
III – a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV – a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V – a compensação a municípios;
VI – o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

Seção I
Dos Planos de Recursos Hídricos

Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam


a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.
Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com
horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus
programas e projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo:
I – diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
II – análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de
atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo;
III – balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hí-
dricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;
IV – metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria
da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;
V – medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e proje-
tos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas;
VI – (VETADO)
VII – (VETADO)

1646
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;


IX – diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
X – propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com
vistas à proteção dos recursos hídricos.
Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidro-
gráfica, por Estado e para o País.

Seção II
Do Enquadramento dos Corpos de Água em Classes,
Segundo os Usos Preponderantes da Água

Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os


usos preponderantes da água, visa a:
I – assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes
a que forem destinadas;
II – diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações
preventivas permanentes.
Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação
ambiental.

Seção III
Da Outorga de Direitos de Uso de Recursos Hídricos

Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem


como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da
água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos se-
guintes usos de recursos hídricos:
I – derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de
água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de pro-
cesso produtivo;

1647
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou in-


sumo de processo produtivo;
III – lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líqui-
dos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou
disposição final;
IV – aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V – outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da
água existente em um corpo de água.
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em
regulamento:
I – o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pe-
quenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;
II – as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III – as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos,
aprovado na forma do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida
a disciplina da legislação setorial específica.
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabe-
lecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o
corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas
ao transporte aquaviário, quando for o caso.
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar
o uso múltiplo destes.
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Po-
der Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito
Federal competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hí-
drico de domínio da União.
§ 2º (VETADO)

1648
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser sus-
pensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas
seguintes circunstâncias:
I – não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
II – ausência de uso por três anos consecutivos;
III – necessidade premente de água para atender a situações de calami-
dade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas;
IV – necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
V – necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo,
para os quais não se disponha de fontes alternativas;
VI – necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade
do corpo de água.
Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por
prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável.
Art. 17. (VETADO)
Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são ina-
lienáveis, mas o simples direito de seu uso.

Seção IV
Da Cobrança do Uso de Recursos Hídricos

Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:


I – reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indica-
ção de seu real valor;
II – incentivar a racionalização do uso da água;
III – obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e in-
tervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga,
nos termos do art. 12 desta Lei.
Parágrafo único. (VETADO)

1649
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos
hídricos devem ser observados, dentre outros:
I – nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e
seu regime de variação;
II – nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o
volume lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas,
biológicas e de toxidade do afluente.
Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram
gerados e serão utilizados:
I – no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos
nos Planos de Recursos Hídricos;
II – no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo
dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos.
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada
a sete e meio por cento do total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo
perdido em projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à cole-
tividade, a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO)
Art. 23. (VETADO)

Seção V
Da Compensação a Municípios

Art. 24. (VETADO)

Seção VI
Do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos

Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema


de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre
recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.

1650
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema


Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos serão incorporados ao Sis-
tema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.
Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Infor-
mações sobre Recursos Hídricos:
I – descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
II – coordenação unificada do sistema;
III – acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.
Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recur-
sos Hídricos:
I – reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a si-
tuação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil;
II – atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e
demanda de recursos hídricos em todo o território nacional;
III – fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.

CAPÍTULO V
DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO MÚLTIPLO, DE
INTERESSE COMUM OU COLETIVO

Art. 28. (VETADO)

CAPÍTULO VI
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO

Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos,


compete ao Poder Executivo Federal:
I – tomar as providências necessárias à implementação e ao funcionamen-
to do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

1651
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e regulamentar e


fiscalizar os usos, na sua esfera de competência;
III – implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos,
em âmbito nacional;
IV – promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão
ambiental.
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a autori-
dade responsável pela efetivação de outorgas de direito de uso dos recursos
hídricos sob domínio da União.
Art. 30. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos,
cabe aos Poderes Executivos Estaduais e do Distrito Federal, na sua esfera de
competência:
I – outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e regulamentar e fis-
calizar os seus usos;
II – realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica;
III – implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos,
em âmbito estadual e do Distrito Federal;
IV – promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão
ambiental.
Art. 31. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os
Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a inte-
gração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e con-
servação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de
recursos hídricos.

1652
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO
DE RECURSOS HÍDRICOS

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO

Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos


Hídricos, com os seguintes objetivos:
I – coordenar a gestão integrada das águas;
II – arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recur-
sos hídricos;
III – implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV – planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos
recursos hídricos;
V – promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos:
I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
III – os Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;
V – as Agências de Água.
Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos: (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação dada pela Lei
9.984, de 2000)
I – A. – a Agência Nacional de Águas; (Incluído pela Lei 9.984, de 2000)
II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
(Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

1653
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei 9.984,


de 2000)
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Fede-
ral e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos
hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
V – as Agências de Água. (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por:


I – representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da Repúbli-
ca com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;
II – representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos
Hídricos;
III – representantes dos usuários dos recursos hídricos;
IV – representantes das organizações civis de recursos hídricos.
Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal
não poderá exceder à metade mais um do total dos membros do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos.
Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
I – promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os
planejamentos nacional, regional, estaduais e dos setores usuários;
II – arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes
entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
III – deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas
repercussões extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados;
IV – deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas
pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia
Hidrográfica;

1654
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos


hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos;
VI – estabelecer diretrizes complementares para implementação da Polí-
tica Nacional de Recursos Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VII – aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e
estabelecer critérios gerais para a elaboração de seus regimentos;
VIII – (VETADO)
IX – acompanhar a execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e
determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos
Hídricos e determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas
metas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
X – estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recur-
sos hídricos e para a cobrança por seu uso.
XI – zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Bar-
ragens (PNSB); (Incluído pela Lei n. 12.334, de 2010)
XII – estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de
seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Informações sobre Se-
gurança de Barragens (SNISB); (Incluído pela Lei n. 12.334, de 2010)
XIII – apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se ne-
cessário, recomendações para melhoria da segurança das obras, bem como
encaminhá-lo ao Congresso Nacional. (Incluído pela Lei n. 12.334, de 2010)
Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por:
I – um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Am-
biente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
II – um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da es-
trutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia
Legal, responsável pela gestão dos recursos hídricos.

1655
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – um Presidente, que será o Ministro de Estado do Desenvolvimento Re-


gional; (Redação dada pela Medida Provisória n. 870, de 2019)
II – um Secretário-Executivo, que será o titular do órgão integrante da
estrutura do Ministério do Desenvolvimento Regional responsável pela gestão
dos recursos hídricos. (Redação dada pela Medida Provisória n. 870, de 2019)
I – 1 (um) Presidente, que será o Ministro de Estado do Desenvolvimento
Regional; (Redação dada pela Lei n. 13.844, de 2019)
II – 1 (um) Secretário-Executivo, que será o titular do órgão integrante da
estrutura do Ministério do Desenvolvimento Regional responsável pela gestão
dos recursos hídricos. (Redação dada pela Lei n. 13.844, de 2019)

CAPÍTULO III
DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA

Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:


I – a totalidade de uma bacia hidrográfica;
II – sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da ba-
cia, ou de tributário desse tributário; ou
III – grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de
domínio da União será efetivada por ato do Presidente da República.
Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua
área de atuação:
I – promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e
articular a atuação das entidades intervenientes;
II – arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relaciona-
dos aos recursos hídricos;
III – aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
IV – acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e su-
gerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;

1656
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos


Hídricos as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca ex-
pressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de
uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes;
VI – estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos
e sugerir os valores a serem cobrados;
VII – (VETADO)
VIII – (VETADO)
IX – estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso
múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá
recurso ao Conselho Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídri-
cos, de acordo com sua esfera de competência.
Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:
I – da União;
II – dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que
parcialmente, em suas respectivas áreas de atuação;
III – dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
IV – dos usuários das águas de sua área de atuação;
V – das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada
na bacia.
§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo,
bem como os critérios para sua indicação, serão estabelecidos nos regimen-
tos dos comitês, limitada a representação dos poderes executivos da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros.
§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e
transfronteiriços de gestão compartilhada, a representação da União deverá
incluir um representante do Ministério das Relações Exteriores.
§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abran-
jam terras indígenas devem ser incluídos representantes:

1657
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação


da União;
II – das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área
de atuação restrita a bacias de rios sob domínio estadual, dar-se-á na forma
estabelecida nos respectivos regimentos.
Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presi-
dente e um Secretário, eleitos dentre seus membros.

CAPÍTULO IV
DAS AGÊNCIAS DE ÁGUA

Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva


do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou
mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
Parágrafo único. A criação das Agências de Água será autorizada pelo Con-
selho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos
Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimen-
to dos seguintes requisitos:
I – prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidro-
gráfica;
II – viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos
hídricos em sua área de atuação.
Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação:
I – manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em
sua área de atuação;
II – manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;
III – efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de
recursos hídricos;

1658
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem fi-


nanciados com recursos gerados pela cobrança pelo uso de Recursos Hídri-
cos e encaminhá-los à instituição financeira responsável pela administra-
ção desses recursos;
V – acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com
a cobrança pelo uso de recursos hídricos em sua área de atuação;
VI – gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área
de atuação;
VII – celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a exe-
cução de suas competências;
VIII – elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do
respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;
IX – promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos
em sua área de atuação;
X – elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo
Comitê de Bacia Hidrográfica;
XI – propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica:
a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encami-
nhamento ao respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recur-
sos Hídricos, de acordo com o domínio destes;
b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos;
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso
de recursos hídricos;
d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou
coletivo.

1659
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO NACIONAL DE
RECURSOS HÍDRICOS

Art. 45. A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos


será exercida pelo órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Am-
biente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, responsável pela gestão
dos recursos hídricos.
Art. 45. A Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídri-
cos será exercida pelo órgão integrante da estrutura do Ministério do Desen-
volvimento Regional responsável pela gestão dos recursos hídricos. (Redação
dada pela Medida Provisória n. 870, de 2019)
Art. 45. A Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídri-
cos será exercida pelo órgão integrante da estrutura do Ministério do Desen-
volvimento Regional responsável pela gestão dos recursos hídricos. (Redação
dada pela Lei n. 13.844, de 2019)
Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recur-
sos Hídricos:
I – prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional
de Recursos Hídricos;
II – coordenar a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e en-
caminhá-lo à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
III – instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Re-
cursos Hídricos e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV – coordenar o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos;
V – elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária
anual e submetê-los à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recur-
sos Hídricos: (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
I – prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional
de Recursos Hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

1660
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – revogado; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)


III – instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Re-
cursos Hídricos e dos Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei
9.984, de 2000)
IV – revogado; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
V – elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária
anual e submetê-los à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
(Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

CAPÍTULO VI
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de
recursos hídricos:
I – consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;
II – associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos;
III – organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área
de recursos hídricos;
IV – organizações não governamentais com objetivos de defesa de inte-
resses difusos e coletivos da sociedade;
V – outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos.
Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organi-
zações civis de recursos hídricos devem ser legalmente constituídas.

TÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos


superficiais ou subterrâneos:
I – derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a
respectiva outorga de direito de uso;

1661
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com


a derivação ou a utilização de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos,
que implique alterações no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos,
sem autorização dos órgãos ou entidades competentes;
III – (VETADO)
IV – utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços re-
lacionados com os mesmos em desacordo com as condições estabelecidas
na outorga;
V – perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a
devida autorização;
VI – fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar
valores diferentes dos medidos;
VII – infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos re-
gulamentos administrativos, compreendendo instruções e procedimentos
fixados pelos órgãos ou entidades competentes;
VIII – obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competen-
tes no exercício de suas funções.
Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar re-
ferentes à execução de obras e serviços hidráulicos, derivação ou utiliza-
ção de recursos hídricos de domínio ou administração da União, ou pelo
não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade
competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente
de sua ordem de enumeração:
I – advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para corre-
ção das irregularidades;
II – multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$
100,00 (cem reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
III – embargo provisório, por prazo determinado, para execução de ser-
viços e obras necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga
ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, controle, conservação
e proteção dos recursos hídricos;

1662
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para re-


por incontinenti, no seu antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens,
nos termos dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de
extração de água subterrânea.
§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público
de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou
animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada
nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em abstrato.
§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa,
serão cobradas do infrator as despesas em que incorrer a Administração para
tornar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts.
36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela indeni-
zação dos danos a que der causa.
§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à au-
toridade administrativa competente, nos termos do regulamento.
§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 51. Os consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográfi-


cas mencionados no art. 47 poderão receber delegação do Conselho Nacional
ou dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, por prazo determinado,
para o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto
esses organismos não estiverem constituídos.
Art. 51. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os Conselhos Estadu-
ais de Recursos Hídricos poderão delegar a organizações sem fins lucrativos
relacionadas no art. 47 desta Lei, por prazo determinado, o exercício de fun-
ções de competência das Agências de Água, enquanto esses organismos não
estiverem constituídos. (Redação dada pela Lei n. 10.881, de 2004)

1663
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e regulamentado o Plano Nacio-


nal de Recursos Hídricos, a utilização dos potenciais hidráulicos para fins de
geração de energia elétrica continuará subordinada à disciplina da legislação
setorial específica.
Art. 53. O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a partir da pu-
blicação desta Lei, encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei dispon-
do sobre a criação das Agências de Água.
Art. 54. O art. 1º da Lei n. 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigo-
rar com a seguinte redação:
“Art. 1º.............................................................................
........................................................................................
III – quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de Recur-
sos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal;
IV – três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento Nacional de
Águas e Energia Elétrica - DNAEE, do Ministério de Minas e Energia;
V – dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
....................................................................................
§ 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal será empregada
na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e na gestão da rede hidro-
meteorológica nacional.
§ 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na operação e expansão
de sua rede hidrometeorológica, no estudo dos recursos hídricos e em servi-
ços relacionados ao aproveitamento da energia hidráulica.”
Parágrafo único. Os novos percentuais definidos no caput deste artigo en-
trarão em vigor no prazo de cento e oitenta dias contados a partir da data de
publicação desta Lei.

1664
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de


cento e oitenta dias, contados da data de sua publicação.
Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 8 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Gustavo Krause

Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.1.1997*

1665
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os


membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fun-
damento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos re-
sultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e
que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de palavra, de
crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi procla-
mado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos
pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último
recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amis-
tosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da
ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do
ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que de-
cidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma
liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover,
em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e li-
berdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades
é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
Agora portanto

1666
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

A ASSEMBLEIA GERAL

Proclama

A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS


DIREITOS HUMANOS

como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre
em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por
promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconheci-
mento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo I

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.


São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros
com espírito de fraternidade.

Artigo II

1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades


estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de
raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2 - Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição políti-
ca, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa,
quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio,
quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo III

Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

1667
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Artigo IV

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico


de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo V

Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel,


desumano ou degradante.

Artigo VI

Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido


como pessoa perante a lei.

Artigo VII

Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer dis-
criminação que viole a presente declaração e contra qualquer incitamento a
tal discriminação.

Artigo VIII

Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competen-
tes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe
sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo IX

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

1668
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Artigo X

Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audi-
ência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus
direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo XI

1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser pre-
sumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas
as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional.
Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento
da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo XII

Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família,


em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputa-
ção. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências
ou ataques.

Artigo XIII

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência


dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o pró-
prio, e a este regressar.

1669
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Artigo XIV

1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de


gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitima-
mente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos ob-
jetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XV

1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.


2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito de mudar de nacionalidade.

Artigo XVI

1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de


raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e
fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento,
sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento
dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à
proteção da sociedade e do Estado.

Artigo XVII

1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com


outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

1670
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Artigo XVIII

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e


religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a li-
berdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo
culto e pela observância, em público ou em particular.

Artigo XIX

Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este


direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independen-
temente de fronteiras.

Artigo XX

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.


2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo XXI

1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta
vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio
universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liber-
dade de voto.

Artigo XXII

Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança


social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de
acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômi-

1671
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

cos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvi-


mento da sua personalidade.

Artigo XXIII

1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a


condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remune-
ração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa
e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário,
outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar
para proteção de seus interesses.

Artigo XXIV

Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razo-
ável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo XXV

1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegu-


rar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda dos meios de subsistência em circuns tâncias fora de
seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência espe-
ciais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da
mesma proteção social.

1672
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Artigo XXVI

1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será
obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como
a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da per-
sonalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais.
A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre to-
das as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das
Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que
será minis trada a seus filhos.

Artigo XXVII

1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural


da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de
seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e mate-
riais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual
seja autor.

Artigo XXVIII

Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que
os direitos e liberdades estabelecidos na presente declaração possam ser ple-
namente realizados.

1673
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Artigo XXIX

1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre
e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará su-
jeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim
de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do
bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exer-
cidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XXX

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como


o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer
qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quais-
quer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

1674
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DECRETO N. 40, DE FEVEREIRO DE 1991

Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou


Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
Considerando que a Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL Ses-
são, realizada em Nova York, adotou a 10 de dezembro de 1984, a Conven-
ção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes;
Considerando que o Congresso Nacional aprovou a referida Convenção por
meio do Decreto Legislativo n. 4, de 23 de maio de 1989;
Considerando que a Carta de Ratificação da Convenção foi depositada em
28 de setembro de 1989;
Considerando que a Convenção entrou em vigor para o Brasil em 28 de
outubro de 1989, na forma de seu artigo 27, inciso 2;

DECRETA:

Art. 1º A Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cru-


éis, Desumanos ou Degradantes, apensa por cópia ao presente Decreto, será
executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 15 de fevereiro de 1991; 170º da Independência e 103º da República.


FERNANDO COLLOR
Francisco Rezek
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 18.2.1991

1675
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS


OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES

Os Estados Partes da presente Convenção,


Considerando que, de acordo com os princípios proclamados pela Carta
das Nações Unidas, o reconhecimento dos direitos iguais e inalienáveis de to-
dos os membros da família humana é o fundamento da liberdade, da justiça
e da paz no mundo,
Reconhecendo que estes direitos emanam da dignidade inerente à pessoa
humana,
Considerando a obrigação que incumbe os Estados, em virtude da Carta,
em particular do Artigo 55, de promover o respeito universal e a observância
dos direitos humanos e liberdades fundamentais.
Levando em conta o Artigo 5º da Declaração Universal e a observância dos
Direitos do Homem e o Artigo 7º do Pacto Internacional sobre Direitos Civis
e Políticos, que determinam que ninguém será sujeito à tortura ou a pena ou
tratamento cruel, desumano ou degradante,
Levando também em conta a Declaração sobre a Proteção de Todas as
Pessoas contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
ou Degradantes, aprovada pela Assembleia Geral em 9 de dezembro de 1975,
Desejosos de tornar mais eficaz a luta contra a tortura e outros tratamen-
tos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes em todo o mundo,
Acordam o seguinte:

PARTE I
ARTIGO 1º

1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tortura” designa qualquer


ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pes-
soa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma tercei-

1676
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ra pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou


coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em
discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são
infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções
públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência.
Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam conse-
quência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais san-
ções ou delas decorram.
2. O presente Artigo não será interpretado de maneira a restringir qual-
quer instrumento internacional ou legislação nacional que contenha ou possa
conter dispositivos de alcance mais amplo.

ARTIGO 2º

1. Cada Estado Parte tomará medidas eficazes de caráter legislativo, ad-


ministrativo, judicial ou de outra natureza, a fim de impedir a prática de atos
de tortura em qualquer território sob sua jurisdição.
2. Em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias excepcionais tais
como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer
outra emergência pública como justificação para tortura.
3. A ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade pública não
poderá ser invocada como justificação para a tortura.

ARTIGO 3º

1. Nenhum Estado Parte procederá à expulsão, devolução ou extradição


de uma pessoa para outro Estado quando houver razões substanciais para
crer que a mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura.
2. A fim de determinar a existência de tais razões, as autoridades compe-
tentes levarão em conta todas as considerações pertinentes, inclusive, quan-

1677
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

do for o caso, a existência, no Estado em questão, de um quadro de violações


sistemáticas, graves e maciças de direitos humanos.
ARTIGO 4º

1. Cada Estado Parte assegurará que todos os atos de tortura sejam consi-
derados crimes segundo a sua legislação penal. O mesmo aplicar-se-á à ten-
tativa de tortura e a todo ato de qualquer pessoa que constitua cumplicidade
ou participação na tortura.
2. Cada Estado Parte punirá estes crimes com penas adequadas que levem
em conta a sua gravidade.
ARTIGO 5º

1. Cada Estado Parte tomará as medidas necessárias para estabelecer sua


jurisdição sobre os crimes previstos no Artigo 4º nos seguintes casos:
a) quando os crimes tenham sido cometidos em qualquer território sob sua
jurisdição ou a bordo de navio ou aeronave registrada no Estado em questão;
b) quando o suposto autor for nacional do Estado em questão;
c) quando a vítima for nacional do Estado em questão e este o considerar
apropriado.
2. Cada Estado Parte tomará também as medidas necessárias para esta-
belecer sua jurisdição sobre tais crimes nos casos em que o suposto autor se
encontre em qualquer território sob sua jurisdição e o Estado não extradite de
acordo com o Artigo 8º para qualquer dos Estados mencionados no parágrafo
1 do presente Artigo.
3. Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição criminal exercida de
acordo com o direito interno.

ARTIGO 6º

1. Todo Estado Parte em cujo território se encontre uma pessoa suspeita


de ter cometido qualquer dos crimes mencionados no Artigo 4º, se conside-

1678
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

rar, após o exame das informações de que dispõe, que as circunstâncias o


justificam, procederá à detenção de tal pessoa ou tomará outras medidas le-
gais para assegurar sua presença. A detenção e outras medidas legais serão
tomadas de acordo com a lei do Estado mas vigorarão apenas pelo tempo
necessário ao início do processo penal ou de extradição.
2. O Estado em questão procederá imediatamente a uma investigação
preliminar dos fatos.
3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágrafo 1 terá assegurada
facilidades para comunicar-se imediatamente com o representante mais pró-
ximo do Estado de que é nacional ou, se for apátrida, com o representante do
Estado de residência habitual.
4. Quando o Estado, em virtude deste Artigo, houver detido uma pessoa,
notificará imediatamente os Estados mencionados no Artigo 5º, parágrafo 1,
sobre tal detenção e sobre as circunstâncias que a justificam. O Estado que
proceder à investigação preliminar a que se refere o parágrafo 2 do presente
Artigo comunicará sem demora seus resultados aos Estados antes menciona-
dos e indicará se pretende exercer sua jurisdição.

ARTIGO 7º

1. O Estado Parte no território sob a jurisdição do qual o suposto autor de


qualquer dos crimes mencionados no Artigo 4º for encontrado, se não o extra-
ditar, obrigar-se-á, nos casos contemplados no Artigo 5º, a submeter o caso as
suas autoridades competentes para o fim de ser o mesmo processado.
2. As referidas autoridades tomarão sua decisão de acordo com as mes-
mas normas aplicáveis a qualquer crime de natureza grave, conforme a legis-
lação do referido Estado. Nos casos previstos no parágrafo 2 do Artigo 5º, as
regras sobre prova para fins de processo e condenação não poderão de modo
algum ser menos rigorosas do que as que se aplicarem aos casos previstos
no parágrafo 1 do Artigo 5º.

1679
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

3. Qualquer pessoa processada por qualquer dos crimes previstos no Arti-


go 4º receberá garantias de tratamento justo em todas as fases do processo.

ARTIGO 8º

1. Os crimes a que se refere o Artigo 4º serão considerados como extradi-


táveis em qualquer tratado de extradição existente entre os Estados Partes.
Os Estados Partes obrigar-se-ão a incluir tais crimes como extraditáveis em
todo tratado de extradição que vierem a concluir entre si.
2. Se um Estado Parte que condiciona a extradição à existência de tratado
de receber um pedido de extradição por parte do outro Estado Parte com o
qual não mantém tratado de extradição, poderá considerar a presente Con-
venção com base legal para a extradição com respeito a tais crimes. A extra-
dição sujeitar-se-á ás outras condições estabelecidas pela lei do Estado que
receber a solicitação.
3. Os Estado Partes que não condicionam a extradição à existência de um
tratado reconhecerão, entre si, tais crimes como extraditáveis, dentro das
condições estabelecidas pela lei do Estado que receber a solicitação.
4. O crime será considerado, para o fim de extradição entre os Estados
Partes, como se tivesse ocorrido não apenas no lugar em que ocorreu, mas
também nos territórios dos Estados chamados a estabelecerem sua jurisdi-
ção, de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 5º.

ARTIGO 9º

1. Os Estados Partes prestarão entre si a maior assistência possível em


relação aos procedimentos criminais instaurados relativamente a qualquer
dos delitos mencionados no Artigo 4º, inclusive no que diz respeito ao for-
necimento de todos os elementos de prova necessários para o processo que
estejam em seu poder.

1680
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

2. Os Estados Partes cumprirão as obrigações decorrentes do parágrafo 1


do presente Artigo conforme quaisquer tratados de assistência judiciária recí-
proca existentes entre si.

ARTIGO 10º

1. Cada Estado Parte assegurará que o ensino e a informação sobre a


proibição de tortura sejam plenamente incorporados no treinamento do pes-
soal civil ou militar encarregado da aplicação da lei, do pessoal médico, dos
funcionários públicos e de quaisquer outras pessoas que possam participar
da custódia, interrogatório ou tratamento de qualquer pessoa submetida a
qualquer forma de prisão, detenção ou reclusão.
2. Cada Estado Parte incluirá a referida proibição nas normas ou instru-
ções relativas aos deveres e funções de tais pessoas.

ARTIGO 11º

Cada Estado Parte manterá sistematicamente sob exame as normas, ins-


truções, métodos e práticas de interrogatório, bem como as disposições sobre
a custódia e o tratamento das pessoas submetidas, em qualquer território sob
sua jurisdição, a qualquer forma de prisão, detenção ou reclusão, com vistas
a evitar qualquer caso de tortura.

ARTIGO 12º

Cada Estado Parte assegurará suas autoridades competentes procederão


imediatamente a uma investigação imparcial sempre que houver motivos ra-
zoáveis para crer que um ato de tortura tenha sido cometido em qualquer
território sob sua jurisdição.

1681
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ARTIGO 13º

Cada Estado Parte assegurará a qualquer pessoa que alegue ter sido sub-
metida a tortura em qualquer território sob sua jurisdição o direito de apre-
sentar queixa perante as autoridades competentes do referido Estado, que
procederão imediatamente e com imparcialidade ao exame do seu caso. Se-
rão tomadas medidas para assegurar a proteção do queixoso e das teste-
munhas contra qualquer mau tratamento ou intimação em consequência da
queixa apresentada ou de depoimento prestado.

ARTIGO 14º

1. Cada Estado Parte assegurará, em seu sistema jurídico, à vítima de um


ato de tortura, o direito à reparação e a uma indenização justa e adequada,
incluídos os meios necessários para a mais completa reabilitação possível. Em
caso de morte da vítima como resultado de um ato de tortura, seus depen-
dentes terão direito à indenização.
2. O disposto no presente Artigo não afetará qualquer direito a indenização
que a vítima ou outra pessoa possam ter em decorrência das leis nacionais.

ARTIGO 15º

Cada Estado Parte assegurará que nenhuma declaração que se demonstre


ter sido prestada como resultado de tortura possa ser invocada como prova
em qualquer processo, salvo contra uma pessoa acusada de tortura como
prova de que a declaração foi prestada.

ARTIGO 16º

1.Cada Estado Parte se comprometerá a proibir em qualquer território


sob sua jurisdição outros atos que constituam tratamento ou penas cruéis,
desumanos ou degradantes que não constituam tortura tal como definida no

1682
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Artigo 1, quando tais atos forem cometidos por funcionário público ou outra
pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência. Aplicar-se-ão, em particular, as obrigações
mencionadas nos Artigos 10, 11, 12 e 13, com a substituição das referências
a tortura por referências a outras formas de tratamentos ou penas cruéis,
desumanos ou degradantes.
2. Os dispositivos da presente Convenção não serão interpretados de ma-
neira a restringir os dispositivos de qualquer outro instrumento internacional
ou lei nacional que proíba os tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
degradantes ou que se refira à extradição ou expulsão.

PARTE II
ARTIGO 17º

1. Constituir-se-á um Comitê contra a Tortura (doravante denominado


o “Comitê) que desempenhará as funções descritas adiante. O Comitê será
composto por dez peritos de elevada reputação moral e reconhecida com-
petência em matéria de direitos humanos, os quais exercerão suas funções
a título pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados Partes, levando em
conta uma distribuição geográfica equitativa e a utilidade da participação de
algumas pessoas com experiência jurídica.
2. Os membros do Comitê serão eleitos em votação secreta dentre uma lis-
ta de pessoas indicadas pelos Estados Partes. Cada Estado Parte pode indicar
uma pessoa dentre os seus nacionais. Os Estados Partes terão presente a uti-
lidade da indicação de pessoas que sejam também membros do Comitê de Di-
reitos Humanos estabelecido de acordo com o Pacto Internacional de Direitos
Civis e Políticos e que estejam dispostas a servir no Comitê contra a Tortura.
3. Os membros do Comitê serão eleitos em reuniões bienais dos Estados
Partes convocadas pelo Secretário-Geral das Nações Unidas. Nestas reuniões,
nas quais o quorum será estabelecido por dois terços dos Estados Partes, se-
rão eleitos membros do Comitê os candidatos que obtiverem o maior número

1683
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes dos Estados Par-
tes presentes e votantes.
4. A primeira eleição se realizará no máximo seis meses após a data de
entrada em vigor da presente Convenção. Ao menos quatro meses antes da
data de cada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas enviará uma carta
aos Estados Partes para convidá-los a apresentar suas candidaturas no prazo
de três meses. O Secretário-Geral organizará uma lista por ordem alfabética
de todos os candidatos assim designados, com indicações dos Estados Partes
que os tiverem designado, e a comunicará aos Estados Partes.
5. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos.
Poderão, caso suas candidaturas sejam apresentadas novamente, ser reelei-
tos. No entanto, o mandato de cinco dos membros eleitos na primeira eleição
expirará ao final de dois anos; imediatamente após a primeira eleição, o pre-
sidente da reunião a que se refere o parágrafo 3 do presente Artigo indicará,
por sorteio, os nomes desses cinco membros.
6. Se um membro do Comitê vier a falecer, a demitir-se de suas funções
ou, por outro motivo qualquer, não puder cumprir com suas obrigações no
Comitê, o Estado Parte que apresentou sua candidatura indicará, entre seus
nacionais, outro perito para cumprir o restante de seu mandato, sendo que a
referida indicação estará sujeita à aprovação da maioria dos Estados Partes.
Considerar-se-á como concedida a referida aprovação, a menos que a metade
ou mais dos Estados Partes venham a responder negativamente dentro de um
prazo de seis semanas, a contar do momento em que o Secretário-Geral das
Nações Unidas lhes houver comunicado a candidatura proposta.
7. Correrão por conta dos Estados Partes as despesas em que vierem a incor-
rer os membros do Comitê no desempenho de suas funções no referido órgão.

ARTIGO 18º

1. O Comitê elegerá sua mesa para um período de dois anos. Os membros


da mesa poderão ser reeleitos.

1684
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

2. O próprio Comitê estabelecerá suas regras de procedimento; estas,


contudo, deverão conter, entre outras, as seguintes disposições:
a) o quorum será de seis membros;
b) as decisões do Comitê serão tomadas por maioria de votos dos mem-
bros presentes.
3. O Secretário-Geral das Nações Unidas colocará à disposição do Comitê
o pessoal e os serviços necessários ao desempenho eficaz das funções que
lhe são atribuídas em virtude da presente Convenção.
4. O Secretário-Geral das Nações Unidas convocará a primeira reunião do
Comitê. Após a primeira reunião, o Comitê deverá reunir-se em todas as oca-
siões previstas em suas regras de procedimento.
5. Os Estados Partes serão responsáveis pelos gastos vinculados à reali-
zação das reuniões dos Estados Partes e do Comitê, inclusive o reembolso de
quaisquer gastos, tais como os de pessoal e de serviço, em que incorrerem as
Nações Unidas em conformidade com o parágrafo 3 do presente Artigo.

ARTIGO 19º

1. Os Estados Partes submeterão ao Comitê, por intermédio do Secretá-


rio-Geral das Nações Unidas, relatórios sobre as medidas por eles adotadas
no cumprimento das obrigações assumidas em virtude da presente Conven-
ção, dentro de prazo de um ano, a contar do início da vigência da presente
Convenção no Estado Parte interessado. A partir de então, os Estados Partes
deverão apresentar relatórios suplementares a cada quatro anos sobre todas
as novas disposições que houverem adotado, bem como outros relatórios que
o Comitê vier a solicitar.
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas transmitirá os relatórios a todos
os Estados Partes.
3. Cada relatório será examinado pelo Comitê, que poderá fazer os co-
mentários gerais que julgar oportunos e os transmitirá ao Estado Parte inte-

1685
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ressado. Este poderá, em resposta ao Comitê, comunicar-lhe todas as obser-


vações que deseje formular.
4. O Comitê poderá, a seu critério, tomar a decisão de incluir qualquer
comentário que houver feito de acordo com o que estipula o parágrafo 3 do
presente Artigo, junto com as observações conexas recebidas do Estado Parte
interessado, em seu relatório anual que apresentará em conformidade com
o Artigo 24. Se assim o solicitar o Estado Parte interessado, o Comitê pode-
rá também incluir cópia do relatório apresentado em virtude do parágrafo 1
do presente Artigo.

ARTIGO 20º

1. O Comitê, no caso de vir a receber informações fidedignas que lhe


pareçam indicar, de forma fundamentada, que a tortura é praticada siste-
maticamente no território de um Estado Parte, convidará o Estado Parte em
questão a cooperar no exame das informações e, nesse sentido, a transmitir
ao Comitê as observações que julgar pertinentes.
2. Levando em consideração todas as observações que houver apresen-
tado o Estado Parte interessado, bem como quaisquer outras informações
pertinentes de que dispuser, o Comitê poderá, se lhe parecer justificável, de-
signar um ou vários de seus membros para que procedam a uma investigação
confidencial e informem urgentemente o Comitê.
3. No caso de realizar-se uma investigação nos termos do parágrafo 2 do
presente Artigo, o Comitê procurará obter a colaboração do Estado Parte in-
teressado. Com a concordância do Estado Parte em questão, a investigação
poderá incluir uma visita a seu território.
4. Depois de haver examinado as conclusões apresentadas por um ou
vários de seus membros, nos termos do parágrafo 2 do presente Artigo, o
Comitê as transmitirá ao Estado Parte interessado, junto com as observações
ou sugestões que considerar pertinentes em vista da situação.

1686
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

5. Todos os trabalhos do Comitê a que se faz referência nos parágrafos 1


ao 4 do presente Artigo serão confidenciais e, em todas as etapas dos refe-
ridos trabalhos, procurar-se-á obter a cooperação do Estado Parte. Quando
estiverem concluídos os trabalhos relacionados com uma investigação reali-
zada de acordo com o parágrafo 2, o Comitê poderá, após celebrar consultas
com o Estado Parte interessado, tomar a decisão de incluir um resumo dos
resultados da investigação em seu relatório anual, que apresentará em con-
formidade com o Artigo 24.

ARTIGO 21º

1. Com base no presente Artigo, todo Estado Parte da presente Convenção


poderá declarar, a qualquer momento, que reconhece a competência dos Co-
mitês para receber e examinar as comunicações em que um Estado Parte ale-
gue que outro Estado Parte não vem cumprindo as obrigações que lhe impõe
a Convenção. As referidas comunicações só serão recebidas e examinadas
nos termos do presente Artigo no caso de serem apresentadas por um Estado
Parte que houver feito uma declaração em que reconheça, com relação a si
próprio, a competência do Comitê. O Comitê não receberá comunicação al-
guma relativa a um Estado Parte que não houver feito uma declaração dessa
natureza. As comunicações recebidas em virtude do presente Artigo estarão
sujeitas ao procedimento que se segue:
a) se um Estado Parte considerar que outro Estado Parte não vem cum-
prindo as disposições da presente Convenção poderá, mediante comunicação
escrita, levar a questão ao conhecimento deste Estado Parte. Dentro de um
prazo de três meses  a contar da data do recebimento da comunicação, o
Estado destinatário fornecerá ao Estado que enviou a comunicação explica-
ções ou quaisquer outras declarações por escrito que esclareçam a questão,
as quais deverão fazer referência, até onde seja possível e pertinente, aos
procedimentos nacionais e aos recursos jurídicos adotados, em trâmite ou
disponíveis sobre a questão;

1687
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) se, dentro de um prazo de seis meses, a contar da data do recebimento


da comunicação original pelo Estado destinatário, a questão não estiver diri-
mida satisfatoriamente para ambos os Estado Partes interessados, tanto um
como o outro terão o direito de submetê-la ao Comitê, mediante notificação
endereçada ao Comitê ou ao outro Estado interessado;
c) o Comitê tratará de todas as questões que se lhe submetam em virtude
do presente Artigo somente após ter-se assegurado de que todos os recursos
jurídicos internos disponíveis tenham sido utilizados e esgotados, em conso-
nância com os princípios do Direito internacional geralmente reconhecidos.
Não se aplicará esta regra quando a aplicação dos mencionados recursos se
prolongar injustificadamente ou quando não for provável que a aplicação de
tais recursos venha a melhorar realmente a situação da pessoa que seja víti-
ma de violação da presente Convenção;
d) o Comitê realizará reuniões confidenciais quando estiver examinando
as comunicações previstas no presente Artigo;
e) sem prejuízo das disposições da alínea c), o Comitê colocará seus bons
ofícios à disposição dos Estados Partes interessados no intuito de se alcançar
uma solução amistosa para a questão, baseada no respeito às obrigações
estabelecidas na presente Convenção. Com vistas a atingir esse objetivo, o
Comitê poderá constituir, se julgar conveniente, uma comissão de concilia-
ção ad hoc;
f) em todas as questões que se lhe submetam em virtude do presente Ar-
tigo, o Comitê poderá solicitar aos Estados Partes interessados, a que se faz
referência na alínea b), que lhe forneçam quaisquer informações pertinentes;
g) os Estados Partes interessados, a que se faz referência na alínea b),
terão o direito de fazer-se representar quando as questões forem examinadas
no Comitê e de apresentar suas observações verbalmente e/ou por escrito;
h) o Comitê, dentro dos doze meses seguintes à data de recebimento de
notificação mencionada na b), apresentará relatório em que:

1688
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

i) se houver sido alcançada uma solução nos termos da alínea e), o Co-
mitê restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos e da
solução alcançada;
ii) se não houver sido alcançada solução alguma nos termos da alínea e),
o Comitê restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos;
serão anexados ao relatório o texto das observações escritas e as atas das
observações orais apresentadas pelos Estados Partes interessados.
Para cada questão, o relatório será encaminhado aos Estados Partes inte-
ressados.
2. As disposições do presente Artigo entrarão em vigor a partir do mo-
mento em que cinco Estado Partes da presente Convenção houverem feito
as declarações mencionadas no parágrafo 1 deste Artigo. As referidas decla-
rações serão depositadas pelos Estados Partes junto ao Secretário-Geral das
Nações Unidas, que enviará cópia das mesmas aos demais Estados Partes.
Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer momento, mediante notifica-
ção endereçada ao Secretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do
exame de quaisquer questões que constituam objeto de uma comunicação
já transmitida nos termos deste Artigo; em virtude do presente Artigo, não
se receberá qualquer nova comunicação de um Estado Parte uma vez que o
Secretário-Geral haja recebido a notificação sobre a retirada da declaração, a
menos que o Estado Parte interessado haja feito uma nova declaração.

ARTIGO 22º

1. Todo Estado Parte da presente Convenção poderá, em virtude do pre-


sente Artigo, declarar, a qualquer momento, que reconhece a competência
do Comitê para receber e examinar as comunicações enviadas por pessoas
sob sua jurisdição, ou em nome delas, que aleguem ser vítimas de violação,
por um Estado Parte, das disposições da Convenção.O Comitê não receberá
comunicação alguma relativa a um Estado Parte que não houver feito decla-
ração dessa natureza.

1689
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação recebida em


conformidade com o presente Artigo que seja anônima, ou que, a seu juízo,
constitua abuso do direito de apresentar as referidas comunicações, ou que
seja incompatível com as disposições da presente Convenção.
3. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 2, o Comitê levará todas as co-
municações apresentadas em conformidade com este Artigo ao conhecimento
do Estado Parte da presente Convenção que houver feito uma declaração nos
termos do parágrafo 1 e sobre o qual se alegue ter violado qualquer dispo-
sição da Convenção. Dentro dos seis meses seguintes, o Estado destinatário
submeterá ao Comitê as explicações ou declarações por escrito que elucidem
a questão e, se for o caso, indiquem o recurso jurídico adotado pelo Estado
em questão.
4. O Comitê examinará as comunicações recebidas em conformidade com
o presente Artigo á luz de todas as informações a ele submetidas pela pessoa
interessada, ou em nome dela, e pelo Estado Parte interessado.
5. O Comitê não examinará comunicação alguma de uma pessoa, nos ter-
mos do presente Artigo, sem que se haja assegurado de que;
a) a mesma questão não foi, nem está sendo, examinada perante uma
outra instância internacional de investigação ou solução;
b) a pessoa em questão esgotou todos os recursos jurídicos internos dis-
poníveis; não se aplicará esta regra quando a aplicação dos mencionados
recursos se prolongar injustificadamente ou quando não for provável que a
aplicação de tais recursos venha a melhorar realmente a situação da pessoa
que seja vítima de violação da presente Convenção.
6. O Comitê realizará reuniões confidenciais quando estiver examinado as
comunicações previstas no presente Artigo.
7.O Comitê comunicará seu parecer ao Estado Parte e à pessoa em questão.
8. As disposições do presente Artigo entrarão em vigor a partir do mo-
mento em que cinco Estado Partes da presente Convenção houverem feito
as declarações mencionadas no parágrafo 1 deste Artigo. As referidas decla-

1690
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

rações serão depositadas pelos Estados Partes junto ao Secretário-Geral das


Nações Unidas, que enviará cópia das mesmas ao demais Estados Partes.
Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer momento, mediante notifica-
ção endereçada ao Secretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do
exame de quaisquer questões que constituam objeto de uma comunicação já
transmitida nos termos deste Artigo; em virtude do presente Artigo, não se
receberá nova comunicação de uma pessoa, ou em nome dela, uma vez que
o Secretário-Geral haja recebido a notificação sobre retirada da declaração, a
menos que o Estado Parte interessado haja feito uma nova declaração.

ARTIGO 23º

Os membros do Comitê e os membros das Comissões de Conciliação ad


noc designados nos termos da alínea e) do parágrafo 1 do Artigo 21 terão o
direito às facilidades, privilégios e imunidades que se concedem aos peritos
no desempenho de missões para a Organização das Nações Unidas, em con-
formidade com as seções pertinentes da Convenção sobre Privilégios e Imu-
nidades das Nações Unidas.

ARTIGO 24º

O Comitê apresentará, em virtude da presente Convenção, um relatório


anula sobre suas atividades aos Estados Partes e à Assembleia Geral das Na-
ções Unidas.
PARTE III
ARTIGO 25º

1. A presente Convenção está aberta à assinatura de todos os Estados.


2. A presente Convenção está sujeita a ratificação. Os instrumentos de
ratificação serão depositados junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

1691
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ARTIGO 26º

A presente Convenção está aberta à Adesão de todos os Estados. Far-se-á


a Adesão mediante depósito do Instrumento de Adesão junto ao Secretário-
-Geral das Nações Unidas.
ARTIGO 27º

1. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a contar da


data em que o vigésimo instrumento de ratificação ou adesão houver sido
depositado junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
2. Para os Estados que vierem a ratificar a presente Convenção ou a ela
aderir após o depósito do vigésimo instrumento de ratificação ou adesão, a
Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a contar da data em que o Esta-
do em questão houver depositado seu instrumento de ratificação ou adesão.

ARTIGO 28º

1. Cada Estado Parte poderá declarar, por ocasião da assinatura ou da


ratificação da presente Convenção ou da adesão a ela, que não reconhece a
competência do Comitê quando ao disposto no Artigo 20.
2. Todo Estado Parte da presente Convenção que houver formulado uma
reserva em conformidade com o parágrafo 1 do presente Artigo poderá, a
qualquer momento, tornar sem efeito essa reserva, mediante notificação en-
dereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

ARTIGO 29º

1. Todo Estado Parte da presente Convenção poderá propor uma emenda


e depositá-la junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. O Secretário-Ge-
ral comunicará a proposta de emenda aos Estados Partes, pedindo-lhes que o
notifiquem se desejam que se convoque uma conferência dos Estados Partes
destinada a examinar a proposta e submetê-la a votação. Se, dentro dos qua-

1692
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tro meses seguintes à data da referida comunicação, pelos menos um terço


dos Estados Partes se manifestar a favor da referida convocação, o Secre-
tário-Geral convocará uma conferência sob os auspícios das Nações Unidas.
Toda emenda adotada pela maioria dos Estados Partes presentes e votantes
na conferência será submetida pelo Secretário-Geral à aceitação de todos os
Estados Partes.
2. Toda emenda adotada nos termos das disposições do parágrafo 1 do
presente Artigo entrará em vigor assim que dois terços dos Estados Partes
da presente Convenção houverem notificado o Secretário-Geral das Nações
Unidas de que a aceitaram em consonância com os procedimentos previstos
por suas respectivas constituições.
3. Quando entrarem em vigor, as emendas serão obrigatórias para todos
os Estados Partes que as tenham aceito, ao passo que os demais Estados Par-
tes permanecem obrigados pelas disposições da Convenção e pelas emendas
anteriores por eles aceitas.

ARTIGO 30º

1. As controvérsias entre dois ou mais Estados Partes com relação à inter-


pretação ou à aplicação da presente Convenção que não puderem ser dirimi-
das por meio da negociação serão, a pedido de um deles, submetidas a arbi-
tragem. Se durante os seis meses seguintes à data do pedido de arbitragem,
as Partes não lograrem pôr-se de acordo quanto aos termos do compromisso
de arbitragem, qualquer das Partes poderá submeter a controvérsia à Corte
Internacional de Justiça, mediante solicitação feita em conformidade com o
Estatuto da Corte.
2. Cada Estado poderá, por ocasião da assinatura ou da ratificação da
presente Convenção, declarar que não se considera obrigado pelo parágrafo
1 deste Artigo. Os demais Estados Partes não estarão obrigados pelo referido
parágrafo com relação a qualquer Estado Parte que houver formulado reserva
dessa natureza.

1693
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

3. Todo Estado Parte que houver formulado reserva nos termos do pará-
grafo 2 do presente Artigo poderá retirá-la, a qualquer momento, mediante
notificação endereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

ARTIGO 31º

1. Todo Estado Parte poderá denunciar a presente Convenção mediante


notificação por escrito endereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A
denúncia produzirá efeitos um ano depois da data de recebimento da notifi-
cação pelo Secretário-Geral.
2. A referida denúncia não eximirá o Estado Parte das obrigações que lhe
impõe a presente Convenção relativamente a qualquer ação ou omissão ocor-
rida antes da data em que a denúncia venha a produzir efeitos; a denúncia
não acarretará, tampouco, a suspensão do exame de quaisquer questões que
o Comitê já começara a examinar antes da data em que a denúncia veio a
produzir efeitos.
3. A partir da data em que vier a produzir efeitos a denúncia de um Estado
Parte, o Comitê não dará início ao exame de qualquer nova questão referente
ao Estado em apreço.

ARTIGO 32º

O Secretário-Geral das Nações Unidas comunicará a todos os Estados


membros das Nações Unidas e a todos os Estados que assinaram a presente
Convenção ou a ela aderiram:
a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em conformidade com
os Artigos 25 e 26;
b) a data de entrada em vigor da Convenção, nos termos do Artigo 27, e
a data de entrada em vigor de quaisquer emendas, nos termos do Artigo 29;
c) as denúncias recebidas em conformidades com o Artigo 31.

1694
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ARTIGO 33º

1. A presente Convenção, cujos textos em árabe, chinês, espanhol, fran-


cês, inglês e russo são igualmente autênticos, será depositada junto ao Se-
cretário-Geral das Nações Unidas.
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas encaminhará cópias autenticadas
da presente Convenção a todos os Estados.

1695
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 13.869, DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade;


altera a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
Mensagem de veto a Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n.
Vigência 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de
Promulgação partes vetadas 4 de julho de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de
dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por


agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pre-
texto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autori-
dade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar
outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho
ou satisfação pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e pro-
vas não configura abuso de autoridade.

CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente


público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:

1696
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;


II – membros do Poder Legislativo;
III – membros do Poder Executivo;
IV – membros do Poder Judiciário;
V – membros do Ministério Público;
VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por elei-
ção, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investi-
dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade
abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e ofere-
cer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

1697
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I
Dos Efeitos da Condenação

Art. 4º São efeitos da condenação:


I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, de-
vendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo
para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
por ele sofridos;
II – a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública,
pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III – a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste
artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente
na sentença.

Seção II
Das Penas Restritivas de Direitos

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de li-


berdade previstas nesta Lei são:
I – prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II – suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo
de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
III – (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas au-
tônoma ou cumulativamente.

1698
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente


das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreve-
rem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas
à apuração.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da
criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do
fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administra-
tivo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-
tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado ma-
nifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1699
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 11. (VETADO).


Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à
autoridade judiciária no prazo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária
ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II – deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o
local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III – deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a
nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes
do condutor e das testemunhas;
IV – prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão tem-
porária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação,
deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de sol-
tura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando
esgotado o prazo judicial ou legal.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I – exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II – submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autoriza-
do em lei;
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da
pena cominada à violência.
Art. 14. (VETADO).
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1700
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-


gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por
interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal,
deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo
ou função.
Art. 17. (VETADO).
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de
repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devida-
mente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de pre-
so à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do im-
pedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-
-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o
pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do
preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

1701
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advoga-
do ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se
ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de
interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de
confinamento:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela,
criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente
inadequado, observado o disposto na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia
da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele per-
manecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das con-
dições estabelecidas em lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I – coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
II – (VETADO);
III – cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte
e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando
houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão
de situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação
ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de exi-
mir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou
agravar-lhe a responsabilidade:

1702
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o
intuito de:
I – eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso pra-
ticado no curso de diligência;
II – omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incom-
pletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou em-
pregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento
pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento
de crime, prejudicando sua apuração:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação
ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em des-
favor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 26. (VETADO).
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de
infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer
indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investi-
gação preliminar sumária, devidamente justificada.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a
prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou
ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1703
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fis-
cal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em
prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para
execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, pro-
crastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o de-
ver de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou fun-
ção pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obriga-
ção legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
Art. 34. (VETADO).
Art. 35. (VETADO).

1704
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos fi-


nanceiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para
a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da exces-
sividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo
de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrasti-
nar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO

Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos


nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei n. 9.099, de 26 de se-
tembro de 1995.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. O art. 2º da Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a


vigorar com a seguinte redação:
“Art.2º............................................................................................
.....................................................................................................
...................

1705
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-


ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado.
.....................................................................................................
....................
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-
ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da au-
toridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver
sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do
prazo de prisão temporária.” (NR)
Art. 41. O art. 10 da Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefô-
nicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar
segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autoriza-
dos em lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei.” (NR)
Art. 42. A Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,
independerá da pena aplicada na reincidência.”

1706
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida


do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-
vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 44. Revogam-se a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º
do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias
de sua publicação oficial.

Brasília, 5 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro
Wagner de Campos Rosário
Jorge Antonio de Oliveira Francisco
André Luiz de Almeida Mendonça

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - Edição extra-A e


retificado em 18.9.2019

1707
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; alte-


ra a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei
n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n. 8.069, de
13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de 4 de julho
de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro
de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-


creta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5º do art. 66 da Constituição Fe-
deral, as seguintes partes vetadas da Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019:

“CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intenta-
da no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la
e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

“CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1708
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-


tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
.....................................................................................................
....................
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
.....................................................................................................
...................’
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
.....................................................................................................
....................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-
gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.’
‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por inter-
rogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de
identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

1709
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do


preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advo-
gado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-
-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.’
‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”

“CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

.....................................................................................................
..................
Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida
do seguinte art. 7º-B:

1710
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-


vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Brasília, 27 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.2019 - Edição extra - A*

1711
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 8.072, DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre os crimes hediondos,


Mensagem de veto nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) da Constituição Federal, e determina
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipifi-
cados no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei n. 8.930, de 1994) (Vide
Lei n. 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
I–A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e
lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, compa-
nheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
(Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º,
inciso V); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso
I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, §
2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1712
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrên-
cia de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput,
e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Re-
dação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
VII– A. (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII– B. falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-
tinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §
1º-B, com a redação dada pela Lei n. 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração se-
xual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consu-
mados: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de
1º de outubro de 1956; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido,
previsto no art. 16 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

1713
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei


n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou muni-
ção, previsto no art. 18 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de
crime hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante)
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente
se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n. 7.960, de 21 de de-
zembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada neces-
sidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta pericu-
losidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem
ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
“Art. 83...............................................................................
V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

1714
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes


dessa natureza.”
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214;
223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 157................................................................................
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de
cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa.
Art. 159. ...............................................................................
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º.......................................................................................
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º.......................................................................................
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º.......................................................................................
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Art. 213................................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214................................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 223................................................................................
Pena – reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
Art. 267...............................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 270...............................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
“Art. 159.................................................................................

1715
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o coautor que de-


nunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços.”
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288
do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade
o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena redu-
zida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
binação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com
o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a víti-
ma em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vi-
gorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:
“Art. 35...................................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados
em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.”
Art. 11. (Vetado).
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.


FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990*

1716
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 9.296, DE JULHO DE 1996

(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência) Regulamenta o inciso XII, parte final,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) do art. 5º da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-


creta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natu-
reza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal,
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da
ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática.
Art. 2º Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I – não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II – a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III – o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com
pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 3º A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determi-
nada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I – da autoridade policial, na investigação criminal;
II – do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na
instrução processual penal.
Art. 4º O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração
penal, com indicação dos meios a serem empregados.

1717
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado


verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a in-
terceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2º O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5º A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo
de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispen-
sabilidade do meio de prova.
Art. 6º Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimen-
tos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acom-
panhar a sua realização.
§ 1º No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação inter-
ceptada, será determinada a sua transcrição.
§ 2º Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado
da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá
conter o resumo das operações realizadas.
§ 3º Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8º,
ciente o Ministério Público.
Art. 7º Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei,
a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às
concessionárias de serviço público.
Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza,
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do
processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e trans-
crições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamen-
te antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial
(Código de Processo Penal, art.10, § 1º) ou na conclusão do processo ao juiz
para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código
de Processo Penal.

1718
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada


pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a
captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente
eficazes; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em
infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos
ou em infrações penais conexas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a
forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze)
dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previs-
tas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 9º A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude
de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério
Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-
cas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem auto-
rização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

1719
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-


cas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar se-
gredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei: (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.869. de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, óp-
ticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização
judicial, quando esta for exigida: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir
determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental
ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.7.1996*

1720
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 7.716, DE JANEIRO DE 1989

Mensagem de veto
Vide Lei n. 12.735, de 2012
(Vide ADO N. 26)
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de dis-


criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a
qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das conces-
sionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
ção de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
I  – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei n.
12.288, de 2010)
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional; (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)

1721
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de


trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à co-
munidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em
anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativida-
des não justifiquem essas exigências.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-
-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a
pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, esta-
lagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabelei-
reiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as
mesmas finalidades.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:

1722
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão de um a três anos.


Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,
navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de trans-
porte concedido.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer
ramo das Forças Armadas.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função públi-
ca, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular por prazo não superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são auto-
máticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
Pena  – reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gama-
da, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de
15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)

1723
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio


dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Reda-
ção dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Mi-
nistério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência: (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo;(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
II – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas,
eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei n.
12.735, de 2012)
III – a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na
rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito
em julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela
Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado
pela Lei n. 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei
n. 8.081, de 21.9.1990)

Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em


9.1.1989

1724
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 11.343, 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas


Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso inde-
Mensagem de veto vido, atenção e reinserção social de usuá-
Regulamento rios e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre


Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, aten-
ção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as subs-
tâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados
em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Exe-
cutivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem
como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos
dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese
de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Conven-
ção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971,
a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

1725
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita


dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medi-
cinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coor-


denar as atividades relacionadas com:
I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuá-
rios e dependentes de drogas;
II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras,
critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as políticas, planos,
programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os
Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e
Municípios. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS,
e com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:


I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmen-
te quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II – o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

1726
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo bra-


sileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de
drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social,
para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Socieda-
de, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados
com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu
tráfico ilícito;
VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Le-
gislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interde-
pendência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X – a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacio-
nal Antidrogas - Conad.
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I – contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre
drogas no país;

1727
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – promover a integração entre as políticas de prevenção do uso in-


devido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,
Estados e Municípios;
IV – assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articu-
lação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 6º (VETADO)
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a exe-
cução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas
federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no re-
gulamento desta Lei.
Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º (VETADO)

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Das Competências

Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)


I – formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1728
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria


com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
III – coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad
e suas normas de referência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores
e definir formas de financiamento e gestão das políticas sobre drogas; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das
políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e
Municípios para a execução das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XI – garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de re-
cursos para financiamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XII – sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção,
tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfi-
co ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIII – adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIV – estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando
a coibir o ingresso de drogas no País. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1729
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas


Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, den-
tre outros: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações,
atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de
saúde, educação, trabalho, assistência social, previdência social, habitação,
cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, atenção e
reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
II – viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação
e avaliação das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os
estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a preven-
ção do uso de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário
ou dependente de drogas, promovendo programas que priorizem a melho-
ria de sua escolarização e a qualificação profissional; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
V – promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os
serviços públicos; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações
e projetos das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1730
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orien-


tações e informações para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, ren-
da e capacitação para o trabalho, com objetivo de promover a inserção pro-
fissional da pessoa que haja cumprido o plano individual de atendimento nas
fases de tratamento ou acolhimento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de
economia solidária e o cooperativismo, como forma de promover autonomia ao
usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento ou acolhimento, ob-
servando-se as especificidades regionais; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetiva-
ção das diretrizes e princípios previstos no art. 22; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XI – articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no
enfrentamento ao abuso de drogas; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XII – promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre dro-
gas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar
de sua aprovação.
§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do
Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Esta-


dos, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes objetivos: (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)

1731
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.


13.840, de 2019)
II – colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na exe-
cução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elabo-
ração de programas, ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tra-
tamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico
ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o pla-
nejamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – propor políticas públicas que permitam a integração e a participação
do usuário ou dependente de drogas no processo social, econômico, político e
cultural no respectivo ente federado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas
em consonância com o Sisnad e com os respectivos planos. (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-F. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

CAPÍTULO III
(VETADO)

Art. 9º (VETADO)
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. (VETADO)

1732
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 13. (VETADO)


Art. 14. (VETADO)

CAPÍTULO IV
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)


Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem
comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os
casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,
conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de
drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Das Diretrizes

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de dro-


gas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores
de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores
de proteção.

1733
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem


observar os seguintes princípios e diretrizes:
I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferên-
cia na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à
qual pertence;
II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica
como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e pri-
vados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços
que as atendam;
III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em
relação ao uso indevido de drogas;
IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com
as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluin-
do usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do
estabelecimento de parcerias;
V – a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às
especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das dife-
rentes drogas utilizadas;
VI – o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da redu-
ção de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preven-
tiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da popu-
lação, levando em consideração as suas necessidades específicas;
VIII – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em ativi-
dades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários
e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, pro-
fissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qua-
lidade de vida;

1734
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

X – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da


prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3
(três) níveis de ensino;
XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido
de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretri-
zes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas
dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
lescente - Conanda.

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas,


comemorada anualmente, na quarta semana de junho. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de dro-
gas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e
reinserção social e econômica de usuários de drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

1735
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso


indevido de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – mobilização da comunidade para a participação nas ações de preven-
ção e enfrentamento às drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na
realização de atividades de prevenção ao uso de drogas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE
USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E
DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPEN-
DENTES DE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Disposições Gerais

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de


drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à
melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados
ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do de-
pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

1736
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do


dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes
princípios e diretrizes:
I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de
quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa huma-
na, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional
de Assistência Social;
II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social
do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que conside-
rem as suas peculiaridades socioculturais;
III – definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a in-
clusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos fa-
miliares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes mul-
tiprofissionais;
V – observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
VII – estímulo à capacitação técnica e profissional; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
VIII – efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação con-
tinuada e ao trabalho; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às
consequências lesivas do uso de drogas, ainda que ocasional. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)

1737
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Educação na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão


atendimento nos programas de educação profissional e tecnológica, educação
de jovens e adultos e alfabetização. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-B. (VETADO).

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do


Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao
usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério
da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a
previsão orçamentária adequada.
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser
ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as moda-
lidades de tratamento ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de
internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas
dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e em
etapas que permitam: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a popula-
ção; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1738
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidên-


cias científicas, oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou depen-
dente de drogas com abordagem preventiva e, sempre que indicado, ambu-
latorial; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habili-
dades e projetos individuais por meio de programas que articulem educação,
capacitação para o trabalho, esporte, cultura e acompanhamento individuali-
zado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articu-
lada. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento,
em âmbito nacional. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em
unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares
e deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico devidamente registrado
no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabe-
lecimento no qual se dará a internação. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do de-
pendente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do
dependente, a pedido de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta fal-
ta deste, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos
órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de
segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a
medida. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A internação voluntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1739
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que


optou por este regime de tratamento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por
solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º A internação involuntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – deve ser realizada após a formalização da decisão por médico respon-
sável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o
padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de
outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo
máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico
responsável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer
ao médico a interrupção do tratamento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada
quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser infor-
madas, em, no máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de sistema
informatizado único, na forma do regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido
no § 7º e o acesso será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhe-
cê-las, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1740
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas co-


munidades terapêuticas acolhedoras. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual
deverão observar, no que couber, o previsto na Lei n. 10.216, de 6 de abril
de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portado-
ras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Seção V
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Plano Individual de Atendimento

Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de


atenção à saúde dependerá de: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e exe-
cução do projeto terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
II – o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas
ou das pessoas com as quais convive. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsá-
veis, os quais têm o dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso
de crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização civil, administrati-

1741
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

va e criminal, nos termos da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto


da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o usuário ou dependen-
te de drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do atendimento.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – os resultados da avaliação multidisciplinar; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
II – os objetivos declarados pelo atendido; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
III – a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação
profissional; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – atividades de integração e apoio à família; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
V – formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano
individual; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimen-
to do previsto no plano; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – as medidas específicas de atenção à saúde do atendido. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do in-
gresso no atendimento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano
individual de atendimento são consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas

1742
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas


encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atua-
ção nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuá-
rios ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicio-
nados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de
infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou subme-
tidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

Seção VI
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na


comunidade terapêutica acolhedora caracteriza-se por: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas
que visam à abstinência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida
como uma etapa transitória para a reinserção social e econômica do usuário
ou dependente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivên-
cia entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a promoção do de-
senvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ao usuário ou dependen-
te de drogas em vulnerabilidade social; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1743
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.


(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometi-
mentos biológicos e psicológicos de natureza grave que mereçam atenção
médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso em que deverão ser en-
caminhadas à rede de saúde. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada
ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quanti-
dade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pesso-
ais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

1744
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão


aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas
comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabeleci-
mentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários
e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refe-
re o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I – admoestação verbal;
II – multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do in-
frator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambula-
torial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II
do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o
número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade
econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do
maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se
refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das pe-
nas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107
e seguintes do Código Penal.

1745
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO
ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para


produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-pri-
ma destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo dele-
gado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente
para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias
para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-
-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no
Decreto n. 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autoriza-
ção prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, con-
forme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legis-
lação em vigor.

1746
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,


vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação le-
gal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (qui-
nhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guar-
da, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com deter-
minação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se
utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com de-
terminação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide
ADI n. 4.274)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
(trezentos) dias-multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de
seu relacionamento, para juntos a consumirem:

1747
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700


(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas pode-
rão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas
restritivas de direitos , desde que o agente seja primário, de bons anteceden-
tes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização crimi-
nosa. (Vide Resolução n. 5, de 2012)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuita-
mente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fa-
bricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil
e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, rei-
teradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (sete-
centos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se
associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos
nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil
e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associa-
ção destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput
e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezen-
tos) a 700 (setecentos) dias-multa.

1748
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas


necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da
categoria profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas,
expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão
do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo
mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente
com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos)
a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for
de transporte coletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas
de um sexto a dois terços, se:
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no
desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entida-
des estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes,
de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou
diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes
de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;

1749
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de


arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o
Distrito Federal;
VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a
quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de
entendimento e determinação;
VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coau-
tores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do
crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância
sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da
substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei,
o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número
de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos
acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes
o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão im-
postas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,
em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,
ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei
são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o
livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada
sua concessão ao reincidente específico.

1750
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob


o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força peri-
cial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por
força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que
ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, reali-
zada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei,
determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste
Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente,
as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei,
salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei,
será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

1751
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá


prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminha-
do ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requi-
sições dos exames e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º
deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em
que se encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o
agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a
autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n. 9.099, de 1995, que
dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser es-
pecificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, em-
pregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previs-
tos na Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I
Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária


fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia
do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em
24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabele-
cimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste,
por pessoa idônea.

1752
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo


não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10
(dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e deter-
minará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra neces-
sária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia
competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e
da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das
drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado
de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei n.
12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão
em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização
do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a
5º do art. 50. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de pri-
são em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta)
dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à re-
alização do laudo definitivo. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se
o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser dupli-
cados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade
de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

1753
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões


que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza
da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qua-
lificação e os antecedentes do agente; ou
II – requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento;
II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que
seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes
previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedi-
mentos investigatórios:
I – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, cons-
tituída pelos órgãos especializados pertinentes;
II – a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem
no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo
da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será
concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação
dos agentes do delito ou de colaboradores.

1754
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Seção II
Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Par-


lamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Pú-
blico para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
I – requerer o arquivamento;
II – requisitar as diligências que entender necessárias;
III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as
demais provas que entender pertinentes.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado
para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado
poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer do-
cumentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até
o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a
113 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defen-
sor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no
ato de nomeação.
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez)
dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências,
exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do
Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos
arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, po-
derá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se
for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

1755
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro

dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determi-

nada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando

se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório

do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessiva-

mente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para

sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável

por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das par-

tes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas cor-

respondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o

fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso

do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto,

ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na

forma do art. 32, § 1º, desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova,

a fração que fixar. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ou-

vido o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do

produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do

laudo toxicológico. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta

Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e

de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

1756
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Delegado

CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de


acusação, ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, po-
derá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras
medidas assecuratórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, di-
reitos ou valores sejam produto do crime ou constituam proveito dos crimes
previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do
Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos
necessários à conservação dos bens, direitos ou valores. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores po-
derá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execu-
ção imediata puder comprometer as investigações. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 re-
caírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emi-
tidos como ordem de pagamento, será determinada, imediatamente, a con-
versão em moeda nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie será encaminhada a ins-
tituição financeira ou equiparada para alienação na forma prevista pelo Con-
selho Monetário Nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º, a mo-
eda estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o
seu destino. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

1757
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira, caso seja


verificada a inexistência de valor de mercado, a moeda poderá ser doada à
representação diplomática do seu país de origem ou destruída. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada
em vigor da Medida Provisória n. 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam
custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil serão transferidos,
no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa Econômica Federal para que se
proceda à alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer
outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e
objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos
nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judici-
ária responsável pela investigação ao juízo competente. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que
trata o caput, determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as
armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará
a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens
apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre
quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será rea-
lizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação,
ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador no-
meado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

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§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministé-


rio Público e o interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias
e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos
bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodovi-
ária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de
sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e
garantida a prévia avaliação dos respectivos bens. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do
bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz pe-
riodicamente, ou a qualquer momento quando por este solicitado, informações
sobre seu estado de conservação. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a
expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do
órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do paga-
mento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do
bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em
favor da União. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens uti-
lizados na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada
em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer
nova avaliação judicial. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a
entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)


§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 12. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de
trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos bens
no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pagamento
de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em
relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade de trânsito ou o órgão
de registro equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto
da alienação ou relacionados a numerários apreendidos ou que tenham sido
convertidos, serão efetuados na Caixa Econômica Federal, por meio de do-
cumento de arrecadação destinado a essa finalidade. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput serão repassados pela Caixa Eco-
nômica Federal para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de
qualquer formalidade, no prazo de vinte e quatro horas, contado do momento
da realização do depósito. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do
depósito será devolvido ao acusado pela Caixa Econômica Federal no prazo
de até três dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º do
art. 39 da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o
valor do depósito será transformado em pagamento definitivo, respeitados os

1760
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Delegado

direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído pela Medida


Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judi-
cial, serão efetuados como anulação de receita do Fundo Nacional Antidrogas
no exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela Medida Provisória n.
885, de 2019)
§ 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle dos valores deposita-
dos ou devolvidos. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
I – o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto
de medidas assecuratórias; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a
liberação dos bens utilizados nos termos do art. 62. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes
tipificados nesta Lei ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu
perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos
e valores declarados perdidos, indicando o local em que se encontram e a
entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação
nos termos da legislação vigente. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação
dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando,
quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1761
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos 360 (trezentos e sessenta)


dias do trânsito em julgado e do conhecimento da sentença pelo interessado,
os bens apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas assecuratórias
ou os valores depositados que não forem reclamados serão revertidos ao Fu-
nad. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o compa-
recimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos
necessários à conservação de bens, direitos ou valores. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e
objeto de medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua origem,
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes
à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e
custas decorrentes da infração penal. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 63-C. Compete à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do
Ministério da Justiça e Segurança Pública proceder à destinação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja decre-
tado em favor da União, por meio das seguintes modalidades: (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
I – alienação, mediante: (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
a) licitação; (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos que contribuam
para o alcance das finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; ou (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993; (Incluído pela Medida Provisória n. 885,
de 2019)
II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, ob-
servadas as finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
III – destruição; ou (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
IV – inutilização. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

1762
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A alienação por meio de licitação será na modalidade leilão, para bens


móveis e imóveis, independentemente do valor de avaliação, isolado ou glo-
bal, de bem ou de lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço que
não seja inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º será amplamente divulgado
em jornais de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmen-
te no Município em que será realizado, dispensada a publicação em diário
oficial. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da adminis-
tração pública, a publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em
diário oficial e em jornais de grande circulação. (Incluído pela Medida Provi-
sória n. 885, de 2019)
§ 4º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade
de trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos
bens no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pa-
gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execu-
ção fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória
n. 885, de 2019)
§ 5º Na hipótese do § 4º, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro
equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela Me-
dida Provisória n. 885, de 2019)
§ 6º A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justi-
ça e Segurança Pública poderá celebrar convênios ou instrumentos congêne-
res com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 7º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica auto-
rizada a contratação da iniciativa privada para a execução das ações de ava-
liação, administração e alienação dos bens a que se refere esta Lei. (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regula-


mentar os procedimentos relativos à administração, à preservação e à des-
tinação dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os
valores abaixo dos quais se deve proceder à sua destruição ou inutilização.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os
Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a preven-
ção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico
ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por
ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados
à questão das drogas.

TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não intervenção em as-


suntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial
dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o
governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colabora-
ção, nas áreas de:
I – intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e
programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de aten-
ção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II – intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas
e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e


traficantes de drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO V-A
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 65-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até
que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denomi-
nam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras
sob controle especial, da Portaria SVS/MS n. 344, de 12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei n. 7.560, de 19 de de-
zembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do
fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art.
17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para
execução das políticas sobre drogas deverão garantir o acesso às suas insta-
lações, à documentação e a todos os elementos necessários à efetiva fiscali-
zação pelos órgãos competentes. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que
colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção so-
cial de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e
do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou
estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumi-


rem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam
essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
I – determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam
lacradas suas instalações;
II – ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas
necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III – dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscri-
tos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas
jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica
que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não
arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitá-
ria, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farma-
cêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob
a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a
37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da
Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam
sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da cir-
cunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o
juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou
a requerimento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras
guardadas para contraprova, certificando nos autos. (Redação dada pela Lei
n. 13.840, de 2019)

1766
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com


o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei n. 12.219, de 2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua
publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei n.
10.409, de 11 de janeiro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Jorge Armando Felix

Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006*

1767
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 8.069, DE JULHO DE 1990

Vigência
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras pro-
vidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.


Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen-
tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as
crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar,
idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal
de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, re-
gião e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias
ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos

1768
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à


profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convi-
vência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus di-
reitos fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres indi-
viduais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como
pessoas em desenvolvimento.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,


mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento
e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às
políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes,
nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério

1769
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema


Único de Saúde. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção
primária. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua
vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será
realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher. (Redação dada pela
Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mu-
lheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e con-
trarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a
grupos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à ges-
tante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de preve-
nir ou minorar as consequências do estado puerperal.  (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser prestada tam-
bém a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos
para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação
de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 6º  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de
sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do
pós-parto imediato. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno,
alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infan-
til, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei n. 13.257,
de 2016)
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a
gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesa-

1770
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

riana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei


n. 13.257, de 2016)
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar
ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não
comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho
na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação
de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do
Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da crian-
ça. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na
Adolescência, a ser realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de
fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventi-
vas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na
adolescência. (Incluído pela Lei n. 13.798, de 2019)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste
artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto com organizações da
sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público adolescente. (In-
cluído pela Lei n. 13.798, de 2019)
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão
condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações
sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implemen-
tação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor


de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído
pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários
individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II  – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão
plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas
normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalida-
des no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência
junto à mãe.
VI – acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orien-
tações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei n. 13.436,
de 2017) (Vigência)
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde
da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, ob-
servado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção,
proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem dis-
criminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específi-
cas de habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que ne-
cessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas
relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adoles-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

centes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades


específicas. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças
na primeira infância receberão formação específica e permanente para a detec-
ção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acom-
panhamento que se fizer necessário. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as uni-
dades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão
proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos
pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de trata-
mento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente
serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva loca-
lidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela Lei n.
13.010, de 2014)
§ 1º  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus
filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimen-
to, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços
de assistência social em seu componente especializado, o Centro de Referên-
cia Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema
de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima
prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com
suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto
terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompa-
nhamento domiciliar. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência
médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamen-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

te afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,


educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.257,
de 2016)
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com
as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela
Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será
prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento
pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com
orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será
atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros
dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a
finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento
da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei n.
13.438, de 2017) (Vigência)

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à


dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como su-
jeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressal-
vadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;

1774
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – crença e culto religioso;


IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;
V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI – participar da vida política, na forma da lei;
VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade fí-
sica, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação
da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescen-
te, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrori-
zante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e
cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante,
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto,
pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pe-
los agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (In-
cluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei n.
13.010, de 2014)
I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o
uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído
pela Lei n. 13.010, de 2014)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
b) lesão; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamen-
to em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei n. 13.010,
de 2014)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

1775
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)


c) ridicularize. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis,
os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pes-
soa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradan-
te como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me-
didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela
Lei n. 13.010, de 2014)
I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à fa-
mília; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
II – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído
pela Lei n. 13.010, de 2014)
III – encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído
pela Lei n. 13.010, de 2014)
IV – obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (In-
cluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
V – advertência. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela
Lei n. 13.010, de 2014)

CAPÍTULO III
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no


seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a

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Delegado

convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvi-


mento integral. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 1º  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máxi-
mo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com
base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previs-
tas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhi-
mento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo
comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente
fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua fa-
mília terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que
será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
nos termos do § 1 o  do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e
dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
13.257, de 2016)
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe
ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo
responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
responsável, independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei n.
12.962, de 2014)
§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adoles-
cente que estiver em acolhimento institucional. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisci-
plinar. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu


filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Jus-
tiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Jus-
tiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade ju-
diciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
puerperal. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º  De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o
encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância,
à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializa-
do. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo
único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro
representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judi-
ciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar
a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a
adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º  Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os
genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na
audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo so-
bre a entrega. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem
representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o po-
der familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar
da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja
habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para


propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do está-
gio de convivência. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiên-
cia ou perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nas-
cimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela
Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de
180 (cento e oitenta) dias. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado
o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas
não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir
do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento insti-
tucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento. (In-
cluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança
e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência fa-
miliar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos
social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Lei n.
13.509, de 2017)
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito)
anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisi-
tos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído
pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de
colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será defi-
nido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para

1779
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou


colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça
da Infância e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou
por organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis
pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente notifi-
car a autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por ado-
ção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designa-
ções discriminatórias relativas à filiação.
Art. 21. O pátrio poder poder familiar  será exercido, em igualdade de
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil,
assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer
à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão
substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos
filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cum-
prir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais
e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da
criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas
crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta
Lei. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo
suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar . (Ex-
pressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º  Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da
medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem,

1780
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais


de proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição
do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito
à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar
ou contra filho, filha ou outro descendente. (Redação dada pela Lei n. 13.715,
de 2018)
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão de-
cretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos
na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Seção II
Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais


ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que
se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, forma-
da por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos
pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por
testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que
seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho
ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.

1781
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,


indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III
Da Família Substituta

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tu-


tela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adoles-
cente, nos termos desta Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ou-
vido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devi-
damente considerada. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário
seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a
relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequ-
ências decorrentes da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda
da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco
de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de
solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento defi-
nitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será pre-
cedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,

1782
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da


política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de
comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural,
os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei
e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comu-
nidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
acompanhar o caso. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que re-
vele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não
ofereça ambiente familiar adequado.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da
criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não go-
vernamentais, sem autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida
excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compro-
misso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.

1783
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Subseção II
Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e


educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferi-
da, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto
no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela
e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a
prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente,
para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da au-
toridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em pre-
paração para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a
terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como
o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica,
a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, in-
centivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de crian-
ça ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento
familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qual-
quer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

1784
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no


programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente
mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em fa-
mília acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que
organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residên-
cias de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam
no cadastro de adoção. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e muni-
cipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora,
facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato
judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.

Subseção III
Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18
(dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação
da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e implica necessa-
riamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autên-
tico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias
após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle ju-
dicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
Lei. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1785
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos


previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pes-
soa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a
medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores
condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

Subseção IV
Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o dis-


posto nesta Lei.
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adoles-
cente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25
desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de ou-
tras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os
interesses do adotando. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se
os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante
e os respectivos parentes.

1786
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes,


o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, ob-
servada a ordem de vocação hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independente-
mente do estado civil. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casa-
dos civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da
família. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que
o adotando.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência
de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda,
que justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 5º  Nos casos do § 4 o  deste artigo, desde que demonstrado efetivo
benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme
previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
Civil . (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca ma-
nifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de pro-
latada a sentença. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para
o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu al-
cance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.

1787
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representan-


te legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente
cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder po-
der familiar . (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será tam-
bém necessário o seu consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança
ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade
da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. (Redação dada pela
Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já es-
tiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para
que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Redação
dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da re-
alização do estágio de convivência.  (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 2º  -A. O prazo máximo estabelecido no  caput  deste artigo pode ser
prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autori-
dade judiciária. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora
do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no
máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma
única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá ser apre-
sentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4 o  deste arti-
go, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciá-
ria. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º  O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interpro-


fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia
do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca
da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, pre-
ferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a
critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a com-
petência do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei n.
13.509, de 2017)
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como
o nome de seus ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original
do adotado.
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório
do Registro Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas cer-
tidões do registro. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obri-
gatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da
sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42 desta

1789
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados
serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme
ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer
tempo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o
adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crôni-
ca. (Incluído pela Lei n. 12.955, de 2014)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120
(cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual período, mediante
decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e
seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder fami-
liar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional,
um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro
de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos
técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requi-
sitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de


preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º  Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no §
3 o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimen-
to familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado
sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da In-
fância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa
de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º  Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou
casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do
País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais
habilitados nos cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º  As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão
acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a
cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 8º  A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem
adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadas-
tros estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, sob pena de respon-
sabilidade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 9º  Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e


correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade
Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes
habilitados residentes no País com perfil compatível e interesse manifesto
pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua ado-
ção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será
colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento fa-
miliar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulan-
tes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato do-
miciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quan-
do: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
II – for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente man-
tenha vínculos de afinidade e afetividade;  (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
III – oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança
maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de con-
vivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá
comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessá-

1792
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rios à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de


2009) Vigência
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em
adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com
necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído pela
Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretenden-
te possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de
maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria
de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de
1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção. (Redação
dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º  A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou do-
miciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: (Redação
dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso con-
creto; (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
II – que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança
ou adolescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada
nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com
perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei; (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
III – que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,
por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofis-
sional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º  Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estran-
geiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasilei-
ro. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1793
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Cen-


trais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: (Redação dada pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou ado-
lescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a
Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida,
assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual; (Incluída
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solici-
tantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que conte-
nha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio
social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção
internacional; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autori-
dade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasilei-
ra; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IV – o relatório será instruído com toda a documentação necessária, in-
cluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e
cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
de vigência; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
V – os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados
pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacio-
nais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramen-
tado; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1794
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VI – a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar com-


plementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já
realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a
compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do preenchi-
mento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjeti-
vos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como
da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VIII – de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado
a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude
do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação
efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que
os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados por or-
ganismos credenciados. (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de
organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às Autorida-
des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
próprio da internet. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que: (In-
cluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e es-
tejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde es-
tiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
internacional no Brasil; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

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II  – satisfizerem as condições de integridade moral, competência pro-


fissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos e
pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
III  – forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e ex-
periência para atuar na área de adoção internacional;  (Incluída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
IV – cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro
e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira. (In-
cluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º  Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
I – perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos
limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem sedia-
dos, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluí-
da pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhe-
cida idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para atuar
na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de Polí-
cia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante
publicação de portaria do órgão federal competente; (Incluída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
III – estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país
onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua com-
posição, funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
IV – apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, rela-
tório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompanha-
mento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será en-

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caminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluída pela Lei n. 12.010,


de 2009) Vigência
V – enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Es-
tadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de aco-
lhida para o adotado; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VI – tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes enca-
minhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro
de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes se-
jam concedidos. (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste artigo pelo
organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarrega-
do de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante re-
querimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (ses-
senta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 8º  Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção
internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacio-
nal. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará
a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção
de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou
adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços pecu-
liares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu po-

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legar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e cer-


tidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momen-
to, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes adota-
dos (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que
sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que
não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados
por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção
internacional. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil
terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de ado-
ção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento
institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em condi-
ções de serem adotados, sem a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspen-
der a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário,
mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento,
o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados
de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
pessoas físicas. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às delibera-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ções do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente (Incluído


pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratifi-
cante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado
em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automatica-
mente recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal
de Justiça. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante
da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a
homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança ou
do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato
à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à
expedição do Certificado de Naturalização Provisório.  (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente
deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que
a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao inte-
resse superior da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1 o des-
te artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de
direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comuni-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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cando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comuni-


cação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país
de origem. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a sua le-
gislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido
à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção na-
cional. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao


pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instân-
cias escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garan-
tindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mes-
ma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei n.
13.845, de 2019)
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recre-
ativas e de estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscienti-
zação, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilíci-
tas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1800
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:


I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele
não tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos
de idade; (Redação dada pela Lei n. 13.306, de 2016)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adoles-
cente trabalhador;
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suple-
mentares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência
à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fun-
damental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos
ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comu-
nicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares;
III – elevados níveis de repetência.

1801
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas pro-


postas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e ava-
liação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, ar-
tísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente,
garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e
facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais,
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

CAPÍTULO V
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de ida-


de, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal)
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legisla-
ção especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional mi-
nistrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I – garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;
II – atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III – horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa
de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegura-
dos os direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho
protegido.

1802
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de


trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou
não governamental, é vedado trabalho:
I – noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
horas do dia seguinte;
II – perigoso, insalubre ou penoso;
III – realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvi-
mento físico, psíquico, moral e social;
IV – realizado em horários e locais que não permitam a frequência à es-
cola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob
responsabilidade de entidade governamental ou não governamental sem fins
lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de
capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exi-
gências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do edu-
cando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou
a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no
trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I – respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II – capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

1803
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO III
DA PREVENÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação


dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degra-
dante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescen-
tes, tendo como principais ações: (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
I – a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação
do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumen-
tos de proteção aos direitos humanos; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
II – a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público
e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direi-
tos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adoles-
cente; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
III – a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde,
educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvol-
vimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evi-
dências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
IV  – o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos
que envolvam violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei n.
13.010, de 2014)

1804
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os


direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de ativida-
des junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação,
a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo; (Incluído pela
Lei n. 13.010, de 2014)
VI – a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de
ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em
situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assis-
tência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência
terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção
e proteção. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que
se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pes-
soas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas
ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes. (Incluído
pela Lei n. 13.046, de 2014)
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que
trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crian-
ças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado retarda-
mento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei n. 13.046, de 2014)
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer,
esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção es-
pecial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

1805
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em respon-


sabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.

CAPÍTULO II
DA PREVENÇÃO ESPECIAL

Seção I
Da Informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as di-


versões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação
se mostre inadequada.
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos
deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exi-
bição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetácu-
los públicos classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão in-
gressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acom-
panhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário
recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades edu-
cativas, artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem
aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas
que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão
para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribu-
ída pelo órgão competente.

1806
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólu-
cro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inade-
quado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem
lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham men-
sagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil
não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios
de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os va-
lores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercial-
mente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas
as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não
seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,
afixando aviso para orientação do público.

Seção II
Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:


I – armas, munições e explosivos;
II – bebidas alcoólicas;
III  – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica ainda que por utilização indevida;
IV – fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu redu-
zido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de
utilização indevida;
V – revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI – bilhetes lotéricos e equivalentes.

1807
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel,


motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acom-
panhado pelos pais ou responsável.

Seção III
Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos


poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou
dos responsáveis sem expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei
n. 13.812, de 2019)
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adoles-
cente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei n. 13.812,
de 2019)
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acom-
panhado: (Redação dada pela Lei n. 13.812, de 2019)
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado do-
cumentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável,
conceder autorização válida por dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispen-
sável, se a criança ou adolescente:
I – estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II – viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo
outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou
adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

1808
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adoles-


cente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e
não governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos muni-
cípios.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas;
II – serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de ga-
rantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus
agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
III – serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicosso-
cial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
opressão;
IV – serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e
adolescentes desaparecidos;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança
e do adolescente.
VI – políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de
afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à
convivência familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
VII – campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especifica-
mente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessida-

1809
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

des específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído


pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I – municipalização do atendimento;
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em
todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de orga-
nizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III – criação e manutenção de programas específicos, observada a des-
centralização político-administrativa;
IV – manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados
aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
V – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, De-
fensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um
mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a
quem se atribua autoria de ato infracional;
VI – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais
básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de
crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar
ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem
ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta
Lei; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos di-
versos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VIII – especialização e formação continuada dos profissionais que traba-
lham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhe-
cimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Incluído
pela Lei n. 13.257, de 2016)

1810
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – formação profissional com abrangência dos diversos direitos da crian-


ça e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei
n. 13.257, de 2016)
X – realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e
sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos esta-
duais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de
interesse público relevante e não será remunerada.

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

EÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de progra-
mas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em
regime de: (Vide)
I – orientação e apoio sócio-familiar;
II – apoio sócio-educativo em meio aberto;
III – colocação familiar;
IV – acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
V – prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
VI – liberdade assistida; (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
VII – semiliberdade; e (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
VIII – internação. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

1811
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1 o As entidades governamentais e não governamentais deverão proce-


der à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento,
na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações,
do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dos progra-
mas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias
dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistên-
cia Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição
Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Muni-
cipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois)
anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de funciona-
mento: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às reso-
luções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Con-
selhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Con-
selho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventu-
de; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – em se tratando de programas de acolhimento institucional ou fami-
liar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de
adaptação à família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 91. As entidades não governamentais somente poderão funcionar
depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

1812
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade


judiciária da respectiva localidade.
§ 1º Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações re-
lativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 2º  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente,
reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1 o deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento fami-
liar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios: (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração fami-
liar; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
manutenção na família natural ou extensa; (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
III – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV – desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;
V – não desmembramento de grupos de irmãos;
VI – evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de
crianças e adolescentes abrigados;

1813
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – participação na vida da comunidade local;


VIII – preparação gradativa para o desligamento;
IX – participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
§ 1º  O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento
institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º  Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhi-
mento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo
a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada
criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista
no § 1º  do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciá-
rio, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais
que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucio-
nal e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo
membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º  Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária compe-
tente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de
assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com seus
pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput
deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º  As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar
ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado o
atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entida-
de que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa

1814
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade admi-


nistrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhi-
mento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de
referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e
ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como priori-
tárias. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento insti-
tucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da
Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido
o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, to-
mará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar
da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível
ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento fa-
miliar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do
art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as
seguintes obrigações, entre outras:
I – observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II – não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição
na decisão de internação;
III – oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos
reduzidos;
IV – preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade
ao adolescente;

1815
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vín-


culos familiares;
VI – comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que
se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VII – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene
pessoal;
VIII  – oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa
etária dos adolescentes atendidos;
IX – oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
X – propiciar escolarização e profissionalização;
XI – propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XIII – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV – reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis
meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;
XV – informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situa-
ção processual;
XVI – comunicar às autoridades competentes todos os casos de adoles-
centes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
XVII – fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII – manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de
egressos;
XIX – providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania
àqueles que não os tiverem;
XX – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias
do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus

1816
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-


zação do atendimento.
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo
às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e fami-
liar. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades
utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recep-
cionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem
ter, em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Incluído pela Lei
n. 13.046, de 2014)

Seção II
Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não governamentais referidas no


art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Con-
selhos Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresen-
tados ao estado ou ao município, conforme a origem das dotações orçamen-
tárias.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que des-
cumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade
civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
I – às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II – às entidades não governamentais:

1817
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendi-
mento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser
o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade
judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das
atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não gover-
namentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças
e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios norteado-
res das atividades de proteção específica. (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência

TÍTULO II
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis


sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

1818
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isola-


da ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medi-
das: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crian-
ças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras
Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
II – proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e
qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prio-
ritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efeti-
vação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados,
é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo,
sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da exe-
cução de programas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
IV – interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescen-
te, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; (Incluí-
do pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1819
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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V – privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do ado-


lescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e
reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VI – intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes
deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamen-
te pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva pro-
moção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VIII – proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária
e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encon-
tram no momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
IX – responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo
que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescen-
te; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
X  – prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da
criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os man-
tenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for
possível, que promovam a sua integração em família adotiva; (Redação dada
pela Lei n. 13.509, de 2017)
XI – obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou
responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que deter-
minaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
XII – oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em se-
parado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indi-
cada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a

1820
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de


proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judi-
ciária competente, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a auto-
ridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de respon-
sabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III  – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de
ensino fundamental;
IV  – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de pro-
teção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; (Redação
dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regi-
me hospitalar ou ambulatorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IX – colocação em família substituta. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 1º  O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas
provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reinte-
gração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família subs-
tituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência

1821
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de


vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art.
130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar
é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagra-
ção, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de
procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao respon-
sável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às insti-
tuições que executam programas de acolhimento institucional, governamen-
tais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu res-
ponsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de
referência; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua
guarda; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IV – os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio fami-
liar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a
entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar
elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração fami-
liar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário
de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contem-
plar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios
desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração

1822
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsá-


vel. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º  Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
I – os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
II – os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou
com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reinte-
gração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada de-
terminação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em
família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo
à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de rein-
tegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de origem
será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção
social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o ado-
lescente acolhido. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo
programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunica-
ção à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou
do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas
oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado
relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição por-
menorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita

1823
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política munici-


pal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder
familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quin-
ze) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se
entender necessária a realização de estudos complementares ou de outras
providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Redação dada pela
Lei n. 13.509, de 2017)
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional,
um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsa-
bilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada
um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou
colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no
art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o
órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número
de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompa-
nhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento
da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, me-
diante requisição da autoridade judiciária.

1824
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este


artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento
específico destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n o 8.560,
de 29 de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispensável o ajui-
zamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se,
após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a pater-
nidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do
nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e emo-
lumentos, gozando de absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei n. 13.257,
de 2016)
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhe-
cimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão corresponden-
te. (Incluído dada pela Lei n. 13.257, de 2016)

TÍTULO III
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou


contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, su-
jeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato.

1825
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as me-


didas previstas no art. 101.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em


flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
dade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsá-
veis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra
recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente
e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilida-
de, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em in-
dícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade im-
periosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a
identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo
para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devi-


do processo legal.

1826
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes


garantias:
I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante
citação ou meio equivalente;
II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas
e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III – defesa técnica por advogado;
IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma
da lei;
V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qual-
quer fase do procedimento.

CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente


poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade
de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.

1827
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação


de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art.
112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materiali-
dade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver
prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

Seção II
Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será re-


duzida a termo e assinada.

Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais,


a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser
substituída por outra adequada.

1828
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de


tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses,
junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do ado-
lescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas se-
manais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Seção V
Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida


mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso,
a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autorida-
de competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
I – promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes
orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário
de auxílio e assistência social;
II – supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula;
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua
inserção no mercado de trabalho;

1829
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – apresentar relatório do caso.

Seção VI
Do Regime de Semiliberdade

Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início,


ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de
atividades externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo,
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que cou-
ber, as disposições relativas à internação.

Seção VII
Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos


princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equi-
pe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manuten-
ção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis
meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a
três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deve-
rá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização
judicial, ouvido o Ministério Público.

1830
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser revista a


qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio-
lência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III  – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-
mente imposta.
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não po-
derá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após
o devido processo legal. (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra
medida adequada.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para
adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigoro-
sa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória,
serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros,
os seguintes:
I – entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III – avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV – ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V – ser tratado com respeito e dignidade;
VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima
ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII – receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos;

1831
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;


X – habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI – receber escolarização e profissionalização;
XII – realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII – ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV  – receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que
assim o deseje;
XV – manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro
para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados
em poder da entidade;
XVI – receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais in-
dispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,
inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos in-
ternos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

CAPÍTULO V
DA REMISSÃO

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato


infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão,
como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequ-
ências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente
e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela
autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou
comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de anteceden-

1832
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas pre-


vistas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista ju-
dicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou
de seu representante legal, ou do Ministério Público.

TÍTULO IV
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:


I  – encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários
de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada dada pela Lei n.
13.257, de 2016)
II – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V – obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência
e aproveitamento escolar;
VI – obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento es-
pecializado;
VII – advertência;
VIII – perda da guarda;
IX – destituição da tutela;
X – suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar . (Expressão
substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X
deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determi-
nar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

1833
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória


dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do
agressor. (Incluído pela Lei n. 12.415, de 2011)

TÍTULO V
DO CONSELHO TUTELAR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não juris-


dicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos
da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito
Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante
da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha. (Redação dada pela Lei n. 13.824, de 2019)
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigi-
dos os seguintes requisitos:
I – reconhecida idoneidade moral;
II – idade superior a vinte e um anos;
III – residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos res-
pectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela
Lei n. 12.696, de 2012)
I – cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
II – gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do
valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
III – licença-maternidade; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)

1834
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – licença-paternidade; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)


V – gratificação natalina. (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito
Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tu-
telar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.696, de 2012)
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço
público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Redação
dada pela Lei n. 12.696, de 2012)

CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98
e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço so-
cial, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações.
IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infra-
ção administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre
as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII – expedir notificações;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adoles-
cente quando necessário;

1835
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orça-


mentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e
do adolescente;
X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos
direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal ;
XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou
suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manuten-
ção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
XII – promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações
de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tra-
tos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei n. 13.046, de 2014)
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar
entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará inconti-
nenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos
de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e
a promoção social da família. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas
pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante


do art. 147.

CAPÍTULO IV
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar


será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Con-

1836
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do


Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 8.242, de 12.10.1991)
§ 1º  O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá
em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no
primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição pre-
sidencial. (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano
subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado
ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vanta-
gem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor. (In-
cluído pela Lei n. 12.696, de 2012)

CAPÍTULO V
DOS IMPEDIMENTOS

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher,


ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, du-
rante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma des-
te artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na
comarca, foro regional ou distrital.

1837
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO VI
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria


Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessi-
tarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juven-
tude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância
de má-fé.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maio-
res de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tu-
tores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança
ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus
pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal
ainda que eventual.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administra-
tivos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria
de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar
a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apeli-
do, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobreno-
me. (Redação dada pela Lei n. 10.764, de 12.11.2003)
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o arti-
go anterior somente será deferida pela autoridade judiciária competente, se
demonstrado o interesse e justificada a finalidade.

1838
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE

Seção I
Disposições Gerais

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especiali-


zadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário
estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de in-
fraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

Seção II
Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da


Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização
judiciária local.
Art. 147. A competência será determinada:
I – pelo domicílio dos pais ou responsável;
II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais
ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da
ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade compe-
tente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a
entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de
rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da
emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
retransmissoras do respectivo estado.

1839
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:


I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apu-
ração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou
coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de
atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra nor-
ma de proteção à criança ou adolescente;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as
medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses
do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para
o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder familiar , per-
da ou modificação da tutela ou guarda;  (Expressão substituída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna,
em relação ao exercício do pátrio poder poder familiar ; (Expressão substitu-
ída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou re-
presentação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que
haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;

1840
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros


de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria,
ou autorizar, mediante alvará:
I – a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado
dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará
em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de frequência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de
crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fun-
damentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral.

1841
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Dos Serviços Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orça-


mentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, des-
tinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições
que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito,
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e ou-
tros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
livre manifestação do ponto de vista técnico.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos inte-
grantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicosso-
ciais ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por esta
Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à
nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

CAPÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiaria-


mente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente.
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na
tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como
na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1842
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimen-


tos são contados em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia
do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministé-
rio Público. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a proce-
dimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá in-
vestigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o
Ministério Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afas-
tamento da criança ou do adolescente de sua família de origem e em outros
procedimentos necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

SEÇÃO II
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar
(Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio po-


der  poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de
quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 156. A petição inicial indicará:
I – a autoridade judiciária a que for dirigida;
II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do
requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por
representante do Ministério Público;
III – a exposição sumária do fato e o pedido;
IV – as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de tes-
temunhas e documentos.

1843
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido


o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio poder poder familiar ,
liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a
criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de respon-
sabilidade. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, conco-
mitantemente ao despacho de citação e independentemente de requerimento
do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interpro-
fissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de
suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do
art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 . (In-
cluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obri-
gatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar re-
ferida no § 1 o  deste artigo, de representantes do órgão federal responsá-
vel pela política indigenista, observado o disposto no § 6 o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde
logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua
realização. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
§ 2º  O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmen-
te. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
§ 3º  Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o
citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo sus-
peita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qual-
quer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

1844
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não


sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação
única, dispensado o envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei n.
13.509, de 2017)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado,
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em car-
tório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de res-
posta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial
de justiça deverá perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que
lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qual-
quer repartição ou órgão público a apresentação de documento que interesse
à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo
social ou a perícia realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a
autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação
dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a pre-
sença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar previs-
tas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil) , ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º (Revogado) . (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º  Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória,
desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações
da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1845
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e


estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento
perante a Justiça quando devidamente citados. (Redação dada pela Lei n.
13.509, de 2017)
§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade ju-
dicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído pela Lei n. 12.962,
de 2014)
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos
autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requeren-
te, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas
as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apre-
sentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido
e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável
por mais 10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciá-
ria, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo
Ministério Público, não haverá necessidade de nomeação de curador especial em
favor da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120
(cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de ma-
nutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o ado-
lescente com vistas à colocação em família substituta. (Redação dada pela Lei
n. 13.509, de 2017)
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder
familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do
adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1846
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção III
Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a


remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto
na seção anterior.

Seção IV
Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em


família substituta:
I  – qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou
companheiro, com expressa anuência deste;
II – indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge,
ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou não
parente vivo;
III – qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se
conhecidos;
IV – indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se pos-
sível, uma cópia da respectiva certidão;
V – declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relati-
vos à criança ou ao adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os
requisitos específicos.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou sus-
pensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de
colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a as-
sistência de advogado. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1847
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação dada pela Lei


n. 13.509, de 2017)
I – na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assis-
tidas por advogado ou por defensor público, para verificar sua concordância
com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do pro-
tocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as
declarações; e (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
II – declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 2º  O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de
orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Jus-
tiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a
irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º  São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do
poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Redação dada pela Lei
n. 13.509, de 2017)
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for
ratificado na audiência a que se refere o § 1 o deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º O consentimento é retratável até a data da realização da audiência
especificada no § 1 o deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento
no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extin-
ção do poder familiar. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento
da criança. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º A família natural e a família substituta receberão a devida orientação
por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça da In-
fância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)

1848
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou


do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível,
perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda pro-
visória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de
convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante
termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida,
sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao
Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a sus-
pensão do pátrio poder poder familiar constituir pressuposto lógico da medida
principal de colocação em família substituta, será observado o procedimento
contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão substitu-
ída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada
nos mesmos autos do procedimento, observado o disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no
art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de
pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será comunicada pela
autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, des-


de logo, encaminhado à autoridade judiciária.

1849
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será,


desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendi-
mento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em co-
autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que,
após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à
repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante vio-
lência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do dis-
posto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da ma-
terialidade e autoria da infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto
poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente
será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromis-
so e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua seguran-
ça pessoal ou manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará,
desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente
com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial en-
caminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação
ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.

1850
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apre-


sentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial espe-
cializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada
da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo
referido no parágrafo anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminha-
rá imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de partici-
pação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial en-
caminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações
e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não
poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo
policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à
sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Pú-
blico, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência
ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com infor-
mação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informal-
mente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima
e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Minis-
tério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do adoles-
cente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o repre-
sentante do Ministério Público poderá:
I – promover o arquivamento dos autos;
II – conceder a remissão;

1851
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-


-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão
pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que
conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária
para homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária
determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Pro-
curador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
representação, designará outro membro do Ministério Público para apresen-
tá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a au-
toridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público
não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá represen-
tação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve re-
sumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol
de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada
pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e
materialidade.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedi-
mento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta
e cinco dias.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a
decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108
e parágrafo.

1852
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor


da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de
advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judici-
ária dará curador especial ao adolescente.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá
mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até
a efetiva apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresenta-
ção, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária,
não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no
art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localida-
de mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará
sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos
e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de
cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a au-
toridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião
de profissional qualificado.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o
representante do Ministério Público, proferindo decisão.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação
ou colocação em regime de semiliberdade, aautoridade judiciária, verifican-
do que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor,
designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a
realização de diligências e estudo do caso.

1853
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três


dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
testemunhas.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na
representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o rela-
tório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Mi-
nistério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá decisão.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, in-
justificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária desig-
nará nova data, determinando sua condução coercitiva.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo,
poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que
reconheça na sentença:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III – não constituir o fato ato infracional;
IV – não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente interna-
do, será imediatamente colocado em liberdade.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou
regime de semiliberdade será feita:
I – ao adolescente e ao seu defensor;
II – quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável,
sem prejuízo do defensor.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na
pessoa do defensor.

1854
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este mani-


festar se deseja ou não recorrer da sentença.

SEÇÃO V-A
(Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes


contra a Dignidade Sexual de Criança e de Adolescente”

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim


de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-
C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do De-
creto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) , obedecerá às
seguintes regras: (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e
fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de
prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representa-
ção de delegado de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investi-
gadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a
identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vin-
te) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade
judicial. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relató-
rios parciais da operação de infiltração antes do término do prazo de que trata
o inciso II do § 1 º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, consideram-
-se: (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

1855
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-


no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão.
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a
prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminha-
das diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará
por seu sigilo. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído
pela Lei n. 13.441, de 2017)
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,
por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes
previstos nos arts. 240 ,  241 ,  241-A  , 241-B , 241-C  e  241-D desta Lei e
nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal) . (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estri-
ta finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído
pela Lei n. 13.441, de 2017)
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos
bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da
autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será nu-
merado e tombado em livro específico. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

1856
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados


durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e enca-
minhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-
tanciado. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput  deste
artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-
dade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescen-
tes envolvidos. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade


governamental e não governamental terá início mediante portaria da autori-
dade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar,
onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório
do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, ofe-
recer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade
judiciária designará audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público te-
rão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
substituição.

1857
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-


rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou
programa de atendimento.

Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à
Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa


por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início por
representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infra-
ção elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por
duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defe-
sa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença
do requerido;
II – por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entre-
gará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a seu representante
legal, lavrando certidão;
III – por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o
requerido ou seu representante legal;
IV – por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o para-
deiro do requerido ou de seu representante legal.

1858
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade


judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo
em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na con-
formidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de
instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o
Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII
(Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão


petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – qualificação completa; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – dados familiares; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou
declaração relativa ao período de união estável; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
IV – cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
V – comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
VI – atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
VII – certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência

1859
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei n. 12.010,


de 2009) Vigência
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-
ras, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias
poderá: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional
encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II  – requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em
juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – requerer a juntada de documentos complementares e a realização de
outras diligências que entender necessárias. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estu-
do psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido
pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos
técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do di-
reito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente ha-
bilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de
adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades es-
pecíficas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da prepa-
ração referida no § 1 o deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles-

1860
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

centes em regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob


orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e
da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos respon-
sáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Redação
dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institu-
cionalmente ou por família acolhedora sejam preparados por equipe interpro-
fissional antes da inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no progra-
ma referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Mi-
nistério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando,
conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas
indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicosso-
cial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadas-
tros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção
feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponi-
bilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser
observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art.
50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
adotando. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1861
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente


mediante avaliação por equipe interprofissional.  (Redação dada pela Lei n.
13.509, de 2017)
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensá-
vel a renovação da habilitação, bastando a avaliação por equipe interprofis-
sional. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º  Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de
crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhido, haverá reava-
liação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção
ou a devolução da criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da
sentença de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada,
sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído
pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será
de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude,


inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á
o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Processo Civil) , com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei n.
12.594, de 2012) (Vide)
I – os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II – em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para
o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação
dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

1862
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;


IV – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
V – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VI – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no
caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judici-
ária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão,
no prazo de cinco dias;
VIII – mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os
autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas,
independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa
dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministé-
rio Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá re-
curso de apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo,
embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devo-
lutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano
irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores
do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no
efeito devolutivo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição
de poder familiar, em face da relevância das questões, serão processados
com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão
colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do
Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

1863
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamen-


to no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento
e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu pare-
cer. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de proce-
dimento para apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento
das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exer-


cidas nos termos da respectiva lei orgânica.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I – conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
II – promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atri-
buídas a adolescentes;
III – promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos
de suspensão e destituição do pátrio poder poder familiar , nomeação e remo-
ção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais
procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Ex-
pressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IV – promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especia-
lização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes
nas hipóteses do art. 98;

1864
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos
interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescên-
cia, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal ;
VI – instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em
caso de não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, in-
clusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades
municipais, estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
VII – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e deter-
minar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infra-
ções às normas de proteção à infância e à juventude;
VIII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegura-
dos às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extraju-
diciais cabíveis;
IX – impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em
qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e indi-
viduais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
X – representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações
cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem preju-
ízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
XII – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médi-
cos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados,
para o desempenho de suas atribuições.

1865
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas


neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dis-
puserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevi-
do das informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo,
poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o compe-
tente procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em
dia, local e horário previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável
para sua perfeita adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que
cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, podendo
juntar documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita
pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.
Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério
Público deverão ser fundamentadas.

1866
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VI
DO ADVOGADO

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qual-


quer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir
nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será
intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respei-
tado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita
àqueles que dela necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infra-
cional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato
do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente,
ou para o só efeito do ato.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor
nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal
com a presença da autoridade judiciária.

CAPÍTULO VII
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFU-
SOS E COLETIVOS

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabi-


lidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, refe-
rentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
I – do ensino obrigatório;
II – de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;

1867
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco


anos de idade; (Redação dada pela Lei n. 13.306, de 2016)
IV – de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V – de programas suplementares de oferta de material didático-escolar,
transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
VI – de serviço de assistência social visando à proteção à família, à ma-
ternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e
adolescentes que dele necessitem;
VII – de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII – de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de
liberdade.
IX – de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social
de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar
por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
X – de programas de atendimento para a execução das medidas socioe-
ducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
XI – de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao
adolescente vítima ou testemunha de violência. (Incluído pela Lei n. 13.431,
de 2017) (Vigência)
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial
outros interesses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da
adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do Pará-
grafo único pela Lei n. 11.259, de 2005)
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será
realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deve-
rão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados ne-
cessários à identificação do desaparecido. (Incluído pela Lei n. 11.259, de 2005)

1868
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do


local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá compe-
tência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difu-
sos, consideram-se legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
III – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia
autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitima-
da, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá
eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei,
são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de
Processo Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, que lesem direito
líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá
pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-

1869
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do


adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença,
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for su-
ficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cum-
primento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-
ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado o descumprimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho
dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado
da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Pú-
blico, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará deposita-
do em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evi-
tar dano irreparável à parte.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
poder público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os hono-
rários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º

1870
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , quando reconhe-


cer que a pretensão é manifestamente infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os di-
retores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados
ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil, reme-
terão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, in-
quérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particu-
lar, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação cível,
promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informa-
tivas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias,
ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento,
em sessão do Conselho Superior do Ministério público, poderão as associa-

1871
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ções legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão junta-


dos aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquiva-
mento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajui-
zamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições
da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 .

TÍTULO VII
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES

Seção I
Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o


adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela
Lei n. 13.869. de 2019)

1872
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,


independerá da pena aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869.
de 2019)

Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabele-


cimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo
à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo or-
dem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão
sem observância das formalidades legais.

1873
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de


criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 7.4.1997 :
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento
da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be-
nefício de adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro
do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de
função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em
lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, me-
diante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga
ou recompensa.

1874
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de


criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (In-
cluído pela Lei n. 10.764, de 12.11.2003)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente
à violência.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou
de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contrace-
na. (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
I  – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-
-la; (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospi-
talidade; ou (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até
o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da
vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou
com seu consentimento. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)

1875
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada


pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela
Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 11.829, de
2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o  caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são
puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmen-
te notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)
§ 1º  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)

1876
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de


comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita
por: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
I  – agente público no exercício de suas funções;  (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminha-
mento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de aces-
so ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento
do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo
o material ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou
modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
visual: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui
ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)

1877
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.


11.829, de 2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo
explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de in-
duzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (In-
cluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena
de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins pri-
mordialmente sexuais. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena  – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.  (Redação dada pela Lei n.
10.764, de 12.11.2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratui-
tamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar depen-
dência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não
constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, ex-
ceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.

1878
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos


no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluí-
do pela Lei n. 9.975, de 23.6.2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens
e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fe-
deral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-
-fé. (Redação dada pela Lei n. 13.440, de 2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o respon-
sável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente
às práticas referidas no caput  deste artigo. (Incluído pela Lei n. 9.975, de
23.6.2000)
§ 2º  Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença
de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei n.
9.975, de 23.6.2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito)
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive
salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º  As penas previstas no caput  deste artigo são aumentadas de um
terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art.
1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

1879
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento


de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comu-
nicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envol-
vendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
art. 124 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilus-
tração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou
televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá
determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da
emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois
números. (Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869).
Art. 248. (Revogado pela Lei n. 13.431, de 2017) (Vigência)

1880
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes


ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão subs-
tituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autorida-
de judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15
(quinze) dias. (Incluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada. (In-
cluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, infor-
mação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou
espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:

1881
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de


reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
divulgação ou publicidade.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: (Expressão declara-
da inconstitucional pela ADI 2.404).
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da pro-
gramação da emissora por até dois dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes admi-
tidos ao espetáculo:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a au-
toridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena
em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos
locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.

1882
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação


e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101
desta Lei: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de se-
rem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e ado-
lescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à au-
toridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial
ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que dei-
xa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art.
81: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o
recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)

1883
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste


Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de
seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao
que estabelece o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adap-
tação de seus órgãos e programas às diretrizes e princípios estabelecidos
nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais,
devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto
de renda, obedecidos os seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
I – 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Redação dada pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas
físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei
n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
§ 1º - (Revogado pela Lei n. 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
§ 1º -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos
captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da crian-
ça e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Con-
vivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infân-
cia. (Redação dada dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança
e do adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplica-
ção, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente

1884
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças


e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em
áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. (Re-
dação dada dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fa-
zenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das doações feitas aos
fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei n. 8.242, de 12.10.1991)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fis-
calização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei n.
8.242, de 12.10.1991)
§ 5º Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n o 9.249, de 26 de
dezembro de 1995 , a dedução de que trata o inciso I do caput : (Redação
dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em con-
junto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
II – não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do
lucro real. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pes-
soa física poderá optar pela doação de que trata o inciso II do caput do art.
260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei n.
12.594, de 2012) (Vide)
§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes
percentuais aplicados sobre o imposto apurado na declaração: (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III – 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)

1885
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei n. 12.594, de


2012) (Vide)
I – está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260; (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
a) utilizar o desconto simplificado;  (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
III – só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
IV – não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor. (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento
da primeira quota ou quota única do imposto, observadas instruções especí-
ficas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3 o implica
a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada
ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração de
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação. (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de
Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos con-
trolados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente municipais,
distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata

1886
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

o caput , respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela


Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser dedu-
zida: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram
o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas
jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se
refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efe-
tuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser deposita-
das em conta específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos
respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distri-
tal e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por pes-
soa competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especifican-
do: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – número de ordem; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do
emitente; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III – nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
IV – data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído pela Lei n.
12.594, de 2012) (Vide)

1887
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei n. 12.594,


de 2012) (Vide)
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido
anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a mês.  (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identifica-
ção dos bens, mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa ao
comprovante, informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ
e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil; (In-
cluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se
tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (In-
cluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III – considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do im-
posto de renda, desde que não exceda o valor de mercado; (Incluído pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na
determinação do valor dos bens doados, exceto se o leilão for determinado
por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E de-
vem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins
de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

1888
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos


Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
e municipais devem: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os
recursos do Fundo; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
III – informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as
doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes dados por doa-
dor: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens. (In-
cluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art.
260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato
ao Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
cional, estaduais, distrital e municipais divulgarão amplamente à comunida-
de: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
II – as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à
criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III  – os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficia-
dos com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
cional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
IV – a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor
dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto; (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

1889
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto


atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de In-
formações sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
VI  – a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos
dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, dis-
trital e municipais. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma
de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I
sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta pelo Ministério
Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual-
quer cidadão. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repúbli-
ca (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31
de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais
e municipais, com a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ
e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públi-
cas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instru-
ções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do
adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se referem os arts.
90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade ju-
diciária da comarca a que pertencer a entidade.

1890
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e muni-


cípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes aos programas
e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos
direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições
a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
1) Art. 121............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses
do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de catorze anos.
4) Art. 213..................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena – reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena – reclusão de três a nove anos.»
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973 , fica
acrescido do seguinte item:

1891
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

“Art. 102....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administra-
ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público federal promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,
que será posto à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de
defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos
direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em
linguagem clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, espe-
cialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas
atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10 de ou-
tubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário.

Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antônio Magri
Margarida Procópio

Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e retificado em 27.9.1990

1892
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 10.826, DE DEZEMBRO DE 2003

Regulamento
Regulamento Dispõe sobre registro, posse e comer-
Regulamento cialização de armas de fogo e muni-
Regulamento ção, sobre o Sistema Nacional de
Regulamento Armas – Sinarm, define crimes e dá
Regulamento outras providências.
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Jus-


tiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, me-
diante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo
e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as
decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de trans-
porte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcio-
namento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;

1893
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder


licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, ex-
portadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das im-
pressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Dis-
trito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
pectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de
fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá,
além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negati-
vas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Mi-
litar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;

1894
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o ma-


nuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após
atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre corres-
pondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a
manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos do-
cumentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado.
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento
dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput des-
te artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de
uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo
o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência

1895
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
n. 10.884, de 2004)
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão
ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de pro-
priedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da pu-
blicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia
31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o pro-
prietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores
- internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir:
(Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – emissão de certificado de registro provisório pela internet, com valida-
de inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do cer-
tificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para
a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela
Lei n. 11.706, de 2008)

1896
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput des-


te artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo
imóvel rural. (Incluído pela Lei n. 13.870, de 2019)

CAPÍTULO III
DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional,


salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput
do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pú-
blica (FNSP); (Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
quando em serviço; (Redação dada pela Lei n. 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institu-
cional da Presidência da República; (Vide Decreto n. 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art.
52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores cons-
tituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas,
cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

1897
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e


de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
(Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo
de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas cons-
tantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela res-
pectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei n.
12.993, de 2014)
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído
pela Lei n. 12.993, de 2014)
III – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das insti-
tuições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicio-
nada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

1898
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais


está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabeleci-
mentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fis-
calização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada
pela Lei n. 10.884, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do
Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exer-
cerem o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento do disposto
nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos
que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os se-
guintes documentos: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
III – atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o
caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

1899
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de


segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei,
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competen-
te, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança pri-
vada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresen-
tar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constan-
tes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo de-
verá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a au-
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo
independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará
os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança

1900
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin-
quenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este
artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este arti-
go deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocor-
rência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem esta-
belecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma
para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em
todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será
concedida após autorização do Sinarm.

1901
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia


temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
penderá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profis-
sional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem
como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo,
perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou
abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas
ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do
Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
de suas respectivas responsabilidades.
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pesso-
as e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do
credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da ap-
tidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
(Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

1902
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólo-


go não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para reali-
zação de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor
de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido
do custo da munição. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (In-
cluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabe-
lecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que me-
nor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apode-
re de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem

1903
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,


roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, trans-
portar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quan-
do a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado


ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)

1904
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identifica-


ção de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equi-
valente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimi-
do ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Comércio Ilegal de Arma de Fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste arti-
go, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)

1905
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, aces-


sório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação le-
gal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elemen-
tos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

Tráfico Internacional de Arma de Fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território


nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem au-
torização da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes ele-
mentos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da me-
tade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é au-
mentada da metade se: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos
arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

1906
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados


e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do
chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci-
to. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicio-
nadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa,
visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas auto-
rizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no
culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publi-
cação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identifica-
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusi-
ve para os órgãos previstos no art. 6º.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas
nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão ad-
quirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta-
ção, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo
e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

1907
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pe-


ricial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos ór-
gãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que rece-
berem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de priori-
dade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército,
serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído
pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do trá-
fico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas
de produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham
sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de abuso,
perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército,
devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas
com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenci-
ário da unidade da federação responsável pela apreensão. (Incluído pela Lei
n. 13.886, de 2019)
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

1908
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao


Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso
restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencio-
nando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a impor-
tação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas
se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de
fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II,
III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-
-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei n. 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior
a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condi-
ções dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido
ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro
de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma

1909
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de


taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste ar-
tigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia
Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art.
5º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regu-
larmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão inde-
nizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual
posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, flu-
vial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, fa-
cilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização
ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressal-
vados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.

1910
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de


transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providên-
cias necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão
armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar
armas de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros
de elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a cri-
mes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, esta-
duais e distritais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial
de perícia criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão
caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal
e administrativamente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísti-
cos serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

1911
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo


o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação me-
diante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo
entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

1912
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965

(Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

Institui o Código Eleitoral.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que sanciono a seguinte


Lei, aprovada pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 4º, caput, do Ato
Institucional, de 9 de abril de 1964.

PARTE PRIMEIRA
INTRODUÇÃO

Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização


e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua
fiel execução.
Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em seu nome, por
mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados
por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos pre-
vistos na Constituição e leis específicas.
Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo,
respeitadas as condições constitucionais e legais de elegibilidade e incompa-
tibilidade.
Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem
na forma da lei.(Vide art 14 da Constituição Federal)
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
I – os analfabetos; (Vide art. 14, § 1º, II, “a”, da Constituição/88)
II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
III – os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos
políticos.

1913
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes


a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos
das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um
e outro sexo, salvo:
I – quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os que se encontrem fora do país.
II – quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de
votar.
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz elei-
toral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de
3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo
juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei
n. 4.961, de 1966)
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva mul-
ta ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor:
I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, in-
vestir-se ou empossar-se neles;
II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou
emprego público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governa-
mentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas
ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado,
correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição;
III  – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos
Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respec-
tivas autarquias;

1914
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista,


caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdên-
cia social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo
governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades ce-
lebrar contratos;
V – obter passaporte ou carteira de identidade;
VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado
pelo governo;
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar
ou imposto de renda.
§ 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os
excetuados nos arts. 5º e 6º, n. 1, sem prova de estarem alistados não po-
derão praticar os atos relacionados no parágrafo anterior.
§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados,
será cancelada a inscrição do eleitor que não votar em 3 (três) eleições con-
secutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses,
a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido. (Incluído
pela Lei n. 7.663, de 1988)
§ 4º O disposto no inciso V do § 1º não se aplica ao eleitor no exterior que
requeira novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil. (Incluído pela
Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o natu-
ralizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade
brasileira, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor
do salário-mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição
eleitoral através de selo federal inutilizado no próprio requerimento. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 1966) (Vide Lei n. 5.337,1967) (Vide Lei n. 5.780,
de 1972) (Vide Lei n. 6.018, de 1974) (Vide Lei n. 6.319, de 1976) (Vide Lei
n. 7.373, de 1985)

1915
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua
inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia anterior à eleição subsequen-
te à data em que completar dezenove anos. (Incluído pela Lei n. 9.041, de
1995)
Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos arts. 7º e 8º
incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) salários-mínimos vigentes na zona
eleitoral ou de suspensão disciplinar até 30 (trinta) dias.
Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem por motivo justifi-
cado e aos não alistados nos termos dos artigos 5º e 6º, n. 1, documento que
os isente das sanções legais.
Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se encontrar fora
de sua zona e necessitar documento de quitação com a Justiça Eleitoral, po-
derá efetuar o pagamento perante o Juízo da zona em que estiver.
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor quiser
aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite informações sobre
o arbitramento ao Juízo da inscrição.
§. 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento través de selos
federais inutilizados no próprio requerimento, o juiz que recolheu a multa
comunicará o fato ao da zona de inscrição e fornecerá ao requerente compro-
vante do pagamento.

PARTE SEGUNDA
DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL

Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e ju-
risdição em todo o País;
II – um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e,
mediante proposta do Tribunal Superior, na Capital de Território;
III – juntas eleitorais;
IV – juizes eleitorais.

1916
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 13. O número de juizes dos Tribunais Regionais não será reduzido,


mas poderá ser elevado até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e
na forma por ele sugerida.
Art. 14. Os juizes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servi-
rão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios conse-
cutivos.
§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de
qualquer afastamento nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença
especial, salvo no caso do § 3º. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 2º Os juizes afastados por motivo de licença férias e licença especial,
de suas funções na Justiça comum, ficarão automaticamente afastados da
Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente exceto quando com períodos de
férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento
de alistamento. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a diploma-
ção e nos feitos decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como
juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo re-
gistrado na circunscrição. (Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 4º No caso de recondução para o segundo biênio observar-se-ão as
mesmas formalidades indispensáveis à primeira investidura. (Incluído pela
Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais se-
rão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual
para cada categoria.

TÍTULO I
DO TRIBUNAL SUPERIOR

Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral: (Redação dada pela Lei


n. 7.191, de 1984)

1917
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação dada pela Lei n. 7.191,
de 1984)
a) de três juizes, dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; e (Re-
dação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
b) de dois juizes, dentre os membros do Tribunal Federal de Recursos;
(Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
II – por nomeação do Presidente da República, de dois entre seis advo-
gados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que
tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja
o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido esco-
lhido por último. (Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
§ 2º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em
cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja
diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privi-
legio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública;
ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.
(Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu presidente um dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, cabendo ao outro a vice-presidência,
e para Corregedor Geral da Justiça Eleitoral um dos seus membros.
§ 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Geral se locomove-
rá para os Estados e Territórios nos seguintes casos:
I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral;
II – a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;
III – a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral;
IV – sempre que entender necessário.

1918
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral vinculam os Corre-


gedores Regionais, que lhes devem dar imediato e preciso cumprimento.
Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal Supe-
rior Eleitoral, o Procurador Geral da República, funcionando, em suas faltas e
impedimentos, seu substituto legal.
Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros membros do
Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo
das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral,
onde não poderão ter assento.
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em sessão pú-
blica, com a presença da maioria de seus membros.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação
do Código Eleitoral em face da Constituição e cassação de registro de parti-
dos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de
eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de
todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum juiz, será convo-
cado o substituto ou o respectivo suplente.
Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá arguir
a suspeição ou impedimento dos seus membros, do Procurador Geral ou de
funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei processual civil ou
penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto
em regimento.
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente a provo-
car ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do
arguido.
Art. 21 Os Tribunais e juizes inferiores devem dar imediato cumprimento
às decisões, mandados, instruções e outros atos emanados do Tribunal Su-
perior Eleitoral.
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
I – Processar e julgar originariamente:

1919
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretó-


rios nacionais e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República;
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juizes eleitorais de
Estados diferentes;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e
aos funcionários da sua Secretaria;
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos
pelos seus próprios juizes e pelos juizes dos Tribunais Regionais;
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relati-
vos a atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais
Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar
a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração;
(Vide suspensão de execução pela RSF n. 132, de 1984)
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos po-
líticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) as impugnações á apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos
e expedição de diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da Repú-
blica;
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Re-
gionais dentro de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido,
candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
i) as reclamações contra os seus próprios juizes que, no prazo de trinta
dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuí-
dos. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada
dentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exer-
cício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado. (Incluído pela LCP n.
86, de 1996) (Produção de efeito)

1920
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais


nos termos do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorrível, salvo
nos casos do Art. 281.
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
I – elaborar o seu regimento interno;
II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Con-
gresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação
dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei;
III – conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento
do exercício dos cargos efetivos;
IV – aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juizes dos
Tribunais Regionais Eleitorais;
V – propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Terri-
tórios;
VI – propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juizes de qual-
quer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento;
VII – fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da Re-
pública, senadores e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei:
VIII – aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de
novas zonas;
IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Có-
digo;
X – fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxi-
liares em diligência fora da sede;
XI – enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tri-
bunais de Justiça nos termos do ar. 25;
XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas
em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido
político;

1921
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIII – autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados
em que essa providência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;
XIV – requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas
próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem,
e para garantir a votação e a apuração; (Redação dada pela Lei n. 4.961, de
1966)
XV – organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;
XVI – requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir
o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria;
XVII – publicar um boletim eleitoral;
XVIII  – tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à
execução da legislação eleitoral.
Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do Ministério Público
Eleitoral;
I – assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;
II – exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de
competência originária do Tribunal;
III – oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;
IV – manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos sub-
metidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qual-
quer dos juizes, ou por iniciativa sua, se entender necessário;
V – defender a jurisdição do Tribunal;
VI  – representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais,
especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País;
VII  – requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao
desempenho de suas atribuições;
VIII – expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribu-
nais Regionais;
IX – acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente ou
por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas.

1922
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO II
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: (Redação dada


pela Lei n. 7.191, de 1984)
I – mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação dada pela Lei n. 7.191,
de 1984)
a) de dois juizes, dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
b) de dois juizes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; (Redação
dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
II – do juiz federal e, havendo mais de um, do que for escolhido pelo Tri-
bunal Federal de Recursos; e (Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
III – por nomeação do Presidente da República de dois dentre seis cida-
dãos de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça. (Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão elei-
tos por este dentre os três desembargadores do Tribunal de Justiça; o terceiro
desembargador será o Corregedor Regional da Justiça Eleitoral.
§ 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo Tribunal
Superior Eleitoral e, em caráter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Re-
gional Eleitoral perante o qual servir.
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Regional se loco-
moverá para as zonas eleitorais nos seguintes casos:
I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal Regional
Eleitoral;
II – a pedido dos juizes eleitorais;
III – a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal Regional;
IV – sempre que entender necessário.
Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a cada Tribunal Regional
Eleitoral o Procurador da República no respectivo Estado e, onde houver mais
de um, aquele que for designado pelo Procurador Geral da República.

1923
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º No Distrito Federal, serão as funções de Procurador Regional Eleitoral


exercidas pelo Procurador Geral da Justiça do Distrito Federal.
§ 2º Substituirá o Procurador Regional, em suas faltas ou impedimentos,
o seu substituto legal.
§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os Tribunais
junto aos quais servirem, as atribuições do Procurador Geral.
§ 4º Mediante prévia autorização do Procurador Geral, podendo os Pro-
curadores Regionais requisitar, para auxiliá-los nas suas funções, membros
do Ministério Público local, não tendo estes, porém, assento nas sessões do
Tribunal.
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em ses-
são pública, com a presença da maioria de seus membros.
§ 1º No caso de impedimento e não existindo quorum, será o membro do
Tribunal substituído por outro da mesma categoria, designado na forma pre-
vista na Constituição.
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntário para o Tribunal
Superior qualquer interessado poderá arguir a suspeição dos seus membros,
do Procurador Regional, ou de funcionários da sua Secretaria, assim como
dos juizes e escrivães eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e
por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regi-
mento.
§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior será observado o disposto no
parágrafo único do art. 20. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que im-
portem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas
somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros.
(Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 5º No caso do § 4º, se ocorrer impedimento de algum juiz, será convo-
cado o suplente da mesma classe. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:

1924
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – processar e julgar originariamente:


a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e muni-
cipais de partidos políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Go-
vernadores, e membro do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas;
b) os conflitos de jurisdição entre juizes eleitorais do respectivo Estado;
c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao Procurador Regio-
nal e aos funcionários da sua Secretaria assim como aos juizes e escrivães
eleitorais;
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais;
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, con-
tra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais de Justiça por cri-
me de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou concedidos
pelos juizes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de
se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos po-
líticos, quanto a sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juizes elei-
torais em trinta dias da sua conclusão para julgamento, formulados por parti-
do candidato Ministério Público ou parte legitimamente interessada sem pre-
juízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. (Redação dada pela Lei
n. 4.961, de 1966)
II – julgar os recursos interpostos:
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juizes e juntas eleitorais.
b) das decisões dos juizes eleitorais que concederem ou denegarem habe-
as corpus ou mandado de segurança.
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorríveis, sal-
vo nos casos do Art. 276.
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
I – elaborar o seu regimento interno;

1925
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhes


os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso Nacional, por intermédio do
Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e a fixação dos respecti-
vos vencimentos;
III – conceder aos seus membros e aos juizes eleitorais licença e férias,
assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos submetendo, quan-
to aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;
IV – fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, deputa-
dos estaduais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e juizes de paz, quando
não determinada por disposição constitucional ou legal;
V – constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;
VI – indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a
contagem dos votos deva ser feita pela mesa receptora;
VII – apurar com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, os
resultados finais das eleições de Governador e Vice-Governador de membros
do Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas, remetendo dentro
do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das
atas de seus trabalhos;
VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem fei-
tas, em tese, por autoridade pública ou partido político;
IX – dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo
essa divisão, assim como a criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal
Superior;
X – aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pela
escrivania eleitoral durante o biênio;
XI – (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
XII – requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões soli-
citar ao Tribunal Superior a requisição de força federal;
XIII – autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu pre-
sidente e, no interior, aos juizes eleitorais, a requisição de funcionários fede-

1926
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

rais, estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães eleitorais, quando


o exigir o acúmulo ocasional do serviço;
XIV – requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em
cada Estado ou Território, funcionários dos respectivos quadros administrati-
vos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas Secretarias;
XV – aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30
(trinta) dias aos juizes eleitorais;
XVI – cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Supe-
rior;
XVII – determinar, em caso de urgência, providências para a execução da
lei na respectiva circunscrição;
XVIII – organizar o fichário dos eleitores do Estado.
XIX – suprimir os mapas parciais de apuração mandando utilizar apenas
os boletins e os mapas totalizadores, desde que o menor número de candida-
tos às eleições proporcionais justifique a supressão, observadas as seguintes
normas: (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regional
que suprima a exigência dos mapas parciais de apuração; (Incluído pela Lei
n. 4.961, de 1966)
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou partido poderá,
no prazo de três dias, recorrer para o Tribunal Superior, que decidirá em cinco
dias; (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admitida até seis
meses antes da data da eleição; (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelos Tribunais Re-
gionais, depois de aprovados pelo Tribunal Superior; (Incluído pela Lei n.
4.961, de 1966)
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração dos modelos dos
boletins e mapas de apuração a fim de que estes atendam às peculiaridade
locais, encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados das sugestões

1927
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ou impugnações formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal Superior.


(Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regional, ficará a respectiva
circunscrição eleitoral sob a jurisdição do Tribunal Regional que o Tribunal
Superior designar.

TÍTULO III
DOS JUIZES ELEITORAIS

Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um juiz de


direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze
das prerrogativas do Art. 95 da Constituição.
Parágrafo único. Onde houver mais de uma vara o Tribunal Regional desig-
nara aquela ou aquelas, a que incumbe o serviço eleitoral.
Art. 33. Nas zonas eleitorais onde houver mais de uma serventia de jus-
tiça, o juiz indicará ao Tribunal Regional a que deve ter o anexo da escrivania
eleitoral pelo prazo de dois anos.
§ 1º Não poderá servir como escrivão eleitoral, sob pena de demissão, o
membro de diretório de partido político, nem o candidato a cargo eletivo, seu
cônjuge e parente consanguíneo ou afim até o segundo grau.
§ 2º O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedimentos, será substituído
na forma prevista pela lei de organização judiciária local.
Art. 34. Os juizes despacharão todos os dias na sede da sua zona eleito-
ral.
Art. 35. Compete aos juizes:
I – cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Su-
perior e do Regional;
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem
conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tri-
bunais Regionais;

1928
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral,


desde que essa competência não esteja atribuída privativamente a instância
superior.
IV  – fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do
serviço eleitoral;
V – tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmen-
te ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando as providências que
cada caso exigir;
VI – indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça
que deve ter o anexo da escrivania eleitoral;
VII – (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
VIII – dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão
de eleitores;
IX – expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
X – dividir a zona em seções eleitorais;
XI – mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada
seção, para remessa a mesa receptora, juntamente com a pasta das folhas
individuais de votação;
XII – ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos
eletivos municiais e comunicá-los ao Tribunal Regional;
XIII – designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das
seções;
XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública
anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das
mesas receptoras;
XV – instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções;
XVI – providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas
mesas receptoras;
XVII – tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos vi-
ciosos das eleições;

1929
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XVIII  – fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não
alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das
sanções legais;
XIX – comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição,
ao Tribunal Regional e aos delegados de partidos credenciados, o número de
eleitores que votarem em cada uma das seções da zona sob sua jurisdição,
bem como o total de votantes da zona.

TÍTULO IV
DAS JUNTAS ELEITORAIS

Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será


o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade.
§ 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia
antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente
deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede.
§ 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas
para compor as juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo
qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, em petição fundamentada, im-
pugnar as indicações.
§ 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou
auxiliares:
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo
grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registra-
dos e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no de-
sempenho de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral.

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Art. 37. Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas permitir o núme-


ro de juizes de direito que gozem das garantias do Art. 95 da Constituição,
mesmo que não sejam juizes eleitorais.
Parágrafo único. Nas zonas em que houver de ser organizada mais de uma
Junta, ou quando estiver vago o cargo de juiz eleitoral ou estiver este impe-
dido, o presidente do Tribunal Regional, com a aprovação deste, designará
juizes de direito da mesma ou de outras comarcas, para presidirem as juntas
eleitorais.
Art. 38. Ao presidente da Junta é facultado nomear, dentre cidadãos de
notória idoneidade, escrutinadores e auxiliares em número capaz de atender
a boa marcha dos trabalhos.
§ 1º É obrigatória essa nomeação sempre que houver mais de dez urnas
a apurar.
§ 2º Na hipótese do desdobramento da Junta em Turmas, o respectivo
presidente nomeará um escrutinador para servir como secretário em cada
turma.
§ 3º Além dos secretários a que se refere o parágrafo anterior, será desig-
nado pelo presidente da Junta um escrutinador para secretário-geral compe-
tindo-lhe;
I – lavrar as atas;
II – tomar por termo ou protocolar os recursos, neles funcionando como
escrivão;
III – totalizar os votos apurados.
Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da eleição o presidente da Junta co-
municará ao Presidente do Tribunal Regional as nomeações que houver feito
e divulgará a composição do órgão por edital publicado ou afixado, podendo
qualquer partido oferecer impugnação motivada no prazo de 3 (três) dias.
Art. 40. Compete à Junta Eleitoral;
I – apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas
eleitorais sob a sua jurisdição.

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II – resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os


trabalhos da contagem e da apuração;
III – expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178;
IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de uma junta eleitoral
a expedição dos diplomas será feita pelo que for presidida pelo juiz eleitoral
mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos da eleição.
Art. 41. Nas zonas eleitorais em que for autorizada a contagem prévia dos
votos pelas mesas receptoras, compete à Junta Eleitoral tomar as providên-
cias mencionadas no Art. 195.

PARTE TERCEIRA
DO ALISTAMENTO

TÍTULO I
DA QUALIFICAÇÃO E INSCRIÇÃO

Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do elei-


tor.
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de
residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de
uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
Art. 43. O alistando apresentará em cartório ou local previamente de-
signado, requerimento em fórmula que obedecerá ao modelo aprovado pelo
Tribunal Superior.
Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três) retratos, será instru-
ído com um dos seguintes documentos, que não poderão ser supridos me-
diante justificação:
I – carteira de identidade expedida pelo órgão competente do Distrito Fe-
deral ou dos Estados;
II – certificado de quitação do serviço militar;

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III – certidão de idade extraída do Registro Civil;


IV – instrumento público do qual se infirá, por direito ter o requerente ida-
de superior a dezoito anos e do qual conste, também, os demais elementos
necessários à sua qualificação;
V – documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou
adquirida, do requerente.
Parágrafo único. Será devolvido o requerimento que não contenta os dados
constantes do modelo oficial, na mesma ordem, e em caracteres inequívocos.
Art. 45. O escrivão, o funcionário ou o preparador recebendo a fórmula
e documentos determinará que o alistando date e assine a petição e em ato
contínuo atestará terem sido a data e a assinatura lançados na sua presença;
em seguida, tomará a assinatura do requerente na folha individual de votação
e nas duas vias do título eleitoral, dando recibo da petição e do documento.
§ 1º O requerimento será submetido ao despacho do juiz nas 48 (quarenta
e oito), horas seguintes.
§ 2º Poderá o juiz se tiver dúvida quanto a identidade do requerente ou
sobre qualquer outro requisito para o alistamento, converter o julgamento
em diligência para que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for
necessário, compareça pessoalmente à sua presença.
§ 3º Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade que possa ser
sanada, fixará o juiz para isso prazo razoável.
§ 4º Deferido o pedido, no prazo de cinco dias, o título e o documento
que instruiu o pedido serão entregues pelo juiz, escrivão, funcionário ou pre-
parador. A entrega far-se-á ao próprio eleitor, mediante recibo, ou a quem o
eleitor autorizar por escrito o recebimento, cancelando-se o título cuja assina-
tura não for idêntica à do requerimento de inscrição e à do recibo. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
O recibo será obrigatoriamente anexado ao processo eleitoral, incorrendo
o juiz que não o fizer na multa de um a cinco salários-mínimos regionais na
qual incorrerão ainda o escrivão, funcionário ou preparador, se responsáveis

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bem como qualquer deles, se entregarem ao eleitor o título cuja assinatura


não for idêntica à do requerimento de inscrição e do recibo ou o fizerem a
pessoa não autorizada por escrito. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 5º A restituição de qualquer documento não poderá ser feita antes de
despachado o pedido de alistamento pelo juiz eleitoral.
§ 6º Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar pela imprensa, onde
houver ou por editais, a lista dos pedidos de inscrição, mencionando os defe-
ridos, os indeferidos e os convertidos em diligência, contando-se dessa publi-
cação o prazo para os recursos a que se refere o parágrafo seguinte.
§ 7º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição caberá re-
curso interposto pelo alistando, e do que o deferir poderá recorrer qualquer
delegado de partido.
§ 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão julgados pelo Tribu-
nal Regional Eleitoral dentro de 5 (cinco) dias.
§ 9º Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste, ou logo que seja
desprovido o recurso em instância superior, o juiz inutilizará a folha individual
de votação assinada pelo requerente, a qual ficará fazendo parte integrante
do processo e não poderá, em qualquer tempo, se substituída, nem dele reti-
rada, sob pena de incorrer o responsável nas sanções previstas no Art. 293.
§ 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartório devolverá ao reque-
rente, mediante recibo, as fotografias e o documento com que houver instru-
ído o seu requerimento.
§ 11. O título eleitoral e a folha individual de votação somente serão as-
sinados pelo juiz eleitoral depois de preenchidos pelo cartório e de deferido
o pedido, sob as penas do artigo 293. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de
1966)
§ 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da ficha do eleitor, após
a expedição do seu título. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 46. As folhas individuais de votação e os títulos serão confeccionados
de acordo com o modelo aprovado pelo Tribunal, Superior Eleitoral.

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§ 1º Da folha individual de votação e do título eleitoral constará a indica-


ção da seção em que o eleitor tiver sido inscrito a qual será localizada dentro
do distrito judiciário ou administrativo de sua residência e o mais próximo
dela, considerados a distância e os meios de transporte.
§ 2º As folhas individuais de votação serão conservadas em pastas, uma
para cada seção eleitoral; às mesas receptoras serão por estas encaminha-
das com a urna e os demais documentos da eleição às juntas eleitorais, que
as devolverão, findos os trabalhos da apuração, ao respectivo cartório, onde
ficarão guardadas.
§ 3º O eleitor ficará vinculado permanentemente à seção eleitoral indicada
no seu título, salvo:
I – se se transferir de zona ou Município hipótese em que deverá requerer
transferência.
II – se, até 100 (cem) dias antes da eleição, provar, perante o Juiz Eleito-
ral, que mudou de residência dentro do mesmo Município, de um distrito para
outro ou para lugar muito distante da seção em que se acha inscrito, caso em
que serão feitas na folha de votação e no título eleitoral, para esse fim exibi-
do as alterações correspondentes, devidamente autenticadas pela autoridade
judiciária.
§ 4º O eleitor poderá, a qualquer tempo requerer ao juiz eleitoral a reti-
ficação de seu título eleitoral ou de sua folha individual de votação, quando
neles constar erro evidente, ou indicação de seção diferente daquela a que
devesse corresponder a residência indicada no pedido de inscrição ou trans-
ferência. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 5º O título eleitoral servirá de prova de que o eleitor está inscrito na
seção em que deve votar. E, uma vez datado e assinado pelo presidente da
mesa receptora, servirá também de prova de haver o eleitor votado. (Renu-
merado do § 4º pela Lei n. 4.961, de 1966)

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Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento, quando destinadas ao


alistamento eleitoral, serão fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos
pedidos apresentados em cartório pelos alistandos ou delegados de partido.
§1º Os cartórios de Registro Civil farão, ainda, gratuitamente, o registro
de nascimento visando ao fornecimento de certidão aos alistandos, desde que
provem carência de recursos, ou aos Delegados de Partido, para fins eleito-
rais. (Incluído pela Lei n. 6.018, de 1974)
§ 2º Em cada Cartório de Registro Civil haverá um livro especial aberto e
rubricado pelo Juiz Eleitoral, onde o cidadão ou o delegado de partido deixará
expresso o pedido de certidão para fins eleitorais, datando-o. (Incluído como
§ 1º pela Lei n. 4.961, de 1966 e renumerado do § 1º pela Lei n. 6.018, de
1974)
§ 3º O escrivão, dentro de quinze dias da data do pedido, concederá a
certidão, ou justificará, perante o Juiz Eleitoral por que deixa de fazê-lo. (In-
cluído como § 2º pela Lei n. 4.961, de 1966 e renumerado do § 2º pela Lei n.
6.018, de 1974)
§ 4º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o escrivão às penas do
Art. 293. (Incluído como § 3º pela Lei n. 4.961, de 1966 e renumerado do §
3º pela Lei n. 6.018, de 1974)
Art. 48. O empregado mediante comunicação com 48 (quarenta e oito)
horas de antecedência, poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo
do salário e por tempo não excedente a 2 (dois) dias, para o fim de se alistar
eleitor ou requerer transferência.
Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema “Braille”, que reunirem as
demais condições de alistamento, podem qualificar-se mediante o preenchi-
mento da fórmula impressa e a aposição do nome com as letras do referido
alfabeto.
§ 1º De forma idêntica serão assinadas a folha individual de votação e as
vias do título.

1936
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§ 2º Esses atos serão feitos na presença também de funcionários de es-


tabelecimento especializado de amparo e proteção de cegos, conhecedor do
sistema “Braille”, que subscreverá, com o Escrivão ou funcionário designado,
o seguinte declaração a ser lançada no modelo de requerimento; “Atestamos
que a presente fórmula bem como a folha individual de votação e vias do tí-
tulo foram subscritas pelo próprio, em nossa presença”.
Art. 50. O juiz eleitoral providenciará para que se proceda ao alistamento
nas próprias sedes dos estabelecimentos de proteção aos cegos, marcando
previamente, dia e hora para tal fim, podendo se inscrever na zona eleitoral
correspondente todos os cegos do município.
§ 1º Os eleitores inscritos em tais condições deverão ser localizados em
uma mesma seção da respectiva zona.
§ 2º Se no alistamento realizado pela forma prevista nos artigos anterio-
res, o número de eleitores não alcançar o mínimo exigido, este se completará
com a inclusão de outros ainda que não sejam cegos.
Art. 51. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 1989)

CAPÍTULO I
DA SEGUNDA VIA

Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor


ao juiz do seu domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe
expeça segunda via.
§ 1º O pedido de segunda via será apresentado em cartório, pessoalmen-
te, pelo eleitor, instruído o requerimento, no caso de inutilização ou dilacera-
ção, com a primeira via do título.
§ 2º No caso de perda ou extravio do título, o juiz, após receber o re-
querimento de segunda via, fará publicar, pelo prazo de 5 (cinco) dias, pela
imprensa, onde houver, ou por editais, a notícia do extravio ou perda e do
requerimento de segunda via, deferindo o pedido, findo este prazo, se não
houver impugnação.

1937
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Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá requerer


a segunda via ao juiz da zona em que se encontrar, esclarecendo se vai rece-
bê-la na sua zona ou na em que requereu.
§ 1º O requerimento, acompanhado de um novo título assinado pelo elei-
tor na presença do escrivão ou de funcionário designado e de uma fotografia,
será encaminhado ao juiz da zona do eleitor.
§ 2º Antes de processar o pedido, na forma prevista no artigo anterior, o
juiz determinará que se confira a assinatura constante do novo título com a
da folha individual de votação ou do requerimento de inscrição.
§ 3º Deferido o pedido, o título será enviado ao juiz da Zona que remeteu
o requerimento, caso o eleitor haja solicitado essa providência, ou ficará em
cartório aguardando que o interessado o procure.
§ 4º O pedido de segunda via formulado nos termos deste artigo só pode-
rá ser recebido até 60 (sessenta) dias antes do pleito.
Art. 54. O requerimento de segunda via, em qualquer das hipóteses, de-
verá ser assinado sobre selos federais, correspondentes a 2% (dois por cen-
to) do salário-mínimo da zona eleitoral de inscrição.
Parágrafo único. Somente será expedida segunda via a eleitor que estiver
quite com a Justiça Eleitoral, exigindo-se, para o que foi multado e ainda não
liquidou a dívida, o prévio pagamento, através de selo federal inutilizado nos
autos.

CAPÍTULO II
DA TRANSFERÊNCIA

Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao


juiz do novo domicílio sua transferência, juntando o título anterior.
§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:
I – entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100
(cem) dias antes da data da eleição.
II – transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;

1938
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III – residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela


autoridade policial ou provada por outros meios convincentes.
§ 2º O disposto nos n.s II e III, do parágrafo anterior, não se aplica quan-
do se tratar de transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar,
autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transfe-
rência. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 56. No caso de perda ou extravio do título anterior declarado esse
fato na petição de transferência, o juiz do novo domicílio, como ato prelimi-
nar, requisitará, por telegrama, a confirmação do alegado à Zona Eleitoral
onde o requerente se achava inscrito.
§ 1º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cinco) dias, responderá por
ofício ou telegrama, esclarecendo se o interessado é realmente eleitor, se a
inscrição está em vigor, e, ainda, qual o número e a data da inscrição respec-
tiva.
§ 2º A informação mencionada no parágrafo anterior, suprirá a falta do
título extraviado, ou perdido, para o efeito da transferência, devendo fazer
parte integrante do processo.
Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio eleitoral será ime-
diatamente publicado na imprensa oficial na Capital, e em cartório nas de-
mais localidades, podendo os interessados impugná-lo no prazo de dez dias.
(Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 1º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo o pedido deverá
ser desde logo decidido, devendo o despacho do juiz ser publicado pela mes-
ma forma. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo de 3
(três) dias, o eleitor que pediu a transferência, sendo-lhe a mesma negada,
ou qualquer delegado de partido, quando o pedido for deferido.
§ 3º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional Eleitoral decidirá do re-
curso interposto nos termos do parágrafo anterior.

1939
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§ 4º Só será expedido o novo título decorridos os prazos previstos neste


artigo e respectivos parágrafos.
Art. 58. Expedido o novo título o juiz comunicará a transferência ao Tri-
bunal Regional competente, no prazo de 10 (dez) dias, enviando-lhe o título
eleitoral, se houver, ou documento a que se refere o § 1º do artigo 56.
§ 1º Na mesma data comunicará ao juiz da zona de origem a concessão
da transferência e requisitará a “folha individual de votação”.
§ 2º Na nova folha individual de votação ficará consignado, na coluna des-
tinada a “anotações”, que a inscrição foi obtida por transferência, e, de acordo
com os elementos constantes do título primitivo, qual o ultimo pleito em que
o eleitor transferido votou. Essa anotação constará também, de seu título.
§ 3º O processo de transferência só será arquivado após o recebimento
da folha individual de votação da Zona de origem, que dele ficará constando,
devidamente inutilizada, mediante aposição de carimbo a tinta vermelha.
§ 4º No caso de transferência de município ou distrito dentro da mesma
zona, deferido o pedido, o juiz determinará a transposição da folha individual
de votação para a pasta correspondente ao novo domicílio, a anotação de mu-
dança no título eleitoral e comunicará ao Tribunal Regional para a necessária
averbação na ficha do eleitor.
Art. 59. Na Zona de origem, recebida do juiz do novo domicílio a comuni-
cação de transferência, o juiz tomará as seguintes providencias:
I – determinará o cancelamento da inscrição do transferido e a remessa
dentro de três dias, da folha individual de votação ao juiz requisitante;
II – ordenará a retirada do fichário da segunda parte do título;
III – comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional a que estiver subor-
dinado, que fará a devida anotação na ficha de seus arquivos;
IV – se o eleitor havia assinado ficha de registro de partido, comunicará
ao juiz do novo domicílio e, ainda, ao Tribunal Regional, se a transferência foi
concedida para outro Estado.

1940
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Art. 60. O eleitor transferido não poderá votar no novo domicílio eleitoral


em eleição suplementar à que tiver sido realizada antes de sua transferência.
Art. 61. Somente será concedida transferência ao eleitor que estiver quite
com a Justiça Eleitoral.
§ 1º Se o requerente não instruir o pedido de transferência com o título
anterior, o juiz do novo domicílio, ao solicitar informação ao da zona de ori-
gem, indagará se o eleitor está quite com a Justiça Eleitoral, ou não o estan-
do, qual a importância da multa imposta e não paga.
§ 2º Instruído o pedido com o título, e verificado que o eleitor não votou
em eleição anterior, o juiz do novo domicílio solicitará informações sobre o
valor da multa arbitrada na zona de origem, salvo se o eleitor não quiser
aguardar a resposta, hipótese em que pagará o máximo previsto.
§ 3º O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses dos parágrafos
anteriores, será comunicado ao juízo de origem para as necessárias anota-
ções.

CAPÍTULO III
DOS PREPARADORES

Art. 62. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)


Art. 63. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
Art. 64. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
Art. 65. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)

CAPÍTULO IV
DOS DELEGADOS DE PARTIDO PERANTE O ALISTAMENTO

Art. 66. É licito aos partidos políticos, por seus delegados:


I – acompanhar os processos de inscrição;
II – promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assu-
mir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida;

1941
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III – examinar, sem perturbação do serviço e em presença dos servidores


designados, os documentos relativos ao alistamento eleitoral, podendo deles
tirar cópias ou fotocópias.
§ 1º Perante o juízo eleitoral, cada partido poderá nomear 3 (três) dele-
gados.
§ 2º Perante os preparadores, cada partido poderá nomear até 2 (dois)
delegados, que assistam e fiscalizem os seus atos.
§ 3º Os delegados a que se refere este artigo serão registrados perante os
juizes eleitorais, a requerimento do presidente do Diretório Municipal.
§ 4º O delegado credenciado junto ao Tribunal Regional Eleitoral poderá
representar o partido junto a qualquer juízo ou preparador do Estado, assim
como o delegado credenciado perante o Tribunal Superior Eleitoral poderá re-
presentar o partido perante qualquer Tribunal Regional, juízo ou preparador.

CAPÍTULO V
DO ENCERRAMENTO DO ALISTAMENTO

Art. 67. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência


será recebido dentro dos 100 (cem) dias anteriores à data da eleição.
Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze) horas do
69 (sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o juiz eleitoral declarará encer-
rada a inscrição de eleitores na respectiva zona e proclamará o número dos
inscritos até as 18 (dezoito) horas do dia anterior, o que comunicará inconti-
nente ao Tribunal Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital,
imediatamente afixado no lugar próprio do juízo e divulgado pela imprensa,
onde houver, declarando nele o nome do último eleitor inscrito e o número
do respectivo título, fornecendo aos diretórios municipais dos partidos cópia
autêntica desse edital.
§ 1º Na mesma data será encerrada a transferência de eleitores, devendo
constar do telegrama do juiz eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral, do edital
e da cópia deste fornecida aos diretórios municipais dos partidos e da publica-

1942
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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ção da imprensa, os nomes dos 10 (dez) últimos eleitores, cujos processos de


transferência estejam definitivamente ultimados e o número dos respectivos
títulos eleitorais.
§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou segunda via,
proferido após esgotado o prazo legal, sujeita o juiz eleitoral às penas do Art.
291.
Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de inscrição ou de
transferência serão entregues até 30 (trinta) dias antes da eleição.
Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao eleitor até a vés-
pera do pleito.
Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada zona, logo que estejam con-
cluídos os trabalhos da sua junta eleitoral.

TÍTULO II
DO CANCELAMENTO E DA EXCLUSÃO

Art. 71. São causas de cancelamento:


I – a infração dos artigos. 5º e 42;
II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III – a pluralidade de inscrição;
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. (Redação dada pela
Lei n. 7.663, de 27.5.1988)
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acar-
retará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio , a requeri-
mento de delegado de partido ou de qualquer eleitor.
§ 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) anos privado
temporária ou definitivamente dos direitos políticos, a autoridade que impu-
ser essa pena providenciará para que o fato seja comunicado ao juiz eleitoral
ou ao Tribunal Regional da circunscrição em que residir o réu.

1943
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do Art. 293, enviarão, até o


dia 15 (quinze) de cada mês, ao juiz eleitoral da zona em que oficiarem, co-
municação dos óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, para
cancelamento das inscrições.
§ 4º Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de
uma zona ou município, o Tribunal Regional poderá determinar a realização
de correição e, provada a fraude em proporção comprometedora, ordenará a
revisão do eleitorado obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e as reco-
mendações que, subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício das
inscrições correspondentes aos títulos que não forem apresentados à revisão.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar valida-
mente.
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais hajam sido in-
terpostos recursos das decisões que as deferiram, desde que tais recursos ve-
nham a ser providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior, serão nulos
os votos se o seu número for suficiente para alterar qualquer representação
partidária ou classificação de candidato eleito pelo princípio maioritário.
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por
outro eleitor ou por delegado de partido.
Art. 74. A exclusão será mandada processar “ex officio” pelo juiz eleitoral,
sempre que tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento.
Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento através de seu fichá-
rio, da inscrição do mesmo eleitor em mais de uma zona sob sua jurisdição,
comunicará o fato ao juiz competente para o cancelamento, que de preferên-
cia deverá recair:
I – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral;
II – naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
III – naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na
última eleição;

1944
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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IV – na mais antiga.


Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de exclusão será comuni-
cada por escrito e por iniciativa de qualquer interessado ao juiz eleitoral, que
observará o processo estabelecido no artigo seguinte.
Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela forma seguinte:
I – mandará autuar a petição ou representação com os documentos que
a instruírem:
II – fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias para ciência dos inte-
ressados, que poderão contestar dentro de 5 (cinco) dias;
III – concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 (dez) dias, se reque-
rida;
IV – decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamento, o cartório tomará
as seguintes providências:
I – retirará, da respectiva pasta, a folha de votação, registrará a ocorrência
no local próprio para “Anotações”e junta-la-á ao processo de cancelamento;
II – registrará a ocorrência na coluna de “observações” do livro de inscri-
ção;
III – excluirá dos fichários as respectivas fichas, colecionando-as à parte;
IV – anotará, de forma sistemática, os claros abertos na pasta de votação
para o oportuno preenchimento dos mesmos;
V – comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional para anotação no seu
fichário.
Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tratando-se de caso notó-
rio, serão dispensadas as formalidades previstas nos n.s. II e III do artigo 77.
Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso no prazo de 3 (três)
dias, para o Tribunal Regional, interposto pelo excluendo ou por delegado de
partido.
Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o interessado requerer
novamente a sua qualificação e inscrição.

1945
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

PARTE QUARTA
DAS ELEIÇÕES

TÍTULO I
DO SISTEMA ELEITORAL

Art. 82. O sufrágio e universal e direto; o voto, obrigatório e secreto.


Art. 83. Na eleição direta para o Senado Federal, para Prefeito e Vice-Pre-
feito, adotar-se-á o princípio majoritário. (Redação dada pela Lei n. 6.534, de
26.5.1978)
Art. 84. A eleição para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas
e Câmaras Municipais, obedecerá ao princípio da representação proporcional
na forma desta lei.
Art. 85. A eleição para deputados federais, senadores e suplentes, pre-
sidente e vice-presidente da República, governadores, vice-governadores e
deputados estaduais far-se-á, simultaneamente, em todo o País.
Art. 86. Nas eleições presidenciais, a circunscrição serão País; nas elei-
ções federais e estaduais, o Estado; e nas municipais, o respectivo município.

CAPÍTULO I
DO REGISTRO DOS CANDIDATOS

Art. 87. Somente podem concorrer às eleições candidatos registrados por


partidos.
Parágrafo único. Nenhum registro será admitido fora do período de 6 (seis)
meses antes da eleição.
Art. 88. Não é permitido registro de candidato embora para cargos dife-
rentes, por mais de uma circunscrição ou para mais de um cargo na mesma
circunscrição.

1946
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Nas eleições realizadas pelo sistema proporcional o can-


didato deverá ser filiado ao partido, na circunscrição em que concorrer, pelo
tempo que for fixado nos respectivos estatutos.
Art. 89. Serão registrados:
I – no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a presidente e vice-presi-
dente da República;
II – nos Tribunais Regionais Eleitorais os candidatos a senador, deputado
federal, governador e vice-governador e deputado estadual;
III – nos Juízos Eleitorais os candidatos a vereador, prefeito e vice-prefeito
e juiz de paz.
Art. 90. Somente poderão inscrever candidatos os partidos que possuam
diretório devidamente registrado na circunscrição em que se realizar a elei-
ção.
Art. 91. O registro de candidatos a presidente e vice-presidente, governa-
dor e vice-governador, ou prefeito e vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa
única e indivisível, ainda que resulte a indicação de aliança de partidos.
§ 1º O registro de candidatos a senador far-se-á com o do suplente par-
tidário.
§ 2º Nos Territórios far-se-á o registro do candidato a deputado com o do
suplente.
Art. 92. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 93. O prazo de entrada em cartório ou na Secretaria do Tribunal, con-
forme o caso, de requerimento de registro de candidato a cargo eletivo ter-
minará, improrrogavelmente, às dezenove horas do dia 15 de agosto do ano
em que se realizarem as eleições. (Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 1º Até vinte dias antes da data das eleições, todos os requerimentos,
inclusive os que tiverem sido impugnados, devem estar julgados pelas instân-
cias ordinárias, e publicadas as decisões a eles relativas. (Redação dada pela
Lei n. 13.165, de 2015)

1947
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º As convenções partidárias para a escolha dos candidatos serão reali-


zadas, no máximo, até 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.
(Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 3º Nesse caso, se se tratar de eleição municipal, o juiz eleitoral deverá
apresentar a sentença no prazo de 2 (dois) dias, podendo o recorrente, nos
2 (dois) dias seguintes, aditar as razões do recurso; no caso de registro feito
perante o Tribunal, se o relator não apresentar o acórdão no prazo de 2 (dois)
dias, será designado outro relator, na ordem da votação, o qual deverá lavrar
o acórdão do prazo de 3 (três) dias, podendo o recorrente, nesse mesmo pra-
zo, aditar as suas razões.
Art. 94. O registro pode ser promovido por delegado de partido, autori-
zado em documento autêntico, inclusive telegrama de quem responda pela
direção partidária e sempre com assinatura reconhecida por tabelião.
§ 1º O requerimento de registro deverá ser instruído:
I – com a cópia autêntica da ata da convenção que houver feito a escolha
do candidato, a qual deverá ser conferida com o original na Secretaria do Tri-
bunal ou no cartório eleitoral;
II – com autorização do candidato, em documento com a assinatura reco-
nhecida por tabelião;
III – com certidão fornecida pelo cartório eleitoral da zona de inscrição,
em que conste que o registrando é eleitor;
IV – com prova de filiação partidária, salvo para os candidatos a presiden-
te e vice-presidente, senador e respectivo suplente, governador e vice-gover-
nador, prefeito e vice-prefeito;
V – com folha-corrida fornecida pelos cartórios competentes, para que se
verifique se o candidato está no gozo dos direitos políticos (Art. 132, III, e 135
da Constituição Federal); (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
VI – com declaração de bens, de que constem a origem e as mutações
patrimoniais.

1948
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A autorização do candidato pode ser dirigida diretamente ao órgão ou


juiz competente para o registro.
Art. 95. O candidato poderá ser registrado sem o prenome, ou com o
nome abreviado, desde que a supressão não estabeleça dúvida quanto à sua
identidade.
Art. 96. Será negado o registro a candidato que, pública ou ostensiva-
mente faça parte, ou seja adepto de partido político cujo registro tenha sido
cassado com fundamento no artigo 141, § 13, da Constituição Federal.
Art. 97. Protocolado o requerimento de registro, o presidente do Tribunal
ou o juiz eleitoral, no caso de eleição municipal ou distrital, fará publicar ime-
diatamente edital para ciência dos interessados.
§ 1º O edital será publicado na Imprensa Oficial, nas capitais, e afixado
em cartório, no local de costume, nas demais zonas.
§ 2º Do pedido de registro caberá, no prazo de 2 (dois) dias, a contar da
publicação ou afixação do edital, impugnação articulada por parte de candi-
dato ou de partido político.
§ 3º Poderá, também, qualquer eleitor, com fundamento em inelegibili-
dade ou incompatibilidade do candidato ou na incidência deste no artigo 96
impugnar o pedido de registro, dentro do mesmo prazo, oferecendo prova do
alegado.
§ 4º Havendo impugnação, o partido requerente do registro terá vista dos
autos, por 2 (dois) dias, para falar sobre a mesma, feita a respectiva intima-
ção na forma do § 1º.
Art. 98. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as seguintes con-
dições:
I – o militar que tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço, será, ao se can-
didatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo;
II – o militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos de serviço ao se
candidatar a cargo eletivo, será afastado, temporariamente, do serviço ativo,

1949
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

como agregado, para tratar de interesse particular; (Vide Constituição art.


14, § 8º, I)
III – o militar não excluído e que vier a ser eleito será, no ato da diploma-
ção, transferido para a reserva ou reformado. (Vide Lei n. 6.880, de 9.12.80)
Parágrafo único. O Juízo ou Tribunal que deferir o registro de militar candi-
dato a cargo eletivo comunicará imediatamente a decisão à autoridade a que
o mesmo estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao partido, quando
lançar a candidatura.
Art. 99. Nas eleições majoritárias poderá qualquer partido registrar na
mesma circunscrição candidato já por outro registrado, desde que o outro
partido e o candidato o consintam por escrito até 10 (dez) dias antes da elei-
ção, observadas as formalidades do Art. 94.
Parágrafo único. A falta de consentimento expresso acarretará a anulação
do registro promovido, podendo o partido prejudicado requerê-la ou recorrer
da resolução que ordenar o registro.
Art. 100. Nas eleições realizadas pelo sistema proporcional, o Tribunal
Superior Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, reservará para cada
Partido, por sorteio, em sessão realizada com a presença dos Delegados de
Partido, uma série de números a partir de 100 (cem). (Redação dada pela Lei
n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 1º A sessão a que se refere o caput deste artigo será anunciada aos
Partidos com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. (Redação dada pela Lei
n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 2º As convenções partidárias para escolha dos candidatos sortearão, por
sua vez, em cada Estado e município, os números que devam corresponder a
cada candidato. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 3º Nas eleições para Deputado Federal, se o número de Partidos não for
superior a 9 (nove), a cada um corresponderá obrigatoriamente uma cente-
na, devendo a numeração dos candidatos ser sorteada a partir da unidade,
para que ao primeiro candidato do primeiro Partido corresponda o número

1950
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

101 (cento e um), ao do segundo Partido 201 (duzentos e um), e assim su-
cessivamente. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 4º Concorrendo 10 (dez) ou mais Partidos, a cada um corresponderá
uma centena a partir de 1.101 (um mil cento e um), de maneira que a todos
os candidatos sejam atribuídos sempre 4 (quatro) algarismos, suprimindo-se
a numeração correspondente à série 2.001 (dois mil e um) a 2.100 (dois mil
e cem), para reiniciá-la em 2.101 (dois mil cento e um), a partir do décimo
Partido. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 5º Na mesma sessão, o Tribunal Superior Eleitoral sorteará as séries
correspondentes aos Deputados Estaduais e Vereadores, observando, no que
couber, as normas constantes dos parágrafos anteriores, e de maneira que a
todos os candidatos sejam atribuídos sempre número de 4 (quatro) algaris-
mos. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)
Art. 101. Pode qualquer candidato requerer, em petição com firma reco-
nhecida, o cancelamento do registro do seu nome. (Redação dada pela Lei n.
6.553, de 19.8.1978)
§ 1º Desse fato, o presidente do Tribunal ou o juiz, conforme o caso, dará
ciência imediata ao partido que tenha feito a inscrição, ao qual ficará ressal-
vado o direito de substituir por outro o nome cancelado, observadas tôdas as
formalidades exigidas para o registro e desde que o novo pedido seja apre-
sentado até 60 (sessenta) dias antes do pleito.
§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato vier a falecer ou renunciar
dentro do período de 60 (sessenta) dias mencionados no parágrafo anterior,
o partido poderá substitui-lo; se o registro do novo candidato estiver deferido
até 30 (trinta) dias antes do pleito serão utilizadas as já impressas, compu-
tando-se para o novo candidato os votos dados ao anteriormente registrado.
§3º Considerar-se-á nulo o voto dado ao candidato que haja pedido o can-
celamento de sua inscrição salvo na hipótese prevista no parágrafo anterior,
in fine.

1951
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Nas eleições proporcionais, ocorrendo a hipótese prevista neste ar-


tigo, ao substituto será atribuído o número anteriormente dado ao candidato
cujo registro foi cancelado.
§ 5º Em caso de morte, renúncia, inelegibilidade e preenchimento de va-
gas existentes nas respectivas chapas, tanto em eleições proporcionais quan-
to majoritárias, as substituições e indicações se processarão pelas Comissões
Executivas. (Incluído pela Lei n. 6.553, de 19.8.1978)
Art. 102. Os registros efetuados pelo Tribunal Superior serão imediata-
mente comunicados aos Tribunais Regionais e por estes aos juizes eleitorais.

CAPÍTULO II
DO VOTO SECRETO

Art. 103. O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes providên-


cias:
I – uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo com modelo
aprovado pelo Tribunal Superior;
II – isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só efeito de assi-
nalar na cédula o candidato de sua escolha e, em seguida, fechá-la;
III – verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das rubricas;
IV – emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio e seja
suficientemente ampla para que não se acumulem as cédulas na ordem que
forem introduzidas.

CAPÍTULO III
DA CÉDULA OFICIAL

Art. 104. As cédulas oficiais serão confeccionadas e distribuídas exclusi-


vamente pela Justiça Eleitoral, devendo ser impressas em papel branco, opa-
co e pouco absorvente. A impressão será em tinta preta, com tipos uniformes
de letra.

1952
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Os nomes dos candidatos para as eleições majoritárias devem figurar


na ordem determinada por sorteio.
§ 2º O sorteio será realizado após o deferimento do último pedido de re-
gistro, em audiência presidida pelo juiz ou presidente do Tribunal, na presen-
ça dos candidatos e delegados de partido.
§ 3º A realização da audiência será anunciada com 3 (três) dias de an-
tecedência, no mesmo dia em que for deferido o último pedido de registro,
devendo os delegados de partido ser intimados por ofício sob protocolo.
§ 4º Havendo substituição de candidatos após o sorteio, o nome do novo
candidato deverá figurar na cédula na seguinte ordem:
I – se forem apenas 2 (dois), em último lugar;
II – se forem 3 (três), em segundo lugar;
III – se forem mais de 3 (três), em penúltimo lugar;
IV – se permanecer apenas 1 (um) candidato e forem substituídos 2 (dois)
ou mais, aquele ficará em primeiro lugar, sendo realizado novo sorteio em
relação aos demais.
§ 5º Para as eleições realizadas pelo sistema proporcional a cédula conterá
espaço para que o eleitor escreva o nome ou o número do candidato de sua
preferência e indique a sigla do partido. (Vide Ato Complementar n. 20, de
1966)
§ 6º As cédulas oficiais serão confeccionadas de maneira tal que, dobra-
das, resguardem o sigilo do voto, sem que seja necessário o emprego de cola
para fechá-las.

CAPÍTULO IV
DA REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL

Art. 105. Fica facultado a 2 (dois) ou mais Partidos coligarem-se para o


registro de candidatos comuns a deputado federal, deputado estadual e vere-
ador. (Redação dada pela Lei n. 7.454, de 30.12.1985)

1953
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A deliberação sobre coligação caberá à Convenção Regional de cada


Partido, quando se tratar de eleição para a Câmara dos Deputados e Assem-
bleias Legislativas, e à Convenção Municipal, quando se tratar de eleição para
a Câmara de Vereadores, e será aprovada mediante a votação favorável da
maioria, presentes 2/3 (dois terços) dos convencionais, estabelecendo-se,
na mesma oportunidade, o número de candidatos que caberá a cada Partido.
(Incluído pela Lei n. 7.454, de 30.12.1985)
§ 2º Cada Partido indicará em Convenção os seus candidatos e o registro
será promovido em conjunto pela Coligação. (Incluído pela Lei n. 7.454, de
30.12.1985)
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de
votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição
eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um,
se superior.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 107. Determina-se para cada Partido ou coligação o quociente parti-
dário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados
sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.454, de 30.12.1985)
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido
ou coligação que tenham obtido votos em número igual ou superior a 10%
(dez por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente
partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
(Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão da exigência de
votação nominal mínima a que se refere o caput serão distribuídos de acordo
com as regras do art. 109. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes
partidários e em razão da exigência de votação nominal mínima a que se refe-
re o art. 108 serão distribuídos de acordo com as seguintes regras: (Redação
dada pela Lei n. 13.165, de 2015)

1954
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou


coligação pelo número de lugares definido para o partido pelo cálculo do quo-
ciente partidário do art. 107, mais um, cabendo ao partido ou coligação que
apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha can-
didato que atenda à exigência de votação nominal mínima; (Redação dada
pela Lei n. 13.165, de 2015)
II – repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher; (Re-
dação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
III – quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos
que atendam às duas exigências do inciso I, as cadeiras serão distribuídas
aos partidos que apresentem as maiores médias. (Redação dada pela Lei n.
13.165, de 2015)
§ 1º O preenchimento dos lugares com que cada partido ou coligação for
contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida por seus candi-
datos. (Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 2º Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos e co-
ligações que participaram do pleito. (Redação dada pela Lei n. 13.488, de
2017)
Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato mais
idoso.
Art. 111. Se nenhum Partido ou coligação alcançar o quociente eleitoral,
considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candida-
tos mais votados. (Redação dada pela Lei n. 7.454, de 30.12.1985)
Art. 112. Considerar-se-ão suplentes da representação partidária:
I – os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos efetivos das listas
dos respectivos partidos;
II – em caso de empate na votação, na ordem decrescente da idade.
Parágrafo único. Na definição dos suplentes da representação partidária,
não há exigência de votação nominal mínima prevista pelo art. 108. (Incluído
pela Lei n. 13.165, de 2015)

1955
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 113. Na ocorrência de vaga, não havendo suplente para preenchê-la,


far-se-á eleição, salvo se faltarem menos de nove meses para findar o perío-
do de mandato.

TÍTULO II
DOS ATOS PREPARATÓRIOS DA VOTAÇÃO

Art. 114. Até 70 (setenta) dias antes da data marcada para a eleição,


todos os que requererem inscrição como eleitor, ou transferência, já devem
estar devidamente qualificados e os respectivos títulos prontos para a entre-
ga, se deferidos pelo juiz eleitoral.
Parágrafo único. Será punido nos termos do art. 293 o juiz eleitoral, o es-
crivão eleitoral, o preparador ou o funcionário responsável pela transgressão
do preceituado neste artigo ou pela não entrega do título pronto ao eleitor
que o procurar.
Art. 115. O s juizes eleitorais, sob pena de responsabilidade comunicarão
ao Tribunal Regional, até 30 (trinta) dias antes de cada eleição, o número de
eleitores alistados.
Art. 116. A Justiça Eleitoral fará ampla divulgação através dos comuni-
cados transmitidos em obediência ao disposto no Art. 250 § 5º pelo rádio e
televisão, bem assim por meio de cartazes afixados em lugares públicos, dos
nomes dos candidatos registrados, com indicação do partido a que perten-
çam, bem como do número sob que foram inscritos, no caso dos candidatos
a deputado e a vereador.

CAPÍTULO I
DAS SEÇÕES ELEITORAIS

Art. 117. As seções eleitorais, organizadas à medida em que forem sendo


deferidos os pedidos de inscrição, não terão mais de 400 (quatrocentos) elei-
tores nas capitais e de 300 (trezentos) nas demais localidades, nem menos
de 50 (cinquenta) eleitores.

1956
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Em casos excepcionais, devidamente justificados, o Tribunal Regional


poderá autorizar que sejam ultrapassados os índices previstos neste artigo
desde que essa providência venha facilitar o exercício do voto, aproximando
o eleitor do local designado para a votação.
§ 2º Se em seção destinada aos cegos, o número de eleitores não alcançar
o mínimo exigido este se completará com outros, ainda que não sejam cegos.
Art. 118. Os juizes eleitorais organizarão relação de eleitores de cada
seção a qual será remetida aos presidentes das mesas receptoras para facili-
tação do processo de votação.

CAPÍTULO II
DAS MESAS RECEPTORAS

Art. 119. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de vo-


tos.
Art. 120. Constituem a mesa receptora um presidente, um primeiro e
um segundo mesários, dois secretários e um suplente, nomeados pelo juiz
eleitoral sessenta dias antes da eleição, em audiência pública, anunciado pelo
menos com cinco dias de antecedência. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
§ 1º Não podem ser nomeados presidentes e mesários:
I – os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o segundo
grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretórios de partidos desde que exerça função exe-
cutiva;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no de-
sempenho de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral.
§ 2º Os mesários serão nomeados, de preferência entre os eleitores da
própria seção, e, dentre estes, os diplomados em escola superior, os profes-
sores e os serventuários da Justiça.

1957
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O juiz eleitoral mandará publicar no jornal oficial, onde houver, e, não


havendo, em cartório, as nomeações que tiver feito, e intimará os mesários
através dessa publicação, para constituírem as mesas no dia e lugares desig-
nados, às 7 horas.
§ 4º Os motivos justos que tiverem os nomeados para recusar a nome-
ação, e que ficarão a livre apreciação do juiz eleitoral, somente poderão ser
alegados até 5 (cinco) dias a contar da nomeação, salvo se sobrevindos de-
pois desse prazo.
§ 5º Os nomeados que não declararem a existência de qualquer dos im-
pedimentos referidos no § 1º incorrem na pena estabelecida pelo Art. 310.
Art. 121. Da nomeação da mesa receptora qualquer partido poderá recla-
mar ao juiz eleitoral, no prazo de 2 (dois) dias, a contar da audiência, deven-
do a decisão ser proferida em igual prazo.
§ 1º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional,
interposto dentro de 3 (três) dias, devendo, dentro de igual prazo, ser resol-
vido.
§ 2º Se o vício da constituição da mesa resultar da incompatibilidade pre-
vista no n. I, do § 1º, do Art. 120, e o registro do candidato for posterior à
nomeação do mesário, o prazo para reclamação será contado da publicação
dos nomes dos candidatos registrados. Se resultar de qualquer das proibições
dos n.s II, III e IV, e em virtude de fato superveniente, o prazo se contará do
ato da nomeação ou eleição.
§ 3º O partido que não houver reclamado contra a composição da mesa
não poderá arguir sob esse fundamento, a nulidade da seção respectiva.
Art. 122. Os juizes deverão instruir os mesários sobre o processo da elei-
ção, em reuniões para esse fim convocadas com a necessária antecedência.
Art. 123. Os mesários substituirão o presidente, de modo que haja sem-
pre quem responda pessoalmente pela ordem e regularidade do processo
eleitoral, e assinarão a ata da eleição.

1958
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O presidente deve estar presente ao ato de abertura e de encerra-


mento da eleição, salvo força maior, comunicando o impedimento aos mesá-
rios e secretários pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes da abertura dos
trabalhos, ou imediatamente, se o impedimento se der dentro desse prazo ou
no curso da eleição.
§ 2º Não comparecendo o presidente até as sete horas e trinta minutos,
assumirá a presidência o primeiro mesário e, na sua falta ou impedimento, o
segundo mesário, um dos secretários ou o suplente.
§ 3º Poderá o presidente, ou membro da mesa que assumir a presidência,
nomear ad hoc, dentre os eleitores presentes e obedecidas as prescrições do
§ 1º, do Art. 120, os que forem necessários para completar a mesa.
Art. 124. O membro da mesa receptora que não comparecer no local, em
dia e hora determinados para a realização de eleição, sem justa causa apre-
sentada ao juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após, incorrerá na multa de 50%
(cinquenta por cento) a 1 (um) salário-mínimo vigente na zona eleitoral co-
brada mediante selo federal inutilizado no requerimento em que for solicitado
o arbitramento ou através de executivo fiscal.
§ 1º Se o arbitramento e pagamento da multa não for requerido pelo me-
sário faltoso, a multa será arbitrada e cobrada na forma prevista no artigo
367.
§ 2º Se o faltoso for servidor público ou autárquico, a pena será de sus-
pensão até 15 (quinze) dias.
§ 3º As penas previstas neste artigo serão aplicadas em dôbro se a mesa
receptora deixar de funcionar por culpa dos faltosos.
§ 4º Será também aplicada em dôbro observado o disposto nos §§ 1º e
2º, a pena ao membro da mesa que abandonar os trabalhos no decurso da
votação sem justa causa apresentada ao juiz até 3 (três) dias após a ocor-
rência.
Art. 125. Não se reunindo, por qualquer motivo, a mesa receptora, po-
derão os eleitores pertencentes à respectiva seção votar na seção mais pró-

1959
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

xima, sob a jurisdição do mesmo juiz, recolhendo-se os seus votos à urna da


seção em que deveriam votar, a qual será transportada para aquela em que
tiverem de votar.
§ 1º As assinaturas dos eleitores serão recolhidas nas folhas de votação
da seção a que pertencerem, as quais, juntamente com as cédulas oficiais e
o material restante, acompanharão a urna.
§ 2º O transporte da urna e dos documentos da seção será providencia-
do pelo presidente da mesa, mesário ou secretário que comparecer, ou pelo
próprio juiz, ou pessoa que ele designar para esse fim, acompanhando-a os
fiscais que o desejarem.
Art. 126. Se no dia designado para o pleito deixarem de se reunir tôdas
as mesas de um município, o presidente do Tribunal Regional determinará
dia para se realizar o mesmo, instaurando-se inquérito para a apuração das
causas da irregularidade e punição dos responsáveis.
Parágrafo único. Essa eleição deverá ser marcada dentro de 15 (quinze)
dias, pelo menos, para se realizar no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
Art. 127. Compete ao presidente da mesa receptora, e, em sua falta, a
quem o substituir:
I – receber os votos dos eleitores;
II – decidir imediatamente tôdas as dificuldades ou dúvidas que ocorre-
rem;
III – manter a ordem, para o que disporá de força pública necessária;
IV – comunicar ao juiz eleitoral, que providenciará imediatamente as ocor-
rências cuja solução deste dependerem;
V – remeter à Junta Eleitoral todos os papéis que tiverem sido utilizados
durante a recepção dos votos;
VI – autenticar, com a sua rubrica, as cédulas oficiais e numerá-las nos
termos das Instruções do Tribunal Superior Eleitoral;
VII – assinar as fórmulas de observações dos fiscais ou delegados de par-
tido, sobre as votações;

1960
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIII  – fiscalizar a distribuição das senhas e, verificando que não estão


sendo distribuídas segundo a sua ordem numérica, recolher as de numeração
intercalada, acaso retidas, as quais não se poderão mais distribuir.
IX – anotar o não comparecimento do eleitor no verso da folha individual
de votação. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 128. Compete aos secretários:
I – distribuir aos eleitores as senhas de entrada previamente rubricadas
ou carimbadas segundo a respectiva ordem numérica;
II – lavrar a ata da eleição;
III – cumprir as demais obrigações que lhes forem atribuídas em instru-
ções.
Parágrafo único. As atribuições mencionadas no n.º 1 serão exercidas por
um dos secretários e os constantes dos n.s. II e III pelo outro.
Art. 129. Nas eleições proporcionais os presidentes das mesas receptoras
deverão zelar pela preservação das listas de candidatos afixadas dentro das
cabinas indevassáveis tomando imediatas providências para a colocação de
nova lista no caso de inutilização total ou parcial.
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar as listas afixadas nas
cabinas indevassáveis ou nos edifícios onde funcionarem mesas receptoras,
incorrerá nas penas do artigo 297.
Art. 130. Nos estabelecimentos de internação coletiva de hansenianos
os membros das mesas receptoras serão escolhidos de preferência entre os
médicos e funcionários sadios do próprio estabelecimento.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO PERANTE AS MESAS RECEPTORAS

Art. 131. Cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados em cada muni-


cípio e 2 (dois) fiscais junto a cada mesa receptora, funcionando um de cada
vez.

1961
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Quando o município abranger mais de uma zona eleitoral cada partido


poderá nomear 2 (dois) delegados junto a cada uma delas.
§ 2º A escolha de fiscal e delegado de partido não poderá recair em quem,
por nomeação do juiz eleitoral, já faça parte da mesa receptora.
§ 3º As credenciais expedidas pelos partidos, para os fiscais, deverão ser
visadas pelo juiz eleitoral.
§ 4º Para esse fim, o delegado do partido encaminhará as credenciais ao
Cartório, juntamente com os títulos eleitorais dos fiscais credenciados, para
que, verificado pelo escrivão que as inscrições correspondentes as títulos es-
tão em vigor e se referem aos nomeados, carimbe as credenciais e as apre-
sente ao juiz para o visto.
§ 5º As credenciais que não forem encaminhadas ao Cartório pelos dele-
gados de partido, para os fins do parágrafo anterior, poderão ser apresenta-
das pelos próprios fiscais para a obtenção do visto do juiz eleitoral.
§ 6º Se a credencial apresentada ao presidente da mesa receptora não es-
tiver autenticada na forma do § 4º, o fiscal poderá funcionar perante a mesa,
mas o seu voto não será admitido, a não ser na seção em que o seu nome
estiver incluído.
§ 7º O fiscal de cada partido poderá ser substituído por outro no curso dos
trabalhos eleitorais.
Art. 132. Pelas mesas receptoras serão admitidos a fiscalizar a votação,
formular protestos e fazer impugnações, inclusive sobre a identidade do elei-
tor, os candidatos registrados, os delegados e os fiscais dos partidos.

TÍTULO III
DO MATERIAL PARA A VOTAÇÃO

Art. 133. Os juizes eleitorais enviarão ao presidente de cada mesa re-


ceptora, pelo menos 72 (setenta e duas) horas antes da eleição, o seguinte
material.

1962
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – relação dos eleitores da seção que poderá ser dispensada, no todo ou
em parte, pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral em decisão fundamen-
tada e aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral. (Redação dada pela Lei n.
6.055, de 17.6.1974)
II – relações dos partidos e dos candidatos registrados, as quais deverão
ser afixadas no recinto das seções eleitorais em lugar visível, e dentro das
cabinas indevassáveis as relações de candidatos a eleições proporcionais;
III – as folhas individuais de votação dos eleitores da seção, devidamente
acondicionadas;
IV – uma folha de votação para os eleitores de outras seções, devidamen-
te rubricada;
V – uma urna vazia, vedada pelo juiz eleitoral, com tiras de papel ou pano
forte;
VI – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
VI – sobrecartas maiores para os votos impugnados ou sobre os quais
haja dúvida; (Renumerado do Inciso VII pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
VII – cédulas oficiais; (Renumerado do Inciso VIII pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
VIII – sobrecartas especiais para remessa à Junta Eleitoral dos documentos
relativos à eleição; (Renumerado do Inciso IX pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
IX – senhas para serem distribuídas aos eleitores; (Renumerado do Inciso
X pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
X – tinta, canetas, penas, lápis e papel, necessários aos trabalhos; (Renu-
merado do Inciso XI pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XI – folhas apropriadas para impugnação e folhas para observação de fis-
cais de partidos; (Renumerado do Inciso XII pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XII – modelo da ata a ser lavrada pela mesa receptora; (Renumerado do
Inciso XIII pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XIII – material necessário para vedar, após a votação, a fenda da urna;
(Renumerado do Inciso XIV pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

1963
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIV – um exemplar das Instruções do Tribunal Superior Eleitoral; (Renu-


merado do Inciso XV pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XV – material necessário à contagem dos votos quando autorizada; (Re-
numerado do Inciso XVI pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XVI – outro qualquer material que o Tribunal Regional julgue necessário
ao regular funcionamento da mesa. (Renumerado do Inciso XVII pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
§ 1º O material de que trata este artigo deverá ser remetido por protocolo
ou pelo correio acompanhado de uma relação ao pé da qual o destinatário
declarará o que recebeu e como o recebeu, e aporá sua assinatura.
§ 2º Os presidentes da mesa que não tiverem recebido até 48 (quarenta e
oito) horas antes do pleito o referido material deverão diligenciar para o seu
recebimento.
§ 3º O juiz eleitoral, em dia e hora previamente designados em presen-
ça dos fiscais e delegados dos partidos, verificará, antes de fechar e lacrar
as urnas, se estas estão completamente vazias; fechadas, enviará uma das
chaves, se houver, ao presidente da Junta Eleitoral e a da fenda, também se
houver, ao presidente da mesa receptora, juntamente com a urna.
Art. 134. Nos estabelecimentos de internação coletiva para hansenianos
serão sempre utilizadas urnas de lona.

TÍTULO IV
DA VOTAÇÃO

CAPÍTULO I
DOS LUGARES DA VOTAÇÃO

Art. 135. Funcionarão as mesas receptoras nos lugares designados pelos


juizes eleitorais 60 (sessenta) dias antes da eleição, publicando-se a desig-
nação.

1964
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 1º A publicação deverá conter a seção com a numeração ordinal e local


em que deverá funcionar com a indicação da rua, número e qualquer outro
elemento que facilite a localização pelo eleitor.
§ 2º Dar-se-á preferência aos edifícios públicos, recorrendo-se aos parti-
culares se faltarem aqueles em número e condições adequadas.
§ 3º A propriedade particular será obrigatória e gratuitamente cedida para
esse fim.
§ 4º É expressamente vedado uso de propriedade pertencente a candida-
to, membro do diretório de partido, delegado de partido ou autoridade poli-
cial, bem como dos respectivos cônjuges e parentes, consanguíneos ou afins,
até o 2º grau, inclusive.
§ 5º Não poderão ser localizadas seções eleitorais em fazenda sítio ou
qualquer propriedade rural privada, mesmo existindo no local prédio público,
incorrendo o juiz nas penas do Art. 312, em caso de infringência. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 6º Os Tribunais Regionais, nas capitais, e os juizes eleitorais, nas demais
zonas, farão ampla divulgação da localização das seções.
§ 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expe-
dir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de
votação, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência
ou com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de
transporte que lhe dão acesso. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015)
(Vigência)
§ 6º B (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.226, de 15 de maio de 2001)
§ 7º Da designação dos lugares de votação poderá qualquer partido re-
clamar ao juiz eleitoral, dentro de três dias a contar da publicação, devendo
a decisão ser proferida dentro de quarenta e oito horas. (Incluído pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
§ 8º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional,
interposto dentro de três dias, devendo no mesmo prazo, ser resolvido. (In-
cluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

1965
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 9º Esgotados os prazos referidos nos §§ 7º e 8º deste artigo, não mais


poderá ser alegada, no processo eleitoral, a proibição contida em seu § 5º.
(Incluído pela Lei n. 6.336, de 1º.6.1976)
Art. 136. Deverão ser instaladas seções nas vilas e povoados, assim como
nos estabelecimentos de internação coletiva, inclusive para cegos e nos le-
prosários onde haja, pelo menos, 50 (cinquenta) eleitores.
Parágrafo único. A mesa receptora designada para qualquer dos estabe-
lecimentos de internação coletiva deverá funcionar em local indicado pelo
respectivo diretório mesmo critério será adotado para os estabelecimentos
especializados para proteção dos cegos.
Art. 137. Até 10 (dez) dias antes da eleição, pelo menos, comunicarão
os juizes eleitorais aos chefes das repartições públicas e aos proprietários,
arrendatários ou administradores das propriedades particulares a resolução
de que serão os respectivos edifícios, ou parte deles, utilizados para pronun-
ciamento das mesas receptoras.
Art. 138. No local destinado a votação, a mesa ficará em recinto sepa-
rado do público; ao lado haverá uma cabina indevassável onde os eleitores,
à medida que comparecerem, possam assinalar a sua preferência na cédula.
Parágrafo único. O juiz eleitoral providenciará para que nós edifícios esco-
lhidos sejam feitas as necessárias adaptações.

CAPÍTULO II
DA POLÍCIA DOS TRABALHOS ELEITORAIS

Art. 139. Ao presidente da mesa receptora e ao juiz eleitoral cabe a polí-


cia dos trabalhos eleitorais.
Art. 140. Somente podem permanecer no recinto da mesa receptora os
seus membros, os candidatos, um fiscal, um delegado de cada partido e, du-
rante o tempo necessário à votação, o eleitor.
§ 1º O presidente da mesa, que é, durante os trabalhos, a autoridade
superior, fará retirar do recinto ou do edifício quem não guardar a ordem e

1966
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compostura devidas e estiver praticando qualquer ato atentatório da liberda-


de eleitoral.
§ 2º Nenhuma autoridade estranha a mesa poderá intervir, sob pretexto
algum, em seu funcionamento, salvo o juiz eleitoral.
Art. 141. A força armada conservar-se-á a cem metros da seção eleitoral
e não poderá aproximar-se do lugar da votação, ou dele penetrar, sem ordem
do presidente da mesa.

CAPÍTULO III
DO INÍCIO DA VOTAÇÃO

Art. 142. No dia marcado para a eleição, às 7 (sete) horas, o presidente


da mesa receptora os mesários e os secretários verificarão se no lugar de-
signado estão em orem o material remetido pelo juiz e a urna destinada a
recolher os votos, bem como se estão presentes os fiscais de partido.
Art. 143. As 8 (oito) horas, supridas as deficiências declarará o presiden-
te iniciados os trabalhos, procedendo-se em seguida à votação, que começará
pelos candidatos e eleitores presentes.
§ 1º Os membros da mesa e os fiscais de partido deverão votar no correr
da votação, depois que tiverem votado os eleitores que já se encontravam
presentes no momento da abertura dos trabalhos, ou no encerramento da
votação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm preferência
para votar o juiz eleitoral da zona, seus auxiliares de serviço, os eleitores de
idade avançada os enfermos e as mulheres grávidas. (Incluído pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
Art. 144. O recebimento dos votos começará às 8 (oito)e terminará, salvo
o disposto no Art. 153, às 17 (dezessete) horas.
Art. 145. O presidente, mesários, secretários, suplentes e os delegados e
fiscais de partido votarão, perante as mesas em que servirem, sendo que os
delegados e fiscais, desde que a credencial esteja visada na forma do artigo

1967
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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131, § 3º; quando eleitores de outras seções, seus votos serão tomados em
separado. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei n. 7.332,
de 1º.7.1985)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei n. 7.332, de
1º.7.1985)
§ 2º (Renumerado para parágrafo único (abaixo) pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
§ 3º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei n. 7.332, de
1º.7.1985)
Parágrafo único. Com as cautelas constantes do ar. 147, § 2º, poderão
ainda votar fora da respectiva seção: (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei
n. 4.961, de 4.5.1966 (Vide Lei n. 7.332, de 1º.7.1985)
I – o juiz eleitoral, em qualquer seção da zona sob sua jurisdição, salvo
em eleições municipais, nas quais poderá votar em qualquer seção do muni-
cípio em que for eleitor; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966
II – o Presidente da República, o qual poderá votar em qualquer seção,
eleitoral do país, nas eleições presidenciais; em qualquer seção do Estado
em que for eleitor nas eleições para governador, vice-governador, senador,
deputado federal e estadual; em qualquer seção do município em que estiver
inscrito, nas eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador; (Renumerado do
parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
III – os candidatos à Presidência da República, em qualquer seção eleitoral
do país, nas eleições presidenciais, e, em qualquer seção do Estado em que
forem eleitores, nas eleições de âmbito estadual; (Renumerado do parágrafo
2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
IV – os governadores, vice-governadores, senadores, deputados federais
e estaduais, em qualquer seção do Estado, nas eleições de âmbito nacional e
estadual; em qualquer seção do município de que sejam eleitores, nas elei-
ções municipais; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966

1968
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Delegado

V – os candidatos a governador, vice-governador, senador, deputado fe-


deral e estadual, em qualquer seção do Estado de que sejam eleitores, nas
eleições de âmbito nacional e estadual; (Renumerado do parágrafo 2º pela
Lei n. 4.961, de 4.5.1966
VI – os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, em qualquer seção de mu-
nicípio que representarem, desde que eleitores do Estado, sendo que, no caso
de eleições municipais, nelas somente poderão votar se inscritos no municí-
pio; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
VII – os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, em qualquer seção
de município, desde que dele sejam eleitores; (Renumerado do parágrafo 2º
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
VIII – os militares, removidos ou transferidos dentro do período de 6 (seis)
meses antes do pleito, poderão votar nas eleições para presidente e vice-pre-
sidente da República na localidade em que estiverem servindo. (Renumerado
do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
IX – os policiais militares em serviço. (Incluído pela Lei n. 9.504, de
9.5.1995)

CAPÍTULO IV
DO ATO DE VOTAR

Art. 146. Observar-se-á na votação o seguinte:


I – o eleitor receberá, ao apresentar-se na seção, e antes de penetrar
no recinto da mesa, uma senha numerada, que o secretário rubricará, no
momento, depois de verificar pela relação dos eleitores da seção, que o seu
nome constada respectiva pasta;
II – no verso da senha o secretário anotará o número de ordem da folha
individual da pasta, número esse que constará da relação enviada pelo cartó-
rio à mesa receptora;
III – admitido a penetrar no recinto da mesa, segundo a ordem numérica
das senhas, o eleitor apresentará ao presidente seu título, o qual poderá ser

1969
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examinado por fiscal ou delegado de partido, entregando, no mesmo ato, a


senha;
IV – pelo número anotado no verso da senha, o presidente, ou mesário,
localizará a folha individual de votação, que será confrontada com o título e
poderá também ser examinada por fiscal ou delegado de partido;
V – achando-se em ordem o título e a folha individual e não havendo dú-
vida sobre a identidade do eleitor, o presidente da mesa o convidará a lançar
sua assinatura no verso da folha individual de votação; em seguida entregar-
-lhe-á a cédula única rubricada no ato pelo presidente e mesários e numerada
de acordo com as Instruções do Tribunal Superior instruindo-o sobre a forma
de dobrá-la, fazendo-o passar a cabina indevassável, cuja porta ou cortina
será encerrada em seguida;
VI – o eleitor será admitido a votar, ainda que deixe de exibir no ato da
votação o seu título, desde que seja inscrito na seção e conste da respectiva
pasta a sua folha individual de votação; nesse caso, a prova de ter votado
será feita mediante certidão que obterá posteriormente, no juízo competente;
VII – no caso da omissão da folha individual na respectiva pasta verificada
no ato da votação, será o eleitor, ainda, admitido a votar, desde que exiba o
seu título eleitoral e dele conste que o portador é inscrito na seção, sendo o
seu voto, nesta hipótese, tomando em separado e colhida sua assinatura na
folha de votação modelo 2 (dois). Como ato preliminar da apuração do voto,
averiguar-se-á se se trata de eleitor em condições de votar, inclusive se real-
mente pertence à seção;
VIII – verificada a ocorrência de que trata o número anterior, a Junta Elei-
toral, antes de encerrar os seus trabalhos, apurará a causa da omissão. Se
tiver havido culpa ou dolo, será aplicada ao responsável, na primeira hipóte-
se, a multa de até 2 (dois) salários-mínimos, e, na segunda, a de suspensão
até 30 (trinta) dias;
IX – na cabina indevassável, onde não poderá permanecer mais de um
minuto, o eleitor indicará os candidatos de sua preferência e dobrará a cédula
oficial, observadas as seguintes normas:

1970
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a) assinalando com uma cruz, ou de modo que torne expressa a sua in-
tenção, o quadrilátero correspondente ao candidato majoritário de sua pre-
ferência;
b) escrevendo o nome, o prenome, ou o número do candidato de sua
preferência nas eleições proporcionais. (Redação dada pela Lei n. 7.434, de
19.12.1985)
c) escrevendo apenas a sigla do partido de sua preferência, se pretender
votar só na legenda; (Revogado pela Lei n. 6.989, de 5.5.1982) (Vide resta-
belecimento Lei n. 7.332, de 1º.7.1985)
X – ao sair da cabina o eleitor depositará na urna a cédula;
XI – ao depositar a cédula na urna o eleitor deverá fazê-lo de maneira a
mostrar a parte rubricada à mesa e aos fiscais de partido, para que verifi-
quem sem nela tocar, se não foi substituída;
XII – se a cédula oficial não for a mesmo, será o eleitor convidado a voltar
à cabina indevessável e a trazer seu voto na cédula que recebeu; senão qui-
ser tornar à cabina ser-lhe-á recusado a ocorrência na ata e ficando o eleitor
retido pela mesa, e à sua disposição, até o término da votação ou a devolução
da cédula oficial já rubricada e numerada;
XIII – se o eleitor, ao receber a cédula ou ao recolher-se à cabia de vota-
ção, verificar que a cédula se acha estragada ou, de qualquer modo, viciada
ou assinalada ou se ele próprio, por imprudência, imprevidência ou ignorân-
cia, a inutilizar, estragar ou assinalar erradamente, poderá pedir uma outra
ao presidente da seção eleitoral, restituíndo, porém, a primeira, a qual será
imediatamente inutilizada à vista dos presentes e sem quebra do sigilo do que
o eleitor haja nela assinalado;
XIV – introduzida a sobrecarta na urna, o presidente da mesa devolverá o
título ao eleitor, depois de datá-lo e assiná-lo; em seguida rubricará, no local
próprio, a folha individual de votação.
Art. 147. O presidente da mesa dispensará especial atenção à identidade
de cada eleitor admitido a votar Existindo dúvida a respeito, deverá exigir-

1971
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

-lhe a exibição da respectiva carteira, e, na falta desta, interrogá-lo sobre os


dados constantes do título, ou da folha individual de votação, confrontando a
assinatura do mesmo com a feita na sua presença pelo eleitor, e mencionando
na ata a dúvida suscitada.
§ 1º A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos membros da
mesa, fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, será apresentada
verbalmente ou por escrito, antes de ser o mesmo admitido a votar.
§ 2º Se persistir a dúvida ou for mantida a impugnação, tomará o presi-
dente da mesa as seguintes providências:
I – escreverá numa sobrecarta branca o seguinte: “Impugnado por “F”;
II – entregará ao eleitor a sobrecarta branca, para que ele, na presença da
mesa e dos fiscais, nela coloque a cédula oficial que assinalou, assim como o
seu título, a folha de impugnação e qualquer outro documento oferecido pelo
impugnante;
III – determinará ao eleitor que feche a sobrecarta branca e a deposite na
urna;
IV – anotará a impugnação na ata.
§3º O voto em separado, por qualquer motivo, será sempre tomado na
forma prevista no parágrafo anterior.
Art. 148. O eleitor somente poderá votar na seção eleitoral em que esti-
ver incluído o seu nome.
§ 1º Essa exigência somente poderá ser dispensada nos casos previstos
no Art. 145 e seus parágrafos.
§ 2º Aos eleitores mencionados no Art. 145 não será permitido votar sem
a exibição do título, e nas folhas de votação modelo 2 (dois), nas quais lan-
çarão suas assinaturas, serão sempre anotadas na coluna própria as seções
mecionadas nos título retidos.
§ 3º Quando se tratar de candidato, o presidente da mesa receptora veri-
ficará, previamente, se o nome figura na relação enviada à seção, e quando
se tratar de fiscal de partido, se a credencial está devidamente visada pelo
juiz eleitoral.

1972
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)


§ 5º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se não tiver havido
impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulida-
des arguidas.
Art. 150. O eleitor cego poderá:
I – assinar a folha individual de votação em letras do alfabeto comum ou
do sistema Braille;
II – assinalar a cédula oficial, utilizando também qualquer sistema;
III  – usar qualquer elemento mecânico que trouxer consigo, ou lhe for
fornecido pela mesa, e que lhe possibilite exercer o direito de voto
Art. 151. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 7.12.1989)
Art. 152. Poderão ser utilizadas máquinas de votar, a critério e mediante
regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral.

CAPÍTULO V
DO ENCERRAMENTO DA VOTAÇÃO

Art. 153. Às 17 (dezessete) horas, o presidente fará entregar as senhas


a todos os eleitores presentes e, em seguida, os convidará, em voz alta, a
entregar à mesa seus títulos, para que sejam admitidos a votar.
Parágrafo único. A votação continuará na ordem numérica das senhas e o
título será devolvido ao eleitor, logo que tenha votado.
Art. 154. Terminada a votação e declarado o seu encerramento elo presi-
dente, tomará estes as seguintes providências:
I – vedará a fenda de introdução da cédula na urna, de modo a cobri-la
inteiramente com tiras de papel ou pano forte, rubricadas pelo presidente
e mesários e, facultativamente, pelos fiscais presentes, separará todas as
folhas de votação correspondentes aos eleitores faltosos e fará constar, no
verso de cada uma delas na parte destinada à assinatura do eleitor, a falta

1973
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

verificada, por meio de breve registro, que autenticará com a sua assinatura.
(Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
II – encerrará, com a sua assinatura, a folha de votação modelo 2 (dois),
que poderá ser também assinada pelos fiscais;
III – mandará lavra, por um dos secretários, a ata da eleição, preenchen-
do o modelo fornecido pela Justiça Eleitoral, para que conste:
a) os nomes dos membros da mesa que hajam comparecido, inclusive o
suplente;
b) as substituições e nomeações feitas;
c) os nomes dos fiscais que hajam comparecido e dos que se retiraram
durante a votação;
d) a causa, se houver, do retardamento para o começo da votação;
e) o número, por extenso, dos eleitores da seção que compareceram e
votaram e o número dos que deixaram de comparecer;
f) o número, por extenso, de eleitores de outras seções que hajam votado
e cujos votos hajam sido recolhidos ao invólucro especial;
g) o motivo de não haverem votado alguns dos eleitores que comparece-
ram;
h) os protestos e as impugnações apresentados pelos fiscais, assim como
as decisões sobre eles proferidas, tudo em seu inteiro teor;
i) a razão de interrupção da votação, se tiver havido, e o tempo de inter-
rupção;
j) a ressalva das rasuras, emendas e entrelinhas porventura existentes
nas folhas de votação e na ata, ou a declaração de não existirem;
IV – mandará, em caso de insuficiência de espaço no modelo destinado ao
preenchimento, prosseguir a ata em outra folha devidamente rubricada por
ele, mesários e fiscais que o desejarem, mencionado esse fato na própria ata;
V – assinará a ata com os demais membros da mesa, secretários e fiscais
que quiserem;

1974
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – entregará a urna e os documentos do ato eleitoral ao presidente da


Junta ou à agência do Correio mais próxima, ou a outra vizinha que ofereça
melhores condições de segurança e expedição, sob recibo em triplicata com
a indicação de hora, devendo aqueles documentos ser encerrados em sobre-
cartas rubricadas por ele e pelos fiscais que o quiserem;
VII – comunicará em ofício, ou impresso próprio, ao juiz eleitoral da zona
a realização da eleição, o número de eleitores que votaram e a remessa da
urna e dos documentos à Junta Eleitoral;
VIII – enviará em sobrecarta fechada uma das vias do recibo do Correio à
Junta Eleitoral e a outra ao Tribunal Regional.
§ 1º Os Tribunais Regionais poderão prescrever outros meios de vedação
das urnas.
§ 2º No Distrito Federal e nas capitais dos Estados poderão os Tribunais
Regionais determinar normas diversas para a entrega de urnas e papéis elei-
torais, com as cautelas destinadas a evitar violação ou extravio.
Art. 155. O presidente da Junta Eleitoral e as agências do Correio toma-
rão as providências necessárias para o recebimento da urna e dos documen-
tos referidos no artigo anterior.
§1º Os fiscais e delegados de partidos têm direito de vigiar e acompanhar
a urna desde o momento da eleição, durante a permanência nas agências do
Correio e até a entrega à Junta Eleitoral.
§ 2º A urna ficará permanentemente à vista dos interessados e sob a
guarda de pessoa designada pelo presidente da Junta Eleitoral.
Art. 156. Até as 12 (doze) horas do dia seguinte à realização da eleição,
o juiz eleitoral é obrigado, sob pena de responsabilidade e multa de 1 (um) a
2 (dois) salários-mínimos, a comunicar ao Tribunal Regional, e aos delegados
de partido perante ele credenciados, o número de eleitores que votaram em
cada uma das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votan-
tes da zona.
§ 1º Se houver retardamento nas medidas referidas no Art. 154, o juiz
eleitoral, assim que receba o ofício constante desse dispositivo, n. VII, fará a
comunicação constante deste artigo.

1975
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Essa comunicação será feita por via postal, em ofícios registrados


de que o juiz eleitoral guardará cópia no arquivo da zona, acompanhada do
recibo do Correio.
§ 3º Qualquer candidato, delegado ou fiscal de partido poderá obter, por
certidão, o teor da comunicação a que se refere este artigo, sendo defeso ao
juiz eleitoral recusá-la ou procrastinar a sua entrega ao requerente.
Art. 157. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 7.12.1989)

TÍTULO V
DA APURAÇÃO

CAPÍTULO I
DOS ÓRGÃOS APURADORES

Art. 158. A apuração compete:


I – às Juntas Eleitorais quanto às eleições realizadas na zona sob sua ju-
risdição;
II – aos Tribunais Regionais a referente às eleições para governador, vice-
-governador, senador, deputado federal e estadual, de acordo com os resulta-
dos parciais enviados pelas Junta Eleitorais;
III – ao Tribunal Superior Eleitoral nas eleições para presidente e vice-presi-
dente da República, pelos resultados parciais remetidos pelos Tribunais Regionais.

CAPÍTULO II
DA APURAÇÃO NAS JUNTAS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 159. A apuração começará no dia seguinte ao das eleições e, salvo


motivo justificado, deverá terminar dentro de 10 (dez) dias.

1976
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Iniciada a apuração, os trabalhos não serão interrompidos aos sába-


dos, domingos e dias feriados, devendo a Junta funcionar das 8 (oito) às 18
(dezoito) horas, pelo menos.
§ 2º Em caso de impossibilidade de observância do prazo previsto neste
artigo, o fato deverá ser imediatamente justificado perante o Tribunal Regio-
nal, mencionando-se as horas ou dias necessários para o adiamento que não
poderá exceder a cinco dias. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º Esgotado o prazo e a prorrogação estipulada neste artigo ou não
tendo havido em tempo hábil o pedido de prorrogação, a respectiva Junta
Eleitoral perde a competência para prosseguir na apuração devendo o seu
presidente remeter, imediatamente ao Tribunal Regional, todo o material re-
lativo à votação. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, competirá ao
Tribunal Regional fazer a apuração. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 5º Os membros da Junta Eleitoral responsáveis pela inobservância in-
justificada dos prazos fixados neste artigo estarão sujeitos à multa de dois
a dez salários-mínimos, aplicada pelo Tribunal Regional. (Incluído pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
Art. 160. Havendo conveniência, em razão do número de urnas a apurar,
a Junta poderá subdividir-se em turmas, até o limite de 5 (cinco), todas pre-
sididas por algum dos seus componentes.
Parágrafo único. As dúvidas que forem levantadas em cada turma serão
decididas por maioria de votos dos membros da Junta.
Art. 161. Cada partido poderá credenciar perante as Juntas até 3 (três)
fiscais, que se revezem na fiscalização dos trabalhos.
§ 1º Em caso de divisão da Junta em turmas, cada partido poderá creden-
ciar até 3 (três) fiscais para cada turma.
§ 2º Não será permitida, na Junta ou turma, a atuação de mais de 1 (um)
fiscal de cada partido.

1977
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 162. Cada partido poderá credenciar mais de 1 (um) delegado peran-


te a Junta, mas no decorrer da apuração só funcionará 1 (um) de cada vez.
Art. 163. Iniciada a apuração da urna, não será a mesma interrompida,
devendo ser concluída.
Parágrafo único. Em caso de interrupção por motivo de força maior, as
cédulas e as folhas de apuração serão recolhidas à urna e esta fechada e la-
crada, o que constará da ata.
Art. 164. É vedado às Juntas Eleitorais a divulgação, por qualquer meio,
de expressões, frases ou desenhos estranhos ao pleito, apostos ou contidos
nas cédulas.
§ 1º Aos membros, escrutinadores e auxiliares das Juntas que infringirem
o disposto neste artigo será aplicada a multa de 1 (um) a 2 (dois) salários-
-mínimos vigentes na Zona Eleitoral, cobrados através de executivo fiscal ou
da inutilização de selos federais no processo em que for arbitrada a multa.
§ 2º Será considerada dívida líquida e certa, para efeito de cobrança, a
que for arbitrada pelo Tribunal Regional e inscrita em livro próprio na Secre-
taria desse órgão.

Seção II
Da Abertura da Urna

Art. 165. Antes de abrir cada urna a Junta verificará:


I – se há indício de violação da urna;
II – se a mesa receptora se constituiu legalmente;
III – se as folhas individuais de votação e as folhas modelo 2 (dois) são
autênticas;
IV – se a eleição se realizou no dia, hora e local designados e se a votação
não foi encerrada antes das 17 (dezessete) horas;
V – se foram infringidas as condições que resguardam o sigilo do voto;
VI – se a seção eleitoral foi localizada com infração ao disposto nos §§ 4º
e 5º do Art. 135;

1978
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – se foi recusada, sem fundamento legal, a fiscalização de partidos aos


atos eleitorais;
VIII – se votou eleitor excluído do alistamento, sem ser o seu voto tomado
em separado;
IX – se votou eleitor de outra seção, a não ser nos casos expressamente
admitidos;
X – se houve demora na entrega da urna e dos documentos conforme de-
termina o n. VI, do Art. 154.
XI – se consta nas folhas individuais de votação dos eleitores faltosos o
devido registro de sua falta. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º Se houver indício de violação da urna, proceder-se-á da seguinte
forma:
I – antes da apuração, o presidente da Junta indicará pessoa idônea para
servir como perito e examinar a urna com assistência do representante do
Ministério Público;
II  – se o perito concluir pela existência de violação e o seu parecer for
aceito pela Junta, o presidente desta comunicará a ocorrência ao Tribunal
Regional, para as providências de lei;
III – se o perito e o representante do Ministério Público concluírem pela
inexistência de violação, far-se-á a apuração;
IV – se apenas o representante do Ministério Público entender que a urna
foi violada, a Junta decidirá, podendo aquele, se a decisão não for unânime,
recorrer imediatamente para o Tribunal Regional;
V – não poderão servir de peritos os referidos no Art. 36, § 3º, n.s. I a IV.
§ 2º s impugnações fundadas em violação da urna somente poderão ser
apresentadas até a abertura desta.
§ 3º Verificado qualquer dos casos dos n.s. II, III, IV e V do artigo, a Jun-
ta anulará a votação, fará a apuração dos votos em separado e recorrerá de
ofício para o Tribunal Regional.
§ 4º Nos casos dos números VI, VII, VIII, IX e X, a Junta decidirá se a
votação é válida, procedendo à apuração definitiva em caso afirmativo, ou na
forma do parágrafo anterior, se resolver pela nulidade da votação.

1979
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º A junta deixará de apurar os votos de urna que não estiver acompa-


nhada dos documentos legais e lavrará termo relativo ao fato, remetendo-a,
com cópia da sua decisão, ao Tribunal Regional.
Art. 166. Aberta a urna, a Junta verificará se o número de cédulas oficiais
corresponde ao de votantes. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º A incoincidência entre o número de votantes e o de cédulas oficiais
encontradas na urna não constituirá motivo de nulidade da votação, desde
que não resulte de fraude comprovada. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
§ 2º Se a Junta entender que a incoincidência resulta de fraude, anulará
a votação, fará a apuração em separado e recorrerá de ofício para o Tribunal
Regional.
Art. 167. Resolvida a apuração da urna, deverá a Junta inicialmente:
I – examinar as sobrecartas brancas contidas na urna, anulando os votos
referentes aos eleitores que não podiam votar; (Redação dada pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
II – misturar as cédulas oficiais dos que podiam votar com as demais exis-
tentes na urna. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
III – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
IV – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 168. As questões relativas à existência de rasuras, emendas e entre-
linhas nas folhas de votação e na ata da eleição, somente poderão ser susci-
tadas na fase correspondente à abertura das urnas.

Seção III
Das Impugnações e dos Recursos

Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os fis-


cais e delegados de partido, assim como os candidatos, apresentar impugna-
ções que serão decididas de plano pela Junta.
§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as impugnações.

1980
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto verbalmente ou


por escrito, que deverá ser fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas para que tenha seguimento.
§ 3º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas, indicará expres-
samente eleição a que se refere.
§ 4º Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão da decisão re-
corrida; se interpostos verbalmente, constará também da certidão o trecho
correspondente do boletim. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 170. As impugnações quanto à identidade do eleitor, apresentadas
no ato da votação, serão resolvidas pelo confronto da assinatura tomada no
verso da folha individual de votação com a existente no anverso; se o elei-
tor votou em separado, no caso de omissão da folha individual na respectiva
pasta, confrontando-se a assinatura da folha modelo 2 (dois) com a do título
eleitoral.
Art. 171 Não será admitido recurso contra a apuração, se não tiver havido
impugnação perante a Junta, no ato apuração, contra as nulidades arguidas.
Art. 172. Sempre que houver recurso fundado em contagem errônea de
votos, vícios de cédulas ou de sobrecartas para votos em separado, deverão
as cédulas ser conservadas em invólucro lacrado, que acompanhará o recurso
e deverá ser rubricado pelo juiz eleitoral, pelo recorrente e pelos delegados
de partido que o desejarem. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

Seção IV
Da Contagem dos Votos

Art. 173. Resolvidas as impugnações a Junta passará a apurar os votos.


Parágrafo único. Na apuração, poderá ser utilizado sistema eletrônico, a
critério do Tribunal Superior Eleitoral e na forma por ele estabelecida. (Inclu-
ído pela Lei n. 6.978, de 19.1.1982)
Art. 174. As cédulas oficiais, à medida em que forem sendo abertas, se-
rão examinadas e lidas em voz alta por um dos componentes da Junta.

1981
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Após fazer a declaração dos votos em branco e antes de ser anuncia-


do o seguinte, será aposto na cédula, no lugar correspondente à indicação do
voto, um carimbo com a expressão “em branco”, além da rubrica do presiden-
te da turma. (Redação dada pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)
§ 2º O mesmo processo será adaptado para o voto nulo. (Incluído pela Lei
n. 6.055, de 17.6.1974)
§ 3º Não poderá ser iniciada a apuração dos votos da urna subsequente
sob as penas do Art. 345, sem que os votos em branco da anterior estejam
todos registrados pela forma referida no § 1º. (Incluído pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966 e renumerado do § 2º pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)
§ 4º As questões relativas às cédulas somente poderão ser suscitadas
nessa oportunidade. (Renumerado do parágrafo único para § 3º pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966) e renumerado do § 3º pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)
Art. 175. Serão nulas as cédulas: I - que não corresponderem ao modelo
oficial; (Vide Lei n. 7.332, de 1º.7.1985)
II – que não estiverem devidamente autenticadas;
III – que contiverem expressões, frases ou sinais que possam identificar
o voto.
§ 1º Serão nulos os votos, em cada eleição majoritária:
I – quando forem assinalados os nomes de dois ou mais candidatos para
o mesmo cargo;
II – quando a assinalação estiver colocada fora do quadrilátero próprio,
desde que torne duvidosa a manifestação da vontade do eleitor.
§ 2º Serão nulos os votos, em cada eleição pelo sistema proporcional:
(Renumerado do § 3º pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
I – quando o candidato não for indicado, através do nome ou do número,
com clareza suficiente para distingui-lo de outro candidato ao mesmo cargo,
mas de outro partido, e o eleitor não indicar a legenda; (Renumerado do § 3º
pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)

1982
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato ao mesmo


cargo, pertencentes a partidos diversos, ou, indicando apenas os números,
o fizer também de candidatos de partidos diferentes; (Renumerado do § 3º
pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
III – se o eleitor, não manifestando preferência por candidato, ou o fazen-
do de modo que não se possa identificar o de sua preferência, escrever duas
ou mais legendas diferentes no espaço relativo à mesma eleição. (Renumera-
do do § 3º pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
IV – (Incluído pela Lei n. 6.989, de 5.5.1982 e restabelecido pela Lei n.
7.332, de 1º.7.1985)
§ 3º Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados a candidatos inele-
gíveis ou não registrados.: (Renumerado do § 4º pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica quando a decisão de
inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a realização
da eleição a que concorreu o candidato alcançado pela sentença, caso em que
os votos serão contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu regis-
tro. (Incluído pela Lei n. 7.179, de 19.12.1983)
Art. 176. Contar-se-á o voto apenas para a legenda, nas eleições pelo
sistema proporcional: (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
I – se o eleitor escrever apenas a sigla partidária, não indicando o candi-
dato de sua preferência; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
II – se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato do mesmo Par-
tido; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
III – se o eleitor, escrevendo apenas os números, indicar mais de um can-
didato do mesmo Partido; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
IV – se o eleitor não indicar o candidato através do nome ou do número
com clareza suficiente para distingui-lo de outro candidato do mesmo Partido.
(Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
Art. 177. Na contagem dos votos para as eleições realizadas pelo siste-
ma proporcional observar-se-ão, ainda, as seguintes normas: (Redação dada
pela Lei n. 8.037, de 1990)

1983
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – a inversão, omissão ou erro de grafia do nome ou prenome não inva-


lidará o voto, desde que seja possível a identificação do candidato; (Redação
dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
II – se o eleitor escrever o nome de um candidato e o número correspon-
dente a outro da mesma legenda ou não, contar-se-á o voto para o candidato
cujo nome foi escrito, bem como para a legenda a que pertence; (Redação
dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
III – se o eleitor escrever o nome ou o número de um candidato e a le-
genda de outro Partido, contar-se-á o voto para o candidato cujo nome ou
número foi escrito; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
IV – se o eleitor escrever o nome ou o número de um candidato a Depu-
tado Federal na parte da cédula referente a Deputado Estadual ou vice-versa,
o voto será contado para o candidato cujo nome ou número foi escrito; (Re-
dação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
V – se o eleitor escrever o nome ou o número de candidatos em espaço
da cédula que não seja o correspondente ao cargo para o qual o candidato
foi registrado, será o voto computado para o candidato e respectiva legenda,
conforme o registro. (Incluído pela Lei n. 8.037, de 1990)
Art. 178. O voto dado ao candidato a Presidente da República entender-
-se-á dado também ao candidato a vice-presidente, assim como o dado aos
candidatos a governador, senador, deputado federal nos territórios, prefeito e
juiz de paz entender-se-á dado ao respectivo vice ou suplente.
Art. 179. Concluída a contagem dos votos a Junta ou turma deverá:
I – transcrever nos mapas referentes à urna a votação apurada;
II  – expedir boletim contendo o resultado da respectiva seção, no qual
serão consignados o número de votantes, a votação individual de cada can-
didato, os votos de cada legenda partidária, os votos nulos e os em branco,
bem como recursos, se houver.
§ 1º Os mapas, em todas as suas folhas, e os boletins de apuração, serão
assinados pelo presidente e membros da Junta e pelos fiscais de partido que
o desejarem.

1984
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O boletim a que se refere e este artigo obedecerá a modelo aprovado


pelo Tribunal Superior Eleitoral, podendo porém, na sua falta, ser substituído
por qualquer outro expedido por Tribunal Regional ou pela própria Junta Elei-
toral.
§ 3º Um dos exemplares do boletim de apuração será imediatamente afi-
xado na sede da Junta, em local que possa ser copiado por qualquer pessoa.
§ 4º Cópia autenticada do boletim de apuração será entregue a cada par-
tido, por intermédio do delegado ou fiscal presente, mediante recibo.
§ 5º O boletim de apuração ou sua cópia autenticada com a assinatura do
juiz e pelo menos de um dos membros da Junta, podendo ser apresentado ao
Tribunal Regional, nas eleições federais e estaduais, sempre que o número de
votos constantes dos mapas recebidos pela Comissão Apuradora não coincidir
com os nele consignados.
§ 6º O partido ou candidato poderá apresentar o boletim na oportunidade
concedida pelo Art. 200, quando terá vista do relatório da Comissão Apura-
dora, ou antes, se durante os trabalhos da Comissão tiver conhecimento da
incoincidência de qualquer resultado.
§ 7º Apresentado o boletim, será aberta vista aos demais partidos, pelo
prazo de 2 (dois) dias, os quais somente poderão contestar o erro indicado
com a apresentação de boletim da mesma urna, revestido das mesmas for-
malidades.
§ 8º Se o boletim apresentado na contestação consignar outro resultado,
coincidente ou não com o que figurar no mapa enviado pela Junta, a urna será
requisitada e recontada pelo próprio Tribunal Regional, em sessão.
§ 9º A não expedição do boletim imediatamente após a apuração de cada
urna e antes de se passa à subsequente, sob qualquer pretexto, constitui o
crime previsto no Art. 313.
Art. 180. O disposto no artigo anterior e em todos os seus parágrafos
aplica-se às eleições municipais, observadas somente as seguintes altera-
ções:

1985
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – o boletim de apuração poderá ser apresentado à Junta até 3 (três) dia
depois de totalizados os resultados, devendo os partidos ser cientificados,
através de seus delegados, da data em que começará a correr esse prazo;
II – apresentado o boletim será observado o disposto nos §§ 7º e 8º do
artigo anterior, devendo a recontagem ser procedida pela própria Junta.
Art. 181. Salvo nos casos mencionados nos artigos anteriores, a recon-
tagem de votos só poderá ser deferida pelos Tribunais Regionais, em recurso
interposto imediatamente após a apuração de cada urna.
Parágrafo único. Em nenhuma outra hipótese poderá a Junta determinar a
reabertura de urnas já apuradas para recontagem de votos.
Art. 182. Os títulos dos eleitores estranhos à seção serão separados,
para remessa, depois de terminados os trabalhos da Junta, ao juiz eleitoral
da zona neles mencionadas, a fim de que seja anotado na folha individual de
votação o voto dado em outra seção.
Parágrafo único. Se, ao ser feita a anotação, no confronto do título com a
folha individual, se verificar incoincidência ou outro indício de fraude, serão
autuados tais documentos e o juiz determinará as providências necessárias
para apuração do fato e consequentes medidas legais.
Art. 183. Concluída a apuração, e antes de se passar à subsequente, as
cédulas serão recolhidas à urna, sendo esta fechada e lacrada, não podendo
ser reaberta senão depois de transitada em julgado a diplomação, salvo nos
casos de recontagem de votos.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no presente artigo, sob
qualquer pretexto, constitui o crime eleitoral previsto no Art. 314.
Art. 184. Terminada a apuração, a Junta remeterá ao Tribunal Regional
no prazo de vinte e quatro horas, todos os papéis eleitorais referentes às
eleições estaduais ou federais, acompanhados dos documentos referentes à
apuração, juntamente com a ata geral dos seus trabalhos, na qual serão con-
signadas as votações apuradas para cada legenda e candidato e os votos não
apurados com a declaração dos motivos porque o não foram. (Redação dada
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

1986
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Essa remessa será feita em invólucros fechado, lacrado e rubricado


pelos membros da Junta, delegados e fiscais de Partido, por via postal ou sob
protocolo, conforme for mais rápida e segura a chegada ao destino. (Renu-
merado do parágrafo único pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Se a remessa dos papéis eleitorais de que trata este artigo não se
verificar no prazo nele estabelecido os membros da Junta estarão sujeitos à
multa correspondente à metade do salário-mínimo regional por dia de retar-
damento. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º Decorridos quinze dias sem que o Tribunal Regional tenha recebido os
papéis referidos neste artigo ou comunicação de sua expedição, determinará
ao Corregedor Regional ou Juiz Eleitoral mais próximo que os faça apreender
e enviar imediatamente, transferindo-se para o Tribunal Regional a compe-
tência para decidir sobre os mesmos. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 185. Sessenta dias após o trânsito em julgado da diplomação de to-
dos os candidatos, eleitos nos pleitos eleitorais realizados simultaneamente
e prévia publicação de edital de convocação, as cédulas serão retiradas das
urnas e imediatamente incineradas, na presença do Juiz Eleitoral e em ato
público, vedado a qualquer pessoa inclusive ao Juiz, o seu exame na ocasião
da incineração. (Redação dada pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)
Parágrafo único. Poderá ainda a Justiça Eleitoral, tomadas as medidas ne-
cessárias à garantia do sigilo, autorizar a reciclagem industrial das cédulas,
em proveito do ensino público de primeiro grau ou de instituições beneficen-
tes. (Incluído pela Lei n. 7.977, de 27.12.1989)
Art. 186. Com relação às eleições municipais e distritais, uma vez ter-
minada a apuração de todas as urnas, a Junta resolverá as dúvidas não de-
cididas, verificará o total dos votos apurados, inclusive os votos em branco,
determinará o quociente eleitoral e os quocientes partidários e proclamará os
candidatos eleitos.
§ 1º O presidente da Junta fará lavrar, por um dos secretários, a ata geral
concernente às eleições referidas neste artigo, da qual constará o seguinte:

1987
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – as seções apuradas e o número de votos apurados em cada urna;


II – as seções anuladas, os motivos por que foram e o número de votos
não apurados;
III – as seções onde não houve eleição e os motivos;
IV – as impugnações feitas, a solução que lhes foi dada e os recursos in-
terpostos;
V – a votação de cada legenda na eleição para vereador;
VI – o quociente eleitoral e os quocientes partidários;
VII – a votação dos candidatos a vereador, incluídos em cada lista regis-
trada, na ordem da votação recebida;
VIII – a votação dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e a juiz de paz, na
ordem da votação recebida.
§ 2º Cópia da ata geral da eleição municipal, devidamente autenticada
pelo juiz, será enviada ao Tribunal Regional e ao Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 187. Verificando a Junta Apuradora que os votos das seções anula-
das e daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, poderão alterar a
representação de qualquer partido ou classificação de candidato eleito pelo
princípio majoritário, nas eleições municipais, fará imediata comunicação do
fato ao Tribunal Regional, que marcará, se for o caso, dia para a renovação
da votação naquelas seções.
§ 1º Nas eleições suplementares municipais observar-se-á, no que couber,
o disposto no Art. 201.
§ 2º Essas eleições serão realizadas perante novas mesas receptoras, no-
meadas pelo juiz eleitoral, e apuradas pela própria Junta que, considerando
os anteriores e os novos resultados, confirmará ou invalidará os diplomas que
houver expedido.
§ 3º Havendo renovação de eleições para os cargos de prefeito e vice-pre-
feito, os diplomas somente serão expedidos depois de apuradas as eleições
suplementares.

1988
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Nas eleições suplementares, quando ser referirem a mandatos de


representação proporcional, a votação e a apuração far-se-ão exclusivamente
para as legendas registradas.

Seção V
Da Contagem dos Votos pela Mesa Receptora

Art. 188. O Tribunal Superior Eleitoral poderá autorizar a contagem de


votos pelas mesas receptoras, nos Estados em que o Tribunal Regional indicar
as zonas ou seções em que esse sistema deva ser adotado.
Art. 189. Os mesários das seções em que for efetuada a contagem dos
votos serão nomeados escrutinadores da junta.
Art. 190. Não será efetuada a contagem dos votos pela mesa se esta não
se julgar suficientemente garantida, ou se qualquer eleitor houver votado sob
impugnação, devendo a mesa, em um ou outro caso, proceder na forma de-
terminada para as demais, das zonas em que a contagem não foi autorizada.
Art. 191. Terminada a votação, o presidente da mesa tomará as provi-
dências mencionadas nas alíneas II, III, IV e V do Art. 154.
Art. 192. Lavrada e assinada ata, o presidente da mesa, na presença dos
demais membros, fiscais e delegados do partido, abrirá a urna e o invólucro e
verificará se o número de cédulas oficiais coincide com o de votantes.
§ 1º Se não houver coincidência entre o número de votantes e o de cédu-
las oficiais encontradas na urna e no invólucro a mesa receptora não fará a
contagem dos votos.
§ 2º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, o presidente da
mesa determinará que as cédulas e as sobrecartas sejam novamente reco-
lhidas a urna e ao invólucro, os quais serão fechados e lacrados, procedendo,
em seguida, na forma recomendada pelas alíneas VI, VII e VIII e do Art. 54.
Art. 193. Havendo coincidência entre o número de cédulas e o de votan-
tes deverá a mesa, inicialmente, misturar as cédulas contidas nas sobrecartas
brancas, da urna e do invólucro, com as demais.

1989
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Em seguida proceder-se-á à abertura das cédulas e contagem dos


votos, observando-se o disposto nos artigos. 169 e seguintes, no que couber.
§ 2º Terminada a contagem dos votos será lavrada ata resumida, de acor-
do com modelo aprovado pelo Tribunal Superior e da qual constarão apenas
as impugnações acaso apresentadas, figurando os resultados no boletim que
se incorporará à ata, e do qual se dará cópia aos fiscais dos partidos.
Art. 194. Após a lavratura da ata, que deverá ser assinada pelos mem-
bros da mesa e fiscais e delegados de partido, as cédulas e as sobrecartas se-
rão recolhidas à urna, sendo esta fechada, lacrada e entregue ao juiz eleitoral
pelo presidente da mesa ou por um dos mesários, mediante recibo.
§ 1º O juiz eleitoral poderá, havendo possibilidade, designar funcionários
para recolher as urnas e demais documentos nos próprios locais da votação
ou instalar postos e locais diversos para o seu recebimento.
§ 2º Os fiscais e delegados de partido podem vigiar e acompanhar a urna
desde o momento da eleição, durante a permanência nos postos arrecadado-
res e até a entrega à Junta.
Art. 195. Recebida a urna e documentos, a Junta deverá:
I – examinar a sua regularidade, inclusive quanto ao funcionamento nor-
mal da seção;
II – rever o boletim de contagem de votos da mesa receptora, a fim de
verificar se está aritmeticamente certo, fazendo dele constar que, conferido,
nenhum erro foi encontrado;
III – abrir a urna e conferir os votos sempre que a contagem da mesa re-
ceptora não permitir o fechamento dos resultados;
IV – proceder à apuração se da ata da eleição constar impugnação de fis-
cal, delegado, candidato ou membro da própria mesa em relação ao resultado
de contagem dos votos;
V – resolver todas as impugnações constantes da ata da eleição;
VI – praticar todos os atos previstos na competência das Juntas Eleitorais.

1990
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 196. De acordo com as instruções recebidas a Junta Apuradora pode-


rá reunir os membros das mesas receptoras e demais componentes da Junta
em local amplo e adequado no dia seguinte ao da eleição, em horário previa-
mente fixado, e a proceder à apuração na forma estabelecida nos artigos. 159
e seguintes, de uma só vez ou em duas ou mais etapas.
Parágrafo único. Nesse caso cada partido poderá credenciar um fiscal para
acompanhar a apuração de cada urna, realizando-se esta sob a supervisão do
juiz e dos demais membros da Junta, aos quais caberá decidir, em cada caso,
as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos.

CAPÍTULO III
DA APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Art. 197. Na apuração, compete ao Tribunal Regional.


I – resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos sobre as
eleições federais e estaduais e apurar as votações que haja validado em grau
de recurso;
II – verificar o total dos votos apurados entre os quais se incluem os em
branco;
III – Determinar os quocientes, eleitoral e partidário, bem como a distri-
buição das sobras;
IV – proclamar os eleitos e expedir os respectivos diplomas;
V – fazer a apuração parcial das eleições para Presidente e Vice-presidente
da República.
Art. 198. A apuração pelo Tribunal Regional começará no dia seguinte
ao em que receber os primeiros resultados parciais das Juntas e prosseguirá
sem interrupção, inclusive nos sábados, domingos e feriados, de acordo com
o horário previamente publicado, devendo terminar 30 (trinta) dias depois da
eleição.
§ 1º Ocorrendo motivos relevantes, expostos com a necessária antece-
dência, o Tribunal Superior poderá conceder prorrogação desse prazo, uma

1991
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

só vez e por quinze dias. (Renumerado do parágrafo único e alterado pela Lei
n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Se o Tribunal Regional não terminar a apuração no prazo legal, seus
membros estarão sujeitos à multa correspondente à metade do salário-míni-
mo regional por dia de retardamento. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 199. Antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional constituirá com 3
(três) de seus membros, presidida por um destes, uma Comissão Apuradora.
§ 1º O Presidente da Comissão designará um funcionário do Tribunal para
servir de secretário e para auxiliarem os seus trabalhos, tantos outros quan-
tos julgar necessários.
§ 2º De cada sessão da Comissão Apuradora será lavrada ata resumida.
§ 3º A Comissão Apuradora fará publicar no órgão oficial, diariamente,
um boletim com a indicação dos trabalhos realizados e do número de votos
atribuídos a cada candidato.
§ 4º Os trabalhos da Comissão Apuradora poderão ser acompanhados por
delegados dos partidos interessados, sem que, entretanto, neles intervenha
com protestos, impugnações ou recursos.
§ 5º Ao final dos trabalhos, a Comissão Apuradora apresentará ao Tribunal
Regional os mapas gerais da apuração e um relatório, que mencione:
I – o número de votos válidos e anulados em cada Junta Eleitoral, relativos
a cada eleição;
II – as seções apuradas e os votos nulos e anulados de cada uma;
III – as seções anuladas, os motivos por que o foram e o número de votos
anulados ou não apurados;
IV – as seções onde não houve eleição e os motivos;
V – as impugnações apresentadas às Juntas e como foram resolvidas por
elas, assim como os recursos que tenham sido interposto:
VI – a votação de cada partido;
VII – a votação de cada candidato;
VIII – o quociente eleitoral;

1992
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IX – os quocientes partidários;


X – a distribuição das sobras.
Art. 200. O relatório a que se refere o artigo anterior ficará na Secretaria
do Tribunal, pelo prazo de 3 (três) dias, para exame dos partidos e candidatos
interessados, que poderão examinar também os documentos em que ele se
baseou.
§ 1º Terminado o prazo supra, os partidos poderão apresentar as suas
reclamações, dentro de 2 (dois) dias, sendo estas submetidas a parecer da
Comissão Apuradora que, no prazo de 3 (três) dias, apresentará aditamento
ao relatório com a proposta das modificações que julgar procedentes, ou com
a justificação da improcedência das arguições. (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º O Tribunal Regional, antes de aprovar o relatório da Comissão Apu-
radora e, em três dias improrrogáveis, julgará as impugnações e as reclama-
ções não providas pela Comissão Apuradora, e, se as deferir, voltará o rela-
tório à Comissão para que sejam feitas as alterações resultantes da decisão.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 201. De posse do relatório referido no artigo anterior, reunir-se-á o
Tribunal, no dia seguinte, para o conhecimento do total dos votos apurados,
e, em seguida, se verificar que os votos das seções anuladas e daquelas cujos
eleitores foram impedidos de votar, poderão alterar a representação de candi-
dato eleito pelo princípio majoritário, ordenará a realização de novas eleições.
Parágrafo único. As novas eleições obedecerão às seguintes normas:
I  – o Presidente do Tribunal fixará, imediatamente, a data, para que se
realizem dentro de 15 (quinze) dias, no mínimo, e de 30 (trinta) dias no má-
ximo, a contar do despacho que a fixar, desde que não tenha havido recurso
contra a anulação das seções;
II – somente serão admitidos a votar os eleitores da seção, que hajam
comparecido a eleição anulada, e os de outras seções que ali houverem vo-
tado;

1993
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – nos casos de coação que haja impedido o comparecimento dos elei-
tores às urnas, no de encerramento da votação antes da hora legal, e quando
a votação tiver sido realizada em dia, hora e lugar diferentes dos designados,
poderão votar todos os eleitores da seção e somente estes;
IV – nas zonas onde apenas uma seção for anulada, o juiz eleitoral res-
pectivo presidirá a mesa receptora; se houver mais de uma seção anulada, o
presidente do Tribunal Regional designará os juizes presidentes das respecti-
vas mesas receptoras.
V – as eleições realizar-se-ão nos mesmos locais anteriormente designa-
dos, servindo os mesários e secretários que pelo juiz forem nomeados, com
a antecedência de, pelo menos, cinco dias, salvo se a anulação for decretada
por infração dos §§ 4º e 5º do Art. 135;
VI – as eleições assim realizadas serão apuradas pelo Tribunal Regional.
Art. 202. Da reunião do Tribunal Regional será lavrada ata geral, assinada
pelos seus membros e da qual constarão:
I – as seções apuradas e o número de votos apurados em cada uma;
II – as seções anuladas, as razões por que o foram e o número de votos
não apurados;
III – as seções onde não tenha havido eleição e os motivos;
IV – as impugnações apresentadas às juntas eleitorais e como foram re-
solvidas;
V – as seções em que se vai realizar ou renovar a eleição;
VI – a votação obtida pelos partidos;
VII – o quociente eleitoral e o partidário;
VIII – os nomes dos votados na ordem decrescente dos votos;
IX – os nomes dos eleitos;
X – os nomes dos suplentes, na ordem em que devem substituir ou suce-
der.
§ 1º Na mesma sessão o Tribunal Regional proclamará os eleitos e os res-
pectivos suplentes e marcará a data para a expedição solene dos diplomas

1994
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

em sessão pública, salvo quanto a governador e vice-governador, se ocorrer


a hipótese prevista na Emenda Constitucional n. 13.
§ 2º O vice-governador e o suplente de senador, considerar-se-ão eleitos
em virtude da eleição do governador e do senador com os quais se candida-
tarem.
§ 3º Os candidatos a governador e vice-governador somente serão di-
plomados depois de realizadas as eleições suplementares referentes a esses
cargos.
§ 4º Um traslado da ata da sessão, autenticado com a assinatura de todos
os membros do Tribunal que assinaram a ata original, será remetida ao Pre-
sidente do Tribunal Superior.
§ 5º O Tribunal Regional comunicará o resultado da eleição ao Senado Fe-
deral, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.
Art. 203. Sempre que forem realizadas eleições de âmbito estadual jun-
tamente com eleições para presidente e vice-presidente da República, o Tri-
bunal Regional desdobrará os seus trabalhos de apuração, fazendo tanto para
aquelas como para esta, uma ata geral.
§ 1º A Comissão Apuradora deverá, também, apresentar relatórios distin-
tos, um dos quais referente apenas às eleições presidenciais.
§ 2º Concluídos os trabalhos da apuração o Tribunal Regional remeterá ao
Tribunal Superior os resultados parciais das eleições para presidente e vice-
-presidente da República, acompanhados de todos os papéis que lhe digam
respeito.
Art. 204. O Tribunal Regional julgando conveniente, poderá determinar
que a totalização dos resultados de cada urna seja realizada pela própria Co-
missão Apuradora.
Parágrafo único. Ocorrendo essa hipótese serão observadas as seguintes
regras:
I – a decisão do Tribunal será comunicada, até 30 (trinta) dias antes da
eleição aos juizes eleitorais, aos diretórios dos partidos e ao Tribunal Superior;

1995
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – iniciada a apuração os juizes eleitorais remeterão ao Tribunal Regio-


nal, diariamente, sob registro postal ou por portador, os mapas de todas as
urnas apuradas no dia;
III – os mapas serão acompanhados de ofício sucinto, que esclareça ape-
nas a que seções correspondem e quantas ainda faltam para completar a
apuração da zona;
IV – havendo sido interposto recurso em relação a urna correspondente
aos mapas enviados, o juiz fará constar do ofício, em seguida à indicação da
seção, entre parênteses, apenas esse esclarecimento - “houve recurso”;
V – a ata final da junta não mencionará, no seu texto, a votação obtida
pelos partidos e candidatos, a qual ficará constando dos boletins de apuração
do Juízo, que dela ficarão fazendo parte integrante;
VI – cópia autenticada da ata, assinada por todos os que assinaram o ori-
ginal, será enviada ao Tribunal Regional na forma prevista no art. 184;
VII – a Comissão Apuradora, à medida em que for recebendo os mapas,
passará a totalizar os votos, aguardando, porém, a chegada da cópia autên-
tica da ata para encerrar a totalização referente a cada zona;
VIII – no caso de extravio de mapa o juiz eleitoral providenciará a remessa
de 2a.via, preenchida à vista dos delegados de partido especialmente con-
vocados para esse fim e pelos resultados constantes do boletim de apuração
que deverá ficar arquivado no Juízo.

CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO NO TRIBUNAL SUPERIOR

Art. 205. O Tribunal Superior fará a apuração geral das eleições para


presidente e vice-presidente da República pelos resultados verificados pelos
Tribunais Regionais em cada Estado.
Art. 206. Antes da realização da eleição o Presidente do Tribunal sorte-
ará, dentre os juizes, o relator de cada grupo de Estados, ao qual serão dis-
tribuídos todos os recursos e documentos da eleição referentes ao respectivo
grupo.

1996
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 207. Recebidos os resultados de cada Estado, e julgados os recursos


interpostos das decisões dos Tribunais Regionais, o relator terá o prazo de 5
(cinco) dias para apresentar seu relatório, com as conclusões seguintes:
I – os totais dos votos válidos e nulos do Estado;
II – os votos apurados pelo Tribunal Regional que devem ser anulados;
III – os votos anulados pelo Tribunal Regional que devem ser computados
como válidos;
IV – a votação de cada candidato;
V – o resumo das decisões do Tribunal Regional sobre as dúvidas e impug-
nações, bem como dos recursos que hajam sido interpostos para o Tribunal
Superior, com as respectivas decisões e indicação das implicações sobre os
resultados.
Art. 208. O relatório referente a cada Estado ficará na Secretaria do Tri-
bunal, pelo prazo de dois dias, para exame dos partidos e candidatos interes-
sados, que poderão examinar também os documentos em que ele se baseou
e apresentar alegações ou documentos sobre o relatório, no prazo de 2 (dois)
dias.
Parágrafo único. Findo esse prazo serão os autos conclusos ao relator, que,
dentro em 2 (dois) dias, os apresentará a julgamento, que será previamente
anunciado.
Art. 209. Na sessão designada será o feito chamado a julgamento de pre-
ferência a qualquer outro processo.
§ 1º Se o relatório tiver sido impugnado, os partidos interessados poderão,
no prazo de 15 (quinze) minutos, sustentar oralmente as suas conclusões.
§ 2º Se do julgamento resultarem alterações na apuração efetuada pelo
Tribunal Regional, o acórdão determinará que a Secretaria, dentro em 5 (cin-
co) dias, levante as folhas de apuração parcial das seções cujos resultados
tiverem sido alterados, bem como o mapa geral da respectiva circunscrição,
de acordo com as alterações decorrentes do julgado, devendo o mapa, após
o visto do relator, ser publicado na Secretaria.

1997
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A esse mapa admitir-se-á, dentro em 48 (quarenta e oito) horas de


sua publicação, impugnação fundada em erro de conta ou de cálculo, decor-
rente da própria sentença.
Art. 210. Os mapas gerais de todas as circunscrições com as impugna-
ções, se houver, e a folha de apuração final levantada pela secretaria, serão
autuados e distribuídos a um relator geral, designado pelo Presidente.
Parágrafo único. Recebidos os autos, após a audiência do Procurador Ge-
ral, o relator, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, resolverá as impugnações
relativas aos erros de conta ou de cálculo, mandando fazer as correções, se
for o caso, e apresentará, a seguir, o relatório final com os nomes dos can-
didatos que deverão ser proclamados eleitos e os dos demais candidatos, na
ordem decrescente das votações.
Art. 211. Aprovada em sessão especial a apuração geral, o Presidente
anunciará a votação dos candidatos, proclamando a seguir eleito presidente
da República o candidato, mais votado que tiver obtido maioria absoluta de
votos, excluídos, para a apuração desta, os em branco e os nulos.
Art. 212. Verificando que os votos das seções anuladas e daquelas cujos
eleitores foram impedidos de votar, em todo o país, poderão alterar a clas-
sificação de candidato, ordenará o Tribunal Superior a realização de novas
eleições.
§ 1º Essas eleições serão marcadas desde logo pelo Presidente do Tribunal
Superior e terão lugar no primeiro domingo ou feriado que ocorrer após o 15º
(décimo quinto) dia a contar da data do despacho, devendo ser observado o
disposto nos números II a VI do parágrafo único do Art. 201.
§ 2º Os candidatos a presidente e vice-presidente da República somente
serão diplomados depois de realizadas as eleições suplementares referentes
a esses cargos.
Art. 213. Não se verificando a maioria absoluta, o Congresso Nacional,
dentro de quinze dias após haver recebido a respectiva comunicação do Pre-
sidente do Tribunal Superior Eleitoral, reunir-se-á em sessão pública para se

1998
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

manifestar sobre o candidato mais votado, que será considerado eleito se,
em escrutínio secreto, obtiver metade mais um dos votos dos seus membros.
§ 1º Se não ocorrer a maioria absoluta referida no caput deste artigo,
renovar-se-á, até 30 (trinta) dias depois, a eleição em todo país, à qual con-
correrão os dois candidatos mais votados, cujos registros estarão automati-
camente revalidados.
§ 2º No caso de renúncia ou morte, concorrerá à eleição prevista no pa-
rágrafo anterior o substituto registrado pelo mesmo partido político ou coli-
gação partidária.
Art. 214. O presidente e o vice-presidente da República tomarão posse a
15 (quinze) de março, em sessão do Congresso Nacional.
Parágrafo único. No caso do § 1º do artigo anterior, a posse realizar-se-á
dentro de 15 (quinze) dias a contar da proclamação do resultado da segunda
eleição, expirando, porém, o mandato a 15 (quinze) de março do quarto ano.

CAPÍTULO V
DOS DIPLOMAS

Art. 215. Os candidatos eleitos, assim como os suplentes, receberão di-


ploma assinado pelo Presidente do Tribunal Regional ou da Junta Eleitoral,
conforme o caso.
Parágrafo único. Do diploma deverá constar o nome do candidato, a indi-
cação da legenda sob a qual concorreu, o cargo para o qual foi eleito ou a sua
classificação como suplente, e, facultativamente, outros dados a critério do
juiz ou do Tribunal.
Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto
contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em
toda a sua plenitude.
Art. 217. Apuradas as eleições suplementares o juiz ou o Tribunal reverá
a apuração anterior, confirmando ou invalidando os diplomas que houver ex-
pedido.

1999
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. No caso de provimento, após a diplomação, de recurso


contra o registro de candidato ou de recurso parcial, será também revista a
apuração anterior, para confirmação ou invalidação de diplomas, observado o
disposto no § 3º do Art. 261.
Art. 218. O presidente de Junta ou de Tribunal que diplomar militar can-
didato a cargo eletivo, comunicará imediatamente a diplomação à autoridade
a que o mesmo estiver subordinado, para os fins do Art. 98.

CAPÍTULO VI
DAS NULIDADES DA VOTAÇÃO

Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e


resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem de-
monstração de prejuízo.
Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser requerida pela
parte que lhe deu causa nem a ela aproveitar.
Art. 220. É nula a votação:
I – quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz eleitoral, ou consti-
tuída com ofensa à letra da lei;
II – quando efetuada em folhas de votação falsas;
III – quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do designado ou
encerrada antes das 17 horas;
IV – quando preterida formalidade essencial do sigilo dos sufrágios.
V – quando a seção eleitoral tiver sido localizada com infração do disposto
nos §§ 4º e 5º do art. 135. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Parágrafo único. A nulidade será pronunciada quando o órgão apurador
conhecer do ato ou dos seus efeitos e o encontrar provada, não lhe sendo
lícito supri-la, ainda que haja consenso das partes.
Art. 221. É anulável a votação:
I – quando houver extravio de documento reputado essencial; (Renume-
rado do inciso II pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

2000
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – quando for negado ou sofrer restrição o direito de fiscalizar, e o fato


constar da ata ou de protesto interposto, por escrito, no momento: (Renume-
rado do inciso III pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
III – quando votar, sem as cautelas do Art. 147, § 2º. (Renumerado do
inciso IV pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
a) eleitor excluído por sentença não cumprida por ocasião da remessa das
folhas individuais de votação à mesa, desde que haja oportuna reclamação
de partido;
b) eleitor de outra seção, salvo a hipótese do Art. 145;
c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor chamado.
Art. 222. É também anulável a votação, quando viciada de falsidade,
fraude, coação, uso de meios de que trata o Art. 237, ou emprego de proces-
so de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei.
§ 1º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
I – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
II – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
III – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
IV – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta,
só poderá ser arguida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada,
salvo se a arguição se basear em motivo superveniente ou de ordem consti-
tucional.
§ 1º Se a nulidade ocorrer em fase na qual não possa ser alegada no ato,
poderá ser arguida na primeira oportunidade que para tanto se apresente.
§ 2º Se se basear em motivo superveniente deverá ser alegada imedia-
tamente, assim que se tornar conhecida, podendo as razões do recurso ser
aditadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 3º A nulidade de qualquer ato, baseada em motivo de ordem constitu-
cional, não poderá ser conhecida em recurso interposto fora do prazo. Perdido

2001
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

o prazo numa fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser argui-
da. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas
eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do mu-
nicípio nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações
e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40
(quarenta) dias.
§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência, deixar de cumprir
o disposto neste artigo, o Procurador Regional levará o fato ao conhecimento
do Procurador Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para que
seja marcada imediatamente nova eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério
Público promoverá, imediatamente a punição dos culpados.
§ 3º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro,
a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito
majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização de novas elei-
ções, independentemente do número de votos anulados. (Incluído pela Lei n.
13.165, de 2015) (Vide ADIN N. 5.525)
§ 4º A eleição a que se refere o § 3º correrá a expensas da Justiça Eleitoral
e será: (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015) (Vide ADIN N. 5.525)
I – indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do final
do mandato; (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015) (Vide ADIN N. 5.525)
II – direta, nos demais casos. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015) (Vide
ADIN N. 5.525)

CAPÍTULO VII
DO VOTO NO EXTERIOR

Art. 225. Nas eleições para presidente e vice-presidente da República po-


derá votar o eleitor que se encontrar no exterior.

2002
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Para esse fim serão organizadas seções eleitorais, nas sedes das Em-
baixadas e Consulados Gerais.
§ 2º Sendo necessário instalar duas ou mais seções poderá ser utilizado
local em que funcione serviço do governo brasileiro.
Art. 226. Para que se organize uma seção eleitoral no exterior é necessá-
rio que na circunscrição sob a jurisdição da Missão Diplomática ou do Consu-
lado Geral haja um mínimo de 30 (trinta) eleitores inscritos.
Parágrafo único. Quando o número de eleitores não atingir o mínimo pre-
visto no parágrafo anterior, os eleitores poderão votar na mesa receptora
mais próxima, desde que localizada no mesmo país, de acordo com a comu-
nicação que lhes for feita.
Art. 227. As mesas receptoras serão organizadas pelo Tribunal Regional
do Distrito Federal mediante proposta dos chefes de Missão e cônsules gerais,
que ficarão investidos, no que for aplicável, da funções administrativas de juiz
eleitoral.
Parágrafo único. Será aplicável às mesas receptoras o processo de com-
posição e fiscalização partidária vigente para as que funcionam no território
nacional.
Art. 228. Até 30 (trinta) dias antes da realização da eleição todos os bra-
sileiros eleitores, residentes no estrangeiro, comunicarão à sede da Missão
diplomática ou ao consulado geral, em carta, telegrama ou qualquer outra
via, a sua condição de eleitor e sua residência.
§ 1º Com a relação dessas comunicações e com os dados do registro con-
sular, serão organizadas as folhas de votação, e notificados os eleitores da
hora e local da votação.
§ 2º No dia da eleição só serão admitidos a votar os que constem da fo-
lha de votação e os passageiros e tripulantes de navios e aviões de guerra e
mercantes que, no dia, estejam na sede das sessões eleitorais.
Art. 229. Encerrada a votação, as urnas serão enviadas pelos cônsules
gerais às sedes das Missões Diplomáticas. Estas as remeterão, pela mala di-

2003
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

plomática, ao Ministério das Relações Exteriores, que delas fará entrega ao


Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, a quem competirá a apuração
dos votos e julgamento das dúvidas e recursos que hajam sido interpostos.
Parágrafo único. Todo o serviço de transporte do material eleitoral será
feito por via aérea.
Art. 230. Todos os eleitores que votarem no exterior terão os seus títulos
apreendidos pela mesa receptora.
Parágrafo único. A todo eleitor que votar no exterior será concedido com-
provante para a comunicação legal ao juiz eleitoral de sua zona.
Art. 231. Todo aquele que, estando obrigado a votar, não o fizer, fica su-
jeito, além das penalidades previstas para o eleitor que não vota no território
nacional, à proibição de requerer qualquer documento perante a repartição
diplomática a que estiver subordinado, enquanto não se justificar.
Art. 232. Todo o processo eleitoral realizado no estrangeiro fica direta-
mente subordinado ao Tribunal Regional do Distrito Federal.
Art. 233. O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério das Relações Exte-
riores baixarão as instruções necessárias e adotarão as medidas adequadas
para o voto no exterior.
Art. 233-A. Aos eleitores em trânsito no território nacional é assegurado
o direito de votar para Presidente da República, Governador, Senador, Depu-
tado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital em urnas especialmen-
te instaladas nas capitais e nos Municípios com mais de cem mil eleitores.
(Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 1º O exercício do direito previsto neste artigo sujeita-se à observância
das regras seguintes: (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
I – para votar em trânsito, o eleitor deverá habilitar-se perante a Justiça
Eleitoral no período de até quarenta e cinco dias da data marcada para a elei-
ção, indicando o local em que pretende votar; (Incluído pela Lei n. 13.165,
de 2015)

2004
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – aos eleitores que se encontrarem fora da unidade da Federação de


seu domicílio eleitoral somente é assegurado o direito à habilitação para votar
em trânsito nas eleições para Presidente da República; (Incluído pela Lei n.
13.165, de 2015)
III – os eleitores que se encontrarem em trânsito dentro da unidade da Fe-
deração de seu domicílio eleitoral poderão votar nas eleições para Presidente
da República, Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e
Deputado Distrital. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 2º Os membros das Forças Armadas, os integrantes dos órgãos de segu-
rança pública a que se refere o art. 144 da Constituição Federal, bem como os
integrantes das guardas municipais mencionados no § 8º do mesmo art. 144,
poderão votar em trânsito se estiverem em serviço por ocasião das eleições.
(Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 3º As chefias ou comandos dos órgãos a que estiverem subordinados os
eleitores mencionados no § 2º enviarão obrigatoriamente à Justiça Eleitoral,
em até quarenta e cinco dias da data das eleições, a listagem dos que estarão
em serviço no dia da eleição com indicação das seções eleitorais de origem e
destino. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 4º Os eleitores mencionados no § 2º, uma vez habilitados na forma do §
3º, serão cadastrados e votarão nas seções eleitorais indicadas nas listagens
mencionadas no § 3º independentemente do número de eleitores do Municí-
pio. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)

PARTE QUINTA
DISPOSIÇÕES VÁRIAS

TÍTULO I
DAS GARANTIAS ELEITORAIS

Art. 234. Ninguém poderá impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio.

2005
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 235. O juiz eleitoral, ou o presidente da mesa receptora, pode expe-


dir salvo-conduto com a cominação de prisão por desobediência até 5 (cinco)
dias, em favor do eleitor que sofrer violência, moral ou física, na sua liberdade
de votar, ou pelo fato de haver votado.
Parágrafo único. A medida será válida para o período compreendido en-
tre 72 (setenta e duas) horas antes até 48 (quarenta e oito) horas depois do
pleito.
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até
48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou
deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença
criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a
salvo-conduto.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o
exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de
flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze)
dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido
à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a
relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.
Art. 237. A interferência do poder econômico e o desvio ou abuso do
poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto, serão coibidos e pu-
nidos.
§ 1º O eleitor é parte legítima para denunciar os culpados e promover-lhes
a responsabilidade, e a nenhum servidor público. Inclusive de autarquia, de
entidade paraestatal e de sociedade de economia mista, será lícito negar ou
retardar ato de ofício tendente a esse fim.
§ 2º Qualquer eleitor ou partido político poderá se dirigir ao Corregedor
Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, e pedir abertura de in-
vestigação para apurar uso indevido do poder econômico, desvio ou abuso do
poder de autoridade, em benefício de candidato ou de partido político.

2006
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O Corregedor, verificada a seriedade da denúncia procederá ou man-


dará proceder a investigações, regendo-se estas, no que lhes for aplicável,
pela Lei n. 1.579 de 18 de março de 1952.
Art. 238. É proibida, durante o ato eleitoral, a presença de força pública
no edifício em que funcionar mesa receptora, ou nas imediações, observado
o disposto no Art. 141.
Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a prioridade postal durante
os 60 (sessenta) dias anteriores à realização das eleições, para remessa de
material de propaganda de seus candidatos registrados.

TÍTULO II
DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA

Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é per-


mitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição. (Redação dada pela Lei n.
13.165, de 2015)
Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas antes até vinte e
quatro horas depois da eleição, qualquer propaganda política mediante radio-
difusão, televisão, comícios ou reuniões públicas.
Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilida-
de dos partidos e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos
praticados pelos seus candidatos e adeptos.
Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita aos can-
didatos e aos respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo
quando integrantes de uma mesma coligação. (Incluído pela Lei n. 12.891,
de 2013)
Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade,
mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua na-
cional, não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artifi-
cialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais.
(Redação dada pela Lei n. 7.476, de 15.5.1986)

2007
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Sem prejuízo do processo e das penas cominadas, a Jus-


tiça Eleitoral adotará medidas para fazer impedir ou cessar imediatamente a
propaganda realizada com infração do disposto neste artigo.
Art. 243. Não será tolerada propaganda:
I – de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem
política e social ou de preconceitos de raça ou de classes;
II – que provoque animosidade entre as forças armadas ou contra elas, ou
delas contra as classes e instituições civis;
III – de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
IV – de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de or-
dem pública;
V – que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro,
dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza;
VI – que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos de instru-
mentos sonoros ou sinais acústicos;
VII – por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rús-
tica possa confundir com moeda;
VIII – que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a pos-
turas municiais ou a outra qualquer restrição de direito;
IX – que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como ór-
gãos ou entidades que exerçam autoridade pública.
§ 1º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem prejuízo e inde-
pendentemente da ação penal competente, poderá demandar, no Juízo Civil a
reparação do dano moral respondendo por este o ofensor e, solidariamente,
o partido político deste, quando responsável por ação ou omissão a quem que
favorecido pelo crime, haja de qualquer modo contribuído para ele. (Incluído
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º No que couber aplicar-se-ão na reparação do dano moral, referido no
parágrafo anterior, os artigos. 81 a 88 da Lei n. 4.117, de 27 de agôsto de
1962. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

2008
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º É assegurado o direito de resposta a quem for, injuriado difamado ou


caluniado através da imprensa rádio, televisão, ou alto-falante, aplicando-se,
no que couber, os artigos. 90 e 96 da Lei n. 4.117, de 27 de agôsto de 1962.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 244. É assegurado aos partidos políticos registrados o direito de, in-
dependentemente de licença da autoridade pública e do pagamento de qual-
quer contribuição:
I – fazer inscrever, na fachada de suas sedes e dependências, o nome que
os designe, pela forma que melhor lhes parecer;
II – instalar e fazer funcionar, normalmente, das quatorze às vinte e duas
horas, nos três meses que antecederem as eleições, alto-falantes, ou ampli-
ficadores de voz, nos locais referidos, assim como em veículos seus, ou à sua
disposição, em território nacional, com observância da legislação comum.
Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se refere o n. II deste
artigo não serão permitidos, a menos de 500 metros:
I – das sedes do Executivo Federal, dos Estados, Territórios e respectivas
Prefeituras Municipais;
II – das Câmaras Legislativas Federais, Estaduais e Municipais;
III – dos Tribunais Judiciais;
IV – dos hospitais e casas de saúde;
V – das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcio-
namento;
VI – dos quartéis e outros estabelecimentos militares.
Art. 245. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou elei-
toral, em recinto aberto, não depende de licença da polícia.
§ 1º Quando o ato de propaganda tiver de realizar-se em lugar designado
para a celebração de comício, na forma do disposto no art. 3º da Lei n. 1.207,
de 25 de outubro de 1950, deverá ser feita comunicação à autoridade policial,
pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes de sua realização.

2009
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Não havendo local anteriormente fixado para a celebração de comí-


cio, ou sendo impossível ou difícil nele realizar-se o ato de propaganda eleito-
ral, ou havendo pedido para designação de outro local, a comunicação a que
se refere o parágrafo anterior será feita, no mínimo, com antecedência, de
72 (setenta e duas) horas, devendo a autoridade policial, em qualquer desses
casos, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes, designar local amplo e de fácil
acesso, de modo que não impossibilite ou frustre a reunião.
§ 3º Aos órgãos da Justiça Eleitoral compete julgar das reclamações sobre
a localização dos comícios e providências sobre a distribuição equitativa dos
locais aos partidos.
Art. 246. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 247. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
At. 248. Ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral, nem inutilizar,
alterar ou perturbar os meios lícitos nela empregados.
Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição ao poder de po-
lícia quando este deva ser exercído em benefício da ordem pública.
Art. 250. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 251. No período destinado à propaganda eleitoral gratuita não preva-
lecerão quaisquer contratos ou ajustes firmados pelas empresas que possam
burlar ou tornar inexequível qualquer dispositivo deste Código ou das instru-
ções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 252. (Revogado pelo Decreto-Lei n. 1.538, de 14.4.1977)
Art. 253. (Revogado pelo Decreto-Lei n. 1.538, de 14.4.1977)
Art. 254. (Revogado pelo Decreto-Lei n. 1.538, de 14.4.1977)
Art. 255. Nos 15 (quinze) dias anteriores ao pleito é proibida a divulga-
ção, por qualquer forma, de resultados de prévias ou testes pré-eleitorais.
Art. 256. As autoridades administrativas federais, estaduais e municipais
proporcionarão aos partidos, em igualdade de condições, as facilidades per-
mitidas para a respectiva propaganda.

2010
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º No período da campanha eleitoral, independentemente do critério de


prioridade, os serviços telefônicos, oficiais ou concedidos, farão instalar, na
sede dos diretórios devidamente registrados, telefones necessários, mediante
requerimento do respectivo presidente e pagamento das taxas devidas. (In-
cluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções necessárias ao
cumprimento do disposto no parágrafo anterior fixado as condições a serem
observadas. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

TÍTULO III
DOS RECURSOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.


§ 1º A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através
de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do
presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão. (Redação dada pela Lei
n. 13.165, de 2015)
§ 2º O recurso ordinário interposto contra decisão proferida por juiz elei-
toral ou por Tribunal Regional Eleitoral que resulte em cassação de registro,
afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será recebido pelo Tribu-
nal competente com efeito suspensivo. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 3º O Tribunal dará preferência ao recurso sobre quaisquer outros pro-
cessos, ressalvados os de habeas corpus e de mandado de segurança. (In-
cluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser
interposto em três dias da publicação do ato, resolução ou despacho.
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo
quando neste se discutir matéria constitucional.

2011
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria constitucional não


poderá ser interposto fora do prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só em
outra que se apresentar poderá ser interposto.
Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que chegar ao Tribunal Re-
gional ou Tribunal Superior, previnirá a competência do relator para todos os
demais casos do mesmo município ou Estado.
Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não se incluem os que ver-
sarem matéria referente ao registro de candidatos, interpostos para os Tribu-
nais Regionais no caso de eleições municipais, e para o Tribunal Superior no
caso de eleições estaduais ou federais, serão julgados à medida que derem
entrada nas respectivas Secretarias.
§ 1º Havendo dois ou mais recursos parciais de um mesmo município ou
Estado, ou se todos, inclusive os de diplomação já estiverem no Tribunal Re-
gional ou no Tribunal Superior, serão eles julgados seguidamente, em uma ou
mais sessões.
§ 2º As decisões com os esclarecimentos necessários ao cumprimento, se-
rão comunicadas de uma só vez ao juiz eleitoral ou ao presidente do Tribunal
Regional.
§ 3º Se os recursos de um mesmo município ou Estado deram entrada
em datas diversas, sendo julgados separadamente, o juiz eleitoral ou o pre-
sidente do Tribunal Regional, aguardará a comunicação de todas as decisões
para cumpri-las, salvo se o julgamento dos demais importar em alteração do
resultado do pleito que não tenha relação com o recurso já julgado.
§ 4º Em todos os recursos, no despacho que determinar a remessa dos
autos à instância superior, o juízo “a quo” esclarecerá quais os ainda em fase
de processamento e, no último, quais os anteriormente remetidos.
§ 5º Ao se realizar a diplomação, se ainda houver recurso pendente de
decisão em outra instância, será consignado que os resultados poderão sofrer
alterações decorrentes desse julgamento.

2012
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Realizada a diplomação, e decorrido o prazo para recurso, o juiz ou


presidente do Tribunal Regional comunicará à instância superior se foi ou não
interposto recurso.
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos ca-
sos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta
de condição de elegibilidade. (Redação dada pela Lei n. 12.891, de 2013)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.891, de 2013)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.891, de 2013)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.891, de 2013)
IV – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.891, de 2013)
Art. 263. No julgamento de um mesmo pleito eleitoral, as decisões an-
teriores sobre questões de direito constituem prejulgados para os demais
casos, salvo se contra a tese votarem dois terços dos membros do Tribunal.
Art. 264. Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal Superior caberá,
dentro de 3 (três) dias, recurso dos atos, resoluções ou despachos dos res-
pectivos presidentes.

CAPÍTULO II
DOS RECURSOS PERANTE AS JUNTAS E JUÍZOS ELEITORAIS

Art. 265. Dos atos, resoluções ou despachos dos juizes ou juntas eleito-


rais caberá recurso para o Tribunal Regional.
Parágrafo único. Os recursos das decisões das Juntas serão processados
na forma estabelecida pelos artigos. 169 e seguintes.
Art. 266. O recurso independerá de termo e será interposto por petição
devidamente fundamentada, dirigida ao juiz eleitoral e acompanhada, se o
entender o recorrente, de novos documentos.
Parágrafo único. Se o recorrente se reportar a coação, fraude, uso de
meios de que trata o art. 237 ou emprego de processo de propaganda ou cap-
tação de sufrágios vedado por lei, dependentes de prova a ser determinada
pelo Tribunal, bastar-lhe-á indicar os meios a elas conducentes. (Incluído pela
Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

2013
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 267. Recebida a petição, mandará o juiz intimar o recorrido para ci-


ência do recurso, abrindo-se-lhe vista dos autos a fim de, em prazo igual ao
estabelecido para a sua interposição, oferecer razões, acompanhadas ou não
de novos documentos.
§ 1º A intimação se fará pela publicação da notícia da vista no jornal que
publicar o expediente da Justiça Eleitoral, onde houver, e nos demais lugares,
pessoalmente pelo escrivão, independente de iniciativa do recorrente.
§ 2º Onde houver jornal oficial, se a publicação não ocorrer no prazo de 3
(três) dias, a intimação se fará pessoalmente ou na forma prevista no pará-
grafo seguinte.
§ 3º Nas zonas em que se fizer intimação pessoal, se não for encontrado o
recorrido dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a intimação se fará por edital
afixado no fórum, no local de costume.
§ 4º Todas as citações e intimações serão feitas na forma estabelecida
neste artigo.
§ 5º Se o recorrido juntar novos documentos, terá o recorrente vista dos
autos por 48 (quarenta e oito) horas para falar sobre os mesmos, contado o
prazo na forma deste artigo.
§ 6º Findos os prazos a que se referem os parágrafos anteriores, o juiz
eleitoral fará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, subir os autos ao Tribunal
Regional com a sua resposta e os documentos em que se fundar, sujeito à
multa de dez por cento do salário-mínimo regional por dia de retardamen-
to, salvo se entender de reformar a sua decisão. (Redação dada pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
§ 7º Se o juiz reformar a decisão recorrida, poderá o recorrido, dentro de
3 (três) dias, requerer suba o recurso como se por ele interposto.

CAPÍTULO III
DOS RECURSOS NOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Art. 268. No Tribunal Regional nenhuma alegação escrita ou nenhum do-


cumento poderá ser oferecido por qualquer das partes, salvo o disposto no
art. 270. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

2014
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 269. Os recursos serão distribuídos a um relator em 24 (vinte e qua-


tro) horas e na ordem rigorosa da antiguidade dos respectivos membros, esta
última exigência sob pena de nulidade de qualquer ato ou decisão do relator
ou do Tribunal.
§ 1º Feita a distribuição, a Secretaria do Tribunal abrirá vista dos autos à
Procuradoria Regional, que deverá emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º Se a Procuradoria não emitir parecer no prazo fixado, poderá a parte
interessada requerer a inclusão do processo na pauta, devendo o Procurador,
nesse caso, proferir parecer oral na assentada do julgamento.
Art. 270. Se o recurso versar sobre coação, fraude, uso de meios de que
trata o Art. 237, ou emprego de processo de propaganda ou captação de
sufrágios vedado por lei dependente de prova indicada pelas partes ao inter-
pô-lo ou ao impugná-lo, o relator no Tribunal Regional deferi-la-á em vinte e
quatro horas da conclusão, realizado-se ela no prazo improrrogável de cinco
dias. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º Admitir-se-ão como meios de prova para apreciação pelo Tribunal as
justificações e as perícias processadas perante o juiz eleitoral da zona, com
citação dos partidos que concorreram ao pleito e do representante do Minis-
tério Público. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Indeferindo o relator a prova, serão os autos, a requerimento do in-
teressado, nas vinte e quatro horas seguintes, presentes à primeira sessão do
Tribunal, que deliberará a respeito. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º Protocoladas as diligências probatórias, ou com a juntada das justifi-
cações ou diligências, a Secretaria do Tribunal abrirá, sem demora, vista dos
autos, por vinte e quatro horas, seguidamente, ao recorrente e ao recorrido
para dizerem a respeito. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 4º Findo o prazo acima, serão os autos conclusos ao relator. (Incluído
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 271. O relator devolverá os autos à Secretaria no prazo improrrogá-
vel de 8 (oito) dias para, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes, ser o caso
incluído na pauta de julgamento do Tribunal.

2015
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Tratando-se de recurso contra a expedição de diploma, os autos, uma


vez devolvidos pelo relator, serão conclusos ao juiz imediato em antiguidade
como revisor, o qual deverá devolvê-los em 4 (quatro) dias.
§ 2º As pautas serão organizadas com um número de processos que pos-
sam ser realmente julgados, obedecendo-se rigorosamente a ordem da devo-
lução dos mesmos à Secretaria pelo Relator, ou Revisor, nos recursos contra
a expedição de diploma, ressalvadas as preferências determinadas pelo regi-
mento do Tribunal.
Art. 272. Na sessão do julgamento, uma vez feito o relatório pelo relator,
cada uma das partes poderá, no prazo improrrogável de dez minutos, susten-
tar oralmente as suas conclusões.
Parágrafo único. Quando se tratar de julgamento de recursos contra a
expedição de diploma, cada parte terá vinte minutos para sustentação oral.
Art. 273. Realizado o julgamento, o relator, se vitorioso, ou o relator de-
signado para redigir o acórdão, apresentará a redação deste, o mais tardar,
dentro em 5 (cinco) dias.
§ 1º O acórdão conterá uma síntese das questões debatidas e decididas.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, se o Tribunal dispuser
de serviço taquigráfico, serão juntas ao processo as notas respectivas.
Art. 274. O acórdão, devidamente assinado, será publicado, valendo como
tal a inserção da sua conclusão no órgão oficial.
§1º Se o órgão oficial não publicar o acórdão no prazo de 3 (três) dias, as
partes serão intimadas pessoalmente e, se não forem encontradas no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas, a intimação se fará por edital afixado no Tribu-
nal, no local de costume.
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplicar-se-á a todos os casos de ci-
tação ou intimação.
Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas hipóteses previs-
tas no Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015)
(Vigência)

2016
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Os embargos de declaração serão opostos no prazo de 3 (três) dias,


contado da data de publicação da decisão embargada, em petição dirigida ao
juiz ou relator, com a indicação do ponto que lhes deu causa. (Redação dada
pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 2º Os embargos de declaração não estão sujeitos a preparo. (Redação
dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. (Redação dada pela Lei
n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 4º Nos tribunais: (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente,
proferindo voto; (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
II – não havendo julgamento na sessão referida no inciso I, será o recurso
incluído em pauta; (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
III – vencido o relator, outro será designado para lavrar o acórdão. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 5º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso. (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 6º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o
juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pa-
gar ao embargado multa não excedente a 2 (dois) salários-mínimos. (Incluído
pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 7º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelató-
rios, a multa será elevada a até 10 (dez) salários-mínimos. (Incluído pela Lei
n. 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas, salvo os
casos seguintes em que cabe recurso para o Tribunal Superior:
I – especial:
a) quando forem proferidas contra expressa disposição de lei;
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais
tribunais eleitorais.

2017
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – ordinário:
a) quando versarem sobre expedição de diplomas nas eleições federais e
estaduais;
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
§ 1º É de 3 (três) dias o prazo para a interposição do recurso, contado da
publicação da decisão nos casos dos n. I, letras a e b e II, letra b e da sessão
da diplomação no caso do n. II, letra a.
§ 2º Sempre que o Tribunal Regional determinar a realização de novas
eleições, o prazo para a interposição dos recursos, no caso do n. II, a, contar-
-se-á da sessão em que, feita a apuração das sessões renovadas, for procla-
mado o resultado das eleições suplementares.
Art. 277. Interposto recurso ordinário contra decisão do Tribunal Regio-
nal, o presidente poderá, na própria petição, mandar abrir vista ao recorrido
para que, no mesmo prazo, ofereça as suas razões.
Parágrafo único. Juntadas as razões do recorrido, serão os autos remeti-
dos ao Tribunal Superior.
Art. 278. Interposto recurso especial contra decisão do Tribunal Regional,
a petição será juntada nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes e os autos
conclusos ao presidente dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º O presidente, dentro em 48 (quarenta e oito) horas do recebimento
dos autos conclusos, proferirá despacho fundamentado, admitindo ou não o
recurso.
§ 2º Admitido o recurso, será aberta vista dos autos ao recorrido para que,
no mesmo prazo, apresente as suas razões.
§ 3º Em seguida serão os autos conclusos ao presidente, que mandará
remetê-los ao Tribunal Superior.
Art. 279. Denegado o recurso especial, o recorrente poderá interpor, den-
tro em 3 (três) dias, agravo de instrumento.
§ 1º O agravo de instrumento será interposto por petição que conterá:
I – a exposição do fato e do direito;

2018
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – as razões do pedido de reforma da decisão;


III – a indicação das peças do processo que devem ser trasladadas.
§ 2º Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão recorrida e a certidão
da intimação.
§ 3º Deferida a formação do agravo, será intimado o recorrido para, no
prazo de 3 (três) dias, apresentar as suas razões e indicar as peças dos autos
que serão também trasladadas.
§ 4º Concluída a formação do instrumento o presidente do Tribunal deter-
minará a remessa dos autos ao Tribunal Superior, podendo, ainda, ordenar a
extração e a juntada de peças não indicadas pelas partes.
§ 5º O presidente do Tribunal não poderá negar seguimento ao agravo,
ainda que interposto fora do prazo legal.
§ 6º Se o agravo de instrumento não for conhecido, porque interposto fora
do prazo legal, o Tribunal Superior imporá ao recorrente multa correspon-
dente a valor do maior salário-mínimo vigente no país, multa essa que será
inscrita e cobrada na forma prevista no art. 367.
§ 7º Se o Tribunal Regional dispuser de aparelhamento próprio, o instru-
mento deverá ser formado com fotocópias ou processos semelhantes, pagas
as despesas, pelo preço do custo, pelas partes, em relação às peças que in-
dicarem.

CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS NO TRIBUNAL SUPERIOR

Art. 280. Aplicam-se ao Tribunal Superior as disposições dos artigos. 268,


269, 270, 271 (caput), 272, 273, 274 e 275.
Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior, salvo as que
declararem a invalidade de lei ou ato contrário à Constituição Federal e as
denegatórias de “habeas corpus”ou mandado de segurança, das quais caberá
recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, interposto no prazo de 3
(três) dias.

2019
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Juntada a petição nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes, os autos


serão conclusos ao presidente do Tribunal, que, no mesmo prazo, proferirá
despacho fundamentado, admitindo ou não o recurso.
§ 2º Admitido o recurso será aberta vista dos autos ao recorrido para que,
dentro de 3 (três) dias, apresente as suas razões.
§ 3º Findo esse prazo os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Fe-
deral.
Art. 282. Denegado recurso, o recorrente poderá interpor, dentro de 3
(três) dias, agravo de instrumento, observado o disposto no Art. 279 e seus
parágrafos, aplicada a multa a que se refere o § 6º pelo Supremo Tribunal
Federal.

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES PENAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários


da Justiça Eleitoral:
I – os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam
presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função
por designação de Tribunal Eleitoral;
II – Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleito-
ral;
III – Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou
Juntas Apuradoras;
IV – Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos
indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remu-
neração, exerce cargo, emprego ou função pública.

2020
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou


função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista.
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se
que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de
reclusão.
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem
mencionar o “quantum”, deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guar-
dados os limites da pena cominada ao crime.
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional,
de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é, no
mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa.
§ 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do
juiz, devendo este ter em conta as condições pessoais e econômicas do con-
denado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região, nem
superior ao valor de um salário-mínimo mensal.
§ 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder
o máximo genérico caput, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao
crime de que se trate.
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais
do Código Penal.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio
ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as normas deste Código e as re-
missões a outra lei nele contempladas.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES ELEITORAIS

Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:


Pena – Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.

2021
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer


dispositivo deste Código.
Pena – Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.
Pena – Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento le-
gal, a inscrição requerida:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena – Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a 60 dias-
-multa.
Art. 294. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 14.4.1994)
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena – Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;
Pena – Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena – Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, de-
legado de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Pena – Reclusão até quatro anos.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para ou-
trem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto
e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir al-
guém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.

2022
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar,


ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados
não sejam conseguidos:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar
ou fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer for-
ma, inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo: (Re-
dação dada pelo Decreto-Lei n. 1.064, de 24.10.1969)
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300
dias-multa. ((Redação dada pelo Decreto-Lei n. 1.064, de 24.10.1969)
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realiza-
ção de eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o
fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de
transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou
candidato:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz elei-
toral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados
a votar:
Pena – pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer
forma marcada:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que
não a de entrega da mesma ao eleitor.

2023
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.


Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa receptora que seja prati-
cada, qualquer irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no
caso do Art. 311:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos
casos expressamente previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora,
que o voto seja admitido:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o
eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o presidente da mesa.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de
apuração imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à
subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pe-
los fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena – pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem for procedida
pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários
que não expedirem imediatamente o respectivo boletim.
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apu-
radas na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de
cada seção e antes de passar à subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que
dispensada a providencia pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos for
procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os
mesários que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.

2024
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida


por qualquer candidato ou lançar nesses documentos votação que não corres-
ponda às cédulas apuradas:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apura-
ção os protestos devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância
superior:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando
qualquer eleitor houver votado sob impugnação (art. 190):
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou
mais partidos:
Pena – detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais par-
tidos:
Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro
de partido:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa.
Art. 322. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inveridicos, em relação
a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleito-
rado:
Pena – detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150
dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa,
rádio ou televisão.

2025
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de


propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-
-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a pro-
pala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é ad-
mitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido,
não foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de
propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-
-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de
propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natu-
reza ou meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-
-multa, além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.

2026
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326, aumentam-se


de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da ofensa.
Art. 328. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 329. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara o dano
antes da sentença final, o juiz pode reduzir a pena.
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamen-
te empregado:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 333. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mer-
cadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o res-
ponsável for candidato.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua
estrangeira:
Pena – detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo
importa na apreensão e perda do material utilizado na propaganda.
Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos
artigos. 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o
juiz verificar, de acordo com o seu livre convencionamento, se diretório local
do partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de de-
lito, ou dela se beneficiou conscientemente.

2027
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório responsável pena


de suspensão de sua atividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada
até o dôbro nas reincidências.
Ar. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gôzo dos
seus direitos políticos, de atividades partidárias inclusive comícios e atos de
propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emisso-
ras de rádio ou televisão que autorizar transmissões de que participem os
mencionados neste artigo, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os
pronunciamentos.
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art.
239:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documen-
tos relativos à eleição:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuita-
mente, subtrair ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso
exclusivo da Justiça Eleitoral:
Pena – reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer ou-
tro funcionário de órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões,
citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

2028
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal,


denúncia ou deixar de promover a execução de sentença condenatória:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário
dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por
este Código, se a infração não estiver sujeita a outra penalidade: (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Pena – pagamento de trinta a noventa dias-multa. (Redação dada pela Lei
n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os
servidores que prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de
partido que derem causa à infração.
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, or-
dens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-
-multa.
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal inclusive Fundação do Estado.

2029
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar


documento particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
-multa se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário públi-
co e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou altera-
ção é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para os efeitos pe-
nais, a fotografia, o filme cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de di-
tafone a que se incorpore declaração ou imagem destinada à prova de fato
juridicamente relevante.
Ar. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, fir-
ma ou letra que o não seja, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
-multa se o documento é particular.
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados,
a que se referem os artigos. 348 a 352:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou
particular, material ou ideologicamente falso para fins eleitorais:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da cam-
panha, ou quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores

2030
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio: (Incluí-


do pela Lei n. 13.488, de 2017)
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 13.488,
de 2017)

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DAS INFRAÇÕES

Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.


Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste
Código deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verifi-
cou.
§ 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial
reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a
remeterá ao órgão do Ministério Público local, que procederá na forma deste
Código.
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou outros elementos de convicção, deverá re-
quisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam
fornecê-los.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a de-
núncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denún-
cia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procu-
rador Regional, e este oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se

2031
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das


testemunhas.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo le-
gal representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração
da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará
ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo pra-
zo, oferecerá a denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do
Ministério Público se o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.
Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:
I – o fato narrado evidentemente não constituir crime;
II – já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III – for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela
lei para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da denúncia não
obstará ao exercício da ação penal, desde que promovida por parte legítima
ou satisfeita a condição.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoi-
mento pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Mi-
nistério Público. (Redação dada pela Lei n. 10.732, de 5.9.2003)
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias
para oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas. (Incluído pela Lei n.
10.732, de 5.9.2003)
Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas
as diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo
juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e
defesa - para alegações finais.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de
quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.

2032
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso


para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, baixarão
imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença, que
será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da vista ao Ministério
Público.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a
execução da sentença serão aplicadas as normas constantes dos parágrafos
3º, 4º e 5º do Art. 357.
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns
que lhes forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes
digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de
Processo Penal.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 365. O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é obrigatório e não


interrompe o interstício de promoção dos funcionários para ele requisitados.
Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da Justiça Eleitoral não po-
derão pertencer a diretório de partido político ou exercer qualquer atividade
partidária, sob pena de demissão.
Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa, salvo no caso das
condenações criminais, obedecerão às seguintes normas:
I – No arbitramento será levada em conta a condição econômica do eleitor;
II – Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento do eleitor, o pagamento
será feito através de selo federal inutilizado no próprio requerimento ou no
respectivo processo;
III – Se o eleitor não satisfizer o pagamento no prazo de 30 (trinta) dias,
será considerada dívida líquida e certa, para efeito de cobrança mediante exe-
cutivo fiscal, a que for inscrita em livro próprio no Cartório Eleitoral;

2033
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – A cobrança judicial da dívida será feita por ação executiva na forma
prevista para a cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública, correndo a ação
perante os juízos eleitorais;
V – Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais de um Promotor de
Justiça, a cobrança da dívida far-se-á por intermédio do que for designado
pelo Procurador Regional Eleitoral;
VI – Os recursos cabíveis, nos processos para cobrança da dívida decor-
rente de multa, serão interpostos para a instância superior da Justiça Eleito-
ral;
VII – Em nenhum caso haverá recurso de ofício;
VIII – As custas, nos Estados, Distrito Federal e Territórios serão cobradas
nos termos dos respectivos Regimentos de Custas;
IX – Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais Regionais, trimestral-
mente, a importância total das multas impostas, nesse período e quanto foi
arrecadado através de pagamentos feitos na forma dos números II e III;
X – Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais Regionais ao Tribunal
Superior.
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais serão consideradas lí-
quidas e certas, para efeito de cobrança mediante executivo fiscal desde que
inscritas em livro próprio na Secretaria do Tribunal competente. (Incluído pela
Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se o juiz, ou Tribunal con-
siderar que, em virtude da situação econômica do infrator, é ineficaz, embora
aplicada no máximo. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar devidamente o seu estado
de pobreza, ficará isento do pagamento de multa. (Incluído pela Lei n. 4.961,
de 4.5.1966)
§ 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir selos, sob a designação
“Selo Eleitoral”, destinados ao pagamento de emolumentos, custas, despesas

2034
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

e multas, tanto as administrativas como as penais, devidas à Justiça Eleitoral.


(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos através de guias de
recolhimento, se a Justiça Eleitoral não dispuser de selo eleitoral em quanti-
dade suficiente para atender aos interessados. (Incluído pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
Art. 368. Os atos requeridos ou propostos em tempo oportuno, mesmo
que não sejam apreciados no prazo legal, não prejudicarão aos interessados.
Art. 368-A. A prova testemunhal singular, quando exclusiva, não será
aceita nos processos que possam levar à perda do mandato. (Incluído pela
Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 369. O Governo da União fornecerá, para ser distribuído por intermé-
dio dos Tribunais Regionais, todo o material destinado ao alistamento eleitoral
e às eleições.
Art. 370. As transmissões de natureza eleitoral, feitas por autoridades e
repartições competentes, gozam de franquia postal, telegráfica, telefônica,
radiotelegráfica ou radiotelefônica, em linhas oficiais ou nas que sejam obri-
gadas a serviço oficial.
Art. 371. As repartições públicas são obrigadas, no prazo máximo de
10 (dez) dias, a fornecer às autoridades, aos representantes de partidos ou
a qualquer alistando as informações e certidões que solicitarem relativas à
matéria eleitoral, desde que os interessados manifestem especificamente as
razões e os fins do pedido.
Art. 372. Os tabeliães não poderão deixar de reconhecer nos documentos
necessários à instrução dos requerimentos e recursos eleitorais, as firmas
de pessoas de seu conhecimento, ou das que se apresentarem com 2 (dois)
abonadores conhecidos.
Ar. 373. São isentos de selo os requerimentos e todos os papéis destina-
dos a fins eleitorais e é gratuito o reconhecimento de firma pelos tabeliães,
para os mesmos fins.

2035
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Nos processos -crimes e nos executivos fiscais referente


a cobrança de multas serão pagas custas nos termos do Regimento de Custas
de cada Estado, sendo as devidas à União pagas através de selos federais
inutilizados nos autos.
Art. 374. Os membros dos tribunais eleitorais, os juizes eleitorais e os
servidores públicos requisitados para os órgãos da Justiça Eleitoral, que, em
virtude de suas funções nos mencionados órgãos não tiverem as férias que
lhes couberem, poderão gozá-las no ano seguinte, acumuladas ou não. (Re-
dação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 375. Nas áreas contestadas, enquanto não forem fixados definiti-
vamente os limites interestaduais, far-se-ão as eleições sob a jurisdição do
Tribunal Regional da circunscrição eleitoral em que, do ponto de vista da ad-
ministração judiciária estadual, estejam elas incluídas.
Art. 376. A proposta orçamentária da Justiça Eleitoral será anualmente
elaborada pelo Tribunal Superior, de acordo com as propostas parciais que
lhe forem remetidas pelos Tribunais Regionais, e dentro das normas legais
vigentes.
Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais que se fizerem neces-
sários ao bom andamento dos serviços eleitorais, durante o exercício serão
encaminhados em relação trimestral à Câmara dos Deputados, por intermé-
dio do Tribunal Superior.
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal,
autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade man-
tida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com este,
inclusive o respectivo prédio e suas dependências não poderá ser utilizado
para beneficiar partido ou organização de caráter político.
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a qualquer
tempo, pelo órgão competente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacio-

2036
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

nal, regional ou municipal do órgão infrator mediante representação funda-


mentada partidário, ou de qualquer eleitor.
Art. 378. O Tribunal Superior organizará, mediante proposta do Corre-
gedor Geral, os serviços da Corregedoria, designando para desempenhá-los
funcionários efetivos do seu quadro e transformando o cargo de um deles,
diplomado em direito e de conduta moral irrepreensível, no de Escrivão da
Corregedoria símbolo PJ - 1, a cuja nomeação serão inerentes, assim na Se-
cretaria como nas diligências, as atribuições de titular de ofício de Justiça.
Art. 379. Serão considerados de relevância os serviços prestados pelos
mesários e componentes das Juntas Apuradoras.
§ 1º Tratando-se de servidor público, em caso de promoção a prova de ha-
ver prestado tais serviços será levada em consideração para efeito de desem-
pate, depois de observados os critérios já previstos em leis ou regulamentos.
§ 2º Persistindo o empate de que trata o parágrafo anterior, terá prefe-
rência, para a promoção, o funcionário que tenha servido maior número de
vezes.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos membros ou servidores de
Justiça Eleitoral.
Art. 380. Será feriado nacional o dia em que se realizarem eleições de
data fixada pela Constituição Federal; nos demais casos, serão as eleições
marcadas para um domingo ou dia já considerado feriado por lei anterior.
Art. 381. Esta lei não altera a situação das candidaturas a Presidente ou
Vice-Presidente da República e a Governador ou Vice-Governador de Estado,
desde que resultantes de convenções partidárias regulares e já registradas ou
em processo de registro, salvo a ocorrência de outros motivos de ordem legal
ou constitucional que as prejudiquem.
Parágrafo único. Se o registro requerido se referir isoladamente a Presi-
dente ou a Vice-Presidente da República e a Governador ou Vice-Governador
de Estado, a validade respectiva dependerá de complementação da chapa

2037
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

conjunta na firma e nos prazos previstos neste Código (Constituição, art. 81,
com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 9).
Art. 382. Este Código entrará em vigor 30 dias após a sua publicação.
Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 15 de julho de 1965. 144º da Independência e 77º da República

H. CASTELLO BRANCO

Milton Soares Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.7.1965 e retifi-


cado em 30.7.1965
*

2038
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 8.078, DE SETEMBRO DE 1990


Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do


consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º,
inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposi-
ções Transitórias.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ain-
da que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transforma-
ção, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, me-
diante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito
e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

2039
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o


atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei n. 9.008,
de 21.3.1995)
I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de con-
sumo;
II – ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumi-
dor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representa-
tivas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qua-
lidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III – harmonização dos interesses dos participantes das relações de con-
sumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal),
sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;

2040
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos


seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V – incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle
de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos
alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI  – coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no
mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida
de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos
distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII – racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII – estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo,
contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I – manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consu-
midor carente;
II – instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no
âmbito do Ministério Público;
III – criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de
consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV – criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especiali-
zadas para a solução de litígios de consumo;
V – concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações
de Defesa do Consumidor.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).

CAPÍTULO III
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

2041
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por


práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou
nocivos;
II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apre-
sentem; (Redação dada pela Lei n. 12.741, de 2012) Vigência
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comer-
ciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas;
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, in-
dividuais, coletivos e difusos;
VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à pre-
venção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos ne-
cessitados;
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;
IX – (Vetado);
X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

2042
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput  deste


artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes
de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades
administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios ge-
rais do direito, analogia, costumes e eqüidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IV
DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E DA
REPARAÇÃO DOS DANOS

Seção I
Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não


acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os con-
siderados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe
prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos
apropriados que devam acompanhar o produto.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as
informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados
que devam acompanhar o produto. (Redação dada pela Lei n. 13.486, de
2017)

2043
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utiliza-


dos no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do
consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso,
sobre o risco de contaminação. (Incluído pela Lei n. 13.486, de 2017)
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou
perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da
adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produ-
to ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade
ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua in-
trodução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que
apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades compe-
tentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
§ 2º Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão
veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do pro-
duto ou serviço.
§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou
serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
Art. 11. (Vetado).

Seção II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro,


e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes
de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apre-
sentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

2044
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele


legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias rele-
vantes, entre as quais:
I – sua apresentação;
II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor
qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será res-
ponsabilizado quando provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo
anterior, quando:
I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser
identificados;
II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, pro-
dutor, construtor ou importador;
III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua
participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da exis-
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insu-
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o con-
sumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais:

2045
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – o modo de seu fornecimento;


II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores to-
das as vítimas do evento.

SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não durá-


veis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que
os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

2046
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – o abatimento proporcional do preço.


§ 2º Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo
previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior
a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá
ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do con-
sumidor.
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1º
deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto,
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1º deste
artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos
incisos II e III do § 1º deste artigo.
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável
perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado cla-
ramente seu produtor.
§ 6º São impróprios ao uso e consumo:
I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsifica-
dos, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distri-
buição ou apresentação;
III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao
fim a que se destinam.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quan-
tidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do reci-
piente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

2047
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – o abatimento proporcional do preço;


II – complementação do peso ou medida;
III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou
modelo, sem os aludidos vícios;
IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do artigo anterior.
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou
a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões
oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que
os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta
ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e
à sua escolha:
I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devida-
mente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins
que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam
as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a repara-
ção de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que
mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
últimos, autorização em contrário do consumidor.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obri-

2048
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

gados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos es-


senciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obri-
gações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum-
pri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por ina-
dequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe
de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite,
exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções an-
teriores.
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos res-
ponderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anterio-
res.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao pro-
duto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou
importador e o que realizou a incorporação.

Seção IV
Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constata-


ção caduca em:
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não
duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
duráveis.
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva
do produto ou do término da execução dos serviços.

2049
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante
o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente,
que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II – (Vetado).
III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momen-
to em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e
de sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado).

Seção V
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da socieda-


de quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso
de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou con-
trato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falên-
cia, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
§ 1º (Vetado).
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades
controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes
deste código.
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por culpa.

2050
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua


personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.
CAPÍTULO V
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos con-


sumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele
previstas.

Seção II
Da Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veicu-


lada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegu-
rar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, ga-
rantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os
riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos re-
frigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. (In-
cluído pela Lei n. 11.989, de 2009)
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de
componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou im-
portação do produto.

2051
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser


mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal,
deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e
em todos os impressos utilizados na transação comercial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone,
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. (Incluído pela
Lei n. 11.800, de 2008).
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável
pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente
e à sua livre escolha:
I  – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,
apresentação ou publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventual-
mente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Seção III
Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor,


fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou servi-
ços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação
de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro

2052
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito


da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem,
preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
veite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valo-
res ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
§ 4º (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou co-
municação publicitária cabe a quem as patrocina.

Seção IV
Das Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:


Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: (Redação dada pela Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento
de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantita-
tivos;
II – recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata me-
dida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os
usos e costumes;
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em
vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços;

2053
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;


VI – executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autoriza-
ção expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anterio-
res entre as partes;
VII – repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a
quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei
n. 8.884, de 11.6.1994)
X – (Vetado).
X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela
Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
XI – Dispositivo incluído pela MPV n. 1.890-67, de 22.10.1999, transfor-
mado em inciso XIII, quando da conversão na Lei n. 9.870, de 23.11.1999
XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei
n. 9.008, de 21.3.1995)
XIII – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratual-
mente estabelecido. (Incluído pela Lei n. 9.870, de 23.11.1999)
XIV – permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços
de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade adminis-
trativa como máximo. (Incluído pela Lei n. 13.425, de 2017)

2054
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou en-


tregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor
orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como
as datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo pra-
zo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraen-
tes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos de-
correntes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento
prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao
regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão
respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela
restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, po-
dendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis.

Seção V
Da Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será ex-


posto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito
à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.

2055
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados


ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Ju-
rídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. (Incluído
pela Lei n. 12.039, de 2009)

Seção VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às


informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter infor-
mações negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por
ele.
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e
cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no pra-
zo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das
informações incorretas.
§ 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços
de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter
público.
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumi-
dor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito,
quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao cré-
dito junto aos fornecedores.

2056
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser


disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com defici-
ência, mediante solicitação do consumidor. (Incluído pela Lei n. 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros
atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos
e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se
a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
§ 1º É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e
consulta por qualquer interessado.
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enuncia-
das no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.
Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VI
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão


os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimen-
to prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, re-
cibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor,
ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

2057
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a


contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço,
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento
previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, du-
rante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida
mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado
e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a car-
go do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução,
de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.

Seção II
Das Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais


relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I  – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do forne-
cedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o forne-
cedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga,
nos casos previstos neste código;
III – transfiram responsabilidades a terceiros;

2058
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que colo-


quem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis
com a boa-fé ou a eqüidade;
V – (Vetado);
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;
IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora
obrigando o consumidor;
X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço
de maneira unilateral;
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou
a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, consideran-
do-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras cir-
cunstâncias peculiares ao caso.

2059
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contra-


to, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decor-
rer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3º (Vetado).
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente re-
querer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada
a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das
partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá,
entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III – acréscimos legalmente previstos;
IV – número e periodicidade das prestações;
V – soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no
seu termo não poderão ser superiores a dez por cento do valor da prestação.
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no
seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
(Redação dada pela Lei n. 9.298, de 1º.8.1996)
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou
parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante
pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda
total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadim-
plemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

2060
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º (Vetado).
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a com-
pensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí-
zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em
moeda corrente nacional.

Seção III
Dos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido apro-


vadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo for-
necedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo. 
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de
adesão do contrato.
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a
alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no
§ 2º do artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão
pelo consumidor.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior
ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Reda-
ção dada pela n. 11.785, de 2008)
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deve-
rão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5º (Vetado)

2061
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VII
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
(Vide Lei n. 8.656, de 1993)

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorren-


te e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas
relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e
serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e
controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de pro-
dutos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da
vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor,
baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com
atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão co-
missões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas re-
feridas no § 1º, sendo obrigatória a participação dos consumidores e forne-
cedores.
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para
que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de in-
teresse do consumidor, resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas,
conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de
natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;

2062
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;


VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de ativi-
dade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica-
das cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou inciden-
te de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infra-
ção, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor será apli-
cada mediante procedimento administrativo nos termos da lei, revertendo
para o fundo de que trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, sen-
do a infração ou dano de âmbito nacional, ou para os fundos estaduais de
proteção ao consumidor nos demais casos. (Vide Decreto n. 407, de 1991)
Parágrafo único. A multa será em montante nunca inferior a trezentas e não
superior a três milhões de vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN),
ou índice equivalente que venha substituí-lo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infra-
ção, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplica-
da mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que
trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou
para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos de-
mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.656, de 21.5.1993)
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e
não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência
(Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescenta-
do pela Lei n. 8.703, de 6.9.1993)

2063
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição

de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou ser-

viço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou per-

missão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento

administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios

de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto

ou serviço.

Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de

suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administra-

tiva, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada am-

pla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior

gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.

§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de

serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.

§ 2º A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as

circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou

suspensão da atividade.

§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade

administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o for-

necedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos

do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma for-

ma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local,

espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade en-

ganosa ou abusiva.

§ 2º (Vetado)

§ 3º (Vetado).

2064
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TÍTULO II
DAS INFRAÇÕES PENAIS

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas nes-


te código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as con-
dutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado).
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou pericu-
losidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publi-
cidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante re-
comendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumido-
res a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja pos-
terior à sua colocação no mercado:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do
mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente,
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando de-
terminação de autoridade competente:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à lesão corporal e à morte.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei n. 13.425, de 2017)

2065
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também ca-


racteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425,
de 2017)
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação rele-
vante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, de-
sempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser
enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser ca-
paz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão
base à publicidade:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de
reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constran-
gimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente,
a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

2066
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que


sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor
constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou de-
veria saber ser inexata:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequa-
damente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos
neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabi-
lidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta,
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião
de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior
de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamen-
tos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

2067
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-


-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o
juiz observará o disposto no art. 60, §1º do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser
impostas, cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts.
44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audi-
ência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será
fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e du-
zentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equi-
valente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado
ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código,
bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consu-
mo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados
indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

TÍTULO III
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas


poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

2068
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:


I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
Art. 82. Para os fins do art. 100, parágrafo único, são legitimados concor-
rentemente:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados con-
correntemente: (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995) (Vide Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta,
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa
dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas
ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse so-
cial evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código
são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequa-
da e efetiva tutela.

2069
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. (Vetado).


Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissí-
vel se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obten-
ção do resultado prático correspondente.
§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art.
287, do Código de Processo Civil).
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equi-
valente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e
apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento
de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Art. 85. (Vetado).
Art. 86. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adian-
tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras
despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogados, custas e despesas processuais.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.

2070
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de


regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilida-
de de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
Art. 89. (Vetado)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código
de Processo Civil e da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que
respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO II
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 81 poderão propor, em nome


próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o dis-
posto nos artigos seguintes.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome
próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o dis-
posto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como
fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para
a causa a justiça local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âm-
bito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos
de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo
Civil aos casos de competência concorrente.

2071
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de


que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte
dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica,
fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas
pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o
art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legiti-
mados de que trata o art. 81, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiverem sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legiti-
mados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
§ 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de
liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2º É competente para a execução o juízo:
I – da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execu-
ção individual;
II – da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação pre-
vista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos preju-
ízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência
no pagamento. (Vide Decreto n. 407, de 1991)

2072
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da im-


portância recolhida ao fundo criado pela Lei n.7.347 de 24 de julho de 1985,
ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de
indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do
devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das
dívidas.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados
em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do
art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida. (Vide De-
creto n. 407, de 1991)
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo
criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. (Vide Decreto n. 407, de
1991)
CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE
PRODUTOS E SERVIÇOS

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e


serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão ob-
servadas as seguintes normas:
I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II – o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá cha-
mar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Ins-
tituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar proce-
dente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo
Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar
a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirma-
tivo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador,
vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispen-
sado o litisconsórcio obrigatório com este.

2073
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor


ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o ter-
ritório nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determi-
nar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de
produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde
pública e à incolumidade pessoal.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado)

CAPÍTULO IV
DA COISA JULGADA

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici-
ência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do
inciso I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo
improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quan-
do se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para benefi-
ciar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
único do art. 81.
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudica-
rão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo,
categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pe-
dido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litiscon-
sortes poderão propor ação de indenização a título individual.

2074
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com


o art. 13 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações
de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente
ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão
as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execu-
ção, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal conde-
natória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo
único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os
efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II
e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência
nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

TÍTULO IV
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC),


os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades
privadas de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secre-
taria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substi-
tuí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa
do Consumidor, cabendo-lhe:
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de
proteção ao consumidor;
II – receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou su-
gestões apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de
direito público ou privado;

2075
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos


e garantias;
IV – informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes
meios de comunicação;
V – solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a
apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;
VI – representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de
medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
VII – levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de or-
dem administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individu-
ais dos consumidores;
VIII – solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do
Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços,
abastecimento, quantidade e segurança de bens e serviços;
IX – incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas es-
peciais, a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e
pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
X – (Vetado).
XI – (Vetado).
XII – (Vetado)
XIII – desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento
Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e
entidades de notória especialização técnico-científica.

TÍTULO V
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de forne-


cedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção
escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições

2076
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de


produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de
consumo.
§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instru-
mento no cartório de títulos e documentos.
§ 2º A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.
§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar
da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 108. (Vetado).

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 109. (Vetado).
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1º da Lei n. 7.347, de
24 de julho de 1985:
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 111. O inciso II do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985,
passa a ter a seguinte redação:
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio am-
biente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 112. O § 3º do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa
a ter a seguinte redação:
"§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por asso-
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titula-
ridade ativa".
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4º, 5º e 6º ao art. 5º. da Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985:
"§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou carac-
terística do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos


da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
de que cuida esta lei.
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados com-
promisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante com-
binações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial".
Art. 114. O art. 15 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter
a seguinte redação:
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados".
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n. 7.347, de 24 de julho
de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte
redação:
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos”.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n. 7.347, de 24 de
julho de 1985:
"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
de advogado, custas e despesas processuais".
Art. 117. Acrescente-se à Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte
dispositivo, renumerando-se os seguintes:
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e
individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu
o Código de Defesa do Consumidor".

2078
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a


contar de sua publicação.
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da Re-
pública.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.9.1990 - Edição extra e re-

tificado em 10.1.2007
*

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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LEI N. 9.613, DE MARÇO DE 1998


Vide Decreto n. 2.799, de 1998
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores;
a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta
Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS
E VALORES

Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, mo-


vimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VII – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VIII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização
de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – os converte em ativos lícitos;

2080
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda,


tem em depósito, movimenta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos ver-
dadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de
que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes pre-
vistos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do
Código Penal.
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organiza-
ção criminosa. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, co-
autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identifica-
ção dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou
valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a uti-
lização da ação controlada e da infiltração de agentes. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes


punidos com reclusão, da competência do juiz singular;
II – independem do processo e julgamento das infrações penais antece-
dentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para
os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julga-
mento; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-fi-
nanceira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Fe-
deral. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ain-
da que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto
no  art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir ad-
vogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 3º (Revogado pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou median-
te representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24
(vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam ins-
trumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos
bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou de-

2082
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preciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (Redação


dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e va-
lores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos
e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste
artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1º. (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos
ou valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e
custas. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob
constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma,
que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado
em relação ao processo principal. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informa-
ções sobre quem os detém e local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e inti-
mará o Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respec-
tivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e de-
terminará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico,
por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta ju-


dicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina: (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Dis-
trito Federal: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em insti-
tuição financeira pública, mediante documento adequado para essa finalida-
de; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por
outra instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas; e (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição
financeira pública serão debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em
subconta de restituição; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em
lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em insti-
tuição financeira pública da União; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na
forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o
trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal, será: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Jus-
tiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patri-
mônio da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorporado
ao patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado
à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da
conta judicial. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

2084
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Delegado

§ 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos valores de-


positados ou devolvidos. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e
multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no
âmbito da competência de cada ente da Federação, venham a desonerar bens
sob constrição judicial daqueles ônus. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo, os autos da
alienação serão apensados aos do processo principal. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as de-
cisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o
juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I  – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos
quais não foi dada destinação prévia; e (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após
o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesa-
do ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo
serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o saldo na conta única
do respectivo ente. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita docu-
mento de habilitação à circulação e utilização dos bens colocados sob o uso
e custódia das entidades a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e
valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto

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de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos


à disciplina definida em lei específica. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de
bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investiga-
ções. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Minis-
tério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administra-
ção dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante
termo de compromisso. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 6º A pessoa responsável pela administração dos bens: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com
o produto dos bens objeto da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situa-
ção dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos
sobre investimentos e reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a me-
didas assecuratórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que
requererá o que entender cabível. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência
da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta
ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles
utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer na-
tureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência

2086
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena pri-
vativa de liberdade aplicada.
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamen-
tarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver
sido declarada, assegurada, quanto aos processos de competência da Justiça
Federal, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,
e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a preferência
dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor
da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu
criminal ou a entidade pública, se houver interesse na sua conservação. (In-
cluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO IV
DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES PRATI-
CADOS NO ESTRANGEIRO

Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou con-


venção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente,
medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes
descritos no art. 1º praticados no estrangeiro. (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou
convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante
prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores priva-
dos sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira
competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos en-
tre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito
do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

2087
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO V
(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE


(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas


físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como ati-
vidade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de ter-
ceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermedia-
ção ou administração de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas
de negociação do mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
II – as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdên-
cia complementar ou de capitalização;
III – as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito,
bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV – as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qual-
quer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a trans-
ferência de fundos;
V – as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de
fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC); (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 167, de 2019)

2088
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Delegado

VI – as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens


móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na
sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;
VII – as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Bra-
sil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII – as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de
órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX – as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem
no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qual-
quer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer
das atividades referidas neste artigo;
X – as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobi-
liária ou compra e venda de imóveis; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
XI – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e me-
tais preciosos, objetos de arte e antiguidades.
XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou
de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que
envolvam grande volume de recursos em espécie; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIII – as juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventual-
mente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselha-
mento ou assistência, de qualquer natureza, em operações: (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou indus-
triais ou participações societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída
pela Lei n. 12.683, de 2012)

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c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento


ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza,
fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a ati-
vidades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação,
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de
atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVI – as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor
de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVIII  – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste
artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO VI
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES E MANUTENÇÃO DE REGISTROS

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:


I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos
de instruções emanadas das autoridades competentes;
II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangei-
ra, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo

2090
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela au-
toridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
III – deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compa-
tíveis com seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao
disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos compe-
tentes; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão re-
gulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Ativida-
des Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas; (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade,
forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da
lei, o sigilo das informações prestadas. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identi-
ficação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas
autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo de-
verão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do
encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também
quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em
um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglome-
rado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autori-
dade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o ca-
dastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como
de seus procuradores. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)

2091
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VII
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:


I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instru-
ções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios
indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a
qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização: (Redação dada pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas
da identificação de que trata o inciso I do mencionado artigo; e (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua ativi-
dade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles
estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou operações pas-
síveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I
deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas características,
no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instru-
mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não
acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso
II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscaliza-

2092
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

ção das pessoas a que se refere o art. 9º. (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deve-
rão ser previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limi-
tes, prazos e condições fixados pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO VIII
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores


das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos
arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação; ou (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Incluída pela
Lei n. 12.683, de 2012)
III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício
do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade,
operação ou funcionamento. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumpri-
mento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por
culpa ou dolo: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

2093
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo


assinalado pela autoridade competente;
II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada
nos termos do inciso V do art. 10; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que
se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas in-
frações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei
ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em
transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência
específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso
III do caput deste artigo.
Art. 13. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO IX
DO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

Art. 14. Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o Conselho


de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a finalidade de disciplinar,
aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências
suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo das compe-
tências de outros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida Provisória
n. 886, de 2019)
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas
no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador,
serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição
das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.

2094
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de coopera-


ção e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no
combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
§ 3º O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as in-
formações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em ativi-
dades suspeitas. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração
dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Art. 16. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)
Art. 17. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO X
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Decreto-Lei


n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), no que não
forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, ex-
clusivamente, aos dados cadastrais do investigado que informam qualifica-
ção pessoal, filiação e endereço, independentemente de autorização judicial,
mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições
financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão
de crédito. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias
em resposta às ordens judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão
ser, sempre que determinado, em meio informático, e apresentados em ar-

2095
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

quivos que possibilitem a migração de informações para os autos do processo


sem redigitação. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afasta-
do, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que
o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados
fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir
do início do exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou ao do
pagamento do tributo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Iris Rezende
Luiz Felipe Lampreia
Pedro Malan

Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.3.1998


*

2096
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 9.503, DE SETEMBRO DE 1997 (CTB)

Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território


nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e
animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação,
parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos
órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes
cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas desti-
nadas a assegurar esse direito.
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito
respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por da-
nos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução
e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do
direito do trânsito seguro.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional
de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a
preservação da saúde e do meio ambiente.
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logra-
douros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu

2097
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de


acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias ter-
restres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes
aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de
estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo. (Redação dada
pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo,
bem como aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangei-
ros e às pessoas nele expressamente mencionadas.
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste Có-
digo são os constantes do Anexo I.

CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por fina-
lidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatiza-
ção, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e
reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário,
policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação
de penalidades.
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:
I – estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à
segurança, à fluidez, ao  conforto, à  defesa ambiental e à educação para o
trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;

2098
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios


técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades de
trânsito;
III – estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações en-
tre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório
e a integração do Sistema.

Seção II
Da Composição e da Competência do Sistema Nacional de Trânsito

Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e


entidades:
I – o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema
e órgão máximo normativo e consultivo;
II – os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito
do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coor-
denadores;
III – os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
IV – os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
V – a Polícia Rodoviária Federal;
VI – as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
VII – as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto
organizado poderá celebrar convênios com os órgãos previstos no art.  7º,
com a interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente interessados,
para o fim específico de facilitar a autuação por descumprimento da legislação
de trânsito. (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)

2099
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O convênio valerá para toda a área física do porto organizado, inclu-
sive, nas áreas dos terminais alfandegados, nas estações de transbordo, nas
instalações portuárias públicas de pequeno porte e nos respectivos estacio-
namentos ou vias de trânsito internas. (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão os res-
pectivos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários,
estabelecendo os limites circunscricionais de suas atuações.
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou órgão da
Presidência responsável pela coordenação máxima do Sistema Nacional de
Trânsito, ao qual estará vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo
executivo de trânsito da União.
Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com sede no Distri-
to Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito
da União, tem a seguinte composição: (Redação dada pela Lei n.  12.865,
de 2013)
I – (VETADO)
II – (VETADO)
III – um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia;
IV – um representante do Ministério da Educação e do Desporto;
V – um representante do Ministério do Exército;
VI – um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia
Legal;
VII – um representante do Ministério dos Transportes;
VIII – (VETADO)
IX – (VETADO)
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
XII – (VETADO)

2100
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XIII – (VETADO)
XIV – (VETADO)
XV – (VETADO)
XVI – (VETADO)
XVII – (VETADO)
XVIII – (VETADO)
XIX – (VETADO)
XX  – um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do
Sistema Nacional de Trânsito;
XXI – (VETADO)
XXII – um representante do Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
XXIII – 1 (um) representante do Ministério da Justiça. (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
XXIV – 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior; (Incluído pela Lei n. 12.865, de 2013)
XXV – 1 (um) representante da Agência Nacional de Transportes Terres-
tres (ANTT). (Incluído pela Lei n. 12.865, de 2013)
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. Compete ao CONTRAN:
I – estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as di-
retrizes da Política Nacional de Trânsito;
II – coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a
integração de suas atividades;
III – (VETADO)
IV – criar Câmaras Temáticas;

2101
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o funcionamen-


to dos CETRAN e CONTRANDIFE;
VI – estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
VII – zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste
Código e nas resoluções complementares;
VIII – estabelecer e normatizar os procedimentos para a aplicação das
multas por infrações, a arrecadação e o repasse dos valores arrecadados;
(Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IX – responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à aplica-
ção da legislação de trânsito;
X – normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação, ex-
pedição de documentos de condutores, e registro e licenciamento de veículos;
XI – aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os
dispositivos e equipamentos de trânsito;
XII – apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias
inferiores, na forma deste Código;
XIII – avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de com-
petência ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões admi-
nistrativas; e
XIV  – dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no
âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal.
XV – normatizar o processo de formação do candidato à obtenção da Car-
teira Nacional de Habilitação, estabelecendo seu conteúdo didático-pedagógi-
co, carga horária, avaliações, exames, execução e fiscalização. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CONTRAN,
são integradas por especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer su-
gestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos para decisões da-
quele colegiado.

2102
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de órgãos


e entidades executivos da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito,
além de especialistas representantes dos diversos segmentos da sociedade
relacionados com o trânsito, todos indicados segundo regimento específico
definido pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente coordenador
máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo anterior, se-
rão representados por pessoa jurídica e devem atender aos requisitos esta-
belecidos pelo CONTRAN.
§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos pelos respec-
tivos membros.
§ 4º (VETADO)
I – (VETADO)
II – (VETADO)
III – (VETADO)
IV – (VETADO)
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao
Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
das respectivas atribuições;
II – elaborar normas no âmbito das respectivas competências;
III – responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos pro-
cedimentos normativos de trânsito;
IV – estimular e orientar a execução de campanhas educativas de trânsito;
V – julgar os recursos interpostos contra decisões:
a) das JARI;
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidão
permanente constatados nos exames de aptidão física, mental ou psicológica;

2103
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – indicar um representante para compor a comissão examinadora de


candidatos portadores de deficiência física à habilitação para conduzir veícu-
los automotores;
VII – (VETADO)
VIII – acompanhar e coordenar as atividades de administração, educa-
ção, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, formação
de condutores, registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos do
Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN;
IX – dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âm-
bito dos Municípios; e
X – informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências definidas
nos §§ 1º e 2º do art. 333.
XI – designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de reavaliação
dos exames, junta especial de saúde para examinar os candidatos à habilita-
ção para conduzir veículos automotores. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo órgão, não
cabe recurso na esfera administrativa.
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados
pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente, e de-
verão ter reconhecida experiência em matéria de trânsito.
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados pelos
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente.
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão ser pessoas de
reconhecida experiência em trânsito.
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRANDIFE é de dois
anos, admitida a recondução.
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodovi-
ário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, ór-
gãos colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos con-
tra penalidades por eles impostas.

2104
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o disposto no


inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro do órgão ou entidade
junto ao qual funcionem.
Art. 17. Compete às JARI:
I – julgar os recursos interpostos pelos infratores;
II – solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários informações complementares relativas aos recursos, objetivando
uma melhor análise da situação recorrida;
III – encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e execu-
tivos rodoviários informações sobre problemas observados nas autuações e
apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.
Art. 18. (VETADO)
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das nor-
mas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de suas atribuições;
II – proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos delega-
dos, ao controle e à fiscalização da execução da Política Nacional de Trânsito
e do Programa Nacional de Trânsito;
III – articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de
Transporte e de Segurança Pública, objetivando o combate à violência no
trânsito, promovendo, coordenando e executando o controle de ações para a
preservação do ordenamento e da segurança do trânsito;
IV – apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbidade contra a
fé pública, o patrimônio, ou a administração pública ou privada, referentes à
segurança do trânsito;
V – supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados
com a engenharia, educação, administração, policiamento e fiscalização do
trânsito e outros, visando à uniformidade de procedimento;
VI – estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habilitação de
condutores de veículos, a expedição de documentos de condutores, de regis-
tro e licenciamento de veículos;

2105
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação,


os Certificados de Registro e o de Licenciamento Anual mediante delegação
aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal;
VIII – organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação
- RENACH;
IX – organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores -
RENAVAM;
X – organizar a estatística geral de trânsito no território nacional, definindo
os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e promover sua divulgação;
XI – estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre as ocor-
rências de acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
XII – administrar fundo de âmbito nacional destinado à segurança e à
educação de trânsito;
XIII – coordenar a administração do registro das infrações de trânsito, da
pontuação e das penalidades aplicadas no prontuário do infrator, da arreca-
dação de multas e do repasse de que trata o § 1º do art. 320; (Redação dada
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
XIV – fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito
informações sobre registros de veículos e de condutores, mantendo o fluxo
permanente de informações com os demais órgãos do Sistema;
XV – promover, em conjunto com os órgãos competentes do Ministério da
Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a elabo-
ração e a implementação de programas de educação de trânsito nos estabe-
lecimentos de ensino;
XVI – elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a educação de
trânsito;
XVII – promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o trânsito;
XVIII – elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades do Sis-
tema Nacional de Trânsito, e submeter à aprovação do CONTRAN, a comple-
mentação ou alteração da sinalização e dos dispositivos e equipamentos de
trânsito;

2106
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Delegado

XIX – organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e normas de


projetos de implementação da sinalização, dos dispositivos e equipamentos
de trânsito aprovados pelo CONTRAN;
XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o certifica-
do de passagem nas alfândegas mediante delegação aos órgãos executivos
dos Estados e do Distrito Federal ou a entidade habilitada para esse fim pelo
poder público federal; (Redação dada pela lei n. 13.258, de 2016)
XXI – promover a realização periódica de reuniões regionais e congressos
nacionais de trânsito, bem como propor a representação do Brasil em con-
gressos ou reuniões internacionais;
XXII – propor acordos de cooperação com organismos internacionais, com
vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segurança e educação de
trânsito;
XXIII – elaborar projetos e programas de formação, treinamento e espe-
cialização do pessoal encarregado da execução das atividades de engenharia,
educação, policiamento ostensivo, fiscalização, operação e administração de
trânsito, propondo medidas que estimulem a pesquisa científica e o ensino
técnico-profissional de interesse do trânsito, e promovendo a sua realização;
XXIV – opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interestadual e in-
ternacional;
XXV – elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as normas e requisi-
tos de segurança veicular para fabricação e montagem de veículos, consoante
sua destinação;
XXVI – estabelecer procedimentos para a concessão do código marca-mo-
delo dos veículos para efeito de registro, emplacamento e licenciamento;
XXVII – instruir os recursos interpostos das decisões do CONTRAN, ao mi-
nistro ou dirigente coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
XXVIII – estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê-
-los, com proposta de solução, ao Ministério ou órgão coordenador máximo
do Sistema Nacional de Trânsito;

2107
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Delegado

XXIX  – prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao


CONTRAN.
XXX – organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de Trânsito
(Renainf). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técnica ou admi-
nistrativa ou a prática constante de atos de improbidade contra a fé pública,
contra o patrimônio ou contra a administração pública, o órgão executivo de
trânsito da União, mediante aprovação do CONTRAN, assumirá diretamente
ou por delegação, a execução total ou parcial das atividades do órgão exe-
cutivo de trânsito estadual que tenha motivado a investigação, até que as
irregularidades sejam sanadas.
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União disporá
sobre sua estrutura organizacional e seu funcionamento.
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviá-
rios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fornecerão,
obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísticos para os fins previstos no
inciso X.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e
estradas federais:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
de suas atribuições;
II – realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relaciona-
das com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumi-
dade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;
III – aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito,
as medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada
e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas su-
perdimensionadas ou perigosas;

2108
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Delegado

IV – efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos servi-


ços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
V – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segu-
rança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de
carga indivisível;
VI – assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar
ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumpri-
mento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a
interdição de construções e instalações não autorizadas;
VII – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de
trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preven-
tivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;
VIII – implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Edu-
cação de Trânsito;
IX – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
X – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trân-
sito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de
sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e
à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de
uma para outra unidade da Federação;
XI – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no
art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
ambientais.
Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circuns-
crição:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
de suas atribuições;

2109
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Delegado

II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de


pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da
segurança de ciclistas;
III – implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos
e os equipamentos de controle viário;
IV – coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas
causas;
V – estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento ostensivo de
trânsito, as respectivas diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
VI – executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades de
advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas administrativas cabí-
veis, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VII – arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
VIII – fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas
cabíveis, relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos
veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
IX – fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as
penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
X – implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Progra-
ma Nacional de Trânsito;
XI – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XII – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trân-
sito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de
sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e
à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de
uma para outra unidade da Federação;
XIII – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no

2110
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Delegado

art. 66, além de dar apoio às ações específicas dos órgãos ambientais locais,
quando solicitado;
XIV – vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para tran-
sitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circula-
ção desses veículos.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Es-
tados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
das respectivas atribuições;
II – realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, aperfeiçoamen-
to, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e cassar Licença de Apren-
dizagem, Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante
delegação do órgão federal competente;
III – vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular, re-
gistrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veículos, expedindo o Certificado
de Registro e o Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão federal
competente;
IV – estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as diretrizes para
o policiamento ostensivo de trânsito;
V – executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas admi-
nistrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Código, excetuadas aque-
las relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do Poder
de Polícia de Trânsito;
VI – aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, com ex-
ceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando os
infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VII – arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos;

2111
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VIII – comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e


a cassação do direito de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de Ha-
bilitação;
IX – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trân-
sito e suas causas;
X – credenciar órgãos ou entidades para a execução de atividades previs-
tas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em norma do CONTRAN;
XI – implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Progra-
ma Nacional de Trânsito;
XII – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XIII – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XIV – fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários municipais, os dados cadastrais dos veículos registrados e dos
condutores habilitados, para fins de imposição e notificação de penalidades e
de arrecadação de multas nas áreas de suas competências;
XV – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no
art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
ambientais locais;
XVI – articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito
no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN.
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal:
I – (VETADO)
II – (VETADO)

2112
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III – executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme convênio fir-


mado, como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito ou execu-
tivos rodoviários, concomitantemente com os demais agentes credenciados;
IV – (VETADO)
V – (VETADO)
VI – (VETADO)
VII – (VETADO)
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Mu-
nicípios, no âmbito de sua circunscrição: (Redação dada pela Lei n. 13.154,
de 2015)
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
de suas atribuições;
II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de
pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da
segurança de ciclistas;
III – implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos
e os equipamentos de controle viário;
IV – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de
trânsito e suas causas;
V – estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trân-
sito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
VI – executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de
uso público e edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas
administrativas cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e multa,
por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código,
no exercício regular do poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e
arrecadando as multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de
edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações de uso de vagas
reservadas em estacionamentos; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)

2113
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infra-


ções de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, notifi-
cando os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VIII – fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas
cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos
veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
IX – fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as
penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
X – implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago
nas vias;
XI – arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
XII – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de se-
gurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte
de carga indivisível;
XIII – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários dos condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XIV – implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa
Nacional de Trânsito;
XV – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XVI – planejar e implantar medidas para redução da circulação de veícu-
los e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de
poluentes;
XVII – registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração
e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando
penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações; (Redação dada
pela Lei n. 13.154, de 2015)

2114
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Delegado

XVIII – conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana


e de tração animal;
XIX – articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito
no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN;
XX – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no
art.  66, além de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local,
quando solicitado;
XXI – vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para tran-
sitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circula-
ção desses veículos.
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão exer-
cidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade executivos de trânsito.
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Municí-
pios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme previsto
no art. 333 deste Código.
Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de Trânsi-
to poderão celebrar convênio delegando as atividades previstas neste Código,
com vistas à maior eficiência e à segurança para os usuários da via.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão prestar servi-
ços de capacitação técnica, assessoria e monitoramento das atividades relati-
vas ao trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as partes, com ressar-
cimento dos custos apropriados.

CAPÍTULO III
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA

Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:


I – abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o
trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a pro-
priedades públicas ou privadas;

2115
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Delegado

II – abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, de-


positando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando
qualquer outro obstáculo.
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o con-
dutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos
equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de
combustível suficiente para chegar ao local de destino.
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
obedecerá às seguintes normas:
I – a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções
devidamente sinalizadas;
II – o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal
entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista,
considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circu-
lação, do veículo e as condições climáticas;
III – quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproxima-
rem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que
estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
IV – quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação
no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos
mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles desti-
nada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos
veículos de maior velocidade;
V – o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só
poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais
de estacionamento;

2116
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Delegado

VI – os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem,


respeitadas as demais normas de circulação;
VII  – os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os  de
polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de
prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada,
quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, obser-
vadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade
dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa
da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio,
só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha inter-
mitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as
demais normas deste Código;
VIII – os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando
em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local
da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar
identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;
IX – a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita
pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas es-
tabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver
sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
X – todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-
-se de que:
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para
ultrapassá-lo;

2117
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propó-


sito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente
para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha
em sentido contrário;
XI – todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz in-
dicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma
que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem,
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencio-
nal de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou
obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;
XII – os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de pas-
sagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação.
XIII – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X
e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser reali-
zada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita.
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste
artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre res-
ponsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motoriza-
dos e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propó-
sito de ultrapassá-lo, deverá:
I – se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa
da direita, sem acelerar a marcha;
II – se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual
está circulando, sem acelerar a marcha.

2118
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter


distância suficiente entre si para permitir que veículos que os ultrapassem
possam se intercalar na fila com segurança.
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de
transporte coletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque
de passageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com atenção redobrada
ou parar o veículo com vistas à segurança dos pedestres.
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo
sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem
visibilidade suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas
travessias de pedestres, exceto quando houver sinalização permitindo a ul-
trapassagem.
Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efe-
tuar ultrapassagem.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-
-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que
o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua
direção e sua velocidade.
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamen-
to lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a
devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou
fazendo gesto convencional de braço.
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de
faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos.
Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote
lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por
ela estejam transitando.
Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a
operação de retorno deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes
não existirem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à direita, para
cruzar a pista com segurança.

2119
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes


lindeiros, o condutor deverá:
I  – ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do
bordo direito da pista e executar sua manobra no menor espaço possível;
II – ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de
seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma
pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de
uma pista de um só sentido.
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor
deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem
em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas
de preferência de passagem.
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos lo-
cais para isto determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existên-
cia de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições
de segurança e fluidez, observadas as características da via, do veículo, das
condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas.
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:
I – o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa,
durante a noite e durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e
nas rodovias; (Redação dada pela Lei n. 13.290, de 2016) (Vigência)
II – nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cru-
zar com outro veículo ou ao segui-lo;
III – a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período
de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utili-
zada para indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou
para indicar a existência de risco à segurança para os veículos que circulam
no sentido contrário;
IV – o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posição do veículo
quando sob chuva forte, neblina ou cerração;

2120
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:


a) em imobilizações ou situações de emergência;
b) quando a regulamentação da via assim o determinar;
VI – durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de
placa;
VII – o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o
veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros
e carga ou descarga de mercadorias.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular de passageiros,
quando circularem em faixas próprias a eles destinadas, e os ciclos motoriza-
dos deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e a noite.
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que
em toque breve, nas seguintes situações:
I – para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;
II – fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condu-
tor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo
por razões de segurança.
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constante-
mente as condições físicas da via, do veículo e da carga, as condições mete-
orológicas e a intensidade do trânsito, obedecendo aos limites máximos de
velocidade estabelecidos para a via, além de:
I – não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem
causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida;
II – sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes
certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros
condutores, a não ser que haja perigo iminente;
III – indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização
devida, a manobra de redução de velocidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do


veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade mo-
derada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passa-
gem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável,
nenhum condutor pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de
ser obrigado a imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou im-
pedindo a passagem do trânsito transversal.
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um ve-
ículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser providenciada a
imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá res-
tringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de passa-
geiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a loco-
moção de pedestres.
Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada esta-
cionamento.
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estaciona-
mentos, o  veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao
bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas
as exceções devidamente sinalizadas.
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacionados
ou em operação de carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de
rolamento.
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será feito
em posição perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo
quando houver sinalização que determine outra condição.
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá
ser feito somente nos locais previstos neste Código ou naqueles regulamen-
tados por sinalização específica.

2122
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo,


deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso
não constitui perigo para eles e para outros usuários da via.
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do
lado da calçada, exceto para o condutor.
Art. 50. O  uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às
estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança do trânsito estabe-
lecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por
unidades autônomas, a sinalização de regulamentação da via será implanta-
da e mantida às expensas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da
pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não
houver faixa especial a eles destinada, devendo seus condutores obedecer, no
que couber, às normas de circulação previstas neste Código e às que vierem
a ser fixadas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias
quando conduzidos por um guia, observado o seguinte:
I – para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos em
grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços sufi-
cientes para não obstruir o trânsito;
II – os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser man-
tidos junto ao bordo da pista.
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só po-
derão circular nas vias:
I – utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;
II – segurando o guidom com as duas mãos;
III – usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.

2123
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só


poderão ser transportados:
I – utilizando capacete de segurança;
II – em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar
atrás do condutor;
III – usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.
Art. 56. (VETADO)
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de
rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo
direito da pista sempre que não houver acostamento ou faixa própria a eles
destinada, proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as
calçadas das vias urbanas.
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais faixas de trân-
sito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo,
os ciclomotores deverão circular pela faixa adjacente à da direita.
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de
bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acosta-
mento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de
rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com
preferência sobre os veículos automotores.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via
poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos
veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou
entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicle-
tas nos passeios.
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, clas-
sificam-se em:
I – vias urbanas:

2124
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) via de trânsito rápido;


b) via arterial;
c) via coletora;
d) via local;
II – vias rurais:
a) rodovias;
b) estradas.
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio
de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de
trânsito.
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima
será de:
I – nas vias urbanas:
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
II – nas vias rurais:
a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela Lei n.  13.281, de
2016) (Vigência)
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis, camio-
netas e motocicletas; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos; (Re-
dação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
3. (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e
motocicletas; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos; (In-


cluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora). (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição so-
bre a via poderá regulamentar, por meio de sinalização, velocidades superio-
res ou inferiores àquelas estabelecidas no parágrafo anterior.
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da veloci-
dade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito
e da via.
Art. 63. (VETADO)
Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transpor-
tadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN.
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passa-
geiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamen-
tadas pelo CONTRAN.
Art. 66. (VETADO)
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em
via aberta à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão
da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de:
I – autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de en-
tidades estaduais a ela filiadas;
II – caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;
III – contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros;
IV – prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacionais
em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá.
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbitrará os
valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de seguro. 

2126
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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CAPÍTULO III-A
(INCLUÍDO LEI N. 12.619, DE 2012) (VIGÊNCIA)
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS PROFISSIONAIS

Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas profissio-


nais: (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
I – de transporte rodoviário coletivo de passageiros; (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
II – de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 8º (VETADO). (Incluído Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 67-B. (VETADO). (Incluído Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 (cin-
co) horas e meia ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de
passageiros ou de transporte rodoviário de cargas. (Redação dada pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada
6 (seis) horas na condução de veículo de transporte de carga, sendo facultado
o seu fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5
(cinco) horas e meia contínuas no exercício da condução. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4
(quatro) horas na condução de veículo rodoviário de passageiros, sendo fa-

2127
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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cultado o seu fracionamento e o do tempo de direção. (Incluído pela Lei


n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de
direção, devidamente registradas, o tempo de direção poderá ser elevado
pelo período necessário para que o condutor, o veículo e a carga cheguem
a um lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandados, desde
que não haja comprometimento da segurança rodoviária. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e quatro) ho-
ras, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser
fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos mencionados
no § 1º, observadas no primeiro período 8 (oito) horas ininterruptas de des-
canso. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º Entende-se como tempo de direção ou de condução apenas o período
em que o condutor estiver efetivamente ao volante, em curso entre a origem
e o destino. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5º Entende-se como início de viagem a partida do veículo na ida ou no
retorno, com ou sem carga, considerando-se como sua continuação as par-
tidas nos dias subsequentes até o destino. (Incluído pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 6º O condutor somente iniciará uma viagem após o cumprimento inte-
gral do intervalo de descanso previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 7º Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passageiros, em-
barcador, consignatário de cargas, operador de terminais de carga, operador
de transporte multimodal de cargas ou agente de cargas ordenará a qual-
quer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza veículo
referido no caput sem a observância do disposto no § 6º. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por controlar e registrar


o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com vistas à sua estrita obser-
vância. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º A não observância dos períodos de descanso estabelecidos no art. 67-C
sujeitará o motorista profissional às penalidades daí decorrentes, previstas
neste Código. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º O tempo de direção será controlado mediante registrador instantâneo
inalterável de velocidade e tempo e, ou por meio de anotação em diário de
bordo, ou papeleta ou ficha de trabalho externo, ou por meios eletrônicos ins-
talados no veículo, conforme norma do Contran. (Incluído pela Lei n. 13.103,
de 2015) (Vigência)
§ 3º O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcionar de forma
independente de qualquer interferência do condutor, quanto aos dados regis-
trados. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º A guarda, a preservação e a exatidão das informações contidas no
equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e de tempo
são de responsabilidade do condutor. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015)
(Vigência)

CAPÍTULO IV
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO
MOTORIZADOS

Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens


apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para cir-
culação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da
calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedes-
tre em direitos e deveres.

2129
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for
possível a utilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento
será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
segurança ficar comprometida.
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não for
possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na pista de rolamento,
será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
única, em sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em locais
proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar compro-
metida.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem cons-
truídas, deverá ser previsto passeio destinado à circulação dos pedestres, que
não deverão, nessas condições, usar o acostamento.
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedestres,
o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via deverá assegurar a devida
sinalização e proteção para circulação de pedestres.
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precauções
de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância
e a velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele
destinadas sempre que estas existirem numa distância de até cinqüenta me-
tros dele, observadas as seguintes disposições:
I – onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser
feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;
II – para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimita-
da por marcas sobre a pista:
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o
agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos;

2130
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de


travessia, os pedestres devem atravessar a via na continuação da calçada,
observadas as seguintes normas:
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem
fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão
aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas
delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais
com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições des-
te Código.
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de con-
trole de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham con-
cluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a
passagem dos veículos.
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá,
obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condições de
visibilidade, higiene, segurança e sinalização.

CAPÍTULO V
DO CIDADÃO

Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por es-
crito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização,
fiscalização e implantação de equipamentos de segurança, bem como sugerir
alterações em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este Código.
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Nacional de
Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e responder, por escrito, den-
tro de prazos mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimento, escla-

2131
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

recendo ou justificando a análise efetuada, e, se pertinente, informando ao


solicitante quando tal evento ocorrerá.
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer quais as atri-
buições dos órgãos e entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito
e como proceder a tais solicitações.

CAPÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever


prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão
ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito.
§  2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover,
dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o  funciona-
mento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos
pelo CONTRAN.
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os crono-
gramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas por
todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial
nos períodos referentes às férias escolares, feriados prolongados e à Semana
Nacional de Trânsito.
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão pro-
mover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com as
peculiaridades locais.
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente,
e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo
poder público são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a freqüência
recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito.

2132
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas


escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas
entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas
áreas de atuação.
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o  Ministério da
Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de
Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio,
promoverá:
I – a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar
com conteúdo programático sobre segurança de trânsito;
II – a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas esco-
las de formação para o magistério e o treinamento de professores e multipli-
cadores;
III – a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e
análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;
IV – a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos
núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração
universidades-sociedade na área de trânsito.
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da
Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional es-
clarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em caso de
acidente de trânsito.
Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por intermédio
do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas nos períodos e na
forma estabelecidos no art. 76.
Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades componentes do
Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E
para a veiculação de mensagens educativas de trânsito em todo o território
nacional, em caráter suplementar às campanhas previstas nos arts. 75 e 77.
(Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).

2133
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção,


nos meios de comunicação social, de produto oriundo da indústria automobi-
lística ou afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de trânsito a
ser conjuntamente veiculada. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 1º Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se produtos oriun-
dos da indústria automobilística ou afins: (Incluído pela Lei n. 12.006, de
2009).
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, incluídos os
de passageiros e os de carga; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos veículos
mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda de natureza
comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do produto, em qualquer das
seguintes modalidades: (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
I – rádio; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
II – televisão; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
III – jornal; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
IV – revista; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
V – outdoor. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 3º Para efeito do disposto no § 2º, equiparam-se ao fabricante o mon-
tador, o encarroçador, o importador e o revendedor autorizado dos veícu-
los e demais produtos discriminados no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 12.006, de 2009).
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em outdoor ins-
talado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva faixa de domínio,
a obrigação prevista no art. 77-B estende-se à propaganda de qualquer tipo
de produto e anunciante, inclusive àquela de caráter institucional ou eleitoral.
(Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará o con-
teúdo e o padrão de apresentação das mensagens, bem como os procedimen-

2134
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tos envolvidos na respectiva veiculação, em conformidade com as diretrizes


fixadas para as campanhas educativas de trânsito a que se refere o art. 75.
(Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo com as condi-
ções fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração punível com as seguintes
sanções: (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de qualquer
outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias; (Incluído
pela Lei n. 12.006, de 2009).
III – multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete reais) a R$
8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), cobrada do dobro até o quín-
tuplo em caso de reincidência. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)
§ 1º As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme
dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer infração
acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça publicitária até que
sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído pela
Lei n. 12.006, de 2009).
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do Traba-
lho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CONTRAN, desenvolverão
e implementarão programas destinados à prevenção de acidentes.
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores arre-
cadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de
Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre - DPVAT,
de que trata a Lei n. 6.194, de 19 de dezembro de 1974, serão repassados
mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação
exclusiva em programas de que trata este artigo.

2135
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar con-


vênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, objetivando o cumprimento das obrigações estabelecidas
neste capítulo.

CAPÍTULO VII
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, sinaliza-


ção prevista neste Código e em legislação complementar, destinada a condu-
tores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem
perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância compatí-
vel com a segurança do trânsito, conforme normas e especificações do CON-
TRAN.
§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por período
prefixado, a utilização de sinalização não prevista neste Código.
§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias internas
pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e nas
vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo
é de seu proprietário. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publici-
dade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interfe-
rir na visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do trânsito.
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos su-
portes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas
e símbolos que não se relacionem com a mensagem da sinalização.
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbolos
ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via.

2136
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via


poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qualquer elemento que
prejudique a visibilidade da sinalização viária e a segurança do trânsito, com
ônus para quem o tenha colocado.
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito com cir-
cunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão ser sinalizados com
faixas pintadas ou demarcadas no leito da via.
Art. 86. Os  locais destinados a postos de gasolina, oficinas, estaciona-
mentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas entradas e saídas devi-
damente identificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que trata o
inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as respectivas
placas indicativas de destinação e com placas informando os dados sobre a
infração por estacionamento indevido. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
(Vigência)
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
I – verticais;
II – horizontais;
III – dispositivos de sinalização auxiliar;
IV – luminosos;
V – sonoros;
VI – gestos do agente de trânsito e do condutor.
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua cons-
trução, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras ou de manutenção,
enquanto não estiver devidamente sinalizada, vertical e horizontalmente, de
forma a garantir as condições adequadas de segurança na circulação.
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá ser afixada
sinalização específica e adequada.
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:

2137
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros


sinais;
II – as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
III – as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inob-
servância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta.
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é res-
ponsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insufi-
ciência ou incorreta colocação.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à in-
terpretação, colocação e uso da sinalização.

CAPÍTULO VIII
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALIZAÇÃO
E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO

Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos a serem


adotados em todo o território nacional quando da implementação das so-
luções adotadas pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a serem
praticados por todos os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 92. (VETADO)
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar-se em pólo
atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia anuência do órgão ou
entidade com circunscrição sobre a via e sem que do projeto conste área para
estacionamento e indicação das vias de acesso adequadas.
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos e
pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve
ser devida e imediatamente sinalizado.
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações transversais e de
sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais defini-
dos pelo órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos
pelo CONTRAN.

2138
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou interromper a


livre circulação de veículos e pedestres, ou colocar em risco sua segurança,
será iniciada sem permissão prévia do órgão ou entidade de trânsito com cir-
cunscrição sobre a via.
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou manuten-
ção da obra ou do evento.
§  2º Salvo em casos de emergência, a  autoridade de trânsito com cir-
cunscrição sobre a via avisará a comunidade, por intermédio dos meios de
comunicação social, com quarenta e oito horas de antecedência, de qualquer
interdição da via, indicando-se os caminhos alternativos a serem utilizados.
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será punido com multa
de R$ 81,35 (oitenta e um reais e trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (qua-
trocentos e oitenta e oito reais e dez centavos), independentemente das co-
minações cíveis e penais cabíveis, além de multa diária no mesmo valor até
a regularização da situação, a partir do prazo final concedido pela autoridade
de trânsito, levando-se em consideração a dimensão da obra ou do evento
e o prejuízo causado ao trânsito. (Redação pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vi-
gência)
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de qualquer das
normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará
multa diária na base de cinquenta por cento do dia de vencimento ou remu-
neração devida enquanto permanecer a irregularidade.

CAPÍTULO IX
DOS VEÍCULOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 96. Os veículos classificam-se em:

2139
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – quanto à tração:


a) automotor;
b) elétrico;
c) de propulsão humana;
d) de tração animal;
e) reboque ou semirreboque;
II – quanto à espécie:
a) de passageiros:
1 - bicicleta;
2 - ciclomotor;
3 - motoneta;
4 - motocicleta;
5 - triciclo;
6 - quadriciclo;
7 - automóvel;
8 - micro-ônibus;
9 - ônibus;
10 - bonde;
11 - reboque ou semirreboque;
12 - charrete;
b) de carga:
1 - motoneta;
2 - motocicleta;
3 - triciclo;
4 - quadriciclo;
5 - caminhonete;
6 - caminhão;
7 - reboque ou semirreboque;
8 - carroça;
9 - carro de mão;

2140
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

c) misto:
1 - camioneta;
2 - utilitário;
3 - outros;
d) de competição;
e) de tração:
1 - caminhão-trator;
2 - trator de rodas;
3 - trator de esteiras;
4 - trator misto;
f) especial;
g) de coleção;
III – quanto à categoria:
a) oficial;
b) de representação diplomática, de repartições consulares de carreira ou
organismos internacionais acreditados junto ao Governo brasileiro;
c) particular;
d) de aluguel;
e) de aprendizagem.
Art. 97. As características dos veículos, suas especificações básicas, con-
figuração e condições essenciais para registro, licenciamento e circulação se-
rão estabelecidas pelo CONTRAN, em função de suas aplicações.
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autori-
zação da autoridade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veícu-
lo modificações de suas características de fábrica.
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem
alterações ou conversões são obrigados a atender aos mesmos limites e exi-
gências de emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos ambientais
competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade executora das modifica-
ções e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das
exigências.

2141
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo


peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou pela
verificação de documento fiscal, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e
peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície das vias, quando afe-
rido por equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veículos
serão aferidos de acordo com a metodologia e na periodicidade estabelecidas
pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia legal.
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar
com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com peso bruto total
combinado com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem ultra-
passar a capacidade máxima de tração da unidade tratora.
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros poderão ser dota-
dos de pneus extralargos. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralargos para os demais
veículos. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de passageiros de
até 15 m (quinze metros) de comprimento na configuração de chassi 8x2.
(Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte
de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de peso e dimensões
estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com cir-
cunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo,
válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas
necessárias.
§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especifica-
rá as características do veículo ou combinação de veículos e de carga, o per-
curso, a data e o horário do deslocamento inicial.

2142
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por even-


tuais danos que o veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a ter-
ceiros.
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser con-
cedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial
de trânsito, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de segurança
consideradas necessárias.
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equipado quando
transitar, de modo a evitar o derramamento da carga sobre a via.
Parágrafo único. O  CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a forma de
proteção das cargas de que trata este artigo, de acordo com a sua natureza.

Seção II
Da Segurança dos Veículos

Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando atendidos os re-


quisitos e condições de segurança estabelecidos neste Código e em normas
do CONTRAN.
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores
de veículos deverão emitir certificado de segurança, indispensável ao cadas-
tramento no RENAVAM, nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a periodicidade
para que os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores
comprovem o atendimento aos requisitos de segurança veicular, devendo,
para isso, manter disponíveis a qualquer tempo os resultados dos testes e
ensaios dos sistemas e componentes abrangidos pela legislação de segurança
veicular.
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de segurança,
de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante
inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas pelo

2143
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de gases


poluentes e ruído.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos re-
provados na inspeção de segurança e na de emissão de gases poluentes e
ruído.
§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, durante 3 (três)
anos a partir do primeiro licenciamento, os  veículos novos classificados na
categoria particular, com capacidade para até 7 (sete) passageiros, desde que
mantenham suas características originais de fábrica e não se envolvam em
acidente de trânsito com danos de média ou grande monta. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que trata o § 6º será de
2 (dois) anos, desde que mantenham suas características originais de fábrica
e não se envolvam em acidente de trânsito com danos de média ou grande
monta. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a se-
rem estabelecidos pelo CONTRAN:
I – cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CONTRAN,
com exceção dos veículos destinados ao transporte de passageiros em per-
cursos em que seja permitido viajar em pé;
II – para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte
de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total
superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento
registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
III – encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores, se-
gundo normas estabelecidas pelo CONTRAN;

2144
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – (VETADO)
V – dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de
ruído, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN.
VI – para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, trasei-
ra, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.
VII – equipamento suplementar de retenção - air bag frontal para o condu-
tor e o passageiro do banco dianteiro. (Incluído pela Lei n. 11.910, de 2009)
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos
veículos e determinará suas especificações técnicas.
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório proi-
bido, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas pre-
vistas neste Código.
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores
de veículos e os revendedores devem comercializar os seus veículos com os
equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais estabele-
cidos pelo CONTRAN.
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do disposto
neste artigo.
§ 5º A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo será pro-
gressivamente incorporada aos novos projetos de automóveis e dos veículos
deles derivados, fabricados, importados, montados ou encarroçados, a partir
do 1º  (primeiro) ano após a definição pelo Contran das especificações téc-
nicas pertinentes e do respectivo cronograma de implantação e a partir do
5º (quinto) ano, após esta definição, para os demais automóveis zero quilô-
metro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles derivados. (In-
cluído pela Lei n. 11.910, de 2009)
§ 6º A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo não se
aplica aos veículos destinados à exportação. (Incluído pela Lei n. 11.910,
de 2009)

2145
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo


ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento de segurança especi-
ficado pelo fabricante, será exigido, para licenciamento e registro, certificado
de segurança expedido por instituição técnica credenciada por órgão ou enti-
dade de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo CONTRAN.
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou
coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas
neste Código, às condições técnicas e aos requisitos de segurança, higiene
e conforto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir ou
conceder a exploração dessa atividade.
Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com cir-
cunscrição sobre a via poderá autorizar, a título precário, o transporte de pas-
sageiros em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas as condições de
segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN.
Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá exceder a doze
meses, prazo a partir do qual a autoridade pública responsável deverá implan-
tar o serviço regular de transporte coletivo de passageiros, em conformidade
com a legislação pertinente e com os dispositivos deste Código. (Incluído pela
Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao transporte de
passageiros só pode ser realizado de acordo com as normas estabelecidas
pelo CONTRAN.
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características
para competição ou finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas
com licença especial da autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.
Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
I – (VETADO)
II – o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em
movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.

2146
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorati-


vos ou pinturas, quando comprometer a segurança do veículo, na forma de
regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou
qualquer outra que possa desviar a atenção dos condutores em toda a exten-
são do para-brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar em risco a
segurança do trânsito.
Art. 112. (Revogado pela Lei n. 9.792, de 1999)
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e fabri-
cantes de veículos e autopeças são responsáveis civil e criminalmente por
danos causados aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes
de falhas oriundas de projetos e da qualidade dos materiais e equipamentos
utilizados na sua fabricação.

Seção III
Da Identificação do Veículo

Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gra-


vados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme
dispuser o CONTRAN.
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a
identificar o veículo, seu fabricante e as suas características, além do ano de
fabricação, que não poderá ser alterado.
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia autorização
da autoridade executiva de trânsito e somente serão processadas por estabeleci-
mento por ela credenciado, mediante a comprovação de propriedade do veículo,
mantida a mesma identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade
executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identifi-
cação de seu veículo.

2147
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 115. O  veículo será identificado externamente por meio de placas


dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as es-
pecificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o
acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento.
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional serão
usadas somente pelos veículos de representação pessoal do Presidente e do
Vice-Presidente da República, dos Presidentes do Senado Federal e da Câma-
ra dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral
da República.
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Fede-
rais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, dos
Presidentes das Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais, dos Pre-
sidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respectivo chefe
do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão
placas especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maqui-
naria de qualquer natureza ou a executar trabalhos de construção ou de pa-
vimentação são sujeitos ao registro na repartição competente, se transitarem
em via pública, dispensados o licenciamento e o emplacamento. (Redação
dada pela Lei n. 13.154, de 2015) (Vide)
§ 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar
ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde
que facultados a transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem
ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.154, de 2015) (Vide)
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico.
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa dianteira.

2148
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7º Excepcionalmente, mediante autorização específica e fundamentada


das respectivas corregedorias e com a devida comunicação aos órgãos de
trânsito competentes, os veículos utilizados por membros do Poder Judiciário
e do Ministério Público que exerçam competência ou atribuição criminal pode-
rão temporariamente ter placas especiais, de forma a impedir a identificação
de seus usuários específicos, na forma de regulamento a ser emitido, conjun-
tamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional do
Ministério Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 8º Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola (jericos), para
efeito do registro de que trata o § 4º-A, ficam dispensados da exigência pre-
vista no art. 106. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a identificação do
veículo ao qual estão atreladas são dispensadas da utilização do lacre previs-
to no caput, na forma a ser regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito
Federal, devidamente registrados e licenciados, somente quando estritamen-
te usados em serviço reservado de caráter policial, poderão usar placas par-
ticulares, obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela legislação que
regulamenta o uso de veículo oficial.
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros
deverão conter, em local facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara,
do peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou capaci-
dade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em desacordo
com sua classificação.

CAPÍTULO X
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, independentemen-


te de sua origem, em trânsito entre o Brasil e os países com os quais exista

2149
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

acordo ou tratado internacional, reger-se-á pelas disposições deste Código,


pelas convenções e acordos internacionais ratificados.
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira
comunicarão diretamente ao RENAVAM a entrada e saída temporária ou defi-
nitiva de veículos.
§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território na-
cional sem o prévio pagamento ou o depósito, judicial ou administrativo, dos
valores correspondentes às infrações de trânsito cometidas e ao ressarcimen-
to de danos que tiverem causado ao patrimônio público ou de particulares, in-
dependentemente da fase do processo administrativo ou judicial envolvendo
a questão. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o cumprimento do
disposto no § 1º e que posteriormente forem flagrados tentando ingressar ou
já em circulação no território nacional serão retidos até a regularização da
situação. (Incluído pela Lei n. 13. 281, de 2016) (Vigência)

CAPÍTULO XI
DO REGISTRO DE VEÍCULOS

Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semir-


reboque, deve ser registrado perante o órgão executivo de trânsito do Estado
ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou residência de seu proprie-
tário, na forma da lei.
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
somente registrarão veículos oficiais de propriedade da administração direta,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um
dos poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla
ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo será registrado,
excetuando-se os veículos de representação e os previstos no art. 116.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso bélico.

2150
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de


Veículo - CRV de acordo com os modelos e especificações estabelecidos pelo
CONTRAN, contendo as características e condições de invulnerabilidade à fal-
sificação e à adulteração.
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o órgão
executivo de trânsito consultará o cadastro do RENAVAM e exigirá do proprie-
tário os seguintes documentos:
I  – nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento
equivalente expedido por autoridade competente;
II – documento fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores, quando
se tratar de veículo importado por membro de missões diplomáticas, de re-
partições consulares de carreira, de representações de organismos interna-
cionais e de seus integrantes.
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de
Veículo quando:
I – for transferida a propriedade;
II – o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;
III – for alterada qualquer característica do veículo;
IV – houver mudança de categoria.
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário
adotar as providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certi-
ficado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as
providências deverão ser imediatas.
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo Muni-
cípio, o proprietário comunicará o novo endereço num prazo de trinta dias e
aguardará o novo licenciamento para alterar o Certificado de Licenciamento
Anual.
§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão executivo
de trânsito que expediu o anterior e ao RENAVAM.

2151
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo se-


rão exigidos os seguintes documentos:
I – Certificado de Registro de Veículo anterior;
II – Certificado de Licenciamento Anual;
III  – comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso,
conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN;
IV – Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e ruído,
quando houver adaptação ou alteração de características do veículo;
V – comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos com-
ponentes e agregados adaptados ou montados no veículo, quando houver
alteração das características originais de fábrica;
VI – autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso de veículo
da categoria de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira,
de representações de organismos internacionais e de seus integrantes;
VII – certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida no Município
do registro anterior, que poderá ser substituída por informação do RENAVAM;
VIII – comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos
e multas de trânsito vinculados ao veículo, independentemente da responsa-
bilidade pelas infrações cometidas;
IX – (Revogado pela Lei n. 9.602, de 1998)
X – comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art. 98, quando
houver alteração nas características originais do veículo que afetem a emis-
são de poluentes e ruído;
XI – comprovante de aprovação de inspeção veicular e de poluentes e
ruído, quando for o caso, conforme regulamentações do CONTRAN e do CO-
NAMA.
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os agregados e as
características originais do veículo deverão ser prestadas ao RENAVAM:
I – pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no caso de
veículo nacional;

2152
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por pessoa física;
III – pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa jurídica.
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM serão repassa-
das ao órgão executivo de trânsito responsável pelo registro, devendo este
comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o veículo registrado.
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou destinado à desmon-
tagem, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e forma estabelecidos
pelo Contran, vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi de for-
ma a manter o registro anterior. (Redação dada pela Lei n. 12.977, de 2014)
(Vigência)
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da companhia
seguradora ou do adquirente do veículo destinado à desmontagem, quando
estes sucederem ao proprietário.
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará a baixa
do registro após prévia consulta ao cadastro do RENAVAM.
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta comunica-
da, de imediato, ao RENAVAM.
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo en-
quanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e ambientais, vincula-
das ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações co-
metidas.
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana
e dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida
em legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos automotores des-
tinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos
agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento, diretamente ou mediante convênio. (Incluído pela Lei
n. 13.154, de 2015)

2153
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO XII
DO LICENCIAMENTO

Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-


-reboque, para transitar na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão
executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver registra-
do o veículo.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bélico.
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, durante
o exercício, o licenciamento de origem.
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo
licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no modelo e especificações
estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao registro.
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os
débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vin-
culados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações
cometidas.
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar sua aprova-
ção nas inspeções de segurança veicular e de controle de emissões de gases
poluentes e de ruído, conforme disposto no art. 104.
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão
sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o
Município de destino.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veículos impor-
tados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto alfandegário e o
Município de destino. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momento da fiscali-


zação, for possível ter acesso ao devido sistema informatizado para verificar
se o veículo está licenciado. (Incluído pela Lei n. 13. 281, de 2016) (Vigência)
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo
deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um
prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de
propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se respon-
sabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até
a data da comunicação.
Parágrafo único. O comprovante de transferência de propriedade de que
trata o caput poderá ser substituído por documento eletrônico, na forma re-
gulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou
coletivo de passageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer ser-
viço remunerado, para registro, licenciamento e respectivo emplacamento de
característica comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo poder
público concedente.

CAPÍTULO XIII
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES

Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de


escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo
órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
exigindo-se, para tanto:
I – registro como veículo de passageiros;
II – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e
de segurança;
III – pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros
de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira
da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veí-

2155
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

culo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser
invertidas;
IV – equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
V – lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades
da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremi-
dade superior da parte traseira;
VI – cintos de segurança em número igual à lotação;
VII – outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo
CONTRAN.
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá ser afi-
xada na parte interna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação
permitida, sendo vedada a condução de escolares em número superior à ca-
pacidade estabelecida pelo fabricante.
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de escolares deve
satisfazer os seguintes requisitos:
I – ter idade superior a vinte e um anos;
II – ser habilitado na categoria D;
III – (VETADO)
IV – não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser rein-
cidente em infrações médias durante os doze últimos meses;
V – ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação
do CONTRAN.
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal
de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos, para o transporte
de escolares.

CAPÍTULO XIII-A
DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
(Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)

Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remune-


rado de mercadorias – moto-frete – somente poderão circular nas vias com au-

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torização emitida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do


Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
I – registro como veículo da categoria de aluguel; (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)
II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do
veículo, destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de tom-
bamento, nos termos de regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito
– Contran; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de
regulamentação do Contran; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e
de segurança. (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
§ 1º A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de car-
gas deve estar de acordo com a regulamentação do Contran. (Incluído pela
Lei n. 12.009, de 2009)
§ 2º É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou
tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo, com exceção do
gás de cozinha e de galões contendo água mineral, desde que com o auxílio
de side-car, nos termos de regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal
ou estadual de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos para as
atividades de moto-frete no âmbito de suas circunscrições. (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)

CAPÍTULO XIV
DA HABILITAÇÃO

Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será


apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou

2157
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entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou residên-


cia do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, devendo
o condutor preencher os seguintes requisitos:
I – ser penalmente imputável;
II – saber ler e escrever;
III – possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão cadas-
tradas no RENACH.
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à aprendizagem
para conduzir veículos automotores e elétricos e à autorização para conduzir
ciclomotores serão regulamentados pelo CONTRAN.
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tra-
ção animal ficará a cargo dos Municípios.
§ 2º (VETADO)
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro país está su-
bordinado às condições estabelecidas em convenções e acordos internacio-
nais e às normas do CONTRAN.
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E,
obedecida a seguinte gradação:
I – Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas,
com ou sem carro lateral;
II – Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela ca-
tegoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogra-
mas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
III – Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte
de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
IV – Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte
de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
V – Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade
tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, rebo-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

que, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogra-


mas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares.
(Redação dada pela Lei n. 12.452, de 2011)
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado
no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração
grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, durante os úl-
timos doze meses.
§ 2º São os condutores da categoria B autorizados a conduzir veículo au-
tomotor da espécie motor-casa, definida nos termos do Anexo I deste Códi-
go, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação
não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista. (Incluído pela Lei
n. 12.452, de 2011)
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de veícu-
los com mais de uma unidade tracionada, independentemente da capacidade
de tração ou do peso bruto total. (Renumerado pela Lei n. 12.452, de 2011)
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equi-
pamento automotor destinado à movimentação de cargas ou execução de
trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção ou de pavimentação só
podem ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas categorias
C, D ou E.
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automotores desti-
nados a executar trabalhos agrícolas poderão ser conduzidos em via públi-
ca também por condutor habilitado na categoria B. (Redação dada pela Lei
n. 13.097, de 2015)
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo
de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de
produto perigoso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos:
I – ser maior de vinte e um anos;
II – estar habilitado:
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na
categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria D; e

2159
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na


categoria E;
III – não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser rein-
cidente em infrações médias durante os últimos doze meses;
IV – ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de
prática veicular em situação de risco, nos termos da normatização do CON-
TRAN.
Parágrafo único. A participação em curso especializado previsto no inci-
so IV independe da observância do disposto no inciso III. (Incluído pela Lei
n. 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir ambulâncias,
o candidato deverá comprovar treinamento especializado e reciclagem em
cursos específicos a cada 5 (cinco) anos, nos termos da normatização do Con-
tran. (Incluído pela Lei n. 12.998, de 2014)
Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor deverá
realizar exames complementares exigidos para habilitação na categoria pre-
tendida.
Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames reali-
zados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte ordem:
I – de aptidão física e mental;
II – (VETADO)
III – escrito, sobre legislação de trânsito;
IV – de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do CON-
TRAN;
V – de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria
para a qual estiver habilitando-se.
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos examina-
dores serão registrados no RENACH. (Renumerado do parágrafo único, pela
Lei n. 9.602, de 1998)

2160
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§  2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a


cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores com mais de sessenta
e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do examinado. (In-
cluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
§ 3º O exame previsto no § 2º incluirá avaliação psicológica preliminar e
complementar sempre que a ele se submeter o condutor que exerce atividade
remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candida-
tos apenas no exame referente à primeira habilitação. (Redação dada pela Lei
n. 10.350, de 2001)
§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de progres-
sividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo,
o prazo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do perito exami-
nador. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
§ 5º  O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa
informação incluída na sua Carteira Nacional de Habilitação, conforme es-
pecificações do Conselho Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído pela Lei
n. 10.350, de 2001)
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada acessi-
bilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias assistivas ou de
ajudas técnicas em todas as etapas do processo de habilitação. (Incluído pela
Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas dos cursos
que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível,
por meio de subtitulação com legenda oculta associada à tradução simultânea
em Libras. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva reque-
rer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para acompa-
nhamento em aulas práticas e teóricas. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
(Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção veicular, pode-


rão ser aplicados por entidades públicas ou privadas credenciadas pelo órgão
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo com as
normas estabelecidas pelo CONTRAN.
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, curso de
direção defensiva e de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente rela-
cionados com o trânsito.
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Dirigir, com
validade de um ano.
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no tér-
mino de um ano, desde que o mesmo não tenha cometido nenhuma infração
de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em infração média.
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista
a incapacidade de atendimento do disposto no parágrafo anterior, obriga o
candidato a reiniciar todo o processo de habilitação.
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dispensar os
tripulantes de aeronaves que apresentarem o cartão de saúde expedido pe-
las Forças Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, respectiva-
mente, da prestação do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se
a exames toxicológicos para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de
Habilitação. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo de subs-
tâncias psicoativas que, comprovadamente, comprometam a capacidade de
direção e deverá ter janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias, nos
termos das normas do Contran. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vi-
gência)
§ 2º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Ha-
bilitação com validade de 5 (cinco) anos deverão fazer o exame previsto no

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 1º no prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a contar da realização do


disposto no caput. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Ha-
bilitação com validade de 3 (três) anos deverão fazer o exame previsto no
§ 1º no prazo de 1 (um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização do dis-
posto no caput. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º É garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo no
caso de resultado positivo para o exame de que trata o caput, nos termos das
normas do Contran. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5º A reprovação no exame previsto neste artigo terá como consequência
a suspensão do direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado
o levantamento da suspensão ao resultado negativo em novo exame, e veda-
da a aplicação de outras penalidades, ainda que acessórias. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 6º O resultado do exame somente será divulgado para o interessado
e não poderá ser utilizado para fins estranhos ao disposto neste artigo ou
no § 6º do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 7º O exame será realizado, em regime de livre concorrência, pelos labo-
ratórios credenciados pelo Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN,
nos termos das normas do Contran, vedado aos entes públicos: (Incluído pela
Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
I – fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015)
(Vigência)
II – limitar o número de empresas ou o número de locais em que a ativi-
dade pode ser exercida; e (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
III  – estabelecer regras de exclusividade territorial. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 149. (VETADO)

2163
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, o condutor


que não tenha curso de direção defensiva e primeiros socorros deverá a eles
ser submetido, conforme normatização do CONTRAN.
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados para ope-
rar a sua frota de veículos é obrigada a fornecer curso de direção defensiva,
primeiros socorros e outros conforme normatização do CONTRAN.
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre legislação de
trânsito ou de direção veicular, o candidato só poderá repetir o exame depois
de decorridos quinze dias da divulgação do resultado.
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante comissão
integrada por 3 (três) membros designados pelo dirigente do órgão executivo
local de trânsito. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos um membro
deverá ser habilitado na categoria igual ou superior à pretendida pelo candi-
dato.
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombeiros dos ór-
gãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal que
possuírem curso de formação de condutor ministrado em suas corporações
serão dispensados, para a concessão do documento de habilitação, dos exa-
mes aos quais se houverem submetido com aprovação naquele curso, desde
que neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo Contran. (Redação
dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado na dispensa de
que trata o § 2º instruirá seu requerimento com ofício do comandante, chefe
ou diretor da unidade administrativa onde prestar serviço, do qual constarão
o número do registro de identificação, naturalidade, nome, filiação, idade e
categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado de cópia das atas dos
exames prestados. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 4º (VETADO)

2164
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação de


seus instrutores e examinadores, que serão passíveis de punição conforme
regulamentação a ser estabelecida pelo CONTRAN.
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e examinadores
serão de advertência, suspensão e cancelamento da autorização para o exer-
cício da atividade, conforme a falta cometida.
Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores serão identifi-
cados por uma faixa amarela, de vinte centímetros de largura, pintada ao lon-
go da carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para aprendizagem,
quando autorizado para servir a esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua
carroçaria, à  meia altura, faixa branca removível, de vinte centímetros de
largura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elétrico será re-
alizada por instrutor autorizado pelo órgão executivo de trânsito dos Estados
ou do Distrito Federal, pertencente ou não à entidade credenciada.
Parágrafo único. Ao  aprendiz será expedida autorização para aprendiza-
gem, de acordo com a regulamentação do CONTRAN, após aprovação nos
exames de aptidão física, mental, de primeiros socorros e sobre legislação de
trânsito. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para prestação
de serviço pelas autoescolas e outras entidades destinadas à formação de
condutores e às exigências necessárias para o exercício das atividades de
instrutor e examinador.
Art. 157. (VETADO)
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide Lei n. 12.217, de
2010) Vigência
I  – nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão executivo de
trânsito;
II – acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.

2165
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendizagem


poderá conduzir apenas mais um acompanhante. (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 12.217, de 2010).
§ 2º Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada durante a
noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga horária mínima corresponden-
te. (Incluído pela Lei n. 12.217, de 2010).
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único
e de acordo com as especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos
estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e CPF do condu-
tor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em todo o terri-
tório nacional.
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacio-
nal de Habilitação quando o condutor estiver à direção do veículo.
§ 2º (VETADO)
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será regu-
lamentada pelo CONTRAN.
§ 4º (VETADO)
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir somente
terão validade para a condução de veículo quando apresentada em original.
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a da
autoridade expedidora serão registradas no RENACH.
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, agre-
gando-se neste todas as informações.
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a
emissão de uma nova via somente será realizada após quitação de débitos
constantes do prontuário do condutor.
§ 9º (VETADO)
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada
ao prazo de vigência do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)

2166
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigência do Código


anterior, será substituída por ocasião do vencimento do prazo para revalida-
ção do exame de aptidão física e mental, ressalvados os casos especiais pre-
vistos nesta Lei. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser subme-
tido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as nor-
mas estabelecidas pelo CONTRAN, independentemente do reconhecimento da
prescrição, em face da pena concretizada na sentença.
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser
submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executiva
estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.
§  2º No caso do parágrafo anterior, a  autoridade executiva estadual de
trânsito poderá apreender o documento de habilitação do condutor até a sua
aprovação nos exames realizados.

CAPÍTULO XV
DAS INFRAÇÕES

Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer pre-


ceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CON-
TRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indi-
cadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CON-
TRAN terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas pró-
prias resoluções.
Art. 162. Dirigir veículo:
I – sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou
Autorização para Conduzir Ciclomotor: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)

2167
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n.  13.281, de 2016) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei n.  13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condu-
tor habilitado; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Au-
torização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de
dirigir: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n.  13.281, de 2016) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei n.  13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
tenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado; (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de
categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo: (Redação dada pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n.  13.281, de 2016) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada pela Lei n.  13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condu-
tor habilitado; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IV – (VETADO)
V – com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de
trinta dias:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;

2168
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação


e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
VI – sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de
prótese física ou as adaptações do veículo impostas por ocasião da concessão
ou da renovação da licença para conduzir:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da irregu-
laridade ou apresentação de condutor habilitado.
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições previstas
no artigo anterior:
Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo anterior.
Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do
art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a conduzi-lo na via:
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. 162.
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei n. 11.705,
de 2008)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008) 
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
(doze) meses. (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
tenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270 da Lei no 9.503,
de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação dada
pela Lei n. 12.760, de 2012)

2169
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso


de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei
n. 12.760, de 2012)
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia
ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra
substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
(doze) meses; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
tenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo
habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de di-
rigi-lo com segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança,
conforme previsto no art. 65:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo
infrator.
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância
das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;

2170
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja


sanada.
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segu-
rança:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via
pública, ou os demais veículos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do documento
de habilitação.
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos,
água ou detritos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)
(Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreen-
são do veículo; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
moção do veículo.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso
de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)

2171
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e


demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como
condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a
via: (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreen-
são do veículo; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
moção do veículo.
§ 1º As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores par-
ticipantes. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Aplica-se em dobro a multa prevista no caput  em caso de reinci-
dência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. Incluído pela Lei
n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra peri-
gosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamen-
to ou arrastamento de pneus: (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)
(Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreen-
são do veículo; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
moção do veículo.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso
de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:
I – de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;
II – de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo
para o trânsito no local;

2172
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da


perícia;
IV – de adotar providências para remover o veículo do local, quando de-
terminadas por policial ou agente da autoridade de trânsito;
V – de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à
confecção do boletim de ocorrência:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de
trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar
providências para remover o veículo do local, quando necessária tal medida
para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública,
salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo
esteja devidamente sinalizado:
I – em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
II – nas demais vias:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:
Infração - média;

2173
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 181. Estacionar o veículo:
I – nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da
via transversal:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
II – afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um
metro:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
III – afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
IV – em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
V – na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito
rápido e das vias dotadas de acostamento:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VI – junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de
poços de visita de galerias subterrâneas, desde que devidamente identifica-
dos, conforme especificação do CONTRAN:
Infração - média;

2174
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII – nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VIII – no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou
ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais,
divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim
público:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
IX – onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à entra-
da ou saída de veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
X – impedindo a movimentação de outro veículo:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XI – ao lado de outro veículo em fila dupla:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XII – na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos
e pedestres:
Infração - grave;
Penalidade - multa;

2175
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Medida administrativa - remoção do veículo;


XIII – onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de em-
barque ou desembarque de passageiros de transporte coletivo ou, na inexis-
tência desta sinalização, no intervalo compreendido entre dez metros antes e
depois do marco do ponto:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XIV – nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XV – na contramão de direção:
Infração - média;
Penalidade - multa;
XVI – em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço
de segurança, quando se tratar de veículo com peso bruto total superior a
três mil e quinhentos quilogramas:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVII – em desacordo com as condições regulamentadas especificamente
pela sinalização (placa - Estacionamento Regulamentado):
Infração - grave; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVIII  – em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização
(placa - Proibido Estacionar):
Infração - média;
Penalidade - multa;

2176
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Medida administrativa - remoção do veículo;


XIX – em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela si-
nalização (placa - Proibido Parar e Estacionar):
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
XX  – nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos, sem
credencial que comprove tal condição: (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará a
penalidade preferencialmente após a remoção do veículo.
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o calço de segu-
rança na via.
Art. 182. Parar o veículo:
I – nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da
via transversal:
Infração - média;
Penalidade - multa;
II – afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um
metro:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
III – afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Infração - média;
Penalidade - multa;
IV – em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

2177
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Infração - leve;
Penalidade - multa;
V – na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito
rápido e das demais vias dotadas de acostamento:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
VI – no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refúgios,
canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e marcas de canalização:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
VII – na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos
e pedestres:
Infração - média;
Penalidade - multa;
VIII – nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - média;
Penalidade - multa;
IX – na contramão de direção:
Infração - média;
Penalidade - multa;
X – em local e horário proibidos especificamente pela sinalização (placa -
Proibido Parar):
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal
luminoso:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 184. Transitar com o veículo:

2178
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação exclu-


siva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso a imóveis lindeiros
ou conversões à direita:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
II – na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circulação ex-
clusiva para determinado tipo de veículo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
III – na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com circulação
destinada aos veículos de transporte público coletivo de passageiros, salvo
casos de força maior e com autorização do poder público competente: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído pela Lei n. 13.154,
de 2015)
Medida Administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei n. 13.154,
de 2015)
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo:
I – na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, exceto em
situações de emergência;
II – nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
I  – vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar outro
veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a preferência do veículo
que transitar em sentido contrário:
Infração - grave;
Penalidade - multa;

2179
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – vias com sinalização de regulamentação de sentido único de circulação:


Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamenta-
ção estabelecida pela autoridade competente: 
I – para todos os tipos de veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa;
II – (Revogado pela Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturban-
do o trânsito:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores,
de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização
de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente
identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com priori-
dade de passagem devidamente identificada por dispositivos regulamentares
de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos
opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao realizar operação
de ultrapassagem:
Infração - gravíssima;

2180
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir. (Redação


dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre
o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista, consi-
derando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do local da
circulação e do veículo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclo-
vias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e diviso-
res de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados
e jardins públicos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes).
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pe-
quenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de
trânsito ou de seus agentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regula-
mentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o início da marcha,
a realização da manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou de faixa
de circulação:
Infração - grave;
Penalidade - multa.

2181
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o  veículo para a faixa


mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão de direção,
quando for manobrar para um desses lados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver
colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo ou de es-
colares, parado para embarque ou desembarque de passageiros, salvo quan-
do houver refúgio de segurança para o pedestre:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta
centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
I – pelo acostamento;
II – em interseções e passagens de nível;
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n.  12.971, de 2014) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
I – nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
II – nas faixas de pedestre;

2182
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – nas pontes, viadutos ou túneis;


IV – parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruza-
mentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação;
V – onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opostos
do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela:
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n.  12.971, de 2014) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para aguar-
dar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquerda, onde não houver
local apropriado para operação de retorno:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, préstito,
desfile e formações militares, salvo com autorização da autoridade de trânsito
ou de seus agentes:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 206. Executar operação de retorno:
I – em locais proibidos pela sinalização;
II – nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
III – passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou can-
teiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas
de veículos não motorizados;
IV – nas interseções, entrando na contramão de direção da via transversal;
V – com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em locais
permitidos:

2183
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em lo-
cais proibidos pela sinalização:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obriga-
tória:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sina-
lização ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar às áreas destinadas à
pesagem de veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento do pedágio:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do documento
de habilitação.
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal lumino-
so, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção
dos veículos não motorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for
interceptada:

2184
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I  – por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e


outros:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
II – por agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e
outros:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo
não motorizado:
I – que se encontre na faixa a ele destinada;
II – que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para
o veículo;
III – portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
IV – quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização
a ele destinada;
V – que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veí-
culo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
I – em interseção não sinalizada:
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;
b) a veículo que vier da direita;
II – nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê a Preferência:
Infração - grave;
Penalidade - multa.

2185
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente


posicionado para ingresso na via e sem as precauções com a segurança de
pedestres e de outros veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar preferên-
cia de passagem a pedestres e a outros veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o lo-
cal, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trân-
sito rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei n. 11.334,
de 2006)
I  – quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por
cento): (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
Infração - média; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
II – quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte
por cento) até 50% (cinqüenta por cento): (Redação dada pela Lei n. 11.334,
de 2006)
Infração - grave; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
III – quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cin-
qüenta por cento): (Incluído pela Lei n. 11.334, de 2006)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 11.334, de 2006)
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de di-
rigir e apreensão do documento de habilitação. (Incluído pela Lei n. 11.334,
de 2006)
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da ve-
locidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsi-

2186
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to, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o permitam,


salvo se estiver na faixa da direita:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível
com a segurança do trânsito:
I – quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, préstitos
e desfiles:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
II – nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da au-
toridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou gestos;
III – ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acostamento;
IV – ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada;
V – nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;
VI – nos trechos em curva de pequeno raio;
VII – ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras ou
trabalhadores na pista;
VIII – sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
IX – quando houver má visibilidade;
X – quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou ava-
riado;
XI – à aproximação de animais na pista;
XII – em declive;
XIII – ao ultrapassar ciclista:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
XIV – nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e de-
sembarque de passageiros ou onde haja intensa movimentação de pedestres:
Infração - gravíssima;

2187
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Penalidade - multa.
Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apreen-
são das placas irregulares.
Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que confecciona,
distribui ou coloca, em veículo próprio ou de terceiros, placas de identificação
não autorizadas pela regulamentação.
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de
emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de
polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das
ambulâncias, ainda que parados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de
forma a perturbar a visão de outro condutor:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de
iluminação pública:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais condu-
tores e, à noite, não manter acesas as luzes externas ou omitir-se quanto a
providências necessárias para tornar visível o local, quando:
I – tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou permanecer no
acostamento;

2188
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II – a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada imediata-
mente:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido utilizado
para sinalização temporária da via:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 227. Usar buzina:
I – em situação que não a de simples toque breve como advertência ao
pedestre ou a condutores de outros veículos;
II – prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
III – entre as vinte e duas e as seis horas;
IV – em locais e horários proibidos pela sinalização;
V – em desacordo com os padrões e freqüências estabelecidas pelo CON-
TRAN:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou freqüên-
cia que não sejam autorizados pelo CONTRAN:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que pro-
duza sons e ruído que perturbem o sossego público, em desacordo com nor-
mas fixadas pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 230. Conduzir o veículo:

2189
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I – com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro


elemento de identificação do veículo violado ou falsificado;
II – transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por
motivo de força maior, com permissão da autoridade competente e na forma
estabelecida pelo CONTRAN;
III – com dispositivo antirradar;
IV – sem qualquer uma das placas de identificação;
V – que não esteja registrado e devidamente licenciado;
VI – com qualquer uma das placas de identificação sem condições de le-
gibilidade e visibilidade:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII – com a cor ou característica alterada;
VIII – sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando
obrigatória;
IX – sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inope-
rante;
X – com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo
CONTRAN;
XI – com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso,
deficiente ou inoperante;
XII – com equipamento ou acessório proibido;
XIII – com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização al-
terados;
XIV – com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo vicia-
do ou defeituoso, quando houver exigência desse aparelho;
XV – com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter publicitário
afixados ou pintados no para-brisa e em toda a extensão da parte traseira do
veículo, excetuadas as hipóteses previstas neste Código;

2190
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XVI – com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou


não, painéis decorativos ou pinturas;
XVII – com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela legisla-
ção;
XVIII – em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou
reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes
e ruído, prevista no art. 104;
XIX – sem acionar o limpador de para-brisa sob chuva:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
XX – sem portar a autorização para condução de escolares, na forma es-
tabelecida no art. 136:
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
XXI – de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições previs-
tas neste Código;
XXII – com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâm-
padas queimadas:
Infração - média;
Penalidade - multa.
XXIII – em desacordo com as condições estabelecidas no art. 67-C, rela-
tivamente ao tempo de permanência do condutor ao volante e aos intervalos
para descanso, quando se tratar de veículo de transporte de carga ou coletivo
de passageiros: (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Infração - média; (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento do tempo
de descanso aplicável. (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
XXIV – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)

2191
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 (doze) meses,


será convertida, automaticamente, a penalidade disposta no inciso XXIII em
infração grave. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do veículo fica
condicionada ao pagamento ou ao depósito, judicial ou administrativo, da
multa. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 231. Transitar com o veículo:
I – danificando a via, suas instalações e equipamentos;
II – derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
a) carga que esteja transportando;
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
III – produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fi-
xados pelo CONTRAN;
IV – com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabe-
lecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
V – com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando aferi-
do por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração de
excesso de peso apurado, constante na seguinte tabela:
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais e trinta e
dois centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2192
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos quilogramas) - R$ 10,64


(dez reais e sessenta e quatro centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$ 21,28 (vin-
te e um reais e vinte e oito centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$ 31,92 (trin-
ta e um reais e noventa e dois centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas) - R$ 42,56
(quarenta e dois reais e cinquenta e seis centavos); (Redação dada pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20 (cinquenta
e três reais e vinte centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga exce-
dente;
VI – em desacordo com a autorização especial, expedida pela autoridade
competente para transitar com dimensões excedentes, ou quando a mesma
estiver vencida:
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII – com lotação excedente;
VIII – efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não
for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da
autoridade competente:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;

2193
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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IX – desligado ou desengrenado, em declive:


Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;
X – excedendo a capacidade máxima de tração:
Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o excesso
de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser regulamentada pelo
CONTRAN;
Penalidade - multa;
Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga exce-
dente.
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X,
o veículo que transitar com excesso de peso ou excedendo à capacidade má-
xima de tração, não computado o percentual tolerado na forma do disposto
na legislação, somente poderá continuar viagem após descarregar o que ex-
ceder, segundo critérios estabelecidos na referida legislação complementar.
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório refe-
ridos neste Código:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do docu-
mento.
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias,
junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no
art. 123:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identifica-
ção do veículo:

2194
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do ve-
ículo, salvo nos casos devidamente autorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em ca-
sos de emergência:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as especificações,
e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua identificação, quando
exigidas pela legislação:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus agen-
tes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de registro, de licencia-
mento de veículo e outros exigidos por lei, para averiguação de sua autenti-
cidade:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regularização,
sem permissão da autoridade competente ou de seus agentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.

2195
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo


irrecuperável ou definitivamente desmontado:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Registro e do Cer-
tificado de Licenciamento Anual.
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de ha-
bilitação do condutor:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro, licen-
ciamento ou habilitação:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo
de trânsito competente a ocorrência de perda total do veículo e de lhe devol-
ver as respectivas placas e documentos:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos documentos.
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
I – sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção
e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo CON-
TRAN;
II – transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma es-
tabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás
do condutor ou em carro lateral;
III – fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;
IV – com os faróis apagados;

2196
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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V – transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas cir-
cunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;
VI – rebocando outro veículo;
VII – sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente
para indicação de manobras;
VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou em
desacordo com o previsto no § 2º do art. 139-A desta Lei; (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo com
o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas que regem a atividade
profissional dos mototaxistas: (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
Infração – grave; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
Medida administrativa – apreensão do veículo para regularização. (Incluí-
do pela Lei n. 12.009, de 2009)
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele desti-
nado;
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver
acostamento ou faixas de rolamento próprias;
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de
cuidar de sua própria segurança.
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo ante-
rior:
Infração - média;
Penalidade - multa.

2197
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se apli-


ca às motocicletas e motonetas que tracionem semi-reboques especialmente
projetados para esse fim e devidamente homologados pelo órgão competen-
te. (Incluído pela Lei n. 10.517, de 2002)
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou equi-
pamentos, sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com circunscri-
ção sobre a via:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do material.
Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidirão sobre a
pessoa física ou jurídica responsável.
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à segu-
rança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terrestre como na calçada,
ou obstaculizar a via indevidamente:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade
de trânsito, conforme o risco à segurança.
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica res-
ponsável pela obstrução, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via
providenciar a sinalização de emergência, às expensas do responsável, ou, se
possível, promover a desobstrução.
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila
única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de tração animal, sem-
pre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de passageiros
carga excedente em desacordo com o estabelecido no art. 109:
Infração - grave;
Penalidade - multa;

2198
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Delegado

Medida administrativa - retenção para o transbordo.


Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quando o
veículo estiver parado, para fins de embarque ou desembarque de passagei-
ros e carga ou descarga de mercadorias:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
I – deixar de manter acesa a luz baixa:
a) durante a noite;
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias; (Re-
dação dada pela Lei n. 13.290, de 2016) (Vigência)
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coletivo de pas-
sageiros, circulando em faixas ou pistas a eles destinadas;
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
II – deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição sob chuva
forte, neblina ou cerração;
III – deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
I – o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de emergência;
II – baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes situações:
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro condutor
que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
b) em imobilizações ou situação de emergência, como advertência, utili-
zando pisca-alerta;
c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o uso do
pisca-alerta:
Infração - média;
Penalidade - multa.

2199
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 252. Dirigir o veículo:


I – com o braço do lado de fora;
II – transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre
os braços e pernas;
III – com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a
segurança do trânsito;
IV – usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a uti-
lização dos pedais;
V – com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regula-
mentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e
acessórios do veículo;
VI – utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora
ou de telefone celular;
Infração - média;
Penalidade - multa.
VII – realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movimento: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Infração - média; (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Penalidade - multa. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se-á como
infração gravíssima no caso de o condutor estar segurando ou manuseando
telefone celular. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper,
restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou en-
tidade de trânsito com circunscrição sobre ela: (Incluído pela Lei n. 13. 281,
de 2016)

2200
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Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)


Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
(doze) meses; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016)
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos organizado-
res da conduta prevista no caput. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no período de 12
(doze) meses. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que incor-
ram na infração, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via restabe-
lecer de imediato, se possível, as condições de normalidade para a circulação
na via. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
Art. 254. É proibido ao pedestre:
I – permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las
onde for permitido;
II – cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde
exista permissão;
III – atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando hou-
ver sinalização para esse fim;
IV – utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito,
ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em
casos especiais e com a devida licença da autoridade competente;
V – andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrâ-
nea;
VI – desobedecer à sinalização de trânsito específica;
Infração - leve;
Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da infração de
natureza leve.
VII – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)

2201
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)


§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circu-
lação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no pará-
grafo único do art. 59:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pa-
gamento da multa.

CAPÍTULO XVI
DAS PENALIDADES

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabele-


cidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações
nele previstas, as seguintes penalidades:
I – advertência por escrito;
II – multa;
III – suspensão do direito de dirigir;
IV – (Revogado pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
V – cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
VI – cassação da Permissão para Dirigir;
VII – freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide as puni-
ções originárias de ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito, conforme
disposições de lei.
§ 2º (VETADO)
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou entidades
executivos de trânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e habilita-
ção do condutor.

2202
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Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do


veículo, ao embarcador e ao transportador, salvo os casos de descumprimen-
to de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressa-
mente mencionados neste Código.
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomi-
tantemente as penalidades de que trata este Código toda vez que houver res-
ponsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber observar,
respondendo cada um de per si pela falta em comum que lhes for atribuída.
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração refe-
rente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e condições
exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inaltera-
bilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e
compatível de seus condutores, quando esta for exigida, e outras disposições
que deva observar.
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de
atos praticados na direção do veículo.
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de
carga com excesso de peso nos eixos ou no peso bruto total, quando simul-
taneamente for o único remetente da carga e o peso declarado na nota fiscal,
fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte
de carga com excesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de
mais de um embarcador ultrapassar o peso bruto total.
§ 6º O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis
pela infração relativa ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado na
nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal.
§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou
o proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da au-
tuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Conselho Nacional de
Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o fazendo, será considerado respon-

2203
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sável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário


do veículo. (Redação dada pela Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
§  8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo identifi-
cação do infrator e sendo o veículo de propriedade de pessoa jurídica, será
lavrada nova multa ao proprietário do veículo, mantida a originada pela in-
fração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo número de infrações iguais
cometidas no período de doze meses.
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no
§ 3º do art. 258 e no art. 259.
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o prin-
cipal condutor do veículo, o qual, após aceitar a indicação, terá seu nome
inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam. (Incluído pela
Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
§ 11. O principal condutor será excluído do Renavam: (Incluído pela Lei
n. 13.495, 2017) (Vigência)
I – quando houver transferência de propriedade do veículo; (Incluído pela
Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
II – mediante requerimento próprio ou do proprietário do veículo; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
III – a partir da indicação de outro principal condutor. (Incluído pela Lei
n. 13.495, 2017) (Vigência)
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com
sua gravidade, em quatro categorias:
I – infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor de R$
293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete centavos); (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – infração de natureza grave, punida com multa no valor de R$ 195,23
(cento e noventa e cinco reais e vinte e três centavos); (Redação dada pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2204
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III – infração de natureza média, punida com multa no valor de R$ 130,16


(cento e trinta reais e dezesseis centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
IV – infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ 88,38 (oi-
tenta e oito reais e trinta e oito centavos). (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador ou índice
adicional específico é o previsto neste Código.
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)
Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes núme-
ros de pontos:
I – gravíssima - sete pontos;
II – grave - cinco pontos;
III – média - quatro pontos;
IV – leve - três pontos.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 4º Ao condutor identificado no ato da infração será atribuída pontuação
pelas infrações de sua responsabilidade, nos termos previstos no § 3º do
art. 257, excetuando-se aquelas praticadas por passageiros usuários do ser-
viço de transporte rodoviário de passageiros em viagens de longa distância
transitando em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas regulares in-
termunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa dis-
tância por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as
situações regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da Lei no 9.503, de
23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)

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Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade


de trânsito com circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração, de
acordo com a competência estabelecida neste Código.
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federa-
ção diversa da do licenciamento do veículo serão arrecadadas e compensadas
na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federa-
ção diversa daquela do licenciamento do veículo poderão ser comunicadas ao
órgão ou entidade responsável pelo seu licenciamento, que providenciará a
notificação.
§ 3º (Revogado pela Lei n. 9.602, de 1998)
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior,
em trânsito no território nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes
de sua saída do País, respeitado o princípio de reciprocidade.
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta
nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
I – sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no
período de 12 (doze) meses, conforme a pontuação prevista no art. 259; (In-
cluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas infra-
ções preveem, de forma específica, a penalidade de suspensão do direito de
dirigir. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de di-
rigir são os seguintes: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
I – no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no
caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2
(dois) anos; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto
para as infrações com prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de
reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses,

2206
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respeitado o disposto no inciso II do art. 263. (Incluído pela Lei n. 13.281, de


2016) (Vigência)
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Carteira Nacional
de Habilitação será devolvida a seu titular imediatamente após cumprida a
penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3º A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina
os 20 (vinte) pontos computados para fins de contagem subsequente. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.547, de 2011)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado
na categoria C, D ou E, poderá optar por participar de curso preventivo de
reciclagem sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze) pon-
tos, conforme regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 6º Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5º, o condutor terá
eliminados os pontos que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem
subsequente. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não poderá fazer
nova opção no período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 8º A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de serviço público
tem o direito de ser informada dos pontos atribuídos, na forma do art. 259,
aos motoristas que integrem seu quadro funcional, exercendo atividade re-
munerada ao volante, na forma que dispuser o Contran. (Incluído pela Lei
n. 13.154, de 2015)
§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o condutor que,
notificado da penalidade de que trata este artigo, dirigir veículo automotor em
via pública. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente ao inciso II
do caput deste artigo deverá ser instaurado concomitantemente com o pro-

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cesso de aplicação da penalidade de multa. (Incluído pela Lei n. 13.281, de


2016) (Vigência)
§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 262. (Revogado pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
I – quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer ve-
ículo;
II – no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações pre-
vistas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
III – quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o
disposto no art. 160.
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expedi-
ção do documento de habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu
cancelamento.
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de Habilitação,
o infrator poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exa-
mes necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 264. (VETADO)
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação
do documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da
autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado
ao infrator amplo direito de defesa.
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais in-
frações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as respectivas penalidades.
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à
infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não
sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses,
quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta
providência como mais educativa.

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§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o acréscimo do valor


da multa prevista no § 3º do art. 258, imposta por infração posteriormente
cometida.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedestres, podendo
a multa ser transformada na participação do infrator em cursos de segurança
viária, a critério da autoridade de trânsito.
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma es-
tabelecida pelo CONTRAN:
I – quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;
II – quando suspenso do direito de dirigir;
III – quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído,
independentemente de processo judicial;
IV – quando condenado judicialmente por delito de trânsito;
V – a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando
em risco a segurança do trânsito;
VI – em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN.

CAPÍTULO XVII
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das com-


petências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá
adotar as seguintes medidas administrativas:
I – retenção do veículo;
II – remoção do veículo;
III – recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
IV – recolhimento da Permissão para Dirigir;
V – recolhimento do Certificado de Registro;
VI – recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
VII – (VETADO)

2209
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VIII – transbordo do excesso de carga;


IX – realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substân-
cia entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;
X – recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa
de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após
o pagamento de multas e encargos devidos.
XI – realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prá-
tica de primeiros socorros e de direção veicular. (Incluído pela Lei n. 9.602,
de 1998)
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas
e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por
objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa.
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não elidem a apli-
cação das penalidades impostas por infrações estabelecidas neste Código,
possuindo caráter complementar a estas.
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Habilitação e
a Permissão para Dirigir.
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto nos
arts. 271 e 328, no que couber.
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o ve-
ículo será liberado tão logo seja regularizada a situação.
§ 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo, des-
de que ofereça condições de segurança para circulação, poderá ser liberado
e entregue a condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do
Certificado de Licenciamento Anual, contra apresentação de recibo, assina-
lando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a situação, para o que
se considerará, desde logo, notificado. (Redação dada pela Lei n.  13.160,
de 2015)

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§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao condutor no


órgão ou entidade aplicadores das medidas administrativas, tão logo o veículo
seja apresentado à autoridade devidamente regularizado.
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veí-
culo será removido a depósito, aplicando-se neste caso o disposto no art. 271.
(Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se
tratar de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veículo
transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições de
segurança para circulação em via pública.
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o § 2º, será
feito registro de restrição administrativa no Renavam por órgão ou entidade
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será retirada após
comprovada a regularização. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2º resultará em
recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no
art. 271. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Código, para
o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente, com circunscrição so-
bre a via.
§ 1º A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante prévio pa-
gamento de multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de ou-
tros encargos previstos na legislação específica. (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)
§ 2º A liberação do veículo removido é condicionada ao reparo de qualquer
componente ou equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado
de funcionamento. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que não possa ser
tomada no depósito, a autoridade responsável pela remoção liberará o veículo
para reparo, na forma transportada, mediante autorização, assinalando prazo
para reapresentação. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)

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§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo poderão ser re-


alizados por órgão público, diretamente, ou por particular contratado por lici-
tação pública, sendo o proprietário do veículo o responsável pelo pagamento
dos custos desses serviços. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 5º O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato de remo-
ção do veículo, sobre as providências necessárias à sua restituição e sobre o
disposto no art. 328, conforme regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela
Lei n. 13.160, de 2015)
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no momento
da remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias
contado da data da remoção, deverá expedir ao proprietário a notificação
prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro meio tecnológico hábil que
assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada, a notificação poderá ser feita
por edital. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 7º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprie-
tário do veículo ou por recusa desse de recebê-la será considerada recebida
para todos os efeitos (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 8º Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação será feita por
edital. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 9º Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade puder ser
sanada no local da infração. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será correspon-
dente ao período integral, contado em dias, em que efetivamente o veículo
permanecer em depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016)
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por particula-
res poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao contratado. (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o respectivo ente da
Federação estabelecer a cobrança por meio de taxa instituída em lei. (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016)

2212
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimento compro-


var, administrativa ou judicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que
houve abuso no período de retenção em depósito, é da responsabilidade do
ente público a devolução das quantias pagas por força deste artigo, segun-
do os mesmos critérios da devolução de multas indevidas. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016)
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Per-
missão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste
Código, quando houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração.
Art. 273. O  recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á mediante
recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
I – houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II – se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo
de trinta dias.
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual dar-se-á
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
I – houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II – se o prazo de licenciamento estiver vencido;
III – no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser
sanada no local.
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condição para que
o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às expensas do proprietá-
rio do veículo, sem prejuízo da multa aplicável.
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao disposto neste
artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo liberado após sanada a
irregularidade e pagas as despesas de remoção e estada.
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro
de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165. (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.760, de 2012)

2213
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a


infração for apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação
metrológica. (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de
trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a
teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos
ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência
de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência. (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
§ 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada
mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma dis-
ciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produção
de quaisquer outras provas em direito admitidas. (Redação dada pela Lei
n. 12.760, de 2012)
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabele-
cidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a
qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo ve-
ículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis, será
aplicada a penalidade prevista no art. 209, além da obrigação de retornar ao
ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, a apreensão
do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplicando-se, além das penalida-
des em que incorre, as estabelecidas no art. 210.
Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática do crime
de receptação, descaminho, contrabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-
A do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), con-
denado por um desses crimes em decisão judicial transitada em julgado, terá

2214
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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cassado seu documento de habilitação ou será proibido de obter a habilitação


para dirigir veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei
n. 13.804, de 2019)
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação, submeten-
do-se a todos os exames necessários à habilitação, na forma deste Código.
(Incluído pela Lei n. 13.804, de 2019)
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos crimes de que
trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer fase da investigação
ou da ação penal, se houver necessidade para a garantia da ordem pública,
como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou
ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão
motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veícu-
lo automotor, ou a proibição de sua obtenção. (Incluído pela Lei n. 13.804,
de 2019)
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado
com registrador instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial
encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou unidade ar-
mazenadora do registro.

CAPÍTULO XVIII
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Seção I
Da Autuação

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-


-á auto de infração, do qual constará:
I – tipificação da infração;
II – local, data e hora do cometimento da infração;

2215
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III – caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie,


e outros elementos julgados necessários à sua identificação;
IV – o prontuário do condutor, sempre que possível;
V – identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador
ou equipamento que comprovar a infração;
VI – assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como noti-
ficação do cometimento da infração.
§ 1º (VETADO)
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do
agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento
audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente dis-
ponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.
§  3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o  agente de trânsito
relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados
a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o pro-
cedimento previsto no artigo seguinte.
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de
infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial
militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no
âmbito de sua competência.

Seção II
Do Julgamento das Autuações e Penalidades

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida


neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de
infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado
insubsistente:
I – se considerado inconsistente ou irregular;

2216
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II – se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da
autuação. (Redação dada pela Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietário
do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tec-
nológico hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade.
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietá-
rio do veículo será considerada válida para todos os efeitos.
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições con-
sulares de carreira e de representações de organismos internacionais e de
seus integrantes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as
providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa.
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção
daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação será encaminhada ao
proprietário do veículo, responsável pelo seu pagamento.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apre-
sentação de recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a
trinta dias contados da data da notificação da penalidade. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágra-
fo anterior será a data para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá op-
tar por ser notificado por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de
Trânsito responsável pela autuação oferecer essa opção. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por
meio eletrônico deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo
de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)

2217
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o


condutor autuado será considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão
da informação no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)
§ 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos
os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabi-
lidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 283. (VETADO)
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do ven-
cimento expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor.
§  1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação eletrônica, se dis-
ponível, conforme regulamentação do Contran, e opte por não apresentar
defesa prévia nem recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá
efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta por cento) do seu valor,
em qualquer fase do processo, até o vencimento da multa. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia ao questiona-
mento administrativo, que pode ser realizado a qualquer momento, respeita-
do o disposto no § 1º. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer
restrição, inclusive para fins de licenciamento e transferência, enquanto não
for encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e penali-
dades. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e
penalidades, a multa não paga até o vencimento será acrescida de juros de
mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (Selic) para títulos federais acumulada mensalmente, calculados a
partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do paga-
mento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento
estiver sendo efetuado. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autori-


dade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo
em até trinta dias.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão
julgador, dentro dos dez dias úteis subseqüentes à sua apresentação, e, se o
entender intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamento.
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do
prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício,
ou por solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto no
prazo legal, sem o recolhimento do seu valor.
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido no
parágrafo único do art. 284.
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se jul-
gada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga,
atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais.
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do li-
cenciamento do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou
entidade de trânsito da residência ou domicílio do infrator.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá
remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das
cópias dos prontuários necessários ao julgamento.
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma
do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da noti-
ficação da decisão.
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo res-
ponsável pela infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que im-
pôs a penalidade.
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.249, de 2010)

2219
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Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo


de trinta dias:
I – tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito
da União:
a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cas-
sação do documento de habilitação ou penalidade por infrações gravíssimas,
pelo CONTRAN;
b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordenador-
-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais
um Presidente de Junta;
II – tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito
estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE,
respectivamente.
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas
uma JARI, o recurso será julgado por seus próprios membros.
Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa de julga-
mento de infrações e penalidades: (Redação dada pela Lei n.  13.281, de
2016) (Vigência)
I – o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e 289; (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – a não interposição do recurso no prazo legal; e (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e requeri-
mento de encerramento do processo na fase em que se encontra, sem apre-
sentação de defesa ou recurso. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigên-
cia)
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos ter-
mos deste Código serão cadastradas no RENACH.

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CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, pre-


vistos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Có-
digo de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem
como a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto
nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o
agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência; (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição auto-
mobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via
em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei n. 11.705,
de 2008)
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaura-
do inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando
especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequên-
cias do crime. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

2221
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Delegado

Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habili-


tação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativa-
mente com outras penalidades. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)
(Vigência)
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois
meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a
entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para
Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sen-
tenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento
prisional.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante
representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a sus-
pensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida caute-
lar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso
em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se
obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade
judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito
do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Có-
digo, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação
para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabí-
veis. (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008)

2222
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, me-


diante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia
calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre
que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo de-
monstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código
Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será des-
contado.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de
grave dano patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o
transporte de passageiros ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acor-
do com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada
a pedestres.
Art. 299. (VETADO)
Art. 300. (VETADO)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fian-
ça, se prestar pronto e integral socorro àquela.

2223
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor,
a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela
Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
II  – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei
n. 12.971, de 2014) (Vigência)
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à vítima do acidente; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo
de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
V – (Revogado pela Lei n. 11.705, de 2008)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído
pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (In-
cluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer
das hipóteses do § 1º do art. 302. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
n. 13.546, de 2017) (Vigência)

2224
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§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem


prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veí-
culo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool
ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime
resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei
n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar
imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa
causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não cons-
tituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de
vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir
à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alte-
rada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência: (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela
Lei n. 12.760, de 2012)
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de
sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;
ou (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)

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§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante


teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova tes-
temunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito
à contraprova. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de
alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado
neste artigo. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste
Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de
entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir
ou a Carteira de Habilitação.
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou de-
monstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou
privada: (Redação dada pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo au-
tomotor. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de
natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é
de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas pre-
vistas neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circuns-
tâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco

2226
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10


(dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Per-
missão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a
pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir
suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou
por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas pro-
ximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório,
inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados,
quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo
aos quais se refere.
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Có-
digo, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa
de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de
serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes ativi-
dades: (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

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I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de


bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a ví-
timas de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública
que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados; (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recupera-
ção de vítimas de acidentes de trânsito. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)

CAPÍTULO XX
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 313. O  Poder Executivo promoverá a nomeação dos membros do


CONTRAN no prazo de sessenta dias da publicação deste Código.
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias a partir da
publicação deste Código para expedir as resoluções necessárias à sua melhor
execução, bem como revisar todas as resoluções anteriores à sua publicação,
dando prioridade àquelas que visam a diminuir o número de acidentes e a
assegurar a proteção de pedestres.
Parágrafo único. As  resoluções do CONTRAN, existentes até a data de
publicação deste Código, continuam em vigor naquilo em que não conflitem
com ele.
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do
CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e quarenta dias contado da publica-
ção, estabelecer o currículo com conteúdo programático relativo à segurança
e à educação de trânsito, a fim de atender o disposto neste Código.

2228
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Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do parágrafo único


do art. 281 só entrará em vigor após duzentos e quarenta dias contados da
publicação desta Lei.
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo de até um
ano para a adaptação dos veículos de condução de escolares e de aprendiza-
gem às normas do inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamente.
Art. 318. (VETADO)
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo CONTRAN,
continua em vigor o disposto no art. 92 do Regulamento do Código Nacional
de Trânsito - Decreto n. 62.127, de 16 de janeiro de 1968.
Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Código poderão ser
corrigidos monetariamente pelo Contran, respeitado o limite da variação do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no exercício anterior.
(Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do disposto no caput serão
divulgados pelo Contran com, no mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência
de sua aplicação. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsi-
to será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de
campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito ar-
recadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito na-
cional destinado à segurança e educação de trânsito. (Redação dada pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial
de computadores (internet), dados sobre a receita arrecadada com a cobran-
ça de multas de trânsito e sua destinação. (Incluído pela Lei n. 13. 281, de
2016) (Vigência)
Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de Trânsito
poderão integrar-se para a ampliação e o aprimoramento da fiscalização de

2229
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trânsito, inclusive por meio do compartilhamento da receita arrecadada com a


cobrança das multas de trânsito. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
Art. 321. (VETADO)
Art. 322. (VETADO)
Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a metodologia de
aferição de peso de veículos, estabelecendo percentuais de tolerância, sendo
durante este período suspensa a vigência das penalidades previstas no inciso
V do art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte UFIR por duzentos quilogra-
mas ou fração de excesso.
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este artigo, até
a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles estabelecidos pela Lei n. 7.408, de
25 de novembro de 1985.
Art. 324. (VETADO)
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no mínimo, 5 (cinco)
anos os documentos relativos à habilitação de condutores, ao registro e ao
licenciamento de veículos e aos autos de infração de trânsito. (Redação dada
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser gerados e tramita-
dos eletronicamente, bem como arquivados e armazenados em meio digital,
desde que assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a confiabilidade e a
segurança das informações, e serão válidos para todos os efeitos legais, sen-
do dispensada, nesse caso, a sua guarda física. (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o arquivamento,
o armazenamento e a eliminação de documentos eletrônicos e físicos gerados
em decorrência da aplicação das disposições deste Código. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema deverá ser certificado
digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade
jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
(ICP-Brasil). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

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Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente


no período compreendido entre 18 e 25 de setembro.
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito,
no que se refere à política de segurança no trânsito, deverá voltar-se prio-
ritariamente para o cumprimento de metas anuais de redução de índice de
mortos por grupo de veículos e de índice de mortos por grupo de habitantes,
ambos apurados por Estado e por ano, detalhando-se os dados levantados e
as ações realizadas por vias federais, estaduais e municipais. (Incluído pela
Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 1º O objetivo geral do estabelecimento de metas é, ao final do prazo de
dez anos, reduzir à metade, no mínimo, o índice nacional de mortos por grupo
de veículos e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes, relativa-
mente aos índices apurados no ano da entrada em vigor da lei que cria o Pla-
no Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). (Incluído
pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 2º As metas expressam a diferença a menor, em base percentual, entre
os índices mais recentes, oficialmente apurados, e os índices que se pretende
alcançar. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 3º A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as respectivas mar-
gens de tolerância. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 4º As metas serão fixadas pelo Contran para cada um dos Estados da
Federação e para o Distrito Federal, mediante propostas fundamentadas dos
Cetran, do Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, no
âmbito das respectivas circunscrições. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018)
(Vigência)
§ 5º Antes de submeterem as propostas ao Contran, os Cetran, o Con-
trandife e o Departamento de Polícia Rodoviária Federal realizarão consulta
ou audiência pública para manifestação da sociedade sobre as metas a serem
propostas. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)

2231
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§ 6º As propostas dos Cetran, do Contrandife e do Departamento de Polí-


cia Rodoviária Federal serão encaminhadas ao Contran até o dia 1º de agosto
de cada ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do cumprimento
das metas fixadas para o ano anterior e de exposição de ações, projetos ou
programas, com os respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende
cumprir as metas propostas para o ano seguinte. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
§ 7º As metas fixadas serão divulgadas em setembro, durante a Semana
Nacional de Trânsito, assim como o desempenho, absoluto e relativo, de cada
Estado e do Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes no ano an-
terior, detalhados os dados levantados e as ações realizadas por vias federais,
estaduais e municipais, devendo tais informações permanecer à disposição do
público na rede mundial de computadores, em sítio eletrônico do órgão má-
ximo executivo de trânsito da União. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018)
(Vigência)
§ 8º O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia Rodoviária Federal e
demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, definirá as fórmulas para
apuração dos índices de que trata este artigo, assim como a metodologia para
a coleta e o tratamento dos dados estatísticos necessários para a composição
dos termos das fórmulas. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 9º Os dados estatísticos coletados em cada Estado e no Distrito Federal
serão tratados e consolidados pelo respectivo órgão ou entidade executivos
de trânsito, que os repassará ao órgão máximo executivo de trânsito da União
até o dia 1º de março, por meio do sistema de registro nacional de acidentes
e estatísticas de trânsito. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo órgão ou entidade
executivos de trânsito do Estado ou do Distrito Federal compreendem os cole-
tados naquela circunscrição: (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
I  – pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo rodoviário da
União; (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)

2232
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II – pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executivos rodoviários do


Estado ou do Distrito Federal; (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigên-
cia)
III – pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e pelos órgãos ou
entidades executivos de trânsito dos Municípios. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o Distrito Federal,
será feito pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, ouvidos o De-
partamento de Polícia Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacio-
nal de Trânsito. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia 31 de março de
cada ano. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no decorrer do ano, o Con-
tran, os Cetran e o Contrandife poderão recomendar aos integrantes do Sis-
tema Nacional de Trânsito alterações nas ações, projetos e programas em
desenvolvimento ou previstos, com o fim de atingir as metas fixadas para
cada um dos Estados e para o Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
§ 14. A partir da análise de desempenho a que se refere o § 7º deste arti-
go, o Contran elaborará e divulgará, também durante a Semana Nacional de
Trânsito: (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
I – duas classificações ordenadas dos Estados e do Distrito Federal, uma
referente ao ano analisado e outra que considere a evolução do desempenho
dos Estados e do Distrito Federal desde o início das análises; (Incluído pela
Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
II – relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral do estabeleci-
mento de metas previsto no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente poderão ser fabri-
cados e licenciados veículos que obedeçam aos limites de peso e dimensões

2233
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fixados na forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser regulamentados


pelo CONTRAN.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não recla-
mado por seu proprietário dentro do prazo de sessenta dias, contado da data
de recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a ser realizado preferencial-
mente por meio eletrônico. (Redação dada pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 1º Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser iniciada após
trinta dias, contados da data de recolhimento do veículo, o qual será classifi-
cado em duas categorias: (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
I – conservado, quando apresenta condições de segurança para trafegar;
e (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
II – sucata, quando não está apto a trafegar. (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)
§ 2º Se não houver oferta igual ou superior ao valor da avaliação, o lote
será incluído no leilão seguinte, quando será arrematado pelo maior lance,
desde que por valor não inferior a cinquenta por cento do avaliado. (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 3º Mesmo classificado como conservado, o veículo que for levado a lei-
lão por duas vezes e não for arrematado será leiloado como sucata. (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 4º É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à circulação. (In-
cluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 5º A cobrança das despesas com estada no depósito será limitada ao
prazo de seis meses. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 6º Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados para custeio
da realização do leilão, dividindo-se os custos entre os veículos arrematados,
proporcionalmente ao valor da arrematação, e destinando-se os valores re-
manescentes, na seguinte ordem, para: (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
I – as despesas com remoção e estada; (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)

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II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10; (Incluído pela Lei


n. 13.160, de 2015)
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito com ga-
rantia real, segundo a ordem de preferência estabelecida no art. 186 da Lei
no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional); (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável pelo leilão;
(Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do Sistema Nacio-
nal de Trânsito, segundo a ordem cronológica; e (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)
VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência legal. (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 7º Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os débitos inciden-
tes sobre o veículo, a situação será comunicada aos credores. (Incluído pela
Lei n. 13.160, de 2015)
§ 8º Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do leilão pre-
viamente para que formalizem a desvinculação dos ônus incidentes sobre o
veículo no prazo máximo de dez dias. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 9º Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação administra-
tiva ficam dele automaticamente desvinculados, sem prejuízo da cobrança
contra o proprietário anterior. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 10. Aplica-se o disposto no § 9º inclusive ao débito relativo a tributo
cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil, a posse, a circulação ou
o licenciamento de veículo. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo, por qualquer
meio, os débitos serão novamente vinculados ao bem, aplicando-se, nesse
caso, o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 271. (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)

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§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será depositado em conta


específica do órgão responsável pela realização do leilão e ficará à disposição
do antigo proprietário, devendo ser expedida notificação a ele, no máximo
em trinta dias após a realização do leilão, para o levantamento do valor no
prazo de cinco anos, após os quais o valor será transferido, definitivamente,
para o fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320. (Incluído pela Lei
n. 13.160, de 2015)
§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao animal recolhi-
do, a qualquer título, e não reclamado por seu proprietário no prazo de ses-
senta dias, a contar da data de recolhimento, conforme regulamentação do
CONTRAN. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou judicial sobre o
prontuário do veículo, a autoridade responsável pela restrição será notificada
para a retirada do bem do depósito, mediante a quitação das despesas com
remoção e estada, ou para a autorização do leilão nos termos deste artigo.
(Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da notificação de que
trata o § 14, não houver manifestação da autoridade responsável pela res-
trição judicial ou policial, estará o órgão de trânsito autorizado a promover
o leilão do veículo nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens automotores
que se encontrarem nos depósitos há mais de 1 (um) ano poderão ser desti-
nados à reciclagem, independentemente da existência de restrições sobre o
veículo. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do § 16 será realizado
por lote de tonelagem de material ferroso, observando-se, no que couber,
o disposto neste artigo, condicionando-se a entrega do material arrematado
aos procedimentos necessários à descaracterização total do bem e à destina-
ção exclusiva, ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica, vedado

2236
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qualquer aproveitamento de peças e partes. (Incluído pela Lei n. 13.281, de


2016) (Vigência)
§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados, adulterados ou es-
trangeiros, bem como aqueles sem possibilidade de regularização perante o
órgão de trânsito, serão destinados à reciclagem, independentemente do pe-
ríodo em que estejam em depósito, respeitado o prazo previsto no caput des-
te artigo, sempre que a autoridade responsável pelo leilão julgar ser essa a
medida apropriada. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts. 135 e 136,
para exercerem suas atividades, deverão apresentar, previamente, certidão
negativa do registro de distribuição criminal relativamente aos crimes de ho-
micídio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a cada cinco anos,
junto ao órgão responsável pela respectiva concessão ou autorização.
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas ou recupera-
ção de veículos e os que comprem, vendam ou desmontem veículos, usados
ou não, são obrigados a possuir livros de registro de seu movimento de en-
trada e saída e de uso de placas de experiência, conforme modelos aprovados
e rubricados pelos órgãos de trânsito.
§ 1º Os livros indicarão:
I – data de entrada do veículo no estabelecimento;
II – nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor;
III – data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;
IV – nome, endereço e identidade do comprador;
V – características do veículo constantes do seu certificado de registro;
VI – número da placa de experiência.
§  2º Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente e serão
encadernados ou em folhas soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão ter-
mo de abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e rubricados pela
repartição de trânsito, enquanto, no segundo, todas as folhas serão autenti-
cadas pela repartição de trânsito.

2237
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos referidos neste


artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que se verificarem assinaladas, in-
clusive, as horas a elas correspondentes, podendo os veículos irregulares lá
encontrados ou suas sucatas ser apreendidos ou retidos para sua completa
regularização.
§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão acesso aos
livros sempre que o solicitarem, não podendo, entretanto, retirá-los do esta-
belecimento.
§ 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao realizá-lo e a
recusa de sua exibição serão punidas com a multa prevista para as infrações
gravíssimas, independente das demais cominações legais cabíveis.
§ 6º Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos por sis-
tema eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei
n. 13.154, de 2015)
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que passarão a integrar
os colegiados destinados ao julgamento dos recursos administrativos previs-
tos na Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos recursos
ficará a cargo dos órgãos ora existentes.
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Trân-
sito proporcionarão aos membros do CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em
serviço, todas as facilidades para o cumprimento de sua missão, fornecendo-
-lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes inspecionar a execução
de quaisquer serviços e deverão atender prontamente suas requisições.
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias após a
nomeação de seus membros, as disposições previstas nos arts. 91 e 92, que
terão de ser atendidas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito e exe-
cutivos rodoviários para exercerem suas competências.
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo de um
ano, após a edição das normas, para se adequarem às novas disposições es-
tabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo.

2238
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§  2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exercerão as


competências previstas neste Código em cumprimento às exigências estabe-
lecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo, acompanhados pelo
respectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou CONTRAN, se órgão
ou entidade estadual, do Distrito Federal ou da União, passando a integrar o
Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser homologa-
das pelo órgão ou entidade competente no prazo de um ano, a partir da pu-
blicação deste Código, devendo ser retiradas em caso contrário.
Art. 335. (VETADO)
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II até a
aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e sessenta dias da publica-
ção desta Lei, após a manifestação da Câmara Temática de Engenharia, de
Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais.
Art. 337. Os  CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Estados e
Municípios que os compõem e, o CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes,
ao comerciarem veículos automotores de qualquer categoria e ciclos, são
obrigados a fornecer, no ato da comercialização do respectivo veículo, manu-
al contendo normas de circulação, infrações, penalidades, direção defensiva,
primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no
valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e quatro mil, novecentos e cin-
qüenta e quatro reais), em favor do ministério ou órgão a que couber a coor-
denação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, para atender as despesas
decorrentes da implantação deste Código.
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a data de
sua publicação.
Art. 341. Ficam revogadas as Leis n.s 5.108, de 21 de setem-
bro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de 10 de novem-

2239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

bro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de 1974, 6.308, de 15 de dezembro


de 1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de
1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de
1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei
n. 237, de 28 de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis n.s 584, de 16 de maio
de 1969, 912, de 2 de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.

ANEXO I
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:


ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento desti-
nada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à
circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para
esse fim.
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar,
credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de
fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos al-
véolos pulmonares. (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de passageiros,
com capacidade para até oito pessoas, exclusive o condutor.
AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade exe-
cutivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expres-
samente credenciada.
BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando pelos cen-
tros das rodas traseiras extremas e o ponto mais recuado do veículo, conside-
rando-se todos os elementos rigidamente fixados ao mesmo.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não
sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

2240
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Delegado

BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento


de bicicletas.
BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos.
BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por linhas
longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de
veículos.
CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente,
não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e,
quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação
e outros fins.
CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar ou arrastar
outro.
CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga com peso bruto
total de até três mil e quinhentos quilogramas.
CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de passageiros e car-
ga no mesmo compartimento.
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como separador de duas
pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias (canteiro
fictício).
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unidade de tração
é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre
suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência
dos elementos que compõem a transmissão.
CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos automotores em sinal
de regozijo, de reivindicação, de protesto cívico ou de uma classe.
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado no transporte de
pequenas cargas.
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte de carga.
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz utilizado na
sinalização de vias e veículos (olho-de-gato).

2241
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao transporte de pessoas.


CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva
de ciclos, delimitada por sinalização específica.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de
combustão interna, cuja cilindrada não exceda a cinqüenta centímetros cú-
bicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não
exceda a cinqüenta quilômetros por hora.
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisica-
mente do tráfego comum.
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita, de mudan-
ça da direção original do veículo.
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha a função
específica de proporcionar maior segurança ao usuário da via, alertando-o
sobre situações de perigo que possam colocar em risco sua integridade física
e dos demais usuários da via, ou danificar seriamente o veículo.
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao ne-
cessário para embarque ou desembarque de passageiros.
ESTRADA - via rural não pavimentada.
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alve-
olar. (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, delimitada por lei
específica e sob responsabilidade do órgão ou entidade de trânsito competen-
te com circunscrição sobre a via.
FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitudinais em que a
pista pode ser subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais,
que tenham uma largura suficiente para permitir a circulação de veículos au-
tomotores.
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas estabele-
cidas na legislação de trânsito, por meio do poder de polícia administrativa

2242
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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de trânsito, no âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades executivos de


trânsito e de acordo com as competências definidas neste Código.
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão ou impedimento
de locomoção na faixa apropriada.
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a manter o veículo
imóvel na ausência do condutor ou, no caso de um reboque, se este se en-
contra desengatado.
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo destinado a diminuir a
marcha do veículo no caso de falha do freio de serviço.
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a diminuição da
marcha do veículo ou pará-lo.
GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de braço, adotados
exclusivamente pelos agentes de autoridades de trânsito nas vias, para orien-
tar, indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens,
sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou norma constante deste
Código.
GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais de braço, adota-
dos exclusivamente pelos condutores, para orientar ou indicar que vão efe-
tuar uma manobra de mudança de direção, redução brusca de velocidade ou
parada.
ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à orde-
nação dos fluxos de trânsito em uma interseção.
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito,
às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito
e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trân-
sito.
INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento ou bifurcação,
incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou bifur-
cações.
INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo para atender circuns-
tância momentânea do trânsito.

2243
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LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obrigações do proprie-


tário de veículo, comprovado por meio de documento específico (Certificado
de Licenciamento Anual).
LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela municipalidade à
circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de pedes-
tres, tais como calçada, parques, áreas de lazer, calçadões.
LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o
veículo transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou
número de pessoas, para os veículos de passageiros.
LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais e que
com elas se limita.
LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até uma
grande distância do veículo.
LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via diante do
veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos conduto-
res e outros usuários da via que venham em sentido contrário.
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos demais usuários da
via, que se encontram atrás do veículo, que o condutor está aplicando o freio
de serviço.
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do veículo destinada a
indicar aos demais usuários da via que o condutor tem o propósito de mudar
de direção para a direita ou para a esquerda.
LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a iluminar atrás do veí-
culo e advertir aos demais usuários da via que o veículo está efetuando ou a
ponto de efetuar uma manobra de marcha à ré.
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a iluminação da
via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de pó.
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar a presença
e a largura do veículo.

2244
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Delegado

MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alterar a posição


em que o veículo está no momento em relação à via.
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de linhas, marcações,
símbolos ou legendas, em tipos e cores diversas, apostos ao pavimento da via.
MICRO-ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacida-
de para até vinte passageiros.
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car,
dirigido por condutor em posição montada.
MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor em
posição sentada.
MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja carroçaria seja fe-
chada e destinada a alojamento, escritório, comércio ou finalidades análogas.
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o nascer do sol.
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para
mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude de adaptações com vista à
maior comodidade destes, transporte número menor.
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do veículo, pelo tempo
estritamente necessário ao carregamento ou descarregamento de animais
ou carga, na forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito
competente com circunscrição sobre a via.
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado nos concei-
tos de Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez, de estacionamento
e parada na via, de forma a reduzir as interferências tais como veículos que-
brados, acidentados, estacionados irregularmente atrapalhando o trânsito,
prestando socorros imediatos e informações aos pedestres e condutores.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estrita-
mente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros.
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre uma via e uma li-
nha férrea ou trilho de bonde com pista própria.

2245
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Delegado

PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem à frente de


outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade, mas
em faixas distintas da via.
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transposição de vias,
em desnível subterrâneo, e ao uso de pedestres ou veículos.
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível
aéreo, e ao uso de pedestres.
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso,
separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências, des-
tinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com
o objetivo de garantir obediência às normas de trânsito, assegurando a livre
circulação e evitando acidentes.
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área rural.
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmite ao pavimento,
constituído da soma da tara mais a lotação.
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo transmitido ao pavimen-
to pela combinação de um caminhão-trator mais seu semirreboque ou do
caminhão mais o seu reboque ou reboques.
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em caráter de ad-
vertência, destinada a indicar aos demais usuários da via que o veículo está
imobilizado ou em situação de emergência.
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos,
identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em relação
às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado ou
suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e,
eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas e
legalmente instituídas como sinais de trânsito.
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas Polícias
Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a se-

2246
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

gurança pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança de


trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens opostas de
uma superfície líquida qualquer.
REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo auto-
motor.
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de regulamenta-
ção pelo órgão ou entidade competente com circunscrição sobre a via, definin-
do, entre outros, sentido de direção, tipo de estacionamento, horários e dias.
REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida, destinada ao
uso de pedestres durante a travessia da mesma.
RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.
RETORNO - movimento de inversão total de sentido da direção original de
veículos.
RODOVIA - via rural pavimentada.
SEMIRREBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apóia na sua unida-
de tratora ou é a ela ligado por meio de articulação.
SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se utilizam
de placas, marcas viárias, equipamentos de controle luminosos, dispositivos
auxiliares, apitos e gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o
trânsito dos veículos e pedestres.
SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de segurança
colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização adequada,
possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos veículos e
pedestres que nela circulam.
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente pelos agentes
da autoridade de trânsito nas vias, para orientar ou indicar o direito de pas-
sagem dos veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou completando sinalização
existente no local ou norma estabelecida neste Código.

2247
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equi-


pamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressa-
lente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em
quilogramas.
TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas, quatro, ou seis
rodas, acoplado ou adaptado à traseira de automóvel ou camionete, utilizado
em geral em atividades turísticas como alojamento, ou para atividades co-
merciais.
TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais
nas vias terrestres.
TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma faixa de-
marcada para outra.
TRATOR - veículo automotor construído para realizar trabalho agrícola, de
construção e pavimentação e tracionar outros veículos e equipamentos.
ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo que se
desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfe-
go, necessitando sair e retornar à faixa de origem.
UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade do seu uso,
inclusive fora de estrada.
VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acoplados, sendo um
deles automotor.
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circule por
seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de
pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o trans-
porte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a
uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de carga, podendo
transportar dois passageiros, exclusive o condutor.

2248
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido fabricado há mais


de trinta anos, conserva suas características originais de fabricação e possui
valor histórico próprio.
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo o primeiro um ve-
ículo automotor e os demais reboques ou equipamentos de trabalho agrícola,
construção, terraplenagem ou pavimentação.
VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor destinado ao transporte
de carga com peso bruto total máximo superior a dez mil quilogramas e de
passageiros, superior a vinte passageiros.
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao transporte de pessoas
e suas bagagens.
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao transporte simultâneo
de carga e passageiro.
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compre-
endendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por acessos especiais
com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos
lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível.
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente
controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias se-
cundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade.
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais,
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade.
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível não semafori-
zadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.
VIA RURAL - estradas e rodovias.
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à
circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente
por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.

2249
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias destinadas à cir-


culação prioritária de pedestres.
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor uma depressão
de terreno ou servir de passagem superior. (Vide Resolução n. 160, de 2004
do CONTRAN)

2250
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 8.137, DE DEZEMBRO DE 1990

Mensagem de veto
(Vide Lei n. 9.249, de 1995)
(Vide Decreto n. 3.000, de 1999)
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as rela-
ções de consumo, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Seção I
Dos crimes praticados por particulares

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tri-


buto, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes con-
dutas: (Vide Lei n. 9.964, de 10.4.2000)
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendá-
rias;
II  – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela
lei fiscal;
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou
qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba
ou deva saber falso ou inexato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou docu-
mento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

2251
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.


Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no
prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao aten-
dimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
Art. 2º Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei n. 9.964, de
10.4.2000)
I – fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou
fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de
pagamento de tributo;
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição
social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação
e que deveria recolher aos cofres públicos;
III – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário,
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou
de contribuição como incentivo fiscal;
IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo
fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvi-
mento;
V – utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita
ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa
daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Seção II
Dos crimes praticados por funcionários públicos

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos pre-
vistos no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal
(Título XI, Capítulo I):

2252
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que


tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou par-
cialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contri-
buição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indire-
tamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em
razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para
deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a ad-
ministração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena
- reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A ECONOMIA E AS RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica:


I – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando,
total ou parcialmente, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou
acordo de empresas; (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
c) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
d) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
e) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
f) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
(Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
(Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).

2253
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empre-


sas; (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou
de fornecedores. (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.529, de 2011).
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
VII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 5º Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
I – exigir exclusividade de propaganda, transmissão ou difusão de publi-
cidade, em detrimento de concorrência; (Revogado pela Lei n. 12.529, de
2011).
II – subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de
outro bem, ou ao uso de determinado serviço; (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
III – sujeitar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de
quantidade arbitrariamente determinada; (Revogado pela Lei n. 12.529, de
2011).
IV – recusar-se, sem justa causa, o diretor, administrador, ou gerente de
empresa a prestar à autoridade competente ou prestá-la de modo inexato,
informando sobre o custo de produção ou preço de venda. (Revogado pela Lei
n. 12.529, de 2011).
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. (Revogado pela
Lei n. 12.529, de 2011).
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no
prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao aten-

2254
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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dimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso IV. (Revogado


pela Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 6º Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
I – vender ou oferecer à venda mercadoria, ou contratar ou oferecer servi-
ço, por preço superior ao oficialmente tabelado, ao regime legal de controle;
(Revogado pela Lei n. 12.529, de 2011).
II – aplicar fórmula de reajustamento de preços ou indexação de contrato
proibida, ou diversa daquela que for legalmente estabelecida, ou fixada por
autoridade competente; (Revogado pela Lei n. 12.529, de 2011).
III – exigir, cobrar ou receber qualquer vantagem ou importância adicional
de preço tabelado, congelado, administrado, fixado ou controlado pelo Poder
Público, inclusive por meio da adoção ou de aumento de taxa ou outro per-
centual, incidente sobre qualquer contratação. (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, ou multa. (Revogado pela
Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressal-
vados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores
ou revendedores;
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especifi-
cação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais,
ou que não corresponda à respectiva classificação oficial;
III  – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para ven-
dê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de
qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabele-
cido para os demais mais alto custo;
IV – fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos
tais como denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação téc-
nica, descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;

2255
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda


em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na
prestação dos serviços;
V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, me-
diante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais;
VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem preten-
da comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim
de especulação;
VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afir-
mação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, uti-
lizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;
VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o
fim de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qual-
quer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias
ao consumo;
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modali-
dade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de
multa à quinta parte.

CAPÍTULO III
DAS MULTAS

Art. 8º Nos crimes definidos nos arts. 1º a 3º desta lei, a pena de multa
será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a
14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN.

2256
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 9º A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida em multa


de valor equivalente a:
I – 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de BTN, nos
crimes definidos no art. 4º;
II – 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes defini-
dos nos arts. 5º e 6º;
III – 50.000 (cinquenta mil) até 1.000.000 (um milhão de BTN), nos cri-
mes definidos no art. 7º.
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica
do réu, verifique a insuficiência ou excessiva onerosidade das penas pecuni-
árias previstas nesta lei, poderá diminuí-las até a décima parte ou elevá-las
ao décuplo.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica,


concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes comina-
das, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema
de entrega ao consumo ou por intermédio de outro em que o preço ao con-
sumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato por
este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a
metade as penas previstas nos arts. 1º, 2º e 4º a 7º:
I – ocasionar grave dano à coletividade;
II – ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;
III – ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao co-
mércio de bens essenciais à vida ou à saúde.
Art. 13. (Vetado).

2257
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplican-
do-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Pú-
blico nos crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações
sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos
de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha
ou coautoria, o coautor ou partícipe que através de confissão espontânea
revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua
pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.080, de
19.7.1995)
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preços,
quando e se necessário, providenciar a desapropriação de estoques, a fim de
evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento.
Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa”.
Art. 20. O § 1º do art. 316 do Decreto-Lei n. 2 848, de 7 de dezembro de
1940 Código Penal, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 316.............................................................
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou de-
veria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexató-
rio ou gravoso, que a lei não autoriza;
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa”.
Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Có-
digo Penal, quanto à fixação da pena, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 318.............................................................

2258
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa”.


Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em especial, o art.
279 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.

Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169º da Independência e 102º da


República.

FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Zélia M. Cardoso de Mello

Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.12.1990

2259
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LEI N. 12.850, DE AGOSTO DE 2013

Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal,


os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o proce-
dimento criminal; altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); revoga a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995; e
dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investiga-


ção criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou
mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de ta-
refas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indireta-
mente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
I – às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorri-
do no estrangeiro, ou reciprocamente;
II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a
prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei
n. 13.260, de 2016)
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por
interposta pessoa, organização criminosa:

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Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das


penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, em-
baraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou
coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente
atos de execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I – se há participação de criança ou adolescente;
II – se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização cri-
minosa dessa condição para a prática de infração penal;
III – se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou
em parte, ao exterior;
IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras organiza-
ções criminosas independentes;
V – se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário pú-
blico a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos sub-
sequentes ao cumprimento da pena.
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata
esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará
ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a
sua conclusão.

2261
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham


armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabeleci-
mentos penais de segurança máxima. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização cri-
minosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá
progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional
ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem
a manutenção do vínculo associativo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO II
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem pre-


juízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I – colaboração premiada;
II – captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III – ação controlada;
IV – acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados ca-
dastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações
eleitorais ou comerciais;
V – interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos
da legislação específica;
VI – afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da
legislação específica;
VII – infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do
art. 11;
VIII – cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais
e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação
ou da instrução criminal.

2262
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade


investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços
técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à
polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos in-
cisos II e V. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 2º No caso do § 1º, fica dispensada a publicação de que trata o parágra-
fo único do art. 61 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser co-
municado o órgão de controle interno da realização da contratação. (Incluído
pela Lei n. 13.097, de 2015)

Seção I
Da Colaboração Premiada
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processu-


al e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de
colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da
boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as for-
malize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumaria-
mente indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Ter-
mo de Confidencialidade para prosseguimento das tratativas, o que vinculará
os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem
justa causa. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

2263
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de


Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação, ressal-
vado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais penais
cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas
pela legislação processual civil em vigor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução,
quando houver necessidade de identificação ou complementação de seu obje-
to, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e interesse
público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confiden-
cialidade serão elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo colabo-
rador e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebran-
te, esse não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresen-
tadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com
procuração do interessado com poderes específicos para iniciar o procedi-
mento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte
que pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada
sem a presença de advogado constituído ou defensor público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipos-
suficiente, o celebrante deverá solicitar a presença de outro advogado ou a
participação de defensor público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

2264
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos


os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os
fatos investigados. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos
com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias,
indicando as provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou
substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que
dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I – a identificação dos demais coautores e partícipes da organização crimi-
nosa e das infrações penais por eles praticadas;
II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da orga-
nização criminosa;
III – a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da orga-
nização criminosa;
IV – a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa;
V – a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a
personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Pú-
blico, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito poli-
cial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou represen-
tar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que

2265
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

couber, o art. 28 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código


de Processo Penal).
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspen-
dendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério Público poderá deixar
de oferecer denúncia se o colaborador:
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público
poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
colaborador: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – não for o líder da organização criminosa;
II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando
o Ministério Público ou a autoridade policial competente tenha instaurado in-
quérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apresentados
pelo colaborador. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida
até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os
requisitos objetivos.
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para
a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de
polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público,
ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e
seu defensor.
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompa-
nhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será re-
metido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o
colaborador, na presença de seu defensor.

2266
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao


juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia
da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompa-
nhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos
na homologação: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos
§§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as cláusulas que violem o critério de de-
finição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos
regimes previstos no Código Penal e na Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984
(Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangi-
dos pelo § 5º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos
exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste artigo; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
IV – voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos
em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mé-
rito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da
pena, nos termos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal) e do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Proces-
so Penal), antes de conceder os benefícios pactuados, exceto quando o acordo
prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A deste artigo
ou já tiver sido proferida sentença. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de
impugnar a decisão homologatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.

2267
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender


aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessá-
rias. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acom-
panhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor.
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a
oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao réu que
o delatou. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o co-
laborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por ini-
ciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será fei-
to pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade
das informações.
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técni-
ca similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das infor-
mações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador.
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença
de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal
de dizer a verdade.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colabo-
ração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.

2268
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento


apenas nas declarações de agente colaborador.
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com
fundamento apenas nas declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – sentença condenatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolo-
sa sobre os fatos objeto da colaboração. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador ces-
se o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração,
sob pena de rescisão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 5º São direitos do colaborador:
I – usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II – ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais
preservados;
III – ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e
partícipes;
IV – participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V – não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI – cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus
ou condenados.
VI – cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos
demais corréus ou condenados. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por
escrito e conter:
I – o relato da colaboração e seus possíveis resultados;

2269
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;


III – a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;
IV – as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado
de polícia, do colaborador e de seu defensor;
V – a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua famí-
lia, quando necessário.
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribu-
ído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador
e o seu objeto.
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas di-
retamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48
(quarenta e oito) horas.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, as-
segurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º.
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador
serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime,
sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipóte-
se. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

Seção II
Da Ação Controlada

2270
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou


administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que
a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será pre-
viamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os
seus limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter
informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao
juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
êxito das investigações.
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca
da ação controlada.
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retar-
damento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer
com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e
extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

Seção III
Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação,


representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público,
após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites.
§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz compe-
tente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

2271
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal


de que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por outros
meios disponíveis.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório circunstanciado será apresen-
tado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público.
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
tempo, relatório da atividade de infiltração.
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtu-
ais, obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet, com o fim de
investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por or-
ganizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados
o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas inves-
tigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-se: (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-
no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz com-
petente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

2272
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que


trata o art. 1º desta Lei e se as provas não puderem ser produzidas por outros
meios disponíveis. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial fundamentada e
desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja compro-
vada sua necessidade. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstancia-
do, juntamente com todos os atos eletrônicos praticados durante a operação,
deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz com-
petente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público e o juiz competente poderão
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas
diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por
seu sigilo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,

por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes

previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

2273
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estri-

ta finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído

pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados

durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e enca-

minhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-

tanciado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste

artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal

juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-

dade do agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do dele-

gado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da ne-

cessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,

os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.

Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir

nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição

da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade

fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma

a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou

identificar o agente que será infiltrado.

§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração se-

rão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24


(vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese

2274
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas ne-


cessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.
§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acom-
panharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à
defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco imi-
nente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à
autoridade judicial.
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporciona-
lidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime
pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
Art. 14. São direitos do agente:
I – recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II – ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto
no art. 9º da Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das
medidas de proteção a testemunhas;
III – ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais infor-
mações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal,
salvo se houver decisão judicial em contrário;
IV – não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pe-
los meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.

2275
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, inde-


pendentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do in-
vestigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)
anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delega-
do de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo pra-
zo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15,
registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino
das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua


prévia autorização por escrito:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça,
a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar infor-
mações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envol-
vam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

2276
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e in-


formações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no
curso de investigação ou do processo:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apos-
sa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão
apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei n. 3.689,
de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto
no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo ra-
zoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu
estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastina-
tório atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade
judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,
amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do di-
reito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor
terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigi-
losos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser
ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Associação Criminosa

2277
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico


de cometer crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é arma-
da ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 342....................................................................................
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
..................................................................................................” (NR)
Art. 26. Revoga-se a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco)
dias de sua publicação oficial.

Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - Edição extra

2278
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 10.741, DE OUTUBRO DE 2003

Mensagem de veto
Vigência
(Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asseguran-
do-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei n.
13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;

2279
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas


com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e con-
vívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detri-
mento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geria-
tria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de en-
velhecimento;
VIII  – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (In-
cluído pela Lei n. 11.765, de 2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em
relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017)
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discri-
minação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em respon-
sabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.

2280
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais


do Idoso, previstos na Lei no  8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção


um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida
e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a


liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspec-
tos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
tários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;

2281
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – participação na vida política, na forma da lei;


VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a sal-
vo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.

CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.


Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os
prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas pe-
rante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e pas-
sarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil. (Redação dada pela Lei n. 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômi-
cas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no
âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermé-


dio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

2282
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por


meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III  – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lu-
crativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano
e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, me-
dicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, ór-
teses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança
de valores diferenciados em razão da idade.
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante
terão atendimento especializado, nos termos da lei.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os ór-
gãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (In-
cluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
I – quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato
necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei n. 12.896,
de 2013)
II – quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por
procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público

2283
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que


integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão
preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
(Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequa-
das para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo trata-
mento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é
assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção,
esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conheci-
do, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de auto-ajuda.

2284
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada con-


tra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela
Lei n. 12.461, de 2011)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qual-
quer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei n. 12.461,
de 2011)
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
no  caput deste artigo, o disposto na Lei no  6.259, de 30 de outubro de
1975. (Incluído pela Lei n. 12.461, de 2011)

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,


espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à edu-
cação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados.
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técni-
cas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua
integração à vida moderna.

2285
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultu-


ral, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no
sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal se-
rão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito
e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir co-
nhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)
nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários espe-
ciais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e
cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas,
na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de exten-
são, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não for-
mais. (Redação dada pela lei n. 13.535, de 2017)
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de
conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, con-
siderada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei n. 13.535,
de 2017)

CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respei-


tadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

2286
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é ve-


dada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para
concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público
será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus po-
tenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedên-
cia mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais,
conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de
cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

CAPÍTULO VII
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da


Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que pre-
servem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajusta-
dos na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com
suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com base
em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabeleci-
dos pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a
concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício.

2287
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput obser-


vará o disposto no caput e § 2º do art. 3º da Lei no 9.876, de 26 de novem-
bro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com
atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mes-
mo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que
deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a data-base dos aposen-
tados e pensionistas.

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articula-


da, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistên-
cia Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não pos-
suam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua famí-
lia, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obri-
gadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobran-
ça de participação do idoso no custeio da entidade.

2288
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistên-


cia Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1º, que não po-
derá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário
ou de assistência social percebido pelo idoso.
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal fir-
mar o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto
ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos le-
gais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
DA HABITAÇÃO

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou


substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanên-
cia será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar,
abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2º  Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender
toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões
de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los
com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte:

2289
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais
residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei n. 12.418,
de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de apo-
sentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a
idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
pela Lei n. 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a


gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, ex-
ceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (ses-
senta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor
sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte pre-
vistos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto n. 5.934,
de 2006)

2290
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com ren-
da igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das pas-
sagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e
os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,
as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos proce-
dimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte
coletivo. (Redação dada pela Lei n. 12.899, de 2013)

TÍTULO III
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os


direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de aten-
dimento;
III – em razão de sua condição pessoal.

2291
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser


aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministé-


rio Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabi-
lidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,
hospitalar ou domiciliar;
IV  – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação
e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.

TÍTULO IV
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto


articulado de ações governamentais e não-governamentais da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:

2292
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de


1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para
aqueles que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negli-
gência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por
idosos abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos ido-
sos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diver-
sos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e execução
emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei
no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de
assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao
órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Ido-
sa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com
os princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;

2293
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.


Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização
de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força
maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno
e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de
respeito e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao
idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento
do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especi-
ficando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestações decor-
rentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

2294
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

XII  – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de


idoso portador de doenças infecto-contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os docu-
mentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na
forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem
dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, rela-
ção de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações,
se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-
zação do atendimento;
XVI  – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a
situação de abandono moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de
serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendi-


mento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Públi-
co, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 53. O art. 7º da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o art. 6º desta Lei a supervi-
são, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do
idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas.” (NR)

2295
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos pú-


blicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determina-


ções desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e cri-
minal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado
o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:


a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em
relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a
interdição da unidade e a suspensão do programa.
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá
quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
§ 3º  Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que colo-
que em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a
suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de aten-
dimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências
a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

2296
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso,
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações


do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição
do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa per-
manência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a
expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabeleci-
mento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à autori-
dade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade
no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil
reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo
idoso.
CAPÍTULO V
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados


anualmente, na forma da lei.

2297
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa


por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Mi-
nistério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e assinado,
se possível, por duas testemunhas.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infra-
ção.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na
presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares,
sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da
pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de aten-
dimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das provi-
dências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.

2298
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO VI
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE
DE ATENDIMENTO

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo


de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto
de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade go-
vernamental e não-governamental de atendimento ao idoso terá início me-
diante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério
Público.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do diri-
gente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão
aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez)
dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as pro-
vas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art.
69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento, delibe-
rando sobre a necessidade de produção de outras provas.
§ 1º  Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24
(vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-
rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.

2299
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou


ao responsável pelo programa de atendimento.

TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o pro-


cedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não
contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do
idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e proce-
dimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como
parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos, em qualquer instância.
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fa-
zendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária com-
petente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpri-
das, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se
em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união
estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Admi-
nistração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições
financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União,
dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Ju-
diciária.

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§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso


aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível
e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maio-
res de oitenta anos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 72. (VETADO)
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exer-
cidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos di-
reitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais
homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou
parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem
a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos
em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, con-
forme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse
público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condu-
ção coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;

2301
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autorida-


des municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI  – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a ins-
tauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às nor-
mas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados
ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de
saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de
suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos pre-
vistos nesta Lei.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas nes-
te artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser
a lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras pro-
vas, usando os recursos cabíveis.

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Delegado

Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita


pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.

CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS
E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Pú-


blico deverão ser fundamentadas.
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilida-
de por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II  – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com
limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-con-
tagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
teção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do do-
micílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária
dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, concor-
rentemente:

2303
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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I – o Ministério Público;


II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da
pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia au-
torização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade
ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são
admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que
lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental,
que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1º  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela li-
minarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de
Processo Civil.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

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Delegado

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-


ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo
do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência
Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trân-
sito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução promovida
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos de-
mais legitimados em caso de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais le-
gitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia
desse órgão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciati-
va do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que cons-
tituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício
de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam configu-
rar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de ação para

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público,


para as providências cabíveis.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inqué-
rito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou
de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o funda-
mentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação
e Revisão do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conse-
lho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de infor-
mação.
§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revi-
são do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, será
designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

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TÍTULO VI
DOS CRIMES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei


no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na  Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide
ADI 3.096-5 - STF)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar
sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou di-
ficultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos,
o socorro de autoridade pública:

2307
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.


Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujei-
tando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar as-
sistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe-
cução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente
o idoso:

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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.


Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abriga-
do, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefí-
cios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento
com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informa-
ções ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento
de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Públi-


co ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Pe-


nal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61................................................................................
II – h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
..................................................................................” (NR)
“Art. 121..............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
.................................................................................” (NR)
“Art. 133.............................................................................
§ 3º ...................................................................................
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 140.............................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência:
.................................................................................. (NR)
“Art. 141.............................................................................
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria.
.................................................................................” (NR)
“Art. 148.............................................................................
§ 1º....................................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior
de 60 (sessenta) anos.

2310
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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................................................................................” (NR)
“Art. 159............................................................................
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqües-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha.
................................................................................” (NR)
“Art. 183............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
...............................................................................” (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941,
Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágra-
fo único:
“Art. 21..............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a


vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei no 9.455, de 7 de abril de
1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º .............................................................................
§ 4º ..................................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
................................................................................” (NR)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 113. O  inciso III do art. 18 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de


1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18................................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21


(vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capaci-
dade de discernimento ou de autodeterminação:
..................................................................................” (NR)
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei.” (NR)
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacio-
nal de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os
recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em progra-
mas e ações relativos ao idoso.
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à po-
pulação idosa do País.
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto
de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continua-
da previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o
acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-e-
conômico alcançado pelo País.
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua
publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir
de 1o de janeiro de 2004.

Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

2312
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

2313
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE 2009

Dispõe sobre a identificação criminal


Constituição Federal, art. 5º, inciso LVIII do civilmente identificado, regulamen-
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) tando o art. 5º, inciso LVIII, da Cons-
tituição Federal.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRE-


SIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nos casos previstos nesta Lei.
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes do-
cumentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho; (Revogado pela Medida Provisória n. 905, de 2019)
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos docu-
mentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer
identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente
o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa-
ções conflitantes entre si;

2314
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo


despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou me-
diante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da
expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação
dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser jun-
tadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que con-
sideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autorida-
de encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constrangi-
mento do identificado.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o foto-
gráfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante,
ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3º, a identificação cri-
minal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil
genético. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser
armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade
oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis
genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pes-
soas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas consti-
tucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados
genéticos. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)

2315
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão


caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que
permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei
ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 3º As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos
deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devida-
mente habilitado. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em ates-
tados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal,
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou
absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo
do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da iden-
tificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de
sua identificação civil.
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá
no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. (Incluído
pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá:
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – no caso de absolvição do acusado; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após
decorridos 20 (vinte) anos do cumprimento da pena. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco
de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executi-
vo. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, no Ministério da Justiça e Segurança
Pública, do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluí-
do pela Lei n. 13.964, de 2019)

2316
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico


e de Impressões Digitais serão regulamentados em ato do Poder Executivo
federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais tem como
objetivo armazenar dados de registros biométricos, de impressões digitais
e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais
federais, estaduais ou distritais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será inte-
grado pelos registros biométricos, de impressões digitais, de íris, face e voz
colhidos em investigações criminais ou por ocasião da identificação criminal.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Poderão ser colhidos os registros biométricos, de impressões digi-
tais, de íris, face e voz dos presos provisórios ou definitivos quando não tive-
rem sido extraídos por ocasião da identificação criminal. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 5º Poderão integrar o Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões
Digitais, ou com ele interoperar, os dados de registros constantes em quais-
quer bancos de dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário das esferas federal, estadual e distrital, inclusive pelo Tribunal
Superior Eleitoral e pelos Institutos de Identificação Civil. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 6º No caso de bancos de dados de identificação de natureza civil, ad-
ministrativa ou eleitoral, a integração ou o compartilhamento dos registros
do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às
impressões digitais e às informações necessárias para identificação do seu
titular. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º A integração ou a interoperação dos dados de registros multibiométri-
cos constantes de outros bancos de dados com o Banco Nacional Multibiomé-
trico e de Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou convênio com
a unidade gestora. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

2317
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 8º Os dados constantes do Banco Nacional Multibiométrico e de Impres-


sões Digitais terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua uti-
lização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial respon-
derá civil, penal e administrativamente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º As informações obtidas a partir da coincidência de registros biométri-
cos relacionados a crimes deverão ser consignadas em laudo pericial firmado
por perito oficial habilitado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 10. É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 11. A autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso ao
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Revoga-se a Lei n. 10.054, de 7 de dezembro de 2000.

Brasília, 1º de outubro de 2009; 188º da Independência e 121º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA


Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Este texto não substitui o publicado no DOU de 2.10.2009

2318
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LEI N. 1.521, DE DEZEMBRO DE 1951


Altera dispositivos da legislação vigente sobre crimes contra a economia
popular.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes e as contravenções
contra a economia popular, Esta Lei regulará o seu julgamento.
Art. 2º. São crimes desta natureza:
I – recusar individualmente em estabelecimento comercial a prestação de
serviços essenciais à subsistência; sonegar mercadoria ou recusar vendê-la a
quem esteja em condições de comprar a pronto pagamento;
II – favorecer ou preferir comprador ou freguês em detrimento de outro,
ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribui-
dores ou revendedores;
III – expor à venda ou vender mercadoria ou produto alimentício, cujo fa-
brico haja desatendido a determinações oficiais, quanto ao peso e composição;
IV – negar ou deixar o fornecedor de serviços essenciais de entregar ao
freguês a nota relativa à prestação de serviço, desde que a importância exce-
da de quinze cruzeiros, e com a indicação do preço, do nome e endereço do
estabelecimento, do nome da firma ou responsável, da data e local da tran-
sação e do nome e residência do freguês;
V  – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, expô-los à
venda ou vendê-los, como puros; misturar gêneros e mercadorias de quali-
dades desiguais para expô-los à venda ou vendê-los por preço marcado para
os de mais alto custo;
VI – transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias, ou de serviços
essenciais, bem como expor à venda ou oferecer ao público ou vender tais gê-
neros, mercadorias ou serviços, por preço superior ao tabelado, assim como
não manter afixadas, em lugar visível e de fácil leitura, as tabelas de preços
aprovadas pelos órgãos competentes;

2319
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VII – negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou caderno de venda


de gêneros de primeira necessidade, seja à vista ou a prazo, e cuja impor-
tância exceda de dez cruzeiros, ou de especificar na nota ou caderno - que
serão isentos de selo - o preço da mercadoria vendida, o nome e o endereço
do estabelecimento, a firma ou o responsável, a data e local da transação e o
nome e residência do freguês;
VIII – celebrar ajuste para impor determinado preço de revenda ou exigir
do comprador que não compre de outro vendedor;
IX – obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de
número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos frau-
dulentos ("bola de neve", "cadeias", "pichardismo" e quaisquer outros equi-
valentes);
X – violar contrato de venda a prestações, fraudando sorteios ou deixando
de entregar a coisa vendida, sem devolução das prestações pagas, ou des-
contar destas, nas vendas com reserva de domínio, quando o contrato for
rescindido por culpa do comprador, quantia maior do que a correspondente à
depreciação do objeto.
XI – fraudar pesos ou medidas padronizados em lei ou regulamentos;
possuí-los ou detê-los, para efeitos de comércio, sabendo estarem fraudados.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de dois mil
a cinqüenta mil cruzeiros.
Parágrafo único. Na configuração dos crimes previstos nesta Lei, bem
como na de qualquer outro de defesa da economia popular, sua guarda e seu
emprego considerar-se-ão como de primeira necessidade ou necessários ao
consumo do povo, os gêneros, artigos, mercadorias e qualquer outra espécie
de coisas ou bens indispensáveis à subsistência do indivíduo em condições hi-
giênicas e ao exercício normal de suas atividades. Estão compreendidos nesta
definição os artigos destinados à alimentação, ao vestuário e à iluminação,
os terapêuticos ou sanitários, o combustível, a habitação e os materiais de
construção.

2320
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 3º. São também crimes desta natureza:


I – destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem autorização legal, com o
fim de determinar alta de preços, em proveito próprio ou de terceiro, maté-
rias-primas ou produtos necessários ao consumo do povo;
II – abandonar ou fazer abandonar lavoura ou plantações, suspender ou
fazer suspender a atividade de fábricas, usinas ou quaisquer estabelecimen-
tos de produção, ou meios de transporte, mediante indenização paga pela
desistência da competição;
III – promover ou participar de consórcio, convênio, ajuste, aliança ou fu-
são de capitais, com o fim de impedir ou dificultar, para o efeito de aumento
arbitrário de lucros, a concorrência em matéria de produção, transportes ou
comércio;
IV – reter ou açambarcar matérias-primas, meios de produção ou produ-
tos necessários ao consumo do povo, com o fim de dominar o mercado em
qualquer ponto do País e provocar a alta dos preços;
V – vender mercadorias abaixo do preço de custo com o fim de impedir a
concorrência.
VI – provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias, títulos públicos,
valores ou salários por meio de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer
outro artifício;
VII – dar indicações ou fazer afirmações falsas em prospectos ou anún-
cios, para fim de substituição, compra ou venda de títulos, ações ou quotas;
VIII – exercer funções de direção, administração ou gerência de mais de
uma empresa ou sociedade do mesmo ramo de indústria ou comércio com o
fim de impedir ou dificultar a concorrência;
IX – gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou estabelecimentos
bancários, ou de capitalização; sociedades de seguros, pecúlios ou pensões
vitalícias; sociedades para empréstimos ou financiamento de construções e
de vendas e imóveis a prestações, com ou sem sorteio ou preferência por
meio de pontos ou quotas; caixas econômicas; caixas Raiffeisen; caixas mú-

2321
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

tuas, de beneficência, socorros ou empréstimos; caixas de pecúlios, pensão


e aposentadoria; caixas construtoras; cooperativas; sociedades de economia
coletiva, levando-as à falência ou à insolvência, ou não cumprindo qualquer
das cláusulas contratuais com prejuízo dos interessados;
X – fraudar de qualquer modo escriturações, lançamentos, registros, re-
latórios, pareceres e outras informações devidas a sócios de sociedades civis
ou comerciais, em que o capital seja fracionado em ações ou quotas de valor
nominativo igual ou inferior a um mil cruzeiros com o fim de sonegar lucros,
dividendos, percentagens, rateios ou bonificações, ou de desfalcar ou de des-
viar fundos de reserva ou reservas técnicas.
Pena – detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e multa, de vinte mil
a cem mil cruzeiros.
Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real,
assim se considerando:
a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em di-
nheiro superiores à taxa permitida por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial
de câmbio, sobre quantia permutada por moeda estrangeira; ou, ainda, em-
prestar sob penhor que seja privativo de instituição oficial de crédito; (Vide
Lei n. 1.807, de 1953)
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente ne-
cessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial que
exceda o quinto do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de cinco mil
a vinte mil cruzeiros.
§ 1º. Nas mesmas penas incorrerão os procuradores, mandatários ou me-
diadores que intervierem na operação usuária, bem como os cessionários de
crédito usurário que, cientes de sua natureza ilícita, o fizerem valer em su-
cessiva transmissão ou execução judicial.
§ 2º. São circunstâncias agravantes do crime de usura:
I – ser cometido em época de grave crise econômica;

2322
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

II – ocasionar grave dano individual;


III – dissimular-se a natureza usurária do contrato;
IV – quando cometido:
a) por militar, funcionário público, ministro de culto religioso; por pessoa
cuja condição econômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou de agricultor; de menor de 18 (dezoito)
anos ou de deficiente mental, interditado ou não.
§ 3º. A estipulação de juros ou lucros usurários será nula, devendo o juiz
ajustá-los à medida legal, ou, caso já tenha sido cumprida, ordenar a resti-
tuição da quantia para em excesso, com os juros legais a contar da data do
pagamento indevido.(Revogado pela Medida Provisória n. 2.172-32, de 2001)
Art. 5º Nos crimes definidos nesta Lei não haverá suspensão da pena nem
livramento condicional, salvo quando o infrator fôr empregado do estabele-
cimento comercial ou industrial ou não ocupe cargo ou pôsto de direção dos
negócios. Será a fiança concedida, nos têrmos da legislação em vigor, de-
vendo ser arbitrada dentro dos limites de cinco mil cruzeiros a cinqüenta mil
cruzeiros nas hipóteses do art. 2º, e dentro dos limites de dez mil a cem mil
cruzeiros nos demais casos reduzida a metade dentro dêsses limites, quando
o infrator fôr empregado do estabelecimento comercial ou industrial ou não
ocupe cargo ou pôsto de direção dos negócios.
Art. 5º Nos crimes definidos nesta lei, haverá suspensão da pena e livra-
mento condicional em todos os casos permitidos pela legislação comum. Será
a fiança concedida nos têrmos da legislação em vigor, devendo ser arbitrada
dentro dos limites de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00
(cinqüenta mil cruzeiros), nas hipóteses do artigo 2º, e dentro dos limites de
Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) a Cr$100.000,00 (cem mil cruzeiros) nos
demais casos, reduzida à metade dentro dêsses limites, quando o infrator fôr
empregado do estabelecimento comercial ou industrial, ou não ocupe cargo
ou pôsto de direção dos negócios. (Redação dada pela Lei n. 3.290, de 1957)

2323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 6º. Verificado qualquer crime contra a economia popular ou contra


a saúde pública (Capítulo III do Título VIII do Código Penal) e atendendo à
gravidade do fato, sua repercussão e efeitos, o juiz, na sentença, declarará a
interdição de direito, determinada no art. 69, IV, do Código Penal, de 6 (seis)
meses a 1 (um) ano, assim como, mediante representação da autoridade
policial, poderá decretar, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a suspensão
provisória, pelo prazo de 15 (quinze) dias, do exercício da profissão ou ativi-
dade do infrator.
Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acu-
sados em processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde
pública, ou quando determinarem o arquivamento dos autos do respectivo
inquérito policial.
Art. 8º. Nos crimes contra a saúde pública, os exames periciais serão rea-
lizados, no Distrito Federal, pelas repartições da Secretaria-Geral da Saúde e
Assistência e da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio da Prefeitura
ou pelo Gabinete de Exames Periciais do Departamento de Segurança Pública
e nos Estados e Territórios pelos serviços congêneres, valendo qualquer dos
laudos como corpo de delito.
Art. 9º. Constitui contravenção penal relativa à economia popular: (Revo-
gado pela Lei n. 6.649, de 1979)
I – receber, ou tentar receber, por motivo de locação, sublocação ou ces-
são de contrato, quantia ou valor além do aluguel e dos encargos permitidos
por lei;(Revogado pela Lei n. 6.649, de 1979)
II – recusar fornecer recibo de aluguel;(Revogado pela Lei n. 6.649, de
1979)
III – cobrar o aluguel, antecipadamente, salvo o disposto no parágrafo
único do art. 11 da Lei n. 1.300, de 28/12/50;(Revogado pela Lei n. 6.649,
de 1979)
IV – deixar o proprietário, o locador e o promitente comprador, nos casos
previstos nos itens II a V, VII e IX do art. 15 da Lei n. 1.300 de 28/12/50,

2324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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dentro em sessenta dias, após a entrega do prédio de usá-lo para o fim de-
clarado;(Revogado pela Lei n. 6.649, de 1979)
V – não iniciar o proprietário, no caso do item VIII do art. 15 da Lei n.
1.300, de 28/12/50, a edificação ou reforma do prédio dentro em sessenta
dias, contados da entrega do imóvel;(Revogado pela Lei n. 6.649, de 1979)
VI – ter o prédio vazio por mais de trinta dias, havendo pretendente que
ofereça como garantia de locação importância correspondente a três meses
de aluguel;(Revogado pela Lei n. 6.649, de 1979)
VII – vender o locador ao locatário os móveis e alfaias que guarneçam o
prédio, por preço superior ao que houver sido arbitrado pela autoridade mu-
nicipal competente;(Revogado pela Lei n. 6.649, de 1979)
VIII – obstar o locador ou o sublocador, por qualquer modo, o uso regular do
prédio urbano, locado ou sublocado, ou o fornecimento ao inquilino, periódica ou
permanentemente, de água, luz ou gás.(Revogado pela Lei n. 6.649, de 1979)
Pena – prisão simples de cinco dias a seis meses e multa de mil a vinte mil
cruzeiros.(Revogado pela Lei n. 6.649, de 1979)
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro
II, do Código de Processo Penal, o processo das contravenções e dos crimes
contra a economia popular, não submetidos ao julgamento pelo júri. (Vide
Decreto-lei n. 2.848, de 1940)
§ 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deve-
rão terminar no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º. O prazo para oferecimento da denúncia será de 2 (dois) dias, esteja
ou não o réu preso.
§ 3º. A sentença do juiz será proferida dentro do prazo de 30 (trinta) dias
contados do recebimento dos autos da autoridade policial (art. 536 do Código
de Processo Penal).
§ 4º. A retardação injustificada, pura e simples, dos prazos indicados nos
parágrafos anteriores, importa em crime de prevaricação (art. 319 do Código
Penal).

2325
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 11. No Distrito Federal, o processo das infrações penais relativas à


economia popular caberá, indistintamente, a todas as varas criminais com
exceção das 1ª e 20ª, observadas as disposições quanto aos crimes da com-
petência do júri de que trata o art. 12.
Art. 12. São da competência do Júri os crimes previstos no art. 2º desta
Lei. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 13. O Júri compõe de um juiz, que é o seu presidente, e de vinte
jurados sorteados dentre os eleitores de cada zona eleitoral, de uma lista de
cento e cinqüenta a duzentos eleitores, cinco dos quais constituirão o conse-
lho de sentença em cada sessão de julgamento. (Vide Emenda Constitucional
n. 1, de 1969)
Art. 14. A lista a que se refere o artigo anterior será semestralmente or-
ganizada pelo presidente do Júri, sob sua responsabilidade, entre pessoas de
notória idoneidade, incluídos de preferência os chefes de família e as donas
de casa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 15. Até o dia quinze de cada mês, far-se-á o sorteio dos jurados que
devam constituir o tribunal do mês seguinte. (Vide Emenda Constitucional n.
1, de 1969)
Art. 16. o Júri funcionará quando estiverem presentes, pelo menos quinze
jurados. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 17. O presidente do Júri fará as convocações para o julgamento com
quarenta e oito horas de antecedência pelo menos, observada a ordem de
recebimento dos processos. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 18. Além dos casos de suspeição e impedimento previstos em Lei,
não poderá servir jurado da mesma atividade profissional do acusado. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 19. Poderá ser constituído um Júri em cada zona eleitoral. (Vide
Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 20. A presidência do Júri caberá ao Juiz do processo, salvo quando
a Lei de organização judiciária atribuir a presidência a outro. (Vide Emenda
Constitucional n. 1, de 1969)

2326
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 21. No Distrito Federal, poderá o juiz presidente do Júri representar


ao Tribunal de Justiça para que seja substituído na presidência do Júri por Juiz
substituto ou Juízes substitutos, nos têrmos do  art. 20 da Lei n. 1.301, de
w28 de dezembro de 1950. Servirá no Júri o Promotor Público que fôr desig-
nado. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 22. O Júri poderá funcionar com pessoal, material e instalações des-
tinados aos serviços eleitorais. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 23. Nos processos da competência do Júri far-se-á a instrução con-
traditória, observado o disposto no Código de Processo Penal, relativamente
ao processo comum (livro II, título I, capítulo I) com às seguintes modifica-
ções: (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
I – o número de testemunhas, tanto para a acusação como para a defesa,
será de seis no máximo.
II – Serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, dentro do
prazo de quinze dias se o réu estiver prêso, e de vinte quando sôlto.
III – Havendo acôrdo entre o Ministério Público e o réu, por seu defensor,
mediante têrmo lavrado nos autos, será dispensada a inquirição das teste-
munhas arroladas pelas partes e cujos depoimentos constem do inquérito
policial.
IV – Ouvidas as testemunhas e realizada qualquer diligência porventura
requeda, o Juiz, depois de sanadas as nulidades e irregularidades e determi-
nar ou realizar qualquer outra diligência, que entender conveniente, ouvirá,
nos autos, sucessivamente, por quarenta e oito horas, o órgão do Ministério
Público e o defensor.
V – Em seguida, o Juiz poderá absolver, desde logo, o acusado, quando
estiver provado que êle não praticou o crime, fundamentando a sentença e
recorrendo ex-officio.
VI – Se o Juiz assim não proceder, sem manifestar, entretanto, sua opi-
nião, determinará a remessa do processo ao presidente do Júri ou que se faça
a inclusão do processo na pauta do julgamento se lhe couber a presidência.

2327
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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VII – São dispensadas a pronúncia e a formação de libelo.


Art. 24 O órgão do Ministério Público, o réu e o seu defensor, serão intimados
do dia designado para o julgamento. Será julgado à revelia o réu sôlto que deixar
de comparecer sem justa causa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 25 Poderão ser ouvidas em plenário as testemunhas da instrução
que, previamente, e com quarenta e oito horas de antecedência, forem indi-
cadas pelo Ministério Público ou pelo acusado.
Art. 26 Em plenário, constituído o conselho de sentença, o Juiz tomará aos
jurados o juramento de bem e sinceramente decidirem a causa, proferindo o voto
a bem da verdade e da justiça. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 27. Qualificado a réu e sendo-lhe permitida qualquer declaração a
bem da defesa, observada as formalidades processuais, aplicáveis e cons-
tantes da seção IV do cap. II do livro Il, tit. I do Código de Processo Penal,
o juiz abrirá os debates, dando a palavra ao órgão do Ministério Público e ao
assistente, se houver, para dedução da acusação e ao defensor para produzir
a defesa. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 28. O tempo, destinado à acusação e à defesa será de uma hora para
cada uma. Havendo mais de um réu, o tempo será elevado ao dôbro, desde
que assim seja requerido. Não haverá réplica nem tréplica. (Vide Emenda
Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 29. No julgamento que se realizará em sala secreta com a presença
do Juiz, do escrivão e de um oficial de Justiça, bem como dos acusadores e
dos defensores que se conservarão em seus lugares sem intervir na votação,
os jurados depositarão na urna a resposta - sim ou não - ao quesito único in-
dagando se o réu praticou o crime que lhe foi imputado. (Vide Emenda Cons-
titucional n. 1, de 1969)
Parágrafo único. Em seguida, o Juiz, no caso de condenação, lavrará sen-
tença tendo em vista as circunstâncias atenuantes ou agravantes existentes
nos autos e levando em conta na aplicação da pena o disposto nos arts. 42 e
43 do Código Penal.

2328
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 30. Das decisões do Júri, e nos têrmos da legislação em vigor, cabe


apelação, sem efeito suspensivo, em qualquer caso. (Vide Emenda Constitu-
cional n. 1, de 1969)
Art. 31. Em tudo mais que couber e não contrariar esta Lei aplicar-se-á
o Código de Processo Penal. (Vide Emenda Constitucional n. 1, de 1969)
Art. 32. É o Poder Executivo autorizado a abrir ao Poder Judiciário o cré-
dito especial de Cr$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros) para ocorrer,
Vetado, às despesas do pessoal e material necessários à execução desta Lei
no Distrito Federal e nos Territórios.
Art. 33. Esta Lei entrará em vigor sessenta dias depois de sua publicação,
aplicando-se aos processos iniciados na sua vigência.
Art. 34. Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130º da Independência e 63º


da República.

GETÚLIO VARGAS
Francisco Negrão de Lima
Horácio Lafer

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.12.1951

2329
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

LEI N. 11.340, DE AGOSTO DE 2006

Cria mecanismos para coibir a violência domés-


tica e familiar contra a mulher, nos termos do
§ 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as For-
mas de Discriminação contra as Mulheres e da
Vigência
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
(Vide ADI n. 4424)
e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe
sobre a criação dos Juizados de Violência Do-
méstica e Familiar contra a Mulher; altera o Có-
digo de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de
Execução Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violên-
cia Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência
e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orien-
tação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas
as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

2330
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo


dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, explo-
ração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições ne-
cessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a
que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres
em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar


contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patri-
monial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

2331
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo indepen-


dem de orientação sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das
formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher,


entre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, explo-
ração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei
n. 13.772, de 2018)
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constran-
ja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, me-
diante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercia-

2332
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

lizar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar


qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula-
ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi-
gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instru-
mentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recur-
sos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.

TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar


contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não go-
vernamentais, tendo por diretrizes:
I – a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação;
II – a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes
às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacio-
nalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III – o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e
sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que
legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
estabelecido no inciso III do art. 1º, no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do
art. 221 da Constituição Federal;

2333
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

IV – a implementação de atendimento policial especializado para as mu-


lheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
V – a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da
violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres;
VI – a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instru-
mentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e
entidades não governamentais, tendo por objetivo a implementação de progra-
mas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII – a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Muni-
cipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às
áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII – a promoção de programas educacionais que disseminem valores
éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva
de gênero e de raça ou etnia;
IX – o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino,
para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de
raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e fami-


liar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas pú-
blicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

2334
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação


de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do
governo federal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e fa-
miliar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.
III – encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclu-
sive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio,
de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo
competente. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessá-
rios e cabíveis nos casos de violência sexual.
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, se-
xual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a
ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de
saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de
Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem
os serviços. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo
iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência
doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos
ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)

2335
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não pode-


rá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substitui-
ção da pena aplicada. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem priorida-
de para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais
próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a
apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência poli-
cial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela
Lei n. 13.882, de 2019)
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matricu-
lados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às
informações será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos com-
petentes do poder público. (Incluído pela Lei n. 13.882, de 2019)

CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica


e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumpri-
mento de medida protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e fami-
liar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
(Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou
de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mu-
lher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

2336
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,


considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência do-
méstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de
violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela
Lei n. 13.505, de 2017)
III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre
o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como ques-
tionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencial-
mente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse
fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional
especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
III – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético,
devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei n.
13.505, de 2017)
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imedia-
to ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;

2337
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo


ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis.
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamen-
to perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação dada
pela Lei n. 13.894, de 2019)
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal:
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representa-
ção a termo, se apresentada;
II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
de suas circunstâncias;
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apar-
tado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas pro-
tetivas de urgência;
IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida
e requisitar outros exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor e as testemunhas;
VI – ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha
de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou
registro de outras ocorrências policiais contra ele;

2338
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma


de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem
como notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do regis-
tro ou da emissão do porte, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro
de 2003 (Estatuto do Desarmamento); (Incluído pela Lei n. 13.880, de 2019)
VII – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e
deverá conter:
I – qualificação da ofendida e do agressor;
II – nome e idade dos dependentes;
III – descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas
pela ofendida.
IV – informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência
e se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência
preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.836, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse
da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários mé-
dicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políti-
cas e planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investiga-
ção das violências graves contra a mulher.
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

2339
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessá-


rios à defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de
seus dependentes. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio
ou local de convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
I – pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
ou (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei n.
13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comu-
nicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo,
sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao
Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade
da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e cri-


minais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mu-
lher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e
da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não
conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

2340
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,


órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário no-
turno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dis-
solução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
miliar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído
pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuiza-
mento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá
preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis
regidos por esta Lei, o Juizado:
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III – do domicílio do agressor.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, an-
tes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária,
bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

2341
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz,


no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas prote-
tivas de urgência;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência
judiciária, quando for o caso;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência ju-
diciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união es-
tável perante o juízo competente; (Redação dada pela Lei n. 13.894, de 2019)
III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV – determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do
agressor. (Incluído pela Lei n. 13.880, de 2019)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo
juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de ime-
diato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Mi-
nistério Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativa-
mente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia,
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já
concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familia-
res e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

2342
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,


caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
rimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso
do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos
ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação
ao agressor .

Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,


nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto
ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao
órgão competente, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixan-
do o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

2343
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeduca-


ção; e (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento
individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de ou-
tras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida
ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao
Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei n. 10.826, de 22
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a res-
trição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável
pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes
de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, pode-
rá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o dis-
posto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou co-
munitário de proteção ou de atendimento;
II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direi-
tos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.

2344
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

V – determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de


educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para
essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei
n. 13.882, de 2019)
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, limi-
narmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por per-
das e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e fami-
liar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins
previstos nos incisos II e III deste artigo.

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de


urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n.
13.641, de 2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal
do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial po-
derá conceder fiança. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções ca-
bíveis. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas
cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições,
nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de
assistência social e de segurança, entre outros;
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento
à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato,
as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irre-
gularidades constatadas;
III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em


situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de ad-
vogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e
familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judici-
ária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendi-
mento específico e humanizado.

TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher


que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.

2346
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras


atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios
por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante
laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o
agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofun-
dada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especializado,
mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,
poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de atendi-
mento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e


Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível
e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV
desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas crimi-
nais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar con-


tra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias neces-
sárias e do serviço de assistência judiciária.

2347
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão


criar e promover, no limite das respectivas competências:
I – centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e res-
pectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II – casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em
situação de violência doméstica e familiar;
III – delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e cen-
tros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situ-
ação de violência doméstica e familiar;
IV – programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;
V – centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promo-
verão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos
princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nes-
ta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um
ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a
mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de
Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e infor-
mações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida proteti-
va de urgência. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

2348
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em


banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos
de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efe-
tividade das medidas protetivas. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de
suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentá-
rias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercí-
cio financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorren-
tes dos princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313..................................................
................................................................
IV – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos da lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência.” (NR)
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61...................................................
.................................................................
II – f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésti-
cas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
...........................................................” (NR)

2349
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940


(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129...................................................
..................................................................
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ain-
da, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45. O art. 152 da Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Exe-
cução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152....................................................
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua
publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Rousseff

Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.8.2006

2350
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

DECRETO-LEI N. 3.688,  DE OUTUBRO DE 1941

Vigência
(Vide Lei n. 1.390, de 3.7.1951)
(Vide Lei n. 7.437, de 20.12.1985)
Lei das Contravenções Penais

O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o


artigo 180 da Constituição,

DECRETA:

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS


PARTE GERAL

Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal,


sempre que a presente lei não disponha de modo diverso.
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território
nacional.
Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão volun-
tária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender,
de um ou de outra, qualquer efeito jurídico.
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
Art. 5º As penas principais são:
I – prisão simples.
II – multa.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenci-
ário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em re-
gime semiaberto ou aberto. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)

2351
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos con-


denados a pena de reclusão ou de detenção.
§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.
Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contra-
venção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no
Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de
contravenção.
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando
escusaveis, a pena pode deixar de ser aplicada.
Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dis-
põe o Código Penal sobre a conversão de multa em detenção.
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em
prisão simples se faz entre os limites de quinze dias e três meses.
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum,
ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquen-
ta contos.
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender,
por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de
prisão simples que não ultrapasse dois anos.
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender
por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de
prisão simples, bem como conceder livramento condicional. (Redação dada
pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes
interdições de direitos:
I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício
dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público;
II – a suspensão dos direitos políticos.
Parágrafo único. Incorrem:

2352
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

a) na interdição sob n. I, por um mês a dois anos, o condenado por mo-


tivo de contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou com
infração de dever a ela inerente;
b) na interdição sob n. II, o condenado a pena privativa de liberdade,
enquanto dure a execução do pena ou a aplicação da medida de segurança
detentiva.
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de seguran-
ça estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local.
Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem
os ns. I e II do art. 78 do Código Penal:
I – o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de
embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual a
embriaguez;
II – o condenado por vadiagem ou mendicância;
III – o reincidente na contravenção prevista no art. 50; (Revogado pela Lei
n. 6.416, de 24.5.1977)
IV – o reincidente na contravenção prevista no art. 58. (Revogado pela Lei
n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho,
de reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano: (Re-
gulamento)
I – o condenado por vadiagem (art. 59);
II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);
III – o reincidente nas contravenções previstas nos arts. 50 e 58. (Revo-
gado pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judici-
ário ou em casa de custódia e tratamento é de seis meses.
Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a interna-
ção, submeter o indivíduo a liberdade vigiada.

2353
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

PARTE ESPECIAL

CAPÍTULO I
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA

Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem per-


missão da autoridade, arma ou munição:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco
contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime
contra a ordem política ou social.
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem
licença da autoridade:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos
mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi con-
denado, em sentença irrecorrivel, por violência contra pessoa.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou
munição:
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o
determina;
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no ma-
nejo de arma a tenha consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facil-
mente alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar
aborto ou evitar a gravidez;
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar
aborto: (Redação dada pela Lei n. 6.734, de 1979)

2354
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Pena – multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.


Pena – multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. (Redação dada pela
Lei n. 6.734, de 1979)
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil
réis a um conto de réis, se o fato não constitue crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a
vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as
formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade
competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de
urgência, sem as formalidades legais.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar
as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiqui-
átrico pessoa nele, internada.
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto
no artigo anterior, sem autorização de quem de direito:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhen-
tos mil réis a cinco contos de réis.

CAPÍLULO II
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO

Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usu-


almente na prática de crime de furto:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos
mil réis a três contos de réis.

2355
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de


furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido
como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos
empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove
destinação legítima:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil
réis a dois contos de réis.
Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio
análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se
tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destina-
do à defesa de lugar nu objeto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos
mil réis a um conto de réis.
Art. 27. Explorar a credulidade pública mediante sortilégios, predição do
futuro, explicação de sonho, ou práticas congêneres: (Revogado pela Lei n.
9.521, de 27.11.1997)
Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de quinhentos mil réis
a cinco contos de réis. (Revogado pela Lei n. 9.521, de 27.11.1997)

CAPÍTULO III
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacên-


cias, em via pública ou em direção a ela:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis
a três contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois
meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem
licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou
solta balão aceso.

2356
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto


ou na execução, dar-lhe causa:
Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime
contra a incolumidade pública.
Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de
construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe:
Pena – multa, de um a cinco contos de réis.
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou
não guardar com a devida cautela animal perigoso:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis
a um conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à
pessoa inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou em-
barcação a motor em aguas públicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públi-
cas, pondo em perigo a segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos,
fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lu-
gares destinados a esse fim:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhen-
tos mil réis a cinco contos de réis.

2357
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado


em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou
obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.
Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso co-
mum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguem:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cau-
telas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar
de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguem.
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que
possa ofender ou molestar alguem:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

CAPÍTULO IV
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA

Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reu-


nam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência,
objetivo, organização ou administração da associação:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis
a três contos de réis.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o
cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de ca-
rater secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a
pena, quando lícito o objeto da associação.

2358
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
Delegado

Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desres-


peitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público,
se o fato não constitue infração penal mais grave;
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou
praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as pres-
crições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal
de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.

CAPÍTULO V
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA

Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no


país:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inex-
periente ou rústica possa confundir com moeda:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil
réis a três contos de réis.

2359
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/PA
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Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública


que não exerce:
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública
que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação
cujo emprêgo seja regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei n. 6.916,
de 2.10.1944)
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não
constitue infração penal mais grave.
Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não consti-
tui infração penal mais grave. (Redação dada pelo Decreto-Lei n. 6.916, de
2.10.1944)

CAPÍTULO VI
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO

Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a


exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu
exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhen-
tos mil réis a cinco contos de réis.
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de
antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros:
Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos
de réis.
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração
de indústria, de comércio, ou de outra atividade:
Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.
CAPÍTULO VII
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES

2360
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Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessi-


vel ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-
-Lei n. 4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946)
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze
contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis
e objetos de decoração do local.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou
participa do jogo pessoa menor de dezoito anos.
§ 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis,
quem é encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador.
§ 2º Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$
200.000,00 (duzentos mil reais), quem é encontrado a participar do jogo,
ainda que pela internet ou por qualquer outro meio de comunicação, como
ponteiro ou apostador. (Redação dada pela Lei n. 13.155, de 2015)
§ 3º Consideram-se, jogos de azar:
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmen-
te da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde
sejam autorizadas;
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.
§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público:
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles ha-
bitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se
proporciona jogo de azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza
jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se
dissimule esse destino.

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Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal:


Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez
contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis
existentes no local.
§ 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem
sob sua guarda para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação
bilhete de loteria não autorizada.
§ 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de
bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depen-
der de sorteio a obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza.
§ 3º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios
autorizados na legislação especial.
Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa
ou tômbola estrangeiras:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco
contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem
sob sua guarda. para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circula-
ção, bilhete de loteria estrangeira.
Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em
território onde não possa legalmente circular:
Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos
de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda,
tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na cir-
culação, bilhete de loteria estadual, em território onde não possa legalmente
circular.
Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira:
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de duzentos mil réis
a um conto de réis.

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua
guarda lista de sorteio de loteria estadual, em território onde esta não possa
legalmente circular.
Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista
de sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa
legalmente circular:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis
a dois contos de réis.
Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de
loteria, onde ela não possa legalmente circular:
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos
mil réis.
Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema,
ou qualquer outra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou resul-
tado de extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes não seria legal:
Pena – multa, de um a dez contos de réis.
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou pra-
ticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte
contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis, aquele que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio,
para si ou para terceiro.
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido
para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsis-
tência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses.
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao
condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.
Art. 60. Mendigar, por ociosidade ou cupidez: (Revogado pela Lei
n. 11.983, de 2009)

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Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. (Revogado pela Lei
n. 11.983, de 2009)
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um sexto a um terço, se a contra-
venção é praticada: (Revogado pela Lei n. 11.983, de 2009)
a) de modo vexatório, ameaçador ou fraudulento. (Revogado pela Lei n.
11.983, de 2009)
b) mediante simulação de moléstia ou deformidade; (Revogado pela Lei
n. 11.983, de 2009)
c) em companhia de alienado ou de menor de dezoito anos. (Revogado
pela Lei n. 11.983, de 2009)
Art. 61. Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de
modo ofensivo ao pudor: (Revogado pela Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. (Revogado pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo
que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em
casa de custódia e tratamento.
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I – a menor de dezoito anos; (Revogado pela Lei n. 13.106, de 2015)
II – a quem se acha em estado de embriaguez;
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequen-
tar lugares onde se consome bebida de tal natureza:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos
mil réis a cinco contos de réis.
Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:

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Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhen-


tos mil réis.
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou
científicos, realiza em lugar público ou exposto ao publico, experiência dolo-
rosa ou cruel em animal vivo.
§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido
a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo
público.
Art. 65. Molestar alguem ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou
por motivo reprovavel:
Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.

CAPÍTULO VIII
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:


I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de fun-
ção pública, desde que a ação penal não dependa de representação;
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da me-
dicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa
de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento
criminal:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais:
Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis.
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solici-
tados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade,
estado, profissão, domicílio e residência:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

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Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e


multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue in-
fração penal mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, f’az declarações
inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio
e residência.
Art. 69. Exercer, no território nacional, atividade remunerada o estran-
geiro que nele se encontre como turista, visitante ou viajante em trânsito:
(Revogado pela Lei n. 6.815, de 19.8.1980)
Pena  – prisão simples, de três meses a um ano. (Revogado pela Lei
n. 6.815, de 19.8.1980)
Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal
da União:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez
contos de réis, ou ambas cumulativamente.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca,


revogam-se as disposições em contrário.
Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da Independência e 58º da


República.

GETULIO VARGAS.
Francisco Campos.

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.1941

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LEI N. 12.830, DE JUNHO DE 2013

Mensagem de veto
Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de
polícia.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo dele-
gado de polícia.
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e ex-
clusivas de Estado.
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro pro-
cedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstân-
cias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requi-
sição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apura-
ção dos fatos.
§ 3º (VETADO).
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em cur-
so somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da
corporação que prejudique a eficácia da investigação.
§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato funda-
mentado.
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar
a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

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Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito,


devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os
magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os
advogados.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º da República.


DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Miriam Belchior
Luís Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.6.2013

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