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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

RGPS – Dependentes
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RGPS – DEPENDENTES

Estamos de volta para mais uma aula de Previdenciário para o nosso Projeto INSS.
Vamos intensificar os nossos estudos e analisar profundamente todo o conteúdo programá-
tico. Na aula de hoje, vamos estudar os dependentes, ou seja, beneficiários da previdên-
cia social.

BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


DEPENDENTES
Conceito
Dependentes são beneficiários que possuem uma relação reflexa com o RGPS, que
decorre de um vínculo de dependência (presumida ou não) com algum segurado.
Os benefícios, as pessoas protegidas pela Previdência Social, dividem-se em:
• Segurados, que mantém uma relação direta com a Previdência Social, seja de forma
obrigatório ou facultativa;
• Dependentes, que mantêm uma relação de forma reflexa com a Previdência Social.

Classes de Dependentes
No art. 16 da Lei n. 8.213, há uma divisão em três classes:
1ª Classe:
• “Executiva” (Dependência presumida, sem necessidade de provar que depende finan-
ceiramente do segurado): cônjuge, companheiro(a) e filhos (biológicos ou por adoção);
5m
• “Econômica” (Dependência comprovada): ex-cônjuge/companheiro(a) e filhos equipa-
rados (enteados e menor sob tutela ou sob guarda);
2ª Classe: pais;
3ª Classe: irmãos.

Obs.: havendo dependente de classe anterior, esta retirará o direito da classe posterior.
Assim, os dependentes de 1ª classe retiram o direito dos dependentes de 2ª e 3ª
classes e os dependentes de 2ª classe retiram o direito dos dependentes de 3ª clas-
se.
ANOTAÇÕES

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Rol de Dependentes (Art. 16 da Lei n. 8.213/1991)

a) Cônjuge (marido ou esposa);


Incumbe salientar que ex-cônjuge também pode ser dependente nos casos em que per-
ceba alimentos ou auxílio que evidencie a dependência econômica.
Conforme a Lei de Benefícios:
Art. 76. [...] § 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão
de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes referidos no inciso I do
art. 16 desta Lei.

Esse dispositivo coloca o ex-cônjuge na 1ª classe “econômica”.


A dependência econômica deve ser comprovada com início de prova material contem-
porânea aos fatos, produzida em período não superior a 24 meses da data do óbito ou da
prisão do segurado, salvo caso fortuito ou força maior, conforme dispõe o § 5º do art. 16 da
Lei n. 8.213/1991.
10m
Elemento objetivo (aspecto temporal):
“[...] produzida em período não superior a 24 meses da data do óbito ou da prisão do
segurado [...]”
Ressalvas:
• Caso fortuito;
• Força maior.

b) companheiro(a)
Considera-se companheiro(a) a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com
o segurado(a), de acordo com o art. 226, § 3º, da CF/88 (§ 3º, art. 16, Lei n. 8.213/91).
A união estável precisa ser comprovada da mesma forma que a dependência econômica,
isto é, deve ser comprovada com início de prova material contemporânea aos fatos, produ-
zida em período não superior a 24 meses da data do óbito ou da prisão do segurado, salvo
caso fortuito ou força maior (art. 16, § 5º, Lei n. 8.213/1991).
Vale lembrar que o companheiro está na 1ª classe executiva, pois está na constância da
união estável, mas precisa comprovar a união estável e não precisa comprovar a dependên-
cia econômica.
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Cabe destacar, ainda, que a jurisprudência e os atos normativos do INSS já contemplam


o reconhecimento previdenciário das relações homoafetivas.

c) filhos
15m
Não emancipado, menor de 21 anos (maioridade previdenciária, que é diferente da maio-
ridade civil aos 18 anos) ou inválido, ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi-
ciência grave.

Obs.: o enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado


e desde que comprovada a dependência econômica, de acordo com o § 2º do art. 16
da Lei n. 8.213/1991.

Ocorre que uma decisão do Supremo Tribunal Federal interpretou esse dispositivo e
ampliou para que também conste como dependente (filho por equiparação) o menor
sob guarda.
Ressalta-se que o filho biológico ou por adoção faz parte da 1ª classe “executiva” e o filho
por equiparação (enteado, menor tutelado e menor sob guarda) está na 1ª classe “econô-
mica” e, portanto, precisa comprovar a dependência econômica.
A invalidez ou a deficiência deve ser pré-existente à maioridade ou a alguma causa de
emancipação, conforme § 1º do art. 17 do Regulamento da Previdência Social:
Art. 17. [...] § 1º O filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a depen-
dência econômica dos três últimos, se inválidos ou se tiverem deficiência intelectual, mental ou
grave, não perderão a qualidade de dependentes desde que a invalidez ou a deficiência intelectual,
mental ou grave tenha ocorrido antes de uma das hipóteses previstas no inciso III do caput. (Inclu-
ído pelo Decreto n. 10.410/2020)
20m
É preciso destacar que a conclusão de curso superior, para o Código Civil, é hipótese de
emancipação, mas a legislação previdenciária não prevê isso.

Obs.: certifique-se de que o seu Vade Mecum esteja completamente atualizado.

Menor sob guarda = Dependente do RGPS


O menor sob guarda é dependente do Regime Geral de Previdência Social.
STF (ADINs 4878 e 5083 — Pleno Virtual, Rel. Min. Edson Fachin, 08/06/21):
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Ao proceder a interpretação conforme o § 2º do art. 16 da Lei n. 8.213/1991, passou a con-


templar os “menores sob guarda” na categoria de dependentes do RGPS, em consonância
com o princípio da proteção integral e da prioridade absoluta previstos no art. 227 da CF/88.

STJ (Tema Repetitivo n. 732):


O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu
mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do Esta-
tuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da pensão seja posterior
à vigência da Medida Provisória n. 1.523/1996, reeditada e convertida na Lei n. 9.528/1997.
Funda-se essa conclusão na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança e do Adoles-
cente (8.069/90), frente à legislação previdenciária.
Até 1997, a legislação previdenciária, a Lei n. 8.213, previa expressamente a figura do
menor sob guarda. Mas, a Lei n. 9.528/1997 excluiu o menor sob guarda. Ocorre que isso
chegou aos tribunais superiores, os quais entenderam que não poderia haver essa supres-
são, sob pena de afronta ao texto constitucional (art. 227), que dispõe sobre a garantia de
um atendimento e uma proteção absoluta e prioritárias aos menores. O próprio Estatuto de
Criança e do Adolescente menciona que deve ser garantido idênticos direitos, inclusive pre-
videnciários, ao menor sob guarda.

d) os pais
Incumbe salientar que os ascendentes não são considerados dependentes de 2ª classe.
Acontece que os o termo “ascendentes” abrange tanto os pais como os avós, bisavós, tatara-
vós. No entanto, a legislação previdenciária restringe a condição de dependente aos ascen-
dentes me linha reta em 1ª grau (pai e mãe).

e) os irmãos
Devem ser não emancipados, menores de 21 anos ou inválidos, ou que tenham deficiên-
cia intelectual ou mental ou deficiência grave.
25m

Relações Familiares Não Convencionais


Relações Homoafetivas
O parceiro homoafetivo também passou a ter reconhecida a sua condição de dependente
previdenciário.
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Vínculos Conjugais Múltiplos


Ocorre quando uma pessoa mantém um relacionamento estável simultaneamente com
outro paralelo. Ex.: Casamento + união estável (concubinato), união estável + união estável.

STF não reconhece direitos previdenciários (Tema Repercussão Geral n. 529):


A preexistência de casamento ou de união estável de um dos conviventes, ressalvada
a exceção do § 1º do art. 1.723 do Código Civil, impede o reconhecimento de novo vínculo
referente ao mesmo período, inclusive para fins previdenciários, em virtude da consagração
do dever de fidelidade e da monogamia pelo ordenamento jurídico-constitucional brasileiro.

Perda da Qualidade (Art. 17, RPS)


I – para o cônjuge:

• Pelo divórcio, separação judicial ou separação de fato, enquanto não lhe for assegu-
rada a prestação de alimentos (Redação dada pelo Decreto n. 10.410/2020);
• Pela anulação do casamento;
• Por sentença judicial transitada em julgado;
• Pelo óbito.

II – para a companheiro(a), pela cessação da união estável, enquanto não lhe for garantida a pres-
tação de alimentos.
III – para o filho e o irmão ao completarem 21 anos de, salvo se inválidos, desde que a invalidez
tenha ocorrido antes da maioridade previdenciária ou causa de emancipação (ex.: casamento, em-
prego público efetivo, maior de 16 que constituição de estabelecimento civil/comercial ou relação
de emprego que lhe garanta economia própria etc.).
30m
Obs.: filho adotado.

A adoção romperá o vínculo entre o adotado e seus pais biológicos, salvo na hipótese de
o cônjuge ou companheiro adotar o enteado.
IV – para os dependentes em geral:
a) pela cessação da invalidez ou deficiência; ou
b) pelo falecimento.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Fernando Maciel.
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�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo


ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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