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RESOLVENDO OS CONFLITOS NO LAR I (com Plano de Aula)

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Nos dias que passamos são de sistemático ataque contra a família e, naturalmente, teremos muitos
problemas a resolver e não o faremos se não tivermos a graça de Deus e a Sua orientação.
INTRODUÇÃO

- Jesus disse-nos, no seu tom realista de sempre, que, no mundo, teríamos aflições( Jo.16:33)
e estas aflições, normalmente, têm seu início ou trazem reflexos em nossas famílias. Saber
lidar com estes problemas é o objetivo de nossa lição.

I. O QUE É UM LAR

- "Lar" é uma palavra latina cujo significado primeiro é o de um local, nas antigas residências
romanas, em que se procedia à adoração dos antepassados familiares. Normalmente, como
nos ensina o historiador francês Foustel de Coulanges em seu livro "A Cidade Antiga", havia
um compartimento nas casas romanas onde somente poderiam entrar os membros da família,
onde eram cultuados os antepassados familiares, os chamados "deuses lares". Normalmente,
havia um altar em honra a estas divindades e um fogo que nunca se apagava, onde se
realizava tal adoração.

- Vê-se, portanto, que a idéia do "lar" está vinculada a idéia de uma ligação espiritual entre os
membros de uma mesma família, ou seja, o lar é a própria unidade espiritual dos integrantes
de uma família. Para os romanos, a família possuía, sobretudo, um vínculo sobrenatural entre
os seus membros, tendo sido os próprios juristas romanos que tornaram célebre a famosa
definição de casamento, atribuída a Modestino, segundo a qual o casamento estabelece a
"união divina e humana que gera uma vida em comum entre um homem e uma mulher",
definição que foi parcialmente acolhida pelo nosso novo Código Civil no seu artigo 1511.

- Estas noções romanas estão perfeitamente consonantes com o que a Bíblia Sagrada fala a
respeito da família. Ao criar a família, Deus estabeleceu que o papel do homem como
dominador sobre toda a criação sobre a terra estava indissociavelmente relacionado com a
vida em família. Quando observamos que Deus determinou que o homem dominasse sobre a
criação na terra(Gn.1:26), logo percebemos que este papel estava destinado a um ser
sexuado, que fosse macho e fêmea(Gn.1:27), assim como verificamos que este domínio
somente se tornaria possível na medida em que o homem frutificasse e se multiplicasse sobre
a face da terra(Gn.1:28). A vida familiar, portanto, não se restringiria a aspectos físicos ou
naturais, mas estava relacionada com a própria sobrenaturalidade do homem, representada
aqui pela noção de domínio sobre a natureza.

- A vida familiar, ademais, estava destinada a suprir um sentimento de solidão que Deus
observou em Adão, quando este nomeou todos os seres viventes( Gn.2:18-20). A família,
portanto, tinha um papel de suprimento de necessidades existenciais e afetivas do homem,
sendo ela uma solução de Deus para o ser humano e não um problema, como, infelizmente,
tem sido nos nossos dias.

- O lar, portanto, é o ambiente afetivo, emocional e espiritual que deve existir entre os
integrantes de uma família. O que faz gerar uma família é, precisamente, a existência deste
clima de fraternidade, de amor e de afeto. Os próprios juristas (estudiosos do direito) têm
reconhecido que o elemento que deve ser considerado como gerador de uma família é a
afeição . 

- O plano divino para a família, portanto, é que cada família seja um lar, ou seja, um grupo de
pessoas que estejam unidas, que tenham supridas suas necessidades existenciais,
emocionais, afetivas, psicológicas, como também lhes sejam dadas as condições mínimas
para que possam sobreviver até que possam se sustentar materialmente, bem como viver, por
si sós, em sociedade, tudo isto sem deixar de considerar que a família deve ser um altar, não
a falsas divindades, como faziam os pagãos romanos, mas, sobretudo, um altar onde Deus
possa ser adorado e louvado, como vemos, por exemplo, ocorrer na família do patriarca Josué
(Js.24:14,15).

- No lar, devemos ter, em primeiro lugar, a presença de Deus, que deve ser uma constante
desde o momento em que um homem e uma mulher passam a ter intenção de formar uma
família. Deus deve sempre ocupar o primeiro lugar em todas as ações de nossa
vida(Mt.22:37,38). Devemos amar a Deus sobre todas as coisas e isto inclui, também, as
nossas preferências pessoais com respeito a quem consideramos que seja a "nossa cara
metade", o que entendamos seja "o par ideal".
- A formação de uma família é uma das mais delicadas e importantes decisões que um homem
deve tomar na sua vida sobre a terra, pois se trata de um gesto que influirá, de modo
irreversível, a sua vida dali para a frente em todos os aspectos, inclusive o espiritual. A Bíblia
possui alguns exemplos de pessoas que, por causa de suas decisões de casamento,
trouxeram para si fracassos espirituais além de sacrifícios para os seus semelhantes, como,
por exemplo, nos casos de Sansão, Salomão, Acabe e Josafá.

- No instante em que decidimos formar uma família, devemos buscar a orientação divina e ter
a convicção de que aquilo que estamos procurando é do agrado do Senhor. Há pessoas que
são mais criteriosas na tomada de decisões tão menos importantes do que em buscar formar
um lar com uma pessoa segundo a vontade de Deus. Certa feita, acompanhando uma
conversa em um ônibus, pude verificar o diálogo entre duas mulheres. Uma delas desceu a
minúcias sobre os seus cuidados para a compra de uma roupa, revelando à pessoa com quem
conversava que se cercava de diversas medidas de cautela para que não comprasse uma
roupa de má qualidade por um preço injusto. Indagada, porém, sobre o seu casamento,
admitiu que havia escolhido mal e que, por isso, estava se separando. Ou seja: tão cuidadosa
para a escolha de uma roupa que hoje está boa e amanhã deve ser lançada fora, mas tão
descuidada com a escolha do marido, algo que traz muito mais influência e importância para a
sua existência !

- Na escolha do cônjuge, o homem deve buscar a orientação divina, pois somente um lar
estruturado, desde o princípio, na direção do Senhor é que poderá cumprir o plano de Deus
para a família. Devemos verificar se a atração física proporcionada pela pessoa que nos
interessou, se a compatibilidade de gênios, se a empatia que ela nos causa é do agrado do
Senhor ou se tudo isto esbarra na desaprovação de nosso Senhor. Devemos querer agradar a
Deus em primeiro lugar e não a nós mesmos. Esta ação deve ser feita por fé, o que, na feliz
expressão recentemente ouvida do pastor Ricardo Gondim (Assembléia de Deus Betesda) em
um programa radiofônico, significa agir com a certeza de que estamos a fazer o que Deus quer
que façamos.

- A construção de um lar debaixo da orientação divina é fundamental para que saiamos, no


desenvolvimento da vida familiar, ter êxito. Pois como poderemos querer resolver os conflitos
no lar se não consultamos a Deus no momento em que criamos este lar ? Verdade é que o
Senhor é misericordioso e pode restaurar relações familiares construídas ao largo da Sua
vontade, pode criar um ambiente agradável a Si se os membros da família assim desejarem e
buscarem a Sua face, mas, convenhamos, tudo isto pode ser evitado se tão somente formos
obedientes às Escrituras e construirmos nosso lar já sob a vontade do nosso Deus.

- Um lar precisa ser construído debaixo da orientação e da mão do Senhor. É este o


significado da figura do "cordão de três dobras" mencionado por Salomão( Ec.4:12). Esta é
uma figura do lar, ou seja, enquanto houver uma comunhão entre Deus e os cônjuges, a
família não se quebrará tão depressa, ou seja, os conflitos poderão ser resolvidos, superados,
pois conosco está Aquele que é maior do que o que está no mundo( I Jo.4:4). Em
compensação, um lar que não seja criado debaixo da aprovação divina, será um "lar
quebradiço", de fácil vulnerabilidade ante os vários fatores que vierem a atacá-lo.

- Havendo a aprovação divina na constituição do lar, o próximo passo a ser seguido por quem
quer ter uma vida familiar bem sucedida é que haja o conhecimento entre os futuros cônjuges,
sendo indispensável um período para que cada um conheça não só o outro mas a própria
família do outro, pois a vida familiar atual do futuro cônjuge fala-nos muito sobre a sua
formação e seus valores. O conhecimento do outro é importantíssimo, pois, ao casarmos, já
não seremos de nós mesmos e deveremos sempre agradar ao outro( I Co.7:4,32-35). Este
tempo, conhecido como de namoro e de noivado, é importantíssimo e não se confunde com
uma mera aproximação carnal ou uma convivência social mais intensa. Trata-se de um
período indispensável para que se crie um verdadeiro e sadio lar após o casamento.

- Dentro deste conhecimento prévio, que jamais será completo ou exaustivo, os futuros
cônjuges devem começar a programar a sua vida em comum, esforçando-se para que, no
instante do casamento, tenham já uma base mínima para terem uma vida independente.
Mandam as Escrituras que o casal deixe pai e mãe e se apegue ao seu cônjuge( Gn.2:24).
Muitos lares têm sido destruídos logo no seu início porque os cônjuges não têm obedecido à
Palavra de Deus e, embora se casem, continuam a viver com seus pais, numa dependência
que será fonte infindável de conflitos e de interferências que somente trazem ao fracasso da
vida familiar, o que não era para se esperar diferentemente, pois estão deixando de observar a
Palavra de Deus e, como disse Jesus, a principal fonte do erro do ser humano é não observar
as Escrituras(Mt.22:29). Como afirma conhecido cântico, uma família não pode nascer em
qualquer "de repente", mas deve ser fruto de um planejamento consciente e mútuo entre os
futuros cônjuges.
- Neste ponto, aliás, cumpre-nos aqui expor nosso pensamento radicalmente contrário a um
comportamento muito observado em nossa sociedade (em especial na igreja), onde se obriga
a casamento jovens que tenham fornicado e de cujo relacionamento sexual tenha resultado
gravidez. Esta prática tem feito surgir tão somente lares instáveis e que, pouco depois,
desfazem-se, precisamente porque se trata de uma pressão ocasionada pelos pais dos
jovens, numa união que, quase sempre, não tem a aprovação divina e que é fruto de um
comportamento pecaminoso dos jovens. O casamento, em outros tempos, era a solução para
impedir que o jovem fosse processado e condenado por crime de estupro, assim como
permitia que a criança ostentasse a qualidade de filho legítimo e, assim, obtivesse todos os
favores da lei. Entretanto, até mesmo estes efeitos legais, atualmente, não mais se produzem
com o casamento, de forma que não se vê qualquer justificativa para que isto se dê. As
famílias precisam ser construídas debaixo da orientação divina, com empenho sincero e
denodado dos futuros cônjuges na construção de uma vida em comum e não para salvar
aparências e dar satisfações a valores cuja procedência se achará na vaidade e na hipocrisia
humanas, dois sentimentos que são altamente reprovados pela Palavra deDeus( Mt.23:3,4,13;
Gl.5:26;Fp.2:3).

- Neste planejamento da vida em comum, encontra-se uma prévia do comportamento que


deve nortear a vida familiar num lar, qual seja, a de que devemos ser altruístas em relação ao
nosso cônjuge e aos demais membros de nossa família. O segredo da vitória na vida familiar
está na presença do amor altruísta, ou seja, está em que tenhamos em nós o mesmo
sentimento de Cristo Jesus que, por amor ao homem, não hesitou em assumir a forma
humana e ser humilhado até a morte e morte de cruz( Fp.2:5-8). 

- O marido, que a Bíblia considera como sendo aquele que deve nortear o planejamento
familiar, que deve ser a cabeça da família(I Co.11:3), é o primeiro que deve, como líder,
assumir a posição cristã da liderança, que é a posição do serviço( Lc.22:24-27), como vemos
nas Escrituras. É o marido, por ser líder, que deve se entregar pela sua mulher até a morte,
pois tem de ter um amor altruísta, ou seja, tem de amar o outro a ponto de se entregar pelo
outro, sem se importar consigo mesmo. Só um lar construído sobre este amor pelo outro terá
sucesso e êxito neste mundo.

- Este amor altruísta é a projeção do próprio amor divino no seio da família. O amor altruísta
nada mais é do que o amor "agape", isto é, o amor divino, o amor que ama não porque o
objeto amado tenha alguma valor, mas única e exclusivamente porque se quer amar. Ora,
para que tenhamos este amor, é preciso que desfrutemos do mesmo sentimento de Cristo,
que sejamos participantes da natureza divina(II Pe.1:4), que sejamos filhos de Deus(Rm.8:14-
16). Daí porque o lar ter de ser construído sob a orientação e bênção de Deus ou, então, ser
por Ele restaurado e restabelecido(I Co.7:10-17).

- Uma família cujas relações não se construam sob o império do amor altruísta (ou seja, sob a
orientação divina, pois Deus é amor - I Jo.4:8), é uma família fadada ao fracasso espiritual e,
conseqüentemente, à própria destruição. Na vida familiar, devemos sempre almejar o bem do
outro, seja do cônjuge, seja do filho. Devemos elaborar os projetos visando ao bem-estar de
todos, numa comunhão de vida, que expressará a existência, no lar, da união.

- O amor altruísta faz nascer a união, que é outra característica indispensável no seio da
família. É preciso que os integrantes da família tenham união e união nos fala de unidade, da
presença de um só objetivo, de um só alvo, de um só pensamento, de uma só vida. Como
vimos, mesmo entre os pagãos romanos, havia a crença de que uma família só existe se tiver
uma "comunhão de vida", ou seja, para nos utilizarmos da expressão bíblica, que haja "uma
sócarne"(Gn.2:24).

- "Uma só carne" é muito mais do que a união das genitálias dos cônjuges no ato sexual, como
se tem entendido pela expressão e até mesmo no meio da igreja. "Ser uma só carne" é ter
união, é ter uma comunhão, ou seja, tudo o que for da família é de todos, tudo o que for
decidido, é decisão de todos; tudo o que for desejado, é desejo de todos; tudo o que for
buscado, é objetivo para todos. Somente quando há união é que a bênção e a vida são
ordenados para sempre pelo Senhor(Sl.133:3). 

- A falta de comunhão tem sido um dos grandes fatores de desagregação familiar nos nossos
dias. Há um isolamento entre pais e filhos, entre os próprios cônjuges e, diante deste
distanciamento causado pela falta de comunhão, surgem toda a sorte de problemas que têm
assolado as famílias. Sem a comunhão, não é possível sentir-se o amor altruísta. Sem que se
sinta o amor, ele passa a ser considerado inexistente e, o que é mais grave, as pessoas
começam a buscar este amor, este afeto em "fogo estranho", em outros grupos e outras
companhias, trazendo um sem-número de problemas para a família e, por conseguinte, para
todos os seus integrantes. É necessário que, na vida familiar, haja esta união, esta unidade,
para que possa haver o enfrentamento das crises e dos problemas que sempre surgirão, pois,
como vimos, no mundo teremos aflições, notadamente entre as famílias( I Co.7:28).

- Quando falamos de amor altruísta e união, temos de falar, necessariamente, em


solidariedade e companheirismo. Uma vida familiar não pode existir sem que haja, por parte
dos integrantes, uma cumplicidade, um acompanhamento do dia-a-dia, um compartilhamento
de sentimentos, de emoções, de choro e de alegria. Nos dias agitados que vivemos, não é
raro que integrantes da família se vejam esporadicamente, por alguns instantes, mesmo que
estejam vivendo sob o mesmo teto. Se é verdade que a vida moderna tenha obrigado ambos
os cônjuges a trabalhar, os filhos a terem múltiplas atividades durante o dia, o que diminui,
necessariamente, o período de convívio, também não é menos verdadeiro que certos hábitos
familiares têm restringido ainda mais esta troca de informações e de sentimentos, como, por
exemplo, a televisão. É preciso que sejamos sábios e saibamos disciplinar o nosso tempo,
aproveitando-o ao máximo, pois há um conselho bíblico para que assim procedamos já que os
dias que vivemos são maus(Ef.5:16; Cl.4:5). Devemos compartilhar do cotidiano de nossos
filhos, pais e cônjuge, fazê-los nossos amigos e confidentes, pois, assim, poderão suprir as
suas necessidades de solidão, teremos a sua confiança e condições para lhe dar conselhos,
sermos seus verdadeiros e melhores amigos, mantendo a união e a comunhão tão
necessários para o nosso progresso espiritual. Neste ponto, aliás, lembramos de um mote
desenvolvido há alguns anos atrás pela mídia que dizia que "não basta ser pai, tem de
participar". Trata-se de um slogan muito feliz e que corresponde à realidade. Não podemos ser
ausentes em nosso lar, mas devemos participar de todas as atividades e da vida cotidiana dos
demais familiares, pois a família foi feita exatamente para que não se tenha o sentimento de
solidão, que é próprio do homem.

- Para que mantenhamos este amor, esta união e este companheirismo torna-se indispensável
que o nosso lar seja um verdadeiro altar de adoração ao Senhor. Devemos, neste passo,
seguir o exemplo de Abraão, que edificava um altar em cada local que se estabelecia durante
as suas peregrinações(Gn.12:7; 13:4,18). É interessante notar que a narrativa dos grandes
problemas familiares vividos pelo patriarca coincidem com ausência de notícia sobre a
presença ou existência de altar no lugar onde estava habitando Abraão, como a indicar que a
falta de um altar é prenúncio de problemas familiares. Quando falamos em altar, naturalmente,
não estamos a falar na existência de oratórios ou eventuais objetos de culto, como se vê em
casas de idólatras, mas na presença de um espírito verdadeiro de adoração na nossa vida
familiar(Jo.4:23,24). É preciso que haja, em nossa casa, uma igreja(Rm.16:5a). Somente uma
família que cultue a Deus regularmente poderá manter vivos estes sentimentos que vêm da
parte de Deus e ter forças suficientes para enfrentar os problemas e conflitos que sempre
surgirão(Fp.4:13).

II. TIPOS DE CONFLITOS NO LAR

- Tendo visto, ainda que sucintamente, como deve ser o lar segundo o propósito divino para o
homem, devemos agora observar quais os conflitos, quais os problemas que têm surgido nas
famílias.

- Os problemas que atingem as famílias são, como todos os problemas que surgem na vida do
homem, obstáculos surgidos de uma de três causas, como nos ensina o Senhor Jesus no
sermão do monte. Quando lemos este grande ensino de nosso Salvador, percebemos que as
dificuldades na vida surgem de três causas, a saber:

a) provação divina - Jesus ensinou-nos que, tanto ao homem que fez sua casa sobre a
rocha, quanto ao que construiu sua casa sobre a areia, desceu a chuva( Mt.7:25,27). A chuva
é um fenômeno meteorológico que vem de cima, do firmamento. Isto representa as lutas e
dificuldades que vêm da parte de Deus, como provação ou manifestação da soberania divina.
Alguns problemas da família são resultado de provas do Senhor e contribuem para o
crescimento espiritual e para o bem de todos os familiares. Um exemplo bíblico que vemos é a
destruição da família de Jó, que, entretanto, foi restaurada e engrandecida depois de todo o
infortúnio passado.

b) operação maligna - Jesus ensinou-nos que, tanto ao homem que fez sua casa sobre a
rocha , quanto ao que construiu sua casa sobre a areia, correram rios( Mt.7:25,27), i.e., como
se expressa a NVI, "transbordaram rios", a indicar que se trata de uma enchente, fenômeno
bem conhecido das grandes cidades, em que a água, vindo de baixo, acaba inundando casas,
estabelecimentos comerciais, ruas etc. É uma figura de dificuldades que têm origem nas
regiões baixas, ou seja, que se originam da atuação de hostes espirituais da maldade( Ef.6:12).
Muitas dificuldades familiares resultam da atuação das forças do mal, que encontram lugar
para agir na família(Ef.4:27; IPe.5:8). Um exemplo bíblico desta hipótese vemos na família de
Saul (ISm.19:9-11).

c) conseqüência de atos praticados na vida familiar - Jesus ensinou-nos que, tanto ao


homem que fez sua casa sobre a rocha, quanto ao que construiu sua casa sobre a areia,
assopraram ventos(Mt.7:25,27). Os ventos assolam as construções ao redor delas, atacam de
lado, a indicar, portanto, dificuldades surgidas no mesmo patamar de nossas vidas, por nossos
semelhantes ou pela reação de nossos semelhantes em virtude de nossas atitudes. São as
dificuldades surgidas pela nossa própria maneira de viver, pelo nosso proceder, pela nossa
conduta, que faz com que tenhamos perda de autoridade moral, espiritual ou problemas que
exsurgem em razão de nossa forma de tratar os familiares ou de conduzir os nossos assuntos
de família. Um exemplo bíblico foi o problema familiar vivido entre Davi e Absalão, que acabou
levando à rebelião protagonizada por este último(I Sm.13-15).

- Assim, os diversos problemas familiares estão relacionados com uma das causas acima
indicadas, que, muitas vezes, podem se associar, seja em virtude da permissão divina, seja
em razão de que, como afirma o salmista, um abismo chama outro abismo( Sl.42:7), o que
leva, quase sempre, à associação de atos errôneos praticados pelo homem a conseqüências
do espaço dado ao diabo no seio da família.

- Como salientamos no início deste estudo, já na formação do lar, a pessoa deve estar
inteiramente submissa à vontade de Deus. Se assim é, o sucesso e êxito da vida familiar está
relacionado ao sucesso e êxito de nossa vida espiritual, de nossa comunhão com Deus. Uma
família não irá bem se os seus integrantes não estiverem bem com Deus.

- O cântico a que nos referimos supra, em seu refrão, diz que "a família comece e termine
sabendo onde vai". Ora, para que saibamos para onde estamos indo, é preciso que tenhamos
nascido de novo e tenhamos o Espírito de Deus( Jo.3:7,8; Fp.3:12-15). Uma pessoa que está
perdida, que perdeu a noção de direção, não pode, naturalmente, dar qualquer direção aos
seus familiares, nem pode ser um norte à sua família. Uma vez mais exemplificando com a
vida do patriarca Abraão, no momento em que se partiu para o Egito, fora da direção divina,
também se declinou na vida familiar, a ponto de o patriarca ter mandado que sua mulher
mentisse, mentira que resultou na própria cessação da convivência entre ambos( Gn.12:10-
15).

- Muitos problemas familiares, portanto, resultam da própria luta espiritual interna de um


integrante da família, que se espraiará para fora do indivíduo, com conseqüência para todos
os seus. O próprio Jesus deu-nos conta desta realidade, ao dizer que veio trazer dissensão no
meio da família que não o tem como Senhor e Salvador(Mt.10:35-37), o que foi, depois,
realçado pelo apóstolo Paulo na sua pregação ao carcereiro em Filipos( At.16:31-33). Milhares
de crentes têm experimentado, em suas vidas, a realidade destas palavras. A tomada de
posição individual frente a eternidade tem gerado inúmeros problemas familiares, mas há uma
promessa das Escrituras para aqueles que se decidem por Cristo: o testemunho fiel e leal dos
servos do Senhor é a principal arma para a evangelização dos familiares incrédulos( I Co.7:11-
17). Lembre-se de que Jesus também sofreu esta rejeição por parte dos Seus
familiares(Jo.7:1-4), mas, pela Sua obediência até a morte, conquistou-os para o reino de
Deus(At.1:14, ICo.15:7).

- Este tipo de problema pode ser evitado ou, pelo menos minimizado, se houver o amor
altruísta, a união e a solidariedade e companheirismo mencionados no item anterior. Com
efeito, numa família onde há cumplicidade, onde há compartilhamento de emoções e de
sentimentos, todos os males interiores, todas as angústias e dúvidas são facilmente
detectados e externados. Num ambiente de culto doméstico, são as necessidades levadas a
conhecimento de todos e a intercessão funciona como uma súplica perante o Senhor, que
operará e extirpará toda e qualquer erva daninha que queira se alojar no coração de algum
membro da família. 

- Nos dias difíceis que vivemos, é este um tipo de conflito que gera problemas terríveis como o
envolvimento dos jovens e adolescentes na prostituição, nas drogas, no satanismo e na
criminalidade. Tudo se inicia com os conflitos existenciais que, além de serem próprios desta
idade, encontram respostas diametralmente opostas aos ensinamentos da Palavra de Deus
em cada esquina, nos meios de comunicação, nas diversões e entretenimentos amplamente
divulgados neste mundo malgino em que vivemos. Devem os pais estar prontos e acessíveis
para, como amigos e confidentes, poderem ouvir as angústias, dúvidas e questionamentos de
seus filhos e, segundo os ensinamentos da Palavra do Senhor, orientá-los para que venham a
superar estas circunstâncias e se afirmar como pessoas que crêem em Deus e na Sua
Palavra. Devemos ser um exemplo para nossos filhos, mostrando com nossas vidas que
sempre recorremos ao nosso Pai que está nos céus e temos com Ele intimidade( Mt.6:5,6) e
que eles podem fazer assim também, mas que também nós somos seus amigos e que
estamos sempre prontos a ajudá-los e como pais amorosos, buscarmos sempre o seu
bem(Mt.7:9-11).

- Outros problemas familiares surgem de dificuldades decorrentes da relação entre as


pessoas. Nenhum ser humano é idêntico ao outro, todos são diferentes e, nesta diferença,
temos uma das muitíssimas demonstrações da grandeza de nosso Deus. Diante destas
diferenças, porém, devemos agir sempre considerando os outros superiores a nós mesmos,
com humildade eamor (Fp.2:3), reconhecendo que não somos melhores me maiores do que
pessoaalguma (Dt.10:17) e que nossa existência é fruto da misericórdia do Senhor(Lm.3:22).
Assim conscientes, com certeza seremos mansos e humildes de coração( Mt.11:29), o que nos
auxiliará muitíssimo no relacionamento com os semelhantes, mui especialmente com nossos
familiares.

- As dificuldades de relacionamento devem ser tratadas sob o império do amor altruísta, ou


seja, devemos sempre levar em consideração o outro, tentar ter os seus sentimentos,
colocarmo-nos no seu lugar, ou seja, em uma palavra, devemos ter compaixão, ser
compassivos(I Pe.3:8). Jesus é o nosso maior exemplo: sem perder a autoridade que tinha
como Filho de Deus, Jesus sempre agiu com amor, equilíbrio e firmeza. Assim deve ser o
nosso relacionamento com os demais familiares.

- Os filhos devem honrar, respeitar e obedecer aos seus pais, sendo-lhes sujeitos, como foi
Jesus(Lc.2:51), mas os pais, por sua vez, não podem provocar a ira a seus filhos, criando-os
na doutrina e admoestação do Senhor(Ef.6:4). Os cônjuges devem respeitar-se mutuamente e
ser fiéis, sabendo cada um que não tem domínio sobre o seu próprio corpo, que pertence ao
outro(I Co.7:4). Temos, portanto, uma verdadeira interdependência nas relações familiares, de
modo que ninguém poderá se arvorar, em casa, como um dominador supremo ou um ditador,
que não deva satisfações aos demais, por ser ele o chefe, o mandão. Este tipo de família, tão
característico da cultura latino-americana, não tem qualquer respaldo bíblico e deve ser
totalmente afastado de nossos lares, como, aliás, já tratamos na lição 7 deste trimestre.

- Devemos primar, portanto, por um relacionamento respeitoso e digno entre os diversos


integrantes da família, seja ele um pequenino bebê recém-nascido, seja um jovem que já
tenha até passado da idade média de casamento mas que ainda esteja vivendo sob o mesmo
teto dos pais. É fundamental que haja um respeito mútuo, que vejamos no integrante de nossa
família um ser humano, alguém que foi feito à imagem e semelhança de Deus( Gn.1:26,27). O
comportamento que os pais devem ter é o que o pai da parábola do filho pródigo teve, ou seja,
apesar de todos os erros e desatinos de seu filho, quando este retornou ao lar, o pai não
lançou em rosto os erros do rapaz, mas o recebeu amorosamente, cheio de compaixão e de
alegria(Lc.15:20-24).

- É importante salientar que o comportamento amoroso não significa, em absoluto, a


conivência e o estímulo para as atitudes erradas e pecaminosas. Em momento algum é dito
que o pai do filho pródigo fosse conivente com os gestos tresloucados de seu filho, a quem,
inclusive, chamou de perdido, numa clara demonstração de que reprovara os gestos
praticados pelo filho. Os pais devem corrigir seus filhos, até porque os amam( Hb.12:9-11),
mas esta correção não deve ser feita com ódio, rancor, brutalidade ou violência desmedida,
mas com intenção disciplinadora, curativa, como já dissemos nas lições 4 e 7 deste trimestre.

- No relacionamento entre os familiares, é fundamental que os cônjuges não extravasem suas


diferenças e divergências para o restante do lar. Pais não devem discutir nem extravasar suas
diferenças de opinião diante dos filhos, tudo discutindo e debatendo em particular, na
intimidade do leito conjugal, na ausência dos filhos. Brigas constantes, ordens diversas,
comportamentos distintos são fatores poderosos de desorientação e de confusão para os
filhos, que perderão o norte de suas vidas e que, por falta de confiança e de direção no lar,
acabarão se chegando a outras pessoas para elucidarem suas dúvidas, angústias e
questionamentos, abrindo a porta para que Satanás venha a orientá-los. Ademais, cônjuges
em disputa e em desunião trazem males para si próprios, pois as Escrituras são claras ao
afirmar que este tipo de porfia impede as orações dos cônjuges diante de Deus( I Pe.3:7).

- Às vezes, as dificuldades são ocasionadas por fatores que independem da própria ação dos
integrantes da família. Um dos principais fatores desta natureza é o econômico-financeiro, ou
seja, o desemprego e as dificuldades da economia que trazem graves carências e acabam por
perturbar a vida nos lares. Neste ponto, devemos lembrar que, nos lares romanos, somente os
membros da família tinham acesso, ou seja, é preciso que delimitemos, em nossas famílias,
um terreno para a nossa intimidade. Jesus, mesmo, quando nos falou da oração, disse que
deveria haver um espaço para uma intimidade nossa com Deus, um "aposento em secreto"
onde desfrutássemos de um momento a sós com Deus, algo que não somente ensinou, mas
também praticou(Lc.22:39-41).

- Na nossa vida familiar, devemos também traçar uma linha divisória entre o nosso lar e o
mundo exterior, ou seja, o que acontece fora de casa, os problemas profissionais, os
problemas da igreja local, os problemas econômico-financeiros não podem contaminar a
nossa vida familiar. A porta da nossa casa deve ser uma barreira para que estes problemas
fiquem do lado de fora, para que, dentro do possível (e diríamos até do impossível) não
venham eles a contaminar a saúde de nosso relacionamento familiar. Se assim agirmos,
certamente que a influência destes fatores externos na saúde de nossa vida familiar será
mínima e nós teremos, em nossa casa, um refúgio, um verdadeiro refrigério em meio às lutas
da vida. Nunca nos esquecemos uma lição que recebemos de nosso pai. Diz-nos ele, sempre
que pode, que nosso lar pode ser um pedacinho do céu aqui na terra ou um pedacinho do
inferno, depende apenas da atitude que tomarmos quando ingressarmos em casa.

- Jesus não misturou sua vida familiar com o Seu ministério. Quando Sua mãe e Seus irmãos
vieram ao Seu encontro para Lhe falar, Ele não interrompeu Sua palestra e, numa resposta
surpreendente, afirmou que Sua família era aqueles que O estavam ouvindo( Mt.12:46-50). A
princípio, a resposta de Jesus foi rude e mal-educada, mas, se bem analisarmos Seu gesto,
temos aí um grande ensinamento sobre a vida familiar: devemos manter a intimidade de nossa
família, não a misturando nem mesmo com o nosso ministério. Esta importante lição, por
exemplo, não foi aprendida pelo grande homem de Deus, o juiz, profeta e sacerdote Samuel e
isto lhe custou parte do próprio ministério (Cf. I Sm.8:1-5), como também algumas igrejas
locais, cujos líderes confundiram família e igreja e, por causa disto, conflitos familiares
acabaram se tornando conflitos eclesiásticos com grande prejuízo para a obra de Deus. Não é
à toa, aliás, que, cada vez mais, as grandes empresas familiares têm sido substituídas por
uma estrutura profissional, pois, também, nestes casos, as relações familiares têm sido
elementos danosos ao bom êxito dos negócios. A família precisa de um muro de proteção
contra o ambiente externo, exatamente para que não seja influenciada em demasia por ele.

- Problemas externos devem ter na família um refúgio, um ambiente de encorajamento, de


apoio emocional, sentimental, psicológico e espiritual. A família foi feita para que não nos
sintamos sós, como já vimos. Assim, a família deve ser uma solução, um lenitivo para nossos
seres quando estamos em meio a tribulações fora de seu seio. Jamais devemos permitir que a
família seja atingida por estes problemas e, assim, seja mais um problema ao invés da
solução. Devemos agir com sabedoria, pedindo-a a Deus se não a tivermos( Tg.1:5) para que
assim procedamos. É lógico que alguns problemas (como o desemprego, v.g.) acabarão tendo
uma repercussão no relacionamento familiar, no cotidiano da família, mas devemos tratar
desta repercussão com equilíbrio, com comedimento, sem desespero, buscando levar todos
os membros da família a buscarem uma orientação divina e, ao mesmo tempo, não deixando
de depositar na união, no amor altruísta e na solidariedade e companheirismo forças para
superarmos a dificuldade.

III. QUAL É A SOLUÇÃO ?

- Muito gostamos da expressão utilizada pelo ilustre comentarista da revista deste trimestre
quando afirmou que não há uma receita para a solução dos problemas familiares. Como
vimos, as causas das dificuldades vividas pelas famílias têm natureza variada e, portanto, para
nos utilizarmos de uma expressão muito conhecida de todos: "cada caso é um caso".

- Entretanto, diante de problemas familiares, devemos procurar detectar, com orientação e


discernimento espirituais, qual é a raiz de toda a problemática que, muitas vezes, é imensa e
tem diversos aspectos, mas tem um ponto de origem, um fator gerador de todos os demais. É
necessário que, como integrantes da família problemática, tenhamos humildade e sigamos o
conselho que Jesus deu à igreja de Éfeso: "lembra-te, pois, donde caíste e arrependa-te e
pratica as primeiras obras…"(Ap.2:5a). Precisamos fazer um exame introspectivo, sincero e
profundo(I Co.11:28), para, assim, podermos reconstruir a paz em nossa família. Se não
formos integrantes da família mas formos chamados a colaborar com ela, devemos, com muito
cuidado e respeito à intimidade familiar, agir como o profeta Eliseu e perguntar "onde
caiu ?"(II Rs.6:6), a fim de que colaboremos para que os integrantes da família descubram
onde está a falha e, assim, reconstruam seu lar.

- Nesta matéria de assunto familiar, devem as pessoas manter o máximo sigilo e cuidado,
pois, como vimos, Jesus estabeleceu um limite preciso para a intimidade familiar, limite que
não devemos ultrapassar. Há um ditado popular, muito apropriado, que diz que "em briga de
marido e mulher, ninguém deve pôr a colher". É um precioso ensino que deve ser levado em
conta por quem esteja auxiliando a reconstrução de uma família. A família deve ser poupada
ao máximo, pois é uma instituição criada por Deus. Assuntos relativos à intimidade familiar não
devem ser propalados aos quatro ventos pelos mexeriqueiros e assemelhados, entre os quais,
infelizmente, encontram-se alguns obreiros. Assuntos familiares devem ser tratados no seio
das famílias, mesmo que Deus utilize Seus ministros para este tratamento e ali devem ficar.
Não nos esquecemos de um testemunho de um grande ensinador das Assembléias de Deus
no Brasil que diz ter aprendido uma grande lição ministerial quando um dos patriarcas de
nossa denominação no Brasil tratou de um delicado caso familiar e, depois, acompanhado
deste obreiro, então um iniciante no ministério, disse a ele que, caso alguém comentasse a
intimidade daquele lar, seria este jovem obreiro que seria disciplinado, já que era a única
testemunha do tratamento do caso. Assim deve agir o obreiro: preservar a intimidade familiar,
o lar, pois, assim agindo, Deus abençoará o lar e, abençoando os lares, certamente estará
abençoando a igreja, que nada mais é que a reunião de famílias.

- Sem querer estabelecer qualquer receita, podemos, sem medo de errar, dizer que muito dos
problemas familiares nos nossos dias é decorrência da ausência de uma vida espiritual
familiar. Não há mais cultos domésticos nos lares (que, aliás, se não adoram a Deus, nem
podem ser chamados propriamente de "lares", não sendo nada mais do que "tetos"). Por
conseguinte, se não existe uma vida espiritual familiar, também não há comunhão, Deus não
está na direção do lar e, como um abismo chama outro abismo, não há amor altruísta, muito
menos solidariedade nem companheirismo. Os pais, sob o pretexto de trabalharem, não
acompanham a vida dos filhos, mal sabendo quem são seus amigos ou como está seu
rendimento escolar. Durante toda a semana, as crianças são impactadas pelas mensagens
satanistas, erotizantes e imorais dos meios de comunicação e passam algumas poucas horas
na igreja, nos cultos infantis (se existem, pois é sabido que boa parte de nossas igrejas ainda
não criaram um espaço apropriado para as crianças adorarem ao Senhor) e na Escola Bíblica
Dominical (quando a freqüentam ). O pouco tempo em que os integrantes da família estão
juntos em casa, ocupam-no para assistirem ao programa favorito da televisão ou a falar de
amenidades, quando se comunicam, pois o natural é cada um faça o seu "hobby" (as crianças
e adolescentes brincam; os jovens ouvem músicas, lêem revistas ou ficam ao telefone; os
adultos lêem algo ou assistem à televisão). Não é difícil ver neste quadro um ambiente
propício para toda a sorte de males, com o envolvimento crescente das crianças, jovens e
adolescentes nos valores mundanos e o distanciamento gigantesco entre pais e filhos, bem
como entre os próprios cônjuges. Eis o quadro de uma família vulnerável, cuja fraqueza
espiritual se traduzirá numa igreja local fraca e despida do poder de Deus !

- Devemos iniciar o fortalecimento da família cristã através da construção de um "lar" em


nossas casas, ou seja, de um altar de adoração a Deus, restabelecendo o culto doméstico, o
estudo e ensino da Palavra de Deus e a oração. Em seguida, devemos efetuar uma
aproximação entre pais e filhos, a fim de que se crie um ambiente de cumplicidade, de
compartilhamento de sentimentos, emoções, angústias, desejos, medos e questionamentos,
para que os pais retomem a orientação espiritual e moral de seus filhos, hoje entregue a
outras pessoas. Lancemos fora os "deuses estranhos" que temos acolhido em
nossoslares(Gn.35:1-4; Js.24:14) e, neste ponto, não estamos falando de imagens de
escultura ou coisas semelhantes, mas de tudo aquilo que tem substituído a adoração a Deus
como prioridade em nossas famílias. Se não temos adorado a Deus prioritariamente em
nossas casas é porque há algo ocupando este lugar. Este algo são os "deuses estranhos" a
que nos referimos.

- Para que esta aproximação seja possível, é fundamental que desfaçamos as mágoas
resultantes de um comportamento inadequado que deixou seqüelas. A raiz de amargura priva
a família da graça de Deus(Hb.12:15). Entra em cena, então, o perdão, cujos benefícios já
foram estudados por nós na lição 3 deste trimestre. A reconciliação é indispensável para que
tenhamos sucesso na restauração de nossas famílias.

- Faz-se mister que, nesta atitude de restauração, neguemos a nós mesmos, abandonemos o
autoritarismo infrutífero e que causou a divisão que hoje existe em nossas casas.
Reconheçamos o senhorio de Cristo em nossas famílias e a Ele, somente a Ele concedamos
honra, louvor e glória(Ap.5:9,10). Mantenhamos nossa autoridade, mas como um serviço,
como uma responsabilidade diante de Jesus. Quando o Senhor voltar a ser o rei do nosso lar,
certamente cessarão as tormentas presentes(I Sm.12:17-19) e a impossibilidade de
superação de tantos problemas cessará, pois para Deus não há impossível( Lc.1:37). 

- Assim agindo, certamente teremos uma vida familiar vitoriosa, não isenta de lutas nem
dificuldades, mas fortalecida e abençoada pelo Senhor, "onde todos conheçam a força que
brota do amor ".

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