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Texto produzido a partir da pesquisa de iniciação científica de Sue Ellen Tatsch da Silva,
orientado pela Profa. Dra. Cristianne Maria Famer Rocha.
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Estudante de Relações Públicas, ULBRA, RS
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Doutora em Educação, ULBRA, RS
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A Revista NOVA
produzidos pela mídia, é interessante pensar nos jogos de poder que produzem
efeitos de verdade e saber, constituindo práticas e subjetividades. Segundo
Lupton (2000), é preciso compreender:
Ainda para Lupton (2000), existe uma nova ordem de ações sobre os
corpos, onde a busca dos prazeres são ilimitados: não basta ser alegre, é
preciso viver em prazeres constantes e acumular prazeres suplementares, é
preciso ser eufórcio. Tudo pode e deve funcionar com um remédio, e a
preocupação em manter o corpo sexualizado e jovem vem da medicalização e
prevenção por meio da aceleração do processo de “endocolonização” dos
corpos.
Segundo Sant’Anna (2001), a tecnologia vive seu momento de glória,
onde o corpo capitalizado, que tem a imagem como objeto de esperança e de
reflexão, resplandece. A diferente situação dos corpos no mundo atual não
revela somente as divisões de classes sociais, a exploração dos corpos, a
demarcação de territórios, mas, a convivência de diferentes culturas que sejam
reconhecidas ou não.
Como disse Andrade (2004, p. 114), “muitas coisas podem ser ditas pela
imagem, pois, (...) o ver precede as palavras”. A partir dessa reflexão,
entendemos melhor o que uma das leitoras selecionadas para o “Banho de
Nova” falou em sua reportagem: “Nunca acreditei que isso poderia acontecer”,
frase dita por Daniela Duarte Aramini, 31 anos, selecionada para o “Banho de
Nova” na edição de abril de 2007, e outra que disse: “Queria ser perfeita como
uma mulher de NOVA”, frase dita por Thais da Silva Neves, 26 anos,
selecionada para o “Banho de Nova” na edição de agosto de 2007.
A revista, utilizando-se de refinadas estratégias, sugere atitudes,
modelos e formas de vida, tal como se pode observar, em algumas das
reportagens abaixo descritas:
Corpo 10 nota 10 (fev. 2007, p.104): trata de “receitas” de celebridades
e da revista, para ter um corpo dos sonhos. Como a reportagem envolve
produtos de beleza e tratamento, cabe referir Sant’Anna (2001, p. 69),
que diz: “[...] a publicidade não cessou de prometer um poder inédito de
transfiguração: pode-se passar o inverno bronzeado, chegar aos
cinqüenta anos com o rosto de quarenta e adquirir a aparência ideal
para cada circunstância”. Sobre a corrida desenfreada pelo cultivo da
imagem, Sant’Anna (2001) afirma também:
Maquiagem verde. Vai encarar? (jul. 2007, p.53): o título é uma metáfora
que questiona se as mulheres estão dispostas a usar maquiagens
ecologicamente corretas e, assim, ajudar o planeta. Como a própria
reportagem diz – “ecologicamente linda” – é assim que as mulheres bem
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Para concluir...
Considerando-se (e concordando) com a potência de NOVA ao ditar e
sugerir modos de ser às suas leitoras em relação à imagem das mesmas, cabe
perguntar: mas e as Relações Públicas, onde entram nessa história? A
resposta é simples, porém complexa: em todo o contexto.
Ao procurar, através da análise dos discursos obtidos nas reportagens
da revista NOVA, refletir sobre alguns dos aspectos da construção discursiva
de um ideal de imagem perante a nossa sociedade, podemos considerar que a
função de cuidar e cultivar da imagem de pessoas, uma das principais ações
das Relações Públicas, se torna cada vez mais importante e necessária na
atualidade.
A influência da imagem e dos textos sobre nossas vidas, sobre nossas
escolhas e ideais, faz-nos sujeitar a esses discursos, criando angústias e
sentimentos de inferioridade se não estivermos ativos, nos exercitando,
consumindo, fazendo dietas, etc:
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Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.