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ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECÂNICA
AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA
CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE BARRAS
METÁLICAS
AGRADECIMENTOS
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Avaliação da condutividade térmica – Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.
RESUMO
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Avaliação da condutividade térmica – Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.
ABSTRACT
Thermal conductivity is defined by the ability to pass heat of a material. This property is
relevant in the selection of materials in numerous projects engineering. For example, for
microprocessors who need to dissipate maximum heat generated by chips. On the other hand,
may be important that the component dissipate as little heat as possible, such as the thermal
shields protecting the interior of spacecrafts and missiles. Thus, arises the need to measure this
property. In this study, were applied concepts of heat transfer and thermal measurements to
determine the conductivity (k), experimentally, as a function of heat introduced into the system,
the geometry of bars and the temperature reading obtained by thermocouples located in the
aluminum samples, whose exact composition is unknown. Considering the characteristics of the
metal, it is expected values of conductivity between 120 [W / (m². K)] and 230 [W / (m². K)].
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Avaliação da condutividade térmica – Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.
INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Simioni [1] os métodos de medição das propriedades térmicas são divididos
em métodos estacionários e dinâmicos. Os métodos transiente são mais rápidos, porém são mais
difíceis de serem realizados. Por outro lado os métodos estacionários são mais fáceis, no
entanto, demandam grande quantidade de tempo para estabelecer o regime permanente de
transmissão de calor no experimento.
Segundo Incropera e De Witt, (2003) [2], é possível determinar a condutividade de um
material em regime transiente, à partir de duas amostras idênticas com um aquecedor delgado
situado entre elas. Figura 2 mostra a disposição do experimento. Para tal, deve-se conhecer o
tempo, a potência introduzida pelo aquecedor, a temperatura na interface após o tempo de
funcionamento da fonte de calor e a temperatura inicial, o calor especifico, a densidade e as
dimensões das amostras.
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Avaliação da condutividade térmica – Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.
[1]
A norma ASTM E1225 descreve uma técnica de regime estacionário para determinação
da condutividade térmica de sólidos homogêneos e opacos. Este teste é designado para materiais
numa faixa de temperaturas de 90 e 1300 K, cuja condutividade térmica “k” esteja na faixa de
0,2 < k < 200 W/m.K. O uso desta norma fora das faixas acima mencionadas apresenta um
decréscimo na precisão dos valores de condutividade térmica medidos. F. G. Müller [3]
desenvolveu um equipamento de medição de condutividade térmica baseado na norma ASTM
E1225 através do estudo do comportamento térmico deu um material sílico-aluminoso, tendo
como ferramentas para tal um teste prático de medição de condutividade térmica, termografias e
simulações computacionais. Encontrou que a incerteza é majoritariamente gerada pela incerteza
da distância dos termopares da amostra, que nada mais é que o próprio diâmetro dos termopares
utilizados.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. CONDUTIVIDADE TÉRMICA
A condutividade térmica de uma amostra de material pode ser determinada, sob estado
permanente e unidimensional, colocando-se uma fonte de calor numa das faces de uma amostra
e mantendo-se a outra face exposta à temperatura ambiente, segundo Incropera e De Witt [2],
(2003), a equação unidimensional de Fourier pode ser usada para a determinação da
condutividade. A aproximação de primeira ordem da equação de Fourier dá origem à Eq. A
seguir:
[2]
3.2. FONTE DE CALOR
A fonte de calor utilizada neste trabalho, nada mais é do que uma resistência elétrica.
Essa transforma energia elétrica em térmica (efeito Joule). Assim sendo, o calculo da potência
(q) é dado por
q = P = U.I [3]
Como a superfície da Fonte não é igual em ambos os lados, deve-se estimar de alguma
forma qual é a proporção de calor são transmitidas para cada uma das amostras. Isso se deve a
diferença das resistências de contato em cada uma das faces.
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3.3.1. TERMOPARES
Termopares são dispositivos eletrônicos que medem a temperatura de meios levando em
consideração a diferença de potencial entre seus extremos. Este aparelho é constituído por dois
fios de materiais diferentes. O termopar da classe J, por exemplo, é produzido a partir de fios de
Ferro 99,5% (termoelemento positivo) e Constantan Cu 55%Ni45% (termoelemento negativo).
O princípio de funcionamento dos termopares esta baseado no efeito Seebeck onde
ocorre o aparecimento de uma força eletromotriz (fem) quando há diferença de temperatura
encontrada na junta quente e na junta fria. Ver desenho abaixo.
3.3.2. INCERTEZAS
Segundo Schneider [5], a grandeza física que é obtida através de um procedimento
experimental é sempre uma aproximação do valor verdadeiro da mesma grandeza. A teoria de
erros tem como objetivo determinar o melhor valor possível para a grandeza, e quanto esse pode
ser diferente do valor verdadeiro. O melhor valor possível também é chamado de melhor
estimativa ou valor experimental do mensurando. A incerteza pode ser então definida como uma
indicação de quanto o melhor valor pode diferir do valor verdadeiro, em termos de
probabilidades. Ainda em outras palavras, a incerteza é um valor estimado para o erro, i.e., o
valor do erro se ele pudesse ser medido ou se ele fosse medido.
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Segundo Schneider [5], o Erro é definido como a diferença entre o valor calculado ou
observado e o valor verdadeiro do mensurando. Como na maioria das vezes o segundo não é
conhecido, o erro não pode ser determinado, mas sim estimado. Em casos especiais, quando se
usa um padrão primário para a medida, o valor verdadeiro é conhecido por definição.
Existe uma classe de erros que pode ser reconhecida imediatamente e eliminada. São os
erros grosseiros oriundos de cálculo e medições. A fonte destes erros é usualmente aparente,
tanto como pontos experimentais obviamente incorretos, como resultados que não estão
suficientemente próximos dos valores esperados. Eles são corrigidos realizando a operação
novamente, desta vez corretamente.
Uma outra classe de erro é chamada de erro sistemático e não pode ser tão facilmente
detectada. A análise estatística não é normalmente útil, pois eles têm origem numa calibração
mal feita do sistema de medições, ou em erros de interpretação fenômeno físico por parte do
observador.
A terceira classe de erros é conhecida por erro randômico ou aleatório, e pode ter
diferentes e variadas origens: diferença entre a variação do fenômeno e a capacidade de
detecção do instrumento, condições de controle do experimento, variabilidade das condições do
fenômeno medido ou do instrumento ou ainda das condições ambientais, etc. Esta categoria de
erros é de difícil identificação, porém uma análise estatística de vários experimentos mostra que
muitas vezes eles seguem uma distribuição gaussiana de probabilidade. Deve-se ainda distinguir
os erros estáticos, que são observados em regime permanente e indicados por seu sinal, e os
erros dinâmicos, característicos de medições transientes, que representa sempre um atraso do
valor lido em relação ao comportamento real.
O Guia para Expressão da Incerteza de Medição, Schneider [5] apresenta dois tipos de
incerteza:
Incerteza Tipo A - obtida pela análise estatística de uma série de observações.
Incerteza Tipo B - obtida por outros meios que não a análise estatística de uma série de
observações.
Uma distribuição Gaussiana necessita de dois parâmetros para a sua definição: média e
desvio padrão. Assim, estimando-se o desvio padrão de uma distribuição complexa e sua média,
conhece- se o nível de confiabilidade. Então todos os esforços objetivam a estimativa da
Incerteza Padrão. A Incerteza Tipo A é caracterizada pela análise estatística de uma série de
observações e normalmente supõe uma distribuição Gaussiana. Entretanto, em muitos casos, as
informações estão disponíveis de forma incompleta, sem a caracterização estatística necessária,
podendo inclusive estar disponível de forma não cientifica e subjetiva. A Incerteza neste caso é
chamada Tipo B.
É muito comum a determinação de uma grandeza e de sua incerteza de medição a partir
do conhecimento de outras grandezas determinadas experimentalmente, juntamente com suas
incertezas. O valor dessa nova grandeza Y seque uma relação funcional do tipo
[4]
que é uma função de variáveis estatisticamente independentes x1 até xn. A incerteza
associada a Y será calculada a partir das medições das grandezas associadas.
A incerteza padrão combinada, também chamada de Propagação da Incerteza de
Medição, é um procedimento onde se estima a propagação do desvio padrão de uma grandeza Y
a partir do desvio padrão de suas variáveis dependentes x1 até xn. Define-se a incerteza
propagada Ur, segundo Schneider [5], como sendo:
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[5]
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1. MATERIAIS
Para obtenção deste experimento foram necessários:
2 barras de metal com condutividade térmica desconhecida;
1 Resistência térmica de 25W;
Lã de rocha, para isolamento térmico;
5 Termopares;
Pasta térmica;
Paquímetro;
2 Multitestes da marca minipa ET 2040;
1 Equipamento de aquisição de dados “Data acquisition – Switch unit
HP 34970A ”.
4.2. EXPERIMENTO
A montagem deste experimento foi feita colocando-se a resistência entre as 2
barras metálicas. A barra em contato com a face mais plana da fonte recebeu 3 termopares, e a
outra 2, como mostra a figura 3. Todo este conjunto foi coberto nas laterais com lã de rocha,
deixando as faces perpendiculares ao fluxo descobertas. Assim, pode-se supor fluxo
unidimensional através das barras. O equacionamento está apresentado abaixo.
[6]
[7]
[8]
[12]
Este K é apenas uma aproximação, ele está dependendo de 4 temperaturas, mas pode ser
utilizado no equacionamento de q2 e assim obtemos quanto do calor dissipado pela resistência
está sendo dissipado pela Barra 2.
[8]
5. VALIDAÇÃO DO EXPERIMENTO
O regime permanente, umas das considerações utilizadas no trabalho não pode ser
atingido. O motivo foi que há muita inércia térmica nas barras de alumínio, isto fez com que
qualquer alteração na potência entregue a resistência demorasse muito surgir um efeito
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6. RESULTADOS
Foi utilizada uma resistência de 25W em série com um dimer (para conseguirmos variar
a potência da resistência) conectados na rede elétrica (127V).
A temperatura média desejada era de 50°C, mas o experimento ficou em torno dos
65°C. Porém, julgamos que isso não alteraria significativamente nos resultados. Assim,
obtivemos os dados e, posteriormente, os resultados.
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Com esses dados, foi possível calcular a condutividade para as diferentes distâncias dos
termopares:
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6. CONCLUSÕES
Analisando os resultados obtidos, o objetivo do trabalho foi considerado satisfatório, pois
utilizou-se um experimento para a determinação da condutividade térmica de baixo custo e
obteve-se um valor de condutividade bastante próximo do encontrado para o alumínio e suas
ligas encontrados na literatura. Para os próximos trabalhos seria interessante a utilização de um
método transiente para a medição de condutividade térmica, pois o método estacionário
mostrou-se lento para estabilizar no regime permanente. Outras melhorias poderiam ser feitas,
como um aparelho de aquisição de dados com uma incerteza menor, pois trabalhou-se com uma
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7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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