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IV Teorico
IV Teorico
e Segurança
do Trabalho
Riscos, Prevenção de Riscos e Primeiros Socorros
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Riscos, Prevenção de Riscos
e Primeiros Socorros
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Possibilitar ao estudante o conhecimento dos riscos e prevenção de riscos nos mais varia-
dos ambientes;
• Conhecer o que é a biossegurança e sua relevância na saúde do trabalhador;
• Identificar a importância dos primeiros socorros e a atuação fisioterapêutica.
UNIDADE Riscos, Prevenção de Riscos e Primeiros Socorros
Desse modo, se o trabalhador em sua prática laboral realiza seu ofício em locais
onde existe a exposição à agentes que podem prejudicar à sua saúde, deve utilizar
todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados, a fim de diminuir os
possíveis riscos de acidente de trabalho.
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Simbologia das Cores Risco Químico Leve
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UNIDADE Riscos, Prevenção de Riscos e Primeiros Socorros
Recepção
Sala de atendimento Sala de atendimento
em fisioterapia em neurologia
ortopédica
Perceba que os cinco tipos de riscos são separados por cores e tamanhos, visto
que algumas profissões irão combinar cores dependendo do risco ocupacional em
que estão inseridas. Alguns profissionais podem estar expostos a diferentes riscos
ocupacionais num mesmo local de trabalho ao mesmo tempo, sendo extremamente
necessária a sinalização de duas ou mais cores que possam ser incluídas como um
risco naquele determinado posto laboral, um exemplo é o fisioterapeuta hospitalar,
que pode estar situado na faixa de risco nas cores amarela (risco ergonômico) e mar-
rom (risco biológico), pois na sua prática laboral, durante as jornadas no hospital,
pode estar exposto a agentes que colocam em risco a sua saúde, sejam eles postu-
rais, advindos das posições inadequadas durantes os atendimentos e manejos dos
pacientes, ou agentes como bactérias, fungos, vírus etc.
Importante!
Cabe ressaltar que o Art. 188. destaca que em todas as atividades em que se tornarem
exigíveis, serão fornecidos pelo empregador, além dos meios gerais, os equipamentos in-
dividuais de proteção à incolumidade do trabalhador, tais como: óculos, luvas, máscaras,
aventais, calçados, capuzes, agasalhos apropriados etc., equipamentos esses que, apro-
vados pelas autoridades competentes de Higiene do Trabalho, serão de uso obrigatório
dos empregados.
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Amplie o conhecimento sobre as orientações quanto ao uso de EPIs por fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais que atuam frente à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) no
âmbito hospitalar. Disponível em: https://bit.ly/3lACVCp
Noções de Biossegurança
Frente aos conceitos apresentados, vamos compreender que a biossegurança
surge como uma área fundamental na relação da ergonomia e saúde do trabalhador.
Segundo definição de Cavalcante, Monteiro e Barbieri (2003), a biossegurança pos-
sui o seguinte significado: vida e segurança. Desse modo, pode-se conceituar como
a vida livre de perigos, ou ações que corroborem para a segurança da vida na rotina
dos indivíduos, como, por exemplo: utilizar a faixa de pedestres, uso do cinto de
segurança, utilizar luvas, jalecos, capacetes e máscaras.
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UNIDADE Riscos, Prevenção de Riscos e Primeiros Socorros
de Saúde, tendo como objetivo principal estabelecer pontos focais na América Latina
para o desenvolvimento do tema (BINSFELD, 2004).
Ao se pensar na biossegurança, existe uma relação estreita entre segurança do
trabalho, tendo em vista que algumas profissões, como a de um profissional de
saúde, estão diretamente unidas às práticas e ações que auxiliem em uma melhor
proteção na rotina dos indivíduos, não apenas nos espaços laborais, mas inclusive
para a população como um todo. Um dos exemplos mais clássicos é o uso dos
equipamentos de proteção individual (EPI), que precisam estar de acordo com as
atividades e riscos de cada trabalhador. Como o nome já sugere, eles servem para
proteger individualmente cada usuário, bem como para a contenção dos mais varia-
dos riscos existentes que possam ameaçar à segurança. Vamos identificar a seguir
algumas vantagens de se preocupar com a inserção dos conceitos de biossegurança
e segurança do trabalho.
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Pensando em um fisioterapeuta atuante no âmbito hospitalar, por exemplo, exis-
tem desde as medidas mais simples e basais, como a utilização de jaleco e o hábito
de lavar as mãos antes de qualquer atendimento, sapatos fechados e luvas, até às
mais aprimoradas, como os sistemas de esterilização do ar, câmaras que auxiliam
na desinfecção de EPIs, isolamento de laboratórios e outras. Desse modo, a falta de
procedimentos de biossegurança nesse ambiente pode elevar os riscos para fora do
âmbito hospitalar. Aumenta severamente o risco de epidemias, contaminação do
solo e da água e disseminação de doenças raras ou já erradicadas, o que pode com-
prometer e atingir o restante da população.
Importante!
Em nosso país, a regulamentação sobre os temas de biossegurança está presente na
legislação como uma maneira de ressaltar a importância de preservar a vida e promover
mais segurança em qualquer atividade, além de direcionar competências e normatiza-
ções, como disposto na Lei de Biossegurança 11.105 de 24 de Março de 2015.
Ela dispõe sobre os riscos relativos às técnicas de manipulação de organismos que foram
geneticamente modificados, como os alimentos transgênicos, assim como a segurança
em diversos ambientes de trabalho como hospitais, indústrias, laboratórios, hemocen-
tros, centros de pesquisa e universidades. Disponível em: https://bit.ly/33HOz8k
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• Resíduos gerados durante os atendimentos: luvas de procedimentos, máscaras,
fita adesiva, esparadrapos, hastes flexíveis (cotonetes), gazes, algodão, papel
toalha, lençol de papel, absorventes e sacos plásticos;
• Luvas, gazes, algodão, materiais descartáveis e outros materiais que entraram
em contato com material biológico devem ser descartados em lixeiras com tam-
pa e pedal, com símbolo de risco biológico ou infectante. Os demais lixos sem
contato com material biológico serão descartados em lixeira com identificação
de lixo comum.
Fisioterapia Cardiorespiratória
• Uso de luvas, máscaras, sapatos fechados, jalecos fechados, protetor facial (óculos
– quando for realizar procedimento invasivo), é necessário identificar se o atendi-
mento é hospitalar ou clínico;
• Lavar as mãos a cada atendimento, bem como evitar o contato mão-rosto, des-
cartar os EPIs nos locais corretos, evitando a reutilização;
• Utilizar máscaras e luvas durante a realização da conduta terapêutica ou manu-
seio de fluidos orgânicos ou qualquer tipo de manipulação que envolva riscos
de contágios. Lembrar que não se pode tocar em outra superfície com as luvas
contaminadas;
• Desinfecção e higienização de materiais e equipamentos.
Fisioterapia Traumato-Ortopédica
Riscos
Exposição à radiação, laser sem óculos protetores, exposição à diatermia por on-
das curtas, exposição à radiação Infravermelha e Ultravioleta sem óculos protetores
– risco de queimadura da retina e ceratoconjuntivite, daí a obrigatoriedade do uso do
óculos durante tal procedimento; Escorregão de cama elástica, bolas terapêuticas,
queda de cama elástica, discos e pranchas.
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Fisioterapia Dermatofuncional
Riscos
Contato com material biológico como: sangue, lesões de pele e secreção.
O profissional da fisioterapia mantém contato com objetos perfurocortantes como:
agulhas, estiletes, tesouras, além de utilizar na sua prática laboral produtos químicos
como: cosméticos e ácidos, existindo risco de desenvolvimento de processos alér-
gicos ou queimaduras químicas. Utilização de aparelhos estéticos: termoterapia,
fototerapia, eletroterapia.
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Conhecendo Noções Básicas
para os Primeiros Socorros
Um acidente pode surgir de maneira inesperada, podendo acarretar momentos
de nível simples até as mais altas complexidades, e com um risco à vida humana.
Assim, os primeiros socorros são definidos como um atendimento temporário e
imediato de uma pessoa que está ferida ou que adoece repentinamente, bem como
se insere o atendimento no domicílio quando não se pode ter acesso a uma equipe
de resgate ou enquanto os técnicos em emergência médica não chegam ao local
(HAFEN; KEITH; KATHYN, 2002).
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Trocando Ideias...
O Brasil possui alguns serviços de extrema importância para situações de emergências,
desde a mais baixa até a mais alta complexidade, sendo eles:
• Corpo de Bombeiros (193): para retirar de algum lugar, por exemplo: água, desli-
zamentos, ferragens;
• SAMU (192): Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – tem como finalidade pres-
tar o socorro em casos de emergência. É um serviço do governo federal, funciona 24
horas por dia com equipes de profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, auxiliares
de enfermagem e socorristas que atendem às urgências de natureza traumática, clíni-
ca, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população;
• Polícia (190): para acidentes de trânsito e/ou outras intercorrências;
• Defesa Civil (199): A Defesa Civil é responsável em precaver, socorrer, assistir e aju-
dar na recuperação da população em caso de desastres, sejam chuvas ou outras
situações de risco.
Queimaduras
São caracterizadas por serem lesões causadas por elevadas temperaturas,
substâncias corrosivas, líquidos e vapores quentes. Não podemos esquecer que as
queimaduras podem ocorrer advindas de baixas temperaturas, frio intenso e por
radiação, inclusive solar e elétrica. Quando apenas a pele é afetada, é conhecida
como queimadura superficial.
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No local da lesão, geralmente surgem vermelhidão, inchaço e bolhas. Se o tecido
subcutâneo é atingindo, a queimadura se torna profunda, fazendo com que a pele
fique com uma coloração mais avermelhada ou escura, podendo, inclusive, soltar
água. Considerando a profundidade, as queimaduras são classificadas em:
• Primeiro grau: quando a lesão é a nível superficial. Sinais característicos: ver-
melhidão, inchaço e dor;
• Segundo grau: quando a ação do calor tem mais intensidade. Os sinais clínicos
mais comuns: vermelhidão, surgimento de bolhas ou umidade na região afetada.
O indivíduo pode relatar dores mais intensas;
• Terceiro grau: existe uma maior ruptura e destruição da pele. Atinge gordura,
músculo e até ossos. Pela destruição das terminações nervosas, ocorre pouca ou
nenhuma dor. A pele apresenta-se esbranquiçada ou carbonizada.
Epiderme
Derme
Hipoderme
Quadro 1
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Amplie seu conhecimento sobre exposição solar e insolação: “Insolação: conheça os peri-
gos da exposição excessiva ao sol”. Disponível em: https://youtu.be/GP2KwUYTPR8
Intoxicações e Envenenamentos
Venenos ou toxinas são substâncias que, se introduzidas no corpo em quantidade
suficiente, podem causar danos temporários ou permanentes. Os sinais e sintomas
dependem da toxina e do modo como ela penetrou no organismo. Os causadores mais
comuns são os remédios, quando tomados em excesso ou quando acompanhados
de bebidas alcoólicas, produtos como materiais de limpeza, gasolina, tinta e outros.
As crianças são, geralmente, as maiores vítimas do envenenamento com remédios e
produtos caseiros. Existem três tipos principais de envenenamentos: por venenos en-
golidos ou absorvidos pela pele, os aspirados e os injetados (FRANGE, 2018).
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Como proceder? Não provoque o vômito se a vítima estiver inconsciente; Se a
vítima estiver consciente, induza vômitos se o agente tóxico for medicamentos, plan-
tas, comida estragada, álcool, cosmético, veneno para ratos, água oxigenada etc.; Se
a vítima começar a vomitar, coloque-a deitada de lado, no chão; Não dê nada para
a vítima beber; Se os lábios ou a boca estiverem queimados, resfrie-os com água ou
leite frio; Mantenha-se atento à respiração da vítima; Aguarde orientação médica.
Ao conduzir a vítima ao hospital, não se esqueça de levar a embalagem do produto
ingerido; Caso você não tenha a embalagem ou pista sobre o produto ingerido, leve
uma amostra do vômito, pois a identificação do veneno pode ajudar no tratamento.
Choque Elétrico
O choque elétrico é causado, geralmente, por altas descargas, e é sempre grave,
podendo provocar distúrbios na circulação sanguínea e até levar à parada cardiorres-
piratória. Como se manifesta? Dependendo das condições da vítima e das caracterís-
ticas da corrente elétrica, o acidentado pode apresentar: sensação de formigamento;
contrações musculares fracas que poderão tornar-se fortes e dolorosas; inconsciência;
dificuldade respiratória ou parada respiratória; alteração do ritmo cardíaco ou parada
cardíaca; queimaduras; traumatismos, como fraturas e rotura de órgãos internos; No
acidente elétrico, a vítima pode ficar presa ou ser violentamente projetada à distân-
cia. É importante distinguir o acidente por corrente de alta voltagem daqueles por
corrente de baixa voltagem. Ao socorrer uma vítima de acidente com alta voltagem,
nunca se aproxime antes de ter certeza de que a energia foi interrompida.
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engasgam com pedaços de alimentos que não foram bem mastigados, ou quando tomam
muita bebida alcoólica. Pedaços de carne não muito bem triturados pelos dentes são os
principais causadores de engasgamento em adultos. Obstruções da garganta costumam
ocorrer ainda com pessoas que usam próteses dentárias, principalmente quando essas se
soltam na hora de comer. A manobra de Heimlich é uma clássica técnica de primeiros
socorros, sendo bastante utilizada em casos de emergência em situações em que as vias
respiratórias estão comprometidas, impedindo a pessoa de respirar.
A pessoa engasgada apresenta três sinais clássicos: ela não fala, não tosse e não
respira. Além do mais, ela sempre prende a garganta com as mãos. Essa reação é
conhecida como “sinal do engasgo”. Ao socorrer, você pode se deparar com a vítima
consciente ou inconsciente.
Você sabe como prestar primeiro socorros à vítima de sangramento? Amplie seu conhecimento
assistindo ao vídeo a seguir: “DICASAMUDF – Sangramento – Primeiros Socorros”.
Disponível em: https://youtu.be/_xICY4VBTfw
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Parada Cardiorespiratória (PCR)
A parada cardiorrespiratória pode ocorrer em decorrência de diversas situações,
como, por exemplo, em pacientes com doenças cardíacas e respiratórias, engasgos,
choques, afogamentos, alergias, dentre outras. A vítima, ao ser acometida pela pa-
rada cardiorrespiratória, demonstrará ausência de respiração e também de pulsação,
além de inconsciência, pele frígida e pálida. Na região da boca, os lábios e as unhas
ficam com um tom cianótico, ou seja, de cor azulada.
Para que a vida possa ser preservada, faz-se necessário manter um fluxo de oxi-
gênio para a região cerebral. O órgão que mantém esse suprimento é o coração. Se
esse órgão parar, ocorrerá a morte, a menos que se tomem medidas urgentes. Exis-
te um aparelho chamado desfibrilador, que faz parte dos equipamentos de muitas
ambulâncias, capaz de reabilitar as funções do coração. A manobra de atendimento
da parada cardiorrespiratória é conhecida como reanimação, devendo ser realizada
sobre o osso do meio do peito (esterno), na altura entre os mamilos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Coronavírus: como fica a Biossegurança de Fisios e TOs? | Fisio e TO PodCast #51
https://youtu.be/KUXhJXbFZQ0
Leitura
Biossegurança e Gerenciamento de Resíduos – Atualizações
https://bit.ly/3lNA3Ch
Segurança no Ambiente Hospitalar
https://bit.ly/3jWhcEu
Manual de Protocolos de Suporte Básico de Vida
https://bit.ly/2GXetMB
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Referências
BINSFELD, P. C. Biossegurança em biotecnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.
FRANGE, P. Manual dos Primeiros Socorros: o que fazer quando o socorro não
chega? 2018. Disponível em: <https://issuu.com/maicon.moura/docs/manual_pri-
meiros_socorros>. Acesso em: 12/06/2020.
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