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Manual de

Gestão de Riscos para


Fornecedores FCA
FAQs – Frequently Asked Questions

As respostas e esclarecimentos apresentados a seguir são


complementares aos requisitos do manual

Revisão 00 – 30/05/2020

MANUAL DE GESTÃO DE RISCOS PARA FORNECEDORES FCA


Engenharia de Qualidade Fornecedores - LATAM

Questões gerais:

1. Pergunta: o escopo do manual prevê a isenção, por parte da FCA, de algumas


organizações no atendimento aos requisitos. Como saber se minha organização está
isenta?
FAQs - MANUAL DE GESTÃO DE RISCOS PARA FORNECEDORES FCA

Resposta: é atribuição da FCA informar, formalmente, as organizações isentas. Caso


você entenda que sua organização se enquadra no critério de isenção (fornece
produtos considerados de baixo risco) e não tenha recebido comunicação de
isenção, tome a iniciativa e proponha sua isenção à FCA.
2. Pergunta: o Manual de Gestão de Riscos para Fornecedores possui conteúdo
equivalente à norma ABNT NBR ISO 31000:2018 Gestão de Riscos – Diretrizes?
Resposta: Não. A norma mencionada possui uma abrangência empresarial maior em
relação ao conteúdo do presente manual, o qual tem foco nos riscos de produtos e
nos processos que os produzem. Pode-se, entretanto, considerar o manual como um
complemento e aprofundamento da norma, assim como é um complemento à norma
IATF 16949:2016 nos aspectos de gestão de riscos.

Questões por seção de requisitos:

5.1 Estrutura Organizacional e Responsável pelo Risco do Produto (RRP)


1. Pergunta: como deve ser feita a formalização da estrutura organizacional para a
gestão de riscos? É necessário elaborar um procedimento para tal?
Resposta: a formalização deve seguir o sistema de padronização da Organização,
que pode utilizar procedimentos, fluxogramas, organogramas ou outras formas de
descrição da estrutura. O importante é que esta formalização contemple a descrição
do processo de riscos, além da formação e funcionamento do comitê de riscos,
assegurando continuidade e eficácia nas atividades de gestão de riscos.
2. Pergunta: qual o nível hierárquico recomendado para os membros do Comitê de
Riscos? Devem ser gerentes?
Resposta: esta é uma definição da Organização. A escolha deve recair sobre
profissionais que, independentemente de seus cargos, tenham autoridade,
responsabilidade, competência e o mínimo de disponibilidade para levar avante as
atividades do Comitê.
3. Pergunta: qual o nível de conhecimento que o RRP deve ter dos temas
responsabilidade civil pelo produto, legislação relativa à segurança e defesa do
consumidor, legislação específica dos produtos da Organização e metodologia de
gestão de riscos?
Resposta: é requerido que o RRP tenha conhecimentos básicos destes temas,
recorrendo a especialistas internos ou externos em caso de necessidade de
aprofundamento para direcionar a atuação do Comitê de Riscos. O conhecimento
requerido do RRP, especialmente nas questões legais, não dispensa a organização
de possuir competências específicas em sua área jurídica.
4. Pergunta: o Comitê de Riscos, RRP incluído, pode ser corporativo?
Resposta: a composição do Comitê de Riscos deve retratar a estrutura
organizacional da unidade produtiva (planta), portanto, as funções presentes na
unidade devem compor o comitê. Eventualmente, funções totalmente corporativas
(exemplo: Engenharia Qualidade Fornecedores – EQF) podem indicar
representantes de fora da planta. Um fator fundamental a ser considerado é a
necessária capacidade de reação do comitê frente a eventos que requeiram a sua
atuação imediata, o que limita uma composição apenas corporativa.

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Engenharia de Qualidade Fornecedores - LATAM

5. Pergunta: os relatórios de avaliação anual da gestão de riscos devem ser enviados


para a FCA?
Resposta: não é requerido o envio, apenas a sua disponibilização quando solicitado
pela FCA, normalmente durante as visitas do EQF.
FAQs - MANUAL DE GESTÃO DE RISCOS PARA FORNECEDORES FCA

5.2 Controles do Produto e dos Processos Produtivos


1. Pergunta: os requisitos previstos na seção 5.2 são muito parecidos com requisitos
previstos no Manual Gestão de Características Report Fiat Chrysler. Não estaria
havendo uma repetição?
Resposta: o Manual Gestão de Características Report Fiat Chrysler foi suprimido
com a publicação desta 3ª edição. A seção 5.2 foi inserida no presente manual
justamente para acolher alguns dos requisitos do manual suprimido.

5.3 Prevenção de Riscos em Mudanças de Produto e Processo Produtivo


1. Pergunta: por quanto tempo os documentos relacionados a mudanças de
produto/processo produtivo, incluíndo o formulário “Solicitação de Mudanças”
aprovado pela FCA, devem ser arquivados?
Resposta: segundo Carta de Requisitos Específicos FCA LATAM (item 7.5.3.2.1 –
Retenção de registros), estes documentos devem ser retidos por 15 anos. Já a
norma 07740 estabelece que estes documentos devem ser retidos enquanto os
respectivos produtos permanecerem em produção e até que sejam retirados dos
catálogos de peças de reposição da FCA. Em função desta discordância documental,
recomenda-se adotar a solução especificada pela norma 07740.

2. Pergunta: o que fazer quando surgir a necessidade de alguma mudança emergencial


que não possa seguir todo o fluxo previsto nos requisitos?
Resposta: nenhuma mudança, por mais urgente que seja, pode prescindir de uma
adequada análise de riscos e concordância prévia do cliente FCA. O que pode
ocorrer é a aceleração ou mesmo dispensa, por acordo entre as partes e desde que
justificada, de parte dos ritos do processo de aprovação. Neste caso, já existem
mecanismos institucionais (I.A.A. Interim Approval Authorization - norma FCA 08090)
para a gestão adequada destes eventos.

5.4 Mapeamento de Riscos


1. Pergunta: minha empresa fornece uma diversidade muito grande de produtos à FCA.
Não é possível mapear todos ao mesmo tempo. Por onde começar?
Resposta: inicie o mapeamento pelos produtos mais significativos do ponto de vista
de importância funcional, volumes fornecidos e maior vida útil prevista. Deixe para o
fim da fila os produtos com vida útil previsivelmente curta, de baixos volumes e de
menor importância funcional.

2. Pergunta: é necessário elaborar uma Matriz de Riscos para cada produto ou família
de produtos?
Resposta: a Matriz de Riscos é uma planilha Excel infinita, podendo-se mapear todos
os produtos em um único documento. A vantagem de se elaborar uma única planilha
é a possibilidade de ranquear os produtos (ou famílias de produto) pelo IRG. Para
facilitar a visualização do conjunto de informações em um documento muito longo em
função dos vários desdobramentos de produtos, pode-se ocultar as linhas
desdobradas ou filtrar a visualização apenas dos produtos principais (numerados 1,
2, 3... na coluna B).

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Engenharia de Qualidade Fornecedores - LATAM

3. Pergunta: quando a realidade encontrada na avaliação de algum fator de risco da


matriz não corresponder exatamente à descrição da tabela de pontuação, posso
utilizar pontuações intermediárias?
Resposta: Não. A matriz não permite inserção de pontuações diversas daquelas
previstas. Neste caso, utilize a pontuação imediatamente superior.
FAQs - MANUAL DE GESTÃO DE RISCOS PARA FORNECEDORES FCA

4. Pergunta: tenho muitos fornecedores e o mapeamento de riscos deles demandará


muito trabalho e tempo. Como priorizar.
Resposta: o propósito do mapeamento efetuado mediante a Matriz de Riscos de
Fornecedores é alimentar a coluna “I” da Matriz de Riscos de Produtos. Portanto, a
priorização desta última orienta a priorização da primeira.

5. Pergunta: há uma frequência definida para atualização das matrizes de risco, após a
primeira elaboração?
Resposta: não há uma frequência definida para que esta atualização ocorra,
entretanto, uma boa prática recomendada é atualizar as matrizes logo após eventos
significativos, novos desenvolvimentos, mudanças de produto/processo e com uma
periodicidade fixa para absorver as atualizações dos desempenhos de logística e
qualidade. Assim como uma FMEA, a matriz de riscos é um documento vivo.

6. Pergunta: é possível tratar na mesma matriz produtos em desenvolvimento e


produtos em produção? Não seria melhor elaborar matrizes separadas para estas
duas realidades?
Resposta: é possível tratar estes dois universos na mesma matriz, como também
pode-se utilizar duas matrizes distintas. Esta é uma opção da organização.

7. Pergunta: como avaliar os fatores de riscos de processo e desempenho para


produtos novos, cujos processos produtivos e desempenho qualitativo/logístico ainda
não são conhecidos?
Resposta: por estimativa ou analogia com produtos e processos similares. À medida
que o processo de desenvolvimento progride, as pontuações estimadas são
substituídas pelas pontuações reais.

8. Pergunta: para produtos em desenvolvimento, é possível considerar a ocorrência de


mudanças na avaliação do fator de risco “Gestão de Mudanças” na Matriz de Risco
de Produtos?
Resposta: Não. Se o produto se encontra em desenvolvimento (pontuação diversa
de 1 no fator de risco “Tipo de Projeto/Tecnologia (coluna H), a pontuação da coluna
“M” deve ser, necessariamente, 1. O contrário também é verdadeiro: se a coluna “M”
tiver pontuação diferente de 1, a coluna “H” deve, necessariamente, ser pontuada
com 1.

9. Pergunta: quais níveis de fornecedores devem ser considerados na Matriz de Riscos


de Fornecedores?
Resposta: parte-se da premissa de que um determinado nível da cadeia de
suprimentos se relaciona diretamente com (e possui ascendência sobre) apenas o
nível imediatamente abaixo. Assim sendo, o Tier 1 avalia o Tier 2, o Tier 2 avalia o
Tier 3 e, assim, sucessivamente.

10. Pergunta: se eu tiver mais de um fornecedor para um determinado insumo de um


produto, qual pontuação considerar para inserir na coluna “I” da Matriz de Riscos de
Produto?

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Engenharia de Qualidade Fornecedores - LATAM

Resposta: todos os fornecedores do insumo com seus respectivos IRGs podem ser
inseridos na matriz, para se ter uma ideia de conjunto. Mas apenas o IRG mais
elevado é considerado para migrar para os níveis superiores do desdobramento e
somente este será considerado no cálculo do IRG do produto.
FAQs - MANUAL DE GESTÃO DE RISCOS PARA FORNECEDORES FCA

11. Pergunta: se um determinado fornecedor apresentar um IRG superior a 7,5 (alto


risco), mas o IRG do produto em questão for inferior a 5 (baixo risco), mesmo assim
o fornecedor deve ter seu grau de risco tratado?
Resposta: se o IRG do produto ficou abaixo de 5, isto significa que o IRG elevado do
fornecedor inserido na coluna “I” foi diluído pela baixa pontuação dos demais fatores
de risco. Mesmo assim, o fornecedor deve ser abordado para minimizar os seus
fatores de risco, até porque os demais fatores de risco do produto podem se elevar,
neutralizando esta diluição. O que muda é a prioridade. Neste caso, o tratamento não
precisa ser imediato.

5.5 Gestão da Rastreabilidade e Controle dos Registros

5.6 Gestão de Risco dos Fornecedores


1. Pergunta: o fator de risco “Grau de dependência do principal cliente” somente pode
ser pontuado a partir de informação obtida do próprio fornecedor. O que fazer caso
ele se negue a prestar esta informação ou, caso a forneça, como verificar a sua
confiabilidade?
Resposta: a melhor maneira de obter esta informação é explicar ao fornecedor a sua
utilização no mapeamento de riscos, inclusive deixando claro que ele, fornecedor,
também deverá aplicar a mesma metodologia para avaliar os riscos dos seus
fornecedores. Se, mesmo assim, a informação não puder ser obtida, insira a
pontuação máxima (10).

5.7 Gestão de Problemas


1. Pergunta: o formulário 8D previsto na norma FCA 08018 pode ser utilizado para
atender ao requisito 5.7.A.1?
Resposta: Não. Este formulário cumpre o papel de sintetizar as conclusões de um
processo de resolução de problemas para informe ao cliente FCA. Uma metodologia
de resolução de problemas é mais que preencher um formulário, demandando uma
abordagem muito mais complexa e completa. Para isto, existem várias formatações
já desenvolvidas e aplicadas, como MASP, MASP 8D e outras.

5.8 Gestão do Conhecimento e Competências


1. Pergunta: qual a diferença entre o conteúdo da seção 5.8 do manual e a gestão do
conhecimento habitualmente praticada pelas empresas?
Resposta: o foco. Os requisitos desta seção abordam a gestão do conhecimento
organizacional com foco na gestão de riscos. Por exemplo, os fatores de risco
abordados no mapeamento tratam de manutenção preventiva e preditiva, capacidade
de processo, modalidades de controle de qualidade, dentre outros. Para que estes
fatores tenham os seus riscos minimizados, é necessário que exista o conhecimento
na organização que propicie competências para tratá-los adequadamente no sentido
de minimizar ou eliminar o seu eventual impacto negativo.

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Questões relacionadas ao checklist de Avaliação da Excelência na Gestão de


Riscos:
1. Pergunta: para que servem as pontuações dos 25 subgrupos de requisitos retratados
na matriz de pontuação “Checklist”, se elas não são utilizadas para nenhum cálculo?
FAQs - MANUAL DE GESTÃO DE RISCOS PARA FORNECEDORES FCA

Resposta: a indicação da pontuação dos subgrupos serve apenas para indicar em


quais deles existem requisitos que não atingiram a pontuação 5.

2. Pergunta: a partir do momento em que se pontua o primeiro requisito dentre os 54


existentes, a célula CLASSIFICAÇÃO DE RISCO já é preenchida. Esta classificação
não seria incompleta, já que não se sabe ainda o resultado da avaliação dos demais
requisitos?
Resposta: parte-se do princípio que esta classificação de riscos é uma informação
válida quando a avaliação está concluída ou, pelo menos, bem adiantada. Isto pode
ser observado a partir da quantidade de subgrupos pontuados ou pela soma das
quantidades de requisitos pontuados (ver células logo abaixo).

3. Pergunta: a FCA irá avaliar a gestão de riscos da organização? Se sim, com qual
frequência?
Resposta: a exigência da FCA é que a Organização adeque o seu processo de
gestão de riscos ao conteúdo do manual. A forma com a qual a FCA irá verificar o
atendimento desta exigência será definida caso a caso podendo, se necessário, se
dar via auditoria de segunda parte usando o anexo A como critério de auditoria.

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