Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Concorrencial
Módulo
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Equipe
Alden Caribé (Conteudista, 2021).
Ana Beatrice Neubauer (Revisora, 2021)
Erley Ramos Rocha (Coordenador Web e Implementador Articulate, 2021).
João Paulo Albuquerque Cavalcante (Diagramação e produção gráfica, 2021).
Juliano Pimentel (Conteudista, 2021).
Lavínia Cavalcanti (Coordenadora de desenvolvimento, 2021).
Rodrigo Mady da Silva (Implementador Moodle, 2021)
Enap, 2021
Olá!
Ao final desta unidade, você será capaz de classificar os diferentes tipos de governança de um
programa de compliance, com suas vantagens e desvantagens, e a forma como o programa se
posiciona na estrutura da organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte.
Existe uma grande variedade de possibilidades de respostas a essas perguntas. Para cada
organização, de acordo com a sua cultura e características organizacionais, os mercados em que
atua e os riscos a que se expõe, é que se poderá encontrar o melhor arranjo institucional para
suas atividades de compliance.
Governança terceirizada
Vantagens
A governança terceirizada tende a ser adotada por organizações menores ou que estão submetidas
a poucos riscos concorrenciais.
A governança não especializada é mais complexa do que a terceirizada. Nesse caso, a governança é
interna, mas sem especialização funcional. A administração do programa de compliance é
atribuída a uma unidade da organização que também está encarregada de outras funções.
Vantagens
Desvantagens
A governança não especializada pode ser mais adequada para organizações um pouco mais
complexas ou que estão expostas a riscos concorrenciais mais expressivos, mas que não contam
com recursos para dispor de uma unidade especializada.
Quando a área de compliance acumula outras funções, deve ser avaliado eventual risco à
independência da atividade de compliance e avaliada a necessidade de se adotar mecanismos
para administrar possíveis conflitos de interesses.
Governança internalizada
Vantagens
Desvantagens
Em organizações com várias divisões regionais, é importante que exista um funcionário que atue
como ponto focal junto à área central responsável pelo compliance.
Assim, uma organização pode decidir por diferentes arranjos de governança possíveis entre cada
um desses tipos. Pode, por exemplo, decidir contratar apenas a elaboração do programa de
compliance, capacitando colaboradores para a sua implementação interna.
Alguns temas de direito concorrencial também não são de simples compreensão e demandam
um assessoramento por profissional especializado. A diferenciação entre a licitude e a ilicitude
de alguma prática, em alguns casos, não é tão simples, e o auxílio de advogado ou consultor
especializado pode ser essencial.
No caso da conduta de cartel, é muito simples prever a proibição de contatos entre concorrentes
que ajustem preços, quantidade ofertada ou a divisão de mercado (alocação de clientes ou áreas
geográficas de atuação, por exemplo).
Saiba mais
Uma forma de classificar as infrações à ordem econômica é pelo sujeito ativo da
infração. Por essa classificação, existem as condutas coordenadas e as condutas
unilaterais. Nas condutas coordenadas, a prática restritiva decorre de um acordo
ou coordenação entre os agentes econômicos, como o cartel. Já as condutas
unilaterais são práticas restritivas à concorrência, praticadas unilateralmente
por um agente econômico, abusando de sua posição dominante no mercado,
independente da atuação dos demais agentes.
Assim, quando uma empresa verifica a existência de riscos concorrenciais relevantes, pode
ser necessária a contratação de serviços especializados até que se possa desenvolver essa
competência internamente.
A depender do lócus institucional do compliance, ele poderá ter maior ou menor autonomia e
influência nos processos decisórios.
A unidade e o responsável pela área de compliance não podem ser subordinados aos colaboradores
supervisionados. Uma estrutura de compliance subordinada à administração operacional de
uma organização não terá condições suficientes de exercer suas atividades com autonomia e
imparcialidade.
Mesmo quando as áreas de compliance são separadas das áreas de auditoria interna ou jurídica, é
fundamental uma interação entre elas, para assegurar uma abordagem consistente na avaliação
de riscos, no monitoramento e na revisão do programa.
Pesquisa realizada com 240 empresas de diferentes regiões, portes e setores. O resultado não faz distinção
por tipo de compliance, ou seja, não trata apenas do compliance concorrencial. Fonte: KPMG, 2019.
É possível também uma combinação entre esses diferentes sistemas. Por exemplo: podem ser
definidos padrões de conduta, políticas e processos centralizados, na forma de um código de
conduta único. Esse padrão centralizado pode ser adaptado para as necessidades locais, com
ajustes aos diversos ambientes legais, aos diferentes mercados e riscos verificados, assim como
podem ser adotadas diferentes formas de comunicação, a depender da localidade.
Esse profissional deve realizar a análise dos riscos concorrenciais da organização e pode
desenvolver novas competências, estudar, fazer cursos e treinamentos em Direito da Concorrência
e compliance concorrencial.
Um profissional geralmente escolhido para essas atividades é o responsável pela área jurídica.
Se a organização não tiver um advogado próprio, pode avaliar a escolha do responsável pela área
financeira. Esse profissional pode assumir a responsabilidade pelas atividades de compliance,
como parte de seu trabalho.
ICC. International Chamber of Commerce. The ICC Antitrust Compliance Toolkit: practical
antitrust compliance tools for SMEs and larger companies. ICC Commission on Competition,
2013. Disponível em: https://iccwbo.org/publication/icc-antitrust-compliance-toolkit/. Acesso
em: 22 abr. 2021.
KPMG. Pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil. 4. ed. Brasília: KPMG, 2019. Disponível
em: https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2019/10/br-pesquisa-de-maturidade.pdf.
Acesso em: 22 abr. 2021.
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer a importância do papel do profissional
de compliance em uma organização.
Todos os funcionários de alto escalão devem ser responsáveis por promover uma cultura de
integridade na organização. Ainda assim, é importante que a implementação do programa de
compliance seja atribuída a um profissional.
Saiba mais
De acordo com Marcelo Zenkner (2019, p. 46):
Esse profissional deve ser a autoridade interna em matéria de compliance. Sua posição na
estrutura da organização é um indicador de prioridade e de supervisão adequada da atividade
de compliance.
Assim, é recomendável designar essa responsabilidade a um funcionário de alto escalão, que deve
se reportar diretamente à autoridade máxima. O funcionário deve ser respeitado internamente
e possuir amplo acesso à direção máxima da empresa.
Em uma organização que possua um programa de compliance amplo que abranja dimensões
não apenas concorrenciais (anticorrupção, regulatória, entre outras), é possível que um mesmo
profissional seja responsável por todas essas áreas. A designação de profissionais específicos por
áreas de compliance é uma possibilidade e dependerá das características, necessidades e riscos
Por exemplo, é possível definir um profissional diferente como ponto focal para desenvolver as
atividades de gestão para cada um dos riscos concorrenciais mais relevantes (mais prováveis e de
maiores impactos), trabalhando diretamente com o responsável pelo compliance.
O líder de compliance deve possuir competências técnicas e gerenciais que o habilite a avaliar os
riscos internos e externos da organização.
Trata-se também de uma função de confiança, com papel de liderança na organização. Para
implementar o programa de compliance e promover uma cultura de integridade, o profissional
responsável pelo programa deve participar do dia a dia da gestão e se relacionar com os atores
centrais da organização para:
Referências
ICC. International Chamber of Commerce. The ICC Antitrust Compliance Toolkit: practical
antitrust compliance tools for SMEs and larger companies. ICC Commission on Competition,
2013. Disponível em: https://iccwbo.org/publication/icc-antitrust-compliance-toolkit/. Acesso
em: 22 abr. 2021.
KPMG. Pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil. 4. ed. Brasília: KPMG, 2019. Disponível
em: https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/br/pdf/2019/10/br-pesquisa-de-maturidade.pdf.
Acesso em: 22 abr. 2021.