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Conhecimento no
Setor Público
Módulo
Conteudista
Elaine Lucia da Silva, (conteudista, 2021)
Equipe responsável:
Iara da Paixão Corrêa Teixeira (coordenadora, 2021)
Paula Alves Tavares (coordenadora, 2021)
Cindy Nagel Moura de Souza (revisão textual, 2021)
Israel Silvino Batista Neto (diagramação e produção gráfica, 2021)
Fernando Gianelli Constancio (desenho instrucional e implementação Articulate, 2021)
Danielle Alves de Oliveira Tabosa (implementação Moodle, 2021)
Enap, 2021
Referências ..................................................................................... 20
Estamos muito felizes que você chegou ao último módulo do nosso curso de Gestão do
Conhecimento no Setor Público.
Vamos terminar nossa viagem com muito conhecimento na bagagem, não é mesmo?
Ao final desta unidade, você será capaz de classificar os elementos essenciais para
implementação da GC no setor público.
Heisig (2009) afirma que há uma ampla gama de termos utilizados e que existe um consenso em
relação às categorias básicas usadas para descrever atividades de GC e os fatores de sucesso
mais críticos. Este fato proporcionou a elaboração de um modelo considerando as questões
básicas e as especificidades no âmbito da ciência, tecnologia e saúde em organizações públicas.
Verifica-se que apesar de existirem vários modelos, na maioria das vezes, eles não são detalhados,
não explicam as etapas, as competências necessárias e quais as práticas devem ser utilizadas ou
implementadas.
Modelo criado por Ehms e Langen para a Siemens, inspirado no Capability Maturity
Model (CMM), do Instituto de Engenharia de Software da Carnegie Mellon University.
Trata-se de diagnóstico e desenvolvimento de maturidade em GC. O modelo
contempla os direcionadores pessoas, processos, tecnologia e estratégia. Consiste
em indicadores que permitem uma avaliação abrangente das atividades de GC.
Criado pela The Know Network (TKN), uma ONG sediada em Londres que tem como
missão promover o crescimento do capital intelectual das organizações. Utiliza a
metodologia de diagnóstico, focada na avaliação de processos de gestão do
conhecimento que aplica o relatório chamado Organization Knowledge Audit (OKA).
Modelo do Instituto Rio Branco que avalia a capacidade e o nível de preparo de uma
organização para a gestão do conhecimento, considerando processos, pessoas e
sistemas. A métrica utilizada é traduzida em 200 questões para levantamento de
dados.
Outro viabilizador2 que as instituições públicas necessitam dar a devida atenção são os dados.
Segundo Guanaes et al. (2018), em um futuro próximo, será implementada a política de abertura
de dados para pesquisa, na qual os resultados e os dados obtidos, especialmente aqueles
financiados e produzidos com recursos públicos, serão vistos como um bem comum que deve
Devemos considerar ainda a Lei n.o 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados –, sancionada
em 14 de agosto de 2018, que estabelece normas específicas para o tratamento de informações
pessoais para pesquisa pública em saúde. Ademais, deve-se ter em conta a transformação digital
que tem sido implementada pelo governo, com o intuito de melhorar o fluxo de dados e as
informações eletrônicas. Incluímos, assim, mais um viabilizador específico para atender às novas
demandas de ciência e governo aberto.
Tecnologia
A tecnologia acelera os processos de GC por meio de práticas efetivas, uma vez que
os sistemas de informação auxiliam a gestão do conhecimento, identificando quais
as soluções tecnológicas podem atender a organização de forma ágil e clara e suportar
o quantitativo de dados.
Liderança
Os líderes exercem um papel primordial na implantação da GC, aprovando a estrutura
de governança, recursos e outros. Destaca-se o papel da chamada liderança gerencial
middle-up-down1 que tem o papel de articular o nível estratégico com o nível
operacional. Em outras palavras, essa liderança tem como função verificar se o nível
operacional, em que o conhecimento criado, compartilhado e armazenado, está
alinhado às estratégias da organização.
Pessoas
As pessoas desempenham um papel importante nos processos principais da GC,
inclusive no compartilhamento do conhecimento tácito. Sveiby (1998) e Drucker
(1992) corroboram a necessidade de atribuir ênfase aos profissionais nas organizações
e argumentam no sentido de que o poder de produção das organizações concentra-
se na sua capacidade intelectual, ou seja, no conhecimento gerado pelas pessoas.
Processos
Os processos sistemáticos e modelados de maneira efetiva podem colaborar para
aumentar a eficiência, melhorar a qualidade e a efetividade, contribuindo para
legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade na administração pública e
para o desenvolvimento nacional. É nesse sentido que o processo contém funções ou
atividades que se inter-relacionam, visando um resultado comum. Para uma efetiva
implementação da GC, as práticas de gestão do conhecimento devem ser inseridas
Estratégia
Tem por objetivo alinhar o plano de ação da gestão do conhecimento à aplicação das
práticas e objetivos estratégicos para o alcance da missão e da visão institucional.
Considerando que há um consenso entre os principais autores e até mesmo na Norma da ISO
30.401:2018, que não há nenhuma solução de gerenciamento de conhecimento que se encaixe
em todas as organizações e em todos os contextos, torna-se necessário que as organizações
desenvolvam sua própria abordagem para o gerenciamento do conhecimento e identifiquem
como e onde os esforços devem ser empregados, com base nas suas necessidades específicas,
no contexto e nos resultados desejados.
Tanto a norma da ISO 30.401:2018 quanto as etapas sugeridas têm por objetivo destacar a
necessidade dos requisitos sólidos mínimos que orientem as organizações na otimização do valor
Estas etapas propõem uma abordagem holística para que a implementação da GC se apoie em
tomada de decisões mais efetivas e em ações mais alinhadas, resolvendo problemas com base
na experiência do passado e na prospecção futura, melhorando assim a aprendizagem e a eficácia
por meio da otimização do uso do conhecimento. Os elementos interagem fornecendo uma
referência para as decisões de implementação e aplicação nas organizações do setor público.
São 11 etapas que deverão ser implementadas pelo nível operacional do sistema de governança,
ou seja, pelas unidades ou projetos de pesquisa, conforme orientação dos níveis estratégico e
tático.
2. Fluxo de conhecimento
4. Suporte ao negócio
5. Definição do escopo
7. Elaboração de um plano de GC
9. Acompanhamento
É importante que todas as iniciativas estejam alinhadas à estratégia da organização. Por isso, é
fundamental seguir as etapas sugeridas para que os temas sejam relevantes para a organização
e adequados aos direcionadores estratégicos preestabelecidos.
Ao final desta unidade, você será capaz de selecionar práticas e ferramentas da GC que
podem ser utilizadas no setor público em diversas áreas como gestão de pessoas,
inovação, informação, tecnologia da informação e, ainda, conhecerá a aplicação de boas
práticas para a preservação da memória organizacional.
Ações de capacitação
O mapeamento por competência é uma prática que tem por objetivo definir quais os
conhecimentos e comportamentos (habilidades e atitudes) são necessários em cada
função e/ou área da organização e entender quais são as competências existentes
entre os profissionais, áreas e funções da empresa.
Mentoring
Narrativas
É similar ao mentoring, mas o coach não participa da execução das atividades. Ele
participa do processo planejado de orientação, apoio, diálogo e acompanhamento,
alinhando-os às diretrizes estratégicas.
Shadowing
Possibilita que profissionais acompanhem pessoas mais experientes no dia a dia para
observar como são desempenhadas as funções e aplicadas às habilidades na prática.
Café do conhecimento
Veja agora exemplos de boas práticas e ferramentas que podem ser utilizadas na implementação
da GC na área de inovação.
Laboratório de inovação
Banco de ideias
Serve tanto para uso interno – para a equipe criar algo novo em um curto espaço de
tempo – quanto externo, em maratonas de criação que incluem desafios, palestras,
sessões de brainstoming, mentorias e avaliação para seleção das melhores soluções
desenvolvidas. Algumas iniciativas simples promovidas no próprio ambiente de
trabalho também podem gerar muitos resultados.
Portais corporativos
Repositório de conhecimentos
Repositório digital que tem como objetivo recolher, preservar, gerir e disseminar a
produção organizacional.
Gestão de conteúdo
A tendência é que a divulgação dos dados se amplie cada vez mais. Existe um
movimento global que incentiva que os dados possam ser livremente utilizados,
reutilizados e redistribuídos por qualquer pessoa, sujeitos no máximo à exigência de
atribuição da fonte original e ao compartilhamento pelas mesmas licenças em que as
informações forem apresentadas.
A área de processos e projetos das organizações também pode dispor de boas práticas e
ferramentas para a implementação da GC. É o que destacamos a seguir:
Mapeamento de conhecimento
Acervos
Linhas do tempo
Publicações comemorativas
Chegamos ao final da nossa viagem. A bagagem que levamos não é a mesma que trazemos de
volta. Convido você a aplicar um pouco do que aprendeu nesse curso na sua organização e na sua
vida. Afinal, conhecimento é algo para ser compartilhado, difundido e vivido.
Até a próxima!
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Brasília: Presidência da República, 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2018/Lei/L13709.htm. Acesso em: 9 abr. 2021.
CHOO, Chun Wei. Organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para
criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Editora Senac São Paulo,
2003.
GUANAES, P. et al. (2018). Marcos legais nacionais em face da abertura de dados para pesquisa
em saúde - dados pessoais, sensíveis ou sigilosos e propriedade intelectual. Rio de Janeiro.
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/28838/4/Guanaes_Paulo_Org_
Marcos_Legais_Presid%C3%AAncia_2018.pdf.
SVEIBY, Karl Erik. A nova riqueza das nações: gerenciando e avaliando patrimônios de
conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998.