Você está na página 1de 19

i— i i—ivim-tfj-

Álbum de Cuspidos. (.-." seriej . I^IMH


A Familia Beltrão. lr-"5U<
O Chamisco L$50t
Entra, Sinhôr !..
Variações _çT Auior ri80(
Comíchões.. . r5S(M
Horas de Recreio rpl.OI

BILHETES POSTAES
Luxuosa e artística collecção de bilhetes postaes.
Um.. . 200 réis
Seis 1$000 >
Pelo correio. 1$500 .

f oy flyeriílfl to m m
1 n p r-f À M i ^ r n
;
° ^ t
^ y ^ Í' -L -fi 1V11U U_U Pre(jfJ '1500 _ pel0 correio 2I0QQ $
G ESTA /
A'VENDA
HI
(5 sensacional romance de actualidade

ENTRA, SINHÔR!...
e
a>/co nítidas deslumbrantes gravuras.

PREÇO 1$500
PELO CORREIO 2$C00

IE=at
Rio de Janeiro, 12 de Setembro de 1912

Semanário artistico e humorístico

NUM. 69 Propriedade: A. Reis & C. ANNO II

mais de arromba foi o gravanço offere-


CHRONIQUETA cido aos convidados, que por signal não
deixaram escapar um único sandwich dos
O assumpto predominante da semana, centenares delles que lá havia!...
depois do celebre "accordo" sobre as A ornamentação esteve uma belleza !
coisas do Pará, foi sem duvida o baile a illuminaçâo um verdadeiro assombro !
offerecido ao general Roca, no palácio do daquelle alpendre fúnebre collocado á
Cattete. porta principal do palácio então não se
O ieitor não esteve presente ao baile? fala : era um portento !.
Nem nós tão pouco, porque o convite Emfim, como acima ficou dito, foi
que nos foi endereçado, tal como succe- um baile de arromba! apenas não se
deu a muita gente bôa, ficou retido na dansou o maxixe...
"posta-restante" do Correio, e como não
somos criados de ninguém, puzemo-nos
no alto das nossas tamancas e por desa- A seguir tivemos o 7 de Setembro, o
foro não o fomos buscar... . grande dia em que, ha 90 annos, si não
Não obstante, podemos garantir que nos falha a memória e si não erram os
foi um baile de arromba! e que, ainda historiographos, ás margens do Ypiranga
oi dado por D. Pedro I, o brado de queta, um caso que, si não é engraçado,
"independência ou morte!" merece comtudo um commentario a pro-
E já lá vão 90 annos que isto se deu ! pósito. Trata-se da queda que ha dias
Hoje... ai, que differença ! não falemos levou o cidadão Bernardino de tal, uni
em coisas tristes... Falemos antes da pa- rapaz forte e valente.
rada, que por signal foi, como costumam O caso em si parece não ter impor-
ser todas, uma parada andando. tância, mas tem muitíssima, porque o Ber-
Honra seja feita á nossa brava sol- nardino cahio por uma forma desastrosa,
dadesca: foi uma parada brilhante e bem embora interessante:—cahiu de queixo!...
mereceu o elogio unanime de que foi Muita gente, conhecemos nós, que
alvo, porque realmente esteve supimpa 1 tem cahido por essa maneira... mas não
Agora, quem verdadeiramente se en- nos consta que lhe tenha suecedido o
thusiasmou com a formatura foi o grande mesmo que ao seu Bernardino ; sim, por-
numero de senhoras que a ella assistiram, que seu Bernardino cahiu de queixo so-
o que não é de admirar, porque as se- bre o passeio e teve a infelicidade de
nhoras gostam sempre de ver homens ficar com o dito arrebentado.
armados... Foi infeliz, e isto prova que até para
* estas cahidelas é preciso habilidade...
Outro assumpto digno de menção
foi a "exposição de cães", realizada no I3eiró J ú n i o r .
Campo de SanCAnna sob os auspícios da
Gazeta.
A idéa é realmente original, dado
que a época que atravessamos é de admi-
lação, aliás fanatismo pelos cachorros...
E que lindos specimens lá havia,
santo Deus ! e cada qual o mais lindo e
maÍ5 nutrido !...
Digno de nota foi o facto de ser o
maior numero premiado, pertencente ás
senhoras, o que prova muito natural-
mente que os cachorros exhibidos pelas A directoria de Pesca já está dando
senhoras foram muito mais apreciados os seus resultados, pois muita gente já
pelos julgadores, que os dos homens... pescou empregos na dita.
perdôe-nos o Sr. João do Rio.
Isso é muito justo, aliás, porque sem
duvida o cachorro de uma senhora é sem- &
pre muito mais apreciado... SONETISANDO...
* *
Em maus lençóes viu-se aquelle ora- Não queres acceitar o que eu te offerto...
dor que foi deitar falação no largo de O qual, bastante escasso é na.verdade...
S. Francisco, a propósito do caso do Porém, mais vale o poucochínhp-, certo,
Que o duvidoso, em basta quantidade...
Pará.
Também, quem o mandou ir para lá Possues, hoje, belleza e mocidade.
tentar explicar o "que pôde succeder A vida julgas ser... um céo- aberto.
quando um povo se l e v a n t a ? . . . " Isso Mas... o porvir, tão caprichoiso; incerto,
era coisa que elle fosse para ali explicar Quem ha de, acaso, o desvendar?... Quem nade?..
em publico ? Regeitas hoje, Euryce, o donativo
Ora, quem é que não sabe o que De um coração febril, sempre emotivo,
suecede quando tal facto se dá? Sim, E de uma pensatissima cabeça...
quem é que não sabe que, quando qual-
quer coisa se levanta, seja um povo eu Porém, talvez mais tarde —eu o adivinho-
Tu venhas mendigar o meu carinho,
seja lá o que fôr, é porque fica teza e Dizendo-te eui^-QueDeus te favoreça...
dura de roer ? . . . Sim, quem é que não
sabe disso ? Escaravelho
Foi, portanto, muito bem empregada
a vaia com que mimosearàm o meetin-
gueiro, que por certo não tornará a ir ex-
plicar outra vez essa pouca vergonha em O salão Silva Jardim, por occasião
praça publica. . .] do baile Roca-Teffé, foi transformado em
* * toilette das senhoras. Que perdeu o Alci-
Temos ainda, para fechar a Chroni' biades !
EXPEDIENTE irrital-o, tanto mais que elle de ha muito
procura demonstrar os talentos que tem
para a coisa.
Toda a correspondência para Seria prudente que o super-elegante
von Teffé não estivesse a sair asg-m de
" 0 RISO" suas attribuições palatiuas, porque, em-
deverá ser remettida á sua redacção a bora o presidente seja muito poderoso, é
sujeito a todas as necessidades como
qualquer mortal, portanto ha de ter copei-
RUfl PO ROSÁRIO, 99 — Sob. ros, eozinheirosi engraxates, valets de
Telephone 3.8o3. chambre etc.
O secretario que se faz superinten-
Tiragem. 19.ooo exemplares. dente de vehiculos, bem pôde ser tentado
Numero avulso.. 200 réis a exercer esses officios e . . . e . . . e o
diabo!
Nos Estados.. 300 réis
Numero atrasado 300 réis
ASSIGNATURAS Um trecho do promotor:
ANNO —O accusado teve por mãe uma
excellente mulher e, entretanto, delle não
Capital. 10$000 se pode diz a mesma coisa.
Exterior.. 12$000
C í
A serventia de um secretario

Até agora julgávamos que um secre-


tario servisse somente para redigir a cor-
respondência do seu patrão ; mas, ulti-
mamente, com o advento do Sr. de Teffé
ao Cattete e o ultimo baile que lá houve,
estamos dispostos a affirmar que isto não
é verdade.
Um secretario serve para outras coi-
sas.
Não viram os senhores que o nobre
Sr. Alvare tratou das mais ínfimas minu-
dencias do baile? Não viram os senhores
que, além de deoorador, estufador, ferris-
ta, electricista e jardineiro, se fez também
superintendente do serviço de vehiculo.
O Sr. de Teffé veio
fresquinho de Paris e
esse seu movimento
deve 9er parisiense; mas
não estamos a crer que
seja deveras fidalgo. Em-
fim, le monde marche ; e,
si os antigos duques e
condes honravam-se em ELLE—Não consinto que a senhora tor-
ser da domesticidade
dos reis, é justo que um ne a ir para o jardim com o primo, com
secretario de um presi- esse tempo assim chuvoso. Arrisca-se a apa-
dente de republica se julgue honrado com nhar um esfriamento e depois...
o seostalentusde palafreneiro-móre man-
de annuncial-os pelos jornaes. ELLA — Ora, tu mesmo não dizes que
O «Sogra > é que não deve ter gos- para os ESFRIAMENTOS ha um bom re-
tado da coisa ; elle é mordomo e deve
querer que se respeitem as suas funeções, médio: o MUCUSAN?.. Portanto não ha
Essa invasão nos seus domínios deve perigo l
Isto posto, não resta a menor duvida
k incumbência do mestre de que naquella casa reinava uma har-
monia collectiva. M a s . . . tudo na vida
O professor Pafuncio era um espirito tem o seu mas; um dia, d. Fortunata re-
philosopho. Coica nenhuma contrariava o cebeu de um alumno, o seguinte bilhete :
seu gênio sempre disposto para a pilhéria.
Jamais elle tivera um vexame, um des- «Minha Senhora.
gosto . . . Não posso por mais tempo
abafar o amor que vae pelo meu
Representava um typo maduro, mas coração a dentro. E mais um
não demonstrava velhice. Não era nem pouco o meu pobre peito ficará
velho, nem moço. Forte e radio, vivia carbonisado pelas ardentes cham-
elle perfeitamente a sua vida de professor mas que saem do coração trans-
de uma escola secundaria onde diversos formado agora em vulcão. Si
rapazes, seus discípulos bebiam com so- não tiverdes piedade da minha
freguidão as luzes do seu profundo saber. infelicidade, a cratera rebentará,
A escola em peso adorava o seu que- e eu ficarei eternamente sepul-
rido mestre, e elle, dedicado e delicado, tado nas profunde;as desse mons-
correspondia da mesma maneira, amando truoso vesuvio que me devora a
com carinho, instruindo com paciência a existência. Uma só palavra vossa,
rapaziada, que via na sua pessoa a perso- sim, ou não, decidirá da minha
nificação do verdadeiro pieceptor, tão i vida.
bondoso, paternal e piedoso.
Oi seus aluirmos tinham toda liber- Peço-vos uma entrevista. O
dade, faziam o que queriam na aula, local, V. Ex. mesmo marcará.
brincos da mocidade, sem receberem, Espero a vossa resposta.
siquer, do professor, uma reprehensão. Vosso humilde admirador
L.i
A esposa do mestre,-era também uma
^enhora bôa, affavel e honesta, por isto, D. Fortunata recebeu o bilhete, e
a!é por eise lado, o seu Pafuncio era embora ficasse indignada, calou-se. Afi-
filiz; sim, porque, nem todos no mundo nal, revoltada com semelhante atrevi-
gozam dessa ventura completa, segundo n.ento mostrou o tal bilhete ao esposo.
o provérbio popular:—«Feliz no jogo, — Olhe, o. alumno L.mandou-me isto.
infeliz nos amores» .— O mestre gozava O professor leu e perguntou :
de todo o affecto de sua esposa, d. For- — Que foi que respondeste?
tunata. — E o que eu havia de responder?!
A escola funecionava na própria sala — Sei lá ! Isso é lá comtigo...
da frente de sua residência, não sei si, O'! Pafuncio ! Pois você...
talvez por economia. O restante do prédio — Está claro. Deves responder qual-
era oecupado pela familia. quer coisa. Sim, ou não.
De sorte que os alumnos quando de- '{•>
sejavam fazer qualquer necessidade, ti- — Si fos;e dirigido a mim, o bilhete,
nham que tranzitar pelo corredor da casa, Lem cabia que eu desse uma resposta,
com a liberdade que lhes fora concedida rendo a ti, a historia muda de face.
pelos donos, o rr.e-tre e a esposa. Ficas silenciosa ? Queres ou não queres ?
Ora, sendo assim, todos os seus dis- Eu sei, tu não és livre. Qtf&res que eu
cípulos viam e falavam com d. Fortunata responda ao alumno? Bem, eu respon-
que os tratava bem, como era do seu derei. , '.
dever de bôa educação.
Não havia ceremonia entre elles, o No dia seguinte, depois da aula, o
mestre e a esposa, sendo que, até, muitas seu Pafuncio chamou o alumno L. e,
vezes, alguns delles, saboreavam com diante de toda rapasiada disse-lhe:
prazer, ou no almoço, ou no jantar, algum «Minha mulher manda dizer ao senhor
pitéo gostoso, que d. Fortunata prepa- que não é possível attendel-o.
rava com capricho. lDtsc:ii l h a n i b o f e

Interessante romance da vida rea


*EÇO;1?500 0°°0 PELO CORREIO : 2ÍIXJ0
oooooco 0 ' 0 0 0 0 0 0 0
P e d i d o a •* R e i s & C — R u a d o R o s á r i o , 9 9
Premiéeres
O BARBA AZUL—Ope-
reta burlesca em 4 actos, de
H. Meillac e A. Halevey; mu-
sica de J. Offenbach.
E' deveras para louvar o empenho
com que a empresa do Cinema-Theatro
Gantecler procura bem servir os freqüen-
tadores do mesmo theatrinho, variando
amiudadamente o seu repertório, propor-
cionando-lhes desfarte a audição de no-
vas peças, como ainda agora acaba de
fazer montando o Barba Azul, cuja pre-
mière teve logar terça-feira transacta, e
da qual, por motivos independentes da
nossa vontade, só agora podemos dizer
algo.
Começaremos por dizer que a ada-
ptação do Barba Azul, feita pelo sr. O.
Duque Estrada para espectaculos por ses-
sões, é a melhor possível e outra coisi
não era de esperar, dada a competência
pelo mesmo sr. já revelada em idênticos
commettimentos.
Do desempenho destacaremos com
justiça Ismenia Matheus, a quem coube o
papel de Carlota, de que se sahiu bem.
Lili Cardona fez o que estava ao seu al-
cance na camponeza Florindo e depois
princeza Herminia... Em mãos de outro
ensaiador a sra. Lili, parece-ncs, daria
muito mais. Do lado feminino citaremos
ainda Maria Santos, regularmante no pa-
pel de Rainha. As demais... assim, assim.
Na parte masculina não ha destaque
a fazer; ainda asssim, somos justos dando
a primazia aos actores Mendonça e João
Ayres; este, no conde Oscar,de que se in- Luiz Paschoal cantou bem a parte do
cumbiu quatro dias antes da première, Barba Azul, e outro tanto fez Soller no
conduziu-se com a discreção de costume príncipe Saphir...
apresentando um excellente caracterís- A montagem da peça é muito boa,
tico; e aquelle, no alchimista Popolani, tendo um guarda-roupa a caracter e a
deu prova de que progride e soube tirar rigor. Musica excellente e ensaiada por
todo o partido do papel. Costa Júnior, o applaudido maestro sob
Luiz Bastos, no Rei Bobeche fez umas cuja direcção está a orchestra do Chante-
coisas tavez pouco próprias da persona- cler, Mise-en-scene de Martins Veiga, boa.
gem que encarnava e deu-nos por vezes a Agora, o publico que cumpra o
impressão de que estávamos deante de seu dever, indo assistir ao Barba Azul, e
um simio e não de um Rei apenas ridículo. terá ?em favor correspondido ao, esfor-
Entretanto, fazemos-lhe justiça : o sr. Bas- ços da empresa do Cinema-Theatro Chan-
tos tem bastante habilidade e prescinde tecler,que tão bons espectaculos lhe
desses recursos... proporciona - A . *•*.
w^mm\*. m • • • • ^ ^ • ^ M » # I " I * I ^ ^ »
..•-••_r.' -- -- • i i i w m i m w m i

O CHAMISCO
ou
Já está á uenda - — —• •sa
.
«*
(*=*= Preço l$500 :: Pelo correio 2Ç000
A jóia —Bem Nós mandamos fazer uma
igual, prendemos um pobre diabq qual-
quer, sob pretexto de que elle a tinha em
seu poder e, amanhã, entregamol-a ao
O Chefe do Império daBruzundanga, Chefe e fazemos um bonito.
que não tinha titulo de Imperador, foi Jagodes achou a coisa maravilhosa,
um dia ao theatro com a respectiva se- deu as necessárias ordens e foi dormir
nhora. radiante !
Naturalmente tão poderosa senhora Si bem disseram melhor o fizeram e,
havia de ir coberta de jóias, conforme dois dias após, com acompanhamento de
exigia, não tanto o seu nascimento, mas a noticias elogiosas, Jagodes fez entrega
sua gerarchia e condição. da jóia á senhora do presidente da Bru-
Acontece que, ao chegar a casa, a •zundanga.
poderosa esposa do chefe da Bruzun- Entrou pelo palácio a dentro radiante
danga deu por falta de uma das mais e foi logo aos ajudantes da poderosa se-
caras jóias que levara. nhora !
Notificando de tão importante acon- — Trago-lhe uma nova, minha se-
tecimento o seu augusto esposo, logo nhora ?
este se apressou em chamar a palácio o —Qual é, Jagodes ?
Ministro da policia. —Achei a sua jóia.
Era este um homem de coração pie- —Pois eu achei também. c.
doso, mas que consentia que se torturas- —Como ? i
sem presos, e, em matéria de sagacidade, —Tinha cahido em baixo do guarda-
era dos que acreditavam na intromissão vestidos.
de santos, para a captura de criminosos Hum.
e, em matéria de conhecimento das pes-
soas vivas, estimava muito a sabedoria
dos nomes dos Santos.
Logo que chegou a palácio e soube Campo Santo do " 0 RISO"
de tão extraordinário facto, o Ministro
policial benzeu-se e exclamou :
—Cruzes ! N. Senhora ! Vô fazê uma Lápides Lépidas
premessa a S. José! Cruzes! N. Senhora !
O chefe do Império gritou : IDUARDU BITURINO
—Seu Jagodes! Não quero saber de
santos ! Quero a jóia para aqui ! Ignorante e pedantifero
O Ministro Jagodes saiu Rabiscador alfacinha.
correndo em direcção á sua Nenhum talento elle tinha
repartição e, sem mais tar- E apenas era um casmurro.
/S~j^*^> dança, chamou os seus au- Mas, cá, nas terras brazilias,
%^k ^L xiliares e falou com elles No jornalismo e theatro,
^^5r^y os meios e modos de en- Pinta o sete, o diabo a quatro
contrar a jóia. E, sorte t e m . . . para burro ! . . .
Havia entre elles um I f-nótus
bastante sagaz e com um
.faro policial admirável e
perguntou:
©
—V. Ex. sabe como era —O Felix zangou-se com o Augusto
a jóia ! de Lima.
—Sei. Deram-me a descripção e o —Em verso ?
desenho. —Não. O desafio foi em prosa.

O Álbum 3 a série
A' VENDA > ^ ^
da Bibliotheca de
Preço l$ooo —::— Pelo correio l$5oo
Cuspidcs
Linda collecção de 8 bellissimas gravuras.
E C H O S DA " E X P O S I Ç Ã O CANINA / /

ELLE—Foi um prêmio merecido; na realidade é um cachorrinho


bem cuidado. laN-wfi-
ELL× Sim... Mas não impedia que, ao menos, o meu obtivesse
"Menção Honrosa"

Mala d' "0 Piso" A VIDA


Si vivemos de sonho, em que consiste a vida,
Snebur Ollem :— Tenha paciência, seu Na qual eu só descubro, apenas, confusão ?
Si nella predomina o império da illusão,
camarada ; você já entrou para o <Pan- Não vejo utilidade em torno á sua lida.
theon»uma vez e não pôde entrar segunda. E a pobre raça humana, assim, sempre illudida,
João Minhoca, Barbacena :—O soneto Nem percebe, nem vê, que a vida é uma visão,
Que nos aponta o mundo—o Reino da irrisão,
é muito bom, m a s . . . está liberrimo... Tal qual como si fora a «Terra Promettida».
Si o amigo quizer dar-lhe uns toques e O homem nasce, cresce e vive do ideal,
tornal-o mais razoável... publicamol-o. Que em tudo se reduz na magoa, dôr e luto,
E nesse immcnso engano extingue-se afinal.
Como está não é possível.
Por isso é que eu comparo, a vida que refuto,
José João :—Pôde mandar ; si prestar Uma mentira insana em fôrma colossal
será publicado e no caso contrario, irá Semelhante á fumaça escura de um charuto.
para o «Pantheon. -> Florcstan.
Toffoli Roberti: — Chegaram tarde
para este numero. Sempre qüe tiver notas
—Que serventia tem um dreadnought ?
mande-n'as ás segundas feiras até ao meio —Dar dinheiro a ganhar aos estalei-
dia. ros inglezes.
PANTHEON DOS B e i j o s d'ai m a
(-IMMORRIVEIS».., (Ao francez da barca 7—30)
Vi-o n'um dia e enamoradamente
Ffquei vendo o seu bello cachorrinho
Verdadei- Que é um grande, bello e gostosinho
ramente atra- Que fez o meu thermometro ticar ardente.
palhados es-
tam os nós Fico louco em fallar do resplendente
Rosto que elle possúe niui formosinho
para, c o m o E que eu dei muitas vezes beijosinhos
nos solicitam, Ficando logo em seguida muito quente.
dar entrada Agora estou louco apaixonado
neste Cenacu- Por ver que elle é homem e não poder
lo a todos os Eu casar-me com elle, como queria.
srs. bardos
que nos en- Pareço estar um pouco endiabrado
• Por não poder cheirar nem comer
viam suaspro- O cachorrinho delle, qué eu pedia.»
ducções, e que, por intermédio dellas, es- (HENRIQUE F. de M e i i o .
tão fazendo jús á immorribilidade... Ora, seu Mello, pois você não teve
Tenham paciência, srs. puétas l o mesmo mais o que fazer do que perpetrar
«Pantheon» também não é o . . . da mãe uma versalhada tão infame, e além disso
Joanna... e pata elle só entram três Im- encerrando uma cantata assim tão escan-
morriveis década vez. dalosa, ao tal fraricezinho ? . . .
Segundo a ordem de chegada, ahi vão Não faça mais versos, seu Mello, dei-
os de hoje : xe as Musas em paz, que ellas não lhe fi-
Soneto zeram mal algum, e trate de outra vida.
Olhe, vá de preferencia quebrar pedras
<-No céu surgia a lua nova» em S. Diogo, ou v á . . . plantar batatas,
D. L. que a lavoura está precisando de braços,
ouviu?
Eis-me emfim a teu lado, a sõs comtigo
Dentro d'alcova perfumada e bella !
Neste pequeno espaço que bemdigo Para finalisar, ahi vae a ultima das
Quanta grandeza—o' Deus !—se encerra nella ! producções dos illustres Immorriveis que
Tu—quem sabe? num sonhar commigo, hoje aqui figuram, o qual, entre os varaes
Vendo-me sempre numa linda tela de uma carroça, faria um figurão...
A bemdizer o encantador abrigo Vejam e digam si não somos justos
Que buscamos da lúa, á luz singela 1
na apreciação :
De teu temor tão grande me assustei;
Nessa noite de orgia—timida !... E eu,
Urna. a v e n t u r a
Quando os joelhos trêmulos curvei, Numa noite luarosa
Foi que a sorrir eu vi ella
Senti o amor que sempre se renova ! Toda faceira e formosa
E sem allivio ter. Porque no céu... Debruçada na janella.
Vinha surgindo então a lua nova !. ..-•
Pisquei-lhe um olho e a donzella
ROCHA PIERROT. Correspondeu muito dengosa ;
Eu então sem mais aquella
Então, seu Rocha, você confessa que Ferrei logo numa prosa.
curvou os joelhos trêmulos» ante a sua
Ella, e apesar disso ficou «sem allivio ter Aproveitando o ensejo
Eu quiz arrumar-lhe um beijo
porque no céu», nesse momento, < vinha' Mas.estraguei toda a festa !
surgindo então a lua nova»... hein ?
Sabe você o que confessou no seu so- Na melhor occasião
Veio lá de dentro o irmão
neto, seu Rocha ? Não sabe ? Pois confes- E deu-me um murro na testa !»
sou que é um ordinarissimo fazedor de
bérsos ; que é u m . . . lingüista de primei- JUCÁ SABIDO.
ríssima ordem... e sobretudo um gran- Mas quem foi que disse que você é
díssimo semvergonha, por vir em publico sabido, sei* Jucá ? Você não passa de uma
e raso dizer o feio vicio que t e m . . . besta muito grande, percebeu ? Porque
só mesmo uma besta é que escreve «noite
Agora, ahi têm os leitores outra precio- luarosa-, -?eu vi ella», e t c ; e si você fosse
sidade; outra verdadeira jóia literária mesmo sabido, tinha ferrado o beijo na
cujo autor bem merece uma estatua. na pequena e não levava o murro pela testa,
Sapucaia. conforme diz :er levado.
Leiam e julguem : Vá ser bui ro pr'a raiz da... Serra!...
do povo, o coronel Clodoaldo Fonseca.
O nome do Sr. Barão, eu não sei, e
nem é precizo; S. Ex. é mais conhecido
em todo o território pátrio pelo seu
titulo.
Quem é que não conhece o seu
Barão ?! Ora, ninguém, ceriamente. S. Ex.
é um segundo tomo do seu talentoso col-
lega, o vibrante tribuno,Coronel Gervasio,
do Piauhy, que é berço dos Pires e dos
Ferreiras. O seu Barão, na sua mocidade,
andou por aqui pelo Rio de Janeiro a
passeio, gosando as encantadoras delicias
da grande cidade, amparado pela «massa»
que lhe acompanhava.
E de volta á Penedo, fizeram os seus
amigos mil perguntas a S. Ex. Si tinha
gostado da Corte. Si era bonita a cidade.
Si era grande e uma porção de indaga-
ções. Até o escrivão, o letrado do logar
inquiriu: «Então, seu Barão, o Rio de Ja-
neiro é um céo aberto ? Tudo é bem,
não é? E da athmosphera o que achou?
E' a mesma ainda» ?—S. Ex., o seu Barão,
afflicto por não poder satisfazer o Juris-
consulto da cidade, respondeu penalisado:
Films... «Homi, vi tudo, não farto nada que eu
não apriceiasse, mais, porém, eça danada
aqui vosmeçê priguntou pur ela, eu não
Barão de Traípú vi. Tarveis tivesse na Orópa. Eu não
vi ela. ~
O portador do nome que encima es- Tempos depois lá surge S. Ex. como
tas linhas nasceu no Estado de Sergipe e Senador da Republica dos Estados Illu-
fez carreira em Penedo, cidade principal didos do Brazil, trazendo para o seio do
do Estado de Alagoas. Foi no tempo do Congresso, como programma político, a
Império que S. Ex. o Exm. Sr. Barão de jumentesca doutrina do Sr. Joviniano de
Traipú começou a sua vida. Possuidor, Carvalho & Companhia.
já naquelle tempo, de boa fortuna, e das Gaumont.
graças de Sua Magestade, o bondoso e
saudoso Pedro 2 o , teve a suprema ventura
de ser agraciado pelo Imperador com o
pomposo titulo de Barão de Traipú — do
qual tanto tem lucrado o Sergipano de
=35=

Gravuras, Clichês e Ornamentos 1


Alagoas.
Um dia S. Ex. appareceu na referida
cidade de Penedo, construiu um bonito
palacete, e, depois desejou entrar para as
fileiras de um partido. O' ! quem não de- Y PHOTOGRAVURAS
sejaria possuir um «cabo de guerra» de
tanta força e de tanto presumo ? ! " PARA ILLUSTRAÇÕES DE LUXO
Todos os grupos partidários ficaram
na espectativa, anciosos, a espera da pre-
ferencia de tão avantajado soldado. Alis- Xuiz ]$run 4 Comp. \
tou-se S. Ex. no Batalhão dos Maltas, a := ->i
perigosa malta do Estado Alagoano, e S5^ ,!^y
como era o maior de todos, não só na
estatura, como também, relativamente ao 41, RUA SILVA JARDIM, 41 Jl
«arame» foi o seu Barão promovido si-
multaneamente ao posto de chefe, assu-
mindo, portanto, o commando geral do T e l e p h o n e Central 22-18
partido que dominou até a chegada, na oooooo RIO DE JANEIRO oooooo
terra do «Marechal de Ferro», do salvador
J
E' REVOLTANTE!.
Oescrivinhador, borrador, ensaiador, que o não ignore, que o seu Biturino, em
director, impostor Iduardu Biturino, que, voz alta, disse na caixa do Municipal que
por uma condescendência de nossas au- os brazileiros não só não sabiam falar
toridades foi elevado á cathegoria de en- como também eram demasiadamente «bur-
saiador e director do Theatro Municipal, ros » para o palco.
não se cansa de nos ridicularisar e dizer Aqui está como seu Biturino agradece
mal dos nossos artistas. a gentileza que lhe fizeram os brazilei-
ros ! . . . Não sabemos o que entende esse
Além das muitas coisas que o seu Bi- senhor por «saber falar» ; talvez seja tro-
turino tem dito na caixa do Municipal, car o b pelo v, o ss pelo ch, o o pelo u e
contra nós, brazileiros, uma carece de des- outros muitos vicios de pronuncia que
taque, para que se não illudam nossos possuem os portuguezes. Estamos de àc-
patrícios com esse rabiscador de linhas que cordo com tudo isso ; mas um consolo
está á frente da direcção do Municipal, nos resta : é que si os brazileiros que es-
occupando um cargo que de forma al- tão no Municipal não sabem falar, os por-
guma lhe poderia pertencer:—em primeiro tuguezes que também lá estão, além de
lugar, por ser seu Biturino cidadão portu- não saberem falar, não sabem lêr nem es-
guez, e em segundo lugar, por ser incom- crever.
petente. Quanto ao facto de sermos burros, o
Não queremos entrarem apreciações, seu Biturino não descobriu nada, porque,
mesmo porque não estamos dispostos a si o não fossemos, elle não estaria exer-
perder tempo com tão inlustrepulsunagem ; cendo um cargo que somente deveria ser
apenas queremos dizer ao publico, para exercido por brazileiro -

Theatro d' "0 Riso" Ella


Sou comido em toda parte
Sem auxiiio dos talheres,
Sou consolo dos marmanjos,
O caldo e o sandwich O conforto das mulheres.

D U E T T O Juntos

Elle Eis aqui, c sem reclame,


Alimento salutar:
Muitas vezes nós passamos,..
Eu sou o caldo de canna, Por almoço ou por jantar.
O refresco sem mistura:
S me azedo—sou guarapa Elle
Si me esquento — rapadura.
Elixir de tal effeito
Ella Não conhece a medicina,
Pois, até mata a seccura
Eu sou o sandwich íi o freguez o elimina.
O regalo dos buffets
Sou de carne ou de salame... Ella
A' vontade do freguez.
Muita gente boa e rica
Juntos Com vontade me devora...
—Só por dentro me moendo
Ambos, nós desempenhamos Deixa o pão sempre de fora...
A importante missão
De fartar a toda gente, Juntos
Sem causar indigestão.

Elle Eis olunch carioca,


Inimigo dos hotéis :
Por amor á pindahyba,
Sou melhor que qualquer vinho, Não passamos de cem réis.
Nao provoco as enxaquecas
Só .me occupo, noite e dia,
Em molhar as guílas seccas. Risus.
FILMS... COLORIDOS —Pedem-nos para perguntar ao Ta
vares, girente do Rio Branco, o que estaria
Segundo nos elle fazendo ha dias em companhia da
contou a Luiza Candinha Serrote, á porta de uma par-
Caldas, foi des- teira, na rua do Lavradio.
enrolada no São Agora elle que responda.
José uma bella —Ha quem garanta que a Sylvina
fita colorida pelas Poste da Ligrit teve uma offerta de três
meninas Pepa e contos e quinhentos, por um alentado
B r i g i d a , resul- «cachorro» de;sua propriedade...
tando d'ahi des- Mas ha também quem garanta que,
pedir-se esta ul- si ella o ceder... perde toda a cotação
tima. com que agora está !
Depois, como — Muito grata deve estar a Rosa
a despedida fosse Bocca de Sopa á sua collega Palmyra,
outra fita, a Bri- por lhe ter esta proporcionado occasião
gida a r r e p e n - de ganhar um cordão de ouro.
deu-se e voltou a E o que ganharia a Palmyra por levar
trabalhar, após a Rosa ao ponto de encontro ? . . .
haver chorado as Operador.
maguas junto ao Director Geral.
Olhem que sempre se vê cada uma
d'alto lá !
—Grande numero de saborosas fru- Não nos podemos furtar ao desejo
ctas tem recebido diariamente a Celeste. de offerecer ao leitor o trecho final do
Dizem que essas offertas são feitas discurso pronunciado por. S. Ex. o Ma-
por alguém que lhe segue os passos... rechal, por occasião do baile offerecido
na pensão. ao eminente general Roca, no Cattete.
—Boa fita exhibiu também o Maga- Eil-o :
lhães do S. José, brigando com a com-
parsa e acabando por tirar-lhe a dentadura Si é certo que tudo nos une; si é uma
postiça e o vestido que lhe havia dado. verdade que cada vez mais se estreitam os
Com certeza a dentadura vae agora laços de verdadeira amisade entre o povo
servir para outra... brazileiro e argentino, é também certo
—Disse-nos o Natal Kiosqueiro que que esse desideratum foi conseguido em
a Leontina Entra na Fôrma está cada vez grande parte, talvez na sua maior parte,
mais escandalosa com a reprise da come- por v. ex. que é um príncipe nestas coi-
dia: «Os amores de Cláudio...» sas.
Agora, agüente as conseqüências, seu E não lhe digo mais nada, general,
Natal ! porque dizer mais das suas virtudes seria
—Não se sabe si o tal Chico (?) já se «vituperio!»
resolveu a ir buscar o pyjama... conforme
lhe pediu a Palmyra do S. Pedro, em
carta que lhe escreveu. #
Cautela, menina ! lembre-se da sal- Volúpia
moura, no L e m e ! . . .
—Para que diabo teria a Angelina Entro na alcova !... Um grato olor tressúa
Lingua de Sogra mandado chamar, por Desse ambiente tepido encantado 1...
duas vezes já, o Ayres, no respectivo dis- No velludo do chão dorme deitado
tricto, ás 3 horas da madrugada ? Um d'esses raios, pallidos, da lua !
Seria para fazer alguma diligencia em Sobre esse ninho como que fluctua
em segredo ? . . . Um sonho num sorriso entrelaçado!...
—Informa-nos que o Mendonça do Do'leito abro de leve o cortinado
Chantecler tem exhibido ultimamente, em E_vejo-a'núa... inteiramente núa 1
companhia da Olinda, do Pavilhão, umas Na febre ardente e sensual, do goso,
fitas obrigadas a musica de pancadaria... Cingè meu corpo, ao corpo seu formoso,
Será verdade ? Cubro-a de'beijos, sem parar^siquért...
—Sabemos de fonte limpa que a Ce-
leste do S. José está isenta de multas, gra- E' então que sinto—esse prazer, gosando
Quão doce fora a morte, assim, beijando
ças á promessa que fez a 5. Domingos As curvas sensuaes de uma mulher I
pata não ser multada.
Felizarda! . . . DR. F. P. MONTEIRO DE BARROS.
A holina Eu era caipora e não arranjava nada.
Embora esperasse até ultima hora para,
sentar-me, não lograva nunca obter uira
— No meu estado natal, ou antes, na posição favorável.
cidadinha do meu nascimento, pela lei- Certa vez vi uma dama bem em po-1
tura do "O Riso, eu ouvia muito falar Eição e fui sentar-me a seu lado.
em bolina e bolinagem. Advinhei como a Comecei a cutucal-a e não sei porquei
coisa era e prelibava tão subtil gozo. não extranhei o tecido que a vestia.
Quiz experimentar na minha aldeiola, Aniir.ei-me e passei a'mão. Estávamos
mas não havia campo sufficiente. Graças, no escuro e surprehendi-me em tocar
porém, ás minhas disposições multi-calli- num objecto redondo que eu não espe-
graphicas, conseguiu a amizade do Co- rava que uma mulher possuísse uaquelle
ronel Portilho, cíiefe político local, para lugar.
quem falsifiquei eu actas eleitoraes. Em
paga, elle me deu uma carta de recon:- Cahi das nuvens e tratei de sahir.
mendação para o senador F e vim para Reparei que, ao mesmo tempo que
o Rio de Janeiro. sahia, o meu visinho, pois o era, saiu-me
ao encalço.
Empreguei-me logo, comprei roupas, Tomei uma rua menos freqüentada e
preparei-me bonitinho e puz-me a ensaiar o homem continuava a perseguir-me.
na bolinagem. Di se cá commigo: vou levar umas pan-
Ficava horas e horas, nos pontos dos cadas.
bondes, á espera de um banco propicio ;
mas, sempre que me sentava ao lado de Afinal o homem alcançou-me e foi
uma dama, ella fugia ao meu contacto, iogo dizendo: "Vamos a uma hospe-
eu me vexava e saltava mais adiante. daria."
Um dia levei mesmo uma bofetada, — Que respondeste ?
mas não desanimei. Soube que um dos - Indignei-me e o cabra disparou.
lugares melhores para semelhante tra-
balho eram os cinemas e dei em frequen- Olé.
tal-os.

* * Luxuozamente preparados para o Bello Sexo 0 0


CONTRASTE

ELLA (com os seus bolces):—E' isío que se.vé! Esle palenna não serve nem
para mcller-me os grampos no chapéo! Si fosse o filho mellia logo!

A UMA PECCADORA Quatorze Versos», Máos


A meus amigos João Metista e
Bastião Praçunungu.
Mulher sensual,-nervosa e sonhadora, Si julgas doce Eloá, que te aborreço,
Que segues do peccado a rubra estrada, Por não quereres ser minh'adoiada
Tens a carne offegárfte e tentadora Am:mte, estás muitíssimo enganada;
Pois, não sou tão máo quanto pareço. ..
De gosos e de orgias já'cansada.
A's vezes, tua face macerada Não sou de arames bons, muito abonado;
Fica d'ifma tristeza aterradora. Muito ao contrario—d'elles bem careço...
Pensas talvez no Inferno, a exul morada. Não posso, pois, pagar por mujto preço
Onde aporta toda alma peccadora.-. . O teu . . . que afíirmas ser um «bom bocado».
Risca da mente idéas tão sombrias i Casa-te, Eloá, com o tal burguez ricaço.
E vai vivendo a vida" das orgias. E, os mais ardentes votos, crê, que os faço
O Inferno horrendo para ti que importa ? Por teu porvir, risonho e prazenteiro . ..
Quando te alçares, morta, ao Paraiso, Porém... Quem sabe, Eloá, se muitas vezes,
Ante a volúpia quente de teu riso, Por longas noites tristes longos mezes
Deus, deslumbrado, ha de te abrir a porta. Não morderás, raivosa o travesseiro? . . .
tirozimbo Anbala.
S. Paulo. Escaravelho.
O que o nosso heroe havia copiado
Vae pelo custo julgando ser o nome, ou titulo, da rua,
era, em genuína traducção luzitana, o se,
guinte:
E é, mesmo, um... quasi—verdadeiro —«E* prohibido urinar aqui.-
«brinde de Rei,» o qual, graciosa e gra- Escaravelho
tuitamente, offerto ao meu bom leitor—
ao alto, e á minha boasissima leitora, de
meia—cara... -\
Um muito digno e bastante apatacado
c
commerciante luzitano... d'esta Praça,
resolvera, a instantes conselhos de seus O dr. Serzedelio, temendo que as
patrícios, collegas e amigos, ir dar um suas indicações de economias já fossem-
passeio pela estranja. lei, andou zarro para receber o subsidio.
E lá foi elle, num transatlântico in-
glez, o Cap Hadhuras, destino ao Velho
Mundo. Foi muito gabado o serviço de vehi-
Um velho e viajado collega e ami- culos, organizado pelo Sr. Teffé, para o
go seu lhe havia fornecido, amistosa- baile do dia 6. A excellencia de suas me-
mente, o «Roteiro da Viagem»: —Lisboa, didas, foi tal, que se cogita em crear um
Pariz de França, Lixa (terra natal do Ministério para o elegante secretario. Di-
tourisie) e, finalmente a Grande Londres. zem que terá o titulo Ministério dos Ne-
gócios de Parelhas e Carruagens.
E esse itinerário foi rigorosamente
cumprido... e comprido.
Das suas impressões de viagem (im-
pressões vocaes e muito dignas de im-
pressão typographica) destaco estasinha
abaixo, por me parecer mais original e O "nariz" fTElle...
bizarra.
«Era uma mão de luxo. Era um brinquedo..
Certa vez, em Londres, o nosso heroe,
no sapientissimo intuito de não se perder CASTRO ALVES.»
na Grande Capital Britânica, tomou nota,
em sua carteira, de umas três ou quatro Era um «nariz» medonho !... Era um torpedol...
palavras, pintadas n'uma das esquinas da Nariz, do qual, outro exemplar, tão cedo,
Não creio, á Terra o Creador nos mande !...
rua em que era situado o Hotel, no qual Nariz de metter medo, ao contemplal-o;
se achava hospedado. E copiou as ditas Mas, de causar, depois prazer"..• regal-o...
palavras, tim tim por tim tim... p a pá... —Esse nariz, tão grande !...
Santa Justa... na carteira.
Nariz mais rijo de que o rijo tronco
No próprio dia em que o noss.o De um cedro ; sempre que expellia o mônco,
heróesão havia tojnado essa grandíssima Causava sempre um pávido alvoroço...
E era preciso um formidável lenço,
medida de capacidade... orelhuda... ex- Para enxugar esse narjz immenso...
traviou-se" nas ruas da immensa Urbe. —Esse nariz tão grossol...
—Não ha nada (murmurou aos seus De um pachiderme, assemelhava a tromba,
botões) tenho aqui a direcção do Hotel... Esse nariz phenomenal, de arromba :
E mandando parar um dos innumeros Ladino, esperto e maganão supino.
Em tudo... e qualquer coisa se mettia...
tilburys que passavam, mostrou ao co- E sempre bem dá.*., historja se sahia...
cheiro a direcção do Hotel... conforme —Esse nariz tão fíno\
elle julgava s e r . . .
Uma tempestade de palavrões (em Nariz phenomenal !... Nariz prodígio I...
Da côr, da fôrma, de um barrete pftrygio,
inglez, felizmente) foi a resposta do pri- Em tudo punha sempre o seu conforme.
meiro cocheiro, ao qual se dirigiu; o se- E—sem mostrar finura, diplomata,
gundo, repetiu o vocabulário, m a i s . . . Entrava em tudo, esse «naríz-batata»,
—Esse nariz enorme I
correcto e augmentado... O terceiro, -fi
nalmente, chegou a ameaçal-o, movimen- No emtanto, esse nariz—nariz pennacho,
tando, febrilmente, o box. De antanho—hoje está murcho cabisbaixo...
Felizmente, um conterrâneo e amigo, Nem topa mais, siquer, onde se metta.
Da carne secca, está bem muito abaixo...
que — occasionalmente passava — poz a Esse nariz ranheta l...
coisa em pratos limpos, ou em travessas...
ujas : Escaravelho
Jouviu bem boas á Luz Velloso, uma des-
BASTIDORES atas noites !...
Naturalmente o Theodoro não nos ia
Antes de par- W mentir!
tir para Lisboa, [ —Diz o Mattos do S. Pedro que o
quiz o Leal dar seu collega Lino Ribeiro ainda acaba
mais uma prova Mathias com a mania que tem de fazer
da sua finura, e "typos"...
fez inserir n'A No- O Mattos o que tem é inveja da habi-
ticiaum annuncio- lidade do Lino, com certeza ! . . .
convite, dizendo — Segundo nos informa o José Alves,
que «um grupo de ora seu collega e consumado humorista Ghi-
amigos admirado- uso donovamente
está
Mucusan,pot
precisando entrar em
causa de uma...
do seu caracter...» constipação que apanhou.
pretendia despe-
dir-se delle, . no E', o Alves fala dos outros mas não
theatro,na véspera olha para s i . . .
de sua partida, e Pavilhão — Pelo que nos disseram, a Julia do
paracujofimeram vae ser em breve presenteada
convidados os seus com uma saia nova, que lhe será dada
pelo contraregra...
demais amigos. Antes da saia; já elle lhe deu algumas
O plano era
bom, m a s . . . falhou, e o pândego escapou beijocas, diz o Alberto Ferreira.
— E não é que o maroto do Leo-
más foi de apanhar uma despedida obri- nardo Feijão Fradinho cortou os rabos
gada a foguetes d'assobio... por occasião aos câesinhos!
de embarcar, no cães. Diz o malvado que é para os valo-
Bons ventos o levem... risar mais, e no entretanto continua a não
— E não é que a menina Thereza achar quem lhos compre.
Gomes arreliou mesmo com a nossa ul- — Garantiram-nos que o Leal foi a
tima piada? Lisboa buscar um novo corpo de coros,
Mal imaginávamos nós que a carapuça que será organisado com o que houver
lhe servia tão bem !... de melhor pela Travessa da Palha, rua
— Informam-nos que os actores Al- do Capellão e adjacências...
berto Ferreira e Lagos Cupidinho, do Pa- Si duvidamos, diabos nos levem !
vilhão, pretendem contrahir matrimônio... — Disse-nos o Pato Muniz, que uma
entre si. destas noites não conseguiu conciliar o
Bem nos queria perecer; andam sem- somno, porque do aposento ao lado,
pre tão agarradinhos... onde mora a Clarisse, partiàfe constan-
— Diz a Leonor que a Clarisse não temente uns gemidos acompanhados da
quer saber do O. C. A. pelo dinheiro, seguintes phrases : — "Ai, minha filha !
mas pela amisade que lhe t e m . . . Ai, mêu filho !..."
Mesmo porque, daquelle matto não Que diabo seria?
sae coelho... — A Cordalia está toda contente pórL
— Muito bem de finanças anda agora que, diz ella, vae dentro em breve deixar
o Ah/aro d'Almeida, graças a Deus ! "aquella choldra que é o Pavilhão", para
Pois si elle até já deita fora cigarros ir para a companhia do S. Pedro.
inteiros, sem os fumar ! . . . Ainda bem que não é só ella; à
— íamos dar aqui uma excellente Virgínia Aço diz outro tanto. ;
piada que o Conde nos forneceu a res-
peito da Gina, mas não a damos porque Formigão
a Medina podia zangar-se e era o diabo !
Em todo o caso, cá fica archivada...
— O' Gabriel, com que então a Ma-
ria Amor tornou a tornar, hein ?
Olha que desta vez não te escanga-
lhamos a igrejinha, não tenhas susto... ra n d
— O Luiz Pinto diz que não torna a
convidar o Çhaby a ir no "trem", que é
AuBijoudelaMode--?e P 0 !
sito de calçados, por etacado e a varejo. Cal-
para não ficar outra vez entalado entre çado nacional e estrangeiro para homens,
elle e a Angela, como succedeu domingo senhoras e crianças. Preços baratissimos, rua
ultimo... da Carioca n. 80. Telephone 3.660.
— Deixem lá que o Raphael Marques
SUPREMO ABRAÇO
ROMANCE D'AMOR
POR

VICTORICN DU saussav
CAPITULO III
Conservava ainda entre as minhas, a amante que enganou e cujo desprezo re-
a mão pequenina da minha linda infiel ; ceia.
olhei para aquella mão que tantas caricias —E' uma loucura, dizia a mim mes-
tinha feito: era bella, comprida, fina e mo no intuito de me convencer—Marcella
tão branca ! Beijei-a demorada-mente ! enganou-me hystericamente impellida por
—Qeres esta noite dormir junto de uma aberração de que não foi culpada.
mim? Receio ter m e d o . . ; disse Mar- Amo-a sempre, amo-a mais do que antes
cella. do seu crime. Pobre Marcella! Estou cer-
Não pude recusar-lhe o que me pe- to que esqueceu, por um momento, que
dia : quasi que tinha esquecido os tor- tínhamos começado uma.nova existência,
mentos da noite maldita. Deixei-a repou- e deu-se, simplesmente porque não está
sar durante todo o dia. Quando chegou a ainda habituada a ter pudor.
noite, depois de ella ter dormido durante Marcella disse-me um dia :
algum tempo, deitei-me junto delia. Como — Quero crer em ti, esqueces-te tudo.
uma creança crescida, chegou-se muito E's feliz, somos ambos igualmente feli-
para mim, encostando a cabeça ao meu zes. Não imaginas como isso me alegra.
hombro; mas, antesdeadormcer,coma sua Porque sinto o coração cheio de amor
voz adoravelmente acariciadora, disse-me: pela tua generosidade e pelo bem que sa-
—Tenho a certeza de que morrerei se bes amar-me e atordoar-me de goso e de
deixares de me amar ; sinto, ao contrario, prazer.
que viverei, se me amares ainda um Mas, pensava :
pouco. «Não é verdade. Os seus beijos não são
Adivinhei-lhe o sorriso. Fez-me cari- já como eram d'afites ; ainda que me ame,
cias que instinctivamente retribui, e, antes despreza-me ; vive commigo apesar de eu
de adormecermos, na escuridão, a luz ser infame : é um cobarde, que, qualquer
apagada, sem ruido, como se commettes- dia, me lançará em rosto tudo o que tem
semos um peccado, ás occultas, sentimos soffrido, todo o seu desprezo, todo o fu-
um goso enorme, os nossos corpos nus, ror contido, toda a sua miséria, e insul-
sem proferir uma palavra de amor. tur-me-á, abandonando-me em seguida...
A nossa existência proseguiu tão Odeio-o !»
tranquilla e risonha como havia decorri- Os gestos desmentem muitas vezes o
do nos primeiros dias passados em Mon- pensamento, mas ainda mais freqüente-
trichard. Resolvíamos todos os dias dei- mente o pensamento resiste ao gesto.
xar a pequena- cidade, partida que iamos Um accidentè banal transformou tu-
sempre addiando ; a primavera estaya de- do. Era meia noite, dormíamos no nosso
liciosa, havia porém outra força incon- quarto. De repente, resoarn altos gritos ;
fessável que ali nos retinha, era o des- ouvem-se tambores, cometas, sinos, vozes
tino. afflictivas. Abro a janella...
Marcella e eu sentíamos igualmente a —Fogo ! fogo !.
alma dorida. Apesar de todos os esforços A duzentos metros, uma casa é pasto
que envidava para esquecer, eu lembra- das chammas.
va-me sempre que me tinha enganado ; Accendo uma vela, e vejo a minha
jurei lhe ter perdoado, mas ella presentia amante, horrivelmente pallida, tremula,
que o meu juramento fora uma mentira. os, olhos abertos, fitando-me..
Na verdade, o perdão está acima dos
forças do amante, quando se ama e, se é
a mulher que ama, chega a odiar esse (Continua.)






BRASILIANA DIGITAL

ORIENTAÇÕES PARA O USO

Esta é uma cópia digital de um documento (ou parte dele) que


pertence a um dos acervos que participam do projeto BRASILIANA
USP. Trata‐se de uma referência, a mais fiel possível, a um
documento original. Neste sentido, procuramos manter a
integridade e a autenticidade da fonte, não realizando alterações no
ambiente digital – com exceção de ajustes de cor, contraste e
definição.

1. Você apenas deve utilizar esta obra para fins não comerciais.
Os livros, textos e imagens que publicamos na Brasiliana Digital são
todos de domínio público, no entanto, é proibido o uso comercial
das nossas imagens.

2. Atribuição. Quando utilizar este documento em outro contexto,


você deve dar crédito ao autor (ou autores), à Brasiliana Digital e ao
acervo original, da forma como aparece na ficha catalográfica
(metadados) do repositório digital. Pedimos que você não
republique este conteúdo na rede mundial de computadores
(internet) sem a nossa expressa autorização.

3. Direitos do autor. No Brasil, os direitos do autor são regulados


pela Lei n.º 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. Os direitos do autor
estão também respaldados na Convenção de Berna, de 1971.
Sabemos das dificuldades existentes para a verificação se um obra
realmente encontra‐se em domínio público. Neste sentido, se você
acreditar que algum documento publicado na Brasiliana Digital
esteja violando direitos autorais de tradução, versão, exibição,
reprodução ou quaisquer outros, solicitamos que nos informe
imediatamente (brasiliana@usp.br).

Você também pode gostar