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 O CURRÍCULO - UMA
REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA
2
SACRISTAN, J. Gimen

PROFA. MA. ISABEL CDM CARDOSO- CURSINHO FABI PRADO

3

O livro trata o currículo entendido

como algo que adquire forma e
significado educativo à medida que
sofre uma série de processos de
transformação dentro das atividades
práticas que tem o currículo como
objeto

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4 A CULTURA, O CURRÍCULO E A PRÁTICA ESCOLAR.
Aproximação ao Conceito de Currículo

"O currículo não é um conceito, mas uma

construção cultural. Isto é, não se trata de
um conceito abstrato que tenha algum
tipo de existência fora e previamente à
experiência humana. É, antes, um modo
de organizar uma série de práticas
educativas".

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5 Rule (1973),

a) currículo como guia de

experiência que o aluno obtém na
escola, como conjunto de
responsabilidades da escola para
promover uma série de experiências.

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6

b) currículo como definição de conteúdos,

como planos, como mudança de conduta,
programa da escola, soma de aprendizagens
ou todas as experiências que a criança pode
obter.

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7 Schubert (1986)

O currículo como conjunto de

conhecimento a serem superados pelo
aluno dentro de um ciclo; o currículo
como programa de atividades
planejadas, devidamente
sequencializadas como um manual ou
um guia do professor;

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8

As reformas curriculares nos sistemas

educativos desenvolvidos obedecem
pretensamente à lógica de que através delas
se realiza uma melhor adequação entre os
currículos e as finalidades da instituição
escolar, a de que com elas se pode dar uma
resposta mais adequada a melhora das
oportunidades dos alunos e dos grupos sociais.
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9 O currículo: cruzamento de práticas
diversas
O currículo modela-se dentro de um
sistema escolar concreto, dirige-se a
determinados professores e alunos,
servese de determinados meios, cristaliza,
enfim, num contexto, que é o que acaba
por lhe dar o significado real.

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10

O currículo é a condensação ou a expressão

da função social e cultural da instituição
escolar e conseqüentemente, impregne todo
tipo de prática escolar. O currículo é o
cruzamento de práticas diferentes e se
converte em configurador de toda a prática
pedag6gica que ocorre nas aulas e nas
escolas.
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11

Se o conteúdo cultural tem a

condição lógica do ensino, é muito
importante analisar como esse projeto
de cultura escolarizada se concretiza
nas condições escolares.

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12

A realidade cultural de um país, sobretudo

para os mais desfavorecidos, cuja principal
oportunidade cultural é a escolarização
obrigatória, tem muito a ver com a
significação dos conteúdos e dos usos dos
currículos escolares. A cultura geral de um
povo depende da cultura que a escola
torna possível enquanto se está nela.
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13

Também é no currículo que se

entrecruzam componentes e
determinações muito diversas:
pedagógicas, políticas, práticas
administrativas, produtivas de diversos
materiais, de controle sobre o sistema
escolar, de inovação pedagógica etc.

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14

O currículo é um ponto central de

referência na melhora da qualidade de
ensino, na mudança das condições da
prática, no aperfeiçoamento dos
professores, na renovação da instituição
escolar em geral e nos projetos de
inovação dos centros escolares.

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15

As teorias curriculares haverão de ser

julgadas por sua capacidade de resposta
para explicar essa dupla dimensão: as
relações do currículo com o exterior e o
currículo como regulador do interior das
instituições escolares

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16

Na escolaridade obrigatória, o currículo

costuma refletir num projeto educativo
globalizador, que agrupa diversas facetas
da cultura, do desenvolvimento pessoal e
social, das necessidades vitais dos
indivíduos para seu desempenho em
sociedade, aptidões e habilidades
consideradas fundamentais.
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17

Bourdieu destacou a falta de neutralidade do

currículo em duas direções: por um lado, a
opção curricular que se adota é um
instrumento de diferenciação e de possível
colisão para os alunos. Os currículos
dominantes costumam pedir a todos os
alunos o que só uns poucos podem cumprir

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18

Desde o humanismo social e o

pensamento progressista que defende os
interesses dos mais fracos, se dá ênfase
na busca de elementos culturais de
progressiva igualdade social. O
conservadorismo buscará mais os
currículos segregados, mais coerentes
com a hierarquia social.
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19

A ampliação do currículo se faz

necessário e também a necessidade de
revisar o sentido dos saberes clássicos
que formam parte da cultura
considerada como o legado valioso no
qual iniciar, de alguma maneira, a todos
os cidadãos.

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20

Boa parte das concepções de currículo de

literatura especializada relaciona sua
conceitualização como plano ou projeto
organizado pedagogicamente. Chamamos
códigos metodológicos a projeção que tem na
elaboração do currículo determinados
princípios e idéias sobre a educação, o
desenvolvimento, a aprendizagem e os
métodos de ensino.
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21

As aprendizagens que os alunos realizam

em ambientes escolares não acontecem
no vazio, mas estão institucionalmente
condicionadas pelas funções que a
escola, como instituição deve cumprir
com os indivíduos que a freqüentam.

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22

A interação que ocorre no ambiente

escolar preenche o conteúdo do
currículo oculto e filtra os efeitos
logrados do currículo explícito.

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23

A primeira conclusão importante é que os

currículos ampliados da escolaridade
obrigatória supõem uma mudança muito
decisiva no conceito e conteúdo da
profissionalidade docente e, portanto, na
formação cultural e pedagógica de que
os professores necessitarão.

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24

A escola tem que favorecer um progresso

acadêmico para facilitar o acesso a
estudos superiores, seguindo a lógica das
disciplinas; também favorece funções por
pressões sociais, enquanto é servidor
social; prepara para a vida exterior às
aulas, o que nem sempre é algo coerente
com as necessidades dos indivíduos.
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25

O currículo pode ser visto como um

objeto que cria em torno de si campos de
ação diversos, nos quais múltiplos agentes
e forças se expressam em sua
configuração,

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26

A interpretação do currículo como algo a

ser construído no cruzamento de
influências e campos de atividades
diferenciados e inter-relacionados é
necessário esclarecer o significado desses
níveis ou fases para a objetivação do
significado do currículo.

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27

1 - Currículo Prescrito - Em todo o sistema

educativo o currículo sofre regulações
inexoráveis à quais está submetido. A história
de cada sistema e a política em cada
momento dá lugar a esquemas variáveis de
intervenção, que mudam de um país para
outro.

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28

2 - Currículo Apresentado aos Professores

- Existe uma série de meios que
costumam traduzir para os professores o
significado e os conteúdos do currículo
prescrito e que costumam ser genéricas e
não suficiente. O papel mais decisivo
neste sentido e desempenhado pelos
livros-texto.
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29

3 - Currículo Moldado pelos Professores -

A atuação do professor é que concretiza
os conteúdos e significados dos currículos,
a partir de sua cultura profissional

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30

4 - Currículo em Ação - E na prática real,

guiada pelos esquemas teóricos e
práticos do professor, que se concretiza
nas tarefas acadêmicas, as quais, como
elementos básicos, sustentam o que é a
ação pedagógica.

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31

5 - Currículo Realizado - os efeitos

produzidos em conseqüência da prática
são do tipo: afetivo, social, moral etc.
Muitos desses efeitos além de complexos
são indefinidos, são efeitos a médio e
longo prazo e são os ocultos do ensino.

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32

6 - Currículo Avaliado - Quando mantém

uma constância em ressaltar
determinados componentes sobre os
outros, acaba impondo critérios para o
ensino do professor e para o aprendizado
do aluno e através do currículo avaliado
se reforça um significado definido na
prática do que é real mente.
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33

A definição de mínimos para o ensino

obrigatório não é, pois, um problema
puramente técnico ou de regulação
burocrática do currículo, mas sim adquire
uma profunda significação cultural e
social, expressando uma importante
opção política, da qual é preciso
examinar todas as conseqüências.
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34

A prescrição curricular que o nível político

administrativo determina tem impacto
importante para estabelecer e definir as
grandes opções pedagógicas, regula o campo
de ação e tem como conseqüência o plano de
um esquema de socialização profissional
através da criação de mecanismos de alcance
prolongado, mas é pouco operativa para
orientar a prática concreta e cotidiana dos
professores.
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35

O currículo molda os docentes, mas é

traduzido na prática por eles mesmos, a
influência é recíproca. É evidente que no
professor recai não apenas as
determinações a serem respeitadas
provenientes do conhecimento ou dos
componentes diversos que se manifestam
no currículo,
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36

O professor é mediador entre o aluno e a

cultura através do nível cultural que em
princípio ele tem, pela significação que atribui
ao currículo em geral e ao conhecimento que
transmite em particular e pelas atitudes que
tem para com o conhecimento ou para com
uma parcela especializada do mesmo.

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37

Cada professor, em função de seu

estilo e matéria estabelece um
padrão caracterizado por uma
seqüência necessariamente simples
de um número reduzido de
atividades, pois o horário escolar não
facilita outra alternativa.
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38

Um professor, com muito ou pouco

conhecimento, aterrissa num sistema
escolar já configurado, com seus
níveis, seus currículos, suas pautas de
funcionamento interno e junto a
outros professores.

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39

A função de planejar o currículo é uma das

facetas relevantes dentro do conjunto de
práticas relacionadas com sua elaboração e
desenvolvimento,

 O plano do currículo agrupa uma acumulação

de decisões que dão forma ao currículo e a
própria ação; e é ponte entre a intenção e a
ação, entre a teoria e a prática.
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40

Planejar o currículo para seu

desenvolvimento em práticas
pedagógicas concretas não só exige
ordenar seus componentes para serem
aprendidos pelos alunos, mas também
prever as próprias condições do ensino no
contexto escolar ou fora dele.

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41

Quando um professor planeja sua

prática desempenha-se,
obviamente, num quadro de
possibilidades cujos limites ou
margens são mais ou menos
permeáveis e flexíveis, diferenciadas
para distintas áreas do currículo.
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42

Partindo de um currículo, sempre interpretável e

moldável, o professor deve se perguntar a
melhor forma de organizar o conteúdo. Este
encargo se encaixa com uma das finalidades
básicas da educação. A educação formal é
um veículo na reconstrução do conhecimento,
entre diversos conhecimentos subjetivos e
acadêmicos, entre diversos conhecimentos
subjetivos.
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43

Unidades didáticas, centros de interesses,

projetos de aprendizagem, núcleos
interdisciplinares, módulos curriculares,
são denominações de diversos autores ou
movimentos pedagógicos que apelam
para essa virtualidade do planejamento
da cultura do currículo integrada em
grandes unidades
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44

A força das avaliações formais e

informais do professor como
ponderação de determinados
componentes do currículo é sempre
importante e torna-se a única
realizada explicitamente quando,
como é nosso caso, não existem
controles externos no sistema
educativo.
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45

A política educativa, a avaliação da

validade dos currículos vigentes, a
resposta das escolas frente a sua
comunidade ficam sem comprovação
possível; os próprios professores justificam-
se, acomodando-se à regulação
abundante a qual sua prática é
submetida
PROFA. MA. ISABEL CDM CARDOSO- CURSINHO FABI PRADO
46

A avaliação para o diagnóstico e o controle

democrático da qualidade do ensino e do
currículo distribuído pode ser vista como uma
ameaça para a autonomia das partes,
especialmente dos professores, mas também é
o recurso para evitar a patrimonialização de
uma atividade e é necessário para o
funcionamento de uma sociedade
democrática.
PROFA. MA. ISABEL CDM CARDOSO- CURSINHO FABI PRADO
47

A função fundamental que a avaliação

deve cumprir no processo didático é a de
informar ou dar consciência aos
professores sobre como andam as coisas
em sua classe, os processos de
aprendizagem de cada um de seus
alunos que se desencadeiam no ensino.

PROFA. MA. ISABEL CDM CARDOSO- CURSINHO FABI PRADO

48

As crenças epistemológicas do professor,

o currículo ponderado e oculto é um
componente do seletor, que pode ser
analisado no momento de fechar o
conteúdo da prova ou tarefa ou no
momento de fechar o juízo frente aos
conteúdos de uma prova ou produção
do aluno
PROFA. MA. ISABEL CDM CARDOSO- CURSINHO FABI PRADO
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