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ITABAIANA – SE
EDILENE TAVARES VIEIRA
ITABAIANA – SE
05 de setembro de 2019
EDILENE TAVARES VIEIRA
Banca Examinadora:
_______________________________________________
Prof. Dr.ª Ivy Calandreli Nobre (Orientador)
Universidade Federal de Sergipe
__________________________________________
Prof.ª Me. Maria Camila Lima Brito de Jesus (Coorientadora)
Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura de Sergipe
________________________________________________
Prof. Dr.ª Renata Cristina Kiatkoski Kaminski
Universidade Federal de Sergipe
________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Edinéia Tavares Lopes
Universidade Federal de Sergipe
ITABAIANA – SE
AGRADECIMENTOS
Na vida podemos até imaginar o que vai acontecer, mais não de forma concreta.
Muitos altos e baixos e no primeiro tropeço pensamos em desistir. A cada passo uma
semente de aprendizado é plantada. A cada sonho uma esperança o que nos mantém
firme que a vitória está próxima.
Nada é mais gratificante que agradecer, primeiramente a Deus, por ter me dado
força, saúde e determinação durante essa etapa.
Em memória a meu Pai Roque e meu Tio Antônio, obrigada simplesmente
porque me fizeram existir, e por todo ensinamento, vocês foram simplesmente os seres
humanos mais íntegros e honestos que algum dia conheci. Saudades eternas.
Aos meus irmãos Erinaldo, Erisvaldo e Marinalva, a meus sobrinhos Evilly,
Anna Cecilia e Brayon pelo apoio, vocês são de mais, sou muita grata por isso.
A minha orientadora Prof. Dr.ª Ivy Calandreri Nobre, a minha coorientadora
Me. Maria Camila Lima Brito de Jesus, por ter acreditado em mim, pela paciência e
incentivo durante as orientações, minha eterna gratidão pelos ensinamentos e
contribuições para conclusão deste trabalho. Foi um grande desafio mais valeu a pena.
Aos meus amigos de infância Elaine, Cristina, Erica, José, Gustavo, Maria
Luiza, Alaine, Maria Nívia, Robson Junior, Liliane, Rayane e Ivanildo obrigada pelo
apoio e incentivo de sempre.
A Jaqueline Mendonça, Jessica, Luiz Felipe, Luana, Taciane, Joyce, Amanda,
Thayla, Ivete, Graze, Daíne, Arnóbio e Kadu, eternos amigos que a UFS me presenteou,
agradeço imensamente pela amizade, pelos conselhos e companheirismo, sem deixar de
falar que muitas vezes eram meus psicólogos quando precisei. As dificuldades que
surgiram durante o nos levaram a acreditar que cada tropeço precisamos erguer a cabeça
e nos levantar. Juntos e vencer!
Agradeço também aos alunos do 9º ano C do Colégio Estadual Roque José de
Souza, e o Programa Residência Pedagógica, onde foi desenvolvida minha pesquisa.
Enfim agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente.
RESUMO
No presente trabalho serão apresentados os resultados de uma pesquisa que buscou
abordar os conteúdos de ligações químicas, a partir do tema “Cabelo” como uma
contextualização no Ensino de Química. As atividades foram desenvolvidas no
Programa Residência Pedagógica no Colégio Estadual Roque José de Souza-Campo do
Brito/ SE, com os alunos dos 9° ano do Ensino Fundamental Maior. Os resultados
abordam um estudo de caso, que apresenta a contextualização do cabelo em uma
sequência didática. Ao analisar as atividades, percebeu-se que a proposta deste estudo
de caso apresentou-se como uma boa estratégia de ensino, com discussões entre os
conteúdo científicos e os fatos presentes do cotidiano dos alunos, uma vez que, a
maioria dos alunos conseguiu compreender os conteúdos de ligações químicas com a
contextualização a partir da temática cabelo.
PALAVRAS-CHAVE: Química do cabelo, Ligações Químicas, Ensino de
Ciências/Química.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIARTURAS
Quadro 1 - Publicações de artigos no Portal da CAPES (2019) entre 2008 a 2019 com o
uso dos termos apresentados............................................................................................24
Quadro 2 - Publicações de artigos no Portal da CAPES (2019) entre 2008 a 2019 com o
uso dos termos apresentados............................................................................................24
Quadro 3 - Ano de publicação dos cinco trabalhos em estudo......................................25
Quadro 4 - Relação do tipos de cabelo e coloração das famílias dos alunos.................42
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1. INTRODUÇÃO
urbana da cidade de Campo do Brito/SE, Rua Augusto Ribeiro Tavares, n° 50. Esse
colégio é mantido pela Secretaria do Estado da Educação, do Esporte e da Cultura de
Sergipe (SEDUC-SE), juntamente com a Diretoria Regional de Educação 03 (DRE’03),
cuja sede se encontra na cidade de Itabaiana/SE. (SERGIPE, 2017). A Figura 1
representa a localização da cidade de Campo do Brito no estado de Sergipe.
Dentre os trabalhos que estão sendo desenvolvidos no PRP do CERJS, este TCC
relaciona a temática da Educação das Relações Étnico-raciais (Erer) com ênfase em
cabelo. Esta temática tem como proposta trabalhar os desafios e as contribuições da Lei
n° 11.645/2008 na Educação Básica que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da
temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. (BRASIL, 2008).
O interesse em discutir essa temática surgiu da necessidade elencada pela
preceptora, professora Maria Camila, do CERJS, em abordar questões que combatam a
discriminação racial, o preconceito e ao racismo presentes na unidade escolar. Uma das
ações que está sendo realizadas no CERJS é o desenvolvimento de atividades didáticas
relacionadas com a Erer e os diferentes tipos de cabelo.
Nas escolas, as crianças e jovens negras sofrem preconceito de vários tipos, e uma
dela, por exemplo, são as atitudes agressivas, verbais ou física, intencionais e repetitivas
com relação ao seu tipo de cabelos.
12
Nessa perspectiva, os jovens negros são chamados nas escolas, em geral, com
palavras pejorativas que expressam seus tipos de cabelos, o qual é relacionado como
símbolo de inferioridade, ou seja, sempre associando à artificialidade como “esponja de
Bombril”, ou com elementos da natureza como: ninho de passarinhos, teia de arranha
entre outros (LINO, 2002).
Por consequência, muitas jovens têm mudado cada vez mais a aparência de seus
cabelos, porque o cabelo crespo ou cacheado é visto como “ruim”. Do ponto de vista
social, o cabelo exerce uma função vital que reforçam a autoestima, enquadrando o
indivíduo num determinado grupo de pessoas, cultura ou etnia, além do apelo estético
que está relacionado a juventude e beleza (NAKANO, 2006).
A química capilar se refere às transformações do cabelo, ou seja, todos os
procedimentos capilares que envolvem Química, desde a mais simples, que são
realizadas cotidianamente, como lavar e condicionar, até as técnicas mais complexas
envolvendo os produtos químicos como permanente de cachos, colorir e alisar os
cabelos (OLIVEIRA, 2011).
Atualmente, percebe-se que há uma grande variedade de transformações dos
cabelos desde os mais “sofisticados” penteados, até cores que podem variar conforme a
personalidade das pessoas, das neutras a vibrantes, como também as modificações na
estrutura dos cabelos tornando-os lisos ou cacheados. Existem “tratamentos
revolucionários” que exploram técnicas como reconstrução capilar, hidratação,
reposição de aminoácidos, alisamentos e entres outros, são diversos os tratamentos
utilizando produtos cosméticos capilares aceitos pela Agência de Vigilância Sanitária
(Anvisa) (OLIVEIRA, 2011).
Nesse pensamento, a pesquisa no CERJS surgiu depois que foram observadas as
mudanças da aparência dos cabelos das jovens e crianças cada vez mais precoces nos
últimos tempos (SERGIPE, 2017). É interessante contextualizar esse assunto à vivência
do cotidiano dos alunos, para motivar o interesse deles pelo conteúdo químico da sala
de aula, associar com os processos de transformações do cabelo, e se eles têm
conhecimento da Química que envolve esses processos de transformações.
Deste modo, surgem alguns questionamentos que possam contribuir com o
entendimento dos processos da química que envolve o cabelo: 1) Quantos tipos de
cabelo existem no mundo? 2) Por que os cabelos são diferentes? 3) Por que os jovens
modificam seus cabelos? Ou por que não modificam? 4) Eles têm conhecimento dos
13
1.1. O cabelo
A origem da palavra cabelo vem do latim que significa capĭllus, que são pelos
que crescem no couro cabeludo da parte superior da cabeça do corpo humano
(FERREIRA, 2001).
O cabelo exerce um papel importante para os seres humanos, ele é considerado
um adereço para nossos rostos. Historicamente, as mulheres tinham o cabelo como
símbolo de sedução e vaidade e os homens tinham como demonstração de força. Isto
porque, no passado, na mitologia grega, Afrodite cobria seu corpo com seus longos
cabelos loiros e Sansão perdeu sua força quando cortaram seus cabelos e a recuperou,
quando eles cresceram, vencendo os filisteus (SANTOS, 2013).
O cabelo é classificado como: tipo 1- cabelos lisos, tipo 2- cabelos ondulados,
tipo 3- cabelos cacheados e tipo 4- cabelos crespos. E as letras A, B e C caracterizam
os fios, texturas e curvas (COSMÉTICOS, 2018) (Figura 2).
Os cabelos são anexos cutâneos que cobrem as cabeças dos seres humanos.
Esses pêlos no couro servem como uma proteção contra a exposição solar. Os cabelos
crescem dos folículos que vão da epiderme em direção a derme (Figura 3). Os folículos
encontram-se obliquamente em relação à superfície cutânea e sua extremidade é
chamada de bulbos capilares. O bulbo capilar é côncavo na sua extremidade, também é
chamado de papila capilar (MELLO, 2010).
Os cabelos são formados por três camadas: medula, córtex e cutícula: A medula
é uma camada cilíndrica localizada no centro do fio de cabelo que possui um elevado
teor de lipídio e é pobre em cistina. O córtex, que é o corpo principal do cabelo e
responsável pela sustentação da haste capilar. A cutícula é o revestimento externo da
haste capilar (MELLO, 2010) (Figura 4).
15
Além das ligações interatômicas, existem alguns tipos de ligação e interações que
dão a forma na estrutura do fio do cabelo, ou seja, se ele é liso ou não. Entre elas estão
as ligações de dissulfeto, ligações de hidrogênio e ligações iônica.
As ligações de dissulfetos são ligações covalentes do tipo intermoleculares. São
formadas pela união de dois grupos tiol (-SH), proveniente de dois monômeros de
aminoácido cisteína formando a ligação de dissulfeto (-S-S-) (OLIVEIRA, 2011).
Ligações de hidrogênio são interações intermoleculares que ocorrem entre o
átomo de hidrogênio de um grupo de hidroxila ( -OH) proveniente de um aminoácido
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Vários tipos de alisamentos são encontrados nos salões de beleza: chapinha com o
tioglicolato de amônio, hidróxido de guanidina, ácido glioxílico, produtos com
formaldeído, comercialmente conhecido como formol.
Os alisamentos com tioglicolato de amônio (Figura 9) são tradicionalmente
aplicados nos salões. Ele é um sal de amônia e age sobre o grupo tio (R-SH) da
queratina. O ácido tioglicolato é um bom agente redutor particularmente sobre as
ligações de dissulfeto (R-S-S-R) (BRASIL,1998).
exige que o processo seja repetido mais vezes. Esses alisamentos são menos irritantes e
geralmente são os mais escolhidos pelas pessoas (MELO, 2010).
Os alisamentos de ácido glioxílico (Figura 11) com formaldeído (Figura 12) estão
sendo utilizados frequentemente nos salões de beleza, por ser um processo rápido e
barato, deixando os fios capilares com brilho. Estes produtos são proibidos pela
Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) porque eles causam graves riscos à saúde,
como: queimaduras na pele, ferimento nas vias respiratórias, irritações e danos
irreversíveis aos olhos. O formol é proibido em alisamento capilar, para este fim só é
permitido como conservante 0,2% usado durante a fabricação do produto
(GONÇALVES, 2015).
Figura 12 - Formaldeído
1.8. Mapeamento das pesquisas em nível nacional com a temática “O Cabelo como
uma Contextualização no Ensino de Ciências/Química”
1
http://www-periodicos-capes-gov-br.ez20.periodicos.capes.gov.br/
24
Quadro 1 - Publicações de artigos no Portal da CAPES (2019) entre 2008 a 2019 com o
uso dos termos apresentados.
Termos da temática cabelo
Termos na Área de Ensino
“Cabelo”
“Ensino de Ciências” 0
“Ensino de Ciências Naturais” 0
“Ensino de Ciências da Natureza” 0
“Ensino de Química” 0
“Ensino de Física” 01
“Ensino de Biologia” 0
TOTAL 01
Fonte: Quadro elaborado pela pesquisadora (2019).
Quadro 2 - Publicações de artigos no Portal da CAPES (2019) entre 2008 a 2019 com o
uso dos termos apresentados.
Ao analisar cada artigo, foi encontrado somente um (1) artigo para os termos
“Ligações químicas” e “Cabelo”, vinte e quatro (24) artigos para os termos “Ligações” e
“Cabelo” e quarenta e cinco (45) para os termos “Química” e “Cabelo”, totalizando
setenta artigos.
Dos setenta (70) artigos encontrados nos indicados no Quadro 2, quatro (4) artigos
tem certa relevância para a temática em estudo. Porém, os demais artigos (66) abordam
os termos “Ligações químicas” e “Cabelo”, “Ligações” e “Cabelo” e “Química” e
“Cabelo”, mas com propostas diferentes, como: Ligações telefônicas, ligações entre
vidas e ligação com a natureza. Assim, a maioria desses artigos está relacionado a área
da saúde, utilizando o termo cabelo como identificação pessoal ou como sintoma de
doenças (queda de cabelo).
Dos quatro (4) artigos relacionados com a temática dessa pesquisa, um artigo foi
encontrado nos termos “Ligações químicas” e “Cabelo”, um artigos para os termos
“Ligações” e “Cabelo” e dois para os termos “Química” e “Cabelo”. Entretanto,
nenhum desses artigos estão relacionados com atividades didáticas sobre ligação
químicas a partir do cabelo para Educação Básica.
Para esta etapa da pesquisa será discutido as ideias dos 4 trabalhos que abordam
as ligações químicas e o Cabelo no Portal da CAPES. Dessa forma, cada trabalho traz
discussões relacionados aos termos dos conteúdos químicos com a temática cabelo. No
Quadro 3 apresenta o ano de publicação dos quatro trabalhos.
O artigo de Oliveira et. al. (2014) tem como objetivo evidenciar que apesar, da
ampla versatilidade de produtos destinados à tintura de cabelo, observa-se ainda uma
relativa escassez de informações relacionadas à toxicidade e mutagenicidade dos
corantes de cabelo disponíveis a população.
Em virtude da importância econômica dos corantes de cabelo e alguns riscos
oferecidos pelo uso de tinturas de cabelo aos usuários, estes produtos são regulados por
normas definidas por diversas agências reguladoras. Para este fim, métodos analíticos
capazes de detectar e quantificar corantes de cabelo e seus derivados em matrizes
ambientais e fluídos biológicos são importantes tanto para monitorar contaminação
ambiental quanto para proteção da saúde humana (OLIVEIRA et. al., 2014).
Dentre os métodos analíticos, a cromatografia em papel (CP), um dos métodos
cromatográficos mais antigos utilizados para a separação e determinação dos
componentes de corantes destinados a tintura de cabelo, o método cromatográfico de
camada delgada é a versão mais moderna e tem merecido destaque na identificação de
para-fenilenodiamina, resorcinóis e aminofenóis em formulações comerciais. No
entanto são métodos pouco sensíveis e com baixa seletividade (OLIVEIRA et. al.,
2014). A separação e identificação de corantes e derivados por cromatografia líquida de
alta eficiência (CLAE) têm mostrado elevada sensibilidade, precisão e especificidade.
Esses métodos possuem várias estratégias tais como diferentes tipos de fase
estacionária, composição de vários tipos de fases móveis e uma vasta gama de
detectores seletivos tornam o método apropriado para a análise de compostos em
materiais vegetais tais como hena (OLIVEIRA et. al., 2014).
Em especial, a ênfase foi dada sobre a obtenção de mais informações sobre os possíveis
efeitos adversos que corantes podem causar para o ser humano e a biota em geral.
Assim como, é importante ressaltar a importância do monitoramento destes corantes
provenientes da tintura de cabelo em efluentes industriais, esgotos domésticos, águas
naturais e destinadas ao consumo humano, bem como obter mais dados sobre a sua
persistência, biotransformação, transporte e destino no meio ambiente para que se possa
avaliar os riscos envolvidos relativos à utilização de corantes em processos de tintura de
cabelo (OLIVEIRA et. al., 2014).
Constatou-se que o foco da maioria dos trabalhos é a relação do cabelo com a
química envolvida nos tratamentos químico. A partir disso, pode-se refletir sobre
alguns pontos mais destacados nos trabalhos, sendo: a questão racial e os cuidados com
30
o uso desses produtos capilares. É necessário abordar essas discussões nas aulas de
Ciências/ Química como instrumento contextualizador e problematizador para uma
aprendizagem eficaz.
31
2. OBJETIVOS
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2
REDE ESTADUAL, DRE03/Campo do Brito/Colégio Estadual Roque José de Souza. Sergipe: SEDUC.
Disponível em: <http://www.seed.se.gov.br/redeEstadual/Escola.asp?cdestrutura=191 >. Acesso em:
junho de 2019.
34
decorrer das sequências didáticas da Química do cabelo. Essa sequência foi ministrada
durante seis momentos de cinquenta (50) minutos cada e posteriormente registrada no
caderno de campo da investigadora para ser analisado (LUDKE; ANDRÉ, 2013).
Assim, esse caderno de campo constitui em diários pessoais que possibilita a
investigadora acompanhar o desenvolvimento das observações, visões e reflexões.
Os questionários são formados por um conjunto de questões que foram
submetidos a um determinado grupo de pessoas a fim de se obter informações
específicas sobre um determinado assunto. Uma especialidade dos questionários é a
rapidez e praticidade que podem ser coletados os dados em grupos de pessoas ou
individual (JESUS; LIMA, 2012).
Segundo Jesus e Lima, (2012), os questionários devem ser elaborados a partir
dos objetivos de seu estudo. O/A pesquisador/a deve ao máximo manter a objetividade e
evitar a indução de respostas (JESUS; LIMA, 2012).
O questionário para os alunos do 9° ano do EFM do CERJS foi desenvolvido no
primeiro e no sexto momento do encontro. O questionário inicial foi composto por nove
(09) questões relacionadas com a temática cabelo e a relação com a Ciência/Química
(Apêndice 2).
O questionário final foi composto por seis (6) perguntas relacionadas ao
conteúdo de ligações químicas a partir da temática cabelo (Apêndice 3).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3
BRASIL, Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensfund9_perfreq.pdf> Acesso em julho.2019.
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IBGE 20104, de que 61,8%, se declaram pardos; 27,7%, brancos; 8,7%, pretos; 1,28%,
amarelos; 0,26%, indígenas; e 0,26%, outros.
Referente ao local, todos informantes disseram morar na cidade de Campo do
Brito, sendo que: nove (9) no centro da cidade e nove (9) em povoados: dois (2) alunos
moram no povoado Garangau, um (1) no povoado Gameleira, um (1) no povoado Serra
das Minas, um (1) no povoado Terra Vermelha, um (1) o povoado Tapera, um (1) no
povoado Candeias, um (1) na caatinga, e um (1) não informou seu povoado.
De acordo com os dados analisado, a maioria dos discentes são do sexo
feminino, tem quatorze (14) anos e são pardos.
Para saber as concepções dos discentes acerca da função do cabelo foi feita a
seguinte pergunta: “Qual a função do cabelo?” (Apêndice 2). Essa pergunta teve como
objetivo analisar as concepções iniciais dos discentes acerca do cabelo.
Na análise das respostas dos alunos sobre questão supracitada, foram
identificadas várias categorias e escolhidas as que apareceram com maior frequência,
como: crescer, cobrir/proteger, beleza e outros. O quantitativo de resposta foi
relacionado com as categorias acima citadas, como mostra a Figura 14. Por ser uma
questão aberta, algumas respostas se encaixaram em mais de uma categoria e por isso a
somatória de todas as respostas superam o número de alunos.
4
CENSO DEMOGRÁFICO 2010. Cor ou Raça. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=se>. Acesso em: julho, 2019.
39
6
Respostas dos alunos
0
Crescer Proteger Beleza outros
Seis (6) alunos destacaram que a função do cabelo é “Crescer.” O aluno 1AM
disse que o cabelo serve para “Ficar grudado em nossa cabeça e crescer de várias
formas”. O aluno 9AF disse que serve “Para crescer e embeleza tanto homem quanto a
mulheres.” Já o aluno 12AF afirmou “Eu acho que a função do cabelo é crescer, tipo
ele começa com uma célula viva no couro cabeludo, e depois se torna uma célula viva.”
Pode-se observar que os alunos relacionam a função do cabelo com o
crescimento natural do ser humano uma vez que os fios crescem por toda vida, e o
crescimento é determinado geneticamente. À medida que envelhecemos eles vão
apresentando baixo crescimento, assim, alguns fios caem para dar oportunidade para
novos fios nascerem (MELLO, 2010). Na análise das falas dos alunos é possível
destacar a relação do cabelo com o crescimento.
A categoria “Proteger” foi destacada por cinco (5) alunos. O aluno 3AM disse
que “A função do cabelo é proteger o interior da cabeça” e o aluno 15AM disse que o
cabelo serve para “Proteger a cabeça do sol e dar um charme.” Percebe-se que esses
alunos relacionam o cabelo como “escudo” que protegem a cabeça de diversas formas,
seja como isolante térmico ou padrão de beleza. Estas respostas estão condizentes com o
que diz Melo (2010, pg. 10), “[...] a real finalidade do cabelo é proteger o corpo contra
os fatores ambientais, impactos e injúrias, como por exemplo, dos raios solares, o que é
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feito através da melanina presente nele, a qual é também responsável pela sua
coloração.”
Já a categoria “Beleza” foi identificada nas respostas de seis (6) alunos. Em
destaque as narrativas dos discentes: “Eu acho que a questão do cabelo é mais para
boniteza” (8AF) e “Arrumar as pessoas para deixar as pessoas mais bonita e mais
elegante” (17AF). Observa-se nas escritas dos alunos a importância do cabelo para sua
estética, relacionando com elegância e beleza, que reflete diretamente em sua
autoestima, em seu humor e até mesmo em sua autoconfiança. As respostas dos alunos
estão em concordância com o pensamento de Colenci (2007, p. 13), “A preocupação
com a aparência pode ter como consequência uma identificação pessoal ou apenas o
fato de se sentir mais belo. Os cuidados com os cabelos podem ser estético ou podem se
refer a uma identificação social, religioso ou mesmo política.”
As respostas que se encaixaram na categoria “Outros” foram dos alunos que
destacaram opiniões particulares, como: “Crescer e mudar de cor (5AF)”, “Para servir
de moradia para piolhos” (4AF), “Meu cabelo é castanho ele é liso e grande e tem as
pontas meias avermelhadas” (7AF) e ”Crescer hidratar, lavar” (10AF). Tendo em vista
as respostas, foi identificado que os alunos se baseiam em conhecimentos adquiridos em
sua visão cotidiana que rementem suas ideias iniciais. Além disso, esses alunos
destacaram características pessoais de seus cabelos, principalmente como o tipo, cor e
tamanho.
O cabelo é considerado como um pêlo de crescimento contínuo e longo, embora
não tenha uma função vital. Sua importância é muito significativa no ponto de vista
estético, e sua principal função é proteger o corpo contra fatores ambientais, como por
exemplo: dos raios solares, sendo feita através da melanina presente nele, também
responsável pela sua coloração. O cabelo é classificado por diversos autores como fio
capilar de crescimento contínuo (GOMES; DAMAZIO (2009); ABRAHAM; MOURA;
GAVAZZONI (2009)).
Os alunos relacionaram a função do cabelo com proteção, crescimento, beleza,
cobertura entre outro. Apenas três alunos reconhecem que o cabelo, além de um
elemento de identidade, é também importante para proteção dos raios solares e dois
associaram o cabelo com “cobrir”. A maioria dos alunos relacionou o cabelo com
crescimento e beleza.
41
Para saber a relação pessoal dos discentes com o cabelo, foram feitos os
seguintes questionamentos aos alunos no questionário inicial: “Comente um pouco
sobre o histórico de cabelo de sua família?”, “O que você acha do seu cabelo? Você
gosta dele? Por quê?”, “Já modificou algumas vezes ou nunca modificou o seu cabelo?
Se modificou o que você fez ou qual tipo de modificação? Qual o motivo?” (Apêndice
2). E no questionário final: “Você ainda permanece com a opinião de mudar ou não a
aparência do seu cabelo?”, “Você deixaria de utilizar alguns produtos capilar em seu
cabelo? Qual/ais?”. (Apêndice 3).
Estas questões tiveram como objetivo compreender a relação pessoal dos
discentes com o cabelo e relação ao seu histórico familiar. Uma vez que a sociedade
brasileira é considerada heterogênea quanto a gênero, raça, religião. Assim, há uma
diversidade de tipo de cabelos: crespo, cacheado, ondulado e liso. Com várias
colorações: loiro, preto, vermelho, castanhos, entre outras.
Segundo Santos (2013), cada indivíduo traz consigo um código genético que é
herdado de seus antecessores. Assim, os cabelos demonstram a sua herança na forma,
cor, espessura, resistência, elasticidade e brilho. Dessa forma, pode-se ter uma ideia da
história genética da relação étnica dos alunos em que grupos eles pertencem. Além
disso, o cabelo é considerado para o ser humano um forte ícone identitário.
Analisando as respostas dos dezoito alunos sobre o histórico familiar do cabelo,
foi identificado várias categorias. Nas escritas dos alunos estavam destacados os
parentes (mãe, pai, irmãos, tios e avós), os tipos de cabelo da família (liso, cacheado e
crespo) e por fim, a colocarão dos cabelos (loiro, preto e castanho). Vale destacar que,
alguns não especificaram os tipos e a coloração. Assim, foram escolhidas as categorias
que apareceram com mais frequência em todas as respostas e separadas por: liso,
cacheado e crespo, e por coloração (loiro, preto e castanho) como mostra o quadro 4.
42
Os alunos relataram que dez (10) mães, quatro (04) pais, três (03) irmãos, dois
(02) tios e seis (06) avós possuem cabelos “Liso”. Entretanto, dois (02) alunos disseram
que “o cabelo de minha mãe é liso pois ela da prancha [...]” (6AM) e “[...] minha irmã
tem cabelo pequeno e liso, através de química [...]” (9AF). Percebe-se que, esses alunos
ao destacar o tipo de cabelo, justificaram os métodos que são utilizados pela mãe e irmã
para deixá-los liso, como: prancha e produtos químicos. Muitas vezes as pessoas alisam
o cabelo porque o tipo de cabelo “liso” é dito como “bom”, assim, ficam preocupadas
com a aparência e a estética eurocêntrica5. Para Santos (2012), chapinhas ou
alisamentos a base de produtos químicos é, na verdade, uma maneira de tentar sair do
lugar da inferioridade ao qual lhe foi imposto por conta dos seus traços étnico-raciais.
Quanto aos tipos de cabelo dos pais, tios, avós e irmão, os discentes somente
descreveram que é liso. Ao destacar o tipo de cabelo de seus parentes do sexo
masculino, os discentes não especificaram se utilizam procedimentos químicos.
Segundo Mansur e Gamonal (2004), o alisamento é um modismo que tem influenciado
no desejo de muitas mulheres de passar por esse procedimento de esticar o cabelo para
tomá-lo liso conforme a moda.
A categoria “Cacheado” foi identificada em três (03) mães, cinco (05) pais, sete
(07) irmãos, um (01) tio e dois (02) avós. Observa-se que, nessa categoria, em termos
quantitativos, há poucas mães com cabelos cacheados ao contrário da categoria “Liso”.
Quanto aos pais, irmãos, tios e avós, os discentes somente relataram ter cabelo
5
Significado de eurocêntrica: Diz-se de pessoa, ideia, pensamento etc. que acredita na supremacia e na
influência (política, econômica e cultural) exercida pela Europa e pelos europeus sobre todos outros
países. MICHAELIS. Dicionário brasileiro de língua portuguesa. Disponível em:
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/euroc%C3%AAntrico.
Acesso em: agosto de 2019.
43
cacheado. O aluno 4AF disse “Todos mundo da família da minha mãe tem cabelo
cacheado.” O 8AF relatou que “Na minha família todos tem o cabelo cacheados,
menos meu pai e meus irmão mais agora infelizmente são quase todos lisos”. A
narrativa da aluna 8AF mostra uma insatisfação pelo fato de inicialmente sua família ter
cabelo cacheado e atualmente “quase todos” serem lisos. A discente não identificou o
motivo da mudança, ou seja, se foi por procedimento de alisamento ou pela
miscigenação entre a família com outros grupos étnicos para os cabelos se tornarem
lisos.
Quanto a categoria “Crespo” foi destacada pelos alunos: uma (01) mãe, três (03)
pais, um (01) irmão, um (01) tio e dois (02) avós. Os resultados expressos nessa
categoria foram quantitativamente baixos em relação as categorias anteriores. Ao
comparar esses dados com a cor/raça/etnia destacados pelos discentes (tópico 4.1),
observa-se que, a maioria se declara pardos e negros, porém o tipo de cabelo mais
destacado da família foi a categoria “liso”, totalizando vinte e cinco (25) pessoas. E o
menos destacado foi a categoria “Crespo” com o total de oito (08) pessoas. Diante desta
análise, pode-se perceber que os diversos tipos de cabelo presentes na sociedade
brasileira devido a diversidade étnico-racial, reflete na realidade dos alunos, como
mostra o relado do aluno 15AM: “O meu é crespo, da minha mãe é liso, do meu pai
igual o meu, minha irmã cacheado, da minha vó crespo, do meu avô crespo.”
Uma resposta chamou a atenção pela expressão “não muito bom” quando
relacionou o cabelo crespo. Como diz a aluna 9AF:
Minha mãe tem o cabelo crespos e pequenos, meus pai tem um cabelo
padrão pra homem é mais ou menos liso minha irmão cabelo pequeno
e liso, através de química, meus irmãos um deles tem cabelo não
muito bom mais os outros dois os cabelos são lisos, minha outra irmã
nova tem cabelo crespo e cacheado, e da minha vó é liso do meu avó
também e os dos minhas tias são grandes e lisos.
Ao destacar o tipo de cabelo dos irmãos, a aluna 9AF afirma que um dos irmãos
não tem o cabelo “bom”, já os outros são lisos. Pode-se inferir que, essa aluna atribui o
termo “bom” ao cabelo liso e “não muito bom” ao cabelo crespo. Esses termos surgem
devido ao cabelo “Crespo” ser visto pela sociedade, durante muito tempo, como algo
“ruim” e por ser característica de pessoas desleixadas. Segundo Gomes (2003) é comum
essas experiências discriminatórias e pejorativas acontecerem no ambiente escolar.
44
Pode-se inferir que, através dos relatos dos alunos, a maioria dos seus familiares
possui o cabelo “Liso”, em destaque as mães, e a coloração “Loira” entre avós, irmãos e
mães.
As respostas dos alunos sobre a questão “O que você acha do seu cabelo? Você
gosta dele? Por quê?” do questionário inicial, foram separadas em duas categorias:
“Gosta” e “Não gosta”, como mostra a Figura 15. Com relação ao que eles acham do
cabelos, foram relatados diversos conceitos: bonito, bom, ótimo, normal, cacheado,
aturar, desidratado e seco, ondulado, crespo e volumoso.
Figura 15 - Respostas dos alunos que disseram gostar e não gostar do seu cabelo.
22%
Gosta
Não gosta
78%
De acordo com a Figura15, quatorze (14) alunos relatam gostar de seus cabelos
(78%) e quatro (04) disseram não gostar (22%). Assim, em termos quantitativos, a
maioria dos alunos está satisfeitos com seus cabelos.
Os alunos que relataram gostar dos seus cabelos classificaram como bonito,
lindo, bom, ótimo e normal, como mostra a resposta do aluno 3AM: “Eu acho meu
cabelo ótimo, gosto muito, porque foi o cabelo que deus deu pra mim.” O aluno 14AM
destacou: “Lindo, sim porque ele é do jeito que eu queria.” E o aluno 2AM diz “Bom,
sim.” Observa-se que o relato do aluno 3AM apresenta uma relação do cabelo com a
crença religiosa, e por isso, gosta do cabelo. Essa resposta está condizente com o que
46
diz Colenci (2007, pg. 13): “Assim os cabelo podem dizer muito de uma pessoa, do seu
modo de ser, suas crenças, e até mesmo da saúde”.
Os alunos que relataram não gostar de seus cabelos atribuíram as seguintes
justificativas: são desidratados, seco, ondulado, crespo e volumoso, e um deles disse que
“dá para aturar”. Percebe-se que essas justificativas estão relacionadas aos tipos de
cabelos cacheado e/ou crespo, como mostra as respostas dos alunos: “Da pra aturar,
não gosto muito mais é o que tenho então que aturar, porque ninguém que trocar o
cabelo com migo” (6AM); “Eu não gosto muito dele porque ele é meio
ondulado”(10AF); “Não gosto muito dele, porque é muito volumoso e crespo”
(16AF); e “Ruim, não muito porque eu queria que ele fosse cacheado mais infelismente
é crespo e eu tenho que alisar sempre” (11AF).
A partir dessas narrativas, percebe-se que todos os alunos não gostam de seus
cabelos por serem crespos e/ou ondulados. O cabelo crespo/cacheado é visto como um
sinal diacrítico marcando diferença entre grupos da nossa sociedade, que se prende ao
padrão de beleza dentro da estética e traz o conceito de cabelo bom, belo e elegante
aquele que é liso e comprido, enquanto o cabelo crespo e volumoso é considerado ruim
e inferior (MATOS, 2016).
Diante dos resultados expressos nessa questão, as respostas mostram que os
alunos apresentam dificuldade em identificar o tipo de seus cabelos. Mesmo com a
insatisfação presente nos relatos dos alunos que destacaram terem os cabelos crespos ou
cacheados, um aluno, 15AM, relatou que o seu cabelo é crespo, mas gosta muito dele:
“Ele é crespo mais eu gosto muito dele porque ele me da mais um charme” (15AM).
Percebe-se na escrita do aluno que é satisfeito com seu cabelo, porém, a forma como é
destacado inicialmente o termo “Crespo”, seguido de “Mas” aparenta considerar como
inferioridade. Assim, é um cenário que ilustra preconceitos sociais que são
estabelecidos aos cabelos crespos e ondulados como “feios” ou “ruins”.
Quanto a questão “Já modificou alguma vez ou nunca modificou o seu cabelo?
Se já modificou o que você fez ou qual tipo de modificação? Qual o motivo?” do
questionário inicial: as respostas foram classificadas em duas categorias: “Modificou” e
“Nunca modificou”, demostradas na Figura 16.
47
28%
Nunca modificou
Modificou
72%
A partir da Figura 16, treze (13) alunos afirmaram ter modificado (72%) e cinco
(05) alunos disseram que nunca modificou o cabelo (28%). Diante da análise dos
resultados, observou-se que os cinco (05) alunos que relataram “Nunca modificou” o
cabelo foram todos do sexo masculino. Já dos treze (13) alunos que afirmaram
“Modificou”, três (03) foram do sexo masculino e dez (10) do sexo feminino.
Com relação ao tipo e motivo pela modificação, foi relatado diversas
explicações como: alisamento, corte, coloração, cacheado e volumoso.
O tipo de modificação realizado por dez (10) meninas foi o alisamento. Apenas
uma aluna relatou que além do alisamento também modificou com corte. Já entre os
meninos que modificaram, um relatou ter pintado, um ter alisado e um não especificou
o tipo de modificação. Em destaque dois relatos dos alunos: “Já modifiquei dei
alisamento porque me deu vontade” (15AM) e “Sim, já alisei porque meu cabelo era
cacheado e era mais ruim de cuidar” (17AF). Nota-se na narrativa da aluna 17AF o
motivo de ter modificado o cabelo, o qual é atribuído a dificuldade de cuidar do cabelo
cacheado.
Ao analisar essa questão, percebe-se que as meninas se submetem a essas
modificações pelo fato de não se sentirem bem pela forma que o seu cabelo era, por ser
cacheado ou volumoso e acharem que cabelo bonito e bom de cuidar é o cabelo liso.
Essas concepções acontecem devido ao padrão de beleza europeu que é imposto na
48
resultados foi explicado em termo de ligações químicas, o que acontece com o cabelos.
À medida que os alunos realizavam o experimento surgiam muitas perguntas, pois
estavam ansiosos em saber o efeito de cada produto nos cabelos (Figura 17).
.
Fonte: Autoria própria.
Figura 19 - Atividade dos alunos com os diferentes tipos de macarrão realizada em sala
de aula.
nos vídeos. Para isso foi analisadas as seguintes respostas das questões “Você ainda
permanece com a opinião de mudar ou não a aparência do seu cabelo?” e “Você
deixaria de utilizar alguns produtos capilar em seu cabelo? Qual/ais?”.
No primeiro questionamento, as respostas foram classificadas em duas
categorias: “Sim” e “Não”, como mostra a Figura 20.
Figura 20 - Resposta dos alunos sobre a questão você ainda permanece com a opinião
de mudar ou não a aparência do seu cabelo?
De acordo com a Figura 20, treze (13) alunos disseram que não mudaria a
aparência do seu cabelo (72%) e cinco (05) disseram que mudaria a aparência (28%).
Pode-se inferir que a maioria dos alunos afirma após a interveção que não
mudaria a aparência dos seus cabelos, sendo, oito (08) do sexo feminino e cinco (05)
masculino. O aluno 2BM destaca, “Não. Porque gosto de como ele está.” O outro 3BM
disse “Não. Aparência do meu cabelo é simples e eu gosto.” A partir desses relatos, foi
possível entender os motivos pelos quais os alunos dizem não mudar aparência do
cabelo que é por ser simples e gostar do seu jeito.
Cinco (05) alunos permaneceram com a ideia de mudar seus cabelos, sendo que
todas são do sexo feminino. A aluna 4BF disse “Sim”; 5BF “Sim pretendo mudar
cabelo”; 9BF “Sim”; 11BF “sim, agora vou tentar parar de alisar e deixar voltar ao meu
cabelo natural”; 15BF “Sim, até desmanchar os cachos.” Em relatos anteriores
52
(Questionário inicial), as aluna 11BF e 15BF, relataram ter cabelos ondulados e crespos,
respectivamente. Após as aula com vídeo e experimento, a aluna 11BF disse que
modificava o cabelo utilizando o processo de alisamento, afirma que vai “tentar” deixar
seu cabelo natural, ou seja, deixar de modificar. Já a aluna 15BF continua com o
objetivo de modificar, ou seja, desmanchar os cachos. Nesse caso, as sequências
didáticas realizadas na sala serviram para que essa aluna (11BF) refletisse sobre os
processos químicos utilizado em seu cabelo, deixando-a com dúvida em continuar com
o alisamento. No entanto, não foi identificado em seu relato o motivo pela afirmação.
A partir das respostas, percebe-se que os cinco (05) alunos (1BM, 3BM, 6BM,
12BM e 13BM) relataram nunca ter modificado seu cabelo. (Questão 4 do questionário
inicial) (Apêndice 2) permanecem com a opinião de não mudar a aparência após a
intervenção. E os cinco (05) alunos (4BF, 5BF, 9BF, 11BF e 16BF) que relataram ter
modificado, ainda permanece com a opinião de modificar. Observou-se também que a
aluna 11BF permanece com a opinião de modificar, mas com o objetivo de deixar seu
“cabelo natural”, ou seja, parar de utilizar produtos químicos de alisamento em seu
cabelo. E os oito (08) alunos (2BM, 7BF, 8BF, 10BF, 14BM, 15BM, 17BF, 18BF) que
relataram ter modificado os cabelo, não pretende mudar mais a aparência dos seus
cabelos. Ressalta-se que dessas oito que não pretendem mudar, cinco (05) são do sexo
feminino e três (03) do sexo masculino.
As respostas dos discentes referente a questão “Você deixaria de utilizar alguns
produtos capilar em seu cabelo? Qual/ais?”, foram classificadas em duas categorias:
“Sim” e “Não”, como demostradas na Figura 21. E com relação a “Qual/ais?” produtos,
foram relatados: sabonete, shampoo, progressiva, botóx e amônia.
53
Figura 21 - Resposta dos alunos sobre a questão você deixaria de utilizar alguns
produtos capilar em seu cabelo? Qual/ais?
17%
Sim
Não
83%
Com relação a deixar de utilizar alguns produtos, três (03) alunos disseram que
“Sim” (17%) e quinze (15) não deixaria de usar (83%), como mostra a Figura 18.
Aos que deixariam de usar produtos capilares, somente três (03) alunos
responderam que sim, sendo um (01) do sexo masculino e dois (02) do sexo feminino.
Já os quinze (15) alunos que afirmaram não deixar de usar os produtos capilares, cinco
(05) são do sexo masculino e dez (10) são do sexo feminino. Diante dessa análise,
percebe-se que a maioria continua com a intenção de utilizar produtos em seu cabelo,
sendo que, quantitativamente, foi mais destacado pelo sexo feminino.
Os três (03) alunos que disseram “Sim” (17%) justificaram suas respostas de
diversas formas, a saber: “Sim, química botox etc...” (1BM); “Progressiva” (11BF);
“Sim, amônia” (16BF). Todos esses produtos estão relacionados a alisamentos capilar.
Quanto aos alunos que não deixariam de utilizar produtos em seu cabelo, ao
questionar “Qual/ais?” produtos, somente três alunos responderam: “Não, shapoo.”
(13BM); “Não, sabonete.” (15BM); “Não; porque eu não uso nenhum produto capilar”
(17BF). E os outros dez (10) alunos não informaram quais os produtos. Assim, foi
possível perceber que esses alunos exemplificaram os produtos usado diariamente.
54
Figura 22 - Resposta dos alunos sobre a que stão por que será que os cabelo das
pessoas são diferentes.
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Genética Alisamento/coloração Outros
algumas pessoas fazem em seus cabelos, por isso relataram ser diferente. Ao longo da
vida, as pessoas fazem alterações na estrutura capilar, por questão de estética.
O cabelo no ser humano exerce uma função de extrema importância dentro dos
parâmetros sociais, pois melhora a autoestima e encaixa o sujeito em um determinado
grupo cultural, além de ter apelo estético (NAKANO, 2006).
A categoria “Outro” foi criada para as respostas dos alunos que não se
encaixavam em nenhuma das categorias citadas acima. Somente o aluno 15AM relatou
“Porque quis assim.” Nessa narrativa, percebeu-se que o aluno relacionou a questão de
seus cabelos ser diferentes por questão pessoal.
A maioria dos alunos disse que os cabelos são diferentes por questão genética,
alguns disseram que está relacionado com alisamento e coloração e um relacionou com
a questão pessoal.
Ao analisar as respostas dos alunos sobre a questão “Você acha que no nosso
cabelo tem Ciências/Química? Explique”. Do questionário inicial todos os alunos
afirmaram existir Ciências/Química nos cabelos “Sim”
Cinco (05) alunos relacionou o cabelo com as células e ciências como mostra os
relatos do aluno 6AM “Tem por causa que envolve células e células envolve e ciências
e a química por causa do produtos que envolvemos” e a aluna 12AF disse “Sim, porque
o cabelo são células mortas”. Na análise das falas dos alunos observou-se que eles
relacionaram a Ciência/Química que existe nos cabelos com ciências biológicas
associando os cabelos com células mortas e vivas. O cabelo é composto por três
camadas: Cutículas, Córtex e Medula a parte externa é constituída de células mortas
sobpostas umas às outras como telha em um telhado (MELLO, 2010).
Outros alunos relacionaram à química dos produtos como: alisamento e
shampoo. E outros a química do cotidiano, como mostra o relatado da aluna 18AF
“Química, porque a gente tem ave com a química.” O aluno 13AM, “Sim, pois se não
tivesse o alisamento não iria prestar.” E o 4AM disse “Sim, até o shampoo te química.”
Apesar dos alunos relacionarem a química apenas com produto químico, a
ciência/química é muito além disso. A Química está presente em todas as atividades da
humanidade e nos componentes que formam o universo em que vivemos; na água que
bebemos, na roupa que vestimos, na comida que comemos em nosso corpo; em nossa
vida, nas células vivas, as substâncias químicas estão reagindo o tempo todo no que
tange o cabelo: “Independente da forma do cabelo ser lisa, ondulada, crespa ou
57
encaracolada, apresenta sempre uma composição química básica formada por queratina,
sendo que o que muda é a sequência de aminoácidos que compõem essa proteína.”
(FERREIRA E BRAGA 2016, p. 58).
Com base nas respostas dos alunos é possível notar que, eles diferenciam a
Química das Ciências e relacionam a Ciências com a parte biológica, entretanto a
Ciências Naturais é muito além de suas partes isoladas, é um conjunto, incluindo
inúmeros ramos da Astronomia, da Biologia, da Física, da Química e das Geociências.
Sendo assim, estudam diferentes conjuntos de fenômenos naturais e geram
representações do mundo ao buscar compreensão sobre o Universo, o espaço, o tempo,
a matéria, o ser humano, a vida, seus processos e transformações. Essa é uma forma de
proporcionar aos alunos o desenvolvimento de uma compreensão do mundo que lhes dê
condições de continuamente colher e processar informações no seu dia-a-dia,
desenvolver sua comunicação, avaliar situações, tomar decisões, ter atuação positiva e
crítica em seu meio social (BRASIL,1998).
Analisando as respostas dos dezoitos alunos sobre a questão do questionário
inicial, “Você conhece algum tratamento de beleza que é utilizado no cabelo?
Qual/ais?”. Estas foram organizadas em “Sim” e “Não” e com relação a “Qual/ais?”
foram relatados vários tratamentos, como: Alisamento, botóx, cauterização, progressiva,
hidratação, coloração e shampoo.
De acordo com as respostas, a maioria dos alunos (17) disse que conhecem
algum tipo de tratamento, como: o aluno 5AF disse “Sim, botóx, escova progressiva,
luzes ou qualquer outro tipo de pintura”, o aluno 13AM disse “Alisamento, botox,
shampoo etc” e a aluna 11AF disse, “Botox, hidratação.” Assim, constatou-se que os
alunos, tanto os meninos e quanto as meninas, conhecem os tipos de tratamentos
químicos que são usados em cabelos. Somente o aluno 3AM relatou “Não” conhece
nenhum tipo de tratamento.
Atualmente o mercado brasileiro tem uma atenção maior nesses procedimentos
estéticos, de beleza como: Alisamento, botóx, cauterização, progressiva, hidratação,
coloração e shampoo/condicionador. Esses produtos são os mais utilizados em salões de
beleza e nas casas pelas pessoas que procuram alternativas para tratar e embelezar os
fios como forma de elevar a autoestima. Assim, as escovas progressivas/alisamentos
ficaram em evidência na área estética e se tornaram popular ao conhecimento dos
indivíduos (FERREIRA E BRAGA 2016).
58
Figura 23 - Respostas dos alunos sobre a questão “Quais produtos de beleza você
utiliza em seu cabelo.”
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Por ser uma questão aberta, algumas respostas se encaixaram em mais de uma
categoria e por isso a somatória de todas as respostas superam o número de alunos.
Dois alunos disseram que não usaram nenhum produto de beleza, como mostra a
fala do aluno 1AM “Nenhum, não” e da 4AF “Nenhum”. Onze (11) disseram que usam
“Shampoo/condicionar” como mostra a resposta da aluna 9AF “Shampoo,
condicionador e coquetel, não” e a 18AF “Shampoo, condicionador”. Sete (07)
disseram que usam “Hidratação” como disse a aluna 8AF “Shampoo, condicionador,
hidratação e em vez em quando chapinha” e a 17AF disse “shampoo e hidratação”.
Três (03) disseram que usam “Creme de pentear”, o aluno 12AM disse “hidratação,
secador, condicionador, creme para pentear” e a 16AF “Shampou, condicionador,
hidratação, creme para pentear”. Um (01) disse que usa “Sabonete” “Eu uso sabonete
pra ficar menos fedorento” (6AM). Um (01) disse que usa “Perfume”: “creme de
cabelo, creme de pele, perfume, não” 3AM. Um (01) aluna, 10AF, relatou que usa
“botox, sim formol”, e uma (01) aluna disse que usa “Progressiva” como apresentado
na resposta da aluna 11AF “progressiva, olho de cabelo, shampoo, hidratação.”
59
Figura 24 - Resposta dos alunos sobre a questão “Você acha importantes esses
tratamentos”.
44% Sim
56% Não
Dez (10) alunos disseram “Sim” e oito (08) disseram “Não“. Assim, a maioria
(56%) dos alunos acham importantes esses tratamentos e a minoria (44%) não acham
importante.
Os alunos que relataram os tratamentos capilares importantes foram
identificados como sete (07) meninas e três (03) meninos. Estes alunos justificaram suas
respostas dizendo que os tratamentos são importantes porque alisa, cresce e beleza. O
aluno 6AM respondeu que “Para algumas mulher sim, porque ela acham que o cabelo
que é rui ai fazem tratamento para dizer que ficou melhor”, já a aluna 11AF relatou
“Sim, porque ele ajuda o crescimento do cabelo, fica mais forte, com mais brilho etc”; e
a aluna 17AF disse “Acho sim porque o botox é um tratamento para melhorar o cabelo e
60
esse tratamento não tem química”. Percebe-se que os alunos acham importate esses
tipos de tratamentos que são usados nos cabelos, pois fortalece o cabelo, deixando
melhor.
Os alunos que relataram que acham esses tratamentos capilares desnecessários
foram oito (08), sendo cinco (05) meninos e três (03) meninas. Os motivos pelos quais
eles justificaram suas respostas foram: faz mal à saúde, aceitar do jeito natural e quebra
os cabelos. Como relata da aluna 7AF “prejudica a saúde e quebra o cabelo, logo depois
que sai todo o tratamento.” O aluno 18AM disse “Não porque todos devem aceitar seus
cabelos.” Assim foi possível inferir que os alunos relacionaram a questão do mal que
esses produtos fazem a saúde e que as pessoas devem aceitar seus cabelos como são.
As questões anteriores foram aplicadas em um questionário inicial, antes da
sequência didática para avaliar as concepções prévias dos alunos, e após intervenção foi
desenvolvido um questionário final para verificar se os alunos, aprenderam a respeito do
conteúdo de ligações químicas, através da contextualização dos conteúdos.
Após as sequências didáticas que relacionou o conteúdo Ligações Químicas e
Cabelo, foram feitas as seguintes indagações no questionário final: “O que você achou
da relação do conteúdo de ligação química com a química capilar? Justifique.”, “Qual a
estrutura química do cabelo?”, “O que acontece com a estrutura química do cabelo
quando se alisa?” e “Quais ligações químicas são rompidas quando o cabelo é alisado?”.
(Apêndice 3).
Essas questões tiveram como objetivo analisar as concepções dos discentes
sobre as ligações químicas presente no cabelo. O cabelo pode ser utilizado para
relacionar os conteúdos de ligações químicas estudados em sala de aula.
Ao analisar as respostas dos alunos sobre a questão “O que você achou da
relação do conteúdo de ligação química com a química capilar? Justifique”, foram
identificadas várias categorias, como: Relação com o experimento, Melhoria do cabelo,
Alisamento, Produtos químicos modifica os cabelos e Química como algo ruim (Figura
25). Por ser uma questão aberta, algumas respostas se encaixaram em mais de uma
categoria.
61
Figura 25 - Respostas dos alunos sobre a questão “O que você achou da relação do
conteúdo de ligação química com a química capilar.”
0
Relação com o Melhoria do Alisamento Produtos Química como
experimento cabelos quimicos que algo ruim para o
modificam os cabelo
cabelos
Categorias criadas a partir das respostas do alunos
interessante por causa da mistura que esses dois conteúdo causam junto”, o aluno 13BM
disse “Incrível, porque a química faz muita coisa”.
A aluna 18BF disse “Achei interessante, que a química desenvolve produtos
capaz de modificar os cabelos.” Observou-se que a aluna 18BF foi a única que
relacional a química como uma ciência porque ela produz produtos químicos capazes de
modificar os cabelos.
Um (01) aluno relaciona a química como algo ruim para o cabelo, como: a aluna
12BF disse “Achei que qualquer uma abra qumica fazem muito mal ao cabelo”. É
comum os alunos relacionarem a química com produtos químicos e não com a química
ciências. Observa-se que esses alunos têm uma visão distorcida da química como por
exemplos de associações de conotação negativa da palavra química, como “dependência
química”, “arma química”, “pneumonia química” etc. Para alguns autores, essa visão
distorcida da química pode ter sido reforçada por uma abordagem equivocada dessa
ciência, com um ensino demasiadamente focado em aspectos teóricos, caracterizado
pela memorização e pela falta de contextualização (TERRUYA E MARSON, 2013).
Ao analisar as respostas dos 18 alunos sobre a questão “Qual a estrutura química
do cabelo?” foram identificadas algumas palavras-chave que serviram como indicadores
para a criação das categorias: “Queratina”, “Lipídio e aminoácido” e “Tipo de cabelo”
(Figura 26). Por ser questão aberta algumas respostas se encaixam em mais de uma
categoria.
63
Figura 26 - Resposta dos alunos sobre a questão “Qual a estrutura química do cabelo.”
14
Respostas dos alunos
12
10
0
Queratina Lipídio e aminoácido Tipo de cabelo
Categoria criadas a partir das respostas dos alunos
.
Fonte: Arquivo pessoal.
Já categoria “Tipo de cabelo” foi destacada por dois (02) alunos: “A estrutura
lisa.” (3BM) e “Bem andulado.” (13BM). Observa-se que esses alunos relacionaram a
estrutura do cabelo pelo formato ondulado e liso e não relacionaram com a estrutura
química em si.
Ao analisar a questão “O que acontece com a estrutura química do cabelo
quando se alisa?”, foram identificadas nas respostas dos alunos várias categorias como:
Resistências, Ligações rompidas, Estrutura lisa e Perda de nutrientes (Figura 27).
Figura 27 - Resposta dos alunos sobre a questão o que acontece com a estrutura
química quando se alisa.
Já a categoria “Perde nutrientes” foi destacada por dois (02) alunos. O aluno
6BM disse “Ele peder nutriente ficando mais fraco ele pode se juntar para ficar liso e
as vezes ele adiciona alguns nutriente”, e a aluna 12BF disse que “Fica liso e fica com
sem volume e o cabelo fica magro e tira suas proteínas e os aminoácidos.” Observa-se
que estes alunos relacionaram a questão com a perda proteínas e nutriente do cabelo.
A categoria “Resistência” foi destacada por dois (02) alunos. O aluno 1BM disse
“O cabelo fica menos resistente” e a aluna 5BF diz “Ficar fraco.” Os alunos
destacaram os danos causados quando alisa os cabelos.
Dos dezoitos (18) alunos apenas seis conseguiram relacionar a teoria com
experimento, os demais consideraram o alisamento com um dos danos causado na
estrutura lisa do cabelo, perda de nutriente, perda de proteína ou por não ter entendido a
pergunta.
As respostas da questão “Quais ligações químicas são rompidas quando o cabelo
é alisado?” foram analisadas, organizadas e quantificadas com relação as categorias
“Ligações de dissulfeto”, “Ligação de hidrogênio” e “Ligação covalente” (Figura 28).
Por ser uma questão aberta, algumas respostas se encaixaram em mais de uma categoria.
66
Figura 28 - Resposta dos alunos sobre a questão quais ligações químicas são rompidas
quando o cabelo é alisa.
12
10
8
6
4
2
0
Ligação de Ligação de Ligação covalente
dissulfeto hidrogênio
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da temática realizada foi possível verificar que o tema “O cabelo como
uma contextualização no Ensino de Química” pode ser utilizado como proposta em sala
de aula, pois apresenta uma didática na qual coloca os alunos em uma postura de
reflexão, podendo tratar sobre um problema que afeta a sociedade quanto a questão do
preconceito com os tipos de cabelo e o mal que esses produtos capilares fazem a saúde
como temas transversais. Inserindo em sala de aula e relacionando com os conceitos de
ligações químicas, é possível promover debates para compreender a relação pessoal da
maioria dos alunos com o cabelo.
No decorrer deste trabalho, percebeu-se que o tema é relevante, de fato motivou
os alunos nas atividades tanto as meninas quanto os meninos que demostraram bastantes
interessados e ansiosos sobre o assunto.
Ao analisar a atividade, percebeu-se que a proposta deste estudo de caso
apresentou-se como uma boa estratégia de ensino, causadora de discussão entre os
conteúdos científicos e de fatos presentes no cotidiano dos alunos, uma vez que uma
parte dos alunos conseguiu compreender o assunto, com a contextualização do conteúdo
de ligação química.
69
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSMETICOS, N. Qual é seu tipo de cabelo? Entenda a classificação dos fios, 2018.
Disponível em: https://www.natura.com.br/blog/cabelo/qual-e-o-seu-tipo-de-cabelo-
entenda-classificacao-dos-fios/>. Acesso em 11 de março. 2019.
APÊNDICE 1
PROJETO DE ENSINO
1-IDENTIFICAÇÃO
3-JUSTIFICATIVA
5-EMENTA
6-CONTEXTUALIZAÇÃO
7-CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM
Habilidade e competências:
OBJETIVOS
Geral:
Trabalhar como os jovens do 9° ano do Ensino Fundamental Maior (EFM) do Colégio Estadual
Roque José de Souza a Lei 11.645/2008 a partir da temática da Educação da Relações Étnico-
raciais, correlacionando com o padrão de beleza.
Específicos:
Compreender a relação que os alunos tem com o cabelo;
Compreender os motivos que levam as (os) jovens a modificar ou não seus cabelos e quais os
tipos tratamentos de mudança utilizada.
Analisar a compreensão que as jovens têm sobre os processos químicos dos tratamentos de
beleza dos cabelos.
9-PROCEDIMENTOS DE ENSINO
Recursos: Quadro, pincel, data show, notebook, livro didático, apagador, som.
11-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Desenvolvimento do conteúdo
3º momento: Será tratado as ligações químicas a partir dos diferentes tipos de cabelo
através de slide, vídeo e um experimento em grupos com os alunos.
Objetivo:
Materiais:
Tioglicolato de amônio
Formaldeído
Hidróxido de guanidina
Shampoo
Condicionar
Hidratação
Creme de pentear
Mechas de cabelo
Copos descartável
Luvas
Espátula
pincel
Água
Procedimentos:
2- Pegue uma pequena mecha de cabelo lave duas vezes com shampoo de limpeza
profunda para tirar toda sujeira, logo em seguida retire todo o excesso da água, passe o
formaldeído (progressiva) deixe agir por alguns minutos, seque e pranche a mecha e
78
observe o resultado. Depois comentar que o processo com formol só é possível com a
prancha por causa da temperatura que quebra as estruturas do cabelo deixando-a
alinhada.
3- Pegue uma mecha de cabelo lave com shampoo, depois passe a hidratação deixe agir
por 10 minutos, depois tire todo o excesso e passe o condicionar, lave novamente e
observe o que acontece.
4- Pegue uma mecha de cabelo lave com shampoo, depois passe o ativador de cacho ou
creme de pentear e observe o que acontece.
APÊNDICE 2
Questionário inicial
3) O que você acha do seu cabelo? Você gosta dele? Por quê?
7) Quais produtos de beleza você utiliza em seu cabelo? Você sabe o que estão
presentes nestes produtos? Explique.
APÊNDICE 3
Questionário final
1) O que você achou da relação do conteúdo de ligação química com a química capilar?
Justifique.
2) Você ainda permanece com a opinião de mudar ou não a aparência do seu cabelo?
APÊNDICE 4
Resposta do questionário inicial
O cabelo da minha mãe é liso do meu pai cacheado dos meus irmão cacheado dos meus
avós liso (1AM).
Alguns lisos e outros cacheados (2AM).
A maioria dos cabelos das minha família é cacheado ou cabelo liso (3AM).
83
3) O QUE VOCÊ ACHA DO SEU CABELO? VOCÊ GOSTA DELE? POR QUÊ?
Bonito, sim porque a pessoa que tem cabelo fica mais bonita (1AM).
Bom, sim (2AM).
Eu acho meu cabelo ótimo, gosto muito, porque foi o cabelo que deus deu pra mim
(3AM).
Meu cabelo é cacheado porem uso alisamento, gosto da cor dele (4AF).
Normal, sim (5AM).
Da pra aturar, não gosto muito mais é o que tenho então que aturar, porque ninguém que
trocar o cabelo com migo (6AM).
Eu acho meu cabelo bonito, eu gosto só que gostaria que ele fosse cacheado porque
acha lindo os cabelos cacheados e gostaria que o meu fosse assim (7AF).
Eu gosto d meu cabelo, acho ele legal, bonito meio diferente, porque minha mãe tinha o
cabelo cacheado e eu achava super lindo e sempre quis o meu daquele jeito, apesar de
me falarem o contrário (8AF).
Acho ele bem desidratado e muito seco, mais ou menos que ele não ser como eu queria
(9AF).
Eu não gosto muito dele porque ele é meio ondulado (10AF).
Ruim, não muito porque eu queria que ele fosse cacheado mais infelismente é crespo e
eu tenho que alisar sempre (11AF).
Um cabelo liso, eu adoro meu cabelo. Porque ele é preto, liso, longo (12AF).
Sim, legal porque se deus me fez assim porque não gostar dele (13AM).
Lindo, sim porque ele é do jeito que eu queria (14AM).
Ele é crespo mais eu gosto muito dele porque ele me da mais um charme (15AM).
Não gosto muito dele, porque é muito volumoso e crespo (16 AF).
Eu gosto do meu cabelo, porque ele é liso galego e é bom de cuidar (17AF).
Bonito, sim porque não temos que aceitar como eles são (18AF).
Sim (2AM).
Nunca modifiquei (3AM).
Alisamento (4AF).
Já modifiquei, alisar o cabelo, deixar liso (5AF).
Nunca modifiquei (6AM).
Já, eu dei alisamento, porque meu cabelo começou a ficar enrolado mais não tipo
cacheado ai resolvi alisar (7AF).
Já modifiquei, botox, pois meu cabelo era muito volumoso, eu gostava dela mais era
volumoso (8AF).
Sim eu passo pranchanha e escovo, eu não gosto dele natural porque ele é muito
volumoso e quebradiço (9AF).
Já modifquei, alizei, porque eu acho ele inchado (10AF).
Sim, já cortei bem curtinho já dei alisamento porque eu não me sentia bem do jeito que
é de verdade (11AF).
Nunca modifiquei meu cabelo (12AM).
Não, não quis (13AM).
Sim, já pintei, mais me arrependir, porque ele demorou muito tempo voltou não
(14AM).
Já modifiquei dei alisamento porque me deu vontade (15AM).
Sim, já dei selagem, inteligente, prancha e escova, abaixar o volume e desmanchar as
cachos (16AF).
Sim, já alisei porque meu cabelo era cacheado e era mais ruim de cuidar (17AF).
Sim, não sei, porque não gostava de como ele era (18AF).
Porque tem pessoas que nascem com genética do pai e outra com a genética da mae ou
da avo tio (7AF).
Não sei mais acho que é questão de genética no sangue da pessoa não sei (8AF).
Pela genética familiar, ou algumas usam química e outras não (9AF).
Porque é de geração familiar (10AF).
Por causa da genética de cada um (11AF).
Porque pode depender também do cabelo da sua família (12AF).
Porque tem pessoas que nascem com cabelo cacheados, mas dam alisamento (13AM).
Por causa da família (14AM).
Porque quis assim (15AM).
Por causa da genética (16AF).
Não sei muita das vezes as pessoas mudam a cor do cabelo e fazem outras coisas
(17AF).
Por causa da genética de seus pais ou do seus avós, tios e etc (18AF).
Sim, porque tudo o que possui tem um pouco de ciências e um pouco d química (1AM).
Sim (2AM).
Ciências porque ciências e jeito naturalmente (3AM).
Sim, ate o shampoo te química (4AM).
Química, porque cabelo modifica ao passar do tempo (5AF).
Tem por causa que envolve células e células envolve e ciências e a química por causa
do produtos que envolvemos (6AM).
Sim, pois tem diferentes tipos de cabelos (7AF).
A maioria sim (8AF).
Sim, o shampo é uma química (9AF).
Acho que só cauterização, porque diz os cabeleleiro que é pra fortalecer os cabelos (8AF).
Não, porque você tem que aceitar seu cabelo do jeitinho que ele é cacheado, liso, crespo,
grande, pequeno (9AF).
Sim para alisar o cabelo (10AF).
Sim, porque ele ajuda o crescimento do cabelo, fica mais forte, com mais brilho etc (11AF).
Não, porque pode fazer mal a saúde (12AF).
Não, porque só quebra o cabelo (13AM).
Não não acho importante (14AM).
Sim, porque fica mais bonito (15AM).
Por um lado sim, mais por outro não (16AF).
Acho sim porque o botox é um tratamento para melhorar o cabelo e esse tratamento não tem
química (17AF).
Não porque todos devem aceitar seus cabelos (18AM).
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APÊNDICE 5
Resposta dos alunos do questionário final
Achei muito interessante, proquê tudo o que nos viu em relação com a química capilar
tabem tem haver com a ligação química (1BM).
Gostei (2BM).
Que a capilar pode contribui para a melhoria do cabelo (3BM).
Gostei; porem minha experiencia não deu certo; o cabelo não caiu (4BF).
Boa. Mais acho que não deu muito certo (5BF).
Achei bem interessante a química capilar vezes a química tira algum nutriente do cabelo
e outros juntam e que receberem o cabelo todo mês ele pode acontecer de quebrando
(6BM).
Achei interessante por causa da mistura que esses dois conteúdo causam junto (7BF).
Achei interessante; porque nos ensinou sobre alisamento no cabelo (8BF).
Achei bem interessante, se misturar deixa o cabelo bem liso e hidratado (9BF).
Bem interessante (10BF).
Bem interessante (11BF).
Achei que qualquer uma abra qumica fazem muito mal ao cabelo (12BF).
Incrivel, porque a química faz muita coisa (13BM).
Gostei pena que não caiu o cabelo como eu gostaria (14BF).
Muito massa top gostei (15BM).
Gostei; foi interessante (16BF).
Achei legal; nos ensinou sobre alisamento (17BF).
Achei interessante, que a química desenvolve produtos capaz de modificar os cabelos
(18BF).
Ele peder nutriente ficando mais fraco ele pode se juntar para ficar liso e as vezes ele
adiciona alguns nutriente (6BM).
Quebra as ligações (7BF).
Os fios capilares se alinham e ficam restos (8BF).
Fica liso e as ligações são rompidas (9BF).
Ele fica liso e as vezes quebra e fica mais reto e deixam de ser cacheados (10BF).
Ela muda o formato deixa de ser cacheado ou andulados para aliso reto (11BF).
Fica liso e fica com sem volume e o cabelo fica magro e tira suas proteínas e os
aminoácidos (12BF)
Ele fica tipo magro (13BM).
As ligações são rompidas (14BF).
Fica mais magro (15BM).
Fica liso e as ligações são rompidas (16BF).
Os fios se alisam (17BF).
Quebra as ligações (18BF).