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FIZ UM VGBL OU PGBL E MORRI... COMO FICAM MEUS HERDEIROS?

A pergunta que constitui o título deste artigo não é à toa. Podemos pensar: - Ora,
se eu indiquei ao banco um(a) beneficiário(a) para o plano (VGBL ou PGBL) que
contratei, é claro que, por ocasião de minha morte (“que Deus me tenha”), o
dinheiro será entregue a ele(a).

Ocorre que a justiça não tem entendido isso. Não ao menos de forma unânime.
Explicamos.

Muitos herdeiros que não são indicados como beneficiários de planos VGBL ou PGBL
- deixados pelo morto - têm ingressado com ações visando seja-lhes reconhecido
um suposto direito de participar da divisão do valor aplicado. O argumento principal
é o de que tais espécies de planos seriam, em verdade, meras aplicações
financeiras; e, como tal, sujeitar-se-iam às regras comuns da herança. E esse
suposto direito, por incrível que pareça, têm sido, vez por outra, reconhecido pelos
tribunais.

Contudo, o entendimento ainda predominante é o de que deve prevalecer, nesse


caso, a vontade do falecido; ou seja, a entrega integral ou repartição do dinheiro
aplicado há de ser direcionada exclusivamente ao(s) beneficiário(s) por ele
indicado(s). O argumento, aqui, está baseado na interpretação do art. 794 do
Código Civil, que exclui da herança os valores aplicados em VGBL e PGBL,
assemelhando-os aos seguros de vida, tese que vem sendo acolhida com
frequência pelo Superior Tribunal de Justiça.

Essa batalha, contudo, ao menos por enquanto, não tem previsão de término. De
qualquer forma, um bom advogado poderá ser sempre consultado, principalmente
quando a disputa parecer caminhar para um litigio judicial.

*Por Bruno Reis Pinto

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