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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Direito Processual Penal


Professor: Paulo Henrique
Aulas: 09 e 10 Data: 17/08/2017
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ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

PRISÃO PREVENTIVA
1. Introdução
2. Condições de admissibilidade

(CONTINUAÇÃO)

3. Requisitos da prisão preventiva


4. Excepcionalidade da prisão preventiva
5. Procedimento para decretação da prisão preventiva
6. Prisão domiciliar

PRISÃO TEMPORÁRIA

1. Principais características da prisão temporária

PRISÃO PREVENTIVA

2. Condições de admissibilidade

a) Crime DOLOSO punido com pena máxima SUPERIOR A 04 ANOS; ou

b) Reincidência em crimes dolosos;

c) Crime praticado com violência doméstica familiar contra determinadas pessoas para garantir a execução
de medida protegida de urgência;

d) Para identificação do agente;

e) Descumprimento de ordem judicial – (contempt of court).

(CONTINUAÇÃO)

3. Requisitos da Prisão Preventiva

Tratam-se dos requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal.

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CARREIRAS JURÍDICAS
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Art. 312 do Código de Processo Penal:

A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem


pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada


em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas
por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).

Fumus commissi delicti

Esse requisito exige dois elementos: indícios de autoria E prova da existência do crime (tratam-se de
requisitos cumulativos).

a) Periculum libertatis

Trata-se da necessidade da aplicação da medida, ou seja, uma finalidade que justifique a prisão de
alguém, que poderá ser uma das três possibilidades:

1) Garantia da ordem pública ou ordem econômica (ordem pública é espécie do gênero ordem
econômica);
Fundamento: por tratar-se de um conceito vago, veremos os fundamentos por eliminação;

O STF entende que não são hipóteses de decretação/não legitimam a decretação da prisão
fundamentada em garantia da ordem pública:

 Comoção social;
 Clamor público;

O STF entende que legitimam a prisão fundamentada em garantia da ordem pública:

 Para evitar novas infrações penais – deve haver probabilidade alta; padrão de
comportamento anterior que infira a reiteração da conduta;

Com a leitura do art. 312, caput combinado ao art. 282, inciso I do Código do Processo
Penal, poderemos chegar a um significado do que é ordem pública, vejamos:

Art. 282, inciso I do Código de Processo Penal:

Art. 282 do CPC. As medidas cautelares previstas neste Título


deverão ser aplicadas observando-se a:

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I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a
instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a
prática de infrações penais;

 A gravidade concreta da conduta poderá ser base para decretação da prisão preventiva.
A mera gravidade abstrata da infração não fundamenta a prisão preventiva, pois apenas
avaliando-se a conduta é possível saber se o agente é perigoso, se a gravidade concreta
da conduta revela periculosidade, e, portanto, há verificação de ser o agente hábil a
turbar a ordem pública (pode também revelar/ou levar a inferência de novas infrações
por parte desse agente);

2) Conveniência da instrução;
Fundamento: a prisão viria para assegurar a produção de provas; Exemplo: ameaça a testemunha.

3) Aplicação da lei penal.


Fundamento: o fato que mais se enquadra nessa hipótese é risco de fuga concreta.

4. Excecionalidade da prisão preventiva

Trata-se da insuficiência da aplicação de cautelares diversas.


Dessa forma vimos com detalhes os 4 planos que o juiz deverá enfrentar para decretar a prisão preventiva.

5. Procedimento para decretação da prisão preventiva

Pode ser decretada de ofício ou depende de provocação? A resposta irá variar a depender da fase do
procedimento, vejamos:

a) Na investigação criminal - a regra é que não pode decretar de oficio, dependerá de representação da
autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público.

Exceção! O STJ admite que a prisão preventiva seja decretada ex officio mesmo durante a investigação
criminal, mas apenas quando se tratar de prisão preventiva que seja derivada da conversão de anterior
prisão em flagrante, pois nesse caso o art. 310, inciso II do CPP seria norma especial que afasta a norma
geral do art. 311 do CPP. Trata-se da preventiva derivada, uma vez que ela decorre da conversão da
prisão em flagrante.

Art. 310, inciso II do Código de Processo Civil:

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá


fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes


os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem

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inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;
ou

b) Durante a ação penal – poderá decretar de ofício, e também poderá ser requerida pelos órgãos da
acusação - MP; querelante; e assistente da acusação.

Art. 311 do Código de Processo Civil:

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo


penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no
curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial.

Art. 282, parágrafo 2º do Código de Processo Penal:

§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a


requerimento das partes ou, quando no curso da investigação
criminal, por representação da autoridade policial ou mediante
requerimento do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).

6. Prisão domiciliar

Não se trata de espécie de prisão autônoma, mas sim de uma modalidade de prisão preventiva. A prisão domiciliar
substitui a prisão preventiva cumprida em estabelecimento prisional comum.

As hipóteses estão no art. 318 do Código de Processo Penal:

Art. 318 do CPP. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela


domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)


anos de idade ou com deficiência;

IV – gestante;

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de


até 12 (doze) anos de idade incompletos.

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Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos
requisitos estabelecidos neste artigo.

O entendimento do STF é que são hipóteses autorizativas, mas não de concessão automática.

PRISÃO TEMPORÁRIA - LEI 7960/89

1. Principais características
1) Somente poderá ocorrer na fase de investigação criminal, nunca será decretada na fase processual;

2) O juiz nunca poderá decretar de oficio, será necessária a provocação do delegado (via representação)
ou o Ministério Público via requerimento;

Art. 2, caput da lei 7.960/89:

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da


representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

Obs.: em regra cabe apenas no inquérito policial, não caberia em outros tipos de investigação (ex. CPI
e MPI);

3) Prazo

a) Regra geral - 05 dias admitida apenas uma renovação por mais 05 dias;

Art. 2, caput da lei 7.960/89:

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da


representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

b) Hediondos e equiparados (TTT) – prazo de 30 dias, cabível renovação por mais 30 dias;

Art. 2º, parágrafo 4º da Lei 8.072/90:

§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21


de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo

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de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema
e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

4) Prazo determinado

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