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Disciplina: Direito Tributário

Professor: Milena Sellman


Aula: 48

ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO

IMPOSTOS EM ESPÉCIES

IMPOSTOS EM ESPÉCIES

c) IPTU

Previsão: art. 156, I, §1º, CF e art. 32 e 34 do CTN.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;

O IPTU incide sobre a propriedade territorial urbana, o ITR incide sobre a propriedade territorial rural.

O fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física. O
proprietário é a pessoa em nome de quem consta na matrícula do imóvel.

O IPTU poderá incidir sobre o usufrutuário que exerce o domínio útil. O STJ tem súmula no sentido de que cabe a
lei Municipal estabelecer o sujeito passivo do tributo nesses casos – súmula 399 do STJ.

Súmula 399. Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo


do IPTU

A súmula 397 do STJ estabece que o contribuinte do é notificado do lançamento do IPTU pelo envio do carnê.

Súmula/397. O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo


envio do carnê ao seu endereço.

A posse tributada via IPTU não é a posse exercida pelo locatário, ou pela pessoa que está na posse direta do imóvel,
trata-se do possuidor que exerce a posse de forma mansa e pacífica do imóvel com a intenção de adquirir a
propriedade pela usucapião.

A súmula 614 do STJ dispõe que o locatário não tem legitimidade para discutir a relação tributária de IPTU referente
ao imóvel alugado.

Súmula 614/STJ. O locatário não possui legitimidade ativa para


discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao
imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.

A definição do que é zona urbana está definida art. 32, §1º do CTN. Zona urbana é a definida em lei Municipal que
contenha no mínimo 02 dos melhoramentos previstos nos incisos do art. 32, §1º, melhoramentos estes que
deverão ser construídos ou mantidos pelo Poder Público.

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Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a
propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou
por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana
do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a
definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência
de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos
seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para
distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3
(três) quilômetros do imóvel considerado.

O §2º deste artigo possibilita a tributação via IPTU dos imóveis localizados nas áreas urbanizáveis ou de expansão
urbana.

§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou


de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos
órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao
comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos
do parágrafo anterior.

Áreas urbanizáveis ou de expansão urbana são aquelas definida em lei, constantes de loteamentos aprovados pelos
órgãos competentes, o loteamento deve ser destinado a habitação, indústria ou comércio, mesmo que este
loteamento esteja fora da zona urbana.

A súmula 626 do STJ prevê que a incidência do IPTU sobre imóvel localizado sobre área urbanizável ou expansão
urbana não esta condicionada ao mínimo dos 02 melhoramentos.

Súmula 626/STJ. A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área


considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana
não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no
art. 32, § 1º, do CTN.

O art. 15 do Decreto lei 57/66 estabelece que o IPTU não abrangerá o imóvel que localizado na área urbana
comprovadamente seja utilizado para exploração agrícola, neste caso, haverá a incidência do ITR.

Art. 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de


1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado
em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial,
incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo
cobrados.

O IPTU poderá ser progressivo em razão do valor venal do imóvel (súmula 589 e 668 do STF).

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Súmula 589/STF. É inconstitucional a fixação de adicional progressivo
do imposto predial e territorial urbano em função do número de
imóveis do contribuinte.

Súmula 668/STF. É inconstitucional a lei municipal que tenha


estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas
progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o
cumprimento da função social da propriedade urbana.

As alíquotas poderão ser diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel – súmula 539, STF.

Súmula 539/STF. É constitucional a lei do Município que reduz o


imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do
proprietário, que não possua outro.

A própria CF/88 faz referencia a progressividade no tempo (progressividade que incidirá para a função social da
propriedade). O art. 182, §4º, II, CF prevê que o Poder Executivo mediante lei poderá exigir do proprietário do solo
urbano, não utilizado ou subutilizado, que promova o adequado aproveitamento.

Art. 182. [...]


§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública
de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

A incidência do IPTU progressivo no tempo está previsto no art. 7º do Estatuto da Cidade – Lei 10.257/01 – O IPTU
poderá incidir com alíquota progressiva pelo prazo de 05 anos consecutivos, e a cada ano a alíquota não poderá
aumentar mais que duas vezes a do ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15%.

A consequência da falta do adequado aproveitamento será a desapropriação do imóvel mediante indenização, se


mesmo com a alíquota progressiva o imóvel não tiver função social.

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SUMÁRIO

IMPOSTOS EM ESPÉCIES

IMPOSTOS EM ESPÉCIES

a) Imposto sobre a transmissão “causa mortis” e doação – ITCMD ou ITCD (continuação)

Sujeito Passivo

O sujeito passivo na doação poderá ser qualquer uma das partes (doador ou donatário), quem estabelece se será
o doador ou o donatário é a legislação do Estado – art. 42, CTN.

Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação


tributada, como dispuser a lei.

b) Imposto de Transmissão de Bens Imóveis

Previsão: art. 156, II, §2º CF e art. 42 a 45 do CTN.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


[...] II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição;

É um imposto assim como o ITCM lançado por declaração.

O ITBI ou ITIV (imposto de transmissão inter vivos) incide na transmissão entre pessoa vivas por ato oneroso de
bens imóveis, transmissão de direitos reais sobre imóveis (art. 1.225, CC), exceto na transmissão de direitos regais
de garantia, por exemplo, hipoteca e anticrese.

Pegadinha: não há que se falar em penhor, pois o penhor se refere a bens móveis.

A definição de bem imóvel está nos arts. 79, 80 e 81, CC. A distinção do bem imóvel por natureza e por acessão
física era feita no CC anterior.

• Bem imóvel por natureza – solo/terra.


• Bem imóvel por acessão física – tudo o que é acrescido a terra por ato humano.
O art. 156, §2º, I da CF, traz outra regra de não incidência do ITBI, trata-se da não incidência na transmissão de bens
imóveis para composição do capital social, na transmissão de bens e direitos decorrentes de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

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[...] II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição;
[...] § 2º O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

Esta regra imunizante do art. 156, §2º, I da CF, comporta exceção, trata-se do caso onde a atividade preponderante
da empresa ou da empresa fruto da operação societária for a compra e venda, locação ou o arrendamento de bens
imóveis.

Atividade preponderante é caracterizada quando mais de 50% do faturamento decorre destas atividades – art. 37,
§1º, CTN (02 anos anteriores e 02 anos posteriores ao ato).

Art. 37. [....]


§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida
neste artigo quando mais de 50% (cinqüenta por cento) da receita
operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores
e nos 2 (dois) anos subseqüentes à aquisição, decorrer de transações
mencionadas neste artigo.

O ITBI sempre deverá ser recolhido para o Município em que está localizado o imóvel – art. 156, §2º, II, CF.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


[...] § 2º O imposto previsto no inciso II:
II - compete ao Município da situação do bem.

O art. 184, §5º, CF/88 prevê que são isentas (imunes) de impostos Federais, Estaduais e Municipais as operações
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins
de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida
agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.
[...] § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária.

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SUMÁRIO

IMPOSTOS EM ESPÉCIES

IMPOSTOS EM ESPÉCIES

a) Imposto sobre a transmissão “causa mortis” e doação – ITCMD ou ITCD


(continuação)

Há alguns requisitos para que o inventário seja feito no Tabelionato de Notas:

• Herdeiros maiores e capazes;


• Concordância em relação a partilha dos bens;
• Não pode ter mulheres grávidas.

É necessário ter um advogado constituído, e pode ser realizado em qualquer Cartório de Notas, a regra de
competência para o inventario judicial não se aplica ao extrajudicial.

Base de Cálculo

Previsão: art. 38 do CTN.

Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou


direitos transmitidos.

Não compõem a base de cálculo:

• Frutos e rendimentos provenientes da administração dos bens inventariados – posto que os herdeiros já
eram proprietários;
• Valores recebidos à título de seguro de vida (art. 789 e ss.) – o valor indenizável não é de propriedade do
segurado, mas sim dos beneficiários;
• Valores referentes as relações de trabalhos, aposentadorias, pensões – PIS/PASEP e FGTS não recebidos
em vida pelo falecido – Lei 6.858/80. Estes valores podem ser levantados por alvará pelo inventariante.

Competência

Previsão: art. 155, §1º, CF.

Art. 155. [...]


§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao
Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal.

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II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado
onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o
doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei
complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o
seu inventário processado no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

O ITCMD será devido para o Estado da situação do bem, em se tratando de bens imóveis e de direitos relacionados
a estes imóveis, independentemente do Estado em que tramita o inventário.

Em se tratando de bens móveis, títulos e créditos o imposto será devido para o Estado onde se processar o
inventário ou o arrolamento.

Caberá a lei complementar regular a instituição do imposto quando o imposto envolver questões internacionais –
art. 155, §1º, III, CF. No entanto, ainda não existe esta lei complementar, sendo assim é aplicado a regra do art. 24,
§3º, quando não houver esta lei complementar os Estados passam a ter competência legislativa plena.

Art. 24. [...]


§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão
a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

O ITCMD terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal. A resolução nº 09/92 estabelece que a alíquota
máxima dos Estados será de 8%. No Estado de São Paulo a alíquota é de 4%.

O STF entendia que os impostos reais assim como o ITCMD só poderiam ser progressivos se houvesse autorização
constitucional (o que não há na CF/88), no entanto, no julgamento do RE 562.045/RS entendeu que a lei do Estado
do Rio Grande do Sul é constitucional e que todo e qualquer imposto pode ser progressivo para cumprir a
capacidade contributiva.

Todo e qualquer tributo pode ser progressivo para cumprir o Princípio da Capacidade Contributiva – art. 145, §1º,
CF.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
[...] § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

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IMPOSTOS EM ESPÉCIES

IMPOSTOS EM ESPÉCIES

a) Imposto sobre a transmissão “causa mortis” e doação – ITCMD ou ITCD

Previsão: art. 155, I e §1º da CF e art. 35 a 42 do CTN (interpretação a luz da CF/88).

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos


sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;

Fato gerador: transmissão de bens/direitos em razão da herança ou doação.

A Lei Estadual criará e regulará a incidência do ITCMD, a CF e o CTN trazem as normas básicas sobre a instituição
do ITCMD.

ITCMD ITBI
Estados / DF Municípios / DF
Bens – imóveis e móveis Bens imóveis e direitos
Por ato não oneroso Por ato oneroso

Aos dois tributos são aplicadas as regras dos arts. 35 a 42 do CTN.

Momento da ocorrência do fato gerador:

a) ITCMD – momento da morte (abertura da sucessão) – art. 1.784, CC.

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos


herdeiros legítimos e testamentários.

O art. 35, parágrafo único do CTN, menciona que na transmissão “causa mortis” ocorre tantos fatos geradores
quanto seja os herdeiros ou legatários, ou seja, se existir 03 herdeiros haverá 03 fatos geradores.

Art. 35. [...]


Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos
geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.

Súmula 112/STF. O imposto de transmissão "causa mortis" é devido


pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

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Súmula 113/STF. O imposto de transmissão causa mortis é calculado
sobre o valor dos bens na data da avaliação.

b) Doação

Imóveis – no momento do registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis (art. 1.245, §1º, CC).

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro


do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua
a ser havido como dono do imóvel.

Móveis – no momento tradição (art. 1.267, CC).

Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios


jurídicos antes da tradição.

Prazo para abertura do inventário

Previsão: art. 611, CPC

Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado


dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-
se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses
prazos, de ofício ou a requerimento de parte.

Deve ser instaurado dentro de 02 meses a contar da abertura da sucessão.

Se este prazo não for respeitado haverá multa. A súmula 542 do STF, estabelece que não é inconstitucional a multa
instituída pelo Estado como sanção.

Súmula/542. Não é inconstitucional a multa instituída pelo Estado-


membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação
do inventário.

A escritura de nomeação de inventariante tem o condão de impedir a incidência da multa, segundo a jurisprudência.

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DÍVIDA ATIVA

DÍVIDA ATIVA

Previsão: art. 201 a 204, CTN.

Lei 6.830/80 – Lei de Execuções Fiscais

Linha do Tempo Crédito Tributário

FG → OTP → Lançamento Tributário → Crédito Tributário → Notificação para pagamento → Diante do não
pagamento → Inscrição do Débito em Dívida Ativa (Certidão Dívida Ativa – CDA) → Execução Fiscal → Lei nº
6.830/80.

A inscrição do débito em dívida ativa tem por finalidade formar um título executivo extrajudicial (CDA), a Certidão
é um título executivo extrajudicial nos termos do art. 784, IX, CPC.

Com base nessa certidão será então proposta a execução fiscal, regulada pela lei 6.830/80.

Conceito de Dívida Ativa: art. 201 do CTN + art. 2º da Lei 6.830/80.

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito


dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa
competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela
lei ou por decisão final proferida em processo regular.

É correspondente a crédito de natureza tributária ou não tributária, pertencente a uma Fazenda Pública,
regularmente inscrito na Repartição competente, após expirado o prazo para pagamento em lei ou processo
administrativo regular.

Na dívida ativa inclui-se dívida, juros, correção monetária, multas e eventuais encargos.

A inscrição em dívida ativa deverá preencher os requisitos do art. 202 do CTN c/c com o art. 2º, §5º da Lei de
Execuções Fiscais.

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela


autoridade competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem
como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de
outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora
acrescidos;

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III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a
disposição da lei em que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se
originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo,
a indicação do livro e da folha da inscrição.

O artigo 203 do CTN dispõe que a omissão ou erro quanto aos requisitos gerarão a nulidade da inscrição, bem como,
do processo de cobrança. Todavia, a nulidade poderá ser sanada até decisão de 1ª instância, mediante substituição
da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo o prazo para defesa que somente poderá versar a respeito da parte
que foi modificada.

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo


anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição
e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser
sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da
certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o
prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada.

Também está previsto no art. 2º, §8º da LEF.

Observar a Súmula 392 do STJ prevê que é possível a substituição da certidão, desde que, não haja a alteração do
sujeito passivo ou inclusão de um novo sujeito passivo.

Súmula 392/STJ. A Fazenda Publica pode substituir a certidão de


dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se
tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação
do sujeito passivo da execução.

A CDA goza de atributos que estão previstos no art. 204 do CTN e art. 3º da Lei 6.830/80.

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza


e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

A dívida ativa regularmente inscrita goza da presunção de liquidez, de certeza e tem efeito de prova pré-constituída.

Ocorre que esta presunção é relativa (juris tantum), pois o art. 204 do CTN prevê que esta presunção poderá ser
afastada por prova inequívoca do sujeito passivo.

Certidões de Regularidade Fiscal

Certidão Negativa ou Certidão Negativa de Débitos (CND) – deve ser expedida nos termos do art. 205 do CTN.

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado


tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à
vista de requerimento do interessado, que contenha todas as

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informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal
e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o
pedido.

Exige requerimentos e deverá ser expedida no prazo máximo de 10 dias. A certidão negativa demonstra a
inexistência de débitos tributários.

A certidão positiva é conhecida como certidão positiva de débitos (CPD) e demonstra a existência de débitos.

Há ainda uma terceira certidão, é a certidão positiva com efeitos de negativa, identificada pela sigla CPD-EM, está
disciplinada no art. 206 do CTN, e é possível em 03 hipóteses:

• Créditos não vencidos;


• Crédito em cobrança executiva em que tenha sido realizada a penhora;
• Crédito com a exigibilidade suspensa, ou seja, quando estiver incidindo alguma das hipóteses do art. 151,
CTN (MO-DE-RE-CO-PA).

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a


certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso
de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
exigibilidade esteja suspensa.

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GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO II


2. Penhora on-line

GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO II

2. Penhora on-line.

Previsão: art. 185-A, CTN.

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado,


não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade
de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente
por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros
de transferência de bens, especialmente ao registro público de
imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do
mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições,
façam cumprir a ordem judicial.

Quando o devedor devidamente citado da execução:

• Não efetuar o pagamento do tributo;


• Não apresentar bens a penhora;
• Não forem encontrados bens penhoráveis.

O juiz determinará a indisponibilidade dos bens e direitos do devedor.

Esta indisponibilidade não pode ser superior ao montante da dívida, devendo o juiz liberar o que ultrapassar o valor
da dívida.

O juiz comunicará a indisponibilidade aos órgãos competentes de registros, assim como instituições bancárias.

Quando estas instituições fizerem o bloqueio de bens do devedor, devem comunicar o juiz que o bloqueio foi
realizado.

Atenção a súmula 560 do STJ.

Súmula 560/STJ. A decretação da indisponibilidade de bens e direitos,


na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das
diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado
quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e

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a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do
executado, ao Denatran ou Detran.

Exigência de prova de quitação dos tributos

a) Para a extinção das obrigações do falido – art. 191, CTN.

Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação


de todos os tributos.

b) Para a concessão de recuperação – art. 191-A, CTN.

Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da


apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o
disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei.

c) Para que seja prolatada sentença de julgamento de partilha ou adjudicação – art. 192, CTN.

Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação


será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos
bens do espólio, ou às suas rendas.

d) Para celebração de contrato ou oferecimento de proposta em concorrência pública, salvo, quando autorizado
por lei – art. 193, CTN.

Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum


departamento da administração pública da União, dos Estados, do
Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará
contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o
contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os
tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade
em cujo exercício contrata ou concorre.

O crédito tributário não se sujeita aos juízos universais, então nos termos do art. 187, CTN a cobrança judicial do
crédito tributário não se sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, inventário
ou arrolamento.

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a


concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial,
concordata, inventário ou arrolamento.

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SUMÁRIO

GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


1. Responsabilidade Patrimonial

GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Garantia é o que assegura o recebimento do crédito tributário.

1. Responsabilidade Patrimonial

A responsabilidade patrimonial decorre do art. 184, CTN.

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados


bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito
tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive
os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare
absolutamente impenhoráveis.

O devedor tributário responde para o cumprimento da obrigação tributária com todos os seus bens e rendas,
inclusive os gravados com ônus real, cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade, independentemente da data
do ônus ou da cláusula, salvo, os declarados por lei como absolutamente impenhoráveis.

Os bens impenhoráveis estão previstos no art. 833 do CPC e na lei 8.009/90 (Lei dos Bens de Família), no entanto,
os bens de família poderão responder por dívidas do próprio imóvel – art. 3º, IV.

Art. 3º. A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de


execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza,
salvo se movido:
[...] IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e
contribuições devidas em função do imóvel familiar;

Presunção de Fraude a Execução

Previsão: art. 185, CTN

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou


rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa.

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Linha do Tempo do Crédito Tributário

FG – OTP – Lançamento Tributário – Crédito Tributário – Notificação para Pagamento – Diante do Não Pagamento
– Inscrição do Débito em Dívida Ativa (Certidão Dívida Ativa – CDA) – Execução Fiscal – Lei nº 6.830/80.

O art. 185 do CTN prevê que a partir da inscrição do débito em dívida ativa se o devedor alienar ou onerar o bem
será considerada fraudulenta a alienação. O parágrafo único dispõe que se houver outros bens não há fraude.

Art. 185. [...]


Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de
terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao
total pagamento da dívida inscrita.

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Professor: Milena Sellman
Aula: 41

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


1. Causas de Exclusão do Crédito Tributário
1.1 Isenção
1.2 Perdão

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

1. Causas de Exclusão de Crédito Tributário

Previsão: art. 175, CTN

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o
cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação
principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.

AI - Anistia e Isenção

Anistia – diz respeito a infração (penalidade pecuniária);


Isenção – diz respeito ao tributo.

Ao tratar de isenção ou anistia estaremos diante de normas exonerativas. Tanto na isenção quanto na anistia não
haverá a ocorrência do lançamento. Nestas hipóteses há o fato gerador sem o lançamento.

A isenção impede a constituição do crédito tributário, dispensa a obrigação de pagar o tributo, ou seja, consiste em
uma dispensa legal de pagar o tributo.

A anistia é o perdão da infração cometida pelo contribuinte, ou seja, não haverá a constituição do crédito tributário
no que diz respeito a multa. Na anistia impedirá o lançamento da penalidade pecuniária, pois houve um perdão da
infração.

Nos dois casos não haverá a dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias.

Estas causas decorrem de previsão legal, nos termos do art. 97, VI, CTN e do art. 150, §6º, CF.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


[...] VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

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1.1. Isenção

Previsão: art. 176 a 179 do CTN.

Conceito: Isenção consiste na dispensa legal da obrigação de pagar um tributo.

Neste caso, há incidência tributária, só não ocorrerá o lançamento, isto difere da imunidade, pois na imunidade
não há incidência tributária.

Isenção Imunidade
Há incidência tributária; Não há incidência tributária;
Decorre de norma prevista em lei; Decorre de norma prevista na CF;
Causa de exclusão de crédito tributário; Norma de incompetência tributária;

A lei competente para isentar será a lei ordinária se o tributo foi criado por lei ordinária, ou lei complementar caso
o tributo tenha sido criado por lei complementar.

Exceção: ICMS – pois no caso do ICMS o instrumento apto ao estabelecimento de isenção são os convênios
celebrados entre os Estados via CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária.

A lei deverá ser do ente federado titular da competência tributária.

Prevalece a regra do Princípio da Vedação de Isenção Heterônoma, ou seja, isenções concedidas por ente que não
é titular da competência – art. 151, III, CF.

Art. 151. É vedado à União:


[...] III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.

Exceção: deriva do ISS exportações, nos termos do art. 156, §3º, II, CF compete a lei complementar excluir da
incidência do ISS a exportação de serviços para o exterior, ou seja, a União está concedendo isenção de tributo
Municipal.

Estudar a LC nº 116/03 – art. 2º, I.

Questão: A isenção pode ser revogada? Sim, nos termos do art. 178, CTN, que estabelece que a isenção salvo, a
concedida por prazo certo e em razões de condições (isenção onerosa), pode ser revogada ou alterada a qualquer
tempo – súmula 544 do STF.

Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de


determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a
qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.

Súmula 544. Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa,


não podem ser livremente suprimidas.

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1.2. Perdão

Previsão: art. 180 a 182, CTN.


Conceito: consiste no perdão legal da infração, da penalidade pecuniária ou da multa.

A anistia exige 02 marcos temporais:

• É preciso que a multa ainda não tenha sido lançada (se tiver sido lançada só será possível a remissão);
• A infração já tenha sido cometida quando do início da entrada em vigor da lei que a concede.

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Aula: 40

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA


1. Extinção do Crédito Tributário

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

1. Extinção do Crédito Tributário (continuação)

d) Remissão

Há algumas hipóteses autorizadoras de remissão, são elas:

1. Condições econômicas do sujeito passivo;


2. Erro ou ignorância escusáveis ao contribuinte quanto a matéria de fato (erro no preenchimento de uma guia, por
exemplo);
3. Diminuta importância do crédito tributário;
4. Condições econômicas de determinada região da entidade tributante;
5. Equidade;

e) Pagamento Antecipado e Homologação pelo FISCO

No lançamento por homologação ou o auto lançamento (art. 150, CTN), o contribuinte tem o papel de analisar o
fato gerador, calcular o montante do tributo, antecipar o pagamento e declarar o quanto pagou.

O papel do FISCO nesta situação é concordar ou discordar do pagamento efetuado, se o FISCO não concordar ele
lançará de ofício, se concordar ocorrerá a homologação que poderá ser expressa ou tácita.

Na homologação expressa o FISCO fará a concordância por escrito no prazo de 05 anos. Na homologação tácita o
FISCO permanece em silêncio por 05 anos.

Nos termos do disposto no art. 150, §4º do CTN, com a homologação ocorrerá a extinção do crédito tributário.

f) Conversão do Depósito em Renda

O depósito é admissível na via judicial, pois na via administrativa é inconstitucional, nos termos da súmula
vinculante 21.

Súmula Vinculante 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
recurso administrativo.

Na via judicial pode ter depósito em uma Consignação, Mandado de Segurança e Ação Anulatória.

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Supondo que o contribuinte tenha sua demanda julgada improcedente, a Fazenda não precisa promover uma
execução fiscal, o depósito será convertido em renda em favor do ente.

g) Decisão Administrativa Irreformável

Trata-se do processo administrativo fiscal, regido pelo decreto 70.235/72. Esta decisão é uma decisão favorável ao
contribuinte.

Quando o contribuinte recebe notificação para pagamento de um tributo ou para pagamento de uma multa, abre-
se um prazo de 30 dias, dentro deste prazo o contribuinte pode:

• Realizar o pagamento, acarretando a extinção do crédito;


• Não pagar;
• Apresentar defesa administrativa.

Quando o contribuinte apresenta defesa administrativa, há o início do processo administrativo fiscal, ou seja, quem
inicia este processo administrativo é o contribuinte, o Estado inicia somente o procedimento (art. 14, Decreto
70.235/72).

Supondo que esta defesa tenha sido indeferida, o contribuinte perante a 2ª instância administrativa pode ingressar
com um recurso voluntário, imaginemos que este recurso tenha sido provido, esta decisão do Tribunal
Administrativo fará coisa julgada contra o FISCO.

A decisão administrativa irreformável não faz coisa julgada contra o particular, mas faz coisa julgada contra o FISCO,
pois foi ele mesmo quem deu a decisão.

h) Decisão Judicial Transitada em Julgado

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Aula: 39

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA


1. Extinção do Crédito Tributário

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

1. Extinção do Crédito Tributário (continuação)

b) Compensação

Toda compensação dependerá de autorização legislativa em matéria tributária.

Pela regra geral só se compensa créditos com débitos da mesma espécie e natureza, por exemplo, imposto com
imposto e taxa com taxa. Observar também o mesmo cofre de arrecadação, por exemplo, imposto Estadual com
imposto Estadual.

Atenção: só se admite compensação através de decisão judicial transitada em julgado. Não se admite compensação
de tributos através de liminar ou tutela provisória – art. 7º, §§ 2º, 5º da Lei 12.016/09.

Importante: nos termos do art. 74 da Lei 9.430/96 tributos administrados pela secretaria da receita federal
admitem compensação.

Com o advento da Lei 11.457/07 houve a unificação dos órgãos públicos de arrecadação federal, a partir deste
momento todos os tributos federais passaram a ser administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, pois
houve a criação da chamada Super Receita.

Portanto, hoje passa a ser possível a compensação de tributos federais de espécies diferentes, ou seja, pode-se
compensar, por exemplo, IR com COFINS, IPI com PIS, pois nestes casos estes tributos são administrados pela
mesma entidade, mesmo sendo de espécies distintas.

c) Transação

Previsão: art. 171, CTN

Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos
sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que,
mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e
conseqüente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar
a transação em cada caso.

A transação é um acordo firmado entre o FISCO e contribuinte que dentro dos limites da lei promove uma forma
de extinção do crédito tributário.

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d) Remissão

Previsão: art. 172, CTN.

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder,


por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito
tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a
matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características
pessoais ou materiais do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da
entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Trata-se do perdão total ou parcial da dívida tributária, esse perdão dependerá de autorização legislativa.

Há algumas hipóteses autorizadoras de remissão, são elas:

1. Condições econômicas do sujeito passivo;


2. Erro ou ignorância escusável do contribuinte quanto a matéria de fato (erro no preenchimento de uma guia, por
exemplo);
3. Diminuta importância do crédito tributário;
4. Condições econômicas de determinada região da entidade tributante;

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 38

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA


1. Extinção do Crédito Tributário

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

1. Extinção do Crédito Tributário (continuação)

a4) Pagamento Indevido

Todo pagamento indevido gera direito de restituição independentemente se o pagamento foi feito
equivocadamente pelo contribuinte ou cobrado indevidamente pela Fazenda.

Com a restituição o que se quer evitar é o enriquecimento sem causa do Estado.

O pedido de restituição pode ser realizado pela via administrativa, através de um requerimento próprio.

Se após ter sido feito o pedido pela via administrativa houve uma decisão denegatória, desta decisão denegatória
cabe ação anulatória da decisão administrativa.

Esta ação tem fundamento no art. 169, CTN e tem um prazo de até 02 anos contados desta decisão.

Atenção: Esta ação anulatória não suspende o prazo de repetição de indébito.

O ideal é utilizar diretamente a via judicial para pedir a restituição, através da Ação de Repetição de Indébito Fiscal
(art. 165, CTN), esta ação tem o prazo de até 05 anos contados do pagamento indevido, nos termos do art. 168, I,
CTN.

Os valores que são repetidos deverão ser corrigidos, com direito a correção monetária e juros de mora.

A correção monetária é devida desde a data do pagamento indevido – súmula 162, STJ.

Súmula 162/STJ. Na repetição de indébito tributário, a correção


monetária incide a partir do pagamento indevido.

Os juros de mora deverão ser a partir da decisão judicial transitada em julgado, porque o fato de propor a ação não
significa que o pedido será procedente – súmula 188, STJ.

Súmula 188/STJ. Os juros moratórios, na repetição do indébito


tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença.

Importante: direito de restituição nos tributos indiretos.

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Tributos indiretos são os que admitem repercussão econômica, estes tributos admitem a transferência do encargo
a terceira pessoa. O chamado contribuinte de direito (realiza o fato gerador) não se confunde com o contribuinte
de fato (assume o respectivo encargo tributário).

Inicialmente o STF adotava o entendimento previsto na súmula 71 dispondo que não caberia direito de restituição,
no entanto, esta súmula é inaplicada tendo em vista a súmula 546 do STF.

Súmula 71/STF. Embora pago indevidamente, não cabe restituição de


tributo indireto.

Súmula 546/STF. Cabe a restituição do tributo pago indevidamente,


quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não
recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo.

Dica: o direito de restituição será conferido em regra ao contribuinte de direito.

b) Compensação

Previsão: art. 170 e 170-A, CTN.

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou
cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa,
autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos
e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda
pública.
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei
determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu
montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a
correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a
decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.

Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de


tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do
trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.

A compensação é um instituto de direito privado, é considerada um encontro de contas.

O mesmo contribuinte possui um débito e um crédito com a mesma Pessoa Jurídica de Direito Público.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 37

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA


1. Extinção do Crédito Tributário

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

1. Extinção do Crédito Tributário

Previsão: art. 156, CTN

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos
termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do
artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva
na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação
anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições
estabelecidas em lei.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou
parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua
constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

a) Pagamento – arts. 157 a 169, CTN

O pagamento pode se dar de forma parcial ou total. O prazo para efetuar o pagamento será de até 30 dias contados
do recebimento da notificação.

a1) Formas de imputação de pagamento – art. 163, CTN.

✓ O recebimento do pagamento deve observar algumas ordens obrigatórias.

Exemplo: um devedor deve a chamada obrigação própria (como contribuinte) e a obrigação em responsabilidade
(como responsável), pela legislação tributária deve ser pago primeiramente os débitos na condição de contribuinte
para após responder pelos débitos na condição de responsável.

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✓ Ordem de imputação em relação aos tributos em espécies - pagar obrigatoriamente nesta ordem:

1. Débitos de contribuição de melhoria;


2. Taxas;
3. Impostos.

✓ Prazo Prescricional.

Os débitos com relação ao prazo prescricional devem ser pagos em ordem crescente, ou seja, paga-se os que já
estão para vencer.

✓ Valores.

Deve-se pagar na ordem decrescente do montante, ou seja, do maior para o menor valor.

a2) Consignação em Pagamento

Previsão: art. 164, CTN.

A consignação em pagamento é uma ação de procedimento especial.

Atenção: esta ação não visa discutir a exigibilidade do crédito tributário.

Hipóteses de cabimento da consignação em pagamento:

✓ Recusa no recebimento;
✓ Vinculação do cumprimento de uma obrigação tributária válida com outra inválida (não importa se principal ou
acessória) Exemplo: IPTU e taxa de iluminação pública.
✓ Bitributação.

Extinção do Crédito Tributário na Consignação em Pagamento: Ocorre quando existe a procedência do pedido com
a conversão do depósito realizado em renda a favor do ente público, ou seja, não é o fato de ingressar com a
consignação em pagamento que irá gerar a extinção do crédito.

a3) Dação em Pagamento de Bens Imóveis

Previsão: art. 156, CTN e regulamentada pela Lei 13.259/16.

O imóvel é fornecido para o FISCO e somente no momento da aceitação do imóvel ocorrerá a extinção do crédito.

Portanto, só há 02 formas de pagar tributo, com dinheiro ou com imóvel.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 36

ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO

CAUSAS QUE INTERFEREM NO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

CAUSAS QUE INTERFEREM NO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

São as causas de:

• Suspensão – art. 151, CTN e reguladas nos arts. 152 a 155-A do CTN.
• Extinção do crédito tributário – art. 156, CTN e reguladas do art. 157 a 174 do CTN;
• Exclusão do crédito tributário – art. 175, CTN e reguladas dos arts. 176 a 182 do CTN.

CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Previsão: art. 151, CTN.

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial;
VI – O parcelamento.

Diante da incidência de uma dessas causas o crédito não poderá ser cobrado, pois não é exigível, ou seja, a execução
fiscal não poderá ser proposta. Desta forma, o prazo para a propositura da execução fiscal estará suspenso.

O sujeito passivo (devedor) terá direito a uma certidão positiva com efeito de negativa que vale tanto quanto uma
certidão positiva.

O contribuinte não estará dispensado das obrigações tributárias acessórias, se não cumprir estas obrigações poderá
ser multado.

As causas de suspensão deverão ser interpretadas literalmente.

As causas de suspensão podem ser: MO- DE- RE- CO- PA.

• MO – moratória – art. 151, I do CTN regulada nos arts. 152 a 155 do CTN – a moratória é um benefício fiscal que
consiste na prorrogação do prazo para pagamento do tributo diante de uma situação excepcional, por exemplo,
catástrofes. A moratória pode ser restrita a uma determinada categoria de pessoas ou região do ente tributante.

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• DE – depósito do montante integral do débito – art. 151, II do CTN – esse depósito consiste em um direito por
parte do contribuinte, que pode fazer esse depósito na via administrativa ou via judicial. No entanto, este
depósito não pode ser requisito para propor ação em que se quer discutir o crédito tributário, pois viola o direito
de petição ao poder judiciário – súmula vinculante 28. A súmula 112 do STJ prevê que o depósito deve ser
integral e em dinheiro.
• RE – reclamações e recursos na esfera administrativa – art. 151, III do CTN – se o contribuinte apresenta uma
impugnação a exigibilidade do crédito tributário, este crédito estará suspenso até a decisão. A súmula vinculante
21 prevê que é inconstitucional a exigência de depósito prévio ou arrolamento de bens como requisito para
admissibilidade do recurso administrativo.
• CO – concessão de liminar em Mandado de Segurança – art. 151, IV – assim como concessão de liminar ou tutela
antecipada em outras ações tributárias – art. 151, V do CTN.
• PA – Parcelamento – art. 151, IV do CTN, regulado no art. 155-A do CTN – em regra incluirá as multas e os juros
e consiste na divisão da dívida.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 35

ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO

LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
ESPÉCIES E MODALIDADES DO LANÇAMENTO (Continuação)
3. Por homologação ou autolançamento
CAUSAS QUE INTERFEREM NO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Espécies e Modalidades do Lançamento (continuação)

1. Direto ou por ofício – art. 149, CTN.


2. Por declaração ou misto – art. 147, CTN.
3. Por homologação ou autolançamento – art. 150, CTN.

3. Por homologação ou autolançamento

Previsão: art. 150, CTN

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos


tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar
o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-
se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

A maioria dos tributos hoje são lançados por homologação.

Diante da prática do fato gerador pelo contribuinte o mesmo presta uma declaração ao FISCO com todas as
informações fáticas e calcula o valor do tributo, fazendo o pagamento antecipado, e aguarda a homologação por
parte do FISCO. Exemplos: ICMS, IPI, IR e Contribuições Especiais.

Quando for feita a homologação extinto será o crédito tributário.

A homologação poderá ser tácita ou expressa.

Caso não ocorra a homologação em 05 anos da ocorrência do fato gerador, ocorrerá a homologação tácita e extinto
será o crédito tributário.

A homologação de forma tácita ocorrerá diante da inércia do FISCO para realizar a homologação expressa – art.
150, §4º, CTN.

Ler as súmulas 360, 436 e 446 do STJ.

O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos lançados por homologação em que houve a
declaração e o tributo foi pago a destempo – súmula 360 do STJ.

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Súmula 360/STJ. O benefício da denúncia espontânea não se aplica
aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente
declarados, mas pagos a destempo.

A súmula 436 do STJ menciona que realizada a declaração pelo contribuinte haverá a constituição do crédito
tributário, não sendo necessária nenhuma atitude por parte do FISCO, por isso não há mais em que se falar em
decadência, mas apenas em prescrição.

Súmula 436/STJ. A entrega de declaração pelo contribuinte


reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco.

A súmula 446 do STJ menciona que se o contribuinte fez a declaração e não efetuou o pagamento do tributo o
contribuinte não terá direito a certidão negativa de débitos, nem a certidão positiva com efeito de negativa.

Súmula 446/STJ. Declarado e não pago o débito tributário pelo


contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou
positiva com efeito de negativa.

CAUSAS QUE INTERFEREM NO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

São as causas de:

• Suspensão – art. 151, CTN e reguladas nos arts. 152 a 155-A do CTN.
• Extinção do crédito tributário – art. 156, CTN e reguladas do art. 157 a 174 do CTN;
• Exclusão do crédito tributário – art. 175, CTN e reguladas dos arts. 176 a 182 do CTN.

Quando estivermos diante de causa de suspensão ou exclusão do crédito tributário não haverá dispensa do
cumprimento das obrigações tributárias acessórias.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 34

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
ESPÉCIES E MODALIDADES DO LANÇAMENTO
1. Direto ou por ofício
2. Por declaração ou misto

LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Previsão: art. 142, CTN.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa


constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Diante do fato gerador nascerá a obrigação tributária principal. Nascida a OTP os elementos precisam ser
materializados e isso se dará diante do lançamento tributário.

A principal função do lançamento tributário é constituir o crédito tributário.

Conceito: compete a autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. O procedimento
administrativo que tem por fim:

• Verificar a ocorrência do fato gerador;


• Determinar a matéria tributável;
• Calcular o montante do tributo;
• Identificar o sujeito passivo;
• Impor penalidades.

Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributável estiver expresso em moeda estrangeira, no
lançamento haverá a conversão em moeda nacional, utilizando-se o câmbio do dia da ocorrência do fato gerador,
nos termos do art. 143 do CTN.

Nos termos do art. 144 do CTN ao lançamento aplica-se a lei do momento da ocorrência do fato gerador, salvo, nas
hipóteses do art. 106 e 144, §1º, CTN, aplicando-se a lei do tempo do lançamento.

Notificado o sujeito passivo o lançamento poderá ser alterado apenas nas hipóteses do art. 145, CTN, desde que
não tenha ocorrido a decadência.

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só


pode ser alterado em virtude de:

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I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos
previstos no artigo 149.

Espécies e Modalidades do Lançamento

1. Direto ou por ofício – art. 149, CTN.


2. Por declaração ou misto – art. 147, CTN.
3. Por homologação ou autolançamento.

1. Direto ou por ofício

Previsão: art. 149, CTN

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade


administrativa nos seguintes casos:
[...]

Realizado exclusivamente pela autoridade administrativa. O auto de infração imposição de multa é um tipo de
tributo lançado de ofício. Exemplos: IPTU, IPVA, Taxas, Contribuições de Melhoria.

2. Por declaração ou misto

Previsão: art. 147, CTN

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito


passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação
tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre
matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

É chamado de lançamento por declaração ou misto, pois tem a participação tanto do sujeito passivo (contribuinte)
que presta uma declaração acerca dos elementos fáticos, quanto do sujeito ativo (FISCO) que diante desta
declaração fará o lançamento do crédito tributário. Exemplos: ITCMD, ITBI.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 33

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR INFRAÇÕES

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR INFRAÇÕES

Previsão: arts. 136 a 138 do CTN

Quando se fala em responsabilidade tributária por infrações, quer ser dizer que estamos diante de uma multa
(penalidade pecuniária).

A penalidade trata-se de matéria que se subsume ao princípio da legalidade, o contribuinte só será obrigado a pagar
a multa se houver previsão legal, nos termos do art. 97, V do CTN.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


[...] V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões
contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

A infração tributária ocorrerá quando alguém descumprir algo que está previsto na legislação tributária.

A penalidade tributária se sujeita ao princípio da vedação ao confisco, pois a multa não poderá ser confiscatória e
poderá ser excluída pela denúncia espontânea. A denúncia espontânea está disciplinada no art. 138, CTN.

Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações independe da intenção do agente ou do
responsável, e da efetividade, da natureza bem como da extensão dos efeitos do ato, nos termos do art. 136 do
CTN. Desta forma, consiste em uma responsabilidade objetiva.

Na denúncia espontânea o contribuinte procura o FISCO e realiza uma confissão dizendo que cometeu uma infração
a legislação tributária e efetua o pagamento do tributo devido com os juros de mora.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da


infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido
e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de
apuração.

Efetuada a confissão e o pagamento o contribuinte terá realizado uma denúncia espontânea, e a responsabilidade
tributária por infrações será excluída, ou seja, haverá dispensa do pagamento das multas.

A jurisprudência entende que a multa moratória e a punitiva serão dispensadas.

Não será considerada espontânea a denúncia realizada após o início de qualquer procedimento administrativo,
bem como de medida de fiscalização relacionados a infração.

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Ler as súmulas 360 e 436 do STJ.

Súmula 360/STJ. O benefício da denúncia espontânea não se aplica


aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente
declarados, mas pagos a destempo.

Súmula 436/STJ. A entrega de declaração pelo contribuinte


reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 32

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
5. Responsabilidade de Terceiros – art. 134 e 135, CTN

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

5. Responsabilidade de Terceiros – art. 134 e 135, CTN

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento


da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente
com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados
ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos
por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida
ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos
tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles,
em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de
penalidades, às de caráter moratório.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos


correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social
ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de
direito privado.

O art. 134 do CTN prevê que no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação tributária
principal pelo contribuinte respondem nos termos do CTN solidariamente os terceiros (valor do tributo + multa
moratória), nos atos que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis (deriva de atuação regular de
terceiro).

O STJ entende que esta responsabilidade seria subsidiária e não solidária.

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A responsabilidade tributária de terceiro que dispõe o art. 135, CTN, surge por uma atuação irregular de terceiro,
agindo com excesso de poder.

Embora o CTN disponha que a responsabilidade é pessoal, o STJ tem entendido ser subsidiária.

Súmula 430 STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela


sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-
gerente.

Ocorrerá presunção relativa de dissolução irregular, quando a empresa alterar o endereço e não comunicar os
órgãos competentes.

Súmula 435 do STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa


que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos
órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução
fiscal para o sócio-gerente. (Súmula 435, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado
em 14/04/2010, DJe 13/05/2010)

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 31

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
4. Responsabilidade tributária dos sucessores empresarial – art. 132, 133, CTN

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA (continuação)

4. Responsabilidade tributária dos sucessores empresarial – art. 132, 133, CTN.

b) Trespasse – art. 133, CTN.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir


de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento
comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio,
indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na
exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão. (Grifo Nosso)

A pessoa natural ou jurídica que adquirir de outra, fundo de comércio, estabelecimento comercial, profissional ou
industrial e continuar a exploração da atividade sob a mesma ou outra razão social ou sob firma individual
responde pelos tributos assim como multas devidas até a data do ato.

A responsabilidade do adquirente poderá ser integral ou subsidiária.

O adquirente responderá integralmente se o alienante cessar a exploração da atividade, ou se iniciar nova ou a


mesma atividade após 06 meses do ato de trespasse.

O adquirente responderá subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na atividade ou iniciar dentro de
06 meses do ato nova atividade no mesmo ou em outro ramo, ocorrerá o chamado benefício de ordem.

Exceção art. 133, §1º - se o adquirente comprar a empresa judicialmente (falência ou recuperação judicial), o
adquirente não responderá por nenhum débito tributário.

Art. 133. [...]


§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de
alienação judicial: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de
recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Atenção: Exceção da exceção – art. 133, §2º - se ficar provado que o adquirente era sócio ou familiar em até 4º
grau consanguíneo ou afim da empresa falida ou em recuperação judicial, haverá responsabilidade no pagamento
das dívidas da empresa.

Art. 133 [...]


§ 2º Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o
adquirente for: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou
sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau,
consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial
ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005)
III – identificado como agente do falido ou do devedor em
recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 30

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
3. Responsabilidade tributária dos sucessores “causa mortis” – art. 131, II e III, CTN
4. Responsabilidade tributária dos sucessores empresarial – art. 132, 133, CTN.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

3. Responsabilidade tributária dos sucessores “causa mortis” – art. 131, II e III, CTN.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


[...]
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos
devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada
esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da
meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão.

Quando alguém falece e deixa dívida tributária quem responderá por elas até a data da abertura da sucessão será
o espólio, na condição de responsável.

O espólio praticará o fato gerador em relação ao IPTU do imóvel durante a tramitação do inventário, ou seja, será
contribuinte em relação aos fatos geradores acontecidos durante a tramitação do inventário, nessa situação
passa a ser contribuinte.

O processo de inventário terminará com a partilha ou a adjudicação, no entanto, pode chegar no momento da
partilha ou da adjudicação e existirem débitos tributários, neste caso, responderão pelos débitos os sucessores e
o cônjuge-meeiro.

Os sucessores, o cônjuge-meeiro ou o legatário serão os responsáveis pela dívida tributária, responsabilidade


limitada até o montante do quinhão do legado ou da meação.

Na responsabilidade dos sucessores ou “causa mortis” o responsável responderá apenas pelas multas moratórias,
multa punitiva não responderá.

4. Responsabilidade tributária dos sucessores empresarial – art. 132, 133, CTN.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão,


transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável
pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de
direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de
extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração
da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual. (Grifo Nosso)

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir


de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento
comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio,
indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na
exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.

Quem compra uma empresa com dívida tributária responderá por elas.

A empresa sucessora nos termos da súmula 554 do STJ responderá pelos valores relativos aos tributos, multas
moratórias e multas punitivas.

Súmula 554. Na hipótese de sucessão empresarial, a


responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos
devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da
sucessão. (Súmula 554, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJ
15/12/2015)

A responsabilidade dos sucessores empresarial pode ser de 02 espécies:

• Operações societárias – art. 132, CTN;


• Trespasse – art. 133, CTN.

a) Operações Societárias – art. 132, CTN

A pessoa jurídica de direito privado que resultar de alguma operação societária (fusão, transformação,
incorporação) é responsável pelos tributos, multas (moratória e punitiva), devidos até a data do ato.

A cisão está regulada na Lei de Sociedade Anônima, neste caso, as 02 empresas responderão pelos débitos
tributários de modo solidário.

O art. 132, parágrafo único prevê que quando há extinção de uma Pessoa Jurídica e a atividade continua a ser
exercida por um dos sócios, este sócio responderá pelas dívidas tributárias.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 29

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Responsabilidade tributária dos sucessores imobiliária – art. 130, CTN
2. Responsabilidade tributária dos sucessores mobiliária – art. 131, I, CTN

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA (continuação)

Diz respeito ao sujeito passivo, e a pessoas que tem obrigação do pagamento do tributo, mesmo que não tenha
praticado o fato gerador.

A responsabilidade tributária é dividida em:

• Responsabilidade tributária dos sucessores – art. 129 a 133 do CTN, e subdivide-se em:
o Responsabilidade tributária imobiliária – art. 130, CTN;
o Responsabilidade tributária mobiliária – art. 131, I, CTN;
o Responsabilidade tributária “causa mortis” – art. 131, II e III, CTN;
o Responsabilidade tributária empresarial – art. 132 e 133, CTN.

• Responsabilidade tributária de terceiros – art. 134 a 135 do CTN;

• Responsabilidade tributária por infrações – art. 136 a 138 do CTN.

1. Responsabilidade tributária dos sucessores imobiliária – art. 130, CTN.

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato


gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens
imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se
na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título
a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-
rogação ocorre sobre o respectivo preço.

2. Responsabilidade tributária dos sucessores mobiliária – art. 131, I, CTN.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:

I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens


adquiridos ou remidos; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 28,
de 1966)

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Quem compra um bem móvel responderá pelas dívidas tributárias deste bem. Com relação ao bem móvel
adquirido em hasta pública, o STJ tem se manifestado no sentido de que em se tratando de arrematação de
veículos, eventuais dívidas estarão sub-rogadas no preço.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 28

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. Responsabilidade tributária dos sucessores imobiliária – art. 130, CTN.

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA

A capacidade tributária passiva é a aptidão para a prática de fato gerador, aptidão para ser contribuinte.

Não confundir capacidade tributária passiva com capacidade tributária ativa que diz respeito ao sujeito ativo e
que se trata do poder de arrecadação e fiscalização dos tributos.

A capacidade tributária passiva está prevista no art. 126, CTN.

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando
que configure uma unidade econômica ou profissional. (Grifo Nosso)

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Diz respeito ao sujeito passivo, e a pessoas que tem obrigação do pagamento do tributo, mesmo que não tenha
praticado o fato gerador.

A responsabilidade tributária é dividida em:

• Responsabilidade tributária dos sucessores – art. 129 a 133 do CTN, e subdivide-se em:
o Responsabilidade tributária imobiliária – art. 130, CTN;
o Responsabilidade tributária mobiliária – art. 131, I, CTN;
o Responsabilidade tributária “causa mortis” – art. 131, II e III, CTN;
o Responsabilidade tributária empresarial – art. 132 e 133, CTN.

• Responsabilidade tributária de terceiros – art. 134 a 135 do CTN;

• Responsabilidade tributária por infrações – art. 136 a 138 do CTN.

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1. Responsabilidade tributária dos sucessores imobiliária – art. 130, CTN.

Os créditos tributários relativos a impostos sobre propriedade, domínio útil, taxa de prestação serviço,
contribuições de melhoria, sub-rogam-se para a pessoa do respectivo adquirente.

Quem compra um bem imóvel com dívida tributária responde por elas, salvo:

• Se constar no título prova de quitação dos tributos, ou seja, se na escritura pública constar que foram
apresentadas certidões negativas do imóvel;

• Se adquirir o bem imóvel em hasta pública, o adquirente também não responderá pelos débitos
tributários anteriores.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 27

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA


1. Sujeito Passivo

SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

1. Sujeito Passivo

Espécies:

Contribuinte – sujeito passivo direto – pessoa que tem relação pessoal e direta com o fato gerador, pode ser
pessoa física ou jurídica. Exemplo: proprietário de imóvel, proprietário de veículo automotor.

Responsável – sujeito passivo indireto – pessoa que sem ser o contribuinte, mantém relação indireta com o fato
gerador e terá obrigação de pagar o tributo ou a penalidade porque a lei assim prevê.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada


ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa de lei.

O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações positivas (fazer), e prestações negativa
(não-fazer) – art. 122, CTN.

Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada


às prestações que constituam o seu objeto.

O art. 123, do CTN prevê que as convenções particulares não podem ser apresentadas perante a Fazenda Pública
para alterar o sujeito passivo previsto na lei. Exemplo: locador e locatário.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções


particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de
tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes.

Esta convenção contratual é válida entre particulares, e se necessário poderá ser utilizado para propor ação de
regresso.

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Trespasse – há responsabilidade tributária do adquirente, com relação a eventuais cobranças tributárias do
sucedido.

Súmula 614, STJ – legitimidade ativa do locatário.

Súmula 614-STJ. O locatário não possui legitimidade ativa para


discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao
imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos. STJ. 1ª
Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 26

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA
1. Solidariedade Passiva

SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA

Solidariedade no CTN:

Previsão: art. 124 e 125 do CTN.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua
o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta
benefício de ordem.

Solidariedade Ativa – quando 02 ou mais pessoas são credoras, ou seja, tem o direito de exigir um prestação.

Solidariedade Passiva – quando 02 ou mais pessoas são devedoras, ou seja, tem o dever de uma obrigação.

No direito tributário não existe solidariedade ativa, não é possível que 02 ou mais pessoas sejam credoras da
obrigação, será possível apenas a solidariedade passiva.

1. Solidariedade Passiva

Hipóteses de solidariedade em matéria tributária.

a) Pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador – solidariedade de fato ou
natural. Exemplo: 02 ou mais pessoas proprietárias de um mesmo imóvel. (De fato).

b) Pessoas designada pela lei. Exemplo: art. 134, CTN. (De direito).

A solidariedade passiva tributária não comporta benefício de ordem, pois não há subsidiariedade.

Efeitos da Solidariedade em Matéria Tributária:

Previsão: art. 125, CTN.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os


efeitos da solidariedade:

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I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos
demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados,
salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso,
a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos
obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

a) O pagamento efetuado por um aproveitará aos demais.

b) Isenção ou remissão libera todos os obrigados, salvo, se for pessoal, hipótese em que permanecerá a
solidariedade entre os demais pelo saldo remanescente.

Isenção – dispensa de pagar um tributo.


Remissão – perdão de pagar um tributo.

c) Interrupção da prescrição, a favor ou contra, gerará efeitos para todos.

Interrupção da prescrição (prazo zera), diz respeito ao prazo para cobrar o crédito tributário.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 25

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
2. Sujeitos da Obrigação Tributária
2.1. Sujeito Ativo
2.2. Sujeito Passivo

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Previsão: art. 113, CTN.

A obrigação tributária pode ser principal ou acessória (já estudado).

2. Sujeitos da Obrigação Tributária

• Sujeito Ativo – credor – art. 119, CTN.

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito


público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
(Grifo Nosso)

• Sujeito Passivo – devedor – art. 121, CTN.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada


ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

O sujeito ativo é o credor, a pessoa que tem o direito de exigir a prestação.

O sujeito passivo é o devedor, a pessoa que tem o dever de cumprir uma obrigação.

2.1. Sujeito Ativo

É a pessoa titular da competência para exigir o seu cumprimento.

Atenção: Competência Tributária é diferente da Capacidade Tributária Ativa.

Competência Tributária é o poder atribuído pela CF aos entes federados.

Capacidade Tributária Ativa é o poder para arrecadar, fiscalizar os tributos, é quem estará na posição de sujeito
ativo.

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Atenção: se o ente titular da competência tributária tiver delegado a capacidade tributária ativa, será sujeito
ativo quem tiver a capacidade tributária ativa.

Exemplo: Os conselhos profissionais possuem Capacidade Tributária Ativa.

2.2. Sujeito Passivo

É a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou ao pagamento da penalidade pecuniária.

O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada a fazer ou não-fazer algo – art. 122, CTN.

Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada


às prestações que constituam o seu objeto.

O sujeito passivo será o devedor, o artigo 121 do CTN dispõe que será a pessoa física ou jurídica obrigada ao
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária.

O sujeito passivo é dividido em 02 espécies:

• Contribuinte;
• Responsável.

Art. 121. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal


diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa de lei.

Ambos os sujeitos passivos poderão ser devedores.

O contribuinte é a pessoa que pratica o fato gerador, em regra, é o devedor do tributo.

O responsável é um terceiro que não praticou o fato gerador, mas mantém uma relação indireta com o fato
gerador, é quem tem obrigação de pagar o tributo porque a lei assim prevê. Exemplo: compra de uma empresa
com dívidas tributárias; herdeiros; responsável por pessoas menores proprietárias de imóvel.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 24

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. Obrigação Tributária
1.1. Obrigação Tributária Principal
1.2. Obrigação Tributária Acessória

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

1. Obrigação Tributária

Previsão: Art. 113, CTN.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador,
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,
converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade
pecuniária.

Há 02 tipos de obrigações tributárias:

• Principal – OTP – art. 113, §1º, CTN.


• Acessória – OTA – art. 113, §§ 2º e 3º, CTN.

A obrigação tributária principal trata-se da obrigação de pagar tributo ou penalidade. Exemplos: pagamento de
IR, ISS, etc. Esta obrigação só poderá decorrer de lei.

A obrigação tributária acessória trata-se da obrigação de fazer ou não fazer. Exemplos: obrigação de emitir nota
fiscal, manter os livros contáveis fiscais em dia, não receber mercadoria desacompanhada de nota fiscal, etc.

1.1. Obrigação Tributária Principal

Previsão: art. 113, §1º, CTN

A OTP tem conteúdo patrimonial, consiste em uma prestação de dar ou pagar.

A OTP se subsume ao Princípio da Legalidade, só poderá ser compelido a pagar um tributo ou uma penalidade, se
houver previsão em lei.

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A OTP principal surge com o fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo, bem como penalidades
pecuniárias, ou seja, as multas.

A OTP extingue-se conjuntamente com o crédito dela decorrente.

1.2. Obrigação Tributária Acessória

Previsão: art. 113, §§ 2º e 3º do CTN.

A OTA não tem conteúdo patrimonial, consiste em obrigações de fazer ou não fazer, por conta disso alguns
doutrinadores chamam esta obrigação de deveres formais ou não formais.

A OTA decorre de previsão na legislação tributária e tem por objetivo prestações positivas (fazer – emitir nota
fiscal) e prestações negativas (não-fazer – não receber mercadoria desacompanhada de nota fiscal).

Estas prestações são estabelecidas em prol da arrecadação e da fiscalização do tributo.

Obrigação Tributária Acessória de forma autônoma:

Embora a pessoa seja imune ou isenta da obrigação tributária principal, será obrigada a cumprir a obrigação
tributária acessória.

Descumprimento de Obrigação Tributária Acessória:

A obrigação tributária acessória pelo simples fato de sua inobservância converte-se em obrigação tributária
principal no que diz respeito a penalidade pecuniária aplicada, nos termos do §3º do art. 113.

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Aula: 23

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
4. Integração
5. Interpretação

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

4. Integração (continuação)

Previsão: art. 108, CTN.

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade


competente para aplicar a legislação tributária utilizará
sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a equidade.

A integração será aplicada na ausência de disposição expressa, ou seja, diante de um caso de omissão na
legislação, já que o aplicador do direito tributário não poderá se eximir da resolução do problema.

As regras deverão ser utilizadas de forma sucessiva.

Analogia consiste em pegar a regra de um caso análogo e aplicá-lo para um caso em que não há previsão expressa
na legislação.

Da aplicação da analogia não poderá ocorrer a exigência de tributo não previsto em lei, nos termos do §1º do art.
108, CTN.

Art. 108, § 1º. O emprego da analogia não poderá resultar na


exigência de tributo não previsto em lei.

Primeiro utiliza-se os princípios gerais de direito tributário que são os princípios específicos, previstos no art. 150
da CF.

Os princípios gerais de direito público são utilizados posteriormente.

Se depois de utilizado a analogia, os princípios de direito tributário e os princípios de direito público, ainda assim
a omissão não for resolvida o legislador deverá aplicar a equidade, ou seja, a forma que entende ser mais justa.

Da equidade não poderá haver a dispensa de tributo previsto na lei, nos termos do §2º do art. 108 do CTN.

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Art. 108, § 2º. O emprego da equidade não poderá resultar na
dispensa do pagamento de tributo devido.

5. Interpretação

5.1. Interpretação literal

Interpretação significa buscar o sentido ou o alcance da norma.

Algumas normas tributárias estarão sujeitas e interpretação literal, previsto no art. 111, CTN.

A interpretação literal significa no exato sentido da norma, ou seja, o CTN impõe que algumas regras tributárias
não podem ser interpretadas de forma restritiva ou ampliada.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que


disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Suspensão do crédito tributário – art. 151, CTN.


Exclusão crédito tributário – art. 175, CTN – anistia e isenção.

5.2. Interpretação Benéfica ou Benigna

Previsão: art. 112, CTN.

A norma tributária que estabeleça uma penalidade deverá ser interpretada da forma mais favorável ao
contribuinte, quando houver dúvida sobre qual foi a infração cometida ou qual penalidade deverá ser aplicada.

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina


penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado,
em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza
ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. (Grifo
Nosso)

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Aula: 22

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
2. Vigência
3. Aplicabilidade
4. Integração

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

2. Vigência (continuação)

2.1. Vigência no Espaço

Significa estudar em qual local a legislação tributária deve vigorar.

A regra é a territorialidade, a legislação tributária vigora no âmbito territorial da entidade que a expediu.

Exceção: extraterritorialidade, ou seja, a norma vigora fora ou além do âmbito territorial da entidade que a
expediu. A possiblidade da extraterritorialidade decorre das situações previstas no art. 102 do CTN, que dispõe
que a lei tributária terá extraterritorialidade quando:

• Decorrer da celebração de convênios;


• Houver norma geral da União estabelecendo extraterritorialidade – deve ser uma lei complementar, nos
termos do art. 146, III, CF.

Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos
limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de
que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas
gerais expedidas pela União. (Grifo Nosso)

Art. 146 da CF. Cabe à lei complementar:


[...]
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
[...]

2.2. Vigência no Tempo

Previsão: art. 1º LINDB, salvo disposição em contrário a lei entrará em vigor 45 dias depois de oficialmente
publicada.

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Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

O CTN traz normas específicas de vigência sobre as normas complementares, previsto no art. 103 do CNT.

Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:


I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na
data da sua publicação;
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus
efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data
neles prevista.

3. Aplicabilidade

Previsão: art. 105 e 106 do CTN.

A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores pendentes, aqueles que iniciaram na vigência
de uma lei e terminarão na vigência de outra lei - art. 116, CTN.

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos


geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja
ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do
artigo 116.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de
ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei
vigente ao tempo da sua prática.

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido


o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os
efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.

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No âmbito tributário prevalece o princípio da irretroatividade da Lei Tributária, princípio previsto no art. 150, III,
“a”, CF.

Exceções: a lei tributária poderá retroagir nas hipóteses do art. 106, 144, §1º do CTN.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência
da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto
na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
[...]

4. Integração

A integração será utilizada quando não houver regra específica regulando um determinado caso.

Não confundir integração com interpretação.

Interpretar significa buscar o sentido e o alcance de algo, a integração significa sanar lacuna da legislação.

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Aula: 21

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. Conceito
2. Vigência

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

1. Conceito

Previsão: art. 96, CTN.

A legislação tributária compreende as Leis (ato emanados do Poder Legislativo), os Tratados e as Convenções
Internacionais, os Decretos e as Normas Complementares (art. 100 do CTN).

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os


tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e
relações jurídicas a eles pertinentes.

Alguns assuntos só poderão ser tratados por lei, nos termos do art. 97 do CTN.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto
nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal,
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito
passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo,
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias
a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

No entanto, pode ter um decreto, uma norma complementar, fixando obrigações acessórias, pois a matéria não
ficou reservada somente a lei.

Atos contidos nas normas complementares:

Previsão: art. 100, CTN.

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Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo
exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a
atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

Observações art. 100:

Inciso I - Atos normativos expedidos por autoridade administrativa – portaria, ordem de serviço, instrução
ministerial, instrução da receita federal.

Inciso II – Decisões de órgãos de 1º e 2º grau de jurisdição administrativa.

Inciso III – Costumes administrativos.

Inciso IV – Convênios celebrados entre os entes da federação.

2. Vigência

Previsão: art. 101, CTN.

Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária


rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em
geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.

Estudar vigência significa estudar a vigência no espaço e no tempo.

A vigência no espaço diz respeito ao local em que a lei vigora.

A vigência no tempo refere-se a partir de quando a lei tributária começará a vigorar. Com relação a aplicação no
tempo quando não houver previsão específica no CTN será aplicado o previsto na LINDB.

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Disciplina: Direito Tributário
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Aula: 20

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
1.5. Contribuições Especiais

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

1.5. Contribuições Especiais

c) Interesse de categorias profissionais ou econômicas:

São as chamadas contribuições profissionais ou corporativas.

São obtidas para gerar recurso no interesse de instituições representativas de uma categoria profissional ou
econômica, bem como, para financiar atividade de fiscalização de uma categoria profissional ou econômica.
Exemplo: contribuição para conselho de medicina, arquitetura, dentista, etc.

São as contribuições instituídas pela União, cuja capacidade tributária (poder de arrecadação e fiscalização) será
delegada para um órgão representativo de categoria profissional a capacidade tributária ativa, são as chamadas
contribuições de classe ou contribuições profissionais.

Esta contribuição tem como característica o fato se ser parafiscal, pois o valor arrecadado será destinado a categoria
profissional que ficará com este valor.

d) Custear o serviço de iluminação pública:

É a chamada contribuição de iluminação pública, representada pela sigla COSIP ou CIP.

Esta contribuição não está na redação originária da CF, foi fruto da EC 39/02.

As contribuições especiais são atribuídas em regra pela União, entretanto, esta é a primeira exceção a esta regra,
pois a contribuição de iluminação pública e a COSIP não serão instituídas pela União, a competência tributária foi
atribuída aos Municípios, bem como ao DF.

Nos termos do parágrafo único do art. 149, esta contribuição poderá ser cobrada na fatura de energia elétrica.

Art. 149. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a


que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.

O serviço de iluminação pública no passado era custeado por taxa, no entanto, a taxa da iluminação não faz parte
de um serviço público e divisível por isso o STF declarou que é inconstitucional a taxa de iluminação pública, e o fez
via súmula vinculante nº 41. Esta súmula foi fruto da conversão da súmula 670 do STF.

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Súmula vinculante 41/STF. O serviço de iluminação pública não pode
ser remunerado mediante taxa.

Há uma segunda exceção, trata-se da contribuição social previdenciária que está prevista no art. 149, §1º, CF, de
modo que os Estados, o DF e os Municípios poderão instituir contribuição previdenciária a ser cobrada dos seus
servidores para custear o sistema previdenciário próprio do ente federado, isso para os servidores concursados.

Art. 149, § 1º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão


contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício
destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota
não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos
efetivos da União.

Fazer a leitura do art. 149, §2º, CF, que prevê que a contribuição social e a contribuição no domínio econômico não
incidiram nas rendas ou receitas decorrentes da exportação, mas incidiram na importação de produtos estrangeiros
e de serviços.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 19

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS


1.5. Contribuições Especiais

TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

1.5. Contribuições Especiais

Previsão: art. 149, 149-A e art. 195 CF.

Compete a União à instituição das contribuições especiais, o art. 149 estabelece a finalidade pelas quais estas
contribuições poderão ser atribuídas. Há 02 exceções a esta regra.

São tributos com finalidades constitucionalmente definidas. São espécies de tributos que possuem destinação
específica para o produto de sua arrecadação.

A contribuição é gênero que comporta espécies.

As finalidades que poderão ensejar a instituição de contribuições especiais são:


• Contribuição social;
• Contribuição de intervenção no domínio econômico – CIDES;
• Contribuição instituída no interesse de categorias profissionais ou econômicas;
• Assegurar e custear o serviço de iluminação pública.

a) Contribuições sociais – art. 194 e ss., CF.

São divididas em 03 espécies:

a1) Garantir a seguridade social – art. 195, CF. Podem ser identificadas pelas contribuições que são instituídas pela
União para custear o SPA (Saúde, Previdência e Assistência Social). Exemplo: PIS, COFINS. Não observarão a
anterioridade anual, mas observarão a noventena – art. 195, §6º, CF.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de


forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
[...] § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão
ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, "b".

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a2) Outras contribuições sociais – possibilidade da União criar uma contribuição para a seguridade social que não
foi prevista no art. 195, §4º, CF. São as chamadas contribuições sociais para seguridade social residual (ou nova),
deverão observar o art. 154, I, CF (Lei Complementar).

A regra é que as contribuições especiais sejam criadas por lei ordinária. Deverá ser não cumulativa e não poderá
utilizar fato gerador e base de cálculo de outra contribuição social já criada. Neste caso, há competência tributária
residual.

a3) Contribuições sociais gerais – custeiam a atuação do Estado em outros campos sociais que não a saúde,
previdência e assistência social. Exemplo: salário e educação servem para custear o ensino público fundamental –
art. 212, §5º, CF, súmula 732, STF, assim como as contribuições para o sistema “S”, ou seja, serviços sociais
autônomos – art. 240, CF.

b) Intervir no domínio econômico

São as chamadas contribuições interventivas, são conhecidas pela sigla CIDE. Exemplos: CIDE combustível e CIDE
royalties.

São tributos que tem finalidade de estimular ou desestimular a prática de uma atividade. Exemplo: financiar
projetos ambientais, financiar a estruturação de empresas que comercialização petróleo ou gás natural.

c) Interesse de categorias profissionais ou econômicas

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 18

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
1.4. Empréstimos Compulsórios

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

1.4. Empréstimos Compulsórios

Previsão: art. 148, CF e art. 15 do CTN.

Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode


instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender
com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Os empréstimos compulsórios constituem espécies de tributos cujo fato gerador será não vinculado a uma
atividade estatal, não são contra prestacionais e constituem uma espécie de tributo com características peculiares.

Por ser empréstimo é preciso devolver o valor emprestado, é um tributo restituível e não são retributíveis.

Atenção: Não confundir restituíveis com retributíveis. As contribuições de melhorias e as taxas são retributíves, os
empréstimos compulsórios são restituíveis.

O art. 15, parágrafo único dispõe que a lei instituidora do empréstimo compulsório deverá trazer o prazo do
empréstimo compulsório e as condições do seu resgate.

Art. 15. Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do


empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for
aplicável, o disposto nesta Lei.

O STF já se manifestou no sentido de que a restituição do empréstimo compulsório deverá ser devolvido em
dinheiro.

A regra é de que os tributos deverão ser instituídos por lei ordinária, excepcionalmente serão instituídos por lei
complementar. Serão instituídos por Lei Complementar os tributos que a Constituição Federal determinar, é o caso
deste tributo, ou seja, este tributo “nunca” poderá ser instituído por Medida Provisória – art. 62, §1º, III, CF.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
[...] III – reservada a lei complementar;

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ATENÇÃO: Somente a União tem competência tributária para instituir os empréstimos compulsórios.

Além dos empréstimos compulsórios serem restituíveis também constituem espécies de tributos finalísticos, ou
seja, só poderão ser instituídos perante 02 hipóteses – art. 148, CF.

• Atender despesas extraordinárias;


• Investimento público urgente ou relevante.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir


empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

i. Despesas extraordinárias são despesas não previstas, que não foram elencadas na lei orçamentária. Estas
despesas novas somente poderão derivar de calamidade pública ou guerra externa (iminência).

ii. Investimento público – este investimento público deve ser urgente e de relevante interesse nacional.

O parágrafo único do art. 148, CF menciona que o empréstimo compulsório uma vez criado, exige que seja realizado
na despesa ou na situação que ensejou a sua criação, ou seja, a aplicação desses recursos está vinculada a despesa
que fundamentou a sua instituição.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de


empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou
sua instituição.

Todo tributo novo ou majorado deve observar a anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal, esta é a regra.

IMPORTANTE: o Empréstimo Compulsório instituído para atender despesas extraordinárias constitui exceção a
anterioridade anual e nonagesimal, ou seja, uma vez publicada a lei complementar poderá ser cobrado
imediatamente. No entanto, ter atenção, pois no caso do inciso II (investimento público de caráter urgente e
relevante interesse nacional NÃO HÁ EXCEÇÃO a anterioridade anual ou nonagesimal, ou seja, mesmo sendo
urgente precisará cumprir a anterioridade anual e nonagesimal – art. 150, §1º, CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...] § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos
nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c,
não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e
154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos
arts. 155, III, e 156, I.
O art. 15, III do CTN não foi recepcionado pela CF de 1988, já que não há previsão no art. 148, da possibilidade da
criação de empréstimos compulsórios diante de conjuntura econômica que exija à absorção temporária do poder
aquisitivo (Collor).

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Milena Sellmann
Aula: 17

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
1.3. Contribuição de Melhoria

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Instagram: @milenasellmann
Email: milenasellmann@hotmail.com

As espécies tributárias são 05, o STF já se posicionou neste sentido, adotando a corrente pentapartite.

• Impostos;
• Taxas;
• Contribuições de Melhoria;
• Empréstimos compulsórios;
• Contribuições especiais.

O CTN faz referência há apenas a 03 espécies tributárias (impostos, taxas e contribuição de melhoria), todavia, a CF
elencou como espécies tributárias os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais.

Os artigos relacionados ao empréstimo compulsório e as contribuições especiais (arts. 148 e 149 da CF) estão
previstos dentro do sistema tributário nacional, sendo assim, o constituinte originário desejou que estes 02 tributos
fossem considerados espécies tributárias.

Os emolumentos constituem taxa de prestação de serviço. E são espécies de tributos vinculados a uma atividade
estatal, ou seja, para que uma taxa seja criada é preciso que contemple como fato gerador uma atividade estatal.

As atividades estatais são o exercício do poder de policia ou a prestação de serviço público.

O serviço público deve ser específico e divisível para ser custeado por taxa, daí surge os emolumentos.

1.3. Contribuição de Melhoria

Previsão: art. 145, III, CF, arts. 81 e 82 do CTN e decreto-lei 195/67.

Contribuição de melhoria constitui a terceira espécie de tributo.

As contribuições de melhorias é uma espécie tributária contraprestacional ou retributiva, isso porque para que uma
contribuição de melhoria seja cobrada é preciso uma contribuição por parte do FISCO, realizando uma obra pública
que irá gerar uma valorização imobiliária.

As contribuições de melhoria são retributiva, pois com esta contribuição há uma restituição aos cofres públicos do
que foi gasto para realização da obra.

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Não basta a realização da obra pública é preciso que haja uma valorização imobiliária no imóvel do contribuinte.

Se houver desvalorização o contribuinte não pode ser compelido a retribuir os cofres públicos o que foi gasto com
a obra.

A contribuição de melhoria deve ser instituída por lei ordinária – Princípio da Legalidade Tributária, de forma que
é possível a instituição deste tributo por medida provisória.

Poderá ser instituído por lei da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, pois a contribuição de melhoria tem
competência tributária comum, ou seja, todo e qualquer ente poderá instituir.

Somente poderá instituir e cobrar a contribuição de melhoria o ente federativo que irá realizar a obra, apesar de
todos os entes serem legitimados.

A competência tributária da contribuição de melhoria é classificada como comum, ou seja, poderá se instituída pela
União, pelos Estados, pelo DF e pelos Municípios, desde que haja lei ordinária e desde que o ente realize obra
pública – art. 3º Decreto-lei 195/67.

Art 3º. A Contribuição de Melhoria a ser exigida pela União, Estado,


Distrito Federal e Municípios para fazer face ao custo das obras
públicas, será cobrada pela Unidade Administrativa que as realizar,
adotando-se como critério o benefício resultante da obra, calculado
através de índices cadastrais das respectivas zonas de influência, a
serem fixados em regulamentação dêste Decreto-lei.

O fato gerador (fato que uma vez previsto na lei dará origem a cobrança de tributo) da contribuição de melhoria a
ser instituída será a obra pública de onde decorra uma valorização imobiliária, não basta apenas a valorização da
obra pública – art. 81, CTN.

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,


pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite
total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

O fato gerador está vinculado a obra pública de modo que a contribuição de melhoria é um tributo vinculado a uma
atividade estatal.

Existe um limite total e um limite individual para a cobrança deste tributo.

O limite total será a despesa realizada, que consiste no custo da obra pública.

O limite individual está diretamente relacionado a valorização imobiliária, ou seja, o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel.
A pavimentação asfáltica é uma obra pública, mas o recapeamento não será considerado obra pública, de modo a
não ensejar a cobrança de uma obra pública.

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Não é preciso que a obra esteja terminada por completo, para a cobrança desse tributo, é preciso somente que já
seja possível aferir a valorização.

A base de cálculo para a contribuição de melhoria é o resultado decorrente do valor do imóvel após a obra e antes
da obra, ou seja, o resultado da subtração do imóvel depois da obra e antes da obra.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 16

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS


1. Espécies Tributárias
1.1. Imposto
1.2. Taxas

TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

1.1. Imposto

d) Classificação de Impostos
(continuação)

• Impostos Ordinários – são considerados impostos comuns.

- União – art. 153, da CF;


- Estados – art. 155, da CF;
- Municípios – art. 156, da CF.

• Impostos Extraordinários – extraordinariamente quem exerce esta competência é a União, que pode criar 02
tipos de impostos:

- Impostos Residuais – art. 154, I, da CF, - só pode ser criado por Lei Complementar.
- Imposto Extraordinário de Guerra – art. 154, II, da CF, pode ser criado por Lei Ordinária e MP.

• Impostos Pessoais – tributam a condição econômica do sujeito (PF ou PJ)

-IR;
- IGF – ainda não foi criado.

• Impostos Reais – tributam o patrimônio, as operações, os direitos, sem observar a condição econômica do
sujeito. Ex. demais impostos, salvo IR e IGF. A jurisprudência diz que tributam a presunção de riqueza.

1.2. Taxas

a) Previsão: art. 145, II, da CF e arts. 77 a 80 do CTN.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
[...]

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II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
[...]

b) Competência Comum

A taxa é um tributo cuja competência é comum, ou seja, todos os entes federativos tem competência para criar
este tributo. União, Estados, DF e Municípios.

c) Tributo Vinculado

Depende de uma contraprestação estatal específica.

d) Espécies:

I. Taxa de Polícia – o fato gerador é o exercício regular do Poder de Polícia. O Poder de Polícia está definido no
art. 78, do CTN, é um poder de fiscalização administrativa. É uma atuação preventiva, evitando maiores danos
a comunidade, por mais que muitas vezes sua atuação seja repressiva.

Exercício regular – precisa existir o binômio:

• Legitimidade – o agente público que exerce a fiscalização deve ter poderes para tanto.
• Legalidade – a fiscalização exercida deve ter amparo legal, e em matéria tributária o Estado tem um dever de
exercer a fiscalização.

Súmula 665 STF – legitimidade da taxa de títulos e valor imobiliário.

II. Taxa de Serviços – o fato gerador é a prestação de serviços públicos específicos ou divisíveis. Quem diz qual
serviço é público é a lei. O serviço público é uma atividade material e visa o atendimento coletivo, não é
qualquer tipo de serviço público que pode ser custeado por taxa.

Serviço Publico Específico – é o denominado serviço “uti singuli” os usuários deste serviço são determinados ou
determináveis.

Serviço Público Divisível – pode ser destacado em unidades autônomas. Este serviço pode ser custeado por meio
de taxa ou tarifa, a diferença está na natureza jurídica. A tarifa tem uma natureza jurídica contratual, sendo que
não se aplica a tarifa nenhum regramento do direito tributário. Se o serviço público for executado por Pessoa
Jurídica de direito privado o valor cobrado do usuário é a tarifa.

Natureza Jurídica das custas e emolumentos – a Lei 10.169/00 regulamenta as custas e os emolumentos, o STF
enfrentou este tema na ADI 1378-MC e ADI 3089-2 e entendeu que as custas e os emolumentos têm natureza
jurídica de taxa de serviço.

Dicas de Leitura: Súmulas vinculantes 12, 19, 29 e 41.

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Aula: 15

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS


1. Espécies Tributárias
1.1. Imposto

TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Previsão: art. 146, III, “a”, da CF

A definição de tributo e de espécies tributárias deve se dar por lei complementar nacional.
Atenção: é a definição e não a criação.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


[...]
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes;

• Definição de Tributo

Art. 3º, da Lei 5.172/66 (CTN) – traz o conceito econômico de tributo.

Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.

Art. 9º, da Lei 4.320/64 – traz o conceito financeiro de tributo.

Art. 9º. Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de


direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições
nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira,
destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou
especificas exercidas por essas entidades.

1. Espécies Tributárias

Até o advento da CF/88 o Brasil era partícipe da escola tripartida.

• Impostos;
• Taxas;

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• Contribuição de Melhoria.

Após a CF/88, o Brasil adota a escola pentapartida, quando o STF julgou o RE 138.284/CE, incluindo além dos
anteriores:

• Empréstimos Compulsórios;
• Contribuições Especiais.

1.1. Imposto

a) O fundamento do imposto está previsto no art. 145, I, CF, com sua definição no art. 16, CTN.

Estrutura jurídica do imposto (fato gerador, base de cálculo e contribuintes) – art. 146, III, “a”, da CF. A estrutura
jurídica do imposto deve ser tratada através de uma lei complementar nacional, isso existe por um critério de
segurança jurídica na tributação.

A estrutura deve ser a mesma para todos os entes federativos, para evitar que um ente tenha a adoção de um fato
gerador distinto do outro, gerando insegurança jurídica.

Art. 145 da CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;

b) Definição – art. 16, CTN

É um tributo cujo fato gerador independe de qualquer atividade Estatal relativa ao contribuinte. O Estado não tem
o dever de oferecer nenhuma contraprestação imediata.

Art. 16 do CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato


gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte.

Por isso o imposto é denominado de tributo não contraprestacional, parte da doutrina também chama de tributo
não vinculado.

c) Princípio da Não-afetação – art. 167, IV, CF

É vedada a vinculação da receita de impostos a qualquer espécie de fundo, órgão ou despesa.

O imposto tem sua arrecadação não vinculada, o dinheiro do imposto serve para custeio de atividades gerais da
administração pública.

Art. 167. São vedados:


[...]
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e

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desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo;

c.1) Relativização do Princípio da Não Afetação.

Mesmo o princípio da não afetação sendo regra, há uma relativização.

I – Repartição de receitas tributária – arts. 157 a 162, CF.

• Direta – quando a receita é dividida diretamente – União – Estados – DF – Municípios.


• Indireta – quando a receita é encaminhada para fundos. Exemplo: FPE, FPM, etc.

II – Aplicação de recursos mínimos:

• Saúde – art. 198, §2º, da CF


• Educação – art. 212, da CF

III – Custeio da Administração Tributária – art. 37, XXII, CF.

d) Classificação de Impostos

• Impostos Ordinários – são considerados impostos comuns.

- União – art. 153, da CF;


- Estados – art. 155, da CF;
- Municípios – art. 156, da CF.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 14

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


4. Imunidades Tributárias
4.1. Imunidades Genéricas

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

4. Imunidades Tributárias

4.1. Imunidades Genéricas

d) Imunidade Objetiva ou Cultural


(continuação)

• Discussões Jurisprudenciais acerca do tema

I – Insumos (matéria prima) – a imunidade tributária objetiva recai somente sobre papel e assemelhados – súmula
657, STF.

Súmula 657. A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição


Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à
publicação de jornais e periódicos.

II – Lista telefônica – tem imunidade.

III – Álbum de figurinha – tem imunidade.

IV – Mídia digital – STF, RE 595.679 – o STF fez uma distinção entre:

• E-reader’s – (leitores dos livros digitais) – tem imunidade.


• E-book’s – (informação propriamente dita) – tem imunidade.
• Multifuncionais – smartphones – não tem imunidade.

e) Imunidade Fonográfica/Musical – art. 150, VI, “e”, CF

Foi inserido pela EC 75/13.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
[...]

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e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

Veda a instituição de impostos sobre fonogramas (CD), videofonogramas (DVD, Blue-ray), obras literomusicais, de
intérpretes brasileiros ou interpretadas por artistas brasileiros, desde que, produzidas no Brasil, salvo, nas etapas
de replicação de mídia óptica digital a laser.

A produção refere-se à produção industrial, a matriz replicada para a venda terá imposto.

Atenção: As imunidades genéricas recaem somente sobre uma única espécie tributária, o imposto.

4.2. Imunidades Específicas

I – Imunidades Interpretativas – art. 184, §5º, CF e art. 195, §7º, CF.

Ambas as imunidades iniciam com a expressão “são isentas”, como a CF não cria tributos, a CF não pode isentar,
pois a isenção só pode ser conferida pelo mesmo instrumento normativo que criou o tributo, no caso se foi criado
por lei só pode ser isento por lei, portanto, onde se lê são isentas leia-se são imunes.

II – Imunidades Ordinárias em Espécie:

a. IPI – art. 153, §3º, III, da CF;


b. ITR – art. 153, §4º, II, da CF + art. 2º da Lei 9.393/96 (pequenas glebas rurais);
c. ICMS – art. 155, §2º, X, da CF;
d. ITBI – art. 156, §2º, I, da CF + art. 37, §1º, do CTN (atividade preponderante).

Todas estas imunidades começam com a expressão “não incide”, esta expressão não incidência qualificada na CF é
imunidade.

III – Imunidade sobre combustíveis, lubrificantes e energia elétrica – art. 155, §3º, da CF (interpretação negativa).

IV – Contribuições Sociais e Interventivas – art. 149, §2º, I, da CF.

V – Imunidade sobre taxas: são 03 imunidades todas no art. 5º da CF, incisos XXXIV, LXXVI, LXXVII.

Art. 5º, XXXIV, CF. são a todos assegurados, independentemente do


pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Art. 5º, LXXVI, CF. são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na


forma da lei:

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a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

Art. 5º, LXXVII, CF. são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas
data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Importante: A não incidência de custas e emolumentos na obtenção de certidão de casamento configura-se isenção
por ter sua não incidência na forma da lei.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 13

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


4. Imunidades Tributárias
4.1. Imunidades Genéricas

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

4. Imunidades Genéricas

4.1.1. Imunidades Genéricas


(continuação)

b) Imunidade Religiosa – art. 150, VI, “b”, CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
[...]
b) templos de qualquer culto;

Esta imunidade veda a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto.

A finalidade é respeitar o art. 5º, VI, da CF, que dispõe sobre a liberdade de culto, difusão de crença (laicidade do
Estado). A finalidade no aspecto teleológico é o exercício da atividade religiosa enquanto sua atividade fim.

Exemplos:

I – Locação de Imóveis da Organização Religiosa (proprietária) – o STF adotou o entendimento que se os valores
recebidos forem revertidos ao atendimento da atividade religiosa, estende-se a imunidade sobre o imóvel locado,
não importando a qual título, o STF analisou o que se faz com o dinheiro e não com o imóvel.

II – Estacionamentos e cemitérios – no caso dos estacionamentos, se a organização religiosa for proprietária aplica-
se o mesmo entendimento dos imóveis.

Quanto aos cemitérios, se:

• Privados – não tem imunidade.


• Cunho religioso – tem imunidade.

III – Maçonaria – o STF julgou o RE 562351 – por maioria entendeu que maçonaria não é religião, é considerado
uma ideologia de vida e filosófica, portanto não tem imunidade.

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c) Imunidade Subjetiva ou Condicional - art. 150, VI, “c”, da CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
[...]
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;

Veda a instituição de impostos sobre patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações,
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos
atendidos as exigências da lei.

É chamada pela doutrina de subjetiva, pois recai sobre a pessoa e não sobre o objeto, é condicional, pois deve
obedecer às exigências da lei, e obrigatoriamente esta lei tem que ser uma lei complementar, nos termos do art.
146, II, CF.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


[...]
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

Requisitos que deverão ser preenchidos para gozar do benefício: art. 14, CTN.

• Não distribuir qualquer parcela de suas receitas;


• Deve aplicar toda receita recebida no país – não se veda receber dinheiro de fora do país, exceto para os
partidos políticos, o que afasta a imunidade é aplicar o dinheiro fora do país;
• Manter regular escrituração fiscal.

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado


à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção
dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

O não atendimento a qualquer desses requisitos acarretará a suspensão da imunidade.

Dicas de leitura: Súmula vinculante 52 e Súmula 730/STF.

Súmula Vinculante 52. Ainda quando alugado a terceiros, permanece


imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades

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referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais
entidades foram constituídas.

Súmula 730/STF. A imunidade tributária conferida a instituições de


assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da
Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência
social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

Importante: Sindicatos Patronais não gozam de imunidades. A imunidade é para sindicato de trabalhadores.

d) Imunidade Objetiva ou Cultural – art. 150, VI, “d”, CF

Veda a instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos, bem como sobre o papel que é destinado para a
impressão deste material.

É chamada de objetiva, pois recai sobre o objeto não sobre a pessoa, quem goza de imunidade é o livro e não a
livraria. Tem a expressão cultural porque dá uma ampla finalidade a informação.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
[...]
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

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Aula: 12

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


3. Princípios Constitucionais Tributários
4. Imunidades Tributárias
4.1. Imunidades Genéricas e Específicas

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

3. Princípios Constitucionais Tributários

d) Princípio da Vedação ao Confisco – continuação

Portanto, conclui-se que não é possível observar a partir de uma simples análise de alíquota.

É preciso observar quais os tributos que devem ser seletivos. Segundo a CF, o único tributo que deve ser seletivo é
o IPI (art. 153, §3º, I, CF). No entanto, há tributos que podem ser seletivos, e trata-se:

• ICMS – art. 155, §2º, III, da CF;


• IPVA – art. 155, §6º, II, da CF;
• IPTU – art. 156, §1º, II, da CF.

Atenção: IPI deve ser seletivo, já o ICMS, IPVA e o IPTU podem ser seletivos.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


[...]
IV - produtos industrializados;
[...]
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; (grifo nosso)

d.1) Vedação ao Confisco e Multas

Pelo entendimento adotado pelo STF, o princípio da vedação ao confisco se estende as multas, pois a multa também
pode levar a uma inviabilidade econômica. Deve-se respeitar os preceitos de razoabilidade e proporcionalidade, o
STF decidiu que multas iguais ou superiores a 100% do débito fiscal tem natureza confiscatória.

4. Imunidades Tributárias

São vedações constitucionais que impedem a incidência de tributos. Impedem o aperfeiçoamento do fato gerador.

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A expressão imunidade não existe na CF nem na lei, é uma construção doutrinária e jurisprudencial. A CF apresenta
algumas expressões correlatas a expressão imunidade, são elas:

• Vedação;
• Não incidência;
• Isenção;
• Gratuidade

Quando estas 04 expressões se referirem a tributos na CF deve-se interpretar que estaremos diante de uma
imunidade.

A CF imuniza e a lei isenta, a CF não pode isentar assim como a lei não pode imunizar.

4.1. Imunidades Genéricas e Específicas

4.1.1. Imunidades Genéricas

• Previsão: art. 150, VI, da CF.

Estas imunidades vedam a instituição de impostos, não alcança todo e qualquer tributo, alcança somente impostos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

a) Imunidade Recíproca – art. 150, VI, “a”, da CF.

A imunidade recíproca veda a instituição de impostos que incidem sobre patrimônio, renda ou serviços entre os
entes federativos.
A finalidade desta imunidade é a preservação do Pacto Federativo.

a.1) Há uma aplicação extensiva nos termos do art. 150, §2º, da CF.

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Esta imunidade será extensiva às autarquias e fundações públicas naquilo em que atenderem suas finalidades
essenciais. As autarquias e as fundações são Pessoas Jurídicas de Direito Público e são criadas por meio de lei para
atender o interesse público com fins específicos, portanto, para que elas não tenham direito a esta imunidade, o
FISCO deve comprovar que elas não estão atendendo o fim específico para qual foram criadas.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere
ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.

Próxima aula: será retomado imunidade recíproca.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 11

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


3. Princípios Constitucionais Tributários

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

3. Princípios Constitucionais Tributários

c) Princípio da Anterioridade Tributária

(ii) Anterioridade Nonagesimal/Noventena – art. 150, II, “c”, da CF - (continuação)

Este reforço da anterioridade surge com o intuito de aumentar a segurança jurídica.

Se houver um tributo que foi instituído ou aumentado, este tributo só poderá ser exigido depois de decorridos 90
dias da publicação. Importante ressaltar que não há 02 anterioridades e sim 02 regras de condutas a serem
observadas.

A regra geral sobre a anterioridade é aplicar a anterioridade comum em conjunto com a nonagesimal, respeitando
o que for melhor para o contribuinte, ou seja, entre os exercícios financeiros deve se observar um lapso mínimo de
90 dias da publicação da lei (não é esperar o ano seguinte mais 90 dias). Exemplos:

• Tributo criado em janeiro/2017 pode ser cobrado em janeiro/2018;


• Tributo criado em agosto/2017 pode ser cobrado em janeiro/2018;
• Tributo criado em novembro/2017 só poderá ser cobrado a partir de março/2018.

c.1) Exceções ao Princípio da Anterioridade Tributária.

As exceções à anterioridade estão tratadas no art. 150, §1º, da CF, são elas:

(i) Tributos exigidos imediatamente – II, IE, IOF, IEG, Empréstimo Compulsório Emergência (decorre de calamidade
pública e guerra externa);

(ii) Tributos cobrados após 90 dias (não importa qual o ano) – IPI, ICMS combustíveis, CIDE combustíveis,
Contribuições Sociais;

(iii) Tributos cobrados no ano seguinte da publicação – IR, Fixação da base de cálculo do IPVA E IPTU.

Atenção! Memorizar as exceções, o que não estiver nas exceções é a regra.

c.2) Princípio da Anterioridade do Direito Obrigacional Tributário

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O STF firmou entendimento no sentido de que o Princípio da Anterioridade será aplicado a obrigação principal, mas
não se sujeita a obrigação acessória, isso se torna claro com o advento da súmula vinculante nº 50, o qual altera o
prazo de recolhimento de obrigação tributária, afirmando que não se sujeita ao princípio da anterioridade, pois é
uma questão de exigência administrativa.

Súmula vinculante 50/STF. Norma legal que altera o prazo de


recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade.

d) Princípio da Vedação ao Confisco

• Previsão: art. 150, IV, da CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

O tributo não pode ter natureza confiscatória, esta expressão é subjetiva.

• Confisco - É a expropriação do patrimônio particular por um caráter eminentemente sancionatório e sem


qualquer possibilidade de indenização, por isso, não se pode confundir confisco com desapropriação.

• Conceito de confisco no art. 243, da CF.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País


onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a
exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.

O STF se manifestou a respeito do conceito da tributação confiscatória, dispondo que ocorre quando o ente
federativo impõe uma carga tributária a ponto de acarretar uma inviabilidade econômica do contribuinte, pode
ocorrer também quando há um conjunto de entes federativos.

• Distinção entre confisco e seletividade

A seletividade é uma regra de tributação que permite alíquotas diferenciadas com base na essencialidade de um
bem/produto ao uso/consumo. A seletividade visa ter maior fomento ao uso/consumo de produtos essenciais.

25% do IPTU – dependendo do valor, em 04 anos o proprietário perde o imóvel, portanto será confiscatória.
300% do IPI – será apenas seletiva.

Quanto menos essencial, maior a alíquota. Quanto mais essencial o bem/produto menor a alíquota.

Toda vez que aparecer na prova alíquotas diferenciadas se está levando em consideração a seletividade.

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SUMÁRIO

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


3. Princípios Constitucionais Tributários

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

3. Princípios Constitucionais Tributários

b) Princípio da Irretroatividade Tributária – continuação

ATENÇÃO: A aplicabilidade da lei posterior ao fato gerador ocorrerá em 03 situações (art. 144, §1º, CTN).

(i) Quando houver uma modificação nos critérios de apuração e arrecadação.


(ii) Aumento dos poderes de fiscalização – LC 105/01 possibilitou que houvesse acesso a todos os livros, dados
bancários e contas sem necessidade de autorização judicial, isso aumenta o poder de fiscalização.
(iii) Quando houver maiores garantias e privilégios ao crédito tributário.

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato


gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que
posteriormente modificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos
critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste
último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a
terceiros.

b.1) Exceção ao Princípio da Irretroatividade

Ocorre quando a lei tributária for aplicada aos fatos ocorridos anteriormente a sua vigência (retroatividade
benéfica ou benigna). Esta situação poderá ocorrer desde que haja observância de 02 critérios:

• Previsão legal;
• Que seja mais favorável ao contribuinte.

As hipóteses autorizadas estão previstas no art. 106, CTN.

I. Lei expressamente interpretativa, desde que, não aplique sanções ao contribuinte - aquela que traz por escrito
a possiblidade de uma aplicação retroativa sem depender de uma regulamentação, é uma norma autoaplicável.
II. Ato infracional não transitado em julgado cuja lei posterior deixe de defini-lo como infração ou comine uma
penalidade menos severa. Exemplo: contribuinte deixou de pagar tributo na data de vencimento, por esta
conduta infracional será punido em 30% sobre o débito. Caso discorde desta multa, poderá apresentar uma

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impugnação administrativa. Enquanto a impugnação está pendente de julgamento, “nasce” uma lei dispondo
que a multa será de 15%, como ainda não houve trânsito em julgado, a multa que deve ser aplicada ao caso
concreto será de 15%. Mesmo que tenha uma decisão irreformável no recurso administrativo, o valor será
menor, pois o trânsito judicial que se exige é o da via judicial e não administrativa, pois a via administrativa não
faz coisa julgada contra o particular.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de
ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei
vigente ao tempo da sua prática.

c) Princípio da Anterioridade Tributária

Surgiu com a CF/88, veio em substituição ao Princípio da anualidade tributária.

A anualidade pregava que o tributo só podia ser exigido se estivesse previsto no orçamento anual, era um princípio
de cunho financeiro não anual. Na prática poderia ser cobrado imediatamente quando criado, pois estava previsto
no orçamento, porém acarretava insegurança jurídica, fazendo como que surgisse na CF/88 as:

(I) Anterioridade Comum ou de Exercício – este princípio dispõe que se um tributo for instituído ou aumentado,
só poderá ser exigido no exercício financeiro seguinte. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil –
art. 34 da Lei 4.320/64.

No entanto, os tributos começaram a ser criados dia 30 de dezembro e neste caso poderia ser cobrado assim que
iniciasse o novo ano, não afastando a insegurança jurídica, por isso para reforçar esta anterioridade através do
advento da EC/03 foi criado a:

(ii) Anterioridade Nonagesimal/Noventena – art. 150, II, “c”, da CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de
ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos;
[...]
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

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Aula: 09

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SUMÁRIO

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


3. Princípios Constitucionais Tributários

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

3. Princípios Constitucionais Tributários

a) Princípio da Legalidade

Os incentivos, subsídios e benefícios fiscais nos termos do art. 150, §6º, CF, também dependem de lei específica.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
[...]
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII,
g.

Em se tratando de aplicação e redução de penalidades (ex. multa), o art. 97, V, do CTN, também exige lei para tanto.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


[...]
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias
a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

Tudo que permeia a legislação tributária dependerá de lei, e pela regra geral, é necessário ser lei ordinária. O que
não exclui a necessidade de outros atos normativos.

A lei complementar, em regra, é de cunho excepcional, portanto, para ser utilizada será necessária uma expressa
previsão constitucional.

As principais funções de lei complementar se encontram no art. 146, da CF, e a partir daí, pode ser questionado
tributos que dependam de lei complementar para sua instituição.

Lembrar-se da palavra mnemônica: NINE

Novos impostos (residuais);

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IGF;
Novas contribuições sociais (residuais);
Empréstimos compulsórios.

O que não estiver nesta lista precisará apenas de lei ordinária.

Os incentivos fiscais que dependem de lei complementar são:

• Tratamento favorecido e simplificado de microempresa e de EPP. Esta lei complementar foi criada em 123/06,
pelo simples nacional.
• Isenções de ICMS – a CF também exige LC, no art. 155, §2º, XII, “g”.
• Incentivos fiscais de ISS – art. 156, III, §3º, II, CF.

a.1) Exceções ao Princípio da Legalidade

É a possibilidade de dispensa do uso da lei.

Estas exceções passam a ser apresentadas através do uso de atos do poder executivo, o ato mais comum de ser
utilizado é o decreto, o decreto executivo pode ser aplicado em matéria tributária para as alterações (alterar ou
diminuir) das alíquotas de 04 impostos federais – II, IE, IPI, IOF – art. 156, § 1º, da CF.

Redução e restabelecimento das alíquotas da CIDE – Combustíveis, neste caso a CF também defere a possibilidade
para atos do poder executivo – art. 177, §4º, I, da CF.

A atualização monetária da base de cálculo de tributo é pouco mencionada, mas também é uma exceção ao
Princípio da Legalidade. Pela codificação, a atualização monetária é diferente da majoração de tributo, se atualizar
não é majorar, não será necessária lei para atualização monetária, mas para que toda atualização monetária tenha
validade deve ser seguido os índices oficiais de correção – art. 97, §2º, CTN, neste sentido a súmula 160 do STJ.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


[...]
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no
inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva
base de cálculo.

Súmula 160/STJ. É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante


decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção
monetária.

b) Princípio da Irretroatividade Tributária

A lei tributária não pode ser aplicada aos fatos geradores ocorridos anteriormente a sua vigência, a lei entra em
vigor para projetar seus efeitos para o futuro (efeitos prospectivos).

Em matéria tributária, a regra geral de cunho obrigatório, diz que a lei a ser aplicada é a vigente na época da
ocorrência do fato gerador.

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O artigo 144, do CTN, dispõe que o lançamento se reporta ao fato gerador. Entretanto, questiona-se se é possível
a aplicabilidade da lei posterior ao fato gerador.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 08

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


1. Vedação a Invasão de Competência Tributária
2. Vedação a Bitributação e ao “Bis in Idem”
3. Princípios Constitucionais Tributários

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

1. Vedação a Invasão de Competência Tributária

Competência tributária exaustiva. Relativização: Instituição do imposto extraordinário de guerra que pode adotar
o mesmo fato gerador e base de cálculo dos impostos ordinários já previstos e a competência tributária nos
Territórios Federais – artigo 147 da Constituição Federal.

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e
pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a
União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo
art. 154, I.

2. Vedação a Bitributação e ao “Bis in Idem”

Bitributação = dois entes federativos instituindo tributos sobre o mesmo fato gerador. Relativização: na
instituição do imposto de extraordinário de guerra.

Bis in idem = um único ente federativo instituindo dois tributos sobre o mesmo fato gerador. Relativização: na
instituição do imposto de extraordinário de guerra e contribuição social adotando fato gerador e base de cálculo
próprio de imposto. IRPJ e CSLL – União cria e tem o mesmo fato gerador.

Limitações Explícitas: decorre de expressa previsão Constitucional (artigos 150-152) → princípios constitucionais
tributários + imunidades tributárias.

3. Princípios Constitucionais Tributários

“São alicerces onde se estruturam as normas jurídicas. ”

Teoria dos Direitos Fundamentais de R. Alexy: princípios X regras. Ele afirma que um princípio não invalida o outro
(regem-se pela Teoria da Preponderância), mas pode ser mitigado/afastado enquanto usa-se o outro. Já nas
regras (regem-se pela Teoria da Validação) uma pode invalidar a outra.

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a) Legalidade: em sentido amplo – artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal; em sentido estrito – artigo 150,
inciso I, da Constituição Federal. Todo tributo existente só pode ser instituído, aumentado, reduzido ou extinto
por lei. (Continuaremos na próxima aula)

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 07

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA


1. Atributos Inerentes a Capacidade Tributária Ativa

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR


1. Vedação a Invasão de Competência Tributária

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA

Competência: instituir, modificar e extinguir tributos.

É diferente da Capacidade Tributária Ativa, que é o exercício da administração tributária – envolve a forma de
arrecadação e fiscalização de tributos.

Quem faz é toda pessoa jurídica de direito público (nos termos do artigo 41 do Código Civil).

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas
de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado,
regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas
normas deste Código.

Todo aquele que tem competência tem capacidade; nem todo aquele que tem capacidade tem competência.

1. Atributos Inerentes a Capacidade Tributária Ativa

a) Delegabilidade: os entes federativos poderão delegar à suas autarquias e fundações públicas.

b) Transferibilidade: os entes federativos podem transferir capacidade tributária entre si, mediante autorização
constitucional. Exemplo artigo 153, §4º, inciso III, Constituição Federal. O Município está obrigado a firmar com a
união CONVÊNIO se for exercer a capacidade tributária ativa do ITR, com prazo previsto nele – artigo 103, III do
Código de Tributário Nacional.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;

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III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I, II, IV e V.
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e
da progressividade, na forma da lei;
II - não incidirá, nos termos e limites fixados em lei, sobre
rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela
previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja
renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do
trabalho.
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao
exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital
pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
§ 4º O imposto previsto no inciso VI terá suas alíquotas fixadas de
forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e
não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando
as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua
outro imóvel.
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,
quando as explore o proprietário que não possua outro
imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem,
na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou
qualquer outra forma de renúncia fiscal.
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do
imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na
operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento,
assegurada a transferência do montante da arrecadação nos
seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território,
conforme a origem;

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II - setenta por cento para o Município de origem”

c) Precariedade: artigo 7º, §2º, do Código Tributário Nacional – a delegação da capacidade tributária ativa pode
ser revogada a qualquer tempo por ato unilateral. A delegação da capacidade tributária ativa não gera direito
adquirido.

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das


funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos
termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios
processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a
conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato
unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a
pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar
tributos.
Art. 8º O não exercício da competência tributária não a defere a
pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a
Constituição a tenha atribuído.

Observação: quando o Município exerce a capacidade tributária ativa do ITR (100% da arrecadação), torna-se seu
orçamento. Em decorrência do Federalismo Fiscal, a autonomia financeira de um ente federativo ocorre
mediante a arrecadação tributária.

LIMITAÇÕES CONTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

STF: ADI 939 – Direitos fundamentais do contribuinte e são consideradas cláusulas pétreas, ou seja, não podem
ser suprimidas por emenda ou qualquer outro processo legislativo.

Implícitas = hermenêutica constitucional.

1. Vedação a Invasão de Competência Tributária

Competência tributária exaustiva.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 06

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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
2. Espécies (Classificação) de Competência Tributária

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

2. Espécies (Classificação) de Competência Tributária

c) Residual: pertence apenas a União. É a competência que ela tem de criar outros impostos ou contribuições
(para a expansão da seguridade social) não previstos na Constituição – artigo 195, §4º, da Constituição Federal.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de


forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I
- dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o
faturamento e o lucro;
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - dos trabalhadores;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas
pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos
orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência
social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada
área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

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§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto
no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o
garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os respectivos
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios
nos termos da lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
§ 9° As contribuições sociais previstas no inciso I deste artigo poderão
ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste
artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-
obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de
trabalho.
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o
sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições
sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em
montante superior ao fixado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput,
serão não-cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na
forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o
faturamento.

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A União deve observar requisitos: lei complementar + tributos não cumulativos + fato gerador e base de cálculo
diferente dos impostos já previstos - artigo 154, inciso I, da Constituição Federal.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.

Observação: contribuição social pode adotar fato gerador e base de cálculo próprio de imposto. Exemplo: IRPJ
(lucro).

d) Extraordinária: pertence apenas a União. Ela está autorizada a criar empréstimos compulsórios – artigo 148 da
Constituição Federal – e imposto extraordinário de guerra – artigo 154, II, da Constituição Federal.

e) Exclusiva: em regra, pertence à União - são as contribuições sociais.

Exceções: contribuições especiais que não são de competência federal

- Contribuição para custeio de serviço de iluminação pública (COSIP/CIP), artigo 149-A, da Constituição Federal: o
Município é o competente.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições


sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III,
e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja
alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares
de cargos efetivos da União.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico
de que trata o caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados,
gás natural e seus derivados e álcool combustível;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou
serviços;

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III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o
valor da operação e, no caso de importação, o valor
aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação
poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma
única vez.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir


contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço
de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se
refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.

- Contribuição para custeio do regime previdenciário de seus servidores, artigo 149, §1º, da Constituição Federal:
contribuição previdenciária que será competente aos Estados, ao Distrito Federal e a União. (Servidor público é
aquele que é dotado de cargo público efetivo). → Regime Próprio de Previdência Social.

f) Cumulativa: pertence apenas ao Distrito Federal. Ele poderá cumular impostos estaduais e municipais (artigos
147 e 155 da Constituição Federal).

g) Territórios Federais: artigo 18, §2º, da Constituição Federal. Ele pode ser dividido em Municípios. Impostos
Estaduais → União; Impostos Municipais → União se não for dividido em Municípios, se for, cada Município tem
seu imposto.

Art. 18. A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 05

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
1. Atributos
2. Espécies (Classificação) de Competência Tributária

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

1. Atributos (continuação)

c) Irrenunciabilidade:

Renúncia de receita → Facultativa → discricionariedade Estatal (mérito: conveniência e oportunidade). Toda


discricionariedade sofre uma relativização dentro dos limites da lei.

Faculdade na instituição de tributos = O STF ao analisar o artigo 145, da Constituição Federal, estabeleceu a
existência de um poder de tributar (tributação = poder) → FACULDADE.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Atenção! Na LC 101/00 sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal traz como “DEVER de tributar” que, para a
doutrina, seria um poder-dever. PARA ESSA LEI É UM DEVER - Se um ente federativo deixa de criar um tributo,
deverá onerar de outro lado.

Concessão de Incentivos, subsídios e benefícios fiscais: artigo 150, §6º, da Constituição Federal - diz necessitar de
uma lei específica para concessão dos referidos incentivos, subsídios e benefícios. Artigo 14 da Lei de
Responsabilidade Fiscal: diz que é necessário um estudo de impacto financeiro orçamentário antes da concessão
+ estrita observância da Lei de Diretrizes Orçamentárias + utilização de medidas de compensação (exemplo:
indicação de outra fonte de custeio).

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CARREIRAS JURÍDICAS
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...)
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º,
XII, g.

d) Incaducabilidade / Imprescritibilidade: não se perde competência tributária pelo decurso do tempo


(competência não sofre caducidade ou prescrição).

2. Espécies (Classificação) de Competência Tributária

[Ficar atento quanto as: leis + jurisprudência + normas da corregedoria]

a) Privativa: a instituição de impostos ordinários. União – artigo 153 da Constituição Federal; Estados - artigo 155
da Constituição Federal; Municípios – artigo 156 da Constituição Federal.

No Direito Tributário a competência Privativa NÃO pode ser delegada.

b) Comum (Concorrente): todos os entes federativos podem instituir os mesmos tributos → taxas e contribuição
de melhoria.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 04

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL


7. Competência Tributária (Continuação)
7.1. Características da competência em matéria tributária

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

7.1. Características da competência em matéria tributária (continuação)

Os principais atributos são:

➢ Irrenunciabilidade – a CF determina para cada um dos entes federativos, a competência para determinados
tributos, sendo assim, o ente federativo não tem autonomia para se manifestar contra tal competência. O
ente federativo não pode “abrir mão” da competência que lhe foi outorgada.
A confusão com este atributo se dá, pois não cabe renúncia de competência, mas a renúncia de receita é
plenamente cabível (atenção a este atributo).

Há 2 tipos de renúncia de receita:

I. Impositiva – existe uma imposição constitucional, e existem 2 situações de renúncia impositiva:


a) Repartição de receitas tributárias – arts. 157 a 162, CF.
b) Imunidades tributárias.

A autonomia se dá em 3 níveis: política, administrativa, financeira.

Na autonomia política todos os entes federativos podem eleger seus próprios governantes, em qualquer esfera de
governo.

Na autônima administrativa todos os entes administrativos tem capacidade de administrar sua própria estrutura.

Os territórios possuem capacidade de administração reduzida, tem autonomia relativizada, é considerado uma
extensão geográfica da União, mas é a única entidade que não temos hoje.

A autonomia financeira quer dizer que cada ente federativo deve ter possibilidade de auferir receitas, visando fazer
frente aos seus próprios gastos. No sistema que o Brasil adota, é impossível que um ente federativo mantenha sua
autonomia financeira, sem ter arrecadação de tributo.

Quando o ente federativo mantém sua autonomia financeira mediante a arrecadação tributária, se dá o nome de
Federalismo Fiscal.

A União arrecada a maior parte dos tributos, entretanto, não é a União que presta a maior parte dos serviços, por
isso a principal finalidade da repartição de receitas é a de minimizar o desequilíbrio no Federalismo Fiscal.

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CARREIRAS JURÍDICAS
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Funciona da seguinte forma: parte do que a União arrecada, ela repassa aos Estados, DF e Municípios e uma parte
do que os Estados arrecadam, é repassado aos Municípios, o inverso jamais irá ocorrer.

A União e os Estados repartem receitas, DF e Municípios somente recebem receitas transferidas, eles não partilham
de suas receitas.

Questão: Quais são os tributos que sofrem repartição? A CF autoriza repartir determinados impostos e a CIDE
combustíveis. Sendo que a CIDE combustíveis foi inserida pela EC 42/03 para repartição. Taxas e contribuições não
se repartem.

Os impostos que não sofrem repartição são:

Na esfera Federal – II, IE, IGF, IEG.


Na esfera Estadual – ITCMD.
Na esfera Municipal – Todos, pois o Município não partilha receita.

b) Imunidades tributárias

São vedações constitucionais que impedem a incidência de tributos, e o aperfeiçoamento do fato gerador.

Próxima aula: renúncia de receita facultativa.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 03

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL


3. Taxas (Continuação)
4. Contribuição de Melhoria
5. Empréstimo Compulsório
6. Contribuições Especiais
7. Competência Tributária
7.1. Características da competência em matéria tributária

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

3. Taxas

O STF ao julgar a ADI 1378-MC e ADI 3089-2, determinou que as custas e os emolumentos gozam de uma natureza
jurídica de Taxa de Serviço, e na ADI 800 a natureza jurídica do pedágio é de tarifa.

4. Contribuição de Melhoria

A chamada classificação tripartida terminava na contribuição de melhoria.

Após a CF/88 foram inseridas mais 2 espécies tributárias, surgiram o Empréstimo Compulsório e as Contribuições
Especiais.

5. Empréstimo Compulsório

O empréstimo compulsório tem uma subdivisão:

a) Emergencial;
b) Investimento.

6. Contribuições Especiais.

Esta contribuição não existe na CF/88. Essa nomenclatura funciona como um gênero das demais contribuições.

As subespécies das contribuições especiais são:

a) Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE). Não esquecer que há vários tipos, não somente CIDE
combustíveis.

b) Contribuições de interesse das categorias profissionais e econômica (corporativas).

c) Contribuições sociais, subdividida em:

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➢ Gerais
➢ Específicas.

d) Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) – foi inserida pela EC 39/02, o STF já
enfrentou a validade dessa contribuição dizendo ser constitucional e dotada de natureza “sui generis”.

7) Competência Tributária

A CF realiza a determinação da competência tributária. A competência tributária é aquela que acaba sendo exaurida
pela CF. Segundo a jurisprudência a competência em matéria tributária é exaustiva, ou seja, a CF procura exaurir a
competência nas suas normatizações.

Competência tributária é aquela que visa instituir, modificar e extinguir tributos. Comporta 3 ações distintas:
criação, modificação e extinção de tributos.

De acordo com o STF e de acordo como o art. 145, CF a competência só pode ser instituída a entes federativos
(políticos) – União, Estado, DF e Municípios.

“Art. 145, da CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
[...]”

ATENÇÃO: Toda pessoa Jurídica de direito público interno exerce competência? Não, pois a luz do art. 41, do CC
são PJ de direito público interno União, Estados, DF e Municípios, bem como suas autarquias inclusive associações
públicas e fundações públicas, portanto, jamais se pode afirmar que toda PJ de direito público interno exerce
competência, quem exerce competência são os entes federativos.

“Art. 41 do CC. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada
pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.”

7.1. Características da competência em matéria tributária

Toda competência em matéria tributária passa a ser dotada de atributos/características.

Todos os atributos que pertencem a competências são absolutos, ou seja, não comportam exceções.

Os principais são:

➢ Indelegabilidade – a competência tributária não se delega. Os entes não podem transferir a competência
para terceiras pessoas.
➢ Intransferibilidade – impede com que os entes federados transmitam competência entre si, ou seja, não
podem repassar a competência nem para terceiro nem entre si.

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➢ Incaducabilidade ou imprescritibilidade – em nenhum momento a CF determina prazo para instituir
tributo, ou seja, não se perde competência tributária pelo decurso de tempo.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 02

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (Continuação)


1. Sistema Tributário Nacional
2. Impostos
3. Taxas

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

1. Sistema Tributário Nacional

IMPORTANTE: Não é papel da CF/88 a instituição de tributos. Ela indica o rol de tributos que podem ser criados e
as pessoas que podem criar.

A expressão tributo é um gênero, e este gênero comporta espécies.

Antes do advento da CF/88 estas espécies tributárias eram classificadas em 3 categorias, chamada então de
classificação tripartida.

Após a CF/88 o STF julgou o RE 138.284 no qual admitiu a classificação pentapartida.

Classificação Pentapartida:

2. Impostos

Ter cuidado com a constituição das siglas dos impostos, o ideal é adotar a nomenclatura correta.

a) Impostos Ordinários

São os impostos Federais, Estaduais e Municipais de acordo com a CF.

i. Impostos Ordinários Federais – elencados no art. 153, CF/88.


• Imposto sobre importação (II)
• Imposto sobre exportação (IE)
• Renda de Proventos de qualquer natureza (IR)
• Produtos industrializados (IPI)
• Operações de crédito, câmbio, seguros, títulos e valores mobiliários (IOF)
• Territorial rural (ITR)
• Grandes fortunas (IGF)

ii. Impostos Ordinários Estaduais – elencados no art. 155, CF/88.


• Transmissão “causa mortis” e doações (ITCMD)

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CARREIRAS JURÍDICAS
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• Operações de circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual,
intermunicipal e de comunicações (ICMS).
A expressão “inter” significa entre, sendo assim, o transporte que se sujeita a incidência do
ICMS é o serviço de transporte prestado entre Estados e entre Municípios.
Se o concurso se referir a um serviço de transporte intermunicipal, neste caso o radical significa
“dentro” e se o transporte for dentro do Município, ele não estará sujeito ao ICMS, portanto,
não se pode afirmar que todo serviço de transporte estará sujeito ao ICMS.
• Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA).

iii. Impostos Ordinários Municipais – elencados no art. 156, CF


• Propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
• Transmissão onerosa de bens imóveis “inter vivos” cessão de direitos sobre imóveis, exceto
direitos reais de garantia (ITBI).
Essa transmissão deve ser onerosa, e recai sobre bens imóveis, a transmissão onerosa de bem
móvel não se sujeita a ITBI. É realizada entre “vivos” e não importa se é PF ou PJ, se a sucessão
for decorrente de morte não será ITBI e sim ITCMD.
Não incide os direitos reais de garantia, no art. 1225, CC, há descrição dos direitos reais de
garantia, por isso memorizar que não incide ITBI sobre hipoteca, anticrese e alienação
fiduciária.
• Serviços de qualquer natureza (ISS).

b) Impostos Extraordinários

Extraordinariamente podem ser criados os seguintes impostos:

i. Impostos residuais – art. 154, I, CF


ii. Impostos extraordinários de guerra (IEG) – art. 154, II, CF.

3. Taxas

Não confundir taxa com tarifa, a tarifa é dotada de uma natureza contratual, ou seja, é um contrato firmado entre
o prestador do serviço e o usuário do serviço e não é aplicada a nenhum regramento tributário, será aplicado a
regramento do Direito Civil e do Direito Administrativo.

Súmula 545/STF. Preços de serviços públicos e taxas não se


confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização
orçamentária, em relação à lei que as instituiu.

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Disciplina: Direito Tributário
Professor: Caio Bartine
Aula: 01

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL


1. Sistema Tributário Nacional

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Podcast: tá fazendo direito

Sugestão bibliográfica:

350 dicas de Direito Tributário. 2ª ed. Caio Bartine. Editora Foco.

Para o concurso importante dominar legislação, jurisprudência e normas gerais da Corregedoria do Estado do
Concurso prestado.

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

1. Sistema Tributário Nacional

No Brasil o sistema tributário é um sistema deferido entre os arts. 145 a 162, CF.

Com a EC 42/03 se estabeleceu no art. 52, XV, CF, que o Senado Federal deve realizar uma avaliação periódica do
Sistema Tributário bem como da administração tributária da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Esta
avaliação periódica tem o objetivo de saber como o sistema está se comportando a luz das evoluções sociais
vivenciadas.

“Art. 52 da CF. Compete privativamente ao Senado Federal:


[...]
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário
Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das
administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal
e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)”

O Sistema Tributário brasileiro é o mais prolixo do mundo. É um sistema:

➢ Prolixo;
➢ Analítico;
➢ Regressivo;
➢ Alta carga tributária.
O art. 236, da CF diz que a atividade notarial e registral será exercida em caráter privado por delegação do Poder
Público, ou seja, o titular não é detentor nem de cargo nem de emprego público, exerce uma função pública
mediante delegação.

Cartório
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Esta delegação se dá mediante concurso de provas e títulos, nos termos do art. 236, §1º, da CF. O cartório não tem
personalidade jurídica é “equiparado” a um órgão público. Órgão público é um centro de competência e atribuição,
pelo qual é investido por uma pessoa física, que é um agente público representa o Estado.

A atividade notarial e registral é dotada de estatalidade, ou seja, prestação de serviço público exercida em caráter
privado, e se sujeita ao ISS. O ISS incide sobre a prestação de serviço.

A CF estabelece a gratuidade de vários serviços que são de competência e atribuição do Registro Civil de Pessoas
Naturais (RCPN), por exemplo, certidão de nascimento, certidão de óbito, certidão de casamento. Há ainda as
situações pelas quais as próprias custas e emolumentos são dotados de uma repartição de receita, de 100% do
valor que entra na serventia, parte vai para Santa Casa, fundos, etc. e o Município quer cobrar o ISS sobre a
totalidade, no entanto, o ISS deve incidir sobre o montante que é efetivamente recebido pelo titular que será em
torno de 62% do total recebido. Se na condição de titular ele não ficar atento a estes detalhes ficará recolhendo ISS
equivocadamente.

Se o titular tiver a incidência do IRPF, sobre o rendimento auferido e a base de cálculo do ISS for o preço do serviço
que é o próprio rendimento do titular, há bitributação. O professor ressalta que nunca viu nenhuma medida judicial
até hoje que discutisse a legitimidade dessas duas incidências.

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