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Nesta aula, você terá o conhecimento de como as empresas elaboram o Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e a obrigatoriedade deste programa.

Do objeto e campo de aplicação: Esta Norma Regulamentadora (NR) estabelece a


obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA), visando à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle
da ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
(109.001-1 / I2). Leia agora a NR-9. Se em uma empresa existir um trabalhador de carteira
assinada, esta empresa fica obrigada a elaborar o PPRA e mantê-lo atualizado. As ações do
PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a
responsabilidade do empregador. Deve ter a participação dos trabalhadores, sendo sua
abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades
de controle. O PPRA deverá ser feito por estabelecimento, mesmo que esta empresa
possua mais de um estabelecimento. O PPRA é um documento feito por profissionais da
área, onde são reconhecidos os riscos existentes no ambiente de trabalho e indicadas as
medidas de controle para estes riscos para que não afetem a saúde e a vida do trabalhador.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais NRs, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO, previsto na NR 7. Para efeito desta NR, consideram-se riscos
ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho
que - em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição -, são
capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Consideram-se agentes físicos as
diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, bem como o
infrassom e o ultrassom. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória. Elas podem existir nas
formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da
atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele
ou por ingestão. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus, entre outros.

Estrutura do PPRA: Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e


cronograma. Estratégia e metodologia de ação. Forma do registro, manutenção e divulgação
dos dados. Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. Deverá ser
efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do
PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e
estabelecimento de novas metas e prioridades. O PPRA deverá estar descrito num
documento-base. O documento-base, suas alterações e complementações, deverá ser
apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a NR 5,
sendo sua cópia anexada ao livro de atas desta Comissão. O documento-base e suas
alterações deverão estar disponíveis, de modo a proporcionar o imediato acesso às
autoridades competentes. Os trabalhadores também poderão ter acesso ao PPRA. O
cronograma que já é previsto na NR-9 deverá indicar claramente os prazos para o
desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas do PPRA.

Do desenvolvimento do PPRA: O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá


incluir as seguintes etapas: Antecipação e reconhecimento dos riscos. Nesta fase, o
profissional deverá ir ao local e fazer o reconhecimento dos riscos existentes no ambiente
de trabalho. Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle. O profissional
deverá estabelecer as prioridades e metas a serem desenvolvidas no ambiente do trabalho.
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Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores. Deverá ser feita uma avaliação, se
necessário e dependendo do tipo de risco, fazendo uso de equipamentos. Implantação de
medidas de controle e avaliação de sua eficácia. O mais rápido possível deverão ser
implantadas as medidas de controle, obedecendo aos prazos já estabelecidos no
cronograma do respectivo documento. Monitoramento da exposição aos riscos. Só iniciar as
medidas de controle não basta, deve ser feito um monitoramento. Registro e divulgação dos
dados. No documento deverá conter o registro dos dados, contendo cálculos e etc. A
elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)
por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de
desenvolver o disposto nesta NR. A antecipação deverá envolver a análise de projetos de
novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes,
visando identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução
ou eliminação. O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens,
quando aplicáveis: Sua identificação. A determinação e localização das possíveis fontes
geradoras. A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes
no ambiente de trabalho. A identificação das funções e determinação do número de
trabalhadores expostos. A caracterização das atividades e do tipo da exposição. A obtenção
de dados existentes na empresa e indicativos de possível comprometimento da saúde
decorrente do trabalho. Os possíveis danos à saúde, relacionados aos riscos identificados e
disponíveis na literatura técnica. A descrição das medidas de controle já existentes. A
avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessário para: Comprovar o
controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa de reconhecimento.
Dimensionar a exposição dos trabalhadores. Subsidiar o equacionamento das medidas de
controle. Deverão ser adotadas as medidas necessárias e suficientes para a eliminação, a
minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais
das seguintes situações: Identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde.
Constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde. Quando os resultados
das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos
limites previstos na NR 15, na ausência destes os valores limites de exposição ocupacionais
adotados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists-ACGIH ou
aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que
mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos. Quando, através do controle
médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde dos
trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos. O estudo,
desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverão obedecer à
seguinte hierarquia: Eliminação, Medidas que eliminem ou reduzam a utilização e a
formação de agentes prejudiciais à saúde. Prevenção, Medidas que previnam a liberação ou
disseminação desses agentes prejudiciais à saúde; trabalho. Redução de Níveis, Medidas
que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho.

Quanto ao nível de ação: Para os fins desta NR, considera-se nível de ação o valor acima
do qual devem ser iniciadas as ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de
que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações
devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o
controle médico. Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem
exposição ocupacional acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas que
seguem: Para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional
considerada de acordo com a alínea "c" do subitem. Para o ruído, a dose de 0,5 (dose
superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR 15, Anexo I, item 6.

Do monitoramento: Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas


de controle, deve ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um
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dado risco, visando à introdução ou modificação das medidas de controle, sempre que
necessário.

Do registro de dados: Deverá ser mantido pelo empregador ou instituição um registro de


dados, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do
desenvolvimento do PPRA. Os dados deverão ser mantidos por um período mínimo de 20
(vinte) anos. O registro de dados deverá estar sempre disponível para os trabalhadores
interessados, ou seus representantes, e para as autoridades competentes.

Das responsabilidades: Do empregador: I - Estabelecer, implementar e assegurar o


cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição. Dos
trabalhadores: I - Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA. II - Seguir as
orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA. III - Informar ao seu
superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar em risco à
saúde dos trabalhadores.

Os trabalhadores de uma indústria estão expostos a um ruído considerado acima dos limites
de tolerância. Pergunta: Qual a medida de controle a ser adotada pela empresa?
Primeiramente, deve-se tentar eliminar o risco no ambiente de trabalho, descobrindo qual é
a fonte, de onde parte o ruído, se é de uma máquina e se essa máquina pode ser
enclausurada. Se o enclausuramento da máquina não resolver, adota-se a utilização de um
protetor auricular que atenue o ruído para um limite de tolerância permitido. Outra iniciativa é
realizar os exames audiométricos dos funcionários para ter controle de uma possível perda
auditiva do funcionário.

Nesta aula, será explicado o funcionamento do Programa de Controle Médico e Saúde


Ocupacional que é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no
campo da saúde dos trabalhadores, sua obrigatoriedade, elaboração e implementação nos
locais de trabalho onde os serviços são prestados.

PCMSO – Programa de Controle e Saúde Ocupacional (NR07). Esta Norma


Regulamentadora (NR) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por
parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Consulte
agora a NR-7 e leia sobre a Legislação. Empresas obrigadas ao PCMSO: Todos os
empregadores, e instituições que admitam trabalhadores, estão obrigados a elaborar e
Implantar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Finalidade do Programa: O PCMSO tem como objetivo a preservação da saúde dos


empregados, em função dos riscos existentes no ambiente de trabalho e de doenças
profissionais. As diretrizes e os parâmetros mínimos para funcionamento do PCMSO foram
estabelecidos pela NR-7, podendo essas condições ser ampliadas mediante negociação
coletiva do trabalho. O programa deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico
precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica,
além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis
à saúde do trabalhador. Enfim, a empresa deverá planejar e implementar o seu PCMSO
com base no risco que a atividade desenvolvida possa provocar à saúde dos seus
empregados. A prevenção deve observar a relação saúde e o trabalho.

Prestadores de serviço: As empresas que contratarem mão-de-obra, por intermédio de


empresa prestadora de serviços, deverão informar a esta os riscos decorrentes da execução
do trabalho, auxiliando na elaboração e implementação do PCMSO no local onde o serviço
for prestado.
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Relatório anual: PCMSO deve elaborar um relatório anual com o planejamento das ações de
saúde a serem executadas durante o ano. Nesse relatório deve ser discriminado, por setor
da empresa, o número e a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e
exames complementares, estatísticas de resultados considerados anormais, bem como o
planejamento para o próximo ano. O relatório anual, que pode ser elaborado conforme o
modelo aprovado deve ser apresentado e discutido nas reuniões da Comissão Interna de
Prevenção de Acidente (CIPA), permanecendo uma cópia do mesmo anexada ao livro de
atas quando a empresa for obrigada a manter a comissão. O relatório anual pode ser
armazenado sob a forma de arquivo informatizado desde que propicie o imediato acesso por
parte do agente de inspeção do trabalho. Estão dispensadas de elaborar o relatório anual as
empresas desobrigadas de indicar um médico-coordenador do PCMSO.

Responsabilidade da empresa: É de inteira responsabilidade do empregador: Garantir a


elaboração e a efetiva implementação do PCMSO, zelando pela sua eficácia. Custear, sem
ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados ao PCMSO. Indicar, dentre
os médicos do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO. No caso de
a empresa estar dispensada de manter o SESMT, o médico responsável para coordenar o
PCMSO poderá ser um médico especializado em Medicina do Trabalho contratado, ou não,
como empregado. Isto significa dizer que, nessa hipótese, o responsável pelo PCMSO da
empresa pode ser um médico não empregado da empresa. Já existem profissionais
especializados prestando esses serviços que são cobrados em função do número de
empregados da empresa. Se na localidade onde estiver situada a empresa não existir
médico do trabalho, poderá ser contratado um médico de outra especialidade para
coordenar o PCMSO.

Empresas desobrigadas de indicar médico-coordenador do PCMSO: Estão desobrigadas de


manter médico-coordenador do PCMSO as empresas: Com até 25 empregados, desde que
enquadradas no grau 1 ou 2. Até 10 empregados, desde que enquadradas no grau de risco
3 ou 4. Mediante negociação coletiva de trabalho, também poderão ficar dispensadas de
médico-coordenador as empresas cujo número de empregados esteja compreendido entre:
Entre 26 e 50, se enquadrada no grau de risco 1 ou 2. Entre 11 e 20, se enquadrada no grau
de risco 3 ou 4. Na hipótese da letra b, a negociação coletiva deverá ser obrigatoriamente
assistida por profissional do órgão competente em segurança e saúde no trabalho. Todavia,
as empresas mencionadas neste item poderão ser obrigadas a indicar um médico
responsável pelo PCMSO por determinação da Delegacia Regional do Trabalho, com base
em parecer técnico-conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança
e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, quando suas condições
representarem potencial de risco grave aos respectivos empregados. O grau de risco
mencionado no presente comentário consta do Quadro um (1) anexo à NR4, com as
alterações introduzidas pela Portaria 1 SSST de 12-5-95.

Atribuições do médico-coordenador: Ao médico-coordenador do PCMSO compete: Realizar


os exames médicos ou encarregar os mesmos a um profissional médico familiarizado com
os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as
condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada empregado da empresa
a ser examinada. Encarregar-se dos exames complementares, profissionais e/ou entidades
devidamente capacitados, equipados e qualificados.

Exames médicos: Os empregados ficam sujeitos à realização dos seguintes exames


médicos a cargo do PCMSO, sem ônus para os mesmos: Admissional, Esse exame deve
ser realizado antes do empregado assumir suas atividades. Periódicos, A avaliação clínica
no exame médico periódico deve observar os seguintes prazos: Anualmente, para os
empregados menores de 18 anos e maiores de 45 anos de Idade. Anualmente, para os
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empregados menores de 18 anos e maiores de 45 anos de Idade. No caso de trabalhadores


expostos a riscos ou situações de trabalho - que impliquem no desencadeamento ou
agravamento de doença ocupacional - ou ainda para aqueles que sejam portadores de
doenças crônicas, os exames devem respeitar a seguinte periodicidade: A cada ano, ou a
intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente
da inspeção do trabalho ou ainda como resultado de negociação coletiva do trabalho. E a
cada seis (6) meses, para os trabalhadores expostos às condições hiperbáricas. De Retorno
ao Trabalho: Exame médico de retorno ao trabalho somente será obrigatório quando o
empregado ficar afastado da atividade por período igual ou superior a 30 dias, em virtude de
doença ou acidente de natureza ocupacional, ou parto. De mudança de função: Esse exame
somente será obrigatório quando a nova função expuser o empregado a riscos diferentes
daqueles a que estava exposto antes da mudança. O referido exame deverá ser realizado
antes de o empregado passar a exercer a nova função. Demissional: Exame médico
demissional era realizado dentro do período de 15 dias que antecedessem o desligamento
definitivo do emprego. Como a legislação não era clara sobre o assunto, para algumas
correntes doutrinárias, o desligamento definitivo do trabalho entendia-se como sendo a data
da homologação ou quitação das verbas rescisórias. Com o advento da Portaria oito (8)
SSST/96, o exame médico demissional poderá deixar de ser exigido, dependendo da data
em que o empregado realizou seu último exame. Assim, ficou definido que o exame médico
demissional deve ser realizado, obrigatoriamente, até a data da homologação da rescisão
do contrato de trabalho, desde que o último exame tenha ocorrido há mais de: 135 dias,
quando se tratar de empresas com grau de risco 1 ou 2 , podendo esse prazo ser ampliado
por mais 135 dias em decorrência de negociação coletiva. 90 dias no caso de empresas
enquadradas em grau de risco 3 ou 4 esse prazo também poderá ser ampliado por até mais
90 dias, em decorrência de negociação coletiva. Essa negociação coletiva deverá,
obrigatoriamente, ser assistida por profissional indicado em comum acordo entre as partes
ou por profissional do órgão local competente em segurança e saúde do trabalho.
Entretanto, as empresas poderão ser obrigadas a realizar o exame médico demissional
independentemente da época de realização de qualquer exame, quando suas condições
representarem potencial de risco grave aos empregados. A realização do exame será por
determinação do Delegado Regional do Trabalho, com base em parecer técnico conclusivo
da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em
decorrência de negociação coletiva. Os órgãos homologadores têm exigido, por ocasião da
homologação das rescisões de contrato de trabalho, o exame médico demissional.

Atestado de saúde ocupacional – ASO: Para cada exame médico realizado pelo PCMSO
deverá ser emitido, em duas vias, o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). A primeira via
do ASO deve ficar à disposição da fiscalização do trabalho, devidamente arquivada no local
de trabalho, inclusive nas frentes de trabalho ou canteiros de obras. A segunda via do
atestado deve ser obrigatoriamente entregue ao empregado, mediante recibo na primeira
via. O atestado médico deverá conter, no mínimo: Nome completo do empregado, o número
de registro de sua identidade e sua função. Os riscos ocupacionais específicos existentes,
ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas
pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST). Indicação dos procedimentos
médicos a que foi submetido o empregado, inclusive os exames complementares e a data
em que foram realizados. Nome do médico-coordenador, quando houver o respectivo CRM.
Definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce
ou exerceu. Nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato. Data
e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição
no CRM. O histórico clínico do empregado deve ser registrado em prontuário individual, que
ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO ou seu sucessor quando
for o caso. Esse documento deverá ser arquivado, no mínimo, pelo período de 20 anos
contados a partir do desligamento do empregado.
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Uma vez constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais ou sendo


verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema
biológico, o médico-coordenador ou encarregado do PCMSO deverá tomar as seguintes
medidas: Solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidentes do Trabalho (CAT).
Indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco ou do
trabalho. Encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo
casual, avaliação de incapacidade e definição de conduta previdenciária em relação ao
trabalho. Orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle
no ambiente de trabalho.

Primeiros socorros: Em todos os estabelecimentos deve ser mantido material necessário à


prestação de primeiros socorros, guardado em local adequado e sob os cuidados de pessoa
devidamente treinada para esse fim. O equipamento destinado à prestação do socorro deve
ser apropriado às características da atividade desenvolvida na empresa.

Visando agilizar o atendimento no Serviço Especializado de Segurança e Medicina do


Trabalho (SESMT), o técnico de enfermagem pode, antecipadamente, promover, na área de
trabalho, a distribuição de recipientes para a coleta de material, com o fornecimento das
instruções adequadas. Pergunta: Esta conduta contribui para que tipo de exame? Exame
Periódico.

Nesta aula, trataremos da caracterização das relações entre as doenças e as ocupações, o


que é fator indispensável para promover a qualidade, a capacidade resolutiva e a
integralidade das ações e dos serviços dirigidos à população trabalhadora.

Doenças ocupacionais: São aquelas que estão diretamente relacionadas à atividade


desempenhada pelo trabalhador ou as condições de trabalho as quais ele esta submetido. A
saúde do trabalhador constitui um importante fator que as empresas deveriam buscar como
fator preventivo primordial, porem, sabemos que não é sempre assim. A saúde dos
trabalhadores constitui uma importante área da saúde pública e tem como objetivo a
promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações
preventivas de acompanhamento dos riscos presentes nos ambientes e condições de
trabalho, dos problemas à  saúde do trabalhador, à organização e prestação da assistência
aos trabalhadores, que incluem procedimentos relacionados ao diagnóstico, tratamento e
reabilitação de forma integrada no Sistema de Saúde Pública brasileiro. No conceito de
trabalhadores, são incluídos todos os homens e mulheres que exercem atividades laborais
em qualquer área e onde essas atividades são realizadas visando o sustento dos próprios e
de sua família e dependentes. Estão incluídos trabalhadores: assalariados, autônomos,
servidores públicos, políticos, trabalhadores rurais, empresários, profissionais cooperados,
domésticos, prestadores de serviços. Os riscos associados à saúde do trabalhador
compreendem condições sociais, econômicas e os fatores de risco ocupacionais ambientais
(físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes).

Os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, em


consequência da profissão ou em condições adversas em que seu trabalho é ou foi
realizado. O perfil do adoecimento ou morte do trabalhador resultara na separação desses
fatores que podem ser resumidos em quatro grupos de causas: Doenças comuns, Sem
relação com o trabalho. Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas-
traumáticas), Eventualmente modificadas no aumento da frequência de sua ocorrência ou
no surgimento em trabalhadores sob determinadas condições de trabalho. Doenças comuns
que são agravadas em função das condições de trabalho: Asma brônquica, dermatite de
contato alérgico, PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído), doenças musculoesqueléticas e
alguns transtornos mentais, nos quais essas enfermidades são potencializadas em
decorrência do trabalho. Acesse agora a NR-15 Anexo11. Agravos a saúde específicos:
Típicos dos acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais.
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Segundo o comitê Misto OIT/OMS, reunido em Genebra em 1957, os objetivos para a saúde
ocupacional, que a conceituam e estabelecem o seu âmbito de atuação, são: Manter o mais
alto grau e bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as organizações.
Proteger todo prejuízo causado à saúde dos trabalhadores pelas condições do seu trabalho.
Proteger os trabalhadores, no ambiente do trabalho, contra os riscos causados por agentes
nocivos à saúde. Colocar e manter o trabalhador em uma função que convenha às suas
aptidões fisiológicas e psicológicas. Adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu
trabalho.

Sobre Acidente de Trabalho, a Lei 8.213/91 conceitua: Acidente de Trabalho: Aquele que
ocorre pelo exercício do trabalho provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução da capacidade permanente ou temporária para o
trabalho. Ou seja, o acidente de trabalho, trata-se de um evento único, não desejado,
imprevisto, bem configurado no espaço e no tempo e de consequências geralmente
imediatas. Já sobre as Doenças Ocupacionais, a lei subdivide-as em doenças profissionais e
doenças do trabalho, estando previstas no artigo 20, I e II. As doenças profissionais são
também conhecidas como “ergopatias”, “tecnopatias” ou “doenças profissionais típicas”, são
as produzidas ou desencadeadas pelo exercício profissional peculiar a determinada
atividade. Devido a sua tipicidade, não precisa de comprovação do nexo de causalidade
com o trabalho. São doenças que decorrem de microtraumas que cotidianamente agridem e
vulneram as defesas orgânicas, e que, por efeito cumulativo, terminam por vencê-las,
deflagrando o processo mórbido. As doenças do trabalho, também chamadas de
“mesopatias”, ou “moléstias profissionais atípicas”, são aquelas desencadeadas em função
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacionem diretamente.
Decorrem igualmente de microtraumatismos acumulados. Porém, por serem atípicas exigem
a comprovação do nexo de causalidade com o trabalho através de vistoria no ambiente
laboral. Assim, enquanto as doenças profissionais resultam de risco específico direto (a
depender da característica do ramo da atividade), as doenças do trabalho possuem como
causa o risco específico indireto. Uma bronquite asmática normalmente possui risco
genético e pode acometer qualquer pessoa. Mas se o trabalhador exercer suas atividades
em condições especiais, o risco genético transforma-se em risco específico indireto.

Classificação das doenças do trabalho de acordo com os sistemas ou aparelhos: Sistema


Tegumentar: A pele oferece uma área de contato com o meio ambiente muito grande, por
isso é uma região do corpo que fica muito exposta às agressões do trabalho. As patologias
do sistema tegumentar relacionadas ao trabalho são chamadas de Dermatoses
Ocupacionais. Sistema Respiratório: Os locais de trabalho têm oferecido, cada vez mais,
ambientes poluídos por diversos elementos, gasosos e sólidos, presentes no ar como gases
e micropartículas. Tais substâncias levam desde incômodo respiratório até patologias
graves e mortais, como asma ocupacional e pneumoconioses. Sistema Nervoso e órgãos
dos sentidos: Muitos riscos presentes no ambiente de trabalho são lesivos no sistema
nervoso, tanto central quanto periférico. Os riscos que mais comumente podem levar a
danos para o sistema nervoso. Estes riscos são particularmente os riscos químicos e
físicos.Sistema Digestivo: O órgão mais acometido devido à exposição ocupacional é o
fígado. O fígado é o grande responsável pela metabolização de substâncias estranhas ao
organismo humano e, neste processo, pode entrar em sofrimento ou mesmo falência. É que
os solventes têm afinidade por tecido gorduroso e assim se depositam nos órgãos ricos em
gordura, como sistema nervoso, medula óssea e fígado (por isso, as lesões do sistema
nervoso e da aplasia de medula provocadas pelo benzeno). Além disso, são levados ao
fígado pela corrente sanguínea na tentativa de serem metabolizados para posteriormente
poderem ser eliminados pelas fezes, urina ou suor. Sistema Urinário: Os solventes e
principalmente os metais podem levar à nefropatia tóxica. No caso dos metais esta situação
pode ocorrer de modo semelhante ao que acontece no fígado, na tentativa de eliminação:
por serem pesados fisicamente, os metais se depositam nos túbulos e glomérulos e
progressivamente causam dano ao órgão, podendo levar à insuficiência renal. É o caso do
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chumbo, do arsênio e do mercúrio. Sistema Muscoesquelético: As patologias relacionadas


ao trabalho que podem atingir o sistema musculoesquelético são principalmente as Lesões
por Esforços Repetitivos (LER) e as lombalgias.

Estudo de Caso: A sílica está presente em diversos processos industriais dos quais
podemos destacar: cerâmica branca (louças de mesa e louças sanitárias, isoladores
elétricos), jateamento de areia, extração mineral e acabamento de pedras (granitos,
mármores). Pergunta: A exposição à sílica pode causar que doença? Silicose –
pneumoconiose causada pela sílica.

Nesta aula, serão abordados os parâmetros que permitem a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Trataremos das condições de
trabalho relacionadas ao transporte e à descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos, às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do
trabalho. Desde os tempos do homem das cavernas, a ergonomia já existia e era aplicada:
Quando se descobriu que uma pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguda e transformar-
se em uma lança ou machado, a ergonomia estava sendo aplicada. Quando se
posicionavam galhos ou troncos de árvores sob rochas ou outros obstáculos, como
alavancas ali estava a ergonomia. A ergonomia é a ciência aplicada para facilitar o trabalho
executado pelo homem, sendo que aqui a palavra “trabalho” é interpretada como algo muito
abrangente em todos os ramos e áreas de atuação. O nome ergonomia deriva de duas
palavras gregas: ERGOS (trabalho) e NOMOS (leis, normas e regras). É, portanto, uma
ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o
trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser
humano. Para que isso seja possível, uma infinidade de outras ciências é usada pela
ergonomia para que o profissional que desenvolve projetos ergonômicos obtenha os
conhecimentos necessários suficientes, e resolva uma série de problemas identificados em
um ambiente de trabalho ou no modo como o trabalho é organizado e executado. Fisiologia
e Anatomia, Antropometria e Biomecânica, Higiene do Trabalho e Toxicologia, Doenças
Ocupacionais, Física. Oficialmente, a ergonomia nasceu em 1949 e é derivada da época da
2ª Guerra Mundial. Durante a guerra, centenas de aviões, tanques, submarinos e armas
foram rapidamente desenvolvidos, bem como sistemas de comunicação mais avançados e
radares. Ocorre que muitos destes equipamentos não estavam adaptados às características
perceptivas daqueles que os operavam, provocando erros, acidentes e mortes. Como cada
soldado ou piloto morto representava problemas muito sérios para as Forças Armadas,
estudos e pesquisas foram iniciados por engenheiros, médicos e cientistas para que
projetos fossem desenvolvidos para modificar comandos (alavancas, botões, pedais etc.) e
painéis, além do campo visual das máquinas de guerra. Iniciava-se, assim, a adaptação de
tais equipamentos aos soldados que tinham que utilizá-los em condições críticas, ou seja,
em combate.

Fases da Ergonomia: Primeira fase: Assim, percebe-se uma primeira fase da ergonomia,
referente às dimensões de objetos, ferramentas e painéis de controle dos postos de trabalho
usados por operários. O objetivo dos cientistas, nesta fase, concentrava-se mais ao
redimensionamento dos postos de trabalho, possibilitando um melhor alcance motor e visual
aos trabalhadores. Segunda fase: Numa segunda fase, a ergonomia passa a ampliar sua
área de atuação, confundindo-se com outras ciências, eis que fazendo uso destas. Assim,
passa o ergonomista a projetar postos de trabalho que isolam os trabalhadores do ambiente
industrial agressivo, seja por agentes físicos (calor, frio, ruído), seja pela intoxicação por
agentes químicos (vapores, gases, particulado sólido etc.). O que se percebe é uma
abrangência maior do ergonomista nesta fase, adequando o ambiente e as dimensões do
trabalho ao homem. Terceira fase: Em uma fase mais recente (terceira fase), à época da
década de 80, a ergonomia passa a atuar em outro ramo científico, mais relacionado com o
processo COGNITIVO do ser humano, ou seja, estudando e elaborando sistemas de
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transmissão de informações mais adequados às capacidades mentais do homem, muito


comuns na informática e no controle automático de processos industriais através de SDCD’s
(Sistema Digital de Controle de Dados). Tal fase intensificou sua atuação na região da
Europa, disseminando-se a seguir pelo resto do mundo. Por fim, na atualidade pesquisas
mais recentes estão sendo desenvolvidas nos campos da PSICOPATOLOGIA DO
TRABALHO e da ANÁLISE COLETIVA DO TRABALHO. Especificamente a Escola
Francesa de Ergonomia interessou-se por tais ciências e as vem divulgando pelo mundo,
inclusive no Brasil. PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO: A primeira estuda as reações
PSICOSSOMÁTICAS dos trabalhadores e seu sofrimento frente a situações problemáticas
da rotina do trabalho, principalmente levando em consideração que muitas destas situações
não são previstas pela empresa e muito menos aceitas por elas. ANÁLISE COLETIVA DO
TRABALHO: Já a Análise Coletiva do Trabalho estabeleceu um importante diálogo entre o
ergonomista e grupos de trabalhadores, que passam a explicar livremente suas críticas,
ideias e sugestões relacionadas aos problemas que os fazem sofrer em seu trabalho sem
sofrer pressões por parte das chefias, o que é essencial. Verificamos que, algumas vezes,
os postos de trabalho não estão bem adaptados às características do operador, quer quanto
à posição da máquina com que trabalha, quer no espaço disponível ou na posição das
ferramentas e materiais que utiliza em suas funções. E é para estudar as implicações destes
problemas que existe a ciência que avalia as condições de trabalho do operador, medindo o
esforço que o mesmo realiza para executar as suas tarefas: a ergonomia. Ergonomia é a
ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu ambiente de
trabalho. Para melhor entender este assunto, leia agora a NR-17.

Verificamos que, algumas vezes, os postos de trabalho não estão bem adaptados às
características do operador, quer quanto à posição da máquina com que trabalha, quer no
espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais que utiliza em suas funções.
Guilhotina manual que serve para cortar chapas de aço. A haste de movimentação da
guilhotina que tem contato com as mãos do trabalhador deve ter uma forma adequada, de
modo a permitir que todos os dedos nela se apoiem. Dessa forma, é respeitada a anatomia
das mãos, proporcionando conforto ao trabalhador.

Os agentes ergonômicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados com:


Exigência de esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de pesos, postura
inadequada no exercício das atividades, exigências rigorosas de produtividade, períodos de
trabalhos prolongados ou em turnos, exigência de esforço físico intenso. Movimentos
repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem monotonia
muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios
iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas genericamente de
lesões por esforços repetitivos. As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se
por causar fadiga muscular, que gera fortes dores e dificuldade para movimentar os
músculos atingidos.

Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários há séculos. Hoje


afetam diversas categorias de profissionais, como: Bancários, Metalúrgicos, Costureiras,
Telefonistas, Operadores informáticos, Pianistas, Empacotadores. Enfim, todos os
profissionais que realizam movimentos automáticos e repetitivos. Contra os males
provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma é a prevenção, o que pode ser
obtido a partir de: Rotação do pessoal. Intervalos mais frequentes. Exercícios
compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos. Exames médicos periódicos. Evitar
esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres. Outros fatores de risco
ergonômico podem ser encontrados em circunstâncias aparentemente impensáveis, como:
Falhas de projeto de máquinas. Equipamentos, ferramentas, veículos e prédios. Deficiências
de layout. Iluminação excessiva ou deficiente. Uso inadequado de cores. A ergonomia é uma
forma de adaptar o meio envolvente às dimensões e capacidades humanas onde máquinas,
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dispositivos, utensílios e o ambiente físico sejam utilizados com o máximo de conforto,


segurança e eficácia. A análise e intervenção ergonômica traduzem-se em: Melhores
condições de trabalho. Menores riscos de incidente e acidente. Menores custos humanos.
Formação com o objetivo de prevenir. Maior produtividade. Otimizar o sistema
homem/máquina.

Algumas medidas da Ergonomia: Corpo em movimento: Torna o movimento compatível com


a ação. Reduz o esforço de músculos e tendões. Precisão de movimentos: Ter atenção a
sua amplitude, posição, e quais membros a utilizar. Rapidez dos movimentos: salientar
sinais visuais ou audiovisuais. Esforço estático: Uma cadeira deve fornecer vários pontos de
apoio ao corpo humano e altura do assento deve ser regulável. A cadeira deve ter cinco
apoios no chão e deve ter apoio nos pés sempre que necessário. Rampa e escadas: Para
rampas, a inclinação deve ser entre 0 e 20 graus. Para escadas, a inclinação deve ser entre
20 e 50 graus, e a altura mínima do degrau deve estar entre 13 e 20 cm. A largura mínima
do degrau deve ser de 51 cm. Portas e Tetos: A altura mínima de uma porta é de 200 cm.
Altura mínima de um teto é de 200 cm. Corredor com passagem para três pessoas deve ter
largura mínima de 152 cm.

Nesta aula será abordado um sistema de gestão voltado para a segurança e saúde
ocupacional como forma de minimizar os riscos aos quais os trabalhadores e outras partes
interessadas possam estar expostos quando da realização de suas atividades, permitindo
implementar, manter e melhorar o sistema de gestão da segurança e saúde ocupacional.

Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional – OHSAS18001: OHSAS é uma sigla


em inglês para Occupational Health and Safety Assessment Services, cuja tradução é
Serviços de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional. A OHSAS 18001 é uma norma
para os Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional voltados para empresas
que se preocupam com a preservação da integridade, segurança e saúde dos seus
colaboradores de forma responsável. A Occupational Health and Safety Assessments Series
é uma norma que define requisitos do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança
Ocupacional, desenvolvida de forma a ser compatível com a norma ISO 9001 e a ISO
14001. As empresas que adotam esta norma comprovam que se preocupam com a saúde e
a segurança de seus colaboradores, deixando claro para seus parceiros de negócios e
autoridades locais que adotou um Sistema de Gestão voltado para Saúde e Segurança no
Trabalho. Através desta norma a empresa alcança maior nível de produtividade, além de
aumentar a motivação dos seus colaboradores e valorizar sua imagem no mercado. ISO
14000 é uma série de normas desenvolvidas pela International Organization for
Standardization (ISO) e que estabelece diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro
de empresas. A expressão ISO 9000 designa um grupo de normas técnicas que estabelece
um modelo de gestão de qualidade para organizações em geral, qualquer que seja o seu
tipo ou dimensão. A OHSAS 18001 pode beneficiar as organizações que desejam construir
suas filosofias em uma gestão ativa de saúde ocupacional e segurança, controlar riscos que
podem afetar a saúde e segurança ocupacional de seus funcionários e que queiram
documentar suas atividades e torná-las mensuráveis visando um processo de melhoria
contínua. O padrão de Saúde Ocupacional e Segurança (OHSAS 18001) é um padrão
internacional que estabelece requisitos relacionados à Gestão da Saúde Ocupacional e
Segurança, através do qual é possível melhorar o conhecimento dos riscos existentes na
organização, atuando no seu controle em situações normais e anômalas. Este padrão é
aplicável a qualquer organização de diversos setores e atividades econômicas, orientando
tais organizações sobre como promover a melhoria contínua do desempenho de Saúde
Ocupacional. A implantação doa OHSAS 18001 pode trazer diversos benefícios para as
empresas, como a redução de acidentes, confiabilidade legal devido ao cumprimento das
normas pertinentes à organização, pode trazer motivação para os colaboradores fazendo
com que os mesmos se envolvam nos processos de gestão SSO. Com certeza a imagem da
empresa também melhora e isto faz com que haja um aumento na produtividade, trazendo
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um maior controle dos riscos com acidentes ambientais. A especificação OHSAS 18001 é
um referencial que contém requisitos para Sistemas de Gestão Segurança, Higiene e Saúde
no Trabalho desenvolvida em conjunto por um grupo de Organismos de Certificação
internacionais, Organismos de Normalização nacionais, e outras partes interessadas.
Permite às organizações gerir riscos operacionais e melhorar a suas performances. Orienta
a gestão dos aspectos de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho das atividades e dos
negócios de forma mais eficaz, tendo em grande consideração a prevenção de acidentes,
redução de riscos e o bem-estar dos colaboradores. A certificação do seu Sistema de
Gestão OHSAS 18001 pela SGS ICS permite-lhe demonstrar elevados níveis de Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho no concurso a contratos nacionais e internacionais, na
expansão local de novos negócios ou na negociação de prêmios de seguro. As avaliações
regulares conduzidas pela SGS ICS apoiam as Organizações continuamente, a usar,
monitorizar e melhorar os seus Sistemas de Gestão de Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho e processos relacionados.

Por que a SGS ICS? Com mais de 80.000 certificados atribuídos em todo o mundo, a SGS
ICS é o Organismo líder em Serviços de Certificação de acordo com diversas normas,
incluindo ISO 9001:2000, ISO 14001:2004, OHSAS 18001, ISO 22000 e Sistemas de
Gestão do Produto e do Serviço. Os certificados SGS ICS são reconhecidos e respeitados
mundialmente, dada a nossa longa experiência em certificação dos mais diversos ramos de
atividade econômica. A Certificação de Sistemas de Gestão é uma ferramenta que auxilia as
Organizações, a médio e em longo prazo, a atingir a liderança no seu segmento de
mercado. A SGS ICS foi o primeiro Organismo de Certificação a obter a acreditação em
Portugal para a Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade. Tendo, mais tarde, obtido
a acreditação para a Certificação de Sistemas de Gestão Ambiental e EMAS.

Trabalhar com a SGS ICS significa: Reconhecimento mundial das Marcas de Certificação.
Partilha de know-how internacional. Bolsa de Auditores altamente qualificados. Seleção de
Auditores adequada à realidade e atividade de cada Organização. Atendimento
personalizado e soluções idealizadas à medida da sua Organização. Procedimentos rápidos
e eficientes, assegurando processos expeditos. Não existe um método rígido para implantar
um sistema de gestão de SSO, alguns profissionais entendem que tudo inicia com
elaboração e implementação dos procedimentos, porém o mais recomendável seja realizar
um diagnóstico para avaliar o nível de conformidade com os elementos da OHSAS 18001.
Para ajudar na implantação de um sistema de gestão podemos seguir as orientações do
Ciclo da Melhoria Contínua representado pelo PDCA - Planejar (Plan), Implementar (DO),
Verificar (Check), e Atuar e Corrigir (Act).

O método PDCA se baseia no controle de processos. Foi desenvolvido na década de 30


pelo americano Shewhart, mas foi Deming seu maior divulgador, ficando mundialmente
conhecido ao aplicar nos conceitos de qualidade no Japão (MILET, 1993; BARRETO, 1999).
Planejar, Definir o que queremos, planejar o que será feito, estabelecer metas e definir os
métodos que permitirão atingir as metas propostas. No caso de desenvolvimento de um
Sistema de Informação, esta atividade pode corresponder ao planejamento do Sistema.
Meta: Satisfazer mais as pessoas que os concorrentes e de maneira mais econômica.
Executar, Tomar iniciativa, educar, treinar, implementar, executar o planejado conforme as
metas e métodos definidos. No caso de desenvolvimento de um Sistema de Informação,
esta atividade pode corresponder ao desenvolvimento e uso do sistema. Trabalho
disciplinado de acordo com procedimentos operacionais padrão. Verificar, Verificar os
resultados que se está obtendo, verificar continuamente os trabalhos para ver se estão
sendo executados conforme planejados. Itens de controle: Como estão os resultados?
Como eles se comparam com as metas? Agir, Fazer correções de rotas se for necessário,
tomar ações corretivas ou de melhoria, caso tenha sido constatada na fase anterior a
necessidade de corrigir ou melhorar processos. No caso de desenvolvimento de um Sistema
de Informação, esta atividade pode corresponder aos ajustes, implementações e
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continuidade do sistema. Atuação Corretiva: Atuação no processo (meios) para se manter e


melhorar os resultados.

Ciclo da melhoria contínua: Para ajudar na implantação de um sistema de gestão será


necessário seguir as orientações do Ciclo da Melhoria Contínua representado pelo PDCA:
Planejar, Executar, Verificar, Agir Corretivamente. Pontos a destacar! Os elementos da
OHSAS 18001 são referências importantes, mas não são as únicas. Algumas organizações
desenvolvem modelos próprios, porém não certificáveis. Muitas vezes estes modelos são
mais consistentes do que o processo de certificação baseado na OSHAS 18001. Vale
ressaltar que a certificação de um sistema de gestão não significa alcançar a excelência e,
sim, o início de um processo organizado e sistemático para implantação dos elementos
básicos da gestão.

Visão geral da gestão da qualidade: A gestão da qualidade parece passar, nesse momento
por uma fase de transição, considerada como a fase entre a Gestão da Qualidade e Gestão
da Produção. No passado o que parecia era que a qualidade era uma área da Gestão da
produção, tendo características claramente operacionais. Só que agora a qualidade passou
ser uma variável estratégica nas empresas. Antes as empresas pensavam em produzir com
qualidade, atualmente as empresas decidem entre produzir com qualidade ou por em risco 
a sua permanência no mercado. Qual seria a diferença entre Gestão da Qualidade e Gestão
de Qualidade? Gestão de Qualidade: A Gestão de Qualidade é um bom processo de gestão,
podendo ser em qualquer área. Gestão da Qualidade: A Gestão da Qualidade já é a gestão
de algo bem definido, chamado qualidade, algo geral é uma área técnica da organização. A
necessidade de as empresas demonstrarem compromissos por meio de certificação, seja
por questões de imagem, de vantagem competitiva, para transpor barreiras não-tarifárias, ou
por pressão dos clientes, tem sido assumida como um processo irreversível dos tempos
modernos. Some-se a isso, a introdução da norma ISO14001 em 1996, como uma
preocupação em demonstrar uma conduta correta em relação à certificação ambiental.
Pergunta: A introdução da variável ambiental no planejamento estratégico das empresas
garante a consistência e a robustez nas atividades de gestão sistematizada? O tema de
qualidade ambiental por si só não garante consistência e robustez às atividades de gestão
sistematizada. A preservação da segurança e saúde ocupacional (SSO) dos trabalhadores é
um dos componentes básicos e complementar, para se assegurar a qualidade total, com
processos produtivos seguros e competitividade.

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