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4.1 Introdução
135
136 4 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Condições gerais de excitação
• Como veremos, δ(t) não é uma função comum, mas o que chamamos de
função generalizada.
Seja primeiramente uma função f (t) definida como
1/, −/2 < t < /2
f (t) = (4.1)
0, restante.
e mostrada abaixo.
pode-se notar que se a função f (t) descrever uma força que corresponde a
um impulso unitário.
A Função Delta de Dirac δ(t) é então definida como
e representada pela Fig. 4.2 , onde a altura da seta indica o valor do impulso
(e não o valor da função).
Note que:
• A função é zero em todos os pontos com exceção do ponto t = 0, onde vai
para infinito.
• A função continua apresentando um impulso unitário, ou seja,
4.2 Função Delta de Dirac e Resposta Impulsiva 137
Z ∞
δ(t)dt = 1 (4.4)
−∞
onde ẋi e ẋf são a velocidade do corpo antes e após a aplicação do impulso.
No caso de uma função impulso unitário, a força é aplicada apenas em t = 0
e pode-se escrever
Z ∞
I= δ(t)dt = 1 = mẋ(0+ ) − mẋ(0− ) (4.9)
−∞
0.02
0.015
0.01
0.005
h(t)
−0.005
−0.01
−0.015
−0.02
−0.5 0 0.5 1
t [s ]
Seja agora o caso onde o Delta de Dirac é aplicado em outro ponto que
não t = 0, por exemplo t = a. Nesse caso, a excitação é simplesmente f (t) =
δ(t − a) e resposta do sistema é dada por
0, t<a
h(t) = 1 −ξωn (t−a) (4.13)
e sen[ωd (t − a)], t ≥ a,
mωd
0, t<a
c1 −ξωn (t−a)
e sen[ωd (t − a)], a ≤ t < b,
mω
d
h(t) = c1 (4.14)
e−ξωn (t−a) sen[ωd (t − a)]
mω
d t ≥ b,
c2 −ξωn (t−b)
+ e sen[ωd (t − b)],
mωd
140 4 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Condições gerais de excitação
2 0.02
0.015
1.5
0.01
0.005
1
h(t)
δ (t)
0
0.5 −0.005
−0.01
0
−0.015
−0.5 −0.02
−0.5 0 0.5 1 −0.5 0 0.5 1
t [s ] t [s ]
2 0.02
0.015
1.5
0.01
0.005
1
h(t)
δ (t)
0
0.5
−0.005
−0.01
0
−0.015
−0.5 −0.02
−0.5 0 0.5 1 −0.5 0 0.5 1
t [s ] t [s ]
• Transformada de Fourier
Iremos considerar primeiramente a solução através da integral de con-
volução.
Seja agora o caso de um sistema vibratório submetido a uma excitação
arbitrária f (t) como mostrada na Fig. 4.7.
f (t) f (t)Δt1
Zt
x(t) = f (ti )h(t − ti )dti (4.18)
0
142 4 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Condições gerais de excitação
Zt
x(t) = f (t) ∗ h(t) = f (τ )h(t − τ )dτ (4.19)
0
• A função resposta impulsiva pode ser interpretar como uma função que
aplica um peso na função excitação de acordo com o atraso em relação ao
instante t como mostrado na Fig. 4.8.
Presente
f (t)
Tempo
Passado Futuro
Z0 Zt
x(t) = f (t − λ)h(λ)(−dλ) = f (t − λ)h(λ)dλ (4.20)
t 0
Zt Zt
x(t) = f (t)∗h(t) = h(t)∗f (t) = f (τ )h(t−τ )dτ = h(τ )f (t−τ )dτ (4.21)
0 0
Note que:
4.3 Resposta a uma excitação qualquer - Teorema da convolução 143
f (t)
Presente
Tempo
h(t)
Tempo
h(t − τ )x(τ ) h(t − τ )
Tempo
Tempo
Outras propriedades:
• Associatividade:
• Distributividade:
f (t)
F0
a t
Figura 4.10: Funçao resposta impulsiva como função peso.
1 0.01
0.8
0.005
0.6
h(t)
f (t)
0
0.4
−0.005
0.2
0 −0.01
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
t [s ] t [s ]
0.2
0.15
0.1
0.05
x( t )
−0.05
−0.1
−0.15
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
t [s ]
4.4.1 Definição
onde ωT = 2π/T e
T
1
Z
c̃p = x(t)e−ipωT t dt. (4.26)
T 0
e Z T /2
c̃p = ∆ω x(t)e−ipωT t dt. (4.28)
−T /2
Note que como ∆ω → 0, a razão c̃p /∆ω torna-se uma função contı́nua em
ω e escreve-se pωT = ω. A Transformada de Fourier de uma função x(t) é
representada como F {x(t)}.
A representação de x(t) através da série de Fourier assumindo um perı́odo
tendendo a infinito pode então ser escrita a partir da Eq. (4.27) como
4.4 Transformada de Fourier 147
∞
1 X
x(t) = lim cp eipωT t (4.31)
T →∞ 2π
p=−∞
Z ∞
F {x(t)} = Ae−at sen(ω0 t)e−iωt dt
0
Z ∞
− e−iω0 t
iω0 t
−at e
= Ae e−iωt dt
0 2i
Aω0
= 2
ω0 + (a + iω)2
ou seja
Aω0
X̃(ω) = (4.35)
ω02 + (a + iω)2
ω0
|X̃(ω)| = p (4.36)
(ω02 + a2 − ω 2 )2 + (2aω)2
e
−2aω
φ(ω) = arctan 2 (4.37)
ω0 + a2 − ω 2
A Fig. 4.13 apresenta a função no tempo e um esboço dos espectros de
magnitude e fase da função.
Note que:
• Utilizou-se a notação X̃(ω) = |X̃(ω)|eiφ(ω) , ou seja, diferente da utilizada
anteriormente.
• O espectro de magnitude é sempre uma função par;
• O espectro de fase é sempre uma função impar;
• Pode-se identificar facilmente a frequência de oscilação do seno amortecido
através do espectro de magnitude;
• Outra forma de apresentar X̃(ω) é através dos espectros da parte real e
da parte imaginária.
ou seja
X̃(ω) = 1 (4.40)
A função Delta de Dirac no tempo e seu espectro de magnitude são mos-
trados na Fig. 4.14.
Note que:
• A Transformada de Fourier de um Delta de Dirac é uma função puramente
real constante;
• O espectro de fase é nulo;
• Diz que uma excitação na forma de um Delta de Dirac excita todas as
frequências simultaneamente e com mesma magnitude. Essa caracterı́stica
justifica a utilização do martelo de impacto como excitação em muitos
testes de vibração.
Função seno
Z ∞
F {A sen ωp t} = A sen(ω0 t)e−iωt dt
−∞
∞
eiω0 t − e−iω0 t −iωt
Z
= A e dt
−∞ 2i
Aπ
= [δ(ω − ω0 ) − δ(ω + ω0 )]
i
onde usou-se a propriedade da Função Delta de Dirac que afirma que
Z ∞
e±iat = 2πδ(a). (4.42)
−∞
Aπ
X̃(ω) = [δ(ω − ω0 ) − δ(ω + ω0 )] (4.43)
i
A função seno no tempo e seu espectro de magnitude são mostrados na
Fig. 4.15.
Note que:
• Como era de se esperar, a Transformada de Fourier da função seno possui
apenas uma componente na frequência (considerando apenas o espectro
para frequências positivas).
Função exponencial
(
0, t<0
x(t) = (4.44)
e−at , t > 0
Z ∞
F {e−at } = e−at e−iωt dt
Z0 ∞
= e−(a+iω)t dt
0
Z T
= lim e−(a+iω)t dt
T →∞ 0
−(a+iω)T
e 1
= lim − +
T →∞ a + iω a + iω
1
=
a + iω
ou seja,
1
X̃(ω) = (4.45)
a + iω
4.4 Transformada de Fourier 151
−ω
φ(ω) = arctan (4.47)
a
A função exponencial no tempo e seus espectros de magnitude e fase são
mostrados na Fig. 4.16.
Note que:
• Note que no caso da função exponencial não há oscilação em uma dada
frequência e o espectro não possui um pico especı́fico.
Derivada da função
Pode-se mostrar (via integração por partes) que
Z ∞
x(t) = h(τ )f (t − τ )dτ
0
Z ∞
= h(τ )Fm eiω(t−τ ) dτ
0
Z ∞
−iωτ
= Fm h(τ )e dτ eiωt (4.52)
0
Z ∞ Z ∞
X̃(ω) = h(τ )f (t − τ )e−iωt dτ dt
−∞ 0
Z∞ Z ∞
= h(τ )f (µ)e−iω(µ+τ ) dτ dµ
−∞ 0
Z ∞ Z ∞
= h(τ )e−iωτ dτ f (µ)e−iωµ dt
0 −∞
Exemplo:
Determine o espectro de magnitude da resposta de um sistema massa-
mola-amortecedor submetido a uma excitação f (t) dada por
(
0, t<0
f (t) = −at
.
e , t>0
Tem-se duas opções para solucionar o problema:
• Opção 1:
– Determinar a resposta impulsiva do sistema;
– Aplicar a integral de convolução e obter a resposta no tempo;
– Aplicar a Transformada de Fourier na resposta;
• Opção 2:
– Calcular a FRF do sistema;
– Calcular a Transformada de Fourier da excitação;
– Obter o espectro da resposta através da multiplicação;
Em geral, a segunda opção é a mais simples e é aplicada a seguir.
• A FRF do sistema massa-mola-amortecedor foi calculada no Cap. 3 e é
dada por
1/m
H̃(ω) =
ωn2 − ω 2 + i2ξωωn
154 4 Sistemas de 1 Grau de Liberdade - Condições gerais de excitação
Na grande maioria dos casos, os métodos vistos até aqui para a solução
de problemas envolvendo uma excitação qualquer (Integral de Convolução
e a Transformada de Fourier) são implementados numericamente. Isso ocorre
porque a solução analı́tica utilizando esses métodos está restrita a excitações
relativamente simples. Abaixo, uma breve introdução a alguns dos métodos
numéricos mais utilizados é apresentada. Entretanto, é importante destacar
que existem vários outros métodos (principalmente para a solução da Integral
de Convolução) e sugere-se que outras fontes também sejam consultadas, tais
como [5, 2, 3].
4.6 Exercı́cios 155
4.6 Exercı́cios