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E JARDIM FORTALEZA II
ESQUIZOFRENIA
Guarulhos/2019
Sumário
1. Resumo ------------------------------------- 3
2. Introdução --------------------------------- 3
3. CID-10 -------------------------------------- 4
4. Tipo de Esquizofrenia ------------------- 4
5. Sintomas ------------------------------------ 5
Introdução
Os cientistas do final do século 19 foram buscar inspiração na língua grega arcaica para
caracterizar um transtorno psiquiátrico que, até então, ficava jogado no limbo da loucura. Por
meio da junção dos termos esquizo, “dividir” no idioma dos filósofos clássicos, e frenia, algo
próximo de “mente”, eles deram um nome perfeito para a doença. A esquizofrenia, ou
distúrbio da mente dividida, é marcada por surtos em que o mundo real acaba substituído por
delírios e alucinações. O transtorno afeta 2 milhões de brasileiros, mas a falta de
conhecimento sobre ele só reforça estigmas. A esquizofrenia e os denominados transtornos
esquizofrênicos constituem um grupo de distúrbios mentais graves, sem sintomas
patognomônicos, mas caracterizados por distorções do pensamento e da percepção, por
inadequação do afeto sem prejuízo da capacidade intelectual. Seu curso é variável,
aproximadamente 30% dos casos apresentam recuperação completa ou quase completa, cerca
de 30% com remissão incompleta e prejuízo parcial de funcionamento e cerca de 30% com
deterioração importante e persistente da capacidade de funcionamento profissional, social e
afetivo. Embora não se identifique qualquer sintoma patognomônico, existe uma hierarquia
de sintomas. Para fins do diagnóstico de esquizofrenia, exige-se a presença de pelo menos
uma das síndromes, sintomas ou sinais de um grupo de maior hierarquia, ou pelo menos dois
dos sinais e sintomas de um grupo de menor hierarquia. Os sintomas devem estar presentes
na maior parte do tempo, um episódio que dure pelo menos 1 mês e devem ter sido excluídos
diagnósticos de transtornos de humor, transtornos atribuíveis à doença cerebral orgânica,
intoxicação, dependência ou abstinência relacionada a álcool ou outras drogas. É muito
importante para a confirmação do diagnóstico a ocorrência de uma perturbação das funções
que dão à pessoa normal um senso de individualidade, de unicidade e de direção de si
mesmo.
CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E
PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE (CID-10)
F20.0 Esquizofrenia paranoide
F20.1 Esquizofrenia hebefrênica
F20.2 Esquizofrenia catatônica
F20.3 Esquizofrenia indiferenciada
F20.4 Depressão pós-esquizofrênica
F20.5 Esquizofrenia residual
F20.6 Esquizofrenia simples
Tipos de Esquizofrenia
Esquizofrenia paranoide
O isolamento social também está presente na esquizofrenia paranoide ou paranoica, como é
conhecida. O portador da doença enfrenta problemas como falas confusas, falta de emoção e
tende a achar que está sendo perseguido por pessoas ou espíritos.
Esquizofrenia desorganizada
Conhecida também como ‘esquizofrenia hebefrênica’, esse tipo é caracterizado por um
comportamento mais infantil, respostas emocionais descabidas e pensamentos sem nexo.
Esquizofrenia catatônica
O paciente diagnosticado com esquizofrenia catatônica mostra um quadro de apatia. Pode
ficar na mesma posição por horas, causando também a redução da atividade motora.
Esquizofrenia indiferenciada
Pacientes que não se enquadram perfeitamente em um dos tipos de esquizofrenia, contudo,
podem desenvolver algumas das características citadas acima.
Depressão pós-esquizofrênica
Episódio depressivo eventualmente prolongado que ocorre ao fim de uma afecção
esquizofrênica. Ao menos alguns sintomas esquizofrênicos “positivos” ou “negativos” devem
ainda estar presentes mas não dominam mais o quadro clínico. Este tipo de estado depressivo
se acompanha de um maior risco de suicídio.
Esquizofrenia residual
Existe a alteração no comportamento, nas emoções e no convívio social, mas não na
frequência dos demais tipos.
Esquizofrenia simples
A esquizofrenia simples apresenta mudanças na personalidade. O paciente prefere ficar
isolado – o que inibi seu convívio social –, é disperso aos acontecimentos do dia a dia e
insensível no que diz respeito a afetos.
Sintomas
Os sintomas geralmente começam entre 15 e 35 anos. Em alguns casos raros, é possível que
crianças também tenham.
Os sintomas se dividem em três categorias: positiva, negativa e cognitiva.
Sintomas Positivos
Trata-se de comportamentos psicóticos geralmente não observados em pessoas saudáveis.
Pessoas com sintomas positivos podem “perder contato” com alguns aspectos da realidade.
Os sintomas incluem:
Alucinações
Delírios
Pensamentos desordenados (modos de pensar incomuns ou disfuncionais)
Distúrbios do movimento (movimentos do corpo agitado)
Sintomas Negativos
Estão associados a interrupções nas emoções e comportamentos normais.
Os sintomas incluem:
Redução do afeto (expressão reduzida de emoções através da expressão facial ou tom
de voz)
Reduzir os sentimentos de prazer na vida cotidiana
Dificuldade em iniciar e manter atividades
Redução de fala
Sintomas Cognitivos
Para alguns, os sintomas cognitivos são sutis, mas para outros são mais graves e os pacientes podem
perceber mudanças na memória ou outros aspectos do pensamento.
Os sintomas incluem:
Fatores de Risco
Existem vários fatores que podem contribuir para o risco de um indivíduo desenvolver esquizofrenia.
Genética e ambiente: há algum tempo descobriu-se que a esquizofrenia pode ser hereditária e ocorrer
em determinadas famílias. No entanto, há muitas pessoas que têm esquizofrenia e que não têm um
membro da família com a desordem e, inversamente, muitas pessoas com um ou mais membros da
família com o transtorno que não o desenvolvem.
Os cientistas acreditam que muitos genes diferentes podem aumentar o risco de esquizofrenia, mas
que nenhum gene único causa a desordem por si só.
Ainda não é possível usar informações genéticas para prever quem desenvolverá a doença.
Estudos indicam também que as interações entre genes e aspectos do ambiente do indivíduo são
necessárias para que a esquizofrenia se desenvolva. Os fatores ambientais podem envolver:
Exposição a vírus
Desnutrição antes do nascimento
Problemas durante o nascimento
Fatores psicossociais
Química e estrutura do cérebro diferente
Um desequilíbrio nas reações químicas complexas e inter-relacionadas do cérebro envolvendo os
neurotransmissores como a dopamina e glutamato, e possivelmente outros, pode desempenhar um
papel no desenvolvimento da esquizofrenia. Alguns especialistas também acreditam que problemas
durante o desenvolvimento do cérebro antes do nascimento podem levar a conexões defeituosas. O
cérebro também sofre grandes mudanças durante a puberdade, e essas mudanças podem desencadear
sintomas psicóticos em pessoas vulneráveis devido a genética ou diferenças cerebrais.
Marcações genéticas
A esquizofrenia afeta 1 em cada 100 pessoas. A doença não tem cura e os pacientes sofrem
com alucinações, delírios e sérios problemas de interação social. Já existem drogas e
medicamentos que estão disponíveis para tratar alguns dos sintomas, mas eles não funcionam
para todos e, muitas vezes, geram efeitos colaterais desagradáveis Fatores genéticos e
ambientais são os responsáveis pela desordem. Nosso genes influenciam o desenvolvimento
do nosso cérebro para nos tornar mais ou menos sensíveis a certas doenças, dado o ambiente
em que nos encontramos. Ter um parente com a doença aumenta o risco de se ter
esquizofrenia, porém, não é regra. Vale ressaltar que não há um único gene que cause a
doença, e sim vários que, somados, aumentam a probabilidade. Muitas das diferenças
genéticas que aumentam o risco de uma pessoa desenvolver a esquizofrenia são comuns na
população em geral. Estas diferenças consistem em mudanças individuais nas sequências de
DNA que “marcam” as regiões do genoma e, presumivelmente, genes próximos.
Do DNA ao diagnóstico
O desafio agora é entender por que essas regiões marcadas estão ligadas à doença.
Pesquisadores investigam como as diferenças nas regiões marcadas referem-se a mudanças
nas moléculas que formam os blocos de construção das células do cérebro, nossos neurônios.
Para isso investigam a forma como estas alterações influenciam a maneira que os neurônios
funcionam dentro do cérebro e, finalmente, como a função cerebral alterada resulta nos
sintomas sofridos pelos pacientes. No entanto, os estudos iniciais demonstram que fazer a
transição das marcações genéticas para os sintomas do paciente será uma tarefa hérculea, e
isso enfatiza o quão pouco nós sabemos sobre o cérebro humano.
Tratamento
Embora não exista cura para a esquizofrenia, muitas pessoas com essa doença podem levar uma vida
produtiva e satisfatória com o tratamento adequado. A recuperação é possível através de uma
variedade de serviços, incluindo programas de medicação e reabilitação. A reabilitação pode ajudar
uma pessoa a recuperar a confiança e as habilidades necessárias para viver uma vida produtiva e
independente na sociedade. O portador de esquizofrenia é incapaz de avaliar seu próprio
comportamento. Neste caso, pessoas próximas ao paciente são quem identificam os sintomas e
procuram ajuda médica. Com acompanhamento de um psicólogo, psiquiatra e medicamentos é
possível que as frequências das crises diminuam e o paciente consiga viver de maneira mãos
tranquilas. O acompanhamento de um especialista é indispensável. Como as causas ainda são
desconhecidas, os tratamentos se concentram na eliminação dos sintomas da doença.
Os tratamentos incluem:
Antipsicóticos
Medicamentos são frequentemente usados para ajudar a controlar os sintomas da
esquizofrenia. Eles ajudam a reduzir os desequilíbrios bioquímicos que causam a
esquizofrenia e diminuem a probabilidade de recaída. Como todos os medicamentos, no
entanto, os antipsicóticos devem ser tomados apenas sob a supervisão de um psiquiatra.
Antipsicóticos atípicos (ou “Nova Geração”) têm menor probabilidade de causar alguns dos
efeitos colaterais graves associados a antipsicóticos típicos (ou seja, discinesia tardia,
distonia, tremores).
Os medicamentos antipsicóticos geralmente são tomados diariamente. Alguns antipsicóticos
são injeções que são administradas uma ou duas vezes por mês. Algumas pessoas têm efeitos
colaterais quando começam a tomar medicamentos, mas a maioria dos efeitos colaterais
desaparecem após alguns dias. Médicos e pacientes podem trabalhar juntos para encontrar a
melhor combinação de medicação ou medicação e a dose certa.
Existem dois tipos principais de medicação antipsicótica:
Os antipsicóticos típicos (“convencionais”) controlam efetivamente os sintomas “positivos”,
como alucinações, delírios e confusão da esquizofrenia.
Alguns antipsicóticos típicos são:
Clorpromazina (Thorazine)
Haloperidol (Haldol)
Mesoridazina (Serentil)
Perfenazina (Trilafon)
Flufenazina (Proxlixina)
Tioridazina (Mellaril)
Thiothixene (Navane)
Trifluoperazina (Stelazine)
Os antipsicóticos atípicos (Nova Geração) tratam os sintomas positivos e negativos da
esquizofrenia, frequentemente com menos efeitos colaterais.
Alguns antipsicóticos atípicos são:
Aripiprazol (Abilify, Aristada)
Asenapina (Saphris)
Brexpiprazol (Rexulti)
Cariprazina (Vraylar)
Clozapina (Clozaril, FazaClo, Versacloz)
Iloperidona (Fanapt)
Lurasidona (Latuda)
Olanzapina (Zyprexa)
Paliperidona (Invega)
Quetiapina (Seroquel)
Risperidona (Risperdal)
Ziprasidona (Geodon)
Uma terceira categoria menor de drogas usadas para tratar a esquizofrenia é conhecida como
“agentes antipsicóticos diversos”. Os agentes antipsicóticos diversos funcionam de maneira
diferente dos medicamentos antipsicóticos típicos ou atípicos. A loxapina (Adasuve,
Loxitane) é um desses antipsicóticos diversos e é usada para tratar a agitação em pessoas com
esquizofrenia.
Os efeitos colaterais são comuns com drogas antipsicóticas. Eles variam de efeitos colaterais
leves, como boca seca, visão turva, constipação, sonolência e tontura que geralmente
desaparecem depois de algumas semanas para efeitos colaterais mais graves, como problemas
com o controle muscular, estimulação, tremores e carrapatos faciais. A nova geração de
drogas tem menos efeitos colaterais. No entanto, é importante conversar com seu psiquiatra
antes de fazer qualquer alteração na medicação, pois muitos efeitos colaterais podem ser
controlados.
Terapia
Psicoterapia
A psicoterapia é extremamente útil depois que os pacientes e o médico psiquiatra
encontraram um medicamento que funcione. Aprender e usar habilidades de
enfrentamento para superar os desafios cotidianos da esquizofrenia ajuda as pessoas a
perseguirem seus objetivos de vida, como ir para a faculdade ou trabalho. Os indivíduos que
participam de um tratamento psicológico adequado e regular são menos propensos a sofrer
recidivas ou serem hospitalizados.
Não dá pra se esquecer do raciocínio desses indivíduos. Eles apresentam perda de memória e
baixa concentração, o que dificulta a realização de tarefas ou o aprendizado de novas
informações.
Ajuda Familiar
A participação da família nos tratamentos é essencial. Entender, pesquisar e conversar com os
especialistas sobre a doença te fará ser mais paciente, principalmente em situações de crise.
Fontes
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-esquizofrenia-livro-2013
https://www.vittude.com/blog/esquizofrenia-tipos-sintomas-tratamentos/
https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/o-que-e-esquizofrenia-sintomas-diagnostico-e-tratamento/
https://neuroforma.com.br/novo/wp-content/uploads/2016/05/Genes-Esquizofrenia.png
https://neuroforma.com.br/novo/a-esquizofrenia-e-uma-doenca-genetica-2/
http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f20_f29.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000500002
Conclusão
Com base nos dados relatados acima, pode-se concluir que esquizofrenia é uma doença
mental de nível grave, o portador da doença tem uma perda de contato com a realidade,
visualizando um lado de alucinações e delírios. O indivíduo que sofre com essa doença tem
emoções e pensamentos perturbadores, além de comportamentos fora do comum, o que leva a
grandes dificuldades em sua vida e de seus familiares. É uma doença que não existe cura,
porém existe possibilidade de se levar uma vida praticamente normal mesmo após o
diagnóstico, a busca de tratamentos que amenizam os surtos e crises através de medicamentos
e a ajuda de um profissional capacitado, como um psiquiatra, é essencial para que se possa
conviver com a doença, se o distúrbio for controlado é possível ter uma vida praticamente
normal. No decorrer das pesquisas é interessante ressaltar que ser portador de esquizofrenia
não significa ser louco, pois como diz Machado de Assis “... de louco cada um tem um
pouco”. É de extrema importância a compreensão de todos que estão ao lado desta pessoa,
pois ela precisa de apoio e paciência em todos os momentos.