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CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA

BIBLIOLOGIA

UNICETE
1
1.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA

O termo Teologia deriva de duas palavras gregas: theo, que significa


Deus; e logia, que significa estudo. Desta forma entende-se por Teologia o
estudo de Deus e de Sua Palavra. O estudo da Bíblia é uma maneira de
conhecer e amar a Deus de todo o coração (Deuteronômio 6.5), pois seus
ensinamentos “dão alegria ao coração”, e são grandes riquezas (Salmos 19.8;
119.14).
A Bíblia é a essência da verdade, e todo o seu conteúdo é justo e
permanente (Salmos 119.160). Toda conclusão a qual chegamos ao estudar
teologia, deve estar em harmonia com toda a Bíblia. Caso contrário, nossa
lógica está enganada, pois a Bíblia não se contradiz jamais.
A ciência é a expressão técnica das leis da natureza; a teologia é a
expressão técnica da revelação de Deus. Faz parte da teologia examinar todos
os fatos espirituais da revelação, calcular o seu valor e organizá-los em um
grupo de ensinamentos.
Assim, a Teologia é uma ciência que se preocupa com o infinito e o
finito, com Deus e o universo. Sendo assim, o material de estudo da Teologia é
mais vasto do que qualquer outra ciência. Também é a mais importantes de
todas as ciências (W. G. T. Shedd).

Por que estudar Teologia?


“O papel da Teologia como ciência não é criar fatos, mas descobri-los
e apresentar a relação deles entre si. Os fatos com que lida a Teologia estão na
Bíblia” (Paul Davidson)
Um dos maiores papéis da teologia é nos ajudar a expressar o que
queremos dizer quando falamos de Deus. A maioria dos cristãos pensam muito
pouco sobre sua fé, usando palavras e imagens superficiais, sem conseguir
apreciar sua profundidade e riqueza. A teologia nos força a fazer perguntas que
nos levam a refletir, e além disso, ela nos oferece a oportunidade de aprofundar
o entendimento e o apreço por nossa fé.
Há muitos cristãos com um entendimento superficial da fé. E aqui
entra a teologia que nos desafia além de uma fé superficial.
• Ela declara que nossa fé é mais do que conhecemos.
• Ela nos desafia a ir além.
• Ela oferece a oportunidade de enriquecer a fé.
Teologia é servir a Deus com a mente (Rm 12.2), é permitir que o
amor de Deus, que conhecemos interiormente, afete a maneira como pensamos
a respeito dele. A teologia é um esforço para certificar-nos de que entendemos
Deus corretamente.
Desta forma, a teologia como ciência humana, vem para tentar
preencher a lacuna do entendimento humano acerca de Deus,
fundamentando-se no que Ele revelou em sua Palavra, a Bíblia, que é a fonte
primária da teologia (Mateus 22.37).

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A teologia injeta em nosso intelecto um conhecimento sobre Deus que
influi no desenvolvimento do nosso caráter cristão, moldando a nossa mente
para tornar-se parecida com a de Cristo.
A Teologia serve para nos equipar para o combate às heresias
mantendo a pureza da doutrina, haja vista que, ao longo da história da Igreja,
surgiram, e ainda surgem muitas teorias, doutrinas, correntes, heresias e afins.
Para que a igreja esteja preparada para combater isso e manter uma doutrina
bíblica pura, sua teologia precisa estar fundamenta da Bíblia, alguns
movimentos religiosos têm sua doutrina fundamentada em teorias que foram
combatidas ainda pelos pais da Igreja, a doutrina da trindade é um exemplo
disso.
E por fim, o estudo da Teologia se faz indispensável, pois a Igreja
avança de forma sadia quando compreende o significado do evangelho, e se
torna capaz de dar uma explicação inteligível da verdade a da Palavra àqueles
que vão sendo evangelizados. Ou seja, ela nos capacita para o exercício da
grande comissão: ide, pregai o evangelho e fazei discípulos, ensinando-os a
guardarem tudo que vos tenho mandado! (Mt 28.19-20).
Estudar teologia é um dever, principalmente de todos os líderes da
Igreja, já que estes têm a responsabilidade de cuidar do desenvolvimento
espiritual do rebanho (Ef 4.11-14).

Curiosidades
● A Bíblia inteira foi escrita num período que abrange mais de 1600 anos, e
foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo, em 1452
em Mainz, Alemanha. A primeira Bíblia em português foi impressa em
1748.
● Em 1227, foi introduzida a divisão em capítulos da Bíblia pelo professor
universitário parisiense Stephen Langton, (eleito bispo de cantuária pouco
tempo depois), e sua divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo
impressor parisiense Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por
objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos,
incluindo os judeus.
● O versículo central da Bíblia é o Salmos 118:8, o qual divide a mesma ao
meio.
● Os livros de Ester e cantares de Salomão não possuem a palavra “Deus”.
● A frase “não temas”, ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma
para cada dia do ano!
● Há mais de 8 mil promessas na Bíblia.
● O Antigo Testamento encerra citando a palavra “maldição”;
● O Novo Testamento encerra citando “a graça de nosso Senhor Jesus
Cristo”.
● A Bíblia completa pode ser lida em 70 horas e 40 minutos, na cadência de
leitura de púlpito.

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● O antigo testamento leva 52 horas e 20 minutos.
● O novo testamento, 18 horas e 20 minutos.
● Para ler a Bíblia toda em um ano basta ler 5 capítulos aos domingos e 3
nos demais dias da semana.
● A expressão "assim diz o Senhor" e equivalentes encontram-se cerca de
3.800 vezes na Bíblia.
● A primeira citação de que a terra é redonda é feita na Bíblia, e não por
Galileu Galileu (Jó 26:10; 37:11-12; Isaías 40: 22);
● O trânsito pesado e veloz, os cruzamentos e os faróis acesos aparecem
descritos exatamente como são hoje (Naum 2:4);
● A mensagem através de "out-doors" é uma citação bíblica detalhada
(Habacuque 2: 2);
● A primeira referência a impressões digitais aparece no livro mais antigo
da Bíblia (Jó 37:7);

2. A BÍBLIA

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." –
João 1:1

A Bíblia é o livro sagrado do Cristianismo. Ela é o livro mais famoso e


mais produzido no mundo. Nela se encontram os mais variados gêneros
literários, como histórias, biografias, leis, poesias, hinos, canções, provérbios,
cartas, sermões, profecias e visões, que mostram como Deus se relaciona com
a humanidade. Sua incrível uniformidade faz da Bíblia um livro singular, que só
poderia ter sido escrito sob inspiração divina.
De fato, ela mesma reivindica uma inspiração especial de Deus: a
expressão "e Deus disse", ou equivalente, ocorre mais de 2.600 vezes.
Deus criou o homem para manter um relacionamento de profunda
comunhão com Ele. No desejo de se revelar ao homem, o Senhor Deus lhe
comunica o Seu conhecimento falando de três formas:
● Através da voz da natureza (S119.1-4; Rm 1.20),
● Por meio da Sua Palavra escrita (Mt 4.1-11; Ap 1.10,11), e, por fim,
● Deus fala por intermédio do Seu Filho Amado, JESUS, a Palavra Viva que
se fez carne e habitou entre nós (Hb 1.1,2).

A Bíblia possui duas divisões denominadas de Antigo Testamento e


Novo Testamento.
TESTAMENTO EM HEBRAICO É Brith, E EM GREGO É diatheke ( διατηεκε):
que significa aliança, testamento, contrato, acordo.
brith milá (aliança abraamica - prepúcio)
brith hadashá (nova aliança)
Tanach (torá, naviim, ketuviim)

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O Antigo Testamento possui 39 livros e o Novo Testamento 27 livros.
Ao todo a Bíblia possui 66 livros que foram escritos aproximadamente em quinze
séculos por cerca de quarenta homens de épocas, culturas e posições sociais
diferentes.

3. A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

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A Bíblia declara sua autoridade em expressões como: Assim diz o
Senhor... Eu sou Deus... Eu sou o Deus de teus pais... e estes trechos mostram
que Deus está falando, mas também há os textos em que os profetas falam em
nome de Deus e os demais escritos, apesar de não representarem a Palavra de
Deus em si, constam da Bíblia para nos instruir, ensinar, exortar e edificar (2 Tm
3.16-17).

A BÍBLIA FALA DE SI MESMA QUE ELA É:

Devemos compreender também que a Bíblia é historicamente precisa


e coerente, e que possui profecias realizadas com centenas de anos antes de
sua conclusão e que já se cumpriram e outras que irão se cumprir, não podemos
negar então sua veracidade.
Como exemplo da precisão no cumprimento de profecias podemos
citar a criação do Estado Judeu na era presente.

"Quem jamais ouviu tal coisa?  Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia
fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? 
Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos. "
Isaías 66:8

A criação de Israel foi decidida em votação da ONU em 29 de


novembro de 1947.

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A profecia foi predita cerca de 700 anos antes de Cristo e se cumpriu
quase 2.700 anos depois.

CRITÉRIOS USADOS PARA A FORMAÇÃO DO CÂNON BÍBLICO


Para o Antigo Testamento, alguns critérios foram:
● (1) Os fatos tinham que ser testemunhados vistos em público e
conhecidos
● (2) autoridade inerente (conteúdo deveria ser passível de verificação)
● (3) autoridade de linhagem profética/histórica/política (autor)

Para o Novo Testamento, os critérios eram:


● (1) Antigo (voltando aos tempos antigos, não uma produção recente)
● (2) Apostólico (conectado com os nomes dos apóstolos e discípulos de
Jesus)
● (3) Universal (usado amplamente em toda a igreja, não somente um
grupo)
● (4) Ortodoxo (apoiando pontos de vista teológicos defendidos pelos
apóstolos, discípulos e de Jesus).
Apesar de que aconteceram muitos debates para definir quais livros
seriam considerados canônicos, somente em 367 d.C. é que surgiu uma primeira
lista. Atanásio de Alexandria compilou uma lista com os 27 livros como os
conhecemos hoje na Bíblia Protestante. Inicialmente a lista não foi muito bem
aceita, mas eventualmente começou a ser utilizada, e tida como certa.

A IGREJA PROTESTANTE TIROU OU A IGREJA CATÓLICA ACRESCENTOU


OS LIVROS APÓCRIFOS NO CÂNON BÍBLICO?
Primeiro, precisamos saber que os apócrifos são os livros
considerados não canônicos. São aqueles que não aparecem no texto
massorético, ou seja, não faziam parte dos textos hebraicos da Tanach.

A SEPTUAGINTA, versão grega do Antigo Testamento, como a conhecemos


hoje, possui os livros apócrifos, mas sua versão inicial não. Ela se dispôs a
traduzir a Bíblia Hebraica no 3º século antes de Cristo. Mas continuou
incorporando adições nos dois séculos posteriores, de maneira que lhe foi
agregada e incluem:
● adições ao livro de Esdras;
● Tobias;
● Judite;

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● acréscimos ao livro de Ester;
● sabedoria de Salomão;
● Baruque;
● adições ao livro de Daniel;
● I, II, III e IV Macabeus

Estes livros foram adicionados pelos judeus de Alexandria, quando da


composição da Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento, que se
popularizou muito pela facilidade da leitura em língua corrente na época. Não se
sabe ao certo quando foram adicionados, mas no século III, quando a tradução
da bíblia hebraica para o grego ocorreu, uma maioria esmagadora destes textos
sequer existiam, como por exemplo, Ester, Judite e I, II, III, IV Macabeus.
São escritos que vão desde pequenos pedaços de textos, coletâneas
de frases ou cartas inteiras que foram produzidos pelas comunidades pré-cristãs
e cristas, mas que destoavam ou não tratavam de ensinos doutrinários e
convergentes aos ensinos de Cristo e dos apóstolos. Além disso, devido aos
seus erros, contradições e ou imprecisões históricas, tais escritos não fazem
parte do cânon das Escrituras Sagradas.
Durante a reforma protestante, Lutero rechaçou as adições e
defendeu a canonicidade do texto massorético, ou seja, da Bíblia Hebraica,
como é originalmente.
Flávio Josefo, um dos historiadores mais importantes para o estudo
das Escrituras afirmou em um dos seus livros

"Pois não temos uma incontável quantidade de livros entre nós, discordando
entre eles e se contradizendo, [como os gregos têm] mas apenas vinte e um
livros, que contém os registros de todo o passado; que são justamente
acreditados como sendo divinos; e deles, cinco pertencem a Moisés, que
contém suas leis e as tradições da origem da humanidade até sua morte. Este
intervalo de tempo corresponde a pouco menos de três mil anos; mas para o
período da morte de Moisés até o reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, que
reinou depois de Xerxes, os profetas, que vieram depois de Moisés, escreveram
o que aconteceu em suas épocas em treze livros. Os quatro livros restantes
contém hinos a Deus e preceitos para a condução da vida humana. É verdade
que a nossa história foi escrita desde a época de Artaxerxes com muitos
pormenores, mas ela não é considerada como tendo a mesma autoridade que a
antiga dos nossos antepassados, pois não houve uma exata sucessão de
profetas desde aquela época; e o quão firmemente damos crédito a estes livros
de nossa nação é evidente pelo que fazemos; pois durante as muitas eras que

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ela foi sendo passada, ninguém teve a coragem seja para adicionar alguma
coisa a ela ou para remover alguma coisa dela ou para alterar qualquer coisa;
mas se tornou natural para todos os judeus imediatamente após o seu
nascimento considerar que estes livros contém doutrinas divinas e persistir neles
e, se for o caso, morrer por eles." [Flávio Josefo, contra Apion]

OBS:Flávio Josefo contou 22 livros porque reuniu Rute a Juízes e Lamentações


a Jeremias. Esses são os mesmos que nossos 39, visto que os judeus contam
como sendo um único livro os doze profetas, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2
Crônicas e Esdras-Neemias.

Melitão de Sardes (170 dc.) disse, "Fui, portanto, para o Oriente e, chegando no
mesmo lugar onde essas coisas foram pregadas e transacionadas, aprendi com
precisão os livros do Antigo Testamento. Seus nomes são os seguintes: cinco
livros de Moisés, a saber, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Livro de Josué, Juízes e Rute. 4 livros de Reis [2 de Samuel e 2 de Reis], 2 de
Crônicas. Os Salmos de Davi, os Provérbios de Salomão (o que é também
Sabedoria), Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Jó. Dos profetas Isaías e
Jeremias; e dos 12 profetas, um livro; Daniel, Ezequiel e Esdras" [incluindo
também Neemias, e talvez Ester]". [Biblioteca Sacra, p. 294]. Embora Melitão
estivesse ciente dos livros apócrifos, ele não os listou como parte do Antigo
Testamento.

O Cânon Muratoriano, uma das listas mais antigas de livros da Bíblia, não inclui
os apócrifos.

Orígenes de Alexandria (200 dc.), afirmou, "Deve-se observar que os livros


coletivos, conforme transmitidos pelos hebreus, são 22, de acordo com a
quantidade de letras em seu alfabeto. Esses 22 livros, de acordo com os
hebreus, são os seguintes... "e ele então lista os livros como os conhecemos da
Bíblia hebraica [Biblioteca Sacra, p. 296]

"Há outra passagem de Atanásio, muito valiosa por conta da clara distinção que
faz entre os livros canônicos e apócrifos. Está na Carta Pascoal, citado por
Carey (Testemunhos dos Pais, p. 117): "Já que algumas pessoas tentaram
colocar em ordem os livros que são chamados apócrifos, e misturá-los com as
Escrituras divinamente inspiradas, das quais fomos totalmente certificados,
como aqueles que as viram desde o princípio, e que, sendo ministros daquela
palavra, as entregaram de nossos pais, pareceu apropriado para mim, sendo

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exortado pelos irmãos ortodoxos,e tendo aprendido a verdade, pôr em ordem as
Escrituras Canônicas, que foram passadas adiante, e que acredita-se que venha
de Deus; que todo aquele que foi enganado possa condenar aqueles que o
desencaminharam." Aqui segue a lista. Ele acrescenta: "É verdade que, além
destes, existem outros livros que não são colocados no cânon, mas, no
entanto, são designados pelos Pais para serem lidos por aqueles que primeiro
são instruídos no caminho da piedade." Ele então dá os nomes dos livros
apócrifos mais comuns." [Biblioteca Sacra, p. 298-299].

Portanto, os apócrifos foram livros adicionados ao cânone nas bíblias


católica e de algumas igrejas ortodoxas.
Atualmente se tem conhecimento de 113 textos apócrifos sendo 52 do
Antigo Testamento e 61 do Novo Testamento.

A unidade da Bíblia é um milagre:


Unidade da Bíblia só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66
livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos, ou
seja, 1.600 anos. Esses homens tinham diferentes atividades e escreviam sobre
diferentes situações. Na maior parte dos casos não se conheciam e nada
sabiam sobre o que já havia sido escrito pelos outros. Tudo isso só mostra o
quão verossímil é a afirmativa de que a Bíblia é divinamente inspirada.

Ex. 25.31-37

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MANUSCRITOS DA BÍBLIA

A palavra manuscrito vem de dois termos no latim: manu, que


significa mão e scriptum, que significa escrito. Um manuscrito bíblico é então
todas as cópias da bíblia ou de trechos da bíblia que foram escritas à mão pelos
copistas/escribas.

MANUSCRITOS DO ANTIGO TESTAMENTO


Os manuscritos da bíblia hebraica mais antigo que se tinha
conhecimento eram o Códice de Aleppo, que datava de 920 E.C, e o códice de
Leningrado que data de 1008 E.C.
No entanto, em 1947, pastores beduínos encontraram nas cavernas
de Khirbet Qunram, vários vasos, contendo centenas de manuscritos, cerca de
500, sendo 220 da Tanach..
Por causa deste achado, os manuscritos mais antigos da Bíblia
Hebraica que se tem hoje recuaram mil anos na sua datação e agora datam de
150 a.C. a 70 d.C.

Manuscritos Existentes da Tanakh

Uma página de Deuteronômio do Codex Aleppo.

Manuscrito Bíblias/Códices Língua Cópia mais


antiga

Pergaminhos Tanakh de Qumran Hebraico, Aramaico e c. 150 a.C - 70


do Mar Morto Grego (Septuaginta) d.C (fragmentos)

Septuaginta Codex Vaticanus, Grego sec. 2 a.C


Sinaiticus, Alexandrinus, (fragmentos);
e outros antigos papiros

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sec. 4 d.C
(completo)

Peshitta Siríaco sec. 5 d.C

Vulgata Codex Amiatinus Latim sec. 5 d.C; sec. 8


d.C (completo)

Massorético Codex Aleppo, Códice Hebraico sec. 10 d.C


de Leningrado e outros (completo)
MSS (manuscritos)
incompletos

Pentateuco Alfabeto samaritano Manuscrito mais


samaritano antigo existente,
c. sec. 11 d.C;
Mais antigo
manuscrito
acessível aos
estudiosos, sec.
16 d.C

Targum Aramaico sec. 5 d.C

MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO

De acordo com Normam Geisler1, teólogo, filósofo e professor


acadêmico, nenhum outro livro antigo foi mais preservado por meio de
manuscritos (cópias escritas à mão) do que o Novo Testamento.
Esses manuscritos, de acordo com Omanson2, se dividem em dois
grupos: (1) manuscrito de texto contínuo, que contêm o texto em ordem, por
capítulos e livros, do começo ao fim; e (2) manuscritos de lecionários, que
contêm passagens de várias partes do NT organizadas segundo a ordem em
que aparecem na lista de leituras para os domingos e dias festa.
Também se organizam entre unciais (escritos com letras romanas
grandes, da altura de uma unha); e minúsculos (cursivos).

1
Norman Geisler. Christian Apologetics, 1976, p. 307; Richard M. Fales. "Archaeology and History
attest to the Reliability of the Bible,", in The Evidence Bible, Compiled by Ray Comfort, Bridge-Logos
Publishers, Gainesville, FL, 2001, p. 163; Josh Mcdowell. A Ready Defense. 1993, p. 45.
2
Omanson, Roger L. Variantes textuais do Novo Testamento. Análise e avaliação do aparato crítico de “O
Novo Testamento Grego” / Roger L. Omanson; tradução e adaptação de Vilson Scholz. Barueri, SP :
Sociedade Bíblica do Brasil, 2010

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12

Letras unciais (maiúsculas) Letras cursivas (minúsculas)

Distribuição dos manuscritos por século conforme lista de Kurt Aland e Barbara
Aland
Manuscritos do Novo Testamento Lecionários
Século Papiro Unciais Minusculos Unciais Minusculos
2 2 - - - -
c. 200 4 - - - -
2/3 1 1 - - -
3 28 2 - - -
3/4 8 2 - - -
4 14 14 - 1 -
4/5 8 8 - - -
5 2 36 - 1 -
5/6 4 10 - - -
6 7 51 - 3 -
6/7 5 5 - 1 -
7 8 28 - 4 -
7/8 3 4 - - -
8 2 29 - 22 -
8/9 - 4 - 5 -
9 - 53 13 113 5
9 / 10 - 1 4 - 1
10 - 17 124 108 38
10 / 11 - 3 8 3 4
11 - 1 429 15 227
11 / 12 - - 33 - 13
12 - - 555 6 486
12 / 13 - - 26 - 17
13 - - 547 4 394
13 / 14 - - 28 - 17
14 - - 511 - 308
14 / 15 - - 8 - 2

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13
Manuscritos do Novo Testamento Lecionários
15 - - 241 - 171
15 / 16 - - 4 - 2
16 - - 136 - 194

Cada um dos manuscritos de papiro é identificado com a letra 𝒑 (para


“papiro”) e um número. Por exemplo, 𝒑46 se refere a um manuscrito do terceiro
século que contém trechos das cartas paulinas.

Manuscritos mais antigos do Novo Testamento


Livro Manuscrito mais Data Condição
antigo

Evangelho de Mateus 64 67 104 c. 200 Fragmentos


P ,P ,P

Evangelho de Marcos 45 c. 250 Fragmentos


P
Grandes

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14
Evangelho de Lucas 4 75 c. 200 Fragmento
P ,P

Evangelho de João 52 c. 125-160 Fragmento


P

Atos dos Apóstolos 38 3°/4° sec. Fragmento


P

Epístola aos Romanos 46 c. 175-225 Fragmentos


P

Primeira Epístola aos P46 c. 175-225 Fragmentos


Coríntios

Segunda Epístola aos P46 c. 175-225 Fragmentos


Coríntios

Gálatas 46 c. 175-225 Fragmentos


P

Efésios 46 c. 175-225 Fragmentos


P

Filipenses 46 c. 175-225 Fragmentos


P

Colossenses 46 c. 175-225 Fragmentos


P

Primeira Epístola aos P46 c. 175-225 Fragmentos


Tessalonicenses

Segunda Epístola aos P92 3°/4° sec. Fragmento


Tessalonicenses

Primeira Epístola a Timóteo ‫א‬ c. 350 Completo

Segunda Epístola a ‫א‬ c. 350 Completo


Timóteo

Epístola a Tito 32 c. 200 Fragmento


P

Epístola a Filémon 87 3º sec. Fragmento


P

Epístola aos Hebreus 46 c. 175-225 Fragmentos


P

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15
Epístola de Tiago 23 20 3º sec. Fragmento
P ,P

Primeira Epístola de Pedro 72 3º/4º sec. Fragmentos


P

Segunda Epístola de Pedro P72 3º/4º sec. Fragmentos

Primeira Epístola de João 9 3º sec. Fragmento


P

Segunda Epístola de João 0232 3º/4º sec. Fragmento

Terceira Epístola de João ‫א‬ c. 350 Completo

Epístola de Judas 72 3º/4º sec. Fragmentos


P

Apocalipse 98 115 c. 275 Fragmento


P ,P

A VERACIDADE DO NOVO TESTAMENTO


É verdade que não existem os originais do Novo testamento, e que o que existe
disponível são as cópias das cópias das cópias? SIM

É verdade também que as cópias que existem são praticamente todas diferentes
umas das outras? SIM

Se não dispomos dos documentos originais, qual a credibilidade das


cópias que temos em relação ao número de manuscritos e ao
intervalo de tempo transcorrido entre o original e a cópia existente?

COMO ATESTAR A VERACIDADE DO NOVO TESTAMENTO?

A crítica textual: área de estudo da Filologia3 que se dedica a estudar a


composição, preservação e transmissão de textos antigos.
De acordo com Daniel B. Wallace, PhD em Novo Testamento, existem
aproximadamente 140 mil palavras no N.T grego, e meio milhão de variantes.
Como podemos ter mais de 3x a quantidade de variantes do que a quantidade
de palavras no texto todo?

3
estudo rigoroso dos documentos escritos antigos e de sua transmissão, para estabelecer, interpretar e
editar esses textos

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ISSO ACONTECE POR CAUSA DA QUANTIDADE DE
MANUSCRITOS EXISTENTES DO NOVO TESTAMENTO.

NENHUM OUTRO TEXTO ANTIGO NO MUNDO POSSUI TANTAS CÓPIAS


MANUSCRITAS QUANTO O NOVO TESTAMENTO. E NENHUM OUTRO
TEXTO ANTIGO OU RELIGIOSO É TÃO ANALISADO E TESTADO QUANTO
A BÍBLIA.

Atualmente, de acordo com Wallace, sabe-se que existem mais de 5


mil manuscritos gregos do Novo Testamento. Até 2015 eram exatamente 5.849,
mais de 10.000 manuscritos em latim, e pode chegar a 10.000 manuscritos em
diversos outros idiomas antigos, incluindo siríaco, eslavo, gótico, copta e
armênio, aramaico, arábico. Tudo isso dá uma estimativa de quase 26 mil cópias
do N.T., mais de 3 milhões de páginas catalogadas, e se a média é de 140 mil
palavras do Novo Testamento completo em grego, poder-se-ia estar falando de
palavras na casa de bilhão (OMANSON; WALLACE; UNGER4)

NENHUM OUTRO DOCUMENTO NA HISTÓRIA CHEGA SEQUER PERTO


DESSES NÚMEROS, O QUE TORNA O NOVO TESTAMENTO UM
FENÔMENO ESCRITURÍSTICO

Para termos uma ideia da dimensão destes numero, abaixo segue


quadro comparativo com outros importantes documentos da história, que são
aceitos por todos, inclusive no meio acadêmico e científico como autênticos:

4
UNGER, Merrill F. Archaeology and the New Testament p.15

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O manuscrito mais antigo do Novo é uma tira de papiro denominada


de P52, e contém partes do evangelho de João. Foi encontrado no Egito em
1920 por Bernard Grenfell e estudado mais tarde, em 1934, por C. H. Roberts,
na Biblioteca John Rylands, de Manchester. Foi datado pelos historiadores como
sendo de 125 a 150 d.C, ou seja, pouco tempo depois que o Evangelho foi
escrito.

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Se os céticos aplicassem à Bíblia os mesmos padrões que os
historiadores e estudiosos de textos aplicam à literatura secular da antiguidade,
os registros bíblicos seriam aceitos como os mais dignos de confiança e de
credibilidade entre todos os documentos antigos.
Mas como foi bem observado por Richard Purtill, em seu livro
Thinking About Religion [Pensando em religião]: “Às vezes se afirma que os
historiadores simplesmente encaram a história do Antigo e do Novo Testamento
como não confiáveis, com base em algum argumento histórico independente.
Mas […] muitos eventos considerados verídicos do ponto de vista histórico estão
bem mais longe da evidência documental do que muitos eventos bíblicos, e os
documentos nos quais os historiadores se apoiam para a maioria da história
secular foram escritos muito tempo depois da ocorrência do evento do que
inúmeros relatos de eventos bíblicos. Além disso, temos bem mais cópias de
narrativas bíblicas do que de histórias seculares, e as cópias existentes são mais
antigas do que aquelas sobre as quais se baseia a nossa evidência da história
secular. Então, por que os modernistas duvidam dos relatos bíblicos?

Frederick Kanyon, FF Bruce, Daniel Wallace, Normam Geisler e


outros eruditos são categóricos em afirmar que 99% das variantes textuais são
erros ortográficos irrelevantes, uso de sinônimos ou diferenças de escrita do
copista. Somente 1% são significativas e afetam o significado do texto. Destas,
nenhuma afeta as doutrinas da fé cristã.

As evidências externas a favor do Novo Testamento são tão


impressionantes quanto o fenômeno escriturístico que o envolve. Se hoje
desaparecesse todos os manuscritos do N.T. só com as citações que os pais da
igreja fizeram na patrística, o Novo Testamento poderia ser reconstruído. Só pra
se ter uma ideia, são mais de 36 mil citações. Vejamos alguns exemplo:

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Ressalta-se que nenhuma outra obra literária possui os números


históricos que envolvem o Novo Testamento. Não há razão alguma para duvidar
de sua veracidade, historicidade e conteúdo doutrinário.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRUCE, F. F. Archaeological Confirmation of the New Testament

BRUCE M. Metzger, The Text of the New Testament, its Transmission,


Corruption and Restoration, Oxford University Press, 1992, p. 46.

GEISLER, Norman. Christian Apologetics, 1976, p. 307; Richard M. Fales.


"Archaeology and History attest to the Reliability of the Bible,", in The Evidence
Bible, Compiled by Ray Comfort, Bridge-Logos Publishers, Gainesville, FL, 2001,
p. 163; Josh Mcdowell. A Ready Defense. 1993

_____________. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1 ed., 2010

MEARS, Henrietta C. Estudo Panorâmico Da Bíblia.São Paulo: Vida, 2007

OMANSON, Roger L. “The Text of the New Testament.” Páginas 1 3 5 1 5 3 ‫ ־‬em


Discover the Bible. Editado por Roger L. Omanson. Miami: United Bible
Societies, 2001.

WALLACE, Daniel. “The Majority Text Theory: History, Methods, and Critique.
Páginas 297320 ‫ ־‬em The Text o f the New Testament in Contemporary
Research: Essays on the Status Quaestionis. Volume in Honor o f Bruce M.
Metzger. Editado por Bart D. Ehrman e Michael W. Holmes. Grand Rapids:
Eerdmans, 1995.

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