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Capítulo 15

JESUS E OS ESSÊNIOS
Há no Evangelho uma lacuna histórica, um profundo silêncio sobre os fatos da vida de Jesus, no
período que vai dos doze, quando fez sua primeira peregrinação a Jerusalém, aos trinta anos,
quando iniciou sua pregação pública.
A tradição consigna sua presença em alguns lugares fora da Palestina como, por exemplo, no
Egito e na Índia, onde teria pregado contra o regime de castas, sob o nome de Profeta Issa;
entretanto, não há documentação idônea que confirme tais notícias.

O mesmo não sucede, porém, quanto aos essênios, havendo inúmeras comprovações de sua
estada nos santuários dessa comunidade, e obras de caráter mediúnico também confirmam tais
referências.

Compreendemos que o Divino Mestre, apesar de ser um Messias, ungido do Alto, para o
desempenho na Terra de uma missão de redenção humana, ficou em parte sujeito às leis físicas
reinantes no planeta, como também aos costumes e regras sociais do país onde nasceu. Tendo
ele todo o poder e sendo servido por legiões de Espíritos auxiliares, todavia, sujeitou-se a
afrontas, calúnias e hostilidades, deixando-se até mesmo torturar e crucificar pelos homens
bárbaros do seu tempo, embora sabendo ser a crucificação uma morte infamante.

Sujeitou-se, pois às contingências do meio e seu Espírito, somente aos poucos, através da
infância e da juventude, foi se integrando na sua missão divina, e nessa fase delicada
naturalmente que necessitaria de ambientes favoráveis, suficientemente espiritualizados,
correntes poderosas e puras de sentimentos, afinidades vibratórias, ao contato das quais seu
poderoso Espírito se fosse abrindo, com segurança e tranquilidade, para o mundo
grosseiro e bárbaro que o rodeava, preparando-se assim, para a gloriosa tarefa.

Não foi preciso que se o protegesse contra Herodes? Também era preciso que se o protegesse
contra o mundo ambiente. Pois esse ambiente, essa proteção espiritual, que não encontrou nem
mesmo no seio de sua família, não por carência de amor, mas de compreensão, foram-lhe
fornecidos pelos essênios, nos seus santuários das montanhas e pela poderosa corrente espiritual
que formavam através de todo o país. Os essênios, que desde a morte de Moisés se organizaram
e vinham se preparando para essa tarefa de apoio, após ela, declinaram em suas atividades até a
extinção anos depois, porque sabiam que essa encarnação messiânica na Palestina seria a última
de sua grandiosa série no atual período cósmico.

Afora os primeiros tempos de Nazaré, a juventude de Jesus transcorreu normalmente em sua


casa até a morte de José, que se deu no ano 23 quando, então, assumiu a responsabilidade de
sustentação do lar no trabalho da carpintaria. Nesse período fazia frequentes visitas aos
santuários essênios do Monte Carmelo e do Monte Tabor, mais ou menos próximos de Nazaré;
do Monte Hermon, na Fenícia, e dos Montes Moab e Nebo, na Judeia.
Nesses santuários, sua delicada sensibilidade foi resguardada e pôde ele desenvolver aos poucos
sua extraordinária capacidade espiritual que, muito antes do início de sua vida pública, já
utilizava como força irresistível do seu grande amor pelos homens.

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