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4 - ... MAS VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?

Você seria capaz de responder essa pergunta feita por Jesus aos seus discípulos. Afinal, quem é este
Jesus?
É importante entendermos a ação de Deus ao longo do tempo. Ela não é meramente circunstancial, mas
na maioria das vezes, Deus usa as circunstâncias (lugares, pessoas, fenômenos, situações, etc.) para
determinar suas ações. No caso de Jesus não é diferente. Embora este seja o “Deus homem” e tenha a
plenitude do Espírito, seu lado humano é de vital importância para o conhecermos e depositarmos nele uma
fé verdadeira e fundamentada.
Estudando o lado humano de Jesus, vamos descobrir que questionamentos e dúvidas levantados,
principalmente por aqueles que não crêem, são, na maioria das vezes fruto de uma cultura que só consegue
enxergar e, quase sempre de forma pejorativa, os feitos sobrenaturais de Jesus.
Jesus foi tão humano como qualquer ser humano.
- Mas o que sabemos a respeito desse lado humano do Senhor?
- Quem é este Jesus humano?
- Qual a importância disso na fé e na religião Cristã.

Vejamos então como é interessante saber que a Palavra do Senhor não nos deixa sem respostas para
nossas dúvidas.
Este estudo foi elaborado, considerando aspectos como geografia, contexto, costumes e crenças do
tempo em que Jesus exerceu seu ministério terreno.
Todos os textos abaixo, exceto as notas explicativas, foram retirados do Conciso Dicionário Bíblico da
Imprensa Bíblica Brasileira, edição de 1972, na referência sobre Jesus.
Visando buscar nas entrelinhas dos fatos narrados pela Escritura Sagrada, bases para um maior e melhor
conhecimento da pessoa do Nosso Senhor Jesus Cristo,
apresentamos Jesus
“ o Cristo, o filho do Deus Vivo”

4.1 - NASCIMENTO E INFÂNCIA

Cerca de cinco anos antes do princípio da era cristã. Um sacerdote idoso. cujo nome era Zacarias, estava
no Templo queimando incenso quando apareceu um anjo e lhe disse que lhe havia de nascer um filho que:
“sendo cheio do Espírito Santo, iria adiante do Senhor, no espírito e poder de Elias, a fim de preparar um
povo para Ele.”
Alguns meses mais tarde, o anjo anunciou a uma jovem de Nazaré que: “ pelo poder do Altíssimo ela
daria à luz um filho cujo nome havia de ser Jesus o Filho de Deus ”. Nada duvidando. Maria visitou na região
montanhosa de Judá, sua prima Isabel, esposa de Zacarias. Ali se regozijaram juntas as duas mulheres e
Maria, por meio dum cântico de maravilhosa elevação, dignidade e beleza engrandeceu a Deus.
Guardados pelos pastores, os rebanhos que se recolheram antes do pôr do sol repousavam no campo
esperando a volta da alvorada, Subitamente soava pelo deserto a voz dum anjo anunciando o nascimento
do Messias e o local deste acontecimento, o que surpreendeu sobremaneira os pastores. A glória do Senhor
brilhou-lhes ao redor e tiveram grande medo. “ De repente apareceu junto ao anjo grande multidão da milícia
celestial louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de
boa vontade.”
Circuncidado ao oitavo dia e trinta e dois dias mais tarde apresentado no Templo com a oferta concedida
aos humildes, Jesus foi reconhecido como a Consolação de Israel , o Cristo do Senhor, pelo idoso Simeão, o
seu testemunho sendo corroborado pela profetisa Ana.
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NOTA:
Destacamos os aspectos do nascimento e infância de Jesus, importantes para a compreensão de sua
humanidade:
1 – Nasceu de um parto normal; 2 – Foi amamentado; 3 – Foi submisso aos pais;
4 – Teve infância e convívio em sua própria família; 5 - Cumpriu os ritos da lei de seu povo;

4.2 - ADOLESCÊNCIA

a) AMBIENTE - O povo da Judéia não gozava dos meios de contato com a vida mais ampla e
expansiva como os habitantes da Galiléia que viam tropas em marcha, mensageiros imperiais,
embaixadas esplêndidas de Roma, grandes caravanas de negociantes. Jesus crescia nesse
ambiente, como também onze de seus discípulos. Somente Judas Iscariotes era da Judéia.
b) EDUCAÇÃO - Instruído em casa e na escola da aldeia, com cinco anos começaria Jesus a ler as
Escrituras; com dez o estudar a Lei com treze aderiria aos mandamentos e se tornaria membro da
congregação. Talvez tivesse aprendido grego e latim, mas falava o aramaico. Latim era a língua dos
vencedores, o grego dos cultos e o povo empregava o aramaico.
c) CONHECIMENTO BÍBLICO - Aos doze anos Jesus pela primeira vez foi a Jerusalém para assistir a
páscoa. Enlevado na conversa com os doutores de Israel, ouvindo-os e interrogando-os, Ele olvidava
tudo mais.

4.3 - JUVENTUDE

a) TRABALHO E PROFISSÃO - Seguem-se os anos de obscuridade em Nazaré, período este em que


Jesus aprendeu a fazer os implementos necessários à lavoura primitiva, tais como o arado, a canga
o tribulum (espécie de debulhadora), a joeira ou pá.
b) ESTUDO DA PALAVRA - Nas tardes calmas que descem sobre as elevações galiléias ou nas
primeiras vigílias matinais, antes que o fulgor do levante tivesse enrubescido os esplendores do
Grande Hermon imaginemos Jesus passeando nos vales solitários ou pelos outeiros rochosos,
conversando com o grande Espírito que em tudo lhe falava. Liberto do banco de carpinteiro,
colocando de lado o rolo sagrado (as Escrituras) que tanto amava e conhecia, Ele procurava inteirar-
se do outro rolo de revelação externado pela criação de Deus.
c) ESTUDO DA NATUREZA - Jesus estudava o homem e a natureza profunda e carinhosamente.
Foram esses os dias aprazíveis e idílicos anos da vida do Salvador, durante os quais de adquiriu
grande cabedal de conhecimentos que, no futuro fez com que os seus ensinamentos fossem tão
luminosos para seus conterrâneos. Coube, portanto, à aldeia montanhosa de Nazaré, nem
insignificante nem muito perversa em si mesma, mas somente associada na mentalidade judaica
com o opróbrio da província dela, oferecer ao mundo essa Dádiva sem igual.

4.4 - VIDA ADULTA E PREPARAÇÃO ESPIRITUAL PARA O MINISTÉRIO

NOTA:
A preparação de Jesus para o ministério obedeceu aos passos naturais e espirituais, em pouco diferentes
dos de qualquer pessoa que abrace a vida Cristã. A tentação de Cristo oferece uma peculiar riqueza de
fatos e situações que demonstram bem o lado humano do Senhor.
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a) BATISMO - No auge da sua fama. João um dia ergueu suas mãos e dirigindo-se a todos, exclamou:
“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo ”. Jesus tinha vindo. Fora batizado por João
que, reconhecendo o Mestre. deu-lhe primazia dai por diante, com humildade tomou o segundo
lugar. Aquele que viera ao rio como «o carpinteiro» saiu das águas como Messias e a voz de Deus
proclamou dos céus. “este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
b) PROVAS E TENTAÇÕES - A oeste de Jericó ergue-se para os céus. a uma altura proibitiva. o Monte
Quarantânia de onde se observam terrenos verdejantes a seus pés e ao longe. as ermas planícies
do Mar Morto. Essa região elevada nunca conheceu habitantes senão os eremitas que, de tempos
em tempos se têm alojado nas suas cavernas. Embora não haja certeza, essa região de animais
ferozes e aves de rapina lembra as cenas da tentação do Senhor. As próprias pedras daí,
semelhantes ao pão comum daquela terra, talvez servissem como sugestão á primeira tentação.
Do alto da montanha mencionada. avista-se uma torre no cume do Monte das Oliveiras. Próximo
desse cenário, no alto de Moriá, achava-se o santuário do povo de Jesus. Por muito tempo, neste
lugar nutria-se a esperança de que o Messias, o Senhor, viria de repente a seu templo. Uma visão
de esplendor e de poder desceria dos céus límpidos e seus adoradores admirados haviam de se
compenetrar da chegada do seu Libertador. Por que não surgir assim no meio deles e obter duma
vez aquilo que, de outra maneira havia de custar sofrimento e fadiga. Tal proceder então seria
aventurar presunçosamente. Da promessa que. os anjos o sustentariam, não se valeria, caso Jesus
se desviasse do seu caminho para tentar a Deus.
Novamente Jesus ambiciona o domínio mundial. Das alturas. como Moisés. Ele avistou sua terra
prometida. Notou também, a via dolorosa do Getsêmane, do Calvário e o túmulo, os séculos de labor
e guerra, para sua igreja antes que se pudesse alcançar o fim. Por que não, com seu gênio e poder
sobrenaturais, comandar logo os exércitos de Israel. Amanhã O mundo humilhado e submisso
Jazeria a seus pés e livremente Ele poderia reger o seu destino. Mas qual o preço desse triunfo? O
sonho de glória terrestre é rejeitado, o caminho de obediência, de sofrimento e de ignomínia é a sua
derradeira e irrevogável escolha.
c) ENTRE SEUS CONHECIDOS - Na Galiléia, Jesus foi cordialmente recebido, e sua fama confirmou-
se quando ele curou de Caná, o filho do oficial do rei em Cafarnaum.
Novamente Jesus viajou para o norte, indo para a cidade onde vivera sua infância. Quando pregava
na sinagoga, identificou-se a si mesmo com a profecia de Isaias 61 e cativou seus velhos amigos.
Porém, sua reprovação severa à incredulidade deles os enfureceu de tal maneira que tentaram
precipitá-lo do monte em que estava edificada a cidade. Passando entre eles, Jesus escapou e
seguiu o seu caminho.
d) TESTEMUNHO DE VIDA E PREGAÇÃO - Daqui por diante, somente Cafarnaum, «sua própria
cidade» era, tida como lar de Jesus, Para oeste, sul e leste do Mar da Galiléia ficavam belas cidades
como Tiberiades e Gadara onde imperava o paganismo. No norte encontravam-se as aldeias judias
de Corazim. Betsaida e Cafarnaum e Jesus habitava entre seu próprio povo.
Residindo em Cafarnaum. Jesus ensinava em todo o distrito e curava os doentes. O local preferido
para pregação ao ar livre era a praia. As vezes, Ele sentava-se num barco um pouco afastado da
terra. Ao longo da costa do Mar da Galiléia, há muitas baias propicias, cujas margens cobertas de
relva, subindo suavemente, formavam amplo e lindo anfiteatro natural, onde centenas o podiam
ouvir. Perto do Senhor estavam os implementos dos pescadores e dos camponeses cujo trabalho lhe
oferecia abundantes ilustrações. Certa vez, depois dum desses discursos, Ele ordenou aos
pescadores cansados, que em vão haviam trabalhado toda a noite, lançar sua rede às águas, esta
ficou tão cheia que ameaçava romper-se. Aproveitando-se dessa ocasião, quando a mente e o
coração se impressionaram pelo espetáculo. Jesus os chamou' para serem pescadores de homens.
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4.5 - O MINISTÉRIO (PERÍODO DE POPULARIDADE)

NOTA:
Característica marcante dos profetas sempre foi a capacidade de impor sua palavras de forma convincente,
provocando a reação de seu público. Apesar disso, a rejeição era comum. Qualquer falha ou desvio poderia
comprometer o grande esforço e fazer cair por terra grandes ensinamentos.
Neste ponto, não houve privilégios. Apesar de ser o Mestre por excelência, Jesus enfrentou esses
pormenores. Seus embates doutrinários com os judeus, apresentam uma riqueza de detalhes e
demonstram a resistência enfrentada pelo “Filho de Deus” ao aplicar seus ensinamentos aos homens.

a) SUA AUTORIDADE - Os escribas ensinavam a Lei, apoiando-se na autoridade dos mestres do


passado. O valor da palavra dos escribas dependia da sua capacidade de sustentá-la pela
tradição e precedentes estabelecidos. Jesus ensinava a Verdade vinda diretamente de Deus,
baseando-se na sua própria autoridade. Sua expressão, «Em verdade vos digo» assemelhava-se
ao «Assim diz o Senhor» do profeta da antiga dispensação.
b) SEUS ENSINAMENTOS - Então houve a declaração dos grandes princípios do reino, como se
encontra no Evangelho segundo Mateus, capítulo 5-7. Fosse ou não proferido duma só vez, o
Sermão do Monte apresenta a sinopse dos ensinamentos de Jesus.
Esse grande sermão apresenta e esclarece o caráter íntimo da vida religiosa e da prática,
acentuando o valor supremo do amor. Há muitos ensinamentos em oposição às idéias e costumes
vulgares, por exemplo: Amai os vossos inimigos. O dever mais sagrado do oriental tem sido odiar
o seu inimigo e vingar-se de cada insulto e prejuízo. A beleza do perdão, a sublime dignidade do
amor vitorioso sobre o ódio e inimizade ainda não foi percebida pela mentalidade do Oriente.
Outra vez, observe-se algo da cor local: pão, peixe e ovo, as bênçãos mais comuns da natureza
destacam-se em contraste com pedra, serpente e escorpião, as pragas mais comuns na Palestina.
c) REJEIÇÃO - A indiferença das cidades [da Galiléia] onde ele ensinara e trabalhara era um dos
desgostos mais acentuados de Jesus. Como conseqüência do descaso, o povo sofreu uma
repreensão em que foi anunciada a destruição dessas cidades. Ele as comparou
desfavoravelmente com as cidades perversas da antiguidade, com Tiro e Sidom e até mesmo com
Sodoma e Gomorra. O que é Corazim, atualmente? Ruína enegrecida no alto dum outeiro sombrio
de onde se descortina completa destruição. E Betsaida! Um lugar numa praia abandonada onde
estendem as redes dos pescadores. E Cafarnaum a populosa. rica c orgulhosa Cafarnaum?
Completamente destruída. Por muito tempo ate seu local era desconhecido, mas os arqueólogos
hodiernos o identificam com a povoação de Tel Hum.
d) OPORTUNISMO – Muitos, da Galiléia, foram a Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos. Jesus
não apareceu no principio da festa e por isso houve muitas conjeturas sobre sua ausência. No
meio da festa, porém, ele aparece e ensina publicamente. Jesus asseverou que ele era a Luz do
mundo, símbolo talvez sugerido pela iluminação do Templo naquela festa. A opinião popular sobre
Jesus divergia. Alguns desejavam sua morte. Os policiais enviados para prendê-lo voltaram
dizendo: «Nunca homem algum falou assim como este homem».
e) ESTRATÉGIA E FUNDAMENTOS - A tentativa de apanhá-lo por apresentar-lhe uma mulher
adúltera para ser julgado tomou-se em confusão para os acusadores dela. Em discurso
subseqüente, Jesus declarou que a descendência natural de Abraão não assegurava nenhum
favor especial de Deus e os judeus se enfureceram quando Jesus acrescentou que ele existira
antes de Abraão. O Tanque de Betesda, nutrido por fonte intermitente, era procurado por
enfermos que criam que essas águas tinham virtudes curativas. Nesse lugar, certo dia de sábado,
Jesus curara um homem que em vão e por muito tempo esperava alivio e logo o senhor foi
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acusado de ter violado o sábado. Em resposta, ele disse: “meu Pai trabalha até agora e eu
trabalho também”. Os judeus compreenderam que ele afirmava sua igualdade com Deus. A
acusação de blasfêmia então feita, nunca se perdeu de vista e sobre ela, segundo a lei judaica,
Jesus foi finalmente condenado.

4.6 - O CUMPRIMENTO DA MISSÃO (PERÍODO DE OPOSIÇÃO)

NOTA: Neste período Jesus enfrenta uma crescente oposição de seus adversários. Não era pra menos,
pois o Mestre, inconformado com a injustiça e com a deturpação da Lei, promovida pelas autoridades
religiosas de Israel, passa acusá-los frontalmente, talvez, aproveitando-se da popularidade adquirida no
decorrer de seu ministério. A “purificação do templo” é talvez, o momento crucial deste período. Nesta
fase observamos algumas características da vida de Jesus, tais como:

a) AMIZADE E VIDA SOCIAL - Parece que por esse tempo, Jesus visitou Betânia, onde moravam
Marta, Maria e Lázaro, cujo lar amigo se tornara um refúgio para Ele. Nessa ocasião. Jesus foi
recebido pelas irmãs cuja admiração pelo Mestre se demonstrou de maneira diversa.
b) LIMITAÇÃO HUMANA DO PODER - Na Festa da Dedicação Jesus fez uma declaração da sua
unidade com Deus que os judeus não aprovaram e o chamaram de blasfemo, por isso ele se
retirou para a região além do Jordão perto do local do seu batismo. Admoestado a deixar esse
lugar para não ser morto por Herodes, ele mostrou como, acertadamente, chamara esse monarca
de raposa. Não na Peréia, mas sim em Jerusalém havia ele de morrer. «porque não convém que
morra um profeta fora de Jerusalém», disse Ele.
c) ENSINO: REJEITADOS X PODEROSOS - A “porta” estava aberta de par em par, mesmo para os
publicanos e pecadores condenados pelos respeitáveis em Israel. Para Jesus esses decaídos
eram como moedas perdidas, como ovelhas extraviadas entre os outeiros, como filhos
desencaminhados.
Quando o mensageiro chegou a Jesus. Lázaro lá estava morto e agora jazia por quatro dias no
túmulo. Com a palavra de Jesus o defunto ressurgiu, a tristeza das irmãs transformou-se em
alegria e surpresa. De tal maneira esse poderoso milagre comoveu o povo de Jerusalém, que
seus inimigos viam que dum momento para outro Jesus seria aceito como o Messias. Teriam que
agir agora ou nunca!
Mais uma vez expulsou do Templo os cambistas que profanaram a casa de seu Pai. Sua
autoridade era Incontestável. Como o povo O apoiava, seus inimigos se continham. Dentro do
pátio do próprio templo encontravam-se exercendo seu negócio execrável, os traficantes de
animais para sacrifícios e suas manadas; também os cambistas que, a taxas exorbitantes,
trocavam o dinheiro corrente das províncias pelo siclo do santuário, com que pagavam impostos
do templo, ressentido profundamente por causa dessa profanação da casa de seu pai, Jesus os
expulsa e eles vão covardemente abandonando o recinto.
Um doutor da lei perguntou-lhe qual o primeiro mandamento da Lei - questão muito discutida pelos
eruditos entre os rabis. Jesus resumiu toda a Lei em dois requisitos: amar a Deus e amar o
homem. Então Jesus se dirigiu aos fariseus que reconheciam que o Messias deveria ser o filho de
Davi. Citando-lhes as palavras do rei de Israel, Jesus indaga: Se Davi lhe chama Senhor, como é
ele seu filho? Com Isto seus inquiridores se calaram. Em seguida. Jesus proferiu o seu último
discurso público, de admoestação e repreensão a esses líderes que tão dolorosamente haviam
desencaminhado o povo. Alguns dentre as autoridades se convenceram da divindade de Jesus,
mas receavam se identificar com o Senhor. Jesus, porém, admoestou-os esclarecendo que a sua
mensagem era de Deus e que eles seriam julgados pela sua atitude, de a receberem ou rejeitarem.
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4.7 – SEUS ÚLTIMOS DIAS NA TERRA

NOTA:
Nesse ínterim, ocorre a longa e envolvente “despedida” do Senhor, com eventos marcantes como:
A comemoração da páscoa, instituição da Ceia como memorial, o maravilhoso e universal discurso, a
promessa do Consolador, a estranha agonia e a notável oração intercessória.
Não obstante o profundo teor teológico, há nestes fatos e palavras do Senhor, uma perceptível
demonstração de sua humanidade:
- Suas repetitivas palavras anunciando previamente sua morte e ressurreição externam sua ansiedade;
- O destaque dado à ceia como sendo a última realizada nesta dimensão;
- Seu desabafo sobre o traidor;
- Sua vontade de estar acompanhado até o fim, com a humilde confissão “ A minha alma está triste até a
morte; ficai aqui e vigiai comigo.” (Mt 26:38);
- A oração “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice ” (Mt 26:39) demonstra a realidade da dor e
sofrimento pelos quais Ele sabia que iria passar.
- Lucas é enfático ao afirmar que “Então lhe apareceu um anjo do céu, que o confortava.” (Lucas 22:43)

a) A PLANO FORJADO PARA A CRUCIFICAÇÃO - Naquela mesma noite, á tardinha, o quarto dia
começara. Os lideres das varias seitas, tão fortemente acusados pelo Mestre, esquecendo-se das
suas próprias divergências, reuniram-se para tramar a sua morte, levados pelo vil sentimento do
ódio pelo Profeta de Nazaré. Eles temeram prendê-lo publicamente enquanto as turbas
estivessem na cidade para a festa, para evitar tumulto.
b) O JULGAMENTO - O Sinédrio, grande concilio dos judeus, reuniu-se pela manhã. Jesus foi
submetido a um julgamento simulado. As testemunhas subornadas não concordavam. Finalmente
Jesus confessou-se o Messias e, portanto, o Filho de Deus. Sobre essa declaração Ele foi
condenado à morte e Tratado da mais Ignóbil Maneira.
A sentença só poderia ser executada pela sanção romana. Pilatos, o governador, não se
Importaria com questões religiosas, por isso, perante ele, acusaram Jesus de Traição, em
proclamar-se rei.
O governador sugeriu um acordo. Jesus era Inocente, porém, para salvaguardar a sua dignidade
de governador, ele o castigaria, difamando-o e faria as suas pretensões caírem no ridículo diante
de todo o povo e de seus seguidores. Então, segundo o costume de libertar um prisioneiro por
ocasião da festa, ele soltaria a Jesus. Mas não aconteceria assim. Os judeus preferiram Barrabás,
o homicida, Jesus devia morrer. No tumulto levantado, ouvindo que Jesus se dizia Filho de Deus,
Pilatos, receoso e cheio de superstição, ainda queria salvá-lo. Porém, os gritos sinistros “ se
soltares a esse, não és amigo de César”, fizeram-no decidir.
d) A CRUCIFICAÇÃO - Jesus foi entregue para ser crucificado. Carregando a sua cruz, auxiliado em
parte do trajeto por Simão, cirineu, Jesus foi levado apressadamente para o Calvário e ali
crucificado entre dois malfeitores condenados à morte. Entretanto, na sua agonia Ele orou pelos
seus algozes: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Durante esse tempo, Jesus falou quatro vezes: “Deus Meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” “Tenho sede”, que expressam a terrível agonia da sua condição: “Está
consumado” e finalmente. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”
Os corpos deviam ser retirados da cruz antes do sábado, quebrando-se pernas das vitimas
morreriam rapidamente. Assim foram tratados os ladrões, porém Jesus já havia falecido. Um dos
soldados transpassou-o com uma lança e dali saiu sangue e água. José de Arimatéia, discípulo
secreto, pediu o corpo de Jesus e em companhia de Nicodemos, “envolveram-no com panos de
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linho, com especiarias e o colocaram no sepulcro novo num jardim perto dali. Uma grande pedra
foi rolada para a porta do sepulcro e selada. A pedido dos Inimigos de Jesus, uma guarda vigiava
o sepulcro para evitar que o corpo do Mestre fosse roubado. O corpo de Jesus jazia no túmulo, da
tarde do sexto dia até a manhã do primeiro dia da semana.
e) A RESSURREIÇÃO - Ao escurecer do sábado, as mulheres fiéis foram ver o sepulcro e voltaram
para casa para providenciar os aromas para a sua triste missão do dia seguinte. De madrugada,
no primeiro dia da semana, elas levaram as especiarias para o sepulcro a fim de acabar a tarefa
de ungir o corpo do Mestre. Encontraram o túmulo vazio. Dois varões com vestes resplandecentes
lhes contaram que Jesus ressurgira. Ao ouvir Isto. Pedro e João correram ao sepulcro e
verificaram o que as mulheres lhes haviam dito. Alguns da guarda foram à cidade e relataram as
suas experiências estranhas, porém os principais sacerdotes lhos deram muito dinheiro para que
eles contassem que “enquanto dormiam os discípulos haviam furtado o corpo.”
Jesus foi visto por Maria Madalena, pelas mulheres que voltavam do sepulcro, por dois discípulos
no caminho para Emaús e por Simão Pedro. No mesmo dia apareceu aos dez apóstolos, Tomé
estava ausente. Jesus os comissionou dizendo: «Assim como o Pai me enviou, também eu vos
envio a vós.» Uma semana mais tarde. Tomé estava presente quando Jesus apareceu aos onze e
convenceu o duvidoso de que Ele realmente ressurgira. Obedecendo As ordens do Mestre, os
onze discípulos foram à Galiléia e ali o esperavam. Certo dia, ao romper da manhã, na praia do
Mar de Tiberíades. Jesus apresentou-se a alguns deles que sob sua direção apanharam grande
quantidade de peixes. Nessa ocasião. Pedro reabilitou-se. O Senhor confirmou-lhe o seu perdão e
determinou o seu trabalho. Em determinado monte da Galiléla, que fora cena dos seus trabalhos
anteriores. Ele se encontrou outra vez com os onze e outros quinhentos discípulos,
comissionando-os a pregar o evangelho a toda criatura. Em Jerusalém, ele foi visto por Tiago
(Irmão do Senhor).

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