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Para além disso, os vírus interferem nas diversas teias alimentares marinhas através
de um processo denominado de shunt viral (desvio viral). Este processo consiste no
desvio do fluxo de carbono e nutrientes destinatados a consumidores secundários
através da lise das células hospedeiras, libertando o seu conteúdo na “sopa” de
matéria orgânica dissolvida no oceano. Esta matéria orgânica é, posteriormente,
utilizada como fonte de alimento por vários microorganismos. Desta forma, os nossos
objetos de estudos asseguram que os organismos que constituem o plankton possuem
os nutrientes suficientes para a realização da fotossíntese a um ritmo muito elevado.
Sem eles e sem a sua intervenção, quase metade do oxigénio existente na atmosfera
terrestre não existiria.
Mas, voltando ao centrismo que o ser humano tem por si próprio, de que forma é que
os vírus são cruciais para a nossa espécie?
A utilização de bacteriófagos para tratar infeções bacterianas é uma das mais recentes
utilidades que estas entidades revelaram. Isto, pois com o crescimento da resistência
aos antibióticos, provou-se uma solução eficaz a este problema. Para além disso, vírus
oncolíticos, ou seja, vírus que infetam e destroem especificamente as células
cancerígenas, estão a ser explorados como uma alternativa de tratamento de cancros
menos tóxica e mais eficiente.
Outra caracteristica importante ter em conta é a constante replicação e mutações que
os vírus sofrem diariamente, o que contribui para a inovação genética dos indivíduos
que incorporam. De facto, a inserção de novo DNA no genoma destes organismos é
um dos maiores impulsionadores da evolução das espécies. Portanto, o
desaparecimento destas entidades teria impacto na linha evolutiva de toda a vida do
planeta, incluindo a nossa.
Aliás, 8% de todo o genoma humano provém de elementos
Primeiramente, é importante referir, que a virologia é um ramo da ciência bastante
parcial, já que foca quase a totalidade da sua atenção nos vírus patogénicos, pois,
como previamente referido, são aqueles que a humanidade tem mais interesse em
estudar devido aos seus efeitos mais notórios nas nossas vidas. Assim, a investigação
da importância destes organismos para o funcionamento da Terra foi desprezada,
tendo-se dado apenas recentemente o foco que merece, o que leva à incerteza de
alguns factos, sendo necessária futura investigação.