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EDUCAÇÃO SEXUAL NA ADOLESCÊNCIA: UMA ABORDAGEM

NO CONTEXTO ESCOLAR
SEX EDUCATION IN ADOLESCENCE: AN APPROACH IN THE SCHOOL CONTEXT

Rithianne Frota Carneiro 1

Nalysse Chris da Silva 2

Thais Almeida Alves 3

Danielle de Oliveira Albuquerque 4

Diego Colaço de Brito 5

Leonice Lima de Oliveira 6

RESUMO

O profissional de enfermagem atua na atenção primaria à saúde necessita incorporar em sua prática, conceitos aplicáveis ao
processo de trabalho na saúde que incluam desde a promoção e a prevenção em saúde até a reabilitação contemplando os
princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Este artigo descreve a experiência de acadêmicos de Enfermagem
em uma escola de Ensino Médio em Fortaleza (CE), cujo objetivo foi promover o conhecimento dos adolescentes sobre doenças
sexualmente transmissíveis (DST). Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de experiência, no qual, de início, houve conversa
em grupo e a aplicação de questionário para avaliar o conhecimento prévio desses adolescentes sobre DST. O público-alvo consistiu
em indivíduos de 14 a 18 anos. Os acadêmicos, mediante sua consciência acerca dos fatores de risco e dos métodos de intervenção
para prevenção de DST e valendo-se de formas interativas de troca de conhecimento, proporcionaram sua intervenção em saúde.
Evidencia-se a necessidade de aumentar o conhecimento dos alunos sobre cada tipo de doença citado em sala de aula.

Palavras-chave: Doenças sexualmente transmissíveis; Educação em saúde; Enfermagem em saúde comunitária.

ABSTRACT

N ursing professionals engaged in primary health care, need to incorporate into your practice, concepts applicable to the
work process in health including from the promotion and health prevention to rehabilitation defining the principles and
guidelines of the Unified Health System (SUS). This article describes the nursing students experience in a high school school in
Fortaleza (CE), whose objective was to promote knowledge of adolescents about sexually transmitted diseases (DSTs). It is a
descriptive study, the type experience report, in which at first there was group chat and a questionnaire to assess prior knowledge
of these teens about STDs. The audience consisted of individuals 14-18 years. Academics, by their awareness of the risk factors
and intervention methods for DST prevention and making use of interactive forms of knowledge exchange, provided his health
intervention. The need to increase the students’ knowledge of each type of disease cited in the classroom is evident.

Key-words: Sexually transmitted diseases; Health education; Community health nursing.

1. Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Professora na Faculdade Nordeste (FANOR). Supervisora do Curso de Urgência e Emergência da
Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE). Fortaleza (CE), Brasil.
2. Estudante de graduação em Enfermagem na Fanor. Fortaleza (CE), Brasil.
3. Estudante de graduação em Enfermagem na Fanor. Fortaleza (CE), Brasil.
4. Estudante de graduação em Enfermagem na Fanor. Fortaleza (CE), Brasil.
5. Estudante de graduação em Enfermagem na Fanor. Fortaleza (CE), Brasil.
6. Estudante de graduação em Enfermagem na Fanor. Fortaleza (CE), Brasil.

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INTRODUÇÃO
Destacamos que
A adolescência pode ser definida de diferentes formas.
Trata-se de uma etapa de crescimento e desenvolvimento
o exercício da
do ser humano, marcada por grandes transformações sexualidade acarreta
físicas, psíquicas e sociais. Mais precisamente, entende- implicações no
se adolescência como o período de desenvolvimento
processo reprodutivo
situado entre a infância e a idade adulta, delimitado
cronologicamente pela Organização Mundial da Saúde como a
e na própria saúde do
faixa dos 10 aos 19 anos de idade, está também adotada no adolescente.
Brasil, pelo Ministério da Saúde 1, 2 .
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera, ainda, Já a gravidez na adolescência resulta no ingresso na
como juventude o período que se estende dos 15 aos 24 vida adulta. Mesmo sem preparo psicológico, as jovens são
anos, identificando adolescentes jovens (de 15 a 19 anos) e forçadas a mudar completamente seu modo de vida, tema
adultos jovens (de 20 a 24 anos). A lei brasileira, através do tratado como um problema de saúde pública no Brasil,
Estatuto da Criança e do Adolescente, considera adolescente resultante da falta de educação sexual, de planejamento
o indivíduo de 12 a 18 anos. O Programa de Atenção à Saúde familiar e da adoção incorreta de métodos contraceptivos 4 .
do Adolescente (PRO-ADOLESC) da Secretaria Municipal da Outro problema que merece atenção são as DST na
Saúde da cidade de São Paulo adota a definição cronológica adolescência, pois devido ao seu aparecimento, podem gerar
da OMS e, por isso, considera adolescente o indivíduo de 10 risco de infertilidade, de gravidez ectópica, de câncer genital
a 19 anos de idade. 1 . e até doença hepática crônica 5 .
Destacamos que o exercício da sexualidade acarreta DST são doenças cujo agente etiológico é vivo e
implicações no processo reprodutivo e na própria saúde do transmissível e cuja infecção pode ser veiculada por um
adolescente. Nessa etapa da vida, os indivíduos assumem vetor, ambiente ou indivíduo. Uma das metas da Saúde
comportamentos para os quais não estão preparados, como Pública é impedir a ascensão das DST, já que são a causa da
iniciar relacionamento sexual precocemente, o que se deve, morte de milhares de pessoas em todo o mundo.
muitas vezes, à ansiedade de viver de maneira rápida e Atentar para sexualidade dos adolescentes é uma
intensa, razão pela qual não refletem sobre suas atitudes. necessidade que pode contribuir para reduzir problemas no
A sexualidade precoce aumenta a vulnerabilidade às doenças que diz respeito à sua vida pessoal e social. Salientamos o
sexualmente transmissíveis (DST), à gravidez na adolescência papel fundamental da escola em sua educação sexual, visto
e outros riscos, o que interfere em suas metas de vida 3 . ser esse o ambiente adequado para a aprendizagem não só
As DST são causas frequentes de procura pelos serviços de da anatomia e da fisiologia do corpo humano, de métodos de
saúde. Sabe-se que as estratégias de prevenção primária (uso prevenção da gravidez precoce e das DST 4 , mas também para
do preservativo) e secundária (diagnóstico e tratamento) o desenvolvimento de sua autonomia.
podem permitir o controle das DST e suas consequências. Para garantir que as escolas cumpram sua função nessa
Dada sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade às área foi criada no Brasil a Lei nº 60/2009, que inclui
ações e fragilidade de controle, as DST devem ser priorizadas educação sexual no currículo do ensino básico e do ensino
e sua assistência deve ser feita de forma integrada pelo secundário em todo o território nacional 6 .
Programa de Saúde da Família (PSF), Unidade Básica de Saúde Tal papel, entretanto, cabe também a outros setores,
(UBS) e serviços de referência regionalizados. O primeiro, em como o da saúde, cujos profissionais devem orientar pais e
virtude de suas características, facilita o acesso ao cuidado filhos sobre esse assunto, o que exige uma compreensão do
ao paciente e a busca de parceiros sexuais para garantir a cenário cultural, haja vista que a cultura é um dos fatores
eficiência do tratamento, ao passo que a UBS e os serviços determinantes nos agravos à saúde e no processo de educação
de referências desempenham um papel fundamental no em saúde.
tratamento adequado e no seguimento clínico 1 . Nessa perspectiva, foram desenvolvidas com adolescentes
Segundo dados da OMS, as DST são consideradas um dos ações de educação em saúde sobre prevenção de DST na
problemas de saúde pública mais comum em todo o mundo adolescência em uma escola pública do município de
e, no Brasil, suas estimativas de infecções de transmissão Fortaleza (CE) e este estudo objetiva descrever a experiência
sexual na população sexualmente ativa, a cada ano, são: de uma oficina de prevenção de DST.
sífilis: 937 mil casos; gonorreia: 1.541.800; clamídia:
1.967.200; herpes genital: 640.900; e HPV: 685.400.

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METODOLOGIA
A modalidade oficina é
Optamos pelo relato de experiência da vivência de uma
oficina sobre prevenção de DST, desenvolvida por acadêmicos
definida como proposta
de Enfermagem do 6º semestre de uma faculdade de de aprendizagem
Fortaleza, para adolescentes do 1º ano do Ensino Médio de compartilhada, por
uma escola pública do município de Fortaleza, do período
matutino, totalizando 38 alunos – 18 do sexo feminino e 20
meio de atividade
do masculino –, entre 14 e 18 anos. grupal.
A oficina foi realizada em 2014, na sala e no horário
da aula, sendo adotadas dinâmicas de caráter participativo três acadêmicos de enfermagem, que se responsabilizaram
e com o envolvimento dos acadêmicos de Enfermagem e da pelos adolescentes do 1º ano do Ensino Médio de uma escola
docente supervisora do estágio. Para atingirmos 38 alunos pública do município de Fortaleza. O Grupo A ficou com
foram necessários dois encontros, de 2 horas cada um. O tema uma turma de 20 adolescentes, composta por 8 meninas e
abordado foi sugerido pelos coordenadores da instituição, 12 meninos; o Grupo B, com 18 adolescentes, 10 meninas
dado o início precoce de relações sexuais na adolescência. e 8 meninos. Ao todo foram abordados 38 adolescentes,
A modalidade oficina é definida como proposta de sensibilizados para participarem ativamente, em dois
aprendizagem compartilhada, por meio de atividade grupal, encontros de 2 horas cada um, conduzidos por um dos grupos.
que propicia aos participantes um ambiente acolhedor e Primeiro, entramos em contato com a coordenação
aprendizagem estimulante, visando à criatividade na busca pedagógica da instituição de ensino, mostrando a necessidade
de soluções 7 . da vivência do acadêmico de enfermagem na educação em
Assim, a oficina permite o estabelecimento de um espaço saúde, e depois estimulamos os coordenadores a falarem
de reflexão e de compartilhamento de saberes, construído em sobre os problemas mais vivenciados na instituição, momento
conjunto com base nas vivências singulares, possibilitando a em que nos foi solicitado abordar as DST na adolescência.
aprendizagem dos participantes. Muitos adolescentes iniciam precocemente sua vida
De início explicamos aos adolescentes os objetivos da sexual, embora desconheçam a estrutura anatomofisiológica
oficina, bem como o tema abordado: DST na adolescência. Em reprodutiva de seu corpo e os métodos de prevenção de
seguida, fizemos uma dinâmica de apresentação em que se DST 8 .Tais problemas podem desestruturar vidas e são
pediu aos adolescentes que respondessem a perguntas como: determinantes na reprodução do ciclo de pobreza das
Você sabe o que é DST?; Como se previne DST?; Como se populações 9 . Desenvolvemos a “Dinâmica do Repolho” para
adquire DST?, com as quais instigamos o grupo a participar, analisar os conhecimentos prévios dos alunos acerca das DST
obtendo uma noção de seu conhecimento prévio, com base no e abordamos questões básicas, como O que é DST?, Como
qual direcionamos nossa intervenção. preveni-las?; Como identificá-las?, entre outras. Observamos
Organizados em círculos, os adolescentes iniciaram as que 87% dos alunos, de ambos os grupos, apresentaram
discussões sobre cada tema das sentenças apresentadas, conceitos incorretos sobre tais doenças e como são
abordados em seguida, em aula expositiva dialogada, em que transmitidas nas relações sexuais.
pudemos expor os modos de prevenção e o mecanismo de Grande preocupação para a saúde pública do país, os
ação de cada patologia, bem como esclarecer as dúvidas, elevados índices de gestação na adolescência somam-se ao
frisando sempre a prevenção das DST. Também foi usado fato de ser essa uma faixa etária com alto risco para DST. Em
material ilustrativo do preservativo masculino, um filme seu estudo, Martins 10 chega a dizer que entre os adolescentes
didático sobre o uso da camisinha feminina e mostrando a está a maior incidência dessas doenças, embora o Instituto
importância de seu uso, a dinâmica durou 1 hora. Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirme que no
No fim da oficina pedimos aos alunos que respondessem Brasil os dados ainda são imprecisos. Com relação à infecção
algumas perguntas sobre o tema tratado e encerramos a pelo HIV, estimou-se em 597.443 o número de infectados no
com perguntas que recapitularam o que foi explanado pelos país, entre 15 e 49 anos, em 2000. 11 Decorre daí a importância
acadêmicos de enfermagem, para garantir um feedback de focalizarmos o conhecimento e a adoção de métodos
positivo da atividade. contraceptivos por essa população, não só pela influência
que isso tem na gestação adolescente como também para
RESULTADOS E DISCUSSÃO prevenir doenças.
Durante a “Dinâmica do Repolho”, quando indagamos
Foram formados aleatoriamente dois grupos, cada um com sobre a forma correta e/ou o modo de uso da camisinha

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masculina, bem como seu uso para a prevenção de DST e
da gravidez, verificamos que todos os alunos demonstraram O conhecimento
ter conhecimento acerca disso, o que é corroborado por
estudos que referem que esse é, indubitavelmente, o método
adquirido sobre métodos
contraceptivo mais conhecido pelos adolescentes 12 . Quanto contraceptivos e DST
ao preservativo feminino, verificamos que poucos sabiam de foi enfatizada por eles
sua existência e/ou tiveram oportunidade de vê-lo antes.
como avaliação positiva
Depois de verificarmos os conhecimentos prévios dos
alunos de ambos os grupos, demos uma aula expositiva
da oficina.
dialogada em que abordamos as DST com ênfase na
adolescência, mostrando os métodos de disseminação das momento, o grupo de pares é essencial para o adolescente,
doenças e métodos preventivos. Destes, apenas o preservativo pois pode haver aceitação ou rejeição de alguém pelo fato de
masculino era amplamente conhecido pelos estudantes. Os não corresponder à idealização dos demais 11 .
demais eram totalmente desconhecidos, confirmando assim a A tendência grupal induz muitos jovens a assumirem
necessidade de fornecimento de informações, bem como de comportamentos para os quais não estão preparados, como
sensibilização para a importância de seu uso contínuo. experimentar drogas e iniciar precocemente o relacionamento
Em seguida, exibimos um filme didático mostrando como sexual. Na ânsia de viver tudo rápido e intensamente, não
usar a camisinha feminina e sua ação na prevenção de DST, têm espaço para a reflexão e/ou julgamento. As vivências
o que despertou o interesse dos adolescentes, pois fizeram da sexualidade aumentam a vulnerabilidade à aids e a outras
várias perguntas, principalmente sobre a forma correta de DST, à gravidez na adolescência e ao aborto, que podem
introduzir o preservativo. Posteriormente, propusemos que comprometer o projeto de vida ou até a vida do adolescente.
cada adolescente colocasse um preservativo masculino em Além disso, a dependência comum na infância cede
uma prótese peniana, para demonstrarmos os erros comuns espaço a uma confusão de papéis, pois o adolescente, não
quando se vai usá-lo. sendo nem criança, nem adulto, tem dificuldade em se definir
Em ambos os grupos as meninas não fizeram a simulação, como individuo, em assumir seu papel social e suas novas
talvez por se sentirem envergonhadas na frente dos colegas, responsabilidades, inclusive com o autocuidado. Ele se torna
mas, apesar dessa recusa, todas observaram e algumas mais vulnerável, urgindo implementar propostas de prevenção
fizeram observações sobre a utilização do preservativo de de doenças e promoção de saúde para essa população. Nessa
forma adequada. etapa da vida, risco e vulnerabilidade estão atrelados às
Para avaliar a aprendizagem dos adolescentes sobre o características próprias do desenvolvimento psicoemocional:
conteúdo, depois da oficina formulamos algumas perguntas por um lado, o sentimento de imunidade, a onipotência, o
e as respostas deles nos permitiram concluir que o haviam desejo de experimentar coisas novas; por outro, a timidez e
compreendido. Também pedimos uma avaliação pessoal da a baixa autoestima podem torná-lo potencialmente frágil,
oficina e eles a consideraram um espaço para discutirem levando-o a soluções externas inadequadas para seus
assuntos dificilmente tratados em outros ambientes problemas, como o uso de drogas.
institucionais, a não ser com seus pares, o que demonstra Segundo a Política Nacional de Promoção de Saúde
a importância da abordagem desses temas que precisam ser (PNPS) 13 ,a educação em saúde é um importante instrumento
abordados com mais frequência na escola. O conhecimento facilitador da capacitação da comunidade, contribuindo para
adquirido sobre métodos contraceptivos e DST foi enfatizada a promoção da saúde. Portanto, trabalhadores da saúde e
por eles como avaliação positiva da oficina. usuários precisam estabelecer uma relação pautada na escuta
Portanto, é essencial o desenvolvimento, no âmbito terapêutica, no respeito e na valorização das experiências,
escolar, de ações educativas que envolvam temas relativos à das histórias de vida e da visão de mundo. Para desenvolver
sexualidade. Devido à vulnerabilidade dos adolescentes aos essas ações, precisam conhecer essas práticas educativas,
riscos de DST, torna-se necessária a elaboração de estratégias considerando que é essencial conhecer o olhar do outro,
de promoção e educação em saúde voltadas para os métodos interagir com ele e reconstruir coletivamente saberes e
de prevenção de infecções . 10
práticas cotidianas. Entretanto, suspeitamos que essas
Além do já exposto, percebemos que ocorreu uma práticas, fundamentadas na integralidade, ainda não são um
mudança na percepção da imagem que tinham de pais e elemento de sua caixa de ferramentas.
mães, que passam a ser alvo de críticas e questionamentos, Para estudarmos a prática da equipe de enfermagem no
razão pela qual há a necessidade de buscarem atores sociais PSF é necessário abordarmos como tem sido a inserção desses
com os quais se identifiquem, fora do âmbito familiar. Nesse trabalhadores nas políticas de saúde, para compreendermos

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o projeto em construção na sociedade brasileira. A partir da 3. Fonseca AD, Gomes VOL, Teixeira KC. Percepção de
década de 1990, evidenciou-se maior participação da equipe adolescentes sobre uma ação educativa em orientação sexual
realizada por acadêmicos (as) de enfermagem. Esc Anna Nery
de enfermagem no mercado de trabalho nas áreas de gestão,
Rev Enferm 14.2 (2010): 330-337.
assistência, docência e pesquisa, entre outras. Logo, durante
a atuação neste programa, percebemos a oportunidade de 4. Nascimento MG, Xavier PF, Sá RDP. Adolescentes grávidas:
uma relação distinta entre adolescentes e acadêmicos, sendo a vivencia no âmbito familiar e social. Adolescência & Saúde
possível personalizar a informação e prestar uma assistência 8.4 (2011): 41-47.

de qualidade.
5. Romero KT, Élide HGRM, Vitalle MSS, Wehba J. “O
No desenvolvimento da oficina, criamos um espaço
conhecimento das adolescentes sobre questões relacionadas
dialógico com os adolescentes, já que tiveram a oportunidade ao sexo.” Rev Assoc Med Bras 53.1 (2007): 14-9.
de manifestar suas opiniões e pensamentos sobre os
temas abordados, o que propiciou a obtenção e a troca de 6. Portugal. Lei nº 60/2009, de 6 de agosto de 2009.
Estabelece o regime de aplicação da educação sexual em
conhecimentos, de acordo com as necessidades oriundas da
meio escolar. Diário da República, Lisboa, 6 ago. 2009.
realidade em que estão inseridos.
As dinâmicas empregadas na oficina favoreceram um 7. Bastiani JAN, Padilha MICS. Experiência dos
processo educativo-participativo, pois os adolescentes agentes comunitários de saúde em doenças sexualmente
foram estimulados a atuar como sujeitos reflexivos e transmissíveis. Revista Brasileira de Enfermagem 60.2
(2007): 233-236.
ativos na vivência ensino-aprendizagem, e não como meros
espectadores.
8. Rocha SF, et al. Sexualidade na adolescência: dialogando
e construindo saberes através do pet saúde/redes de atenção
CONSIDERAÇÕES FINAIS no município de Sobral – Ceará. SANARE-Revista de Políticas
Públicas 13.1 (2014).

A oficina sobre métodos contraceptivos e prevenção de


9. Andrade MP, et al. Promoção da saúde sexual e reprodutiva
DST com adolescentes foi uma oportunidade importante de
de puérperas adolescentes: abordagem educativa baseada
reflexão e discussão, ampliando o campo de conhecimento nos círculos de cultura de Paulo Freire. SANARE - Revista de
deles sobre esses temas. Políticas Públicas 11.1 (2013).
Ter a escola como cenário da oficina mostrou-se favorável,
uma vez que, por se tratar de ambiente do cotidiano dos 10. Martins LBM, et al. Fatores associados ao uso de
preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS
adolescentes, onde permanecem a maior parte do dia,
em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município
sentiram-se seguros para expressar suas dúvidas, medos e de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública 22.2 (2006): 315-
sentimentos. 23.
Observamos que, depois de apenas dois encontros, o
11. Feijó RB, Oliveira EA. Comportamento de risco na
tema em questão despertou a atenção dos adolescentes,
adolescência. Jornal de pediatria. Porto Alegre. 77 (Supl
interessados em ouvir e participar das discussões. 2):125-134.
Ressaltamos a necessidade de implementação de
estratégias educativas que se valham de metodologias 12. Parente JRF, Chagas NIO, Dias MAS. Cursos de formação
participativas, como as oficinas, para incentivar a participação de conselheiros de saúde. Sobral (CE): Escola de Formação
em Saúde da Família Visconde de Saboia; 2009.
e a conscientização dos adolescentes sobre a importância da
prevenção de DST e da gravidez na adolescência.
13. Brasil Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Consideramos ponto de destaque a ampliação da adoção Saúde. Política nacional de promoção da saúde. MS, 2006.
de diferentes pensamentos pelos acadêmicos de enfermagem,
o que lhes permite ampliar a recuperação e a análise de Recebido em 10/12/2014 Aprovado em 05/01/2015
diferentes temas e objeto de pesquisas.

REFERÊNCIAS
1. Françoso, LA, Mauro, AMMF. Manual de atenção à saúde
do adolescente. Manual de atenção à saúde do adolescente.
São Paulo (Cidade). Secretaria da Saúde, 2006.

2. Reato LFN, Picanço MRA. Desenvolvimento psicossocial


na adolescência. In: Lopes FA, Campos Júnior D. Tratado de
pediatria. Baurueri (SP): Manole; 2007. p. 361-4.

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